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ANdEbOl

FAyAl SPOrT CAMPEãO rEGIONAl dE SéNIOrES PÁGINA 11

Tribuna das Ilhas

dIrECTOr: MANuEl CrISTIANO bEM 4 NÚMErO: 468

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Sai àS SextaS-feiraS

1 euro

Genuíno madruGa lança o mundo que eu vi

“este livro tem muito de mim”

Entrando na recta final deste período de campanha eleitoral TrIbuNA dAS IlhAS auscultou os cabeças de lista pelos Açores à república. Em cima da mesa, o que cada um dos partidos, no caso de uma eleição, defende PÁGINAS O8/O9 para a região Autónoma. g

A primeira semana de campanha oficial arrancou no passado domingo. TrIbuNA dAS IlhAS acompanhou as diversas acções que se desenrolaram na horta nos últimos dias. PÁGINAS O5/O6 g

encontro do mundo rural quer dinamizar agro-pecuária As viagens de circum-navegação em solitário e à vela de Genuíno Madruga estão agora eternizadas em livro. O pescador fez-se escritor e falou ao T rIbuNA dAS I lhAS sobre esta experiência. g

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em deStaque

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editorial

turiSMo de cruzeiro (2) g Este tema, abordado na última edição do nosso semanário, merece efectivamente uma segunda nota complementar para chegarmos às indispensáveis conclusões. Trata-se, aliás, de um tema que na sua abrangência – o turismo em geral como fenómeno desta era moderna – constitui um importante pilar económico da esmagadora maioria dos países do mundo. No editorial da passada semana afirmámos ter sempre acreditado no “turismo de cruzeiro”, com passagem tradicional pelos portos da Horta e Ponta Delgada, acrescentando que mesmo nessas “viagens relâmpago”dos grandes navios de turistas pelos Açores, sempre ficava algum dinheiro nos transportes internos, nos “cafés” e nas lojas de “souvenirs”. De resto, também apontávamos os casos de alguns desses turistas voltarem mais tarde às nossas ilhas, motivados pelas boas impressões colhidas por ocasião do cruzeiro realizado anteriormente por via marítima. como desvantagens, para estas rápidas escalas, destacávamos o facto dos utentes desses luxuosos “tours” de lazer evitarem despesas em terra, por usufruírem a bordo de todos os serviços relativos à alimentação e diversão e igualmente aludíamos à contrariedade para os visitantes de em lugar de um sol descoberto para apreciarem a natureza, após longa travessia de mar, terem para a sua visita um dia com más condições atmosféricas. Foi isto que dissemos nessa nota da última sexta-feira – isto que não é apenas um conjunto de ideias da nossa parte sobre tal modalidade de turismo, desde há décadas passando, na época estival, em São Miguel e no Faial, aqui com a extensão de algumas excursões ao Pico. Isto é sobretudo uma opinião generalizada entre nós sobre o assunto e até emitida por alguns operadores, consignatários dos navios e responsáveis locais pela organização das visitas. Analisámos pois, neste plano realista, a questão frequentemente discutida do turismo de cruzeiro que tem, evidentemente, um interesse relativo, originando pouco significativas receitas. Até porque o número real das escalas dos grandes transportadores tem sido inferior às previsões. Nestas circunstâncias, está construído um cais para cruzeiros com grandes barcos de turismo no interior do porto de Ponta Delgada. Na Horta está em construção uma estrutura a norte da baía que se afirma dar para barcos de porte médio e fala-se na hipótese de alargamento do extremo do molhe da doca para navios de maior calado e dimensão. O que ninguém consegue entender é o recente anúncio de mais um mega-projecto, de raiz, de um porto de cruzeiros, que custaria – segundo cálculos – centenas de milhões de euros, investimento a pagar pelas gerações futuras de açorianos.

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ProJecto Faial Solidário

Voluntários do faial de mãos dadas Texto e foto

Maria José Silva g Autarquia e instituições sociais do Faial uniram esforços para pôr de pé um projecto intitulado “Faial Solidário”. Este projecto pretende, de acordo com informações avançadas pelo vice-presidente da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo, promover, valorizar e qualificar o voluntariado que marca presença no funcionamento destas instituições e apelar aos valores da solidariedade e da inter-ajuda. O projecto vai permitir saber quantas são as pessoas que exercem voluntariado organizado no concelho, bem como quantas são as pessoas que desse voluntariado beneficiam. No âmbito do “Faial Solidário” vai ser lançada uma campanha de sensibilização nas escolas e na comunidade, através da distribuição de folhetos, cartazes e acções na rádio e imprensa local, no sentido de apelar ao voluntariado social, para que

qualquer cidadão se possa inscrever como voluntário. Para além disso, e conforme explicou na conferência de imprensa de terça-feira, o vice-presidente da CMH, “o projecto “Faial Solidário” pretende trabalhar na área do voluntariado, através da promoção de um seminário e workshops direccionados a técnicos e voluntários. “Encaramos o projecto “Faial Solidário” com muita expectativa. Sabemos que ele não traz respostas para todos os problemas mas será certamente um contributo importante sobretudo para todos aqueles que beneficiam e dependem, diariamente, nas suas vidas, da acção de voluntários” – frisou José Leonardo. São parceiros nesta iniciativa:APADIF, Cáritas, Caminho e Vidas, Helpo, Santa Casa da Misericórdia, Casa de Infância de Santo António, Cruz Vermelha do Faial, UMAR, Instituto de Acção Social, Hospital da Horta, Escola Manuel de Arriaga, Escola Profissional da Horta, Centro Social

da Paróquia das Angústias, Centro Comunitário Divino Espírito Santo, Casas do Povo e Juntas de Freguesia da Matriz e Conceição. TRIbUNA DAS ILHAS ouviu Evelina barreto, membro da associação Caminho e Vidas e voluntária há mais de 50 anos, sobre este projecto. “Numa primeira análise conclui-se que este projecto é, efectivamente, muito bom,

uma vez que procura integrar toda a área da participação solidária numa entidade coordenadora, que até existe a nível nacional, de tudo o que está relacionado com o serviço voluntário” - diz a voluntária que afirma ainda ser muito importante o entrosamento de dados resultante destes projectos, pois “permite-nos ter uma noção concreta do que cada um pode fazer e assim colmatar algumas lacunas que possam existir”.

de 16 a 18 de Junho Marla Pinheiro Fotos: Maria José Silva g Um novo nome, novo logótipo e menos um dia de festa, são as principais alterações que a Festa do Mundo Rural sofre em 2011. De Festa passa a chamar-se Encontro, já que para a organização essa palavra define melhor a essência do evento, e decorre de quinta-feira a sábado, e não até domingo, como até agora era hábito. O objectivo desta medida é diminuir os custos do evento, tendo em conta a conjuntura económica actual, como explicou José Leonardo Silva na apresentação do Encontro do Mundo Rural, que decorreu na manhã de ontem, na Quinta de São Lourenço, que será o palco deste evento. De acordo com José Leonardo Silva, menos um dia de festa significa menos 25% dos custos de organização. Desta forma, foi possível fazer face às dificuldades actuais sem no entanto deixar de organizar este evento que, para o vice-presidente da autarquia e presidente da Adeliaçor, “é uma grande maisvalia para o Faial”. Para além da Tenda da Diversificação Agrícola e das exposições de bovinos e equinos, o Encontro do Mundo Rural contará com uma Feira Gastronómica, promovida pela Adeliaçor, e com uma Feira do Empreendedorismo, da responsabilidade dos

[SOBE]

Quinta de São Lourenço recebe encontro do Mundo rural alunos da Escola Profissional da Horta, entre outras coisas. Pela primeira vez, haverá um pavilhão dedicado ao Turismo Rural. José Leonardo salientou também a participação já tradicional do comércio local, e a realização de uma série de seminários e palestras. No Encontro do Mundo Rural a autarquia pretende disseminar entre os produtores do sector agrícola a ideia de passar a realizar uma Feira Agrícola mensal, no Parque de Exposições. José Leonardo explica que é uma forma de dinamizar a comercialização dos produtos da agricultura e da pecuária a nível local, ao mesmo tempo que se rentabiliza o Parque de Exposições do Faial. Quanto à música, passarão pelo Encontro do Mundo Rural o Grupo Folclórico e Etnográfico de Pedro Miguel, a Orquestra Juvenil da Nova Artista Flamenguense, a Unânime Praiense, os Desbunda, o Margens e os The Velmans. Os destaques vão para os Tributo, de São Jorge , e o grupo Chave d’Ouro.

Para o director regional do Desenvolvimento Agrário, este tipo de eventos é importante porque promove “concorrência saudável” entre os produtores agrícolas, o que se reflecte na melhoria da qualidade tanto dos bovinos e equinos como dos produtos hortícolas e frutícolas. Lembrando que a agro-pecuária é o principal sector produtivo da ilha, Joaquim Pires salienta esta que entende ser uma oportunidade única para “expor e dignificar” a produção.

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O Encontro do Mundo Rural decorre entre os dias 16 e 18 de Junho próximo, no Parque de Exposições do Faial (Quinta de São Lourenço), e é uma parceria entre a Câmara Municipal da Horta, o Governo dos Açores através das secretarias do Ambiente e do Mar e da Agricultura e Florestas, a Câmara do Comércio e Indústria da Horta, a Adeliaçor, a Hortaludus, a Associação de Agricultores do Faial, a Escola Profissional da Horta e a Associação de Jovens Agricultores.

[DEScE]

ESMA

uM MOÍNhO

g como foi noticiado, o estabelecimento de ensino secundário da Horta, cujo patrono é “Manuel de Arriaga”, celebrou o Dia da Escola com vários eventos de ordem cultural e pedagógica, entre os quais é de destacar a inauguração de um Museu, num espaço que também pode ser utilizado para a realização de exposições temporárias. Para além da informação detalhada que demos sobre este acontecimento, queremos também destacá-lo aqui, na medida em que estas manifestações de cultura e de preservação do património são muito importantes para a formação integral dos jovens estudantes.

g É um caso já aqui tratado o do moinho de vento antigo, já em ruína, que se ergue pelo meio do bairro a sul da cidade da Horta, nas Angústias. Diz-se que aquilo é uma nódoa que até já envergonha quem por ali passa. curioso é que, na grande cidade de Roterdão, nas proximidades do seu gigantesco porto, há um moinho, também antigo, do tipo holandês, primorosamente restaurado e ali conservado como peça muito valiosa do património do país. como é evidente, isto passa-se numa terra da Europa central em que os cidadãos têm total respeito pelos motivos culturais herdados dos seus antepassados!


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Festa de Nossa Senhora das Angústias g Precedida de septenário, às 19h00 de 28 de Maio a 3 de Junho realiza-se a 5 de Junho, a Festa em Honra

de Nossa Senhora das Angústias. A missa solene será às 15h30, presidida por D. Waldemar Chaves de Araújo, Bispo Emérito de São João Del Rei – Brasil e a Procissão será às 17h00 com a imagem da Senhora das Angústias e várias representações religiosas e civis da ilha. [aconteceu]

"açoreS entre-mareS"

observação de cetáceos dá o mote ao projecto no faial Texto e foto

Maria José Silva g Arrancou no passado dia 20 de Maio, Dia Europeu do Mar, e prolongando-se até dia 8 de Junho, Dia Mundial dos Oceanos, o “Açores Entre-Mares”. No Faial o projecto arrancou com uma viagem de Observação de Cetáceos oferecida pelos Operadores Marítimo Turísticos Norberto Diver e Tiago Castro, aos alunos do Clube do Mar da EbI da Horta. Este programa, dinamizado pelo Governo dos Açores, integra actividades geradas pela sociedade em geral, incluindo organizações não-governamentais para o ambiente (ONGA), escolas, parques naturais, empresas, entidades administrativas e outras. De acordo com declarações proferidas em exclusivo ao TRIbUNA DAS ILHAS pelo director regional dos Assuntos do Mar, Frederico Cardigos, “mais uma vez, também em 2011, haverá dezenas de actividades espalhadas por todas as ilhas do arquipélago. Entre lançamento de livros, saídas marítimas para observação de cetáceos ou simples passeios, trilhos de reconhecimento costeiro, palestras diversas, limpezas costeiras e subaquáticas ou visionamento de documentários sobre o mundo

natural encontram-se uma miríade de possibilidades. Há mesmo algumas actividades menos comuns, como uma visita de estudo a uma embarcação de pesca, que será organizada na ilha do Faial pela Associação de Produtores de Pesca local.” O “Açores Entre-Mares” é um período de grande acção cívica a que qualquer um se pode associar, quer participando, quer promovendo actividades de valor ambiental marinho. “Ninguém vai proteger o que não conhece, daí que estas actividades sejam deveras positivas e importantes para sensibilizar a população” – frisou Frederico Cardigos, que adiantou ainda que “nesse

sentido, em todas as acções levadas a cabo vão estar presentes, ainda que implicitamente, mensagens de sensibilização ambiental até que possamos reduzir o activo de poluição ambiental para zero de modo a que se consiga, a curto trecho reduzir o passivo que, neste momento, é preocupante”. O director regional dos Assuntos do Mar disse ainda que, para além desta actividade de observação de cetáceos, no Faial vão decorrer inúmeras actividades que vão desde a limpeza costeira, passeios costeiros, passeios de interpretação no mar, lançamentos de livros, palestras, workshops, entre outros.

alunos da escola Profissional dão as boas vindas a turistas Texto e foto

Maria José Silva g Na passada sexta-feira os turistas que visitaram a cidade da Horta foram recebidos de uma forma peculiar e deveras diferente. Mulheres de capote, camponesas, pescadores, agricultores, todos eles vestidos a rigor… Os alunos do Curso de Animador Sociocultural estiveram junto à Marina da Horta e a bordo do Cruzeiro Kristina Katarina, com o objectivo de divulgar os trajes tradicionais e cultura do Faial. De acordo com Maria José Gonçalves, directora daquele Estabelecimento de Ensino, “os formandos distribuíram informações sobre as nossas ilhas e tiveram o privilégio de fazer uma visita guiada ao navio.” Nesta iniciativa estiveram acompa-

nhados pelos utentes do CAO que confeccionaram bolachas que foram distribuídas no local. Os formandos do Curso de

Animador Sóciocultural estão no terceiro ano em breve terminam o seu Curso e estão prontos a integrar o mercado de trabalho.

FAIAl rEPrESENTAdO NO FESTIVAl GASTrONóMICO g Decorreu de 27 de Abril a 8 de Maio, na cidade do Porto, o festival de gastronomia açoriana. A iniciativa, que decorreu no restaurante Dom Tonho, propriedade do conhecido cantor Rui Veloso, teve como principal objectivo dar a conhecer os pratos da cozinha açoriana. O chef Henrique Gomes, cozinheiro do Fayal Resort Hotel, levou consigo 800kg de mercadoria, desde carne, peixe a vinhos. O cardápio apresentado contemplou polvo, queijo de São Jorge, lula, abrótea, atum, espadarte e muita carne. O chef Henrique Gomes foi o único a representar os Açores e teve como patronos a ccHI, cMHl, Banif Açores e SATA. Importa ressalvar que foram servidas uma média de 220 refeições por dia durante este Festival e que no Don Tonho e nas suas ementas vão ficar alguns pratos açorianos. JOVEM dE 21 ANOS dETIdO POr CulTIVO dE ESTuPEFACIENTES g Na sequência de investigações policiais, que culminaram no cumprimento de mandado de busca e apreensão, foi detido um homem de 21 anos de idade, natural e residente na Ilha do Faial, pela prática do crime de cultivo de produtos estupefacientes. Foram igualmente apreendidas 3,5 doses de Haxixe e 23 doses de cannabis Sativa – L. O detido foi presente ao Tribunal Judicial da comarca da Horta, para aplicação das correspondentes medidas de coacção. MArIA VANESSA luÍS é A NOVA PrESIdENTE dA JSd/FAIAl g Foram eleitos na passada semana os novos órgãos directivos da JSD na ilha do Faial, estrutura agora liderada por Maria Vanessa Luís (presidente), sendo Vânia Ladeira, cátia Alves e Débora Furtado os vice-presidentes e cátia Silveira, cláudio Remédios, Ivo cristo, Diogo Quaresma, Hugo Duarte e Nádia Furtado os vogais da nova comissão política de ilha. A mesa da Assembleia de Ilha é agora composta por Herlander Pacheco (presidente), Daniel Rafael (vice-presidente) e Mariana Furtado (secretária). Foram avançados três objectivos principais pela nova equipa, que pretende “reunir com as associações e instituições que envolvem a juventude, de modo a desenvolver soluções para os reais problemas dos jovens faialenses”, bem como “realizar workshops, formações e debates em áreas como o emprego, o empreendedorismo e a habitação jovem”, e ainda “aproximar os jovens à política, aumentando a estrutura política da JSD no Faial e toda a sua envolvência”, referiram os jovens social-democratas.

[vai acontecer] INAuGurAçãO bAr dA PrAIA dO POrTO PIM g Abre as suas portas ao público, no próximo dia 28 de Maio, o Bar da Praia do Porto Pim. Propriedade do OMA – Observatório do Mar dos Açores, a adjudicação daquele espaço foi atribuída a Emanuel Freitas, antigo adjudicatário do Jackpote café Bar. No entender do empresário, o bar tem toda as potencialidades para dar àquele espaço uma dinâmica diferente e interessante sem que se prejudique ou altere os fundamentos que atribuíram, durante este ano, a Bandeira Azul à Praia de Porto Pim, inserida, como é sabido, no Parque Natural do Faial. dIA dA FrEGuESIA dAS ANGÚSTIAS g A freguesia das Angústias inicia sábado, 28 de Maio, os festejos do Dia da Freguesia e da Padroeira. Assim sendo, para amanhã está marcada a regata “Senhora das Angústias”, prova esta integrada no campeonato de vela de botes baleeiros do Faial. Dia 4 de Junho vai ser celebrada uma missa solene em honra da Padroeira da freguesia e segundafeira, 6 de Junho, tem lugar a sessão solene comemorativa do Dia da Freguesia, na Sociedade Filarmónica União Faialense. Durante esta cerimónia serão homenageados Fernando Menezes e Madruga da costa. rAId FOTOGrÁFICO NO VulCãO dOS CAPElINhOS g Amanhã, dia 28 de Maio, o clickFaial organiza mais um raid fotográfico, desta feita na paisagem do Vulcão dos capelinhos. Os participantes deverão reunir-se pelas 09h00, no parque de estacionamento do centro de Interpretação do Vulcão dos capelinhos. Posteriormente, no dia 30 de Maio, será feita uma apresentação em sala, onde os participantes poderão ver as várias fotografias tiradas, e trocar impressões. Essa reunião será numa das salas do Fayal Sport club, a partir das 20h30. rOTEIrO FErNANdO PESSOA g Amanhã, 28 de Maio, a partir das 20h00, a Escola Profissional da Horta recebe um jantar no âmbito do Roteiro de Fernando Pessoa a Lisboa. Este jantar é organizado pelos alunos do curso de animador sociocultural, e as inscrições podem ser feitas ainda durante o dia de hoje, sexta-


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Maria José Silva Fotos: Carlos Pinheiro g O Jardim botânico do Faial reabriu domingo, dia 22 de Maio, após seis meses de obras, quando se assinala o Dia Internacional da biodiversidade, com várias actividades ao longo da tarde, nomeadamente, visitas guiadas, prova de chás, apresentação do filme promocional do Parque Natural do Faial e apresentação da página Sentir e Interpretar os Açores. O Secretário Regional do Ambiente e do Mar, Álamo Menezes, que presidiu a cerimónia de inauguração da obra de ampliação e reestruturação daquele jardim, classificando o Jardim botânico do Faial como “o jardim botânico de referência dos Açores”. O jardim botânico faialense, que no próximo mês celebra 25 anos de existência, tem “um significado grande do ponto de vista da visitação e da centralidade” que o Parque Natural do Faial tem vindo a assumir na promoção da ilha. Álamo Meneses lembrou, todavia, que o Jardim botânico do Faial, apesar de ser bonito, “não é destinado apenas à fruição”, sendo antes uma estrutura “que visa essencialmente a conservação da natureza e a manutenção da biodiversidade”. Uma das missões principais do Jardim botânico do Faial é a de promover a educação ambiental, “dando a mostrar às pessoas a nossa vegetação e a nossa flora. Aqui são colocadas de forma ordenada e com habitats semelhantes aos endémicos, espécies que são mais representativas e que têm um significado maior do ponto de vista da conservação da natureza”. Importa salientar que, no Jardim

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Jardim Botânico do faial um potenciador da preservação do ambiente botânico do Faial estão as plantas mais raras da Região, incluindo algumas que nem são nativas do Faial, porém “a missão porventura mais importante do Jardim é a de servir de repositório de segurança para a conservação das espécies – sublinhou Menezes. A este respeito, lembrou que uma das formas de conservar as espécies é a chamada conservação ex-situ, ou seja, fora lugar de origem, adiantando que o jardim faialense “funciona para todas as ilhas como esse sítio”, onde as plantas “são mantidas de forma segura e cuidada para que se acontecer alguma coisa no ambiente natural seja possível fazer a re-introdução nos sítios de onde essas plantas vieram”. Além do mais, associado a este jardim funciona também um banco de germoplasma, onde são mantidas sementes das espécies de plantas mais raras, para que tenhamos “mais uma outra via de segurança caso aconteça alguma coisa às plantas”. Aquela infra-estrutura, parte integrante do Parque Natural do Faial, onde é possível encontrar algumas das plantas mais raras dos Açores, já foi visitada por mais de 100.000 pessoas desde a sua criação em 1986. Na cerimónia de inauguração foi ainda homenageada a aluna beatriz Costa, vencedora das Olimpíadas do Ambiente. Em declarações aos jornalistas e a propósito deste investimento do executivo,

Álamo Menezes sublinhou a pertinência da conservação da natureza, e exemplo disso é o facto de já ter conseguido salvar da extinção a espécie “Verónica Dabney”, nativa da ilha das Flores.

APOSTAr lOCAl

NA

PrOduçãO

Ainda durante estas cerimónias de inauguração do Jardim botânico do Faial foram apresentados os chás da Casa

D’Avilas. Trata-se de uma colecção de ervas aromáticas que serão comercializadas no Parque Natural do Faial e, dentro em breve, em alguns estabelecimentos comerciais do Faial. De acordo com António Ávila, proprietário da Casa D’Ávilas, esta foi uma resposta a um desafio proposto pelo PNF. “O Parque Natural forneceu-nos algumas plantas que começámos a produzir

para vender. Neste momento já temos plantas prontas a comercializar e vamos avançar para outras espécies” – explicou o empresário que prossegue dizendo que “a Casa d’Ávilas está voltada para o futuro e esta sinergia é, para nós, uma maisvalia.” Erva cidreira, Erva Princípe, Hortelã e Neveda, são, para já, os produtos embalados prontos a ser comercializados.

“activa-te”

ESPAçO dE PrOXIMIdAdE

Semana da Saúde põe faial a mexer

A POlÍCIA AO SErVIçO dOS CIdAdãOS

Maria José Silva Fotos: Susana Garcia g O mês de Maio é considerado pela Organização Mundial de Saúde como o mês do Coração. Inserido neste âmbito a APADIF – Associação de Pais e Amigos dos Deficientes das Ilha do Faial, organizou uma Semana inteiramente dedicada à saúde, sob o mote “Activa-te”. Palestras, rastreios, desporto, jogos e informação, muita informação, foram as palavras de ordem durante estes dias que reuniram centenas de pessoas, desde miúdos a graúdos. TRIbUNA DAS ILHAS esteve à conversa com Glória Neves, uma das mentoras deste projecto, que nos explicou que a ideia de levar por diante este evento surgiu por parte do Atelier da Saúde do Centro de Inclusão Juvenil que resolveu dinamizar durante o mês do coração vários ateliers. Os temas abordados durante esta Semana da Saúde foram muito diversificados e tiveram como objectivo abranger o número máximo de pessoas possível. “A adesão a este evento foi muito boa. Fizemos um convite às escolas e aos Centros de Convívio dos Idosos, e direccionamos os temas para as várias faixas etárias” – explica Glória Neves que diz ainda que “as crianças reagem

P P O O l l Í Í C C I I A A d d E E

muito bem a todas estas iniciativas. São muito curiosas e mostram-se muito atentas a tudo o que lhes é transmitido.” Depois de uma semana de trabalhos, Glória Neves diz ao TRIbUNA DAS ILHAS que gostava de ver acontecer uma “mudança de hábitos. Um dos principais objectivos desta iniciativa é o tentar fazer com que as populações mudem hábitos de vida. ATElIEr dE SAÚdE Dentro do atelier de saúde, de acordo com Glória Neves, são abordadas questões relacionadas com a sexualidade, com as doenças sexualmente

transmissíveis, hábitos alimentares, higiene oral e higiene diária, sempre em colaboração com o Centro de Saúde da Horta, cujo público alvo são jovens em risco de abandono e absentismo escolar. Instada a pronunciar-se sobre as principais problemáticas abordadas pelos jovens utentes, Glória Neves diz que “os problemas familiares são a base dos estigmas pelos quais são afectados os nossos utentes. A escola também tem um papel muito preponderante, porque a maior parte dos jovens têm pouco aproveitamento escolar. Nós tentamos dar um acompanhamento aos estudos.”

S S E E G G u u r r A A N N ç ç A A

burlAS E burlõES – (PArTE-I) O chegar da estação do Verão, exige da P.S.P. um maior rigor e atenção no cumprimento das suas missões específicas, com especial incidência para os capítulos; da manutenção da ordem pública, do aumento da circulação rodoviária e da protecção de bens de terceiros, por inerência do aumento de circulação de pessoas, seja por motivos de férias, festas ou tão-somente pelo desfrutar de condições atmosféricas por excelência). Estes pressupostos em muito contribuem para a mudança ou aligeiramento de comportamentos e regras sociais por parte do cidadão que facilmente se coloca na condição de vítima/lesado. Lamentavelmente a P.S.P., continua a verificar/detectar que de forma dissimulada na sociedade, continuam a existir pessoas com grande apetência para tomarem conta do alheio (furtos ou apropriação ilegítima) ou ludibriarem aqueles que se lhe afiguram mais vulneráveis tais como crianças, mulheres, idosos ou pessoas que por circunstâncias geográficas residam em sítios isolados, agindo com astúcia. dEFINIçãO dE: BURLA – Acto de burlar; engano fraudulento; embuste; trapaça BURLÃO – aquele que pratica burla; aquele que engana; trapaceiro Crimes contra o património em geral Artigo 217º burla – Código Penal Português 1 - Quem, com intenção de obter para si ou para terceiro enriquecimento ilegítimo, por meio de erro ou engano sobre factos que astuciosamente provocou, determinar outrem à prática de actos que lhe causem, ou causem a outra pessoa, prejuízo patrimonial é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa. 2 - A tentativa é punível. 3 - O procedimento criminal depende de queixa. 4 - É correspondentemente aplicável o disposto no artigo 206º e na alínea a) do artigo 207º. No próximo espaço, elencar-se-ão algumas das características específicas que ajudaram o cidadão a identificar com maior facilidade um burlão e a melhor proteger-se.

P P Ú Ú b b Eventuais esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à l l P.S.P. da Horta, por correio electrónico: cphorta@psp.pt I I Contactos: Telefone – 292208510 Fax - 292208511 C C A A PrOGrAMA INTEGrAdO dE POlICIAMENTO dE PrOXIMIdAdE


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Susana Garcia g O cabeça de lista do bE pelo círculo dos Açores apresentou na passada sextafeira a sua lista de prioridades políticas para a Região. José Cascalho chamou a atenção do eleitorado para a actual situação de crise em que se encontra a Região e o País, alertando para o aumento da taxa de desemprego. Para o bloquista, o facto dos “desempregados que têm subsídio serem mais de 50%, a alteração unilateral do spred dos empréstimos dos bancos, a introdução das taxas moderadoras pelo Governo de Carlos César, são um fio de meada que se vai desenrolando”. O candidato acusou mesmo outros partidos, nomeadamente PS, PSD e CDS-PP, de terem subscrito “o caminho da submissão ao programa do FMI, de recessão e de desemprego”. “É contra esta situação que o bE/Açores apresenta soluções para um caminho alternativo, um caminho para o crescimento, para o emprego e para justiça social”, refere José Cascalho, apontando para a necessidade de se fazer uma auditoria da dívida externa pública e privada com o objectivo de se saber a quem devemos, o que devemos e como devemos. Segundo o candidato, o que o bE quer “é uma factura discriminada”, de forma a que os portugueses possam saber o que lhes compete pagar. Para Cascalho, a componente da dívida que é da respon-

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Bloco de esquerda quer “renegociar a dívida para defender os açores” sabilidade dos bancos e dos privados não deve ser paga pelo comum dos contribuintes. O bE entende que é fundamental uma renegociação da dívida, de forma a conseguir obter prazos alargados com taxas de juro comportáveis e condições de cumprimento razoáveis que acompanhem a recuperação económica. Para o candidato, não há tempo a perder: “exigimos já essa renegociação. Não podemos esperar que a recessão nos enterre até ao pescoço com dívidas galopantes como está já a acontecer com países como a Grécia e a Irlanda”, afirma, reforçando que “só com essa renegociação é que conseguiremos evitar o colapso financeiro”. Na opinião do cabeça de lista do bE, só através da renegociação da dívida é possível aos Açores garantir o cumprimento da Lei das Finanças Regionais, as competências legislativas inscritas no Estatuto Político-Administrativo, em suma, “garantir o dinheiro para fazer face à grave crise que as pessoas e as empresas estão já a atravessar nesta Região e que piora de dia para dia”. PrOGrAMA ElEITOrAl PrOPõE SEIS PrIOrIdAdES O cabeça de lista do bloco considera

que “é preciso defender as pessoas, já penalizadas pela distância e pelo isolamento, pelas baixas pensões, pelo elevado custo de vida, pela precariedade, pela falta de respostas às suas competências e qualificações…”. É perante este contexto nacional e regional que o bE/Açores propõe seis prioridades. Uma delas é a abolição das taxas moderadoras na saúde. Para Cascalho é “incompreensível que numa altura em que aumenta o desemprego e que há mais precariedade, se avance com taxas moderadoras para a Região”, e esta medida “só afastará os utentes dos cuidados médicos preventivos”. “Exigimos trabalho com direitos. É preciso criar emprego para a economia crescer”, considera também o bE/Açores, que defende contratos a prazo pelo máximo de um ano e o fim dos falsos recibos verdes. O bE apela a um regime de excepção para o IVA, para a electricidade e para o gás, considerando que só desta forma será possível “salvaguardar a competitividade das empresas e a sobrevivência de muitas famílias carenciadas da Região”. Pretende também proteger os aeroportos dos Açores. “Queremos uma taxa para dividendos da ANA privatizada e queremos a defesa da NAV 2”, disse. “Com a

bE Cascalho apresentou programa eleitoral na horta

privatização da ANA anunciada pelo PS, PSD e CDS-PP, ao abrigo da assinatura do memorando da Troika, quem vai garantir um serviço de qualidade nos aeroportos deficitários dos Açores?”, questionou o primeiro candidato do bloco na Região. O bloquista criticou duramente a política de privatizações previstas no memorando da Troika, nomeadamente dos CTT. “Os CTT prestam um serviço público em todo o território nacional e a sua privatização irá inevitavelmente reduzir a qualidade dos serviços nas zonas mais pobres e isoladas, como em muitas zonas dos Açores”, considera. Por fim, o último ponto das prioridades

é dedicado à defesa do Estado Social. Cascalho considera que “o fim do abono de família, o congelamento de pensões, a redução nas reformas e a redução das comparticipações dos medicamentos trazem um significativo aumento da pobreza e da desigualdade da região com o qual nós não podemos pactuar”. Para o bE/Açores “quanto mais pobre for a economia mais ela será incapaz de responder ao problema da dívida, por isso insistimos em que ter responsabilidade e seriedade é renegociar a dívida para romper o ciclo de recessão e de endividamento em que já mergulhámos”, terminou José Cascalho.

"fosso ideológico" entre PPM e PSd não permite coligação g O presidente do PPM, Paulo Estevão, rejeitou, na passada semana uma coligação entre o Partido Popular Monárquico e o Partido Social Democrata, alegando um "profundo desacordo" com a maior parte do programa eleitoral do PSD e admitindo mesmo que existe um "fosso ideológico" que separa actualmente os dois partidos. As declarações foram proferidas na Horta durante a conferência de imprensa de apresentação do seu manifesto. O PPM defende o “corte radical na despesa pública, eliminando no processo institutos, fundações, parcerias público-privadas, empresas municipais, grandes obras públicas, a frota automóvel da administração pública e todos os desperdícios e excessos de cada uma das 13 740 entidades públicas” – sublinhou Estêvão, que defende ainda o apoio às empresas nacionais, através de uma redução da carga fiscal e da concessão de linhas de crédito. A alteração da regulação laboral, no sentido de motivar a criação de emprego no sector privado e a recuperação do potencial da oferta de emprego no sector agrícola é outra das reivindicações monárquicas. O programa de privatizações não agrada aos monárquico porque “são sectores essenciais para o exercício da nossa soberania”. O PPM reitera uma congelação da escolaridade obrigatória, uma reposição dos níveis de exigência no sector educativo, recuperação da autoridade do professor, desburocratização da actividade docente e melhoria dos currículos escolares. Propõe também um incremento da pesca a grande profundidade, um aumento da aquacultura, e uma maior a fiscalização das águas nacionais. No que à justiça diz respeito Paulo

PPM Estevão visitou o Museu da horta e o Mercado Municipal

Estevão é apologista de uma “completa independência ao poder judicial, colocando a polícia judiciária sob a tutela exclusiva do ministério público” e defende “fusão da PSP, da GNR e da Polícia Marítima numa única grande força policial sobre a dependência do Ministério da Administração Interna”. Os monárquicos pretendem uma manutenção do Serviço Nacional de Saúde, a profissionalização da gestão hospitalar e contenção nas despesas de funcionamento. “Somos ainda contra a introdução das taxas moderadoras e queremos atacar de frente o crónico problema da falta de médicos, procedendo a um grande aumento das vagas dos cursos de medicina” – afirmou. O manifesto do PPM tem ainda uma rubrica dedicada às autonomias regionais. Dentro deste âmbito pretende implementar a “consagração constitucional dos princípios e garantias que devem nortear as transferências do Estado para os orçamentos regionais” e a “criação de uma Euro-região Atlântica que integre os Arquipélagos dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde”, no sentido de estrategicamente projectar e integrar o

triangulo marítimo que liga a Europa aos continentes americanos e africanos. Paulo Estevão está consciente de que eleger um deputado para a Assembleia da República não será uma tarefa fácil, todavia está convicto num bom resultado no círculo fora da Europa, que tem como candidato Gonçalo da Câmara Pereira. MJS ESTEVãO dEFENdE APOSTA NA CulTurA PArA COMbATEr A CrISE

Paulo Estevão escolheu o Faial para iniciar o período oficial de campanha e começou pelo Museu da Horta, onde defendeu a valorização da cultura e do património como uma das medidas para atacar a crise. “O que propomos é uma muito maior ligação dos sectores da cultura e do património à promoção e valorização turística, assim como ao mundo empresarial”, referiu o candidato. Nesse sentido, Estevão diferenciou o posicionamento programático do PPM em relação ao PSD e ao CDS-PP, já que entende que esses partidos relegam a cultural “para um lugar secundário”, e também em relação ao PS, “que geriu a cultura como um feudo par-

tidário e desbaratou o dinheiro do sector em institutos e fundações pagas pelo Estado mas com uma vocação exclusivamente partidária”, disse. Para Paulo Estevão, nos Açores “os museus e sítios de interesse cultural ou natural não estão eficazmente ao serviço do desenvolvimento económico”. O candidato considera que “os horários são desadequados e os períodos de encerramento durante a época alta do turismo são incompreensíveis”. “Nestes tempos de necessidade de crescer economicamente, esta gestão do potencial dos museus e de outros sítios de interesse não é aceitável”, referiu. As funcionárias do Museu da Horta não autorizaram os jornalistas presentes a filmar a acção de campanha, alegando ordens directas do director regional da Cultura. Paulo Estêvão insurgiu-se com a situação uma vez que, segundo fez saber aos órgãos de comunicação social em comunicado emitido após a visita, a acção tinha sido autorizada, apenas com a ressalva das declarações finais do candidato serem filmadas no exterior do Museu. “Este episódio de boicote a uma acção eleitoral imbuída das melhores intenções em relação à divulgação e valorização dos museus portugueses é bem demonstrativo do ambiente de falta de liberdade e revela a quase completa simbiose que existe entre o PS e a administração regional. A confusão de papéis e fidelidades é total. Vive-se hoje nos Açores uma atmosfera geral de falta de liberdade e de acosso às oposições”, considera Estêvão. MP PAulO ESTEVãO quEr VAlOrIzAr PrOduçãO rEGIONAl E NACIONAl

No âmbito da campanha eleitoral para as

eleições legislativas de 5 de Junho, Paulo Estêvão, presidente da Comissão Política Nacional do PPM, e cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral dos Açores, visitou o Mercado da Horta, com o objectivo de valorizar os produtos agrícolas portugueses e incentivar a população a consumir produção nacional. No seu entender, só assim será possível “aumentar o rendimento dos produtores nacionais, a oferta de emprego, equilibrar a balança comercial de Portugal e diminuir a dependência alimentar do país em relação ao exterior”. Paulo Estêvão deparou-se com as queixas dos empresários do Mercado, que protestam pela falta de condições daquele espaço para vender os seus produtos e da falta de estacionamento. Em declarações à Comunicação Social no final desta visita, o cabeça-de-lista monárquico mostrou-se insatisfeito com o “desleixo e abandono” que encontrou naquele espaço comercial afirmando que “a ideia desta visita ao mercado foi no sentido de sensibilizar a população e os açorianos a consumirem a produção que é nossa, mas as condições que lhes são oferecidas para poderem trabalhar são miseráveis”. “Portugal produz apenas 27% dos produtos alimentares de que necessita”, salienta com preocupação o candidato, acrescentando que “o preço dos produtos nos mercados internacionais está a subir muito significativamente devido ao aumento do consumo da China e da Índia”, o que faz com que haja carência de produtos nalgumas áreas. O PPM entende que muito se tem chamado a atenção para a necessidade de diversificar o sector agrícola mas pouco ou nada tem sido feito por parte das autoridades regionais e nacionais. SG


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g Lídia bulcão visitou o Quartel do Carmo e manifestou a sua intenção de unir esforços com os restantes deputados açorianos da República no sentido de defender que o património militar passe, definitivamente, para a posse da Região. “O crescente abandono de grande parte do nosso património é preocupante. Os nossos fortes militares estão abandonados há décadas e, mais recentemente fechou portas o Quartel do Carmo, embora se saiba que a autarquia o utilize como armazém” – afirmou Lídia bulcão que defende que aquele edifício deveria ser utilizado como forma de valorizar, não só o património como a ilha em si: “este património é do Estado e devia ser devidamente entregue à Região” – reforça. Lídia bulcão alega ainda que “muitos são os faialenses que não conhecem os fortes militares da ilha, era interessante dinamizar aqueles espaços, quiçá com fins turísticos, educativos, museológico, porque merece ser visto”. MJS PSd dEFENdE CrIAçãO dE MEIOS PArA ESCOAr O PESCAdO dOS AçOrES

A terceira candidata do PSD à Assembleia da República pelo Círculo Eleitoral dos Açores dedicou a passada quarta-feira aos assuntos do Mar. Lídia bulcão reuniu com associações representativas dos pescadores, e foi visitar uma empresa de reparação naval faialense.

Tribuna das Ilhas

“Património militar deve ser devolvido à região” – Lídia Bulcão Na área das pescas a candidata chamou a atenção para as dificuldades de escoamento do pescado para o mercado nacional e internacional. “Neste momento o problema na ilha não é a falta de peixe, mas a dificuldade em fazê-lo chegar aos mercados”, considerou, garantido que o PSD está já a pensar em possíveis soluções para este problema, como a criação de um cargueiro aéreo. Para a candidata, “a economia do mar é fundamental para dar a volta à situação económica do país”, e chama a atenção para uma análise integrada das potencialidades do mar. MP

que se vão debater a partir do momento em que o 12.º ano seja obrigatório”. Lídia bulcão sublinhou que “o PSD pretende implementar o programa Qualificação Mais, com o objectivo de resolver o problema do aparecimento de alunos com muitas qualificações mas sem mercado de trabalho”. Outro dos aspectos que mereceu atenção por parte da candidatura laranja a São bento prende-se com o crescente aumento de alunos com dificuldades económicas e com recurso ao apoio social. No caso da ESMA, o valor atinge os 40% da população estudantil. MJS

PrOGrAMA quAlIFICAçãO MAIS

rTP/A dEVE FICAr dE FOrA dA PrIVATIzAçãO dA rTP

Lídia bulcão visitou esta semana a Escola Profissional da Horta e a Escola Secundária Manuel de Arriaga. “Resolvemos reunir com os dois estabelecimentos de ensino no mesmo dia porque, para além de serem ambos da área da educação, estão cada vez mais relacionados, ou não tivesse existido um alargamento da escolaridade obrigatória. Esse alargamento acarreta uma urgência de maior articulação entre o ensino profissional e o ensino regular” – justificou Lídia bulcão que acrescenta também que “as escolas ainda não estão nem preparadas, nem conscientes para as dificuldades com

Mota Amaral, em visita às instalações da RTP Açores no Faial, defendeu que a privatização da RTP não deve estender-se à RTP/Açores. O candidato entende que a manutenção do serviço público de rádio e televisão no arquipélago deve continuar a ser financiado pelo Estado, mas considera que os encargos com a RTP são actualmente “insuportáveis” para o país. Esteve também na Estação RádioNaval da Horta, onde frisou que “o PSD é contra” a transferência da maior parte dos seus serviços para São Miguel. “Faremos tudo para que essa posição seja

PSd Os social-democratas visitaram o quartel do Carmo

revista” considerou.

MP

lÍdIA bulCãO AlErTA PArA A NECESSIdAdE dE INCENTIVAr A NATAlIdAdE

Na passada semana, a terceira candidata do PSD pelo Círculo Eleitoral dos Açores às legislativas do próximo dia 5 esteve na Casa de Infância de Santo António, onde se quis inteirar das dificuldades daquela instituição. No final da visita, Lídia bulcão salientou que um dos objectivos dos socialdemocratas é “defender o incentivo à natalidade e recentrar o apoio na família”. Para

tal, entende ser necessário “estimular o investimento numa rede de creches mais próxima dos pais”, de forma a dotar todo o país de uma rede deste tipo de equipamentos que seja flexível. “Também pretendemos trabalhar para ampliar a rede de amas credenciadas pela segurança social”, acrescenta. Lídia bulcão ressalva que estas áreas são importantes para o PSD, e que o partido não quer destruir o Estado Social, “ao contrário do que se diz”. “Nós queremos é precisamente defender o Estado Social, mas para que ele possa existir é preciso que seja sustentável”, considera a candidata. MP

cdu inicia campanha no faial com Sindicatos g José Decq Mota, cabeça de lista pela CDU às legislativas iniciou a campanha eleitoral na ilha do Faial com uma reunião com a União de Sindicatos da Horta. Desemprego e emprego precário foram as palavras de ordem durante este encontro entre comunistas e sindicalistas. No final da reunião, em declarações aos jornalistas, José Decq Mota afirmou que “o desemprego assume proporções preocupantes e a fraca capacidade que temos em resistir à recessão que está a ser introduzida na economia cria inúmeras dificuldades” – afirma. De acordo com os sindicatos, a actividade que mais pessoas fornece ao desemprego é a construção civil, seguida da administração pública nas vertentes da educação e da saúde. A este respeito o comunista diz ainda que “é preocupante a questão dos recibos verdes que se praticam na função pública.” O candidato José Decq Mota propõe, ao

g A candidata socialista Vera Lacerda visitou as obras em curso dos Centros de Convívio e Comunitário da freguesia da Conceição e dos Flamengos. No final da visita Vera Lacerda reiterou a importância destes equipamentos, na medida em que permitem proporcionar um final de vida mais activo e salutar aos idosos. “O investimento governamental feito nestes dois equipamentos foi significativo, pelo que importa agora dinamizar. Este tipo de equipamentos depende da Segurança Social, que depende de transferências do Orçamento de Estado. Neste cenário, privatizar a segurança social com pretende o PSD pode implicar uma perda de parte do orçamento que anualmente a Região recebe para esse fim” – afirmou a socialista. MJS AMPlIAçãO dA PISTA dO AErOPOrTO dA hOrTA NO CAdErNO dE ENCArGOS dA PrI-

Cdu decq Mota mostrou-se também preocupado com o sector das pescas

nível da República, “uma política que permita a expansão da economia e dos sectores da agricultura e da pesca, que podem voltar a assumir no contexto da economia nacional, um papel relevante”. O candidato da Coligação defende que “é preciso outra orientação, em que fundamentalmente, a economia produtiva volte a estar no centro.” MJS

dECq MOTA PrOMETE dEFENdEr AMPlIAçãO dA PISTA dO AErOPOrTO dA hOrTA “COM uNhAS E dENTES”

Na passada sexta-feira, o cabeça-delista da CDU esteve no Aeroporto da Horta. No final da visita, José Decq Mota voltou a manifestar-se contra a privatização

da ANA e reiterou o carácter “urgente” da necessidade de ampliação da pista. Sobre esta questão, o candidato apontou o dedo aos responsáveis políticos da Região, dizendo que tentaram criar a ilusão de que a execução da obra teria de estar de algum modo associada à privatização da ANA. Para Decq Mota, a ampliação da pista do Aeroporto da Horta tem de estar na agenda política: “um futuro deputado da CDU/Açores na Assembleia da República defenderá esta questão com unhas e dentes”, referiu. MP Cdu EM CONVErSAçõES COM PrOduTOrES dE PESCAdO

José Decq Mota reuniu com a APEDA – Associação de Pescadores de Espécies Demersais dos Açores. No final da visita, em declarações ao RIbUNA DAS ILHAS, José Decq Mota afirT mou que em análise esteve o conceito da

pesca sustentada: “é hoje claro que a actividade da pesca é uma actividade muito importante mas, para que ela exista tem que haver uma sustentabilidade e isso só se garante se houver uma forma de exercer a pesca que tenha em conta os recursos, sua preservação, reprodução e a sua boa gestão”. O candidato a São bento considera que cabe à República a negociação de todos os aspectos que dizem respeito ao cumprimento dos tratados internacionais e europeus. A esse respeito afirma que “os deputados açorianos à Assembleia da República, e se for eleito seguirei essa orientação, terão que ter, sobre o sector das pescas e todas as suas envolvências e implicações, uma intervenção permanente. Não se tratam apenas de problemas autonómicos de gestão, tratam-se de problemas nacionais que têm que ser atentados” – conclui. MJS

Vera Lacerda preocupada com idosos VATIzAçãO dA ANA Ricardo Rodrigues esteve no Faial esta semana e acompanhou Vera Lacerda nas suas acções de campanha., desta feita numa visita à Casa de Infância de Santo António. Na agenda dos candidatos esteve também o Aeroporto da Horta. Sobre os Aeroportos da Região, Ricardo Rodrigues quis marcar o que considera serem as diferenças das opções socialistas e social-democratas no que à privatização da ANA – Aeroportos de Portugal, SA diz respeito. Ambos os partidos defendem a privatização da empresa, no entanto o PS defende que o processo deve integrar todos os aeroportos, incluindo os açorianos, enquanto o PSD defende que estes devem ficar sob a tutela da Região. Para Rodrigues, há inves-

PS Vera lacerda visitou as obras dos Centros de apoio a idosos no Faial

timentos que precisam de ser feitos nos Aeroportos da Região, com destaque para a ampliação da pista do Aeroporto da Horta, e essa responsabilidade caberá sempre à

ANA, da parte de quem há “um compromisso antigo” em relação à obra: “no PS, queremos que esses investimentos fiquem incluídos no caderno de encargos da priva-

tização”, refere Rodrigues, lembrando que, se os aeroportos passarem para a tutela da Região, custarão aos açorianos “10 milhões de euros anuais”, acrescidos dos custos inerentes aos investimentos em falta. A visita à Casa de Infância de Santo António serviu para os candidatos socialistas reiterarem as suas preocupações em relação à manutenção do Estado Social, tema que tem motivado muitas trocas de acusações entre os dois principais partidos do espectro político nacional nesta campanha eleitoral. Para Ricardo Rodrigues é preciso salvaguardar este apoio, principalmente numa conjuntura de crise como a que se vive actualmente, onde a necessidade de efectuar cortes orçamentais é mais evidente. MP


cultura

Tribuna das Ilhas

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o mundo que eu vi Sozinho, num pequeno barco à vela, percorreu todos os caminhos do mar para dar a volta ao mundo. Não satisfeito, voltou a fazê-lo uma segunda vez, procurando um percurso mais difícil, que apenas alguns bravos lobos-do-mar tentaram. Poucos personificarão tão bem o espírito aventureiro e a paixão pelo oceano. A sua última aventura, no entanto, não foi aos comandos do leme, mas sim da caneta. O pescador fez-se escritor para relatar as suas viagens, e pelo caminho deixou muito de si naquilo que escreveu. Genuíno Madruga viu o mundo de uma perspectiva única, e agora conta o que viu. Marla Pinheiro Foto: Carlos Pinheiro g O Mundo que Eu Vi tem a chancela da Ver Açor, e foi apresentado ao público na passada sexta-feira, onde todos os velejadores se sentem em casa. O Peter Café Sport atingiu a sobrelotação, já que foram muitas as pessoas que não quiseram deixar de marcar presença neste lançamento, que teve até honras de banda filarmónica, com a Unânime Praiense, da freguesia do velejador. Em conversa com o TRIbUNA DAS ILHAS, Genuíno conta que “a ideia deste livro é antiga”, e os escritos que o povoam foram feitos em ocasiões diversas. “Determinadas

o genuíno livro de GenuÍno partes foram escritas há algum tempo, algumas mesmo durante a viagem. Certas coisas foram até escritas à mão, em diferentes ocasiões”, explica. No entanto a maior parte da escrita foi feita após a segunda viagem de circum-navegação, terminada em 2009. Pescador e aventureiro, para este lobodo-mar foi bem mais fácil manobrar o Hemingway à volta do mundo completamente sozinho do que manobrar a caneta para contar o que viu nessas viagens: “Eu não sou escritor. A minha vida é outra… O meu relacionamento com as letras vem da leitura dos jornais, dos livros… Escrever é completamente diferente. Por isso tudo isto foi um pouco mais penoso para mim”, conta, confessando que, nesta viagem, contou com uma “tripulante” especial: “tive a preciosa ajuda da beatriz, pois se não fosse ela ainda não tinha chegado ao fim”, diz, referindo-se à esposa. Confirma-se portanto que “atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher?”, atirámos, à laia de provocação. A resposta do velejador foi pronta: “Atrás não. Sempre ao meu lado”. Quanto ao resultado final, Genuíno garante que este livro é isso mesmo, genuíno. Escreveu-o com o coração, emocionouse com as recordações e deixou grande parte de si nas páginas que foram surgindo. Assim, O Mundo que Eu Vi acaba por ser uma espécie de mistura entre um diário de bordo e uma auto-biografia, como reconhece o autor. “O livro tem muito de mim. Tem um pouco do meu passado, que se confunde com a vida dos pescadores de há algum tempo. E tem sobretudo relatos de acontecimentos, de pessoas que conheci, daquilo que vi pelo mundo. E fotografias, muitas fotografias que eu fui tirando”, diz. O Mundo que Eu Vi tem prefácio do presidente do Governo Regional, Carlos César, e, como refere Genuíno, conta ainda com “testemunhos de grandes amigos” do velejador: “Fernando Menezes, Mota Amaral, e um grande escritor ligado às artes do Mar, o João Gomes Vieira. E também o Sidónio bettencourt, que toda a gente conhece por outras ondas, as da rádio…”, enumera o autor.

Escrever o livro permitiu a Genuíno abrir o baú das memórias e recordar as duas viagens à vela à volta do mundo em solitário. “Muitas lágrimas me correram pela cara enquanto escrevia e recordava tantos acontecimentos, tantas pessoas que conheci por esse mundo fora… Muito do que vivi e passei não consegui traduzir em palavras”, confessa. “E essas recordações abriram-lhe o apetite?”, perguntámos. A resposta foi dada com um grande sorriso, daqueles que os heróis esboçam quando pensam em novas aventuras: “Se pudesse não estava hoje aqui”, diz, em tom de brincadeira. “Então e se houver a possibilidade de partir em mais uma viagem?”, insistimos. “Força não falta, e vontade também não”, garante.

ACIMA dE TudO PESCAdOr Na sexta-feira, Genuíno recebeu os muitos convidados que quiseram marcar pre-

sença na apresentação do seu livro. brindou-os com autógrafos, e depois fez o que de melhor sabe fazer: trocou de roupa e foi pescar. “Gosto mais de ser pescador do que escritor. Dou-me melhor no mar que nos escritos”, confessa. Pescar faz parte da essência de Genuíno, que não se imagina a fazer outra coisa, apesar de reconhecer que, hoje em dia, a pesca traz muitas dores de cabeça àqueles que dela sobrevivem. “Hoje ser pescador é estar inserido numa actividade com muitas incertezas. Quem está à frente do sector das pescas deve ter algumas interrogações importantes. Actualmente há menos peixe, e nos Açores há uma frota sobredimensionada para os recursos que nós temos, no que diz respeito ao peixe de fundo. Acho que devemos aproveitar outras pescarias, como os grandes atuns; grandes migradores que todos os anos passam aqui. Agora, por

exemplo, não faltam aí rabilhos… O nosso futuro terá de passar por este tipo de pescarias, e, se não forem os açorianos a fazê-las, outros virão. De certeza!”, refere. Ao pescador aventureiro, que agora também é escritor, esperam-lhe as responsabilidades próprias dos autores que têm livros promissores a promover. Genuíno regressou do mar na madrugada de terça-feira, e ao início da tarde veio à redacção para dois dedos de conversa. No dia seguinte partiu para Lisboa, e vai passar também por São Miguel para promover o livro. Segundo nos conta, “já se começa a pensar em promover o livro nos Estados Unidos e no Canadá, e também na América do Sul e no Uruguai”. A segunda edição de O Mundo que Eu Vi também deverá estar perto da realidade. A primeira edição teve 3500 exemplares e, de acordo com o autor, a procura pela obra está a corresponder às expectativas.

MiSSa do 1.º aniVerSário

Valdemar Dias Simões A esposa e filhos, na impossibilidade de o fazer pessoalmente servemse deste meio, para informar que mandaram celebrar uma missa no dia 31 de Maio, pelas 19H00 na Igreja de Nossa Senho-ra das Angústias, por alma do seu familiar. Informa ainda, que igualmente, vai celebrar no dia 2 de Junho, nova missa por altura da passagem do primeiro ano do seu funeral à mesma hora.

câMara MuniciPaL da Horta aViSo HaSta PúBLica Nos termos do disposto no n.º2 do artigo 28.º do Regulamento do Mercado Municipal,faz-se público que irá ter lugar a arrematação de duas lojas do Mercado Municipal. (Lojas 1 e 5). Para o efeito informo: a) Valor base de licitação: 100€ b) Valor do lance mínimo: 5€ c) Local da praça: Paços do Concelho d) Data e hora da praça: Pelas 14:00 horas do dia 16 de Junho de 2011 e) Condições de admissão dos concorrentes: serão admitidos os interessados que provem estar legalmente autorizados a exercer este tipo de actividade e que se proponham realizar actividades comerciais não interditas pelo Regulamento do Mercado Municipal. Todas as entidades devedoras à Câmara Municipal da Horta estão impedidas de apresentar candidatura caso não regularizem a sua situação perante a mesma até às 14:00 horas do dia anterior à data da Praça. f) Os interessados deverão proceder a uma pré-inscrição, no prazo de 10 dias úteis, a contar da publicação do presente edital. Para melhor conhecimento do processo de arrematação, os possíveis interessados deverão contactar o Serviço de Taxas e Licenças do Município da Horta durante o horário de expediente. Paços do Município, 18 de Maio de 2011 O Presidente da Câmara, João fernando Brum de azevedo e castro


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No sentido de informar, com o maior rigor e transparência, o eleitorado da região Açores que vai participar no importante acto cívico de 05 de Junho próximo, do qual resultará a constituição de nova Assembleia da república geradora de um Governo de Portugal para um período extremamente difícil da sua história secular e atendendo a que a nossa região Autónoma é parte integrante deste país, do qual dependem diversos aspectos da vida e do progresso regional – desejamos propor a cada uma das listas dos Partidos concorrentes ao sufrágio pelo círculo açoriano uma declaração de intenções que responda à seguinte questão:

Fernando Melo

o que cada part

No caso da eleição de um ou mais elementos da lista d referentes à região Autónoma serão tratados ou defe constrangimentos que ainda impedem ou dificultam, nes

cdS-PP açoreS: PS /açoreS PSd/ açoreS: artur lima ricardo rodrigues João Bosco mota amaral

g Existem e sempre existirão questões de interesse para a Região Autónoma dos Açores que necessariamente terão de ser defendidas na Assembleia da República. Coisa que os deputados do PS eleitos pela Região têm feito muitíssimo mais do que qualquer outro partido. Julgo, por isso, dever esclarecer em primeiro lugar que o Partido Socialista está frontalmente contra a intenção do PSD, no que se refere à gestão dos aeroportos dos Açores. A peregrina ideia dos socialdemocratas de privatizar a exploração dos aeroportos açorianos, actualmente geridos pela ANA, visa apenas aumentar substancialmente os encargos financeiros para a nossa Região. Note-se que se tal pretensão se concretizasse os açorianos teriam de suportar um custo extra no valor próximo dos dez milhões de euros. Isto é, estaríamos apenas a aumentar despesas e por aí a impedir o desenvolvimento regional. Com excepção do PSD, todos sabemos que, por exemplo, só o aeroporto de Santa Maria representa um défice operacional de seis milhões de euros, valor que tem sido suportado pela solidariedade nacional com os governos do Eng.º José Sócrates e na mesma situação estão os aeroportos de Ponta Delgada, Horta e Flores. Neste sentido, a proposta do PSD, ao pretender desfazer-se dessas infra-estruturas e lançar à Região maiores custos, roça a irresponsabilidade ou pelo menos revela um total desconhecimento da nossa realidade açoriana. Outra questão relevante referese à RTP/Açores. A dispersão geográfica dos Açores, as suas especificidades sociais e culturais, os laços de afectividade à sua diáspora e a impossibilidade no cumprimento de um serviço público regional de televisão, por parte do canal

público nacional, constituíram os motivos para a criação de um canal de televisão nos Açores, a suportar pelo Orçamento do Estado, mas com responsabilidade editorial e de programação próprias, assim como de autonomia de gestão orçamental e de investimento. Considerando a sua importância, o PS tudo fará para que a RTP/Açores se mantenha. Neste sentido e sabendo-se que ao Estado cabe a responsabilidade do serviço público de televisão, queremos que a RTP/A também se desenvolva, visando a divulgação da nossa cultura, a vivência da Autonomia, a promoção da imagem dos Açores no mundo e o reforço dos laços afectivos com as comunidades emigrantes açorianas. O PSD, na sua obsessão de privatizar, acabaria definitivamente com este elo de ligação entre açorianos. Note-se que todos os estados americanos e europeus, mesmo aqueles que na Europa tiveram intervenção do FMI, a exemplo da Irlanda e da Grécia, têm canais públicos de TV. Por tudo isso, reafirmo a intenção e a total disponibilidade do PS para manter este importante instrumento ao serviço da Região Autónoma dos Açores. Finalmente, é sabido que o Partido Socialista pretende manter a actual Lei de Finanças das Regiões Autónomas. Isto porque entre outros factores este diploma comporta mecanismos de adaptação a momentos de dificuldade, como aquele que agora passamos. Ora, os Açores têm vindo a beneficiar de uma diferença na carga fiscal, relativamente ao País. Neste sentido e atendendo ao período que atravessamos, considero que neste momento de crise esta foi a melhor solução possível, porque temos também de ser solidários pela nossa participação na solução nacional. É importante esclarecer que esteve em discussão a possibilidade de se proceder a uma uniformização de impostos em todo o território nacional. Assim sendo, manter a discriminação positiva para os açorianos, que continuarão a pagar menos 20% de impostos, constitui, por si, uma conquista nossa e um reconhecimento nacional pela diversidade e especificidade açorianas.

g Na situação caótica ao nível do emprego o que é preciso para Portugal é uma mudança e uma alternativa. Esta alternativa só pode passar pelo CDS-PP. Neste momento, o País tem várias prioridades. Desde logo retirar José Sócrates e o PS do poder. Foram eles que trouxeram Portugal até este regime vexatório. Actualmente é melhor ter emprego com contrato a prazo do que não ter emprego. O CDS defende que os contratos a prazo devem durar 6 anos; PS e PSD entendem o contrário, lançando para o desemprego jovens que ainda podiam estar a trabalhar, mas estão agora no subsídio de desemprego à custa do Estado. Mas mais grave do que isto foi a introdução do Código Contributivo, aprovado por PS e PSD, que é mais um Código Espoliativo que vem agravar substancialmente as contribuições para o Estado da lavoura, dos pescadores, dos recibos verdes. Esta é uma medida que nem a Troika se lembrou de aplicar. O CDS foi, e é, um defensor da Lei das Finanças Regionais e, prova disso, foi a defesa que fizemos na Assembleia da República quando a lei foi revista, ao contrário do PSD que estava mais preocupado com os interesses da Madeira do que dos Açores. Porém, para podermos exigir à República temos que dar o bom exemplo de aplicação de dinheiros públicos. Em síntese, melhor

emprego e mais oportunidades para os jovens; melhores pensões e um melhor e mais amigo sistema fiscal; melhor agricultura para garantir autosuficiência alimentar, aumentar exportações e reduzir importações. Os Açores ocupam uma importante posição geoestratégica que é preciso enfatizar a nível nacional por via dos acordos que tem e sobretudo agora com o aumento da plataforma continental. Neste sentido, e porque as pescas são para o CDS-PP um sector muito importante, vamos exigir mais meios de fiscalização para a nossa Zona Económica e Exclusiva, nomeadamente os patrulhões que estão encomendados há anos e que os Governos de José Sócrates nunca foram capazes de os fazer. Quero também discutir as receitas que são dos Açores por direito próprio e que ficam nos cofres de empresas nacionais como a NAV e a ANA. Já nos transportes aéreos manteremos a nossa posição relativamente ao serviço público de transporte aéreo de e para a Região. É fundamental manter o regime de indemnizações compensatórias neste serviço, de modo a garantir as nossas acessibilidades ao exterior. Vamo-nos empenhar também em rever algumas das disposições das actuais obrigações de serviço público visando proporcionar um abaixamento das tarifas aéreas para residentes e estudantes nas ligações com o exterior.

g A actuação dos Deputados do PSD/Açores na Assembleia da República continuará a pautar-se pelo empenho desde sempre demonstrado na defesa dos interesses regionais. Temos ideias muito claras sobre o modo de redinamizar a economia nacional, com impacto positivo na nossa Região Autónoma. A desastrosa política socialista conduziu-nos à estagnação económica, ao desemprego massivo, à ruína financeira do Estado, à humilhação nacional. É urgente mudar de rumo, criando condições para que a iniciativa empresarial relance o País na via do crescimento, de modo a cumprirmos as obrigações contraídas e recuperarmos a liberdade de decisão e o brio de Portugal. O bom e rápido funcionamento da Justiça é fundamental, a proximidade dela aos cidadãos também. bater-nos-emos pela dotação dos tribunais com os recursos humanos necessários. Continuaremos atentos à segurança dos cidadãos, sem a qual a vida em sociedade fica ameaçada. Certo é que neste domínio, como aliás em tantos outros, já vivemos melhores dias nos Açores. A expansão do consumo de drogas, sobretudo entre a juventude, prejudica a inserção das pessoas no mercado do trabalho, para além das condições da sua realização própria. Deve ser dado combate sem quartel à permissividade e à vadiagem, associadas na expansão da criminalida-

de, que tanto perturba o nosso tradicional viver ilhéu. Não deixaremos de alertar o Parlamento e o Governo para a necessidade de atender aos interesses açorianos na definição do interesse nacional a prosseguir em negociações europeias do âmbito agrícola, nomeadamente quotas leiteiras e importação de carne de bovino dos países do Mercosul. bem como em tudo o que diga respeito ao acesso e utilização do mar e dos recursos marinhos, na subárea da nossa Região Autónoma. E ainda em questões do domínio da Defesa, nomeadamente o chamado Acordo das Lajes. Questões concretas de desenvolvimento económico regional deverão ser definidas pelos órgãos de governo próprio dos Açores, estando nós , Deputados, disponíveis para prestar apoio, desde que tal não colida com as nossas convicções e compromissos políticos essenciais. Uma vez mais apelo ao voto no PSD! Sem uma vitória clara, corremos o risco sério de deixar o País entregue a quem o arruinou, agora com promessas de mais do mesmo, incluindo novos agravamentos de impostos e cortes cada vez mais drásticos nos apoios do Estado aos mais carenciados, como se tem visto nos ùltimos tempos, com a cínica invocação de defesa do Estado Social… E ainda por cima sem esperança de mudança, para uma abertura ao crescimento da economia e do emprego.


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Tribuna das Ilhas

tido defende para os açores

dessa força partidária apresentada à votação nos Açores e pelos Açores à A.r., que problemas ou projectos endidos, em princípio, durante a legislatura que se seguirá, tendo em vista a eliminação de importantes stas ilhas, o estabelecimento de bases estruturantes para o seu desenvolvimento sustentado?

cdu /açoreS: PPM/açoreS: Be /açoreS José decq mota paulo estêvão José cascalho

g Devo esclarecer, antes de mais, que entendo que os deputados açorianos à Assembleia da Republica, são os legítimos representantes dos Açores naquele Órgão de Soberania e, como tal, têm que se assumir como parte essencial em todo o complexo, mas indispensável, processo de articulação entre os Órgãos de Soberania e os Órgãos Regionais. Esta postura, que raramente tenho visto ser assumida por aqueles que têm sido eleitos nos Açores para a Assembleia da Republica, exige clareza de ideias, disponibilidade para o diálogo e muito empenho no esforço de demonstração permanente das muitas especificidades que justificam a Autonomia e que obrigam a que sejam tomadas muitas medidas que, para serem adequadas, têm que ser diferentes. A História ensina-nos que nos tempos da luta pela primeira autonomia houve deputados às Cortes que se evidenciaram muito pela defesa clara que faziam da resolução justa dos problemas dos Açores. A crónica política actual nada de sério e importante nos tem dito sobre a acção na Assembleia da Republica dos nossos representantes, a não ser no que toca ao apagamento e silêncio de alguns e ao desejo de outros em exercerem altos cargos no âmbito da Assembleia ou dos Grupos Parlamentares. Neste contexto os problemas dos Açores vão ficando para trás e são, predominantemente, tratados numa perspectiva de relações entre os Governos, retirando-se,

assim, grande parte da dimensão constitucional que o relacionamento entre a Republica e a Região tem. É preciso mudar isto e para que tal aconteça é necessário levar à Assembleia da Republica deputados que defendam com convicção o Sistema Constitucional da Autonomia, que conheçam em profundidade os problemas regionais em todas as suas múltiplas dimensões e que estejam dispostos a desenvolver uma actividade intensa em favor das justas pretensões Açorianas. São prioridades da Lista açoriana da CDU, de entre outras, as seguintes: Defender os benefícios fiscais em vigor na Região (IVA, IRS, IRC) e que a troika, com a aceitação do PS, PSD e CDS, pretende ver diminuídos. Defender a existência e aplicação da Lei de Finanças Regionais. Defender o Poder Local Democrático. Defender a existência, em todas as ilhas, de serviços públicos de qualidade e recusar cortes nesses serviços. Defender a actualização dos meios das forças de segurança e equacionar e resolver os problemas de funcionamento do sistema judiciário. Defender uma profunda intervenção no custo do transporte aéreo, reduzindoo e manter uma política de transporte marítimo de mercadorias que contemple o maior número possível de portos como portos de ligação ao Continente. Defender uma política activa de investimento nos aeroportos e aeródromos dos Açores e concretizar com urgência a ampliação da pista do Aeroporto da Horta, investimento muito necessário, que há muito é prometido. Defender uma urgente revisão do Acordo das Lajes, respeitando os direitos dos trabalhadores e obtendo benefícios directos para os Açores É tempo de confiar na CDU!

g O Partido Popular Monárquico é hoje a força parlamentar açoriana que conceptualiza o modelo mais avançado de autogoverno para as regiões autónomas. Nessa linha de inovação e de afirmação da autonomia dos Açores, o PPM defenderá na Assembleia da República as seguintes políticas e projectos: - A negociação, por parte do Estado, de cláusulas de excepção com a União Europeia em relação às regiões ultraperiféricas no âmbito da Política Agrícola Comum e da Política Comum de Pescas. Doutra forma, estes dois sectores serão completamente arrasados a curto prazo; - A blindagem constitucional da Lei das Finanças Regionais. O Estado deve fazer este esforço de convergência e de solidariedade em relação às Regiões Autónomas. Neste âmbito, importa evitar a chantagem política dos Governos da República sobre os eleitores insulares. - A criação de uma Euro-região Atlântica que integre os Arquipélagos dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde (como observador). A este respeito, é importante referir que os agrupamentos europeus de cooperação territorial possuem, como atribuições específicas, a execução de projectos ou acções de cooperação territorial co-financiadas pela União Europeia; - A criação de uma polícia regional açoriana de forma a ajudar a manter os baixos níveis de criminalidade que sempre caracterizaram a nossa Região. A total falta de competências próprias das Regiões na área da segurança impede os respectivos órgãos de governo próprio – o Parlamento e o Governo Regional – de responderem, de forma prática e eficaz, aos desejos de segurança manifestados pelas populações; - A exigência de fiscalização da

nossa ZEE e da plataforma continental açoriana (cerca de 2.400.000 km2). Actualmente a marinha e a força aérea nacional são incapazes de fiscalizar, de forma minimamente eficaz, o imenso espaço de soberania de que o país desfruta no Atlântico. - Manter a funcionar os serviços do Estado nos Açores. Os serviços que o Estado assegura na Região estão, desde há muito, estrangulados financeiramente e, em regra, funcionam de forma muito deficiente. O grande desafio da próxima legislatura será manter as coisas a funcionar com um mínimo de eficácia e dignidade; - Uma parte importante dos imóveis do Estado nas Regiões encontra-se abandonada e decadente. Nestes casos, defendemos a sua recuperação por parte do Estado ou – se este não tiver interesse ou capacidade para prover à sua recuperação – a transferência da propriedade ou da tutela para a Região; - No âmbito da política externa defendemos que a Região pode e deve partilhar com o Estado algumas responsabilidades nas áreas geográficas em que temos especiais interesses e potencialidades. De forma específica, defendemos a urgente renegociação do Acordo da base das Lajes com os Estados Unidos; - No que diz respeito ao serviço público de rádio e televisão nos Açores defendemos a criação de uma dupla tutela – do Estado e da Região – e a sua completa autonomia administrativa e logística. - Defendemos, também, a eliminação do Representante da República nas Regiões Autónomas. Consideramos fora de sentido e um resquício de antigas práticas coloniais, a necessidade que o Estado tem de se fazer representar num território que integra, de pleno direito e sem qualquer vínculo de sujeição, o território da Nação Portuguesa; - Finalmente, o Partido Popular Monárquico discorda e votará contra, na Assembleia da República, as medidas previstas no Memorando de Entendimento que afectam os Açores, nomeadamente as que dizem respeito à extinção de freguesias e concelhos, redução das transferências do Orçamento de Estado e a diminuição, para um máximo de 20%, da capacidade de diferenciação fiscal das regiões autónomas.

g A Autonomia dos Açores foi uma conquista de Abril que tem vindo a ser aperfeiçoada e plasmada no nosso Estatuto Político-Administrativo. O Estatuto e a Lei de Finanças Regionais são os pilares da nossa autonomia. A defesa destes dois diplomas é uma das prioridades, até porque estão sob ataque cerrado, dado o acordo subscrito pelo PS, PSD e CDS/PP com o FMI, exigindo a sua revisão. O que está em causa é a redução do valor das transferências para a Região, bem como a redução do diferencial fiscal existente. Para já, e tanto quanto sabemos. Mas como se farão essas alterações? Ficamos à espera de um emissário do continente para vir dar indicações ao Governo Regional e à Assembleia Legislativa dos Açores de como o deve fazer? Está em causa o adquirido autonómico consagrado no Estatuto! Para garantir o desenvolvimento sustentável dos Açores é fundamental resolver o problema das acessibilidades, como é o caso, do transporte aéreo e marítimo, entre ilhas e para o exterior. Esta questão é muito actual, com a anunciada privatização da TAP e da ANA. Como garantir um serviço público de qualidade na região, perante a iminente privatização destas duas empresas públicas? Nós propomos que seja cobrada uma taxa sobre os dividendos dos accionistas da empresa que tomar conta da ANA, que sirvam para suportar os custos associados à gestão

dos aeroportos deficitários. Outras prioridades são a defesa do serviço público dos CTT, a abolição das taxas moderadoras na saúde e o regime de excepção, para o aumento do IVA, na electricidade e gás. Estas são algumas das nossas prioridades, porque entendemos que é urgente garantir serviços básicos essenciais para os/as Açorianos/as. Os CTT prestam serviços às populações mais idosas, mais fragilizadas – como o levantamento das pensões e pagamento de água e luz; é impensável que este serviço público possa ser desmantelado, nos locais onde os postos dos CTT dão prejuízo. Essa é a lógica de uma empresa privada. Num quadro de subida do IVA, defendemos um regime de excepção para o gás e electricidade, garantindo assim a protecção das famílias mais carenciadas e a competitividade das pequenas e médias empresas. Quanto às taxas moderadoras, com mais de 70 mil pessoas sem médico de família, que têm de recorrer às urgências, não faz sentido penalizálas com uma taxa que não tem o papel de dissuasão, mas apenas inviabiliza o acesso universal e tendencialmente gratuito à saúde. Defender o estado social, exigir trabalho com direitos, combater a precariedade e exigir o fim dos falsos recibos verdes, são reivindicações de longa data, que fazem agora mais sentido do que nunca. Os sucessivos cortes nos apoios sociais – abono de família, pensões/reformas, bolsas de estudo, subsídio de desemprego, RSI – as consecutivas baixas de comparticipação de medicamentos, os constantes congelamentos salariais na função pública, são resultado dos sucessivos PEC's. Para o bloco de Esquerda/Açores, a despesa social e o combate à pobreza não são um custo mas um imperativo de consciência e justiça social.


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OPINIãO

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agora pagamos todos!

citaçõeS

“É preciso que a política de finanças públicas na Região continue a ser conduzida com a segurança e o rigor que o PS tem garantido para que não tenhamos de fazer o que já fazem no continente, que é introduzir taxas moderadoras nas urgências, nas cirurgias e nos internamentos”- carlos césar Ora, face a estas palavras de carlos césar, das duas uma: ou a introdução das taxas moderadoras é o reconhecimento do desastre das finanças públicas socialistas, ou é uma convicção de carlos césar que agora apanhou uma boleia? É que em tempos o presidente do Governo defendeu também que: “o serviço público de saúde existente no país e nas Regiões Autónomas é socialmente injusto e financeiramente inviável a longo prazo, pois, quem pode pagar não paga um mínimo e todos acabam prejudicados por isso”. A verdade é que os socialistas, que durante anos juraram a pés juntos que nunca aplicariam taxas moderadoras no acesso ao Serviço Regional de Saúde, apressaram-se agora a implementá-las. duarte Freitas Açoriano Oriental

Os portugueses, nas últimas semanas, dado o bombardeamento da comunicação Social, têm estado voltados para a sua própria realidade nacional - tão difícil de aceitar - e agora, com eleições à vista, para as pugnas eleitorais. Os partidos, com responsabilidades no arco governamental, discutem as culpas recíprocas, num passado recente, e parecem ignorar a tão difícil realidade pós-eleitoral, que no fundo é o que mais interessa às mulheres e homens comuns. É mau, que assim seja, quando a política - e os políticos - parecem estar pelas ruas da amargura... Assim não vão melhorar. Mas, enfim, as coisas são o que são e não o que desejaríamos que fossem. Mário Soares Visão

Tribuna das Ilhas

A

Fernando Guerra

actividade política de governação de um povo, de um país ou de uma região pressupõe inúmeros e elevados princípios de actuação (igualdade, transversalidade, distribuição da riqueza, para citar apenas alguns), assim como capacidades de liderança, de bons políticos, de líderes carismáticos, democráticos e conhecedores da realidade local, nacional e internacional. Destes princípios, manda a democracia que o interesse do povo se deve sobrepor ao interesse do partido, e que as acções governativas constituam a melhor aplicação dos dinheiros públicos, abrangendo o maior número de cidadãos e, no caso particular dos Açores, o maior número de ilhas. Pelo contrário, a tendência de governar para o partido é o erro mais grave que se poderá cometer ao nível democrático. Um desses erros foi cometido recentemente, com consequências muito graves

para todos nós. Em vez de se fazer aquilo que deve ser feito, isto é, aplicar os impostos dos açorianos em investimento público, aplicou-se em gastos demagógicos e políticos. Refiro-me à compensação dos salários dos funcionários públicos com rendimento superior a 1500 euros. Ora, numa altura em que se estava a impor sacrifícios aos portugueses, quando a nível internacional olhavam para nós como esbanjadores de dinheiros públicos e, consequentemente, responsáveis pelo desequilíbrio das contas públicas, toma-se esta medida?! Ironizando, até parece aquele ministro do Iraque que, com as bombas a cair na sua cidade, dizia estar a ganhar a guerra. Infelizmente, este acto é da mesma grandeza de força, de quem não quer ver a realidade e de quem só vê o seu umbigo, leiase, o do seu partido. Obviamente, no dia do julgamento, sentados com a Troika, estávamos como o cão com a sua cauda metida, os Açores estavam com a sua posição negocial muito enfraquecida, e nem o “amigo” de

Lisboa nos apoiou. Resultado? Quem se tramou? Todos nós Açorianos! Aumento do IRC, isto é, trama as empresas e a sua competitividade na altura que mais precisavam; aumento significativo das taxas do IVA, tramando e de que maneira todos nós, consumidores, contribuindo mais ainda para a redução do nosso rendimento disponível; e, qual cereja em cima do bolo, a redução das transferências do Estado, que diminuirão o investimento público na Região. Mas o que causa estranheza neste momento é como, agora, duma forma acelerada, se está a tomar medidas mais restritivas e de reduções de apoios, quando há medidas que só serão aplicadas após a constituição da nova assembleia da república. Sim, é estranho que quem defendia esta autonomia e gastava em vez de investir agora pareça ser o melhor aluno nos cortes, dos quais o mais emblemático é a aplicação das taxas moderadoras na saúde que – pasme-se! – não são do agrado de quem as ordena e do estado social que defende.

É, pois, legítimo suspeitar que estas medidas agressivas do que nos foram impostas são feitas agora para que o ónus negativo das mesmas recaia sobre o atual presidente. Sim, dando espaço para que, caso abdique do cargo de presidente, o próximo titular não tenha que tomar medidas impopulares, facilitando-lhe o caminho político para as eleições de 2012. Mais uma vez, e caso se venha a confirmar, estamos perante políticos a pensar única e exclusivamente no seu partido e não no povo, os quais deviam governar com transparência e seriedade. Estarmos a ser governados por quem toma medidas eleitoralistas, e consequentemente, em benefício do próprio partido, com a situação caricata de termos um presidente de esquerda, dando machadadas no estado social, e continuando a fazer jogadas políticas representa apenas uma coisa, que agora pagamos todos do nosso bolso esta má política. frgvg@hotmail.com

Pela Sua Saúde

conJuntiVite raul de Amaral-Marques* A conjuntivite ou reacção inflamatória da conjuntiva é muito frequente e pode ser devida a numerosas causas (viral, bacteriana, alergia, corpo estranho, produto químico). A conjuntivite é benigna, a maior parte das vezes, sem consequências sobre a visão, e cura habitualmente com um tratamento médico simples. No entanto, a conjuntivite pode recidivar, donde a importância de seguir correctamente o tratamento, assim como as regras de higiene associadas, porque algumas conjuntivites podem ser contagiosas.

O

olho é um órgão frágil, pelo que se deve evitar a auto-medicação em tudo o que respeita problemas oculares. Em caso de dúvida impõese a consulta a um oftalmologista.

O quE é uMA CONJuNTIVITE? A conjuntiva é a membrana transparen-

te que recobre a parte branca do olho e se reflecte para o interior das pálpebras ao nível dos chamados «fundos de saco conjuntivais». A conjuntiva está, assim, directamente exposta ao ar ambiente, aos alergéneos (substâncias que provocam alergia) e aos micróbios. Ela possui, no entanto, uma boa defesa natural, reforçada pelas lágrimas que contêm anticorpos e que têm um papel de lavagem. A conjuntivite, ou inflamação da conjuntiva manifesta-se essencialmente por uma sensação de queimadura, de corpo estranho ou de poeira nos olhos, sem uma dor verdadeira. Os olhos ficam lacrimejantes e vermelhos (porque os vasos da conjuntiva estão dilatados); a conjuntiva pode ser sede de um edema (ou inchaço). Acontece, por vezes, que de manhã pode existir um corrimento de pus que cola as pestanas. Se é isolada, a conjuntivite não perturba a visão. Constata-se, no entanto, com alguma frequência, uma importante sensibilidade à luz viva, ou fotofobia, que pode obrigar a usar óculos de sol.

quAIS SãO AS CAuSAS? A inflamação da conjuntiva constitui uma reacção as diversas agressões: - a conjuntivite bacteriana, que pode ser devida a numerosos germes (estafilococos, pneumococos, estreptococos ou ainda o bacilo piociânico) e leva ao apa-

recimento de uma secreção franca de pus, no canto interno do olho. - as conjuntivites alérgicas, que aparecem sobretudo na primavera e verão, estão ligadas às gramíneas e surgem por acessos. Caracterizam-se pela intensidade do lacrimejo e pela fotofobia, assim como por comichão importante. Quando os pneumoalergenos são a causa (poeiras, ácaros, pelos de animais, penas…) surge uma sensação de areia sob as pálpebras, com lacrimejo e sensibilidade à luz. É preciso assinalar também as conjuntivites alérgicas ligadas à utilização de produtos de conservação das lentes de contacto ou a produtos de maquilhagem. - as conjuntivites traumáticas são provocadas por um corpo estranho ou projecção de areia e levam ao aparecimento de um olho vermelho.

quE FAzEr? As conjuntivites bacterianas curam frequentemente em poucos dias, graças à aplicação de um colírio antibiótico. Neste caso, é necessário fazer as instilações cada duas horas. Se os olhos ficam colados, convém iniciar a limpeza com soro fisiológico, numa compressa, limpando sempre do bordo externo para o interno. Respeitar bem a duração do tratamento prescrito pelo médico (7 dias no mínimo), senão a infecção pode recidivar.

Em caso de conjuntivite viral não existe um tratamento específico a não ser um colírio anti-séptico associado a uma higiene rigorosa em razão do risco de contacto. Lavar as mãos após a limpeza dos olhos e evitar esfregá-los para não contaminar os conviventes e agravar a inflamação. Em caso de herpes, o oftalmologista irá prescrever uma pomada oftálmica à base de anti-viral (aciclovir ®). O tratamento da conjuntivite alérgica é, em geral, mais delicado e necessita o emprego de um colírio anti-alérgico ou à base de cortisona, se existir um acesso mais agudo. Apenas cabe ao médico a prescrição deste tipo de colírio porque pode levar ao aparecimento de uma sobreexposição viral, microbiana ou fúngica. Na medida do possível é necessário suprimir o contacto com o alergéneo em causa: fácil no caso de ser uma alergia alimentar ou animal; nos outros casos, uma dessensibilização específica poderá ser proposta. Se se trata de uma conjuntivite traumática é preciso lavar cuidadosamente os fundos de saco conjuntivais e administrar um colírio anti-séptico. Em qualquer dos casos, mal acabe o tratamento, deite fora o colírio e não o guarde para outras situações. * Médico


deSPorto

Tribuna das Ilhas Maria José Silva Foto: Marla Pinheiro g São 26 os pilotos inscritos para a edição de 2011 do Rally Ilha Azul. Ao todo 5 ilhas representadas na prova rei do automobilismo faialense. Nove pilotos são da Ilha Azul. Novidade em 2011 é a apresentação de todos os pilotos ao público na quinta-feira, dia 2 de Junho, pelas 21h00, no pódio do Largo Duque d’Ávila e bolama. A vigésima segunda edição do Ilha Azul vai para a estrada nos próximos dias 3 e 4 de Junho. Numa organização do CAF esta prova é uma das oito que integra o campeonato regional de ralis dos Açores. O Hotel Fayal assume a condição de quartel geral do Rali, cujos pormenores foram divulgados numa conferência de imprensa realizada quarta-feira. Coube a Mário Jorge Silva, Director de Prova a apresentação da vertente desportiva. Assim sendo, o Ilha Azul tem uma estrutura dividida em 2 etapas, embora da primeira apenas conste o “aperitivo” da Super Especial na Praia do Almoxarife. A segunda etapa está dividida em duas secções, cada uma com passagem pelos troços Caldeira/Chão Frio, Jaime

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24 pilotos na xxii edição do rally ilha azul

Melo/Ribeira do Cabo, Cabeço Verde / Fajã e Vulcão dos Capelinhos / Varadouro. No total serão 86,54 kms os que ditarão a classificação final, 91% dos quais disputados em piso de terra. Na sexta-feira realiza-se a Especial na Praia do Almoxarife, um etapa mais curta e que atrai sempre muita gente. A largada está agendada para as 18h45. Sábado, os motores vão se fazer ouvir a partir das 10h00, altura em que tem início a segunda etapa do Ilha Azul que percorrerá as nossas estradas durante todo o dia. O

momento da consagração dos vencedores está previsto ser às 17h05. PIlOTOS: A prova conta, conforme referimos com 26 equipas inscritas que constituem, a “nata” das quatro rodas açorianas, contando com 13 equipas com viaturas 4x4 muito competitivas! Ricardo Moura/Sancho Eiró a dupla campeã dos Açores, e Nacional de Produção vai estar presente na grelha de partida com o seu Mitsubishi Lancer Evo IX e apresenta-se como o favorito a esta XXII Edição do Ilha Azul.

Se em relação à vitória não se esperam grandes surpresas, já o mesmo não pode ser dito em relação às restantes posições, ou seja, a verdadeira "corrida" e a maior competição espera-se na luta pelos restantes lugares do pódio, uma vez que há mais candidatos do que lugares, ou não tivessem inscritas 13 viaturas 4x4. Prevê-se que sejam fortes candidatos a estas posições cimeiras, os concorrentes, Luis Rego e Ricardo do carmo, que nas provas até agoras realizadas (SIcAL E PRIMAVERA) ficaram sempre entre os quatro primeiros lugares, desenvolvendo no entanto lutas muito interessantes com Pedro Vale, (vice campeão em titulo), Sérgio Silva e Bruno Amaral que, até desistir no rali da primavera, rodou frequentemente em 2.ºlugar nas classificativas, não menosprezando é claro, Paulo Rego, Rui Torres e o picoense José Paula, que também participam no campeonato dos Açores de Ralis, e que por esta paragens sempre deram boa conta de si, nem os faialenses João Borges e Paulo Nóbrega que tambem poderão ter uma palavra a dizer na luta por esta posições.

Na "guerra" pelo podium da Formula 3, em competição estão à partida carlos costa, Henrique Moniz e Ruben Rodrigues sendo que tambem para este podium os faialenses Marco Silva/Tania Silva, são um dupla muito forte, com muito bons resultado nos Ralis da Taça do canal, e que concerteza não querer deixar os seus créditos por mãos alheias.... A fórmula 2 não será menos animada estando inscritos para este troféu o faialense Filipe costa, João Faria (campeão F2 2010), carlos Andrade, césar Romeiro e Francisco costa da Terceira. No que concerne ao campeonato Open de Ralis dos Açores, a lista de inscritos é toda faialense, excepcção feita à participação de Tiago Mota, que certamente muita luta dará ao pilotos Paulo costa (vice campeão em Titulo) e Hirondino Rosa, que pilotam viaturas 4x4, sendo que o estreante José Silva em Evo V tambem fará os possivel para "andar entre eles". Nas 2 rodas motorizes e em viaturas idênticas tambem deverão ter um rally renhido entre si, as equipas Vanderley Ferraz e Emanuel Marques.

andebol

andebol – camPeonato nacional

fayal Sport sagrou-se campeão regional em seniores masculinos

Sporting da Horta despede-se com vitória

A época 2010/2011 tem sido gloriosa para os Verdes da Alagoa. O Fayal Sport tem somado título atrás de título, em várias modalidades. No passado domingo, foi a vez do Andebol, com os jogadores do FSC a garantirem o título regional da modalidade, em seniores masculinos.

NuNO CAPElA O responsável está optimista em que, dentro de alguns anos, o andebol seja uma modalidade

g No passado sábado jogou-se a última jornada do Campeonato Nacional de Andebol. No grupo b, o Sporting da Horta terminou a competição com uma vitória fora, frente ao Xico Andebol, por 28-32. Os faialenses asseguraram assim o primeiro lugar do grupo, com 42 pontos, os mes-

mos do segundo classificado, o belenenses. Em terceiro ficou o São bernardo, com 31, e em quarto o Xico Andebol, com 29. Em último lugar classificou-se o Académica de São Mamede. No grupo A, sem surpresas, o Futebol Clube do Porto revalidou o título de campeão nacional.

tiro

família teixeira não desarma

Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g No passado fim-de-semana jogou-se no Faial, em fase concentrada, o Campeonato Regional de Andebol, em Seniores masculinos. A equipa do FSC enfrentou os clubes de São Roque do Pico, dos Arrifes e dos biscoitos, e sagrou-se vencedora da competição, somando este título regional às várias taças que arrecadou este ano, em várias modalidades. A vitória a nível regional junta-se à vitória no campeonato local, onde os atletas do FSC competiram com os juniores e os juvenis do Sporting Clube da Horta e com o Clube Desportivo Escolar de São Roque do Pico. Estas vitórias representam um final “de ouro” para o “ano zero” da equipa de andebol do FSC, como lhe chama o seu responsável, Nuno Capelo. Em conversa com o TRIbUNA DAS ILHAS, o director da equipa explicou que a equipa de andebol do FSC surgiu por iniciativa de um grupo de antigos jogadores do Sporting Clube da Horta com vontade de retomar a prática desportiva. “O Fayal Sport mostrou-se receptivo à ideia, formámos a equipa e esta época acabou por ser o ano zero”, refere. Na próxima época desportiva a equi-

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pa de seniores de andebol do FSC quer continuar o seu trabalho. Para tal, terão de ser constituídas equipas de formação, por um lado por se tratar de um requisito que se coloca aos clubes para terem equipas seniores a competir, mas também porque o FSC pretende que este seja um projecto consolidado, e que a longo prazo o andebol possa ser modalidade bem sedimentada entre os “verdes”. “Vamos ter equipas de minis e infantis, para começar, e depois, de ano para ano, pretendemos consolidar a formação. Estes atletas irão subindo de escalão, e virão outros miúdos ocupar o lugar deixado vago nos escalões inferiores”, explica Nuno. Neste momento, o grande desafio para o andebol no FSC é, precisamente, o crescimento da modalidade, até porque as condições para a prática despor-

tiva não são as ideias. O campo do pavilhão do clube não apresenta as medidas mínimas necessárias aos jogos oficiais, nem as melhores condições de segurança, uma vez que os jogadores podem facilmente magoar-se na vedação que o limita, como explica Nuno. Os treinos no pavilhão do Complexo Desportivo da Escola Secundária ou no pavilhão municipal são, por isso, necessários, no entanto, a grande requisição daquele espaço por todos os clubes da ilha com modalidades indoor faz com que os treinos tenham por vezes de ser feitos muito tarde, segundo refere o responsável. Apesar destas dificuldades, Nuno Capela garante que o FSC tem condições para voltar a fazer um bom trabalho nesta modalidade na próxima época, que está já a ser preparada.

g Os atiradores da família Teixeira continuam na senda dos bons resultados no que ao Tiro ao alvo diz respeito. A quarta prova do campeonato de carabina de pressão de ar com cano articulado realizou-se a 8 de Maio e, Leonel Teixeira ficou em primeiro lugar com 376 pontos. Em segundo ficou Hélio Correia e em terceiro Jorge Rosa. Carla Sequeira foi a primeira classificada no escalão de seniores femininos.

Nos Veteranos Fernando Teixeira conquistou 359 pontos e o primeiro lugar. Já na modalidade de ar comprimido Leonel Teixeira pisou novamente o pódio. Hélio Correia, com uma diferença de 4 pontos do seu adversário mais directo, ficou na segunda posição e Rui Cabral acabou por ser terceiro. Nos veteranos, vitória para Fernando Teixeira.

troFéu Peter caFé SPort

taça ilha azul em ciclismo de estrada g Vai para a estrada, no próximo domingo a primeira Prova de Ciclismo de Estrada da Época 2011, o Troféu Peter Café Sport. A concentração dos ciclistas terá lugar junto ao mítico café faialense, pelas nove horas da manhã, o fecho do ponto para as inscrições dos ciclistas será pelas dez horas.

A partida para o Troféu Peter Café Sport terá lugar pelas dez horas e trinta minutos em frente do Peter Café Sport, com saída em pelotão até ao cimo da Espalamaca, os ciclistas darão a volta à ilha pelo lado norte da ilha do Faial, terminando esta primeira prova da Taça Ilha Azul em ciclismo de estrada no cimo do Monte da Guia.


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Tribuna das Ilhas

a razão do medo ou o medo da razão? Paulo Sousa Mendes

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stamos a viver o resultado de mudanças drásticas, sendo normal sentir alguma ansiedade e medo, sentimentos tão próprios de quem atravessa ou se prepara para atravessar mudanças decisivas. A ansiedade e o medo agravam-se, quando desconhecemos o futuro, o qual, ao contrário do que é anunciado, depende de todos nós. E porque é que depende de nós? Porque qualquer cidadão deverá colocar questões importantes e essenciais sobre a direcção que a nossa democracia tomará, independente do modelo adoptado. Interessará confiar o rumo do nosso país, a quem não quer conhecer o montante do valor que temos em dívida? PS, PSD e CDS/PP não estão, minimamente, interessados em saber. Será que o FMI, o bCE e UE (mais conhecidos, ultimamente, com ‘troika’) nos querem ajudar? Dos 78 mil milhões que fazem parte do resgate, 66 mil milhões são para salvaguardar os interesses da banca (portuguesa e estrangeira), os mesmos que adquiriram dívida pública portuguesa com juros puramente especulativos, juros esses que totalizam 30 mil milhões de euros. Está disposto(a) a pagar, sem conhecer o que, realmente, se deve e a quem se deve, entregando parte substancial aos mesmos do costume? E convém não esquecer que a banca tem beneficiado de uma

discriminação positiva em matéria fiscal. Não se trata de diabolizar a banca, mas antes de tratar a actividade bancária e financeira como qualquer outra actividade. Lembra-se, quando há dois anos todos nós comprámos um banco falido? Sabe que, em breve, vamos vender esse mesmo banco, sem impor um preço mínimo? Concorda com isso?i PS, PSD e CDS/PP concordam. O que significa realmente emagrecer o Estado? Será que é renegociar as ruinosas parcerias público-privadas, que representam 40% da dívida pública? Para o PS, PSD e CDS/PP não é. Para o PS, PSD e CDS/PP é privatizar serviços públicos e impor uma lógica de mercado a tudo o que é essencial para reduzir as desigualdades sociais. É vender os 'anéis e os dedos'ii! O memorando da troika é, de facto, um documento técnico, mas não tenham dúvidas que tem implicações políticas determinantes, de tal forma, que está vertido nos programas do PS, PSD e CDS/PP. Sabia que grande parte da dívida é privada? A troika sabe que é privada, quando estima que a dívida pública portuguesa deverá corresponder a 90% do PIb, enquanto, por sua vez, a dívida privada corresponderá a 260% do PIbiii. Mais uma razão para querermos saber o que é devido e o que devemos pagar. PS, PSD e CDS/PP nem querem saber! Porventura, porque isso revelaria segredos insondáveis. Só para terem uma

O PrAzEr dE COzINhAr

ideia, na Alemanha alguém foi a tribunal por corromper funcionários públicos portugueses, no processo da venda dos submarinos ao Estado português, quando por cá, ninguém responde por nadaiv. Não considera estranho? A culpa é sua, só porque ambicionou ter casa, num país sem um mercado de arrendamento competitivo? Porque quis ter um automóvel? Porque quis ter estabilidade no emprego e de ter um salário que dignificasse o seu trabalho? Acha mesmo que PS, PSD e CDS/PP negociaram com o FMI, bCE e UE? Em primeiro lugar, ninguém convidou alguém a negociar fosse lá o que fosse, foram antes, pareceres de representantes sectoriais, assim como do governo, democraticamente, eleito pelo povo. Portanto, é, no mínimo, ilusório querer convencê-lo(a) que ocorreram três ou quatro negociações paralelas. Querendo ou não, a escolha é sua. No dia das eleições, ao não votar ou ao votar em branco estará a dar mais força àqueles que estão dispostos a pagar uma dívida que não conhecem nem querem conhecer, vendendo os «anéis e os dedos». Ponto 2.10. 'Portugal: memorandum of understanding on specific economic policy conditionality' – 3 May 2011, 13:40 ii Ponto 3.30. 'Portugal: memorandum of understanding on specific economic policy conditionality' – 3 May 2011, 13:40 iii Ponto 1. 'Portugal – Memorandum of Economic and Financial Policies' iV Diário de Noticias (2011-04-11). Submarinos: Ex-quadros da Ferrostaal acusados de corrupção. i

henrique Gomes

INGrEdIENTES:

1 kg de lula dos Açores, limpa ½ kg batata nova ½ kg brócolos frescos Molho de vinho tinto Azeite qb; Alho qb; Louro Vinagre de vinho tinto Sal; Orégãos

a lula do chefe

PrEPArAçãO: Grelhar a lula limpa e inteira, depois cortar em tiras. cozer a batata, os brócolos e juntar os ingredientes do molho. Servir a gosto e de preferência quente.

tribunal Judicial da Horta câmara do comércio e Indústria da Horta

Secção única Largo Luís de camões - 9901-863 Horta telef.: 292 208 320 fax.: 292 293 283 Mail:horta.tc@tribunais.org.pt

aViSo

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conceSSÃo daexPLoraçÃo do ParQue daJuVentude daSeManado Mar 2011

Processo: 182/11.6TbHRT Interdição/Inabilição Requerente: Maria Nazaré Cabral Riqueza Requerido: Domingos Manuel de Medeiros

N/Referência:591113

Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a acção de Interditação/Inabilitação em que é requerido Domingos Manuel Medeiros, com residência em domicílio: bairro da Cruz Vermelha, N.22 9900-137, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. A Juíz de Direito, Susana Rolo O Oficial de Justiça, Fátima Silveira Primeira publicação na Edição n.º468 do jornal Tribuna das Ilhas de 27 de Maio de 2011

A Câmara Municipal da Horta informa que se encontra aberto o concurso público para a Concessão da Exploração do Parque da Juventude da Semana do Mar 2011, cujo caderno de encargos poderá ser solicitado na recepção da Câmara Municipal da Horta ou, em alternativa, consultado no portal da Autarquia em ww.cmhorta.pt. As propostas submetidas ao concurso deverão ser remetidas à Câmara Municipal da Horta ou entregues na recepção da Câmara até às 17h30 de 2 de Junho de 2011, sendo as mesmas abertas em sessão pública, no dia 3 de Junho de 2011, pelas 14h30, nos Paços do Município. Paços do Município, 23 de Maio de 2011 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DA HORTA João fernando Brum de azevedo e castro


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Tribuna das Ilhas

27 dE MAIO dE 2O11

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ProVedor de JuStiça Serviços do Provedor de Justiça passam a funcionar nas instalações do representante da república para a região autónoma dos açores a partir de 1 de Junho

O Provedor de Justiça, Alfredo José de Sousa, assinou dois protocolos com vista à cedência de espaços para a instalação dos seus serviços nas instalações dos Representantes da República para cada uma das Regiões Autónomas. Os serviços do Provedor passam a funcionar nestas novas instalações a partir de 1 de Junho de 2011.

aViSo

conceSSÃo coMerciaL de BeBidaS da SeMana do Mar 2011 A Câmara Municipal da Horta informa que se encontra aberto o concurso público para a Concessão Comercial de bebidas da Semana do Mar, cujo regulamento poderá ser solicitado na recepção da Câmara Municipal da Horta ou, em alternativa, consultado no portal da Autarquia em www.cmhorta.pt. As propostas submetidas ao concurso deverão ser remetidas à Câmara Municipal da Horta ou entregues na recepção da Câmara até às 15H00 de 30 de Maio de 2011, sendo as propostas abertas em sessão pública, no mesmo dia, pelas 16H00 na sala de sessões dos Paços do Município. Paços do Município, 16 de Maio de 2011 O Presidente da Câmara Municipal da Horta João fernando Brum de azevedo e castro

cLuBe naVaL da Horta conVocatória Nos termos estatutários, convoco a Assembleia Geral do Clube Naval da Horta para uma reunião ordinária a realizar na sede do Clube Naval pelas 20.30 horas do dia 30 de Maio de 2011, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1 - Apreciação do Relatório de Actividades e Contas relativos ao ano de 2010 2 - Apreciação do Plano de Actividades e Orçamento para o ano de 2012 3 - Outros assuntos de interesse para o Clube Nos termos do artigo 11.º dos Estatutos, se à hora para que foi convocada não comparecer a maioria dos sócios, a Assembleia funcionará trinta minutos depois, com plenos poderes, com qualquer número de sócios. Horta, 19 de Maio de 2011. O Presidente da Assembleia Geral Luís carlos Bicudo decq Mota

Esta medida tem por objectivo uma maior racionalização no modo de funcionamento das Extensões do Provedor nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Na origem desta alteração está o facto de em ambas as Extensões se ter assistido a uma diminuição das queixas presenciais, com um aumento das queixas escritas e electrónicas. No caso dos Açores, onde a extensão do Provedor tem funcionado na Terceira – apesar de o arquipélago ser constituído por nove ilhas – foram feitas 59 queixas presenciais (44 %) num total de 132 queixas). A qualidade e eficiência dos serviços do Provedor de Justiça na Região Autónoma dos Açores serão mantidas no espaço cedido pelo Representante da República, onde estará um assistente técnico, que receberá e apoiará os cidadãos que queiram apresentar queixa presencial (Solar da Madre de Deus. 9700-033 Angra do Heroísmo). Os cidadãos podem ainda apresentar as suas queixas ao Provedor, nas instalações das Câmaras Municipais que aderiram ao protocolo celebrado entre o Provedor de Justiça e a Associação Nacional de Municípios, pela utilização de meios informáticos das autarquias para acesso ao sítio do Provedor de Justiça — http://www.provedor-jus.pt/ — com o apoio de funcionários autárquicos, sempre que necessário. Para além disso, continua a ser possível apresentar queixa por carta ou telefone. O Estatuto do Provedor de Justiça possibilita, também, que as queixas a este dirigidas sejam apresentadas a qualquer agente do Ministério Público, tendo a Procuradoria-Geral da República emitido a Circular n.º 5/01, de 20 de Maio de 2001, para concretização daquele normativo (v. http://www.pgr.pt/Circulares/textos/2001/2001_05.pdf). Periodicamente, deslocar-se-ão assessores do Provedor de Justiça à Região Autónoma dos Açores com o objectivo de se inteirarem do serviço da extensão e prestarem informação aos queixosos sobre processos pendentes. Estas deslocações serão devidamente publicitadas nos principais meios de comunicação social da Região, e no sítio do Provedor de Justiça. Além do mais, o Provedor de Justiça faz saber que as queixas oriundas da Região Autónoma dos Açores continuam a ser instruídas pelo assessor responsável, sem que disso resulte qualquer prejuízo para o reclamante, nomeadamente em matéria de celeridade da resposta.


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oPinião

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Tribuna das Ilhas

Florentino que Se diStinGuiu

LuÍS JoSÉ arMaS (1917-1994) chefe de Serviços Municipais e inspector de casinos José Armas Trigueiro

N

asceu no Curato ou lugar da Fazenda, freguesia e concelho de Lajes das Flores em 13 de Setembro de 1917, filho de António José Armas e de Maria José Armas, ele lavrador e ela doméstica. Entre as várias irmãs e irmãos que teve, salienta-se Fernando José Armas, baleeiro, Adelaide do Rosário Armas, regente escolar, e Helena do Carmo Armas, costureira de roupas de homem, bem como o irmão António, que cedo emigrou para a Califórnia, EUA, onde foi carpinteiro de embarcações em San Francisco. O pai foi um dos homens de maior prestígio e seriedade do seu tempo. Concluído o ensino primário, permaneceu nas Flores, onde procurou melhorar a sua instrução e a sua cultura até que, já com a idade de 22 anos, seguiu para a Horta onde, por volta de 1942, como estudante externo, em três anos consecutivos, concluiu o Curso Geral do Liceu, equivalente no tempo ao 6.º Ano. A razão porque inicia os estudos já como adulto terá tido a ver com a situação financeira

dos pais. Possuidor de privilegiada inteligência e de excelente memória, certamente herdada do pai que, já envelhecido e meio acamado, parecia uma enciclopédia em assuntos antigos florentinos, como ainda me lembro de ver. Depois de ter estado algum tempo a estagiar na Tesouraria da Fazenda Pública de Lajes das Flores, onde trabalhava gratuitamente, ainda na década de 1940, rumou novamente à cidade da Horta onde se empregou como escriturário no Governo Civil, tendo ainda passado pela secretaria da Junta Geral do Distrito Autónomo da Horta, onde igualmente trabalhou como escriturário. Já com maiores conhecimentos administrativos, concorreu para os quadros da Administração Pública, fazendo concurso para o efeito, a fim de ingressar nos quadros das autarquias locais. Assim, passou pelas chefias de diversas secretarias de Câmaras Municipais do País. Em 1957 vai chefiar a Secretaria da Câmara Municipal de Frei de Espada a Cinta, de 3.ª Classe, onde se valorizou, adquiriu experiência e enriqueceu os seus conhecimentos. No ano seguinte fez concurso para ascender à 2.ª Classe, tendo sido o mais classificado do País, motivo pelo qual aceita regressar aos Açores, onde ingressa, em 1958, como 2º. Oficial, na Secretaria da Câmara Municipal de

Ponta Delgada. Nela veio a assumir a respectiva chefia. Mediante novo concurso para a 1.ª Classe, realizado em 1968, voltou a ser o mais classificado, pelo que em Setembro assumiu o cargo de Secretário ou de Chefe da Secretaria da Câmara Municipal do Cartaxo, onde permaneceu até 1974. Nos últimos meses desse ano concorre para a chefia da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, mas é dela afastado para a satisfação de interesses políticos de outros concorrentes partidários. Assim, para compensá-lo desse ilegítimo afastamento, resultante das loucuras da “Revolução do 25 de Abril” de 1974, a Direcção-Geral da Administração Pública acabaria por convidá-lo a ingressar no Serviço da Inspecção de Jogos, facto que a aconteceu em 1975. Assim, percorreu os principais Casinos do País, onde trabalhou como Inspector de Jogos, nomeadamente nos Casinos de Jogos do Algarve, Figueira da Foz, Póvoa de Varzim e Espinho, onde veio a realizar o resto da sua actividade profissional. Depois de uma brilhante carreira profissional, reconhecida com louvores oficiais pelas mais altas individualidades do Ministério da Administração Pública e das Autarquias Locais onde permaneceu, passou à situação de aposentado em

1987. Entretanto, quando estivera na cidade da Horta havia-se enamorado da failense Maria Clotilde Ataíde Lemos, com quem veio a casar em data que não pudemos precisar. Do casal nasceram três filhos, Maria Helena de Ataíde Lemos Armas, Luís Fernando de Ataíde Lemos Armas, Paulo de Ataíde Lemos Armas, que hoje residem em Lisboa onde, depois de fazerem cursos superiores, aí labutam nas suas carreiras profissionais. Luís José Armas, devido a dificuldades de conjugar as possibilidades das suas férias com a sua vida privada ou familiar e com a vida profissional, poucas vezes visitou as Flores. Assim, o nosso convívio foi geralmente feito fora da ilha, não obstante nos termos ali juntado em tempo de férias, por mais de uma vez. Estivemos juntos em Lisboa e também no Cartaxo, por volta de 1973, quando ele ali se encontrava na chefia da secretaria da respectiva municipalidade. Nessa ocasião eu estava colocado na Direcção de Finanças de Santarém e falámos das nossas carreiras profissionais e das nossas humildes e comuns origens, embora de diferentes gerações. Talvez por ele ser primo de meu pai, conhecíamos e apreciávamos mutuamente as nossas carreiras profissionais, ambas com características e finalidades semelhantes,

conseguidas com muito estudo e dedicação. “Queimávamos” as pestanas, como ele gostava da dizer, a trabalhar e a estudar. Era competente, delicado e atencioso, mas de feitio introvertido e sério, apreciando contudo os diálogos amistosos, quer de natureza histórica, quer de actualidades vigentes. Como possuía uma vasta cultura, era um excelente conversador. O seu falecimento ocorreu em Lisboa em 1 de Outubro de 1994, um pouco inesperadamente. BIBL: Elementos fornecidos pela filha Maria Helena e pelo Padre José Alves Trigueiro, em entrevistas telefónicas de 15-1-2007 e de 17-12007.

dia europeu do Mar: rumo uma cruzada calma a uma Política Marítima integrada Kitty bale*

M. Patrão Neves

A

União Europeia assinala hoje o Dia do Mar. Esta celebração testemunha o reconhecimento da importância que o Mar tem para o desenvolvimento da Europa que, na sua realidade geográfica, se projecta sobre quatro mares e dois oceanos, sendo rodeada de ilhas, e que, na sua realidade social e económica, evidencia uma forte tradição marítima e mantém hoje a economia marítima mais dinâmica do Mundo. Estas serão certamente boas razões para a União Europeia se virar para o Mar e o contemplar no contexto da sua Estratégia 2020. Sublinhe-se ainda o facto do Mar, tradicionalmente animado pelas pescas e transportes, ser hoje também, e desde há largas décadas, o espaço para tantas outras e variadas actividades como a aquacultura, desportos e turismo, ou obtenção de energia renovável, entre outras. Sob esta perspectiva, Portugal destaca-se entre os demais países europeus pela sua relação particularmente estrei-

ta com o mar: uma vocação ditada pelo seu posicionamento geográfico, confirmada sobretudo pelos períodos áureos da sua história, como o dos Descobrimentos, e hoje renovada na soberania de uma das maiores Zona Económica Exclusiva do mundo, como um oceano de oportunidades para aqueles que elejam o Mar como prioridade estratégica de desenvolvimento – seguindo a reiterada exortação neste sentido que o Presidente Cavaco Silva tem vindo a fazer. Neste contexto, os Açores dispõem de uma situação privilegiada e de uma responsabilidade acrescida no reconhecimento do potencial do Mar como fonte de vida, na sua diversidade biológica; de identidade social, na multiplicidade de expressões culturais que inspira; de riqueza, na pluralidade de actividades económicas que acolhe; de lazer, na variedade de acções lúdicas a que convida. Eis o que o projecto europeu de promoção e implementação de uma Política Marítima Integrada visa contemplar. A Política Marítima Integrada prevê um conjunto de acções sectoriais em todos os domínios de intervenção relevantes relacionados com o Mar, nomeadamente transportes, pescas, ambiente, energia, indústria, emprego,

investigação, relações externas e outros, vincando a necessidade de se promoverem sinergias através de uma abordagem integrada para as distintas políticas sectoriais. Assim sendo, as Instituições Comunitárias, os EstadosMembros e as Regiões são desafiadas a criar estruturas de governação para garantir que as respectivas políticas marítimas deixem de ser perspectivadas de uma forma isolada e passem a ser desenvolvidas numa inter-relação dinâmica com outras áreas de intervenção política, na adopção de uma abordagem "da base para o topo" (bottom-up). Ao mesmo tempo, instrumentos transectoriais, como sejam o ordenamento do espaço marítimo, a vigilância integrada ou o conhecimento do meio marinho, têm vindo a ser promovidos e implementados, esperando-se que venham a contribuir para melhorar substancialmente a forma como o meio marinho e os espaços costeiros são geridos. Os Açores podem e devem assumir neste domínio um desempenho de liderança que promova o seu desenvolvimento, contribua para o progresso de Portugal e constitua uma mais-valia para a União Europeia. 20.05.2011

L

embro-me de ter admirado a vista do último piso do prédio: a janela da sala de reunião parecia um postal gigante cheio de céu e oceano, árvores exóticas e pedaços de cidade. Era uma vista poderosa, inspiradora até e pensei que só podia animar quem olhava para ela. Porém, o meu interlocutor - cujo ambiente de trabalho incluía esta vista - reagiu de uma forma mais ambivalente. Explicou que viver numa ilha podia ser como viver num reino ou como viver numa cadeia conforme a nossa perspectiva. Aliás, para uns o horizonte é o limite, a parede contra a qual estamos encostados enquanto para outros, o mesmo horizonte é este mundo de possibilidades ainda inexploradas. Na altura, estivemos a tentar criar um novo produto jornalístico - notícias dos Açores em inglês para os luso-descendentes nas Comunidades que já não falam português - e acreditávamos no sucesso do nosso projecto porque, na cultura anglo-saxónica, querer é poder e a vontade automaticamente descarta obstáculos. Queríamos fazer, queríamos conseguir, queríamos inovar. Sendo jornalista por vocação, agarrei-me a esta vontade e optei por

ignorar todos os desafios no nosso caminho. Concentrei-me no projecto, tentei proporcionar conteúdos de qualidade ao nosso público-alvo e esperei pacientemente até as dificuldades administrativas ficarem resolvidas. Foi uma cruzada calma, tão calma que as Comunidades ficaram sem saber deste projecto porque nunca foi divulgado ou promovido de forma oficial. Foi uma cruzada calma que durou um ano mas que ficou na obscuridade porque o jornalista é apenas um mensageiro, uma ferramenta, nunca é a mensagem. bati a cabeça contra o horizonte, bati a cabeça contra inúmeras limitações administrativas, bati a cabeça contra a indiferença e até mesmo contra o esquecimento. E o projecto acabou da mesma forma que tinha começado, silenciosamente, enriquecendo apenas o arquivo do Google e dos órgãos de comunicação social que republicaram algumas reportagens nossas. Mas ainda quero acreditar que valeram a intenção, a boa vontade e os muitos sacrifícios. Ousei olhar para aquele mundo além do horizonte, ousei tentar algo novo e diferente... Ao menos, falhei porque arrisquei fazer. jornalista e-mail: quazorean@gmail.com


inFormação

Tribuna das Ilhas

NOSSA GENTE l Nasceu no passado dia 20 de Maio no Hospital da Horta a menina Mariana Dias Oliveira, filha de Ruben Manuel Silva Oliveira e de Paula Fernanda Bettencourt Dias Oliveira. A Mariana é irmã de Inês Dias Oliveira, de 9 anos de idade. A menina é neta materna de Manuel Fernando Araújo Dias e

de Maria Fernanda Bettencourt Gil Dias, já falecidos. É neta paterna de carlos Manuel Silva Oliveira e de Rosa Maria Garcia da Silva.

hOJE E AMANhã 21H30- Filme - “discurso do rei”

FArMÁCIAS

areeiro • caPelo • telF. 292 945 204 • tlm. 969 075 947

hOJE E AMANhã Farmácia Lecoq 292 200 054 dE 29 dE MAIO A 4 dE JuNhO Farmácia Ayres Pinheiro 292 292 749 EMErGêNCIAS -FAIAl i h p o ~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000

ESTE dOMINGO ESTArEMOS ENCErrAdOS POr CAuSA dA PrIMEIrA COMuNhãO dE uMA NETA.

TrANSPOrTES - FAIAl

AceitAm-se ReseRvAs SErVIMOS rEFEIçõES PArA FOrA

jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

no Teatro Faialense.

NO SNACK

E PrATO dO dIA

METEOrOlOGIA

descanso semanal: terça-Feira

temos sempre Bom peixe

EVENTOS dE 1 dE MAIO A 9 dE JuNhO Inscrições - Marcha São João da caldeira

Venha almoçar ou petiscar no Snack Bar e faça uma visita à JJ Moda e decoração Pronto a vestir

ATé 27 dE MAIO das 08:30 às 16:30 - Exposição “Take 3” na ESMA ATé 25 dE JuNhO 10:00 às 17:30 – Exposição Hochzeit - Pintura contemporânea - No Museu da Horta

AMANhã dias Verdes CMh 09h00 – Trilho Pedestre: Descida da Rocha da Fajã 11h30 – Residuos e reciclagem 15h30 – Mercado de Trocas ANIMAçãO INFANTIl 11:00 às 20:00 – Parque da Alagoa. Organização Universo da Festa

GruPO CENTrAl hOJE Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros fracos. Vento nordeste moderado a fresco (20/40 km/h) com rajadas até 50 km/h. Mar cavado. Ondas nordeste de 3 metros. Temperaturas Mínima 16ºc, Máxima 20ºc

MEGA FESTANd MINI ANdEbOl AAIF 15:00 - campo do Fayal Sport club – Organização da Associação de Andebol da Ilha do Faial dOMINGO 08:00 às 12:00 - Pesca desportiva Costeira. Organização clube Naval da Horta 14:00 - Circuito Pedestre da Praia do Almoxarife. concentração Junto à EBI da Horta. Organização Azórica com o apoio da Junta de Freguesia da Praia do Almoxarife 21:00 -Império do Cantinho com arraial. Rua do cantinho Flamengos. Organização da comissão de Festas dos Flamengos.

EdITOr: Fernando Melo ChEFE dE rEdACçãO: Maria José Silva rEdACçãO: Susana Garcia e Marla Pinheiro FOTOGrAFIA: carlos Pinheiro

AMANhã Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros fracos e pou-co frequentes. Vento nordeste fresco (30/40 km/h) com rajadas até 50 km/h, tornando-se moderado (20/30 km/h) e rodando para norte. Mar cavado. Ondas nordeste de 3 metros, diminuindo para 2 metros.

COlAbOrAdOrES PErMANENTES:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, José Trigueiros, Mário Frayão, Armando Amaral, Victor dores, Alzira Silva, Paulo Oliveira, ruben Simas, Fernando Guerra, raul Marques, Genuíno Madruga, berto Messias COlAbOrAdOrES EVENTuAIS: Machado Oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo Mendes, zuraida Soares, Gonçalo Forjaz, roberto Faria, Santos Madruga, lucas da Silva

dOMINGO Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros fracos. Vento norte moderado (20/30 km/h). Mar de pequena vaga a cavado. Onda nordeste de 2 metros.

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Tribuna das Ilhas dIrECTOr: cristiano Bem

bAr SErVIMOS

rEFEIçõES lIGEIrAS

Organização Hortaludus

hOJE 18:00 - Encontro da comunidade de Leitores da BPARJJG na Biblioteca Pública e Arquivo Regional JJGraça

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reStaurante e Snack-bar

uTIlIdAdES

AGENdA CINEMA

20 dE MAIO dE 2O11

PrOJECTO GrÁFICO: IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL PAGINAçãO: Susana Garcia rEdACçãO ASSINATurAS E PublICIdAdE: Rua conselheiro Miguel da Silveira, nº12, cv/A-c - 9900 -114 Horta CONTACTOS: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIL: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

TéCNICA

IMPrESSãO:

Rua Manuel Inácio 9900-152 - Horta

EdITOr E PrOPrIETÁrIO:

de Sousa, 25

dISTrIbuIçãO: cTT TIrAGEM: 1000 exemplares rEGISTO: nº 123 974 do Instituto de comunicação Social

IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL NIPc: 512064652 rEGISTO COMErCIAl: 00015/011017 (Horta) - Porte Subsidiado GOVErNO rEGIONAl dOS AçOrES

Esta publicação é apoiada pelo PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à comunicação Social Privada


FuNdAdO 19 dE AbrIl dE 2002

Tribuna das Ilhas SEXTA-FEIrA 4 27 dE MAIO dE 2O11

www.tribunadasilhas.pt

circuito Pedestre capelo – capelinhos

A

o descobrir o arquipélago dos Açores em 1427, Diogo de Silves encontrou ilhas repletas de aves e com uma densa vegetação. Percorrer o trilho pedestre CapeloCapelinhos é como redescobrir essas paisagens descritas pelo descobridor Diogo Silves. Este trilho inicia-se junto do Parque Florestal, nas Trupes do Capelo. Com uma duração aproximada de 2h30m, e com uma extenção de 7 km, ao longo dos quais se pode apreciar uma grande diversidade ecológica e geológica que caracteriza o Parque Natural. Deste modo, realizar este passeio, é percorrer alguns dos antigos cones vulcânicos responsáveis pela formação da península do Capelo, bem visíveis no alinhamento Caldeira – Capelinhos, designado por Complexo Vulcânico do Capelo. Na primeira paragem, aconselhada pelo PNF, é possível desfrutar da paisagem oferecida sobre o Cabeço do

Fogo (a Este), centro da primeira erupção histórica da ilha do Faial (1672) e antigas escoadas lávicas. Neste local, em termos de flora, encontra-se diversas espécies da floresta Lauríssilva húmida (bosque de média altitude). A avifauna possível observar ao longo do trilho consiste, essencialmente, em subespécies endémicas dos Açores. O Parque Natural do Faial aconselha que o visitante dê a volta ao Cabeço Verde pelo lado Norte, contornando-o. E, quando chegar novamente à estrada de bagacina siga para Oeste em direcção ao Caldeirão. Logo a seguir, há uma entrada que permite ir até à Furna Ruim, antiga chaminé vulcânica com 55m de profundidade (Algar). Seguindo o trilho na direcção Oeste o visitante visualizará o Algar do Caldeirão, uma das formações vulcânicas mais antigas da península do Capelo. No seu interior temos uma das mais bonitas e valiosas espécies da flora açoriana, a vidália (Azorina vida-

lii). E, a cerca de 300m deste ponto, temos um dos mais belos exemplares de vegetação arbórea endémica dos Açores o azevinho (Ilex azorica) de elevado porte (4m de altura). O visitante ao subir o Cabeço do Canto, pode desfrutar de um excelente miradouro sobre o vulcão dos Capelinhos. Seguindo a direcção Oeste, é possível visitar um pequeno tubo de lava, no qual realça-se o seu tecto coberto por estalactites formadas pelo pingar e arrefecimento das escoadas. Continuando este percurso, passa-se por uma antiga vigia baleeira, hoje desactivada. Para finalizar o percurso, o visitante terá que atravessar a estrada regional e caminhar por cima das cinzas vulcânicas do Costado da Nau até chegar ao fim do percurso no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos. 25 de Maio de 2011 Parque Natural do Faial

a noSSa Marca

N

ão é unicamente na areia que deixamos as marcas do nosso caminhar, que deixamos a marca do nosso percurso, todas as nossas acções diárias ficam gravadas na nossa passagem pela vida, esperando que esta possa ser de algum modo positiva não só para nós próprios como também para os outros e para tudo o que nos envolve. Assim sendo, surge o conceito de “Pegada Ecológica” que é uma estimativa do impacto que o nosso estilo de vida tem sobre o Planeta, permitindo avaliar até que ponto a nossa forma de viver está de acordo com a sua capacidade de disponibilizar e renovar os seus recursos naturais, assim como absorver os resíduos e os poluentes que geramos ao longo dos anos. O hoje está implicitamente ligado ao passado mas também ao futuro, e é nosso dever assumir o compromisso de

transmitir às gerações futuras um planeta com mais recursos, com menor degradação ambiental e maior capacidade de se regenerar. A cada um de nós está associada uma Pegada Ecológica que se reflecte na quantidade de recursos naturais que utilizamos no nosso quotidiano, muitas vezes inconscientemente e de maneira irresponsável. Esta é um indicador que procura avaliar a capacidade de sustentabilidade dos territórios, comparando a utilização dos recursos com a regeneração da natureza no sentido de repor estes mesmos recursos. Por outras palavras, traduz em hectares (ha) a área em média que um cidadão ou sociedade necessitam para suportar as suas exigências diárias. O cálculo tem por base diferentes categorias de consumo, como por exemplo a alimentação, a casa, os trans-

portes, os bens de consumo, a energia, a água, entre outros. Este consumo é convertido em área bioprodutiva, segundo várias parcelas de terreno, tanto no mar como na terra, necessárias para produzir e repor os recursos utilizados e assimilar os resíduos e os poluentes produzidos por uma dada unidade de população. A pressão exercida por cada um de nós reflecte-se no meio ambiente sendo que é de extrema importância adoptar um comportamento mais consciente e respeitar o ritmo da natureza. Alguns desses comportamentos poderão ser: - Seguir a regra dos três R´s (Reduzir, Reutilizar, Reciclar); - Investir na redução dos consumos energéticos, utilizando aparelhos eléctricos e electrónicos de baixo consumo. Não deixar os aparelhos ligados; - Reduzir o consumo de água;

- Minimizar a produção de resíduos sólidos, poupando dinheiro ao adquirir embalagens com maior capacidade e produtos com pouca embalagem, sempre que possível recicláveis; - Sempre que possível, adquirir pro-

dutos produzidos localmente, pois consomem menos combustível no seu transporte, produzindo menos emissões e contribuem para a manutenção do emprego e para o desenvolvimento da economia regional.


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