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múSIcA

FERNANDO gOULARt APRESENtA CD NO tEAtRO FAIALENSE PÁGINA O6

Tribuna das Ilhas

dIrectOr: mANuel crIStIANO bem 4 NúmerO: 494

25.Novembro.2o11 Sai àS SextaS-feiraS

1 euro

BAÍA DA hORtA “O MUNICÍPIO DEVE SER ELEItA UMA EXEMPLAR NA APLICAÇÃO DAS MAIS DOS SEUS RECURSOS” BELAS BAÍAS DO MUNDO JOÃO CASTRO EM ENTREVISTA AO TRIbuNA dAS IlhAS

PÁGINA O4

g NA véSPerA dO dIA em que Se celebrA NOS AçOreS O POder lOcAl, O PreSIdeNte dA câmArA dA hOrtA fAlA AO t rIbuNA SObre OS deSAfIOS que Se cOlOcAm à AutArquIA. AS dIfIculdAdeS fINANceIrAS dO muNIcíPIO, AS emPreSAS muNIcIPAIS e A ObrA dO SANeAmeNtO bÁSIcO fOrAm AlGuNS dOS temAS em cImA dA meSA.

PÁGINAS O8/09


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EM dESTAquE

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EdITORIAl

à C. m . H. ! g Foi com justificada surpresa e natural apreensão que os faialenses tomaram conhecimento da actual situação financeira da câmara Municipal da Horta, através das declarações prestadas à Agência Lusa pelo presidente da Edilidade. E embora já circulassem publicamente notícias sobre o elevado montante das dívidas da autarquia faialense, na totalidade referentes a fornecedores, não se imaginava a sua dimensão, que João castro cifrou em três milhões de euros no âmbito das suas afirmações à Lusa, reproduzidas pela comunicação social açoriana. Mas o presidente da cMH disse mais na informação para o público a que nos referimos, tendo inclusivamente levantado a hipótese de eliminar certas despesas municipais para fazer face a esse grave problema, nomeadamente com o encerramento do Teatro Faialense, Piscina Municipal e outros serviços camarários. E aqui é que está a questão que nos merece divergência de pontos de vista, ou melhor, uma discordância de fundo, que com o nosso sentido de um jornalismo feito à margem de influências, independente e construtivo na sua essência, sempre adoptámos, com base na defesa dos interesses desta terra, das ilhas mais próximas e dos Açores em geral. Assim, nesta medida e no caso em apreço, não nos compete discutir aqui as causas que levaram ao excessivo endividamento do Município da Horta. Se por um lado não temos formação nem sequer elementos concretos de análise financeira para o fazer, por outro lado esse debate cabe à própria autarquia, composta por representações politico-partidárias eleitas pelos munícipes. E há uma Assembleia Municipal, mais alargada, para discutir e votar os actos da gestão municipal. E resta ainda, para os informados na matéria, a discussão nas páginas sempre abertas do nosso jornal. Entretanto e após as considerações anteriores, que julgamos pertinentes, sejam quais forem as medidas tomadas para amenizar esta situação de endividamento da câmara, julgamos não ser aceitável o encerramento – ou a suspensão temporária – do Teatro Faialense, dada a sua importante função de pólo de realizações culturais e sociais da cidade e da ilha. Bem nos lembramos da polémica havida à volta da obra de reabilitação e restauração do TF, a que alguns contrapunham a ideia de construir uma casa de espectáculos de raiz. Mas o tempo passou… O Teatro Faialense foi recuperado, aberto à comunidade e passou a ser, a par da nova Biblioteca Pública, a “casa de cinema”, o recinto de sessões e eventos oficiais, o palco da arte teatral e a “sala” de concertos – o pulmão da vida cultural faialense. Este Teatro cuja história se liga à vivência artística do passado da Horta Fechar o Teatro Faialense seria cortar um pedaço da alma desta cidade…

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MuNICípIO dA hORTA

Dificuldades financeiras comprometem saneamento básico texto e fotos

maria José Silva g A Câmara da Horta anunciou terçafeira o adiamento do arranque das obras de saneamento básico da cidade devido aos problemas financeiros que atravessa e às dificuldades sentidas no acesso ao crédito bancário. A decisão foi anunciada pelo presidente da Câmara, João Fernando Castro que defendeu, na ocasião, a necessidade de "reequacionar prioridades" em matéria de investimento, tendo em conta a situação de crise financeira que o país e a região atravessam. A construção do saneamento básico na cidade da Horta estava inicialmente prevista para se realizar através de uma parceria público/privada, em que o construtor realizava os trabalhos e geria os equipamentos durante 30 anos mediante o pagamento de uma renda anual do município na ordem dos 2,7 milhões de euros. A obra foi lançada a concurso na anterior legislatura mas conheceu vários contratempos, entre os quais as desistências sucessivas dos três consórcios que se classificaram nos primeiros lugares devido a dificuldade de acesso ao crédito. Em Dezembro de 2010 a autarquia adjudicou a obra ao quarto classificado, tendo o processo sido remetido para o Tribunal de Contas, que exigiu "explicitação e fundamentação das garantias" que a autarquia terá de dar para assegurar o financiamento desta obra durante os 30 anos de vigência do contrato. A obra prevê a substituição da rede de abastecimento de água e a construção de uma rede de recolha de águas residuais domésticas, de uma rede de recolhas de águas pluviais, de estações elevatórias, de uma estação de tratamento de águas residuais e de um emissário submarino, além da repavimentação de todas as estradas intervencionadas. "A câmara tem que dar indicação de como irá financiar a obra e, face ao período de dificuldade, as questões de financiamento colocam-se em cima da mesa", frisou o autarca socialista, acrescentando que "neste contexto de dificuldade, há que reequacionar prioridades". Para João Fernando Castro, a autarquia só deve avançar com a obra, orçada em mais de 25 milhões de euros, "quando

[SOBE]

estiverem asseguradas as respectivas fontes de financiamento", que não devem colocar "em causa a viabilidade do município". "Quero acreditar que será apenas um adiamento até que melhores tempos venham e possamos dar outro tipo de prioridade a um investimento que sabemos básico, estrutural e necessário", afirmou.

be AcuSA AutArquIA de mAlAbArISmOS fINANceIrOS A Comissão Coordenadora da Ilha do Faial do Bloco de Esquerda/Açores manifestou o seu desacordo e repúdio para com a "manobra de contabilidade criativa", anunciada pela Câmara Municipal da Horta, respeitante à venda de equipamentos municipais à empresa municipal "Hortaludus", de cujo capital é a única detentora. "No podemos aceitar que equipamentos estruturantes como os Parques de Campismo, o Teatro Faialense, a Piscina Municipal e o Centro Hípico possam servir de suporte a malabarismos financeiros para encobrir a incompetência desta e das anteriores gestões camarárias que conduziram as contas do Município a esta situação de quase falência. Esta engenharia financeira não altera absolutamente nada a situação, apenas a adia, e mais tarde teremos que pagar com agravamento de juros.”, refere o partido. O BE acrescenta ainda que "desde a intenção inicial de fomentar a criação de empresas municipais que o Bloco de Esquerda se manifestou contra e alertou para os perigos que daí advêm. Estas empresas, na sua esmagadora maioria, mais não são que departamentos municipais a fingir de empresas, permitindo criar cargos políticos para amigos, a que chamam administradores, e por onde se esvai rios de dinheiro; aquele que, precisamente, depois falta para apoiar a cultura. " O Partido considera que "as empresas municipais têm constituído uma das mais dissimuladas e perigosas formas de endividamento das autarquias ao camuflar a sua realidade financeira. Por outro lado, a promiscuidade entre as máquinas partidárias, poderes autárquicos e empresas municipais patrocina a falta de transparência e põe em causa a democracia do

poder local. " Consideram ainda que "é uma alienação de responsabilidade por parte dos executivos camarários que escolhem abandonar as suas obrigações democráticas, ou seja, fazer aquilo para que foram eleitos."

PSd AcuSA GeStãO cAmArÁrIA de INcOmPetêNcIA Foi na manhã de quinta-feira que a comissão politica de ilha do Partido Social Democrata convocou os jornalistas para dar o seu parecer sobre o adiamento da obra do saneamento básico. Luís Garcia, presidente da CPI laranja, acusou a gestão socialista da Câmara Municipal da Horta de incompetente e imputou-lhe a responsabilidade destes sucedidos. Reportando-se aos factos, Garcia explicou que desde 18 de Fevereiro que o processo relativo ao saneamento básico se encontra no Tribunal de Contas à espera

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de um visto mas, isso ainda não se concretizou porque a CMH não tem capacidade de resposta. Em causa para este “suposto adiamento” está “a incapacidade da autarquia em dar ao Tribunal de Contas um estudo que fundamente e sustente a opção por este modelo (parceria público-privada) e que dê garantias para suportar o financiamento deste investimento durante os 30 anos de vigência do contrato”. O social-democrata adiantou ainda que “este investimento tem sido sucessivamente adiado pelas Câmaras do PS numa opção política assumida de que enterrar dinheiro debaixo do chão não dá votos.” Para Garcia, esta opção é “irresponsável” e coloca a Horta na retaguarda do desenvolvimento pois, “em pelo século XXI não temos saneamento básico”. Os sociais-democratas entendem que esta obra é “importante e estruturante para a cidade uma vez que permitirá a requalificação de muitos espaços urbanos que há muito aguardam esta intervenção”.

[DEScE]

hIPISmO em AltA

e AS PONteS ?

g Foi uma notícia merecidamente destacada no nosso semaná-

g A propósito das notícias e imagens de uma ponte que, no

rio a da conquista pela jovem cavaleira faialense Viviana Rosa, do honroso título de campeã nacional de Dressage, na categoria de juniores. Esta qualificação e a correspondente medalha de ouro foram obtidas no campeonato Nacional de Dressage, que se realizou a 16 e 17 de Outubro no Hipódromo do campo Grande em Lisboa. A Viviana, com prolongada frequência do centro Hípico do Faial, efectuou as provas deste concurso a nível país com o cavalo “Valerian”. Palmas para esta jóvem e colaboradores do seu sucesso.

continente, ligava as margens de um pequeno rio e que, de tão velha e danificada, acabou por ruir sob o efeito do mau tempo, um leitor do nosso jornal levantava a questão de se saber como estão, em termos de segurança todas as pontes – muitas bem antigas – sobre as quais passam as nossas estradas. Julgamos ser esta uma questão pertinente e por esse motivo a trazemos aqui. E deve notar-se que nos referimos a este tema em termos de toda a região, onde devem existir centenas de pontes. Mais vale prevenir que remediar!


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Tertúlia da Universidade Sénior A segunda Tertúlia da Universidade Sénior da Ilha do Faial do presente ano lectivo realizar-se-á na próxima quarta-feira, 30 de Novembro, das 18.00 às 19.30 horas, no Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, numa estreita colaboração entre as duas instituições. Esta sessão, apresentada e coordenada pela Professora e Investigadora Norberta Amorim, reveste-se de grande interesse pelo tema em debate: a “Inserção da população marítima num contexto urbano – o caso da Horta – Séc. XVIII e XIX”. g

fayal Kompra abre em Julho de 2012

[aconteceu]

dr

g Tiveram início no passado dia 17 de Novembro as obras de construção da nova grande superfície comercial do Faial, o Fayal Kompra. Desde 2009 que este projecto andava em cima da mesa, mas por questões logísticas e burocráticas só agora se concretiza. TRIBuNA DAS ILHAS falou com o jovem de 31 anos, Nuno Silva, impulsionador daquele que será o novo Hiper do Faial. Nuno Silva explicou-nos que neste momento decorre a primeira fase da obra, cujos trabalhos incidem na remoção de terras para implementação do edifício e respectivo estacionamento. A obra, registe-se, foi adjudicada a outro empresário faialense, o empreiteiro, José António Brum da Silva e deverá estar concluída no verão para que o Fayal Kompra abra as portas em Julho de 2012. Esta nova superfície, que contou com um apoio do SIDER, será composta por dois pisos e mais de 1500 metros quadrados de área comercial.

Englobará: mercearia, charcutaria, área de congelados, frutaria, peixaria, padaria e cafetaria. De fora ficam os sectores do vestuário e dos electrodomésticos. Neste momento decorrem as negociações para poder ou não haver um franchising com algum grande grupo nacional, mas Nuno Silva preferiu não avançar informação nesse sentido uma vez

que não passam de negociações. Questionado sobre os motivos do investimento, Nuno Silva diz que o facto da população reclamar uma alternativa ao Continente foi o grande mote. “Agora vamos apostar em prestar um bom serviço, juntando no mesmo espaço preço e qualidade”. Com a abertura do Fayal Kompra serão criados 18 postos de trabalho. mJS

3233 cagarros salvos nos açores mJS

g A campanha “SOS Cagarro”, que decorreu nos Açores entre 1 de Outubro e 15 de Novembro, permitiu salvar 3.233 cagarros juvenis em todas as ilhas do arquipélago. A informação foi avançada pelo director regional dos Assuntos do Mar, Frederico Cardigos, na apresentação dos resultados desta campanha, durante a qual foram também recolhidos 252 cagarros mortos e oito feridos. Por ilhas, os maiores números de salvamentos registados ocorreram em São Miguel (788), Pico (588), São Jorge (514) e Faial (413), e os menores na Graciosa (93), Santa Maria (122), Terceira (211), Corvo (228) e

Flores (276). No Faial foram anilhadas todas as aves devolvidas ao mar e em São

Miguel houve um número recorde de 56 brigadas nocturnas. mJS com GaCS

moody’s corta ‘rating’ à eDa g A Moody's cortou em um nível, o ‘rating' da EDA para Ba3, o que faz com que a empresa de Electricidade dos Açores fique ainda com uma perspectiva negativa. Com esta decisão a agência de notação financeira conclui o processo de revisão do ‘rating' da empresa que se iniciou em 8 de Julho deste ano.

Tendo em conta "o confortável perfil de liquidez" da EDA, a ausência de alteração adversas ao quadro de regulação e a continuação de um desempenho operacional sólido, a Moody's considera que a empresa poderá continuar um a dois níveis acima da notação da região autónoma. Mas apesar desta nota positiva, a agência de rating alerta para três

condições que podem resultar numa revisão em baixa da nota da EDA: uma deterioração na situação financeira da República e do ambiente macro económico associado; uma deterioração do perfil de liquidez da empresa, um difícil acesso ao crédito para financiar a dívida e ainda uma evolução negativa no desempenho operacional da empresa.

vIOlêNcIA dOméStIcA AcAbA em deteNçãO g Durante o passado fim-de-semana foi realizada operação de fiscalização rodoviária, na qual foram fiscalizados 16 veículos, sendo detectadas, um infracção grave por condução de veículo a motor sob influência do álcool e um por falta de documentos, bem como detido, homem de 64 anos de idade, por condução de um veículo automóvel, sob a influência de álcool, com uma TAS de 1.33 G/L. Ainda na ilha do Faial, e de acordo com o relatório da PSP foi detido em flagrante delito, um homem, de 40 anos de idade, pela prática dos crimes de violência doméstica, ofensas à integridade física e danos. IrAe INSPeccIONA eStAbelecImeNtOS de cOmércIO e ServIçOS g A Inspecção Regional das Actividades Económicas (IRAE) detectou 235 inconformidades de um total de 484 acções a estabelecimentos de comércio e serviços, que abrangeram as ilhas de S. Miguel Terceira, Faial, Pico e S. Jorge. Falta de livro de reclamações, de letreiro indicativo da existência de livro de reclamações, de afixação de dístico relativo à interdição de fumar, de indicação de preços e de licenciamento foram as inconformidades detectadas pela IRAE, que concedeu àqueles estabelecimentos de comércio e serviços 30 dias para regularizarem a situação. eNGuIA lIbertAdA PArA vIAJAr Até AOS AçOreS g Uma enguia macho com 1,8 metros de comprimento que vivia no aquário escocês de MacDuff, foi lançada ao mar, a semana passada, na Escócia, em direcção ao arquipélago de Açores, Portugal. Os seus tratadores esperam que no fim desta viagem de 3,2 mil quilómetros a enguia encontre uma parceira para se reproduzir. Depois de viver no aquário desde 2004, os tratadores da enguia Rip perceberam pelo seu comportamento inquieto que estava na hora de o soltar para o oceano a fim de cumprir o ritual de procriação, nas profundezas dos mares açorianos. Para ser lançada ao mar, a enorme enguia teve de ser içada do tanque através de um guindaste. "Esperemos que ele realize a sua longa viagem até aos Açores", disseram os responsáveis pela operação no Facebook oficial do MacDuff. Se a enguia conseguir chegar às ilhas dos Açores e encontrar sua companheira, deverá morrer pouco tempo depois de reproduzir, como acontece com os esta espécies de peixe.

[vai acontecer] tAP PrOmOve OS AçOreS NO brASIl g A TAP e o Turismo dos Açores lançaram uma promoção especial para os passageiros brasileiros da companhia aérea de bandeira nacional, oferecendo um bilhete para os Açores a todos os seus clientes que, até 17 de Dezembro, adquiram uma passagem aérea para voos entre o Brasil e Portugal. O bilhete para visitar os Açores é válido até 29 de Fevereiro de 2012, em voos TAP, e deve ser utilizado na mesma altura que o voo entre o Brasil e Portugal, informou a transportadora nacional. Recorde-se que a TAP conta actualmente com voos à partida de 10 cidades brasileiras - Belo Horizonte, Brasília, campinas, Fortaleza, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo – e, no caso dos Açores, conta com ligações para as ilhas de São Miguel, Faial, Terceira e Pico. feIrA SOlIdÁrIA “mANuel de ArrIAGA” g Numa organização dos encarregados de educação da Escola Secundária Manuel de Arriaga – ESMA – vai realizar-se no próximo sábado, 10 de Dezembro, das 10h00 às 17h00, uma feira solidária. Assim sendo, e com o objectivo de atribuir cabazes a alunos identificados como mais carenciados, vão ser criadas bancas para venda de legumes, frutas, doces e arranjos florais de natal. Durante a tarde actuarão o clube de dança do Grupo Desportivo Escolar e o Grupo de hip hop da Professora Lisa curSO de demOGrAfIA hIStórIcA e hIStórIA SOcIAl g A Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, promove de 28 de Novembro a 2 de Dezembro um curso de “Demografia Histórica e História Social” orientado pela Professora Doutora Norberta Amorim. Esta iniciativa decorrerá diariamente entre as 18 e as 20 horas, na sala de formação da biblioteca e destina-se a maiores de 17 anos. Maria Norberta Amorim é autora de notabilíssima e avultada obra sobre a história e o perfil demográfico das gentes da Ilha do Pico. Natural da freguesia de São João, concelho das Lajes do Pico, foi professora catedrática na Universidade do Minho, onde fundou e liderou o Núcleo de Estudos de População e Sociedade. Ao longo da sua profícua carreira académica, contribuiu significativamente para o desenvolvimento da componente metodológica na disciplina de Demografia Histórica, na qual se especializou.


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REgIONAl

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baía da Horta é das baías mais belas do mundo

dr

g A Baía da Horta já é oficialmente “uma das Mais Belas Baías do Mundo”. A entrada da baía açoriana no Clube das Mais Belas Baías do Mundo foi comunicada esta semana à Câmara Municipal da Horta, depois da confirmação da adesão ter estado em cima da mesa da reunião da direcção daquele clube, que se realizou este mês de Novembro, em Londres. A integração da Baía da Horta no Clube é o reconhecimento não só da beleza natural da enseada mas sobretudo da qualidade natural, histórica e cultural que a caracteriza. Para o Presidente da Câmara Municipal da Horta, responsável no contexto da Comissão Náutica Municipal pela candidatura daquele ex-líbris, trata-se de um motivo de “satisfação”, que trará maior “notoriedade à Baía da Horta no contexto

da rede mundial a que agora adere”. A candidatura da Baía da Horta surge apadrinhada pela única baía portuguesa pertencente ao referido clube – A Baía de Setúbal – depois de ter passado por um processo de candidatura, apresentado em Maio deste ano no Congresso das Baías no Siné Saloum no Senegal, e depois de ter ultrapassado com sucesso, o processo de avaliação no local, efectuado em Agosto último por Louis Thébault, da Direcção do Clube. Para a confirmação do nome da Baía da Horta entre o leque de três dezenas de baías em todo o mundo, foi determinante a sustentabilidade paisagística e ambiental da baía e zonas envolventes, a sua correlação natural, comercial, cultural e turística com o Porto da Horta, a indiscutível preservação de toda a

área e da ilha onde se situa, bem como a centralidade da baía no contexto do Atlântico.

A entronização da Baía da Horta decorrerá em Setembro de 2012, no Congresso Mundial do Clube, que se

realizará em organização partilhada em Bodrum, na Turquia e em Patmos, na Grécia.

Semana dos resíduos dos açores 2011 g De 19 a 27 de Novembro o Governo Regional dos Açores, através da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, está a organizar em todas as ilhas do Arquipélago a Semana dos Resíduos dos Açores 2011, com o objectivo de mobilizar e lembrar todos os açorianos das responsabilidades comuns na correcta gestão de resíduos na Região Os Parques Naturais de cada ilha, através das respectivas Ecotecas, procurarão envolver a comunidade local na dinamização e partilha de acções para a própria comunidade, sendo este programa resultado desse esforço. Estas acções contam, igualmente com a participação de vários parceiros locais na qualidade de dinamizadores e de público-alvo: autarquias, escolas, ONGAs, juntas de freguesias, operadores de

resíduos, entre outros. Serão perto de 50 as acções a decorrer, destacando-se actividades lúdico-educativas para crianças, oficinas práticas para adultos, sessões de esclarecimento abertas a toda a população, distribuição de folhetos informativos por correio e correio electrónico, visitas a estações de processamento de resíduos e entrega dos galardões do concurso Eco-Freguesia – Freguesia limpa. A Semana dos Resíduos dos Açores é mais uma iniciativa de educação e sensibilização ambiental inserida em plano próprio, estruturado a 12 anos para a Região, denominado Plano Regional de Educação e Sensibilização Ambiental dos Açores (PRESAA), que pretende implementar e avaliar uma estratégia de educação e sensibilização ambiental

regional, alicerçado na integração de diversos parceiros públicos e privados e espelhado na otimização de esforços, formação e partilha de informação e recursos. O Plano encontra-se disponível para consulta no website http://parquesnaturais.azores.gov.pt/ na secção Educar Para o Ambiente. Este Plano terá um papel criador de uma estratégia regional para esta área de actuação, sendo simultaneamente um mote e uma ferramenta para a sustentabilidade ambiental dos Açores. O programa da Semana dos Resíduos dos Açores para o Faial tem início no dia 25 de Novembro com sessões de apresentação e visitas à estação de triagem pelos alunos e funcionários da ESMA. Estas sessões tem como objectivos dar a conhecer as boas práticas de separação de

dr

resíduos, as vantagens da reciclagem face à não separação de resíduos e verificação in loco do processo de preparação dos resíduos para valorização. Amanhã, no Castelo de São Sebastião, vai realizar-se um workshop de origami natalício, versando a aprendizagem de práticas de reutilização de papel como

forma de redução da aquisição de objectos decorativos de natal. Domingo com o objectivo de promover boas práticas de gestão de resíduos na administração pública, vai decorrer no Jardim Botânico do Faial uma sessão Plager.gov. mJS com GaCS

eSPAçO de PrOXImIdAde associação Humanitária de bombeiros voluntários do faial *fundada a 16 de maio de 1912* instituição de Utilidade pública (nos termos de D.l.n.º 460/77) federada na liga dos bombeiros portugueses *Cavaleiro da ordem de benemerência* medalha de ouro duas estrelas da liga dos bombeiros portugueses

CoNvoCatória Ao abrigo do 20.º dos Estatutos da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Faial, convocam-se os sócios para uma Reunião Ordinária da Assembleia Geral, a realizar no dia 09 de Dezembro de 2011, pelas 19H00, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1 - Plano de Actividades e Orçamento da Associação para 2012 2 - Outros assuntos de interesse para a Associação. Se à hora marcada não se encontarem presentes a maioria dos sócios com direito a voto a mesma funcionará meia hora mais tarde, com qualquer número de sócios, de acordo com o estabelecido no ponto único do artigo 2.º dos respectivos estatutos. Horta, 22 de Novembro de 2011 O vice-presidente da Assembleia Geral, rodrigo manuel raposo pinto

A POlícIA AO ServIçO dOS cIdAdãOS P P O O l l í í c c I I A A d d e e S S e e G G u u r r A A N N ç ç A A P P ú ú b b l l I I c c A A

derrAmeS NA vIA PúblIcA - II Tendo por objectivo básico primordial, a segurança e tranquilidade pública nas demais vias de domínio público ou particulares abertas ao público, a P.S.P. incentiva/apela aos demais proprietários, condutores e ou transeuntes, que adquiram uma postura activa e participativa, não só na detecção destes tipos de comportamentos bem como se sintam incentivados e incentivem a identificarem situações que tomem conhecimento. Pois, só com o empenho de todos as nossas estradas se tornarão mais seguras. A SAber..... ArtIGO 79º dO códIGO dA eStrAdA 1-É proibido o trânsito de veículos a motor que emitam fumos ou gases em quantidade superior à fixada em regulamento ou que derramem óleo ou quaisquer outras substâncias (coima de 120 a 600€; Leve; Apreensão do documento de identificação do veículo – Artº 161º nº 1 al. i) do c.E.

2-É proibido ao condutor e passageiros atirar quaisquer objectos para o exterior do veículo (coima de 60 a 300€. Participe de forma activa na sua segurança, verifique, registe, denuncie junto da P.S.P. da sua área.

A SeGurANçA rOdOvIÁrIA dePeNde de tOdOS cOlAbOre verIfIcANdO ASSIduAmeNte O eStAdO dO Seu veículO esclarecimentos adicionais poderão ser solicitados à P.S.P. da sua área de residência ou por correio electrónico, através do endereço cphorta@psp.pt cONtActOS divisão Policial da horta: telefone – 292208510 fax - 292208511

PrOGrAmA INteGrAdO de POlIcIAmeNtO de PrOXImIdAde


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ESpAçO INTERACTIVO CuSTOu MAIS dE 2 MIlhõES dE EuROS

Casa museu manuel de arriaga imortaliza o primeiro presidente da república um “centro evocativo da personalidade de Arriaga” com uma “abordagem informativa, pedagógica e problematizada de aspectos relevantes da história e da estruturação da democracia e da cidadania na contemporaneidade”. foi desta forma que o presidente do Governo regional caracterizou a casa museu manuel de Arriaga, inaugurada no passado sábado, ocasião que marca o encerramento nos Açores das comemorações do primeiro centenário da república portuguesa, celebrado a 5 de Outubro de 2010. depois de uma grande mobilização das forças vivas da sociedade civil faialense, graças ao empenho da Associação dos Antigos Alunos do liceu da horta nesta causa, a casa onde nasceu o primeiro presidente da república portuguesa abre assim portas ao público, transformada em museu.

marla Pinheiro fotos:maria José Silva

g A Casa Manuel de Arriaga representa um investimento de mais de dois milhões de euros e, como explicou Carlos César durante o discurso proferido na inauguração deste equipamento cultural, pretende ultrapassar o conceito tradicional de “casa museu” para ser um espaço interactivo, coordenado pela Direcção Regional da Cultura e pelo Museu da Horta. uma exposição de longa duração, espaço para exposições temporárias, projecção de filme, sala polivalente, biblioteca e espaço para consulta de documentação digitalizada são algumas das valências de que o espaço dispõe. Este será também equipado com indicações textuais em inglês e em Braille, bem como em versão áudio. O projecto museográfico da Casa Manuel de Arriaga esteve a cargo do designer Rui Filipe e a arquitecta Cláudia Zimerman. Para o futuro, segundo o presidente do Governo Regional, será recuperado o reduto verde desta propriedade, não integrado na obra de recuperação devido “à morosidade do processo de aquisição dos terrenos à Diocese de Angra”. Na ocasião, perante uma plateia que incluía vários descendentes de Manuel de Arriaga, Carlos César aproveitou para agradecer às pessoas e instituições que contribuíram com peças para a Casa Museu, com destaque para a pintora Tereza de Arriaga, neta de Manuel de Arriaga, que ofereceu um quadro a óleo à instituição. Sobre Manuel de Arriaga, Carlos César destacou-lhe a “integridade política”, a “convicção com que defendeu os seus

INAuGurAçãO carlos césar e João castro descerraram a placa

uma reinterpretação à luz dos desafios políticos e éticos actuais”. A Casa Museu Manuel de Arriaga pretende cASA muSeu A infraestrutura traz a assim ser uma “homenagem memória de Arriaga para os nossos tempos aos homens e às mulheres ideais” e a “vontade de transformar o país empenhados nas causas justa, o apelo aos numa sociedade mais justa, mais instruída jovens que as devem fazer avançar e a e mais desenvolvida”, considerando-o lembrança junto das diferentes gerações uma “referência” para as gerações actuais. sobre a consciência e a retoma de uma De acordo com o chefe do Governo da ética que vai muito para além dos interesRegião, é precisamente a actualidade dos ses individuais”. valores e convicções de Arriaga que faz Lembrando o percurso do republicano com que o projecto desta Casa Museu faialense até à presidência da República, parta da “extrapolação desse perfil para Carlos César citou Raul Brandão, que

definiu Arriaga como um “homem profundamente altruísta e magnânimo, de uma grande bondade e honradez”. “A popularidade e prestígio de Manuel de Arriaga fizeram com que o seu nome fosse atribuído a muitos espaços urbanos”, não apenas nas ilhas mas em todo o país, e inclusive nas “antigas possessões ultramarinas, apontando-se, actualmente, à volta de 65 atribuições no território nacional e quatro nos territórios das ex-colónias”, referiu Carlos César, frisando que tal se trata de um “caso incomum nas páginas da história da toponímia portuguesa”.

CaSa Do povo DoS flameNGoS

lar DaS CriaNCiNHaS Da Horta

Fundada em 12 de Julho de 1973 Inicio de Actividade em 1 Set. 1973 Instituição de utilidade Pública (Dec. Lei n°.4/82 de II/Fev.) Equiparada a Centro Popular de Trabalhadores (Dec.Lei n°.4/82 de II/Fev.) Instituição Particular de Solidariedade Social (Dec.Lei n° .171/98 de 25/Jun.)

Instituição Particular de Solidariedade Social

eDital assembleia-geral CoNvoCatória De acordo com o artigo n.º32 dos estatutos da Casa do Povo dos Flamengos, convocam-se os sócios desta Casa do Povo, para a sessão Ordinária da Assembleia Geral que se realizará pelas19:30horas do dia 5 do mês de Dezembro, na sede desta Casa do Povo, sita à Rua Nova Artista Flamenguense, freguesia dos Flamengos, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciação e votação do plano e orçamento para 2012; 2. Outros assuntos que eventualmente se tomem oportunos e que legalmente possam ser discutidos Não comparecendo à hora marcada a maioria dos sócios, a sessão funcionará uma hora depois com o número de sócios presentes. O Preidente da Assembleia Geral José Alberto Tavares Rua Nova Artista Flanguense - Edificio Polivalente - 9900 401 Flamengos

CoNvoCatória Em conformidade com a alínea C do artigo 28.º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral desta Instituição, a reunir-se em sessão ordinária, na sua sede sita à Rua Cônsul Dabney desta cidade, no dia 29/11/2011, pelas 17:30 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 - Apreciação e votação do orçamento e programa de acção para o ano de 2012. 2 - Outros assuntos de intreresse para a Instituição que, eventualmente se tornem oportunos e que, legalmente, possam ser discutidos. Conforme disposto no n.º 1 do Artigo 30.ª se à hora indicada não estiver presente o número suficientes de sócios, a Assembleia funcionará com qualquer número de sócios, passada uma hora. Horta, 14 de Novembro de 2011. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral


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MúSICO E pROduTOR lANçA Cd NO dIA 30 dE NOVEMbRO, COM ESpECTáCulO NO TEATRO FAIAlENSE Na próxima quinta-feira, dia 30 de Novembro, a partir das 21h30, fernando Goulart assinala com um espectáculo no teatro faialense o lançamento do seu cd horizonte de mar. trata-se do segundo trabalho discográfico do músico picoense que há largos anos reside no faial, e surge para celebrar os seus 40 anos de carreira, assinalados em 2010. trIbuNA dAS IlhAS esteve à conversa com fernando Goulart.

marla Pinheiro foto: Susana Garcia g Natural da Calheta do Nesquim, onde nasceu também o escritor Dias de Melo, como frisa com orgulho, Fernando Goulart confessa que o interesse pela música surgiu mais por amor a outra arte: “o meu começo na área musical não foi por amor à música, mas sim por um motivo muito mais interesseiro: quando tocávamos na filarmónica íamos ao cinema de graça, e foi por aí que fui para a Filarmónica da Calheta do Nesquim, com 15 anos”, conta. Mais tarde, a vida profissional trouxe-o para o Faial e desligou-se da filarmonia. Enveredou então pelos grupos de baile, e teve inclusive uma formação da sua responsabilidade, “Fernando Goulart e Amigos”, que andou pelos Açores e foi também ao continente português. Mais tarde, surgiu a sua ligação aos grupos de cantares e aos grupos folclóricos, num claro apego à tradição musical açoriana. Outro dos seus projectos ligados à música foi a Rádio Canal, que fundou em conjunto com um amigo. Quando deu por terminado este projecto, mudou de rumo, mas sempre com a actividade musical em

Horizonte de Mar celebra 40 anos de carreira de fernando Goulart mente: “quando a rádio acabou achei que nho de rock. É diversificado ao nível do devia enveredar para outra área, e comecei tipo de músicas mas a temática das letras é a gravar e a produzir; a fazer música para sempre as ilhas, as gentes, as nossas vivênoutras pessoas. É isso que tenho andado a cias e as nossas raízes”. fazer”, diz. O tema que dá origem ao título, Com mais de 40 CD’s gravados, “Horizonte de Mar”, foi gravado em 1990, Fernando Goulart trabalha com vários gru- e está incluído no segundo volume de uma pos da Região e não só. O último trabalho colectânea da responsabilidade da RDP, que produziu, por exemplo, foi feito para chamada “Na Rota das Ilhas”. os Estados unidos. Inicialmente gravado em vinil, surge agora Ao TRIBuNA DAS ILHAS, Fernando com uma nova roupagem para este CD. A Goulart explica que decidiu investir na escolha deste tema para dar nome a todo o área da produção e da gravação por gosto CD é uma homenagem ao lugar onde naspela música. “Não foi, seguramente, a mira ceu este picoense: “naquela altura o do lucro que me fez apostar nesta área. mundo era maior do que é hoje, mas o meu Com um mercado como o nosso esta área mundo era mais pequeno; era aquele não é lucrativa. pequeno espaço Se queremos fano Pico, e, uma composição musi- depois, o horizer um trabalho de qualidade, cal pode começar por um zonte, e esse era o com padrões i- acorde mas também por mar”, explica. dênticos aos dos uma palavra ou por uma Fernando grandes estúdios, frase. É algo que surge, e Goulart revela é preciso equipa- partir da inspiração mas que o seu trabamento de qualilho se tem pautatambém com alguma trans- do por fazer aquidade, muito caro, e o mercado não piração - que é como quem lo de que gosta, e tem dimensão diz, com algum trabalho –, isso reflecte-se para fazer face a e que acaba por levar a neste disco: “proeste tipo de uma composição musical.” curei não ir à proinvestimentos”, cura do público considera. em concreto mas, acima de tudo, fazer um Com 16 temas, gravados em diferentes trabalho que me agradasse a mim mesmo. datas ao longo da sua carreira, este CD é Agora fico à espera de ver se as pessoas um projecto bastante diversificado, como gostam ou não”, refere. explica o autor: “encontramos de tudo um Para este músico é imperativo continuar pouco, desde baladas a coisas que têm a trabalhar na área da música. Quanto à muito a ver com as nossas raízes popula- composição musical, nunca se sabe o que res, com sabor a chamarrita, a algumas coi- o futuro reserva, como explica Fernando sas que vão por outras linhas, com sabor Goulart: “compor tem a ver com a nossa do Brasil ou country, ou um certo cheiri- predisposição. Quando acontece, acontece.

Se não acontece há outras coisas para fazer, nem que seja ir à pesca”, diz, em tom de brincadeira. Para o músico, “uma composição musical pode começar por um acorde mas também por uma palavra ou por uma frase. É algo que surge, e partir da inspiração mas também com alguma transpiração - que é como quem diz, com algum trabalho –, e que acaba por levar a uma composição musical”. O primeiro encontro deste Horizonte de Mar com o público deu-se nos Estados unidos, de onde Fernando Goulart acabou de regressar. O músico congratulou-se com a reacção do público ao trabalho, que agora será apresentado nos Açores. Já

amanhã, dia 26 de Novembro, Fernando Goulart mostra este trabalho na Calheta do Nesquim. No dia 1 de Dezembro, o mesmo será apresentado nas Lajes do Pico. Na Horta, como já foi referido, o CD será lançado no dia 30 de Novembro, quinta-feira, no Teatro Faialense, a partir das 21h30. O espectáculo é aberto ao público, e os interessados podem comprar bilhetes na bilheteira do Teatro Faialense. Da “ementa” deste sarau musical constam, para além da interpretação dos temas do CD pelo autor, a colaboração do Grupo Coral da Horta e ainda vários momentos de poesia.

CINEMA NO TEATRO FAIAlENSE

planeta dos macacos – a origem Winnie the pooh (dias 26 e 27; 21h30; > 12) g Realizado por Rupert Wyatt (The Escapist), Planeta dos Macacos – A Origem é a prequela do filme que Tim Burton realizou em 2001, estrelado por Mark Wahlberg (The Departed – Entre Inimigos), que era então uma estrela em ascensão. Agora, o grande ecrã dá lugar a outros jovens actores com bastante potencial. Neste filme, destaque para a participação de James Franco, nomeado na última edição dos Óscares ao prémio para melhor actor pelo seu desempenho em 127 horas, e Freida Pinto, a indiana de origem portuguesa catapultada para a ribalta pelo filme Quem quer ser bilionário?, de Danny Boyle. A eles junta-se Andy Serkis, que depois de dar vida a King Kong, no filme de Peter Jackson, volta agora a interpretar um macaco. De resto, Serkis tem feito uma série de trabalhos com recurso à tecnologia CGI, que capta as expressões faciais dos actores. Foi ele que interpretou a personagem Gollum, em O Senhor dos Anéis e, recentemente, interpreta o capitão Haddock, no filme de Spielberg sobre

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tecNOlOGIA cGI O macaco caesar resulta de imagens manipuldas digitalmente a partir das próprias expressões faciais de Andy Serkis

Tintin. A premissa para este filme parte do trabalho de uma equipa de cientistas que procura a cura para o Alzheimer. Após a descoberta de uma terapia revolucionária, um chimpanzé bebé, de nome Caesar (Serkis), é usado como cobaia. De um momento para o outro a equipa de investigadores constata uma evolução extraordinária em todas as suas capacidades, que parecem ultrapassar as de um ser humano comum. Will Rodman (Franco), um dos

cientistas que mais se afeiçoou a ele, ao compreender o alcance destas descobertas e a evolução daquele pequeno macaco, tenta alertar o resto da equipa para a crueldade que aqueles testes implicam, sem qualquer resultado. Porém, tornado agora num ser de inteligência superior e de emoções cada vez mais apuradas, Caesar começa a alimentar sentimentos de vingança contra os seres humanos que o subjugam e começa a planear uma revolta da sua espécie.

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ANImAçãO O filme sobre Winnie the Pooh é uma das apostas da disney em 2011

(dia 27; 17h00; >6) g Criado em 1926 pelo escritor inglês Alan Alexander Milne, Winnie the Pooh continua a apaixonar gerações. Pela batuta da Disney, o famoso ursinho amarelo salta agora novamente dos livros de histórias e do pequeno ecrã para a tela do cinema. Neste filme, esfomeado como sempre, Pooh percorre o Bosque dos Cem Acres à procura de algum mel. Ao

encontrar um bilhete de Christopher Robin, o ursinho entra em pânico e, apesar das suas boas intenções, acaba por criar a maior das confusões ao convencer os seus amigos Tigre, Piglet, Rabbit, Owl, Kanga, Roo e Eeyore que Christopher foi raptado por um monstro feroz. Persuadidos que têm de salvar o companheiro em apuros, a luta contra o inimigo imaginário prevê-se muito atribulada ...


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Triunvirato esta noite no Teatro Faialense No âmbito da Temporada de Música Açores 2011, organizada pela Direcção Regional da Cultura, o Teatro Faialense recebe hoje, sexta-feira, a partir das 21h30, um concerto do trio Triunvirato, composto pelo pianista Paulo Pacheco, pelo flautista Nuno Inácio e pelo violoncelista Marco Pereira Os músicos açorianos irão interpretar obras de Weber, Martinu e Astor Piazzolla.

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o livro último de mário machado fraião dr

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victor rui dores

ntes que o sol acabasse (edição de autor, 2011) só é um livro póstumo porque no dia 8 de Novembro de 2010 o poeta Mário Machado Fraião, após um mês de intenso sofrimento, sucumbiu a um acidente vascular cerebral e, da forma mais cruel e brutal, ficámos a saber que a existência humana é, de facto, coisa efémera. O seu desaparecimento físico representou, para quem com ele privou de perto, um profundo rombo no casco deste navio simbólico em que fazemos a viagem da vida. Pelo menos desde Maio de 2010, Mário Machado Fraião tinha pronto para publicação Antes que o sol acabasse, pois num dos seus costumados telefonemas domingueiros, falou-me que tinha um livro de poemas concluído. No dia 20 de Julho daquele ano, estive em Lisboa e encontrei-me com ele no Chiado. Reservado como sempre, nada me disse sobre o projecto poético, estando mais interessado em saber novidades do Faial. Depois referiu que o doutoramento em preparação tomava-lhe o tempo livre: estudava as circunstâncias que concorreram para o 28 de Maio de 1926. Mostrou-se particularmente satisfeito por ter integrado a equipa que investigou a biografia de Manuel Teixeira Gomes, tendo-me oferecido exemplar do livro Manuel Teixeira Gomes, ofício de viver (Tinta da China, 2010), para o qual escreveu um importante capítulo: “uma presidência na agonia da República”. Foi a última vez que o vi e com ele falei. I um PercurSO bruScAmeNte INterrOmPIdO Foi pela mão do saudoso António Duarte que, em 1982, me foi dado conhecer os primeiros poemas de Mário Machado Fraião. Revelavam esses poemas a iniciação de alguém que, sentado num dos bancos do Largo do Infante, e com os olhos encharcados de luz marítima, se punha a adivinhar horizontes, distâncias e promessas de outros mundos para lá das ilhas do Pico e São Jorge. Nascido na Horta, ilha do Faial, em 1952, Mário Machado Fraião cedo apreendeu o sonho da viagem, um pouco à semelhança de sua tia,

Otília Frayão, que no Faial poetou e que, fugindo à clausura da ilha nos anos 50 do século passado, partiu para longe, já que a errância fora o seu destino e a sua forma de perseguir a felicidade e o sonho. Mário Machado Fraião também deixou a ilha e a sua poesia é, à sua maneira, desejo de aventura, aspiração de fuga, de viagem. Trata-se de uma poética que descobre no mar a essência da visão do mundo. As ilhas do Faial e do Pico deixaram, neste autor, uma memória indelével e retroactiva, sendo a Horta o epicentro do seu imaginário, isto é, o seu roteiro sentimental e afectivo, disso dando conta as obras que nos deixou: Todas as filarmónicas perdidas e um poema por dizer (1980), As cordas e os metais, o sabor da paisagem (1985), Enquanto o mar se renova (1987), Os navios no horizonte (1988), As ruas demoradas (1989), Poemas do mar atlântico (1991), Os barcos levam nomes de mulheres (1995), o seu livro de crónicas Cartas de marear (2008) e, postumamente, este Antes que o sol acabasse (2011). Teve participação regular em sucessivos volumes da colecção Viola Delta (edições MIC) e está representado em três antologias de poesia açoriana: Nove Rumores de Mar (organizada por Eduardo Bettencourt Pinto, Instituto Camões, 2000), On a Leaf of Blue (dirigida por Diniz Borges, edição bilingue da universidade da Califórnia, Berkeley, 2003) e Voices from the islands, An Anthology of Azorean Poetry, de John M. Kinsella, Gávea-Brown, 2007). Em 2009, Chrys Chrystello, coordenador dos Colóquios da Lusofonia, incluiu-o nos Cadernos de Estudos Açorianos. Sempre condicionado pela doença que desde miúdo o apoquentava, e, talvez por isso vivendo em permanente estado de desassossego criativo, Mário Machado Fraião tinha a candura de um ar maroto. Mas o seu sorriso escondia uma secreta melancolia. Informadíssimo e atento observador do real, era homem autêntico, minucioso e distraído, solidário e solitário, isolado e exilado, incompreendido e insubmisso. Acima de tudo, era poeta de agudíssima sensibilidade e apreciáveis recursos sensoriais. Integrou grupos de reflexão literária e fez parte de tertúlias e movimentos intelectuais açorianos em Lisboa. Professor do ensino secundário, licenciado em História e Mestre em História Regional e Local pela Faculdade de Letras da universidade

Clássica de Lisboa, era doutorando em História Contemporânea quando a morte o surpreendeu. Fez investigação histórica centrada na “República Velha”, em várias temáticas. A sua tese de mestrado, “Lisboa e as notícias da Guerra”, é uma pesquisa da imprensa durante a Segunda Guerra Mundial. Dedicava-se também à crónica e à recensão literária, sendo colaborador regular do suplemento cultural Vento Norte (“Diário Insular”), do trimestral “Avenida Marginal”, do semanário “Ilha Maior” e de outras publicações. II A melANcOlIA dA dIStâNcIA

“Persistente e rápida uma gaivota avançava sobre as ondas antes que o sol acabasse”. (pág. 39) “Sair da ilha é a pior maneira de ficar nela”. Escolho esta frase certeira e emblemática do escritor Daniel de Sá, do seu romance Ilha Grande Fechada, para lançar alguns olhares a Antes que o sol acabasse, de Mário Machado Fraião, poeta vigilante da sua palavra poética. Este autor sempre carregou a sua ilha perdida e mitificada. (“Perdi para sempre uma ilha / porque a perdi?”, pergunta ele no seu livro Poemas do Mar Atlântico).Ora, a ilha é a casa, o espaço primordial, imagético e afectivo, é a lembrança indelével de pessoas, coisas e lugares, ou seja, memória do vivido e do sentido. Mas atenção: a poesia de Mário não se fica ensimesmada na ilha, nem cai nas malhas de um certo impressionismo contemplativo da paisagem insular. Trata-se de uma poética que fica entre a ilha e a viagem, ou seja, uma poética que, partindo da ilha, viaja para fora dela, em busca de outros horizontes universais. Por isso os livros deste autor viajam pelos mais díspares espaços geográficos. Há, nos seus poemas, aquilo a que eu já chamei de uma melancolia da distância. Antes que o sol acabasse é atravessado por essa melancolia da distância. O sujeito do poema deambula por espaços do continente português (Lisboa, Estoril, Barreiro, Arrábida, Évora, Algarve), evoca Paris e os reinos míticos de Al-Andaluz, fixa emoções e sensações, vagueia por sentimentos e estados de alma que ficaram enraizados na sua lembrança nostálgica, navega sonhos e memórias porque sabe que só o sonho dá sentido à vida. São poemas

de memórias erráticas, lembranças telúricas, viagens inacabadas. São versos de pura transparência, de clara plenitude e de uma intensa claridade solar. Estamos, por conseguinte, perante uma escrita poética de depurada limpidez e de uma bem conseguida sonoridade: “Estes navios/ no amplo estuário/ têm as suas proas apontadas/ ao meu coração” (pág. 22). Com o mar a perder de vista, o sol arde e preenche o poema. Em dias iluminados ou de mar revolto, há, neste livro, um brilho intenso, um enfocamento visual na maneira de poetar que dá a esta poesia um toque de impressionismo, de beleza plástica e estética que a torna muito pictórica e plasticamente muito bela. Com frio de Janeiro ou calor de Setembro, na Praia da Rocha ou na Rua de Machede, os poemas apresentam-se impregnados de cheiros, cores e sabores. uma sensorialidade atravessa este livro. Ouve-se a trepidação dos barcos, vêem-se “navios de casco negro” (pág. 26), cargueiros e “o traço vertical dos seus mastros” (pág. 39), sente-se o calor do sol e um intenso cheiro a sargaço, a mar e a rio. E há o sabor das “suculentas laranjas de Silves” (pág, 37). E lá

estão as ruas, as palmeiras, o café, o cais do Ginjal, a gare marítima, os ferries, o Tejo, “os esforçados cacilheiros” (pág. 31), o estuário... E ainda raparigas descalças, mulheres tocadas pelo sol e ressonâncias de um amor interiorizado e pressentido. Mário Machado Fraião fala da integridade viva do real, da sua essência infinita e concreta que o habita, assombra, fascina, comove e renova. Refira-se que ele assumiu sempre um compromisso de paixão para com a escrita, lapidando as palavras exactas e essenciais, nelas buscando os ritmos e as pulsações, os silêncios e as sonoridades. O que talvez bastasse para provar, se necessário fosse, que estamos perante uma das vozes mais significativas no âmbito da nossa melhor poesia. As fotografias de Renato Monteiro, de bom recorte artístico, servem – e bem – os propósitos do livro. Resta-nos, por conseguinte, o prazer da leitura de Antes que o sol acabasse e nas suas páginas (re)descobrir a claridade solar e marítima dos poemas. Este livro, que em boa hora a família do autor decidiu publicar, é a prova cabal de que os poetas só morrem se deixarmos de os ler.


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JOÃO CASTRO, pRESIdENTE dA CâMARA MuNICIpAl dA hORTA, EM

“todas as obras em que o município está Amanhã, dia 26 de Novembro, assinala-se nos Açores o dia do Poder local. Numa altura em que o país se debate com uma grave crise económica, trIbuNA dAS IlhAS conversou com o presidente da câmara municipal da horta sobre os desafios que se colocam aos órgãos do poder local neste cenário, e sobre a realidade da autarquia faialense. As principais orientações do Plano e do Orçamento do município para 2012, as dificuldades financeiras da autarquia, as empresas municipais e a obra do Saneamento básico foram alguns dos temas abordados, numa entrevista onde João castro faz um balanço positivo do seu percurso enquanto autarca, e, a menos de um ano das próximas legislativas, garante que o seu futuro político ainda não está decidido.

marla Pinheiro foto:Susana Garcia Na sua opinião, que desafios se colocam às autarquias no cenário de dificuldades que o país atravessa? Estamos a atravessar problemas de grande envergadura, que ultrapassam a capacidade de resolução do país e carecem de intervenção externa, com influência nos mecanismos internos. Isso leva-nos a recuar para uma salvaguarda de valores, que ainda hoje são valores do poder local: a proximidade às populações, a capacidade que estas têm de participar nas decisões tomadas pelos seus representantes, os fundamentos base da democracia e da participação cívica, o respeito pela participação e responsabilização democráticas... Esses valores são visíveis e praticados diariamente no poder local, por isso parece-me que este pode reforçar a ideia fundamental dos regimes democráticos. à medida que esta situação se agrava assiste-se a preocupantes valores da abstenção nos momentos eleitorais. apesar disso, as eleições autárquicas são aquelas em que a participação dos eleitores é maior. Considera que isso se deve a essa maior proximidade entre os órgãos do poder local, como as Câmaras municipais e as Juntas de freguesia, e os eleitores? Exactamente. As autarquias vão ao encontro dos problemas do dia-a-dia das pessoas. Estas encontram nas autarquias a expectativa de respostas para os seus problemas. Julgo que isso interfere na participação das pessoas e no seu envolvimento com os órgãos do poder local. acha que os órgãos do poder local são especialmente prejudicados pela actual conjuntura de crise e pelas medidas de austeridade que daí têm resultado? Sim, a crise já está a afectar claramente os

órgãos autárquicos, e julgo que estes têm de ter atenção a isso, para antecipar o máximo número possível de medidas, para centrar os recursos disponíveis e as componentes da sua intervenção naquilo que é essencial e determinante. No meu ponto de vista, aquilo que neste momento é essencial é intervir junto das famílias e das pessoas, promover a capacidade de manter e criar postos de trabalho, intervir na componente formativa e de requalificação das pessoas, permitindo-lhes que possam ser empreendedoras e gerar o próprio emprego, e ser um elemento de redistribuição dos recursos para que as pessoas tenham o mínimo de dignidade, e perspectivas de serem felizes e de uma participação social activa. o plano e o orçamento do município para o próximo ano são hoje discutidos em assembleia municipal. De que forma é que essas medidas que acabou de referir estão plasmadas nesses documentos? Os documentos apresentam um recentrar dos recursos nos compromissos previamente assumidos, um reforço claro da dimensão social do trabalho da autarquia e uma aposta na criação de mecanismos que despoletem a captação de recursos para o investimento local, em parceria com as freguesias. Há um travão nos novos compromissos, que nesta ajuda achamos que devem ser contidos e reequacionados. No que diz respeito à actividade do município, há que reequacionar prioridades e formas de funcionamento. Neste momento todas as acções do município estão a ser reflectidas, desde a sua base até à sua implementação, no sentido de perceber onde é que é possível poupar e quais os recursos cuja prioridade de afectação tem de ser reequacionada com vista a uma maior eficácia e utilidade dos mesmos. as Juntas de freguesia são o outro órgão do poder local que mais diz às pessoas. a Câmara da Horta tem privilegiado uma relação de cooperação com as Juntas, que se reflecte nos protocolos de delegação de competências. Considera esta uma aposta ganha? Penso que sim. É uma aposta que pode ainda melhorar muito. Nos próximos Plano e Orçamento, a metodologia utilizada denota alguma inovação nesta área: vamos afectar uma parte das verbas de delegação de competências a candidaturas que as Juntas de Freguesia possam fazer a outros fundos, governamentais ou comunitários, no âmbito do PRORuRAL ou do desenvolvimento local, por exemplo. Se as verbas afectadas a esses fundos conseguirem efectivamente captá-los, o investimento das freguesias poderá manter-se, ou até aumentar, o que é especialmente importante num período de crise como o que atravessamos. Parece-me que foi uma solução interessante. Vamos ver se funciona, mas estou optimista, pois trata-se de uma forma de, mesmo em período de dificuldade, com quebras nos orçamentos e maior austeridade, manter o investimento, principalmente o investimento local, que gera o pequeno emprego e motiva a pequena economia, o que está altamente relacionado com a acção do poder local. Quando se discutia o plano e o orçamento do município para 2011, falava num esforço para, em tempos de crise, manter as ver-

bas afectas à delegação de competências nas Juntas de freguesia. em 2012 elas serão novamente mantidas? Em 2012 essas verbas serão reduzidas em 6%. No entanto as verbas destinadas às candidaturas aos apoios governamentais e comunitários podem catapultar um investimento global final de montante até superior ao que estava inscrito no ano passado. É uma opção de estimular a rentabilidade por parte das freguesias, de modo a que elas também sejam parceiras na captação de novos investimentos e de financiamento para as suas localidades.

nossos governantes insistem em virar-se para o lado como se não tivessem nada a ver com o assunto.

a afectação dessas verbas para apoiar as candidaturas das Juntas de freguesia aos fundos de apoio trata-se, portanto, de uma forma de compensar a necessidade de redução das verbas afectas à delegação de competências… Exactamente. Queremos que as Juntas de Freguesia sejam nossas parceiras em candidaturas de co-financiamento, que permitam aumentar o investimento nas próprias freguesias.

outra das soluções que a autarquia encontrou para fazer face a esta situação de dificuldade foi a venda dos parques de campismo à Hortaludus. Sendo esta uma empresa municipal, o que se sente é que a autarquia está a fazer a venda, no fundo, a si própria… Esta é uma situação que está a ser empolada porque há vontade de a empolar, vinda da comunicação social e da oposição. Em qualquer empresa que faça investimentos num determinado bem ou num determinado activo, faz sentido que esse bem ou activo pertença ao seu património.

Hoje a Câmara da Horta vive uma situação financeira complicada, com destaque para a dívida de 3 milhões de euros a fornecedores. Como é que se chega a esta situação? É simples. Temos um sismo em 1998, em 2005 temos uma dívida de 6 milhões a fornecedores, em 2010 essa dívida é de 1900 mil euros. Nesta nova crise, a dívida hoje é de 3 milhões. Estávamos num percurso de pagamento de dívida, que com esta crise se está a alterar. Se não fizermos nada para travar o aumento da dívida, dentro de dois ou três anos estaremos no mesmo ponto em que estávamos no pós-sismo de 98. o que é que se pode fazer para inverter esta tendência de aumento do endividamento? Podem-se definir prioridades no investimento, reequacionar as metodologias e os processos de financiamento, encontrar mecanismos de contenção quando se trata de assumir novos compromissos, e centrar a nossa acção na componente social e na redistribuição dos recursos, de forma a proteger os mais fracos. No nosso ponto de vista, é esse o papel que a Câmara Municipal deve ter nesta altura. a autarquia debate-se também com a falta das verbas respeitantes às transferências do irS, vindas da república, que ascendem já a 1200 mil euros… Sim, a questão das transferências do IRS diz respeito a um incumprimento legal, não só da parte deste Governo mas também do anterior. Lembro que as verbas em falta dizem respeito a 2009, Dezembro de 2010 e 2011. A Assembleia da República já aprovou uma recomendação ao Governo no sentido de que essas transferências sejam feitas imediatamente, e que, tanto o anterior Governo como o actual, se recusaram e recusam a cumprir, até hoje. Inclusive, no próximo Orçamento de Estado, que prevê que essas verbas sejam retiradas do Orçamento Regional para dar às autarquias – medida na qual me parece existir inconstitucionalidade -, estão apenas previstas as verbas de 2012. Em relação às verbas de 2011, de Dezembro de 2010 e de 2009, os

o que é que as autarquias regionais estão a fazer em relação a esta situação? O que fizemos foi usar os meios legais para que seja cumprida a lei. É uma situação que não nos agrada. Nós, que somos Estado, a colocar o Estado em Tribunal... Dá a ideia de que as pessoas não se conseguem entender, mas são os mecanismos a utilizar para tentar fazer com que a lei seja cumprida.

mas as empresas municipais foram criadas com o intuito de gerir as infra-estruturas, não propriamente de as possuir… As empresas municipais foram efectivamente criadas para gerir, mas estão a encontrar mecanismos para investir. Se isso acontece faz sentido que os activos pertençam aos seus bens. Concordo que o procedimento possa ser discutível, mas é legal e transparente. No Centro Hípico do Capelo isso foi feito e nem integrou o orçamento provisional. Foi uma simples deliberação em reunião de Câmara, e o assunto nem foi levantado. Agora está a ser levantado porque estamos em vésperas de eleições e há pessoas que querem começar a assumir algum protagonismo – legitimamente, convenhamos -, e estão a empolar esta questão. Se nós tivéssemos feito uma reavaliação dos parques de modo a sobreavaliá-los para depois os transferir através de uma venda por um valor acima do seu valor patrimonial, seria grave, mas não é disso que se trata. Estamos a utilizar o valor patrimonial inscrito nos bens da autarquia, num procedimento transparente, reflectido nos documentos de orçamento provisional e de planeamento. Esta situação até mereceu a concordância de toda a vereação no contexto da Câmara. Fora da Câmara, quando questionada sobre o assunto, a oposição manifestou-se contra, mas no contexto da Câmara foram favoráveis a que os activos que eram alvo de um investimento por parte de uma empresa municipal fizessem parte do seu património. entretanto foi publicada em Diário da república uma lei que proíbe as autarquias de criarem novas empresas municipais, e fala-se também na possibilidade de extinguir algumas das já existentes como medida de combate à crise. existe a hipótese de extinguir a Hortaludus e a Urbhorta? Existe. Mas o importante para nós não é se as empresas são ou não extintas. O importante são os reflexos dessas extinções, positivos ou negativos. Parece-me que, no caso da


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ENTREVISTA AO T RIbuNA

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envolvido estão neste momento em causa” Hortaludus e da urbhorta, serão amplamente negativos. Já percebemos que temos duas boas empresas municipais. A Hortaludus tem rácios financeiros menos bons, o que está relacionado com os custos das actividades que desenvolve, mas do ponto de vista do funcionamento são empresas com uma eficácia assinalável. Hoje em dia a Hortaludus gere mais de 50 mil entradas em infra-estruturas municipais. A urbhorta, apesar de estarmos com problemas relativamente à conclusão do parque empresarial, tem tido grande sucesso na reabilitação urbana. Somos uma das dez autarquias no país com área de reabilitação urbana definida. Já que menciona as entradas nas infraestruturas municipais geridas para a Hortaludus, lembro que há dias mencionou a possibilidade de se encerrarem o teatro faialense e a piscina municipal. Considera que essa é uma possibilidade que faz sentido? Isso foi dito para transmitir uma preocupação com a situação financeira que estamos a viver, e que o munício tem de assimilar e agir em conformidade. Essa notícia foi veiculada dessa forma pois esse seria o aspecto com mais enfoque para chamar a atenção do público. mas não acha preocupante quando o presidente da Câmara afirma que há a possibilidade de fechar o teatro faialense, que acaba por ser um dos equipamentos municipais que chega mais perto das pessoas? Claro, mas eu produzi essa afirmação com um determinado sentido e num determinado contexto. Aliás, não falei apenas do Teatro e da Piscina, falei também da redução dos serviços municipais, da redução dos horários da recolha de resíduos… O que foi dito foi que todos os serviços municipais teriam de ser reequacionados. Temos de perceber que não é razoável dizer que queremos os equipamentos a funcionar mas não queremos suportar os custos de funcionamento. Temos de olhar para os dois pratos da balança. O Plano e o Orçamento da autarquia para 2012 consideram que esses equipamentos se vão manter em funcionamento, e com condições para tal. Não é possível é dizer que este plano, que suporta os mecanismos para financiar o funcionamento dos equipamentos, não deve existir, e ao mesmo tempo dizer que os equipamentos devem continuar a funcionar. Penso que essas minhas declarações devem ter outra abordagem, que é a sua contextualização no seio das autarquias a nível nacional. Como estão as outras autarquias na Região e no país? Fiz um retracto da nossa situação e abstraí-me de falar dos outros. Mas obviamente esta minha intervenção deve ser contextualizada na realidade regional e nacional. E aí até teremos valores bons. Outra questão que temos de ter em conta prende-se com os reflexos dessa análise pública que optei por fazer na programação das linhas de intervenção da autarquia para os próximos anos. este período de dificuldades também está a atrapalhar a obra do Saneamento básico… Entretanto o Tribunal de Contas já respondeu ao pedido de visto, questionando a

Câmara da Horta sobre a forma como esta pretende financiar o investimento. Partilhámos essa questão com o Governo Regional, nomeadamente com a unidade de gestão do Proconvergência, que está sob a alçada da vice-presidência, e que poderia dotar fundos para o investimento, pois, como se sabe, tratase de uma verba muito elevada que está para além do plafond do município, e por isso teríamos de ser alvo de uma medida de excepção ou de reafectação das verbas comunitárias. Continua a achar que fazer a obra do Saneamento básico através de parceria público-privada é a solução indicada, apesar das críticas que têm sido feitas a este sistema? Não encontro outra solução. Se temos um plafond de 12 milhões de euros, e uma obra de saneamento básico de 28 milhões, estamos impedidos de lançar uma empreitada relativamente a essa obra. Criou-se assim um mecanismo de concessão construção/ex-ploração, de acordo com os mecanismos legais, para uma obra que todos diziam que era básica e elementar, no sentido dela ser viabilizada. Não vamos fazer obras megalómanas ou desnecessárias, que é o que se critica quando se fala de parcerias público-privadas. As duas opções que se colocavam eram fazer a obra faseada durante 30 anos, um bocadinho todos os anos, ou fazer a obra no seu conjunto. As recomendações técnicas e políticas apontavam para esta última opção, apesar de, do ponto de vista político, o maior partido da oposição se ter negado a votar a favor deste modelo. Agora parece muito preocupado com a situação mas na altura em que podia ter tido uma intervenção - e os protagonistas até eram os mesmos-, negou-se a participar. Agora importa perceber se, nas circunstâncias actuais, há condições para continuar com este objectivo. Não faz sentido dizer que estamos com dificuldades e a vida continuar igual. está a dizer-me, portanto, que a obra do Saneamento básico está em causa? Estou a dizer-lhe que todas as obras em que o município está envolvido estão neste momento em causa. Não vamos avançar para obra nenhuma sem a certeza de que os mecanismos para a financiar estejam assegurados. O município tem o dever de ser exemplar na aplicação dos seus recursos. Deixando um pouco de parte a autarquia e falando do autarca, porque o poder local também se faz das pessoas que fazem o poder local, que balanço faz, a título pessoal, destes anos na Câmara da Horta? É difícil fazer esse balanço. Considero-me um privilegiado, por ter tido a oportunidade, dada pelas pessoas, de desempenhar estas funções, o que faço com muito orgulho e empenho. E trabalho muito para fazer bem, apesar de nem sempre sair bem. Sou um autarca do sismo, pois entrei uma semana antes do sismo de 1998. Acabei por assumir a presidência face às mudanças na autarquia. Tentei agarrar os desafios e corresponder às expectativas das pessoas. Estou satisfeito com a minha actuação. Olhando para trás, há muitas coisas que hoje faria diferente, mas acho que fiz muitas coisas boas.

Reconheço que fiz outras menos boas, mas logo que as detectei tentei corrigi-las, e melhorar o meu percurso. Hoje o Faial é uma ilha reconstruída, a preparar um novo porto, com infra-estruturas escolares novas, a modernizar a sua unidade de saúde... Faltam-lhe reabilitar apenas 15 km da sua rede viária de 40 km. Com excepção da cidade da Horta, que ficou um pouco para trás ao nível do saneamento básico, reabilitámos mais de 40 km de condutas de abastecimento de água. Hoje todas as freguesias têm dois pontos de abastecimento, e já não há os cortes de água que havia há dez anos. Temos equipamentos de interesse turístico completamente modernizados: o Teatro Faialense, o Centro de Interpretação, o Jardim Botânico, a Casa Manuel de Arriaga... O nosso parque natural ganhou um prémio de excelência europeu, pertencemos ao clube das mais belas baías do mundo… Obviamente que há coisas negativas, mas estas coisas positivas enchemme de orgulho, pois sinto que posso ter dado um pequeno contributo para a sua concretização. a sua vida autárquica está a chegar ao fim? Não sei, depende do que as pessoas quiserem. vai ser candidato à assembleia regional nas legislativas do próximo ano? Ainda não está decidido. vai ser candidato à Câmara municipal da Horta nas próximas autárquicas? Também não está ainda decidido. As instituições e os organismos devem, efectivamente, renovar-se. Mas estamos a meio do mandato. Penso que no fim do mandato deve sempre haver uma reflexão interna sobre os projectos e as pessoas. Recuso-me a discutir pessoas e lugares antes de discutir projectos. Percebo que para alguns essa preocupação seja um frenesim, porque estão a ver onde é que se vão posicionar, mas essas pessoas que tenham calma e esperem pela sua oportunidade, que certamente irá chegar. As pessoas deverão construir o seu percurso, mas não à custa de outros, e da maledicência e do “bota-abaixismo”, principalmente nesta altura, em que as pessoas estão fartas do “bota-abaixo”. Em relação ao meu percurso pessoal, deve ser reflectivo primeiro a nível interno, e ainda não o foi. Eu sou militante do Partido Socialista, acho que os partidos são muito importantes para a vida democrática, e há coisas que têm de ser discutidas no sítio certo antes de serem tornadas públicas. Ainda me sinto com força e energia para desempenhar as actuais funções, mas também sinto que há hoje muitas pessoas com capacidade para desempenhar estas funções, o que não acontecia há alguns anos. Dentro do PS há muitas pessoas com aptidão para desempenhar estas funções, o que também me deixa muito agradado. Mais do que isso, o que interessa é que hoje a Câmara da Horta tem condições ara seguir em frente, tem uma capacidade de gestão e de decidir os rumos que pretende seguir que há alguns anos não tinha, muito por culpa do sismo de 98, mas que foi uma dificuldade ultrapassada. Por isso é uma Câmara tão apetecida.


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OPINIãO

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voluntariado na afama

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AFAMA – Associação Faialense dos Amigos dos Animais, é uma associação sem fins lucrativos, de utilidade pública, sedeada na Canada dos Arrendamentos, Santa Bárbara, Angústias, Horta, e tem por objectivo a “defesa e protecção dos animais com vista a melhorar por todas as formas ao seu alcance, as condições de vida destes”. Foi constituída em 12 de Março de 1999 por escritura lavrada no Cartório Notarial da Horta e registada sob o número 1207, publicada no Jornal Oficial número 9, III série, de 17/05/1999, com o certificado de admissibilidade da denominação adoptada emitido pelo Registo Nacional de Pessoas colectivas, e cartão de pessoa colectiva número P512049750, do qual consta a CAE 91333. O canil gerido pela Associação localiza-se na Quinta de São Lourenço (nos terrenos dos Serviços de Desenvolvimento Agrário) Actualmente encontra-se em construção o novo canil da AFAMA, instalado num terreno adquirido por esta Associação, na Canada dos Arrendamentos, Angústias,. onde já se encontram recolhidos um número considerável de animais vitimas de abandono e/ou maus-tratos. Este projecto é de elevada importância para a ilha do Faial. Ao longo dos últimos anos a AFAMA vem constatando, com grande preocupação, um crescente número de animais, nomeadamente cães e gatos, abandonados e/ou vadios na ilha do Faial. Os animais nestas condições, causam situações sociais desagradáveis e susceptíveis de configurar um grave perigo para a ordem e saúde públicas. Cães e gatos errantes podem ser veículo de doenças e por vezes chegam mesmo a atacar gado e animais selvagens (por exemplo: ninhos de aves marinhas), pondo em perigo os bens de alguns particulares e o património natural de todos. Consciente das limitações que os recursos financeiros têm imposto às suas acções e de que as campanhas de sensibilização não surtem o efeito desejado, a AFAMA pretende levar a cabo uma campanha de controlo da natalidade de cães e gatos, com o objectivo de prevenir os impactes negativos de um aumento insustentável da população de cães e gatos na ilha do Faial e de contribuir para o estabelecimento e consolidação de uma relação de confiança entre a população faialense e a AFAMA, capaz de assegurar uma acção coordenada e mais eficaz no combate a este flagelo São também consideradas prioridades as seguintes actividades: realização de acções que visem sensibilizar a população local para a problemática dos animais abandonados, accionando campanhas de sensibilização; promoção de campanhas de adopção de animais junto da população em geral, promoção de campanhas de sensibilização à população e controle populacional de cães e gatos na ilha do faial Como pode ajudar: Inscrevendo-se como sócio da AFAMA pagando uma quota anual de 12€ (1€ por mês). Inscrevendo-se como voluntário/ tratadora de animais nas instalações da AFAMA Inscrever-se como padrinho de um dos animais à guarda da AFAMA. Inscrevendo-se como voluntário na recolha de alimentos. Colaborando nas actividades de angariação de fundos: peditórios, bazares, e feiras do livro. Mensagem: Nunca Deve Abandonar O Seu Animal Ser responsável é o melhor caminho, o mais correcto e justo para a convivência com os nossos amigos. CoNtaCtoS: AFAMA - Apartado 50, 9900 – 909 HORTA 966422688/962824396 E-mail: associacaoafama@gmail.com | Home page: www.afama-faial.org

Tribuna das Ilhas

estação rádio-Naval da Horta

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vera lacerda

eventual encerramento da Estação Rádio-Naval na ilha do Faial é um assunto que tem feito rolar muita tinta ao longo dos últimos anos. A Estação Rádio-Naval está instalada na nossa ilha há várias décadas e obviamente os faialenses defendem a sua manutenção no Faial. No decorrer da campanha eleitoral para as últimas legislativas nacionais este assunto ganhou especial importância. Aproveito para reiterar que, por muito que alguns queiram colocar entre aspas o título de um jornal, fazendo crer que é uma citação minha, não fazem disso as minhas palavras. Mais ainda quando não é feita a devida contextualização. São formas de fazer política, levadas à exaustão por alguns, porventura por falta de melhores argumentos. Neste momento o que importa é o futuro e que os nossos eleitos defendam e consigam cumprir aquilo com que se comprometeram e aquilo para o qual foram eleitos para fazer. Assim, os deputados açorianos eleitos pelo PSD para a Assembleia da

República perguntaram por requerimento dirigido ao Ministro da Defesa que juízo faz o Governo sobre o conteúdo, os custos e o modo como foi conduzido o processo de encerramento da Estação RádioNaval da Horta. Julgo que este tipo de comportamento deve ser aplaudido. Quando alguém eleito pela nossa terra tem acções tendentes à resolução de um problema que perturba os faialenses então a nossa posição é a de elogiar. No entanto, e visto a questão ter especial importância para o Faial e, especialmente ter adquirido muito relevo no contexto da campanha eleitoral, admito que estava à espera de mais esforços nesta área. Passaram-se 5 meses sobre as eleições e aguardávamos sobre a Rádio-Naval mais do que uma pergunta, ainda para mais tendo em atenção o panfleto que foi distribuído pelo PSD da ilha do Faial, no decorrer da campanha eleitoral, com ataques pessoais sobre o assunto, insistindo numa forma de fazer política que em nada dignifica os seus agentes. A pergunta colocada ao Sr. Ministro é uma boa medida mas, esperávamos nesta altura, que o Sr. Ministro já tivesse dito o que pensa sobre o assunto. É com grande expectativa que aguardamos pela resposta, visto que, como todos bem sabemos, a possibilidade de não

encerramento da Estação Rádio-Naval na Horta está sobre a mesa há algum tempo. O que sabemos neste momento é que os deputados do PSD-Açores na República ainda estão a perguntar, e que o Sr. Ministro ainda vai pensar na resposta que poderá dar sobre o assunto. Quanto tempo será ainda necessário para pensar no assunto? Por outro lado, não queremos acreditar que possa haver alguma tentativa de aproveitamento político relativamente a este assunto. Será que a Estação Rádio-Naval poderá manter-se na Horta apenas devido a uma questão de forte restrição financeira, que impossibilita o seu desmantelamento neste momento, e haverá unicamente um protelar dessa decisão de transferência? Será que o Governo da República prevê adiar por mais algum tempo a saída da Estação Rádio-Naval da Horta, mas acabando por haver essa decisão assim que as condições financeiras o permitam? Se a resposta do Ministro for positiva será essa efetivamente uma decisão de manutenção da Estação Rádio-Naval na Horta ou apenas mais uma manobra política do PSD? Esperamos todos que estejamos perante a primeira opção. www.arquipelagica.blogspot.com

o plano e o Conselho de ilha fernando Guerra

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o artigo da quinzena anterior, apenas foquei um assunto, o de que o mundo tinha mudado e a grande urgência dos planos conterem medidas que façam com que a moeda circule rapidamente na economia, aspectos que não estão patentes nos planos e orçamentos. Neste, faz-se uma síntese do plano e orçamento regional visto noutros prismas, com alguma tristeza pela forma como certos faialenses e órgãos, supostamente importantes para a ilha do Faial, veem este documento e o que transpareceu da sua análise. O ideal seria os pareceres sobre este documento debruçarem-se sobre os aspectos políticos, com a inclusão do Faial na convergência dos Açores e o elevar do seu potencial, sempre centrado em pilares que um documento destes deve conter, nomeadamente a redistribuição da riqueza (leiase os nossos impostos) pelas diferentes ilhas, com o maior efeito possível de desenvolvimento económico e social, procurando a sustentabilidade das medidas, e atendendo a outro aspecto, a solidariedade! Contudo, o único parecer do Faial conhecido sobre o plano e orçamento vem do respetcivo conselho de ilha, cujo conteúdo se focaliza num único indicador, que consiste na divisão entre o valor do investimento do plano da ilha do Faial pelo valor do investimento global dos

Açores; e sendo o resultado um valor superior à percentagem da população Faialense no cômputo Açores, ficam todos felizes. Pobre análise! Elementar! Simplória! E as razões são muito simples, os planos são construídos dessa forma para alcançar esse indicador na maioria das ilhas, por isso a sua análise deve ir mais além. Principalmente, porque esse indicador tem muito que se diga, pois se aplicarmos o princípio da liquidez e retirarmos os valores afetos ao Faial, mas que nunca serão vistos pelos faialenses (e que deviam ser agregados a S. Miguel), como por exemplo os 7,4 milhões de euros para transportes marítimos e 2,2 milhões de euros de compensação a transportes aéreos, o rácio de gáudio do conselho de ilha esfuma-se para o normal! Mais, sabe-se que existe nos Açores uma ilha centralizadora da economia e da política, sede das empresas de transportes aéreos e marítimos regionais, responsáveis por centenas de postos de trabalho, a que se acrescenta muitas outras, como por exemplo a empresa de electricidade, que ganham milhões de euros e pagam impostos arrecadados em São Miguel, mas que deviam ser imputados às verdadeiras economias insulares e ser obrigatoriamente investidos nessas ilhas, aplicando-se, assim, o princípio da redistribuição, acompanhado do da solidariedade. Portanto, isto de se analisar o plano e orçamento com o chapéu na mão, cheio de medo dos Micaelenses, é uma actitude de servilismo inadmissível; apenas estamos a exigir o que é justo e nosso, por direito. Mas este fraco desempenho do conselho de ilha do Faial subsiste. Acho inadmissí-

vel não ter sido convocado, de urgência, um conselho de ilha extraordinário para debater a demissão do governo regional de solucionar as Termas do Varadouro (porque é promotor noutras ilhas) e a omissão/secretismo da Câmara Municipal da Horta quando a este assunto. Era imperativo solicitar ao governo regional explicações pelo facto de se livrar dum investimento que estaria a liderar, mas principalmente questionar a Câmara Municipal da Horta do porquê de nunca ter sido levado ao conselho de ilha tão importante matéria. Explicar aos faialenses se existe um estudo de viabilidade económica e financeira e quais os seus resultados. E como consegue, na sua situação financeira agonizante, assumir este encargo de investimento!? Aliás, os valores a investir nas termas nunca serão inferiores a 6 milhões de euros, e sendo assim, trata-se de um assunto de dimensão regional e com um impacto brutal nas contas municipais do Faial. Sim, por estas e outras razões, o conselho de ilha do Faial tem a obrigação e o dever de convocar uma reunião extraordinária e questionar frontalmente o presidente da Câmara Municipal da Horta sobre todas estas questões e sobre se os terrenos do Varadouro, transferidos agora para o município e comprados com dinheiros públicos de todos nós, serão vendidos à sua empresa municipal Hortaludus, com a criação de mais dívida. A bem da democracia e da transparência, os faialenses merecem estas respostas. frgvg@hotmail.com


dESpORTO

Tribuna das Ilhas

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ESgRIMA g Decorreu no passado sábado, dia 19 de Novembro, na Sala de Esgrima do Pavilhão Desportivo da Horta, a primeira prova do SCH/ Regional de Esgrima, promovida pelo Sporting Club da Horta. A prova reuniu um número razoável de praticantes, o que, pela primeira vez, permitiu a constituição de pules de escalões etários masculinos e femininos. Repetiu-se ainda grande adesão de atletas dos escalões mais jovens, designadamente dos benjamins e pré-benjamins, que efectuaram prova com espadas eléctricas. Assim, neste escalão participaram em pule única, Arthur Moimeaux, Ricardo Noronha, João Silveira, Nuno Simões, Zakharias Starinskiy, António

1ª prova do regional com boa participação Leal e Daniel Moimeaux. Segundo a organização, considerando que o objectivo consiste na divulgação e aprendizagem da esgrima a brincar, foram atribuídos no final certificados de participação. Atendendo à idade destes jovens, não é definida a posição de classificação. No escalão Cadetes Masculinos, participaram quatro atiradores, sendo um infantil, um iniciado e dois cadetes. A classificação dos Cadetes Masculinos, após a ronda de pule com assaltos de 3 minutos a 5 toques, foi a seguinte: 4º Paulo Petsch, 3º Pedro Goulart, 2º Marco Silva e 1º Hélder

Catarina. Na fase das eliminações directas a 15 toques, nas meias-finais Hélder venceu Paulo, e Pedro venceu Marco. Na final Hélder venceu Pedro por 15-13 tendo a classificação ficado assim definida: 1º hélder catarina 2ª Pedro Goulart 3ª Paulo Petsch 4º marco Silva No escalão Cadetes Femininos, participaram cinco atiradoras, todas do mesmo escalão etário. A classificação das Cadetes Femininos, após a ronda de pule com assaltos de 3 minutos a 5

FuTEbOl – SÉRIE AçORES

toques, foi a seguinte: 5ª Joana Melo, 4ª Helena Bulcão, 3ª Sofia Medeiros, 2ª Cátia Tanger, e 1ª Daniela Pinheiro; Na fase das eliminações directas a 15 toques, nas meias-finais, Daniela venceu Joana, e Cátia venceu Sofia. Na final Daniela venceu Cátia por 15-11, tendo a classificação ficado assim definida: 1ª daniela Pinheiro 2ª cátia tanger 3ª Sofia medeiros 4ª Joana melo 5ª helena bulcão Em seniores, participaram dois juniores, um sénior e um veterano. A classificação dos Seniores

Masculinos, após a ronda de pule com assaltos de 3 minutos a 5 toques, foi a seguinte: 4º Luís Fontes, 3º Pedro Goulart, 2º Victor Frazão e 1º Bruno Faria. Na fase das eliminações directas a 15 toques, nos quartos de final Luís venceu Renato, nas meias-finais, Bruno venceu Luís e Victor venceu Pedro. Na final Victor vence Bruno por 15-10, tendo a cassificação final ficado assim definida: 1º victor frazão 2º bruno faria 3º Pedro Goulart 4º luís fontes

FuTEbOl

fayal recebe União micaelense flamengos mArIA JOSé SIlvA

g No passado sábado jogaram-se as partidas em atraso da sétima jornada da Série Açores. No Faial, destaque para o jogo inaugural do novo piso sintético da Alagoa, em que os Verdes receberam o Sporting Ideal. O Fayal Sport Club voltou a casa, para um campo já com as medidas mínimas exigidas para as competições nacionais, no entanto a estreia não foi a desejada. Os pupilos de Eugénio Botelho aspiravam à vitória, mas, num jogo cheio de golos, o marcador acabou por ditar um empate (4-4). O outro jogo em atraso disputou-se na Graciosa, com o Boavista de São Mateus a vencer os locais do Guadalupe com um golo sem resposta. Este domingo, os Verdes jogam em casa frente ao união Micaelense. Prevêse um jogo renhido, com ambas as equipas a procurarem subir na classificação. Recorde-se que Fayal e união ocupam a oitava e a sétima posição da tabela, e

partilham o mesmo número de pontos, 6. Para Eugénio Botelho, o importante é fazer um bom jogo, para proporcionar aos adeptos que forem à Alagoa um bom espectáculo e garantir a vitória e os 3 pontos. Em declarações ao TRIBuNA DAS ILHAS, o treinador dos Verdes diz, no entanto, ter consciência de que a tarefa não será fácil, até porque a equi-

pa está condicionada devido a algumas lesões. Tiago Oliveira, João Pires e Sandro Paz estão lesionados e Cádio Dias também não treinou durante metade da semana, devido a lesão. Nos outros jogos da jornada, o Guadalupe recebe o Santiago, o Prainha vai à Terceira defrontar o Praiense, o Águia dos Arrifes recebe o Boavista e o Ideal recebe o líder Lusitânia. mp

rui Silveira no Campeonato do mundo de Classes olímpicas

FuTEbOl – CAMpEONATO AFh

Salão vai ao vale quer ponto nesta competição. O Cedrense, com 4 pontos, recebe os picoenses do Lajense que, com apenas 1 ponto, ocupam o último lugar da tabela classificativa. O Feteira vai ao Pico defrontar o Vitória. Os jogadores das Canadinhas somam 4 pontos neste campeonato, enquanto que os picoenses contam 7. mp

KINg 2011

ruben de oliveira consagra-se campeão e prepara-se para disputar o torneio dos mestres

Sporting da Horta joga amanhã em fafe Filipe Duque foram goleados na Madeira por 33-16. O passado fim-desemana foi de mexidas na classificação, resultado dos dois primeiros jogos da 13.ª jornada: o Porto, campeão em

entregues faixas aos jogadores que na época anterior foram campeões regionais de futsal e campeões da Associação de Futebol da Horta, bem como medalhas aos campeões de ilha do Faial. O programa social inicia-se com o Içar da Bandeira, pelas 09h00, e tem o seu ponto alto pelas 19h00, com a sessão solene, precedida da apresentação da classe de Zumba Fitness do clube. No final haverá

dr

Silveira, irão estar em competição 71 velejadores, oriundos de 34 países, a lutar por um lugar nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. O velejador oriundo da ilha do Faial espera nesta sua participação apurar-se para as olimpíadas e por essa via apurar Portugal. mJS

ANdEbOl – CAMpEONATO NACIONAl g O Sporting Clube da Horta joga amanhã, sábado, em Fafe, frente ao clube local, em jogo a contar para a 13.ª jornada do Campeonato Nacional de Andebol da Primeira Divisão. Os faialenses ocupam neste momento o oitavo lugar da tabela classificativa, com 20 pontos, enquanto que os nortenhos estão em penúltimo lugar, com 15. Na última jornada, os pupilos de

g O Futebol Clube dos Flamengos comemora no próximo dia 1 de Dezembro o seu 37.º aniversário. O programa, à semelhança de anos anteriores, contempla uma vertente religiosa, social e desportiva. Na vertente dentro de campo destaque para o jogo de seniores entre o Futebol Clube dos Flamengos e o Grupo Desportivo da Feteira. No intervalo deste jogo serão

g Este domingo joga-se a quinta jornada do Campeonato da Associação de Futebol da Horta, seniores masculinos, depois da pausa do passado fim-de-semana. O líder Salão vai ao Vale defrontar o segundo classificado Flamengos, à procura de perpetuar o seu ciclo de vitória consecutivas. Os salonenses ainda não perderam qual-

VElA

g O velejador açoriano Rui Silveira já se encontra em Perth, na Austrália, onde irá permanecer cerca de um mês para disputar o Campeonato do Mundo de Classes Olímpicas, que decorre entre os dias 3 e 18 de Dezembro. Na classe Laser, onde participa Rui

comemora 37 anos

título, venceu o ABC de Braga e aproveitou o deslize do líder Águas Santas, que caiu na Luz frente ao Benfica, e é agora primeiro classificado, com 35 pontos, um a mais que o Águas. mp

g Disputou-se na passada segunda-feira, dia 21 de Novembro, a última jornada do Torneio de King 2011 Império Bonança – Grémio Literário Artista Faialense. Ruben Oliveira foi o grande vencedor deste campeonato e preparase agora para disputar o Torneio dos Mestres. Frente a Ruben de Oliveira vão estar os sete primeiros classificados do Torneio de King

2011, Carlos Vilela, António Sousa, Lúcia Serpa, Mário Dutra, João Luís, José Leitão e Domenico Bettani. Nesta que foi a última jornada deste campeonato, João Garcia foi o melhor jogador, seguido de José Leitão que na última jornada tinha sido empurrado para a terceira posição do pódio. António João foi o terceiro classificado. SG


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OpINIÃO

Tribuna das Ilhas

em prol do interesse nacional maria Patrão Neves

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em-se anunciando, desde há semanas, uma greve geral para o dia 24 de Novembro, aquela em que as duas associações sindicais se voltam a unir numa acção conjunta, o que não acontecia há 22 anos, desde 1988. O recurso à greve como manifestação de oposição, como meio de protesto, como uma forma de pressão para a alteração de políticas é não só uma prerrogativa de todos os assalariados mas constitui igualmente um dos mais importantes símbolos da

democracia. A greve é ainda, num regime democrático, um modo extremo de acção, pelo que deve ser usado com proporcional prudência. Ora é a prudência da decisão de greve geral, na actual situação interna e externa do país, que questiono. Externamente, perante a vigilante troika, perante a sensível união Europeia, perante os ameaçadores mercados, a greve constitui uma mensagem clara e inequívoca de rejeição das opções políticas, económicofinanceiras e sociais que estão a ser tomadas para que Portugal cumpra os limites estabelecidos para o deficit dentro da zona euro. Assim, é a con-

fiança exterior em Portugal que se vai corroendo. Internamente, perante o conhecimento de que a união Europeia exige mais 3.500 milhões de euros em medidas de austeridade para que o país não falhe a meta do deficit em 2013, perante o consenso dos analistas financeiros em que não há qualquer margem de folga no próximo orçamento para recuar nas medidas tomadas, contrariando as ilusões que o populismo político tem semeado, a greve constitui uma mensagem clara e inequívoca de desunião num esforço que devia reunir o empenho de todos, num esforço que devia ser nacional. Assim, é uma dificuldade suplemen-

a otite

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José raul de Amaral-marques

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o resultado de uma infecção do ouvido médio e da trompa de Eustáquio. Esta é um pequeno canal que faz a ligação entre a garganta e o ouvido médio que, quando fica obstruída, produz um aumento de pressão dolorosa no ouvido médio com abaulamento do tímpano.

quAIS AS SuAS cAuSAS? As causas são principalmente devidas a infecções provocadas por vírus ou por bactérias no ouvido médio. Na criança em idade pré-escolar, a Trompa de Eustáquio fica obstruída com facilidade criando uma irritação e um meio favoráveis à propagação dos micróbios. cOmO PreveNIr? Não usar os bastonetes de algodão (as chamadas cotonetes) – o cerúmen tem, por fim, proteger o tímpano de corpos estranhos e das infecções. Quando se tenta limpar os ouvidos com tal objecto, parte do cerúmen é empurrada para o fundo do ouvido, junto do tímpano, causando obstrução. Além do mais pode originar-se uma otite externa por ferida da parede do ouvido externo com a

E é neste contexto que considero que, no presente momento de crise profunda do nosso país, o interesse nacional justificava, e a prudência aconselhava, que os trabalhadores optassem por se coibir do seu direito à greve, dando um sinal de unidade nacional, tanto internamente, estimulando a coragem de todos para enfrentarem as dificuldades e a motivação para as vencer a médio prazo, como externamente, distanciando-nos da Grécia e aproximando-nos da Irlanda, e, sobretudo, dando um exemplo aos demais da unidade de um povo na adversidade. 18.11.2011

dE quANdO EM VEz…

pElA SuA SAúdE

A otite é um dos problemas mais frequentes nas crianças em idade pré-escolar – sobretudo nas de idade entre os 6 meses e os três anos – que têm tendência a sofrer de alergias ou de infecções das vias respiratórias. Aos cinco anos, cerca de 75% das crianças terão sofrido, pelo menos, de um episódio de otite.

tar a somar às muitas com que o governo lida todos os dias. Numa perspectiva realista, as possibilidades da greve geral alcançar os seus legítimos objectivos são rigorosamente escassas; por outro lado, fomentará a instabilidade social e exacerbará o mal-estar colectivo. Numa perspectiva pragmática, a greve geral afectará ainda o rendimento do trabalhador, acentuando a precariedade do trabalho, e agravando também a viabilidade de empresas, muitas delas já fortemente endividadas. Em suma, nas actuais circunstâncias do país, os ganhos desta greve serão praticamente nulos e os prejuízos avultados.

afinal, o que somos! Santos madruga

A

haste da dita cotonete. É preferível usar um lenço e não ir além do interior do pavilhão auricular. Escolher bem o infantário - as crianças com menos de 5 anos e que frequentam infantários, estão expostas a uma grande variedade de bactérias e vírus. Se puder escolher, dê a sua preferência a infantários com um número máximo de seis crianças por sala. Não aquecer demasiado a sua casa deve manter a casa a uma temperatura entre os 18 e os 20º C, em particular durante a noite. um aumento da temperatura acompanhada de excesso de humidificação, para evitar o respirar de um ar muito seco, pode conduzir ao aparecimento de fungos e de ácaros que contribuem para a presença de reacções inflamatórias do nariz e da garganta que podem degenerar numa otite. Abster-se de fumar em casa – o facto de o fumo do tabaco ser um produto altamente irritante, pode levar, sobretudo nas crianças, ao aparecimento de inflamações do nariz e da garganta, que, eventualmente, se podem propagar aos ouvidos. Fazer as crianças beber por um copo – entre os 10 e os 14 meses, as crianças mostram-se interessadas em beber por

um copo. É a altura ideal para se libertar do biberão, em particular os tomados à noite, uma vez que favorecem a multiplicação das bactérias na boca, causada pelos resíduos dos líquidos absorvidos, como o leite. Aleitar – existem actualmente dados científicos suficientes para afirmar que o aleitamento materno reduz a taxa de infecções respiratórias, nas crianças mais pequenas. O recurso exclusivo ao aleitamento materno durante os primeiros meses de vida tem, por fim, proteger a criança contra as otites. cOmO AlIvIAr? Analgésicos - alivie a criança dando um analgésico, como o paracetamol. Para além de baixar a febre, acalma temporariamente a dor. Recorrer ao médico se os sintomas persistirem. Aplicação de calor – poderá colocar uma fonte de calor sobre o ouvido. Atenção ao risco de queimadura! Dar a beber – deve fazer beber água e sumos com a finalidade de aliviar os sintomas. O facto de engolir com regularidade, contribui para a desobstrução da trompa de Eustáquio. As acções de mastigar e de bocejar preenchem a mesma função.

pesar do passar dos anos, continuamos a olhar o horizonte, e a manter dentro de nós o “bichinho” da abalada! Talvez por que aqui fomos colocados por obrigação, após as descobertas destas ilhas, situadas no meio do Atlântico Norte, é que nunca conseguimos despir o colete que desde longos séculos nos “espartilha”. Depois, cá ficamos à mercê da pirataria de então, que na saga dos tesouros, aqui aportavam inumeras vezes, e que muito mal nos faziam. No entanto, fomos lutando sempre de mão estendida, na esperança de melhores dias. Era lá de longe que vinha o pouco do muito que precisávamos. Tivemos que nos “virar”; lutamos, desbrÁvamos e semeamos para que houvesse algo que mitigasse a fome. Comemos raízes, em anos maus, e sobrevivemos. Quando tudo parecia se ter esgotado, emigrávamos na esperança de melhores dias e cientes de proporcionarmos algum conforto aos nossos progenitores que cá ficavam. Apesar disso, nunca as terras ficaram por cultivar, e nunca nos negaram os seus frutos. Hoje vemos os campos abandonados. Os velhos nos lares, os novos nos estudos, e, continuamos de mão estendida, como que a pedir por favor, olhem por nós. No entanto, continua a haver pressa de nos retalhar e vender. Querem muitos visitantes por que julgam que eles nos virão salvar! Mas, somos nove ilhas, aproveitadas para se enaltecer e realçar as suas belezas naturais: -

“Maravilhas do Mundo, Património Mundial, etc., etc.” Só que esta bonita medalha tem um reverso. O seu preço é demasiado alto para ser suportado, na sua maioria, pelos nativos. Chamamos-lhes as nossas ilhas, mas na realidade, elas não são nossas. Têem um dono e, como outrora, continua a cobrar dízimo. E isto leva-nos a pensar, sinceramente, o que somos! Repartem bocados, e quase os dão de mão beijada, mas nós não vemos os proveitos. São impotentes em reivindicar. Temem represálias das chamadas “grandes potências”. Mas, continuamos sujeitos aos maiores perigos. Servimos para indicar, meteorologicamente, o tempo. Somos para muitos, somente, o anti-ciclone! Ontem como hoje, apesar de novo sistema, continuamos a ser “ilhas adjacentes”. Quem quer “luxos” tem de os pagar e sem qualquer favor. Somos um povo que aceitou a condição de pedinte e, por isso, já nem força tem para poder reivindicar. “Obrigam-nos” a ficar, para receber quem cá vem. Oferecem-lhes passagens baratas, e exigem-nos preços exorbitantes. Queremos turismo, sim, mas aquele que nos traga mais valias. Queremos, sobretudo, que nos tratem com dignidade, que aceitem os nossos problemas primários e os resolvam, e que tenham a consciência que, possuir ilhas como as nossas, é um “luxo” caro, cuja condição, até agora, não tem sido levada na devida conta. Afinal, o que somos!? Haja Saúde.


Tribuna das Ilhas

publICIdAdE

25 de NOvembrO de 2O11

ferNANdO meNezeS AdvOGAdO

aSSembleia mUNiCiapal Da Horta

eDital GUlHerme mariNHo piNto De SoUSa, primeiro SeCretÁrio Da aSSembleia mUNiCipal Da Horta: faZ Saber, nos termos do disposto no artigo 49° da Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, alterada e republicada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro, que a Assembleia reunirá no dia 25 de novembro, pelas 14H30, no Salão Nobre dos Paços do Município, com a seguinte Ordem do Dia: 1- Apresentação do Relatório das actividades desenvolvidas pela Comissão de Acompanhamento da Obra do Saneamento Básico; 2- Apreciação da Informação de Atividades da Câmara Municipal da Horta, no período de 1 de setembro a 31 de outubro de 2011; 3- Alteração da Delegação de Competências na Junta de Freguesia dos Flamengos; 4- 3.ª Revisão ao Orçamento do Município da Horta para 2011 ; 5- Ofício do Tribunal Administrativo e Fiscal de Ponta Delgada a comunicar o arquivamento do processo de inspecção ordinária da I.A.R. à atividade dos Órgãos e Serviços da Câmara Municipal da Horta do ano de 2005; 6- Proposta de projecto de declaração de imóveis em ruínas para efeitos tributários e de promoção de reabilitação urbana; 7- Proposta de contração de empréstimo de curto prazo para o ano de 2012; 8- Grandes Opções do Plano e Atividades Mais Relevantes para o Ano de 2012; 9- Orçamento da Receita e da Despesa do Município da Horta para o ano de 2012; 10- Protocolos de Delegação de Competências nas 13 Freguesias do Concelho da Horta para o ano de 2012 11- Aplicação da Taxa de Controlo da Qualidade da Água e de Disposição de Águas Residuais; 12- Eleição do Presidente de Junta representante no Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses. Mais faz saber que nos termos regimentais, no fim da sessão está reservado um período de trinta minutos para intervenções do público, sobre assuntos do âmbito do Concelho. Assembleia Municipal da Horta, 17 de Novembro de 2011 O PRIMEIRO SECRETÁRIO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL, Guilherme marinho pinto de Sousa

viDeNte-meDiUm CUraNDeiro eSpeCialiSta em problemaS De amor telef.: 291 238 724 *telm.: 966 552 122 * fax: 291 232 001

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JOSé meNezeS AdvOGAdO estagº

rua conselheiro terra Pinheiro, 22 - horta tlm. 960080363/964217691 email – fernandomenezes@live.com.pt josemenezes@live.com

miSSa 7.º Dia

José Eduardo de Andrade A família na impossibilidade de o fazer pessoalmente vem por este meio informar que mandou celebrar uma missa, no próximo Domingo, dia 27 de Novembro, pelas 12H30 na Igreja da Freguesia da Feteira, por alma deste seu ente querido. Agradece desde já a todos aqueles que queiram assistir a este piedoso acto.


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OpINIÃO

Tribuna das Ilhas

a defesa corvina contra a pirataria PAdre JOSé AlveS trIGueIrO.

José Armas trigueiro

D

urante este ano de 2011, no mês de Agosto, estive uns dias na ilha do Corvo, onde pude observar, com pormenor, algumas das defesas que os antigos corvinos construíram, para se protegerem da pirataria que durante anos ou talvez séculos os perseguiu. Aliás, a ilha do Corvo foi talvez a que mais investidas sofreu dessa escumalha de gente, talvez pela pouca defesa que dispunha. Subi e desci várias vezes as ruas estreitas antigas e fiz o mesmo com as escadas de pedra, também antigas, que dão acesso às casas que os antigos corvinos habilmente construíram em anfiteatro. Quer umas, quer outras situam-se na parte antiga da vila edificada desde o tempo do povoamento e, sobretudo, quando os corvinos eram invadidos por levas periódicas de piratas e corsários. Havia que construir habitações e ruas que facilitassem a adequada defesa colectiva dos corvinos, bem como a sua protecção temporária. Quer as ruas, quer as escadas estão devidamente conservadas pela municipalidade corvina. Os corvinos melhoraram as suas casas. Onde Raul Brandão encontrou estábulos com cabeças de vacas às janelas encontram-se casas de banhos e divisórias ampliando o conforto das habitações, e onde existiam currais de porcos há agora esplanadas ou pátios de casa dando asseio e bom gosto. Mesmo assim pude ver as ruas estreitas, com casas de dois pisos de empenas voltadas para elas, ora num lado, ora no outro. Ainda hoje é notório que a grande maioria das casas antigas eram construídas nessas ruas uma em frente da outra e que em cada uma existia, e geralmente ainda existe, uma janela voltada para a rua. É notório que interessava essencialmente que uma pessoa de braço estendi-

do numa janela pudesse facilmente trocar objectos com outra que estivesse na janela da frente, como revelam os antigos investigadores históricos, nomeadamente o investigador histórico florentino Jacob Tomás. Apesar da evolução verificada através dos séculos, esta visão é ainda hoje patente em cada rua estreita e antiga da vila corvina. Na parte edificada em anfiteatro, as casas foram construídas umas atrás das outras, estando as de trás sempre num nível superior às da frente. Estas habitações são servidas por escadas comuns de pedra, de acesso para às outras, de tal forma que as escadas são públicas, embora destinada quase essencialmente a dar passagem à habitação do vizinho ou vizinhos mais próximos que por ali se servem. Trata-se de um labirinto que certamente a pirataria não se atrevia a passar e ou a enfrentar. Estas constatações ainda são bem visíveis para quem percorre as ruas e escadas da vila do Corvo, na expectativa de observar a sua tradição histórica. A este propósito lembram-se o que o escritor faialense, Ernesto Rebello, escreveu no Capítulo V, ‘Notas Açorianas’, do “Arquivo dos Açores”, Volume VII, pp.98-102, 1885, edição fac-similada pela universidade dos Açores de 1982. Embora habituados aos textos romanceados e habilmente ficcionados desse escritor, o seu trabalho intitulado “A Ilha do Corvo” confunde-se facilmente com as realidades históricas da ilha. O escritor, que deve ter escrito esse trabalho por volta de 1885, começa por referir que a data do descobrimento do Corvo foi, efectivamente, “em 1452”, que a ilha ficou conhecida por “Ilha do Marco” e que se chamou inicialmente “Ilha de Santo Antão”, como homenagem ao “seu primeiro donatário [ou habitante], o português Antão Vaz”. Refere ainda

Ernesto Rebello que «A vila, embora pequena, tem óptimas casas, bem mobiladas, caiadas e todas cobertas de telha, devido isto aos filhos do Corvo frequentarem muito as cidades dos Estados Unidos, d’onde trazem os usos e costumes». Esclarece que «As ruas é que são estreitíssimas, em algumas das quais nem pode passar carro de bois e formando um verdadeiro labirinto de difícil saída para quem ali for pelas primeiras vezes». Isso visava a sua melhor defesa, já que a ilha era infestada antigamente por corsários argelinos.» Ernesto Rebello conta que “Uma certa vez, numa invasão de corsários, das quais as mais notáveis foram as de 1632, por dez lanchões de turcos, de uma frota que por ali passou, e em 1714, pela gente de quatro navios argelinos; estava toda a população da ilha atemorizada pelo desembarque daqueles malvados, que nada respeitavam e que não se limitavam a roubar os frutos da terra, mas chegando a ousadia de furtar as mais bonitas raparigas, que consigo levavam, como infiéis que eram, para lhes perder o corpo e a alma». Nesse dia, quando já os corsários estavam na rua principal para iniciar as suas tropelias, alguns corvinos mais ousados, afrontando o terror da inerte população, «foram aos pastos cercar uma manada de bois bravios e espantando-os e espicaçando-os até à Vila, conseguiram introduzi-los já furiosos pela estreita passagem [rua] apinhada de corsários». «As portas estavam todas fechadas e trancadas e das janelas, à míngua de outros mais mortíferos projecteis, caía sobre os assaltantes um chuveiro de pedras». «Os toiros esbaforidos e rijamente fustigados, para lhes aceder a cólera, embocaram com raiva pela rua abaixo,[…]lançaram-se[…]em vertiginosa carreira».

cOrvO esta é uma vista parcial da vila do corvo, demonstrativa da parte antiga das casas em anfiteatro, onde o acesso é feito pelas escadas de pedra referidas neste trabalho

«Era uma onda viva, mais terrível do que as soberbas ondas do mar, uma verdadeira ‘razia’». «Dentro em poucos instantes homens e animais confundiam-se em encarniçada luta» Reza a história que numa dessa refregas ficaram mortos cem inimigos, embora seja difícil acreditar, pela originalidade, mas a vitória desta vez terá sido corvina. […] Acrescenta a seguir várias considerações e escreve que «Grandes são ali as criações de godo, especialmente suíno, havendo também grande fartura de galinhas, variada e excelente fruta, melancias e melões, peras e figos, água nativa e afamado leite». Depois de descrever várias formas de vida dos corvinos, refere que «Botica e médico também ali não há, nem um único estabelecimento de vendagem, apesar de haver muitos frascos com medicamentos americanos trazidos pelos rapazes da ilha que andam nas baleeiras ou dos

Estados Unidos». Tal como acontece agora, naquele tempo o escrivão de fazenda residia em Santa Cruz das Flores, indo ali amiudadas vezes. Assim, o estado voltou a dar para trás, apesar dos corvinos pagarem impostos iguais aos de qualquer cidadão, já que há muitos anos desapareceram os benefícios da proposta de Mousinho da Silveira. Evidenciando assuntos relativos à vida corvina e o seu relacionamento com vida florentina, Ernesto Rebello termina praticamente a referir que «As raparigas da ilha, formosas e de cutis finíssima, cantam, na Primavera, por entre giestas e urzes […]». rebello, ernesto, (1885), capítulo v, Notas Açorianas, do “Arquivo dos Açores”, volume vII, pp.98-102, 1885, edição fac-similada pela universidade dos Açores de 1982.; o autor cita o historiador faialense António lourenço da Silveira macedo, autor da “história das quatro Ilhas que formam o distrito da horta”.

Novo acordo ortográfico da língua portuguesa renée francoise Amaral

S

egundo os linguistas que prepararam o acordo, João Malaca Casteleiro, de Portugal, e António Houaiss, do Brasil, as alterações ou mudanças relativas ao novo acordo ortográfico são relativamente pequenas. No Brasil apenas 0,43% das palavras e em Portugal 1,42%. Aos olhos de muitos portugueses este novo acordo ortográfico tem muitas incongruências, e não são bem aceites algumas destas mudanças. Inclusive, muitos testemunhos são já conhecidos, achei curioso o comentário tecido por uma estudante de 13 anos, que referia o seguinte: “Sou estudante do 8º ano e sou portuguesa, ninguém parou para pensar no que nos vai acontecer, a nós estudantes, habituados a escrever com o Antigo Acordo Ortográfico? – Sinceramente acho que não tem lógica nenhuma mudarem o Acordo Ortográfico

para o Português ficar mais parecido com o Brasileiro. – Nós temos a nossa língua e os brasileiros têm a sua”… A minha opinião vai mais no sentido de dizer o seguinte – é o povo que constrói a língua, é o povo que a define e a enriquece. A língua é o património mais sagrado de um povo. Por isso se tivesse voto na matéria seria - não teria dúvidas votava CONTRA. Mas não vale a pena “chorar sobre o leite derramado”, e o remédio que temos é o de efectivamente, arregaçarmos as manguitas e começar a perceber o que isto nos traz de novo, ressalvando, a ideia de que não sou professora nem nunca tive pretensões de sê-lo, mas a minha profissão exige um evoluir constante de várias matérias, e esta é, sem dúvida fulcral. Ora vejamos: Regra base – o nosso alfabeto passa agora a ser formado por 26 letras, sendo elas o “K”, “W” e “y”, essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados, como por exemplo: Km,watt, Byron, byroniano. Relativamente à acentuação, os ditongos abertos (ei, oi), não são mais acentua-

dos em palavras paroxítonas, ou seja a palavra que antes se escrevia, heróico ou paranóico, passa a escrever-se sem acento. Mas atenção, nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis. Existe uma nova regra em relação ao hiato “oo” e “ee” não é mais acentuado – antes escrevia-se enjôo, võo, perdôo, abençôo, e passa a escrever-se enjoo, perdoo, abençoo, no caso do hiato “ee” o mesmo se repete, passado de lêem a leem. Ou seja nos verbos crer, dar, ler e ver (e respectivos compostos), na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo, creem, leem, veem, (descreem, releem, preveem). Nas palavras para (para o verbo parar), pelo (do gato), pela (verbo pelar), polo (magnético, geográfico), côa (verbo coar), pera (fruta), pero (fruta). O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por “r” ou “s”, sendo que essas devem ser dobradas, ou seja na regra antiga escrevia-se ante-sala, ante-sacrestia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, agora

com a nova regra passará a escrever-se amtessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas. Teremos que ter em atenção o seguinte, em prefixos terminados por “r”, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiperrequintado, hiper-requisitado, etc. O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal, dou o exemplo na regra antiga: Auto-afirmação, auto-ajuda, autoaprendizagem, com a nova forma passará a escrever-se autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem. Esta nova regra vai uniformizar algumas excepções já existentes, antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconómico, etc Esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por “h”: antiherói, anti-higiénico, extra-humano, semi-herbáceo, etc. Deixa-se de utilizar o hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição, como por exemplo na regra antiga escrevíamos, manda-chuva, pára-

quedas, pára-quedistas, passando a mandachuva, paraquedas, paraquedista. Assim fica assente que a regra é: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contém elemento de ligação e constitui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgiã, conta-gotas, guarda-chuva, couve-flor, mal-me-quer, etc. Deixa de existir o hífen em cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, cor de vinho, havendo as seguintes exeções água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-demeia, à queima-roupa. Isto é só alguns dos exemplos das alterações que vai sofrer a nossa escrita, é natural, que de início sintamos dificuldade, de forma a adaptarmo-nos à nova forma de escrever, por isso aconselham a consulta de prontuário ou uma gramática actualizada.

aSSim Se eSCreverÁ em bom portUGUÊS… (Licenciada em Ciências Sóciais)


INFORMAçÃO

Tribuna das Ilhas

25 de NOvembrO de 2O11

NOSSA GeNte

utIlIdAdeS

PArtIrAm

fArmÁcIAS

l Faleceu no Hospital da Horta no passado Sábado, dia 19 de Novembro, com 59 anos de idade José Eduardo de Andrade, natural da Freguesia da Feteira, onde residia. O extinto deixa de luto sua esposa Ilídia Maria Silveira de Andrade e os seus filhos Nelson Jorge Silveira de Andrade, casado com Lisa Paula de Andrade, Márcio Filipe Silveira de Andrade, casado com Tânia Ferreira de Andrade e Anabela de Andrade Silva, casada com Marco Paulo Silva. Deixa ainda três netos: a Sara de Andrade, a Beatriz de Andrade e o Filipe de Andrade.

AGeNdA cINemA

AmANhã e dOmINGO 21H30 - Filme - “Planeta dos macacos: A Origem” no Teatro Faialense organização Hortaludus dOmINGO 17h00 - Filme - “Winnie the Pooh” no Teatro Faialense organização Hortaludus

RESTAuRANTE E SNACK-bAR

hOJe e AmANhã Farmácia Ayres Pinheiro 292 292 749 de 27 de NOvembrO A 3 de dezembrO Farmácia Lecoq 292 200 054

feStIvAl de SOPAS dO mercAdO muNIcIPAl considerando a gastronomia local enquanto elemento fundamental da identidade de uma comunidade e a importância da valorização dos produtos locais, como forma de promoção e desenvolvimento económico dos territórios rurais, a ADELIAÇOR, e a cMH, e no âmbito do projecto Promoção de Produtos Locais das Ilhas de São Jorge, Pico e Faial – Mercado de Natal e integrado no "Dezembro em Festa" promovem o 1º Festival de Sopas do Mercado que se realiza no dia 08 de Dezembro de 2011, das 18h00 às 20h00, no Mercado Municipal da Horta. As inscrições podem ser efectuadas até ao dia de hoje através do email adeliacor@sapo.pt, ou entregue em mão na sede da ADELIAÇOR (Rua do Pasteleiro S/n 9900 – 069 Horta). Até 30 de NOvembrO de 2011 de terça a domingo das 16h00 às 20h00 - eSculturA PreSéPIOS em bASAltO no centro de cultura e Exposições da Horta. Organização da Hortaludus, cMH e Faialentejo hOJe 18h00 - eNcONtrO dA cOmuNIdAde de leItOreS uma loja de cultura na Biblioteca Pública A. R. J. J. G.. Organização da Biblioteca Pública ARJJG 21h30 – trIuNvIrAtO cOm NuNO INÁcIO- flAutA trANSverSAl, Marco Pereira – violoncelo, Paulo Pacheco – piano. Músicos Açorianos no ciclo de Laureados apresentam obras de c. M. von Weber, B. Martinu e A. Piazzolla no Teatro Faialense. Organização da Direcção Regional da cultura dIA 28 de NOvembrO Até 2 de dezembrO das 18h00 às 20h00 - curSO - demOGrAfIA hIStórIcA e hIStórIA SOcIAl, na Biblioteca Pública A. R. J. J. G.. Organização da Biblioteca pública ARJJG dIA 30 de NOvembrO – quArtA-feIrA 21h30 - hOrIzONte de mAr - Lançamento do cD de Fernando Goulart no Teatro Faialense. Organização de Fernando Goulart, Hortaludus e cMH

i h p o ~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000 trANSPOrteS - fAIAl

jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

dIrectOr: cristiano Bem edItOr: Fernando Melo chefe de redAcçãO: Maria José Silva redAcçãO: Susana Garcia e Marla Pinheiro fOtOGrAfIA: carlos Pinheiro

cOlAbOrAdOreS PermANeNteS:costa Pereira, fernando faria, frederico cardigos, José trigueiros, mário frayão, Armando Amaral, victor dores, Alzira Silva, Paulo Oliveira, ruben Simas, fernando Guerra, raul marques, Genuíno madruga, berto messias, vera lacerda cOlAbOrAdOreS eveNtuAIS: machado Oliveira, francisco césar, cláudio Almeida, Paulo mendes, zuraida Soares, Gonçalo forjaz, roberto faria, Santos madruga, lucas da Silva

AlbAcOrA ASSAdA NO fOrNO bIfeS de lOmbO de POrcO

E mEnta Variada todos os d ias AceitAm-se ReseRvAs veNdemOS refeIçõeS PArA fOrA

NO SNAck

bAr ServImOS

refeIçõeS lIGeIrAS e PrAtO dO dIA

descanso semanal TERçA-FEIRA

tEMOS SEMPRE BOM PEIXE

meteOrOlOGIA

GruPO ceNtrAl

Festas de Natal

1 Prato+Sobremesas +Vinho+Café

12 Euros

2 Pratos+Sobremesas +Vinho+Café

13.50 Euros

hOJe céu muito nublado, com abertas a partir da tarde. Períodos de chuva durante a madrugada. Vento sueste moderado a fresco (20/40 km/h) com rajadas até 50 km/h, rodando para sul. Mar cavado. Ondas norte de 4 metros, diminuindo para 3 metros e passando a noroeste. AmANhã Períodos de céu muito nublado com abertas. Vento sul fresco (30/40 km/h) com rajadas até 50 km/h, tornando-se bonançoso (10/20 km/h). Mar cavado tornando-se de pequena vaga. Ondas noroeste de 3 metros, passando a sudoeste e diminuindo para 2 metros.

aGraDeCimeNto A filha, nora e netos de emília Da CoNCeição piNto De laCerDa, na impossibilidade de o fazer pessoalmente servem-se deste meio para agradecer a todas as pessoas que de alguma forma manifestaram o seu pesar, enviando flores, cartões, ou telefonaram por ocasião do falecimento da sua ente querida, que assistiram à missa e acompanharam o seu funeral e que manifestaram o seu carinho e nos apoiaram neste momento dificil. A todos o nosso sincero obrigada. fIchA

Tribuna das Ilhas

AREEIRO • CApElO • TElF. 292 945 204 • TlM. 969 075 947

emerGêNcIAS -fAIAl

eveNtOS Até hOJe rANchOS de NAtAl com o objectivo de promover a cultura local associada a época de Natal e com vista a proporcionar momentos de animação aquando da realização do Mercado de Natal e integrado nas festividades do Município "Dezembro em Festa", a ADELIAÇOR e a cMH promovem um encontro de "Ranchos de Natal", no dia 08 de Dezembro, pelas 20h30 no palco do Largo da República cujas inscrições podem ser feitas até ao dia de hoje através do email adeliacor@sapo.pt , ou entregue em mão na sede da ADELIAÇOR (Rua do Pasteleiro S/n 9900 – 069 Horta).

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PrOJectO GrÁfIcO: IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL PAGINAçãO: Susana Garcia redAcçãO ASSINAturAS e PublIcIdAde: Rua conselheiro Miguel da Silveira, nº12, cv/A-c - 9900 -114 Horta cONtActOS: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIL: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

técNIcA

ImPreSSãO:

Rua Manuel Inácio 9900-152 - Horta

edItOr e PrOPrIetÁrIO:

de Sousa, 25

dIStrIbuIçãO: cTT tIrAGem: 1000 exemplares reGIStO: nº 123 974 do Instituto de comunicação Social

IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL NIPc: 512064652 reGIStO cOmercIAl: 00015/011017 (Horta) - Porte Subsidiado GOverNO reGIONAl dOS AçOreS

Esta publicação é apoiada pelo PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à comunicação Social Privada


fuNdAdO 19 de AbrIl de 2002

Tribuna das Ilhas

www.tribunadasilhas.pt

marla Pinheiro fotos: carlos Pinheiro g No passado sábado a 4 Estações apresentou aos faialenses a colecção que comercializa para esta estação. A forma escolhida para dar a conhecer as tendências deste Inverno foi um desfile que juntou muitas pessoas na discoteca Eryklub. Maquilhados por Patrícia Faria e

SeXtA-feIrA 4 25 de NOvembrO de 2O11

4 EStAÇõES apresenta colecção em desfile na discoteca ERykLUB penteados por Hélia Silva, os manequins, femininos e masculinos, mostraram vários looks que ilustram as propostas daquela boutique da cidade da Horta para os próximos meses.


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