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AtlAntic trophee

Air MAil de luís Decq Mota brilha na regata PÁGINA 11

Tribuna das Ilhas

DIRECTOR: MANUEL CRISTIANO BEM 4 NÚMERO: 476

Conservatório contesta integração na Escola Básica da Horta

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SAi àS SExTAS-FEirAS

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Pais do Salão não aceitam encerramento da Escola Encarregados de Educação reuniram com deputados regionais e com a directora regional da Educação e Formação. Tutela diz que decisão está tomada mas pais batem o pé PÁGINA O3 na defesa da manutenção da escola aberta g

Agricultura Biológica ganha força no Faial

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TEMPo DE rEgATAS g Durante o ano inteiro se realizam regatas – provas de competição náutica de escalões diversos – na baía desta cidade marítima, ou no canal e no mar ao longo da costa da ilha, em veleiros de maior porte, para celebrar certas datas ou factos de relevo referentes à vida local. contudo, o tempo das regatas inter-ilhas e das grandes provas oceânicas internacionais que marcam o calendário da cidade faialense, como meta de chegada e ponto de partida – esse tempo ocorre desde os finais da Primavera ao termo do Verão, período considerado favorável à navegação à vela. Assim, depois das provas de âmbito regional, de que se destacaram a Horta-Velas-Horta, a regata entre esta ilha e a Terceira – por ocasião das recentes festas sanjoaninas – bem como a realizada à volta da costa faialense, teve lugar a primeira grande competição oceânica deste ano ligando Les Sables d’Olonne e a cidade da Horta, na sua 3ª. edição. A prova iniciou-se em Les Sables no dia 02 de Julho tendo os primeiros concorrentes cortado a meta na baía da Horta na madrugada do dia 10. A largada para a França (2ª. etapa) efectuouse no dia 13. Na altura em que escrevemos esta nota-editorial, uma outra regata oceânica estava em curso após ter largado da cidade de Douarnenez, no noroeste da costa francesa, no dia 14-07, em direcção à Horta, com chegada prevista a partir de 22-07. Intitulada, “Atlantic Trophee”, esta prova conta com a participação do “Air Mail”, do “skipper” faialense Luís Decq Mota. Entretanto, a mais importante prova açoriana da náutica de cruzeiro – a “Atlantis cup”, Regata da Autonomia – já está em preparação, após a sua apresentação pública há dias efectuada pelo presidente do clube Naval da Horta, Fernando Meneses, como primeiro responsável da entidade organizadora. A competição deverá iniciar-se no dia 01 de Agosto, em Santa Maria, com ligação às ilhas de São Miguel, Terceira e Faial, onde se situa, como habitualmente, a meta final. Este resumo que aqui fica em plena época das regatas, serve para demonstrar o que há dias nos dizia um faialense de alma virada ao mar, sublinhando que os açorianos têm de se convencer de que é nesta pequena cidade do arquipélago que se vive, por inteiro, o espírito marinho, partilhado com muitas outras cidades europeias da periferia atlântica. E concluía que essa era a razão pela qual a Horta, centro de iatismo, também se foi transformando, de ano para ano, num pólo de recepção e de apoio às regatas internacionais. Ora, isto é hoje uma realidade que causa desconforto aos “lóbis” de certas ilhas que gostariam de concentrar noutro porto (ou portos!) o movimento iatista e da recepção às grandes regatas do Atlântico.

Tribuna das Ilhas

Conservatório da horta contesta integração na Escola Básica Pais e professores do Conservatório Regional da Horta não vêem com bons olhos a anunciada integração daquele estabelecimento de ensino especializado de Música e Dança na Escola Básica da Horta. A decisão da Secretaria Regional da Educação foi divulgada após o último Conselho de Governo , e vem na sequência do que já aconteceu na Terceira, com a integração do conservatório Regional de Angra do Heroísmo na Escola Básica e Secundária Tomás de Borba. Na quarta-feira, os professores do Conservatório Regional da Horta e o representante dos pais dos alunos que frequentam a instituição partilharam as suas preocupações com a comunicação social. Yuri Pavtchinski, director do Conservatório, desconhece os moldes em que se dará a integração, e considera que esta será uma machadada no ensino artístico especializado. Também Victor Rui Dores, representante dos pais, entende que a instituição funciona bem como está.

não conhece o projecto de remodelação da Escola António Ávila, apesar de já ter tentado fazê-lo, e receia que o espaço reservado ao Conservatório não tenha em conta as suas necessidades. Além disso, dos 209 alunos que o Conservatório acolheu no presente ano lectivo, só 23 (14 da Básica Integrada e nove da Escola Secundária) estão no ensino articulado, ou seja, as disciplinas que frequentam na instituição dispensam-nos de algumas disciplinas, como a Música, no percurso escolar regular. A maior parte dos alunos frequenta o Conservatório de uma forma totalmente independente do seu percurso escolar. A integração na Escola Básica coloca também outro problema, uma vez que esta apenas contempla os alunos até ao 6.º ano de escolaridade, e cerca de 50% dos estudantes do Conservatório frequentam a Escola Secundária. Para os professores, será extremamente difícil organizar horários, criar turmas e construir planos curriculares desta forma. Os professores entendem que a integração será maléfica para a identidade do Conservatório Regional da Horta, que ao longo dos seus 21 anos de história construiu uma presença marcante na cultura faialense, da qual é exemplo a sua relação com as filarmónicas locais. O palmarés que os alunos da instituição têm alcançado, com vários prémios a nível nacional, é, para os docentes, sinal de que a actual organização do Conservatório é proveitosa. Os professores lembram também que a

YURI PAVTCHINSKI O director do Conservatório Regional da Horta pede aos decisores políticos mais consideração pelo ensino artístico

integração do Conservatório Regional de Angra do Heroísmo na Escola Básica e Secundária Tomás de Borba se fez após esta ter sido construída de forma a criar as condições específicas que um Conservatório precisa para funcionar. Além disso, a Tomás de Borba engloba tanto o ensino básico como o secundário, ao contrário do que acontece na Básica da Horta. Victor Rui Dores é actualmente o representante dos pais dos alunos do Conservatório, no entanto já foi director da instituição e conhece bem os cantos à casa, razão pela qual se mostra tão apreen-

Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g A “sombra” da integração paira sobre o Conservatório Regional da Horta há bastante tempo, apesar de só agora ter sido formalmente anunciada pelo Executivo Regional. Em cima da mesa esteve já a hipótese da integração se fazer na Escola Secundária Manuel de Arriaga, no entanto chega agora a decisão de integrar o Conservatório na Escola Básica da Horta. Yuri Pavtchinski torce o nariz a esta decisão, até porque entende que há muita coisa por esclarecer, e receia que a alteração no funcionamento do Conservatório prejudique o ensino artístico. O director lembra que o ensino de artes performativas como a Música e a Dança requer “condições específicas”, principalmente em relação aos espaços físicos. Yuri

VICTOR RUI DORES O representante dos pais entende que a formação dos alunos do Conservatório vai perder com a integração

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sivo como os professores em relação a esta decisão. Rui Dores apela ao bom senso da tutela, para que esta não avance com a integração pelo menos enquanto a Escola Básica não ficar dotada das novas instalações. De resto, é precisamente isso que se fará em São Miguel, já que, de acordo com o último comunicado do Conselho do Governo, o Conservatório Regional de Ponta Delgada só sofrerá o processo de integração quando for construída a nova Escola Básica Integrada Natália Correia, o que não acontecerá na presente legislatura. Para Rui Dores, uma das causas deste tipo de situações é o facto da Secretaria Regional da Educação não possuir um departamento dedicado ao ensino artístico. Também Yuri Pavtchinski entende que os decisores políticos não compreendem as especificidades do ensino artístico, e Ludmila Chovkova frisa que é essencial que, em caso de integração, exista um representante do ensino artístico no Conselho Executivo. Para pais e professores, é preferível que o Conservatório Regional da Horta se mantenha como está, nas actuais instalações, que já integram o mesmo espaço que a Escola Básica Integrada. Não são as melhores, reconhecem, principalmente pela falta de um auditório, mas essa carência é suplantada pelo facto de poderem exercer ensino especializado de Música e Dança, funcionando como uma instituição independente das escolas.

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BANDAS FILARMÓNICAS

CUIDAR DA SAÚDE

O Festival de Bandas Filarmónicas realizado nesta cidade, numa 4ª. edição, por iniciativa da centenária Artista Faialense, leva-nos a dar o devido destaque a tal evento, que merece todo o louvor no aspecto da arte musical e numa perspectiva insular, visto que reúne centenas de músicos amadores participantes do Faial e Pico, mas também da ilha Graciosa e até da Madeira. Louvor porque, embora possa ter sido subsidiada, esta organização requer esforço e trabalho gratuito dos organizadores, em favor do gosto e dedicação pela música. Parabéns à Artista e seus colaboradores.

g como noticiámos, uma farmácia local vai levar a efeito uma campanha de sensibilização sobre os malefícios do sol quando as pessoas – principalmente nesta época de praia – ficam expostas sem qualquer protecção à radiação solar. como tem sido amplamente divulgado nos últimos tempos, tais radiações podem causar uma grave doença que é o cancro da pele. Portanto, sabendo-se que temos o dever de cuidar da nossa saúde, fazemos coro com os constantes avisos lançados, para se evitar uma longa exposição aos raios solares, sobretudo nos dias de sol aberto, pois isso é negativo.

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Gasolina e Gasóleo aumentam 2 cêntimos por litro na Região Na passada quarta-feira verificou-se um aumento de dois cêntimos por litro no preço máximo das gasolinas 95 e 98, nos gasóleos rodoviário, agrícola, pescas e no gás doméstico e em um cêntimo por litro no preço do fuel. De acordo com o Executivo Regional, esta subida surge na sequência das alterações registadas no preço do petróleo, durante as últimas semanas, nos mercados internacionais, que levaram à necessidade de actualizar o preço máximo de venda dos combustíveis na Região Autónoma dos Açores.

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encerrAmento DA escolA Do sAlão

[aconteceu]

Pais reúnem com deputados e directora regional mas sem soluções à vista Texto de fotos

Marla Pinheiro g Os encarregados de educação dos alunos da Escola Básica e Jardim de Infância do Salão não desistem de evitar o encerramento daquele estabelecimento de ensino. Ao longo desta semana, reuniram com os deputados regionais do PSD e do PS eleitos pelo Faial, e também com o presidente da Câmara Municipal da Horta. No entanto, o ponto alto deste périplo de reuniões na tentativa de evitar o encerramento da escola foi o encontro com a directora regional da Educação e Formação, na noite de quarta-feira. Foi precisamente numa das salas da Escola do Salão que os pais compareceram em força para ouvir o que Graça Teixeira tinha a dizer sobre o assunto, numa reunião que se arrastou por mais de duas horas, e onde os ânimos acabaram por se exaltar, com nenhuma das partes a querer ceder: os pais defendem que a manutenção da escola aberta é o melhor para os cerca de 20 alunos que ela alberga, ao passo que a tutela se mantém intransigente no seu encerramento. Graça Teixeira assegura que o que se pretende é melhorar as condições pedagógicas oferecidas às crianças salonenses, e que não existe justificação para manter aquela

escola aberta. A novidade que a directora regional trouxe na bagagem consistiu em mais algumas escolas alternativas para onde os pais podem decidir encaminhar os filhos, e que antes se limitavam à Escola António Ávila, na cidade da Horta, e à Escola de Pedro Miguel, sendo esta última opção apenas para os alunos de Jardim de Infância. No entanto os pais recusam-se a assinar a transferência dos filhos, e querem continuar a lutar. Alguns deles, nomeadamente aqueles cujos educandos frequentam o pré-escolar com 3 e 4 anos – idades em que este não é obrigatório – equacionam mesmo a possibilidade dos mesmos não frequentarem a escola no próximo ano. Nesta reunião participaram apenas os encarregados de educação. O presidente

da Junta de Freguesia do Salão, que se associou aos pais desde a primeira hora, esteve, no entanto, a aguardar o final do encontro, em conjunto com vários outros salonenses que, apesar de não terem filhos em idade escolar, se mostraram preocupados com a situação. No final, Luís Rodrigues lamentou o facto da Junta de Freguesia a que preside não ter sido tida nem achada neste processo, e reiterou a vontade da freguesia em continuar a lutar pela manutenção da escola. Entretanto, Graça Teixeira disse aos órgãos de comunicação social presentes que os pais teriam, desde o momento da reunião, uma semana para decidir qual o estabelecimento escolar para onde querem encaminhar os filhos. No entanto, para já, estes recusam-se a assinar qualquer transferência.

em lisboA com pAssos De coelho

Carlos César satisfeito com a reunião mas afirma que a receita da sobretaxa extraordinária deve ficar nos Açores g O Presidente do Governo Regional Carlos César reuniu esta semana na residência oficial de São Bento em Lisboa com Passos de Coelho para transmitir ao Primeiro Ministro alguns dos problemas regionais. Nesta primeira reunião formal entre os dois governantes Carlos César, mostrouse satisfeito com a preocupação do Primeiro Ministro em relação aos problemas dos Açores, revelando que este foi um encontro “muito positivo, demorado, o que revela uma atenção de ambas as partes para falarmos de todos os assuntos que possam facilitar a relação actual e futura entre os dois governos. Fiquei bem impressionado pela aproximação do Senhor Primeiro-Ministro aos problemas regionais dos Açores, pela compreensão que revelou em relação a muitos deles e pela sua opinião sobre várias matérias”.

No entanto final desta reunião de cerca de hora e meia César comunicou ao Primeiro-Ministro que a ante-proposta de lei agora apresentada pelo Governo da República, que constitui uma sobretaxa extraordinária em sede de IRS, inclusive sobre o chamado subsídio de Natal, sendo compreensível por parte do Governo açoriano e justificada face aos argumentos que o Governo da República tornou públicos, “é, em alguns aspectos, de duvidosa constitucionalidade e é desconforme com o Estatuto da Região Autónoma dos Açores e também no caso da Região Autónoma da Madeira, pelo que carece de um aperfeiçoamento legislativo”. Neste contexto César transmitiu ainda a Passos de Coelho que lhe parecia “justo” que a receita arrecadada nos Açores por via da criação dessa sobretaxa revertesse para a própria Região “porque também é

verdade que a Região teve uma quebra das receitas fiscais este ano, que é sobretudo motivada pela recessão nacional. Para que sejamos capazes de contribuir, uma vez mais, para o nosso país com um défice zero, era justo, era adequado e facilitava a nossa tarefa que a arrecadação dessa receita cobrada nos Açores fosse retida na própria Região” O Presidente do Governo dos Açores transmitiu ainda ao Primeiro-Ministro que, da parte do Governo Regional dos Açores, “há todo o interesse em que esta relação com o Governo da República decorra de forma leal e construtiva, tendo consciência de que os governos regionais podem e devem ajudar o Governo da República na boa execução dos compromissos internacionais do nosso país, na medida das suas responsabilidades e na medida das suas possibilidades”.

[vai acontecer]

SPORT ZONE INAUGURA LOJA NO FAIAL g com mais de 110 estabelecimentos em Portugal e Espanha a Sport Zone aumentou a sua cadeia de lojas com a inauguração na passada segunda-feira, de uma loja nova na Horta, nas instalações do Hipermercado continente, junto à Modalfa. A cadeia especializada em artigos de desporto, Sport Zone, abre assim, em parceria com a INScO, o segundo espaço comercial na Região, elevando o número total de colaboradores para mais de 2100. A Sport Zone está no mercado nacional desde 1997 e a primeira loja Sport Zone foi pioneira a lançar o conceito de lojas especializadas em desporto ao apostar numa grande variedade de modalidades e marcas desportivas, em vários segmentos.

CASA DOS AçORES NO ALGARVE APRESENTA CONFERêNCIA “O ESPíRITO SANTO E O SãO SEBASTIãO/BENçãO AO MAR” g Têm lugar hoje no Salão Nobre da câmara Municipal de, uma conferência do Professor cunha e Silva intitulada “O Espírito Santo e o São Sebastião/Benção ao Mar”. Este evento é uma organizado pelo casa dos Açores do Algarve.

PROJECTO “O PEIXE É FISH” g O Hotel do canal participa e candidata-se à atribuição de Menção Honrosa de “Prato Recomendado” O Hotel do canal resolveu aderir ao Projecto “Peixe é Fish” uma iniciativa da câmara Municipal da Horta em parceria com a câmara do comércio e Indústria da Horta, que visa promover a restauração, a gastronomia e os produtos do mar da Região Autónoma dos Açores, valorizando a criatividade e a riqueza dos produtos açorianos. Para tal, durante os meses de Julho, Agosto e Setembro, a sua carta/Menu, incluirá, diariamente, um prato de peixe de espécies do mar da Região, evidenciando um cariz criativo e inovador na sua confecção. A apreciação final dos pratos desenvolvidos no decorrer deste projecto, far-se-á in loco, com os chefs Javier Gonzalez e Rafael Moyer, ambos distinguidos com Estrelas Michelin, considerado o prémio de maior prestígio no meio da restauração.

FESTAS DE SANTA MARIA MADALENA 2011 g Decorrem desde a passada quarta-feira e até domingo, na vizinha ilha do Pico, as festas em honra de Santa Maria Madalena. Para hoje estão agendadas as actuações da banda Nova Dinastia e dos Mind A Gap. Amanhã, sábado, destaque para o desfile e actuação das marchas, com marchantes do Pico, da Terceira, da Graciosa e também do Faial, com a deslocação da marcha da Feteira à ilha vizinha. O destaque do palco principal está reservado ao cantor popular Quim Barreiros. No domingo, dia 24, sobe ao palco André Sardet, e as festas encerram com um espectáculo piromusical. Do programa religioso, destaque para a missa solene desta tarde, presidida pelo Bispo de Angra, seguida de procissão. No sábado, haverá escalada à montanha do Pico, com uma missa campal celebrada na Furna.

CICLO DE CINEMA PORTUGUêS CONTEMPORâNEO NA BIBLIOTECA PÚBLICA E ARqUIVO REGIONA JJG g A Bliblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, recebeu ontem pelas 21H30 no Auditório um ciclo de cinema Português contemporâneo. Este ciclo foi apresentado através de um documentário de João Trabulo - “Sem companhia”, com a duração de 1H28m e recebeu o prémio Kodak pela melhor imagem na edição do IndieLisboa 2010.

OFICINA DE PINTURA NA BIBLIOTECA PÚBLICA JJG g Vai decorrer de 25 a 29 de Julho, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, uma oficina de pintura orientada por Margarida Madruga. Ititulado “E quantas cores há”, este atelier destina-se a crianças dos 5 aos 12 anos de idade e irá decorrer das 10H30 às 12H00.

GEOPARqUE AçORES PROMOVE “CIêNCIA VIVA NO VERãO” g O Geoparque Açores vai promover diversas actividades no âmbito do programa “ciência Viva no Verão”, a decorrer desde 15 de Julho e até 15 de Setembro. Este programa é desenvolvido pela Agência Nacional para a cultura científica e Tecnológica, e conta com o subprograma “Geologia no Verão”, com actividades em Santa Maria, São Miguel, Terceira, Pico e Faial. Assim, na próxima sexta-feira, dia 29, será organizada uma visita ao Vulcão dos capelinhos, e ao seu centro de Interpretação.


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Equipa de filmagens alemã esteve no Faial para realizar filme de promoção do Parque Natural no âmbito do prémio Éden Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g Na passada semana, uma equipa de filmagens da empresa alemã Media Consulta esteve no Faial, a colher imagens para os vídeos promocionais que a Comissão Europeia vai apresentar dos destinos vencedores do Prémio EDEN, que premeia os destinos europeus de excelência. Recorde-se que o Parque Natural do Faial foi o vencedor português deste galardão, naquela que foi a primeira edição do prémio em Portugal. Coube à jornalista Rahel Renggli liderar a equipa que esteve no Faial, e que fará também os vídeos dos vencedores espanhol e belga. Em relação ao Parque Natural da ilha, não poupa elogios ao que tem visto: “assim que aqui cheguei apaixonei-me pela ilha. Ficámos aqui pouco tempo, mas vimos muitos locais”, conta. Rahel lembra que este ano o prémio EDEN destacou a recuperação de sítio. Nesse sentido, mostrou-se agradavelmente surpreendida com o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos: “penso que é um óptimo lugar. É muito moderno e

muito interessante para os visitantes, que aprendem assim sobre a história do Faial, mas ao mesmo tempo apresenta um óptimo trabalho na preservação do velho farol. Também estivemos no Jardim Botânico, e não podíamos deixar de visitar o porto e as pinturas dos navegadores, porque são realmente muito famosas. Estivemos na Caldeira, e visitámos o Trilho dos 10 Vulcões, que é fantástico para os turistas virem e explorarem a natureza”, refere. Em conversa com o Tribuna, Rahel explicou que o que se pretende é fazer um vídeo de 3 minutos, e confessou que se trata de pouco tempo, tendo em conta as potencialidades que encontrou no Parque Natural faialense. Para esta jornalista, não há dúvidas que este se trata de um bom produto para ser vendido além-fronteiras: “é um local extremamente tranquilo, onde podemos repousar, longe do stress e perto da natureza. Também fizemos observação de cetáceos. Foi impressionante! Adoraria voltar cá sem ser em trabalho”, revelou. Estas filmagens serão utilizadas na execução de um filme que será mostrado na cerimónia de entrega dos pré-

PREMIO EDEN A equipa de filmagens colheu algumas imagens no Jardim Botânico do Faial

mios EDEN 2011, que deverá acontecer em Bruxelas, em Setembro próximo. De acordo com Rahel, o vídeo

deverá ser também utilizado no site dos destinos EDEN. Na mesma altura estiveram no Faial

repórteres do grupo Impresa, que integra a revista Visão, e da revista Azorean Spirit, que circula a bordo da SATA.

Câmara Municipal da horta e APADiF assinam protocolo de cooperação financeira No seu entender, “com a inauguração deste centro e com a abertura do centro na freguesia dos Flamengos, e considerando os centros já existentes por toda a ilha, ficamos com uma cobertura bastante interessante ao nível da população mais idosa. Nesta perspectiva continuamos assim a dotar o Faial de equipamentos, não de grandes dimensões, mas ajustados aquilo que é uma avaliação das necessidades da ilha”, referiu. No final da assinatura, o arquitecto Miguel Valente, responsável pela obra, fez a visita guiada explicando as funções de cada espaço. Neste momento, e para que seja possível a sua inauguração, que se espera para breve, o centro encontra-

Susana Garcia Foto: Marla Pinheiro g As futuras instalações do Centro de Dia da Conceição foram o espaço escolhido para a assinatura do protocolo de cooperação financeira entre a Câmara Municipal da Horta e a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF). A assinatura do protocolo entre estas duas entidades decorreu na tarde de ontem, na presença dos idosos do Centro de Convívio da Conceição, futuros utentes daquele Centro de Dia, que após a assinatura tiveram a oportunidade de conhecer o novo espaço. O protocolo agora assinado, no valor global de 34 mil euros, tem por objectivo apoiar a construção daquela infraestrutura, que será dotada de uma sala multiusos, um refeitório e ainda quartos com casa de banho privativa onde os utentes podem ficar por alguns dias, em situações de férias dos familiares ou por outros motivos, entre outras valências. Para José Fialho, presidente da APADIF, a assinatura deste protocolo permite o cumprimento dos compromissos com o empreiteiro da obra. “Esta assinatura é para nós o culminar de uma situação que nos tem causado alguma angústia. A partir de agora estão criadas as condições efectivas para satisfazermos os nossos compromissos com o emprei-

teiro”, afirmou. No seu entender, “esta assinatura é mais uma comparticipação da nossa Câmara Municipal”. O responsável da APADIF lembrou que, para que este projecto pudesse avançar, a CMH cedeu o terreno e assumiu o “compromisso de apoiar financeiramente esta obra, uma vez que o PRODESA, a que nos candidatámos, apenas contemplou com 33% do seu valor”. No final da sua intervenção, Fialho referiu que esta é uma obra que teve um custo muito reduzido, resultado de vários esforços, que o presidente da APADIF enunciou: “o projectista é tam-

bém o fiscal da obra, o empreiteiro é local e penso que o dinheiro aqui gasto foi todo ele gasto com muito rigor, por isso com pouco dinheiro a obra está praticamente concluída”. O presidente da APADIF felicitou ainda a CMH por ter acreditado neste projecto: “Hoje, esta assinatura não é mais do que passar a escrito o que já existia. Quero felicitar a CMH, na pessoa do seu presidente, por ter colaborado com esta obra e ter acreditado que ela podia vir a ser para os idosos não só da Conceição mas da ilha toda”, disse. Na ocasião, o presidente da CMH

referiu que vai ser disponibilizada uma verba para as obras exteriores, e que a autarquia, em parceria com a Junta de Freguesia, irá complementar o espaço envolvente. João Castro considera este um espaço “muito agradável”, que vem dotar a ilha com uma estrutura de apoio aos idosos.

se apenas à espera da mobília para equipar o espaço. Esta, no valor de cerca 100 mil euros, deverá chegar no final do mês, esperando-se que o Centro de Dia entre em funcionamento antes do final do ano.


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PSD/Faial descontente com forma como está a ser feita reestruturação da Segurança Social nos Açores Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g A recente reestruturação da Segurança Social nos Açores, cuja nova orgânica entrou em vigor no passado dia 1 de Junho, não agrada ao PSD/Faial. Esta manhã, em conferência de imprensa, os social-democratas faialenses condenaram o que entendem ser uma aposta na centralização, que contribui para um esvaziamento dos serviços da Administração Regional do Faial. Recorde-se que, com esta reestruturação, o Governo Regional criou o Instituto para o Desenvolvimento Social dos Açores (IDSA), que representa a fusão do Instituto de Regimes da Segurança Social com o Instituto da Acção Social. No âmbito do IDSA foram criados quatro departamentos (Prestações e Contribuições; Atendimento; Acção Social; Gestão de Recursos), dois sedeados na Terceira e dois em São Miguel. O Executivo criou também o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social nos Açores (IGFSSA), que substitui o Centro de Gestão Financeira da Segurança Social. Tanto o IDSA como o IGFSSA ficam sedeados na Terceira. Como frisam os social-democratas, “com esta reforma desapareceram os Centros de Prestações Pecuniárias da Horta, de Angra do Heroísmo e de Ponta Delgada”. Assim, o Faial perde o seu Centro de Prestações Pecuniárias, que possuía autonomia administrativa e financeira, e passa a ter apenas uma das 14 divisões criadas no âmbito dos departamentos do IDSA – a Divisão de Enquadramento – e a já existente Divisão de Acção Social. Como frisou Luís Garcia, desta forma

o Faial fica com “uma mera Unidade de Atendimento”, e com duas divisões dependentes de departamentos sedeados noutras ilhas. Para os social-democratas, esta nova orgânica é contrária ao modelo descentralizado e de proximidade com as populações até agora privilegiado. Garcia aponta também o que entende ser o carácter contraditório desta reforma, que mantém a descentralização ao nível da Acção Social, “centralizando serviços e ignorando a nossa realidade” no que à Segurança Social diz respeito. Para o PSD/Faial, trata-se de mais um contributo para “o progressivo aprofundamento da condenável divergência no desenvolvimento regional”, e por isso os parlamentares laranja eleitos pelo Faial entregaram hoje na Assembleia Regional um requerimento onde pedem explicações sobre este novo modelo. Luís Garcia condena também a forma como a reestruturação da Segurança Social nos Açores está a ser implementada. Segundo o PSD, essa implementação está a ser feita “nas costas das pessoas, dos funcionários e dos responsáveis dos serviços, misturada com nomeações de clara aparência política, com concursos interrompidos”. Garcia dá como exemplo o facto de alguns coordenadores de carreira não terem sido nomeados para coordenadores de núcleo, e fala no interesse em “dar lugar a alguma clientela partidária” no âmbito desta reestruturação. Luís Garcia citou declarações de Nélio Lourenço, presidente do Conselho de Administração do extinto Instituto de Gestão de Regimes de Segurança Social, que decidiu pronunciar-se sobre o assunto num parecer enviado ao Executivo Regional, onde

lamenta precisamente o facto dos responsáveis não terem sido escutados neste processo. Segundo o dirigente, “em nenhum momento do processo foi aberta a possibilidade aos respectivos dirigentes de participarem no mesmo, apesar de se tratar de uma alteração de carácter estrutural. Tal procedimento contraria a prerrogativa de participação alargada nos processos de decisão, inerente às organizações em sociedades democráticas e modernas. Em nenhum outro momento em que se produziram alterações tão profundas na segurança social desta Região se impediu a participação dos dirigentes e das chefias mais directamente envolvidos”. SECRETARIA REGIONAL DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE SOCIAL REPUDIA ACUSAçõES DE “NOMEAçõES DE APARêNCIA POLíTICA” Em reacção às declarações dos deputados do PSD/Faial, a Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade Social emitiu na tarde de hoje um comu-

governador do Distrito rotário visitou o rotary Club da horta DR

g Nos passados dias 15 e 16 do corrente mês de Julho, o Rotary Club da Horta recebeu a visita de José Coelho, Governador do Distrito 1960 desse movimento internacional, que nos dias anteriores visitara também os outros clubes açorianos, entre os quais o da vizinha ilha do Pico. À sua chegada ao Faial, aquele dirigente distrital do Rotary no nosso país era aguardado pelo actual presidente do RCH, Carlos Goulart, que o acompanhou na apresentação de cumprimentos ao vice-presidente em exercício da Assembleia Legislativa Regional, Jorge Costa Pereira, ao presidente do Município da Horta, João Castro e ao presidente da direcção da Sociedade “Amor da Pátria”, Eugénio Leal. Ao fim da tarde da sexta-feira, teve lugar a Assembleia Geral do Clube em que foi feito um balanço da sua acção no meio faialense.

À noite, no Faial Hotel Resort, realizou-se o tradicional jantar de companheirismo em honra do Governador, durante o qual, Carlos Goulart e José Coelho tiveram intervenções alusivas ao movimento rotário e ao papel desempenhado pelo RCH na comunidade em que está inserido, tendo no final procedido à costumada troca de prendas. Participou no jantar, em representação da Câmara Municipal da Horta, o vice-presidente José Leonardo, além de outros convidados, estando presentes, em grande número, os membros efectivos do Clube acompanhados de suas esposas. Também marcaram presença o Governador Assistente para o ano rotário em curso, Manuel Paulino Costa, do Rotary Club da ilha do Pico, bem como o representante do Rotaract da Horta, Victor Mourinho. Durante a sua visita, o Governador José Coelho esteve na Casa de Infância de Santo António,

que tem sido apoiada pelo RCH e, sempre na companhia do presidente Carlos Goulart, apreciou alguns pontos e motivos de interesse da ilha, como as “vistas” dos miradouros da cidade, o Museu do “PeterCafé Sport”, o Jardim Botânico e a Quinta das Buganvílias.

nicado onde desmente que tenham sido nomeadas pessoas “de clara aparência política” no âmbito desta reestruturação. Segundo o comunicado, “as pessoas nomeadas para o novo Instituto para o Desenvolvimento Social dos Açores são detentoras de um vasto currículo” e “graças à sua competência, experiência e trabalho demonstrados mereceram os cargos que lhes foram atribuídos”. Segundo a directora regional da Solidariedade e Segurança Social, Paula Ramos, “não foram interrompidos quaisquer concursos, na medida em que até à data os mesmos não foram abertos, estando a decorrer os respectivos procedimentos legais para o efeito”. Paula Ramos considera também que não se trata de promover a centralidade dos serviços em São Miguel e Terceira, e refere que o novo modelo orgânico cria Centros de Competência não só nestas duas ilhas mas também no Faial. Segundo a responsável, o Centro de Competências – Divisão de Enquadramento criado no Faial terá como funções identificar e qualificar

todos os beneficiários e contribuintes da Região, bem como acompanhar os processos nacionais e internacionais em colaboração com as unidades de atendimento da Região e sistemas de Segurança Social estrangeiros. Paula Ramos acusa os social-democratas faialenses de “total ignorância” quando afirmam que o agora extinto Centro de Prestações Pecuniárias da Horta possuía autonomia administrativa e financeira: “nos termos da orgânica do então Instituto de Gestão de Regimes da Segurança Social os centros de prestações pecuniárias de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta só dispunham de autonomia de gestão no que diz respeito ao seu funcionamento corrente”, refere. Finalmente, Paula Ramos lembra que, aquando da discussão do diploma que criou o Instituto para o Desenvolvimento Social dos Açores e o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social dos Açores, o grupo parlamentar laranja concordou com o seu teor.

Terceira edição do Concurso Multi-Artes Porto PimTado g Está já a decorrer a terceira edição do Concurso Multi-Artes Porto PimTADO, uma iniciativa do Observatório do Mar dos Açores (OMA), que convidou a Associação Fazendo para ser parceira na organização deste evento. Esta edição tem como tema de fundo abstracto O Pico de Pim. De acordo com nota enviada pelo OMA às redacções “este tema poderá ser interpretado de forma livre, literal ou metafórica, expressando os valores excelsos que a baía representa, na medida em que esta iniciativa tem por objectivo estimular a criatividade e originalidade da população do Faial e dos visitantes desta ilha para que, sensibilizados pelo espaço geográfico daquela paisagem, se expressem através da Pintura, Fotografia,

Poesia, ou outra expressão artística à sua escolha (Arte Livre)”. Este ano a poesia toma lugar de relevo e a escultura será considerada na modalidade mais abrangente. Surgem também como novidade prémios temáticos: Prémio Eco-Pim, Prémio Mulher de Porto Pim e Prémio Fazendo. As obras a concurso deverão ser enviadas até ao dia 22 de Agosto de 2011, podendo ser entregues das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00, no OMA (Edifício da Fábrica da Baleia – Monte da Guia), ou enviadas por correio. Os resultados serão divulgados no dia 27 de Agosto, e os trabalhos apresentados serão ao público entre os dias 27 de Agosto e 25 de Setembro, na Sala dos Óleos da Fábrica da Baleia.


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notíciAs

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Tribuna das Ilhas

DelegAção DA cruz VemelhA portuguesA

Serviço de Teleassistência já está disponível no Pico g Já se encontra em funcionamento o serviço de teleassistência da Cruz Vermelha na Ilha do Pico. Este serviço encontra-se instalado na Câmara Municipal da Madalena e consiste num serviço telefónico de apoio pensado para melhorar a qualidade de vida, saúde, segurança e auto-estima dos seus utilizadores, funcionando 24 horas por dia, 365 dias por ano. Neste sentido a Delegação do Faial da Cruz Vermelha Portuguesa realizou no passado dia 12 de Julho, uma acção de divulgação do Serviço de Teleassistência . Esta acção de divulgação foi concretizada com a colaboração da Santa Casa da Misericórdia das Lajes do Pico que contactou as Entidades existentes em toda a Ilha e cujo trabalho está estritamente ligado à população sénior, dependentes bem como grupos de risco, como por exemplo, vítimas de violência doméstica.

Depois do protocolo estabelecido com a Câmara Municipal da Horta no sentido de disponibilizar à população idosa e carenciada da Ilha do Faial o acesso ao serviço, chegou a altura de alargar o serviço à Ilha vizinha. Segundo a nota enviada às redacções, Regina Santos, presidente da Delegação do Faial da CVP refere que “era importante realizar uma acção deste género na Ilha do Pico. A proximidade entre as duas Ilhas (Pico e Faial) torna perfeitamente viável a implementação do serviço por parte da Delegação na Ilha vizinha e prestar todo o apoio necessário”. Esta iniciativa serviu também para apresentar a versão móvel do serviço já em funcionamento na Região dos Açores para acompanhamento de vítimas de violência doméstica, tendo sido assinado no passado dia 11 de Março, em S. Miguel, um Protocolo entre a

Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade Social e a CVP. No entender da responsável pela CVP no Faial, “o serviço móvel da Teleassistência tem como função acompanhar o utente fora de casa, o que o serviço fixo não permite. Este tipo de serviço é ideal para pessoas autónomas com necessidade de segurança. Por esta razão o serviço móvel foi facilmente adoptado pelas Instituições de Apoio à vítima e Tribunais como instrumento de protecção contra os agressores”, pois em situações de perigo a vítima apenas tem que pressionar o botão central do dispositivo móvel, que é bastante discreto, para pedir socorro. A localização da vítima é feita com base em triangulação por antenas GSM e GPS/AGRS e envia a posição do utilizador através da rede GMS. Quando activado pela vítima o aparelho estabelece ligação com o call center da CVP sendo as

autoridades accionadas de imediato pelos operadores. Na Ilha do Pico existem já equipamentos fixos de Teleassistência da Cruz Vermelha Portuguesa instalados a título particular. Nesse sentido, Regina Santos acrescenta que “o objectivo principal desta acção foi dar

a conhecer o serviço e as suas vantagens às Instituições locais que trabalham com grupos vulneráveis e dependentes esperando que no futuro se tornem possíveis parcerias que permitam que o serviço de Teleassistência chegue à população que necessita” termina.

Faleceu em lisboa SDPAçores preocupado com a aplicação das alterações curriculares anunciadas pelo ilídio Botelho gonçalves governo Nacional à região g Na sequência do anúncio feito pelo Ministério da Educação relativamente a uma nova matriz curricular do ensino básico a implementar no ano lectivo 2011/2012, o Sindicato Democrático dos Professores dos Açores alertou o Governo Regional para a necessidade e urgência da adequação dos horários lectivos semanais dos alunos da Região Autónoma no próximo ano lectivo, por forma a evitar um desfasamento entre as aprendizagens destes e as dos alunos do restante território nacional, “com um claro prejuízo dos primeiros”. No comunicado enviado ao presidente do Governo Regional, e remetido também às redacções, o SDPA alerta para o facto da nova matriz curricular proposta reforçar significativamente as cargas lectivas semanais da Língua Portuguesa e da Matemática no 2.º ciclo do

ensino básico, bem como dos tempos lectivos para actividades de acompanhamento e estudo, com predomínio do reforço educativo nestas duas áreas disciplinares, no 3.º ciclo do ensino básico, consistindo num acréscimo dos tempos semanais que devem ser aplicados a todos os alunos do território português, sem excepção. Tendo em conta esta alteração, e caso não se verifique uma adequação dos horários, o sindicato entende que os alunos dos Açores terão uma diminuta preparação nestas duas áreas nucleares por comparação com os seus congéneres nacionais, o que viola o direito à igualdade de oportunidades de êxito escolar, constitucionalmente consagrado. Outra das preocupações do SDPA prende-se com o facto de o Governo Regional ter diligenciado,

à semelhança do que acontece a nível nacional, que os alunos dos Açores sejam, no próximo ano lectivo, sujeitos aos exames nacionais de fim de ciclo e às provas intermédias de avaliação. Assim, o sindicato considera que “a avaliação dos alunos desta Região Autónoma é passível de comparação com os resultados que se vierem a verificar nacionalmente, o que só é possível em condições de igualdade no acesso à aprendizagem”. Esta organização sindical alerta ainda o Governo Regional para o facto de neste momento as escolas da Região se encontrarem a elaborar os horários dos alunos, a proceder à distribuição do serviço docente e à determinação de vagas docentes para o próximo ano escolar, o que justifica a necessidade de urgência de uma tomada de posição por parte do Executivo.

g Ilídio Botelho Gonçalves (nascido em Soutelo, Vila Pouca de Aguiar, a 18 de Janeiro de 1922) foi um engenheiro silvicultor e arquitecto paisagista, licenciado pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, que se notabilizou como botânico. Em 1962, foi convidado para assumir a Direcção dos Serviços Florestais do então Distrito Autónomo da Horta, cargo onde permaneceu até 1973, quando foi nomeado Director dos Serviços Florestais do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo. Como Professor Convidado, leccionou a disciplina de Botânica, no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, em Angra do Heroísmo, tendo também publicado diversos estudos na sua área de especialidade e de frutuosa investigação. Após a sua aposentação, o Eng. Ilídio Botelho Gonçalves foi um dos colaboradores da Enciclopédia Açoriana, da responsabilidade do

Centro de Conhecimentos dos Açores. Em 2009, a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar do Governo dos Açores homenageou-o, atribuindo o seu nome ao herbário do Jardim Botânico do Faial. Ilídio Botelho Gonçalves destacouse especialmente pelo seu precioso contributo na colheita de mais de 4.000 espécimes da flora dos Açores, preservados no "Herbário João de Carvalho Vasconcelos", em Lisboa, e no Herbário da Universidade dos Açores, em Angra do Heroísmo, e descritos na Nova Flora de Portugal e na Flora Europaea, tendo também descoberto, no cume da montanha do Pico, uma subespécie de uma gramínea nativa que, em sua honra, foi designada Agrostis reuteri Boiss. botelhoi Rocha, Afonso & Franco. O Eng. Botelho Gonçalves, viúvo, residia actualmente em Cascais e deixa de luto seus filhos, Dr. Raul Acácio e Dr.ª Fátima Ribeiro Gonçalves, três netos e uma bisneta.

Zonas de risco do Faial reforçadas com taludes DR

g Foi já adjudicada à empresa Afavias – Açores, S.A. pela Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos a empreitada de recuperação de taludes em zonas de risco, nas estradas regionais da ilha do Faial. Esta obra visa garantir a segurança de todos os que circulam nas estradas regionais faialenses através de uma intervenção em diversos locais considerados perigosos para a circulação automóvel e público em geral, face à constatação de diversos acidentes reportados nos últimos invernos, provocados por deslizamentos de taludes.

No âmbito desta empreitada cujo prazo de execução é de 180 dias após a data da consignação estão previstas, a execução de muros de suporte na E.R. n.º1-2ª, na Conceição; na E.R. n.º1-1ª, em Pedro Miguel e em Ribeiro Seco, Ribeirinha. A empreitada prevê também a execução de rampeamento de taludes na E.R. n.º1-1ª, em Fernandega Nova, Praia do Almoxarife. No total, serão intervencionados mil e duzentos metros de taludes adjacentes à rede viária regional, um investimento de cerca de 350 mil euros.


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culturA

Tribuna das Ilhas

Casa Manuel de Arriaga abre até ao final do ano

SUSANA GARCIA

g De acordo com o director regional da Cultura, a Casa Manuel de Arriaga abrirá ao público ainda em 2011. Jorge Bruno falava na Horta, na noite da passada sexta-feira, durante uma das palestras do ciclo de conferências subordinado ao tema “Açores: 100 anos de República”. A Casa Manuel de Arriaga é e será um espaço evocativo da memória do primeiro presidente eleito da República Portuguesa, bem como dos ideais e valores republicanos. Trata-se da recuperação da “Casa das Florinhas”, onde nasceu Arriaga, na freguesia da Matriz. Na ocasião Jorge Bruno adiantou ainda que o projecto museográfico do espaço já está a ser desenvolvido. O director regional fez ainda um balanço do programa comemorativo do centenário da República na Região, que arrancou em Setembro de 2010. Jorge Bruno destacou o “acolhimento relativamente bom” junto do público, especialmente “junto do público escolar, que é um público-alvo da nossa atenção e a quem se destina

Rosas para Lira, assim se chama o quinto texto dramático da autoria de Manuel Aguiar. Ao contrário dos restantes, no entanto, este surge primeiro em livro, sem pressas, e por isso resulta de uma escrita mais cuidada, em que o autor aproveita o tempo livre que lhe trouxe a reforma para estruturar um texto assente em personagens mais elaboradas, com uma mensagem mais intensa, e com uma abordagem mais reflexiva. TRIBUNA DAS ILHAS esteve na apresentação da obra, na passada semana, e conversou com o autor.

Marla Pinheiro g O auditório da Biblioteca Pública da Horta foi pequeno para receber todos os amigos que quiseram marcar presença no lançamento de Rosas para Lira, de Manuel Aguiar. O livro, apresentado por Eduarda Rosa, representa a quinta peça de teatro escrita pelo autor. Como explicou ao TRIBUNA DAS ILHAs, resulta de um desafio lançado pelos alunos da Universidade Sénior, para quem Manuel Aguiar escreveu e encenou É só Paródia!, em 2009. Actor, autor e encenador, Manuel Aguiar foi sempre um homem do teatro. No entanto, como confessa, as quatro peças que escreveu anteriormente têm um registo bem diferente desta, até porque foram escritas “a correr”, porque se destinavam imediatamente ao palco. Foi assim com É só paródia!, e também com Uma

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Artista Faialense viaja até leiria DR

CASA MANUEL DE ARRIAGA As obras deverão estar concluídas antes do final do ano

grande parte das actividades”. O director regional disse também que o Governo dos Açores teve a preocupação de não limitar as comemorações aos principais rostos açorianos da República, Manuel de Arriaga e Teófilo Braga, mas a todos os que se destacaram no contexto da I República.

g Pela primeira vez nos seus 153 anos de história, a Sociedade Filarmónica Artista Faialense (SFAF) deslocou-se ao continente português. A banda partiu na quarta-feira rumo a Leiria, onde permanecerá uma semana, até ao dia 27. Esta deslocação resulta de um intercâmbio com a Sociedade Filarmónica Senhor dos Aflitos, da localidade de Soutocico. Os leirienses deverão visitar o Faial no próximo ano, de acordo com o que disse Isabel Maciel, presidente da Artista Faialense, ao TRIBUNA DAS ILHAS. São cerca de 45 os elementos da banda faialense a rumar ao continente português.

ARTISTA FAIALENSE Os músicos da banda faialense representam o Faial em Leiria

Trata-se de uma deslocação bastante dispendiosa, para a qual a SFAF conta com apoios da Direcção Regional da Juventude e da Câmara Municipal da Horta. No entanto, como frisou Isabel

Maciel, os apoios não são suficientes para fazer face às despesas, e a banda tem de se fazer valer das receitas das suas actuações e de várias outras actividades que organiza.

Manuel Aguiar edita peça de teatro em livro Família em Apuros, em 2005, Os Amigos da Cinderela, em 2006, e Jovens de Sucesso, em 2007, estas três últimas escritas para o grupo de Teatro “O Mundo da Fantasia”, da Escola Básica 2/3 da Horta, do qual Manuel Aguiar foi fundador. Em Rosas para Lira, uma peça em dois actos, com 14 cenas, o autor aproveitou o vagar que lhe trouxe a reforma para fazer um trabalho diferente: “aproveitei para fazer um texto mais cuidado, embora mais moroso, com personagens muito bem definidas. O meu objectivo central era transmitir uma mensagem, ser pedagogicamente correcto para os leitores e possíveis espectadores, recordar alguns momentos da minha vida na Terceira, no Faial e no Pico, e sobretudo, fazer com que as pessoas pensem um pouco na sua própria história; nos momentos mais agradáveis e menos agradáveis da sua própria vida”, explica. Tendo como cenários a Ribeira dos Flamengos e a Praça da República, Rosas para Lira é uma obra repleta de referências históricas e crítica social. Eduarda Rosa salientou-lhe a “forte intenção pedagógica”, e Manuel Aguiar confirmou que a peça pretende “dar uma lição àqueles que a merecem levar”. O portador do ensinamento, neste caso, e um filho, propositadamente chamado Ninguém, que “vem à procura de um pai que não conhece, e que não era flor que se cheirasse”. “Todo o texto está feito para que as pessoas se sintam incomodadas. Se este texto não incomodar as pessoas que o lerem ou virem em cena, então eu não atingi o objectivo a que me propus”, explica.

MANUEL AGUIAR O autor confidenciou ao público que, no seu desempenho como actor, se faz valer dos gestos e da cara para compensar as fragilidades da sua voz

Nesta obra, Aguiar orgulha-se principalmente do trabalho de construção das suas dez personagens. Aprendeu a defini-las com Zeca Medeiros, no Mau Tempo no Canal, como explicou à plateia. Sobre este texto, o autor confessou ainda o desejo de vê-lo encenado aqui no Faial. No entanto, ao contrário do que aconteceu com as suas outras peças, desta vez não será ele o encenador, já que actualmente não vive na ilha. “Se alguém quiser levar este texto à cena posso vir cá uma temporada e terei todo o gosto em colaborar com o encenador para montar esta peça. É um texto muito intenso, e para um público que queira, de facto, pensar”, diz. Sobre a vasta plateia que compareceu ao lançamento, Manuel Aguiar confessou sentir “uma alegria enorme” ao encontrar tantos amigos, sobretudo os seus alunos do Clube de Teatro. “É emocionante e gratificante ver aqui alunos desde o primeiro ano em que eu trabalhei – e já lá vão 38. É um consolo fabuloso que nada pode pagar”, refere. Esta visita serviu também para lançar um desafio: daqui a um ano, Manuel Aguiar gostaria de juntar todos os seus antigos alunos num jantar, onde, para além do convívio, fosse lançado um livro com as três peças de teatro juvenil que escreveu. Na ocasião, o autor confidenciou também que já tem um novo trabalho na cabeça, que deverá passar para o papel durante o próximo Inverno. Durante a apresentação de Rosas para Lira, Manuel Aguiar ensaiou uma interpretação da cena final da peça, partilhando o palco com o filho, Patrício. DR

cinemA no teAtro FAiAlense

Thor (Dias 23 e 24; 21h30; >12) g Realizado por Kenneth Branagh, responsável por filmes como Hamlet ou Frankenstein de Mary Shelly, Thor é pro-

tagonizado por Chris Hemsworth, que saltou para a ribalta aquando da sua interpretação do capitão Kirk, em Star Trek, de 2009. A Hemsworth junta-se o veterano Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes) e Natalie Portman (O Cisne Negro).

Neste filme, Hemsworth é Thor, filho do rei Odin (Hopkins), um guerreiro tão poderoso quanto arrogante, cuja imprudência irá reacender uma guerra ancestral. Banido pelo próprio pai, ele é condenado a viver entre os humanos. Quando as forças do Mal enviadas do longínquo

reino de Asgard chegam para conquistar a Terra, Thor vai aprender o autocontrolo, transformando-se no herói que salvará o planeta. Thor trata-se de uma adaptação ao grande ecrã das aventuras de mais um super-herói da Marvel.

THOR Neste filme, Chris Hemsworth encarna o herói da mitologia nórdica, conhecido como deus do trovão


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REPORTAGEM

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AgriculturA

Faial prepara-se para reforçar a a quando se fala em práticas agrícolas que respeitam os ciclos de vida natural e não recorrem a elementos químicos, evitando ao máximo a utilização de produtos externos à própria exploração agrícola, é fácil pensar imediatamente nas técnicas da agricultura de subsistência do passado. No entanto, nos últimos tempos a agricultura biológica tem ganho um novo fôlego, muito por força do aumento das preocupações ambientais e dos cuidados no âmbito da saúde. Assim, são recuperadas as técnicas do passado, desta feita complementadas por um maior conhecimento técnico e científico, e surgem novas técnicas e novos produtos para tornar as explorações agrícolas biológicas mas, ao mesmo tempo, rentáveis para os agricultores que, através delas, procuram não só subsistir mas, acima de tudo, obter rentabilidade. Actualmente, o Faial conta já com um Núcleo de Agricultores Biológicos, associado à Associação de Agricultores da Ilha do Faial (AAIF), que dá os primeiros passos na área. TRIBUNA DAS ILHAS conversou com Ana Branco, responsável pelo Núcleo, e também com Lázaro Simbine, técnico de agricultura biológica que esteve no Faial a analisar as potencialidades da ilha para a introdução de práticas de produção pecuária biológicas. Ambos se mostraram bastante entusiasmados com as potencialidades aqui encontradas, sentimento do qual partilha o Governo Regional, conforme adiantou a esta reportagem o director regional do Desenvolvimento Agrário.

Marla Pinheiro Foto: Susana Garcia g O objectivo da agricultura biológica é fornecer ao consumidor, alimentos frescos, saborosos e autênticos, mas cuja produção teve por base práticas desenvolvidas para minimizar o impacto humano sobre o ambiente e assegurar que o sistema agrícola funciona da forma mais natural possível. Algumas dessas práticas são a rotação de culturas, a limitação do uso de pesticidas e fertilizantes sintéticos, a proibição do uso de organismos geneticamente modificados, o aproveitamento dos recursos locais, como sejam o uso do estrume animal como fertilizante ou alimentar os

animais com produtos da própria exploração, entre outras coisas. Ana Branco, 32 anos, é veterinária e está a fazer um mestrado em agricultura biológica. É uma das grandes entusiastas desta prática agrícola na ilha e, em conjunto com outros cinco produtores locais, constitui o Núcleo de Produtores Biológicos, associado à AAIF. Como explica, este surgiu naturalmente: “o grupo de produtores juntou-se com a mesma motivação, e, como queríamos organizar algumas actividades, e grande parte dos produtores já era sócia da AAIF, achámos que a integração na associação era o ideal e esta abraçou a causa”. O núcleo ainda é pequeno, mas Ana explica que está aberto a todos os interessados,

ANA BRANCO A veterinária agricultura biológica

é

uma

entusiasta

da

que pretendam converter as suas explorações à agricultura biológica. Neste momento, estes produtores avançaram já para um processo de certificação. A entidade certificadora já foi contratada, e a primeira vistoria às explorações decorre na próxima semana. De acordo com Ana, esta primeira visita vai permitir aos produtores saber “em que ponto do processo de conversão se encontra a sua exploração”. “A certificação pode ser feita em C0, C1, C2 ou C3, consoante o tempo que as produções necessitem para começar a produzir integralmente de forma biológica”. A partir do momento em que inicia a conversão, uma exploração agrícola pode, assim, demorar até 3 anos a poder ser considerada biológica. Ana Branco não esconde o seu entusiasmo em relação a esta prática agrícola que está a ganhar fôlego em todo o mundo, e explica porquê: “a agricultura biológica caracteriza-se pelos pilares da sustentabilidade económica, social e ambiental. A mim interessa-me principalmente a questão ambiental, mas também temos de ter em conta o factor económico. Sem dúvida que as maiores vantagens da agricultura biológica passam pelas questões ambientais e de saúde”. Para Ana, os produtores biológicos açorianos contam com uma espécie de “empurrãozinho” da própria Região, pela ligação instantânea que se faz entre a palavra “Açores” e conceitos como “natureza” e “bem-estar”. “Trata-se de publicidade gratuita à produção biológica”, entende, destacando que, além disso, “nos nossos tempos, as preocupações com a saúde e com o ambiente estão muito mais presentes na consciência das pessoas”. Para Ana, a agricultura biológica é “mais justa para o agricultor”, porque procura encurtar o processo de distribui-

ção: “privilegia-se uma relação o mais directa possível com o consumidor. Este gosta inclusive de ir à exploração, ver como é que aquilo que come é produzido. Isto é uma forma de valorizar o produto. Há a ideia de que, em termos generalizados, o facto de um produto ser de produção biológica valoriza-o em cerca de 20%”, explica. Ana explica que “o objectivo da produção biológica é utilizar práticas amigas do ambiente e recorrer o menos possível a factores externos à exploração. Recorrem-se a práticas como a compostagem, fazendo valorização dos resíduos para adubar a terra, fazem-se rotação de culturas, porque está provado que isso previne as pragas e doenças e melhora a utilização do solo…”. Para Ana, trata-se de associar os bons métodos tradicionais a novos conhecimentos, cientificamente fundamentados, que permitem retirar rentabilidade de um processo de produção biológico, que há algumas décadas não permitia ir além da agricultura de subsistência. Uma das técnicas utilizadas pelos agricultores biológicos é a sementeira falsa, na qual a terra é preparada para semear no entanto a sementeira não é feita de imediato: esperam-se algumas semanas, para que nasçam as infestantes, que são logo retiradas, e só então é feita a sementeira, com a produção a ganhar assim “avanço” sobre as “hóspedes indesejadas”. Essa era uma prática recorrente antigamente, a que era dado o nome de “apodrecer a terra”. “Na agricultura convencional as pessoas estão muito habituadas à ‘mezinha’; aos pozinhos para resolver isto ou aquilo. Na agricultura biológica a grande diferença é também a acção por antecipação. Utilizar práticas preventivas. No entanto, quando estas não são suficientes, é preciso também utilizar outros recursos, mas

existem produtos biológicos para esse fim”, garante Ana. O maior sucesso da AAIF, onde se insere este Núcleo de Agricultura Biológica, é a Loja do Triângulo. Em tempos de crise, este espaço veio mostrar que, para o consumidor comum, se o que é nacional é bom o que é local é ainda melhor, e os produtos produzidos nas ilhas do Faial, Pico e São Jorge são bastante cobiçados. Para Ana, esta é uma das provas de que o mercado não se destina apenas a quem tem como trunfo o factor quantidade: “as pessoas já perceberam que temos de apostar na qualidade dos nossos produtos, já que não temos capacidade de resposta em termos quantitativos para fazer face aos produtos concorrentes. Os produtos regionais já têm até uma componente gourmet e já se afirmam no mercado. Se forem biológicos, será ainda uma maior valia. Para quem os vende, é mais diversidade na sua loja, que fica bastante atractiva até a outros públicos, como os turistas. Os nórdicos, por exemplo, são bastante sensíveis a esse factor na hora de comprar. E para nós também é importante, porque temos ali um local de escoamento do produto”. Em relação à horticultura, o escoamento dos produtos deverá fazer-se na ilha e, eventualmente, dentro da Região, já que estes mercados absorvem a produção. No entanto, no que diz respeito aos lacticínios e à carne, onde também se começa a apalpar terreno no que à produção biológica diz respeito, Ana entende que é importante “encontrar mercado fora daqui”. O apoio técnico é extremamente importante, tanto na agricultura biológica como na convencional. Ana reconhece que essa parte do processo é aquela em que os agricultores sentem mais dificul-


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Tribuna das Ilhas

a aposta na produção biológica dades. No entanto, no que à agricultura biológica diz respeito, os faialenses têm procurado ir atrás do conhecimento, e tornaram-se verdadeiros autodidactas. Procuram formações, aprendem por iniciativa própria e com as suas experiências, e depois partilham os conhecimentos, o que constitui uma das grandes vantagens da existência de um núcleo de produtores. “O núcleo quer trazer cá formadores para formar estas pessoas. Além disso, temos umas jornadas preparadas, sem datas, mas a decorrer ainda este ano, que serão mais dedicadas à pecuária biológica”, explica Ana. O FAIAL ESTÁ “NUM EXCELENTE CAMINHO” NO qUE à AGRICULTURA BIOLÓGICA DIZ RESPEITO

dução pecuária, por isso um dos factores a analisar é o volume de massa verde rica em matéria seca, para poder garantir a satisfação das necessidades nutritivas de base dos bovinos. O técnico explica que os produtores de leite e carne que queriam fazer a transição para o modo biológico têm de corrigir algumas práticas: substituir adubos químicos por adubos admissíveis no modo de produção biológica ou eliminar a utilização de herbicidas são algumas das mudanças que têm de acontecer. No que diz respeito à alimentação dos animais, Lázaro reconhece que, principalmente no que ao leite diz respeito, não é possível obter níveis de produção satisfatórios apenas com recurso ao alimento grosseiro. “Quer queiramos quer não, teremos sempre de suplementar porque

LÁZARO SIMBINE O Técnico encontra grande potência no Faial para a agricultura biológica

Quem o diz é Lázaro Simbine, técnico de agricultura biológica que esteve esta semana na ilha para aferir das potencialidades locais para a bio-produção pecuária. Em Janeiro passado, este técnico esteve no Faial a fazer a “identificação global das explorações e perceber se haveria condições na ilha, em termos de sustentabilidade, para a prática da produção biológica”. Na altura, Lázaro concluiu “que havia muito potencial, para além das potencialidades reais do solo e do clima”. “A receptividade por parte dos agricultores, e dos técnicos que eventualmente poderão prestar apoio no futuro, também é importante”, nota. A receptividade do grupo de jovens agricultores em relação à agricultura biológica foi uma das razões que levou à segunda visita do técnico ao Faial. Agora, Lázaro esteve a fazer um levantamento da situação de cada uma das explorações: “estamos a fazer a identificação da situação produtiva de cada exploração, o levantamento da realidade actual, e do que deve ser mudado no âmbito de uma conversão para a agricultura biológica”, explica. Para tal, Lázaro elaborou um inquérito com 23 questões, que abarcam os factores a ter em conta num plano de conversão. Neste momento, a atenção de Lázaro está direccionada para a potencialidade da pro-

temos de atingir níveis de produção economicamente viáveis”, reconhece, frisando, no entanto, que existem compostos alimentares homologados para a produção biológica, que podem substituir as rações convencionais. No que diz respeito ao maneio sanitário, “é preciso encontrar práticas produtivas que privilegiem os aspectos preventivos, porque se controla melhor a doença não pelo tratamento mas pela utilização de práticas que previnam que o animal fique doente. Se conseguirmos incutir essa mentalidade no produtor, e levá-lo a práticas produtivas que garantam o aumento do factor imunitário do animal, através da alimentação, da água e das condições ambientais, é óptimo”, explica. Lázaro frisa também que, ao contrário daquilo que parece ser um mito algo enraizado, no modo de produção biológica os animais não deixam de ser tratados quando adoecem. “Têm é de ser utilizados medicamentos próprios”, esclarece. A necessidade de conhecer as técnicas e produtos específicos para o modo de produção biológico é uma das razões que torna imperativa a formação dos agricultores que queiram converter as suas explorações. “Há um curso que é dado a todos os produtores que aderem a este modo de

produção. Além disso, qualquer exploração biológica deve ter um acompanhamento feito por técnicos específicos, que estão na retaguarda, e constituem uma estrutura de suporte”, refere Lázaro, que entende que existem condições e recursos humanos para criar esse suporte na ilha. “Está tudo lançado para que o Faial possa ter um bom Núcleo de Produtores Biológicos, com a vantagem de existir uma convergência de interesses entre produtores, associações e Governo”, explica. O modo de produção biológico preconiza o princípio da diversificação, em detrimento da monocultura. Lázaro dá um exemplo: “na agricultura biológica, uma das formas de aumentar a fertilidade dos solos é fazer consociações, juntando gramíneas e leguminosas no mesmo terreno, como é o caso do milho e do feijão. O milho precisa de azoto, e o feijão atrai o azoto atmosférico e coloca-o no solo, para ser aproveitado pelo milho”. Lázaro vê com bons olhos o entusiasmo à volta da agricultura biológica no Faial. No entanto, alerta: “é preciso suar a camisola”. Os produtores devem estar preparados para muito trabalho e, principalmente, para algumas desilusões iniciais, normais no processo de conversão: “a conversão do modo de produção convencional para o biológico muitas vezes tem quebras de produção, que são desanimadores para alguns produtores. Há uma fase complicada, e eu conheço alguns produtores que desistiram devido a essa quebra de produção. Por isso são muito úteis as estruturas de apoio”. A conversão faz-se no âmbito dos terrenos, das culturas e dos animais, mas Lázaro avança um quarto pilar, tão importante como estes três: “é muito importante também a conversão das mentalidades; o produtor tem de converter a sua consciência produtiva antes de converter a produção”. ENTUSIASMO DOS JOVENS EM RELAçãO à AGRICULTURA BIOLÓGICA É FACTOR DE SUSTENTABILIDADE A presença de Lázaro Simbine no Faial para analisar o potencial das explorações é apoiada pelo Governo Regional. De acordo com o director regional do Desenvolvimento Agrário, a secretaria regional da tutela e a AAIF trabalham em conjunto para dinamizar a agricultura biológica, aproveitando o entusiasmo do núcleo recém-criado, agregado à associação faialense. Segundo Joaquim Pires, o trabalho deste técnico, em conjunto com os técnicos da Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário, servirá para “se traçarem directrizes, e ver se daqui a algum tempo já temos outro trabalho no terreno”. “Estre trabalho não é isolado, está a ser feito de forma integrada com outros estudos que estamos a fazer, como por exemplo ao nível dos solos, e dos requisitos que estes devem preencher para que os possamos considerar dentro dos parâmetros da agricultura biológica. Há também que coordenar estes esforços com os apoios que existem no âmbito do PRORURAL”, explica. O director regional salienta a juventude

JOAqUIM PIRES O Director Regional do Desenvolvimento Agrário diz que o Faial é um exemplo a seguir

dos produtores associados a este projecto como factor de sustentabilidade. Para Joaquim Pires, trata-se de uma mais-valia, a juntar a outras, como o facto da agricultura biológica ir ao encontro da aposta na diversificação agrícola preconizada pelo Governo Regional. No entanto, há que dar passos seguros, até porque, como salienta, a sustentabilidade económica do projecto é um factor muito importante a ter em conta. Segundo Joaquim Pires, o mercado para os produtos biológicos existe, e isso é um sinal positivo para os produtores que querem avançar para a conversão das suas explorações. Além disso, “ produto biológico tem de ser distinguido pelo preço, porque tem qualidades funcionais que estimulam a que esse preço seja superior”. Numa fase posterior, haverá que juntar à qualidade do produto uma imagem de marca e uma promoção adequada, para melhor fazer o seu escoamento. À semelhança de Ana Branco, também o director regional entende que a aceitação dos açorianos em relação à produção local é uma garantia de comercialização dos produtos biológicos: “a Loja do Triângulo está sempre de braços abertos para receber este tipo de produtos”, lembra. Além disso, Joaquim Pires entende que a produção biológica também tem lugar nas prateleiras das grandes superfícies: “estas começam a olhar para estes produtos com outros olhos, porque também querem estimular os possíveis interessados em produtos biológicos a virem à sua loja, e começam por ter nas suas prateleiras uma zona dedicada a estes produtos”, refere. Nesse sentido, se os produtores biológicos açorianos conseguirem, em determinados produtos, garantir os stocks necessários às grandes superfícies, e estas, em contrapartida, tratarem estes produtos com a diferenciação que eles merecem, estão reunidas condições para uma distribuição mais abrangente. Na fileira do leite, onde a alteração de determinadas condições a nível internacional - como a anunciada extinção do regime das quotas leiteiras – leva a que seja necessário procurar novos caminhos,

a produção biológica é vista como uma forma de acrescentar valor ao produto, valorizando a quantidade em detrimento da qualidade. No entanto, e como reconhece Joaquim Pires, o facto de se tratar de um produto mais sensível à estrutura de transformação faz com que, neste caso, a situação seja mais delicada. Apesar disso, se houver produtores biológicos capazes de fornecer matéria-prima em quantidade suficiente para garantir viabilidade económica, Joaquim Pires entende que é viável avançar, uma vez que é possível integrar a Fábrica de Lacticínios do Faial nesse processo. “Esta poderá retirar daqui um novo produto específico”, entende. DIVERSIFICAR A REUTILIZAR PARA PRODUZIR BIOLOGICAMENTE Ana Branco e Jason Dias prepararam um plano de 5 anos para rotação de culturas na sua exploração, de modo a garantir uma produção cem por cento biológica. Ana explica algumas das técnicas utilizadas: “escolhemos consociações de hortícolas, culturas amigas umas das outras; temos muitas estruturas à volta das estufas, de flores e de biodiversidade, que nos permitem ter insectos auxiliares que ajudam a combater certas doenças. Ao ar livre, montámos uma rotação de parcelas de modo a que uma esteja em pousio, o que também é importante para as culturas. Temos um galinheiro móvel, onde vamos utilizar as galinhas como nossas ‘trabalhadoras’, sempre no terreno que estiver no pousio: comem as sementes das infestantes e os bicharocos indesejáveis, fertilizam a terra e permitem-nos ter ovos de produção biológica. Como vamos produzir milho para alimentar as nossas galinhas, os restolhos dessa cultura serão utilizados para a produção de cogumelos, o que nos permite fazer aproveitamento aéreo das estufas”, explica. A Bio-sabores da Horta – assim se chama esta exploração – pretende desta forma trazer o menor número possível de factores externos para a sua produção, diversificando os seus produtos e fazendo uma utilização o mais sustentável possível dos recursos.


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OPINIãO

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citAções

Depois da antiga Escola Preparatória da Horta ou Escola Duque d´Ávila e Bolama se ter transformado em Escola Básica Integrada 1, 2 da Horta António José de Ávila (outro nome para o Duque para gerar mais confusão, típico do sistema nos Açores) nunca mais esta deixou de papar escolas no Faial para o seu seio. começou por papar a escola do primeiro ciclo situada na mesma rua consul Dabney, feita de raiz já nos tempos da Autonomia, mas que parece não ter tido as reparações e reabilitações necessárias numa estratégia que justificasse a sua assimilação pelo estabelecimento de ensino vizinho. Então pouco havia a contestar, fora construída a Escola Secundária Manuel de Arriaga e havia que dar uso ao espaço disponibilizado com a transferência do antigo Liceu da Horta para as novas instalações. contudo, o vício de digerir outras escolas nunca mais se saciou. Seguiu-se o conservatório da Horta, encaminhando-se assim a aprendizagem específica dos saberes da musa Euterpe para ensino geral, que tende matar as capacidades dos virtuosos e sobredotados para vocações artísticas. Carlos Faria Mente Livre

Os responsáveis pelo turismo nos Açores são duros de ouvido. Devem sofrer daquela doença que o meu parceiro do lado escrevia na semana passada, a “síndrome da soberba”. Depois de tantos alertas, depois de tantos avisos, depois de tantas reuniões, depois de tantos estudos... eis que, em cima do verão, puseram as mãos à cabeça e trataram de lançar campanhas de última hora para captar turistas do continente para as festas destas ilhas. Já vão tarde meus senhores. A forte queda do turismo nos primeiros cinco meses deste ano, ao contrário do que acontece nas restantes regiões do país, é fruto de um péssimo planeamento dos responsáveis pelo sector e de uma teimosia errada em manter preços que já não se pratica em lado nenhum. O turista continental gosta dos Açores, mas não é tolo. Osvaldo Cabral Correio dos Açores

Tribuna das Ilhas

opinAnDo objectiVAmente

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Armando Amaral

Não terá sido frequente, mas desta vez os Açores acompanharam mesmo o Continente na eleição legislativa nacional: derrocada socialista, vitória folgada do PSD e aumento do peso politico do CDS-PP no arco da governação. Consequência: novo Executivo de coligação do centro direita, com Passsos Coelho em 1º.Ministro: e Paulo Portas como Ministro de Estado e dos Negócios Estran-geiros. Embora o leitor esteja devidamente informado, irei, porém, fazer breves considerações, naturalmente relacionadas ao CDS no Faial, Partido este em que, a partir de 1979, passei a acompanhar saudosa Maria João, já na altura delegada na Região das “Mulheres Centristas” que muito contribuíram para a implantação dos democrata cristãos na ilha faialense. Estou mesmo em crer que deixaram frutos que não terão sido

TÓPiCoS: l - Eleição 2 - Problemas 3 - Nobre alheios neste regressar a bons tempos, voltando à terceira posição, à frente do PCP, e até do PS nos Cedros e na Praia do Norte, freguesia que foi centrista durante anos.

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Na campanha para o Parlamento de são Bento, as candidatas faialenses, em 3º.lugar nas respectivas listas do PSD e PS, foram postas à prova perante problemas que estão na ordem do dia. Enquanto a dos “laranjas” defende o aumento da pista do Aeroporto que deveria ser, pelo menos, da responsabilidade da ANA a quem César passara a batata quente, a dos “rosas”, referindo-se à Estação da Radio Naval, veio mesmo encharcar seus compatriotas com um balde de água deveras gelada, ao dizer que São Miguel reunia as melhores condições, por livre das interferências da montanha do Pico. Com certeza que o avião francês, em que viajava Cerdan, famoso

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Alegria

campeão de box, não foi por culpa do pico do Pico quando, há anos, se despenhou noutro pico que da Vara é “chamado”…

tico espírito. Aliás, tudo isto poderia ter sido evitado se Nobre tivesse tido uma nobre atitude.

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O convite de Passos Coelho a Fernando Nobre tornou-se no episódio dominante quer na campanha quer depois na Assembleia. Apanhado de surpresa por já ser provável nova coligação, Paulo Portas apressou-se a dizer publicamente discordar da candidatura a São Bento. E como os dois líderes acharam (e bem) manter compromisso e palavra, o caso não veio a ser incluído no acordo da coligação do centro direita. Ora, se Fernando Nobre tivesse libertado o então já indigitado 1º.Ministro do seu compromisso, não teria passado pela humilhante rejeição, e a coligação tinha sido feita sem qualquer excepção o que felizmente não beliscou seu patrió-

Um dia mediou entre o desaire de Nobre e a eleição de Assunção Esteves que nem as “miss universo” festejam com tanta euforia, como se não estivesse habituada a elevados cargos. Dando largas a exuberante alegria, dirigiu-se quase a correr à Tribuna, agradecendo à direita e à esquerda, com os deputados de pé, mesmo os que tinham votado em branco (uma meia centena), se bem que mais comedidos em suas falas. Correspondendo aos aplausos quiçá destinados também a causar sorrisos amarelos, a nova presidente do areópago luso brindou seus pares com um discurso, breve mas à altura de quantos têm ocupado o segundo cargo na hierarquia da Nação.

Prova dos nove - Perdidos!

A

Fernando Guerra

conjuntura não é fácil. Há um país que necessitou de recorrer a pessoas de fora para lhe ditar como se devem governar os dinheiros públicos, senão não teria crédito para pagar as dívidas, os ordenados e os investimentos comprometidos. Há um Estado pesado em burocracia e que gasta muito mais do que consegue espremer dos impostos dos seus contribuintes, que necessita de reformas profundas e de abandonar demagogias. Há o sector bancário português em grandes dificuldades, com pouca capacidade de continuar a vender dinheiro, quer às empresas, quer às famílias. Estamos perante ameaças de que as transferências para a Região venham a sofrer cortes e o aumento de responsabilidades, e o poder local poderá também ser alvo de grandes reformas financeiras. É neste cenário que os Faialenses

vivem, pois somos uma esponja de tudo o que acontece, agravado pelo facto do Faial ser uma ilha periférica duma Região periférica. Mas a nossa conjuntura particular ainda é mais preocupante, temos um governo centralizador que decreta que apenas duas ilhas se podem desenvolver. Temos a prova deste aspecto local com a divulgação dos Censos de 2011, que revelam uma estagnação para a ilha e um decréscimo populacional nas ilhas mais frágeis, sendo a prova dos nove de que esta política carece urgentemente de reformas. Reformas que passam por fazer quase o contrário do que se está a fazer, em que a ordem é descentralizar, pois é possível nos dias de hoje, com a tecnologia de que dispomos, dispersar riqueza pela Região e trabalhar de ilhas mais pequenas para o arquipélago e com isto conseguir até baixar custos, ao contrário do que se diz! Há que ter novos modelos centrados nas ilhas e nas suas potencialidades e nas suas gentes, captando os seus pontos fortes para os desenvolver e gerando verdadeiras oportunidades para que se crie emprego

qualificado, para que se crie gente com ideias, com pensamento de futuro. O Faial tem essa carência. Levou uma década onde a reconstrução do sismo absorveu muitos recursos regionais e nacionais mas que ao nível eleitoral foi mais do que suficiente para ganhar eleições; contudo, o aumento da qualidade de vida trazido pelas habitações dos faialenses deixou uma marca, a de termos perdido o comboio do desenvolvimento económico em muitas áreas. E pior do que isso foi o facto de muitos detentores de cargos de responsabilidade, quer políticos, quer públicos levarem muito tempo, quase uma década, a ver que o mundo se estava a alterar e que o Faial, numa fase de desenvolvimento económico, estava parado e não puderam fazer nada. Estes políticos, com esta liderança de Rei e Vice-Rei, transformaram-se em seguidores cegos, com espinhas dorsais de caracol, que de pouco mais servem do que para abrir a porta do carro, que os berros de além mar são seguidos de um “Sim, senhor presidente” e “Desculpe, senhor presidente”…

Mais uma prova de que estamos perdidos neste contexto ocorreu no aniversário da cidade da Horta, quando o edil faialense no seu discurso, para além de dizer as coisas normais que este município faz, e que nem as básicas faz, espantou os presentes, afirmando que o município estava contra as plataformas logísticas e a favor do aumento do aeroporto da Horta; obviamente, ouviram-se palmas na sala. Porém, a remate falou Vice-Rei, que centrou o seu discurso nas instituições homenageadas, provando que não ouviu, nem quer ouvir, e que nem serve para nada o que o autarca disse sobre estes assuntos. O discurso do arquitecto da economia deste governo no salão nobre da cidade da Horta foi a atroz prova dos nove de que o Faial está ausente dos planos de desenvolvimento regional. Foi uma sensação demasiado real de que este Faial, num momento tão difícil, está perdido nas mãos desta gente, sem políticas que a protejam, sem políticos que a ouçam, com protagonistas que só sabem gastar e que não sabem bem onde estamos e muito menos para onde queremos ir...


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Desporto

Tribuna das Ilhas

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ciclismo g Disputou-se no passado dia 17 de Julho, em Moreira de Cónegos, o Campeonato Nacional de CrossCountry Olímpico, no qual participaram quatro ciclistas do Faial, um deles a residir na ilha de São Miguel. A comitiva açoriana era composta por Miguel Nunes (Cadete), da equipa Sportzone em S. Miguel, Dina Freitas (Júnior) da Junta de Freguesia da Ribeirinha e Inácio Russo (Veterano B) da equipa Sportzone, e, também da equipa Sportzone, David Morais (Veterano A). No sábado, na sessão de treinos, Inácio Russo, sofreu uma queda, lesionando o gémeo, depois da sua bicicleta lhe ter caído em cima da perna, lesão que não lhe permitiu participar na prova. No dia da prova para a atribuição dos Campeões Nacional David Morais, nos Veteranos A, lutou pelos primeiros lugares tendo acabado com um sétimo lugar, a 7:33 do primeiro classificado. Miguel Nunes fez um brilharete no seu primeiro ano no escalão de cadetes, ao finalizar a prova em 14.º lugar entre 39 ciclistas. Dina Freitas, que começou a pedalar a

Campeonato nacional e regional de Cross-Country com forte presença faialense DR

meio da época, competiu com adversárias mais experientes, tendo conseguido o 5º e último lugar em juniores femininos. CAMPEONATO REGIONAL DE CROSS-COUNTRY Também nove ciclistas do Faial marcaram presença no Campeonato Regional de Cross-Country, que se disputou na ilha de São Miguel, no passado dia 26 de Junho. Miguel Nunes, estreante no escalão de Cadetes, ficou no lugar mais alto do pódio, completando os 17,4 km em 01:03:50 horas. Nos juniores masculinos, Fábio Moura não conseguiu revalidar o título, tendo ficado em segundo lugar. Ainda neste escalão, Sandro Garcia ficou em quatro e último lugar, tendo sido prejudicado por uma corrente partida e um des-

piste e consequente embate contra uma árvore, onde partiu o capacete. Dina Freitas, única júnior feminina na partida, fez uma prova cautelosa para prevenir lesões, tendo assegurado naturalmente o título de campeã regional. Nos elites, Pedro Mendonça ficou em sétimo lugar. César Furtado, nos Veteranos A, viuse a braços com uma avaria mecânica, e ficou sem travões durante grande parte da prova. No mesmo escalão, David Morais consagrou-se campeão Regional. Nos veteranos B, Inácio Russo ficou no terceiro lugar, em seis ciclistas em prova. Ivo Correia, nos veteranos C, classificou-se em segundo lugar. Neste regional também esteve presente o Comissário de Ciclismo faialense, Nelson Sousa.

AtlAntic trophee

ciclismo

Air Mail brilha na regata

grande Prémio Sport Zone na estrada este fim-de-semana

g O veleiro faialense Air Mail, de Luís Decq Mota, tem feito um bom percurso na regata de clássicos Atlantic Trophee, que liga a cidade francesa de Douarnenez à Horta. Os 14 veleiros que iniciaram a regata partiram de França no dia 15, e desde então o Air Mail tem tido uma boa prestação, tendo mesmo chegado a ocupar a terceira posição após a larga-

da. Na última actualização antes do fecho desta edição, na manhã de ontem, o veleiro faialense vinha em sexto lugar. Entretanto, um problema técnico num dos cabos do veleiro faz com que o skipper do Air Mail tenha de ter alguns cuidados acrescidos durante o resto da viagem. Dos 14 barcos, quatro foram obri-

gados a desistir. O Air Mail deixa a regata após a primeira perna, que termina na Horta, onde se juntam para a segunda etapa outros dois veleiros. No fecho da nossa edição, o Amazone liderava a corrida, bastante distanciado dos restantes veleiros, prevendo-se a sua chegada à Horta ainda durante o dia de ontem, quintafeira.

Estágio internacional de Karaté com forte presença açoriana g Numa organização do Centro Português de Karaté, vai decorrer este fim-de-semana, em Coimbra, o Estágio Internacional de Karaté, onde vão estar presentes vários karatecas açorianos. A comitiva açoriana é composta por seis elementos: João Castro, Carlos Ferreira, Daniela Reis (Clube de Karaté-do Shotokan de Angra do Heroísmo), Carlos Gomes, Salvador Correia e Bruno Duarte (Clube de Karaté-do Shotokan da Horta), podendo

ainda vir a participar elementos das outras ilhas. Este evento, que tem a duração de três dias, será orientado pelo treinador Sensei Luis - María Sanz - 7º Dan, um dos mais conceituados técnicos de karaté da vizinha Espanha. Sensei Luis - María Sanz - 7º Dan foi 12 vezes campeão de Espanha, três vezes campeão europeu (91,92 e 93) e uma vez campeão do mundo (92), tendo sido o primeiro atleta não japonês a

alcançar esse título. Dos karatecas participantes, destaque para o treinador Carlos Ferreira, praticante há 20 anos, que irá prestar provas para a graduação de Sandan ou 3º Dan (terceiro nível de cinto negro), grau que atribui o estatuto de Mestre ou Professor (Sensei). Também a atleta do CKSAH, Daniela Reis (praticante há 11 anos) irá prestar provas para a graduação de Shodan ou 1º Dan (primeiro nível de cinto negro).

VelA ligeirA

Dupla do CNh Miguel guimarães/David Abecassis no Campeonato Europeu de 420 g A dupla do Clube Naval da Horta, Miguel Guimarães/David Abecasis, marca presença no Europeu de 420 em vela ligeira, que decorre desde quartafeira e até dia 29 em Tavira. A competição é organizada pelo Clube Náutico local, numa parceria com a Associação

Portuguesa da Classe 420 e a Federação Portuguesa de Vela, sob as instruções da Associação Internacional da Classe 420. Neste evento participam cerca 130 equipas oriundas de todo o mundo. Os faialenses estão em Tavira desde o

passado domingo, já que estiveram a participar num estágio prévio ao Campeonato Europeu, que teve como objectivo, de acordo com informação avançada pelo Naval da Horta, a melhoria da performance em regata, manobra e afinação de velas.

g Arranca hoje a considerada prova rainha do ciclismo de estrada da ilha do Faial, o Cyclohorta, este ano designada Grande Prémio Sport Zone. Este evento desportivo conta com a presença de várias equipas açorianas de ciclismo, que vão andar nas estradas da ilha, durante três dias, percorrendo um total de 130 km. Hoje, o primeiro dia de prova está destinado a um contra-relógio de 6,5 km, com saída do primeiro ciclista às 19h00, junto à Fábrica do Peixe (COFACO), e chegada no lugar da Ribeirinha, na freguesia de Castelo Branco. Amanhã, sábado, a prova terá início

pelas 10h00, junto à Loja da Sport Zone, com passagem no Pasteleiro, Lajinha, Variante, percurso inverso até à rotunda da Azoria, novamente Pasteleiro, Lajinha, Variante, Calço da Figueira, Rua da Travessa, Rua Nova, Largo Jaime Melo e finalmente Caldeira. No domingo, terceiro e último dia de prova, será a volta à ilha, com saída junto à Loja da Sport Zone, volta pelo lado norte e final junto à Praia de Porto Pim. Confirmada está já a presença do ciclista faialense, actualmente a residir em São Miguel, David Morais, vencedor do CycloHorta em 2010.

VelA De cruzeiro

rally dos ilhéus este fim-de-semana g Este domingo, dia 24, o Clube Naval da Madalena organiza a primeira edição da FunRace “Rally dos Ilhéus”. A prova arranca pelas 10h30, com saída da Horta. As embarcações participantes terão de fazer a rondagem de uma bóia junto à costa do Pico, e a corrida termina no porto

da Madalena. Esta prova conta com a colaboração do Naval da Horta, e ainda com os apoios da Delegação de Educação Física e Desporto da Ilha do Pico, da Câmara Municipal da Madalena e da Empresa Municipal Madalena Progresso.


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opinião

Tribuna das Ilhas

os ‘cangalheiros’ do Bloco Paulo Sousa Mendes

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unca emiti qualquer opinião pública sobre vitórias eleitorais. Contudo, sinto-me quase como impelido a lançar, nem que seja, uma pequena nota sobre a recente derrota eleitoral da esquerda, nas últimas eleições legislativas, mais concretamente, do Bloco de Esquerda (BE). Sim, porque só quem não quer ver é que, ainda, acredita que o Partido Socialista (PS) é um partido de esquerda. Por isso, cingir-me-ei ao BE. Nem penso em culpar os eleitores, pois a vontade do povo é soberana e, felizmente, vivemos numa democracia. Pode não ser o modelo democrático ideal, pode ser mais trabalhado, mas não deixa de ser uma democracia. O que falhou então no BE? Criticas públicas não faltam, daquele(a)s que, outrora, festejavam (muito moderadamente) as vitórias e que rezavam por uma derrota,

mas, igualmente, do(a)s muito(a)s, principalmente, de direita, que salivavam e salivam, constantemente, por um BE fragilizado para o enterrar sem demoras. Podemos sempre entrar no domínio das possibilidades. O resultado eleitoral do BE seria diferente, se o BE não tivesse apoiado a candidatura presidencial de Manuel Alegre? Se o BE não tivesse apresentado uma moção de censura a um governo pseudo socialista? E, se o BE tivesse ido tomar um ‘chá das cinco’ com a troika? Ao contrário da campanha de 2009, esta foi uma campanha que foi marcada por inevitabilidades, em que essas mesmas inevitabilidades foram propagandeadas até à exaustão pela comunicação social, ao ponto de ser completamente desnecessário, para os partidos do ‘arco da austeridade’, fazer qualquer tipo de campanha que informasse o eleitorado sobre as consequências das medidas que se preparam para implementar. É claro que com debates de ‘prós e prós’ das medidas impostas pelo FMI, BCE e EU, qualquer pessoa ficará com medo e nem quererá

saber de alegadas alternativas, preferindo, como é óbvio, contar com o que conhece, pois não sabe para onde vai. Só assim se compreende porque reelegeram o Presidente da República ou porque confiaram em quem lhes promete mais austeridade, enquanto que para muito(a)s, a alternativa é ficar em casa, na vã esperança que a democracia, um dia quem sabe, venha a funcionar de outra forma. O BE, internamente, terá de reflectir sobre o seu rumo político e organizativo. Numa primeira instância, na Mesa Nacional que é o Órgão máximo entre Convenções Nacionais e seguidamente, se for necessário, será convocada uma Convenção Nacional Extraordinária. É claro, que antes disso e paralelamente, haverá sempre lugar à habitual ‘caça às bruxas’ que se desencadeia sempre que há algo que correu menos bem. Na minha opinião, a reflexão é necessária, quer no seio dos Órgãos eleitos quer entre os aderentes e não se perderá nada, antes pelo contrário, se for convocada uma Convenção Nacional Extraordinária, num prazo compatível com as

condições logísticas. Uma Convenção Nacional que deverá servir de oportunidade para que se perceba o que falhou. A vitalidade da democracia depende da participação das pessoas e essa é uma lógica que também se aplica à vida interna do BE. É claro que caberá às lideranças internas promover oportunidades para que essa participação ocorra, o que tem acontecido no BE. Convém vincar que em democracia debatem-se ideias e propostas que são implementadas consoante a vontade de tod@s ou de uma maioria. Por isso, não é realista, nem mesmo democrático pensar que as ideias e propostas devem ser implementadas, independentemente, das regras democráticas. Quando as ideias e propostas não granjearam o apoio de, pelo menos, uma maioria, há que aceitar e, se for o caso insistir, o que é preferível a ‘amuar’. Enfim, há que corrigir caminhos e estratégias, mas há, sobretudo, que manter as convicções e as políticas de esquerda que foram e são a razão da existência do BE. Por isso, os ‘cangalheiros’ do BE não serão, apenas e só, de direita.

Partido Sempre Desorientado

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Berto Messias Ao nível político e da administração pública, o diálogo gerado nas Jornadas Parlamentares do PS/Açores confirmou a necessidade, cada vez mais premente, de todos os agentes políticos de repensarem os investimentos e escolherem critérios rigorosíssimos de aplicação dos dinheiros públicos. Cada investimento público deve ser garantia de criação de postos de trabalho, de geração de riqueza e de valor acrescentado, através das dinâmicas económicas que nascem e se desenvolvem em torno desse investimento público.

nquanto o PS/Açores discute o futuro dos Açores, o PSD/Açores insiste na estratégia de que uma mentira dita muitas vezes passa a ser verdade. É triste ver o maior partido da oposição dos Açores como uma amostra do que já foi, apoiando a sua estratégia em “mentirinhas” e tricas estéreis e desnecessárias. O Grupo Parlamentar do PS/Açores realizou, na quinta e sextas-feiras, mais umas jornadas parlamentares, desta feita no concelho do Nordeste, dois dias que serviram para debater a importância do investimento público, enquanto motor de desenvolvimento e coesão do arquipélago. Esta iniciativa foi um momento por excelência para analisar este tema de fora para dentro, ou seja, com convidados de um dos sectores de actividade económica mais importantes dos Açores – a construção civil -, entre os quais o presidente da AICOPA e administradores de empresas de dimensão variada que trabalham neste sector. Estas jornadas resultaram, assim, numa análise profunda e sincera dos tempos difíceis que vivemos, fruto de uma crise que atinge Portugal, agravada com uma ditadura de mercados sem rosto que fazem frente, até agora com sucesso, a qualquer tentativa de crescimento económico sustentado. Esta realidade conjuntural está a impor dificuldades às empresas, maioritariamente em duas verten-

tes: a redução de postos de trabalho e as restrições de acesso ao crédito bancário, que contrastam com as facilidades em que, até há poucos anos, os empresários tinham em recorrer à banca. Paralelamente a esta situação conjuntural altamente prejudicial, o sector da construção civil debate-se com um factor estrutural relacionado com a economia paralela, uma ilegalidade que, além da fuga às Finanças e Segurança Social, retira trabalho às empresas que funcionam no mercado de forma legal e que se esforçam por cumprirem, a muito custo, os seus compromissos. O sistema nunca pode beneficiar o infractor e é preciso mão pesada para quem foge às suas obrigações perante o Estado. Ao nível político e da administração pública, o diálogo gerado nas Jornadas Parlamentares do PS/Açores confirmou a necessidade, cada vez mais premente, de todos os agentes políticos de repensarem os investimentos e escolherem critérios rigorosíssimos de aplicação dos dinheiros públicos. Cada investimento público deve ser garantia de criação de postos de trabalho, de geração de riqueza e de valor acrescentado, através das dinâmicas económicas que nascem e se desenvolvem em torno desse investimento público. Para nós o conceito é simples: se há região do país onde o investimento público é mais necessário, essa região é os Açores. Pelas

razões conhecidas de todos, que vão desde a descontinuidade geográfica até à reduzida dimensão, que prejudica a criação de economias de escala. Outro assunto tem marcado o quotidiano político, já que o PSD/Açores continua a levantar suspeitas que o anterior Governo da República teria deixado cerca de 200 milhões de euros pendentes em vários dossiers relacionados com os Açores. Este montante é absolutamente falso, como já provou o Vice-Presidente do Governo Regional, mas o PSD/Açores insiste na confusão. Sobre este assunto, a questão central é outra. Pergunto ao líder parlamentar do PSD/Açores se tem noção de qual o partido que derrubou o Governo da República anterior, quando tinha, apenas, cumprido pouco mais de um ano de mandato, interrompendo a governação e o normal desenvolvimento dos dossiers. O que o PSD/Açores devia fazer, caso fosse verdade este montante de 200 milhões pendentes, era pedir desculpas aos açorianos por ter impedido, com a sua ânsia de chegar ao poder, que o Governo da República continuasse a trabalhar normalmente e a transferir as verbas já acordadas com a Região. Este PSD afunda-se nas suas incoerências: primeiro derruba o Governo e, depois, culpa o Governo por não cumprir os seus compromissos. É um Partido Sempre Desorientado.

A dívida que o PS deixou aos Açorianos

Cláudio Almeida

A

eleição do novo Primeiro-Ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, foi uma grande vitória no passado dia 5 de Junho para Portugal, uma vitória que representa um novo estilo de fazer política em Portugal, baseado na verdade e na honestidade com uma nova geração de políticos e politicas ao serviço dos portugueses e dos açorianos. A vitória também coube ao PSD/Açores com a eleição de três deputados pelo círculo regional, num resultado que foi claramente um cartão amarelo ao PS/Açores e à governação de Carlos César. A governação que tem levado muitos jovens a abandonar as suas ilhas em busca de melhores condições de vida noutras partes do país e do mundo. E a prova disso está nos resultados dos últimos censos, em que apenas as ilhas de São Miguel, Corvo e Terceira aumentaram a sua população. É preciso não esquecer que o anterior governo da República, do Partido Socialista, deixou pendentes com os Açores compromissos não cumpridos de mais de 200 milhões de euros. O silêncio do Governo Regional do PS/Açores é notório quanto a este assunto. A dívida às autarquias açorianas ascende a mais de oito milhões de euros, enquanto as retenções e devoluções herdadas do anterior governo, no âmbito das transferências da lei das finanças regionais e da controvérsia do IRS para as autarquias, ultrapassam os cinco milhões de euros. Continuam igualmente por regularizar 40 milhões de euros para a EDA, ao abrigo da convergência do tarifário elétrico, a dívida do Estado à SATA Internacional relativa às indemnizações compensatórias totaliza 16 milhões de euros. Para além destes números, o anterior governo da República comprometeu-se a reforçar em 100 milhões de euros as verbas do Fundo de Coesão para o Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores, bem como a avançar com a construção da rede de fibra ótica, no valor de 20 milhões. Os atrasos da ADSE a várias unidades do Serviço Regional de Saúde suplantam os 10 milhões de euros”. Esta é a dívida que José Socrates e o Partido Socialista deixaram para com o povo açoriano.

É preciso não esquecer que o anterior governo da República, do Partido Socialista, deixou pendentes com os Açores compromissos não cumpridos de mais de 200 milhões de euros. O silêncio do Governo Regional do PS/Açores é notório quanto a este assunto.


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publiciDADe

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ESPAçO DE PROXIMIDADE A POLíCIA AO SERVIçO DOS CIDADãOS P P O O L L í í C C I I A A

D D E E

S S E E G G U U R R A A N N ç ç A A

A p.s.p. alerta os detentores de armas de fogo, licenciadas ao abrigo da licença de detenção no domicílio, que devem ter em atenção o seguinte: • A arma averbada na referida licença, em caso algum poderá sair do local indicado na mesma, (nº. 1 do artº. 18º. do Regime Jurídico das Armas e suas Munições, aprovado pela Lei 5/2006, de 23FEV, alterada e republicada pela Lei 12/2011, de 27ABR). • A violação desta norma está prevista e punida a título contra-ordenacional, com uma coima cujo valor é variável entre €400,00 (quatrocentos euros) a €4.000,00 (quatro mil euros), nos termos do artº. 98º. do referido diploma. • Em caso algum a detenção da arma pode ser acompanhada de munições que se lhe destinem, (nº. 3 do artº. 18º. do Regime Jurídico das Armas e suas Munições, aprovado pela Lei 5/2006, de 23FEV, alterada e republicada pela Lei 12/2011, de 27ABR). • A violação desta norma está prevista e punida a título contra-ordenacional, com uma coima cujo valor é variável entre €600,00 (seiscentos euros) a €6.000,00 (seis mil euros), nos termos da alínea c), do nº. 1, do artº. 99º. do referido diploma. • Poderá ainda ser aplicado ao detentor da arma a cassação da licença, nos termos do artº. 108º. do citado diploma. Durante os próximos meses, serão realizadas pela psp diversas acções de fiscalização neste âmbito

P P

A p.s.p. eXiste pArA o AjuDAr e esclArecer

Ú Ú

esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à p.s.p. da sua área de residência ou por correio electrónico: cphorta@psp.pt contactos: telefone – 292208510 Fax - 292208511 PROGRAMA INTEGRADO DE POLICIAMENTO

B B L L I I C C A A

PROGRAMA INTEGRADO DE POLICIAMENTO DE PROXIMIDADE

AgrADECiMENTo A Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia da Horta, deliberou exarar em acta o seu regozijo e, divulgá-lo, pelo êxito da primeira edição das Festas dos Santos Populares realizadas no passado dia 8 de Julho, por iniciativa dos trabalhadores e do apoio desta instituição, a quem se juntaram também familiares dos utentes que ali vivem ou passam parte do dia. A nossa satisfação pretende também realçar a “Marcha” que os trabalhadores ensaiaram e se incorporaram com utentes da Santa Casa, alguns destes portadores de deficiência mental e física. Um agradecimento também para as “Marchas” que vieram de S. Vicente de S. Roque do Pico e da Feteira do Faial, ao Grupo de Danças e Bailes da Escola Básica Integrada António José de Ávila, ao Sr. José Dutra que possibilitou o karaoke, ao conjunto musical “Onda Jovem” e ainda aos particulares e empresas que gentilmente nos cederam alguns produtos para a realização deste evento. O brilho verificado nos utentes da Misericórdia e alegria que lhes foi proporcionada, são o maior reconhecimento com que se pode agradecer a todos os que contribuíram para este dia memorável… horta, 12 de Julho de 2011


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opinião

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histÓriAs DAs Flores

uma noite de reis na Fajãzinha, de Ernesto rebello (1878) (ii) FOTO DOS ARqUIVOS DE JOãO ANTÓNIO GOMES VIEIRA.

(Continuação) a referida reunião, talvez feita no descampado do Rochão do Junco ou junto da Fonte Frade, uns músicos da “Philarmónica Amizade” aprovavam o regresso a Santa Cruz, mas a maioria decidiu continuar a viagem (6). “- Ó aquele, olha que isto hoje há aqui facadas, toca o burro, não te faças tolo!...” “ - Não dou mais um passo, sem que vocês me dêem bastante genebra, ora eu que podia estar sossegado em casa…” “ - Pega, ladrão, bebe à tua vontade e não estejas a desanimar os outros». A contenda foi resolvida pela voz autorizada do regente da música, que desejava velar pelo prestígio da filarmónica (7). “ - O mestre da música tem razão — bradaram outros — primeiro que tudo salva-se o instrumental”. “-Para a Fajãzinha - exclamaram os da frente tornando-se os líderes da caravana». Por sua vez, o tocador do bombo gritava: “-para a Fajã Grande… para a Fajã Grande…», sem atender às condições da ribeira, que era a maior dificuldade e que bramia furiosa. E a discussão continuava…(8). “- Silêncio, Srs. - acudiu o mestre da música, temendo novas questões - nós vamos em breve entrar na freguesia [da Fajãzinha], e os Srs. devem-se portar como pessoas ilustradas, que são, um músico não é para aí qualquer coisa… haja prudência….” “O dono da casa, [um dos vários amigos], segundo todas as aparências, já estava em meio do primeiro sono, ali não se via luz, nem se descobriu o mínimo sinal de vida». “Os músicos enfileiraram em frente desta residência e de repente uma alegre tocata, o hino da filarmónica, vibrando com a máxima valentia, “estúrdia” os ares, fazendo estremecer as vidraças das casas circunvizinhas e despertando toda a povoação, cujos habitantes em crescente número, começaram a aglomerar-se em

N

redor dos tocadores”. “Quem não aparecia ainda à janela era o dono da casa, que pesado sono!...” “ - Vá lá, rapazes, - gritou entusiasmado o mestre, por ver o levante que os seus discípulos estavam fazendo na freguesia agora os Reis, mas isto bem afinadinho…[…]” “Finda a cantilena, uma voz ergueu-se entre os músicos. (9)”. “ - Viva o Sr. Ramos!” “E toda a multidão repetiu: - Viva, Viva!” “O bom velho vestiu-se à pressa e abrindo logo a porta, disse de cima do seu balcão: “ “ - Eu não sei quem os Srs. sejam, mas esta casa é sua, vamos a entrar…” “ - É gente de paz, a filarmónica da Vila, que lhe vem dar as boas festas”. “[…]»” Dentro de meia hora a casa do Manuel Ramos estava cheia de comer, e a linguiça assada espalhava por toda a casa o mais apetitoso cheiro, e, nesse esforço de pão e vinho, toda a gente da freguesia que ali estava compartilhava francamente. O dono da habitação, que era homem benquisto, exuberava de alegria, tendo-se levantado muitos brindes com as mais ruidosas saudações. Depois, por mais de uma vez, o tocador do bombo procurava imaginar-se com a sorte que teria se tivessem chegado à FajãGrande e, depois da forte festança ter passado, um dos habitantes locais, mais cerimonioso, disse aos companheiros (10). “ - Ó amigos, estes Srs. hão-de carecer de repouso, para espairecer nesta noite dos Santos Reis, já temos comido e bebido à farta, agora o melhor é a gente ir para nossas casas.» Depois de mais cânticos em louvor da Epifania, era uma hora da noite e ali ainda se cantava, comia e bebia. Contudo a gente da freguesia foi-se retirando. Assim «O Manuel Ramos achou-se afinal tão-somente com os seus doze hóspedes».

Apesar de ter sido necessário forrar a casa com lençóis para lhe tapar os buracos, já que a mesma estava ainda em construção e incompleta interiormente, tendo sido necessário colocar uma esteira para que todos ficassem convenientemente instalados. O Sr. Ramos mandou o Francisco, um rapaz local que o ajudava nos trabalhos da casa, trazer os últimos lençóis (11). “ - O Sr. Ramos está perfeitamente preparado para receber hóspedes”. “ - Perfeitamente não direi e conheço que isso são favores, mas o que eu posso certificar aos meus amigos é que o que aí vêem é tudo meu”. “ - Isto faz-me lembrar uma história que contava meu pai, de quando esteve nesta terra um Sr. Bispo” - acrescenta Manuel Ramos (12)”. “ - Como foi, diga?” “ - É que o Bispo, andando em visita pela ilha – [disse Manuel Ramos] – veio hospedar-se em casa do Vigário antigo desta freguesia. O bom do padre não se poupou a trabalhar para receber condignamente o seu prelado, preparou o quarto de jantar, cobrindo a mesa de boas iguarias e com o melhor vinho, apresentou as melhores louças, cortinados nas janelas e, à noite, à ceia, colocou em cada canto do quarto um rapaz, imóvel, com o braço estendido, como uma estátua, segurando uma grande tocha acesa na mão. O bispo gostou daquela lembrança, um tanto original, fartou-se de carne assada e de massa sovada, mais guloseimas, e afinal não trepidou em descer na sua imponente dignidade para elogiar o Vigário não só a boa cozinha, como o asseio e bom gosto de todos aqueles aprestos, incluindo as quatro figuras ornamentais». Os músicos escutavam com imensa atenção a história do dono da casa. (Continua) Coordenação de José Arlindo Armas Trigueiro

Esta Filarmónica da vila de Santa Cruz das Flores, pode ser a “Filarmónica Amizade” ou “Amor da Pátria” de que nos fala Ernesto Rebello. Rebello, Ernesto, “Uma Noite de Reis na Freguesia da Fajãzinha”, “Arquivo dos Açores”, (1885), p. 163, republicado em 1982 pelo Universidade dos Açores - Ponta Delgada. (7) Rebello, Ernesto, “Uma Noite de Reis na Freguesia da Fajãzinha”, “Arquivo dos Açores”, (1885), p. 164, republicado em 1982 pelo Universidade dos Açores - Ponta Delgada. (8) Rebello, Ernesto, “Uma Noite de Reis na Freguesia da Fajãzinha”, “Arquivo dos Açores” (1885), p. 165, republicado em 1982 pelo Universidade dos Açores - Ponta Delgada. (9) Rebello, Ernesto, “Uma Noite de Reis na Freguesia da Fajãzinha”, “Arquivo dos Açores”, (1885), p. 166, republicado em 1982 pelo Universidade dos Açores - Ponta Delgada. (10) Rebello, Ernesto, “Uma Noite de Reis na Freguesia da Fajãzinha”, “Arquivo dos Açores”, (1885), p. 167, republicado em 1982 pelo Universidade dos Açores - Ponta Delgada. (11) Rebello, Ernesto, “Uma Noite de Reis na Freguesia da Fajãzinha”, “Arquivo dos Açores”, (1885), p. 168, republicado em 1982 pelo Universidade dos Açores - Ponta Delgada. (12) Rebello, Ernesto, “Uma Noite de Reis na Freguesia da Fajãzinha”, “Arquivo dos Açores”, (1885), p. 169, republicado em 1982 pelo Universidade dos Açores - Ponta Delgada. (6)

o debate esquecido sobre os ogMs Maria Patrão Neves

O

s organismos geneticamente modificados/OGMs têm estado mais uma vez na ordem do dia. A Comissão Europeia, propôs recentemente que, assumindo a apreciação científica, casuística, dos OGMs, deixaria aos Estados Membros e às Regiões a prerrogativa de rejeitarem o cultivo daqueles já declarados cientificamente seguros, assim reconhecendo às populações a possibilidade de invocarem outros interesses para optarem por zonas livres de OGMs, o que o Parlamento Europeu votou

favoravelmente. Entre nós tem estado a circular uma petição contra a presença de OGMs nos Açores. Foi nestas circunstâncias que decidi abordar o tema na última Feira de Agricultura dos Açores, no passado fim-de-semana, no Pico. A ocasião era a do lançamento de uma campanha sobre “segurança ambiental” e considerei pertinente desafiar então ao debate sobre o contributo real das novas biotecnologias alimentares para uma maior produção a um mais baixo custo, sem comprometer a saúde pública ou afectar a diversidade biológica e a sustentabilidade ambiental. Com efeito, parece persistir hoje ainda na opinião pública a noção de que as biotecnologias alimentares, nomeadamente os organismos geneticamente modificados, são

prejudiciais para a saúde pública e para o ambiente. Esta ideia, difundida na década de 80 do século passado sobretudo por ambientalistas, tinha como base o princípio da precaução, isto é, a normativa de que nos devemos coibir de agir quando não somos capazes de prever os efeitos da nossa acção. A atitude prudencial que então se exigia determinou um forte investimento científico para apreciação do impacto real no cultivo e consumo dos diferentes tipos de transgénicos que entretanto se foram multiplicando. Eis por que não podemos continuar hoje a pensar esta realidade com o nível de conhecimento, base de experiência e argumentos de há trinta anos. Neste contexto, e no caso específico dos Açores, creio justificar-se

tomar em consideração dois aspectos implicados na tomada de decisão acerca dos OGMs: um primeiro relativo à urgência da reestruturação das fileiras do leite (devido ao fim das quotas) e da carne (devido ao possível acordo da UE com o Mercosul) e do recurso aos OGMs poder reduzir significativamente os custos de produção nestes sectores contribuindo para a sua sustentabilidade; um segundo relativo ao investimento que se tem vindo a fazer numa imagem da marca dos Açores como preservando a integridade da natureza, o que o cultivo de OGMs contrariaria ao nível da percepção pública. Assim sendo, considero indispensável que o Governo Regional, antes de tomar uma decisão sobre esta matéria, mande realizar um

estudo de impacto económico relativo às duas possibilidades em aberto – aceitação ou rejeição dos OGMs – para averiguar o que seria economicamente mais rentável: baixar os custos de produção das fileiras do leite e da carne ou comercializar produtos de uma Região livre de OGMs. Simultaneamente, e porque a problemática dos OGMs não é apenas científica e económica, creio impor-se também um debate alargado sobre a matéria, envolvendo todos os cidadãos e assim também os agricultores, para promoção de uma informação objectiva, bem fundamentada e serena sobre o que de facto está em causa e posterior tomada de decisão então esclarecida e responsável. 15.07.2011


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inFormAção

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NOSSA GENTE

UTILIDADES

PARTIRAM

FARMÁCIAS

l No passado no dia 5 de Julho, faleceu no Hospital da Horta com 85 anos de idade, Manuel Garcia Amaral, natural da freguesia dos Flamengos e residente na freguesia das Angústias. Viúvo de Luísa Amélia Duarte, o extinto deixa de luto seus filhos: José Henrique Duarte Amaral, casado com Maria Eduína Silva e Maria da conceição Duarte Amaral Silva, casada com José Humberto Silva. Deixa ainda duas netas: Gisela conceição Duarte Amaral, casada com Vitor Manuel Dutra costa e Marta Alexandra Amaral Silva e dois bisnetos: a Alexandra conceição Amaral costa e o Duarte José Amaral costa. l Faleceu no passado dia 13 de Julho, no centro de Geriatria da Santa casa da Misericórdia da Horta, onde se encontrava , conceição Adelina da Silva, de 85 anos de idade, natural do concelho de São Roque do Pico e residente na freguesia das Angústias. Era mãe de Maria da conceição Simão, viúva e de Eduardo Manuel da Silva, casado com Marla Dina castro Silveira Silva. A extinta deixa ainda dois netos: Emanuel Filipe Silveira Silva e cátia Sofia Silveira Silva.

restAurAnte e snAck-bAr Areeiro • cApelo • telF. 292 945 204 • tlm. 969 075 947

HOJE E AMANHã Farmácia Ayres Pinheiro 292 292 749 DE 24 A 30 DE JULHO Farmácia Lecoq 292 200 054 EMERGêNCIAS -FAIAL i h p o ~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 912 354 130 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000

EMENTA PARA DOMINGO

ABRÓTEA FRITA POLVO à REGIONAL ESPETADAS DE CARNE PORCO

TRANSPORTES - FAIAL jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

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AMANHã E DOMINGO 21H30- Filme - “Thor” no Teatro Faialense - Hortaludus

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EVENTOS

DIA 27 DE JULHO - qUARTA -FEIRA 21H30 - "À Quarta O Palco é Seu" na Praça do Infante com a Orquestra de Música Ligeira da cMH. Organização da câmara Municipal da Horta

BAR SERVIMOS

REFEIçõES LIGEIRAS E

AGENDA

COMEMORAçõES DOS 178 ANOS DA ELEVAçãO DA HORTA DE VILA A CIDADE AMANHã Programa Náutico- chegada prevista do 1º concorrente da regata Atlantique Trophée (Porto da Horta) Organização do cMH | Parcerias: Governo dos Açores, S.R. Agricultura e Florestas, Açores-canadá Assoc. Amizade, APTO, cNH, J.F. Angústias, J.F. castelo Branco, AAIF, G. cantares Ilha Azul, Alma de coimbra, corpo em Movimento, Insulândia, Raízes na Terra

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GRUPO CENTRAL HOJE Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros geralmente fracos. Vento nordeste bonançoso (10/20 km/h).Mar de pequena vaga. Ondas nordeste de 1 metro. AMANHã Períodos de céu muito nublado com boas abertas. Aguaceiros geralmente fracos. Vento nordeste bonançoso a moderado (10/30km/h) rodando para leste Mar de pequena vaga. Ondas nordeste de 1 metro. DOMINGO céu geralmente pouco nublado. Vento leste bonançoso (10/20 km/h).

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Tribuna das Ilhas DIRECTOR: cristiano Bem EDITOR: Fernando Melo CHEFE DE REDACçãO: Maria José Silva REDACçãO: Susana Garcia e Marla Pinheiro FOTOGRAFIA: carlos Pinheiro

COLABORADORES PERMANENTES:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, José Trigueiros, Mário Frayão, Armando Amaral, Victor Dores, Alzira Silva, Paulo Oliveira, Ruben Simas, Fernando Guerra, Raul Marques, Genuíno Madruga, Berto Messias COLABORADORES EVENTUAIS: Machado Oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo Mendes, Zuraida Soares, Gonçalo Forjaz, Roberto Faria, Santos Madruga, Lucas da Silva

PROJECTO GRÁFICO: IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL PAGINAçãO: Susana Garcia REDACçãO ASSINATURAS E PUBLICIDADE: Rua conselheiro Miguel da Silveira, nº12, cv/A-c - 9900 -114 Horta CONTACTOS: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIL: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

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IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL NIPc: 512064652 REGISTO COMERCIAL: 00015/011017 (Horta) - Porte Subsidiado GOVERNO REGIONAL DOS AçORES

Esta publicação é apoiada pelo PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à comunicação Social Privada


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FUNDADO 19 DE ABRIL DE 2002 www.tribunadasilhas.pt

SEXTA-FEIRA 4 22 DE JULHO DE 2O11

pelA suA sAúDe

Raul de Amaral-Marques

A

zia, queimadura e ardores são perturbações digestivas muito desagradáveis. Se o primeiro reflexo é o de recorrer a um medicamento anti-ácido, em seguida é necessário prevenir as recidivas dos males de estômago. qUANDO A DIGESTãO PROVOCA MALES DO ESTôMAGO… O estômago é o órgão chave da digestão. É dentro deste órgão que os alimentos são armazenados e tratados sob o efeito dos sucos gástricos para alimentar o organismo (a digestão dura, em média, 2 a 3 horas). Por diversas razões acontece que alguns alimentos são mais difíceis de digerir e que eles produzem gases. Os sinais são múltiplos: peso no estômago,

Queimaduras e ardor do estômago: conselhos práticos sensação de enfartamento, flatulências, eructações (arrotos), espasmos, cãibras e náuseas. Por vezes, igualmente, é a acidez do conteúdo gástrico que tende a subir e atingir o esfíncter dando acesso ao esófago (Refluxo Gastro-Esofágico - RGE). Nestas condições, os sintomas são principalmente a azia e a sensação de queimadura no estômago. PREVENçãO DAS qUEIXAS DIGESTIVAS… Os medicamentos anti-ácidos têm razão de ser em casos de queixas passageiras. Mas, para evitar que não voltem as queixas, torna-se necessário o respeito de algumas regras: • Evitar refeições muito copiosas e

muito ricas. Dar preferência a refeições ligeiras mais frequentes. • Evitar ou limitar alguns alimentos e bebidas: produtos gordos, fritos e produtos lácteos que estimulam a produção de ácido do estômago, bebidas gasosas que provocam gases, o álcool que favorece o relaxamento dos esfíncteres, assim como as bebidas contendo cafeína (café, chá, Coca-Cola…), a menta, os citrinos, etc. • Beber um grande copo de água para fazer recuar as subidas ácidas. • Não se deitar após as refeições. • Ir dormir só 2 a 3 horas após o jantar, se não levantar a cabeceira da cama. • Dormir sobre o lado esquerdo, preferentemente. • Parar de fumar e evitar ambientes de

fumadores. • Evitar a aspirina, que pode ter um efeito agravante, tal como certos antibióticos. • Não usar nem roupa nem cintos muito apertados. MEDICINA DOCE PARA UMA BOA DIGESTãO Em Medicina doce existem alguns remédios interessantes: • Em fitoterapia: erva-doce, gengibre, anis, funcho, raiz de alteia, são plantas úteis • O bicarbonato de sódio que, pela sua alcalinidade, neutraliza os ácidos gástricos. • Cenouras, pepino, rabanete ou beter-

raba são também alimentos alcalinos que se podem, também, consumir sob a forma de sumo. • Mastigar pastilha elástica (sem açúcar) pode ser benéfico por ativar a salivação, a qual tem um efeito neutralizador dos ácidos. A azia ocasional não tem grande significado. Em contrapartida, se recidiva (várias vezes por semana) ou se os sintomas se agravam, é essencial consultar um médico. Um RGE pode, por exemplo, estar na origem de complicações e provocar inflamações digestivas ou degenerar em úlcera ou ainda uma tosse crónica devido a uma irritação da garganta. Alguns sinais ou sintomas podem levar à suspeição de um cancro.


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