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ANdebOl - C. NACIONAl

SChOrtA reCebe AbC PÁGINA 11

Tribuna das Ilhas

dIreCtOr : MANUel CrIStIANO beM 4 NÚMerO : 453

11 .fevereiro.2O11 Sai àS SextaS-feiraS

Helena Krug

1 euro

Pintora de Rostos PÁGINA O7

Dia Dos namoraDos

oportuniDaDes De negócio

Empresários canadianos Chegar ao apostam em mercado coração pelo estômago faialense PÁGINA O4

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eDitorial

o níveL do doP g Em todas as ocasiões em que nos temos referido, nesta coluna, ao Departamento de Oceanografia e Pescas da Universi-dade dos Açores, com sede nesta cidade, foi dado o merecido relevo, ao importantíssimo trabalho de investigação que aquela instituição tem efectuado sobre os assuntos do mar, numa escala internacional que lhe tem proporcionado os contactos permanentes e as parcerias com destacados organismos da especialidade espalhados por esse mundo fora. Uma realidade que os faialenses bem conhecem e que despertou neles uma grande simpatia, consideração e orgulho em relação a este pólo universitário e aos investigadores e funcionários que nele trabalham. Entretanto, o valor deste centro de investigação oceânica, de biologia marinha e de outras valências científicas desenvolvidas desde que foi criado na Horta – o valor deste DOP é muito maior do que se possa imaginar pela divulgação ocasional feita sobre os trabalhos que só por si vai realizando ou em cooperação com outros institutos da especialidade, na sua grande parte estrangeiros. E para se chegar a esta conclusão basta ler a entrevista concedida a este semanário pelo seu Director, o Prof. Ricardo Serrão Santos publicada na edição do TI de 14 de Janeiro 2011. Por tudo isto, estamos de acordo com uma pessoa amiga a qual nos falava há dias da utilidade de levar ao Faial, numa visita ao DOP, umas quantas personalidades açorianas que se pronunciam pela instalação no arquipélago de “parques tecnológicos” quando já aí, na Horta, possuem uma estrutura do género, em funcionamento e de reconhecido nível internacional. A não ser que para essas pessoas – acrescentava o nosso amigo – um desses imaginários parques possa ser o que foi anunciado, há tempos, para a Praia da Vitória, onde se ia produzir hidrogénio a exportar para a Europa. Uma fantasia, sem a mínima viabilidade… Mas à margem das fantasias e no âmbito das puras realidades existentes, o certo é que o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores é actualmente um centro de investigação científica respeitado e considerado nos seus estudos, muitos dos quais publicitados pelas mais categorizadas revistas da especialidade em vários países do mundo, sendo também objecto de citações por parte de destacados cientistas nas matérias em causa. Este nível conquistado pelo DOP deveria constituir, pois, uma referência para o nosso país – o que aliás acontece em certa medida – mas, acima de tudo, uma honra para os Açores onde, por vezes, lamentavelmente, para além desta ilha, parece ser, de propósito, ignorado.

em Destaque

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adeliaçor apresenta vídeo promocional das rotas turísticas a pensar na BtL A Adeliaçor apresentou um vídeo promocional de 5 minutos sobre as rotas turísticas temáticas que tem vindo a instituir nas cinco ilhas da sua intervenção. este vídeo, a par da segunda edição de um guia turístico em português e em inglês, representa um investimento de cerca de 27 mil euros, apoiado pela direcção regional do turismo. O objectivo do vídeo é divulgar as rotas temáticas do Queijo, do Vinho, da Faina baleeira e dos Vulcões enquanto produtos turísticos, e será apresentado já na próxima bolsa de turismo de lisboa, no final do mês de Fevereiro. A apresentação decorreu na manhã da passada quarta-feira, no pequeno auditório do teatro Faialense.

Marla Pinheiro g De acordo com José Leonardo Silva, presidente da Adeliaçor, este vídeo será uma importante ferramenta de divulgação das ilhas, e do projecto de turismo cultural que a associação tem vindo a desenvolver. A primeira oportunidade de fazer essa divulgação fora de portas será

PrOdUtOS tUríStICOS rota do queijo, do vinho, da fauna baleeira e dos vulcões são as novas atracções

na próxima Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), já no final de Fevereiro, onde o vídeo estará em exibição no espaço reservado ao Triângulo, como adiantou José Leonardo durante a apresentação. O presidente da Adeliaçor aproveitou a ocasião para ressalvar a importância de promover a lógica Triângulo, em virtude das potencia-

PrOMOçãO está a ser ultimado todo um pacote promocional sobre os Açores para apresentar na btl

[SOBE]

lidades que a dinâmica entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge oferece. Também o presidente da Câmara Municipal da Horta se congratulou com mais esta ferramenta de promoção turística. João Castro considera que o Turismo nos Açores tem caminhado num bom caminho, uma vez que “tem conseguido gerir as diferenças no sentido de dar uma imagem de conjunto da Região”. Preferindo referir-se à promoção da Região de acordo com uma “lógica agregadora”, João Castro salientou a qualidade do produto turístico que os Açores têm para oferecer, considerando-o “apetecível e vendável”. Presente na apresentação do vídeo, o director regional do Turismo salientou a sua importância para o turismo a nível regional. Miguel Cymbron felicitou o que considerou ser o bom trabalho feito com o vídeo, e alertou para a importância da Região se afirmar cada vez mais pelos “produtos turísticos” que têm para oferecer, de que são exemplos o queijo e o vinho, aos quais a Adeliaçor dedica duas das suas rotas temáticas. O vídeo promocional, com a

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duração de 5 minutos, foi concebido pelas empresas Barro Açores e Mar de Histórias, e combina músicas e imagens alusivas às quatro rotas temáticas, espalhadas pelas ilhas do Faial, Pico, São Jorge, Flores e Corvo. A Rota do Queijo está na ilha de São Jorge e a do Vinho na ilha do Pico. A Rota dos Vulcões divide-se pelo Faial e pelo Corvo e a Rota da Faina Baleeira abrange as ilhas das Flores e do Pico. De acordo com José Leonardo, no Faial e no Pico as rotas já funcionam normalmente, ao passo que em São Jorge, nas Flores e no Corvo estão ainda a ser afinadas, prevendo-se no entanto para breve o seu funcionamento em pleno. O guia turístico debruça-se também sobre as cinco ilhas de intervenção da Adeliaçor. Esta segunda edição contempla 3500 exemplares em português e 3000 em inglês, e estará disponível nas unidades hoteleiras, nas agências de viagens, nos centros de interpretação ambiental e cultural e demais agentes envolvidos na promoção turística das ilhas.

[DEScE]

FlOrICUltUrA

PrObleMA de IMAGeM

g Através das notícias transmitidas pela comunicação social

g Hoje em dia nas cidades por esse país além – e ainda mais

verifica-se que nesta ilha existe um grupo de floricultores, tendo em vista a exportação para países europeus onde as flores têm mercado assegurado. Lembramo-nos de que a cultura da flor foi muitas vezes sugerida por estas bandas, mas só em teoria, porquanto nunca apareceram pessoas ligadas à agricultura dispostas a investir nessa área. Por outro lado, surgia sempre o problema dos transportes que não ofereciam as condições necessárias. Agora, parece que as coisas mudaram. Boa sorte, floricultores!

no estrangeiro – procura-se dar uma imagem agradável das ruas, encobrindo aquilo que prejudica essa imagem. É por isso que se escondem os edifícios em construção, em reparação ou arruinados, com vista à demolição. Ora, aqui, na nossa cidade, também existem alguns casos destes que seria conveniente corrigir. E em muitos desses casos deveria caber aos proprietários dos imóveis a resolução do problema, que tem efeitos extremamente negativos, quer no centro da área urbana quer em zonas da periferia…


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ART promove Dia do Amor g “Atreva-se a oferecer… Presentes com Emoção”é o mote da Campanha, Dia do Amor, que a Associação Regional de Turismo – ART desenvolveu para o dia dos namorados, dia 14 de Fevereiro. Com esta acção, a ART pretende atrair e estimular a população local para o que de melhor os Açores têm, bem como aproveitar determinadas épocas especiais do ano para combater os efeitos da sazonalidade. Os pacotes da campanha podem ser adquiridos em forma de presente nos nove quiosques de turismo ART, distribuídos pelos nove Concelhos do Grupo Central. Esta campanha propõe experiências de mar ou de terra, jantares e noites em hotéis ou casas de turismo rural, tudo para duas pessoas.

detidos autores dos furtos na eSma g Na sequência de investigações policiais, relacionadas com o furto ocorrido no interior da escola Secundária Manuel de Arriaga, foram efectuadas buscas domiciliárias na freguesia dos Flamengos, das quais resultaram na apreensão a dois indivíduos do sexo masculino, ambos de 17 anos de idade e naturais da freguesia das Angústias, de diversos artigos com interesse para a investigação e a recuperação de parte do produto do furto. No âmbito destas diligências, resultou ainda a detenção de um dos suspeitos, ao qual foram ainda apreendidas 24 plantas de “Cannabis Sativa L” de pequenas dimensões, tendo o mesmo sido presente ao Tribunal Judicial da Comarca da Horta para aplicação da medida de coacção.

governo comparticipa associações de bombeiros na aquisição de combustíveis g O Governo dos Açores vai comparticipar até o montante máximo de 378.887,40 euros a aquisição de combustíveis pelas diferentes associações humanitárias de bombeiros voluntários da Região durante o corrente ano. Um despacho conjunto do Vice-

Presidente do Governo Regional e dos Secretários Regionais da Ciência, Tecnologia e Equipamentos e da Economia, publicado em Jornal Oficial, fixa o montante máximo da comparticipação financeira a atribuir, para aquele fim, a cada uma das 17 associa-

ções de bombeiros voluntários do arquipélago. Os valores máximos das comparticipações a conceder às várias associações de bombeiros voluntários na aquisição de combustíveis variam entre os 534,70 euros no Corvo e os 88.643,29 euros em Ponta Delgada.

Assembleia Municipal da Horta editaL Jorge aLBerto da CoSta Pereira, PreSidente da aSSemBLeia muniCiPaL da Horta: faz SaBer, nos termos do disposto no artigo 49.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, alterada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, que a Assembleia reunirá no dia 18 de Fevereiro, pelas 14h30, no Salão Nobre dos Paços do Município, com a seguinte Ordem do Dia: 1 – Apreciação da informação de Actividades do Município e da sua situação financeira no período de 1 de Novembro de 2010 a 31 de Janeiro de 2011; 2 – Eleição do Presidente da Junta representante no Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses: Mais faz saber que nos termos regimentais, no fim da sessão está reservado um período de trinta minutos, para intervenções do público sobre assuntos do âmbito do Concelho. Assembleia Municipal da Horta, 8 de Fevereiro de 2011 O Presidente da Assembleia Municipal, Jorge alberto da Costa Pereira

[aconteceu] 560 lICeNçAS de FOGO eMItIdAS eM 2010 g Foram emitidas, ao longo de 2010, um total de 560 licenças para lançamento de fogo nos Açores. Os dados, foram divulgados pelo comando regional dos Açores da Polícia de Segurança Pública (PSP). Em termos de distribuição geográfica, o comando de Ponta Delgada é aquele que passou o maior número de licenças, 330 no global, seguindose o comando de Angra do Heroísmo, com 137 licenças e depois o da Horta com 93 processos desta natureza. rtC dA hOrtA AjUdA dUAS FAMílIAS CAreNCIAdAS g No seguimento da campanha lançada no mês de Dezembro, movida pelo slogan “Doe um Brinquedo e Faça uma criança Sorrir”, o Rotaract clube da Horta entregou na passada segunda-feira, a duas famílias cuja situação financeira familiar era menos favorável, um berço, duas banheiras de bebé e um mobile musical. De acordo com o presidente carlos Viveiros, “mais uma vez a comunidade local juntou-se ao nosso clube através da doação de diversos bens para além dos brinquedos, o que tornou esta campanha ainda mais relevante e que nos deixou cada vez mais motivados para as próximas actividades em prol da nossa comunidade.” O Rotaract club da Horta entregou também no dia 9 de Fevereiro na Escola Secundária Dr. Manuel de Arriaga (ESMA), alguns dos peluches que sobraram da recolha de brinquedos levada a cabo no passado mês de Dezembro. A entrega destes peluches vem no sentido de ajudar o centro de Apoio aos Alunos (cA2) da ESMA na sua actividade de angariação de fundos no dia 14 de Fevereiro através da venda de peluches em segunda mão, para apoiar os alunos da escola, de forma a promover a solidariedade e o suporte social.

[vai acontecer] FeIrA dAS OPOrtUNIdAdeS g Realiza-se sábado, dia 12 de Fevereiro, a IV edição da Feira das Oportunidades. A decorrer das 13h00 às 18h00 na Quinta do Lomelino, este é mais um momento de cada um poder levar as coisas que já não usa e vendê-las. Uma iniciativa da cartoon Store/Insulândia.

FeStA dO PINtOr g Numa iniciativa da firma Largo das cores, do Grupo António Dias Empresas, vendedor exclusivo das tintas SOTINcO, vai realizar-se no próximo dia 12 de Fevereiro a 4.ª Festa do Pintor. De acordo com a organização, a festa do pintor tem início marcado para as 19:00h, na Sala de Festas do Universo da Festa. Do programa conta um porco no espero, a actuação do músico e pintor Alexandre Delgado e ainda do ilusionista António Alves. O Largo das cores, com o patrocínio das tintas Sotinco, iniciou a realização da Festa do Pintor no ano de 2007, com o objectivo de promover a firma Largo das cores e as tintas SOTINcO, e de proporcionar um convívio alargado a todos os pintores profissionais que queiram participar. FOrMAçãO ACtIVOS FrANCêS tUrISMO g Numa iniciativa da câmara do comércio e Indústria da Horta vai realizar-se no Faial e no Pico, uma formação em Francês Turismo para activos. Esta formação terá a duração de dois dias e é gratuita. Os interessados têm que fazer as inscrições até dia 16 de Fevereiro.


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empresários canadianos procuram oportunidades de negócio no faial DR

g Estreitar laços entre os Açores e a comunidade luso-descendente radicada no Canadá é um dos motivos que trouxe à ilha do Faial, uma comissão empresarial com dezena e meia de empresários dos mais variados sectores de actividade. Nesta visita, empresários da área da panificação e indústria, dos vinhos, da pedra/cerâmica, dos lacticínios, do artesanato, dos seguros e do Turismo procuram inteirar-se sobre a realidade insular, através de encontros e visitas a empresas locais. TRiBUNA DAS iLHAS esteve à conversa com José Ferreira, director do jornal on line www.adiaspora.com e grande impulsionador desta viagem. A ideia surgiu, conforme nos sublinhou, em Outubro passado quando se deslocou a Toronto uma comitiva faialense. “Desde essa altura que ADiaspora tentou juntar um grupo de empresários que cá se deslocassem para que pudessem conhecer outras ilhas que não só São Miguel ou Terceira, uma vez que existe a vontade de alargar o leque de negócios a outras paragens, nomeadamente Faial, Pico e São Jorge.” Os resultados desta visita, que ainda não terminou, já são visíveis progressos muito positivos, nomeadamente atendendo a que foi celebrado um contrato com a Cooperativa de Lourais que vai mandar 14 toneladas de queijo de São Jorge para o Canadá. Sem querer levantar muito o véu, José Ferreira confirmou que foram também celebrados acordos com empresas do Pico e do Faial que, a seu tempo, serão revelados. “Em princípio vamos ter uma maior quantidade de Queijo e Manteiga ilha Azul no Canadá e estão a ser estudadas possibilidades de investimento na área da imobiliária. Existiram também contactos com a Associação de Armadores do Faial que fazem antever alguns negócios para estas áreas, bem como na área dos vinhos, pedra vulcânica, entre outros” – sublinhou o empresário José Ferreira. Em Maio próximo está prevista a vinda de cerca de duas dezenas de empresários também do Canadá, e quiçá da Nova inglaterra, bem como elementos do governo canadiano. Segundo José Ferreira, esta viagem, bem como a de Maio próximo vai tentar ser o elemento facilitador para que, num futuro próximo, se possa alterar o valor da quota de importação permitida que, nos últimos tempos, face à procura e ao tempo que os produtos demoram a chegar até ao Canadá, se tornou claramente insuficiente, uma vez que são produtos procurados por toda a gente e não só pela comunidade açoriana radicada em terras canadenses. José Ferreira disse ainda a este semanário que um dos produtos açorianos mais procurados no Canadá é o Queijo de São Jorge e as manteigas açorianas, “sabemos bem que os Açores não tem possibilidade de competir em quantidade mas que prima pela qualidade. Se se

VASCOr COrdeIrO O secretário da economia confirmou aos jornalistas que a sede da Portos dos Açores será na cidade da horta

concretizar o alargamento da quota isso poderá ser um pouco contrariado”. A comitiva luso-canadense, acompanhada pela Câmara de Comércio e indústria da Horta, foi recebida nos Paços do Concelho pelo Presidente João Castro, tendo sido discutidas nesse encontro, oportunidades de intercâmbio de bens e serviços entre os empresários locais e os que agora se deslocam aos Açores. Em parceria com a Câmara do Comércio e indústria da Horta está a ser desenvolvida uma estratégia de promoção do destino Açores e do destino

VASCOr COrdeIrO O secretário da economia confirmou aos jornalistas que a sede da Portos dos Açores será na cidade da horta

Triângulo junto das comunidades canadianas. De acordo com José Ferreira, “vão ser montados painéis publicitários nos Camiões de longo curso que fazem a ligação entre Toronto e a Florida para que se promova o arquipélago enquanto destino de férias por excelência. Trabalhando com as comunidades, aproveitando as potencialidades que existem, somos pequeninos mas podemos ser uma grande nação”. APrOFUNdAMeNtOS dAS relAçõeS bIlAterAIS O Governo dos Açores, através da

Direcção Regional das Comunidades está a trabalhar em novos projectos com vista ao aprofundamento das relações bilaterais Canadá-Portugal, tema que foi abordado na reunião de Graça Castanho com a Cônsul do Canadá em Lisboa, Deborah Airey e o Cônsul Honorário nos Açores, Peter Stokreef. Neste encontro, a Directora Regional das Comunidades deu conta das diligências que está a desenvolver, a pedido da comunidade luso-descendente radicada no Canadá, no sentido de ser garantida a possibilidade de alunos e alunas universitárias, falantes do Português, frequentarem disciplinas na Universidade dos Açores, nos dois primeiros anos de licenciatura. A este propósito, Graça Castanho afirmou: "Estamos, junto de universidades canadianas, de renome internacional, a estudar a possibilidade de as mesmas atribuírem equivalência às disciplinas frequentadas por luso-canadianos na Universidade dos Açores, cujos créditos reverterão a favor da formação escolar destes alunos no Canadá", sublinhando que "o problema não está em encontrar, na diáspora, estudantes interessados em vir para os Açores. O problema prendese com a obtenção de créditos pelo trabalho realizado nas ilhas". Na reunião com os responsáveis consulares canadianos, Graça Castanho deu conta também do trabalho que a Direcção Regional das Comunidades desenvolve em todas as ilhas, em prol da comunidade luso-canadiana regressada, a qual solicita ajuda, em diversas áreas, nomeadamente no preenchimento e tradução de documentação e formulários, contactos com instituições públicas no Canadá e envio de informações relevantes sobre processos. Perante o interesse demonstrado pela Cônsul do Canadá em Lisboa em conhecer os números e o perfil da popu-

lação luso-canadiana que procura os serviços da Direcção Regional das Comunidades, Graça Castanho, para além da caracterização que apresentou acerca dos emigrantes regressados, "para quem o retorno às ilhas conhece geralmente algumas dificuldades", convidou os representantes consulares canadianos a visitarem outras ilhas para um contacto directo com esta população e a realização de eventuais actos consulares. Para estas visitas, a responsável governamental, disponibilizou todo o apoio por parte dos funcionários da Direcção Regional das Comunidades que fazem atendimento ao público, no sentido de acompanhar a visita consular a realizar. A relação colaborante com as autoridades consulares canadianas, para Graça Castanho, "merece toda a atenção" e a "Direcção Regional das Comunidades terá todo o interesse em partilhar as estatísticas dos açor-canadianos regressados", afirmou. A Directora Regional das Comunidades transmitiu à Cônsul Canadiana o apreço do Governo dos Açores pela excelente cooperação que tem caracterizado as relações da DRC com a Embaixada e o Consulado do Canadá" e aproveitou a oportunidade para agradecer "o calor humano oferecido a indivíduos em risco de deportação que, devido à análise feita, caso a caso, acabam por se manter no Canadá, evitando, assim, a ruptura familiar, desestruturação da vida pessoal e desenraizamento". O Governo dos Açores, concluiu Graça Castanho, "está profundamente agradecido pelo respeito que o Canadá tem revelado pelos direitos humanos, salvaguardando problemas graves para o país de acolhimento, para os Açores e para os candidatos a deportados que, na sua generalidade, emigraram em crianças"


notícias

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Padre SaLdanHa defendeu tese em roma g No passado dia 20 de Janeiro, na Faculdade de História da igreja e Bens Culturais da Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, defendeu uma Tese de doutoramento o Padre António Manuel Machado de Saldanha e Albuquerque, membro da Congregação para as Causas dos Santos, tendo obtido a nota máxima. Estiveram presentes além de alguns dos seus familiares mais próximos, amigos e Oficiais da Cúria Romana, os Cardeais Ângelo Amato, Perfeito da Congregação para as Causas dos

Santos e José Saraiva Martins, Perfeito Emérito daquela Congregação e bem assim os Embaixadores de Portugal junto da Santa Sé e do Estado italiano. A Tese – igreja e Sociedade no Portugal do Século XiX: a Cidade da

Horta - é resultado de um estudo feito a partir de documentação inédita que se encontra no arquivo paroquial da Matriz da Horta e que permitiu ter-se uma panorâmica das relações da igreja com o Estado na vigência do regime monárquico liberal.

Clero, Governo Civil, irmandades, processo de extinção do Convento da Gloria e dispersão dos seus bens, Maçonaria, Junta de Paróquia, escolas públicas e focos de indigência, foram assim revisitados com base em fontes históricas daquele século.

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50 a 60 deportados chegam aos açores todos os anos g O arquipélago dos Açores recebeu cerca de 1.000 deportados dos EUA e Canadá desde 1989, a maior parte dos quais são homens que foram acusados naqueles países de crimes relacionados com violência doméstica, álcool, droga e roubos. “Desde finais da década de 80 do século passado chegaram aos Açores cerca de 1.000 indivíduos repatriados dos EUA e Canadá, dos quais 500 desde 2004, numa média de 50 a 60 repatriados por ano”, afirmou Graça Castanho, directora regional das Comunidades, frisando, no entanto, que as deportações não têm aumentado. O apoio aos repatriados começa logo na chegada ao aeroporto, onde técnicos do instituto de Acção Social iniciam um processo de acompanhamento. A Direcção Regional das Comunidades é o primeiro orga-

g A Atlânticoline apresentou esta semana a operação de transporte marítimo de passageiros entre as ilhas dos Açores para este ano, que decorre entre 17 de Maio e 2 de Outubro, com uma aposta nos finsde-semana e viagens temáticas. Para esta operação, Carlos Reis, presidente da empresa, afirmou que “não há intenção de aumentar os preços”, apesar de admitir que poderão ocorrer “alguns ajustamentos” no tarifário, mas que ainda não está decidido em definitivo. A operação deste ano volta a ser feita com os navios Express Santorini (17 de Maio a 2 de Outubro) e Hellenic Wind (9 de Junho a 10 de Setembro), apresentando, entre outras novidades, a realização de viagens temáticas e a preocupação de permitir a passagem de fins-de-semana inteiros em várias ilhas. Este é o caso entre S. Miguel e Santa Maria ou entre a Graciosa e a Terceira,

nismo que recebe toda a informação sobre os deportados enviada pelos consulados, salientou Graça Castanho, destacando ainda o trabalho desenvolvido no terreno por associações como a Arrisca ou o Novo Dia, em S. Miguel, e a Abrigo, na Terceira.

eSPAçO de PrOXIMIdAde A POlíCIA AO SerVIçO dOS CIdAdãOS P P

atlânticoline aposta nos fins-de-semana e viagens temáticas

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O O l l í í C C I I A A

POrtArIA Nº 1334-C/2010 de 31deZ Esta Portaria, visa definir os actos de secretaria e fixar os montantes das referidas taxas a praticar por todas as entidades tuteladas pelo Ministério da Administração Interna, da qual a Policia de Segurança Pública é parte integrante. A presente Portaria entrou em vigor no dia 03 de Janeiro do ano 2011 – Artº 6º Os valores das taxas previstos na tabela anexa à presente portaria são actualizados automaticamente, em 1 de Março de cada ano, em função da variação (.....) . Artº 3ª

ANeXO

d d e e S S e e G G U U mas também entre as ilhas dos grupos Central e Oriental, permitindo os horários deste ano sair na sexta-feira ao final do dia e regressar apenas no domingo à noite. Novidade é também o facto de não se realizarem viagens entre as ilhas aos sábados e às terças-feiras, depois dos

estudos realizados pela empresa concluírem que não se justificam as viagens nestes dois dias. Os horários serão especialmente ajustados às principais festas de cada ilha e o Porto da Praia da Vitória funcionará como “placa giratória para todos os transbordos que forem necessários”.

r r A A N N ç ç A A

miSSa 7.º dia

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Maria de Fátima Ávila

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A família na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio informar que mandou celebrar uma missa, pelas 18H00, no Centro de Culto dos Flamengos, por alma desta sua ente querida. Agradece desde já a todos quantos queiram assistir a este piedoso acto.

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AteNçãO QUe: As taxas devem ser pagas no momento da apresentação do requerimento, não sendo reembolsáveis se, por razões imputáveis ao requerente, o serviço não for prestado – (Artº 1º nº 2) Mais informação/acerca das categorias de certidões e Documentos, consulte o Artº 2º da presente Portaria Esclarecimentos adicionais deverão ser solicitados à P.S.P. da sua área de residência ou por correio electrónico: cphorta@psp.pt

Contactos: telefone – 292208510 – Fax - 292208511 PrOGrAMA INteGrAdO de POlICIAMeNtO de PrOXIMIdAde


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notícias

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airbuss a320 Da sata g O relatório final do incidente ocorrido em Agosto de 2009 com um Airbus A320 da SATA que fez um “hard landing” no Aeroporto de Ponta Delgada, aponta como causa provável alguns erros na manobra de aproximação e aterragem. O documento elaborado pelo Gabinete de Prevenção e investigação de Acidentes com Aeronaves pertencente ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, refere que “os ‘inputs’ aplicados durante o ‘flare’ não foram os adequados para reduzir a velocidade vertical antes do ‘touchdown’, o que conduziu ao primeiro ‘hard landing’” do avião. Por outro lado, acrescenta que “as manetes não foram trazidas para a posição iDLE antes do ‘touchdown’”, o que fez o aparelho ressaltar na pista, até uma altura de 12 pés, voltando a bater no solo, numa situação “mais agravada, de ‘severe hard landing’”. O incidente ocorreu a 4 de Agosto de 2009, envolvendo o A320 da SATA baptizado com o nome ‘Diáspora’,

relatório aponta para erros na manobra D.R.

que transportava 166 passageiros, não tendo provocado nenhum ferido. Para a comissão de inquérito, o procedimento correcto da tripulação nestas circunstâncias seria iniciar o ‘go-around’, ou seja, abortar a aterragem e tentar uma nova aproximação à pista, em vez de ter insistido em “continuar a aterragem”. De acordo com as conclusões do relatório, as forças verticais sofridas na aterragem “ultrapassaram aquelas para as quais a aeronave foi desenhada” e resultaram “nalguns danos visíveis no avião”, nomeadamente em “alguns rebites de fixação” das asas que “saltaram” e nos pneus do trem principal, que “evidenciavam sinais de terem sido sujeitos a esforços consideráveis”. Apesar desta aterragem com forte impacto no solo, designada como

‘hard landing’, na placa de estacionamento, os pilotos e o técnico de manutenção de serviço “não se aperceberam de qualquer irregularidade”, permitindo que o avião regressasse a Lisboa e só parasse para nova inspecção dois dias depois. Por essa razão, os pilotos “não registaram na caderneta técnica a suspeita de aterragem dura” e o acidente, ocorrido a 4 de Agosto, só foi reportado pelo piloto no dia 17 desse mês. O relatório refere que “ambos os pilotos estavam qualificados para o voo” e que “o factor meteorológico não foi considerado contributivo para o acidente”. Contactado pela Lusa, o porta-voz da SATA alegou não ter conhecimento do relatório e remeteu para mais tarde eventuais comentários sobre o seu teor.

deputados do PSd eleitos pelos açores governo contratualiza manutenção do observatório levam encerramento dos Correios Sócio-Habitacional dos açores ao sábado na região à a.r. g O Governo dos Açores contratualizou com a Cresaçor – Cooperativa Regional de Economia Solidária, CRL, pelo montante de 292.575,45 euros, a manutenção do Observatório SócioHabitacional dos Açores (OSHA) durante o corrente ano. A renovação daquela contratualização resulta do protocolo, publicado em Jornal Oficial, que a Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade Social celebrou com a Cresaçor, uma cooperativa equiparada a instituição Particular de Solidariedade Social. Nos termos daquele protocolo, a manutenção do OSHA visa a “detecção, informação e formulação de propostas de resolução de problemas habitacionais e sociais de famílias em situação de desequilíbrio sócio-económico e habitacional grave ou muito grave, de modo a habilitar a Direcção Regional de Habitação dos elementos necessários à definição das políticas de habitação adequadas às realidades e necessidades da Região”.

Criado pela Resolução n.º 69/2006, de 29 de Junho, o OSHA é uma estrutura técnica de cooperação e de planeamento participado, interdepartamental e interdisciplinar, cuja coordenação foi cometida aos membros do Governo Regional competentes em matéria de habitação e de acção social. Por sua vez, a Cresaçor integra a Rede de Economia Solidária da Macaronésia e representa a Rede de Economia Solidária dos Açores, formada actualmente por 22 instituições sem fins lucrativos que apoiam e acompanham públicos em risco, promovendo a sua inclusão através da formação e empregabilidade. É igualmente fundadora e impulsionadora da Rede de Responsabilidade Social das Empresas e Organizações dos Açores e, desde 2007, integra a Rede Nacional de Responsabilidade Social, promovendo as diversas dimensões da Responsabilidade Social, sustentadas nos seus três pilares: o Social, o Económico e o Ambiental.

T.I.

g Os deputados do PSD eleitos pelos Açores à gir esta inacreditável situação, repondo um serviAssembleia da República, Mota Amaral e ço que retirou às populações e que tanto as penaJoaquim Ponte, apresentaram no passado sábado liza”. D.R. uma série de perguntas ao Governo, a respeito do encerramento ao sábado das estações dos correios nas cidades de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta. Alegando que esta medida “prejudica gravemente a população residente e flutuante destas cidades açorianas, já que os CTT dispensam uma variedade de serviços a que as pessoas recorrem no dia em se encontrem mais disponíveis”, os social-democratas endereçaram uma série de questões ao ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, no sentido de aferir, entre outras coisas, “como se permite que uma empresa, que mantém a prestação de serviços públicos em regime de monopólio, desrespeite as orientações do Estado no sentido de manter a proximidade dos serviços dos cidadãos clientes”. Os deputados eleitos pelos Açores querem saber se o Governo da República tenciona “corri-

governo inicia ronda de contactos para apresentar revisão do g O Secretário Regional da Economia, Vasco Cordeiro, iniciou esta semana um conjunto de reuniões com as câmaras do comércio e indústria regionais e com outras entidades empresariais, para apresentação das propostas de revisão do Sistema de incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores (SiDER). Este conjunto de alterações a apresentar aos parceiros sociais surge na sequência da revisão intercalar realizada pela Secretaria Regional da

Economia durante o segundo semestre de 2010, bem como de um conjunto de audições realizadas com os diversos parceiros sociais, nomeadamente com o Conselho Regional da incentivos. O SiDER recebeu, desde o início da sua vigência, mais de 600 candidaturas às quais corresponde um investimento superior a 400 milhões de euros. Segundo Vasco Cordeiro, estes valores permitem concluir que “o sistema está a funcionar e a responder às necessidades dos empresários regionais

como se comprova pelo facto de, de 2009 para 2010, e apesar das circunstâncias que são conhecidas, se ter registado um aumento nos montantes contratados no âmbito do sistema de incentivos de 69 milhões de euros para 74 milhões de euros”. A revisão intercalar destina-se, por isso, a introduzir “eventuais aperfeiçoamentos que possam ser adoptados, no sentido de que este sistema possa responder cada vez mais às necessidades dos empresários”.


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cultura

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Helena Krug

“a pintura tornou-me mais observadora” helena Krug pinta rostos, mas não retratos. transpor para a tela as emoções que vislumbra nas caras que encontra e que lhe despertam atenção é o que faz dela pintora. A emoção e a expressividade que coloca nos seus rostos têm feito as delícias do público, de tal modo que algumas das suas telas rumaram ao continente no passado mês de janeiro, onde a sua mais recente exposição, Gentes, esteve em exibição na Casa dos Açores em lisboa. trIbUNA dAS IlhAS foi saber o que levou helena a dedicar-se à pintura, e conversar com a artista acerca desta predilecção pelos rostos que caracteriza a sua obra.

Marla Pinheiro Fotos: Susana Garcia g Helena Krug nasceu na Terceira, para onde a família tinha ido acompanhar o pai, destacado pela Força Aérea para a Base das Lajes. Com apenas 3 anos voltou ao continente. Ainda durante a infância passou por Angola. Fez o curso de Biologia em Lisboa, e veio para o Faial, para desempenhar funções de investigadora no Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores. Hoje, com 53 anos, sente-se “mais faialense do que outra coisa qualquer”, confessa. Helena Krug não nasceu pintora. Mas sentia que, lá no fundo, tinha genes de artista herdados da mãe, que fazia escultura em cerâmica. “Fui eu mesma que pedi um workshop de pintura no Faial ao Eduardo Carqueijeiro, porque queria experimentar a pintar”, explica. O workshop realizou-se no início de 2006, e Helena pôde levar a outro nível os rabiscos e esboços, sempre de rostos, com que enchia as margens das folhas durante as reuniões. Para Helena, não lhe interessa pintar mais nada a não ser rostos. Durante o workshop, pintou naturezas mortas, paisagens, entre outras coisas. No final, pediu ao pintor e arquitecto

Eduardo Carqueijeiro que lhe ensinasse a pintar caras. “É o que eu gosto”, diz, peremptoriamente, com um sorriso, dando a entender que esta pergunta surge frequentemente. “Não sei explicar esta predilecção pelo rosto. Diz-me mais; gosto de sentir que transmito alguma coisa”. Atraída pela expressividade e pelas emoções dos rostos de desconhecidos que encontrava em fotografias de jornais e revistas, na internet, ou em qualquer outro sítio, Helena parte para a tela utilizando a fotografia não como inspiração, mas como ponto de partida. Por isso, não se vê como uma retratista, “não tenho a preocupação de que a minha tela fique igual à fotogr afia”, diz. Para ela, o pincel serve para passar para a tela a emoção que associa a determinado rosto, que lhe captou a atenção. “Os meus quadros estarão entre o retrato e a caricatura”, refere. É uma pintora que gosta de pintar rostos, e que sempre vai gostar. “Não me apetece transmitir para a tela a paisagem. Essa, nós vemos; toda a gente a pode ver, se quiser. E eu adoro a paisagem, adoro contemplá-la, adoro a possibilidade de ver o Pico do meu gabinete… Mas não me atrai pintar isso”, confessa. Helena não se aborrece de pintar rostos, porque “nenhum rosto é igual ao outro, nem os dos gémeos”. “O rosto é como o Pico, que nunca está igual de dia para dia”, explica. Para Helena, o fascínio da pintura está na forma como os olhos, o nariz, a boca ou as rugas servem para definir a expressão, e o próprio rosto. Nos rostos que pinta, as portas para as emoções patentes no quadro são, regra geral, os olhos. Existe uma velha máxima que diz que os olhos são o espelho da alma, e Helena confirma. Por isso, depois de fazer um esboço do rosto com o pincel, dedica-se aos olhos: “a partir dos olhos já estou em

conversa com a tela”, refere. No entanto, destaca também a importância da boca no que diz respeito à expressividade do rosto, e o facto do nariz ter um papel importante na definição da cara. Os seus rostos preferidos são os mais escuros. Há algum tempo, fez uma exposição no Centro do Mar dedicada apenas a negros: “as caras têm muito mais contraste e posso pôr mais brilho do que numa cara branca”, explica. No passado mês de Janeiro, Helena expôs na Casa dos Açores em Lisboa, a convite do seu director, Miguel Loureiro. A exposição, intitulada Gentes, já comportava rostos de diferentes etnias. De início, Helena não pintava muitas caras conhecidas. Em algumas das suas viagens à tela pintou as filhas e os pais, mas eram os rostos desconhecidos que povoavam a maior parte da sua obra. No entanto, antes da inauguração das novas instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores,

onde trabalha, Helena teve a ideia de pintar os rostos de todos os directores até então. Da ideia à sua concretização foi um instante, e agora os retratos dos directores dão as boas-vindas aos visitantes assim que estes entram no novo edifício. Foi a partir dessa experiência que Helena se aventurou a pintar rostos conhecidos. Os pedidos de familiares e amigos chovem, e Helena tem gosto em aceder. Helena explica que o facto de ter desenvolvido o gosto pela arte e pela pintura fez também com que começasse a olhar as pessoas de uma forma diferente: “fico mais atenta aos traços… É comum olhar para alguém e dar comigo a pensar ‘se esta pessoa ficasse aqui quietinha era capaz de a pintar’”, confessa, com uma gargalhada. “A pintura tornou-me mais observadora, e o facto de saber que consigo pintar rostos deixa-me à vontade para me aventurar a pintar qualquer retrato que me peçam”, refere. Quando pinta, Helena não se preocupa em demasia com o que está a fazer. Agarra a tela e deixa-se levar.

No entanto, admite que pintar requer alguma disciplina: “tenho de pintar no meu atelier, e numa altura em que tenha tempo livre, como no fimde-semana. Chegar a casa do trabalho e começar a pintar não resulta”, refere. Helena encara a tela como a maior parte dos comuns mortais encara uma caixa de chocolates: compulsivamente. A analogia faz-lhe sorrir, porque, como nos confessou, também ela faz parte do clube dos que, perante uma caixa de bombons, não conseguem ficar-se apenas por um chocolate. Quando começa um quadro, mal pode esperar por acabar: “cada quadro é um desafio, e fico mortinha por ver o resultado final”, confidencia. Os seus quadros, em acrílico sobre tela, fazem as delícias dos visitantes das suas exposições, de tal forma que, das 150 obras que pintou até hoje, muitas foram já vendidas. A receptividade do público ao seu trabalho enche Helena de orgulho: “é uma sensação engraçada estar na exposição e ver a reacção das pessoas; a forma como elas gostam”, revela.

cinema no teatro Faialense

o americano (hortaludus; dias 11 e 12; >12) g Realizado pelo holandês Anton Corbjin (Control), o Americano é protagonizado por George Clooney (Ocean’s 11), a quem se juntam Violante Placido (Sleepless), Thekla Reuten (Perdidos) e Paolo Bonacelli (O Expresso da Meianoite).

Clooney é Jack, um fabricante de armas artesanais, feitas por encomenda. Quando uma missão corre mal e lhe custa a vida da mulher amada, decide mudar de rumo. Mas, para que isso se torne possível, ele terá de completar uma última missão que presume a criação de uma nova arma para uma mulher misteriosa. Durante a sua estada numa pequena cidade em itália, aquele homem solitário, e aparentemente inofensivo, acaba

por criar laços com um padre (Bonacelli), com quem troca confidências, e Clara (Placido), uma prostituta a quem se liga emocionalmente. Este filme trata-se da adaptação do livro A Very Private Gentleman, de Martin Booth, e representa o regresso do fotógrafo Corbjin às andanças da realização, três anos depois de Control, película sobre a vida do líder dos Joy Division, ian Curtis.

GeOrGe ClOONeY O actor protagoniza este filme


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reportagem

Tribuna das Ilhas

Dia Dos namoraDos

restaurantes do faial preparam-se para fazer as delícias dos apaixonados D.R

diz a sabedoria popular que uma das melhores formas de chegar ao coração de alguém é pelo estômago. No dia dos Namorados, os casais aproveitam para fazer valer essa máxima de uma forma mais especial, saindo para jantar, numa refeição que se quer particularmente romântica. Assim sendo, este dia é particularmente importante para o sector da restauração, que prepara ementas especiais, uma decoração mais requintada e algumas surpresas, sempre com a intenção de tornar mais romântico aquele que, de outra forma, seria um jantar normal. trIbUNA dAS IlhAS esteve à conversa com os responsáveis de alguns restaurantes e hotéis da ilha, e foi saber como se preparam para o dia mais romântico do ano. Marla Pinheiro g Adriano Comba, proprietário do restaurante Bela Vista, espera uma grande afluência neste dia, à semelhança dos restantes anos. Como tal, há que preparar a sala, enfeitando-a a rigor, e providenciar uma ementa especial. Também José Humberto Rodrigues, do restaurante Mini Mar, entende que é importante caprichar na decoração, onde as velas são presença obrigatória. Quanto à ementa, neste dia mantém-se a mesma, da qual os clientes habituais já há muito escolheram os seus pratos da eleição. Neste dia, o que verdadeiramente muda é a disposição das mesas no restaurante. As mesas para grupos raramente são requisitadas já que, neste dia, os clientes querem, regra geral, um jantar a dois. No Cagarro, a uma ementa especial junta-se música ao vivo, na esperança de garantir a enchente habitual. Maria do Carmo, do restaurante Ponta Furada, explica que, por esta altura, há que preparar uma ementa especial, e enfeitar a sala a rigor. “Neste dia tentamos sempre dar o nosso melhor”, explica. Nos tempos que correm, a importância de um esforço acrescido é ainda maior, uma vez que a crise promete tirar muitos clientes dos restaurantes. O Dia dos Namorados é um dia especial, mas mesmo assim Maria do Carmo entende que já se sentem os efeitos da crise: “este ano, por comparação com o ano passado e em termos de reservas, sentimos o negócio um pouco mais fraco, para já”. No Hotel Horta, o Dia dos Namorados é celebrado com uma ementa especial, onde não falta marisco e, para sobremesa, muito chocolate. Quem desejar, poderá complementar o jantar com uma noite de alojamento, num pacote pre-

parado especialmente para este dia. No Faial Resort Hotel os casais são convidados a namorar à luz das velas, num jantar buffet com animação musical ao vivo, onde não faltará espumante, outro ‘habitué’ dos jantares românticos. Entre os casais será sorteada uma estadia de duas noites no hotel, com direito a pequenoalmoço, uso completo do Health Club e uma massagem especial. De acordo com José Fontes, as expectativas de negócio para o Dia dos Namorados são boas, no entanto as dificuldades dos tempos que correm não podem ser ignoradas: “sabemos que nesta altura as pessoas fazem cortes em todas as despesas, e os jantares fora são das primeiras coisas a serem cortadas”, refere. Na freguesia dos Cedros, o restaurante O Esconderijo tem algumas das características ideais para um bom jantar romântico. Num local idílico, reservado, e com uma capacidade que não vai além das 22 pessoas, a uma semana do Dia dos Namorados Frank Laubhuber, o homem que comanda a cozinha, contou ao TRiBUNA DAS iLHAS que a lotação já estava praticamente esgotada. Para mimar os casais que escolhem O Esconderijo para o jantar mais romântico do ano, os proprietários decidiram presenteá-los com um cocktail especial e ainda com próteas. A isto, junta-se aquilo com que podem contar todo o ano: sabores diferentes do habitual e uma recepção bastante simpática e acolhedora, como garante Frank. Também no restaurante Barão Palace o Dia dos Namorados é preparado com cuidado especial. De acordo com José Matos, a ementa inclui pratos pensados para celebrar o amor: sabores tropicais, saladas com pétalas de flores e, claro, o “ícone” gastronómico do dia, morangos com

chocolate. Os sabores especiais são complementados com música e dança ao vivo e, para fazer cumprir o que já é tradição no Barão Palace, José Matos não deixa ficar mal os homens mais distraídos, que se esqueceram de providenciar uma flor para a sua flor. Para José Matos, um dos aspectos que merece destaque no que diz respeito às comemorações do Dia dos Namorados é o facto deste não escolher idades: “não são apenas casais jovens que cá vêem celebrar a data, mas também casais de ‘namorados’ de longa data, juntos há 30 ou 40 anos”, refere. Em relação à actual situação económica, José Matos entende que o Dia dos Namorados é imune à crise: “os românticos não deixam as namoradas em casa neste dia”, diz, em timbre de brincadeira. No entanto, passando os olhos pela lista das reservas do Barão Palace para esse dia, a verdade é que, regra geral, são elas a tomar a iniciativa e a reservar o restaurante. No Hotel do Canal, o cenário é um pouco diferente. De acordo com Arlene Nazaré, são eles quem, regra geral, faz a reserva para este dia especial. Para o Dia dos Namorados, esta unidade hoteleira preparou um pacote especial, com o intuito de fazer as delícias dos apaixonados, e assim dinamizar o negócio em tempo de época baixa. Um jantar a dois no restaurante do hotel, à luz das velas e com uma aula de danças de salão incluída, é uma das opções, que no entanto pode ser complementada com uma noite de alojamento, com direito a pequeno-almoço no quarto ou no restaurante, uma sessão dupla de massagens, sauna, banho turco e jacuzzi, e ainda um presente surpresa, providenciado pelo hotel, para o casal trocar entre si. Segundo Arlene, a adesão dos faialenses a este programa está a ser “bastante positiva”

“Este ano os pacotes estão a ser muito procurados, apesar da crise. Quando é para namorar vale tudo”, constata, em tom brincalhão. AlIMeNtAr O AMOr A gastronomia e o amor têm uma relação complexa, que pode ser mais ou menos valorizada, de acordo com a opinião de cada um, mas que não pode nunca ser negada. Há quem diga que, da mesma forma que a comida é o alimento do corpo, o amor é o alimento da alma, e é ponto assente que uma das melhores estratégias para chegar ao coração de um homem é pelo estômago. Para José Cid, resultavam as favas com chouriço, como diz a célebre canção, no entanto gostos não se discutem e os pratos preferidos de alguns podem muito bem levar outros a torcer o nariz. No entanto, existem alimentos mais susceptíveis de falar ao coração. São os chamados afrodisíacos, que herdaram o nome de Afrodite, deusa grega do amor e da sedução. Estes alimentos, dos quais se diz aumentarem o apetite e a capacidade sexual, devem essas características a alguns dos seus componentes, ou apenas a lendas ou mitos a eles associados. As ostras, por exemplo, rainhas da cozinha afrodisíaca, devem este título à quantidade de zinco que possuem, que contribui para o aumento da produção de testosterona. O mel, para além de possuir alguns elementos químicos que fazem dele um afrodisíaco, é conhecido como o néctar de Afrodite. O álcool, pela desinibição que causa, é também considerado um importante afrodisíaco, com destaque para o vinho e para o champanhe, à semelhança do que acontece com os alimentos que estimulam a corrente sanguínea, como os espar-

gos. Reza a história que a marquesa de Pompadour inventou uma sopa de aipo para estimular Luís XV, numa altura em que o fogo da paixão estava reduzido a débeis cinzas. As especiarias e os temperos, com destaque para as pimentas, são tradicionalmente afrodisíacos em muitas culturas. Açafrão, anis, estragão, gengibre ou hortelã são outros exemplos conhecidos pelas suas propriedades afrodisíacas. O manjericão, por exemplo, é associado na cultura haitiana à paixão e à fecundidade. Em relação aos frutos, os morangos e as framboesas são as mais óbvias associações entre a gastronomia e o amor. No entanto, muitos frutos tropicais, como a manga ou o abacate, são considerados afrodisíacos. O coco, a tâmara ou a romã também se incluem nesta lista, onde não pode faltar a maçã, símbolo da tentação. Outro dos alimentos que se diz capaz de despertar paixões é o chocolate. Bebida sagrada dos aztecas, o chocolate era associado à deusa da fertilidade, bebido pelos guerreiros para ganharem energia para a guerra. Principalmente na Europa, acabou por tornar-se uma importante arma nos rituais românticos de cortejar. Muitos acreditam que não há mulher que não ceda a uma caixa de bons chocolates. Há ainda quem acredite que não existem pratos afrodisíacos, e que qualquer prato, desde que seja saboroso e bem apresentado, reúne potencialidades para despertar bons sentimentos. E ninguém será certamente imune a um bom jantar, num ambiente agradável, partilhado com a pessoa certa. Até porque, ostras, morangos, chocolates e champanhe à parte, como refere a escritora chilena isabel Allende, “o único afrodisíaco realmente infalível é o amor”.


opinião

Tribuna das Ilhas

4 de FeVereIrO de 2O11

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a estratégia Chinesa, a nu! Paulo Oliveira NO ÚltIMO ArtIGO, reFerI QUe: “A China compra mil e cem milhões de euros da dívida portuguesa... A TROCO da parceria em empresas e bancos portugueses, e, como qualquer sócio que compra acções de uma “empresa”, quer mandar e dirigir os destinos dessa empresa: Portugal.” Hoje, vou desenvolver um pouco mais este tema, tentando “pôr a nu” a Estratégia Chinesa, que é a mesma dos grandes lobbies económicos, que não descansam enquanto não “limpam” o mercado, para depois se governarem, a seu belo prazer. NO FAIAl Certamente, todos os Faialenses se lembram do dia 21 de Novembro de 1998, em que ocorreu uma “revolução” que marcou definitivamente o comércio tradicional, designadamente, o alimentar. Abriu o Hiper há muito desejado e reclamado pela grande maioria dos faialenses., que apelidavam os nossos comerciantes de gananciosos, de “ladrões”, de “parados no tempo”, de... inimigos do povo! Fechou o Super Soares, e, mais tarde, o Super Primavera, ficando as restantes mercearias desertas. Passada a exuberância dos primeiros dias e meses, o que poderemos dizer, passados alguns anos. Primeiro injectaram o mercado com preços baixos, e, hoje, põe e dispõem da bolsa dos faialenses, uma vez que detêm o mercado, quase em regime de monopólio.

Será que o Faial ficou a ganhar em postos de trabalho? Não. Nem em número, e muito menos em segurança, uma vez que os antigos trabalhadores do quadro, deram lugar a contratos em part-time. Será que o Faial ficou a ganhar em preço? De início, sim, mas foi “engodo” de pouca dura. Será que o Faial ficou a ganhar em qualidade do produto? Se não se recordam do “antes”, e se não o conseguirem discernir ao percorrer os apertados corredores do “presente”, basta irem ao nosso Mercado ou à Madalena, e compararem a relação preço / qualidade. Hoje, os Faialenses voltam a procurar as “nossas” mercearias e supers, e reclamam mais concorrência, melhor preço, e mais qualidade. Será caso para voltar a perguntar, quem são “hoje” os verdadeiros gananciosos, “ladrões” e... inimigos do povo? eM POrtUGAl Há uma década, Portugal dava cartas em produção têxtil e em calçado, para já não falar na cortiça, no vinho, no leite, nas pescas... Hoje, as fábricas foram deslocalizadas para a Ásia, face à concorrência desleal da mão de obra paga a “grão de arroz” (sem salários mínimos, sem 13º mês, sem férias, sem subsídio de Férias, sem horários de trabalho, sem seguros nem segurança social, e demais subsídios e regalias que nós tanto prezamos... para nós, claro!). Onde “ontem” se percorria Portugal e se via a pujança da força da produção do vestuário e calçado, designadamente, no Vale do Ave (Porto / Braga /

Guimarães), “Hoje “vêem-se as fábricas fechadas, abandonadas, vandalizadas e... milhares de desempregados. Será que os portugueses ficaram a ganhar? De início, talvez, com o deslumbramento do império do Sol Nascente, que depressa se pôs, deixando o pais às escuras. Será que os portugueses ficaram a ganhar em qualidade do produto? O baixo preço nivelou a qualidade por baixo, com produtos de “usar e deitar fora”, que engrossam a reciclagem. Será que Portugal ficou a ganhar ao abrir as portas à invasão chinesa? Perdeu empresários e trabalhadores portugueses que engrossaram as filas do desemprego e do estado social, e, consequentemente, perdeu receitas dos impostos e aumentou a despesa com mais subsídios. E agora, o que fazer? O Governo da República apela à produção nacional e às exportações. Com que fábricas, com que empresários, com que equipamentos, com que trabalhadores, pergunto eu? O Governo Regional apela à preferência dos açorianos pelo que é nosso... Só agora, depois de adjudicar a Reconstrução e as Scuts a empresas exteriores... (mas isto abordarei noutro artigo). eStrAtÉGIA ChINeSA E aqui vem ao de cima a verdadeira estratégia chinesa. O principal objectivo da China, ao mandar por esse mundo fora os seus “exércitos” de comerciantes a soldo, não é a venda dos seus produtos a baixo preço, não é arranjar emprego para a sua população excedentária,

muito menos oferecer algo de bom a esses países e povos, ávidos de fazerem “negócios da china”. Os seus verdadeiros objectivos, que levaram anos a revelarem-se e a serem assimilados por países e povos, poderão resumir-se a três: Primeiro: destruir a força produtiva da concorrência e aniquilar a economia; Segundo: Adquirir dívidas de países, Know-how e fábricas por “tuta e meia”; Terceiro: Ficarem com o monopólio dos mercados, impondo os seus produtos, de baixa qualidade a alto preço. Este último e derradeiro objectivo de lucro final, após um “investimento” inicial, já pode ser confirmado nas lojas chinesas, que já vendem o produto chinês de inferior qualidade mais caro do que o produto nacional, de superior qualidade, à venda no comércio tradicional. SOS É neste quadro de desespero que Portugal procura reagir, apelando à produção, ao investimento, ao emprego, à preferência nacional, e à... exportação. O motor da economia Portuguesa está “moribundo”, e agora tenta arrancar a frio..., mas está gripado! Se é verdade que a base exportadora tem vindo a recuperar e a diversificar mercados, também é verdade que, hoje, Portugal não tem a antiga capacidade de produção, para satisfazer todas as encomendas. Hoje, verifica-se em Portugal uma procura maior do que a oferta, e porquê? Porque foram encerradas centenas

Parva Que Sou! jorge Costa Pereira "Sou da geração sem remuneração e não me incomoda esta condição. Que parva que eu sou! Porque isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar. Que parva que eu sou! E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar. Sou da geração ‘casinha dos pais’, se já tenho tudo, pra quê querer mais? Que parva que eu sou Filhos, maridos, estou sempre a adiar e ainda me falta o carro pagar Que parva que eu sou! E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar. Sou da geração ‘vou queixar-me

pra quê?’ Há alguém bem pior do que eu na TV. Que parva que eu sou! Sou da geração ‘eu já não posso mais!’ que esta situação dura há tempo demais E parva não sou! E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar." É esta a letra da nova música dos Deolinda, da autoria de Pedro da Silva Martins, e que em poucos dias se transformou num enorme fenómeno de popularidade. É fácil perceber a adesão, sobretudo dos jovens, a este tema, e que é sublinhada pelas palmas espontâneas que intercalam a actuação da vocalista Ana Bacalhau (ver o vídeo da música em http://www.youtube.com /watch?v=f8lo82tXbWU), e pelo êxito que o mesmo tem tido nas redes sociais da internet. De uma forma directa, simples, sem rodeios, e sublinhada por uma música apropriada, "Parva que sou"

fala do que a maioria dos jovens sente e sobre o que eles passam hoje para poderem ter uma vida própria. Nessa medida, esta música é o retrato de uma geração. Uma geração desencantada com o investimento que fez nos seus estudos e do qual sente que verdadeiramente não foi compensada (que mundo tão parvo/ onde para ser escravo é preciso estudar). Uma geração vítima do endeusamento da flexibilidade laboral, da precariedade e dos esquemas para ocupar os jovens a troco de remunerações reduzidas (já é uma sorte eu poder estagiar). Uma geração que, por isso, vive até cada vez mais tarde dependente material e financeiramente dos seus pais (Sou da geração ‘casinha dos pais’,/se já tenho tudo, pra quê querer mais?). Uma geração que adia até cada vez mais tarde a assumpção de compromissos pessoais e afectivos e a decisão de constituir família (Filhos, maridos, estou sempre a adiar). O êxito desta canção está, assim, na sua força em abordar os problemas reais, concretos, vivenciais da geração daqueles que terão menos de 30 anos e que vivem quotidianamen-

te a angústia da precariedade, do desemprego, da exploração laboral e da decepção em relação às expectativas que para si próprios criaram, muitas vezes com o estímulo do mesmo Estado que agora lhes falta. E o drama é que as perspectivas de futuro não são entusiasmantes. Como escreveu José Manuel Fernandes no Jornal Público de 4 de Fevereiro passado, "...a minha geração viveu e vive muito melhor do que a dos seus pais. E eles já viveram melhor do que os pais deles. Mas quando olho para a geração dos meus filhos, e dos que são mais novos do que eles, sinto, sei, que já não vai ser assim. E não vai ser assim porque nós estragámos tudo – ou ajudámos a estragar tudo. Talvez aqueles que são um bocadinho mais velhos do que eu, os verdadeiros herdeiros da “geração de 60”, os que ocuparam o grosso dos lugares do poder nas últimas três décadas, tenham um bocado mais de responsabilidade. Mas ninguém duvide que o futuro que estamos a deixar aos mais novos é muito pouco apetecível. E que o seu presente já é, em muitos aspectos, insuportável. Começámos por lhes chamar a

de fábricas em Portugal, que hoje não se conseguem reactivar. Porque milhares de trabalhadores qualificados emigraram, deixando para trás um pais à beira de um ataque de nervos, e cada vez mais pobre. Hoje, as fábricas têm encomendas, mas não conseguem satisfazê-las, por falta de capital e equipamentos, por falta de trabalhadores qualificados e, mais grave, por falta de matéria prima nacional (a que existe é chinesa, sem qualidade e exageradamente cara). Hoje, as lojas nacionais querem produto para vender, e não há quem o fabrique e forneça, em condições concorrenciais. Soluções, para a saída da crise: Mais emprego, com mais incentivos ao investimento nacional. Mais produção, que terá de contar com a preferência dos portugueses, daí as campanhas “Made in Portugal” e “Compro o que é nosso” da AEP – Associação Empresarial de Portugal. Mais exportação, única forma de voltar a fazer entrar dinheiro em Portugal, para podermos pagar o que “devemos” ao exterior. Mais economia, que origina mais receita do trabalho e menores custos sociais do desemprego. Em resumo: Mais Trabalho e Maior consciência nacional, darão, sem dúvida, maior riqueza e mais qualidade de vida para todos nós. Assim o queira o povo português..., o açoriano..., e o faialense! Sim, porque esta é uma tarefa de todos, sem excepção! Contributos, para po.acp@mail.telepac.pt

“geração 500 euros”, pois eram licenciados e muitos não conseguiam empregos senão no limiar do salário mínimo. Agora é ainda pior. Quase um em cada quatro pura e simplesmente não encontram emprego (mais de 30 por cento se tiverem um curso superior). Dos que encontram, muitos estão em “call centers”, em caixas de supermercados, ao volante de táxis, até com uma esfregona e um balde nas mãos apesar de terem andado pela Universidade e terem um “canudo”. Pagam-lhes contra recibos verdes e, agora, o Estado ainda lhes vai aplicar uma taxa maior sobre esse muito pouco que recebem. (...) É a geração espoliada. A geração que espoliámos. (...)". Por isso, o grito desta canção expressa um sentimento colectivo: Sou da geração ‘eu já não posso mais!’/que esta situação dura há tempo demais. Que os responsáveis políticos percebam a mensagem! E que compreendam que os limites estão a atingir-se. E que se impõe, com urgência, na vida, na política e no mercado de trabalho, o regresso da Ética! E "Parva que sou" que nunca o seja por ter estudado! Nem ontem, nem hoje, nem amanhã! 07.02.2011


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NOtíCIAS

11 de FeVereIrO de 2O11

Tribuna das Ilhas

Parque natural do faial lança newsletter bimensal

transporte marítimo no triângulo na mira do PSd DR

g O Ano internacional das Florestas, que se celebra em 2011 por iniciativa da Organização das Nações Unidas, é o principal destaque da primeira newsletter do Parque Natural do Faial, uma iniciativa que terá periodicidade bimensal. Segundo adianta aquela publicação, o subtema para este ano internacional denomina-se “Floresta para o Povo”, tendo sido definido como objectivo central a sensibilização da população para o papel que as florestas desempenham no desenvolvimento sustentável. Esta newsletter dá também especial relevo à exposição “Evolução: Resposta a um planeta em Mudança”, que está patente ao público, até final de Abril, no Centro de interpretação do Vulcão dos Capelinhos. A história do planeta Terra, os aspectos relacionados com a sua formação geológica, o aparecimento dos primeiros organismos e o seu impacto no meio ambiente são algumas das “leituras” que proporcio-

g A líder do PSD/Açores defendeu a criação de um modelo “fiável” de transporte marítimo entre as ilhas do Triângulo, considerando que é necessário um sistema que sirva de forma “adequada” para passageiros e carga. Em declarações aos jornalistas, após uma reunião com a direção do Núcleo Empresarial da ilha de São Jorge, Berta Cabral afirmou que o transporte marítimo entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge necessita de “navios adequados, horários adequados e frequências adequadas”. nam esta mostra, que é uma iniciativa do Governo dos Açores em colaboração com o Centro de Ciência Viva de Estremoz e o Centro de Ciência de Lagoa – Expolab. Sob o título “Parque Aberto”, a publicação dá conta também das várias iniciativas gratuitas, que decorrem desde Novembro até Março próximo, com o intuito de aproximar a população das várias

A líder social-democrata salientou que a rapidez não é o mais importante nas ligações marítimas no Triângulo, mas sim a existência de transportes “fiáveis e flexíveis”, que conciliem o transporte de passageiros e carga. Relativamente ao sector do turismo do Triângulo, a presidente do PSD/Açores defendeu uma “promoção orientada para estas três ilhas”, alegando que a campanha “Voo incluído” ou as passagens promocionais “não resolvem o problema” de captação de turistas na época baixa. DR

valência do Parque Natural do Faial. “Convenção Ramsar celebra 40 anos”, “Conheça o Parque: Vigilantes da Natureza”, “Dicas Ambientais”, “Agenda” e “Conheça a Nossa Loja” são outros dos títulos desta primeira edição, que faz igualmente referência à Semana de Redução de Resíduos nos Açores, que decorreu de 22 a 26 de Novembro.

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Desporto

Tribuna das Ilhas

11 de FeVereIrO de 2O1O

anDebol - campeonato nacional

Sporting da Horta recebe aBC

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BaByBaSket - promover a prática de jogos e “brincadeiras”

DR

tAçA de POrtUGAl No passado fim-de-semana, o SCH não conseguiu superar a prova de fogo que separava a equipa da Final Four da Taça de Portugal. A jogar no Dragão frente aos campeões nacionais, os pupilos de Filipe Duque sucumbiram à superioridade do adversário, e perderam por 35-27. A Final Four da Taça de Portugal joga-se em Maio próximo, em Tavira, e será disputada pelo Porto, Benfica, Madeira SAD e Belenenses.

g Depois da derrota no Dragão do passado fim-de-semana, que ditou a eliminação dos faialenses da Taça de Portugal, o Sporting da Horta procura agora agarrar o sexto lugar da tabela classificativa do campeonato nacional. Este sábado, o clube recebe no Pavilhão da Horta o ABC Braga, que ocupa o segundo lugar da classificação. Na sétima posição, com 33 pontos e a 3 do sexto classificado – o Águas Santas , os faialenses estão determinados em alcançar os seis primeiros.

Futebol – campeonato Da aFH

Futsal – campeonato Da aFH

discussão pelo título ainda não acabou

flamengos bate atlético na segunda jornada

g Com a recepção do líder, Fayal, ao último classificado, Feteira, a quatro jornadas do fim do campeonato da Associação de Futebol da Horta, a festa do título podia fazer-se já no passado fim-de-semana. No entanto, os Verdes não foram além de um empate sem golos com a equipa das Canadinhas.

g No passado fim-de- surpreendido pelo semana, o Atlético, Flamengos, que vencampeão em título, foi ceu o encontro entre as duas equipas por 3-2. Este sábado, joga-se a terceira jornada do Futebol da Horta, com campeonato de futsal o Fayal a defrontar o da Associação de Atlético.

g No fim-de-semana 29 e 30 de Janeiro, decorreu na Baía de Vila Franca do Campo, São Miguel, a 3ª Prova do Campeonato Regional 20102011 dos escalões Juvenis e Juniores. A prova integrada no Calendário Provas Oficiais – Época 2010-2011, envolveu 65 velejadores distribuídos por 4 Classes de embarcações, Optimist, Laser 4.7, 420 e L’equipe em representação de sete Clubes de seis ilhas do Arquipélago dos Açores, de entre eles os velejadores do Clube Naval da Horta.

No outro jogo da jornada, o Flamengos, segundo classificado, ganhou ao Cedrense por 3-0, mantendo assim a discussão do campeonato em aberto por mais uma jornada. Este domingo, o Fayal joga nos Cedros, enquanto que o Flamengos vai ao Pico defrontar o Lajense.

3ª PCr de vela Ligeira O fim-de-semana foi marcado por condições de mar e vento excepcionais para a realização de uma prova com as características que o Campeonato Regional Juvenil e Júnior apresentam. Vento do quadrante Norte com velocidades compreendidas entre os 15 e os 20 nós e mar com pequena ondulação, permitiram realizar todas as 6 regatas previstas no

King

vitória feminina na última jornada g Na passada segunda-feira, foram elas a dar cartas no campeonato de King. Lúcia Serpa foi a melhor da jornada, e sagrou-se vencedora, partilhando o pódio com Fernando Campos e luís Sousa. Feitas as contas à classificação geral, Carlos Vilela segue em primeiro lugar, seguido de Ruben Oliveira e de João Luís.

1.ª prova do troféu de Carnaval em mini veleiros g Está marcada para o próximo dia 13 de Fevereiro, a primeira prova do Troféu de Carnaval de Mini-Veleiros. De acordo com a secção, a prova disputar-se-á das 15h00 às 18h00.

Anúncio de Regatas. É de salientar que na Classe Optimist os dois primeiros lugares do pódio foram alcançados por duas velejadoras, Catarina Ramos do Clube Naval de Ponta Delgada e Ana Melo do Clube anfitrião, Clube Naval de Vila Franca do Campo. Nas restantes Classes, Nuno Silva e Alexandra Gonçalves do Clube Naval

da Horta venceram na Classe 420, o velejador Miguel Moreira do Clube Naval de Ponta Delgada venceu na Classe Laser 4.7 e na Classe L’equipe houve empate entre a dupla de velejadores José Azevedo e igor Silveira do Clube Naval da Madalena e a dupla de velejadores do Clube Naval de São Roque do Pico, Diogo Dart e Cláudia Correia.

Prática do voleibol cresce nos açores g O voleibol é uma modalidade desportiva em ascensão nos Açores, segundo dados revelados na cimeira da modalidade, que reuniu a Direcção Regional do Desporto com as associações de todas as ilhas dos Açores, com excepção do Corvo. No balanço feito à situação da modalidade em 2010, concluiu-se que apresenta um crescimento global nos diferentes indicadores de prática desportiva, com 2.876 praticantes, distribuídos por 28 clubes e enquadrados em 221 equipas, que realizaram 1.817 jogos de carácter local. Existem, ainda, 148 treinadores, 88 árbitros, dos quais oito são de nível nacional, e um de nível internacional, e 104 dirigentes. Foram ainda apresentados e apreciados os impactos previsíveis na vida associativa, resultantes da implementação de um conjunto de medidas excepcionais de conten-

ção orçamental para o ano de 2011, que as associações compreenderam. Finalmente e neste contexto, foi discutido e aprovado, de forma consensual pelas partes envolvidas, o modelo de organização das provas regionais e participações nacionais daí decorrentes, relativas a cinco escalões etários de ambos os sexos, a realizar no ano de 2011, tendo sido determinado nos termos da legislação em vigor um apoio no valor global máximo de perto de 475 mil euros. Esta verba, constante do contrato-programa de desenvolvimento assinado na cimeira, compreende cerca de 377 mil euros para a actividade regional, 72.200 para a actividade nacional e 25.500 para a arbitragem regional. Estes valores representam um decréscimo de 5,5% em relação ao valor concedido no ano anterior.

http://faialbasket.blogspot.co

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lídia Neves é licenciada em Ciências do Desporto - Menção Educação Física e Desporto Escolar, com especialização em basquetebol, pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa. É professora de Educação Física do Quadro de Nomeação Definitiva da Escola Secundária Manuel de Arriaga e está no ensino há 11 anos. É também treinadora e jogadora de basquetebol. integra nesta época desportiva, o plantel da equipa sénior do Fayal Sport Club, como jogadora, que irá participar no Campeonato Nacional da 2ª divisão feminina - Série Açores. O Fayal Sport Club iniciou nesta época desportiva a actividade designada de Babybasket, destinada às crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 5 anos. Conversámos com a responsável pelo Babybasket no Fayal - treinadora ilídia Neves - e procurámos conhecer o seu desenvolvimento, perspectivas de continuidade, evolução e formação futura. Como é que está a decorrer o Babybasket? A actividade está a decorrer muito bem, apesar de ser também uma nova experiência para mim. Neste momento, o grupo é constituído por 7 crianças, com as idades de 3 e 4 anos. É um constante desafio trabalhar com uma faixa etária tão baixa, procurando realizar exercícios e jogos variados que estimulem e motivem à sua participação e, que exijam concentração e atenção. QUAIS SãO OS ObjeCtIVOS dA ACtIVIdAde? Os objectivos da actividade são promover a prática de jogos e “brincadeiras”, adequados à faixa etária em questão, que abordem os fundamentos específicos do basquetebol e que desenvolvam o gosto pela modalidade. Em termos de conteúdos, são realizados variados jogos recreativos que exijam corridas com fintas, mudanças de velocidade e de direcção, ocupação racional do espaço, orientação espacial, equilíbrios e deslocamentos e, realização de perícias e manipulações de bola. Tudo isto, num ambiente que proporcione à criança horas de alegria e diversão ajudando-a a crescer de forma feliz e saudável. Acha que iniciar esta actividade para crianças com idades entre os 3 e os 5 anos pode promover a criar o gosto pelo basquetebol? Penso que certamente será importante para criar gosto pela modalidade. Na minha opinião, acima de tudo, devemos proporcionar experiências variadas e estimulantes que enriqueçam a criança em termos de repertório motor e, promovam o desenvolvimento da relação e convivência em grupo. O Babybasket tem condições para continuar a desenvolver-se e a crescer? Claro que sim! Temos todas as condições para que isso aconteça!


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opinião

Tribuna das Ilhas

retalHos Da nossa História – Xcv

no Centenário da república Portuguesa (25) Fernando Faria

30. GOVerNAdOr

ÁlVArO SOAreS de MelO

A

imparável sucessão de Ministérios que caracterizou toda a i República Portuguesa teve como natural consequência serem muitos os governadores civis que, nos distritos do Continente e nos dos Açores e da Madeira, representaram esse volátil poder político nacional. Com a demissão do Governo de Ginestal Machado, sucedeu-lhe, em 12 de Dezembro de 1923, o Ministério de Álvaro de Castro. A confiar no jornal O Telégrafo, então afecto ao poderoso médico e político Dr. Manuel Francisco Neves Júnior, este havia sido “novamente instado para assumir as funções de governador civil do distrito da Horta, e, no caso de não aceitar, fora “ainda consultado sobre a nomeação do sr. Major Álvaro de Melo”. A esta questão, acrescentava aquele diário faialense, “consta-nos ter sido respondido que o nome do ilustre oficial se impunha para o referido cargo” . Seja como for, o certo é que, a 9 de Janeiro de 1924, o major Álvaro Soares de Melo foi empossado na chefia do distrito, correspondendo assim ao convite que seis dias antes lhe havia feito o ministro do interior, coronel Alfredo de Sá Cardoso. Aquele acto foi testemunhado por “grande número de amigos e admiradores do distinto oficial”, o qual, discursando na ocasião, garantiu que “havia de se esforçar tudo quanto pudesse em

prol da nossa terra”2 Não deve ter sido fácil a governação de Álvaro Melo, já que foi coincidente com o recrudescimento da luta partidária local, reflexo da crescente fragmentação das forças políticas nacionais. Assim, ao passo que os dissidentes nacionalistas de Álvaro de Castro formavam em Lisboa um novo partido denominado Acção Republicana, os seus congéneres faialenses optavam pela constituição do Partido Regionalista do Distrito da Horta. A acção do novo governador civil, a avaliar pelas informações da imprensa da época, foi completamente subalternizada pela organização daquela nova força política e, depois, pela intensa rivalidade que a opôs aos democráticos locais, acantonados no “velho” Partido Republicano Português. Desde o começo de Janeiro de 1924 e pelos anos seguintes – mesmo já depois da Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926 – a luta política no distrito da Horta seria popularmente resumida entre os partidários do Dr. Neves (os regionalistas, que tinham O Telégrafo como seu incondicional baluarte) e os partidários dos Peixotos (os democráticos, liderados pelo Dr. Manuel José da Silva e cujo porta-voz era O Fayalense). Se na vertente política se assistiu a esta profunda divisão, já no que respeita a abastecimentos e subsistências, à importação de cereais e à contenção de preços dos bens essenciais, não houve solução de continuidade. Pelo que se conseguiu apurar, o governador Álvaro Melo ter-se-á mantido equidistante das querelas partidárias – ao contrário de outras autoridades locais, caso do presidente da Câmara Municipal, Pedro Maria Lecoq, que integrou a comissão distrital dos regionalistas - até que em Abril de 1924, deve ter pedido a demissão, embora a imprensa local apenas noticie que “por impedimento do exmo. governador civil da Horta, acha-se desempenhando

aquelas funções o sr. secretário - geral Visconde de Leite Perry”3. É este que ocupa aquele cargo quando, em 15 de Junho, ocorre um dos momentos altos de afirmação dos regionalistas com a visita de um destacado grupo de personalidades continentais que ficou também conhecido por Missão intelectual e que, com subtil ironia, foi duramente causticada por António Baptista numa série de artigos intitulados “A Verdade Vence” inseridos no semanário O Fayalense e, posteriormente publicados em livro. E é ainda Leite Perry, “actual governador civil”, que a 6 de Julho recebe o telegrama de agradecimento de Sá Cardoso, titular da pasta do interior do “Ministério demitido”. Todavia, e a provar a confusão política e administrativa provocada pela constante sucessão de governos, informava O Telégrafo em 14 de Julho que continuava “no desempenho das funções de governador civil deste distrito o exmo. Major Álvaro Soares de Melo, em consequência de não ter sido aceite o seu pedido de demissão”. A constituição do Governo de Rodrigues Gaspar veio pôr termo a esta indefinição, uma vez que em Agosto foram nomeados governadores civis efectivo e substituto do distrito da Horta o médico Dr. Joaquim Gualberto da

Cunha Melo e José inácio Garcia de Lemos, professor da Escola Primária Superior, ambos partidários dos democráticos e, naturalmente, contrários aos regionalistas. Entretanto, a acção política de Álvaro Soares de Melo iria prosseguir nos tempos da Ditadura e do Estado Novo. Foi presidente da Junta Geral do Distrito da Horta em 1928 e 1932-33; presidente da Câmara Municipal da Horta de 1938 a 1941 e governador civil substituto de 1953 até à sua morte em 1963. Militar de carreira, ingressou na Escola do Exército em 1899 e teve as seguintes promoções: aspirante (1901), alferes (1902), tenente (1906), capitão (1913), major (1918), tenente-coronel (1928) e coronel (1933). Prestou serviço em várias unidades militares da Arma de infantaria e, em 1918, sendo já major, integrou o Corpo Expedicionário Português em França durante a i Guerra Mundial. Prestou serviço em várias unidades, tendo sido comandante de Batalhão no Regimento de infantaria 22 e também no Regimento de infantaria 25; em 1931 era comandante do Batalhão de infantaria da Horta e, a partir de 1933, cumulativamente comandante militar do Faial. Dedicou-se ainda a actividades desportivas, agrárias e filantrópicas, havendo exercido, entre outros, os cargos de presidente da direcção do Sporting Club da Horta (1923-1927), presidente do Grémio da Lavoura (1947-1951) e presidente da Comissão de Assistência (1948). iniciado na maçonaria em 1924 na loja “Amor da Pátria”, adoptou o nome simbólico de “Mousinho”. Natural de São Roque, Pico, nasceu a 31 de Janeiro de 1879 e faleceu na Horta, Faial, no dia12 de Julho de 1963. 1 2

“O Telégrafo” de 4.1.1924, p.1 Idem, de 9.1.1924 e “A Democracia”, de 10.1.1924 3 “O Telégrafo”, de 9.4.1924, p.2

De quanDo em vez… Santos Madruga

N

ão se trata do desabafo, “em surdina”, que ouvimos por aí! Referimo-nos ao saneamento que este jornal anuncia e que parece já estar em andamento. Pelo menos, nas boas intenções. Há alguns anos atrás, no troço situado entre as ruas, do Amor da Pátria e Dr. Freitas Pimentel, foram abertas enormes valas, a fim de serem colocadas as necessárias canalizações para o escoamento das águas provenientes das chuvas. Foram meses, os utilizados nesta obra. Nessa altura, os moradores estavam cientes que as aguas dos pátios e telhados que corriam para a via publica, e que eram canalizadas para uma vala junto das casas, feita sob os passeios, fossem encaminhadas

Saneamento!

que ainda existe, sob o passeio, e que ia desaguar no canto da rua de S.Paulo.

Kitty bale*

C

á, as festas foram boas, ou seja, foram mesmo deliciosas. Agora exibo a prova deste sucesso gastronómico com um traseiro ligeiramente alargado pela culinária do Grupo Central. Não é mistério nenhum eu ter trazido uns quilinhos a mais para São Miguel: no Pico e no Faial, come-se mesmo bem. Nada de comida de plástico produzida em massa com aditivos impronunciáveis: muitos produtos regionais são produtos artesanais elaborados segundo receitas tradicionais. Sabem a carinho e a natureza. A ilha do Pico parece um jardim gigante e está repleta de frutas até há sítios onde as laranjas apodrecem mesmo no chão, esquecidas. Nas Lajes do Pico, um comerciante local ficou surpreendido com o meu gosto pelos tamarillos - aliás tomates de árvore - da sua quinta. "Aqui, ninguém os quer", disse-me ele. Na inglaterra, onde vivi antes de chegar a Ponta Delgada, tamarillos são frutas exóticas, aliás caras. Lá também, lembro-me uma vez de ter pago uma pequena fortuna por uma fatia de queijo ilha branca da Graciosa: quis partilhar o sabor do arquipélago com os amigos e matar as saudades da minha terra adoptiva. Nas Comunidades, os produtos dos Açores são muito procurados e acarinhados. José emigrou para o Canadá há 25 anos mas ainda se delicia com uma 'laranjada da terra´ cada vez que volta. Entretanto lá, a sua cunhada canadiana Vicki faz uma viagem de duas horas até a loja onde pode comprar manteiga açoriana.

L

Por obras ali realizadas, cremos que, inadvertidamente, foi tapada, originando que essas águas fossem sendo infiltradas junto dos alicerces das casas adjacentes, com todo o rol de prejuízos que daí advém. Ultimamente, com as chuvas abundantes deste inverno, o problema tem-se agravado, originando inundações nas lojas, pois o escoamento atual é deficiente, dado que os passeios e a própria rua, ficam atulhados de água. Esperamos e solicitamos a boa atenção para este caso, confiantes que, com o novo saneamento, esta situação seja brevemente resolvida por quem de direito. para a vala existente no meio da rua. Tal não veio a suceder, apesar da deficiência da “valeta”que existia e

o garfo orgulhoso

Haja Saúde! 01fev2011

á fora - quer em Londres, Toronto ou apenas Lisboa - os produtos açorianos chegam a ser considerados gourmet mas cá, muitas vezes já não passamos cartão a eles. Enquanto o movimento 'slow food' e os produtos naturais ganham popularidade em países já fartos de comida pré-preparada, mais açorianos optam pela obesidade de pacote promovida pelas refeições prontas e os estabelecimentos de restauração rápida. Numa altura de crise, que tal nós por cá ajudarmos a nossa algibeira, a nossa saúde e a economia regional comendo o que é nosso? Além disso, lá fora, os tesouros culinários açorianos podem ser uma forma saborosa de colocar a região no mapa... (quazorean@gmail.com) *Jornalista


publiciDaDe

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anÚnCio de aviSo de aBertura nº6 obJectivo Do aviso De abertura O presente aviso de abertura destina-se à apresentação de pedidos de apoio às Medidas 3.1.DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA E CRIAÇÃO DE EMPREGO EM MEIO RURAL e 3.2.MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA NAS ZONAS RURAIS, no âmbito do EIXO 3 - MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA NAS ZONAS RURAIS, do PRORURAL, do Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma dos Açores (PRORURAL), na sequência de alterações introduzidas à Norma de Procedimentos da ADELIAÇOR e respectivos Anexos (I e II), aprovadas em 04 de Fevereiro de 2011. prioriDaDes Do aviso De abertura 1 - Os pedidos de apoio apresentados deverão enquadrarse na Estratégia Local de Desenvolvimento (ELD) da ADELIAÇOR, para o seu Território de Intervenção, a qual se consubstancia no Reforço da Competitividade, Coesão, Inovação e Capacitação Territorial. 2 – Os pedidos de apoio apresentados deverão ir ao encontro dos seguintes objectivos específicos definidos no âmbito da ELD: l Diversificar e valorizar os produtos e recursos locais l Promover a diversificação integrada de actividades l Redesenhar e organizar a oferta turística l Reforçar a capacitação das pessoas e do território l Promover a articulação territorial e equidade social l Valorizar o património edificado, cultural e natural l Qualificar o potencial humano legislação e normas aplicÁveis 1 Regulamento de Aplicação das Medidas 3.1. Diversificação da Economia e Criação de Emprego em Meio Rural e 3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais, do EIXO 3 Qualidade de Vida nas Zonas Rurais e Diversificação da Economia, do PRORURAL, aprovado pela Portaria nº21/2009, de 24 de Março de 2009, alterada pela

FunDo europeu agrícola De Desenvolvimento rural “a europa investe nas zonas rurais”

Portaria nº68/2009, de 21 de Agosto, pela Portaria nº88/2009, de 22 de Outubro, pela Portaria nº31/2010, de 23 de Março e pela Portaria nº7/2011, de 27 de Janeiro. 2 – Norma de Procedimentos da ADELIAÇOR e respectivos Anexos (I e II) (versão 5), para as Medidas 3.1. Diversificação da Economia e Criação de Emprego em Meio Rural e 3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais, do EIXO 3 do PRORURAL. prazo para apresentação De peDiDos De apoio Os pedidos de apoio deverão ser apresentados a partir do dia 07 de Fevereiro de 2011 e até ao dia 31 de Dezembro de 2010, na sede da ADELIAÇOR, sita à Rua do Pasteleiro, s/n, 9900-069 Horta ou junto dos Animadores Locais, das Ilhas de São Jorge, Pico e Flores. entiDaDes beneFiciÁrias As entidades beneficiárias são as previstas no Artigo 6º, Artigo 11º, Artigo 16º, Artigo 21º e Artigo 26º, da Portaria nº21/2009, de 24 de Março de 2009, alterada pela Portaria 68/2009, de 21 de Agosto, pela Portaria nº88/2009, de 22 de Outubro, pela Portaria nº31/2010, de 23 de Março e pela Portaria nº7/2011, de 27 de Janeiro. peDiDos De apoio e requisitos 1 – A apresentação de pedidos de apoio deverá ser efectuada mediante a entrega do Formulário de Pedido de Apoio, em formato digital, devidamente preenchido e complementado com a documentação de acesso do promotor e da operação, de acordo com o Artigo 12º da Norma de Procedimentos da ADELIAÇOR e respectivos Anexos (I e II) (versão 5), para as Medidas 3.1. Diversificação da Economia e Criação de Emprego em Meio Rural e 3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais, do EIXO 3 do PRORURAL; avaliação 1 - A análise dos pedidos de apoio realiza-se de forma con-

tínua e terá em conta os procedimentos e critérios definidos na Norma de Procedimentos da ADELIAÇOR e respectivos Anexos (I e II) (versão 5), para as Medidas 3.1. Diversificação da Economia e Criação de Emprego em Meio Rural e 3.2. Melhoria da Qualidade de Vida nas Zonas Rurais, do EIXO 3 do PRORURAL; 2 – A avaliação e decisão sobre os pedidos de apoio admitidos serão da responsabilidade da Equipa Técnica e da Direcção da ADELIAÇOR, respectivamente. Financiamento As verbas totais de Despesa Pública (85% FEADER e 15% ORAA) disponíveis para efeitos do presente concurso são: • € 1.019.068,69 (um milhão dezanove mil e sessenta e oito euros e sessenta e nove cêntimos) para a medida 3.1 Diversificação da Economia e Criação de Emprego em Meio Rural • € 1.449.331,08 (um milhão quatrocentos e quarenta e nove mil trezentos e trinta e um euros e oito cêntimos) para a medida 3.2 - Melhoria da qualidade de vida nas zonas rurais inFormaçÕes aDicionais Qualquer informação adicional poderá ser solicitada à ADELIAÇOR - Associação para o Desenvolvimento Local de Ilhas dos Açores, Rua do Pasteleiro, s/n – Angústias, 9900069 Horta, T. 292 200 360/1/2/3, F. 292 200 365, E-Mail:, adeliacor@mail.telepac.pt e junto dos Gabinetes Locais (São Jorge, Pico e Flores). Horta, 04 de Fevereiro de 2011 José leonardo goulart silva O Presidente da Direcção da ADELIAÇOR


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OPINIãO

Tribuna das Ilhas

agricultura de vanguarda P

Frederico Cardigos

or um daqueles imprevistos do destino, dei por mim a participar numa conferência sobre pecuária “biológica”. Numa interessantíssima organização da Associação de Agricultores da ilha do Faial, da Câmara do Comércio e indústria da Horta, da Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário e da Câmara Municipal da Horta, deslocou-se à ilha do Faial o Dr. Lázaro Simbine. Adianto desde já que, há longos anos, sou adepto dos conceitos inerentes às formas alternativas de utilizar o nosso planeta e, com particular ênfase, às suas componentes energéticas e ambientais. Daí que, logo à partida, as palavras do Dr. Lázaro Simbine, um apologista da agricultura “biológica”, iriam encontrar um ouvido atento. As suas palavras, técnicas e sapientes, explicaram as vantagens e os desafios

da opção “biológica”. Entre outras coisas, ficámos a saber que, muito provavelmente, no Faial já se pratica uma agricultura próxima da dita “biológica”, mas, porque não é certificada, não lucra com essa postura. E os lucros são assinaláveis. Um produto certificado rende, em média, mais 30% do que um produto que resulta da agricultura “convencional”. Explicou-nos, também, que são necessários três anos para que uma produção passe a estar certificada depois de terem sido introduzidas as alterações necessárias. E que alterações são essas? Como não entendo nada de agricultura, registei tudo no meu bloco de apontamentos e agora partilho. É necessário reduzir a quantidade de azoto colocado nas terras e a forma de o fazer terá de ter por base produtos naturais, recorrendo também à rotação de produções. A fixação de azoto, através do cultivo de tremoço e de fava é uma opção fácil e diversificadora da produ-

ção. São duas vantagens. Há que pensar em ter parcelas (pastagens) mais próximas umas das outras, já que o tempo de trânsito do gado entre parcelas ditas “biológicas” pode reduzir o rendimento e contaminar a própria produção. Por outro lado, as parcelas “biológicas” que se localizem perto de outras “convencionais” podem ser invadidas pelos produtos químicos das segundas e perder a certificação. Os suplementos alimentares (rações) terão de ser reduzidos e terão de passar a ter origem biológica. isso será óptimo para ajudar a debelar a invasão de incenso, um dos grandes flagelos dos Açores. Se voltarem a utilizar o incenso na alimentação do gado, essa praga poderá finalmente ficar controlada… Por último, para que a transferência para o “biológico” possa estar concluída, é necessário reduzir o número de desparasitações e utilizar, preferencialmente, produtos naturais. Como nos foi

transmitido, se tivermos cuidado com o ambiente que criamos para os animais, muito provavelmente, eles nem precisarão de ser desparasitados de todo. O problema, normalmente, é ter-se uma grande concentração animal dentro de paisagens mono-específicas, sendo esse um ambiente propício para a propagação de doenças e pragas. Com a opção pelo “biológico”, este tipo de situações deixam de existir. Segundo o Dr. Lázaro Sambine, normalmente, o grande problema com a opção “biológica” é o nível de encabeçamento. Na pecuária “convencional”, esse valor é superior a 2 cabeças por hectare, o que excede o limite para a certificação. Ora, na ilha do Faial, o encabeçamento é de 1.4! Ou seja, a grande dificuldade já está naturalmente ultrapassada. Apesar de alguma inibição no momento da discussão, notei com muita satisfação que, ao contrário de outros, os

agricultores faialenses não estão resistentes à mudança, vendo-os receptivos e entusiastas com as novas informações. Assim aconteceu nesta conferência e já antes tinha acontecido na palestra sobre produção de flores. É um óptimo sinal para o futuro! Uma das coisas que mais gosto na opção “biológica” é a necessidade de produzir diversas espécies em simultâneo. Cada uma com a sua função (produção, protecção, conforto, etc.), as diferentes espécies estruturam uma paisagem bonita, resiliente e com elevado nível de biodiversidade. Só vantagens! As terras do Faial são valiosas e constituem um pilar determinante para a sua sobrevivência e para o seu desenvolvimento sustentável. As perspectivas para o futuro que se anunciam poderão permitir colocar a produção agrícola e pecuária fora da ilha e obter elevados rendimentos. Um tema a seguir com atenção.

delegação do faial da Cruz vermelha Portuguesa 9 De Fevereiro dia da Secretária avança com novos projectos para 2011

O

novo ano de 2011 já começou e a Delegação do Faial da Cruz Vermelha Portuguesa tem já alguns planos e estratégias delineadas para os próximos 12 meses, tendo já começado a pôr “mãos à obra” em projectos prioritários. Este é o ano Europeu do Voluntariado e, à semelhança do que aconteceu em 2010, por ser o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social a Delegação apostou na área social, este ano a Delegação tenciona fazer uma grande aposta em projectos virados para o trabalho de voluntariado, aproveitando ao máximo as suas grandes potencialidades, as suas ideias, e energia positiva, investindo em formação e em novas formas de aproximação. O Voluntariado é um dos 7 Princípios Fundamentais da Cruz Vermelha. A prática do Voluntariado não é um fim em si mesmo mas uma ferramenta para ir ao encontro das necessidades das pessoas vulneráveis, estando sempre ligada ao desenvolvimento de projectos através de uma participação activa na busca de soluções. “Os voluntários trazem-nos a cada dia novas competências, novas ideias, boa energia, entusiasmo, disponibilidade e motivação pelo trabalho desenvolvido. Neste momento contamos com cerca de 25 voluntários em várias áreas de actividade. Existem também áreas específicas que consideramos ser uma grande mais-valia na implementação dos projectos. Áreas como a saúde são vertentes que podem ser exploradas adaptando-as tanto à vertente de emergência como à vertente social de apoio a crianças e idosos, ou até formação”. Os voluntários da Delegação assumem deste o início a responsabilidade e o compromisso de darem do seu tempo sempre que necessário a favor da instituição que servem. Depois de devidamente seleccionados e formados, os voluntários podem responder a: pessoas em situação de vulnerabilidade; Socorrismo de proximidade - rede de actuação rápida com socorristas e disponibilidade de material de socorro; acções de apoio e prevenção junto de públicos específicos e intervenção em várias áreas chave como por exemplo: segurança rodoviária, prevenção do alcoolismo e toxicodependência, educação ambiental e de saúde,

rastreios, promoção dos hábitos alimentares saudáveis e combate ao insucesso escolar, entre outros. Um dos projectos já em curso este ano é a construção do site da Delegação do Faial da CVP, que se pretende que seja um espaço não só de apresentação dos projectos desenvolvidos e realizados pela Delegação, mas também de troca de ideias e informação entre a comunidade Cruz Vermelha local. “Nesta Era em que a internet é a principal fonte de procura de informação, torna-se fundamental que a Delegação e o seu trabalho esteja disponível online, sendo este também um óptimo meio de troca de informações entre as várias Delegações existentes por todo o país”. A Delegação considera também que é de extrema importância que a sua actuação na vertente social continue e se consolide, principalmente, numa altura de grave crise económica que se sente a nível Mundial, tendo em conta que os pedidos de apoio que chegam quase diariamente com tendência a aumentar. A grande luta da Delegação nos últimos tempos prende-se com a necessidade de aquisição de um espaço próprio, onde seja possível desenvolver as suas actividades em pleno e alargar as suas vertentes de actuação, consideradas bastante pertinentes na complementaridade de serviços púbicos e privados já oferecidos, por vezes, insuficientes. Mas, visto que a Delegação do Faial não é uma instituição com fins lucrativos, esta não detêm capital suficiente que lhe permita obter um espaço sem apoio

de terceiros. O apoio aos seniores faialenses continuará a ser um das grandes prioridades da Delegação. Neste momento aguarda-se a aprovação do projecto Causa Maior 2010/2011 desenvolvido por esta Delegação, posteriormente apresentado à Entidade Gestora da iniciativa e, por essa razão não foram ainda adiantados pormenores sobre o que será feito este ano neste mesmo âmbito. Este ano a Delegação do Faial da CVP continuará a apostar em novas formas de comunicação e aproximação dos seus voluntários, sócios e parceiros tendo já algumas surpresas preparadas. “O calendário 2011 está já disponível para quem quiser adquirir. Mais do que um calendário, é uma compilação das actividades que vão sendo desenvolvidas pela Delegação, uma vez que todas as imagens disponibilizadas são fotografias de projectos e actividades desenvolvidas por nós ou com contribuição nossa em trabalho e recursos humanos”. Dia 11 de Fevereiro comemora-se o 146º aniversário da Cruz Vermelha Portuguesa e, a apresentação oficial do calendário 2011 pretende assinalar esta data. Neste momento a Delegação encontra-se a criar o novo catálogo actualizado de Empresas protocoladas, para ser distribuído pelos seus sócios. Durante o mês de Fevereiro a Delegação vai dar início a mais época de pagamento de quotas. “O que tentamos fazer é mostrar aos nossos sócios a importância que eles têm para que a Delegação consiga prosseguir as suas actividades de apoio à população que a acolhe, sendo as quotas pagas pelos nossos sócios o nosso principal meio de subsistência, para além dos donativos que são feitos esporadicamente, à Delegação do Faial da CVP”. Assim, para a Delegação local da Cruz Vermelha é importante que as pessoas saibam que existe aqui bem perto uma Delegação da Cruz Vermelha e que passe a ser cada vez mais vista e considerada como um parceiro directo ou complementar nos projectos desenvolvidos por outras Entidades ou instituições existentes na ilha. Delegação do Faial da Cruz Vermelha

No nosso primeiro ano de Curso Queremos festejar o dia da Secretária Muito já se passou… Mas para nós, só agora começou…

O

Secretariado está em constante evolução. Destacou-se a partir da década de trinta e tem aumentado o seu êxito no mercado de trabalho. Quando falamos em secretariado, não nos dirigimos apenas a alguém que atendia telefonemas, que dactilografava ou que servia cafés. Nos tempos de hoje tudo isso mudou, tornou-se importante dominar as novas tecnologias bem como a visão geral precisou ser ampliada, pois o profissional passa a ver a empresa sob diferentes ângulos. Este passa a resolver com criatividade e supremacia os problemas que possam surgir no dia-a-dia. O secretariado passa a ter um papel de mais importância e destaque na empresa, este desenvolve tarefas mais complexas, tem um lugar de confiança para com a empresa e para com o seu executivo sendo o “braço direito” do mesmo. Qual o perfil da (o) secretária (o)? O perfil centra-se sobretudo em: - Assumir uma capacidade de liderança; - Ser criativo nas tarefas que desempenha; - Saber ser discreto; - Estar em constante actualização de conhecimentos; - Saber trabalhar em equipa para alcançar os objectivos em comum; - Ser leal para com a sua empresa e o seu executivo; - Ter um perfil empreendedor; - Estabelecer o elo de ligação entre a empresa, o executivo e o exterior. Em suma, o desenvolvimento do secretariado entende-se por um processo muito mais importante nos dias que correm pois o profissional desenvolve tarefas de maior complexidade e responsabilidade. Reunindo estes e outros requisitos, estamos perante um bom profissional.

“tudo o que vale a pena fazer, vale a pena fazer bem feito” lorde Chesterfield

Formandas do Curso Técnico de Secretariado - Sara Carlos - Sofia Lima - Tânia Pereira Escola Profissional da Horta – Disciplina: Técnicas de Secretariado


inFormação

Tribuna das Ilhas

NOSSA GeNte

AGeNdA

PArtIrAM

l Faleceu no Hospital da Horta no passado dia 3 de Fevereiro com 71 anos de idade, Filomena Alice Rodrigues, natural da Freguesia de castelo Branco e residente na freguesia da Feteira - Lajinha. A extinta deixa viúvo carlos ccouto e era mãe de Noémia couto, viúva, de carlos couto, casado com Ana couto, de Natália couto, casada com José Peixoto, de Hélia couto, casada com Fernando e de Marlene couto, casada com João. Deixa ainda 14 netos e uma bisneta. l Maria de Fátima Ávila de 71 anos, faleceu no passado dia 4 de Fevereiro no Hospital da Horta. Natural da Freguesia dos Flamengos onde residia, deixa viúvo Alexandre Teles Martins. A extinta era mãe de Eduardo Manuel Ávila Martins, casado com Laura Maria Vieira Rodrigues Martins, de José Manuel Ávila Martins, casado com Lilia Martins, de carlos Manuel Ávila Martins, casado com Ana Margarida Rodrigues Vaz Martins, de Maria de Fátima Ávila Martins Veríssimo, casada com Vitor Manuel Gonçalves Veríssimo Martins e de Roberto carlos Ávila Martins, companheiro de Fátima Val. A falecida deixa ainda oito netos: Ana Martins, Ângela Martins, Adriana Martins, José Luís Martins, Lisandra Martins, Ana Margarida Martins, carlos Henriques Martins e Alexandra Martins e dois bisnetos: o Martin calado e a Maria clara Raposo.

FOrAM eleItOS CASA de INFâNCIA de SANtO ANtóNIO dA hOrtA A casa de Infâfcia de Santo António elegeu uma nova Direcção que é composta pelos seguintes elementos:

SUPleNteS: Ana Luísa Gonçalves Juraci Maciel Lina Alvernaz Sofia Pinto Tânia Sousa

dIreCtOr: cristiano Bem edItOr: Fernando Melo CheFe de redACçãO: Maria José Silva redACçãO: Susana Garcia e Marla Pinheiro FOtOGrAFIA: carlos Pinheiro

FArMÁCIAS

hOje e AMANhã 21H30- Filme “O Americano” no Teatro Faialense - Hortaludus

hOje e AMANhã Farmácia Lecoq 292 200 054 de 13 A 19 de FeVereIrO Farmácia correa 292 292 968

eVeNtOS AtÉ 30 de AbrIl Exposição - Evolução - Resposta a um Planeta em Mudança - centro de Interpretação do Vulcão dos capelinhos - www.vulcaodoscapelinhos.org - Organização: Governo dos Açores e Junta e Freguesia do capelo AtÉ 20 de FeVereIrO Formação - Os Sete chakras – 1.º Módulo: Muladhara chakra com o Monge Indiano, Dada Dhyanananda - Hospedaria “Estrela do Atlântico” AtÉ 12 de FeVereIrO PADc - Projecto de Animação Desportiva e cultural - Semana da Freguesia do capelo hOje 19h30 - Abertura da Exposição de fotos antigas das Férias Desportivas e Ludoteca o “Vulcãozinho”, Desde 1999 20h00 - Noite cultural AMANhã 14h30 - Tarde Infantil: Gincanas; Damas Infantis; Matraquilhos Infantis; Jogos da Wii 19h00 - Final de Bilro - Masculino e Feminino 19h00 - Torneio do Jogo de Latas 19h30 - Abertura da Exposição de fotos antigas das Férias Desportivas e Ludoteca o “Vulcãozinho”, desde 1999 20h30 - Animação dOMINGO 17h00 - Entrega de Prémios e convívio entre os participantes no polivalente do capelo

eMerGêNCIAS -FAIAl

i h p o ~ m i i

Número Nacional de Socorro 112 Bombeiros Voluntários Faialenses 292 200 850 PSP - 292 208 510 Polícia Marítima 292 208 015 Telemóvel: 96 323 18 12 Protecção civil - 295401400/01 Linha de Saúde Pública 808211311 centro de Saúde da Horta 292 207 200 Hospital da Horta 292 201 000

trANSPOrteS - FAIAl

jSATA - 292 202 310 - 292 292 290 Loja jTAP (aeroporto) - 292 943 481 v Associação de Taxistas da Ilha do Faial 292 391 300/ 500 oTransmaçor - 292 200 380

hOje, AMANhã e dOMINGO Voleibol - campeonato Regional de Iniciados Femininos - 2.ª Fase com a participação de equipas das Ilhas Terceira, Santa Maria, Faial e Graciosa - complexo Desportivo Manuel de Arriaga. Organização: Junta de Freguesia do capelo. Apoio: câmara Municipal da Horta AMANhã 21h00 - Andebol - Sp. c. Horta - Abc Andebol Sad - Pavilhão Desportivo da Horta. Organização: Federação de Andebol de Portugal PAdeC - PrOjeCtO de ANIMAçãO deSPOrtIVA e CUltUrAl - SeMANA dA FreGUeSIA dA rIbeIrINhA de 13 a 20 de Fevereiro de 2011 dOMINGO 09h00 - Prova de Pesca Desportiva (Boca da Ribeira) 19h00 - Prova de Orientação Nocturna SeGUNdA-FeIrA 20h00 - Torneio de Sueca - Fase Final (Polivalente) terçA-FeIrA 19h30 - Torneio de Matraquilhos - Fase Final (Polivalente) 20h30 - Torneio de Ténis de Mesa - Fase Final (Polivalente) QUArtA-FeIrA 20h00 – Torneio Tiro carabina - Fase Final (Pavilhão Espalhafatos) QUINtA-FeIrA 14h00 - Torneio de Sueca Idosos – Fase Final (Polivalente) 19h30 - Torneio de Damas – Fase Final (Polivalente) 20h00 - Torneio de Dominó – Fase Final (Polivalente) Organização: Junta de Freguesia da Ribeirinha Apoio: câmara Municipal da Horta

FIChA

Tribuna das Ilhas COlAbOrAdOreS PerMANeNteS:Costa Pereira, Fernando Faria, Frederico Cardigos, josé trigueiros, Mário Frayão, Armando Amaral, Victor dores, Alzira Silva, Paulo Oliveira, ruben Simas, Fernando Guerra, raul Marques, Genuíno Madruga, berto Messias COlAbOrAdOreS eVeNtUAIS: Machado Oliveira, Francisco César, Cláudio Almeida, Paulo Mendes, Zuraida Soares, Gonçalo Forjaz, roberto Faria, Santos Madruga, lucas da Silva

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UtIlIdAdeS

CINeMA

l No dia 1 de Fevereiro faleceu no Hospital da Horta com 71 anos de idade Norberto da Rosa Ventura, natural da Freguesia dos cedros onde residia. O extinto deixa de luto sua esposa Maria da conceição Goulart Escobar e o seu filho José António Goulart Ventura, casado com Teresa Silveira Ventura e sua filha Odília Maria Goulart Ventura, casada com clemente Bettencourt. Deixa ainda cinco netos: Nicole Ventura, Sandy Ventura, Tânia Bettencourt, Vânia Bettencourt e Tony Bettencourt e dois bisnetos.

dIreCçãO: Presidente – Rosa Dart Vice-Presidente – Marco Santos tesoureiro – Susete Amaro Secretário – Pedro Medeiros Vogal – Alcides Pedro

11 de FeVereIrO de 2O11

PrOjeCtO GrÁFICO: IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL PAGINAçãO: Susana Garcia redACçãO ASSINAtUrAS e PUblICIdAde: Rua conselheiro Miguel da Silveira, nº12, cv/A-c - 9900 -114 Horta CONtACtOS: Telefone/Fax: 292 292 145 E-MAIL: tribunadasilhas@mail.telepac.pt tribunadasilhas@gmail.com

ConvoCatória Ao abrigo dos número 3 e 4 do art.º 12.º dos Estatutos, convoco todos os sócios do Núcleo Cultural da Horta para uma Assembleia Geral, a realizar no dia 25 de Fevereiro, pelas 19.30 horas, na sede do Núcleo Cultural da Horta, sita à Rua Eduardo Bulcão, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Apreciação e aprovação do Relatório de 2010, respectiva Conta de Gerência e parecer do Conselho Fiscal. 2. Aprovação do Plano Anual de Actividades para 2011 e respectivo Orçamento. 3. Outros assuntos. De acordo com os Estatutos a Assembleia Geral funcionará trinta minutos depois da hora marcada com qualquer número de sócios. Horta, 09-02-2011 O Presidente da Mesa da Assembleia -geral Jorge manuel Correia gonçalves

tÉCNICA

SeCretArIAdO: Fátima Machado IMPreSSãO:

Rua Manuel Inácio 9900-152 - Horta

de Sousa, 25

dIStrIbUIçãO: cTT tIrAGeM: 1000 exemplares reGIStO: nº 123 974 do Instituto de comunicação Social

edItOr e PrOPrIetÁrIO:

IAIc - Informação, Animação e Intercâmbio cultural, cRL NIPc: 512064652 reGIStO COMerCIAl: 00015/011017 (Horta) - Porte Subsidiado GOVerNO reGIONAl dOS AçOreS

Esta publicação é apoiada pelo PROMEDIA - Programa Regional de Apoio à comunicação Social Privada


FUNdAdO 19 de AbrIl de 2002

Tribuna das Ilhas

www.tribunadasilhas.pt

SeXtA-FeIrA 4 11 de FeVereIrO de 2O11

beleza e moDa

Sofia macedo e Paulo Henrique são os novos top model ery klub Maria josé Silva Fotos: Carlos Pinheiro

g Pelo segundo ano consecutivo realizou-se no passado dia 5 de Fevereiro, na discoteca Erik Klub um concurso de moda, beleza e glamour. Em causa estava o título de Top Model Erik Club. Sofia Macedo e Paulo Henrique foram os grandes vencedores da noite. Susana Meirinho ganhou ainda o prémio transformação, uma oferta de Luis Rocha Cabeleireiro. De acordo com a organização, a ideia de promover um concurso deste género surgiu de modo a “escolher jovens que fossem a imagem do Eryklub e que ao mesmo tempo tivessem algum gosto por moda”. A adesão da população foi, no entender dos organizadores, “uma vez mais muito boa tivemos um ambiente excelente, a noite foi muito animada e cheia de boa disposição.” Os vencedores da noite recebem um prémio monetário de cem euros cada.

A noite, que foi apresentada por Lara Medeiros contou ainda com um espectáculo de ilusionismo e hipnotismo bem como Live Act com Dário Brum e Lorenz Kremer.


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