Contrabando nº0 nov 2009 web

Page 1

”Só se compreende a vida à luz da morte“ Miguel Unamuno, diário intimo

nº Zero

contrabando Director: Daniel Gil

Directores Adjuntos: Miguel Ángel Pe P réz e Carlos d’Abreu Peréz

confluências ê

www.contrabando.org

1 de Novembro/Noviembre de 2009 Mensal/Mensual - Grátis/Gratiz

Douro Superior . Arribes del Duero . Riba Côa . Abadengo . Raias Beirãs y Transmontana . Rayas Salmantina y Zamorana DANIEL GIL

Cruzes sem razão

la outra epidemia mortal y silenciosa

Pág.4

Promessas de hierro

Pág.10

Entrevista

Pág.13

AECT Duero-Douro

O Governo português celebrou no passado mês de Setembro, em vésperas de eleições legislativas, um compromisso com cinco instituições públicas para a reabilitação do troço entre Pocinho e Barca d’Alva e a exploração turística entre a Régua e a fronteira. Depois de vinte anos e de promessas políticas, será desta que volta a apitar o comboio? E do Lado espanhol?

Entrevistamos al director general de la Agrupación Europea de Cooperación Territorial AECT (Duero-Douro), José Luis Pascual, para quien en esta nueva figura jurídica“no existe país vecino, puesto que podemos actuar exactamente igual en España que en Portugal, ésa es nuestra gran apuesta de futuro, eliminar incluso en el subconsciente la Raya.

HISTORIA VIVA DE LA RAYA

REPORTAGEM Pg.30

Pág.14

La Leyenda lusitana del Colmeal. Un cuento real para adultos. Un pequeño paraíso perdido, de gran valor ecológico y arqueológico, situado en el concejo de Figueira de Castelo Rodrigo, testigo mudo de la frustración colectiva y de las esperanzas rotas

É o “último ferrador” das Arribas e presta serviço em toda a área do Douro Internacional, com solitações para serviços...

FRASE (DES)FEITA

B.I.C

Pág.16

«de La Fuente de S. Esteban a la frontera portuguesa». Yo cifraba toda mi esperanza en la rehabilitación y conservación de la vía, de los túneles, de los puentes, de las estaciones y apeaderos en esa pequeña sigla: BIC ...

Pág.19

«De Espanha nem bom vento nem bom casamento». Este provérbio/ adágio, sem idade definida, aparece no primeiro inventário geral dos provérbios portugueses, publicado em 1651, com a versão: “De Castela, nem bom vento, nem bom casamento”. Pub


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

2

EDITORIAL

Estatuto editorial

Estatuto editorial

Un nuevo médio de comunicação bilingue que hoy nace para la región transfronteriça

Um novo meio de comunicação bilingüe que hoje nasce para a região transfronteriza DANIEL GIL

O

novo meio de comunicação que hoje nasce para a região transfronteiriça, projecta uma vontade colectiva, e um despertar em ambos os territórios ibéricos, de perspectivas e visões comuns, que possam aumentar aos laços culturais, históricos, de relação linguística, sociais e políti-cos entre os habitantes dos dois lados da fronteira. Nesse sentido, e com a designação de CONTRABANDO, uma palavra histórica e ainda bem presente na memória de ambos os habitantes deste território raiano, pretende fazer chegar às suas populações, vilas, aldeias e localidades remotas, mais

informação e um maior conhecimento sobre as diversas realidades, os temas estruturantes, deficiências ou confluências, através de um jornal bilingue, mensal, gratuito, criador de optimismo e potenciador de cultura. Este novo projecto de comunicação pretende pautar-se por um jornalismo de informação séria, plural, aberta, de investigação factual, criadora de consensos, mas também de documentos de analise estatística que possam perspectivar melhores reflexões, para posteriores reivindicações justas e acções comuns, numa linha editorial de característica confluente, como as arribas que nos separam. g

p

nº Zero

Directores Adjuntos: Miguel Ángel Peréz e Carlos d’Abreu

confluências ê

www.contrabando.org

contrabando Douro Superior . Arribes del Duero . Riba Côa . Abadengo . Raias Beirãs y Transmontana . Rayas Salmantina y Zamorana

Director Daniel Gil Directores Adjuntos Miguel Ángel Pérez Carlos d’Abreu Redacção e Paginação Daniel Gil Projecto Gráfico e Infografia Daniel Gil Revisores Rita Saraiva Tomi Borja

genera una ilusión colectiva, y un despertar en ambos territorios ibéricos, de perspectivas y visiones comunes

E

ción y conocimiento sobre las diversas realidades, temas estructurantes, deficiencias o confluéncias, a través de un periódico bilingüe, mensual, gratuito, creador de optimismo y potenciador de cultura. Este nuevo proyecto de comunicación pretende pautarse por un periodismo de información serio, plural, abierto, de investigación factual, creador de consensos, pero también de documentos de análisis, estadisticamente muy bien fundamentados, que sirvan de reflexión, para posteriores reivindicaciones justas y acciones comunes, en una línea editorial de característica confluyente, como las arribes que nos separan.

,

1 de Novembro/Noviembre de 2009 Mensal/Mensual - Grátis/Gratiz Director: Daniel Gil

jornal bilingue, mensal, gratuito, criador de optimismo e potenciador de cultura.

l nuevo medio de comunicación que hoy nace para la región transfronteriza, genera una ilusión colectiva, y un despertar en ambos territorios ibéricos, de perspectivas y visiones comunes, que puedan aumentar los lazos culturales, históricos, de relación lingüística, sociales y políticos entre los habitantes de los dos lados de la frontera. En ese sentido, y con la designación de CONTRABANDO, una palabra histórica y todavia presente en la memoria de ambos habitantes de este territorio raiano, pretende hacer llegar a sus poblaciones, vilas, aldeas y localidades remotas, mayor informa-

Colaboradores e Colunistas Alfredo Alencart, Alfredo Mendes, Alvaro Borja, Amadeu Ferreira, António Borges, Aristides Rodrigues, Isabel Matos, Cláudio Alves, Cristina Gomes, Emilio Rivas, Francisco Castro, Jesús Cabanillas, José Mercedez, Maria Guerra, Román Rodríguez, Pedro Vilas-Boas, Renato Roque, Rita Saraiva, Tiago Faustino, Tomi Borja, Vicente Pupareli,

Redacção Rua de São Francisco,15 6440 Figueira de Castº Rodrigo

Tel: +351 271311030 Distribuidor “contrabandistas culturais” Impressão Calprint, SL. Medina del Campo (Valladolid) Tel:0034 983812977 Depósito Legal: VA-1015-2009 Tiragem 10.000 exemplares

Propriedade e Editora: Román Hernández Rodríguez Incrição na Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) nº:125762

Publicite aqui aquí

Para anunciar neste jornal contacte os seguintes números: geral@contrabando.org +351 96 6657645 Rua de São Francisco, nº15 6440-126 Fig.de Castelo Rodrigo Portugal

Para anunciar-se neste periódico contacte los seguientes números: geral@contrabando.org +34 670676780 Antonio Llorente Maldonado nº1 1ºb Salamanca Espanhã


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

OPINIÃO/OPINIÓN

...Por qué un nuevo Periódico C

...Razões para um novo Jornal

Miguel Ángel Pérez

íntimos anhelos, nuestras gentes tienen ahora una oportunidad sincera de sacar a la luz sus apuestas, proyectos, ideas, o simplemente explayarse dando rienda suelta a su vena literaria. Sin duda, ahora más que nunca, es el momento de agarrar ese tren que tantas veces se nos ha escapado, y al que quieren dotar de raíles otras loables iniciativas. Con nuestra humilde colaboración esperamos servir de vía de expresión de todos los que trabajan por ese futuro mejor para nuestras gentes y nuestra tierra, y que a pesar de los contratiempos nunca se han dejado vencer por el desanimo. La tarea no es fácil, pero nos gustan los retos complicados, y por eso estamos aquí de nuevo. Con la colaboración de todos seguro que conseguimos nuestro objetivo, ayudando a que nuestra tierra rayana por fin ocupe el lugar que merece.

“...Julgámos que vale a pena consumir recursos a publicar periódicos, apesar das novas tecnologias da informação”

“Creo que los habitantes de uno y otro lado de la Raya merecen tener un nuevo canal de expresión”

O

s jornais, no sentido literal do termo, continuam a fazer sentido hoje em dia? Ou perguntando de outro modo: ainda se justificam as gazetas impressas? A resposta é sim! Julgámos que vale a pena consumir recursos a publicar periódicos, apesar das novas tecnologias da informação e comunicação nos porem em contacto permanente com as fontes, nesta era da globalização. Segundo a Associação Mundial de Jornais (http://www.anj.org. br), relativamente à leitura destas “folhas”, num universo de 187 países (2006), Espanha ocupa o 72.º lugar com uma circulação média de 109,8 cópias por mil habitantes, Portugal o 91.º (com 74,7), muito aquém do Liechtenstein que se situa no 2.º lugar mundial e 1.º dos europeus (com 714,3) e da Colômbia no 5.º lugar (com 587,8), sendo que no espaço da lusofonia, se exceptuarmos Macau (8.º lugar), o Brasil em 101.º (53,4) é o melhor cotado.

Carlos d’Abreu

Ora, só por si, os dados supra ajudam à nossa resposta mas, se considerarmos a especificidade do território onde o “Contrabando” se pretende implantar e às características da sua população, é reforçada a dita opinião. A raia é (ultra)periférica. As assimetrias regionais ibéricas sentem-se sobretudo aqui. A tal “fronteira do subdesenvolvimento” carece dos meios para aceder com facilidade à internet. Para além destas razões, não olvidemos que a missão da imprensa periódica é informar, não descurando todavia que ao leitor se exige que faça uso daquilo que lê. O jornal espicaçará, o leitor analisará, e ripostará. Assim se fará a ligação. Registe-se ainda o facto do jornal em papel despertar o tacto, se poder dobrar, sublinhar, recortar, transportar debaixo do braço, cobrir a moleirinha do sol e, poder ser lido sentado na sentina com a maior das comodidades.

Cartoon

uando mi amigo Daniel, una de las personas más optimistas que he conocido, me comentaba su intención de emprender esta nueva singladura, he de reconocer que las dudas me asaltaron. Uno ha visto ya tantos proyectos venirse a pique y ha tenido que sortear tantas zancadillas, que empieza a gustar de guardarse las espaldas. Lo cierto es que al final uno tampoco sabe tirar la toalla, y acaba por embarcarse otra vez en cuantas aventuras cargadas de ilusión se le presentan. Por otro lado, la justificación última para sacar adelante esta novedad editorial me parece obvia. Creo que los habitantes de uno y otro lado de la Raya merecen tener un nuevo canal de expresión, cercano a sus inquietudes, y en el que los intereses políticos queden al margen. Acostumbrados en demasía a mantener en silencio sus más

3

Pub


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

4

SAÚDE

Cruces sin razón

Na Raia morreram mais 950 pessoas das esperadas só nos últimos cinco anos Este é o resultado de um estudo que compara a mortalidade na raia, com a de Portugual continental, “litoral e urbano”, e g alguns dos os territórios espanhóis.

Este es el resultado de un estudio que compara la mortalidad en la raya con la de Portugual continental, “litoral y urbano”, y algunos de los territorios españoles. DANIEL GIL

É

de todos conhecido, pelos cir3ª - Que factores gerais podem inculos políticos e institucionais e tervir nestas diferenças se existirem? pelos meios de comunicação, 4ª - E se a comparamos com os poas desigualdades e descriminações de vos raianos espanhóis e a totalidade todo o tipo, económicas, sociais, cul- do país vizinho? turais, laborais, de tecido empresarial, Relativamente à primeira pergunta, etc..., existentes no território nacional sim existe! Chama-se taxa de mortaportuguês. Falamos de Portugal litoral lidade bruta, ao resultado obtido entre versus Portugal interior, e de Portugal a divisão do número de mortos verifiurbano versus Portugal rural, para re- cados nas certidões de obito num ano ferirmo-nos a elas. concreto e a população total desse terA raia pertence à segunda face da ritório nesse mesmo ano. Assim, uma mesma moeda, é interior e rural e, por taxa bruta de mortalidade, de 10 por isso pensámos ter chega1000, significa que de cada do a hora de estabelecer 1000 habitantes que viviam Estarão a outro critério comparativo morrer mais no território analisado, nesna mesma, a mortalidade, se ano, morreram 10. pessoas nos apesar da tremenda carga Mas, claro está, que as de dramatismo pessoal e nossos povos populações não são todas social que lhe está latente. iguais, umas são mais joraianos do Para esse fim fez-se um esque aquelas vens, outras mais envelhetudo, que tratou de responque seriam de cidas, e por lógica, se não der a quatro perguntas: acontecer nenhuma catasesperar? 1ª - Existe alguma forma trofe global ou guerra, em ciêntifica, de comparar com igualdade de condições soo mínimo de erro, a mortalidade de cio-sanitárias, morrerão mais pessoas duas populações distintas, e estimar a nas populações mais velhas. partir dai o número de mortes esperaPortanto, se queremos comparar a das em cada uma delas? mortalidade de duas populações te2ª - Se existe essa formula matemá- mos de excluir o factor da idade como tica, e a igualdade de condições por condicionante. Isto sabem, muito bem, idade e sexo, será que nos nossos po- as companhias seguradoras de vida, vos raianos estão a morrer mais pes- nisto vai-lhe o lucro. Essa técnica sim soas do que as que seriam de esperar, existe! Chama-se padronização, e foi a relativamente aos territórios litorais e que utilizamos para este estudo. urbanos?

E

s de todos conocido, por los cir3ª - Que factores generales pueden culos políticos e institucionales intervenir en estas diferencias sí existiey por los medios de comunica- ran? ción, las desigualdades y descrimi4ª - Y sí la comparamos con los puenações de todo el tipo, económicas, blos rayanos españoles y la totalidad sociales, culturales, laboráis, de tejido del país vecino? empresarial,etc..., existentes en el terriRelativamente a la primera pregunta, torio nacional portugués. Hablamos de sí existe! Se llama taxa de mortalidad Portugal litoral versus Portugal interior, bruta al resultado obtenido de dividir y de Portugal urbano versus Portugal el número de muertos verificados en rural, para referirnos a ellas. las certificados de defunción en un año La raya pertenece a la segunda faz de concreto y la población total de ese terla misma moneda, es interior y rural y, ritorio en ese mismo año. Así, una taxa por eso algunos pensamos bruta de mortalidad, de 10 haber que ya llegó la hora por 1000, significa que de Estarão a de establecer otro criterio cada 1000 habitantes que morrer mais vivían en el territorio analicomparativo en la misma, pessoas nos zado, ese año, murieron 10. la mortalidad, a pesar de la tremenda carga de drama- nossos povos Pero, claro está! que las tismo personal y social que poblaciones no son todas rayanos do le es latente. iguales, unas son más jóveque aquelas nes, otras más viejas, y por Para este fin se hizo un estudio, que trató de respon- que seriam de lógica, si no acontece ninesperar? der a cuatro preguntas: guna catástrofe global o 1ª - Existe alguna forma guerra, en igualdad de concientífica, de comparar con el diciones socio-sanitarias, mumínimo de error, la mortalidad de dos rirán más personas en las poblaciones poblaciones distintas, y estimar a partir más viejas. Por lo tanto, sí queremos de ahí el número de muertes espera- comparar la mortalidad de dos pobladas en cada una de ellas? ciones tenemos que excluir el factor 2ª - Sí existe esa formula matemática, “edad “ como condicionante. Esto lo y a igualdad de condiciones de edad saben muy bien las compañías aseguy sexo, será que en nuestros pueblos radoras de vida, en este cálculo les vá rayanos están muriendo más personas el lucro. Esa tecnica sí existe! Se llama de las que serían de esperar, relativa- padronização, y es la que hemos utilimente a los territorios litorales y urba- zado para este estudio. nos?


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

SALUD

5

Mortos não esperados! Defunciones no esperadas! Vila Velha de Rodão

166 não esperados

em 558 totais verificados

Figueira de

Castelo Rodrigo

75 não esperados

em 653 totais verificados

Freixo de

Espada à Cinta

72 não esperados

em 396 totais verificados

Sabugal 154 não esperados

em 1584 totais verificados

2004/2008

Trancoso

133 não esperados

em 900 totais verificados

Castelo Branco

156 não esperados

em 3685 totais verificados

Almeida 84

não esperados em 704 totais verificados

Bragança

88 não esperados

em 2041 totais verificados

Os piores resultados!

Principais municípios que neste estudo se afastam da convergência Nacional 1 = Padrão de Portugal Continental Vila Velha de Rodão Freixo de Espada à Cinta Trancoso Almeida Figueira de Castelo Rodrigo Sabugal Castelo Branco Bragança

0,7161 0,8348 0,8542 0,8838 0,8877 0,9038 0,9583 0,9608

(Os valores correspondem à média dos Índices de Convergência anuais de 2004 a 2008)

Os concelhos raianos em analise

N

a infografia apresentada nesta página, encontram-se os oito concelhos com resultados negativos mais significativos, destacando-se Vila Velha de Rodão, Freixo de Espada à Cinta, Trancoso, Figueira de Castelo Rodrigo e Almeida. Outros concelhos raianos como Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Vimioso, apresentaram resultados igualmente negativos (mortos não esperados), prefazendo um total de 23 (mortos não esperados), no entanto encontram-se muito próximos da convergência com o padrão escolhido: Portugal continental.

Miranda do Douro e Mogadouro, na raia transmontana, apresentam valores positivos: menos mortos verificados dos que os previstos, bem como Mêda, Pinhel, Idanha à Nova e Penamacor, na Beira Interior. A Guarda, apresenta o valor mais positivo de entre os concelhos analisados entre o rio Tejo e o Douro Internacional, com menos 330 mortos previstos durante o período de 2004 a 2008, respectivamente com uma taxa de convergência acima do padrão nacional continental no valor de (1,153).


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

6

SAÚDE

Analise por regiões

(Diferencia entre muertos reales e esperados en el período 2004/2008)

Norte -3.836

Alto Trásos Montes

NUTS III

do que os esperados em 157.479 totais verificados

-69 do que os esperados

em 14.138 totais verificados

Centro +88

Douro

+995

não esperados em 134.242 totais verificados

Lisboa

não esperados em 13.152 totais verificados

Vale do Tejo

-1.162

Alentejo +3.536

do que os esperados em 127.393 totais verificados

Beira Interior Sul

não esperados em 51.731 totais verificados

Algarve +1.406

A

1,0243 = 1,0091 = 0,9994 = 0,9403 = 0,9324 =

Norte Lisboa e Vale do Tejo Centro Algarve Alentejo

da soma dos Índices

(NUTS III )

(NUTS II )

pondem à média

de Convergência

0,9249 = 0,9590 = 0,9873 = 1,0057 =

Grande Lisboa -3.463

do que os esperados em 92.243 totais verificados

anuais padronizad

os entre 2004 a 200

Douro Beira Interior Sul Beira Interior Norte Alto Trás-os-Montes

analise comparativa das morta- te o melhor resultado do país com melidade padronizadas dos conce- nos quase 4 mil mortos efectivos, dos lhos raianos, e grandes comunidades que os esperados para o período em populacionais (NUTS II), durante o questão, contrastando com a região período 2004/2008, relativamente ao do Alentejo, de sinal contrario, em território português continental, mos- que mais de 3 mil mortos podiam, teotra, uma diferença abismal, que deixa ricamente, ter sido evitados. Quanto à divisão territorial por regiarrepios pelo tema que abordamos, porque estamos a falar de pessoas ões estatísticas NUTS III, observando que morrem, como se pode constatar as que foram objecto deste estudo, dos resultados obtidos no quadro an- nomeadamente as zonas interiores de fronteira centro e norte, a terior. Chega-se à conclusão ...uma desigual- região do Douro mostra o pior resultado, seguinque morreram 950 pesdade notória, da pela Beira Interior Sul soas a mais do que as que com os dois deveriam, se estes mesgrandes centros e Norte, respectivamente, mos territórios se encondemonstrando que em populacionais trassem em condições toda esta região existe de Lisboa e equitativas relativamente uma desigualdade notóPorto a critérios, económicos, ria comparativamente aos socio-sanitários, laborais, dois grandes centros de culturais, e muito provavelmente polí- população de Lisboa e Porto. De reticos, em relação a Portugal “litoral ferir também que a região centro, se e urbano”. Este resultado é a soma ob- vem afastando da convergência com tida do número de mortos não espe- o padrão utilizado, nomeadamente a rados, durante o período referido nos partir do ano de 2007, com a obtenconcelhos da raia estudados, entre o ção de resultados negativos, ainda rio Tejo e o Douro Internacional. assim, mantendo-se muito perto da A região Norte, apresenta claramen- média nacional.

esperados em 8.231 totais verificados

+261

Mapas: Diferença entre obitos reais e obitos esperados por Nomenclatura Comum das Unidades Territoriais Estatísticas (NUTS) II e III (Os valores corres

+107não

não esperados em 6.155 totais verificados

(NUTS II )

não esperados em 23.531 totais verificados

Beira Interior Norte

8)

do que os esperados em 51.872 totais verificados

Índices de Convergência (IC)

1,0375 = Grande Lisboa 1,0324 = Grande Porto

E

Grande Porto -1.833

1,0 = Portugal continental (Padrão de convergência)

l análisis comparativo de las mor- te el mejor resultado del país con casi talidades padronizadas de los 4 mil muertos efectivos menos de los municipios rayanos, y grandes que los esperados para el periodo en comunidades poblacionales (NUTS II), cuestión, contrastando con la región durante el periodo 2004/2008, relati- del Alentejo, de signo contrarío, en vamente al territorio portugués conti- donde más de 3 mil muertes podrían, nental, muestran una diferencia abis- teóricamente haber sido evitadas. mal, que produce escalofrios (por el Referente a la división territorial por tema abordado, estamos hablando de regiones estadísticas NUTS III, obserpersonas que mueren), como se pue- vando las que fueron objeto de este de constatar de los resultados obteni- estudio, expresamente, las zonas intedos en el cuadro anterior. riores de frontera centro y Se llega a la conclusión norte, la región del Duero de que en la raya, murie- ...uma desigual- muestra el peor resultado, dade notória, ron 950 personas más de seguida por la Beira Intecom os dois las que deberían, (se esperior Sur y Norte, respecraban) sí estos mismos ter- grandes centros tivamente, demostrando populacionais ritorios se encontraran en así que en toda esta regicondiciones equitativas ón existe una desigualdad de Lisboa e relativamente a criterios, notória comparativamenPorto económicos, socio-sanitate a los dos grandes cenrios, laboráis, culturales, tros de población de Lisy muy probablemente políticos, en boa y Oporto. De señalar también que relación a Portugal “litoral y urbano”. la región Centro, se viene alejando de Este resultado es la suma obtenida la convergência con el patrón utilizadel número de muertos no esperados, do, expresamente a partir del año de durante el periodo referido, en los mu- 2007, con la obtención de resultados nicipios de la raya estudiados, entre el negativos, aun así, manteniéndose río Tejo y el Duero Internacional. muy cerca de la media nacional conLa región Norte, presenta claramen- tinental.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

SALUD

7

Aplicando os valores portugueses à realidade espanhola! (Diferencia entre muertos reales e esperados en cinco años)

Castilla y León -31.811de los esperados

em 134.295 totales verificados IC = 1,2370

Espnaña -289.423de los esperados em 1.902.082 totales verificados IC = 1,1551

T

Estremadura -6.265de los esperados

em 52.966 totales verificados IC = 1,1188

Portugal Padrón = 0 em

494.376 totales verificados IC = 1,0000

ratando de responder à terceira submetida a estudo de impacto sobre pergunta, formulada no início, a mortalidade, constituem algumas a mortalidade pode ser consi- realidades na raia: uma população derada como um dos resultados, nes- muito envelhecida, e portanto com te caso final, dum balanço dinâmico, grande dependência económica, e continuo e interactivo, estabelecido um analfabetismo elevado, as três supor quatro factores que intrevêm na periores aos de Portugal continental. saúde seja individual seja colectiva: A isto se soma um tecido empresarial Herança genética e constitucional, pobre, primário, e ainda suportado ambiental (meio-ambiente, condi- por uma mão de obra muito pouco especializada. ções socio-económicas, Estas características, alialaborais e culturais) , com- zonas pouco povoadas, das às de índole política, portamental, (estilos de de desinteresse por zonas vida) e organização dos naturalmenpouco povoadas, naturalsistemas de saúde. Este te com poumente com poucos votos, é o denominado modelo cos votos, e e geridas por instituições ecológico. geridas por democráticas débeis, deAssim sendo, nesta instituições terminam uma escassez de abordagem, relativamenrecursos para superar os te à herança genética e débeis grandes desafios de saúde constituiçaõ, o 1º factor, provavelmente não existem diferen- e apoios socio-sanitários, que supõem ças muito apreciáveis entre os raia- as doenças crónicas que caraterizam nos e o resto dos cidadãos ibéricos, as populações envelhecidas da raia, e portanto este terá um mínimo peso e que representam mais de 70% das nas diferenças encontrada nas mor- causas da mortalidade. Portanto, este segundo factor seria determinante e talidades comparadas. Relativamente ao factor ambien- fulcral, para explicar, por que mortal, e para além da radioactividade rem mais pessoas na raia. conhecida por todos nesta zona, e já

Cáceres -3.665de los esperados

Salamanca -5.108de los esperados

em 20.582 totales verificados IC = 1,1791

em 18.679 totales verificados IC = 1,2741

Valladolid -4.253de los esperados

Zamora -3.539de los esperados

em 22.903 totales verificados

T

IC = 1,1865

em 12.492 totales verificados IC = 1,2840

ratando de responder a la ter- sometida a estudio de impacto sobre cera pregunta formulada en el la mortalidad, constituyen algunas inicio, la mortalidad puede ser realidades en la raya: una población considerada como uno de los resulta- muy envejecida, y por lo tanto con dos, en este caso final, de un balance gran dependencia económica, y un dinámico, continúo e interactivo, es- analfabetismo elevado, las tres supetablecido por cuatro factores que in- riores a los de Portugal Continental. trevienen en la salud tanto individual A esto se suma un tejido empresarial como colectiva: Herencia genética y pobre, primario, y soportado aún por constitucional, ambiental (medio-am- una mano de obra muy poco espebiente, condiciones socio-económi- cializada. Estas características, aliacas, laboráis y culturales) zonas poco das a la de índole política, , comportamental, (estilos pobladas, del desinterés por zonas de vida) y organización poco pobladas, naturalde los sistemas de salud. naturalmenmente con pocos votos que Este es el denominado te con pocos modelo ecológico. votos, y ges- cosechar , y gestionadas por instituciones democráSiendo así, en este tionadas por ticas débiles, determinan abordaje, relativamente a la herencia genética instituciones una escasez de recursos y constituiçaõ, el 1º fac- democráticas para superar los grandes débiles desafíos de salud y apoyos tor, probablemente no socio-sanitarios, que repreexistan diferencias muy apreciables entre los rayanos y el res- sentan las enfermedades crónicas to de los ciudadanos ibéricos, y por caraterísticas de las poblaciones enlo tanto este tendrá un mínimo peso vejecidas como la de la raya, y que reen las diferencias encontradas en las presentan más del 70% de las causas de la mortalidad. Por lo tanto, este mortalidades comparadas. Relativamente al factor ambiental, segundo factor sí sería determinante y más allá de la radioactividade co- y fulcral, para explicar, por qué muenocida por todos en esta zona, y ya ren más personas en la raya.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

8

SAÚDE/SALUD

R

R

elativamente ao terçeiro fac- arritmia cardíaca não diagnosticada tor, comportamental (estilos de a tempo, que poderia evitar um futuvida), o número de alcoólicos, ro AVC? Ou que possibilidades tem fumadores, e drogo-dependentes, as- um trabalhador activo, pai de família, sim como as taxas de colesterol, quer de superar um enfarte de miocárdio na raia, quer em Portugal continen- a mais de uma hora de caminho de tal são semelhantes. No entanto, o um hospital central?. sedentarismo, o stress, o número de Seria o mesmo, para um habitante acidentes de viação e a criminalida- de um território industrializado do lide é menor por estes lados. Portanto toral português, de Coimbra, Lisboa, este factor não será verdadeiramen- ou do Porto?. te importante nas diferenças quanto Comparativamente, a Portugal “lias mortalidades verificadas. toral e urbano”, a lista de desigualRelativamente ao 4º factor, os sis- dades nos cuidados de saúde do temas de saúde, a organização dos sistema português na raia seria intermesmos, relativamente à estrutura, minável, pelo que, este 4º factor, é função, e estatuto jurípossível que seja o respona lista de desi- sável máximo ou de maior dico-administrativos, em Portugal, ao não dispor gualdades nos peso, na grande diferença cuidados de de uma descentralização encontrada nas mortaliterritorial, é a mesma. No saúde do siste- dades comparadas. que diferem é: quer em ma português Quanto à 4ª pergunta eficiência , quer em equiinicialmente formulada, na raia seria dade e acessibilidade do da mortalidade comparainterminável sistema de prestação de da com os nossos vizinhos cuidados de saúde, o que espanhóis, com um sisteestá intimamente ligado à existência ma de saúde, inserido num sistema de desigualdades quanto a recursos jurídico-político operativo diferente e (humanos, institucionais, instrumen- formas de “governançe” distintas, os tais e económicos), e capacidade de resultados obtidos podem visualizargestão, “governançe” e governação. se nos gráficos deste estudo, com Em termos comparativos com um a tremenda diferença relativamente Portugal “litoral e urbano”, a raia so- aos resultados na raia e até de Portufre de menos médicos, menos enfer- gal continental. meiros, centros de saúde e hospitais Em 1989, sobe o Governo de pior dotados e menos acessíveis, com Margaret Tatcher, era lançado menor sofisticação de serviços médi- o “Relatório Black”, encarregado cos e instrumentos hospitalares, me- meses antes pelos laboristas, diz nos e piores transportes sanitários, respeito ao impacto das desigualcom a prática inexistente quer de dades socio-económicas, sobre a programas de saúde, quer de avalia- mortalidade na Gran Bretânha. ções de resultados na assistência priÀ altura, serviu de encorajamenmária, enfim, um pior planeamento to e como base da reforma do Sisde saúde. tema Nacional de Saúde Britânico. Apenas se podem dar dois exemA mortalidade por estes lados, ainplos quotidianos colocando duas da representa a avaliação de resultainterrogações: Quanto tempo es- dos mais obvia e objectiva das desipera um idoso raiano, para marcar gualdades territoriais de um sistema uma consulta de médico de família e de saúde. Para o sistema de saúde quanta esperança de vida perde esse português , aqui fica, desde já, um mesmo utente, se é portador de uma seu contributo.

elativamente al terçer factor, dor de una arritmia cardíaca no diagel comportamental (estilos de nosticada a tiempo, que podría evitar vida), el número de alcoholícos, un futuro AVC? O que posibilidades fumadores, y drogo-dependientes, así tiene un trabajador activo, padre de como las taxas de colesterol, tanto en familia, de superar un enfarte de miola raya, como en Portugal continental cárdio a más de una hora de camino son semejantes. Sin embargo, el se- de un hospital central?. Sería el mismo, para un habitante dentarismo, el stres, el número de accidentes de trafico y la criminalidad es de un territorio industrializado del limás pequeña por estos lados. Por lo toral portugués, de Coimbra, Lisboa, tanto este factor no será verdadera- o del Oporto?. Comparativamente a Portugal “limente importante en las diferencias toral y urbano”, la lista de desigualde las mortalidades verificadas. Relativamente al 4º factor, los siste- dades en los cuidados de salud del mas de salud, la organización de los sistema portugués en la raya sería inmismos, relativamente a la estructu- terminable, por lo que, este 4º factor, posiblemente sea el mayor ra, función, y estatutos jurídicos-administrativos, la lista de desi- responsable, de mayor gualdades en peso específico en la gran en Portugal, al no tener una descentralização ter- los cuidados de diferencia encontrada en ritorial, es la misma. En salud del siste- las mortalidades comparadas. lo que sí difieren es tanma portugués Respondendo a la 4ª to en la eficiencia, como en la equidad y la acce- en la raya sería pregunta inicialmente forinterminable mulada, de la mortalidad sibilidade del sistema de comparada con nuestros prestación de cuidados de salud, lo que está directamente vecinos españoles, con un sistema de relacionado con la existencia de desi- salud, portador de un sistema jurídicogualdades tanto en los recursos (hu- político operativo diferente y formas manos, institucionales, instrumentais de gestión e “governançe” distintas, y económicos), como en la capaci- los resultados obtenidos pueden verdad de gestión, “governançe” y go- se en los gráficos de este estudio, que muestran la tremenda diferencia rebierno. En términos comparativos con Por- lativamente a los resultados en la raia tugal “litoral y urbano”, la raya tiene y hasta de Portugal continental. En 1989, sube el Gobierno de menos médicos, menos enfermeros, centros de salud y hospitales peor Margaret Tatcher al poder, aparedotados y menos accesibles, con me- ciendo el “Informe Black”, encarganor sofisticação de servicios médicos do meses antes por los laboristas, e instrumentos hospitalares, menos y tratando del impacto de las desipeores transportes sanitarios, con la gualdades socio-económicas, sobre práctica inexistente tanto de progra- la mortalidad en Gran Bretânha. En esa época, supuso un autenmas de salud, como de evaluaciones de resultados en la asistencia primá- tico acicate para la reforma del Sisria, resumiendo una peor planificaci- tema Nacional de Salud Británico que fue realizada. ón de salud. La mortalidad representa la evaluaReferir sólo dos ejemplos cotidianos colocando dos interrogações: Cuán- ción de resultados más obvia y objeto tiempo espera un anciano raiano, tiva de las desigualdades territoriales para marcar una consulta de médico de un sistema de salud. Para el sistede familia y cuánta esperanza de vida ma de salud portugués, aquí queda pierde ese mismo usuario, si es porta- desde ya un su contribución.

Definições técnicas do Estudo

Definiciones técnicas del Estudio

E

N

ste es el resultado de un estudio que compara la mortalidad en la raya, con la de Portugual continental, “litoral y urbano”, y algunos de los territorios españoles. Para establecer a taxa de mortalidade padronizada indirectamente, foi escolhido como patrão la poblaçión média em Portugal Continental de cada año del período em análisis (2004/2008), respectivamente para cada grupo poblacional a padronizar, en los diversos años desse mesmo período, e fueron igualmente agregados a la hoja de cálculo los dados relativos a las defunciones reales por grupo etário (0-14;15-24;25-64;65-74;75 e más años), e efectuada a padronização directa para cada local ou región analizada, com el objectivo de profundizar en el estudio para retirar conclusiones futuras El estudio “Cruces sin razón”, fue realizado por Daniel Gil (Jornalista) e por Román Rodriguéz (Médico).

este estudo, foram utilizados exclusivamente dados das populações médias anuais e obitos falecidos, obtidos nos institutos de estatísdtica (INE) de Portugal e Espanha. Para estabelecer a taxa de mortalidade padronizada indirectamente, foi escolhido como padrão a população média em Portugal continental, de cada ano do período em análise (2004/2008), respectivamente para cada grupo populacional a padronizar, nos diversos anos desse mesmo período e foram igualmente anexados à folha de calculo os dados relativos aos obitos reais por grupo etário (0-14;15-24;25-64;65-74;75 e mais anos), e efectuada a padronização directa para cada local ou região analisada, com o objectivo de aprofundar o Estudo e retirar no futuro outras conclusões. O estudo “Cruzes sem razão”, foi desenvolvido por Daniel Gil (Jornalista) e por Román Rodríguez (Médico). Estudo Mortalidade na Raia Jornal CONTRABANDO

2004Ͳ2008 Obitos não esperados (utilizando o padrão de Portugal continental por cada ano de referência)

2004 2005 2006 2007 2008 Total IC 2004 IC 2005 IC 2006 IC 2007 IC 2008

Total

Norte

Grande Porto

Douro

Freixo de Espada à Cinta

Torre de Vila Nova de Alto TrásͲosͲ Bragança Miranda Mogadouro Moncorvo Foz Côa Montes do Douro Ͳ2

9

Ͳ82

Ͳ10

4

9

Vimioso

Ͳ15

Centro

Beira Interior Norte

Almeida

Ͳ2

Figueira de Castelo Rodrigo

Guarda

Meda

Pinhel

Sabugal

9

40

Beira Interior Sul Ͳ34

Castelo IdanhaͲaͲ Penamacor Vila Velha Lisboa e Branco Nova de Ródão Vale do Tejo 14

Grande Lisboa Ͳ475

Alentejo

388

Algarve

367

Espanha

Ͳ53.070

Madrid

Ͳ10.422

Castilla y León Ͳ6.413

Zamora

Valladolid Salamanca Estremadura

Ͳ1.074

Ͳ1.207

Cáceres

Ͳ725

Ͳ239

188

14

Ͳ62

Ͳ9

11

Ͳ78

2

Ͳ31

Ͳ23

5

33

Ͳ723

Ͳ758

Ͳ841

Ͳ431

248

20

Ͳ3

17

6

46

Ͳ8

0

Ͳ7

Ͳ169

Ͳ84

20

3

Ͳ117

Ͳ32

Ͳ24

39

11

90

44

10

Ͳ8

43

Ͳ210

Ͳ780

943

277

Ͳ64.308

Ͳ13.254

Ͳ7.153

Ͳ760

Ͳ1.035

Ͳ1.208

Ͳ1.120

Ͳ534

Ͳ320

151

Ͳ2

11

Ͳ19

20

31

10

Ͳ36

25

Ͳ119

87

21

13

Ͳ31

7

Ͳ11

31

35

31

19

Ͳ22

3

31

Ͳ45

Ͳ601

491

220

Ͳ58.810

Ͳ11.986

Ͳ6.429

Ͳ702

Ͳ891

Ͳ1.007

Ͳ1.264

Ͳ757

Ͳ630

Ͳ283

130

11

4

Ͳ13

108

34

Ͳ16

Ͳ7

10

186

57

21

21

Ͳ34

6

4

25

21

97

54

Ͳ7

0

50

Ͳ465

Ͳ813

670

242

Ͳ54.464

Ͳ11.845

Ͳ5.671

Ͳ583

Ͳ936

Ͳ1.004

Ͳ1.052

Ͳ581

Ͳ1106 Ͳ3.836 1,02 1,03 1,02 1,02 1,04 1,0243

Ͳ411 Ͳ1.683 1,02 1,04 1,03 1,03 1,04 1,0324

278 995 0,93 0,91 0,94 0,95 0,90 0,9249

30 72 0,82 0,77 1,04 0,86 0,68 0,8348

1 11 1,01 1,02 0,93 0,97 1,00 0,9858

10 5 0,93 0,89 1,18 1,11 0,92 1,0073

Ͳ120 Ͳ69 1,03 1,00 0,99 0,96 1,04 1,0057

Ͳ12 88 1,03 0,90 0,93 0,92 1,03 0,9608

Ͳ18 Ͳ29 0,97 1,07 0,92 1,15 1,18 1,0602

8 Ͳ26 0,95 1,00 1,30 1,05 0,95 1,0489

Ͳ5 7 1,22 1,09 0,78 0,89 1,06 1,0088

253 88 1,00 1,01 1,00 0,99 0,99 0,9994

57 107 1,01 1,05 0,95 0,97 0,97 0,9873

24 84 1,02 0,87 0,85 0,85 0,83 0,8838

27 75 0,92 0,98 0,90 0,84 0,81 0,8877

Ͳ70 Ͳ330 1,18 1,28 1,07 1,07 1,16 1,1526

Ͳ11 Ͳ26 0,98 1,43 0,93 0,94 1,12 1,0788

0 Ͳ33 1,02 1,17 1,07 0,97 1,00 1,0460

51 154 0,97 0,89 0,90 0,92 0,84 0,9038

26 133 0,79 0,94 0,81 0,88 0,85 0,8542

77 261 1,03 0,93 0,97 0,92 0,94 0,9590

24 156 0,98 0,94 0,97 0,93 0,97 0,9583

1 Ͳ48 1,13 0,96 1,10 1,03 0,99 1,0434

16 Ͳ12 1,20 1,05 0,98 1,00 0,89 1,0244

36 166 0,94 0,66 0,71 0,60 0,66 0,7161

Ͳ475 Ͳ1.162 1,00 1,01 1,00 1,02 1,02 1,0091

Ͳ794 Ͳ3.463 1,03 1,04 1,03 1,04 1,04 1,0375

1045 3.536 0,96 0,91 0,95 0,93 0,90 0,9324

299 Ͳ58.770 1.406 Ͳ289.423 0,92 1,14 0,94 1,17 0,95 1,16 0,95 1,14 0,94 1,15 0,9403 1,1521

Ͳ12.491 Ͳ59.999 1,26 1,32 1,30 1,29 1,30 1,2940

Ͳ6.145 Ͳ31.811 1,24 1,26 1,25 1,21 1,23 1,2370

Ͳ771 Ͳ3.539 1,29 1,29 1,29 1,23 1,32 1,2840

Ͳ632 Ͳ4.253 1,17 1,23 1,20 1,21 1,13 1,1865

Ͳ815 Ͳ5.108 1,29 1,32 1,28 1,27 1,21 1,2741

Ͳ1.622 Ͳ6.265 1,12 1,10 1,12 1,10 1,16 1,1188

Ͳ926 Ͳ3.665 1,17 1,17 1,19 1,14 1,24 1,1791

(O quadro em cima representa apenas os produtos finais do estudo com o número de mortos esperados por ano e total do período analisado, bem como os índices de convergência com o padrão utilizado - Taxa de Mortalidade directa por grupo etário de Portugal Continental para os anos de 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008 - Os dados obtidos para a padronização do território espanhol, referentes ao ano de 2008, são provisórios)

Ͳ3

Trancoso

Ͳ686 Ͳ715

(El cuadro superior representa sólo los productos finales del estudio con el número de muertos esperados por año y total del periodo analizado, así como los índices de convergência con el patrón utilizado - Taxa de Mortalidad directa por grupo etário de Portugal Continental para los años de 2004, 2005, 2006, 2007 y 2008 - Los datos obtenidos para la padronização del territorio español, referentes al año de 2008, son provisionales)


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

CALENDARIO

9

Calendario d’Água

DANIEL GIL

ASTROLOGIA La armonización de las fuerzas del inconsciente, del sexo, del poder, del deseo, de la revuelta, de la venganza, del amor son la tarea de los argutos nativos de este signo, en la llamada Guerra Santa en que deben vencer sus enemigos interiores y sublimar las energías para niveles de amor no posesivos y de sabiduría universal. Cacto, camélia, begónia, orégano y pimienta. Rubí y diamante. in Borda d’Águia

dia 24 dia 16 dia 9 dia 2

Novem

Novembro/Noviembre

Noviembre es el undécimo mes del año en el calendario gregoriano y tiene 30 días. Su nombre deriva de novem (‘nueve’ en latín), por haber sido el noveno mes del calendario romano. Retuvo su nombre «noveno» aún cuando al año se le agregaron los meses de enero y febrero.

ANIMAIS, AGRICULTURA E JARDINAGEM. No mês de Novembro, à que estercar os pomares e plantar cerejeiras, pés de segueiros, pereiras e macieiras na faze da lua crescente e, podá-los já no Minguante, tentando protegê-los das geadas. Plantar batata em zona secas, alho, couve temporã e tremoço. Semear cereais, fava, ervilha, e em camas quentes alface, beterraba, cebola, nabiça, nabo, rabanete e tomate. É tempo de colher a azeitona e a beterraba. Na horta começar a semear agrião, alface, cenoura, couves - com excepção da couve-flor - e bróculos. No Jardim estrumar em covas para a plantação na Primavera de árvores ou arbustos, sem esquecer de por estacas nas plantas contra o vento. Plantar bolbos de flores e roseiras, ou podar as já existentes. No que respeita ao gado, este deve transitar para um regime seco com feno, palha e grão. in Borda d’Águia

Acontecimientos en Noviembre / Efemérides em Novembro Dia 1 – Se celebra el Día de Todos los Santos. Em 1700

morre o Rei Carlos II de Espanha. Em1755 ocorre o grande Terramoto de Lisboa. Em1993, muere Severo Ochoa, bio-

químico español, premio Nobel de Fisiología o Medicina en 1959. Dia 2 - El 2 se celebra el Día de Muertos en gran parte del mundo. En 1971 reaparece el semanario Triunfo después de cuatro meses de suspensión decretada por el gobierno franquista. Em 2004 nos Estados Unidos da América o pre-

sidente George W. Bush vence as eleições contra John Kerry, sendo reeleito. Dia 3 - Dia Internacional do Homem. En 1493, Cristóvão Colombo arriba a la isla Dominica en su segundo viaje. En 1883 el arquitecto espanhol modernista Antonio Gaudí recibe el encargo de continuar con la construcción del Templo Expiatorio de la Sagrada Familia. Em 1887 é fundada a

Associação Académica de Coimbra, a mais antiga associação de estudantes de Portugal. En 1999 el juez español Bal-

tasar Garzón procesa a 98 militares argentinos por las desapariciones ocurridas durante el Régimen Militar de Chile. Dia 4 – Em 1576, a Antuérpia é pilhada por tropas espa-

nholas. Em 1869, é publicado o primeiro número da revista Nature. Em 1946, é fundada a UNESCO. En1950 La Asam-

blea General de la ONU revoca la condena a la España de Franco. Dia 5 - En 1810, las tropas invasoras francesas inician el asedio a la Isla de León (Cádiz). En 1838, Honduras proclama su independencia y se separa de la Federación Centroamericana.. Em 2008, Barack Obama é eleito o primeiro pre-

sidente afro-americano dos EUA. Dia Nacional da Língua Portuguesa (no Brasil) desde 2006. Dia 6 – Em 1917, eclode a Revolução Russa de 1917. Em 1919, nasce Sophia de Mello Breyner, poetisa e escritora portuguesa (m. 2004). En 1975, comienza la Marcha Verde, en Maruecos, donde 350.000 marroquíes desarmados se unen para forzar la retirada de las tropas invasoras españolas. Dia 7 – En 1822, el poeta Manuel José Quintana inaugura la Universidad de Madrid. En 1882, Matilde Castells es la primera mujer que recibe la investidura de Doctor en Medicina en Espanhã. Em1919, o Jornal Times de Londres anun-

cia o sucesso da teoria da relatividade de Einstein. Dia 8 - Em 1246, more Berengária de Leão e Castela, rainha de Castela (n. 1180). Se celebra el Día Mundial del Urbanismo (desde 1949). Em 1895, Röntgen descobre os raios X. Em 1656, nasce Edmond Halley, astrónomo britânico (m. 1742). Em 1246, more Berengária de Leão e Castela, rainha de Castela (n. 1180).

Dia 9 - En 1989 cae el muro de Berlín. Em 1888, Jack, o Estripador, faz a sua quinta vítima: Mary Jane Kelly. Em 1934,

nasce Carl Sagan, astrónomo e astrofísico norte-americano (m. 1996). Em 1970, more Charles de Gaulle, estadista francês (n. 1890). Dia 10 - En 1810, decreto de las Cortes de Cádiz por el que se concede por primera vez la libertad de imprenta en España. En 1991, muere, Montserrat Roig, escritora española. En 2007, el rey Juan Carlos I de España le dice ¿Por qué no te callas? al presidente Hugo Chávez de Venezuela. Dia 11 - Dia da Independência em Angola. En 1918 se firma el armisticio que pone fin a la Primera Guerra Mundial. En 1810, el poeta Manuel María de Arjona y Cubas, funda la Real Academia de Córdoba. En 2003, muere Miquel Martí i Pol, escritor, poeta y traductor español. Dia de São Marti-

nho (Portugal), tradicionalmente é o dia em que as adegas são abertas e se prova o vinho novo. Dia 12 – Em 1976, são realizadas as primeiras eleições autárquicas de Portugal já em democracia.

Dia 13 – En 1318, muere Constanza Manuel, reina de Castilla y Portugal e em 1460, Infante D. Henrique, príncipe

português e impulsionador dos Descobrimentos (n. 1394). Em 1807, a família real portuguesa foge para o Brasil na sequência da invasão do país por tropas napoleónicas.

En1923, comienza la dictadura de Miguel Primo de Rivera (España). Dia 14 - Dia Mundial das Diabetes. Em 1839, nasce Júlio Dinis, médico e escritor português (m. 1871). En1921se funda el Partido Comunista de España. En1968, muere Ramón Menéndez Pidal, filólogo e historiador español. Dia 15 – Dia da proclamação da república no Brasil. Se lanza al espacio el primer satélite español, Intasat. Dia 16 - Dia Nacional do Mar em Portugal. Em1949, mor-

re António Aleixo, poeta popular português (n. 1899). Em 1922, nasce José Saramago, escritor português e Nobel da Literatura. En1977, aprobado por unanimidad el ingreso de España en el Consejo de Europa. Dia 17 - Dia Internacional do Não-Fumador. Em 1913, o

Canal do Panamá , na América Central, é aberto para ligar os oceanos Atlântico e Pacífico. Dia 18 – En 1952, se acepta la adhesión de España a la Unesco, ingresando en1953. En 1982, en España se constituyen las nuevas Cortes Generales. Dia 19 – En 1933 se celebra por primera vez el sufragio universal en las Elecciones Generales en España, que darán la victoria a los partidos de derechas. Dia 20 – Em 1807, Guerra Peninsular: as tropas napoleóni-

cas de Junot alcançam a fronteira portuguesa dando início

à primeira invasão francesa em território lusitano. Se celebra la Revolución mexicana de1910. Em1959 é publicada pela ONU a Declaração dos Direitos da Criança. En 1975, finaliza el franquismo tras la muerte del dictador español Francisco Franco. (n. 1892). Dia 21 - Dia Mundial da Televisão. Se celebra el día del estudiante en Venezuela. Em 1694, nasce Voltaire, filósofo

francês (m. 1778).

Dia 22 – En 1462, primera constancia escrita de la llegada de los gitanos a Andalucía. En 1497, Vasco da Gama, navegante portugués, dobla el Cabo de Buena Esperanza. En1559, pragmática de Felipe II en España por la que se prohíbe a los españoles estudiar en el extranjero. Em 1975,

Juan Carlos é coroado Rei da Espanha.

Dia 23 – En 1811, las Cortes de Cádiz aprueban la institución de la Lotería llamada “nacional”. Em 1908, é inaugurada

a linha férrea do Vouga em Portugal. Dia 24 - Em 1859, é publicado pela primeira vez o livro A Origem das Espécies, do naturalista britânico Charles Darwin . Dia 25 - En 1578, Felipe II ordena en Madrid a los obispos americanos que castiguen a los clérigos que maltratan a los indios. Em 1845, nasce, Eça de Queirós, escritor português

(m. 1900). Em 1885, more Rei Afonso XII de Espanha (n. 1857). En 1958, muere Víctor de la Serna Espina, escritor y

periodista español. Em 1975, em Portugal, um golpe militar põe fim ao PREC. Dia 26 – En 1838, en Madrid, se promulga la Ley de Instrucción Primaria. Em 1968, intervindo pela primeira vez na

Assembleia Nacional, Marcello Caetano pronuncia-se a favor da manutenção da presença portuguesa em África. Dia 27 – Em 1199, é fundada a cidade da Guarda, Portugal, através do Foral de D. Sancho I. En 1912, Francia y España firman un tratado acerca de Marruecos, que concede a España la zona norte del país. Dia 28 - Em 1660, é fundada a Royal Society de Londres. Se

celebra el día de la Independencia de Panamá de España (1821). En 1930, José Ortega y Gasset publica La rebelión de las masas. Dia 29 – En1844, se funda la ciudad de Salamanca, Chile, por Joaquín de Ceballo. Em 1874, nasce, Egas Moniz, médi-

co e político português (m. 1955).

Dia 30 – En1031, España: Hisham III es asesinado en Córdoba por el pueblo rebelado, acabando así definitivamente el califato omeya. Em 1919, pela primeira vez em França, as

mulheres votam em eleições legislativas. Em 1874, nasce Winston Churchill, estadista britânico (m. 1965). Em 1935, morre, Fernando Pessoa, poeta português (n. 1888).


contrabando, 1 de Junho/Junio de 2009

10

contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

PATRIMÓNIO VICENTE PUPARELLI

Promesas de hierro

Promessas de Ferro

El Gobierno portugués celebró el pasado mes de Septiembre, en vísperas de elecciones legislativas, un compromiso con cinco instituciones públicas para la rehabilitación del tramo entre Pocinho y Barca d’Alba y la explotación turística entre Régua y la frontera. Tras vente años de promesas políticas..., volverá a pitar el tren? ; y del lado español?

O Governo português celebrou no passado mês de Setembro, em vésperas de eleições legislativas, um compromisso com cinco instituições públicas para a reabilitação do troço entre Pocinho e Barca d’Alva e a exploração turística entre a Régua e a fronteira. Depois de vinte anos e de promessas políticas, será desta que volta a apitar o comboio? E do Lado espanhol?

O

acordo assinado, seAcreditando no anuncio, será gundo a então secre- o ‘princípio do fim’ de uma luta tária de Estado dos antiga de mais de 20 anos, de Transportes portugueses, Ana muitos cidadãos, associações e Paula Vitorino, “faz parte de autarcas de ambos os lados da um projecto global de inves- fronteira, mas que não se entimentos para a mobilidade contra ainda vencida, menos no Douro, com cerca de 250 ainda do lado espanhol. milhões de euros” que o GoO recém criado agrupamenverno português propõe para to europeu de cooperação toda a linha férrea (Porto-Barca territorial AECT - Douro/Dued’Alva), fluvial e a construção ro, reuniu ainda nesse mês de do futuro terminal de cruzeiros Setembro em Valhadolid com de Leixões (Porto). um delegado do Governo esA ex-secretária de Estado pre- panhol para apresentar projeccisou nessa cerimónia na esta- tos e sublinhar a importância ção terminal do Pocinho que, da reactivação da linha férrea “numa primeira fase, irá circular até Salamanca. na linha um serviço especial Miguel Alejo, delegado do com finalidade Governo para É uma luta antiga a província auturística”, cuja CP - Comboios de mais de 20 anos, tónoma de Casde Portugual tela e Leão, no (CP) -, será a de muitos cidadãos, final da reunião, entidade resdisse não se poassociações e ponsável pela der pronunciar, autarcas organização então sobre a de um concur“conveniência so público internacional para ou não” da reabilitação do resubconcessão da exploração. A ferido troço, sustentando que exploração turística do referido iria promover uma “entrevista” troço, será desenvolvida numa entre a AECT - Douro/Duero e primeira fase entre a Régua e o o ministério do Fomento para Pocinho, e posteriormente do que essa “demanda” - reactivaPocinho até Barca d’Alva, em ção do troço entre Barca d’Alva função da conclusão das pro- e Fuente de San Esteban (Salametidas obras de reabilitação manca) - pudesse ser estudada. deste ultimo, orçadas em 25 Miguel Alejo explicou ainda milhões de euros, afirmou Ana que em Espanha, “estava para Paula Vitorino. breve a revisão do Plano de Es-

Ana Paula Vitorino

numa primeira fase, irá circular na linha um serviço especial com finalidade turística”

Miguel Alejo

Declaró no poderse pronunciar, sobre la “conveniencia o no” de la rehabilitación del referido tramo”

E

l acuerdo entonces firmaSe acreditamos en este anundo, según la secretaria de cio, sería el final de una lucha Estado de los Transportes de más de 20 años, pertrechaportugueses, en esa altura, Ana da por muchos ciudadanos, Paula Vitorino, “forma parte de asociaciones y autarcas de amun proyecto global de inver- bos lados de la frontera, que siones para el tránsito por el aún no está ganada, y todavia Duero, de cerca de 250 millo- más incierta del lado español. nes de euros” que el Gobierno La recién creada agrupación portugués propone para toda europea de cooperación terla línea férrea (Puerto-Barca ritorial AECT - Duero/Douro, d’Alba), fluvial y la construcción tuvo una reunión en Septiemde la futura terminal de cruce- bre de este año en Valladolid ros de Leixões (Oporto). con el Delegado del Gobierno La ex-secretaria de Estado español para la autónoma de precisó en esa ceremonia, en la Castilla y León , Miguel Alejo, estación terminal de Pocinho, para presentar sus proyectos que en una primera fase irá a y subrayar, una vez más, la imcircular en la línea un servicio portancia de la reactivación de especial con fila línea férrea Es una lucha anti- hasta Salamannes turísticos, donde la emgua de más de 20 ca. Al final de la presa “Trenes reunión, el deaños, de muchos legado, declaró de Portugal” (CP) , será la en- ciudadanos, asocia- no poderse protidad responsasobre la ciones y autarcas. nunciar, ble por la orga“conveniencia o nización de un no” de la rehabiconcurso público internacional litación del referido tramo, sospara la sub-concesión de la ex- teniendo que iría a promover plotación. Esta última será de- una “entrevista” entre la AECT sarrollada en una primera fase Duero/Douro y el Ministério de entre Régua y Pocinho, y pos- Fomento para que esa “demanteriormente de Pocinho hasta da” - reactivación del tramo enBarca d’Alba, sólo pendiente de tre Barca d’Alba y Fuentes de la conclusión de las prometidas San Esteban (Salamanca) - pueobras de rehabilitación de este da ser estudiada en la próxima ultimo tramo, presupuestadas revisión del Plan de Estructuras en 25 millones de euros, afirmó e Infraestruturas nacionales que está para breve. Ana Paula Vitorino.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

TURISMO

truturas Infraestruturas Nacio- de euros. nais. No portal Internet do Partido Se é facto que a reabilitação Socialista Operário Espanhol do referido troço não terá sido (PSOE), pode ler-se em “Los comuma prioridade nas conversas promisos del Gobierno Socialisentre os dois Governos na ulti- ta”, que “ el objetivo del proyecma Cimeira Ibérica, vários têm to político de los socialistas para sido os esforços da Junta Au- los próximos años consiste funtónoma de Castela e Leão em damentalmente en cumplir el trazer este e outros temas estru- Programa Electoral con el que turantes entre as duas regiões concurrimos a las elecciones”. transfronteiriças, como exem- Embora o documento - Prograplo do encontro bilateral ocor- ma Eleitoral 2004 - não esteja rido no passado mês de Maio acessível ao visitante deste porentre o seu presidente, Juan tal, está aí. Procuramos o referiVicente Herredo prospecto ra, e o Governo o jornal CONTRA- e em “Red de português, de BANDO não deixará Ferrocariles que resultou no “, pode ler-se de divulgar, recor- entre outras compromisso de apresentar um promessas o dando os prazos plano concertaseguinte: prometidos. do de desenvol“Impulsarevimento para a mos el Tren região Douro/Duero, até final turístico La Fregeneda - Barca deste ano de 2009. d’Alva como ejemplo del valor Juan Vicente Herrera, subli- del uso del Tren con fines turísnhou então o “valor político” ticos, desde la localidad de la do documento assinado com o Fuente de San Esteban, hasta Governo português, adiantan- la frontera portuguesa de La do que o próximo passo seria Fregeneda - Barca d’Alva”. estudar “as dificuldades técniSão estas intenções, comprocas, ambientais e financeiras missos, anûncios ou promessas, ”associadas à reactivação da que o jornal CONTRABANDOlinha férrea – Pocinho, Sala- não deixará de divulgar, recormanca -, num investimento to- dando os prazos prometidos. tal que estimou em 80 milhões

PSOE - Programa Electoral 2004

“Impulsaremos el Tren turístico La Fregeneda - Barca d’Alva como ejemplo del valor del uso del Tren con fines turísticos”

entrevista José Herrero Sánchez por Daniel Gil

Qual a posição da plataforma perante as promessas de ambos os governos em reabilitar o caminho de ferro do Pocinho a Fuente de San Esteban? Incredulidad. Todas las promesas siempre han ido ligadas a un periodo de campaña electoral. Después, todos olvidan. Es un tema recurrente, que todos los partidos sacan para quedar bien.

Que modelo de reabilitação propõem ou acreditam ser melhor para essa património que defendem? Las 2 propuestas opuestas que se han realizado para la reahabilitación del tramo español son: - Una "vía verde" para bicicletas y senderistas, que implica el desmantelamiento de las vías ferro-

11

Si el hecho de que la rehabili- de euros”. tación del referido tramo no ha En el portal Internet del Parsido una prioridad en las conver- tido Socialista Obrero Español saciones entre los dos Gobier- (PSOE) puede leerse, respecto nos en la ultima Cumbre Ibérica, a los compromisos electorales, varios han sido los esfuerzos de que “el objetivo del proyecto la Junta Autónoma de Castilla político de los socialistas para y León en traer al tapete éste y los próximos años consiste funotros temas estructurantes para damentalmente en cumplir el las dos regiones transfronteri- Programa Electoral” con que el zas, como por ejemplo, el en- que concurrió a las elecciones cuentro bilateral ocurrido en del 2004. Aunque el documenMayo de este año entre el pre- to - Programa Electoral 2004 sidente de la Junta de Castilla y - no sea accesible al visitante León, Juan Vicente Herrera y el de este portal, está ahí. BuscanGobierno pordoel referido el periódico CON- prospecto, en tugués, del que resultó un com- TRABANDO no deja- la “Red de Ferpromiso para rocariles“, puerá de divulgar, re- de leerse entre la presentación concertada de cordando los plazos otras promesas, un plan de dela siguiente: prometidos.. sarrollo para la “Impulsareregión del Duemos el Tren ro, hasta final de este año. turístico La Fregeneda - Barca Juan Vicente Herrera, subrayó d’Alba como ejemplo del valor entonces el “valor político” del del uso del Tren con fines turísdocumento firmado con el Go- ticos, desde la localidad de la bierno portugués, adelantando Fuente de San Esteban, hasta la que el próximo paso sería el de frontera portuguesa de Fregeestudiar las dificultades técni- neda - Barca d’Alba”. cas, ambientales y financieras Son estas intenciones, comasociadas a la reactivación de promisos, anûncios o promesas, la línea férrea – Pocinho, Sala- que el periódico CONTRABANmanca -, con una inversión to- DO no dejará de divulgar, recortal que estimó en “80 millones dando los plazos prometidos.

José Herrero Sánches es portavoz de la

Plataforma Ciudadana en Defensa del Ferrocarril

viarias y la destrucción total tamientos cercanos a la línea ferde la infraestructura ferroviaria y roviaria. Sería un tramo de línea que eliminaría la singularidad del sin intercambio de máquinas con camino. Sería un camino natural el resto de las líneas ferroviarias muy expuesto al sol, en compe- y eso implica limitaciones que retencia con caminos con vegeta- ducen costes económicos de inción frondosa más agradble para versión y dan otras posibilidades. el paseante. - Una reapertura al Las máquinas van a baja velocitráfico convencional de personas dad y el peso no es elevado: las y mercancías. La seguridad ferro- pruebas de carga de los puentes viaria depende se reduce y la “Dar una utilidad a plataforma ferrodel binomio velocidad y peso. Eso estaciones e infraes- viaria sólo se reimplica que en el fuerza y se dota lado español, la tructura, que supon- de más seguriga una posibilidad dad. El tren no línea ferroviaria debería ser de de negocio para los tiene prioridad nuevo trazado: en los cruces a habitantes de los los puentes no nivel, con lo que soportan el peso obligatoriamenayuntamientos... de los modernos te el maquinista estándares de detiene la mácirculación y los túneles no tie- quina y coloca las barreras; eliminen un galibo tan amplio como na los gastos fijos de personal de los modernos trenes de mercan- vía que atiende los pasos a nivel cías. Esta macroinversión se com- y reduce los gastos fijos de persoplementa con la eliminación ab- nal de estación. Sería compatible soluta de pasos a nivel. Y la que con la circulación por tramos de no han considerado en absoluto: biclonetas, balancín ferroviaria, - Una reutilización para el ocio y etc. Es una propuesta que fue el turismo de toda la infraestruc- pionera en Europa y que ahora tura. Dar una utilidad a estacio- en algunos lugares de Francia, nes e infraestructura, que supon- Alemania, Bélgica y Suiza se puega una posibilidad de negocio de ver; sigue siendo la propuesta para los habitantes de los ayun- fronteriza española-portuguesa

más interesante: parque natural, patrimonio ferroviario único, clima, etc. La vía sería el elemento aglutinador y vertebrador de los múltiples puntos de atención turísticos y culturales de la zona.

Quanto estimam ser necessário investir para essa mesma reabilitação? De las 3 propuestas, la reapertura a la circulación sería la más cara y la más inviable por el coste económico. ¿Quién se opondría a macroinversiones en tu región? Destruir el patrimonio es absurdo. Realizar pequeñas inversiones y empezar a transformar la realidad, generando pequeñas actividades empresariales de los habitantes de la zona. Si se rehabilita todo por un bloque, se estaría favoreciendo a los grandes grupos de empresarios que se saben mover dentro de las Administraciones Públicas. Con la reabilitación de un tramo y dos estaciones, el efecto llamada sería considerable, y sería un foco de atracción importante.

Quais têm sido os principais entraves e dependências para que o caminho de ferro não siga em frente?

Las principales dificultades para realizarlo es el inmovilismo de los políticos y las Administraciones Públicas (Refer, Adif,...), que tienen miedo a tomar decisiones. Los ciudadanos somos también culpables por dejarnos manipular y no exigir responsabilidad y compromisos a nuestros representantes políticos. Posiblemente seamos más culpables nosotros los ciudadanos, por mirar para otro lado y cerrar la boca.

O que é possível ir fazendo e o que se propõem fazer brevemente a Plataforma como representante das diversas associações? Estamos en un tiempo de reflexión: desencantados del engaño de los políticos, la manipulación de los medios de comunicación, el inmovilismo social, etc. Hemos trabajado mucho para modificar la realidad y concienciar a la población. Nos falta la movilización social, y no sabemos cómo lograrla. Conseguimos que los Ayuntamientos hicieran una asociación legalizada, en la que se acomodan nuestros representantes políticos para no hacer nada o buscar propagandismo personal.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

12

SEM COMENTÁRIOS/SIN COMENTARIOS

Incêndio na fronteira entre Bouça e Escarigo em Agosto de 2009 - fotos: Daniel Gil

e Jesús CabanillasCEN


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

TERRITÓRIO

entrevista José Luis Pascual

por Miguel Ángel Pérez

La idea surgió a lo largo del desarrollo por parte del Ayuntamiento de Trabanca del programa Rayando la Igualdad, dentro de la iniciativa comunitaria Equal, en Septiembre de 2006, con la experiencia de la cooperación transnacional, descubrimos la oportunidad real que podría suponer para todos nuestros pueblos el nuevo marco jurídico que se abría para la gestión conjunta del desarrollo de todo nuestro territorio en conjunto. Eso unido a la conciencia clara que teníamos en el Ayuntamiento de la necesidad de aunar esfuerzos, fueron las razones fundamentales que nos llevaron a iniciar esta andadura.

Cuales son los objetivos prioritarios que persiguen? La cohesión económica, social y territorial, es decir generar en nuestro territorio un desarrollo sostenible que permita a todos los municipios albergar claras perspectivas de volver a generar oportunidades reales para nuestros habitantes. Impulsando la definición, planificación y gestión conjunta de todas las actuaciones que consigan desarrollar de forma uniforme todo el territorio de la frontera de Castilla y León con Portugal, generando además una organización que pueda estructurar el territorio con garantías de participación de todos.

Evidentemente Si, la inmensa mayoría de municipios están presentes en la AECT, la inmensa mayoría han actuado de forEn la Agrupación Europea de ma seria con los intereses de sus Cooperación Territorial Duero pueblos, como es de esperar de Douro, no exisun representante país vecino, “...esa es nuestra te público y espuesto que poparticipando gran apuesta de tán demos actuar de la definición e x a c t a m e n t e futuro, eliminar in- del futuro de su igual en España comarca. Pero que en Portugal, cluso en el subcons- además no solo esa es nuestra están los de la ciente la Raya. gran apuesta de comarca, si no futuro, eliminar que está la inincluso en el subconsciente la mensa mayoría de pueblos de los Raya. Pero si se refiere a la im- dos países en torno a la frontera portancia del apoyo de Portugal de Castilla y León con Portugal, a los proyectos de desarrollo en 187 integrantes de la AECT. la parte española, la importancia que le damos es crucial, puesto Qué piensa hacer para limar que sin ellos no habrá proyecto posibles asperezas y conseigual que al revés. Por fin estamos guir el apoyo unánime de en el mismo barco y tomamos las los consistorios de la zona? decisiones de forma conjunta, por lo tanto los proyectos serán, Trabajar y no cansarme de expliesta vez sí, conjuntos. car las posibilidades de futuro de la Agrupación, y desde luego esQué papel van a jugar los tar siempre en disposición consrepresentantes portugue- tante de ir avanzando en positises en el desarrollo de esta vo para conseguir los resultados para TODO el territorio. iniciativa? Lo están jugando desde el inicio, desde que me dirigí a ellos, todos los representantes portugueses entendieron perfectamente el enorme campo de posibilidades que se abrían ante nosotros trabajando conjuntamente y decidiendo conjuntamente. Su participación además en toda la fase de creación de la AECT ha sido importantísima, sobre todo por la determinación de sus decisiones siempre en el plano positivo.

Cuenta con el apoyo suficiente de los ayuntamientos de la comarca?

Páre, Escute, Olhe

N

ão me considero cinéfilo porquanto o cinema não faz parte dos meus interesses mais fortes, todavia este mês fui adrede ao Doclisboa 2009 (VII festival internacional de cinema), porque aí seria exibido um filme-documentário que estaria na Competição Portuguesa de longa-metragens. E Jorge Pelicano, o seu realizador, era meu

conhecido. E a sua produtora, Rosa Silva, havia oferecido alguns bilhetes aos amigos. E o tema diziame respeito enquanto cidadão e transmontano-duriense. Na Culturgest comecei por encontrar gente amiga e solidária com a luta pela salvaguarda dos rios transmontanos e também pela defesa da Linha do Tua. O auditório estava repleto.

José Luis pascual és director general de la

Agrupación Europea de Cooperacion Territorial AECT (Duero-Douro)

Considera crucial el apoyo del país vecino para cualquier proyecto en la zona? Cuando y qué razones le impulsaron a crear esa agrupación?

13

ambiental envidiable y envidiado la llegada de fondos? en toda la península ibérica, una riqueza cultural y patrimonial a la De la actual crisis no se escapa altura de cualquier territorio, casi ningún territorio ni ninguna initodas las actividades económicas ciativa, evidentemente de todos sin desarrollar, por lo tanto con es conocido que la Unión Eucapacidad de crecer, y sobre todo ropea ha destinado cantidades importantes de una frontera que “Además con las dinero a combalejos de seguir separándonos, enormes potencia- tir los efectos de la crisis, como es se ha convertilógico ese dinero lidades que tiene do en el nexo ha recortado de unión para nuestro territorio se de otros aspecpoder trabajar hay que ser opti- tos, pero el objede forma seria y tivo de la Coopeestructurada por mista ración Territorial un proyecto de se ha convertido futuro común en uno de los tres objetivos básipara españoles y portugueses. cos de la Unión Europea, por lo tanto hay que tener confianza de Está afectando la crisis ecoque por una vez territorios como nómica o puede afectar los nuestros podrán estar presenen un futuro a este tipo de tes en la definición de una Europroyectos, condicionando pa más igualitaria y mejor.

Es optimista en cuanto al futuro de la zona y cuando confía en ver los primeros resultados de esta nueva iniciativa? Soy optimista, puesto que nuestro futuro por primera vez empieza a depender más de nosotros, es decir el diseño de ese futuro contará con nuestra participación activa, por lo tanto contamos con alguna ventaja que antes no teníamos. Además con las enormes potencialidades que tiene nuestro territorio hay que ser optimista, un potencial medio-

As imagens envolveram-nos. Os intervenientes gentios comoveramnos. Os políticos implicados enojaram-nos. O filme a todos mostrou. Ali, preto no branco, onde cada personagem, todas reais, falou por si. Na presença daquele impressionante trabalho de investigação que “viveu do dia-a-dia das pessoas” fomos arrebatados pela sua força. O cinema ao serviço de uma causa, dando voz à gente olvidada.

O documentário que também se apresentou no Cine-Eco de Seia (XV edição do Festival Internacional de Cinema Ambiente de Seia), arrebatou no mesmo dia e em ambos os certames, nada menos que os 3 mais importantes prémios de cada um. O festival da Serra já havia premiado em 2005 o seu também documentário “Ainda há pastores?”, que neste momento conta já com 14 prémios nacionais e internacionais. /Carlos D’Abreu


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

14

PATRIMÓNIO/HISTÓRIA

Historia viva de la raya

fotos DANIEL GIL

Tomi Borja

La Leyenda lusitana del Colmeal Un cuento real para adultos

Un pequeño paraíso perdido, de gran valor ecológico y arqueológico, situado en el concejo de Figueira de Castelo Rodrigo, testigo mudo de la frustración colectiva y de las esperanzas rotas sufridas por sus habitantes cuando fueron forzados a abandonarlo por una sentencia judicial, sesenta y dos años después, política y coyunturalmente todavia controvertida.

U

na mañana de finales de didas, donde quedan, como ner respuestas. Julio del 2009... Aún con mudos testigos, las paredes y Y surge la historia... y surge el el sabor en la boca de un arte- la torre de su Iglesia, para con- personaje que pone vida, palasal y delicioso desayuno casero tarnos una historia que duerme bras y hechos. Inmigrante en que nos han servido, y las men- entre sus piedras Oporto, como .mujeres y niños tantos otros tes atrapadas por las multiples y blasones. Durante su sensaciones experimentadas la refugiados en la del Portugal innoche anterior, durante nues- contemplación, terior, guarda Iglesia; tra hospedaje, en una de las volvimos a tener con nostalgia aldeas historicas portuguesas la misma sensasus recuerdos mejor conservadas, de reminis- ción de seguridad, conmisera- de infancia y viene cada año a cencias godas, Castelo Rodrigo, ción y fé en el género humano “matar saudades” a su rincón nos dispusimos a recorrer en que experimentamos en estos querido y a sentir el abrazo y el coche la distancia que separa días, habida cuenta de la aco- cariño de tierra, familia y amiesta ciudad de la de Pinhel, a gida, familiaridad, confianza y gos. traves de la legendaria “exco- honestidad de las gentes que Como niños a la espera de mugada”, nombre que desde nos hemos encontrado. un cuento, nos sentamos en El Lugar tiene magia, se res- el muro de la vieja fuente, a esantaño rige para esta carretera, pira paz y silencio. cuchar la historia que el Sr. Aital era su difícil Las sierras y las res, que así se llama, con aire disposición oromontañas que lo emocionado, nos comenzó a gráfica, plagada rodean nos hacen contar... de curvas e lasentir dentro de mentable estado una cuna o de un de su firme. Lo “11 de julio de 1957, 10:30 útero materno !tàl de la mañana...” que hacia que es la proteciòn que muchos pensasentimos! ran más de dos “Todavía en la retina del niño Sòlo los pàjaros, los riachue- están vivas las imágenes de los veses, antes de transitarla. Apenas recorridos 3 Kms. y a la los que murmuran, media do- hombres apostados en las ladesalida de una curva, topamos cena de perdices que corren ras próximas y de las mujeres y con un diminuto indicador: asustadas, creyendo ser per- niños refugiados en la Iglesia; “Colmeal”, que nos adentra por seguidas por los muchos caza- tal fue la estrategia convenida un estrecho camino reciente- dores que pululan por aqui, las la noche anterior por los aldemente asfaltado. Según vamos rapazes sobrevolando en círcu- anos”. avanzando por él a escasa ve- los, silenciosas, y otras percepUna patrulla armada de la locidad, flanqueados por pe- ciones más, son las que ponen Guardia Nacional Republicana queñas colinas e describiendo una nota de vida y movimiento portuguesa llega al Colmeal, un montón de curvas suaves, se en aquella postal. una de las freguesías de FigueiEs indudable que parece un ra de Castelo Rodrigo, uno más abre ante nosotros un paisaje pizarroso y yermo constituido, paraíso donde el espacio físico de los muchos sitios lusitanos, habla de mu- perdidos ya entonces en la hisa nuestra iz...Una patrulla chas historias y toria, para ejecutar una sentenquierda, bajando la vista, armada de la Guar- donde el tiem- cia judicial correspondiente a po, arropado un pleito complejo y vivo que por las estribaciones del río dia Nacional Repu- por el silencio, duró dos años, controvertido Côa y uno de blicana portuguesa parece haberse todavía hoy en el tiempo: el deparado. sus pequeños salojo de la misma, de la totalillega al Colmeal Qué ocurió en dad de unos vecinos, frustrados afluentes, y a esta aldea?, qué en su más íntimo ser, arrancanuestra derecha, subiendo la vista, una de peste o qué tragedia dejó este dos de sus sueños de progreso, las laderas, poblada de pinos pueblo abandonado?. Dónde y como en un “sunami”, y despoy eucaliptos, del inconfundible por qué los moradores abando- jados materialmente de sus forpico de la Marofa (1.650 m. de narón este paraíso? mas de sustento. Preguntas que se agolpan y altitud), a escasos 3 Kms. en líTras momentos de tensión, no encuentran lógica o razón. de emociones fuertes y llantos, nea recta de la cima. En frente, tropezamos con el La curiosidad nos lleva a hablar y sin ningún tipo de violencia esqueleto de un pueblo aban- con los habitantes de los pue- física... continuará donado, con sus casas hun- blos vecinos, procurando obte-

Colmeal “Colmenar”

C

olmeal, en el municipio de Figueira de Castelo Rodrigo (Guarda) es hoy una sede de vicinos sin nadie. En 1960 tenía 338 habitantes en 108 fuegos. En 1183 el rey de León, Fernando II, cuando estaba en Ciudad Rodrigo (España), donó la población a los monjes de Son Julião del Pereiro, orden militar cuya sede se sabe haber sido en Cinco Vilas, igualmente en el municipio de Figueira de Castelo Rodrigo, muy cerca del también olvidado y arruinado castillo de Monforte. La donación fue confirmada por el papa Lúcio II en Abril del mismo año, de acuerdo con el “Bullarium de Alcântara” (José J. Silva). Otrora conocida por “Colmeal das Cebolas” dada la predilecion de este producto agrícola en su zona,

se dice de su nombre, que proviene de las colmenas, de la miel y cera. Era entonces conocida por “COLMENAR”. La aldea de Colmeal, tuvo cómo donatários los Condes de Belmonte, “Cabral” de que subsiste el blason anaranjado en el portal principal de la residência. D.Afonso V mantuvo la Jurisdição de la tierra a Fernão Cabral, padre de Pedro Alvares Cabral (celebre navegante portugués), que la heredó de su padre, Vasco Fernandes de Gouveia, designado en 1450 para “Alcaide” de Castelo Rodrigo. La ahora aldeã “fantasma” tuvo Juez de Fuera de Pinhel, iglesia matriz, horno, gente y el “Chafariz del Miradouro de Pedro Alvares Cabral. En 1434 D.Duarte concedió “Carta de los Puertos” de Castelo Rodrigo y Almeida a Vasco Fernandes Gouveia, cargo ya desempeñado por su padre, además de los derechos reales de Castelo Rodrigo (ahora clasificada como Aldea Histórica), decisión también confirmada por D. Afonso V. Fernão Cabral fue fidalgo de la Corte, alcaide-mor de Castelo Rodrigo, Corregedor de las comarcas da Beira y Riba-Côa, conocido entonces como “Gigante da Beira” tal era su estatura física. Colmeal tuvo cómo hermandades S. Sebastião y S. Miguel, fue “couto de homiziados” dado el despoblamiento que sufrió con las guerras con España, perteneció al municipio de Pinhel hasta 12 de Julio de 1895, cuando pasó a integrar el municipio de Figueira de Castelo Rodrigo.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

RUBRICA DE OPINIÓN

15

Ano Zero Universal Contrabando António José Borges

Declaração zero

cultural

Eleanor E Roos Roosevelt e Declaração a Decl Un Universal Direitos dos D do H Homem em 10 de Dezembro de Dezem 1948

Carlos d’Abreu

Contrabando Cultural

N

o dia 10 de Dezembro de do povo, que é quem faz o no valor da pessoa humana, 2008 cumpriu-se os 60 mundo, com as considerações na igualdade de direitos dos anos da deficiente existência que constam no documento homens e das mulheres e se de algo que não é praticado: decisivo para a definitiva etapa declaram resolvidos a favorea Declaração Universal dos Di- humana: cer o progresso social e a insreitos Humanos – adoptada e «Considerando que o reco- taurar melhores condições de proclamada pela Assembleia nhecimento da dignidade vida dentro de uma liberdade Geral na sua Resolução 217ª inerente a todos os membros mais ampla; (III) de 10 de Dezembro de da família humana e dos seus «Considerando que os esta1948. Assim, direitos iguais dos membros se compromecumpriu-se o ...no sentido de que e inalienáveis teram a promover, em cooaniversário de constitui o fun- peração com a Organização as reivindicações damento da das Nações Unidas, o respeito algo que não é não são globaliza- liberdade, da universal e efectivo dos direicumprido. É este cavajustiça e da paz tos humanos e das liberdades das, nem as aspilo de batalha no mundo; fundamentais; rações dos direitos «Consideran- «Considerando que uma conimprovável? É humanos têm um do que o des- cepção comum destes direitos esta empresa uma ilusão ou alcance ou uma apli- conhecimento e liberdades é da mais alta imum sonho? É e o desprezo portância para dar plena satiscação universais. dos direitos hu- fação a tal compromisso; este desejo de afirmação do manos condu«A Assembleia Geral ser humano ziram a actos «Proclama a presente Declainalcançável? de barbárie que revoltam a ração Universal dos Direitos Esmiuçar o facto da ausência consciência da Humanidade Humanos como ideal comum prática, na maioria dos Esta- e que o advento de um mun- a atingir por todos os povos e dos, de um documento decisi- do em que os seres humanos todas as nações, a fim de que vo para a dignidade humana, sejam livres de falar e de crer, todos os indivíduos e todos os como é o que será objecto de libertos do terror e da miséria, órgãos da sociedade, tendo-a estudo a partir constantemente CARLOS GIL deste texto e no espírito, se durante as trinta esforcem, pelo crónicas seguinensino e pela tes, é ir beber educação, por ao espírito do desenvolver o tempo em que o respeito desses mundo vive endireitos e liberdatorpecido. des e por promoO título deste ver, por medidas texto é acomprogressivas de panhado da nuordem nacional meração 0 com e internacional, o desejo, quiçá o seu reconheinocente, de um cimento e a sua embrionário proaplicação univerjecto e preciso ano 0 na cons- foi proclamado como a mais sais e efectivos tanto entre as ciência humana, deixando de alta inspiração do homem; populações dos próprios Estavez a juventude inconsciente «Considerando que é essen- dos membros como entre as em que vive imaturamente cial a protecção dos direitos dos territórios colocados sob a num estado civilizacional que humanos através de um regi- sua jurisdição». cada vez mais afecta todos me de direito, Portanto, pre...contribuindo neste mundo global, no senti- para que o hotende-se que do de que é tomado no todo mem não seja para o reconheci- as crónicas e que tentativamente se apli- compelido, em que ocuparão ca a um conjunto, conquanto supremo re- mento da “actual” esta página não globalizante, no sentido curso, à revolta Declaração Particu- venham esde que as reivindicações não contra a tirania miuçar a exelar Não Oficial dos cução prática são globalizadas, nem as aspi- e a opressão; rações dos direitos humanos «Consideran- Direitos Inumanos da Declaração têm um alcance ou uma apli- do que é essenUniversal dos cação universais. cial encorajar o Direitos HumaAssim reza o sensível preâm- desenvolvimento de relações nos em Portugal e no Mundo, bulo da dita Declaração, pois- amistosas entre as nações; contribuindo para o reconheque por imperativos de lucidez, «Considerando que, na Carta, cimento da “actual” Declaraanalogamente usando do dito os povos das Nações Unidas ção Particular Não Oficial dos «se a montanha não vai a Ma- proclamam, de novo, a sua Direitos Inumanos e a sua proomé vai Maomé à montanha», fé nos direitos fundamentais gressiva eliminação dos anais importa despertar a atenção do homem, na dignidade e do futuro.

Q

uando o director me in- o impedia. Para Sul só restava formou que este jornal se Vilar Formoso. E era aí, naquele efémero iria chamar Contrabando, logo acrescentei que só poderia ser tempo de revolucionária fartura (ou tratar) de contrabando cul- (com a peseta a valer metade do escudo) que nos aventurátural. Precisamente aquilo que há vamos a contrabandear umas muito me considerava. E com compras para casa, a salto. Fronteira (aduana) através esta designação desde 2005, quando participei no Projec- da qual muitas vezes havia de to / Proyecto de Contrabando atravessar futuramente. E só Cultural Frontera / Fronteira / desde 2000 também pela Barca Frunteira, organizado pela Aso- d’Alva. Após vivências em vários Liciación Etnográfica Bajo Duero, torais, quis eu decorrido em Miranda e Za- E cometi um feito do que o meu lugar voltasse a mora, no qual qual me vangloriei ser na raia, na investigadores p o r t u g u e s e s durante muito tem- do Douro, ou e espanhóis po: mijei do lado de o mais próximo possível. Assim, reflectiram solá, como protesto, já de automóbre actividades essenciais da pelas dificuldades vel, me fui internando, receoso, sociedade tradiimpostas. por Castilla y cional fronteiriLeón. Território ça, como o falar, o contar, o celebrar, o cantar e estranho e constava que (ainda) hostil. o bailar. Mas o contacto directo foiFoi então vontade dos organizadores estabelecer uma nova me mostrando nada de novo. A rede de contrabandistas, já não paisagem era minha conhecida, de mercadorias mas de ideias, assim como a orografia, a geolode projectos e práticas culturais, gia, o coberto vegetal (incluindo sendo que o periódico que ago- as plantas domesticadas, onde ra se apresenta bem poderá, se até as cepas estavam podadas assim o desejarmos, ser o órgão da mesma maneira), a toponídesses contrabandistas cultu- mia e até a antroponímia. Onde estavam então as diferenças rais. Sendo eu um raiano, desde para tanta animosidade entre os cedo me questionei das razões Estados? Nos relógios uma hora pelas quais a Espanha ficava tão adiantados? Nos reis e príncipes distante. Não geograficamente, que tivemos em comum? Na pois visionávamos os seus cer- repressão ditatorial que todos ros, mas por ser terra proibida, sofremos? Na pobreza da raia? ou pelo menos de muito condi- Nas aldeias cheias da ausência cionado acesso. Na festa da S.ra dos seus filhos emigrados? Esta não é uma fronteira natuda Luz era-nos permitido pelos carabineiros atravessar a linha ral, concluí! É política, é imposta, que não víamos e ir a Moveros é falsa. Jorge Dias já no-lo havia comprar uns caramelos ou uma provado através de Rio de (H) boina. Uma vez em passeio esco- Onor, de arriba y de abajo. Desde então tenho-me emlar fui a Miranda e pude, depois de convencer os guardillas, atra- penhado em contribuir para a vessar o Douro, a pé, pelo coro- união desse território denomiamento da barragem. E cometi nado de raia. Para tal comecei por pedir ajuum feito do qual me vangloriei durante muito tempo: mijei do da a um ilustre paisano do Sélado de lá, como protesto, pelas culo das Luzes, que assistira em dificuldades impostas. Ou talvez Salamanca e aí se fez sepultar. por influência do meu perro llo- Francisco Botelho, poeta e litebeiro, num prenúncio já de con- rato. E assim pela mão do autor d’ El Alfonso, o la Fundación del quista. Na barragem do Saltinho Reyno de Portugal... e Historia nem sequer havia fronteira, i.e, de las Cuevas de Salamanca..., passagem permitida ou possí- comecei a alargar a minha pável, pois um muro da vergonha tria pequena.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

16

PATRIMÓNIO/HISTÓRIA

B.I.C

(de La Fuente de S. Esteban a la frontera portuguesa) Yo cifraba toda mi esperanza en la rehabilitación y conservación de la vía, de los túneles, de los puentes, de las estaciones y apeaderos en esa pequeña sigla: BIC. Cuando supe que había adquirido esa valoración en el año 2.000 creí que se podía convertir en el mejor aval para su permanencia entre nosotros. Ahora, casi diez años después, me pregunto una y otra vez por el sentido de esas palabras: Bien (de) Interés Cultural y sólo he aprendido desde entonces a valorar el sentido de cada una de ellas, pero en una versión cada vez más perversa y negativa.

A

cuciado por el tiempo, empujado por una oleada de optimismo que desembocó casi sin pensarlo en el reducido Colectivo “Camino de hierro”, me dejé llevar por el optimismo que supieron transmitirme en esos momentos aquellos colegas del Instituto de Lumbrales. Y de allí salió el estudio que en forma de Memoria Valorada (1ª fase) presentamos para preservar la vía frente a las opiniones que deseaban desmantelarla y transformarla en una Vía Verde que cortaba de raíz cualquier posibilidad de recuperarla más tarde para aquel uso ferroviario para el que fue inicialmente diseñada. Y, por una vez, nuestra voz fue oída. Y fue gratamente recibida y escuchada en ciertos foros que tenían poder de decisión y con la ayuda de alcaldes y otras gentes de la zona, se nos concedió la vía. Y hubo fiestas y conmemoraciones varias por este hecho. Ya no se desmantelaría...Y cedimos los trastos a los pueblos por los que pasaba y a sus representantes, ya finalmente constituidos en flamante “Asociación Camino de hierro”. Y estaba en boca de todos la posible rehabilitación de todo ese conjunto de elementos que constituye, en su tramo final, uno de los

ejemplos más significativos de la ingeniería ferroviaria española y europea. Lo de BIEN ha de entenderse aquí como Bien Público y por tanto, de todos y por tanto, de nadie y como tantas otras cosas “públicas”, degradadas, descuidadas y abandonadas en nuestro país. Lo de INTERÉS debe ser el que siguen demostrando los miembros de Colectivo, que no de la Asociación, cuando recientemente, mediado el mes de octubre, han tenido a bien enfrentarse una vez más al peligro que supone el mero hecho de atravesar los puentes en su estado actual -obra de la desidia en muchos casos y hasta de la mala fe en algunos otros- y hacerlo, ya de paso, acompañados por algunos colegas portugueses, entre los que se encontraban Daniel Gil, Director del nuevo periódico transfronterizo “Contrabando” y el profesor Carlos d´Abreu y también de representantes de la Asociación Ferroviaria Zamorana y José M. Vidal, su presidente, entre ellos. Lo de CULTURAL será por todo lo que no he querido seguir sabiendo sobre un patrimonio que se pierde sin remedio y que en el caso

que nos ocupa es mucho más amplio que el estricto campo referido al patrimonio industrial ferroviario. Es también, como proponíamos en su día, ese patrimonio, accesible desde distintos puntos del recorrido -un recorrido que planteábamos a pie, en bicicleta, en un pequeño tren turístico o en otros artefactos que se desplazan por raíles, como las famosas “biclonetas”- que pertenece a todos y cada uno de los pueblos de la zona. Y también las rutas. La ruta de las aguas salutíferas, la de la dehesa salmantina, la de los castros y fortificaciones de frontera o la de los oficios tradicionales.

BIC/¿RIP? Javier Hdez. Mercedes, Colectivo “Camino de hierro”.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

contrabando, 1 de Junho/Junio de 2009

FERROCARRIL

17 DANIEL GIL

Los Túneles del Paraíso E

l escritor salmantino Luciano G. Egido ha publicado recientemente una novela dedicada a la intrahistoria o historia del pueblo llano. Manifiesta el autor que muchas de las vivencias que recoge el relato han llegado a sus oídos a través del boca a boca, que es el modo más antiguo que se conoce de transmitir acontecimientos. La novela tiene apoyos fidedignos y trata de la epopeya constructiva que por voluntad de salmantinos y empuje de portugueses dio como resultado el espectacular ferrocarril que, dentro de la línea que unía a Salamanca con Oporto, discurre por tierras del Abadengo, en especial en su último tramo entre Fregeneda y Barca d’Alba. Egido fiel a su estilo personal, centra su relato en la construcción del túnel de la Carretera. Allí un grupo de operarios, heterogéneo en sus orígenes: portugueses, gallegos, extremeños etc. y variopinto en sus caracteres y vivencias, se unen en el esfuerzo de horadar la tierra. Personajes marginales que dan ocasión a enfrentamientos y violencias. Con eficaz dominio narrativo nos arrastra en las peripecias de los personajes centrales. Con ellos sufrimos las injusticias de capataces y lugareños, los estragos del cólera, los accidentes constantes, las peleas y enfrentamientos. Siendo una novela coral, la unidad argumental está orquestada alrededor de los trabajos en el túnel grande. Las descripciones relativas a las actuaciones de los obreros en el fondo del túnel nos hacen recrear el ambiente atosigante que, casi en permanente oscuridad, preside la excavación. El humo, las filtraciones de agua, las detonaciones de los barrenos son el escenario en que se desenvuelven unos personajes sin esperanza y sin futuro. El relato va adquiriendo densidad envolviéndonos en un ambiente opaco conforme se acerca el núcleo de la trama, que no es otro que el fatal desenlace de unas decenas de operarios ahogados por una tromba de agua en el fondo de la galería. Se trata de una recreación ejemplar del esfuerzo de aquellos hombres por construir una moderna vía de comunicación entre España y Portugal, obra que con el paso de los años ha resultado inútil para el objetivo pretendido, haciendo, si cabe, más dramático aun el sacrificio de sus artífices. Egido hurga en esta herida con el estrambote final, donde Eleuterio, trágico superviviente de la perforación, es expulsado del tren que discurre por las vías que el ha construido.

Emilio Rivas


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

18

RUBRICAS

Le Bolo de las palabras

Almendrar Alfredo Mendes

Amadeu Ferreira

Agora sabie adonde era la sue casa N

un hai delor que s’acumpare la mai se habie morrido nun saal de tornar dua derrota, bie quando i de l pai se cuntaba pensaba fraile Burtelameu al que fura lhebado pa la guerra preguntá-se que le iba a dezir puls fidalgos de Bergáncia. al abade, senhor Don HeirberAgora eilhi staba Burtelameu a to, por haber deixado Infainç i la selombra daquel uolmo, ende Custantin. Pensou an scapá-se a ua hora de camino de atrabespor ende, mas mais le balie aper- sar l Esla, sien saber que licion le sentá-se cumo quien se deixou cuntar al abade. Habie-se pasbencir do que ser lhembrado sado un anho çque chegara i por cobardo que se scapou de nunca naide de l mosteiro quijo la batalha, que ne l mosteiro de saber del. An beç desso, apareMoreiruola de Çamora nunca ciu-le pula Páscoa l arcediago de faltarie quemido i catre ambaixo l Azinhoso a eisigir la paga de la de teilha, apuis de cumprir cula cóngara debida al Arcebispo de cierta peniténcia que l abade le Braga, amanaçando mandá-lo iba a dar. Assi i todo, pesaba-le prender se nun le pagasse até la lhembráncia al San Miguel, de las sues re- ...Era la fin dun be- an Setembre. comendaçones Talbeç essa fura rano steporado, an ua buona cuonquando deixara que nun caira ua ta para Don l mosteiro: mira que essas tierras sola pinga d’auga Heiberto. Stamos fúrun dadas ba Burtelameu por Don Çáncio, nestes pensares rei de Pertual, an pagas de le quando ua selombra debagarezarmos por alma. Sós nuobo, rosa abança para el. Buolbe-se, mas tengo toda la cunfiança an medrancado: ti, cuncluira l abade anquanto - Madalena! le apersentada l anielho a bei- Bin para que tornes Burtesar, dun ouro que relhuzie mesmo porriba l branco hábito de lameu, diç i lhougo se quedou Cister. I acrecentou algo que le als pies de l fraile. Puso-la al cuolho até tornar parecie dar a la sue mission ua outra dimension: mira que Don a eilha. Era lhebe cumo ua Fonso IX de Lhion, nuosso rei i pruma i puls buracos de l xamsenhor, muito spera de l nuosso bre deixaba-se ber l redondo de las tetas. Fúrun eilhas que trabalho neste nuobo domínio. Quando fraile Burtelameu che- prendírun l fraile lhougo na gou a Infainç, corrie l anho de nuite an que chegara i MadaNuosso senhor de mil duzientos lena, armana de Juan, le dou i quanrenta i uito, muito tiempo de cena un caldo que le soubo apuis corregido para mil duzien- pula alma. - Cuidei que te habies morritos i onze. Era la fin dun berano steporado, an que nun caira ua do, de l pariduro. - L rapazico si naciu muorto, sola pinga d’auga por to la tierra de Miranda. Preguntou-le mas you bibi. Anda para casa pul nome de la tierrra a un ra- que tenemos de fazer outro. pazico, Juan de sou nome, cun Nun tengo a mais naide. un cuorpo que se le assomaba Burtelameu mirou-le l rostro als als uolhos i neilhes cabie, i dues baquitas amarielhas que mal manchones, talbeç de chorar, aguantában ls uossos andren- i pula purmeira beç le pareciu to la piel. Por aquel purmeiro guapa i mui nobica. Dou-le la anformante biu que falában la mano i lhebou-la lhadeira arriba, mesma lhéngua, cumo le ha- squecido de l abade, de l mosteibien dezido i cumo se patricaba ro i de la alta stratégia rial, puis an todo l reino de Lhion, mas nunca naide le pedira nada assi. tamien biu que nun bundarien L einfierno faç raia cul cielo i este las ouraciones que sabie para se puode antrar a sfergantes, por poder scapar daquel einfierno frisgos que mal se béien, pensou de fame. L pobico andarie por Burtelameu nua risa que se le uas binte almas, dixo-le l mocico, morriu ne ls beiços. Agora sabie anquanto le cuntaba que bibie adonde era la sue casa. nun chabolico cula armana, que

J

ogos de futebol, sarrafusca ou maneira sofisticada de se proceder a sessões de terapia em grupo. Alienação pura e dura. Antigamente, a rapaziada ocupava os domingos nas matinais obrigações litúrgicas, deglutindo, após o ide em paz e o Senhor vos acompanhe, um pedaço de chicha regalo de bradar aos céus. Passeios estrada fora, modas de realejo, bailes, cavaqueiras no Largo da Amoreira, o café do ti Juca, o tasco das algazarras destiladas, o do Osvaldo, o do Simões, o do ti Simão, o do Abel, os matraquilhos, as gasosas, os pirolitos, e, lá fora, o

Pontapé na vida através dos dedos, provocam o adepto contrário, pondo à prova a sua virilidade e a honradez da mulher. Finalmente, efeito bola de neve, o calor da confrontação, a chamada peleja a propósito de causas tão nobres para a humanidade, vulgo: um livre directo, um cartão amarelo, um penalty desfavorável, um dito capcioso. O engravatado funcionário bancário, o trolha de tímbrico assobiar, o empresário de sucesso alcandorado no camarote, o cardiologista de renome convidado de honra retornam, sem dar por isso, à era da pedra lascada. Como em qualquer campo guerreiro, ofertam a um

E cantavam:

«Passa para trás, já o fizeste mais vezes quando te vires atrapalhado passa para o guarda-redes. Esta marcha é muito nossa original. Almendra é nossa não há igual». Ausentes, contratos astronómicos, caprichos excêntricos, DANIEL GIL

jogo da malha, ora o da reca. Era a sociedade gregária unindo a seara campesina ao arrepio do saibro das jeiras de sol a sol. Agora, face à crescente urbanização do País, mediante a litoralização das famílias, as tensões acumuladas entre a selva do betão armado em parvo, dos bairros sociais ditos problemáticos, germinaram apelos à medição de forças musculares, resquícios de um atavismo que se supunha sepulto. E a rapaziada encontraria no terreiro das quatro linhas o espaço da descompressão, assumindo brutos arreganhos, quantos sob a absolvição das sinistras claques. Jornada a jornada o esmurrar, o mundo tratado à biqueirada. Com a mais obscena simbologia transmitida

deus pagão o corpo espancado do sócio do clube rival, a coberto do anonimato da multidão açulada. E veneram o vedetismo saloio, a bola como fosse esfera armilar de novas diásporas, as chuteiras como fossem a metáfora de caravelas quinhentistas. Endeusam a empáfia dos craques com o mundo a seus pés e milhões no banco, não fazendo caso de declarações tontas e bombásticas, corrupção em barda, jogadas rasteiras. Recordo, em Almendra, as tardes de futebol. Não havia ídolos com pés de barro, dirigentes bacocos e arrogantes, pelotões de jornalistas louvaminheiros. Junto ao celeiro defendia-se o nome da terra com firme, intocável dignidade.

romances com meninas ocas e queques, consagrações estúpidas, suspeição de faca na Liga. Naquele chão, o amor à camisola, a disputa despida de ódios à flor da pele. E por isso os desafios na aldeia pobre e faminta de côdeas e de azedas acabavam invariavelmente da mesma maneira: atrás de umas medas de centeio, a equipa local e a forasteira batia-se a um vinho de pipa, desancando, impiedosamente, em catraços de presunto de lavrador. Ora, a esta distância, um dia sonhei que até o senhor padre Madeira, normalmente tão recatado no meio do negrume da beatice arregaçava a sotaina, dando o pontapé de saída. Depois, muito crente na justiça divina, pela calada metia uma cunha na federação celestial: «Que o Senhor jogue a vosso favor».


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

RELAÇIÓNES

19

Frase (des)feita Daniel Gil

«De Espanha nem bom vento nem bom casamento» E

ste provérbio/ adágio, sem na sua Análise Social, vol.XXI , mulheres», explica José Machaidade definida, aparece no de 1985, «Consultado que foi do Pais. primeiro inventário geral dos o Instituto Nacional de Meteo«Uma coisa parece certa. provérbios portugueses, publi- rologia e Geofísica, em Lisboa, Independentemente dos maus cado em 1651 por António De- chegou-se à conclusão de que ventos e presságios, e com inlicado, com a versão: “De Cas- os ventos que sopram de Espa- tenção de casar ou não, desde tela, nem bom vento, nem bom nha não são tão nocivos quan- longa data que alguns porcasamento”. No entanto pode- to, fundando-nos no provérbio, tugueses sentiram uma forte mos estar enganados quanto se poderia pensar». atracção pelas espanholas. a sua proveniência, «porque é Porque «durante o Verão, Justificativa dessa atracção foi bem possível que tal provérbio o Alentejo sofre, por vezes, os a institucionalização e aceitaimite ou adapte um “refrán” efeitos do vento suão, que pode ção do rito do beliscão levado espanhol», diz-nos o filólogo e ser olhado como um vento es- a cabo no traseiro das damas ensaísta, Arnaltrangeiro — dos espanholas pelo audacioso fado Saraiva. ...fenómenos de confins do Sara ceira lusitano, rito implementaJá em 1555 ou da própria do com sucesso no século XVII, geada com reper- Espanha.». no “refranero” especialmente em Madride, Tode Hernán NúMas por ouledo, Sevilha e Valhadolide. Isto cussões nocivas nez, aparecia tro lado « no para já não se falar da moda para a agricultura, Inverno, o ar chique que, nos meios buro provérbio “El designadamente frio e seco que gueses lisboetas do século XIV, viento y el varón, no es bue- nas regiões frontei- circula de Espa- consistia em ter uma amante no de Aragón”, nha pode estar espanhola». riças ou em outro associado a «La atracción está, registo trazido fenómenos de pues, justificada: Ia nostalgia pelo escritor do século XIX, geada com repercussões noci- mesiánica del individualismo Ladislau Batalha “De Jerez / vas para a agricultura, designa- lusitano se conjuga a placer Ni buen viento / Ni buen ca- damente nas regiões fronteiri- con la vitalidad ardiente del samento (sic) I Ni mujer que ças». expresionismo formal andatenga asiento”, ou do francês De um outro prisma, algu- luz. Y así es como Sevilla, en “De1’Auvergne / Ne vient / Ni mas ligações matrimoniais en- presencia del hombre portubon vin / Ni bon vent / Ni bon tre cortesãs e monarcas portu- guês, realiza el encuentro del argent / Ni bonnes gens”. gueses, constituíram ameaças ilimitado idealismo del Mar Para além disso, existem di- à independência de Portugal, con la razón pensante y diòversas variantes portuguesas e por outro lado «o domínio de nisíaca de la Tierra” recolhidas por diversos escri- Castela sobre Portugal, duranin António de Cértima, tores contemporâneos, como te mais de meio século, ficou a Itinerário Sentimental de los Pora “Da Arruda / Nem mulher / dever-se a uma política que, na tugueses en Sevilla, Lisboa, 1944. Nem mula; / Nem vento, / Nem época, para tudo se servia de casamento”, recuperada por Teófilo Braga, ou na localidade de Sarzedas e Álvaro, onde: “O Rainha Santa Isabel, vento de Castelo Branco é tão D. Isabel de Aragão, filha de Pedro mau que até os cães faz danar”, III de Aragão e de D. Constança de cuja resposta dos albicastrenNavarra, e neta de Jaime I, o Conses não deixa dúvidas de que quistador, terá nascido em Sarade Sarzedas, “nem bom vento goça por volta de 1270 e morrido em Estremoz no dia 4 de Julho de nem bom casamento”, de Jai1336. Foi Rainha de Portugal pelo me Lopes Dias em Etnografia seu casamento com D. Dinis, tendo ficado conhecida por Rainha da Beira, 1966. Santa Isabel. Desde nova mostrou tendência para a meditação e Arnaldo Saraiva conclui assim solidão, rezas e jejuns. Entre os seus pretendentes contavam-se que é muito relativo o nacionaEduardo I de Inglaterra, Roberto de Anjou e D. Dinis de Portulismo ou o anti-espanholismo gal. Foi este quem o seu pai escolheu pois oferecia-lhe desde do provérbio... e que «facilmenlogo um trono. O contrato de casamento foi concertado em 24 te o inscrevemos entre os muide Abril de 1281 e tinha a particularidade de ser o primeiro celebrado em Portugal com escritura antenupcial, segundo o diretos “adágios tópicos” ou “proito romano. Ficou célebre o cortejo que acompanhou a nova lóquios toponímicos”, irónica rainha a Portugal depois do casamento, realizado por procuraou jocosamente (e quase nunção na cidade de Barcelona em 1288. De ca objectivamente) traduzem Bragança, onde era aguardada pelo inidentidades ou preconceitos de fante D. Afonso, a comitiva, onde se invizinhos». corporavam nobres portugueses, seguiu Também os ventos de Espapara Trancoso onde D. Dinis a esperava nha não parecem explicar toda e onde, a 24 de Junho, se realizou a cera simbologia do adágio portuimónia de casamento que os cronistas celebrizaram. com/ casarealportuguesa.org guês, falando na questão meteorológica, José Machado Pais,

J

á nos dias de hoje “de um lado e de outro eles comunicam-se entendem-se e casam-se uns com os outros”, segundo o Nobel português, José Saramago, numa entrevista que me concedeu há poucos meses, em Castelo Rodrigo, e em que salientava a importância das relações transfronteiriças entre os povos raianos. Fazendo uma pesquisa Em 2008: 285 no Instituto de Estadística de Espanha, nos r esultados espanholas conprovisórios de 2008 para os traíram o adágio diferente sexo matrimónios de de espanhóis casando com ou- com estrangeiros, verificamos tros tantos portu- que 285 espanholas contrairam o adágio gueses casando com outros tantos portugueses, que ocupam o quinto lugar do ranking europeu, onde os italianos são os preferidos de “nuestras hermanas”. Já no que diz respeito aos homens espanhóis, apenas conseguiram levar 141 portuguesas ao ‘altar’, quase sete vezes menos que russas, as preferidas no velho continente, já que para o resto do Mundo são as cerca de 1500 colombianas, as detentoras do ceptro masculino dos ‘muchachos’

Concluindo o ensaio e “deci- neamente de rejeição e de confrando o enigma”, José Macha- quista: De Espanha nem bom do Pais, acredita que «o adágio vento nem bom casamento... expressa, portanto, a solidarie- mas boas mulheres, distintas, dade das mulheres de uma co- apetecíveis». munidade perante as ameaças O adágio é portanto e sedo exterior», porque apesar gundo este autor a defesa de de separadas uma sociedade por rivalidades, Justificativa dessa vincadamente numa determimatriarcal, em atracção foi a ins- que o papel nada localidade da sua nação, titucionalização e do homem foi «estas, contudo, «vingar a perda aceitação do rito da independênsão relativamente ultrapassadas do beliscão levado cia nacional, por uma solidesforramdo-se a cabo no traseiro como pôde, à dariedade codas damas espa- unhada, ao belectiva perante a concorrência liscão; depois, nholas estrangeira». de uma forma «Ao Portumais pacífica, guês – homem -, a espanhola acaba, naturalmente, por ir às despertou quase sempre um espanholas, em festiva peregrisentimento colectivo simulta- nação».


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

20

IBERICOS

Ruedo Ibérico Emilio Rivas

Declaración

de intenciones

D

ice el diccionario de la lengua española que ruedo, en una de sus acepciones, es una cosa colocada alrededor de otra y como formando parte de ella. Por otro lado, tenemos que ibérico es lo que tiene relación con Iberia, aquí concretado a nuestra península, la antigua Hespérica o Hispánica. Nada que ver con aquella Iberia, que denominaba al remoto país asiático, afincada donde hoy se asienta la sufrida Georgia. Tenemos acotado

algo así como un escenario donde se desenvuelven dos sociedades políticas: Portugal y España. Más, pese a compartir la misma unidad geográfica y a sus devenires históricos, muchas veces paralelos, la distancia social de ambos pueblos es mucho mayor que la que por física le corresponde. Una de las causas tangibles es el subdesarrollo latente a ambos lados de la frontera, haciendo la salvedad de la raya atlántica con Galicia. Tengo para mí, que antes de que se suprimieran las fronteras había más relación entre los pueblos colaterales. Un interés económico, basado en el contrabando unía a las gentes rayanas en su lucha por repartirse la pobreza. Ahora nada

hay que repartir. ces de apearnos de nuestro orgullo Por ello hay que saludar con al- consustancial. Saramago en su borozo este otro contrabando, el novela El viaje del elefante, ubica cultural. Contrabando que ha de en Castelo Rodrigo un pasaje que traspasar esa línea ilusoria que lla- ilustra la idiosincrasia nacionalista. El capitán de las man frontera para portugueentrar sin sigilo y a Un interés econó- tropas cara descubierta sas, encomendaen ambas socie- mico, basado en el do por Joâo III dades. la pacífica contrabando unía para custodia y entreConsidero que las nacionalidaa las gentes raya- ga del elefante al archiduque Mades, sobre todo si son excluyentes, nas en su lucha por ximiliano, quiere son el cáncer de anticiparse a toda repartirse la costa a la llegada la humanidad fupobreza tura, como lo fuede los españoles a la frontera, inron las ideologías en el pasado. Un cluso toma presíntoma grave es hacer más sustan- cauciones bélicas “con los españotivas las diferencias que las identi- les nunca se sabe”. Luego en lugar dades. de españoles se presentan austriaDesde Portugal se ha mirado a cos y el conflicto está a punto de España con prevención; “ni buenos estallar por simples cuestiones de vientos ni buenos casamientos,” y protocolo. desde España no hemos sido capaIgual situación se plantea en Ba-

dajoz con motivo de la entrega de la princesa María Manuela, futura esposa de Felipe II, al séquito español. Los pleitos que suscitan las ubicaciones de mandatarios portugueses y españoles en la comitiva son causa y razón de algún enfrentamiento. Las tensiones alcanzan al pueblo llano donde hay más de una tarascada. En las pasadas elecciones legislativas portuguesas, Ferreira Leite abanderó la suspensión de la construcción del AVE entre Madrid y Lisboa. Puede que no le falte razón. En definitiva estas infraestructuras acercan a los más alejados, manteniendo la lejanía de los próximos. Hay que recuperar el acercamiento propiciado por los alijos, ahora culturales, que han de transitar por tierras fronterizas, y que esa actividad, definitivamente consentida y legalizada, a todos nos aproveche y enriquezca a través del mutuo conocimiento.

Um Iberista pelo estrangeiro

fotos ISABEL MATOS

Isabel Matos

Quando a saudade se descalça A

ntes de viver no estrangei- frágeis, remanescem e ganham ro, pensava nessa possibili- cor e corpo: beber um café na dade como uma ida ao museu, Baixa lisboeta, chá e conversas quando é preciso afastar-nos de amigas na praça leiriense, um uma tela até nos encostarmos à fim de tarde cinematográfico parede oposta, na tentativa de depois de um trabalho custoter a perspectiva inteira, logo so, viagens de carro pela noite mais verdadeira e objectiva, da dentro, insonolências pela noicoisa admirada, enquadrada te fora, a comida da mãe, desaassim nas fronteiras da nossa bafos com os irmãos com um percepção. Agora, a milhares copo de leite antes de ir para de quilómetros dos caixilhos a cama, um beijo ao chegar a habituais, sinto-me de facto en- casa… A identidade de um emigrancostada à parede do outro lado te sofre uma da sala, percrise existencial cebendo com ...obrigada a forçada e precoolhar crítico reduzir a meros ce, contrafeita mas não muito entendido as vinte quilos todo o pela necessidapinceladas que peso do meu novo de de eliminar os acessórios deixei atrás. ente emigrante, da realidade, Vivo na China há mais de um viajante, ausente e como eu na partida para a ano e interrosaudoso China, obrigago-me amiúde da a reduzir a sobre os efeitos secundários, ou mesmo primá- meros vinte quilos todo o peso rios, da ausência e da saudade. do meu novo ente emigrante, Obviamente, a distância re- viajante, ausente e saudoso. A lativiza-nos as importâncias e a identidade habitual é pesada sua hierarquia. Quando damos de mais para caber na bagapor ela, já só sentimos verda- gem permitida e demasiado deiramente falta de meia dúzia volumosa para pesar pouco… É de pessoas que não podemos preciso encolhê-la, cortar-lhe as dissociar do Eu que sobrevive pontas e abandonar nas gaveàs mudanças, às monções e aos tas as partes que não podemos recomeços que impõem; do Eu enfiar na essencialidade da que fica depois de sacudido o mala de emigrante. pó das lembranças recentes, de Depois, dizem, a saudade traz camada fina e insignificante. consigo um afecto renovado Estranhamente, há memórias pelas coisas nacionais – a sua ténues que, embora simples e cultura, a sua comida, a popu-

laridade da sua expressão artística. Na minha interrogação sobre as saudades e os seus afins, ainda não percebi se a minha individualidade é agora mais nacional, ou menos. E digo isto enquanto ouço a Aldina Duarte cantar que “a saudade anda descalça”… Em Pequim, estou rodeada de nacionalidades, cada uma cheia das suas pró-

prias pessoalidades, tantas vezes fundidas e indistinguíveis. Enquanto na Ásia já visitei gentes, não de várias raças, mas de tonalidades diferentes, de olhos sempre rasgados mas com rasgos distintos. Os sorrisos parecem-se mas a sua abertura depende de quem realmente são; os ritmos variam mas parecem fazer sempre sentido. E, em tudo isto, eu também me sinto ffundir nos sítios por onde passso; sinto-me compreendida na incomunicação de quem ainda não fala bom chinês na Chin na; sinto-me parte de um todo n que não tem nada de pátrio; q ssinto-me aceite na estranheza ccom que me olham, exótica de olhos grandes, emigrante d ocidental, invasora inocente. o E, para tornar ainda mais difussa a linha que delimita a minha pessoa nacional, vivo com uma p espanhola de espírito ibérico. e Na ausência da RTP Intenacio-

nal, assisto aos programas da TVE e recebo através do país vizinho uma visão avizinhada do meu. Parece haver uma sucessão de camadas identitárias que servem como factores de reconhecimento com quem também é expatriado: estrangeiro, ocidental, europeu, ibérico, português. Mas continuo sem saber se, nesta sequência, me sinto necessariamente mais próxima de quem é português. A identidade de um emigrante (ou talvez apenas a minha) fica em permanente recomposição, decompondo-se no esforço de encontrar substitutos para os acessórios agora arrumados nas prateleiras da realidade que ficou para trás, na análise apoiada numa qualquer parede oposta. E, enquanto descasco camadas, a minha saudade “anda descalça, para não se fazer ouvir”.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

APONTAMENTOS

Vida de Universitário

21

DANIEL GIL

Alvaro Pombero Borja

Una ciudad que le ofrezca más ventajas

D

espués de los exámenes nacionales o selectividad, comienza para los jóvenes de Es un joven de 21 años que la raya un nuevo desafío: enestudia en Coimbra. Hace 3 contrar una universidad donaños que dejó Figueira de de hacer una carrera. Aparte Castelo Rodrigo para iniciar de los cursos, se debe tener en la carrera de Geografía. “Es cuenta la proximidad, los cosuna ciudad con una gran tes del alojamiento, transportradición universitaria”, tes, alimentación, etc. Coimbra nos cuenta, además “hay y Oporto son los destinos pregente de todas partes de feridos, pero también existen Portugal, aunque también otras alternativas, como la de estudian aquí un gran nuestudiar en España. mero de extranjeros, en su Una de las cuestiones que mayoría Erasmus”. Al ser rondan la cabeza de los jóveuna ciudad universitaria, las nes de la raya cuando acaban personas de la ciudad están el instituto es la de encontrar bastante acostumbradas a la universidad o ciudad que le la convivencia con la juvenofrezca más ventajas a la hora tud estudiantil, y soportan de realizar sus estudios, unicon simpatía versitarios o de módulos pro- ...Hay que tener en las novatadas y bromas de fesionales. Hay cuenta, aparte de la clase unique tener en cuenta, aparte los gastos univer- versitaria. Las de los gastos sitarios y de aloja- f a c u l t a d e s de Coimbra universitarios y miento, las diferenfomentan la de alojamiento, las diferentes tes posibilidades participación de los jóvenes posibilidades estudiantes que una u otra en todo tipo de actividades ciudad le ofrecen en términos socioculturales, deportivas de alimentación, transportes y y de ocio. Desde torneos de proximidad con su ciudad de futbol, baloncesto, voleibol, origen. póquer, etc.; hasta ciclos de Dentro de Portugal, las unicine, teatro o conferencias versidades preferidas por los que hacen mas amena la jóvenes de la raya son Oporto estancia en la universidad. y Coimbra, por su tradición universitaria, la cercanía y la amplia gama de cursos y carreras Pero no todos los jóvenes de de que disponen. Otras causas la raya deciden quedarse por son el contar con familiares en tierras portuguesas. Muchos estas ciudades, algo que ayuda optan por iniciar sus estudios mucho en la rápida integración universitarios en otras universiy adaptación a la ciudad y la dades europeas, principalmenuniversidad; y el hecho de que te en universidades españolas. muchos compañeros de instituUna de las razones de estuto o de su localidad estudian diar en España se explica portambién en estas ciudades. que en la mayoría de las uni-

Antonio Pires

Coimbra y sus Republicas

Bruno Sousa Es un estudiante de 26 años de Sao Joao da Madeira que se encuentra estudiando en Salamanca. Después de acabar la carrera de periodismo en la Universidade da Beira Interior, en Covilha, decidió hacer un segundo ciclo de Comunicación Audiovisual en Salamanca. “La ciudad es bastante acogedora y agradable, me gusta sobretodo porque aparte de tener una gran tradición universitaria, me encuentro rodeado de portugueses”. Salamanca acoge cada año una gran cantidad de estudiantes de Erasmus, desde ingleses, italianos, americanos o portugueses, hasta japoneses, paquistaníes, dominicanos o rusos. “Es increíble ver la diversidad de estudiantes que te puedes encontrar por aquí, lo mas curioso es que nos llevamos bien entre todos y solemos salir siempre juntos”

El coste de estudiar en algumas ciudades de la península ibérica Los costes económicos de una habitación o residencia son bastante parecidos tanto en España como en Portugal. El alquiler medio de una habitación universitaria en cualquiera de los dos países oscila entre los 150 y los 300 euros. Las diferencias comienzan a ser más notables en términos de transporte, matriculas de los cursos y gastos de comida, ropa, material escolar, etc. El mayor nivel de vida español se traduce en un ligero aumento del precio de la comida, ropa, zapatos, fotocopias, libros, autobuses y trenes. En Coimbra, por ejemplo, el gasto medio mensual de un universitario es de 400/450 euros, entre alojamiento, comida, fotocopias, Internet, ropa y gastos “extras”.

Tomar un café en un bar nos costaría unos 70 céntimos, y si después queremos coger el autobús para ir al cine nos costaría 1,50 €, y la entrada de cine unos 4,50€. Tomar una cerveza después con los amigos nos costaría unos 90 céntimos. En Salamanca el gasto medio mensual es de 500 €, lo que no es una diferencia demasiado significativa en relación a Portugal. Un café nos vendría a salir por 1 € o 1,50 en la mayoría de los bares, y una entrada de cine por 5,80 €, mientras que una cerveza por 1,50 y un billete de autobús 80 céntimos.

Universidade do Porto: www.up.pt Universidade de Coimbra: www.uc.pt Universidade de Lisboa: www.ul.pt Universidade do Algarve: www.ualg.pt

Universidade do Minho: www.uminho.pt Universidade da Beira Interior: www.ubi.pt Universidad de Santiago de Compostela: www.usc.es Univ. de Salamanca: www.usal.es

Sites de las Universidades

Una peculiaridad de la vida universitaria en esta ciudad es la presencia de Republicas. Estas son en su mayoría casas o residencias antiguas ocupadas por jóvenes estudiantes, que las pintan y reparan y conviven en ellas sin ningún tipo de problema. Existen alrededor de una treintena de republicas en Coimbra, de las cuales casi todas cuentan con más de 50 años de existencia. Aún hoy las “casas” se caracterizan por la exaltación de valores universales que unen el pasado al presente: la vida en comunidad, la soberanía y la gestión democrática.

versidades españolas la nota de entrada exigida es algo inferior a la que se requiere en la mayoría de las universidades portuguesas. Estas diferencias oscilan entre 1 o 2 valores, y se hacen más notorias en cursos como Medicina, Derecho y algunas Ingenierías. Además, la posibilidad de estudiar en una universidad española es un aliciente bastante atractivo para los jóvenes, porque, aparte de conocer y aprender un idioma diferente (el español es la tercera lengua mas hablada en el mundo, después del ingles y del chino), tienen contacto con personas que poseen una cultura que al mismo tiempo es parecida y distante en muchas cosas.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

22

ECOLOGIA

Rasto ecológico Rita Saraiva

As camisolas velhas do pai

É

T

odos nós precisamos de nos amos sem perceber o vestir. Por questões sociais, nosso real impacto no pelo simples facto de termos mundo.certo, mas confrio. O que seja! A roupa é um tinuamos sem perceber bem essencial e disso ninguém o nosso real impacto no duvida. mundo. Nos tempos que correm, toChego à questão que dos temos mais peças de roupa fez com que abordasse do que as estritamente neces- este assunto. sárias, para viver. Por razões Têm ideia de quansociais acabamos por gastar tos litros de água são muitos euros, pelas marcas de necessários para fazer roupa e de calçado. um par de calças de Por necessidade de manter a ganga? Não? Desde a economia a mexer, os criativos produção do algodão renovam as modas, portanto o necessário, passando que se usava o ano passado, pelo branquear, tingir já está fora de moda, para este e lavar os tecidos são ano. As cores cinzas que impe- gastos 2,866 litros de ravam o ano passado, este ano água, mais no que se passam para os castanhos e em gasta em adubos químicos, oposição as cores primárias sal- pesticidas, energia e produtos tam do verão para o inverno. químicos que são necessários Tudo isto seria excelente se em todo este processo. Sem fanão tivéssemos todos a contri- lar, nas toneladas de CO2, que buir para um são gastos na desgaste total dos Hoje em dia reci- fabricação do nosso munzippers, botões, clar roupa, não é etc, que para do global. Estas preocupações sinónimo de falta alem de terem ainda não cheque ser produde dinheiro, mas zidos, tem que garam ao cantinho onde vive- sim, de inteligência ser deslocados, mos, pois não o uma fabrifinanceira e am- pois sentimos à porta ca na china faz biental. (por enquanto). o carrinho do Temos tido zipper e outra uma crescente fabrica na Índia preocupação em reciclar os re- faz o percurso onde o zipper se síduos diários (plásticos, papel, move. Depois retornam à china vidro), como também tem vin- para serem montados e de sedo a crescer quem se ocupe a guida seguem para uma fabrireciclar os orgânicos. Estamos ca, algures na Europa onde são no caminho certo, mas continu- cosidos à peça que depois, será

Apresentada imagem

enviada para uma central de compras e depois será distribuída, via aérea, terrestre, para os vários pontos de venda. Por isso pergunto. Não será pertinente começarmos a olhar para a roupa que já temos, e em vez de pensar: “ Tenho que substituir esta, ou tenho que comprar “aquela” para combinar com esta” passemos a pensar:” alterar esta manga da camisa ou tingir aquelas calças, poupo dinheiro e fico com uma nova peça de roupa.”. O meu agregado familiar contempla 3 Homens; O pai, e dois filhos, com 2 anos e meio e 9 meses. O pai foi somando camisolas de lã que encolheram ou já não lhe servem. Os filhos estão a crescer em ritmo acelerado, exactamente como se quer, por isso, pensei:

O que é a tão falada Pegada ecológica?

a tradução do Inglês Ecological footprint que mede a área de terra e água necessária para produzir os recursos que uma determinada população consome e absorver os seus resíduos. Em 2002, o nosso planeta proporcionava 1,8 hectares por pessoa mas, em média, os Estados-Membros da UE e os países candidatos utilizavam 4,7 hectares por pessoa. Isto significa que estamos a utilizar no presente os recursos necessários às gerações futuras – como uma pessoa que está já a servir-se dos bens destinados aos seus filhos. Por outras palavras, estamos a consumir os recursos naturais a um ritmo bem maior do que a capacidade de regeneração do planeta O termo foi primeiramente usado em 1992 por William Rees, um ecologista e professor canadiano da Universidade de Colúmbia Britânica. Em 1995, Rees e o co-autor Mathis Wackernagel publicam o livro chamado Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth. A pegada ecológica é atualmente usada ao redor do globo como um indicador de sustentabilidade ambiental. Pode ser usado para medir e gerenciar o uso de recursos através

As camisolas de lã do pai tem “pano” mais que suficiente para 2 camisolas para os filhos. E assim o fiz. Desenhei um molde, descosi, cortei, ensaiei, cosi, fiz prova, e.... ‘Voalá’, 2 camisolas de lã bem giras para os nossos filhotes irem brincar e fazer tudo o que lhes apetecer.

candidatura ibérica

Mundiais de Futebol 2018 - 2022

O logotipo concebido pela “Euro RSCG Design & Arquitectura” é inspirado nos artistas plásticos Joan Miró e José de Guimarães. José Maria Fernandes Marques, também conhecido pelo pseudónimo José de Guimarães, (Guimarães, 25 de Novembro de 1939) é um artista plástico português do movimento neo-expressionista. José Guimarães licenciou-se em Engenharia no ano de 1975. Estudou pintura com Teresa de Sousa, desenho com Gil Teixeira Lopes e gravura na Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses.

Joan Miró i Ferrà (Barcelona, 20 de abril de 1893/1983) foi um importante escultor e pintor surrealista catalão. No início dos anos 20, conheceu o fundador do movimento em que trabalharia toda a vida, André Breton. No fim da sua vida reduziu os elementos de sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto.

da economia. É comumente usado para explorar a sustentabilidade do estilo de vida de indivíduos, produtos e serviços, organizações, setores industriais, vizinhanças, cidades, regiões e nações. A pegada ecológica de uma população tecnologicamente avançada é, em geral, maior do que a de uma população subdesenvolvida. O movimento das ecovilas, constitui um exemplo de como reduzir a pegada ecológica de um individuo, família ou comunidade. É possível integrar harmonicamente uma vida social, econômica e cultural a um padrão de vida sustentável em todos sentidos. Começando pelo tipo de materiais de construção numa casa, uma redefinição de padrões de consumo, e o simples ato de compartilhar e cooperar com as pessoas ao redor, tudo isso pode diminuir muito o impacto de um individuo. Diminuir a pegada ecológica e os custos financeiros, e manter um contato mais próximo com os vizinhos, tudo isso se traduz em menos stress e um estilo de vida com mais sentido e realização. Assim se constrói um mundo melhor e sem tanta poluição.

/com Wikipédia

No mínimo poupei 30€, que puderam reverter para outra coisa qualquer para eles. Hoje em dia reciclar roupa, não é sinónimo de falta de dinheiro, mas sim, de inteligência financeira e ambiental.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

INTERÉS CIENTÍFICO

23

Paranormais

Davincium Tiago Faustino

Maria Soares Guerra

Estradas inteligentes - um futuro próximo H

oje em dia, já não nos é indiferente a temática das renováveis. Numa conversa de café ou através da comunicação social, lá se vai falando das eólicas e dos painéis solares associados à produção de energia térmica e eléctrica. É sobre estes últimos que o artigo recairá, abordando um novo projecto que consiste em estradas feitas de painéis solares e onde as marcas do pavimento seriam substituídas por LED (pequenas lâmpadas de baixo consumo). Este projecto teve origem na empresa americana Solar Roadways, financiado pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos da América, tendo como objectivo substituir o petróleo utilizado no asfalto e armazenamento de energia para ser utilizada nos lares e empresas, reduzindo a necessidade de consumo de electricidade obtida por combustíveis fósseis. (www.solarroadways.com) www.solarrodways.com

Cada painel solar é constituído por três camadas: •Camada superficial, translúcida e de alta resistência, suficientemente rugosa para proporcionar boa tracção, ainda assim a luz solar passa até às células do colector solar. Suporta cargas superiores em piores condições, protegendo a camada electrónica abaixo dela. •Camada electrónica contém uma grande variedade de células, sendo a maioria células solares com LEDs. Essas células também permitem armazenar energia para uso posterior. Cada painel controla a sua geração de electricidade, armazenamento e distribuição. •Camada base, utilizada para distribuir a energia colectada na camada electrónica e sinais de dados (telefone, TV, internet, …) para todos os lares e empresas ligados à estrada solar.

As vantagens neste tipo de infra-estruturas inteligentes são inúmeras, podendo-se salientar a facilidade de carregar um veículo eléctrico praticamente em qualquer lugar. As estradas são iluminadas à noite e os condutores são avisados atempadamente da existência de problemas na via, como por exemplo a travessia de animais. Para além disso estes painéis têm a capacidade de aquecerem, reduzindo a acumulação de neve ou gelo. De acordo com os cálculos efectuados pelos cientistas desta nova tecnologia, se a rede de estradas dos Estados Unidos da América incorporasse esta tecnologia como um todo, poderia ser gerada cerca de três vezes mais energia que o país actualmente consome, sendo, segundo os responsáveis da empresa Solar Roadways, “quase suficiente para abastecer o mundo inteiro”.

Os crentes na existência dos rods (do inglês “vara” o “barra”), como prova de um suposto fenómeno ou ser desconhecido, afirmam que estes mediram entre cerca de cinco pulgadas (12,7 cm) e seis metros de longitude, e que pussuem uma membrana fina ao largo do seu eixo que é usada para se propulsarem no ar. Também chamados de “aeroformas”, para eles, os Rods, podem ser classificados de nublosos, translúcidos e gelatinosos, e comportam-se de maneira “inteligente”. A ideia de bioformas não é exactamente uma novidade: já em 1957, Trevor James, de Los Angeles, California, iniciou experiencias com o fim de fotografar “animais atmosféricos”, e as 30 melhores imagens que captou estão no livro “They Live in the Sky (Ellos Viven en el Cielo)”, hoje uma raridade. Os rods descritos por alguns seguidores da “criptologia” e “ufulogia”, como supostos fenómenos ou criaturas “pseudocriptidas”, também chamados de “varas voadoras” são reclamadas pela primeira vez por, José Escamilha, em Março de 1994, enquanto este produtor/director de origem mexicana, efectuava filmagens para um dos seus traba-

O místerio dos RODS

lhos sobre óvnis. ção de varas voadoras em vídeo Científicamente são conside- é uma ilusão óptica criada pela radas evidencia não provada lenta velocidade de gravação de seres multidimensionais, e das câmaras que se utiliza para todas as provas científicas que poupar espaço de memória ou se realizaram, indicam que se cassete. trata realmente de interpretaUma das provas, realizada ções erróneas no Outono de de “artefacto”, 2005, por invesCientíficamente em particular, em são consideradas tigadores demonstrou-se Jilin, na China, evidencia não que a velocidaque estendede rábida de rão uma rede provada de seres insectos (espepara capturar cialmente os multidimensionais, os pequenos grandes) batensupostos rods e todas as provas do as suas asas que se viam nas científicas que se suas filmagens em frente a uma câmara criava realizaram, indicam de câmaras efeitos em forde segurança que se trata realma de vara, de(idênticos aos vido a chamada mente de interpre- captados pelos “mancha de mo- tações erróneas de promotores do vimento” que se mistério no Oci“artefacto” produzem nas dente); resultaduas imagens ram ser nada entrelaçadas que criam cada fo- mais do que insectos voadores. tograma, simplesmente porque No entanto, o mistério não está o vídeo é incapaz de captar ni- totalmente desvendado e, pertidamente algo que se move a manecem os seus defensores, mais de uma certa velocidade. à medida em que crescem os Investigadores, posterior- seus captores ocasionais. mente provaram que a apari-


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

24

OPINIÓN

Do lado esquerdo

La certidumbre Román Rodríguez

“La Fuerza de amar” - M.L.King

Aristides Rodrigues

intelligentzia

ressabiada D

eus, por interpostos minis- bilidade dos os desígnios. desígnios tros, exige do seu rebanho Saramago, Nobel muito mal total submissão aos seus desíg- digerido por certa intelligentzia nios que, por definição, são in- ressabiada, é frontal e de consondáveis. Qualquer tentativa vicções fortes. Ora, isso são quade alforria por parte dos crentes lidades intoleráveis para a bemtem sido, é sabido, paga bem pensânsia indígena. Ainda por cara pelos que se atreveram cima velho e a cair do trapézio, a ela. Quantas vezes não foi o dá-se ao luxo de não exercitar a fogo purificador dos autos de bem portuguesa e hipócrita das fé, a panaceia encontrada por habilidades que é jogar pelo quem de direito, isto é a hierar- seguro. Ou seja, pensar assim: quia religiosa, para o pio pro- estou no fim, pelo sim pelo não, pósito de salvar nunca se sabe o ...ter destruído a alma do teque está para merário incréu, dezenas de igrejas além, chamo se não das chaum padre, conem Lisboa e ter mas terrestres, fesso-me, arrepelo menos das poupado (milagro- pendo-me, faço do inferno. pazes com a samente?) a rua as Não é fácil presumível didos bordéis uma voz tresvindade gestora malhada ser da eternidade ouvida. O rebanho tolera mal a e, de uma penada, acautelo as dissonância. Quando ela ocor- várias possibilidades. re, malgrado os esforços instituJosé Saramago, com os seus cionais e culturais, há que punir defeitos virtudes, não é assim e o transgressor dissonante. a sua honestidade intelectual Vem isto a propósito de Sara- faz mossa e irrita muita gente. mago e do seu último romance, Do que eu, leitor compulsivo e Caim. Ainda não o li, vou fazê- apreciador da escrita do neto lo em breve, por isso não vou de Josefa e Jerónimo, criadocair na mesma ratoeira em que res de porcos na Azinhaga, caíram os seus mais duros críti- não estava à espera era que cos, que vieram à praça imolar um obscuro eurodeputado do o escritor desconhecendo a es- PSD, que ninguém conhece, a crita. começar pelos que o elegeram, Mas, não há como escondê- viesse autopromover a sua inlo, a polémica está instalada. E significância, exigindo (vejam o pretexto enbem, exigindo!) contrado são se retiras...deixem aos ou- que declarações do se a cidadania nosso Nobel tros a angústia da p o r t u g u e s a em que acusa morte depois da a Saramago. a Bíblia de ser Esse senhor, de vida e da procura que não digo o um manual de maus costumes de um sentido para nome por o não e de nos dar a lembrar nem uma e outra. conhecer um querer, que não deus vingador, leu Saramago vingativo e cruel. Pode dizer- nem a Bíblia, quer protagonisse que caiu o Carmo e a Trin- mo sem o merecer e à custa de dade. Muito a propósito, aliás, quem o tem por merecê-lo. se nos lembrarmos que o CarFiquem-se os senhores da somo e a Trindade caíram nesse taina com as suas indignações, fatídico dia 1 de Novembro os crentes com a certeza e conde 1755, num terramoto que solo da sua vida depois da morentrou para a mitologia lusa e te, deixem aos outros a angúseuropeia das catástrofes, não tia da morte depois da vida e só pela dimensão da tragédia da procura de um sentido para mas, não menos importante, uma e outra. por ter destruído dezenas de Não é empresa fácil, garantoigrejas em Lisboa e ter poupa- vos. do (milagrosamente?) a rua dos bordéis. Lá está a insonda-

E

T

ranscurridos casi cuarenta años desde la obtención del premio Nobel de la Paz e de su asesinado, Martin L. K. vuelve a brillar con luz propria en la investidura de Barack Hussein Obama como primer presidente de raza negra de los Estados Unidos de América, cumpliendose así parte de su “sueño famoso”. Hace escasas fechas, este último tambien recebiría el mismo premio, dándole validez todavia a su mensaje.

n 1963, Luther King, fue a no-violento por los derechos Washington a decir: “He cívicos. tenido um sueño...”, terminar Martin Luther descubre a su discurso histórico, así: Gandhi y su metodo de luta “Cuando permitamos que no violento, y acabaría por rela libertad resuene en cada petir diversas veces... “De mis pueblo, ciudad, y Estado, se- convicciones cristianas dejo los remos capaces de adelantar el principios e valores de base, la día en que todos los hijos de vida e enseñansas evangelicas Dios, negros y blancos, judíos de Jesus, y de Gandhi, el mey gentíles, protestantes y cató- todo estratégico actual para licos, podrán, darse las manos alcanzar los fines” y cantar las estrofas de la antiEn el Mundo de hoy dominagua canción “blue” : "Libertad do por un sinfin de incertezas, finalmente. Libertad finalmen- de pensamiento único econote. Loado sea Dios todo pode- micista, y de consumo salvaje roso, estamos libres, finalmen- y poco responsable de los rete" cursos terrestres es importanEn 1966 edite dar a conota su segunda ..San Pablo contri- cer a nuestros obra “La fuerpequeños buyó más para pro- más za de Amar”, y jovenes, las mover la idea de grandes figuum compendio de algunos de la independencia ras eticas e su sermones , morales, a vecon una de- y de la libertad del ces martirizadicatoria a sus que cualquier otro das, como es el padres, donde de Martin hombre que haya caso rezaba... “cuyo Luther King, c o m p r o m i s o pisado el suelo oc- presente aún profundo con com exemplo cidental la fe cristiana de coherencia e inquebrantay compromiso ble adhesión a los principios en una fe y moral que nos lleeternos” significaron un “ejem- van a la esperanza, tales son plo revelador de la Fuerza de sus palavras: citando la epístoAmar”. la de S. Paulo a los Romanos: Martin Luther King habla, “Que no os conformeis con frecuentemente en ese libro, este siglo; transformaros del apóstol Paulo, suscribien- por la renovación de vuestra do que “Paulo contribuyó más mente”. para promover la idea de la “Empeñaos en descubrir independencia y de la libertad cual es vuestra vocación y de que cualquier otro hombre después, apasionadamente, que haya pisado el suelo occi- realizarla lo mejor que podental”. dais. Ese caminar consciente “Muchos de nosotros han- os llevará a una realización de morir sin haber visto el fin personal, parangón de la de la segregación y de la dis- vida humana, por tanto os criminación”, escribe en uno exorto, a libraros de cualde los textos de ese libro, en el quier forma de segregación, que tambíen afirmaba la nece- esclavitud”. sidad de proseguir el combate

en Internet

www.contrabando.org

.......................envie-nos a sua agenda cultural

geral@contrabando.org

cartas al director, etc...........................................


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

CINE/MÚSICA

Só neste país

Filmax Pedro Vilas-Boas

Cláudio Vieira Alves

“Los Abrazos Rotos” H

arry Caine (Lluís Homar) é invisual e antigo realizador de filmes, sobrevivendo da escrita de argumentos e da ajuda da fiel e antiga produtora e do filho desta, o seu secretário, escrivão e guia. O destino obrigará Harry a confrontar-se com o seu trágico passado, quando ainda utilizava o seu verdadeiro nome – Mateo Blanco, onde se cruzou com, a aspirante a actriz, Lena (Penélope Cruz) e o seu marido, o importante empresário, Ernesto Martel. Fonte: http://ego.globo.com

O

consagrado realizador Pedro Almodóvar está de regresso com “Los abrazos rotos”, que conta com, a cada vez mais convincente e sensual, Penélope Cruz. Ainda que talvez não esteja ao nível da obra mais recente de Almodóvar (sobretudo de “Hable com ella” e “Volver”), o filme é mais uma longa teia de personagens, embargadas em conflitos de grande carga emocional. Partindo de um desfecho conhecido, o espectador busca a explicação para a tragédia sucedida, sendo que esta oscila nos habituais sentimentos: “paixão”, “ganância”, “traição” e até o “amor” espreita no último suspiro… A simplicidade desarmante, com que a história decorre, não nos deverá fazer esquecer do brilhante formalismo do filme, nomeadamente a cuidada composição dos cenários (cores garridas das roupas vs. acções trágicas) e os enquadramentos dos planos (o árido refúgio de Lanzarote vs. a hiper-latina Penélope). Um filme bem acima da média!

A nova música portuguesa: ou, cristo tinha cabelos compridos por gostar de grunge!

H

á já muito tempo que o mercado da música popular portuguesa se encontrava fechado em si mesmo. O retrato da música nacional era polarizado e a imagem deste alternava apenas entre dois estados: uma espécie de promiscuidade criativa; ou políticas castradoras de talento. Ou seja: ou existia o monopólio dos mesmos músicos, mesma produtoras e os mesmos protagonistas em curto-circuito; ou aparições tímidas, aqui e ali, afastadas de um grande público de consumo e impossibilitadas de se demarcarem de um primeiro EP caseiro. A referência e tendência para o nosso mercado local — diziamos os especialistas — era o modelo discográfico das fracas vendas a que lá fora assistíamos. A isto juntavam, e insistiam, um só nome para o grande culpado. Pirataria. A mesma que, ainda hoje, é sinónimo da dificuldade em se venderem discos. Sinónimo, claro, nas mentes que só vêm a redução das vendas onde a maioria espreita um aumento de procura e consumo da música. Ora, com tudo isto, toda uma geração musical de adeptos de um pop-rock português pautado por inovação — e cujo sinal dos últimos fragmentos residia no final inesperado dos Ornatos Violeta —, sofria e ansiava por novo alimento musical. Os teimosos, ainda da explosão dos anos 80, que mantinham a sua produção musical ou, por exemplo, os inventivos Clã já não bastavam. Era urgente maior produção nacional de música. O deserto musical desaparece quando, recentemente, qualquer coisa de refrescante ocorre. A música portuguesa volta a ocupar a sua posição dinamizadora com a entrada em cena de algumas bandas que se tornaram um fenómeno. Assuma-se a qualidade criativa e ambiente sonoro que,

sustentadamente, Linda Martini, sar de, segundo a História, Cristo peixe: avião, Mundo Cão, doismi- ter tido cabelo comprido e só por leoito, etc, reúnem. Mas, assuma- isso podermos afirmar ter sido um se maior surpresa quando, subita- apaixonado por boa música. O mente, confrontamo-nos com um segredo é menos divino e, como culto desenhado à volta de Tiago dizia o outro, está na massa. Nos Guillul, Os Pontos Negros, Samuel ingredientes mais básicos. Úria, Os Golpes, Diabo na Cruz e Em última análise, e a provocatantos outros. Num curto espaço ção é atirada para fora da comprede tempo aparecem uns desco- ensão dos analistas de mercado, o nhecidos que nos parecem de que move estas novas bandas de origem clandestina. E, damos por rock é desconcertante na filosofia nós a pensar: mas, como é que a comercial da indústria da música. É estes tipos a pirataria não destruíu imperceptível ao radar de negócios. o crescimento? E, enquanto o pen- Na realidade o que os move(u), samos, os ditos especialistas ainda fundamentalmente, é uma necessise interrogam quem são eles. dade de levar a mensagem. FazemO denominador comum destes no afastados dos números e da imdiferentes nomes — que nos apare- posição de vendas. E o desígnio, a cem seja nas colectâneas ou festi- emergência de cumprir os sonhos, vais de verão, passando pela rádio é imbatível. Ironia das ironias, um traduz-se em: evangelização, asso- dos veículos para se vender música ciativismo religioso, clubismo, cren- popular portuguesa é precisamença num mesmo te o meio antiDeus — caramba!, ...mas, como é que comercial. Ainda, tanta adjectivamodo coa estes tipos a pira- deste ção para algo tão lectivo, conseguisimplesmente taria não destruíu ram ocupar uma traduzido no porposição e ganhar o crescimento? tuguês corrente um mercado mais como fé. Mas semrobusto para a pre existiu?, pergunta o leitor mais sua equipa (o seu catálogo de múinterrogativo. Decerto que sim. A sicos) do que teriam conseguido novidade está na sua união, atra- para um nome isolado. vés da editora Flor Caveira (http:// Generalizando, reparo que deflorcaveira.blogspot.com/) ou pro- pois de tantos anos regressamos a motora Amor Fúria (http://www. este que foi, outrora, o grau zero amorfuria.blogspot.com/), que os das indústrias discográficas. E na transporta para o mercado onde volta, talvez interesse retornar aos todos os outros, hereges, se encon- primeiros conceitos para deles retram. “Os Pontos Negros” não esta- erguer a indústria. Porque sim, é rão muito longe da qualidade dos possível vender discos num mercaantigos “A Instituição” (banda dos do que afirmavam estar saturado anos 90 de Tiago “Guillul” Cavaco) pela pirataria do mp3? É possível mas a sua promoção e suporte é conquistar pequenos e grandes hoje diferente daquela que, ante- palcos alheados de um marketing riormente, estava limitada a uma peganhento? Sim, aparentemente, pequena comunidade baptista. É é possível recrutar, ainda, entusiascolectiva. Assente. Sólida. E, pelo tas para a nossa cultura musical. que se vê, tudo isto funciona. Isto É uma lição para promotoras porque não acredito que eles se- e editoras. E para os analistas. E se jam abençoados por Cristo — ape- não o é, devia.

Agarrótacho! Contrabando

Bacalhau fresco á espanhola

com guisado de feijão branco e espinafres

25

Como fazer! 1 - Tempere o bacalhau com sal e pimenta. 2 - Aqueça o azeite numa frigideira com 4 dentes de alho, core os lombos de bacalhau de ambos os lados e leve ao forno a 180 ºC durante 15 minutos. Reserve em local bem quente. 3 - Coza o feijão e escorra, reservando a água da cozedura. 4 - Faça um refogado com azeite, cebola, alho picado, sal e louro. Quando a cebola começar a ficar loura, junte a cenoura e a batata. Adicione a água da cozedura do feijão, deixando ferver um pouco. 5 - Quando estiver quase cozido, coloque os espinafres e o feijão. Deixe ferver e rectifique os temperos. 6 - No fim, junte os coentros e um pouco de vinagre. Sirva os lombos de bacalhau sobre o guisado em gomos.

Ingredientes (4pax): - 800 g Bacalhau Fresco (lombos) - 500 g feijão branco - 400 g espinafres - 2 batatas, 2 cenoura e 2 cebolas (aos cubos) - 6 dentes de alho - 1 molho de coentros (pequeno) - 1 folha de louro e q.b. azeite - q.b. pimenta branca - q.b. vinagre - q.b. sal marinho grosso


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

26

GASTRONOMIA

Nuestros comedores

Escalhão Lumbrales

Texto. Miguel Ángel Peréz Fotos. Daniel Gil

O Lagar

Figueira de Castelo Rodrigo

Un espacio de comida con requinte, memoria y sabores de la ruralidade UNA PAREJA Y SU SUENHO Cristina Gomes y Pedro Roca, llevan este proyec-

to de comida tradicional, desde 1996, año en que sentados en una explanada con vistas al Duero internacional, en pleno Otoño, soñaron “arriesgar en un restaurante de calidad superior”. Se lanzaron al camino, por encrucijadas que los llevaron a la tierra de sus orígenes, Barca d’Alba arriba, y con crear “El Lagar”, en la localidad de Escalhão, próxima a Figueira de Castello Rodrigo. Paso a paso, fueron llevando el nombre de su restaurante, además tierras/mar, pues este local de comida casera esencialmente visitado por clientes de otros lugares, que buscan su sabor regional bien característico en esta zona interior.

Escalhão

Otrora un importante castro lusitano, la localidad es hoy conocida por su pan y famosos bizcochos de aceiteVisitar la Iglesia Matriz, las bellas casas de trazado medieval y el Museo Etnográfico y Biblioteca de la casa de la clientela y Barca d’Alba, junto al Duero, localidad con puerto fluvial y ferrocarril .

Una propuesta para Noviembre

Bacalhau ahogado con puré de Castañas y Membrillos cozidos Con una invulgar preocupación con la simplicidade de los productos de época, Cristina y Pedro, proponen para esta época del año, tiempo de castanhas y marmelos, un “Bacalhau Ahogado con puré de castanhas y marmelos acompañado por un vino tinto CARM Reserva 2007, de la Casa Agrícola Reboredo Madera, Almendra (Duero Superior) y para postre un “Pudim de Aceite de Oliva con dulce de azeitunas negras”.

ESPECIALIDADES

En Escalhão, tierra conocida por su rico aceite de oliva , donde el vino de la región del Doro Superior y el pan de pueblo son igualmente productos locales de gran calidad, este restaurante ofrece una cocinan tradicional, elaborada por la propietaria/cocinera, en algunos saberes gastronómicos de la región, expresamente por la singularidad de este local de la región de Riba Côa, donde se inserta. Se proponen como especialidad algunos platos de carne como el “Arroz de Costelinhas” o la “Marrã de Cerdo”, el “Catchu de Vitela”,hecha en las brasas de chimenea de comedor, platos de pez de río, el bien portuguesa “Lagarada de Bacalhau”, o el “Polvinho en el horno”.

Restaurante “O Lagar” Rua do Barreiro (Escalhão) 6440 Figueira de Castelo Rodrigo Telf.: 00351 271346 974

- Catchu de Vitela en la brasa con champiñon y patatas y Morcilla dulce de Escalhão con naranja de la Barca


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

NATURALISMO

27

Terapias naturais Francisco Castro

Medicina Tradicional Chinesa Uma breve história...

Misturado com a mágica xamanística, um extenso texto, prescrições para cinqüenta e dois males, descreve os efeitos farmacológicos das ervas e alimentos. Também datado da mesma época está a lenda de Shen Nong, o Imperador da Agricultura, que provava 100 ervas diariamente para avaliar as suas qualidades. Dizem que ele se envenenou muitas vezes durante as suas investigações.

A natureza é o único livro que oferece um conteúdo valioso em todas as suas folhas” Goethe, Johann

A história escrita da Medicina Tradicional Chinesa evoluiu principalmente nos últimos 3.000 anos. Escavações arqueológicas da Dinastia Shang (1.000 a.C.) revelaram escrituras médicas inscritas em ossos de divinação: os primeiros xamãs, principalmente mulheres, usavam ossos da escápula para realizar ritos de divinação; posteriormente esses ossos também foram usados para escrever. A descoberta, em 1973, de 11 textos médicos escritos em seda revelou um pouco das práticas sofisticadas desse período inicial da história chinesa. Datados de 168 A.C., os textos discutem dieta (em inglês), exercício, moxabustão e fitoterapia.

O livro atribuído a Shen Nong é conhecido como o Clássico da matéria médica do imperador da agricultura. Ele lista 365 remédios, compreendendo 252 plantas, 67 animais e 46 minerais. Tao Hong-Jing, o editor da versão da Matéria Médica de Shen Nong usada hoje em dia, dividiu as ervas em três classes. As ervas da classe superior são tônicos não-tóxicos que revitalizam e nutrem o corpo; as ervas de grau médio são tônicos com qualidades terapêuticas e o grau inferior consiste em ervas que tratam doenças ou possuem alguma toxicidade.

Esse sistema de classificação sugere um importante princípio da Medicina Tradicional Chinesa: é melhor fortalecer o corpo e prevenir doenças do que combatê-las após já se terem se instalado. Ignorar o cuidado com a saúde e esperar para tratar doenças era considerado tão ridículo quanto esperar ficar com sede para cavar um poço. Por volta de 400 d.C., as fundações básicas da Medicina Tradicional Chinesa já tinham sido colocadas na forma escrita. Nessa época, a maioria dos aspectos mágicos da medicina já tinham sido deixados para trás; havia uma crescente crença nos poderes da natureza para curar doenças. O livro mais importante compilado entre 300 a.C. e 400 d.C. é o Clássico interior do imperador amarelo (Huang Di Nei Jing). O trabalho é supostamente uma série de diálogos entre o Imperador Amarelo, Huang Di, e seu ministro, Qi Bo, apesar de muitos historiadores acreditarem ser uma compilação de todo o conhecimento médico daquele período. O trabalho é dividido em dois livros: Perguntas simples e Eixo espiritual. O primeiro livro lida com princípios teóricos gerais, ao passo que o segundo descreve mais especificamente os princípios da acupuntura e o

tratamento de doenças. Notavelmente, esse trabalho antigo ainda é válido; ele forma a base da prática contemporânea da Medicina Tradicional Chinesa. Por exemplo, o Nei Jing afirma que doenças frias deveriam ser tratadas com ervas quentes e doenças quentes deveriam ser tratadas com ervas frias. Esse princípio ainda é seguido hoje em dia na prática clínica. Infecções quentes, inflamatórias são tratadas com ervas frias, como madressilvas ou raiz de Coptis; condições frias, debilitantes, como fadiga crônica, são tratadas com ervas mornas, estimulantes, como ginseng ou raízes de Astragalus. A pesquisa moderna confirmou que essas plantas contêm ingredientes com fortes efeitos farmacológicos sobre essas condições específicas. Por volta do segundo século d.C., os médicos por toda a China estavam compilando escrituras sobre as últimas descobertas da acupuntura e medicina fitoterápica. Foi nessa época que o famoso médico Hua Tuo escreveu sobre anestesia herbal.

imperador amarelo (Huang Di Nei Jing)

A

história da Medicina Tradicional Chinesa pode ser traçada através de escavações arqueológicas que se estendem por milhões de anos. Os primitivos passavam a maior parte do tempo a cuidar da sobrevivência básica: caçar, procurar e preparar plantas para comida, construir abrigos e defender-se. É fácil imaginar que, com o tempo, eles haviam experimentado a maioria das plantas locais em busca de comida. Com o tempo, um registo oral evoluiu e identificou as plantas que representavam boa comida, aquelas que eram úteis para construir, aquelas que tinham um efeito sobre doenças e aquelas que eram venenosas. Por meio de tentativa e erro, uma forma primitiva de medicina fitoterápica e terapia dietética estava a ser constituida na China.

Apesar de sua fórmula para o anestésico ter-se perdido, seu exclusivo sistema de pontos de acupunctura ainda é usado. Ele também foi pioneiro na recomendação de exercícios como um método de manter o bemestar. Ele é citado como tendo dito que “um rio que corre nunca fica mal”, significando que o exercício move o qi e previne a estagnação que leva à doença. Outro pioneiro da época foi Zhang Zhongjing, que escreveu o Tratado sobre doenças febris e diversas após ter testemunhado uma epidemia que assolou sua cidade e matou a maioria de seus parentes. Esse médico altamente considerado desenvolveu um sistema de diagnósticos tão sofisticado que ainda é usado por praticantes em hospitais modernos, 1.700 anos após sua morte.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

28

REPORTAGEM

Douro Internacional

O último Ferrador das Arribas Fotoreportagem: Daniel Gil

É

o último “ferrador das arribas” e presta serviço em toda a área do Douro Internacional, com solitações para serviços nos dois lados da fronteira. Em Espanha, os veterinários chamam-no para capar animais. “Zé Ferrador” é a alcunha de José Preto, que sai todas as manhãs de Freixo de Espada à Cinta, de onde é natural, levando consigo uma safra ou bigorna, formão e grosa, entre outros utensílios necessários para a preparação de um animal. “Zé Ferrador” levava consigo apenas quatro ferraduras e uma quarentena de cravos, comprados numa fábrica em Caíde, a única que conhece na região.

“Já fiz muitos cravos e ferra- quase mecânico - de “Zé Ferraduras com estes calos que te- dor”. Se fosse bravo, teria de ser nho nas mãos”, disse o ferrador amarrado para impedir algum de 45 anos que, aos 17, apren- coice inesperado. deu a arte junto do seu vizinho José Preto trabalha em toda Manuel Diogo, que lhe ensinou a zona da raia nas arribas dos os segredos do rios Douro e ofício. A chamada é feita Águeda InterNa Mata de nos mesmo por vete- nacionais, Lobos, aldeia concelhos de Firinários que “até gueira de Castefronteiriça no concelho de Fisabem, mas não lo Rodrigo, Freigueira de Castexo de Espada querem sujar as lo Rodrigo, era à Cinta e Torre esperado pelo de Moncorvo, e mãos”. “Ti Correia”, que em todo o Noo recebe junto roeste Salamanao cavalo do sobrinho, e está tino, a parte espanhola junto a pronto para ajudar o ferrador estes dois cursos de água. “Tenho mais números de tesegurando a pata do cavalo. O animal até era manso e não lefone espanhóis do que portrouxe problemas ao trabalho - tugueses”, afirmou, acrescentando que os vizinhos do outro lado da fronteira o procuram para capar e “fazer certas operações”, como cortar figueiras (feridas cancerosas) ou quistos. A chamada é feita mesmo por veterinários que “até sabem, mas não querem sujar as mãos”. Em toda esta região conhece apenas dois ferradores, já na casa dos 60 anos, mas que já não se deslocam para ver os animais. Ele, por sua vez, porque a idade o permite e também porque é o único que presta serviço ao

domicílio na região transfronteiriça, chega a ter meses de 40 a 50 cavalos para ferrar. “Quatro patas 50 euros, o preço está feito” para ambos os lados da fronteira. E “burros é igual”, disse José Preto, explicando que não cobra deslocações e oferece apenas o resultado da sua arte como selo de qualidade, porque “aqui não há garantias”. A seu lado, “Ti Correia”, negociador de gado com a nostalgia dos homens que não reconhecem os tempos actuais onde “já quase não há gado nem agricultura”, queixa-se, de já só trabalhar com burros mirandeses. A tradição pecuária nestas terras tem vindo a desaparecer,

mas ainda existe um pequeno conjunto de pessoas que não querem arredar pé da tradição local. “Zé Ferrador” acaba por ser o “sinal dos tempos” de hoje, quando não é preciso mais do que um ferrador em toda esta zona. Entretanto, e apesar disso, em Figueira de Castelo Rodrigo, começa a revelar-se um potencial sucessor. Ricardo Julião, de 20 anos é filho de ferrador e aprendeu com o pai a amansar, desbastar e ferrar animais. Confrontado com o desafio, respondeu, peremptório: “é isto que quero fazer da minha vida”.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

contrabando, 1 de Junho/Junio de 2009

FOTOGRAFIA

29

“Zé Ferrador” acaba por ser o “sinal dos tempos” de hoje, quando não é preciso mais do que um ferrador em toda esta zona.


31

...de OCTUBRE

contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

ECOS

ZAMORA Degustación en Feria Hispanolusa Ecocultura

SALAMANCA España promociona la Ruta de la Plata como destino turístico para portugueses

Degustación de productos ecológicos, talleres y conferencias tuvo lugar en la VI Feria Hispanolusa de Productos Ecológicos “Ecocultura 2009”, en la ciudad española de Zamora.

La Ruta Vía del Plata, que agrupa 28 municipios españoles donde pasaba una de las principales vías de la época romana, se promociona en Lisboa como un destino turístico para los portugueses gracias a su diversidad cultural y natural.

M

ás de cien expositores se concentraran en este certamen transfronterizo de productores, elaboradores y distribuidores de productos ecológicos, en el que también hubo actividades paralelas, como conferencias, mesas redondas, talleres, degustaciones y catas dirigidas, informó hoy a EFE el Gobierno de la provincia de Zamora. La novedad de esta edición fue la creación de un espacio virtual, en el que se anunciarán ofertas o demandas de produc-

tos ecológicos. Las conferencias y mesas redondas de esta edición girarán en torno a la recuperación, mejora y conservación de variedades autóctonas. Ecocultura e una exposición de materiales de bioconstrucción y otra sobre la actividad de la Organización No Gubernamental (ONG) Asociación Entrepueblos que, desde 1988, trabaja desde la perspectiva de la solidaridad con los pueblos empobrecidos y explotados del Tercer Mundo. /com EFE

VALLADOLID Javier Sarti recibe el Premio de Novela Ateneo-Ciudad de Valladolid El escritor valenciano Javier Sarti recibió el 56 Premio de Novela Ateneo-Ciudad de Valladolid, el más antiguo de España en su género por detrás del Nadal, con su relato “Piranesi construido”, una novela “a contrapelo” de la actual tendencia literaria que ha sido seleccionada entre 115 originales.

S

e trata de una apuesta arriesgada desde el punto de vista formal, ya que “Piranesi construido” se estructura en torno a un diálogo entre dos personas donde se desgranan numerosos aspectos que tienen mucho que ver con la sociedad actual, según fuentes del jurado. Los medios de comunicación y el consumo de masas son algunos de esos temas que destacó el profesor universitario José Ramón González, presi-

dente del jurado de un premio dotado con 30.000 euros. La conversación entre los dos protagonistas de la narración “habla del amor, de la capacidad de materializar los sueños y de la necesidad de un sentido vital”, añadió González. “Piranesi construido”, de ambientación imprecisa, habla además “del rigor, del cariño por el lenguaje” con que se ha mostrado Javier Sarti (Valencia, 1954)./com EFE)

E

l recorrido está formado por ciudades de cuatro comunidades autónomas españolas -Asturias, Castilla y León, Extremadura y Andalucía- que cruzan el país del norte al sur, y ofrece los más distintos paisajes y los más deliciosos manjares gastronómicos. “Lo que compartimos es el trayecto de la antigua calzada romana y, luego, somos totalmente variados en cultura, historia y gastronomía, ése es el valor añadido del paseo”, realzó hoy Juan Andrés Tovar, presidente de la Diputación de Cáceres y responsable en la divulgación de la Ruta en Portugal. A partir del intercambio

en los dos países ibéricos, la asociación promueve el turismo de la ruta gastronómico, deportivo e incluso religioso, que hasta ahora había atraído más a portugueses con intereses comerciales y culturales. “Tanto España despierta la atención de los portugueses, como Portugal de los españoles, por lo cercano y por las semejanzas que tenemos”, dijo a Efe el representante de la Asociación de la Ruta del Plata, Juan Andrés Tovar. Según datos oficiales, España sigue siendo el primer destino extranjero elegido por los portugueses, a pesar de la crisis. El recorrido entero - que se recomienda completar en ocho días-, tiene 800 kilóme-

tros y en algunos pueblos aún se pueden ver las ruinas de lo que fue la calzada romana, que conserva piezas que datan del siglo I a.c. “El trayecto se puede hacer en coche, en bicicleta o incluso a caballo”, cuenta Tovar que, sin embargo, “recomienda” hacerlo “caminando” para quien disponga de 20 días para realizar la ruta. Las ciudades cercanas al legendario camino, como Salamanca, Gijón, Cáceres, Sevilla o Mérida, integran la Red de Cooperación de Ciudades de la Ruta de la Plata, que también ha promocionado el itinerario en países como Alemania y Japón. /com EFE

CÁCERES Relación de Portugal y Familia Real abrió en Cáceres la X edición de Ágora La relación de Portugal y la Familia Real española abrio la décima edición de “Agora, el debate peninsular”, un foro anual en el que se examinan las realidades políticas, económicas y culturales de Portugal y España y que tubo lugar en Cáceres.

O

rganizado por el Gabinete de Iniciativas Transfronterizas (GIT) del Gobierno regional de Extremadura, el X Debate Peninsular volvió a estructurarse en torno a tres ejes, Ágora Academia, Ágora Palestra y Ágora Escena, según el programa publicado en el Boletín ECO de la Consejería de Cultura. “Desde Villa Giralda. Portugal y la Familia Real españo-

la” fue el título del curso que abrio la edición en el apartado Ágora Academia dentro del que también se passaran otros titulados “La voz en espiral”, sobre la difusión de la poesía en los dos países, y “Llegar y quedarse. La agenda feminista”. Dentro de Ágora Palestra, el Palacio Provincial acogió un encuentro de embajadores de Portugal y España. Paralelamente, durante toda la sema-

na, Ágora Escena ofreció una ventana abierta a la cultura lusa, acercando a la región extremeña una muestra de las distintas manifestaciones culturales del país vecino. La exposición “El azulejo en Portugal”, el montaje teatral “Na(s) cer cansado”, encuentros literarios y proyecciones cinematográficas serán algunas de las ofertas de este apartado. /com EFE.

LISBOA Castilla y León y Portugal sellan acuerdo para fomentar patrimonio cultural La Consejera de Cultura y Turismo de Castilla y León, María José Salgueiro, y el director del Instituto para la Gestión del Patrimonio Arquitectónico y Arqueológico de Portugal (IGESPAR), Eliseo Summavielle, firmaron hoy en Lisboa un protocolo para promover su patrimonio cultural.

L

a Consejera de Cultura y Turismo de Castilla y León, María José Salgueiro, y el director del Instituto para la Gestión del Patrimonio Arquitectónico y Arqueológico de Portugal (IGESPAR), Eliseo Summavielle, firmaron finales de octubre en Lisboa un protocolo para promover su patrimonio cultural. El acuerdo, rubricado en el

histórico Monasterio lisboeta de los Jerónimos, contempla la creación de un observatorio de prácticas dedicadas a promover la economía del patrimonio en Europa -cuya sede será ibéricay se materializará en actividades concretas de colaboración, apuntó Salgueiro. Entre ellas, destacó el trabajo conjunto en los yacimientos

arqueológicos fronterizos del Valle de Foz Coa (Portugal) y Siega Verde (Salamanca) que persigue promover acciones destinadas a la documentación del hallazgo, su conservación, gestión y difusión mediante el desarrollo de políticas comunes. Asimismo, la Consejera deseó que este acuerdo “interterrito-

rial” ayude a que la candidatura de Siega Verde -perteneciente al arte Rupestre- se convierta en Bien de Patrimonio Mundial el próximo mes de junio en la reunión que la UNESCO celebrará en Brasilia. Esperemos que los especialistas “valoren las relaciones interterritoriales y su efecto dinamizador”, recordó Salgueiro,

quien también participó en la capital lusa en el II Foro sobre la Economía del Patrimonio Cultural en Europa. Salgueiro realzó la importancia que el patrimonio cultural y sus actividades tienen para la economía, ya que, juzgó, propicia la creación de empleos, tantos directos como indirectos. /com EFE.


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

SOCE

Vale do DOURO conquista o 16º lugar Mundial em turismo sustentável O Douro conquistou o décimo sexto lugar de um total de 133 destinos turísticos sustentáveis da National Geographic Society, ficando à frente de regiões como a Toscana (Itália) ou o centro histórico de Salzburg.

D

epois da classificação como Património Mundial da Humanidade em 2001, a mais antiga região demarcada do mundo - o Douro - participou no concurso das “7 Maravilhas da Natureza”, ficando entre os 77 melhores, e foi agora destacada pela National Geographic. A National Geographic Society divulgou uma nova lista de destinos turísticos sustentáveis, para a qual contribuíram 400 peritos de diferentes áreas, que coloca o Douro no 16º lugar desse ranking, entre 133 destinos turísticos em todo o mundo, 7.º lugar do ranking europeu, com 76 pontos (o máximo da pontuação foi 85 para os fiordes noruegueses). Espanha arrecada o 9º lugar Mundial - 3º europeu (78 pontos) com a Medieval Granada e Alhambra, mas, igualmente o último lugar da lista entregue à Costa del Sol.

Reconhecendo o valor da região vinhateira nas atracções históricas e naturais: “esta região vinícola no Norte de Portugal encanta alguns com as suas ‘atracções históricas e naturais’ e desaponta outros pela sua ‘suburbanização’. A maioria concorda na intacta autenticidade cultural da região.” A avaliação foi feita com base em seis critérios: a qualidade ambiental e ecológica, a integração social e cultural, o estado de conservação de edifícios históricos e sítios arqueológicos, o apelo estético, a qualidade da gestão turística e perspectivas para o futuro. A National Geographic Society foi fundada em 1888, nos Estados Unidos da América, por 33 homens interessados em “organizar uma sociedade para o incremento e a difusão do conhecimento geográfico”. /com LUSA

PORTUGAL/ESPANHA Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças reúne-se em Vigo A cidade galega de Vigo acolheu a primeira reunião da Comissão Executiva da recém-criada Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças.

O

Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, que acolheu a reunião explica que esta “Nasceu com o objectivo de promover o desenvolvimento socio-económico nos territórios da fronteira e contar com uma voz única diante dos governos de Espanha e Portugal e da União Europeia no momento no que se negociam em Bruxelas os fundos para o período de programação 2014-2020”, refere a nota. Em causa está a tentativa de recuperar mais de 600 milhões de euros que a zona transfronteiriça perdeu em fundos europeus do actual programa, que se estende até 2013, comparativamente ao período anterior. A Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças, constituída

em Junho, em Cáceres, reúne as 12 entidades transfronteiriças que actualmente trabalham ao longo da fronteira luso-espanhola. A Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças, que tem mantido encontros com responsáveis do Governo espanhol, procura incluir a rede nas agendas das próximas cimeiras ibéricas e ainda na agenda Presidência espanhola da União Europeia, no primeiro semestre de 2010. O objectivo da Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças é estabelecer “uma rede de agentes e associações de desenvolvimento regional que trabalham nas áreas fronteiriças de Espanha e Portugal e que suportam problemas comuns”. /com LUSA

...de OUTUBRO

32

BRAGANÇA/ZAMORA avançam com candidatura ibérica a Património da Humanidade As cidades de Bragança e Zamora (Espanha) vão avançar com uma candidatura ibérica à classificação das respectivas zonas históricas como Património da Humanidade, processo que obteve hoje apoio de investigadores de vários países reunidos em Bragança.

A

candidatura conjunta das duas cidades fronteiriças está já a ser trabalhada e recebeu recentemente o incentivo de investigadores da área do património, que estiveram reunidos, em Bragança, no seminário internacional LusoBrasileiro. A iniciativa é do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (CEPESE), que escolheu este ano Bragança para realizar o seminário anual que decorre alternadamente no Brasil e em Portugal para debater o patri-

mónio histórico lusíada. O casco histórico da cidade “é tão rico” que, na opinião do presidente do CEPESE, Fernando Sousa., “merecia uma candidatura a Património Mundial”. A candidatura conjunta com a cidade vizinha espanhola de Zamora dará mais força à prosposta e “ajuda a reforçar a importância do património de Bragança no contexto peninsular”, defendeu. A ideia defendida no seminário que junta investigadores portugueses, espanhóis e

brasileiros, serve de estímulo a um trabalho já iniciado pelas cidades fronteiriças. O vice-presidente da Câmara de Bragança, Rui Caseiro, disse que “já estão a trabalhar nesse projecto” e que esperam ter condições de “apresentar a candidatura à UNESCO já no próximo ano”. Segundo explicou, aguardam que Espanha reúna as condições avançar com a candidatura, já que em Zamora decorrem ainda trabalhos de recuperação do centro histórico. /com LUSA

PORTUGAL/ESPANHA Estudo revela receptividade à federação de Estados Um especialista da Universidade de Salamanca defendeu a importância de recuperar uma certa “tradição ibérica” ao apresentar em Lisboa um estudo que revela receptividade de portugueses e espanhóis à federação dos dois Estados.

Há uma tradição de iberismo, de que José Saramago é o melhor exemplo, que foi um pouco esquecida. Em Espanha, destaco a Federação Artística Ibérica (FAI) que foi o movimento político mais activo no primeiro terço do século XX”, disse à agência Lusa Mariano Fernández Enguita, coordenador do primeiro Barómetro de Opinião Hispano-Luso. O estudo, que foi apresentado no mês de Outubro em Lisboa depois de ter sido divulgado em Julho em Madrid, revela que a maioria dos portugueses e dos espanhóis considera que as relações entre os dois países são boas ou muito boas e que 39,9 por cento dos inquiridos em Portugal e 30,3 por cento dos inquiridos em Espanha apoiam uma federação de Estados. “O aspecto mais interessante não é saber se se federam ou não. Isso não está na agenda política. O mais importante é que, num mundo em que parece que só há um movimento das comunidades no sentido da separação, também há muita gente que pensa em unir-se”, disse Mariano Fernández Enguita.

Por seu lado, Fernando Luís Machado, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), destacou a disponibilidade para a cooperação conjunta nas áreas económica, militar e política. “A ideia de uma maior integração política não é surpreendente porque Portugal tem na Espanha o único vizinho territorial, há uma história comum importante, há laços económicos muito importantes e é normal que as pessoas vejam com bons olhos a hipótese de uma maior integração política”, disse. O Barómetro indica ainda que os portugueses sabem mais dos seus vizinhos que o inverso: 54,2 por cento referem correctamente o nome do actual presidente do governo espanhol, enquanto apenas 1,2 por cento dos espanhóis sabe o nome do primeiro-ministro de Portugal e 6,9 por cento o do presidente português. Luís Figo, Cristiano Ronaldo e José Saramago são as personalidades portuguesas mais famosas entre os espanhóis e Júlio Iglesias, o rei Juan Carlos e a princesa Letízia são os cidadãos do país vizinho mais

célebres em Portugal. A supressão das restrições à mobilidade em termos profissionais é uma proposta que tem a concordância de 63,2 por cento dos espanhóis. No que respeita às comunicações rodoviária e ferroviárias, outro dos temas analisados no estudo, portugueses e espanhóis têm posições distintas. Enquanto mais de metade dos portugueses inquiridos (55,3 por cento) considera que as comunicações não constituem um problema e apenas 10,5 por cento as classifica como muito problemáticas, a percentagem de espanhóis que considera este assunto “muito” ou “bastante problemático” ascende a 20,7 por cento. Quanto aos investimentos empresariais, a maioria dos inquiridos dos dois países considera que são “pouco” ou “nada problemáticos”. No entanto, “é em Portugal que os investimentos empresariais (neste caso espanhóis) se percepcionam como mais problemáticos, o que é declarado por 19,1 por cento dos inquiridos”, de acordo com o barómetro. /com LUSA


contrabando, 1 de Novembro/Noviembre de 2009

Portada de ficci贸n: autor, Daniel Gil. foto, Vicente Puparelli


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.