Trabalho Colaborativo

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nessas actividades, e os significados do que foi observado na perspectiva dos observados. As descrições devem ser factuais, rigorosas e sem serem atravancadas por minúcias irrelevantes e triviais.” (p. 202) Na tipologia clássica de Gold (1958, citado por Adler e Adler, 1994) são referidas quatro formas de efectuar a observação: a) participante pleno (complete participant); b) participante como observador (participant-as-observer); c) observador como participante (observer-as-participant); e d) observador pleno (complete observer), num contínuo desde a participação completa ao distanciamento (Cohen et al., 2001). No que concerne à observação participante, Stenhouse (1993) considera-a como o principal instrumento de recolha de dados em etnografia e, dado que a investigação aqui retratada é de carácter etnográfico, a observação constitui efectivamente o principal instrumento de recolha de dados. Como afirma Stenhouse (1993) “O observador participante toma parte na vida da comunidade que estuda, aprendendo a linguagem e os costumes durante esse processo mas, ao mesmo tempo, retendo a sua própria perspectiva, a partir da qual estuda a vida daquela comunidade em vez de simplesmente adoptar a cultura e “tornar-se nativo”.” (pp. 67 – 68, aspas no original) Neste sentido, a observação participante caracteriza-se, de acordo com Bogdan e Taylor (1975), por um período de interacções sociais intensas entre o investigador e os sujeitos, no ambiente destes, sendo os dados recolhidos sistematicamente, provenientes de fontes diversas durante esse período de tempo, em que o observador apreende, vivendo com as pessoas e partilhando as suas experiências. Adler e Adler (1987) afirmam existir três tipos de observação participante, consoante o grau de implicação do investigador na vida do grupo, objecto do estudo, que se denominam por: (a) observação participante periférica (peripheral membership) - utilizada nos casos em que os observadores consideram necessário um certo grau de implicação na actividade do grupo que estudam, de modo a compreenderem essa actividade, mas sem serem, no entanto, admitidos no centro desta. Segundo Lapassade (1992), o carácter periférico da implicação tem a sua origem numa

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