Trabalho Colaborativo

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Importa ainda salientar que, no episódio anteriormente descrito, os alunos trabalharam colaborativamente ao longo do desenvolvimento da tarefa proposta, tendo solicitado a presença da professora apenas para confirmação de resultados e de processos de resolução, facto este que culminou num reconhecimento sentido e numa confiança mútua entre os colegas, vendo-os como possíveis “fontes de conhecimento”, não atribuindo esse papel apenas e exclusivamente à professora. Assim, ao longo do ano na aula de matemática, privilegiaram-se as interacções horizontais (aluno/aluno), em detrimento das verticais (aluno/professor), tão bem conhecidas e favorecidas em contexto escolar, de forma a criar um sentimento de comunidade entre os alunos envolvidos, despontando nos mesmos um sentimento evolutivo de pertença a esta e consequentemente, um seu envolvimento (global) na prática, através da partilha de saberes e da negociação de significados, o que permitiu melhorar o pensamento e aprofundar o conhecimento, bem como percepcionar este último como algo que é criado e não transferido, encontrando-se localizado na comunidade e não no indivíduo. Para tal, tanto eu (professora) como os alunos tornámonos participantes activos no processo de ensino/aprendizagem, permitindo aos meus alunos verem-me como mais um elemento predisposto a aprender, tentando com isso exemplificar-lhes, tal como Lave e Wenger (1991) defendem, como participar legitimamente numa comunidade. Como exemplo, irei apresentar um excerto de uma situação vivida num ambiente computacional, onde os alunos tiveram a oportunidade de trabalhar com software de Geometria Dinâmica, Geometer’s Sketchpad, resultado de uma tarefa elaborada em conjunto com outras duas colegas de Matemática, docentes de uma escola de Loures, no âmbito de uma Acção de Formação que me encontrava a frequentar intitulada “Novos Programas de Matemática para o 3º Ciclo - Geometria”, tendo sido realizada como um complemento à tarefa proposta na qual se recorria ao uso de materiais manipuláveis. Tal como foi referido num relatório que tivemos de fazer no final da respectiva acção, ao elaborarmos a experiência de sala de aula, várias foram as expectativas que surgiam à medida que reflectíamos sobre as tarefas a realizar com os nossos alunos. No que concerne à tarefa exploratória com material manipulável (ver Anexo 7), tínhamos esperança que esta fosse bem sucedida e que se verificaria uma facilidade na sua realização e uma atitude positiva dos alunos, uma vez que os mesmos já teriam tido contacto com este tipo de trabalho em outras disciplinas, o que realmente se evidenciou

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