Escritores Brasileiros Contemporâneos - n. 26 - Julho/2021

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ESCRITORES BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS EDIÇÃO 26

Nº. 26

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FLÁVIA MARA SILVA apresentadora do BIBLIO NA TELA


EXPEDIENTE

EDITORIAL

Revista pertencente à Editora Matarazzo. Email: versejandocomimagens@gmail. com Telefone: (11) 3991-9506. CNPJ: 22.081.489/0001-06. Distribuição: São Paulo - SP. Diretora responsável: Thais Matarazzo - MTB 65.363/SP. Depto. Marketing: Ana Jalloul (11) 98025-7850 Depto. Jurídico: Tatiane Matarazzo C. Campos. Periodicidade: mensal. Formato: digital. Capa: Flávia Mara Silva. Foto: Gilberto Cantero.

Chegamos ao segundo semestre de 2021, o tempo voa veloz! Acompanhamos com muita dor no coração todas as notícias e os desdobramentos causados pela pandemia do Covid-19. Torcemos que tudo possa se resolver em breve, e que também todas as pessoas do mundo possam ter acesso à vacinação em massa! Para acalentar o nosso cotidiano, a EBC traz muitas informações e entretenimento para nossos leitores e leitoras, em diversos temas: poesia, literatura, história, direito, saúde e atualidades. Nossa entrevistada é a professora e apresentadora Flávia Mara da Silva, de São José do Campos, SP. Geraldo Nunes, na coluna São Paulo de Todos os Tempos, traz uma matéria muito legal sobre os 81 anos do Estádio do Pacaembu. A bibliotecária Ana Meira estreia a sua coluna com dicas para escritores. Desta feita, ela destaca a importância da ficha catalográfica para os livros. Nossa querida Professora Noadias Novaes, do Ceará, foi indicada para o Prêmio Darcy Ribeiro. Estamos torcendo para que ela seja contemplada! Glafira Menezes Corti e Cátia Albuquerque lançam novos livros pela Matarazzo. Atilio Ciurado lança Eu e Eus. Contos, crônica, poesias e matérias literárias com: Atilio Ciraudo, Cris Arantes, Fernanda Faria, Marcinha Costa, Márcia Villaça da Rosa, Maria Marlene N. T. Pinto, Newton Nazareth, Regina Brito, Ricardo Baba, e Thais Matarazzo. Boa leitura!

Edição 26 - Nº 26 Ano II - Julho/2021. A opinião e conceitos emitidos em matérias e colunas assinadas não refletem necessariamente a opinião da revista Escritores Brasileiros Contemporâneos. Contatos www.editoramatarazzo.com.br www.editoramatarazzo.com Facebook: @editoramatarazzosp Instagram: @editoramatarazzo Escritores Brasileiros Contemporâneos

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S umário ► Professora Noadias Novaes é indicada ao Prêmio Darcy Ribeiro, 7 ► São Paulo de Todos os Tempos Estádio do Pacaembu aos 81 anos, 8 Geraldo Nunes ► Casa dos Braga, 27 Márcia Villaça da Rosa ► Dicas da Ana Meira, Notas de catalogação, 34 ► Série Um dia por vez... Norminha, 40 Thais Matarazzo ENTREVISTA ► Flávia Mara da Silva, 15 LANÇAMENTO DE LIVROS ► Cátia Albuquerque, 6 ► Glafira Menezes Corti, 14 ► Atilio Ciraudo, 30 ► Poesias Contemporâneas XIII, 41

POESIA ► Thais Matarazzo, 5, 6, 28 ► Glafira Menezes Corti, 13 ► Marcinha Costa, 25 ► Ricardo Baba, 31 ► Cris Arantes, 36 ► Fernanda Luiza, 37 CRÔNICA ► Maria Marlene N. T. Pinto, 26 ► Regina Brito, 32 CONTO ► Newton Nazareth, 33 SAÚDE ► A saúde brasileira precisa de cuidados, de carinho e de efetividade. O que nós, profissionais da gestão da qualidade, estamos fazendo pela nossa saúde privada e pública?, 38 Cátia Albuquerque DIREITO ► O Sucesso do “PIX”, 44 Dra. Gisele Luccas


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Momentos B omfinianos Poema de Thais Matarazzo Hoje a aprendiz de poeta resolveu abraçar-se nos braços da literatura, e vieram recepcioná-la versos aconchegantes de um poeta de alma pura, tecedor de tramas de ternura, de vocábulos seguros, de poemas maduros. Essa expressão de carinho toca a alma da aprendiz, a transporta para outra camada da existência sem qualquer resistência de se permitir flutuar entre seus sonhos render-se. Benditos versos de poetas feliz prosa de alívio horas venturosas, ritmadas, quando vem ao nosso encontro é como um portal que se abre nos permitindo adentrar mundos onde a sensibilidade é a bússola a nortear emoções e situações que nos fazem encontrar o que buscamos em ocultos desejos ou incertezas do momento. É feito cascata de água doce que nos imerge e purifica na água corrente da poesia.

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LANÇAMENTO

E-book

disponível e pré - lançamento

do livro impresso no site www . cqconsultoria . com . br

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Professora N oadias N ovaes é indicada ao P rêmio D arcy R ibeiro Nossa querida professora está entre as 45 instituições e personalidades que contribuíram e contribuem para a educação no Brasil, e são indicadas ao prêmio. Acompanhamos via redes sociais à sua dedicação, amor, energia, fé e coragem em levar educação, carinho e diversão aos seus alunos especiais no cotidiano de sua árdua profissão neste período da pandemia do Covid-19. Noadias contou nas redes sociais que na época em que cursava o ensino médio o transporte escolar era o pau-de-arara. Saia cedinho do distrito de Betânia do Cruxati, no sertão cearense, e seguia até a sede da cidade de Itapipoca, foi preciso perseveran-

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ça. “Chegávamos em casa já bem tarde, por volta da meia-noite. Quando terminei o curso, não tinha condições financeiras para fazer a faculdade. Minhas tias se reuniram para financiarem a minha primeira graduação. Choro ao escrever sobre isto. Inacreditável, não é? Também acho. Deus faz muito mais do que pedimos ou pensamos. Não farei expectativa quanto a premiação final, grandes nomes estão na lista. Mas, estou felicíssima por tudo! Dedico a Deus, meu Tudo, e aos meus pais, que sofreram muito para criar os filhos”, revelou. Parabéns! Vamos torcer muitooo pela querida

NOADIAS!

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São Paulo

de todos os tempos

Geraldo Nunes Jornalista, escritor e blogueiro, participa das publicações da Editora Matarazzo desde 2016.

Estádio

do

Pacaembu

aos

81

anos

Estádio do Pacaembu aos 81 anos vai ganhar cara nova, mas ainda é preciso melhorar o visual

É verdade, a inauguração do Estádio Municipal do Pacaembu aconteceu em 27 de abril de 1940, há 81 anos, com a presença do então presidente da República, Getúlio Vargas, o algoz dos paulistas na Revolução de 1932, que ao ter seu nome anunciado nos alto-falantes recebeu uma tremenda vaia. O Pacaembu é simbólico a todos os arquitetos, pois se trata do único estádio construído em um fundo de vale, não há outro igual no mundo e até por isso foi tombado pelo Patrimônio Histórico.

▲ Antes do tombamento recebeu o nome de Paulo Machado de Carvalho, em respeito ao homem que botou ordem no futebol e ajudou o Brasil a conquistar as copas do mundo de 1958 e 1962. A homenagem aconteceu com o “marechal da vitória” ainda vivo, em 1960. Entre os jogadores que desfilaram sua arte no Pacaembu, Pelé entrou para a história do estádio, por ser seu maior artilheiro com 113 gols marcados. Escritores Brasileiros Contemporâneos

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► Dentro do Pacaembu

havia uma concha acústica destinada a shows e eventos culturais para serem assistidos dentro do estádio. Sua demolição aconteceu em 1969 para dar lugar ao tobogã, uma arquibancada super inclinada que fez aumentar a capacidade de público para 30 mil torcedores.

► Jogos de Copa do Mundo

aconteceram ali. Em 1950, a seleção brasileira empatou com a Suíça em 2x2 e a presença numerosa de italianos na capital paulista, fez a Itália jogar aqui diante da Suécia. Só que o resultado foi 3x2 para os suecos.

► O tempo passou e a ci-

dade ganhou novas praças esportivas que fizeram do Pacaembu um estádio obsoleto.

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▲ A empresa Allegra Pacaembu assumiu a administração em 2020 por

um prazo de 35 anos. Com isso assumiu o compromisso de revitalizar e investir R$ 400 milhões em melhorias com o direito de promover alterações, entre as quais erguer um prédio de cinco andares no lugar do tobogã. Como se pode ver na projeção acima, por computador, a parte externa do novo edifício ainda está feia, parecida a uma gaiola gigante e pode ser modificada para melhorar a estética de quem olhar das arquibancadas.

▲ As propostas de acessibilidade nos interiores nos parecem confusas.

Nessa outra projeção, vemos o bulevar a ser construído com uma quantidade grande de escadarias. O que será das pessoas idosas ou com deficiências que visitarem este lugar? Escritores Brasileiros Contemporâneos

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▲ Sou memorialista, mas não sou saudosista. Memorialista é quem re-

corda o passado e não sente saudades dele, mas faz uso da memória para comparar a atualidade com aquilo que já existiu para tirar conclusões. O Pacaembu tem história e tradição ligada ao esporte, queremos um estádio acessível a todos em todas as suas dependências e para isso, o projeto apresentado precisa melhorar. Se trata de uma crítica construtiva porque a cidade merece o que existe de melhor.

►► A colunista Mari Vieira está em merecidas férias. Por isso, teremos a VOZ-LEVANTE na próxima edição! Desejamos a Mari um ótimo descanso! ☺☺☺ Instagram: @amarivieira Facebook: Mari Vieira

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R evisão G lafira M enezes C orti As pernas bambas Abusavam, a tremedeira Converteu sonoridade. Ele ali, olhar esgazeado Balançando a cabeça Misto de regozijo, apreensão.

I Ao lado da mesa redonda No canto vazio do salão, Com total altruísmo Abri meu coração. Declarei meu amor Soltei a palavra entalada Sem olhar, sorri ousada.

IV De pouquinho em soquinho… Soltei todos os gritinhos Que sem medo nem malícia, Ritmados pelo encanto Do coração em ascensão, Dele quis escutar e ouvir Sexy e sedutora declaração.

II O cavalheiro assustado Permaneceu inarticulado Sem disfarçar a alegria De escutar o que ouvia. Ao dizer o que eu sentia Desatenta à preocupação Da censura que embargava Acusando, que o glossário Dessa nobre ocasião, Expressava grande audácia Com macia predicação. Para não acanhar o ególatra.

V A figura embasbacada Toda envaidecida achegou, No celular a hora espiou. Desligando o refletor Sorriu na penumbra do palco Pediu para passar álcool, Me abraçou, me beijou, Elogiou a encenação Boa estreia, gaguejou.

III Escolher as palavras Perdeu a finalidade

Escrevo poetizando e proseando. Trabalho, voluntáriamente, trocando energias como palhaça Pitanga, com crianças, idosos e em hospitais. Ministro oficina de escrita e leitura para jovens do ensino público. Conto histórias interagindo com os parceiros, crianças protagonistas. Minhas publicações: “Tamborilando com Letras”, “Pra Você”; também em e-book na Amazon. “Versos Verdes”, e infantil “Eu fizio porque quisio”. glafira@zipmail.com.br / Instagram @glafiramenezescorti / Face @glafiramenezescorti Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Lançamento

Versos Verdes Poemas de Glafira Menezes Corti Ilustrações Camila Giudice Editora Matarazzo

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Prof. Flávia Mara no segundo mezanino da Biblioteca Pública “Cassiano Ricardo” Foto de Beto Faria.

Entrevista

com

F lávia Mara S ilva

Professora, contadora de história, apresentadora e amante dos livros!

A entrevistada deste mês é com uma pessoa apaixonada por livros um amor que vem da infância! Flávia Mara realiza diversas atividades ligadas a literatura, a poesia, aos livros e todas as artes em São José dos Campos, interior de São Paulo. Pró-ativa, alto astral, agitadora cultural, contadora de histórias, professora, apresentadora e responsável pela Coordenação de Difusão Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Cultural no Programa de Bibliotecas de SJC, juntamente com sua equipe, estão sempre envolvidos em ações. Afinal, é preciso apresetar, fomentar e valorizar a produção artística da cidade e do Vale do Paraíba. Neste bate-papo, ela nos conta mais detalhes sobre o seu trabalho e o seu encantamento pelo mundo dos livros. Julho/2021

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Flávia conte-nos como aconteceu o seu primeiro contato e o nascimento na paixão pelos livros. Foi na infância? Eu venho de uma família muito humilde, meus pais vieram do Paraná para São José dos Campos, em 1974. Eu nasci em 1975. A vida era muito difícil naquela época e nós, eu e minha irmã tínhamos o básico, livros eram artigos de luxo, para uma família que tentava conquistar a casa própria e manter as filhas na escola. Então, antes dos livros, eu tive contato com as histórias, lindamente contadas por meu pai, que era um exímio contador de histórias, principalmente de contos de terror e causos da sua terra. Todas as noites meu pai contava histórias para gente dormir e quando faltava energia elétrica, fato comum naqueles tempos, a luz de velas ouvíamos contos de terror horripilantes, que nos deixava entretidas e felizes. As historietas do meu pai me encantavam! Depois quando fui para o quinto ano do Ensino Fundamental, foi implantada na minha escola a Sala de Leitura e assim, finalmente eu pude ter acesso aos livros, pois as professoras até então só mostravam o livro, mas não permitiam o manuseio dos alunos, concepções antigas também superadas, para o bem de Escritores Brasileiros Contemporâneos

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todos os alunos. Bom, eu me tornei uma “rata de biblioteca” e quando li todos os livros da pequena Sala de Leitura a querida professora Leila me explicou carinhosamente que eu precisava visitar a Biblioteca Pública “Cassiano Ricardo”, no centro da cidade e fazer a minha carteirinha e assim foi. Quando cheguei a Biblioteca foi amor à primeira vista, o resto você já imagina...

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Como professora quais ferramentas você utilizava para despertar nos alunos o interesse pelos livros? Primeiro mostro para eles o meu entusiasmo pelos livros e pela leitura, pois mais que a palavra a gente ensina pelo exemplo. Depois, faço propaganda dos livros, conto a peculiaridades dos autores, apresento os personagens como se fossem de verdade, faço suspense dando dicas sobre a história que irão ouvir no dia seguinte, conto uma história até o clímax e deixo para contar o final no outro dia, solicitando que imaginem o final, conto histórias com fantoches ou fantasiada, enfim, mantenho o encanto e o brilho nos olhos durante uma contação. Também realizava a leitura compartilhada, leitura deleite todos os dias com meus alunos e na sextafeira eles podiam levar seus livros Julho/2021

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preferidos para indicar para os amigos, organizava uma caixa de livros e outra de gibis que todos podiam manusear quando terminavam uma atividade e aguardavam os demais colegas concluírem ou no final da aula, enquanto esperavam os pais.

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Você já publicou um livro? Na adolescência escrevia poemas, no Facebook escrevo alguns textos sobre minhas vivências, quem sabe um dia transformo tudo isso em um livro... Tive a honra de prefaciar o livro infantil Maneca e Migucho, da escritora Rita Limissuri.

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Como leitora prefere o livro impresso ou o eletrônico? Impresso, com toda certeza! Gosto do cheiro do livro, de observar os detalhes da capa, de sentir a gramatura das folhas, enfim, de sentir cada detalhe, de abraçar o livro, de usar um marcador de página bonito. Entretanto tive que me render ao livro eletrônico devido ao custo benefício.

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Acredita que o e-book é um formato importante que ajuda a disseminar a leitura neste período de isolamento social? Sim, com certeza e acredito que é o e-book tem muitas vantagens, Escritores Brasileiros Contemporâneos

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todavia nunca irá substituir o livro físico.

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Atualmente você atua na Coordenadora de Difusão Cultural no Programa de Bibliotecas de São José dos Campos. Antes do início da pandemia do Covid-19, quais eram as principais atividades da programação das bibliotecas da cidade? Nossa programação era muito diversificada, pois São José tem uma riquíssima produção cultural e literária, mas o carro chefe da programação era a visita monitorada, que consistia na visita de alunos para ouvir histórias, confeccionar um marcador de página, conhecer a história do patrono, o poeta “Cassiano Ricardo”, da Biblioteca e visitar o interior do prédio, inclusive os lugares que normalmente os munícipes não podem acessar, além disso posso citar os encontros com escritores, lançamentos de livros, contação de história, as oficinas diversificadas, cursos de contação de história e as exposições. Destaco também que as oficinas pedagógicas e os cursos de contação de história sempre foram muito procuradas por professores e estudantes de pedagogia e licenciaturas.

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Flávia criança com seu pai na frente de sua casa e na cerimônia de sua formatura do Magistério.

Flávia e a escritora Estela Ramires

Flávia com alunos durante uma visita monitorada. Escritores Brasileiros Contemporâneos

Flávia e a escritora Val Saab nº.26

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Em março de 2020, com o fechamento dos equipamentos de cultura, como foi precisar se reorganizar para atender o público? Ante essa mudança radical em nosso modo de viver, com as medidas adotadas para inibir a propagação do vírus, através do isolamento social e com o fechamento dos espaços culturais públicos municipais, o Programa de Bibliotecas percebeu a urgência de repensar o formato das atividades de promoção e fomento a leitura, visando garantir a manutenção de uma programação cultural regular, assim como manter o acesso do munícipe a bens culturais nas mais diversas linguagens artísticas durante esse período de isolamento social. Posso dizer que num primeiro momento foi assustador e chegamos a entrar em pânico, contudo por entendermos a necessidade das atividades literárias e culturais, principalmente neste momento tão delicado fomos vencendo barreiras e conforme fomos fazendo, vendo o resultado e recebendo a devolutiva do público, ressignificamos nossa prática que se tornou ainda mais intensa.

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O projeto “Biblio Num Clique” nasceu dessa necessidade? Sim, diante da pandemia Covid-19 a humanidade vive um dos momentos mais complexos da atualidade e apesar do empenho da comunidade científica internacional, com o desenvolvimento de vacinas, ainda não vislumbramos em nosso país o momento de restabelecer a vida e a liberdade de antes da pandemia. Além disso, entendemos que biblioteca enquanto espaço de compartilhamento de conhecimentos, pode utilizar as ferramentas oferecidas pelas redes sociais, que atualmente são parte do cotidiano das pessoas, para divulgar seus produtos e serviços, aproveitando sua potencialidade de abrangência para instituir um canal de comunicação direta, sem fronteiras com os munícipes, pois conforme indicado por Caldas e Silva (2000) o entendimento de que comunidades de usuários estão vivenciando uma pressão psicológica constante, nos mostra que a atuação híbrida em bibliotecas públicas pode trazer benefícios à saúde mental dos indivíduos, na medida em que, além de promover o acesso à informação, trabalha com atividades que, ao

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entretê-los, podem desfocá-los, por algum tempo, da intimidação causada pela realidade pandêmica à qual o mundo se depara. Acreditamos também que o uso das mídias sociais proporciona vantagens como a facilidade para criar vínculos com o nosso público, a instantaneidade e baixo custo.

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Dê-nos mais detalhes sobre este projeto e comente sobre a equipe que trabalha com você. Como entendemos que conforme diz Andre Sturm(2017): “Mais do que um ambiente para armazenar o acervo de livros, as bibliotecas precisam ser compreendidas como espaço de convivência e diversão. Por isso, é tão importante mudar o foco do livro para o leitor”, assim nesse projeto nosso foco é levar a biblioteca até o leitor, democratizando o acesso à informação, promovendo atividades acessíveis para a população através do uso das mídias sociais, com a criação de conteúdo digital para um canal de comunicação direta, sem fronteiras com os munícipes, apenas “num clique”. Nossa equipe é formada pela bibliotecária Érica Medeiros, gestora técnica do Programa de Bibliotecas; as professoras Ana Paula Assis Escritores Brasileiros Contemporâneos

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e Márcia Medeiros que atuam no Setor de Difusão Cultural realizando as contações de história e oficinas.

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Em seguida ao “Biblio Num Clique” surgiu a oportunidade de levar o projeto para a televisão, e assim aconteceu o “Biblio Na Tela”. Relate-nos mais curiosidades sobre essa etapa. A ideia do programa surgiu a partir da nossa experiência em 2020 com a gravação das vídeo aulas, que foi uma necessidade, uma urgência devido a pandemia. A Secretaria da Educação e Cidadania, diante dessa realidade fez uma parceria com a TV Câmara. Nesta primeira parceria eu fui convidada para contar histórias. No final do ano surgiu a necessidade de um programa de férias, descolado, com atividades divertidas, então as demais professoras que atuam no Programa de Bibliotecas, foram convidadas para contar histórias e eu fiquei responsável pela apresentação das edições. Neste ano de 2021 iniciamos o projeto “Biblio Num Clique” e diante da riqueza das programações houve o interesse da TV Câmara e com essa parceria surgiu o “Biblio Na Tela”. Trata-se de um programa focado na literatura, direcionado para o púJulho/2021

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blico infanto-juvenil, apresentando entrevistas com escritores regionais, contação de histórias, desenvolvimento de oficinas e dicas de leituras, realizadas por crianças e adolescentes.

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Na Coordenadora de Difusão Cultural no Programa de Bibliotecas também são contempladas ações inclusivas? Sim, eu acredito que o acesso a arte e literatura é essencial para viabilizar a inclusão humana, educacional e social das pessoas com e sem deficiências, tanto para a melhoria das condições de relacionamento social e das limitações sentidas pelos sujeitos, mas especialmente, para o reconhecimento das diferenças como potencialidades à formação humanizada. Temos parceria com diversas instituições que atuam com a inclusão, mas vou citar apenas duas ações recentes que foram realizadas no “Biblio Num Clique”, a parceria com a AADAS-SJC, uma web série denominada “LIBRANDO Histórias” que prepara os jovens surdos para difundir a LIBRAS e a cultura surda, promovendo o acesso a Histórias em LIBRAS e o projeto “Porandubas Inclusivas”, em parceria com as profissionais Adriana SoaEscritores Brasileiros Contemporâneos

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res, Ana Clara Soares, Cris Souza e Regiane da Silveira, que através de histórias, poesias, músicas que revelam a pluralidade e ao mesmo tempo a singularidade de cada pessoa, a reflexão sobre a diversidade e a inclusão, possibilitando a ampliação do olhar de respeito às diferenças.

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Além de professora e apresentadora, você também é contadora de histórias e faz mediação de leitura? Sim, minha essência é de contadora de história, dom herdado do meu pai. A mediação de leitura fui aprimorando com estudo e participação em formações continuadas.

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Quais são os projetos futuros da Coordenadora de Difusão Cultural. Aperfeiçoar o projeto “Biblio Num Clique” e retomar a programação cultural presencial. É gratificante saber que conseguimos levar nossa programação até a casa dos munícipes, mas estamos ansiosos pelo retorno das atividades interativas com nossos leitores presencialmente.

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Biblioteca Pública Cassiano Ricardo, em São José dos Campos. Foto: Beto Faria

Flávia com alunos durante visita monitorada.

Oficina Pedagógica “Contar e Encantar”, com a escritora Kelem Zapparoli.

Teatro “Festa no Céu” - Prof. Cecília Amélia de O. e Silva, com alunos do Cecoi Vó Maria Félix

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Ana Paula Assis Gravação Vídeo Poema “A bailarina” com Ana Clara Caldieri

Exposição “Tecendo na Juta - Série Patrimônios Históricos de São José dos Campos e Flores” - artesã Regina Domingues

Márcia Medeiros

Alunos da Ed.Infantil durante visita monitorada

Biblio na Tela Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Curso de Extensão - Parceria com IFSP

Equipe do programa Biblio na Tela, TV Câmara SJC

Oficina “Entre Letras e Fantasias de Monteiro Lobato”, mediadora Flávia Mara

Gravação Oficina Ecológica “Plantio de mudas em vasos autoirrigáveis”, no Espaço de Educação Ambiental Parque da Cidade

Contação de história, durante o lançamento do livro “Marta a lagarta”, da escritora Sandra Guimarães

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B atuque

na

Alma

M arcinha C osta Mesmo nas alegrias dos dias a dor que chega é deveras doída, é sentida nas vísceras, corroendo o corpo aos poucos, bagunçando o curso da vida Quando chega, invade o espaço, rasga a carne, rompe as veias Mas quem é de capoeira sabe do gingado e da rasteira não abandona a roda e ligeiramente golpeia a tristeza Quem carrega a força dos ancestrais, não perde a batalha e não fica para trás

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Quem carrega a herança dos mais velhos, não se entrega fácil e não perde o ritmo da dança O que antes era dor, agora é tambor, batucando na alma, ecoando um som libertador.

Marcinha Costa Professora da Ed. Básica do Município de Feira de Santana, atriz e mestra em Estudos literários com ênfase em literatura africana de língua portuguesa (UEFS). marcianeide@gmail.com Instagram: @marcinha1407

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O outono da vida Maria Marlene Nascimento Teixeira Pinto Caminhando pelo parque da cidade, num dia frio e úmido, pisando o tapete amarronzado que se formou, no chão, pelas folhas caídas, olho para cima. Fico pasmada. Quantas árvores despidas! Fico a olhar a luta travada pelas folhas que ainda restaram, balançando para cá, para lá, penduradas nos galhos secos, tontinhas! É o outono da vida, retratado com todas as suas nuances. Penso na nossa vida, a cada árvore que descortino despida de sua roupagem frondosa, rica e verdejante, de sua juventude de outrora. E, de repente, num piscar de olhos, nada mais resta! Mas, olhando com mais vagar, vejo que cada folhinha despencada, no solo, tem uma missão nobre: Vão alimentar a Mãe Terra, tornando o solo mais fértil, para agasalhar as novas sementes que germinarão. Vou filosofando com os meus botões que sempre me acompanham, nas minhas eternas incursões pela cidade. A vida é assim. Num lapso de tempo, mudamos o percurso ao longo da caminhada. Passamos por todas as etapas, por todas as estações. Em cada uma, deixamos um pouco Escritores Brasileiros Contemporâneos

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de nós! Prosseguimos, sempre em frente, para a nossa eterna e inadiável evolução. Olho de novo a paisagem melancólica, desfigurada, meditando... Parece-me que o pintor de plantão sempre segue um ritual, retratando cada estação, a cada tempo, a cada ano, com o seu trabalho incansável. O outono da vida é assim. Aprendemos muito admirando a natureza. Subo até o alto do morro e vejo a paisagem nostálgica. Sinto um desconforto dentro de mim. É uma parte de mim que ficou para trás. A minha experiência, o meu caminhar, as minhas ações, a minha árdua batalha em sobreviver... Todos ali, elencados, um a um. Sorrio, outras estações sobrevirão. Cada uma com a sua peculiaridade, com a sua singularidade. O outono da vida! Ciclo da vida! Uma passagem obrigatória para todos nós! E assim, sigo em frente, determinada. Mas, convicta de que foi um passeio profícuo e que me fez agradecer ao Criador tantas dádivas oferecidas, para serem desfrutadas e compartilhadas. Volto para casa, ainda sob o efeito outonal, alheia ao relógio do tempo... Julho/2021

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Casa dos Braga, em Cachoeiro de Itapemirim, ES. Fonte: Wikipedia

C asa

dos

B raga

Por Márcia Villaça da Rosa Construído em 1906, o casarão em estilo colonial português da rua Vinte e Cinco de Março foi adquirido em 1913 pelo Coronel Francisco de Carvalho Braga, primeiro prefeito da cidade e patriarca da influente Família Braga. Dois de seus sete filhos com Rachel Coelho Braga se tornaram personalidades reconhecidas por suas atividades literárias e jornalísticas: Newton e Rubem Braga – este último, considerado o maior Escritores Brasileiros Contemporâneos

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cronista do Brasil. Atualmente, o espaço interno da Casa, no segundo piso, funciona como museu, apresentando duas exposições: “Minha Cidade, Minha Casa” – mostra de mobiliário da Coleção Anna Graça Braga, que retrata o período de 1910 a 1958, época de efervescência cultural em que a Família Braga era referência social e cultural em Cachoeiro. “Rubem Braga e seus Amigos Artistas” – exposição de obras de Julho/2021

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arte de artistas importantes, como Cândido Portinari, e que aborda a relação de amizade de Rubem Braga com esses artistas. No primeiro piso do imóvel ficam um quintal, transformado na Praça da Poesia, e o porão do casarão. Nesses espaços, são realizadas atividades literárias e culturais diversas, como leituras dramáticas, contação de histórias, oficinas culturais e encontros para literatura comentada das obras de Newton e Rubem Braga.

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A Casa oferece visita guiada bilíngue, mas devido à pandemia do Covid-19 as visitas estão suspensas por tempo indeterminado. Serviço Endereço: Rua Vinte e Cinco de Março, 184 – Centro | CEP: 29300100 Funcionamento: de segunda a sexta de 12h às 18h Telefone: (28) 3155-5258 E-mail: semcult.casadosbraga@ cachoeiro.es.gov.br

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C astelos Ricardo Hidemi Baba

Há poesia na truculência Quando a vida passa por turbulência Quando meus castelos ruíram Quando minhas lágrimas caíram Construí fortes elos Muitos só fortaleci Outros me surpreendi E assim ergui novos castelos!

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É,

mas tudo bem ...

(Atravessando a Baía de Guanabara)

R egina B rito P rofessora Um trio de rapazes faz esta travessia várias vezes ao dia, cantando os Raps improvisados. Os passageiros da barca se entretém durante o percurso entre a Praça XV e a Ilha de Paquetá. São momentos que aprazem os indivíduos, porque o trio improvisa as letras de acordo com a fisionomia e a característica de cada pessoa. Não escapei. Imaginem, amigos: fui o alvo principal da situação. Estava eu sentada, quietinha, escrevendo umas linhas (mania minha: o mar me enebria e me lasciva, me dá umas inspirações alucinantes)... “É, mas tudo bem”... O violonista atacou com o seu bordão e aí começou a minha história. — Olhem aqui!! / Ela é francesa, / uma beleza. / Uma beleza, / parece gringa, / tem o cabelo vermelho, / mas tão indefesa! / Ah! Deve ser uma professora / ou então uma escritora. / Acertei? / Ela disse que sim. / É. Mas tudo bem... / Uma bela carreira: / ensina a não falar besteira. / A Educação / em primeira mão. Escritores Brasileiros Contemporâneos

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e escritora

/ Falei certo, meu irmão? / Diz você, agora... — Tô por fora, por hora. / Vai a intenção. / Se houvesse mais instrução. / mais leitura e ensinamento, / a Cultura teria mais investimento. / Tua vez, irmão... — Tá. / Tô ligado nessa. / O país seria uma grande potência. / Pô, paro por aqui. / Dá tu a sequencia”... — É, mas tudo bem... Todos aplaudiram o trio, devido a leveza das rimas e a maneira como se comportavam, porque demonstravam um grande conhecimento de Cidadania. Naquele momento, fiquei tão feliz e agradecida, que esqueci a pandemia. E respondi: “É, mas tudo bem”... E colaborei com muito agrado com a caixinha dos artistas, trabalhadores informais da barca e do trem. O Rap desse texto vai para vocês. Transcrevi ao meu modo para homenageá-los. TTT (Trio Ternura do Trem) @jae.doviolao Julho/2021

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Nossa Espécie em Primeiro Lugar N ewton N azareth “A nossa vez vai chegar, eu sei”. “Relaxa. A nossa gaiola tá aqui, bem no fim do corredor”. “Mas agora a fila tá andando muito mais rápido!” “Ah, sim. É a tal da pandemia. Dizem que tem muita gente morrendo aí fora!” “E eu com isso? Nossa espécie em primeiro lugar! Se esses fresquinhos morassem no esgoto, não iam morrer de uma gripezinha à toa. E a gente não tava aqui pra fazer essa tal de vacina”... “Mas que esgoto, mané? Tamo aqui no bem-bom, com ar condicionado, comidinha na boca... Tem até visita íntima!” “Tá querendo dizer que esses humanos são legais?”

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“Alguns, sim. Você não sabe, mas tem uns caras aí que lutam por nossos direitos!” “Sério?... Graças a Deus! Então, nem tudo está perdido, brô”... O tempo passa, a fila anda e os carcereiros de jaleco branco avançam calmamente sobre os ratos indefesos, um a um. “Ai, ai, ai! Agora chegou a nossa vez: eu sou o próximo... Tá ouvindo esses gritos da Micaela? E ela tava grávida, coitadinha... E os nossos defensores, mano? É agora que eles vêm nos salvar?”... “Não, meu amigo. É só depois que eles salvarem a própria espécie”.

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Dicas da Ana Meira N otas

sobre

Nota informativa sobre tema que permeiam na hora da publicação de um livro. Em pauta a Catalogação na Publicação (CIP) ou Catalogação na Fonte é o assunto desta edição em forma de perguntas e respostas. ► Ficha catalográfica, mas do que se trata? Ela resulta da Catalogação na Publicação (CIP - Cataloguin-in-Publication) é a catalogação de livro antes da sua publicação, consiste em informação bibliográfica padronizada para identificar uma obra. ► Existe norma para fazê-la? Os livros são documentos, cada título tem sua particularidade, portanto na Catalogação na Publicação (CIP) constará dados descritivos bibliográfico conforme dita o Código de Catalogação Anglo Americano Vigente, segundo recomenda a Norma da ABNT 6029 (Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT). ► Segue uma padronização na elaboração? Sim. Na descrição bibliográfica das informações como o título do livro, os nomes dos autores, tradutores, ilustradores, etc., a edição, o local de publicação, o nome do publicador e a data de publicação entre outras informações devem estar como recomenda o código de catalogação. As informações ficam dispostas Escritores Brasileiros Contemporâneos

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C atalogação dentro do retângulo, o tamanho padrão é de 7,5cm x 12,5cm. A margem esquerda é padronizada com parágrafos pré-estabelecidos e a direita livre. ► A editora ou escritor independente é obrigado a fazer Catalogação na Publicação (CIP)? Conforme estabelecido pela Lei Federal 10.753 , Capítulo III, artigo 6º sobre a editoração do livro, afirma ser obrigatório a Catalogação na Publicação (CIP) em todos os livros que serão publicados. ► Para que serve a Catalogação na Publicação (CIP)? Por ter uma padronização nacional pode auxiliar na identificação do livro, facilitar o registro bibliográfico em qualquer suporte, propiciar informações concisas sobre o conteúdo abordado, ajudar no processo de catalogação de livros nas bibliotecas, facilitar na organização das obras por assuntos, bem como ser um facilitador para as editoras na organização de arquivos. ► Qual profissional é autorizado a fazer a ficha catalográfica para ser impressa no livro? Considerando que o livro é um documento que faz parte de objeto de estudo e por outro lado a biblioteconomia é uma ciência aplicada aos estudos de documentação. Que a Lei nº 4.084, de 30 de junho de 1962, dispõe sobre a profissão de bibliotecário e regula seu Julho/2021

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exercício, no artigo 6º onde afirma “as atividades de execução dos serviços de classificação e catalogação de manuscritos e de livros raros e preciosos, de mapotecas, de publicações oficiais e seriadas, de bibliografia e referência”. Portanto, o bibliotecário ou bibliotecária com registro no Conselho Regional Biblioteconomia (CRB) é o profissional autorizado a fazer a ficha catalográfica conforme as normativas apresentadas. ► Onde solicitar a ficha catalográfica? A Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) são instituições mais conhecidas que oferecem serviços de catalogação. Ambas possuem equipes de catalogadores formados em biblioteconomia com registro no Conselho Regional de Biblioteconomia para elaboração das fichas catalográficas. Porém, existe no mercado profissionais da área de biblioteconomia registrado no Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB) prestadores de serviços para editores e escritores interessados na elaboração de ficha catalográfica. ► Referências bibliográficas AMPELLO, Bernardes Santos; CADEIRA, Paulo da Terra; MACEDO, Vera Amália Amarante (org.). Formas e expressões do conhecimento: introdução as fontes de informação. Belo Horizonte: Escola de Biblioteconomia da UFMG, 1998. 414 p.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (Rio de Janeiro). Informação e documentação: livros e folhetos, apresentação. 2002. Disponível em: http://www.cct.udesc.br/arquivos/ id_submenu/203/nbr_6029.pdf. Acesso em: 05 jul. 2021. LEGISLAÇÃO SOBRE LIVRO E LEITURA. 2. ed. Brasília: Centro de Documentação, Edições Câmara, 2013. (Série Legislação). Disponível em: file:///C:/Users/Paulo/Downloads/legislacao_livro_2ed.pdf. Acesso em: 05 jul. 2021. LEI Nº 4.084 DE 30 DE JUNHO DE 1962: dispõe sobre a profissão de bibliotecário e regula seu exercício. Disponível em: https://legislacao.presidencia.gov. br/atos/?tipo=LEI&numero=4084&ano=1962&ato=8abITT61kMVRVTad8. Acesso em: 05 jul. 2021. RIBEIRO, Antonia Motta de Castro Memória. AACR2: Anglo-American Cataloguing rules,2 and edition: descrição e ponto de acesso. 2. ed. Brasília: Do Autor, 2001. 577 p. SCORTECCI, João; PERFETTI, Maria Esther Mendes. Informações importantes para quem quer publicar um livro. São Paulo: Scortecci, 2004.

Ana L. L. Meira

Graduada na Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Pós-Graduação em Gestão de Patrimônio e Cultura UNIFAI/PUC. Julho/2021

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Poemas Cris Arantes @crisarantesvaraldepoesias

Perfeição

Sentimento nobre

A natureza é fantástica Tudo é tão perfeito O homem não seria capaz de fazer Detalhes tão ricos Tão minuciosamente elaborados Tão divinamente perfeitos A diversidade é infinita Mas, se nos atemos a pequenos detalhes Como por exemplo O bater das asas de um pássaro Ganhar o céu como prêmio Voltar a terra E assim sucessivamente Só existindo um Deus Que sabe de todas as coisas

O que vem do coração Sentimento mais nobre Tenha dúvida não Veja como o amor encobre As falhas das decisões E contudo não sofre Quando o amor é intenso Rendam-se às prisões O amor tende a camuflar Tudo que não se pode expor É um sentimento peculiar Não se pode tirar nem por Que mantém a chama acesa Luta contra tudo e contra todos Na dúvida coloca tudo na mesa Não aceita engodos Expõe suas razões E abranda os corações

Cris Arantes:

professora, poeta, musicista, compositora. Participou de treze Antologias nacionais, leva seus poemas a vários Saraus Literários, escreve e posta áudios e vídeos de poemas nas suas redes sociais, possui um CD com poemas musicados, possui um Canal no YouTube: Cris Arantes Varal de Poesias. Faz parte do Coletivo São Paulo de Literatura, pertence à Academia Contemporânea de Letras, ACL. Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Ausência F ernanda L uiza Escrevo para romper silêncios dar vazão ao desespero e nomear a dor que me consome Escrevo para pontuar ausência da saudade intensa que escandalosamente me perturba Escrevo como resistência nomeando aqueles que silenciados foram por terríveis violências ESCREVO.....

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A SAÚDE BRASILEIRA PRECISA DE CUIDADOS, DE CARINHO E DE EFETIVIDADE. O QUE NÓS, PROFISSIONAIS DA GESTÃO DA QUALIDADE, ESTAMOS FAZENDO PELA NOSSA SAÚDE PRIVADA E PÚBLICA? A cada 5 minutos, três brasileiros morrem nos hospitais por falhas evitáveis.

Por Cátia Albuquerque O papel dos gestores da qualidade, dos agentes de mudanças, das empresas de consultorias na saúde, tem sido essencial para a mudança de cultura quanto à transparência e responsabilidade nas ações preventivas e seguras para diminuir drasticamente esses eventos evitáveis. Assegurar a qualidade e a segurança dos pacientes deve ser o objetivo de hospitais, clínicas, laboratórios e todas as organizações de saúde. Para conseguirem esses resultados faz-se necessário implantar estratégias para ter um trabalho valorizado por clientes/pacientes, profissionais e mercado. Investir na Acreditação na saúde, no selo da Qualidade, é um grande passo e diferencial. As organizações que buscam a Acreditação ou pelo menos entendem sua responsabilidade quanto a assistência segura e humanizada, Escritores Brasileiros Contemporâneos

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para posteriormente pleitear um selo de acreditação, apresentam uma série de benefícios. Entre eles estão: • melhoria contínua e padronização dos processos; • diminuição do retrabalho e, consequentemente, redução dos custos evitáveis para aplicar em investimentos inteligentes; • estímulo do trabalho em equipe, pois não há como conseguir uma Acreditação com ilhas de excelência, todos os processos devem estar na mesma maturidade assistencial; • a obtenção da certificação pode ser utilizada em estratégias de marketing que promovam positivamente a organização junto ao público e ao mercado da saúde; • controle das atividades e compromisso com resultados, evidenciando maturidade; • maior credibilidade, já que a Julho/2021

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organização fica reconhecida por sua excelência em qualidade; • identificação de pontos fracos e diferenciais positivos, ou seja, transparência para corrigir o que está frágil e aplicabilidade de ações preventivas; • envolvimento da diretoria com uma governança clínica efetiva e ativa. Para os profissionais que trabalham em organizações de saúde envolvidas com a segurança do paciente, os benefícios estão na integração e comunicação entre as equipes, capacitação, conhecimento e reconhecimento, redução de riscos de acidentes de trabalho, maior qualidade de vida e produtividade, além da valorização do currículo. Para os pacientes, há um aumento na confiança dos serviços prestados por essas organizações e a satisfação completa com os procedimentos e tratamentos aos quais são submetidos. Recebem com eficácia um atendimento seguro, humanizado e diferenciado. ÓTIMA NOTÍCIA!!! O Brasil chegou a 900 organizações Acreditadas na norma nacional ONA, podendo alcançar 1.000 no ano de 2021 e mais de 300 orEscritores Brasileiros Contemporâneos

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ganizações certificadas nas normas internacionais. Mas temos muito mais para colaborar, pois temos mais de 3000 hospitais no Brasil, além de clínicas, laboratórios, consultórios especializados, fornecedores de serviços e produtos da saúde, entre outros segmentos. Portanto temos muito trabalho pela frente e temos expertise, potencial, referências e o principal, uma equipe cheia de vontade de fazer a diferença na saúde do Brasil. “Nós, da CQ Consultoria, fazemos parte dessa mudança, aplicamos a metodologia de uma cultura segura, padronizada, embasada, humanizada e com resultados positivos nas conquistas das Acreditações.” Cátia Albuquerque

www.cqconsultoria.com.br @cq_consultoria Julho/2021

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Norminha

(Crônica 3 – 13/4/2021) Terça-feira, manhã nublada de outono: estou preparando o roteiro para a live Histórias de superação através da Literatura, da 10ª. Semana de Estudo e Leitura 2021, da qual o Coletivo São Paulo de Literatura está participando. A live acontecerá hoje no final da tarde, participaremos Ricardo Hidemi Baba e eu. Vou falar sobre o meu novo livro Alegria e Gratidão: palavras de um coração, onde conto como descobri o diagnóstico de um câncer de mama metastático, e como a literatura e a poesia me auxiliam a enfrentar o tratamento oncológico. Estava finalizando o texto de apresentação da live quando recebi uma mensagem via Whatsaap do Laercio Cardoso de Carvalho, ele avisava sobre o falecimento da querida Norminha. Poxa, que triste notícia! Conheci a Norminha na BiblioEscritores Brasileiros Contemporâneos

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teca Municipal Mário de Andrade, ela era bibliotecária e lá trabalhava há tempos, sendo responsável pela sala “Coleção São Paulo”. Pessoa generosa e atenciosa atendia os consulentes com muita competência. Comprometida com o seu trabalho, dava todas as diretrizes para pesquisadores que a adoravam. Ela era a “alma” daquele acervo. Leitora voraz e memória prodiga. Diversos livros de minha autoria e da Editora Matarazzo foram dedicados à capital paulista, fiz doação de todos para o acervo da “Mário”. A Norma sempre contava que os leitores procuravam as obras para pesquisa. Isso me deixava satisfeita e contente. Conheci-a melhor depois que passei a participar da Caminhada Noturna pelo Centro, idealizada e promovida pelo Carlos Beutel, do APFEL restaurante vegetariano. Os encontros semanais aconteciam às quintas-feiras, às 20 horas, na escadaria do Theatro Municipal, Julho/2021

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A bibliotecária Norma Shizue Haru. Foto: reprodução

comandado pelo guia de turismo Laercio Cardoso de Carvalho. Dificilmente Norminha faltava a uma edição da “Caminhada”, foi uma grande divulgadora e incentivadora. Também nos encontrávamos nos tours de sábado e feriados que o Laercio organizava. Alguns dos roteiros foram baseados em livros que escrevi, o Laercio sempre me convidava para lançar os títulos com um passeio, uma ideia genial, literalmente “passeávamos pela história”! Norminha sempre estava conosco. Risonha e observadora, não era muito de falar, mas nunca deixava de fazer comentários com informações e curiosidades paulistanas, ah, e sempre indicando uma bibliografia. Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Como era gostoso andar pelas ruas da cidade com um grupo de pessoas apaixonadas por memórias e boas histórias! Faz muita falta não poder estar nos eventos presenciais com os amigos, entretanto, atualmente a “Caminhada” é virtual por conta da pandemia do coronavírus. Quero recordar de dois tours inesquecíveis que fizemos e tivemos a companhia da Norminha: o primeiro foi quando lancei o livro “Giro Noturno: fragmentos das noites paulistanas” em junho de 2017, fizemos um passeio pelas ruas da Vila Buarque, território dos anos dourados das boates paulistanas e da boa música se fazia nessas casas. O Laercio batizou o tour como “Vila Boate”. A rua que mais “deu o que falar” foi a Major Julho/2021

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Sertório, local de reminiscências musicais e de luxúria. Foi divertidíssimo! O segundo aconteceu em fevereiro de 2018, quando visitamos a igreja de Santa Cecília, o Museu da Santa Casa, a Biblioteca Municipal Infanto-juvenil Monteiro Lobato e o Centro Histórico e Cultural do Mackenzie. Quatro pontos históricos e de importância relevante para São Paulo. Cerca de 30 pessoas (ou mais) participaram. Que aula de história e banho de conhecimento! Quando a Tatiana Belinky fez 100 anos, em março de 2019, a “Caminhada” fez uma homenagem à escritora, me convidaram para também contar algumas histórias. A Norminha levou de presente para sortear uma biografia da Tatiana lançada pela coleção Aplauso da Imprensa Oficial. Um dos pontos visitados foi a Praça da República, no livro tem uma foto de 1931 com a Tatiana, sua mãe e os dois irmãos que foi tirada junto à ponte do lago da praça. Norminha que nos mostrou e acabamos tirando uma fotografia do grupo ali também. No começo deste ano, o Laercio me convidou para participar de uma “Caminhada” virtual. Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Em conversa com a Cecília Oka, membro da equipe que organiza as lives, soube que a nossa querida bibliotecária e amiga estava vivendo na Hospedaria de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Público Municipal, na Aclimação. Afastada do trabalho há mais de um ano, estava em tratamento oncológico devido a um câncer de mama. A família e os amigos a visitavam com frequência, enviavam presentes e comidinhas. A notícia muito me sensibilizou, pois fui diagnosticada com a mesma doença. Desde então trocamos várias mensagens pelo Whatsaap. Depois soube que a Norma havia contraído a covid-19. O coração apertou. E como registrei no começo da crônica, soube hoje do seu falecimento. Vou lembrar sempre com carinho da Norminha. Seu nome completo é Norma Shizue Haru. Tenho certeza que ela descansou e sua alma está em paz após a longa enfermidade, sempre foi uma excelente pessoa e estimada por todos que a conheceram. Hoje a live Histórias de superação através da Literatura será dedicada à sua memória. Deixo aqui meus sentimentos à sua família e amigos! Julho/2021

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lançamento Poesias Contemporâneas XIII Organização

Participação dos poetas brasileiros

Ana Meira

Coradi

Luiz negrão

Nilza Freire

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Claudevalda souza

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Sheyla Cruz do Valle Julho/2021

Hamilton dos Santos

Thais Matarazzo 43


e não podendo ser cancelada depois de “concluída” a operação, a criatividade criminosa ecoou como um sino de catedral! Para não ser vítima de fraude destes facínoras nefandos, fique atento aos seguintes “ golpes “ e proteja-se deles:

O S ucesso

do

“PIX”

Atenção para “golpes”

Clonagem de Whatsapp

Dra. Gisele Luccas

Inegável que o sistema de pagamento via PIX é um sucesso. Desde sua recente implantação, seu uso supera todos os demais meios de pagamentos e transferências bancárias, segundo estudo elaborado pelo Banco Central (Bacen). Milhões de chaves já foram registradas para utilização do PIX, dentre elas, e-mail, CPF, CNPJ, número de celular ou qualquer outro dado a critério de seu usuário. As facilidades disponibilizadas pelo PIX, como a agilidade e praticidade do sistema, chamaram a atenção dos” golpistas”. Cabe destacar que todo “golpista” visa conseguir dinheiro de forma rápida e fácil. Como o PIX permite transações céleres, gratuitas, realizadas a qualquer dia e horário Escritores Brasileiros Contemporâneos

ATENÇÃO

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Embora a clonagem já ocorresse antes da utilização do PIX, deuse um aprimoramento no “modus operandi”. Via de regra, o “golpista” contata sua vítima passando-se por representante de uma empresa e solicita um código de segurança, sob pretexto de confirmação ou atualização cadastral. Ao passar o código, dá-se o sequestro do perfil, salvo se o usuário/vítima tenha habilitado a autenticidade em duas etapas. Com o acesso, o “golpista” passa a abordar os contatos, geralmente verificando nas conversas os que mais interagem com sua vítima e ostentam credibilidade/ afinidade. Posteriormente, começa a pedir ajuda financeira via transferência PIX. Recuperar a quantia, nessa situação, é pouco provável, diante da voluntariedade em que a Julho/2021

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transferência se deu, embora motivada por um “ golpe”. Os “golpistas” também se valem da Pandemia causada pelo COVID-19, passando-se por representantes do Ministério da Saúde, abordando suas vítimas com perguntas sobre os sintomas da doença. Sob pretexto de confirmação de pesquisa e registro de dados, solicitam a vítima que informe o código encaminhado via SMS. De posse do código informado, consuma-se a clonagem do WhatsApp. Perfil Falso no Whatsapp Essa modalidade é uma derivação da clonagem da conta. A diferença se dá com o uso de fotografias obtidas em rede social, seguida da informação de troca do número do celular. A vítima, acreditando estar se comunicando com o real amigo, acaba por sucumbir ao pedido de transferência via PIX, sob o engodo de existir uma situação emergencial deste. OBS – Muito cuidado com “novas mensagens” de contatos conhecidos. Certifique-se de que realmente é a pessoa!!

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Engenharia Social Depois de obter o código enviado por SMS, o “golpista” contata sua vítima passando-se por funcionário a serviço do suporte Whatsapp. Geralmente induz a vítima em acreditar que uma atividade anormal fora constatada na conta do usuário, sendo necessário o recadastramento da dupla autenticação. Via de regra, encaminha-se um e-mail, que ao ser clicado, desabilita toda a proteção do usuário. Ato contínuo, o “golpista” apropria-se da conta. Central de Relacionamento Bancário (falso) Nesta modalidade, o “golpista” se passa por funcionário do Banco onde sua vítima é correntista, oferecendo-se para auxiliar no cadastramento do PIX, depois de explanar sobre suas vantagens. A vítima é induzida a fazer uma transferência via PIX, sob argumentação de constatar a efetivação cadastral. OBS – Fique atento a esta modalidade de “golpe”, pois, as Instituições Financeiras não solicitam dados de seus clientes por ligação. Jamais passe seus dados pessoais por telefone!!! Julho/2021

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QR Code Adulterado Os pagamentos pelo sistema PIX também podem ser efetuados pelo código QR. Durante a Pandemia, muitos artistas fizeram Lives beneficentes, mediante doação por QR Code. Os “golpistas” faziam um download dessa apresentação e colocavam seu próprio QR Code, logrando receber as doações. Fique atento às dicas abaixo e evite ser mais uma vítima dos “golpistas”: 1) Verifique a identidade da pessoa recebedora do PIX antes de “confirmar” a transação. 2) Cuidado com “Sites falsos” que disponibilizam pagamento via PIX, pois uma vez efetuada a “compra”, o ambiente virtual apropriou-se do seu dinheiro. 3) Se o usuário não está familiarizado com a utilização do PIX, transfira R$ 1,00 a alguém conhecido, até dominar a operacionalidade do mesmo.

Vivemos em tempos onde “todo” cuidado ainda é POUCO!! Escritores Brasileiros Contemporâneos

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Dra. Gisele Luccas É Advogada, Especialista em Direito Médico, Pós Graduada em Perícia Criminal e Ciências Forenses, Capacitação em Psicopatologia Forense, Mediadora Judicial e Privada cadastrada no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Palestrante, Colunista, Mestranda em Psicologia Criminal / Especialização Psicologia Forense (Universidad Europeia Del Atlântico - Espanha).

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Participe

das antologias

Seleção e organização Editora Matarazzo e Coletivo São Paulo de Literatura

Poemetos

Microcontos

Solicite o regulamento: versejandocomimagens@gmail.com


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