Cavalo Louco nº 18 - Revista de Teatro da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz

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Teatro da Tr

Oi N PALAVRAS INICIAIS Qualquer aproximação com a história ou com uma encenação da trupe de atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz parte de uma questão inicial: como um grupo fundado em 1978, em plena ditadura militar, e que atua na contracorrente, em todos os sentidos (estético, político, de organização do trabalho, na relação com seus públicos, contra o mercado da arte), consegue não apenas se manter vivo e atuante, mas com coerência, integridade e importância crítica inquestionáveis? É inegável o espaço que ocupa, não apenas em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, mas também no Brasil, mesmo mantendo-se à margem do mercado, com apresentações na rua ou em espaços fechados nãoconvencionais para públicos reduzidos. Seja a sua forma de trabalho coletivo radical, a sua preocupação com a formação (de atuadores para o teatro e para a vida), seus métodos de pesquisa, suas parcerias e contatos com outros grupos e movimentos sociais, a edição de revistas, tudo isso revela uma preocupação genuína com o papel da arte em uma sociedade cada vez menos afeita ao diálogo crítico. Nesse sentido amplo, há um viés formador em sua atuação que precisa ser incorporado em qualquer estudo que se faça do grupo, absolutamente consciente da urgência e abrangência da discussão que envolve os diversos campos da vida social que a lógica científica tradicional exige separar.

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Revista Cavalo Louco

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