Revista Tela Viva - 220 - Outubro de 2011

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

ano 20_#220_out2011

AS ARMAS DA SKY Como a operadora enfrenta a concorrência das teles e se prepara para o novo cenário regulatório

EVENTO Mipcom marca entendimento entre a TV e as mídias digitais

INDÚSTRIA Hitachi compra Linear e quer fabricar câmeras no Brasil



Foto: marcelo kahn

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A próxima etapa

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assado mais de um mês da aprovação da Lei 12.485/11, a Lei do SeAC (Serviço de Acesso Condicionado), as atenções se voltam à sua regulamentação, em elaboração pela Ancine e pela Anatel, separadamente. Embora cada agência trabalhe em um aspecto do setor (infraestrutura e serviço na Anatel, programação e conteúdo, inclusive cotas, na Ancine), os efeitos das decisões de ambas se farão sentir em toda a cadeia de valor do mercado. Da Anatel já se sabe que podem vir, por exemplo, obrigações de compartilhamento de redes das operadoras, de qualidade dos sinais de TV (compressão) e controle sobre práticas anti-competitivas, abusos de preço etc. No mundo da distribuição, aliás, a lei já faz sentir seus efeitos, com o pedido de anuência prévia da Net e da Embratel à Anatel para unirem suas operações, como era esperado, bem como no caso da Telefônica e TVA. Já da Ancine ainda se sabe muito pouco. A agência não divulgou, até o final de outubro, qualquer minuta de regulamentação, o que vem causando apreensão no mercado, especialmente na parte mais afetada, as programadoras. Estas empresas de alguma maneira já absorveram o fato de que terão que cumprir cotas de conteúdo nacional, algo que já produzem, mas ainda em escala pequena. A questão é saber que tipo de regras virão agora, que podem tornar a tarefa de produzir localmente muito mais ou menos complicada. Por exemplo, não está clara a definição do que seja prime time, e não se sabe se programas produzidos por uma programadora poderão ser exibidos em mais de um canal do mesmo grupo. Também não está claro que tipo de programa poderá ser feito, se a Ancine aprovará programas de linha, regulares, e segundas temporadas de séries, ou se fará restrições a determinados conteúdos, como faz na aplicação por exemplo de recursos do Artigo 39. Mesmo a Globosat, em tese a menos atingida pela nova lei (ou até favorecida, na interpretação de alguns) expõe preocupação com a questão da titularidade das obras, já que hoje é dona do conteúdo que encomenda (com recursos próprios, não incentivados) às produtoras independentes. A regulamentação poderia eventualmente exigir que os produtores fossem os detentores dos direitos destes programas. Pairam ainda dúvidas sobre a capacidade operacional da Ancine em processar a avaliação e aprovação de projetos em tempo hábil, essencial na programação de TV, e como serão utilizados os recursos para a produção liberados pela nova lei. Pra tentar esclarecer um pouco as coisas, TELA VIVA promove no dia 17 de novembro, em parceria com o MIS/SP, um seminário com a presença da Ancine, programadores nacionais e internacionais e produtores independentes, onde cada um colocará suas visões, seus anseios e preocupações. É uma forma de contribuirmos ao bom debate. Se canais e produtores estiveram até agora em lados opostos na formulação das políticas (e ainda estão, nesta fase de regulamentação), é fundamental que comecem a achar bases comuns de entendimento, pois serão obrigados mais e mais a morar na mesma casa. Se trabalharão juntos, melhor que deixem radicalismos de lado e passem a buscar formas pacíficas de convivência. capa: seri

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(índice ) 14

Capa

Bap conta como a Sky vem crescendo acima do mercado e como a operadora vai enfrentar os desafios da nova lei de TV paga

( cartas) Dublagem Acho importante este movimento dos canais de investir na oferta de conteúdo dublado e legendado. É certa a premissa de que o assinante paga e tem o direito de escolher a maneira que mais lhe agrada para assistir aos conteúdos. Os estúdios, no entanto, têm o direito de reclamar sobre a concorrência que oferece serviços de baixa qualidade a baixos custos. A gente vê sim muita coisa mal feita por aí. Sérgio Sampaio, São José do Rio Preto, SP

Scanner Figuras Programação

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Convergência

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Audiência Evento

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Publicidade

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Making of Case

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Indústria

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Upgrade Agenda

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BoxBrazil chega ao mercado no embalo da nova lei de TV por assinatura

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Antonio Barreto, da DLA, explica as perspectivas do mercado de VOD

Conteúdo em todas as telas foi a tônica dos debates no Mipcom

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Maximídia mostra aumento do interesse do mercado publicitário pela Internet

Capa A competição é saudável em qualquer mercado. A TV por assinatura no Brasil tem muito a ganhar com a entrada de um novo player como a GVT. Thiago Assis, Rio de Janeiro, RJ

Mixer produz atração em que é proprietária majoritária da marca e coordena licenciamento Em busca do mercado latino-americano, Hitachi compra a Linear

Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br

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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

telavivanews www.telaviva.com.br 4

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Para vencer o jogo, você precisa de apenas uma peça

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( xxxxxxxxx) Produção regional A RPC TV, afiliada à Rede Globo no Paraná, estreou no quadro “Casos e Causos”, que vai ao ar aos domingos à noite no programa “Revista RPC”, o seriado policial “Operação Rapina”, uma coprodução com as produtoras Tigre Filmes, de Cascavel, e Camarada Filmes, de Curitiba. A série tem quatro capítulos e conta a saga do policial Franco (vivido por Talício Sirino) no combate ao roubo de cargas do Paraná. Ainda este ano a emissora exibe o seriado “Casal Terapia”, com três capítulos; e a minissérie “Amor em Tempos de Guerra”, uma ficção que faz relações com a história real. Outras produções em andamento são a sitcom “Condomínio Pedreira” que mistura cenas de ruas com outras gravadas no teatro; e a minissérie “Colônia Cecília”, baseada na história real de uma comunidade alternativa criada em Palmeira, interior do estado.

“Por que Heloísa?”, projeto transmídia de inclusão produzido pela Conteúdos Diversos para a Secretaria de Direitos da Pessoa com Deficiência e TV Cultura.

Inclusão

FOTOs: divulgação

A Conteúdos Diversos lançou o projeto transmídia de inclusão “Por que Heloísa?”. Inspirado no livro infantil homônimo de Cristiana Soares, publicado pela Companhia das Letrinhas, sobre uma garota com paralisia cerebral, o projeto ganhou desdobramentos com o apoio da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e da TV Cultura. A Conteúdos Diversos, em parceria com a Cinema Animadores, produziu um curta-metragem de animação de 11 minutos e um documentário sobre inclusão (“Todos com Todos”), que foram ao ar na TV Cultura na quinta-feira, 13 de outubro. As duas produções contam com audiodescrição e legenda em Libras. Um DVD com as produções será distribuído às escolas estaduais. O projeto inclui também um audiolivro com narração da própria autora. “São as crianças que praticam a inclusão no dia a dia”, explica Sérgio Lopes, diretor geral da Conteúdos Diversos e produtor executivo do projeto, sobre o interesse que “Por que Heloísa?” despertou nos parceiros.

Alunos em sala de aula em Xangai, província que faz parte do roteiro do “Destino: Educação”, do Canal Futura.

Novo player A Netflix chegou recentemente ao mercado brasileiro e já anuncia novidades. O conteúdo da locadora virtual está na linha de smart TVs da LG. Com isso, a fabricante coreana passa a oferecer quatro serviços de streaming de vídeo e locação virtual em seus aparelhos. A assinatura da Netflix custa R$ 14,99 por mês para acesso ilimitado a séries de TV e filmes. Os assinantes do serviço que tiverem uma TV conectada da LG poderão assistir a todo o conteúdo diretamente na televisão, com navegação pelo controle remoto, sem o uso de media centers ou laptops. Outra novidade é o aplicativo da Netflix para dispositivos Android, que já está disponível no Brasil.

Pílulas calientes A Playboy do Brasil lançou um novo formato de conteúdo para video on-demand que está disponível no serviço Now, da Net. O Hot Shots traz cenas curtas, de até 20 minutos, com teor erótico explícito. Segundo Maurício Paletta, diretor geral da Playboy do Brasil, foram feitas pesquisas que indicaram a existência de um público interessado nesse segmento de filmes de forma pontual. Os conteúdos Hot Shots podem ser adquiridos no Now por R$ 9,90 e consumidos em 24 horas. 6

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Modelo em educação O Canal Futura estreou em outubro o programa “Destino: Educação”. A proposta da atração é investigar como funcionam os sistemas educacionais de regiões que têm bom desempenho no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA). Com a consultoria da educadora Maria Helena Guimarães de Castro, do Todos pela Educação e da Comunidade Educativa (Cedac), a produção, a cargo da Cinevídeo, viajou à Finlândia, Coreia do Sul, Chile, Canadá e província de Xangai. Segundo Kitta Eitler, coordenadora de conteúdo do Canal Futura, a primeira experiência internacional do canal tem sido planejada desde o começo do ano, com um fórum de especialistas. Ela explica que o objetivo é descobrir o que podemos aprender com o que está sendo feito nestes outros lugares. O programa terá sete episódios e um deles será sobre o Brasil. Além da exibição no Canal Futura, o “Destino: Educação” também estará disponível no site do FuturaTec, a videoteca gratuita do canal para download dos usuários cadastrados no sistema.

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Faixa jovem

Livro de novela

A TV Cultura estreou uma faixa dedicada ao público jovem. “Parada Livre” irá ao ar de segunda a sextafeira, às 19h15, reunindo cinco atrações. “Deu Paula na TV” é voltada para o humor. A apresentadora Paula “Woohoo News” faz parte da faixa dedicada ao grupo Vilhena fará jovem na TV Cultura. crônicas da cidade. “Pé na Rua” volta ao canal reformulado com matérias inéditas sobre os jovens. O “Woohoo News”, parceria da TV Cultura com o canal Woohoo, viajará pelo Brasil e mundo atrás de quem pratica esportes radicais. Ancorado por Amanda Acosta e Marisa Leite de Barros, o “Inglês com Música” passa a ser diário. Por fim, o “Cultura Livre”. Originário da Rádio Cultura Brasil, o programa é captado por câmeras de celular e recebe músicos da velha e nova safra da música brasileira.

A Editora Globo lançou quatro novos títulos da coleção Grandes Novelas: “O Bem-Amado”, “Roque Santeiro”, “Pecado Capital” e “Vale Tudo”. O primeiro título foi “Selva de Pedra”, que teve a edição esgotada. Os livros são versões romanceadas das novelas de Dias Gomes, Janete Clair e Gilberto Braga (com coautorias de Aguinaldo Silva e Leonor Bassères), escritas pelo pesquisador Mauro Alencar, especialista no tema. Ele conta que escreveu as histórias de memória, usando como base seu acervo de gravações das novelas originais e os scripts enviados pela TV Globo. Os títulos foram produzidos inicialmente em uma parceria com a Avon, que tinha exclusividade na primeira tiragem e vendeu 120 mil cópias de cada um através de sua rede de vendedores e de seu catálogo. Agora os livros são lançados ao mercado em geral.


( scanner) Louvor na web

LouveTV, voltada para a temática gospel, reúne rede social e web TV.

Em outubro foi lançada a LouveTV (www.louve. tv), um projeto que reúne uma rede social e web TV. Segundo o diretor David Almiron, já são mais de 1,5 mil cadastrados. Voltado para o segmento gospel, a proposta é oferecer no mesmo ambiente uma programação baseada nos pilares música e notícia e uma rede social. A programação fica 24 horas no ar e é toda gravada em estúdios no Rio de Janeiro. Por enquanto, não há programas ao vivo ou conteúdo sob demanda. Boa parte do conteúdo atual vem de gravadoras e entram no ar de 2 a 3 horas de programação nova todos os dias. Almiron ressalta que bandas independentes também entrarão na programação. O modelo de negócios da plataforma é a publicidade, com formatos de Internet, como banners, e de televisão, como merchandising.

Ciência

A CNN Worldwide anunciou a abertura de um escritório em São Paulo. A jornalista Shasta Darlington será a correpondente do canal no Brasil. O foco do trabalho de Darlington será a cobertura de assuntos do País e da América do Sul para as diversas plataformas da CNN. A profissional atuou recentemente como correspondente internacional da CNN no escritório de Havana, em Cuba.

O programa “Tome Ciência”, produzido pela carioca Casa do Vídeo, estreou nova temporada em outubro em 13 emissoras, entre públicas, educativas e legislativas. Recentemente, a produtora fechou uma parceria com a Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU) e três novas emissoras exibirão o programa de debate com cientistas. A atração começou a ser exibida em 1987, na antiga TVE, em formato de revista eletrônica. Foi extinto na era Collor e retornou em 2004, no canal SescTV, em formato de debate, ganhando o apoio da Finep (Financiadora de Estudos e

FOTOs: divulgação

Escritório paulistano

Nova estrutura da ESPN no Rio de Janeiro atenderá aos eventos esportivos que a cidade receberá nos próximos anos.

Estúdio carioca A ESPN inaugura nesta semana a nova sede no Rio de Janeiro. Entre os objetivos dos canais com a modernização da estrutura na capital fluminense, está o atendimento às demandas com os eventos esportivos que ela receberá nos próximos anos. A nova sede fica em Botafogo e tem 450 m². É mais ampla que a antiga estrutura que ficava no centro da cidade. No novo espaço, haverá melhorias na iluminação e na acústica dos estúdios. Serão montados os cenários dos programas “Bate Bola” (1 e 2), “Linha de Passe” e também do “SportsCenter Notícias”. 8

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“Tome Ciência”, da carioca Casa do Vídeo, estreou em 13 emissoras.

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Projetos) e agregando outros apoios de instituições relacionadas à pesquisa, como a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Hoje, o programa tem um conselho científico das entidades vinculadas à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Apoio à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Esta nova temporada tem dez novos debates que abordam temas como doenças da modernidade, energia nuclear e meteorologia. Os programas também estão disponíveis na Internet, na página www.tomeciencia.com.br.



( scanner) FOTOs: divulgação

Crescimento

Série de ficção produzida pela RBS TV RS ganhou espaço na grade do Canal Brasil.

Aproveitamento A série “On Line”, produzida pelo Núcleo de Especiais da RBS TV RS, está sendo exibida no Canal Brasil. Gravada em Porto Alegre, a história retrata a realidade vivida pela geração de jovens que cresceu cercada de tecnologia, mantém relacionamentos virtuais nas redes sociais, utiliza a internet antes do telefone e sabe como tirar proveito dos novos meios de comunicação. O programa vai ao ar nas quartas-feiras, às 20h15, até o dia 30 novembro. Cada episódio tem duração de 15 minutos. A direção é de Cristiano Trein, com roteiros de Katiany Pinho e a produção executiva é da Sanguebom e Sqma. Na RBS TV, a primeira temporada do programa foi exibida em maio de 2010 e a segunda temporada em maio de 2011. No Canal Brasil, as duas temporadas de “On Line” serão apresentadas em sequência.

Hecho en Argentina A BBC Worldwide está produzindo sua primeira série de ficção na América Latina. “Los Sonicos” está sendo filmada em Buenos Aires e é uma coprodução com a GP Media que deve ir ao ar no Canal Nueve. A série de 12 episódios narra a história de um roqueiro que sofre um acidente de carro aos 27 anos que o leva a um coma profundo do qual ele só desperta 40 anos mais tarde. “Los Sonicos” esteve entre os formatos que a BBC Worldwide ofereceu ao mercado latino no Mipcom.

O mercado internacional (fora dos EUA) representou 53% do faturamento da fabricante de equipamentos para broadcast Harris em 2010, e este número deve chegar a 57% este ano, conta o presidente mundial da divisão broadcast da empresa, Harris Morris. Segundo ele, a empresa vem crescendo 10% no mercado norte-americano e 20% no resto do mundo, com destaque para a região CALA (América Central e América Latina), e dentro deste grupo, para o Brasil, onde a Harris tem sua fábrica instalada. “O Brasil está entre os quatro mercados que mais crescem, provavelmente entre os dois primeiros Harris Morris: o Brasil até”. Ele destaca o fato inédito do país está entre os quatro sediar os dois principais eventos mercados que mais esportivos globais, e que isso dará grande crescem. visibilidade ao país, especialmente ao processo de transição pra a TV digital. Em sua avaliação, o processo de transição não vem acontecendo na velocidade esperada. “Preocupa que o Brasil faça como os Estados Unidos, que deixou para resolver a questão no último minuto e acabou tendo que adiar o switch off várias vezes”, disse. “Mas é fácil subestimar as dificuldades de um processo desses, fazer os consumidores adotarem, é complicado”, lembrou. Em relação à entrada da Hitachi no mercado brasileiro, através da compra da Linear, Morris diz respeitar a fabricante japonesa. “Levamos muito a sério. Isso é como o esporte, não se pode entrar de salto alto no jogo”. Ele diz que a Harris não pretende produzir outros tipos de equipamento no Brasil, como switchers, a exemplo do que vem anunciando a concorrente japonesa. Morris anunciou a aquisição pela RBS da plataforma de processamento de sinais Selenium, para todo o mercado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Eles estão trocando todos os encoders para contribuição e distribuição por esta plataforma”, conta o diretor da empresa no Brasil Felipe Luna.

“Los Sonicos”, primeira série de ficção produzida pela BBC Worldwide em parceria com a GP Media na América Latina.

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Volta em rede A DTHi volta a atuar no mercado, com uma estratégia original. A operadora contratou André Martins como novo diretor executivo e associou-se à Unotel, uma rede de provedores de Internet com cerca de 2,5 mil afiliados e presença nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Até 2010, a Unotel era uma associação de provedores que compravam capacidade de rede em conjunto. Depois, foi constituída uma empresa para prover capacidade aos provedores afiliados. Com a parceria, a DTHi fornecerá o serviço de pay TV a estes provedores. O provedor fará a venda do serviço, a gestão do assinante e a cobrança, e a DTHi fará o provimento dos canais e será a operadora responsável. O serviço de distribuição via satélite será oferecido pela Media Networks Latin America (MNLA), da Telefônica, e a programação é negociada pela NeoTV.

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Mesmo no celular, para nós, informação tem que ser assim: na íntegra, tintim por tintim. A Steno do Brasil, pioneira em transcrição em tempo real através da estenotipia informatizada, sai na frente mais uma vez: transcrição diretamente para dispositivo móvel, pelo aplicativo TV Texto, desenvolvido para levar informação em qualquer lugar que você estiver, em português, inglês ou espanhol, na íntegra ou conforme sua necessidade. Associe sua marca a um conteúdo de qualidade, que permeia a Steno desde 1994. Afinal de contas, informação de qualidade todo mundo sabe que tem que ser assim: tintim por tintim.

Texto gerado a partir do conteúdo falado de qualquer programa de televisão, disponibilizado em tempo real e na íntegra para diversas aplicações e/ou divulgação pela internet, por parte da emissora.

Texto gerado a partir do conteúdo transmitido pela emissora de rádio, disponibilizado em tempo real para diversas aplicações e/ou divulgação pela internet, por parte da emissora.

Disponível para plataforma Android

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( figuras) Foto: arquivo

Cena A produtora curitibana Arte Lux Produções, que tem foco em publicidade, contratou o diretor de cena André Siqueira, ex-Margarida Filmes. Siqueira deve desenvolver projetos publicitários e de branded entertainment.

Gestão operacional Fotos: divulgação

A partir de outubro, a NBS conta com um novo formato de gestão em São Paulo. O diretor de atendimento, Alexandre Grynberg, agora assume também a diretoria de operações do escritório paulista, função antes acumulada pelo sócio e presidente da agência, Alexandre Grynberg Cyd Alvarez. Outra novidade é a nomeação do diretor de criação Dedé Eyer para a direção geral Dedé Eyer de criação da NBS em São Paulo.

Foto: Willy Ertel

A Globosat contratou a especialista em programação infantil Beth Carmona para ajudar na formatação de seu novo canal infantil, o Gloob, que deve estrear em 2012. Beth tem no currículo o desenvolvimento da programação infantil da TV Cultura de São Paulo, com séries como “Cocoricó” e “Ra-Tim-Bum”, seguida de passagem pelo grupo Discovery. Foi também presidente da TVE até a extinção da TV educativa que daria origem à TV Brasil.

Álvaro Paes de Barros está deixando a direção da Viacom no Brasil. O executivo vai para o YouTube, onde desenvolverá parcerias de conteúdo para o portal de vídeos. Barros trabalhará ligado ao grupo de Malik Ducard, ex-executivo da Paramount que também foi levado para o YouTube, assim como ex-profissionais de grupos Álvaro Paes de Barros como NBC, ESPN e da própria Netfilx.

Atendimento e novos negócios

Foto: arquivo

Programação infantil

Internet

O Avesso aumentou seu time de atendimento e novos negócios. Agora fazem parte do quadro de colaboradores da produtora Elisa Gigli, profissional com passagem pela BurtiFilmes, Lew Lara, Publicis e Brander Branding & Design, e a publicitária, Elisa Gigli e Clélia Nogueira Célia Nogueira, que retorna à produtora após um ano.

Criativos A área de criação da Neogama/BBH tem novo reforço. O redator Gustavo Gusmão chega à equipe para trabalhar ao lado de Pedro Utzeri, diretor de arte. Gusmão tem passagens por agências como África, Lowe, Young & Rubicam e JWT. Paula Fernandes (ex-Ogilvy) chega à agência como diretora de arte júnior.

Comando

Comercial A ESPN fez uma nova contratação para a equipe comercial. Leandro Mesquita, ex-Grupo RBS, é o novo gerente executivo de negócios, passando a integrar o time comandado por Marcelo Pacheco. O profissional tem passagem por empresas como Grupo Kallas, JWT, LewLara\TBWA e Y&R. Na ESPN, Leandro Mesquita Mesquita é o responsável pelo atendimento comercial e de vendas em grandes agências e anunciantes, trabalhando todas as plataformas da empresa.

Pós-Produção A Crash Filmes contratou novos profissionais para a área de pós-produção, para a finalização de filmes publicitários. Marcos Kasherian (ex-Café Comunicação) é o novo montador, Zeca Riscala (ex-O2) assume como motion design e Cadu Polito (ex-Shop Tour) fará a pré-montagem. 12

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Carlos Vaisman deixou o comando da Sim, empresa de telecomunicações do Grupo Bandeirantes. O profissional cuidará de outros projetos, no segmento de recuperação de empresas (turnaround). Carlos Alberto Becker, que tem passagens pelos grupos RBS, Editora Manchete, Net e Telemar, ficou na função.

Retorno Tomas Egger retornou ao Grupo Dínamo após ter passado 11 anos na AD Studio, onde foi responsável pela implantação da área de finalização, supervisionando todas as produções que a empresa realizava. Egger atuará fortemente na Dínimo Digital, mas trabalhará em produções de todo o grupo, especialmente com sua experiência em finalização, além das atividades de diretor de cena. •

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( capa ) Samuel Possebon

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Guerra nas estrelas

TELETIME O que fez o mercado crescer esses anos todos? LUIZ EDUARDO BAPTISTA Primeiro, o Brasil ficou caro e a TV paga ficou, relativamente, barata. Se você for ao cinema sozinho vai gastar entre cinema, estacionamento e pipoca R$ 40. Por R$ 49,90 na Sky você assina o mês inteiro. Essa relação era outra há dez anos, quando o cinema saia por R$ 15 e a TV paga por R$ 100. Houve um xis, um cruzamento das curvas. Por uma série de movimentos econômicos o nosso produto ficou mais barato, depois de uma renegociação com os programadores, o reempacotamento, o ajustes das margens. Mas não me venha um deputado que nunca mexeu com isso dizer que o preço da assinatura vai cair porque tem uma lei nova. Esses caras vivem em um mundo do Papai Noel. Isso é desonestidade intelectual, porque não tem um fato que suporte essas teorias. Existe risco de o novo marco legal levar a uma desaceleração do mercado? Não continuará crescendo no mesmo ritmo porque o mercado está se 14

Os preços atuais cobrados nos pacotes básicos são viáveis? Abaixo de R$ 39,90 não existe vida em TV paga. Só bobos que não entendem do assunto dizem que TV paga vai crescer por conta da lei. Escreva o que eu falo: quando começarem as cotas, com os preços que estão surgindo, as assinaturas vão aumentar. Está cheio de esperto querendo vender canal a “apenas” R$ 1 ou R$ 2 por assinante, o que é uma fábula no nosso negócio. Para levar mais meia dúzia desses canais, alguém vai pagar a conta. E te adianto que não vamos pagar, a Sky não vai, assim como a Oi, a GVT, a Telefônica não vão pagar. Isso vai ser repassado.

ILUSTRAÇÃO: SERI

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mercado de TV por assinatura tem crescido a taxas de 30% ao ano, mas a Sky, única operadora a não ter nenhuma relação com empresas de telecomunicações, cresce quase 40%. Com mais de 3,5 milhões de assinantes, a operadora se aproxima dos 30% de market share e tem ajudado a puxar o crescimento do mercado de DTH no Brasil. Nesta entrevista, o presidente da operadora, Luiz Eduardo (Bap) Baptista, fala sobre as consequências do novo marco legal da TV paga, da competição com as teles, dos seus planos para a banda larga e para serviços over-the-top (OTT) e das perspectivas do mercado.

ajustando a um novo cenário macroeconômico. Talvez não cresça mais 30% ao ano, cresça 20%. Mas na hora que entrarem as cotas, as assinaturas vão ficar mais caras. Não sabemos ainda quão sensível essa classe média vai ser a mais R$ 8 ou R$ 10 por mês em sua mensalidade. Pelo menos 30% ou 40% do nosso crescimento será afetado. A expectativa do governo era a de que os preços caíssem ainda mais? Eu estou crescendo 40% ao ano, e em ARPU eu garanto que sou o líder do mercado. Não venha me dizer que é porque o PLC 116 passou que o preço da TV paga vai cair. O preço caiu 50% em valores reais nos últimos três anos sem o governo fazer nada, e caiu porque passamos dois anos brigando com os programadores e mudamos algumas condições ruins que haviam. Todo o mundo lançou pacotes mais baratos, sem obrigações de carregamento, sem obrigações financeiras e mudamos o modelo de negócio.

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A Sky pensa em apostar em con­ teúdos nacionais? Se o assunto é atual, relevante, eu adoraria patrocinar. Tem gente competente que precisa de apoio ou ajuda e quando você apoia gera-se um ciclo virtuoso. Mas como é que vai funcionar o modelo agora? É uma caixa preta. A Ancine decide o que é bom ou não. Não tem ninguém na Ancine que já tenha trabalhado em televisão, que entenda desse mercado. Ao invés de fomentar, vai controlar. O fato de ser empresa de telecom impediria vocês de produzirem conteúdo. Mas se não houvesse a limitação legal, vocês teriam interesse? O fato de eu não poder produzir é bastante questionável, acho que seria contornável. Mas não vou produzir conteúdo porque eu entendo disso e sei o tamanho da encrenca. Nos EUA a DirecTV (do mesmo grupo controlador da Sky) gasta uma fortuna na aquisição de direitos exclusivos, isso é um diferencial. Aqui isso não vai acontecer?


Você não poderia ser over­the­top sobre a banda larga dos outros? E quem te disse que não vou ser? Isso vai acontecer em um ano ímpar. Façam suas apostas. Quando for lançar um negócio desses, vai ser muito melhor do que o Netflix ou do que o Now.

FOTO: DIVULGAÇÃO

Aqui isso não será possível, infelizmente. O fato de eu não poder prejudica o mercado, porque era um direito legítimo. Mas dado que vale para todo mundo, tudo bem, que vença o melhor. Como você vai se comportar se, de um lado, tiver uma cota de conteúdo brasileiro para cumprir e de outro, um programador que peça um preço que você considere elevado? Não vou pagar. Não tem uma linha na lei que diga que eu tenha que pagar qualquer preço, então não pago. Mas, em todos esses casos, vou colocar na imprensa quanto é que estão cobrando. Se disserem, “a Sky não quer levar o meu canal”, vou dizer, “realmente, por R$ 3,50 por mês por assinante, estou declinando”. Porque esse custo com imposto vai a R$ 4, custo de operação coloca mais R$ 3, isso sem falar na minha margem. Não acho que um assinante vai pagar R$ 10 a mais para ter um canal desses. Se o produto é tão bom, vou propor para esse canal um modelo de revenue share: eu abro espaço, cobramos R$ 15 e dividimos a conta. Mas ninguém vai topar esse modelo, porque a lei diz que tem que estar em pacote. Existe a máxima de que no Brasil há leis que não pegam. A política de cotas sofre esse risco? O objetivo principal das teles ao apoiar o projeto era o de resolver problemas societários, mais do que qualquer outra coisa. Esse boi vai ter que ser digerido em 2012, e tem muito trabalho para ser feito. Vão ter que fazer escolhas. O preço não vai cair mais e o mercado já está crescendo. Em relação às cotas, espero que todo o mundo cumpra o que foi colocado na lei. Não gostaria de ver quem tem 20 mil PADOs na Anatel repetindo a situação com a Ancine. Espero que a agência do cinema faça essas regras serem cumpridas, que seja mais rígida do que a Anatel tem sido. A Sky não tem um PADO contra ela e vai continuar não tendo. Mas não vamos, por isso, ceder a qualquer picareta que

Qual a dificuldade? Direitos? Esse é um dos problemas. Tem a questão da qualidade, porque o produto tem que ser bom. Mas não é isso que vai pavimentar o crescimento da Sky no futuro. Um modelo OTT vai ajudar a defender o meu core-business. Eu posso fazer, então não tem porque deixar esse dinheiro na mesa para a Netflix. Com uma diferença: estarei no Brasil, gerenciando tráfego daqui, gerando

Luiz Eduardo Baptista

“ABAIXO DE R$ 39,90 NÃO EXISTE VIDA EM TV PAGA. SÓ BOBOS QUE NÃO ENTENDEM DO ASSUNTO DIZEM QUE TV PAGA VAI CRESCER POR CONTA DA LEI.” venha pedir preços exorbitantes apostando em uma reserva de mercado que julgamos, inclusive, inconstitucional. Vocês vão à Justiça? É uma decisão da empresa que só vamos divulgar depois de fazermos. Mas não vamos ficar de braços cruzados. É uma falácia dizer que essas cotas vão democratizar o acesso, reduzir preço. Vamos nos defender até as últimas consequências. Se a Justiça decidir que está tudo certo, vamos cumprir. Nesse cenário não se abre uma brecha para serviços over­the­top, que não são afetados pela lei? Essa discussão de over-the-top tem sido feita muito em cima de tecnologia, e isso é errado. O ponto focal é o consumidor. Existe biscoito, chocolate, Nescafé e Coca-Cola em uma loja de conveniência, mas ninguém faz compra do mês lá. A experiência da DirecTV com a Netflix mostra que não se perdeu nenhum assinante. E quase 40% da base da DirecTV nos EUA assina Netflix. Ou seja, é um serviço absolutamente complementar. É mais uma questão de conveniência e comodidade do que um novo modelo de negócios, que vai acabar com o anterior.

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impostos no Brasil. Porque a Netflix é uma empresa listada na bolsa que não paga impostos no Brasil. Eu queria chamar a atenção das autoridades, nós geramos empregos aqui, pagamos impostos aqui. A Netflix paga imposto na Califórnia. Esses sim surfam na onda de crescimento do Brasil, no nosso mercado consumidor, sem dar contrapartida. A nova legislação não cobre esses operadores... Não cobre, mas deveria. Deveria obrigar esse tipo de serviço a pagar imposto onde foi consumido. Se é no Brasil, paga aqui, como aliás o Skype faz. Era uma brincadeira, mas eles se ajustaram a isso para poder virar um negócio decente e respeitado. O modelo a ser praticado é o da Netflix? Se o consumidor tem um cardápio com 10 mil opções, fica sem referência, olha, olha e não consegue escolher. O que eles têm é acervo. Com 500 títulos bem selecionados de acervo, é possível ser muito competitivo. A Sky tinha 30 canais de PPV e faturava “x”. Hoje tem 12 canais de conteúdos on-demand e 15

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( capa)

Vocês estão para lançar um serviço de banda larga. Qual a proposta? Há cinco anos diziam que a gente ia desaparecer porque não tínhamos banda larga. O mundo mostrou que não era bem assim. A banda larga virou commodity, e a realidade é que hoje o pacote combinado não é mais relevante. Garanto que ganho assinante da Net em São Paulo todos os meses, porque os assinantes já estão vendo que o melhor é comprar a banda larga da Net, o telefone da Telefônica e a TV por assinatura da Sky. Quando o combo tinha R$ 80 de desconto, valia a pena comprar tudo com a Net. Hoje esse desconto é de R$ 10, então não vale mais a pena abrir mão do serviço. Mas a nossa banda larga é uma estratégia interessante para ver como vai funcionar a entrega de conteúdos em outras plataformas. Podem existir restrições legais ou operacionais que precisam ser entendidas. A Netflix está entupindo as artérias de banda larga nos EUA. Uma hora virá alguma coisa para controlar isso. A rede vai deixar de ser neutra? Isso é uma coisa, mas é preciso entender a dinâmica dos pontos de troca de tráfego entre empresas de telecom... A Netflix, aliás, não troca nada com ninguém, ela só usa banda. Isso vai gerar uma situação incômoda ao mercado. Acredito que temos que ter um pé em distribuição de conteúdos por banda larga, por meios físicos, para entender o que é. Isso é um movimento defensivo, mas sei que se oferecer banda larga com qualidade vou ganhar mercado dos outros. Além disso você vem com uma tecnologia ainda não testada, que é o TD­LTE... 16

qualquer concorrente meu teria, estamos em condições iguais. O problema é que se o governo me cobra de licença para fazer banda larga na faixa de 2,5 GHz um valor absurdo, está desequilibrando o mercado, e isso pode nos prejudicar.

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faturo oito vezes mais. Todo o mundo quer blockbuster na sexta-feira, porque é uma decisão da família. O que vende é filme de ação ou comédia romântica. Não adianta colocar “Poderoso Chefão”, porque só 200 pessoas compram, contra 20 mil do blockbuster. Nosso negócio é short-tail com compromisso de qualidade na biblioteca.

“A NETFLIX PAGA IMPOSTO NA CALIFÓRNIA. ESSES SIM SURFAM NA ONDA DE CRESCIMENTO DO BRASIL, NO NOSSO MERCADO CONSUMIDOR, SEM DAR CONTRAPARTIDA.” Verdade, a tecnologia é nova e não tenho experiência na exploração de banda larga, mas nos impor preceitos de qualidade, não deixar a rede deteriorar, vamos manter um patamar de velocidade média elevado e tentar fazer um produto condizente com a nossa imagem em TV por assinatura. Se não conseguirmos, vamos sair fora, para não comprometer a marca. Não vamos vender 10 Mbps e entregar 1 Mbps. Por isso a operação só em Brasília? Vou expandir em cima dessa experiência. Temos (operações em) mais 11 cidades além de Brasília, inclusive Belo Horizonte, Belém, Goiânia. Vamos investir para fazer essas redes, assim como investimos em TV por assinatura. Ninguém sabe, mas a Sky investiu em 2011 US$ 1 bilhão no Brasil. Em que? Basicamente em caixa (set-top box) e rede. Mas é um número que a gente não divulga. Se tivermos que colocar US$ 50 milhões em uma rede de banda larga, isso será feito, porque se esse é o custo que

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E por que a opção por usar a infraestrutura da Telebrás? Foi absolutamente comercial. Conversamos com eles, disseram que teriam uma oferta competitiva, pediram para participar e demos essa chance, e a proposta que veio foi melhor, eles ganharam. O preço oferecido pela Telebrás foi inicialmente muito inferior ao das empresas de telecom. Depois que eles ganharam, as teles vieram me dando 50% de desconto, abaixo até do que a Telebrás pediu. Por que? É um deboche, um escárnio uma empresa de telecom te dar um preço e depois oferecer 50% de desconto para fechar. O pior é que esse tipo de player que uma Anatel acaba protegendo. Falta competição no mercado? Essa é a prova. É irrelevante quem controla a empresa, se é estatal ou não. Como pode uma empresa recém estabelecida competir com quem está no mercado há 12 anos, com um preço muito mais competitivo? A DirecTV passou a dar mais importância para a América Latina ultimamente? Acho que a decisão nunca aconteceu dessa maneira. Começou a jorrar petróleo no mercado latino-americano e eles viram a oportunidade. Nunca houve uma aposta de longo prazo, estratégica, na América Latina. Tanto é que quando o Murdoch comprou a DirecTV, a América Latina veio meio que como uma imposição para ele poder levar a operação norte-americana. Só que a coisa deu certo por aqui. E a estratégia da GVT para TV por assinatura, como vocês avaliaram? Sempre dissemos que não era por conta da lei que as teles iam entrar em


TV paga. Todos já estão nisso com o DTH, porque essa é a melhor forma de fazer TV por assinatura. Quem provou isso fomos nós. A GVT está entrando com essa mesma estratégia, copiando os features que a gente tem, tentando contratar funcionários nossos. É mais um player, que venha competir. Não vejo nada de novo. Não adianta chamar a imprensa e dizer o que fará, tem que fazer antes. Você deu uma entrevista ao Estadão dizendo que faria banda larga no Brasil todo e investiria R$ 12 bilhões, ou coisa assim... O que disse naquela ocasião é que investiria isso se me deixassem. A Oi dizia que precisava de R$ 30 bilhões para fazer. Eu faria por metade do preço. Não dá para querer ter proteção do Estado, reserva de mercado e dinheiro público. Não temos um centavo de dinheiro público. A Sky nunca cresceu tanto

depois que as teles entraram em DTH. A Oi dizia que teria 8 milhões de assinantes em 2011, se não me engano. Cadê? Você reduziu preços por conta dessa concorrência das teles, sobretudo da Via Embratel? Reduzimos preço porque tinha peixe no lago para pescar. Tinha dinheiro sobrando da classe C. Eles romperam a barreira. Nos últimos 15 anos se combateu a pobreza, a distribuição de renda mudou e surgiu um outro Brasil comprando coisas. Tem risco desse novo mercado parar de consumir? Não vai parar. Temos no Brasil um bônus demográfico importante, nos últimos dez ou 20 anos a população dobrou e o número de lares triplicou. É mais gente jovem trabalhando, nível de desemprego baixo e, mesmo que aumente, não vai parar o consumo desse pessoal todo. O Brasil pode não ter plantado essa árvore, mas está colhendo os frutos e vai

ficar por muito tempo explorando esse mercado interno. Temos pelo menos oito ou dez anos de crescimento consistente pela frente. Poderia ir melhor se houvesse uma preocupação de fomentar a competição, daria para avançar 25 anos em dez, mas não temos do que reclamar. Existe margem razoável? Você disse que não havia vida abaixo de R$ 39,90. Nós ainda temos gás para brigar, mas não posso falar por nossos concorrentes. A Embratel por exemplo, diz que cresce e o resultado só piora. Come e está perdendo peso, tem algo errado. A GVT, para entrar com HD como está prometendo, vai acabar com a margem que ela construiu com a banda larga, pode apostar, porque sei quanto custa o que querem fazer em HD. O payback disso é de 20, 21 meses. Se o produto for um sucesso, vai destruir o caixa

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( capa) da empresa. Se for um fracasso, não deu em nada. Quando você fala em fomentar a competição, quer dizer o que? O governo tem que liberar tudo para todo mundo, deixar o pau comer. Pode colocar algumas obrigações, é claro, mas deixa a coisa solta. Usa o BNDES como banco de fomento. A Sky vai migrar para o Serviço de Acesso Condicional, o SeAC? Não sabemos ainda. Vai depender da nossa experiência e do mercado. Faria sentido se soubéssemos que seria um mercado perfeitamente competitivo. Posso decidir daqui a um ou dois anos, não preciso fazer isso agora. A adaptação dos pacotes já está planejada? Vou precisar de um novo satélite para isso, hoje temos dois satélites, sendo um de backup em conjunto com o México, mas eles terão um novo satélite em fevereiro e ele pode virar todo para o Brasil, é uma possibilidade. Foi por isso que vocês estavam dispostos a pagar tanto pela posição orbital que disputaram com a Hughes (a Sky forçou a Hughes a subir o lance até US$ 90 milhões)? Vai fazer falta? Se tivéssemos levado a posição a esse preço, empatava em termos de custo em relação a contratar de terceiros, então para a gente tanto faz. Se pagasse menos, valia a pena ter um satélite próprio. A DirecTV nos EUA tem dez satélites, parte próprios, parte alugados. Mas o nosso negócio é entregar vídeo, e para isso precisa de banda sempre. Banda Ka faria sentido para operar banda larga ou mesmo vídeo? Acho que não. Nos EUA, há alguma coisa em banda Ka, mas eles já têm mais de dez satélites. Aqui temos um, não faria sentido ainda. Mas outros players podem querer fazer outros serviços além do vídeo, como banda larga, então acho que veremos a banda Ka chegando ao Brasil por aí. 18

“DE CADA US$ 2 QUE A NET GASTA DE CAPEX, US$ 1 É PARA MELHORAR A REDE. NO MEU CASO, 95% DO NOSSO INVESTIMENTO É PARA GERAR RECEITA INCREMENTAL.” O modelo de evolução do produto da Sky está muito baseado em set­tops mais sofisticados. Isso não é um consumidor infinito de investimento? Não damos nada de graça para ninguém. Sempre que trocamos as caixas, isso se paga. Se tivéssemos que fazer upgrade de rede, isso seria um problema, porque o consumidor não vai pagar mais para você modernizar a sua rede. Mas quando você troca a caixa, pode agregar serviços que paguem o investimento. De cada US$ 2 que a Net gasta de Capex, US$ 1 é para melhorar a rede. No meu caso, 95% do nosso investimento é para gerar receita incremental. Vocês têm planos de comprar operadoras com espectro ou comprar mais espectro? O leilão de 2,5 GHz é uma oportunidade? Tem uma dinâmica por trás, preços a serem avaliados etc. Sobre o 2,5 GHz nós sempre dizíamos, quatro anos atrás, que as teles não tinham interesse real nessa faixa, porque sairia mais barato operar em frequências mais baixas. Esse movimento de tentar adiar o leilão da faixa de 2,5 GHz é reflexo disso. Adiar isso é adiar a competição. O que vai acontecer com o leilão? Acho que para as teles, tanto faz entrar ou não na disputa, porque não precisam dessa faixa para nada. E se alguém entrar pagando uma fortuna, vai

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se inviabilizar a competição. Infelizmente, a consequência da ação da Anatel de colocar o preço do espectro lá em cima é contra o cidadão, compra a competição. Posso ter interesse em casos pontuais, específicos, e nunca fazer banda larga popular. Aliás, o discurso do governo de banda larga popular não tem respaldo nas práticas da Anatel. Quem ganha são sempre as teles, ou porque nada se decidiu, ou porque podem ficar mais dois anos sem investir na rede, ou porque atrasou em mais três anos a entrada do competidor. A Anatel é culpada? Não, mas é responsável. Muitos operadores pequenos reclamam que os instaladores de vocês ativam pontos extras em casas de diferentes assinantes e que isso preda o mercado. Vocês já detectaram isso? Sim, mas te garanto que quando a gente pega, elimina esse instalador da nossa base. O próprio assinante já está denunciando isso. Recebemos 100 a 150 denúncias por mês de assinantes que veem um vizinho tirando vantagem de um esquema como esse e vamos atrás. E a pirataria de caixas, que parece cada dia mais sofisticada, preocupa? É verdade, está ficando cada vez mais sofisticada. O cardsharing é um tipo de pirataria muito sério, mas para funcionar exige um grau de conhecimento do usuário e uma complicação operacional que limitam a sua abrangência. Além disso, o serviço pirata já não está mais valendo a pena financeiramente. Quando o nosso produto custava dez vezes mais que o pirata o usuário tinha atrativo para ficar com o serviço ruim. Hoje, isso não acontece mais. A pirataria vai morrer pelo preço da TV paga. Não estamos parados, sempre vamos mexer na tecnologia, atuar com a polícia e com a Anatel para reprimir os piratas. Hoje a pirataria é muito menor do que já foi.



( programação) André Mermelstein

a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Brasil nas telas BoxBrazil pega embalo no crescimento do mercado e na nova Lei do SeAC e se lança como opção de programação brasileira, independente e multiplataforma.

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crescimento da base de assinantes de TV e a aprovação da Lei 12.485, a nova lei da TV por assinatura, em setembro deste ano, deram o impulso que faltava para o lançamento comercial de um projeto que vinha sendo gestado no Sul do país desde 2004, à época com o nome de Made in Brazil TV, de um canal só de filmes brasileiros, voltado não só para o mercado brasileiro, mas também para a exportação. Com o tempo o projeto amadureceu, e já sob a bandeira BoxBrazil deu origem a um segundo canal, de música, e a um terceiro, só de turismo brasileiro, conta o idealizador da programadora e seu diretor presidente, Cícero Aragon. “O segundo canal nasceu por causa da percepção de que o Brasil, apesar da força de sua música, não tinha um canal dedicado exclusivamente a isso, e o terceiro vislumbra o crescimento da atenção internacional ao Brasil, com a proximidade da Copa e das Olimpíadas”, conta. O Music BoxBrazil está previsto para dezembro e o Travel BoxBrazil para o primeiro semestre de 2012. A ideia de exportação está presente também na concepção do projeto, daí o Brazil com “z”. “É uma decisão estratégica para que possamos ser compreendidos no mercado internacional. Já estamos em negociação com Portugal e com o mercado americano para distribuir o sinal lá fora”, conta. Os canais também são fruto da militância política de Aragon, que participa há mais de 20 anos da elaboração e discussão de políticas

Portal BoxBrasil: informações e banco de dados sobre filmes nacionais.

do audiovisual, tendo sido vice-presidente e diretor do Congresso Brasileiro de Cinema e ainda hoje atua como presidente, há seis anos, da Fundacine. Para o lançamento comercial do canal Aragon percebeu que precisava de profissionais com conhecimento e experiência de mercado. Trouxe então para o projeto a ex-diretora executiva da NeoTV, Neusa Risette, que hoje é a diretora de relações institucionais e mercado da BoxBrazil. A programadora tem sede em Porto Alegre, com um escritório em São Paulo e um terceiro em fase de abertura no Rio de Janeiro. No Sul, está instalada no parque tecnológico da PUC-RS, ao lado de empresas como Microsoft, Accenture e Dell. Toda a gestão técnica do canal é feita internamente, da edição de programas e

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chamadas à elaboração do on-air look e até mesmo o uplink para o satélite. Ao todo tem 35 profissionais. Além de Neusa, Aragon contratou também, para cuidar dos canais segmentados de música e turismo, respectivamente, o produtor musical Marcio Mazzeron e Virgílio Carvalho. A relação com a universidade vem da origem do projeto. A PUC incubou o projeto e agora, na fase empresarial, a BoxBrazil abre espaço para pesquisadores bolsistas da universidade, num processo contínuo de desenvolvimento de projetos e tecnologias. O grupo BoxBrazil, gestor da programadora, tem como sócios a produtora Infoco Filmes, a exibidora Moviart Cinemas, que tem salas no RS, e a Mooboo Tech, empresa de pesquisa em tecnologia. Parte do projeto também foi financiada por investidores “angel”, que fazem apenas o aporte financeiro. A empresa é bancada integralmente por capital privado, sem uso de leis de incentivo. Multiplataforma O projeto foi desenvolvido desde o começo pensando na exploração multiplataformas, conta Aragon. “Logo vimos que não dava para pensar só em canal linear, mas sim em toda a experiência, através da TV, Internet, celular, aplicativos para tablets, TVs conectadas... O conceito é ter o Brasil todo em todo o lugar”, explica. E não apenas o conteúdo, mas também a informação, diz o diretor. “Criamos o maior banco de dados de filmes brasileiros que existe. O database é similar ao norte-


Programação O primeiro canal do grupo a entrar em operação foi o Prime BoxBrazil, de filmes e séries. Hoje, o canal tem também conteúdos musicais e de turismo, como vitrine para os futuros canais. A oferta é multiplataforma desde

Cícero Aragon e Neusa Risette fundador e diretora da nova programadora dedicada ao conteúdo nacional.

FOTO: tela viva

americano IMDB, mas só com conteúdos nacionais. No site e nos aplicativos da BoxBrazil o usuário pode pesquisar títulos, atores, diretores etc e ter acesso a todas as obras relacionadas àquele nome. Hoje, a base tem mais de 2 mil filmes e 8 mil nomes cadastrados. A vocação multiplataforma se reflete no modelo de negociação dos canais. Eles são oferecidos às operadora na forma tradicional de canal linear, tanto SD quanto HD, mas também já em uma plataforma de distribuição não-linear, para o VOD da própria operadora ou para acesso over-the-top, via web, celular ou tablet. Quase todos os conteúdo dos canais estão disponíveis também na oferta não-linear. Além disso o site e os aplicativos trazem informações sobre cinema nacional que vão além da programação. No site, por exemplo, pode-se consultar todas as salas de cinema de uma cidade que estão exibindo filmes brasileiros. E no celular um aplicativo de realidade aumentada mostra visualmente ao usuário onde está passando o filme nacional mais próximo a ele. “O portal não é do canal, é maior. Através dele você pode consultar a programação, mas também comprar filmes em DVD, consultar o Boxpedia (bando de dados), consultar informações de mercado como bilheterias e editais etc. Além, claro, de notícias e da programação do canal”, relata. Para enriquecer o conteúdo, o canal contratou o crítico Rubens Ewald Filho, que escreverá sobre cinema e sobre os filmes exibidos e apresentará um programa de entrevistas.

o início. Caso o operador não tenha uma plataforma de video on-demand, a BoxBrazil oferece a estrutura já pronta, customizada para a operadora, que pode oferecer o serviço autenticado a seus assinantes. O sinal já está sendo distribuído pela Viacabo, TVN e BoaVista Cabo. Já foi negociado também com a NeoTV (associação). Na programação entram principalmente filmes nacionais, mas também séries e programetes. “Estamos buscando conteúdo em todas as distribuidoras, diretamente com as produtoras, nos festivais e também recebemos via Internet todo o tipo de material”, conta Aragon. Profissionais da programadora já percorrem os festivais nacionais para buscar filmes. O canal pretende fazer pitchings para adquirir programas (já fez um, em Gramado), mas também pode adquirir ou coproduzir diretamente. “Eu venho da produção, então 95% do conteúdo do canal virá de produção independente. A exceção será alguma coisa de jornalismo que podemos produzir internamente”, conta o diretor. Na programação do Prime BoxBrazil estão filmes que fizeram sucesso recente

alguns destaques do Prime BoxBrazil z z z z z z z

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Olga Domésticas Lavoura Arcaica Memórias Póstumas Cartola Roupa Nova – 30 anos A Alma Roqueira de Noel (inédito, com Paulo Miklos e convidados especiais tocando Noel Rosa) Carnival (inédito, sobre a história do Carnaval) Doutores da Alegria O Samba que mora em mim Extremo Sul

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no cinema nacional. “Existe um certo paradigma de que canais brasileiros independentes não têm qualidade no nível dos canais internacionais. Não estamos exibindo filmes velhos, de pouca qualidade. Mesmo com a obrigação da lei, entendemos que os operadores não vão querer ‘sujar’ seus line-ups com conteúdos ruins”, diz Neusa Risette. Ela lembra que na discussão do PLC 116, achava-se que não haveria conteúdo nacional em quantidade e qualidade. “Eu mesma, do lado das operadoras, achava isso”, conta. “Lançamos a BoxBrazil antes da lei ser aprovada no Senado, não queremos ser carregados pela obrigação, mas por oferecer uma alternativa que vem sendo gestada há vários anos”, diz Aragon. “Fizemos pensando no crescimento do país, da produção nacional, da qualidade, vários fatores que criaram um bom cenário. A lei é uma ajuda a mais”, completa. Outra preocupação da programadora é a forma de comercialização dos canais. Vinda do “outro lado do balcão” (operadoras), Neusa conhece bem as queixas dos compradores de programação. “Sempre reclamávamos muito dos pacotes fechados, da venda casada. Então estamos fazendo o oposto. Temos um menu de opções no qual o operador escolhe o que quer. Quanto mais levar, claro que vai pagar menos. É um incentivo, não uma imposição”, conta. Neste pacote estão não apenas os canais, na opção SD e HD, mas também os conteúdos avulsos e formatados para on-demand. 21


( convergência )

América digital Recém-comprada pela América Móvil, a DLA é o principal provedor de conteúdo on-demand da região. Seu CEO explica nesta entrevista como funciona este mercado e quais suas perspectivas. alphaspirit/shutterstock

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o dia 18 de outubro último, a America Móvil, grupo do bilionário mexicano Carlos Slim (Telmex) que controla no Brasil a Claro e a Embratel e tem parte significativa da Net, anunciou a compra, por valores não revelados, da DLA - Digital Latin America, principal provedor de conteúdos não-lineares para serviços de pay-per-view e video on-demand do continente. Em entrevista a TELA VIVA, o CEO da DLA, Antonio Barreto, conta como funciona este mercado e como os serviços de vídeo digital vêm crescendo na América Latina, a exemplo do que acontece no resto do mundo, e quais as implicações disso para produtores e distribuidores de conteúdos. A DLA atua como uma espécie de ponte entre os estúdios e os operadores de TV por assinatura e provedores de serviços que oferecem vídeos sob demanda. A principal fonte de receitas da empresa ainda é o pay-per-view (PPV), mas Barreto diz que esta modalidade será fatalmente substituída pelo video on-demand (VOD), por sua maior funcionalidade. Um grande impulsionador do VOD no continente tem sido, curiosamente, a entrada no mercado da Netflix, há cerca de três meses. “Muitos operadores com quem vínhamos conversando, de forma mais moderada, agora querem ter o serviço o mais rápido possível, para concorrer com a Netflix e outros OTT (over the top), que usam as redes de banda larga sem pagar

nada. Eles, operadores, querem ser os prestadores do serviço”, conta. A DLA fornece os filmes e séries para empresas como Net, Telefônica e GVT, além de outros operadores e provedores menores. A empresa não presta serviço diretamente ao assinante, atua sempre através de uma operadora. Para as empresas menores, que não podem montar uma estrutura própria de distribuição, a DLA criou a plataforma Neon, que oferece o serviço já fechado. Os estúdios e operadores, conta Barreto, têm hoje uma postura mais tranquila, sem tanto receio dos serviços digitais. “Eles estão muito preocupados em não canibalizar os serviços atuais. Quando você incorpora um modelo similar ao de TV paga, está somando receitas”. Barreto não define a DLA como distribuidora, mas como um espécie de programadora não linear. A ideia é trabalhar os pacotes como se fossem mesmo canais de TV, mas não-lineares. Os pacotes foram formatados por temas: infantil, musical, filmes etc. “Isso faz com que o modelo seja mais natural para as operadoras”, explica. 22

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Consumo Segundo o executivo, a demanda por conteúdos avulsos é crescente. “Fizemos um levantamento e vimos que o cliente médio assiste aos conteúdos on-demand cerca de uma hora por dia. É mais do que qualquer canal de TV sozinho”, ressalta. O que segura este mercado é a pouca oferta de VOD e a ainda baixa penetração da banda larga. Barreto conta que ainda tem muitos clientes querendo canal de PPV, clientes novos. “E a gente nem está mais vendendo”, comenta. “Nos últimos três, quatro anos, a gente tem migrado bastante do pay-per-view para o on-demand. Mas PPV ainda é mais da metade da receita. Três quartos dos assinantes ainda tem PPV. Achávamos que o processo de substituição seria mais rápido, pois o VOD faz mais sentido. O mesmo filme no VOD dá três vezes mais vendas que o PPV, pela facilidade de navegação”, conta. Janelas Uma das questões centrais no início do debate sobre a distribuição


Modelos Barreto não vê como seus principais concorrentes a pirataria (“deles a gente vai ganhar”, diz), mas os players globais como Netflix, YouTube e Apple TV. “Eles têm uma capacidade de mobilização grande, mas não necessariamente são os melhores para fazer o que estão fazendo”. “Nosso modelo”, diz, “é mais interessante para o provedor”. O negócio de VOD exige escala para funcionar, conta. “A operadora pode montar seu próprio canal de filmes, por exemplo, mas não terá escala para bancar isso sozinha. É mais que apenas o conteúdo, tem que criar uma marca, uma experiência, uma identificação que leva anos para conquistar. Um canal

“Não existe exclusividade de conteúdo no VOD. O diferencial está no serviço.”

FOTO: arquivo

digital era a das janelas de distribuição entre as diferentes plataformas (cinema, home video, TV). Barreto diz que isso hoje está bem mais tranquilo, praticamente equacionado. “A maioria dos estúdios hoje tem estratégias de lançamento day/date, ou seja, lançam DVD, Blu-ray, PPV e VOD no mesmo dia, na mesma janela”. Ao contrário do que se pensava, diz, este tipo de estratégia não canibaliza os lançamentos. O que há, sim, são as janelas regionais, com os filmes sendo lançados em datas diferentes, por exemplo, nos EUA e na América Latina. Mas estas também estão diminuindo. Uma preocupação central ainda é a segurança. “O estúdio está muito preocupado com isso. Eu mesmo não tenho a chave da sala onde são feitas as cópias, é proibido entrar com celular... É uma preocupação grande, porque podemos ter lá um filme que tá lançando na janela americana mas que ainda não chegou aqui, e um cara com o celular hoje copia um filme inteiro”, conta. “Os estúdios têm razão em serem conservadores. Produzem vinte séries por ano e só três dão certo, eles têm que proteger isso, e ganhar em cima”, completa.

Antonio Barreto, da DLA

como o TNT é muito mais que os filmes que eles têm. É a marca, vale a experiência que o canal proporciona”, diz. Mercado Hoje há vários players atuando neste segmento, de grandes portais como o Terra e o UOL a grupos independentes como NetMovies ou EnterPlay. “É um negócio de escala. O negócio exige muito investimento, rapidez e visão de produto. Qualquer um que seja competente pode entrar e crescer, a Internet não tem limitação”, diz. Os direitos de filmes e séries hoje não são o maior problema. Os estúdios, conta Barreto, já estão entendendo esse mercado e, se num primeiro momento estavam reticentes em ceder os conteúdos, hoje pelo contrário querem espalhar estes filmes para o maior

A criação de metadados, por exemplo, é um dos grandes trabalhos. Para cada filme é necessário fazer uma pesquisa, buscar o pôster, e inserir as informações de forma diferente para cada provedor.

Publicidade Há espaço sim para a publicidade no não-linear, acredita Antonio Barreto. “O brasileiro não se incomoda com a publicidade, gosta de assistir. Aqui é o único país onde existe publicidade nos canais premium!”, aponta. Quando o nãolinear tiver escala e visibilidade, certamente vai atrair e se beneficiar da publicidade também, diz. “E como as janelas hoje são muito curtas, não dá pra esperar pra pegar as legendas do cara do DVD. É um processo industrial, com altos volumes”, completa.

entrada do netflix estimulou operadores a terem seus próprios serviços não-lineares. número de players. “Isso é bom, não existe exclusividade neste mercado, como há na TV paga ou na TV aberta por exemplo. Então o diferencial vai estar no empacotamento, na tecnologia e no serviço”, explica Barreto. Ele conta que a DLA tem uma equipe de 200 pessoas trabalhando 24 horas por dia, sete dias por semana, para preparar o material para a distribuição digital. “Recebemos do estúdio só a cópia do filme. Temos que fazer legendagem e dublagem para português e espanhol, criar os promos e trailers, inserir os metadados, que são diferentes para cada operador, e gerar os arquivos, tudo isso dobrado, pois fazemos para SD e HD”, relata. “Os direitos são a parte mais simples, os estúdios estão loucos pra vender”, brinca. E completa: “eles querem segurança. O mínimo garantido é uma apólice de seguro. Mas é questão só de chegar a um acordo e fechar contrato, é tempo”.

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Payback A DLA está divida entre a Argentina, onde fica a parte de Internet, e Miami, onde está a administração e a central de produção e distribuição dos conteúdos. Segundo Barreto, a operação hoje já se paga “como um todo”. “Temos que preparar o futuro e também pagar as contas hoje”, diz. “Hoje a gente processa 1,5 mil ativos novos por mês (filmes e episódios), fora promos. Isso gera mais 30 mil arquivos mensais. Em cada país, México, Chile, é um formato. Não é como no mercado americano, que tem uma língua só e um formato único de metadados, arquivo etc. Aqui (América Latina) são 27 países, com três línguas, inglês, espanhol e português, dublado e legendado”, relata. André Mermelstein

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MARÇO

6a

Pioneiro na discussão da internet 2.0 em todos seus aspectos: tecnologia, negócios, marketing, comunicação, mobilidade, tendências e redes sociais. EDIÇÃO

Debate anual sobre as perspectivas políticas e regulatórias do setor de comunicações e a política industrial para o setor de TICs no Brasil

dias16e17

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo, SP

11

a

Encontro que discute modelos de negócio, conteúdos e aplicações móveis voltadas ao usuário final.

dias4e5

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo, SP

JUNHO

6a

EDIÇÃO

MAIO

FEVEREIRO

13a

O ponto de encontro entre quem faz, distribui e exibe programas de TV. Um evento dinâmico com foco em negócios. EDIÇÃO

Fórum Saúde Digital

EDIÇÃO

dia22

Hotel Paulista Plaza São Paulo, SP

Fórum

dias31/07a02/08

1a

As tendências e diretrizes tecnológicas na área de banda larga, mobilidade, redes convergentes e sistemas para operadoras de telecomunicações. EDIÇÃO

Transamérica Expo Center São Paulo, SP

3a

Debate sobre tendências, inovações e soluções de mobilidade para a área de saúde. EDIÇÃO

AGOSTO

ABRIL

7a

EDIÇÃO

Nobile Lakeside Convention & Resort Brasilia, DF

Amcham São Paulo-SP

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo, SP

dias12e13

dias14e15

dias3e4

dias15e16

20a

O maior encontro de mídias convergentes do país. Congresso e área de exposição de tecnologia e conteúdo para o mercado de TV por assinatura, vídeo on-demand, banda larga e serviços digitais avançados. EDIÇÃO


dias19e20

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo, SP

7a

Discute e apresenta soluções e tecnologias envolvendo toda a cadeia de atendimento B2B e B2C.

dias25e26

EDIÇÃO

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo, SP

dias13e14 Rio de Janeiro-RJ

5a

Apresenta as inovações e soluções de mobilidade para negócios: M-Marketing, M-Payment, M-CRM, M-commerce, M-banking entre outros. EDIÇÃO

12

dia30

Hotel Paulista Plaza São Paulo, SP

2a

Discute a sustentabilidade para os negócios de TIC. EDIÇÃO

NOVEMBRO

Único evento de satélites da América Latina, para debater os temas mais importantes do setor. EDIÇÃO

dia08

Hotel Paulista Plaza São Paulo, SP

a

OUTUBRO

SETEMBRO

l

A Converge Comunicações apresenta o calendário de eventos 2012, para você aumentar a sinergia do seu plano de ações e expandir o relacionamento junto ao público qualificado e tomador de decisão do seu mercado. Converse com nossa equipe comercial sobre as novidades e possibilidades de negócios que virão por aí.

4a

Debate as perspectivas para o Cloud Computing, Virtualização, Software as a Service (SaaS) e Comunicação como Serviço (CaaS). EDIÇÃO


(audiência - TV paga)

Space chega ao top 20

O

Entre o público de 4 a 17 anos, o Cartoon Network registrou 15,02% de alcance diário médio e uma hora e 13 minutos de tempo médio diário de audiência, ocupando assim o primeiro lugar no ranking entre as crianças. Depois dele, aparecem Disney Channel, Discovery Kids, Nickelodeon e SporTV. Em agosto, os canais pagos registraram entre o público infantojuvenil 46,9% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de duas horas e 35 minutos. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas.

Foto: Divulgação

mês de agosto marcou a estreia do canal Space no ranking dos 20 canais pagos com o melhor alcance diário médio entre o público adulto. No mês em que completou três anos de seu lançamento pela Turner no Brasil, o canal de ação, que exibe séries e filmes dublados, entrou para a lista na 16ª posição, com 5,02% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de 28 minutos. Entre os destaques de audiência neste período estão as estreias da terceira temporada de “Southland” e de “Justified”. Em agosto, o SporTV ocupou o primeiro lugar do ranking, com 12,91% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de 44 minutos, seguido de TNT, SporTV 2, Multishow e Fox. No

Canal entra na lista no mês de estreia da segunda temporada de “Justified”. total, os canais pagos registraram 46,54% de alcance diário médio e duas horas e 24 minutos de tempo médio diário de audiência.

Daniele Frederico

Alcance* e Tempo Médio Diário – agosto 2011

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 46,54 4.694,98 02:24:53 12,91 1.301,85 00:44:01 9,25 933,20 00:28:12 8,49 856,14 00:27:48 8,47 854,96 00:17:08 7,86 792,82 00:30:26 7,81 788,35 00:27:20 7,40 746,44 00:25:37 7,26 732,04 00:43:55 6,92 697,91 01:11:50 6,76 681,73 00:29:36 6,10 615,70 00:30:09 6,00 605,66 00:26:08 5,82 587,20 00:19:41 5,72 577,33 00:35:14 5,69 573,56 00:21:36 5,02 506,09 00:28:16 5,01 505,84 00:17:11 4,78 482,69 00:33:19 4,40 443,87 00:33:23 4,18 421,98 00:22:32

Total canais pagos Cartoon Network Disney Channel Discovery Kids Nickelodeon SporTV Fox Multishow TNT Megapix SporTV 2 Disney XD Viva Boomerang Discovery Channel Telecine Pipoca Warner Channel Space Universal Channel National Geographic Globo News

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 46,90 1.111,76 02:35:31 15,02 356,11 01:13:00 14,99 355,40 00:57:11 13,14 311,50 01:09:06 12,02 285,00 00:59:03 8,84 209,68 00:37:41 8,31 197,05 00:30:48 8,06 191,01 00:22:07 7,71 182,72 00:27:52 6,83 161,96 00:31:42 6,25 148,01 00:20:34 5,77 136,79 00:50:22 4,49 106,55 00:19:11 4,22 99,90 00:29:05 4,06 96,31 00:21:55 4,03 95,62 00:32:13 3,80 90,04 00:16:44 3,63 85,90 00:18:45 3,61 85,45 00:16:19 3,39 80,39 00:12:59 3,27 77,39 00:12:28

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

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**Universo 2.370.200 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto - Agosto/2011

Total canais pagos SporTV TNT SporTV 2 Multishow Fox Globo News Megapix Cartoon Network Discovery Kids Viva Warner Channel Universal Channel National Geographic Disney Channel Discovery Channel Space GNT Telecine Pipoca Nickelodeon FX

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

**Universo 10.088.100 indivíduos

Acima de 18 anos**


17 DE NOVEMBRO DE 2011

MIS - MUSEU DA IMAGEM E DO SOM SÃO PAULO, SP

Venha discutir com os principais nomes do setor como a Lei 12.485/11 (Lei do SeAC) afetará a programação da TV por assinatura e a produção de conteúdos no Brasil. PRINCIPAIS TEMAS: O que esperar da regulamentação da nova lei no aspecto de conteúdos Qual será o impacto real das cotas para programadores e operadoras Como a produção nacional pode se beneficiar das novas regras Os modelos de financiamento da produção para a TV Como será a relação entre produtores, canais e operadoras a partir de agora

MAIS INFORMAÇÕES: WWW.CONVERGEEVENTOS.COM.BR PROMOÇÃO

PARTICIPAÇÕES JÁ CONFIRMADAS MANOEL RANGEL, PRESIDENTE DA ANCINE ANTHONY DOYLE, TURNER DO BRASIL FERNANDO MAGALHÃES, NET SERVIÇOS KIKO MISTORIGO, TV PINGUIM DENISE GOMES, BOSSANOVA FÁBIO CESNIK, ADVOGADO

INSCRIÇÕES: 0800 77 15 028 INSCRICOES@CONVERGECOM.COM.BR

PARA PATROCINAR: 11. 3138.4623 COMERCIAL@CONVERGECOM.COM.BR REALIZAÇÃO


cobertura

( evento)

Daniele Frederico, de Cannes

d a n i e l e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Um mercado para todas as telas Apresentações do Mipcom 2011 mostram a importância de estar nas diferentes plataformas e a influência das redes sociais nos hábitos de consumo de TV.

N

FOTOS: 360 MEDIAS – IMAGE & CO/divulgação

em branded entertainment, nem formatos, nem as ameaças da Internet ao negócio de TV. Este ano, no principal mercado de conteúdo audiovisual do mundo, o Mipcom, que aconteceu entre os dias 3 e 6 de outubro em Cannes, na França, as discussões giraram em torno das novas (ou não tão novas assim) plataformas de distribuição de conteúdo e do efeito das redes sociais no hábito de consumo de televisão. A impressão geral, pelas palestras de alguns dos executivos mais poderosos da indústria e de players que provocaram rupturas no modelo de negócios, é que a TV vai continuar a reinar como aparelho provedor de entretenimento, mas seu conteúdo deverá estar cada vez mais presente nos “devices” que o espectador desejar, sob demanda. A força do conteúdo televisivo ficou clara na tarde da segundafeira, 3, quando o chief content officer da Netflix, Ted Sarandos, disse que os programas de TV representam a maior parte dos conteúdos assistidos pela plataforma de distribuição digital. “Até 60% da visualização chega a ser de programas de TV”, contou. Ele lembrou que a Netflix disponibiliza apenas temporadas de séries anteriores àquelas que estão sendo exibidas pela televisão. “Vemos que o primeiro episódio da primeira temporada de uma série vai muito

Tim Kring, Kiefer Sutherland e Kevin Reilly, da Fox, apresentam a nova série “Touch” no Mipcom 2011.

bem. É um novo público chegando para esses programas”, completou. Com isso, o serviço tornou-se mais centrado em televisão do que em filmes, que eram o foco inicial do serviço de entrega de DVDs. “São os consumidores nos dizendo o que querem. Acho que isso tem relação com a excelente qualidade dos programas de TV”, disse. “Se você quer saber o que as pessoas realmente querem ver, descubra o que elas estão roubando”, afirmou o executivo, referindo-se à pirataria. Sarandos lembrou ainda que canais pagos como a HBO não vão vender seu conteúdo premium para a Netflix, o que 28

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tem levado a empresa a investir no lançamento de programas exclusivos. O próximo a estrear nos Estados Unidos, Canadá e América Latina é a série “Lillyhammer”. Apesar do anúncio, Sarandos afirmou que preferiria que acordos como o que a Netflix tem com a Dreamworks, que permite que os filmes sejam exibidos logo após a janela de TV paga premium, não fossem tão exclusivos. “Queria algo que fizesse mais sentido economicamente. Os consumidores estão valorizando menos as janelas, mas os distribuidores parecem


ainda dar grande valor a elas”. Em resposta a uma pergunta sobre expansão internacional, Sarandos afirmou que está fascinado pelo Brasil. Segundo o executivo do serviço de distribuição, que desembarcou por aqui em setembro último, esse fascínio se deve à empolgação da população em torno de conteúdo e à economia vibrante do País. Sarandos mencionou que no Brasil acontece uma mistura de conteúdo local com conteúdo americano, e que o País tem um enorme potencial no que tange às mídias sociais. As declarações de Sarandos foram dadas durante uma sessão em formato de “bate-papo” com o CEO da Miramax, Mike Lang. O executivo do estúdio que foi vendido pela Disney há cerca de um ano para um grupo de investidores aposta em plataformas como a Netflix para a distribuição de seu conteúdo, totalmente de catálogo. “A Miramax está de volta e aberta para negócios. Queremos explorar o nosso catálogo, mas buscando formas de inovar”, disse Lang. Além da Netflix, o catálogo da Miramax, que inclui filmes como “Shakespeare Apaixonado” e “Good Will Hunting”, está disponível no Hulu e em outras plataformas, como um aplicativo no Facebook. “Acredito que cross-plataforma é chave para crescer o negócio de transações digitais”, afirma.

“Se você quer saber o que as pessoas realmente querem ver, descubra o que elas estão roubando.” Ted Sarandos, da Netflix

Quem também defendeu a expansão do conteúdo televisivo pelas diferentes plataformas foi Anne Sweeney, co-chair da Disney Media Networks e presidente do Disney-ABC Television Group, que foi a homenageada desta edição do Mipcom. “A tecnologia digital não causou uma ruptura no negócio de TV. Ela o transformou. O digital não enfraqueceu o poder da televisão. Ele a libertou”. Com frases como essa, Anne deixou claro o posicionamento do grupo de mídia em relação às novas formas de consumir e distribuir televisão. Segundo a executiva, em 2005, a Apple abriu as oportunidades para colocar bom conteúdo e tecnologia digital juntos. “Em seis meses, estávamos vendendo nosso conteúdo no iTunes e oferecendo via streaming pelo ABC.com, para os Estados Unidos. Desde então, nunca mais olhamos para trás”, destacou. “Alavancamos a tecnologia para criar novas maneiras de dar às pessoas o que elas querem, ao mesmo tempo em que protegemos nosso conteúdo da pirataria e geramos receitas adicionais”. Apesar de entusiasta das novas formas de distribuição de conteúdo, ela contou que a companhia segue alguns critérios para decidir em quais aparelhos e plataformas vai entrar. “Queremos trabalhar com empresas que respeitam nossa propriedade intelectual, protegem

“A tecnologia digital não causou uma ruptura no negócio de TV. Ela o transformou.” Anne Sweeney, da Disney Media Networks

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o conteúdo da pirataria, divulgam nossos produtos e que sejam conhecidas”, explicou. Ela comemorou o sucesso do ABC TV on-demand em Londres, Portugal, e Alemanha, pelo qual é possível assistir aos episódios dos programas do grupo após a sua exibição na TV, e disse que o modelo deve seguir para outros mercados. Anne celebrou ainda a distribuição para mais de 80 territórios da série “Missing”, lançada neste Mipcom com a presença dos produtores executivos e de parte do elenco, encabeçado pela atriz Ashley Judd. A executiva da Disney-ABC ressaltou que a TV está mais forte do que nunca, com as pessoas consumindo mais de quatro trilhões de horas de TV ao ano em todo o mundo. “A TV é o meio mais importante do mundo hoje, e amanhã será o mais pessoal”, disse. “É difícil prever como a TV vai ser daqui a alguns anos, já que ela deve ser diferente para cada um”. Ela falou ainda sobre as iniciativas do grupo nas redes sociais. “Estamos focando nas redes, já que é onde os nossos espectadores estão”. A executiva contou que, segundo pesquisa realizada este ano, 52% dos usuários de redes sociais na Europa, Oriente Médio, África e Ásia, disseram que assistiram a algum vídeo que foi compartilhado por um amigo, e que 68% dos 29

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“Quebrar as regras é a melhor maneira de acender a faísca da criatividade.”

usuários da América Latina fizeram o mesmo. “Cada oportunidade que criamos para nossos espectadores cria novas fontes de receitas para nossos negócios e para nossos parceiros pelo mundo”, concluiu.

Kevin Reilly, da Fox

FOTOS: 360 MEDIAS – IMAGE & CO/divulgação

( evento)

empresa de tecnologia de entretenimento digital, pesquisa realizada pela empresa mostrou que 83% dos espectadores não têm a menor ideia do que querem assistir no momento em que se sentam em frente à TV. Segundo Clair Tavernier, da FremantleMedia, as conversas geradas nas redes sociais enquanto os programas são exibidos têm sido boas para ajudar a conquistar audiência e a vender, tanto os formatos quanto os produtos derivados, em especial dos programas menores. No entanto, ela afirma que ainda não foi possível achar lucro direto nas redes sociais. “Por enquanto o que conseguimos foi ‘buzz’ para os programas”, disse durante painel no evento.

TV social O aproveitamento das redes sociais pelas TVs e pelos produtores não foi tratado apenas na apresentação da executiva da Disney. Isso porque, além de consumir os vídeos compartilhados por amigos, os usuários fornecem nas redes sociais informações sobre o que estão assistindo e interagem com os realizadores. Uma pesquisa da TV Genius, da Red Bee Media, mostrou que 47% das pessoas entre 16 e 34 anos usam regularmente redes sociais enquanto assistem a TV, segundo informação apresentada por Tom Weiss, gerente geral da TV Genius, durante o Mipcom. A empresa monitora atividade relativa à TV em diferentes países. “Vimos que há tráfego de informações sobre TV fora dos horários em que os programas estão na grade, o que significa que as pessoas estão vendo ‘catch up’ TV, DVR, entre outros”, diz Weiss. Segundo o executivo, embora o Twitter tenha um grande volume de informações sobre o que as pessoas assistem, esses dados não são representativos. “As pessoas ‘twitam’ sobre um programa se gostam dele ou o detestam”, diz. Neste sentido, o people meter, aparelho para medir a audiência na casa das pessoas, seria mais eficaz, pois não considera os programas que as pessoas não gostam – e, portanto, não assistem. Uma das discussões em torno da utilização das redes sociais ao mesmo tempo em que se assiste TV é se haverá uma substituição do guia de programação pelas recomendações dos amigos pelas redes. Segundo Sean Besser, vicepresidente de desenvolvimento de negócios da Rovi Corporation,

Pesquisa: vilã ou heroína? Apesar da “ajuda” fornecida pelas redes sociais, as pesquisas de opinião e audiência ainda são as principais fontes de informação sobre a programação de TV. Para o presidente

canais brasileiros levaram séries,novelas, documentários, formatos e propostas de coprodução internacional. e CEO da Viacom International Media Networks, Bob Bakish, o que direciona a programação, o marketing e a “monetização”, ou seja, o ganho de dinheiro dos canais, é a pesquisa. Bakish começou sua apresentação no Mipcom dizendo que o ambiente atual exige que as marcas se reinventem o tempo todo e para isso a pesquisa é fundamental. “Deixamos o público nos dizer o que ele quer. A pesquisa é uma inspiração para moldar as nossas marcas, para nos dizer quando temos 30

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que ser locais ou ‘glocais’”. Ele explicou que a estratégia “glocal” (global + local) consiste em ter conteúdo nos canais de outros lugares que não apenas os Estados Unidos. “Em 2005 tínhamos 12 programas do mercado internacional. Em 2010, eram 53”, lembrou. No dia seguinte, o presidente de entretenimento da Fox Broadcasting Company, Kevin Reilly, apresentou uma visão diferente à de Bakish sobre as pesquisas de opinião. “Se eu confiasse apenas nos resultados das pesquisas, vários programas não existiriam”, disse.”Eu acho as pesquisas boas ferramentas e nós fazemos uma boa quantidade delas. Mas se eu confiasse apenas nos resultados das pesquisas, nunca teria ido em frente com alguns dos nossos programas dos quais tenho mais orgulho e que são alguns dos meus maiores sucessos”. Ele afirmou que séries como “The Office” e “Glee” não foram bem nas primeiras pesquisas realizadas. “Testamos ‘Glee’ quatro vezes, sempre com o mesmo resultado negativo. Quando você pergunta às pessoas sobre aquilo que elas querem, elas não sabem como dizer a você que querem ou gostam de coisas que eles ainda não podem imaginar”. O executivo da Fox falou sobre a importância da criatividade, tanto na realização de programas como na administração de uma empresa, com ênfase na necessidade de quebrar


algumas regras para chegar a um resultado único. “Quebrar as regras é a melhor maneira de acender a faísca da criatividade”, afirmou. “Muito mais programas falharam por serem mornos do que por serem ousados”. Reilly ressaltou a fragmentação da televisão, e defendeu o poder do meio e de seu conteúdo para criar uma conexão emocional com os espectadores. “Marcas potentes de TV podem migrar por todas as tecnologias e comportamentos. Não estamos mais no ponto em que o conteúdo dá lugar à tecnologia. Ela precisa de nós e nós precisamos dela”. Ele apresentou ainda um teaser da nova série da Fox, “Touch”, com o ator e produtor executivo Kiefer Sutherland (“24 Horas”), e com criação e produção do idealizador de “Heroes”, Tim Kring.

Segundo Kring, que ficou famoso pela extensão multiplataforma de “Heroes”, a ideia é que “Touch” também tenha uma experiência “360 graus”. “Quem não pensa em multiplataforma não está olhando para o público”, disse. Ele lembrou ainda que as pessoas carregam aparelhos como os celulares durante 80% do tempo e que é preciso prestar atenção a essa audiência fragmentada. “Acredito em um círculo virtuoso entre esse aparelho e a TV”, diz. “O público só quer mais do programa que ama”. Segundo o presidente da Fox Broadcasting, a ideia é que a série estreie no final de março de 2012. Haverá uma tentativa de coordenar a estreia em diferentes mercados. Reilly compartilhou a experiência da estratégia de lançamento da série “New Girl”, com Zoey Deschanel, que foi lançada no iTunes e em VOD antes de ser exibida na TV. “A estreia na TV teve a maior audiência de uma série de

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comédia nos últimos dez anos na Fox”, afirmou. Brasileiros em cena Além das discussões com grandes executivos do mundo da televisão e do conteúdo, os 12,5 mil participantes – segundo dados da organização – de 4.211 empresas e 102 países circularam nos corredores da feira durante os quatro dias de evento oferecendo seus produtos ou à procura de conteúdo. O Brasil estava representado na feira com estandes das quatro principais emissoras abertas: Globo, Record, Band e SBT, emissora que criou um formato de game show com foco no mercado internacional: “Let’s play Hangman”, que no Brasil receberá o nome de “Vamos Brincar de Forca”, focado no tradicional jogo de adivinhação de palavras. A Band apostou em um portfólio

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( evento) FOTO: tela viva

Luciane Gorgulho, do BNDES, apresentou o olhar do banco sobre o mercado audiovisual.

diversificado com séries (“Descolados” e “Julie e os Fantasmas”), novelas (“Paixões Proibidas” e “Meu Pé de Laranja Lima”), documentários (“Pixo”, “8 anos em 80 minutos”, “Parintins” e “Zico”) e shows de música brasileira. Segundo Elisa Ayub, diretora de conteúdo nacional e internacional da Band, houve uma procura muito grande por conteúdo para VOD. A executiva contou que havia sido fechado um acordo a TV Zimbo, de Angola, e estava prestes a fechar um volume deal com uma TV a cabo em Portugal. Na Globo, um dos destaques foi a série jornalística “Planeta Extremo”, exibido no “Fantástico”. As coproduções internacionais também têm sido importantes para a emissora no mercado internacional. Segundo Ricardo Scalamandré, diretor da Central Globo de Negócios Internacionais, a Globo tem um novo título em coprodução com a SIC. A novela

“Dancin’Days”, com texto original de Gilberto Braga, será adaptada por Pedro Lopez e produzida por Guilherme Bokel, diretor de produção internacional da TV Globo. Em uma avaliação geral do evento deste ano, Scalamandré diz que sentiu um clima de insegurança e incerteza no ar. “A crise na Europa refletiu-se na feira. Os dois primeiros dias de Mipcom foram muito movimentados e o terceiro mais vazio coisa que sentíamos só no quarto dia há três anos atrás. Uma hipótese é que os compradores foram até lá, fizeram suas reuniões, e logo voltaram para suas cidades a fim de reduzir as despesas com a participação na feira”, pondera. Os produtores independentes estavam reunidos no estande do programa Brazilian TV Producers, programa internacional da ABPI-TV, realizado em parceria com SAv/MinC, Apex-Brasil e EBC/TV Brasil, com 35 empresas. A delegação também contou com a presença de representantes da

Apex e do BNDES. A chefe do departamento de cultura e entretenimento do BNDES, Luciane Gorgulho, participou de um painel sobre fontes de financiamento alternativas durante o evento. Junto de outros painelistas de bancos e venture capitalists, Luciane falou sobre o BNDES e o olhar do banco sobre o mercado audiovisual. Segundo a executiva, ao analisar as propostas, o BNDES procura levar em conta a empresa como um todo, e não um ou outro projeto específico. “Um bom projeto em mãos ruins não vai a lugar algum”, disse durante sua apresentação. Além do BNDES, Denise Gomes, da produtora brasileira BossaNovaFilms, também participou de um painel do Mipcom, para falar sobre as produções realizadas na América Latina. Denise exibiu um vídeo no qual mostrou alguns números sobre o País, especialmente relacionados à economia e ao mercado audiovisual local, mostrando as possibilidades de coprodução internacional e os recursos disponíveis.

Crianças querem rir Comédia e live action. Essas foram algumas das tendências em programação infantil apontadas por executivos de aquisições durante o MipJunior, evento voltado para programação infantil, que aconteceu nos dias 1° e 2 de outubro, em Cannes, logo antes do Mipcom. Segundo o chief content officer da Turner Broadcasting System Europa, Michael Carrington, a programação infantil está saindo de um ciclo de ação e vivendo um ciclo da comédia. “Para o Cartoon Network, por exemplo, estamos procurando conteúdo de ‘comédia surreal’, com foco em personagem. Mesmo que haja fantasia, é preciso ter traços que cheguem ao espectador”, disse. Apesar da predominância da animação, o live action também é foco do canal. “Live action é chave. É um desafio para o Cartoon, mas é o que é esperado hoje”, afirmou Carrington. O executivo disse que está procurando programas de comédia, mais baseados em realidade, em formatos que não o de sitcom. Para Karen Miller, diretora de aquisições e coproduções da Disney Channels Worldwide, a comédia sempre reinará, mesmo tendo havido uma onda de ação. Ela ressaltou ainda que o grupo Disney já realiza programas de live action com sucesso e está em busca de programas de competição de realidade para crianças e game shows para os canais do grupo.

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Outros territórios Embora existam diferenças na programação para os diferentes países, tanto o executivo do Cartoon quanto a da Disney acreditam que as diferenças entre as crianças não limitam a compra de conteúdo para múltiplos territórios. Segundo Carrington, cerca de 80% do conteúdo que chega ao canal – com exceção da produção original – é compartilhado com outros territórios, a partir da aquisição de direitos para esses outros países. “Há diferenças entre os países por causa da cultura, mas todas as crianças querem rir e são curiosas”, disse. A animação facilita essa estratégia global. “A animação é boa de dublar. O live action é mais difícil”, lembrou. Karen, da Disney, também afirmou que na maioria das vezes os programas funcionam bem globalmente. “O que pode acontecer é haver diferenças culturais, ou o conteúdo não ser o que aquele determinado território precisa”, disse.

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“Há diferenças entre os países por causa da cultura, mas todas as crianças querem rir e são curiosas.” Michael Carrington, da Turner Broadcasting System Europa

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a n a c a r o l i n a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Videocracia No Maximídia, evento de mídia voltado para o mercado publicitário, apesar de a Internet ser vedete, TV não perde a majestade.

A

FOTO: christian von amiln

Internet ganha fôlego e adentra com passos vigorosos a terra de uma gigante. Na bagagem, uma proposta valiosa: dar ao povo a possibilidade de escolha. A televisão, no entanto, mantém o discurso de que não sente o trono ameaçado, mas sabe que não há outra alternativa além da transformação para dividir o reino com outros habitantes. Essa foi a conclusão de grande parte dos debates que aconteceram durante o Maximídia 2011, evento de mídia voltado para o mercado publicitário que aconteceu em São Paulo de 4 a 6 de outubro. Um dos defensores do empoderamento da Internet foi Henrique Castro, presidente de mídia global e plataformas do Google. “Estamos na era da videocracia”, afirma, lembrando que o mundo digital traz novas possibilidades de distribuição e publicidade. “Poderemos dar ao usuário o ‘canal você’, com conteúdo personalizado disponível na Internet, no iPad e no celular. Cada conteúdo pode ter publicidade diferente, dependendo do target”, observa. Castro ressalta que toda mídia será social e que, pela primeira vez, com o universo digital, o anunciante consegue utilizar uma plataforma global. Outra grande mudança é a mobilidade: “Acontece uma coisa que nunca aconteceu antes: o mass media vai chegar no ponto de venda”. A mobilidade é um caminho inevitável para a televisão e para as outras mídias de massa na opinião de Jeffrey Cole, diretor do

Octávio Florisbal, da Rede Globo: tecnologia trouxe um novo prazer de se ver TV.

Annenberg Center, instituto vinculado à University of South California que há quase 11 anos dedica-se a análises do mundo digital no Projeto Digital Future. “Tudo vai convergir para a mobilidade”, resumiu. “As mídias de massa não desaparecem, elas mudam. Elas têm que encontrar maneiras de sobreviver como players menores”, observa Cole, lembrando que é isso que aconteceu com o cinema e o rádio com a popularização da televisão. Para ele, com o avanço dos meios digitais, a TV não vai diminuir sua importância, porque o que se tem observado é um consumo simultâneo do conteúdo televisivo e das mídias digitais. O pesquisador ressaltou que em 1975, a população americana assistia em média a 16 horas de programação televisiva por semana. Em 2010, o número saltou para 35 horas. Mudança que se deve também ao fato de os lares terem hoje mais de um aparelho de TV, facilitando o consumo. “A TV não vai ser um player menor”, reforça. 34

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No entanto, a TV deverá também seguir algumas tendências. Uma delas é acompanhar o espectador em momentos não tradicionais de consumo, como no transporte público, na sala de embarque dos aeroportos e dentro dos aviões. “A TV será uma companhia constante”, afirma. Outra tendência forte é que os iPads e demais tablets sejam uma importante fonte de conteúdo impresso e da TV. “É esse o futuro da televisão e da mídia impressa”, palpita. Consumo simultâneo Dora Câmara, diretora comercial do Ibope Media, apresentou um estudo que aborda o perfil do internauta brasileiro e também indica o consumo simultâneo das mídias. Na TV, os principais programas que os internautas costumam assistir ao mesmo tempo em que navegam na web são jornais e noticiários (91%), filmes e documentários (57%) e seriados e minisséries (55%). Dos que consomem TV e Internet ao mesmo


“Poderemos dar ao usuário o ‘canal você’, com conteúdo personalizado disponível na Internet, no iPad e no celular.”

FOTOs: DIVULGAÇÃO

tempo, 54% comentam a programação na Internet. A pesquisa mostrou ainda que o número de iniciativas publicitárias e de anunciantes na web cresce mês a mês. Em agosto de 2011, foram registrados 5.741 anúncios de 2.166 anunciantes. Como exemplo de uma ação de sucesso, Dora citou o case da Nissan com os pôneis malditos. Em julho, dois dias após o lançamento da campanha, foram registradas 82.292 mensagens. Entre os comentários, 14% mencionavam o nome Nissan. Diante de cases como esse, Henrique Castro, do Google, sugeriu que é hora de os anunciantes e agências repensarem seus planos de mídia. A empresa vem conduzindo algumas pesquisas com grandes anunciantes que têm apontado que a mensagem é mais rapidamente compreendida nos

Henrique Castro, do Google

anúncios na Internet. São 2,5 repetições contra sete da TV. Essa redistribuição, no entanto, não significa a morte da televisão, lembra Castro. “Hoje na televisão há limitação de distribuição. A Internet vai dar mais possibilidades a produtoras independentes. Diariamente, são vistos no YouTube mais de 3 bilhões de vídeos. As produtoras independentes já estão atentas a esta audiência”, observa. Alguns anunciantes que participaram como palestrantes no evento também atestaram o aumento de investimentos na Internet e a importância deste meio,

especialmente para a prática do branded content. “Não vamos deixar de lado o comercial de 30 segundos, mas temos mais coisas para contar. Precisamos continuar este diálogo. O mundo digital nos permite a conversa continuada. É a grande porta de entrada para o branded content, para o conteúdo”, observou Maria Luisa López, diretora de mídia da Unilever Brasil, citando o Recipídia, um site colaborativo de receitas criado pela multinacional para a marca Hellman’s. “É uma responsabilidade do mercado criar plataformas de diálogo com o consumidor, e isso não tem fim”. Cristina Duclos, diretora de imagem e comunicação da Vivo,

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( publicidade) FOTO: Gustavo Scatena

explicou que a necessidade de interagir com o consumidor e criar novos conteúdos tem provocado redirecionamentos nas verbas de comunicação. Ela contou que até 2009, a empresa investia basicamente em televisão, com presença nos canais abertos todos os dias do ano. Com a Copa do Mundo de 2010, começou a desenvolver novas estratégias. Uma das iniciativas foi a criação da plataforma web “Eu vivo a seleção”. A empresa contratou Pelé e fez um alto investimento em um vídeo protagonizado por ele que só depois do sucesso na web foi para a televisão. Neste ano, para divulgar os valores amor e conexão, a Vivo criou um clipe para a música “Eduardo e Mônica”. O filme foi compartilhado por 1,6 milhão de pessoas no Facebook. “O consumidor da Internet busca conteúdo de qualidade. É importante que as marcas queiram produzir”, destaca a executiva.

“As mídias de massa não desaparecem, elas mudam. Elas têm que encontrar maneiras de sobreviver como players menores.” Jeffrey Cole, da University of South California

continuar crescendo de forma vigorosa”, observa. O executivo explicou que a Globo ainda aposta seriamente na TV aberta e na mídia de massa, mas que o objetivo é transformar-se em uma empresa multiplataforma. Nesta perspectiva, a Internet é a menina dos olhos da casa. “Estamos muito focados nela. Acreditamos que em alguns anos será a segunda mídia mais importante em audiência e em investimentos publicitários”, destaca. Um dos projetos envolvendo a Internet é alinhar os portais das afiliadas ao padrão da cabeça de rede, principalmente no que diz respeito à disponibilização do conteúdo em vídeo. Embora tenha mencionado o VOD, o executivo ressaltou que o conteúdo linear ainda é o grande chamariz de audiência na TV. “O VOD é uma oportunidade de alargar receitas e audiência, mas é complementar nos Estados Unidos e não será diferente no Brasil”, afirmou. Ele citou pesquisas da Nielsen que indicam que o americano médio consome 160 horas de TV por mês. Destas, 94% são de

Soberana O redirecionamento das verbas de comunicação não tem abalado a televisão. Octávio Florisbal, diretor geral da Rede Globo, destacou o bom momento que a televisão vive, apesar do crescimento de outras mídias e da fragmentação da audiência. Para ele, a alta definição, a tecnologia dos aparelhos e as novas experiências de consumo, como o VOD, têm contribuído para “um novo prazer de se assistir TV em casa”. “É um momento especial, o renascer da TV”, observou. O executivo disse que a expectativa da Rede Globo é fechar 2011 com crescimento de 7% a 8% em receitas publicitárias. Para 2012, a expectativa é que o crescimento fique entre 6% e 7%. “O mercado interno de consumo tem potencial de crescimento em todas as regiões. O mercado publicitário deve

Florisbal comentou os esforços que a emissora teve que fazer para garantir a transmissão do Campeonato Brasileiro entre 2012 e 2015. “É fundamental termos espaço específico para o futebol. Nesta última negociação, praticamente dobramos os valores. Os detentores aumentaram os preços e a concorrência fez ofertas agressivas, mas imaginamos recuperar os investimentos nestes quatro anos”, conta. Recentemente, a emissora perdeu os direitos da transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, para a Record. “Não tenho dúvidas de que a Record terá bons resultados, mas não vai afetar o investimento publicitário em TV aberta nas outras redes”, pondera Florisbal, lembrando que quem tem os direitos das transmissão de grandes eventos também tem os maiores gastos. Esporte Como o esporte é uma parte importante da programação da

Anunciantes querem que o legado da Copa do Mundo no Brasil para as marcas ultrapasse o mês de competição. conteúdo linear. Os outros 6% são de conteúdo gravado e VOD. Em relação ao conteúdo, o executivo assegura que a emissora tem cuidado para que a classe C, cada vez mais influente , seja representada nas suas atrações. Programas como “Fina Estampa”, “Tapas e Beijos”, “A Grande Família”, “Zorra Total” e o telejornalismo da casa já estão refletindo as necessidades deste público. “Não significa abrir mão da qualidade, mas ser mais abrangente e atender todo o mundo com a TV aberta”, explica. Atender a todos tem sido uma tarefa cada vez mais complexa devido também às iniciativas da concorrência. 36

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televisão brasileira, o Ibope desenvolveu o estudo Esporte Clube Ibope Media, que tem como objetivo levantar informações mais aprofun­ dadas sobre o consumo de conteúdo esportivo. A pesquisa completa deverá ser realizada ao longo de 2011, mas já foram concluídas as etapas que têm ênfase na televisão (aberta e paga) e na Internet. O estudo foi realizado entre abril e julho de 2011 nas 12 principais regiões metropolitanas com uma amostra de 9 mil entrevistas por onda que representam mais de 50 milhões de brasileiros acima de dez anos.


Dora Câmara, do Ibope, apresentou pesquisa sobre esporte: 58% praticam o consumo simultâneo do conteúdo esportivo, sendo a combinação mais comum a da TV com a Internet.

destaca, o principal ponto é saber o que a empresa quer com a Copa do Mundo. “Gerar awareness não é nosso caso, queremos entender como a Copa impacta a rotina dos nossos consumidores e o que o evento representa para eles emocionalmente”, diz. O executivo lembra que é importante planejar e dar início aos trabalhos com antecipação. A Ambev fez com a marca Brahma a primeira ação promocional valendo ingressos para a Copa do Mundo 2014. O Bradesco, primeira marca a associar-se ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) ainda durante a fase da campanha para a escolha do Rio de Janeiro, como sede das Olimpíadas, acredita que esta será uma oportu­ nidade única de participar de um processo de transformação. “A gente percebe que a cidade do Rio de Janeiro se transformou, e associar sua imagem a isso e ao esporte é muito positivo”, afirma Marco Antônio Rossi, presidente da Bradesco Seguros e Previdência. Segundo Rossi, a marca tem planos de comprar as cotas de patrocínio também das transmissões de televisão. FOTO: DIVULGAÇÃO

A pesquisa apontou que a televisão é o veículo mais procurado pelas pessoas quando elas buscam informação esportiva (72%), seguida do rádio (21%) e da Internet (16%). Entre os entrevistados, 61% afirmaram assistir aos eventos esportivos pela televisão ou no local onde eles acontecem, estádios e ginásios. Dos participantes da pesquisa, 58% praticam o consumo simultâneo, sendo a combinação mais comum a TV e a Internet (30%). As modalidades esportivas mais buscadas tanto na TV quanto na Internet são o futebol, o vôlei e a Fórmula 1, nesta ordem. Na TV, os conteúdos mais procurados são a transmissão ao vivo (58%), programas esportivos (47%) e noticiários esportivos (43%). Entre os eventos ao vivo, os favoritos são o futebol (93%), o vôlei (41%) e a Fórmula 1 (29%). Os principais motivos que levam os entrevistados a procurarem este tipo de conteúdo na televisão são a qualidade das reportagens e programas de entrevista (47%) e a credibilidade das informações (18%). A pesquisa abordou também quais eram as formas de publicidade que mais chamavam a atenção dos entrevistados nas atrações esportivas. A marca nos uniformes é a modalidade de maior visibilidade (69%), seguida dos anúncios no local do evento (68%), fala do locutor (67%), vinhetas nas transmissões (62%) e intervalo das partidas (59%). No estudo relativo à TV, o Ibope listou as categorias de anunciantes que mais associavam suas marcas aos programas esportivos tanto na TV aberta quanto na Internet. No topo da lista tanto dos canais pagos como dos abertos estão as marcas de cerveja. Nas demais posições, há diferenciação. Na TV aberta, a segunda categoria mais presente no conteúdo esportivo é refrigerantes, seguida de lojas de departamento. Na TV paga, os veículos e as instituições financeiras

ficam com o segundo e terceiro lugar, respectivamente. Na Internet, 40% dos entrevistados buscam notícias esportivas no geral e 35% querem assistir a jogos e competições esportivas. Entre os entrevistados que procuram conteúdo esportivo na Internet, 75% assistem a vídeos e 34% lêem blogs. Os conteúdos esportivos também estão bastante associados às redes sociais: 73% buscam ou compartilham informações sobre esportes nas redes. Marcas ao podium Ainda no tema esporte, o que mais tem despertado o interesse e também a preocupação dos anunciantes é a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos que acontecerão no Brasil. “Não vislumbramos só os 30 dias, mas como a presença da marca pode perdurar para os próximos anos”, explicou Luís Carlos Oliveira, diretor executivo de marketing da Visa no Brasil. A Visa tem investido em apoiar o futebol e, segundo o executivo, isso exige estratégias

Para anunciantes, o meio digital possibilita a continuação do diálogo com o consumidor e é ideal para praticar o branded content. diferenciadas, já que o cartão de crédito não está necessariamente associado ao futebol, mas a ideia da marca é estar presente na experiência que cerca o esporte, na compra dos ingressos, do aparelho de televisão, da cerveja. Para Marcel Marcondes, diretor de plataformas de esporte da Ambev, o evento no Brasil tende a ser diferente de todos os outros, pela forte identificação da população com o futebol e pela quantidade de empresas multinacionais que atuam por aqui e veem o país como região estratégica. Ele observa que anunciantes, agências e veículos precisam ter humildade e reconhecer que não há fórmulas prontas. Para o anunciante, ele

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Leonardo Gryner, diretor geral dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, disse que até o fim do primeiro semestre de 2012 devem ser definidos todos os patrocinadores de nível 1. Até agora, além do Bradesco, a Embratel e a Claro já se associaram. Segundo Gryner, os critérios são a contribuição com produtos e serviços necessários para a organização do evento, o comprometimento em contribuir para a divulgação da competição e o investimento de R$ 270 milhões. No total, serão três categorias de patrocínio. A competição deve ser acirrada. 37


( making of )

Lizandra de Almeida

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Pelas florestas

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FOTOs: divulgação

epois de ser aprovado na Câmara dos Deputados, o novo Código Florestal segue para votação no Senado. Para evitar sua aprovação, um coletivo de 153 ONGs e instituições ligadas à defesa do meio-ambiente criaram a campanha Floresta Faz a Diferença, em apoio ao Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável. O Comitê tem sede em várias capitais brasileiras e está promovendo o esclarecimento sobre o assunto, já que considera que o novo Código abre a possibilidade de uma devastação muito maior do que a desejada. A princípio, o Comitê resolveu convidar várias personalidades para participar de uma campanha impressa, na qual foram fotografadas segurando cartazes com frases de efeito sobre a importância das florestas. Havia também a proposta de se fazer um filme publicitário. Quando o diretor Fernando Meirelles se engajou na campanha, pensou que em vez de um grande filme poderia ser feita uma campanha mais barata, ágil e eficiente. Decidiu então convidar amigos, entre eles atores, atrizes, outros diretores, publicitários e pesquisadores, pedindo que falassem diretamente aos senadores, atentando para questões específicas do Código e fazendo um apelo ao bom senso. Os publicitários Percival Caropreso e Raul Costa Lima também participaram do desenvolvimento do conceito. Segundo Percival, sócio da consultoria Setor Dois e Meio, especializada no desenvolvimento de projetos de sustentabilidade para empresas, DVDs com os filmes foram distribuídos para órgãos de imprensa e também disponibilizados nas redes sociais, para distribuição viral. Os

O2 Filmes desenvolveu campanha sustentável em que personalidades gravaram seus depoimentos em casa e mandaram para finalização na produtora.

depoimentos também foram enviados para os e-mails dos senadores. “Fizemos uma campanha sustentável, produzindo 26 filmes sem gastar gasolina”, diz Meirelles. Toda a produção aconteceu virtualmente. O diretor enviou e-mails para os amigos e os orientou a gravar seus depoimentos nos próprios computadores, como se estivessem conversando com os senadores pelo Skype. Os vídeos foram enviados por e-mail para a O2 Filmes, onde foram editados com a vinheta da campanha. O resultado técnico, é claro, não é primoroso, mas todos os envolvidos se engajaram na campanha, estudando o assunto e produzindo vídeos bastante informativos e questionadores. Os participantes se sentaram diante do computador e gravaram seus vídeos, em suas próprias casas ou onde estivessem. O ator Wagner Moura e a atriz Alice Braga, por exemplo, estavam filmando um longametragem no Canadá, e enviaram seus depoimentos de lá. Gisele Bündchen estava em casa, em Nova York. “Em dez dias, fizemos 25 filmes a 38

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custo zero”, completa Meirelles. Outros filmes continuaram a chegar, como o do chef Alex Atala, que também se voluntariou. Meirelles é veemente ao falar sobre o assunto, pelo qual se interessa não só como cidadão, mas como proprietário de terras e produtor agrícola em Franca, no interior de São Paulo. “Não sei com que cara esse governo vai realizar o Rio+ 20 no ano que vem se deixar passar esse Código Florestal. Como vamos cobrar uma posição dos países desenvolvidos se aprovarmos itens perversos como os que estão nesse projeto?”, questiona. ficha técnica Cliente Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável Campanha #florestafazadiferença Produtora O2 Filmes Prod. executiva Fernando Meirelles Criação Percival Caropreso, Raul Cruz Lima e Fernando Meirelles


Tchau, berço esplêndido

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ela primeira vez na história da marca, o uísque Johnnie Walker apresenta uma campanha criada no Brasil, dirigida exclusivamente ao público brasileiro. Na verdade, é a primeira vez que a marca produz uma campanha especial para um país, e o aumento expressivo no consumo dos produtos da marca – um recorde de 30% no ano fiscal passado – justifica essa ação. O filme aproveita o momento de crescimento econômico do país e desenvolve uma metáfora que representa de uma maneira bem brasileira o mote “keep walking” (continue andando). Quem continua andando, no caso, é o gigante Brasil, que estava adormecido e agora despertou. O processo de criação envolveu até o desenvolvimento de uma lenda, que conta a história desse gigante que cai em sono profundo enquanto refletia sobre o que o faz gigante. À beira mar, o personagem dormiu durante séculos e, segundo a campanha, agora despertou com a resposta. O filme começa com os morros do Pão de Açúcar e da Urca lentamente se movendo, rachando e promovendo deslizamentos. As pessoas assistem atônitas e acompanham a transformação do cartão postal do Rio de Janeiro em um gigante enorme de pedra. Consciente, porém, ele pousa o bondinho com cuidado na areia da praia, antes de se levantar totalmente e sair caminhando pelo mar da Baía de Guanabara. A produção grandiosa é assinada pela Zohar International, com direção de Peter Thwaites, da produtora inglesa Gorgeous. Envolveu empresas e profissionais de 11 nacionalidades, em um total de 420 pessoas. As filmagens duraram seis dias e envolveram 216 figurantes e toneladas de equipamentos. A pós-produção, que inclui a criação do personagem, é da The Mill, produtora de efeitos de Nova York, empresa que já ganhou um Oscar de efeitos especiais

Primeiro filme da Johnnie Walker feito exclusivamente para o Brasil envolveu empresas e profissionais de 11 nacionalidades.

com o filme de Ridley Scott “Gladiador”. A empresa participou do projeto desde o início. Seus técnicos estiveram no Brasil acompanhando as filmagens, durante as quais um ator foi filmado com a câmera em alta velocidade, enterrado sob montanhas de terra e rocha. O material serviu de referência para os movimentos do gigante e para o timing da ação. A criação do gigante começou bem antes das filmagens. Para desenvolver o personagem, foram contratados artistas como escultores e ilustradores, que juntos fizeram com que o gigante ganhasse vida. Depois disso, a equipe de modelagem 3D da produtora passou vários dias reunida com um designer de conceito, para desenvolver escala, proporção e aparência do gigante. Sua articulação era o fator principal da criação, já que poderia comprometer a verossimilhança do personagem. Para isso, a filmagem do ator foi indispensável. Um dos artistas 3D da produtora, Vince Baertsoen, criou os parâmetros para a renderização das árvores que recobrem o corpo do gigante, outro grande desafio da equipe. Foi utilizada a ferramenta de renderização Arnold, da SoftImage. Baerstsoen criou um sistema que não só multiplicou as árvores sobre o corpo do

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personagem com absoluto realismo como tornou-as capazes de reagir aos movimentos do gigante, quebrando e soltando folhas quando atingidas por blocos de rocha e pedras. Para finalizar, a composição trabalhou com elementos virtuais combinados a imagens filmadas de poeira e fragmentos de rocha, para que o acabamento ficasse o mais realista possível. A campanha também incluiu uma ação no Facebook, que permite aos fãs da marca votar em iniciativas inovadoras de tecnologia, inovação e arte. ficha técnica Cliente Diageo Brasil Agência: NeoGamaBBH Produto Johnnie Walker Criação: Alexandre Gama Produtoras: Zohar Cinema e Gorgeous Direção Peter Thwaites Fotografia Joost van Gelder Montagem Bill Smedley, Marcos Camurati/ BBH & Mateus Araujo/Full Frame Trilha Big Foote Pós-produção e ef. digitais The Mill


( case )

Julie e os Fantasmas Mixer emplaca série de ficção infantojuvenil na Band e no Nickelodeon com um modelo em que é proprietária majoritária da marca e coordena os licenciamentos.

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FOTOs: divulgação

epois do lançamento da série de animação “Escola para Cachorros”, o núcleo de projetos infantojuvenis da Mixer identificou a oportunidade de produzir uma série voltada para o público de 9 a 12 anos que, na fase de transição entre infância e adolescência, é carente de atrações, principalmente na TV aberta. Paula Knudesen, Tiago Melo e Fabio Danesi criaram a ideia original de “Julie e os Fantasmas” e a produtora foi atrás de parcerias para viabilizá-la. A série estreou em outubro na Band e no Nickelodeon e virou um modelo dentro da produtora, que se manteve como proprietária majoritária da marca, coordenando os projetos de licenciamento e liderando os desdobramentos multiplataforma da atração. “É um projeto para o qual doamos toda a nossa energia”, disse João Daniel Tikhomiroff, presidente da produtora. “Julie e os Fantasmas” está calcada em fórmulas que já se mostraram exitosas entre o público ao que se destina: romance, música e sobrenatural. Trata-se da história de Julie, uma adolescente de 15 anos que tem uma paixão secreta e talento para a música. Quando ela liberta por acaso os fantasmas de uma banda dos anos 80 que ficou presa por 25 anos dentro de um disco de vinil, sua vida é transformada. Daniel, Martim e Félix vão ajudá-la a perder a timidez e a enfrentar os dilemas da adolescência. A primeira temporada tem 26 episódios. A série, orçada em R$ 6,3 milhões, vem sendo desenvolvida desde 2010. A Band entrou como

As gravações estão sendo feitas em Campinas e Paulínia, com o apoio da film commission de Paulínia.

parceira da produtora para a captação no Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e também contribuiu com recursos próprios, assim como o canal Nickelodeon. Completam o orçamento os patrocinadores que investiram recursos incentivados na série: a Mattel, a Alpargatas e a Motorola.

o Mipcom, que aconteceu em outubro em Cannes, na França. A série já foi vendida para a TV Zimbo, de Angola, e está em negociação com outros canais internacionais. Toda a parte multiplataforma da atração também está sendo tocada dentro da produtora, pelo Parcerias núcleo de transmídia e mídias Segundo Tikhomiroff, o projeto digitais. Todo o material produzido estabeleceu vantagens para todos os está nos sites da Band e do parceiros. A Mixer é a proprietária Nickelodeon, mas a centralização da produção garante Série terá estreia no Nickelodeon a unidade visual e de linguagem. América Latina em março de 2012. Para o diretor majoritária da marca e já está artístico de programação da Band, coordenando os projetos de Hélio Vargas, o programa está de licenciamento junto com a agência acordo com as premissas do canal. Kasmanas. Já está previsto o “A Band busca a linha ‘family’ e lançamento de uma coleção de cadernos quer incentivar a produção da Credeal e a Alpagartas, que nacional”, explica. Na TV aberta, a desenvolveu tênis para os personagens série vai ao ar todas as segundasda série, deve lançar uma linha de feiras desde o dia 17 de outubro às produtos de “Julie e os Fantasmas”. 20h25 e tem uma reprise ao longo Outras parcerias estão em negociação. da semana. Tikhomiroff também comemora o No Nickelodeon, a atração interesse que a série despertou durante estreou no dia 20 de outubro e 40

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ganhou o horário das 19h30 às quintas-feiras e também terá reprise semanal. Álvaro Paes de Barros, gerente geral da Viacom Networks no Brasil, lembra que o canal infantojuvenil da programadora já tem feito alguns investimentos em dramaturgia, como as novelas “Isa TKM” e “Isa TK+”, ambas coproduzidas com a Sony. “Com ‘Julie’, podemos colocar o Brasil na rota de produção de dramaturgia”, destaca o executivo. A série tem estreia marcada para março de 2012 no canal infantojuvenil da Viacom para a América Latina. Sem sustos Na data de estreia, dos 26 episódios previstos para a série, nove já estavam finalizados. As filmagens começaram em agosto e estão sendo feitas em Campinas e em Paulínia, no interior de São Paulo. A produtora executiva Juliana Capelini conta que a equipe da Mixer tem o apoio da film commission de Paulínia. Para ela, o apoio este apoio tem sido importante para o ritmo de produção da série. Por tratar de assuntos sobrenaturais, a série tem efeitos especiais e conta com uma produtora para fazê-los. A equipe

Julie e os Fantasmas Formato Direção geral

Roteiro

Fábio Danesi,

Série de TV, 26 episódios roff Luca Paiva e Michel Tikhomi Ricardo Tiezzi e Cássio Koshikumo

Renata Artigas Direção de produção Juliana Capelini e João Produção executiva Tiago Mello, miroff Daniel Tikho Mixer Produtora

da Área acompanha o projeto desde o roteiro para sugerir as melhores opções de finalização. “Julie e os Fantasmas” é uma das atrações de televisão em andamento na produtora. No Mipcom, a Mixer fechou um contrato para a produção de uma série de dramaturgia para a HBO. Financiada com recursos próprios da programadora, a série deve ser exibida

Sinopse: “Julie e os Fantasmas” é uma comédia adolescente com toques de terror, aventura, música e romance. Conta a história de Julie, uma adolescente de 15 anos que tem uma paixão secreta e um talento escondido: a música. Quando ela liberta por acaso os fantasmas de uma banda dos anos 80 que ficou presa por 25 anos dentro de um disco de vinil, sua vida é transformada. Daniel, Martim e Félix vão ajudá-la a perder a timidez e a enfrentar os dilemas da adolescência.

no final de 2012. Além dele, há o “Sítio do Picapau Amarelo”, animação que está em fase final e irá ao ar na Globo; a segunda temporada de “Escola pra Cachorro”, uma coprodução com o Canadá; e a segunda temporada de “Descolados” em parceria com a Band. Ana Carolina Barbosa


( indústria ) Fernando Lauterjung

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Sushi com goiabada Hitachi Kokusai compra a fabricante mineira de transmissores Linear para ampliar sua presença no mercado local e latino-americano. Portfólio de produtos fabricados no Brasil deve ser ampliado.

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estratégia da Hitachi Kokusai para ampliar sua presença na América Latina e, sobretudo, no Brasil, se difere da adotada por seus concorrentes. A empresa, ao invés de construir uma fábrica de montagem local de equipamentos de transmissão, comprou a Linear, com a meta de trazer parte de seu portfólio para as fábricas brasileiras. Até o momento, o mercado latinoamericano representa muito pouco para a empresa, que faturou em 2010 aproximadamente US$ 121,5 bilhões. A maior parte de seu faturamento vem do próprio mercado japonês. Em outubro, a Hitachi finalizou a aquisição de 100% das ações da Linear, criando a Hitachi Kokusai Linear Equipamentos Eletrônicos SA. A fabricante de Santa Rita do Sapucaí (MG) foi criada em 1977 e se consolidou como uma importante fabricante de transmissores de televisão, sobretudo de baixa potência. Começou a exportar seus equipamentos em 1985 e, segundo Carlos Alberto Fructuoso, diretor e um dos fundadores da empresa, hoje vende transmissores em 40 países, sendo os principais os Estados Unidos

e países da América Latina e da Ásia, como Filipinas, Tailândia e Vietnã. A empresa conta com uma fábrica de transmissores ATSC nos Estados Unidos. “Em 2003 desenvolvemos um transmissor que é hoje a base do nosso negócio nos Estados Unidos, onde temos 560 transmissores instalados. Número maior que o total de transmissores DTV no Brasil”, diz Fructuoso. A Linear conta com três fábricas, além da americana, duas no Brasil, uma de 7,6 mil m2 e outra de 10,5 m2, que por enquanto conta com espaço ocioso, o que permitirá a ampliação do portfólio. Em evento realizado em São Paulo, o presidente da nova companhia criada no Brasil, Shigeru Kimura, afirmou que a meta é “contribuir com a radiodifusão com a venda de equipamentos de uma forma bastante ampla, não somente no Brasil, mas na América do Sul e de forma global”. Kimura destacou que na gestão da nova companhia, a chave será a união amistosa. “O trabalho através da cooperação e da união de esforços, com equipes de ambas as empresas, construindo uma empresa mais sólida e mais presente no mercado”, disse. Segundo ele, os quatro fundadores da Linear (Carlos Alberto Fructuoso, Elias José Vaz Calil, José de Souza Lima, Robinson Gaudino Caputo) permanecem

Vendas da Hitachi em 2010

Mercados da Hitachi em 2010

Radiodifusão e sistemas de vídeo 25%

Sistemas de informação e comunicação sem fio 31%

Sistemas de manufatura de semicondutores 43%

Coreia 12%

Outros mercados asiáticos 4,50%

Taiwan 14,80%

Outros 1%

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Europa e outros 1,60%

América do Norte 9,10%

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Japão 58% Fonte: Balanço Hitashi Kokusai

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na gestão da nova companhia, como diretores. Segundo Yasutoshi Miyoshi, diretor geral comercial da nova empresa, a meta é trazer para a produção local um portfólio novo de produtos. “Não é apenas a produção. Temos que avaliar o que demandará uma adequação ao mercado local e investir nesta pesquisa”, diz. Fructuoso completa: “Já sentimos demanda por câmeras broadcast e micro-ondas portátil HD. O desenvolvimento deste tipo de produto é constante. Teremos muito mais desenvolvimento local”. Para Miyoshi, esse investimento em novas linhas de pesquisa criará uma mão de obra especializada que não existe no Brasil. Além disso, explica Fructuoso, a Hitachi deve apresentar demandas do mercado japonês. “Há uma demanda grande por produtos no Japão. É claro que não vamos desenvolver câmeras no Brasil para o mercado japonês, mas devemos desenvolver transmissores especificamente para eles”, diz. Novos mercados Além disso, a Hitachi Linear nasce com a missão de ampliar a área de atuação no Brasil. “Temos a missão de prospectar negócios em novos segmentos de mercado, além da radiodifusão”, diz Miyochi. O executivo destaca a tradição da Hitachi no mercado de câmeras de segurança, que deve passar a ser explorado no Brasil, inclusive com desenvolvimento e fabricação local. “Podemos ainda enveredar para a área de processamento de vídeo, o que ampliará bastante o escopo de atuação em broadcast”, completa Miyoshi.


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( upgrade )

Fernando Lauterjung

f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Mais suporte

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em câmeras Red, Arri ou nos Blackmagic Design formatos CinemaDNG e DNxHD, anunciou no final fazer os ajustes de cor, e depois de outubro a renderizar no formato ProRes atualização de software para ou em formato não-comprimido todos os clientes Resolve para Final Cut Pro X. DaVinci. Na versão 8.1, o O DaVinci Resolve agora DaVinci Resolve agora pode inclui novos efeitos de importar e exportar composição por camada, timelines do Final Cut Pro X, oferecendo aos coloristas uma usando o formato de arquivo combinação virtualmente infinita XML. Com isso, os usuários de ajustes de coloração e luz. podem levar os projetos de Resolve DaVinci 8.1 pode importar e exportar timelines do Final Cut Pro X, Outra novidade é que a solução, uma solução para a outra usando o formato de arquivo XML. seguindo da tradição da DaVinci mantendo a linha do tempo na indústria cinematográfica, multi-track com cortes agora inclui suporte ao “colorspace” e ao formato promovidos precisos, transições e mesmo mudanças de velocidade. pela Academy of Motion Picture Arts Sciences, o ACES e IIF, A solução de ajustes de cor suporta ainda o gerenciamento respectivamente. A compatibilidade com o Avid Media de mídia completo de projetos Final Cut Pro X, incluindo o Composer também foi melhorada, com importação e caminho de pastas onde estão os clipes adicionais e exportação para a edição no formato Avid AAF. imagens alternativas. O suporte a hardware também foi ampliado. O novo Para ter mais qualidade no acabamento da edição, é software traz compatibilidade total com o novo MacBook possível, por exemplo, exportar um trabalho do Final Cut Pro 15” da Apple, com exibição em 1680x1050. Pro para ajustes finais na solução da Blackmagic Design. O DaVinci Resolve 8.1 já está disponível como um Outro fluxo possível é usar o DaVinci Resolve 8.1 para download gratuito para todos os clientes atuais do produto. gerenciar imagens de altíssima resolução, como os geradas

Interatividade

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interatividade da TV digital aberta, através do middleware Ginga (DTVi), já está disponível aos donos de televisores não equipados com o middleware. Está no mercado a caixa VT7200E, da Visiontec. Trata-se de um set-top receptor no padrão ISDB-T que pode ser usado para levar os sinais da TV digital a televisores sem o receptor embarcado, sejam eles de alta definição ou não. O equipamento vem com o StickerCenter embarcado. A ferramenta, desenvolvida pela Totvs baseada em Ginga, dá à caixa as funções de uma SmartTV, com acesso a aplicativos com informações e entretenimento, como notícias, previsão

do tempo, jogos, etc. Além disso, o conversor tem a função DVR, que possibilita gravar a programação disponível em um dispositivo externo USB. O aparelho tem o recurso de rede sem fio wi-fi que possibilita acessar a internet sem a necessidade de ter o cabo de rede conectado ao produto. Uso profissional A caixa da Visiontec pode ser usada ainda como uma solução para recepção de conteúdos pela rede IP. Através do recurso Dialetto, embarcado apenas nas caixas oferecidas ao mercado profissional, é possível receber conteúdos como vídeos para formação, treinamentos e para TVs corporativas. Através da solução é possível receber um vídeo por IP, que pode ser exibido durante o streaming ou, em situações de pouca banda, ser gravado em um dispositivo USB para exibição posterior.

VT7200E, da Visiontec, traz a plataforma StickerCenter embarcada.

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T e l a

V i v a

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( agenda ) 10 a 17 19º Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade Sexual, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3562-2100. E-mail: mixfest@gmail.com. Web: www.mixbrasil.org.br

DEZEMBRO

17 de novembro de 2011 O primeiro debate público sobre a Lei 12.485, com presença da Ancine, programadoras e produtores independentes. MIS, São Paulo, SP Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergecom.com.br

NOVEMBRO 5 a 13 25º Festival Internacional de Cine de Mar del Plata, Mar del Plata, Argentina. Tel.: (54 11) 4383-5115. E-mail: info@mardelplatafilmfest.com. Web: www.mardelplatafilmfest.com

1 a 11 33º Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, Habana, Cuba. E-mail: festival@festival.icaic.cu. Web: www.habanafilmfestival.com.

JANEIRO 2012

6 a 15 Flickerfest 2012, Sydney, Austrália. E-mail: coordinator@flickerfest.com.au. Web: www.flickerfest.com.au.

23 a 25 Natpe 2012, Miami, EUA. E-mail: eric@natpe.org. Web: www.natpe.org. 25 a 5/2 International Film Festival Rotterdam 2012, Rotterdam, Holanda. E-mail: tigger@filmfestivalrotterdam. com. Web: www.filmfestivalrotterdam. com 29 a 1/02 Realscreen Summit, Washington, EUA. Tel.: (416) 408-2300. E-mail: jpinto@brunico.com. Web: http://summit.realscreen.com/2012/ contact.html

FEVEREIRO

10 a 13 CES 2012, Las Vegas, EUA. Tel.: (866) 233-7968. E-mail: CESreg@CE.org. Web: www.cesweb.org.

7 a 10 Kidscreen Summit, Nova York, EUA. Tel.: (1-416) 408-2300. E-mail: customersupport@kidscreensummit.com. Web: www.kidscreensummit.com

23 a 29 Festival Internacional de Programas Audiovisuais – Fipa, Biarritz, França. E-mail: info@fipa.tm.fr. Web: www.fipa.tm.fr.

9 a 19 Festival Internacional de Berlim, Berlim, Alemanha. Tel.: (49-30) 259-200. E-mail: info@berlinale.de. Web: www.berlinale.de

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