Revista Telaviva 262 Outubro de 2015

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

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ELE VENCEU Radiodifusão pede que a transmissão analógica de TV se perpetue em cerca de 5 mil municípios.

ENTREVISTA Américo Martins conta como pretende tornar a TV Brasil mais relevante

TECNOLOGIA Soluções dão à TV por assinatura condições para competir com o OTT


UMA COISA LIGA A OUTRA QUE LIGA O MUNDO QUE NUNCA DESLIGA. Nunca Desliga.


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audiovisual contará nos próximos 12 meses com R$ 646 milhões de financiamento direto, pela segunda edição do Programa Brasil de Todas as Telas. A garantia dos recursos, em época de contingenciamento, é uma boa notícia para todo o setor, que receberá investimentos nas diversas modalidades de produção e distribuição de conteúdo audiovisual. Segundo a Ancine, o resultado do primeiro ano do programa superou as metas estabelecidas. Foram 306 longas-metragens e 433 séries ou telefilmes apoiados com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual. Além disso, foram estruturados 55 núcleos criativos em todas as regiões do país, que devem levar ao desenvolvimento de 620 projetos que alimentarão o setor nos próximos anos. Seguem nesta edição as linhas destinadas ao financiamento do desenvolvimento de projetos, produção de filmes para o cinema e séries para a televisão, e abertura e digitalização de salas de cinema. Entre as novidades está o financiamento ao desenvolvimento de jogos eletrônicos, bem como o investimento na modelagem de um serviço público de vídeo on-demand. A área de jogos finalmente ganha o status de uma modalidade de conteúdo nas políticas de desenvolvimento do audiovisual, ao mesmo tempo que o VOD começa a ser percebido como uma janela estratégica na distribuição dos conteúdos. Também é positiva a divulgação de um cronograma oficial de lançamento de editais até dezembro de 2016, que permite ao setor se preparar para o próximo período. Outra boa notícia para o setor foi a chegada da advogada e produtora Debora Ivanov à diretoria colegiada da Ancine, com mandato de quatro anos. Assim, o órgão volta a funcionar com todas as vagas preenchidas, e ganha um nome ligado ao mercado, uma demanda antiga. A produtora foi sócia da Gullane, onde teve participação em alguns dos grandes sucessos do cinema nacional no período, como "Carandiru", "O ano em que meus pais saíram de férias", "O lobo atrás da porta" e "Que horas ela volta", entre muitos outros. Na cerimônia de posse, Debora apontou que o momento é de ajustes nos processos, mas também de enfrentamento, perante as dificuldades impostas pela crise e a resistência que ainda existe à regulamentação. Mesmo em um período difícil, o audiovisual parece estar razoavelmente garantido, a se manterem as políticas apontadas pela administração federal. A conferir se o resultado de todo este investimento conseguirá ampliar a presença do conteúdo nacional na preferência do público.

CAPA: EDITORIA DE ARTE CVG

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scanner 6 figuras 10 TV digital 12 16

Emissoras de TV formalizam primeiro pedido de mudança no cronograma de desligamento da TV analógica

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entrevista 16 Américo Martins, da EBC, conta que nova meta da TV Brasil é a busca por relevância

making of 22 estratégia 24 Globo lança seu OTT sustentado por publicidade e assinatura 30

tecnologia 26

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Virtualização, wi-fi, nuvem, vídeo IP e caixas inteligentes permitem às operadoras fazer frente ao OTT

programação 28 HBO completa dez anos de produção de conteúdo no Brasil

case 30 upgrade 32 agenda 34 Experimente o app da revista Tela Viva!

Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

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Cozinha infernal O SBT estreou no final de outubro a terceira temporada do reality gastronômico “Hell’s Kitchen – Cozinha Sob Pressão”, versão nacional de formato da iTV produzido pela FremantleMedia. Com 14 episódios semanais de 30 minutos, a atração agora ocupará novo horário na grade da emissora, com exibição aos sábados, 21h30. O novo horário acompanha a reformulação do nome da atração, que passa a dar mais destaque para a marca do formato original (Hell’s Kitchen). “É um nome forte com o qual as pessoas se identificam e resolvemos aproveitar melhor isso”, diz Fernando Pelegio, diretor artístico do SBT. Adriana Cechetti, que já havia dirigido “Bake Off Brasil – Mão Na Massa” no SBT, assume a direção da atração, que também contará com cenário reformulado. “Hell’s Kitchen – Cozinha Sob Pressão”, mantém os patrocinadores Friboi e Seara, presentes desde a primeira temporada, e traz novo patrocínio da Cacau Show.

CHOLAS PICCILLO/SHUTTERSTOCK.COM

FOTO: WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL

Formato ganha terceira temporada no SBT

Sob nova direção

VOD infantil

O novo ministro das Comunicações, André Figueiredo, disse que a prioridade de sua gestão será resolver a migração das rádios AM para FM e a tarifa que será cobrada pela outorga; completar a migração da TV analógica para digital; e ampliar a inclusão digital, com a ampliação do Plano Nacional de Banda Larga. “É André Figueiredo, ministro das lógico que tudo isso demanda recursos, mas ao nos Comunicações convidar, a presidenta disse que essa é uma das prioridades”, afirmou após a solenidade de posse, realizada no Palácio do Planalto. Figueiredo disse que haverá mudanças na equipe. Para a secretaria executiva do Minicom, por exemplo, vai o ex-secretário executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Ibiapina. Para os demais cargos, o ministro declarou que vai primar pela meritocracia, escolher pessoas que realmente entendam do assunto, para em curto espaço de tempo dar celeridade aos trabalhos da pasta. “O Brasil precisa aprofundar e aperfeiçoar a legislação das telecomunicações, implementar a ampliação do Plano Nacional de Banda Larga, tema em que a presidenta está muito envolvida”, disse. Sobre recursos para o programa, André Figueiredo reconheceu que será preciso buscar soluções. Para o novo ministro, é possível não haver mudanças na Telebras. “Vou conversar com Jorge Bittar, gosto muito dele”, disse. Figueiredo ainda disse que sua ida para o ministério não garantirá que o seu partido, o PDT, vote sempre com o governo. “Nós vamos manter o diálogo com os parlamentares, mas a presidenta sabe que em alguns pontos o partido não abre mão de votar contra o governo”, admitiu.

O Telecine lançou o Telecine Zone, voltado para crianças de 6 a 12 anos. O aplicativo permite assistir a filmes e séries, jogar, colecionar figurinhas virtuais, montar o próprio avatar e decorar sua tela. O Telecine Zone é oferecido gratuitamente aos assinantes dos seis canais da Rede. Inicialmente, contará com cerca de 500 conteúdos no acervo, entre filmes e séries, além de jogos com personagens. Será possível também fazer download temporário de até cinco produções para assistir offline. O aplicativo permite que a criança assista a uma produção e jogue ao mesmo tempo, com a tela bipartida.

Combate O MMA continua aquecido e em expansão dentro do território nacional. O Combate, canal de lutas da Globosat, fechou setembro com crescimento de 20% na sua base de assinantes, em relação ao mesmo período de 2014. A expectativa do canal é que este número aumente ainda mais nos últimos três meses do ano, já que o período terá lutas com as estrelas Ronda Rousey e Vitor Belfort, além do

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duelo entre José Aldo e Conor McGregor. O canal também ultrapassou a marca de 1 milhão de usuários pelos aplicativos Combate e Combate Play, plataformas on-line da emissora de lutas. A expectativa é que mais de 200 mil telespectadores assistam ao vivo, pela internet, a luta entre José Aldo e Conor McGregor, em dezembro, superando a marca de 127 mil pessoas na luta entre Ronda Rousey e Bethe Correia, recorde de audiência da plataforma.

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Recursos O Programa Brasil de Todas as Telas – Ano 2, com as linhas de investimento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para os próximos meses, pelo Ministério da Cultura e a Ancine. Seguem nesta edição as linhas destinadas ao financiamento do desenvolvimento de projetos, produção de filmes para o cinema e séries para a televisão, e abertura e digitalização de salas de cinema. Entre as novidades está a ampliação das modalidades de investimento para a linha de distribuição de longas metragens e o financiamento ao desenvolvimento de jogos eletrônicos, investimentos na modelagem de um serviço público de VoD, além das iniciativas do Ancine + Simples. Os editais serão geridos pela Ancine, que divulgou um cronograma oficial de lançamento até dezembro de 2016. O investimento previsto para o segundo ano do programa é de R$ 646 milhões. Ainda dentro do Programa Brasil de Todas as Telas – Ano 2, estão previstas as ações

administradas pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, como o Edital de Seleção de Projetos para filmes de LongaMetragem de Baixo Orçamento e o Programa DOCTV Brasil. A SAV coordenará também os novos editais com temática infantojuvenil, com temática afrobrasileira, além do desenvolvimento de Jogos Eletrônicos e o apoio à Produção Audiovisual Indígena. Segundo a Ancine, o resultado do primeiro ano do Programa superou as metas estabelecidas. Foram 306 longas-metragens e 433 séries ou telefilmes apoiados. Foram estruturados 55 núcleos criativos em todas as regiões do país, projetando o desenvolvimento de 620 projetos.

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A Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional) teve seus valores atualizados. O ajuste, de mais de 100%, foi relativo à Condecine incidente sobre veiculação, produção, licenciamento e distribuição de obras cinematográficas e videofonográficas com fins comerciais (a chamada Condecine Título). Também houve reajuste da contribuição que incide sobre os serviços de distribuição de conteúdos audiovisuais instituídos pela Lei 12.485/2011 (Condecine Teles). Segundo a Ancine, a maioria dos valores relativos à Condecine Título, estabelecidos pela Medida Provisória 2.228-2001, não era reajustada desde que foram instituídos em 2001. O reajuste é, de acordo com a agência, uma atualização de valores, proporcional aos últimos 14 anos, tendo em vista a correção da inflação do período. Já a Condecine Teles teve uma atualização proporcional ao período de 2011 a 2015. O serviço de vídeo doméstico não teve o valor de sua contribuição alterada. O produto da arrecadação da Condecine compõe o Fundo Setorial do Audiovisual – FSA, principal mecanismo de incentivo ao desenvolvimento do mercado audiovisual brasileiro.

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ERIC ISSELEE/SHUTTERSTOCK.COM

Ajuste

Meia-entrada O governo federal publicou no Diário Oficial da União decreto que regulamenta a comercialização de ingressos de meia-entrada a eventos artísticos, culturais e esportivos. O texto regulamenta lei aprovada em dezembro de 2013 e determina que a meia-entrada deve ser assegurada em 40% do total de ingressos disponíveis para venda. As regras passam a valer a partir do dia 1° de dezembro. De acordo com o texto, pontos de venda físicos ou virtuais e estabelecimentos culturais devem exibir “de forma clara, precisa e ostensiva” informações atualizadas sobre a quantidade de ingressos meiaentrada disponíveis. Caso as informações não estejam disponíveis, consumidores que tenham direito a meia-entrada poderão pagar metade do preço mesmo que a cota de 40% já esteja esgotada. O decreto também estabelece critérios para garantir acesso ao benefício para estudantes, deficientes e jovens de baixa renda. Para ter acesso aos ingressos de meia-entrada, estudantes deverão apresentar uma Carteira de Identificação Estudantil (CIE) emitida por uma das seguintes entidades: União Nacional dos Estudantes (UNE); União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes); entidades estaduais e municipais filiadas à UNE e à Ubes; Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs); e centros e diretórios acadêmicos de níveis médio e superior. Para garantir o acesso dos jovens de baixa renda à meia-entrada, será criada a “Identidade Jovem”, documento que será emitido pela Secretaria Nacional da Juventude, em ação com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social. A emissão do documento ainda precisa ser regulamentada. A presidenta Dilma deu prazo até 31 de março para que eles sejam emitidos. O benefício atenderá jovens com idade entre 15 e 29 anos de família com renda mensal de até dois salários mínimos inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Pessoas com deficiência terão direito ao benefício da meia-entrada mediante apresentação do cartão de Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social da pessoa com deficiência ou de documento emitido pelo INSS que ateste aposentadoria. Os comprovantes deverão estar acompanhados de documento de identificação.

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( scanner) OTT puro A Telecine planeja comercializar suas plataformas de vídeo on demand – Telecine Play e Telecine Zone – sem a assinatura dos canais lineares. Segundo Flávia Hecksher, diretora de marketing do Telecine, o plano é oferecer as plataformas de distribuição online do grupo de maneira independente até, no máximo, o final de 2016. A executiva ressalta que a Rede Telecine não pretende romper com as operadoras tradicionais. Pelo contrário, a ideia é que as plataformas de VOD sejam comercializadas pelos próprios operadores. “Não há nenhum estudo ou desejo de rompimento. Toda e qualquer comercialização que façamos será por meio das operadoras, até mesmo porque nossa expertise está na produção e programação, não na distribuição. Queremos oferecer opção e conforto para o consumidor e, ao mesmo tempo, aumentar a receita da indústria. Não queremos quebrar um modelo que já está funcionando”, diz. A executiva definiu a oferta independente dos serviços VOD como uma questão de tempo. “Em algum momento, em breve, é certeza absoluta (vender o VOD separado). Até porque essa é uma evolução natural”. Segundo ela, mais de 30% da audiência dos seus principais lançamentos já vem das plataformas VOD.

10 anos

Com dez anos de vida no Brasil, a Hungry Man se prepara para outra década no país. A produtora tem forte atuação na área de publicidade e, desde 2011, tem um braço de multi formatos ativação, projetos digitais e de branded content - a Hungry Man Projects. Já a área de TV e Cinema foi criado há dois anos. Só este ano, a área lançou oito projetos para TV, entre eles os programas “Os Suburbanos” (Multishow), “Morar Mundo” (GNT) e “Zona de Conflito” onde irão para Iraq e Syria em busca de histórias especiais com o fotógrafo de guerra Gabriel Chaim, e um para cinema, o filme “Terapia de Vingança”. Segundo Alex Mehedff - sócio da produtora ao lado de Bryan Buckley, Gualter Pupo e Carlão Busato - “os próximos dez são muito mais difíceis que os passados. Já temos uma estrada e temos que continuar evoluindo”. Ele conta que a área de entretenimento já representa 30% do faturamento da empresa. Mesmo assim, o faturamento com publicidade continua crescendo. “No Brasil o modelo de negócio favorece esse modelo tradicional”.

OTT puro 2 A HBO Latin America lançará o HBO GO como um serviço de streaming pago na América Latina. O primeiro país da região a receber o novo serviço será a Colômbia, com lançamento previsto para o final deste ano. Atualmente, o HBO GO está disponível como um complemento da assinatura do pacote Premium HBO/ MAX através das operadoras de TV paga da região. Com o lançamento do serviço de assinatura por internet, consumidores que só tem conexão de banda larga poderão ter acesso ao catálogo HBO GO sem precisar do serviço de TV paga por meio de

Plataforma chega à América Latina no final do ano.

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Gualter Pupo, Alex Mehedff e Carlão Busato

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distribuidores do serviço no Brasil, nos demais países da América Latina e no Caribe. Os vários acordos de distribuição e o preço do novo serviço digital da HBO GO serão anunciados conjuntamente com os provedores de cada país no momento do lançamento. Ainda há previsão de data para o lançamento no Brasil. O HBO GO conta com mais de 2,5 mil títulos em seu catálogo online. O serviço oferecerá todos os episódios de todas as temporadas das séries originais da HBO dos Estados Unidos e todas as séries originais da HBO produzidas na América Latina. Além disso, trará documentários, filmes, programas e especiais do grupo. O lançamento do serviço de assinatura digital também trará novas funções à plataforma HBO GO, incluindo a opção de escolher o idioma (português, espanhol, ou inglês) de menus, áudio e legendas, uma transmissão ao vivo do canal HBO e uma nova interface para o usuário. Para assinantes de TV por assinatura das operadoras participantes, a HBO Latin America planeja continuar oferecendo a HBO GO de forma gratuita, como valor agregado à assinatura do pacote HBO/MAX, com todo o funcionamento e o conteúdo do serviço de assinatura online. •

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Premiado O programa “Futurando”, produzido pela redação brasileira da Deutsche Welle na Alemanha, recebeu nesta semana a Homenagem Especial do festival Ver Ciência 2015. O prêmio foi entregue na cerimônia de abertura da Mostra. Rodrigo Abdelmalack e Svea Kröner, da DW, e Sergio Brandão, da Ver Ciência. Em comunicado, a organização do evento atribui a homenagem ao programa à “sua promissora contribuição à difusão da cultura científica pela TV em seus três primeiros anos de existência”. No ar desde 2012, o “Futurando” traz semanalmente notícias sobre ciência, tecnologia, meio ambiente e sustentabilidade. No Brasil, a atração é exibida no Canal Futura, na TV Brasil e nas emissoras regionais Rede Minas e TV Câmara Tupã. O programa também vai ao ar em Moçambique e pode ser assistido no portal da DW.

Animais em 4K A Petchannel, produtora brasileira especializada em animais de estimação e com produção 100% em 4K, fechou acordo de distribuição com o canal Record News. Com 15 minutos de duração, os programas da produtora serão exibidos de segunda a sexta, às 16h15. As atrações reúnem jornalismo e entretenimento com prestação de serviços. A grade de programação apresenta títulos como "Pet Sport", "Pet Saúde", "Pet Entrevista", "Pet Herói", "Amor de Pet", "Pet Raças" e "Pet Cassetadas". EKIPAJ/SHUTTERSTOCK.COM

Novo recuo As assinaturas de TV paga voltaram a cair em agosto. Neste mês, o Brasil somou 19,58 milhões de acessos ante 19,63 milhões registrados em julho. Embora com menos usuários, o grupo Telmex (Claro/Embratel/NET) continua liderando com 51,89% do mercado, seguido da Sky/DirecTV, que detém 28,64%. Juntos, os dois grupos são donos de mais de 80% do mercado. Das grandes operadoras, a GVT e a Net foram as únicas a conquistarem clientes em agosto. A Net teve crescimento positivo de 26,8 mil assinantes e a GVT cresceu 17,7 mil clientes, chegando respectivamente a 7,06 milhões e 1,03 milhões de assinantes. A Sky teve uma expressiva queda de 63 mil assinantes em agosto, ficando em 5,6 milhões de clientes, assim como a Claro HDTV, que perdeu 29 mil clientes no mês., para 3,3 milhões no total. A tecnologia DTH (satélite) mantém a liderança com 59,84% dos acessos, mas vem perdendo terreno todos os meses. Os acessos a cabo têm crescido mensalmente e já representam 39,35% dos contratos. O mesmo acontece com os acessos em fibra óptica, que atendem 0,74% dos assinantes. A tecnologia MMDS ainda responde por 0,02% dos contratos. Segundo a Anatel, no oitavo mês deste ano, o serviço de TV por assinatura estava presente em 29,53% dos domicílios brasileiros. Nos 12 meses acumulados até agosto, o mercado ainda tem saldo positivo de crescimento em 1,7%, ou 330 mil assinantes.

Primeira entrega A GfK entregou seu painel de medição de audiência de TV para dados domiciliares, incluindo audiências em tempo real e consolidada para todas as 15 regiões metropolitanas nas quais a empresa irá operar no Brasil. Os clientes passam a ter acesso aos dados de medição, assim como a softwares de análise. O lançamento se dá cinco meses após a data prevista do início do serviço. Segundo a empresa, Record, RedeTV e SBT são os clientes que receberam acesso ao painel. O rompimento com a Band, portanto, não está resolvido. Segundo a GfK, o painel de audiência de TV foi montado com base em levantamento socioeconômico baseado em 67 mil entrevistas e é composto por mais de 6 mil domicílios distribuídos entre as classes A a E – incluindo, pela primeira vez, medição em comunidades. A metodologia e as métricas serão monitoradas por meio de auditorias externas e internas. A GfK já entrou em acordo para ter a Ernst & Young como auditora externa, com início imediato.

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( figuras) Novas funções

Fernando Medin

Carolina Lightcap

Fábio Brandão

A Discovery Networks Latin America/U.S. Hispanic (DLA/ USH), anunciou novas funções para Fernando Medin, vicepresidente executivo e diretorgeral da Discovery Networks Brasil e Cone Sul, e Carolina Lightcap, vice-presidente executiva e Chief Content Officer para a América Latina e mercado hispano-americano. Ambos os executivos continuam a reportarse diretamente a Enrique R. Martinez, presidente e diretor-geral da DLA/USH. Há mais de oito anos no comando dos negócios da Discovery Networks Brasil, Medin passa também a liderar as equipes do Cone Sul, a partir dos escritórios da empresa sediados em São Paulo e Buenos Aires.

Criação Ex-diretor de criação, Fábio Brandão, chegou à Conspiração Filmes assumindo novo cargo: produtor criativo. Brandão será responsável em dar suporte criativo aos diretores e produtores da casa. O profissional tem 20 anos de experiência no mercado publicitário. Começou na rede Globo, como produtor de chamadas. Passou por Propaganda Registrada, Bates Brasil, Fischer, JWT e DM9.

Vídeo online

Fim da parceria Após quase três anos juntos, os produtores executivos Karin Stuckenschmidt e Carlos Grübber e os diretores Andreas Heiniger e Nicole Heiniger comunicaram o encerramento da sociedade na Home Productions. Karin continua atuando sob a marca Home no mercado internacional com os projetos de production service. Andreas e Nicole seguirão com seus projetos de fotografia e direção de filmes. Em comunicado, os ex-sócios atribuíram a separação a “questões de alinhamento estratégico” e disseram que a decisão foi unânime.

Posse A advogada e produtora Debora Ivanov assumiu seu assento na diretoria colegiada da Ancine, com mandato de quatro anos, na vaga deixada por Vera Zaverucha. Assim, o órgão volta a funcionar com todas as vagas preenchidas. Em cerimônia na Cinemateca, em São Paulo, Débora disse que era um desejo antigo do setor audiovisual ter alguém com origem no mercado na diretoria da Ancine. A produtora foi sócia durante cerca de 15 anos da Gullane e Debora Ivanov teve participação em alguns dos grandes sucessos do cinema nacional no período. Para a diretora, o momento é de ajustes nos processos (como a Ancine já vem fazendo, por exemplo, com o programa Ancine + Simples), mas também de enfrentamento. “Temos que preservar as conquistas da (lei) 12.485, que ainda sofre resistência. O VOD também é uma nova fronteira de expansão, e precisa ser regulado”, disse. “A crise obriga a rever as estratégias, mas o fundamental é mantermos a união”, concluiu. 10

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Edmar Moraes

A Kaltura, fornecedora de plataformas de vídeo, nomeou Edmar Moraes como seu novo gerente nacional e líder de operações e vendas para o Brasil. O executivo tem mais de 19 anos de experiência nos mercados de TI, TV Digital e OTT, com passagem por empresas como Cisco, NDS, Nagra, GlobalNet e Pepsico Group.

Direção de cena

Jean Franco Borges

A Side Cinema contratou o diretor de cena Jean Franco Borges. O profissional chega à produtora para desenvolver filmes em diversos segmentos, de publicidade a séries de TV. Na produtora, Borges já está conduzindo projetos para seriados de TV, websérie e branded content.

Reforço italiano A produtora Moove House contratou o italiano Riccardo Rossi para compor seu time de diretores de cena. Na Itália, trabalhou no Cine Città, o mais famoso complexo de estúdios do cinema italiano; por lá, foi um dos idealizadores e diretor da Mithril, produtora cinematográfica com sede em Roma entre os anos de 2003 e 2008.

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O Closed Caption (CC) é um sistema de legendas transmitidas em tempo real, durante a programação da TV. O objetivo é que deficientes auditivos possam acompanhar as apresentações sem prejuízo na compreensão. Já o TV Texto é um aplicativo que disponibiliza em tablets, computadores e smartphones, as descrições escritas do que é dito na emissora de tevê, também em tempo real. Com baixo custo, permitem oferecer textos e legendas nos idiomas português*, inglês ou espanhol, aumentando o número de telespectadores de qualquer programa televisivo e contribuindo para disseminar informação e promover acessibilidade às pessoas com deficiência auditiva, em qualquer localidade do mundo. Entre em contato conosco, agregue mais tecnologia à sua marca e descubra um mundo de oportunidades para sua emissora.

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( capa ) Samuel Possebon e Lúcia Berbert

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Cronograma furado

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que parecia inevitável agora já é uma (quase) certeza: o cronograma de desligamento da TV analógica não será cumprido. Para não dizer que o fato é consumado, até o fechamento desta edição o tema estava ainda pendente de uma formalização, uma posição definitiva do Gired (Grupo de Implantação da TV Digital) e do Ministério das Comunicações, mas tudo caminhava nesse sentido. A se confirmar definitivamente esse cenário, duas coisas devem acontecer: as grandes cidades terão seus sinais desligados, na melhor das hipóteses, até o final de 2017 e; as pequenas e médias cidades provavelmente conviverão com o sinal analógico por muito tempo, muito além de 2018, como inicialmente previsto. A primeira data a ser descumprida é dia 30 de novembro, com o desligamento da cidade-piloto de Rio Verde (GO), paradoxalmente a única que ainda tinha alguma chance de ficar dentro do cronograma. Em favor de uma mudança no cronograma estão, de um lado, os radiodifusores, que colocaram a proposta de adiamento na mesa. Também corrobora nesse sentido um fato: números necessários ao desligamento pareciam distantes. Do lado das empresas de telecomunicações as esperanças de que o cronograma seria cumprido já eram pequenas. As teles, que participam do processo por meio da EAD (Entidade Administradora da Digitalização), estão custeando a limpeza de espectro e têm interesse

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Emissoras de TV formalizam primeiro pedido de mudança no cronograma de desligamento da TV analógica e embaralham o planejamento das teles e as perspectivas para o switch-off.

direto na questão, pois precisam do desligamento para receberem a faixa de 700 MHz do espectro hoje nas mãos das emissoras de TV. No governo, apesar de entre os técnicos haver um certo conformismo com a inevitabilidade do adiamento, há ainda muita incerteza política. Especificamente com a linha que será dada pelo novo ministro André Figueiredo, que desde que assumiu o cargo, no início de outubro, optou por manter o cenário aberto e não foi incisivo na defesa dos prazos existentes nem deu como certo o desligamento. Disse apenas que em novembro uma decisão viria. “Nenhuma decisão será tomada sem

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um amplo diálogo entre as teles e a radiodifusão”, afirmou Figueiredo, para logo depois contemporizar. “O cronograma tem que ser observado e perseguido, a não ser que aconteça algo que seja considerado um obstáculo intransponível para evitar prejuízos para o cidadão, prejuízos para aqueles que não estão com a migração completa, a meta não é de se postergar o prazo final de 2018, talvez dentro desse prazo tenham alguns ajustes”, disse o ministro logo que assumiu o cargo. O ministro das Comunicações admite, contudo, que todas essas questões estão sendo examinadas. “A gente não vai tomar nenhuma decisão açodada, quero ouvir as teles e a radiodifusão, para que não haja prejuízos para o cidadão, mas que haja a garantia de um compromisso efetivado com as teles, que investiram um valor significativo, foi arrecadado muito para isso, e o que nós queremos é saber como está a entrega de set-top box para os beneficiários do Bolsa Família, ter acesso a pesquisas para ver como está a adesão do público C e D, que não vai receber a caixinha, mas também vai precisar desprender um valor alto e agora é difícil fazer investimento”, disse Figueiredo. A proposta A proposta dos radiodifusores já vinha sendo discutida informalmente desde setembro, mas foi oficializada durante a abertura do Congresso da Abert, dia 6 de outubro, coincidentemente o primeiro dia da gestão do novo ministro André Figueiredo. A proposta das TVs é desatrelar o desligamento do sinal

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analógico da liberação da faixa de 700 MHz. Ou seja, onde for possível livrar o espectro para as teles imediatamente, isso será feito, mesmo que os sinais analógicos de TV continuem sendo transmitidos. Nessa situação, estimam as TVs, estão cerca de 5 mil municípios. Nas outras 500 e tantas cidades, (as contas exatas ainda precisam ser feitas depois de uma análise detalhada e atualizada do espectro), para devolver a faixa de 700 MHz é preciso fazer o switch-off pelo menos de alguns canais, pois isso é necessário para remanejar as emissoras que estão ocupando a faixa de 700 MHz. Além dessa desvinculação, haveria uma revisão do cronograma, para dar pelo menos mais um ano para que as TVs se digitalizem nesses grandes centros. A razão colocada oficialmente pelos radiodifusores é que as pessoas terão, com a crise, mais dificuldade para adquirir os televisores e, portanto, o mercado demorará mais para estar apto a receber os sinais digitais. Informalmente, o motivo real se revela: as emissoras de TV, em geral, não têm condições de arcar com os custos de digitalização de seus equipamentos de transmissão e nem mesmo com a digitalização do conteúdo, e 2015 promete ser um ano inesquecível para as TVs em relação à queda de faturamento. Em síntese: não há dinheiro para a digitalização. A proposta foi apresentada pelo presidente da Abert, Daniel Slaviero, na presença da presidenta Dilma Rousseff e dos ministros Joaquim Levy, da Fazenda; André Figueiredo, das Comunicações, e Edinho Silva, da Comunicação Social. O governo se mostrou sensibilizado com o pleito. Segundo Slaviero, nessas 5 mil cidades a transmissão analógica continuaria até pelo menos 2022, o que representaria uma economia para as teles,

“O cronograma tem que ser observado e perseguido, a não ser que aconteça algo que seja considerado um obstáculo intransponível para evitar prejuízos para o cidadão.”

nem precisando investir em campanhas de divulgação, atendimento ao cidadão ou mitigação de interferências. Slaviero prevê, de forma otimista, que mesmo sem investimentos, em 2022 todas as casas estarão digitalizadas por meio da troca natural dos equipamentos. “Do jeito que está o cronograma é muito arriscado”, ressaltou. Caso o governo aceite a proposta, o desligamento do sinal analógico nas principais cidades e onde há o retorno para os investimentos das teles em banda larga 4G aconteceria em 2017, como está previsto no cronograma, mas não começaria em 2016. A presidenta Dilma Rousseff recomendou muito diálogo para se chegar a uma solução que garanta o acesso a TV aberta para todos os brasileiros, assim como a banda larga na faixa de 700 MHz, e admitiu que “cronogramas podem ser ajustados”. Mesma posição, aliás, defendida pelo ministro das Comunicações, André Figueiredo. Entre os integrantes do governo, a maior preocupação é assegurar a garantia contratual dos contratos, mas ninguém quer também correr o risco de uma campanha de mídia que acuse o governo de prejudicar a população.

André Figueiredo, ministro das Comunicações

que deixariam de comprar (segundo entendimento da Abert) os receptores para os beneficiários do Bolsa Família. E essa redução de gastos, no entendimento dos radiodifusores, é necessária porque os custos da limpeza da faixa foram calculados com a cotação do dólar a R$ 2,50, muito abaixo da realidade atual da economia. Além disso, os outros usuários, mesmo os das classes D e E não inscritos no programa, teriam que pagar um valor muito maior pelo conversor mais caro. De outro lado, o governo cumpriria o acordo de entregar a faixa às teles. Mas há dois problemas nessa proposta: primeiro, que o governo ainda não disse se aceita que os receptores para o bolsa família deixem de ser comprados. Há, na verdade, uma grande possibilidade de que esses recursos sejam na verdade redirecionados, mas não economizados. Outro problema é que a digitalização era também uma política pública. O presidente da Abert disse que nos 5 mil municípios haveria apenas o custo de remanejamento das emissoras para os canais mais baixos, e em alguns casos nem isso é necessário, pois a faixa de 700 MHz está livre. “A EAD não vai precisar botar o dinheiro das teles em sep-top box em cidades onde não precisa desligar”, disse. Mas a economia das teles pode vir, na verdade, em outras frentes: por exemplo, não custeando a instalação de transmissores

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Negociações A proposta da Abert veio, é claro, paralelamente a muita conversa com as teles. A primeira reação das empresas de telecomunicações foi de revolta. Afinal, os investimentos feitos apenas na aquisição do espectro e no orçamento da EAD são da ordem de R$ 9 bilhões, e a faixa de 700 MHz é parte fundamental no planejamento de expansão das redes de banda larga móvel. A previsão é de que a partir de 2018 o uso desta faixa será essencial para desafogar as redes 4G. Mas depois do pânico inicial, algumas teles passaram a encarar o adiamento com

“A EAD não vai precisar botar o dinheiro das teles em set-top box em cidades onde não precisa desligar.” Daniel Slaviero, da Abert

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( capa ) “Certamente, Rio Verde já é a cidade brasileira mais digitalizada e essa condição vai avançar muito rapidamente no período que falta para o switch-off.”

um outro racional: já que era inevitável, que pelo menos se tentasse melhorar as condições para que o desligamento efetivamente aconteça, pelo menos nas cidades em que o espectro está congestionado. Nas outras 5 mil cidades as teles não se preocupam. Entre as condições a serem barganhadas há duas principais: 1) garantias que haverá de fato uma publicidade mais agressiva pelo desligamento analógico, com mensagens grandes na tela, que induzam, ao criarem um incômodo visual, o telespectador a trocar seu televisor; e 2) que haverá uma mudança no critério de cálculo do índice de 93% dos domicílios aptos a receberem o sinal digital exigidos pelo Minicom na portaria que estabeleceu o cronograma de desligamento. A mudança seria ou mudando o percentual para índices mais fáceis de serem atingidos, ou pelo menos considerando os domicílios com TV paga e recepção por satélite como resolvidos. Mas então veio a fase de realidade: as negociações com as emissoras se mostraram muito mais complexas. A publicidade invasiva assusta as emissoras de TV, que temem perder anunciantes. E mexer no percentual de 93% é algo que, por enquanto, nenhuma emissora admite colocar na mesa. Nesse ponto, é preciso fazer um resgate sobre a história desses índice de 93%. Em 2014, quando o governo decidiu vender a faixa de 700 MHz para fazer caixa, as emissoras de TV ameaçavam ir à justiça para não perder o espectro. Coube ao então ministro Paulo Bernardo a negociação com as emissoras. Interlocutores desse processo relataram a esta reportagem que o número de 93% surgiu como uma garantia às TVs para viabilizar o leilão. Foi um percentual determinado pelo próprio ministro na mesa de

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Antonio Carlos Martelletto, da EAD

negociação, e o número foi bem acima do que a Anatel propunha (algo como 80%). Não houve nenhuma discussão sobre a viabilidade da meta, nem sobre os critérios que seriam usados para se chegar ao percentual. Fecha parênteses. Ao fechamento desta edição teles e TVs estavam justamente nesse impasse sobre o que seria possível fazer para, do lado das teles, dar um pouco mais de garantia de que o desligamento um dia aconteceria. Mas muitos interlocutores estavam desiludidos com o processo. Para as empresas de telecomunicações, a única garantia que existe é que em 2018, chegando-se a 93% dos domicílios aptos ou não, elas têm o direito ao espectro. Mas para ter esse direito respeitado, provavelmente seria necessário uma disputa judicial, o que ninguém quer, ainda mais tendo emissoras de TV do outro lado. Ou batalhar judicialmente contra o governo para ter o dinheiro gasto com o espectro de volta. Em nenhum dos casos o cenário é bom. A pequena cidade de Rio Verde, em Goiás, seria o piloto de todo o processo de desligamento. Um campo de teste par a logística do processo, para as campanhas de utilidade pública, para os procedimentos técnicos etc. Mas acabou sendo o piloto para problemas bem mais complexos, como a aferição do percentual de domicílios aptos. Pesquisa realizada pelo Ibope entre os dias 17 e 30 de setembro na cidade aponta que 78% dos domicílios de Segundo André Felipe Trindade, da Abratel, radiodifusores estão fazendo o que está no alcance deles para que tudo dê certo no desligamento em Rio Verde.

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Rio Verde permaneceriam com algum serviço de TV caso o sinal de TV analógica fosse desligado naquela data. Do total de domicílios entrevistados, 70% utilizam o sinal terrestre e, destes, 49% têm condições para receber o sinal digital. Os demais dizem respeito a domicílios com TV paga ou banda C. A meta estabelecida pelo Ministério das Comunicações é de 93% das casas aptas a receber a transmissão digital terrestre para que se confirme o desligamento do sinal analógico. Ou seja, a dois meses de desligar a TV analógica, ainda faltava um pouco mais da metade dos lares para serem preparados ao sinal. O diretor-geral EAD, Antonio Carlos Martelletto, explicou que o número alcançado é “bem razoável”, até porque a pesquisa não capturou a distribuição dos receptores aos beneficiários do Bolsa Família, que só foi iniciada nos primeiros dias de outubro, nem outras ações que estão sendo implementadas, como a intensificação da campanha publicitária, projetos de voluntariado e inclusão digital. “Certamente, Rio Verde já é a cidade brasileira mais digitalizada e essa condição vai avançar muito rapidamente no período que falta para o switch-off”, disse. Mas há dúvidas entre os operadores se o índice de desligamento será atendido, considerando que as emissoras de TV estão relutantes em tomar qualquer medida mais drástica de divulgação, como a inserção de mensagens mais invasivas na tela. O representante da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) no Gired, André Felipe Trindade, também mantém um discurso otimista. Segundo ele, só os beneficiários do Bolsa Família podem acrescer o percentual de lares preparados para o switch-off em 10 pontos percentuais. Ainda assim, faltarão mais de

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30% para o cumprimento do índice determinado pelo governo. A preocupação da Abratel é com relação ao cenário econômico adverso, que pode sustar esses avanços. Mas Trindade disse que os radiodifusores estão fazendo o que está no alcance deles para que tudo dê certo e a data de desligamento em Rio Verde seja cumprida.

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Nova fórmula Para Martelletto, um quadro mais claro da digitalização em Rio Verde pode fortalecer a tese defendida pelas teles de que a fórmula de cálculo para aferição do percentual de domicílio com TV digital deve ser ajustada, hipótese que os radiodifusores, por enquanto, refutam. A ideia das operadoras de telecomunicações é que 14 seja seguido o modelo usado em outros países, computando as casas com TV por assinatura e com sinal

NÃO SE VÊ NO MERCADO UMA MOVIMENTAÇÃO GRANDE EM RELAÇÃO À DIGITALIZAÇÃO. TODO MUNDO PARECE ESTAR DEIXANDO COMO ESTÁ PARA VER COMO É QUE FICA

questionário, técnicos de antenas entraram nas residências para confirmar as informações passadas pelo morador. Independente do destino de Rio Verde (cidade que o Gired faz questão de ver desligada, até para dar credibilidade ao processo daqui para frente), as teles começam a analisar como vai ficar a questão do espectro nas diversas cidades brasileiras. O esforço é para definir aquelas em que a liberação da faixa de 700 MHz é mais fácil e onde é mais complicado, e cotejar isso com o planejamento das redes 4G. Já do lado das emissoras de TV, o movimento é de observação. Fora as grandes emissoras, que já fizeram o esforço de digitalização, não se vê no mercado uma movimentação grande em relação à digitalização. Todo mundo parece estar deixando como está para ver como é que fica.

por antena parabólica. A fórmula brasileira só leva em consideração as casas que recebem o sinal terrestre de TV aberta. “Esse é um tema que será agendado para as próximas reuniões com os radiodifusores”, disse Martelletto. Trindade, por sua vez, disse que os radiodifusores podem conversar, mas ainda não estão convencidos de que a modelagem de cálculo dos domicílios deva ser alterada. De acordo com a EAD, a aferição final dos lares digitalizados está programada para ocorrer na segunda quinzena de novembro. Na pesquisa de setembro, o Ibope ouviu pessoas de 805 domicílios da cidade. Além da aplicação do

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(entrevista)

A busca da relevância

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mérico Martins assumiu a presidência da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) em setembro, com um discurso focado no conteúdo dos diferentes veículos da empresa. Tendo a TV Brasil como carro-chefe, a EBC passou por uma fase de consolidação e planejamento que tomou praticamente todo o tempo dos dois primeiros presidentes (Tereza Cruvinel e Nelson Breve). Martins quer, agora, tornar a TV relevante. E para isso não esconde a sua referência: a BBC, local em que trabalhou por 13 anos, baseado em Londres. Inicialmente no departamento brasileiro, onde rapidamente se tornou diretor, até ser diretor executivo para as Américas. Nessa entrevista, Américo Martins conta um pouco das mudanças que pretende implementar. O seu discurso de posse trouxe como mensagem a necessidade da EBC em geral, e a TV Brasil especificamente, entrarem numa disputa pela relevância. O que isso significa? Relevância é um monte de coisa. Mas temos antes que entender o que é a EBC. Uma empresa de comunicação pública nova, que quer trazer informações diferentes das que se encontra no mercado, para competir com o modelo privado em outros momentos, mas que tem que atuar dentro da complementariedade entre privado, público estatal. E tudo isso usando dinheiro público, que tem que ser muito bem usado sempre. Por isso que eu digo que a relevância é importante. Tem que ter impacto, tem que ganhar corações e mentes e ter

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FOTO: DIVULGAÇÃO

Com referência na BBC, EBC sai da fase de consolidação e busca “corações e mentes”

Américo Martins, da EBC

mais gente consumindo nossos produtos. Não é só uma questão de audiência, é uma questão de repercutir. Essa expressão “ganhar corações e mentes” era usada pelo Boni no tempo da Globo, salvo engano. Pois é. E é algo que já temos aqui dentro. Um exemplo é a Agência Brasil, que é repercutida por blogs, por outros veículos, em redes sociais... Não é só uma questão de audiência, mas ter produtos que a sociedade veja valor. E o que precisa mudar para chegar lá? Ela precisa ser mais competitiva, ter programas mais atraentes... Nem todos, temos programas maravilhosos. Outros são muito bons de conteúdos, mas precisam melhorar a forma. E há produtos novos que a gente deveria fazer. Acho que a gente precisa investir mais ainda em uma faixa de reflexão, com mais debate, mais pluralidade, no formato da

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BBC que é a minha fonte e a minha referência de comunicação pública. Temos que ser mais TV aberta, ter mais cobertura ao vivo. Já a algum tempo a TV Brasil aposta em algumas competições esportivas. Precisa ter mais, porque isso está na maior emissora e depois fechado na TV paga. Vamos transmitir o campeonato brasileiro feminino de futebol, já tínhamos a série C, agora teremos a série B, com um jogo por semana, a série D e gostaríamos de investir em outros esportes. Mas esporte não é tudo. Jornalismo também é importante, estamos fazendo ajustes na grade que já existia para valorizar o jornalismo, ter entrada de hora em hora, ter um jornal pela manhã, que não tínhamos. Jornalismo não pode começar ao meio dia em uma TV pública, tem que ser mais ágil. Uma área que precisamos dar muito carinho porque está conosco desde o início da EBC é a produção

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audiovisual nacional. E, é claro, o segmento infantil, onde temos um exemplo de algumas coisas que precisam ser feitas. Temos muitos produtos excelentes, mas não formatamos isso da maneira adequada. Mas o mercado de programação infantil mudou muito, ainda mais na TV aberta, onde praticamente desapareceu. Isso é recuperável? Ainda existe esse público? Esse público se perdeu, mas para parte da população que tem acesso à TV por assinatura ou Internet, que ainda é minoria. Há um nicho enorme para uma TV pública fazer bom conteúdo infantil, de preferência nacional onde for possível. As TVs públicas em todo o mundo sempre investiram muito nesse segmento. Um dos motivos que tiraram o infantil da TV aberta é a questão das restrições de publicidade, e isso é uma dificuldade que a gente não tem na TV pública. As crianças são bombardeadas na TV paga ou na TV aberta por publicidade, e a gente consegue fugir dessa lógica. Nosso objetivo final é educar as crianças, como uma missão de cidadania. Um dos seus destaques é o “Vila Sésamo”, que é um produto estrangeiro. Mas é um conteúdo de grande relevância e que será produzido aqui, com cores locais, em parceria com a TV Cultura. É um produto global e não há nenhum problema nisso. Em relação à produção nacional, o debate original na criação da EBC passava por não tornar a TV Brasil um canal de acervo, de desova de conteúdos de prateleiras. Como será seu modelo? Vocês vão encomendar produtos? Vão abrir espaço para o que estiver pronto? Um pouco dos dois. Além da questão da relevância, algo importante que eu estou insistindo muito é nesse modelo de parcerias, com Ancine, Ministério da Cultura, produtores independentes, Acerp, todo mundo.

Vamos identificar a necessidade de produtos específicos em todas as áreas, não só entretenimento, e vamos abrir espaço para coisas novas, experimentais. É uma das vantagens que a gente tem, a gente pode correr riscos. E inteligência de grade. Você vai mexer na montagem de grade em função da concorrência? Isso é fundamental. A TV privada faz muita coisa boa, ela não pode ser demonizada, e temos que trazer elementos de competição, de aproveitar nichos que não são explorados pela TV aberta. Esporte, por exemplo, estamos estimulando a audiência no final da tarde e começo da noite, que é uma coisa que sempre se pediu. A gente não tem a lógica de uma TV comercial, mas a gente disputa a atenção das mesmas pessoas. Nosso objetivo pode ser outro, mas as pessoas são as mesmas.

“TEM QUE TER IMPACTO, TEM QUE GANHAR CORAÇÕES E MENTES E TER MAIS GENTE CONSUMINDO NOSSOS PRODUTOS. NÃO É SÓ UMA QUESTÃO DE AUDIÊNCIA, É UMA QUESTÃO DE REPERCUTIR.”

E a atuação internacional da TV Brasil? É uma área que eu gostaria muito que a TV Brasil investisse. Para o País seria importante ter um player que tivesse esse tipo de alcance internacional. Tem um peso geopolítico, mas além disso é um objetivo institucional do Brasil. A CCTV da China, a RT (Russia Today) pela

É possível pensar nesses modelos de maneira integrada com as outras áreas da EBC (agência, rádios etc...)? Como fazer isso? Quebrando as paredes internas, focando em alguns projetos e focar recursos. Não é o

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E o gargalo da distribuição da TV aberta? Esse sempre foi o principal problema da TV Brasil. Isso é solucionável? É solucionável, é prioridade e depende de parcerias. A discussão sobre sermos, ou termos, um operador de rede é fundamental nesse projeto. Mas temos que envolver outras pessoas. Temos o acordo com os canais do executivo para colocar antenas de TV digital em cidades com mais de 100 mil habitantes e, em tese, faremos isso até 2019, mas tem muito chão pela frente e temos muitas prioridades. Temos que trocar o pneu com o carro andando. O modelo da TV está mudando e precisamos resolver o nosso básico que é ter um sinal de TV de qualidade. Isso vai avançar? Como está o orçamento para fazer Estamos trabalhando no orçamento de 2016 em que as duas prioridades são conteúdo e qualidade de sinal. Mas somos parte da realidade do país e vamos ter que ver como fica esse orçamento com os cortes que certamente virão. Temos a questão da negociação com as teles para que elas aceitem pagar a contribuição para a TV pública prevista em lei, que já melhorou um pouco mas que precisa avançar. Existe uma discussão em todo o mundo sobre o financiamento da TV pública. A discussão é o financiamento por orçamento do estado e orçamento de outras fontes.

E como mudar a TV Brasil em um momento em que o modelo de TV está se redefinindo, em função de um novo comportamento da audiência, de novos interesses da sociedade etc? A gente viveu isso na BBC. Há 10 anos falávamos sobre a possibilidade de dar às pessoas a possibilidade de consumir o conteúdo onde e na hora que quiserem. Certamente teremos que encontrar outras formas de entregar nosso conteúdo. Aplicativos, OTT... Ideias existem várias, mas faltam ainda os modelos, os recursos e as parcerias.

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nosso primeiro passo nem a prioridade, porque temos muitos desafios, mas temos isso no radar e começamos a conversa aceitando que a realidade está mudando.

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O tradicional Fórum Brasil de Televisão, em 2015, passou a chamar-se TELAS FORUM e reúne os principais players do mercado audiovisual nacional e internacional num evento dedicado à geração de novos negócios entre criadores, produtores, exibidores, distribuidores, canais de TV e plataformas digitais de dentro e fora do país.


Rússia e estamos trabalhando para ampliar e ter mais recursos, sobretudo ter produtos em outras línguas. Mas temos nossas prioridades internas e os recursos são finitos, e temos que priorizar. A área internacional é factível, porque não precisa ser nada muito ambicioso. Temos hoje uma operação em 63 países, mas estamos focados na comunidade de falantes de língua portuguesa. Por isso precisamos pensar em algo em espanhol.

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( entrevista)

O que você espera da relação da sua diretoria com o conselho curador da BBC? O que você espera e o que você pode entregar? É inevitável que haja conflitos. Um modelo baseado em conselhos gera conflitos. É assim inclusive no setor privado. Até aqui a minha relação tem sido muito boa e propositiva. Mas o papel deles é nos controlar, fazer a curadoria dos conteúdos, supervisionar o nosso trabalho, e isso pode gerar conflitos. Uma das chaves para evitar esses conflitos é trocar mais informação e manter um diálogo permanente com os conselheiros. Estamos em uma fase de olhar e planejar o futuro mas também realizar muitas coisas agora, e isso requer diálogo com o conselho.

Você mencionou a parceria com os canais públicos (Cultura, MEC, Executivo, Cidadania). Como será a atuação da TV Brasil? Há dois campos: um é na rede, como operador da infraestrutura, com aposte de recursos de todos eles. E outra forma será numa consultoria, ajuda na formatação de grade, conteúdos. Queremos prestar serviços para eles na produção ou dar uma consultoria naquilo que for necessário. O que andou mais é a questão da infraestrutura e está claro que nós temos a expertise. E há discussões sobre o conteúdo, mas ainda não há nada definido e várias coisas podem ser exploradas.

Você falou em reforçar o jornalismo. Isso não gerará conflitos com o seu acionista? Eu não fui contratado para ser um porta-voz do governo. Quando entrei na TV Brasil, como diretor geral a convite do Nelson Breve, foi pelo meu passado com a BBC, que já viveu muitos conflitos com o governo. Temos que fazer um jornalismo equilibrado, imparcial e independente, e se fizer isso já será diferente de muito o que está ai. Mas como gestor eu sei que temos que administrar conflitos, não só com o governo, mas da sociedade. Isso não assusta. Façam um bom jornalismo, plural. Administramos e operamos a NBR, que é o canal oficial do governo, e queremos que mesmo ali tenha jornalismo, não chapa-branca, mas mais informativo em relação às ações do governo, porque é a função dela.

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“TEMOS QUE SER MAIS TV ABERTA, TER MAIS COBERTURA AO VIVO. JÁ HÁ ALGUM TEMPO A TV BRASIL APOSTA EM ALGUMAS COMPETIÇÕES ESPORTIVAS. PRECISA TER MAIS.”

E como será o papel de vocês no processo de digitalização? O Brasil 4D (projeto de interatividade da TV Brasil) está nas caixas que vão ser colocadas em Rio Verde e esperamos que nas demais cidades também. Estamos dentro e queremos ampliar isso. Há uma discussão sobre os outros aplicativos do governo, como integrar isso, mas não é a EBC que toma a decisão sobre como isso será coordenado. Podemos colaborar na medida do que for demandado e queremos desenvolver esses projetos de interatividade. Para onde você vê a TV brasileira caminhar? Pergunta complicada... A TV brasileira é muito forte e tem conteúdos de excelente qualidade. Aliás, não só a

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TV, mas o audiovisual brasileiro deu um salto enorme. A TV brasileira é poderosa e há muita oferta, muita presença, mas tem vários problema de concentração, recursos. E acho que o mercado está tentando encontrar o caminho, em relação aos modelos de negócio viáveis e às formas de entregar conteúdo. Você acha que o mercado de TV tende a se concentrar? Espero que não. Na verdade eu espero que ele se fragmente ainda mais. Será que o modelo está só na publicidade? Será que não existem outro nichos? O modelo tradicional da Tv aberta está em xeque mesmo, ainda que haja muitas oportunidades ainda. Mas no mundo todo esse modelo está sendo desafiado. No Brasil o setor é forte e consegue se adaptar. todo mundo talvez não. Vocês pensam em ter algum produto para TV paga ou segmentada? Não para TV paga, mas outros devices e plataformas sim. Multiprogramação, por exemplo, é algo que podemos e pretendemos fazer. Vamos avaliar até onde e o que é pertinente. Hoje temos a NBR como multiprogramação da TV Brasil e vejo duas áreas: infantil e notícias. Caberia canais específicos, se tivermos recursos, claro.

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SAMUEL POSSEBON


F i p a - 1 4 r u e A l e x a n d r e P a r o d i - 7 5 0 1 0 P a r i s , F r a n c e / Te l : + 3 3 ( 0 ) 1 4 4 8 9 9 9 9 9 - E - m a i l : i n f o @ f i p a . t v

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( making of )

Lizandra de Almeida

cartas.telaviva@convergecom.com.br

Protesto lúdico

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ara divulgar a causa dos direitos das crianças, a Fundação Abrinq está com uma nova campanha no ar que vem atraindo a atenção inclusive da mídia especializada estrangeira. Todo produzido em stop motion, o filme dá voz aos brinquedos, que aparecem no filme para registrar seu posicionamento em prol dos direitos das crianças. A direção é assinada pelas Irmãs Fridman, Maira e Lina, que trazem na bagagem uma grande experiência em direção de arte de filmes. “Tivemos muita liberdade para criar cada uma das cenas e foi muito bom poder usar essa técnica, diz Maira.O filme é um grande protesto pelos direitos das crianças. Os brinquedos, que são os grandes companheiros das crianças, se tornam seus aliados, se colocam no lugar delas para defender seus direitos. Fomos pensando em cada brinquedo e em como eles poderiam se manifestar”, explica. Assim, os soldadinhos marcham, o macaquinho bate pratos, as bonecas Susi esperneiam, as dentaduras de brinquedo gritam, o dinossauro faz greve de fome. “Conforme o tipo de brinquedo, pensamos em um tipo de manifestação e nas movimentações que poderiam ser feitas. Tudo acompanha as limitações dos próprios brinquedos, que não são muito articulados”. Para isso, foram criadas pequenas estruturas que ajudaram nos movimentos, com arames, massinha e outros recursos, apagados depois na pós-produção. Em alguns casos, os brinquedos sofreram mudanças, como a dentadura, que tinha uma abertura pequena e a boneca, cujo braço não dobrava.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

Em stop motion, campanha da Fundação Abrinq dá voz aos brinquedos. Foram criadas pequenas estruturas que ajudaram nos movimentos, com arames, massinha e outros recursos, apagados depois na pósprodução.

No estúdio, foram montadas duas mesas. Enquanto uma ia sendo arrumada, com cenário e personagens, na outra acontecia uma filmagem. Por dia, era possível filmar duas cenas, ou cerca de 5 a 6 segundos. É uma dinâmica totalmente diferente da filmagem ao vivo. E como viemos da direção de arte, tivemos todo um preciosismo na composição de cada situação. São universos lúdicos e minimalistas, mas cada movimento e cada cena foram pensados com todo o cuidado. Mesmo minimalistas, as cenas têm uma série de detalhes. Na cena em que o tiranossauro em greve de fome cospe outros dinossaurinhos, o cenário conta com coqueiros, um vulcão em erupção e homens da caverna para ajudar a contar a história. Outro elemento fundamental no filme é a trilha e o sound design. Pensamos em uma trilha que remetesse ao universo infantil, mas com efeitos sonoros realistas. Na cena em que aparece um

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congestionamento, os sons são verdadeiros, de carros reais. O mesmo acontece na marcha dos soldados, conta. A ideia foi criar um contraponto ao universo lúdico, pois estamos tratando de uma causa séria.

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FICHA TÉCNICA Produto Institucional Anunciante Fundação Abrinq Agência Neogama/BBH Direção geral de criação Alexandre Gama Direção de criação Marcio Ribas e Fabio Mozeli Redação Isabella Paulelli Direção de arte Daniel Poletto Produtora Shinjitsu Filmes Direção Irmãs Fridman e direção de arte Fotografia Paulo Disca Animação Pedro Iuá Fontes, Analucia Godoi Montagem Gabriel Freire Finalização Shinjitsu Filmes Pós produção Clan VXF Produtora de áudio eNoise


Amigas na cozinha

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ozinha é lugar de confidências, de reunir os amigos e, claro, de cozinhar. Na nova campanha do molho de tomate Pomarola, a primeira da marca em sua nova agência, a J.W. Thompson, a protagonista tem como fiel escudeira a embalagem do molho de tomate, com quem troca ideias bem humoradas. Como em uma série de TV, as duas comentam várias situações, sempre na cozinha, para mostrar o que diz a própria assinatura da comunicação: Pomarola. Com você, dá molho. Segundo o diretor de criação Gustavo Soares, foi fundamental para o processo criativo conversar com quem cozinha. Foi dessa pesquisa que saiu o novo posicionamento da marca.“Entendemos que cozinhar é uma terapia, um momento de introspecção. É por isso que nos filmes Pomarola é uma amiga, a melhor amiga, que fica ali pontuando, dando dicas, tornando a experiência melhor. Assim como a melhor amiga, que dá aquela química, aquele borogodó, com Pomarola e você, dá molho.” Soares explica que os diretores compraram o formato, como se fosse uma comédia de situação. “Fomos para a filmagem com sete roteiros aprovados, mas reescrevemos tudo ali na hora, colocando cacos e criando novos – quando a gente se deu conta tínhamos feito mais de 10 roteiros”, conta. Na primeira leva de sete filmes, as gravações aconteceram em uma locação na Barra da Tijuca, em uma casa com uma cozinha super equipada. “Nos filmes diurnos, usamos o máximo de luz natural. Nos noturnos, a cozinha chega a ficar meio escura. A ideia era ter um ambiente o mais realista possível, para que a única coisa surreal

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Campanha para a Pomarola cria ambiente de série de TV.

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Diretores compraram o formato, como se fosse uma comédia de situação.

Descobri inclusive que existem vários equipamentos que eu não conhecia. Realmente, é um processo complicado e muito artesanal. Mas a experiência foi muito boa”.

fosse a conversa entre as duas”, explica o diretor Ian SBF. Não foi usado qualquer efeito especial para movimentar a embalagem, só movimentos de câmera.Usamos uma traquitana que parecia uma gangorra, uma plataforma na qual a câmera ficava presa com um elástico, para dar a sensação de câmera na mão. Mas não fizemos nada em computação gráfica, nenhuma movimentação do sachê”, conta. Para garantir que tudo ficasse mais realista, o diretor optou por gravar uma atriz ao vivo fazendo a voz da embalagem e não em estúdio, separadamente. Fizemos os testes de casting com as duas atrizes contracenando, para que elas realmente pudessem interagir, como se fossem boas amigas. E na hora de gravar, a atriz que faz a voz do sachê estava na locação, escondida, conta. Ian SBF tem bastante experiência com a direção de atores por isso foi chamado para dirigir o filme. Mas estreou na direção de um filme de produto. “Foi realmente uma coisa nova, eu nunca tinha feito um pack shot. Nunca imaginei como era difícil.

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FICHA TÉCNICA Agência J.Walter Thompson Cliente Cargill Produto Pomarola CCO Ricardo John CSO Fernand Alphen Head of Art Fabio Simões Diretor de Criação Gustavo Soares Diretor de Arte Waldemar França, Pedro Coelho, Fernando Palandi, Ricardo Kawano Redatores Hiroito Takahashi, Daniel Del Toro, Júlia Velo Produtora Zohar Cinema Direção Tomat e Ian SBF Fotografia Flavio Zangrandi Produção executiva Fernanda Rossi Diretor de Arte José Joaquim Salles Montagem Pedro Rossi Finalização Fullframe Produtora de áudio Punch Áudio Criação Musica l Gabriel Duarte Locutora Mayra Chasseraux Voz sachê Larissa Machado

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(estratégia)

Da redação

c ar tas.tevav iva@co nvergeco m .co m .br

Gigante em movimento

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Globo apresentou no final deste mês de outubro a plataforma de OTT (overthe-top) Globo Play, com lançamento previsto para o dia 3 de novembro. Trata-se de uma resposta ao desejo do consumidor por formas de consumir o conteúdo sob demanda e em múltiplas telas. Através da plataforma será possível acompanhar a programação ao vivo, assistir a trechos de programas e ter acesso ao acervo de programas em múltiplos dispositivos, como smartphones, tablets, desktops e TVs conectadas. O lançamento é uma evolução no modelo de distribuição de conteúdo e acesso ao público do maior grupo de mídia do país. Isso não significa que o modelo de afiliação, que ajudou a tornar a Globo o que é hoje, esteja em xeque. Na estratégia do grupo está clara uma preocupação na manutenção desse modelo, preservando o conteúdo local, inclusive na publicidade. O lançamento foi apresentado pelo diretor geral da Globo, Carlos Henrique Schroder. "Não adianta ter o conteúdo se ele não chegar às pessoas. Há uma mudança perma­ nente de hábitos, temos que nos atua­ lizar na forma de entregar", disse. Ele lembra que hoje há 115 milhões de brasileiros com acesso à Internet, e 38% dos domicílios têm banda larga. Uma pesquisa interna da Globo revelou que 34% dos entrevistados consumiram vídeos online recentemente. Para ilustrar, Schroder conta que um capítulo de "Verdades Secretas" teve alcance de 145 milhões de pessoas, e teve 190 milhões de views na Internet.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

Globo lança seu OTT, entrando com mais força na distribuição online de conteúdos em vídeo. Modelo de afiliação é assegurado no IP.

“Não adianta ter o conteúdo se ele não chegar às pessoas. Há uma mudança permanente de hábitos, temos que nos atualizar na forma de entregar” Carlos Henrique Schroder, diretor geral da Globo

Com isso, o principal executivo da Globo não minimiza o poder da radiodifusão. Pelo contrário, destaca que o hábito de ver TV em família ainda é muito enraizado. "99% ainda assiste (em família), é o meio agregador", diz. Para ele, na programação ao vivo a radiodifusão "é insuperável", destacando conteúdos como futebol, novelas e realities. Não é a primeira iniciativa da Globo no vídeo online, uma vez que já agrega vídeos na Internet desde 2000 e, desde 2006, já faz a oferta de vídeos na

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íntegra. O simulcasting, ou transmissão ao vivo espelhada com a do broadcast, é a grande novidade. "O serviço é 'aovivocêntrico'", disse Erick Bretas, diretor de mídias digitais da Globo. A transmissão da programação em tempo real está disponível inicialmente para os usuários das áreas de cobertura do canal 4 do Rio de Janeiro e do canal 5 de São Paulo. Uma das preocupações da emissora foi preservar o modelo de afiliadas, ou seja, transmitir em cada praça apenas a programação e a publicidade daquela região, o chamado "local into local". Para isso, investiu em desenvolvimento tecnológico para bloquear o acesso de fora das áreas, usando a localização do aparelho por GPS, no caso de celulares e tablets, e o

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endereço IP no caso de computadores e TVs. A proteção inclui o bloqueio às VPNs mais conhecidas, redes que mascaram a localização do usuário. Nas demais praças, por enquanto, haverá apenas conteúdo sob demanda. Onde está disponível, o sinal ao vivo é a primeira coisa mostrada na interface. Em seguida vêm destaques editoriais, guia de programação, programas mais vistos e trilhos que podem ser configurados de acordo com a ocasião. Também há um menu por categorias de programação. Futuramente a plataforma incluirá recomendações. Todos os vídeos vêm com possibilidades de interação similares às das redes sociais: curtir, comentar e compartilhar. Segundo Bretas, o produto teve dois anos de desenvolvimento, e ainda terá inovações nos próximos meses. "Foi pensado de forma diferente para cada plataforma, não é uma adaptação do que já existia". O Globo Play nasce disponível para PCs, smartphones e tablets Android e iOS e está em desenvolvimento para as smart TVs da LG, Samsung, Philips, Sony e Panasonic. Conteúdo O Globo Play terá apenas conteúdo de produção própria da Globo. Não entram, portanto, filmes e séries estrangeiros exibidos pelo canal (exceto no ao vivo onde houver). O acesso será mediante login no Globo.com, mesmo para os conteúdos gratuitos. Todos os trechos de programas são abertos e gratuitos. As regras para os programas na íntegra mudam em relação aos serviços anteriores. Não serão cobrados programas de jornalismo, esporte, variedades e realities. E serão pagos os episódios de novelas, séries e humorísticos, além das câmeras do "BBB". A assinatura do Globo.com mantém o valor de R$ 12,90.

ALÉM DO CONTEÚDO ATUAL (CATCH-UP), O SERVIÇO TRARÁ UM ACERVO DE PROGRAMAS FEITOS A PARTIR DE 2010

nos próximos dois anos as telas 4k dominarão a oferta de televisores, até por já estarem mais acessíveis. Publicidade A publicidade também está contemplada na nova plataforma. Inicialmente, o contará com mídias pre-roll e espaços para projetos especiais focados em ações de branded content. “O mercado de vídeos ainda tem grande potencial de crescimento no Brasil. E as opções comerciais estão apenas começando”, diz Eduardo Becker, diretor de Comercialização de Mídias Digitais da Globo. Segundo ele, a plataforma também valoriza as ações de branded content, ao criar mais uma janela de exibição.

Além do conteúdo atual (catch-up), o serviço trará um acervo de programas feitos a partir de 2010, com 86 títulos. A ideia é agregar mais títulos à medida que forem sendo digitalizados e tiverem os direitos liberados, conta Bretas. Entre programas atuais e acervo o Globo Play vai ao ar com 7,3 mil horas de conteúdo. Conteúdos anteriores dependem de liberação de direitos. O serviço traz ainda duas novidades. Será a plataforma para o primeiro lançamento de um conteúdo "digital only" da emissora, o capítulo zero da novela "Totalmente demais", que será exibido apenas no online, antes do início da novela na TV. Trata-se também do início da distribuição do conteúdo da Globo em 4K, começando pelas minisséries "Dupla Identidade" e "Ligações Perigosas". Isso pode significar um marco no discurso da emissora de que o 4K é fundamental par a manutenção das frequências liberadas com a TV digital. A emissora admite que a transmissão de 4k pela TV aberta, se um dia acontecer, ainda está muito distante, e prefere exibir a sua produção já, por IP. Segundo as projeções da Globo,

TV por assinatura A TV Globo diz que alguns de seus conteúdos estão disponíveis nas plataformas de vídeo-sobdemanda das operadoras de TV paga, mas que os conteúdos que estão no Globo Play só entrarão depois de negociação com as operadoras. A emissora também considera discutir a possibilidade de incluir seu conteúdo nos serviços de TV everywhere das operadoras, mas ainda não há negociações nesse sentido.

Raymundo Barros, Erick Bretas e Eduardo Becker no lançamento do Globo Play.

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(tecnologia) André Mermelstein, de Miami*

an dre@co nvergeco m .co m .br

Ação e reação

Tecnologias como virtualização, wi-fi, nuvem, vídeo IP e caixas inteligentes vêm permitindo às operadoras fazer frente às ofertas over-the-top.

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ALEX MIT/SHUTTERSTOCK.COM

costumada a um ritmo de evolução tecnológica lento, a indústria de TV por assinatura viu-se obrigada nos últimos anos a reagir à oferta de novos serviços de vídeo com mais flexibilidade, preço e funcionalidades como busca, recomendações etc. A reação foi até que rápida. Praticamente toda a cadeia, dos canais às operadoras, introduziu em poucos anos seus serviços de TV everywhere, VOD e acesso autenticado. Para os fabricantes, é fundamental entender e acompanhar a movimentação da audiência, para desenvolver a tecnologia que está fazendo com que a indústria tradicional acompanhe a evolução dos hábitos. Foi o que se viu no segundo Costumer Leadership Forum, promovido pela Arris em agosto em Miami. É uma questão de percepção, mostra Hugo Ramos, chief technologist da empresa para a América Latina e Central. “Um pacote médio de TV por assinatura tem muito mais conteúdos por mês do que uma VOD (video on-demand). Mas muita opção não quer dizer mais satisfação. Às vezes é a interface que importa mais, porque o assinante tem a sensação de ter mais conteúdos, de ver aquilo que deseja”, conta. “Personalização, mobilidade e conectividade são chave nesse contexto”, conclui. Historicamente o ciclo de inovação da TV paga é de dez anos, pois o serviço é centrado em um equipamento proprietário, o set-top, enquanto para os OTTs o

equipamento é o do próprio usuário, com maior por Wi-fi de alta qualidade e uma renovação muito mais frequente. um crescimento baixo no consumo de Assim, diz Ramos, soluções como o setOTT e catch-up TV. top virtual, com serviços em nuvem, Os números de mobile TV podem competir com mais agilidade, pois impressionam. Em 2014, no estudo a interface pode ser atualizada quase anterior, 48% dos pesquisados na instantaneamente. América Latina não viam TV em Este ano a pesquisa do dispositivos móveis. estudo anual CEI (Consumer 81% DAS PESSOAS Este ano o número caiu Entertainment Index) foi 36%. Já o número NA AMÉRICA LATINA para ampliada, entrevistando 19 de quem assiste TV E 80% NO BRASIL móvel todos os dias foi mil pessoas em 19 países, SE INTERESSAM conta Sandy Howe, VP de 12% para 23%. No POR CONSUMIR senior de marketing global Brasil a diferença foi CONTEÚDOS da empresa. Todos os ainda maior. Se em DE VÍDEO EM pesquisados são assinantes 2014 59% nunca usava de TV e têm acesso banda o recurso, em 2015 o MÚLTIPLOS larga residencial. número foi para 32%, e DISPOSITIVOS As principais tendências os consumidores diários percebidas são o aumento no consumo de subiram de 10% para 23%. TV em dispositivos móveis (tablets e A possibilidade de download dos smartphones), um aumento na preferência conteúdos (para assistir mais tarde, pelo download de conteúdos em lugar do quando está sem rede) é vista como streaming, o binge viewing (consumo de importante para 72% dos muitos episódios em sequência) tornou-se entrevistados na região, 78% no um hábito mais individual, um desejo Brasil. Isso pode ser explicado pela

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“Personalização, mobilidade e conectividade são chave”.

oferece qualidade de serviço (QoS). "Podemos resolver isso com novos gateways que gerenciem o serviço do wi-fi, priorizando certas aplicações ou dispositivos. Por exemplo, um filme em PPV pelo qual você pagou teria prioridade sobre um vídeo do YouTube, e a TV da sala teria prioridade sobre o tablet do filho", conta. O wi-fi também tem um limite de velocidade e funciona como um gargalo, mesmo que a banda do usuário seja boa. Com isso, o operador pode criar aplicações e cobrar por serviços, como o monitoramente das portas da casa, com sensores e câmeras, ou o monitoramento de idosos. "Podemos simplesmente monitorar se há atividade na casa, pelo uso da TV, por exemplo, e acionar um parente caso não haja movimento por algum tempo", disse Cheevers. "É uma forma do operador monetizar em cima de um equipamento que já está lá. Há empresas que cobram U$ 50 por mês por serviços deste tipo", conclui. FOTO: DIVULGAÇÃO

baixa qualidade das redes, e também porque as pessoas não querem consumir banda quando estão em trânsito. A pesquisa aponta ainda que 81% das pessoas na América Latina e 80% no Brasil se interessam por consumir conteúdos de vídeo em múltiplos dispositivos. O vídeo sobre IP e a explosão no número de devices está mudando o mercado de provedores de serviço de vídeo, permitindo uma competição mais ampla, pela ruptura dos limites de rede que existiam. Esta é a visão de Sean Matthews, VP senior de estratégias da Arris. Em 2013, conta, havia 122 milhões de dispositivos móveis na região CALA (América Central e América Latina). Para 2017, a previsão é de que sejam 252 milhões de dispositivos, mais que o dobro da atual. O consumo de vídeo em dispositivos móveis subiu 26% em dois anos, e pelo menos metade dos usuários de smartphones vê TV no device semanalmente, conta. Segundo Matthews, a média de dispositivos conectados por domicílio no mundo era de 4,65 em 2012, com projeção de 7,09 para 2017, crescimento de 8,8%. Na região, diz, os números são de 5,04 em 2012 contra 6,79 em 2017, crescimento previsto de 6,1%. Isso traz problemas para as redes domésticas, segundo ele. O Wi-Fi não dá conta e acaba sendo um gargalo para a banda da casa, pois sofre interferências e é compartilhado entre os múltiplos devices. Ele acredita que a solução será a adoção de media gateways, caixas que gerenciam o fluxo de informações, especialmente vídeo, pelos dispositivos da casa. Também preconiza soluções como o DVR em nuvem, que por trafegar vídeo sobre IP permite sua distribuição para todos os devices.

Hugo Ramos, da Arris

incorporar tecnologias como o vídeo em 4k, 8k, capacidade para games e monitoramento doméstico. Esta foi a visão apresentada por Charles Cheevers, CTO de CPE (Costumer Premises Equipment, ou equipamentos da casa do usuário) da Arris, durante o encontro. Além disso, conta, a tendência é que o wi-fi seja a forma de se transportar os sinais dentro da residência, eliminando os cabos, mas para isso é necessária uma evolução da tecnologia. "Divido a evolução em quatro épocas: a do gateway IP, quando o set-top proverá todos os serviços da casa, depois a do wireless, quando acabarão os cabos. Em seguida, do vídeo IP, com um gateway central e várias caixas clientes espalhadas pela casa, permitindo o vídeo multiscreen e multiroom. Depois será a época da plataforma de serviços domésticos, com controle de ambiente, serviços de saúde e outros", disse Cheevers. Um passo importante para esta realidade é a melhora da confiabilidade do wi-fi, que por ser não-gerenciado, não

Caixas Nos próximos cinco anos os settop boxes também evoluirão para

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*O jornalista viajou a convite da Arris.

NOVO PARADIGMA

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ubverter a lógica de busca de conteúdos em uma plataforma tradicional de TV por assinatura. É o que a Comcast fez com sua interface Xfinity. Segundo Elad Nafshi, VP de produtos de vídeo da maior operadora americana, o guia de programação (EPG) é cada vez mais irrelevante. “O que importa é a busca por programas, disse em sua participação no Arris Costumer Leadership Forum. O serviço unifica as informações de todas as plataformas, canais lineares, VOD etc. Toda a oferta da operadora está disponível em todos os dispositivos, set-top, tablet, PC etc. Isso gera, segundo ele, 150 milhões de views por mês de conteúdos on-demand. O usuário pode navegar pelo conteúdo de diversas formas, independente de onde ele venha, e ainda pesquisar pelo que é mais popular, pelo que está bombando no Twitter, por faixa etária etc. O resultado, segundo ele, é que 75% dos assinantes têm usado as funcionalidades. O consumo de VOD cresceu 25% desde a adoção da interface, e as compras de VOD transacional são 3,7 vezes maiores que a média nacional. A interface contabiliza 872 milhões de pageviews por mês, e o mais importante, trouxe uma queda de 20% a 30% no churn voluntário (desligamento do assinante por opção).

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(programação)

Década original

HBO completa dez anos de conteúdo original produzido no Brasil.

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m 2005 estreava no canal HBO a série "Mandrake". Coprodução do canal com a Conspiração Filmes, era a primeira "superprodução" nacional destinada a um canal de TV por assinatura, como resultado de um esforço da HBO em ter conteúdo original e relevante local, era também o primeiro resultado relevante em dramaturgia do mecanismo de incentivo fiscal Artigo 39. Criado quatro anos antes, através da medida provisória que criou a Ancine, o mecanismo incentivava as programadoras estrangeiras a coproduzir com empresas brasileiras, em troca redução no pagamento da Condecine sobre remessas de lucros. Desde então, a programadora vem investindo em diversos conteúdos originais no Brasil. Anualmente, uma nova série ou temporada começou a ser produzida, como "Filhos do Carnaval", com a O2 Filmes; "Alice", com a Gullane; "Mulher de Fases", com a Casa de Cinema; "O Negócio", com a Mixer; "PSI", com a Biônica Filmes e a Damasco Filmes e, na segunda temporada, com a O2 Filmes; "Magnífica 70", com a Conspiração Filmes; e "O Hipnotizador", com a RT Features. Segundo a programadora, ao longo dessa década, mais de 290 horas de conteúdo brasileiro foram produzidas, envolvendo cerca de 4,5 mil profissionais e 15 diferentes produtoras. Segundo Roberto Rios, vicepresidente de conteúdo original da HBO Latin America, a ideia é lançar duas grandes produções de ficção por ano, além dos conteúdos de não-ficção. "É claro que temos limites de tempo e financeiros, mas isso é o que procuramos, usando recursos próprios e de Artigo 39".

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"Mandrake", coproduzida com a Conspiração, foi a primeira série original da HBO no Brasil, com Marcos Palmeira e Luís Carlos Miele no elenco.

A busca por diferentes parceiros também é estratégica para a HBO. "Buscamos sempre um novo olhar e trabalhamos de forma mais intimista, no modelo mais europeu, sem writers room", explica Rios. Segundo Maria Angela de Jesus, diretora de produção original da HBO Latin America, "um roteiro depende só de um bom roteirista". Mesmo assim, diz a executiva, além de identificar o talento, é necessário orientá-lo. "As reuniões com os redatores sempre são profícuas. Nós damos liberdade de criação e de número de episódios e percebemos que nossos comentários e sugestões são sempre bem recebidos", completa Rios. "É melhor ter uma série com dez bons episódios do que uma com 13 que vai se perdendo no final", explica Maria Angela. “Uma produção HBO se baseia na originalidade do tema, em sua relevância e seu potencial de continuidade. O Brasil é um mercado extremamente criativo e com profissionais talentosos e que tem gerado produções de sucesso”, diz Rios. Tecnologia A HBO já produz todas as suas séries nacionais em 4K, conta Roberto Rios. Segundo ele, é uma forma de garantir a continuidade dos conteúdos no futuro. "Mesmo que nada seja ainda exibido em 4K,

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isso garante que os conteúdos poderão ser exibidos ainda por muito tempo, sem se desatualizar", disse. Algumas séries, como "O Negócio" e "Sr. Ávila" já foram produzidas com a tecnologia, e as séries programadas para este ano serão integralmente produzidas em ultra-alta definição. Mesmo conteúdo, novo público Hoje, muitas das séries antigas voltam a conseguir público através das plataformas não lineares da HBO, com o HBO Go ou através do serviço Now, da Net. Segundo Roberto Rios, "todo esse conteúdo ainda está vivo. Vemos os comentários voltando, como se o conteúdo estivesse estreando novamente". Os serviços são exclusivos para assinantes dos canais HBO em operadoras de TV paga. Embora ainda não haja previsão de lançamento para o Brasil, a HBO Latin America anunciou o lançamento do HBO GO como um serviço de streaming pago na América Latina. O primeiro país da região a receber o novo serviço será a Colômbia, com lançamento previsto para o final deste ano.

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Todas as Manhãs do Mundo

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Nat Geo estreou no mês de outubro a série “Todas as manhãs do Mundo”, novo projeto do diretor, mergulhador e cinegrafista Lawrence Wahba com produção da Canal Azul. A obra mostra a “troca de turno” entre animais noturnos e diurnos ao amanhecer em cinco santuários naturais: Savana da Zâmbia, Ártico Norueguês, Deserto da Baja Califórnia, Floresta Temperada do Canadá e Amazônia Brasileira. A produção contou com parceria com a produtora francesa BonnePioche, vencedora do Oscar de 2006 pelo filme “A Marcha dos Pinguins”. Ao longo de 42 semanas, 13 cinegrafistas brasileiros e franceses se dedicaram a registrar imagens de um dos momentos mais peculiares da natureza. A obra, no entanto, não se trata de uma coprodução. Apesar da colaboração entre as equipes, cada produtora produzirá uma obra própria. “Não se trata de uma coprodução, mas de uma parceria. Gravamos juntos em alguns momentos, mas cada produtora é dona do próprio projeto”, explica Whaba. De acordo com ele, o projeto surgiu de uma proposta dos franceses, que queriam contratá-lo para trabalhar no seu projeto. “Inicialmente, fui chamado para trabalhar em um projeto deles. Quando vi a proposta, percebi que combinava com o Nat Geo e surgiu a ideia de produzir um novo projeto para o canal, que resolveu investir na iniciativa.”, conta o diretor. O recorte inédito, com foco no amanhecer, foi o que mais lhe chamou atenção na proposta, diz. “Foi incrível viajar o

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

Resultado de parceria com a francesa BonnePioche, produção da Canal Azul para o Nat Geo foi gravada ao longo de 42 semanas com equipe de cinegrafistas brasileiros e franceses.

“Todas as Manhãs do Mundo” teve orçamento de R$ 4 milhões e será exibido nos canais Nat Geo e Nat Geo Wild

mundo registrando imagens desse momento único. É a hora em que a natureza tem a sua troca de turno, os animais noturnos começam a se recolher, e os diurnos iniciam suas atividades”. “O projeto foi inspirado em uma idéia da produtora francesa Bonne Pioche. Além disto diretores de fotografia da produtora franceses participaram de algumas etapas da filmagem. Em algumas ocasiões as equipes estiveram ao mesmo tempo em determinada locação. A Canal azul também teve acesso ao banco de imagem da Bonne Pioche”, diz Renata Rudge, produtora executiva da Canal Azul, sobre o processo colaborativo.

NÃO SE TRATA DE UMA COPRODUÇÃO. APESAR DA COLABORAÇÃO ENTRE AS EQUIPES, CADA PRODUTORA PRODUZIRÁ UMA OBRA PRÓPRIA. •

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A equipe de produção precisou encarar desafios tradicionais das produções de natureza, como imprevisibilidade e muita espera, e conciliá-los com o fato de ter apenas as primeiras horas da manhã para gravar. De acordo com Wahba, todo o processo de produção levou cerca de dois anos. “Começamos a gravar em outubro de 2013 na Zãmbia. O tempo dedicado a cada episódio foi muito grande, cerca de oito semanas, sendo que nunca ficávamos mais que três semanas a cada sessão. O período do amanhecer é muito curto, cerca de três horas, e é um desafio muito grande conseguir as melhores imagens em um período tão curto e em um ambiente imprevisível. Nossos “atores” são muito rebeldes e, por mais que se pesquise, às vezes eles não aparecem na hora. Às vezes, uma única sequência de imagens levava semanas”, diz o diretor. Ele também destaca o tratamento

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cinematográfico aplicado à obra. “Filmamos com câmera de cinema, com 24 frames. Utilizamos equipamentos que até então só havia visto em catálogos. Também nesse aspecto a interação com os franceses foi muito proveitosa”, conta. Segundo os produtores, foram utilizados nas gravações equipamentos como câmeras de cinema com altíssima sensibilidade para condição de pouca luz, além de lentes teleobjetivas de 800mm, drones, gruas, sliders, estabilizadores de imagem e micro-câmeras. Com cinco episódios de 44 minutos, “Todas as Manhãs do Mundo” teve orçamento de R$ 4 milhões e será exibido nos canais Nat Geo e Nat Geo Wild e em suas plataformas de VOD. Alem disso, a obra será distribuída pela Twetieth Century Fox (TCF) em toda a América Latina. “O projeto foi financiado através do artigo 3° pela TCF, que deteve um equity da série dentro dos limites da lei, e também obteve recursos de licenciamento dos Canais Fox. A distribuição da série na América Latina representou um importante recurso para a engenharia financeira da obra”, diz Rudge. Além de mostrar o comportamento dos animais ao amanhecer, a obra também exibirá os desafios enfrentados pela equipe de produção, que incluem a capotagem de um trenó em meio a neve do artigo Norueguês, picadas das temidas moscas tsé-tsé e trocas de pneus noturnas em meio a rugidos de leões na Savana Africana. Gravado no Brasil, o episódio de estreia da série mostrará o amanhecer na Amzônia, registrando momentos como a desova das tartarugas e animais típicos da região. Com narração do próprio Wahba, a série também conta com trilha sonora exclusiva assinada pelo maestro, compositor e arranjador Fabio Cardia, com participação da cantora Graça Cunha.

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Equipe de produção visitou cinco santuários naturais ao redor do mundo para registros animais ao amanhecer.

FICHA TÉCNICA

Ideia Original Judith Haussling Produção Canal Azul Produzida por Ricardo Aidar Produção Executiva Débora Gorgulho e Renata Rudge Direção Lawrence Wahba Roteiro Lawrence Wahba, Roberta Nader e Tatiana Lohmann Trilha Original Fabio Cardia Cantora Convidada Graça Cunha

SINOPSE: Com registros do amanhecer em paraísos naturais de Brasil, Canadá, Noruega, México e Zâmbia, “Todas as manhãs do Mundo” mostra a troca de turnos da natureza.

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( upgrade )

Fernando Lauterjung

fernando@convergecom.com.br

Nagra permite integrar Netflix em operações de TV.

União faz a força A Nagra, provedora de soluções para proteção de conteúdo e multiscreen, demonstrou a integração dos serviços SVOD da Netflix com seu próprio connectware OpenTV 5 e seu sistema de proteção de conteúdo anyCAST Connect na IBC 2015 em Amsterdã. O sistema de proteção anyCAST é o utilizado pela Netflix em serviços premium. A demonstração expôs uma experiência de usuário via a interface Gravity. Em janeiro, ambas as companhias já tinham anunciado um acordo para fornecer os serviços da Netflix nas plataformas de TV por assinatura que usam as soluções da Nagra. Segundo a Nagra, a demonstração é um exemplo de como os operadores de TV por assinatura podem utilizar serviços premium de over-the-top, tais como o da Netflix, para enriquecer suas ofertas e promover uma experiência mais interessante aos telespectadores.

ChyronHego apresenta soluções criação, inserção e gerenciamento de gráficos.

Mundo gráfico

A ChyronHego apresenta a Lyric64, sua plataforma de gráficos e playout. Se trata de uma solução para a criação de gráficos que inclui uma interface de usuário "point-and-click" baseada na tecnologia proprietária Advanced Data Object. ALyric64 é agnóstica de resolução, com suporte a criação e playout em proporções não padronizadas e resoluções de 4k e além. A fornecedora também apresenta a versão 4.2 da solução de gerenciamento de conteúdo gráfico Camio. Uma novidade é o novo desenho da Luci, a interface modular para produtores para preenchimento de gráficos em sistemas de newsroom, com integração por toda a linha de produtos da ChyronHego. O novo desenho flexibiliza ao permitir uso em PCs, Mac e tablets.

Guardado e organizado

A Quantum Corp lançou o Xcellis, uma solução de armazenamento e fluxo de trabalho compartilhado que consolida a mídia e faz o gerenciamento de metadados, estendendo opções de conectividade tanto para clientes Fibre Channel quanto Ethernet. Escalável, a solução suporta trabalho online e a ingestão e entrega de dados para armazenamento em Lattus, fita LTO e serviços Q-Cloud da Quantum, tudo na plataforma de workflow de mídia StorNext 5. O Xcellis combina o poder de uma estrutura SAN (Storage Area Network) com a conectividade de baixo custo do NAS (Network-Attached Storage) em um sistema único, , simplificando a arquitetura de armazenamento e operação. A solução fornece conectividade a clientes simultaneamente em todos os tipos de rede mais populares, incluindo Fibre Channel e IP para SMB, CIFS, NFS e o Distributed LAN Client, da Quantum. Ao trazer a funcionalidade de vários componentes diferentes em um único sistema que ocupa

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quatro RU de espaço, o Xcellis simplifica a arquitetura de armazenamento global e simplifica a operação e gestão. A solução melhora a produtividade, eliminando a necessidade de ilhas separadas de armazenamento e permitindo que todos os clientes e as áreas de operações de automação do fluxo de trabalho, tais como transcodificação, compartilhem armazenamento.

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Xcellis armazena o conteúdo para fluxo em redes Fibre Channel e Ethernet.

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5 a 15 Festival Internacional de Cinema de Copenhagen, Copenhagen, Dinamarca. cphdox.dk/em. E-mail: info@cphdox.dk 18 e 19 Festival Internacional de Cinema de Amsterdã, Amsterdã, Holanda. www.idfa.nl/industry/festival.aspx info@idfa.nl

DEZEMBRO

1 a 6 Festival Imagem-Movimento, Macapá, Amapá. www.festivalfim.blogspot.com.br/

FEVEREIRO Responsáveis pela agenda política e regulatória se reúnem para discutir as principais metas e o planejamento do setor de telecomunicações para os próximos anos Dia 2 Seminário Políticas de Telecomunicações, Brasília, DF. E-mail: info@convergecom.com.br. Telefone: (+5511) 3138-4676

JANEIRO

27 a 7/2 Festival Internacional de Cinema de Roterdã, Roterdã, Holanda. www.iffr.com/em E-mail: tiger@IFFR.com. Telefone: (+31) 10 890 90 90

14 a 21 PIFF - Festival Internacional de Cinema de Pune, Pune, Índia. www.piffindia.com

31 a 3/2 Realscreen Summit, Washington, Estados Unidos. summit.realscreen.com/2016/ E-mail: jpinto@brunico.com

19 a 21 NATPE Miami, Estados Unidos. www.natpe.com/market. E-mail: rperth@natpe.org

MARÇO

FEVEREIRO

19 a 24 Festival Internacional de Programas Audiovisuais (FIPA), Biarritz, França. www.fipa.tv/en/ E-mail: info@fipa.tv

11 a 21 Festival Internacional de Cinema de Berlim, Berlim, Alemanha. www.berlinale.de/en/HomePage.html. E-mail: info@berlinale.de Telefone: 49 30 25920-0

8 a 11 Kidscreen Summit, Miami, Estados Unidos. www.summit.kidscreen.com/2016/ jpinto@brunico.com Telefone: 416-408-2300

2 a 7 56º Festival Internacional de Cinema de Cartagena das Índias, Cartagena, Colômbia. www.ficcifestival.com/ E-mail: info@ficcifestival.com. Telefone: (57 - 5) 664 2345

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