Revista Tela Viva - 123 - Dezembro 2002

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Tecnologia: a solução brasileira da Sony para o jornalismo na TV

Produção: as mudanças na direção de arte com a alta definição

JX Plural se reestrutura e parte para a produção de programas independentes

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editorial Seria bom se os problemas brasileiros pudessem ser resolvidos pela promulgação de uma lei. Um deputado bem-intencionado poderia escrever: “Todo sem-teto receberá uma casa com dois quartos, água tratada e energia elétrica”, e pronto, acabou-se o déficit habitacional. É o que parece acontecer com o projeto de regionalização da produção que tramita no Congresso neste inicio de dezembro, o PL nº 256/91, da depu-

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tada Jandira Feghali (PC do B/RJ). A produção regional é tema da maior importância. A pluralidade, a diversidade de visões, opiniões e linguagem é que fazem a riqueza da cultura brasileira. Além disso, é saudável e desejável que cada região reproduza em seus meios de comunicação os costumes, o linguajar, as tradições locais. Mais até: que “exportem” essa linguagem para os outros cantos do País, fortalecendo a integração nacional. Mas da forma com foi colocado, o projeto deixa de lado um dado importante da questão: quem banca tudo isso? A lei cria a obrigação, mas não explica, não dá as condições para que a regionalização se concretize. Produzir custa caro, e não se pode esperar que emissoras de estados mais pobres tenham os recursos, financeiros e humanos, para oferecer jornalismo em larga escala, dramaturgia etc. Talvez uma ou outra tenha condição de cumprir a lei, mas dificilmente ela surtirá o efeito imaginado por seus mentores. Pior: além do projeto ter sido “ressuscitado” de repente (a primeira versão é de 1991 e ele esteve engavetado até este finalzinho de mandato), ainda recebeu pressões e acabou incorporando elementos como a obrigatoriedade de exibição de produção independente e um verdadeiro “corpo estranho”, a proibição de video-on-demand de produtos estrangeiros, válida até mesmo para as empresas de telecomunicações. Tudo isso sem discussões públicas, sem debates no Conselho de Comunicação Social, sem maiores explicações. O PT já deu sinais de que pretende retomar a elaboração da Lei de Comunicação de Massa. Seria, parece, mais sensato discutir a regionalização, bem como outras “colchas de retalho” legais existentes hoje, como a Lei do Cabo, em uma única lei, que incorporasse todas as formas de comunicação e estabelecesse, aí sim, uma política única e sólida para o desenvolvimento do conteúdo nacional. Sem esquecer que hoje existe um descasamento entre a política do audiovisual (capitaneada pela Ancine) e a política de comunicações (TV, TV paga, novas mídias etc), o que precisa ser resolvido urgentemente, como bem mostram os problemas do projeto da deputada.

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CAPA

Ela é do cinema

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Em entrevista exclusiva, Assunção Hernandes, presidente do CBC, fala sobre as perspectivas e as expectativas para a produção nacional.

TECNOLOGIA Solução da Sony para jornalismo

PRODUTORA

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JX Plural abre o leque Sem deixar a publicidade de lado, empresa passa também a investir em produção independente para exportação.

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Baseada no formato DVCAM, o novo sistema trata de todas as etapas da produção de notícias das emissoras de televisão.

produção Mãos à obra em alta definição

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A HDTV provoca mudanças importantes tanto na direção de arte quanto em outros aspectos da produção.

case Santa TV produz futebol com emoção

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O programa “Arte do Futebol” é uma releitura do “Canal 100” em linguagem televisiva.

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De ­mulher para ­mulher Está no ar a cam­pa­nha de Natal das Lojas Mari­sa, diri­gi­da a todas as “­mamães noéis” do Bra­sil. São qua­tro fil­mes, pro­ta­go­ni­za­dos pela personagem. A cria­ção é de Car­los Righi, da Gia­co­met­ti e Asso­cia­dos Comu­ni­ca­ção, que expli­ca: “A idéia sur­giu para criar um Natal ideal, femi­ni­no, com o calor da figu­ra mater­na e, por­tan­to, mais acon­che­ gan­te”. A tri­lha sono­ra é inter­pre­ta­da por Luiz Melo­dia e a pro­du­ção é da Sen­ti­men­tal Fil­me, com dire­ção de Gus­ta­vo Leme.

Nova dis­tri­bui­do­ra A pós-pro­du­to­ra, fina­li­za­do­ra e exi­bi­do­ra de cine­ma digi­tal em alta defi­ni­ção TeleI­ma­ge e a Imo­vi­sion, dis­tri­bui­do­ra de fil­mes estran­gei­ros no cir­cui­to nacio­ nal, cria­ram uma nova dis­tri­bui­do­ra, tam­bém vol­ta­da para a comer­cia­li­za­ção de títu­los ­locais. A nova empre­sa, cha­ma­da Teles­co­pe, pre­ten­de tra­ba­lhar tam­bém no mer­ca­do exter­no. O inves­ti­men­to no pri­mei­ro ano deve ser de US$ 4,2 ­milhões, sendo US$ 2 ­milhões ape­nas na aqui­si­ção ou implan­ta­ção de salas de cine­ma pró­prias. Outra meta para o pri­mei­ro ano de ope­ra­ção é a sele­ção de seis fil­mes bra­si­lei­ros, que serão dis­tri­buí­dos no Bra­sil com ­outros 15 títu­los inter­na­cio­nais - cujos direi­tos já foram adqui­ri­dos - como “Salo­mé”, de Car­los Saura; “Dolls”, de Takes­hi Kita­no; “Ken Park”, de Larry Clark e Ed Lach­man; “O Homem Sem Pas­sa­ do”, de Aki Kau­ris­ma­ki; e “Swim­ming Pool”, de Fran­çois Ozon.

Pop-rock plás­ti­co

Reci­cla­gem total A ­ McCann-Erick­son está pro­mo­ven­do uma cam­pa­nha de reci­cla­gem entre seus fun­cio­ná­rios, come­çan­do pela cole­ta sele­ti­va do lixo pro­du­zi­do na agên­cia. O pro­je­to foi ini­cia­do em novem­bro, com pales­tras para a equi­ pe, folhe­tos expli­ca­ti­vos e reci­pien­tes para a cole­ta sele­ti­va. Todo o mate­rial arre­ca­da­do será doado para o ­ Núcleo Sele­ti­vo do Gli­cé­rio, que aten­de 197 famí­lias de cata­do­res de papel.

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Artis­tas plás­ti­cos, fotó­gra­fos, pes­soas liga­ das à publi­ci­da­de e ao cine­ma par­ti­ci­pam da expo­si­ção “A Ima­gem do Som”, em car­taz no Paço Impe­rial do Rio de Janei­ ro. Em sua quin­ta edi­ção, a expo­si­ção enfo­ca o rock-pop bra­si­lei­ro, com tra­du­ ções artís­ti­cas de músi­cas do gêne­ro. Entre os par­ti­ci­pan­tes estão o di­re­tor Andru­ cha Wad­­din­g­­ton, da Cons­­pi­­ra­ção Fil­mes, que re­pre­sen­tou “Ge­­ ra­ção”, do ­ Le­gião Urba­na, e Cris­ti­­na Amo­­rim, di­re­to­ra de cria­­ção da Gio­van­ni, FCB. Cris­­ti­na tra­du­­ziu “Pro Dia Nas­cer Fe­liz”, do Ba­rão Ver­me­lho.

MP 70 com res­sal­vas A Câma­ra dos Depu­ta­dos apro­vou no final de novem­bro o pro­je­to de con­ver­são da Medi­da Pro­vi­só­ria 70, que esta­be­le­ce as con­di­ções para a pre­sen­ça de capi­tal estran­ gei­ro em empre­sas de comu­ni­ca­ção e fle­xi­ bi­li­za as ­regras de con­tro­le de outor­gas de radio­di­fu­são para a par­ti­ci­pa­ção de inves­ ti­do­res ins­ti­tu­cio­nais. A reda­ção apro­va­da der­ru­bou o Arti­go 9 da MP, que fle­xi­bi­li­za­va o Decre­to-Lei 236/67. Ou seja, nin­guém pode ter mais do que cinco outor­gas de VHF, cinco UHFs ou mais de duas outor­gas no mesmo Esta­do. O Arti­go 10, que fle­xi­bi­li­za o 236/67 para inves­ti­do­res finan­cei­ros ou ins­ti­tu­cio­nais, foi apro­va­do, mas a fle­xi­bi­li­za­ção é menos ampla do que a pre­vis­ta. Estes inves­ti­do­res pode­rão ter até 15% de par­ti­ci­pa­ção em quan­tas emis­so­ras qui­se­rem, desde que não ­tenham vín­cu­lo de con­tro­le em mais de uma con­ces­são. Além disso, foi modi­fi­ca­da a reda­ção do pará­gra­fo 2º do Arti­go 2, deter­mi­nan­do que o órgão do Poder Exe­cu­ti­vo defi­ni­do pelo Pre­si­den­te da Repú­bli­ca pode­rá requi­si­tar infor­ma­ções e docu­men­tos para veri­fi­car o cum­pri­men­to do limi­te de 30% do capi­tal estran­gei­ro. Assim, exis­te a pos­si­bi­li­da­de de se desig­nar uma agên­cia regu­la­ do­ra para o setor de radio­di­fu­são. O Sena­do apro­vou a MP no dia 4 deste mês, exata­men­te como che­ gou da Câma­ra. Logo que for san­ cio­na­da sua con­ver­são pela pre­ si­dên­cia, a MP 70, cuja vali­da­de está pror­ro­ga­da pelo Sena­do até abril, per­de­rá a vali­da­de. Se algu­ ma empre­sa de comu­ni­ca­ção se rees­tru­tu­rou com base na MP 70, essa rees­tru­tu­ra­ção esta­rá váli­da.

Fotos: Divul­ga­ção


TVs edu­ca­ti­vas fora do cabo A Comis­são de Cons­ti­tui­ção e Jus­ti­ça da Câma­ra dos Depu­ta­dos apro­vou, em mea­dos de novem­bro, o rela­tó­rio do depu­ta­do Nel­son Trad (PTB/MS) sobre o pro­je­to 3.398/00, do depu­ta­do José Car­los Mar­ti­nez (PTB/PR). O obje­ti­vo do pro­je­to é mudar a Lei do Cabo e obri­gar todas as ope­ra­do­ras a retrans­mi­ ti­rem em suas redes inclu­si­ve os ­sinais das retrans­mis­so­ras comer­ciais ­locais. Com isso, por exem­plo, a gera­do­ra do Esta­dão em Santa Inês/MA, que tem retrans­mis­são na cida­de de São Paulo, deve­rá ser retrans­mi­ti­da para os assi­ nan­tes da cida­de de São Paulo. O mesmo vale para o canal Shop Tour, que tem ape­nas uma retrans­mis­so­ra em São Paulo e hoje, para ­entrar no cabo, aluga espa­ço da gera­do­ra do canal CNI. O pro­ble­ma é que por um apa­ren­te equí­vo­co de reda­ção no pro­je­to, a Lei do Cabo fica­rá (caso o texto seja apro­va­do pela Câma­ra) com a seguin­te reda­ção em seu Arti­go 23, inci­so I alí­nea a: “­canais des­ti­na­dos à dis­tri­bui­ção obri­ga­ tó­ria, inte­gral e simul­tâ­nea, sem inser­ção de qual­quer infor­ma­ção, da pro­gra­ ma­ção das emis­so­ras gera­do­ras comer­ciais e das retrans­mis­so­ras ­locais de radio­di­fu­são, de sons e ima­gens, em VHF ou UHF, aber­tos e não codi­fi­ca­dos, cujo sinal alcan­ce a área do ser­vi­ço de TV a cabo e apre­sen­te nível téc­ni­co ade­qua­do, con­for­me ­padrões esta­be­le­ci­dos pelo Poder Exe­cu­ti­vo”. Ao pé do texto legal, isso sig­ni­fi­ca que as emis­so­ras gera­do­ras não-comer­ ciais (edu­ca­ti­vas), como por exem­plo TV Cul­tu­ra em São Paulo ou TVE no Rio, entre ­outras, não pre­ci­sa­riam ser car­re­ga­das pelas ope­ra­do­ras de TV a cabo.

Clo­rets reposicionado A Adams come­çou em mea­dos de novem­bro a vei­cu­lar uma ampla cam­pa­nha de mídia nas ­regiões Sul e Sudes­te do País para mar­car o novo posi­cio­na­men­to de uma de suas mar­cas: a goma de mas­car Clo­rets. Os comer­ciais foram desen­vol­vi­dos pela agên­cia New­com Bates do Bra­sil e a assi­na­tu­ra da cam­pa­nha é: “Clo­rets, deixe sua boca irre­sis­tí­vel”. A estra­té­gia ­ inclui a vei­cu­la­ção de dois comer­ciais — “Entre­ga­dor de Pizza” e “Pedá­gio” —, nas ver­sões de 15 e 30 segun­dos, na Ban­dei­ran­tes, Globo e SBT. Na opi­nião de Mar­cel Sacco, dire­tor de mar­ke­ting da Adams, divi­são do Pfi­zer Con­su­mer Group, trata-se de “uma cam­pa­nha jovem, des­con­traí­ da, moder­na e bem-humo­ra­da”, reve­la.

Nova pro­du­ção A pro­du­to­ra Porão Fil­mes ­ estreou no iní­cio de novem­bro o “BPM Espor­te e Aven­tu­ra”, pro­gra­ma sema­nal de 30 minu­tos, que está sendo exi­bi­do aos sába­dos pela TV Mil­le­nium. Diri­gi­do por Clau­sius Ste­ven e apre­sen­ta­do pelo pára-que­dis­ta Sté­lio Andra­de, o “BPM” conta sem­pre com a pre­sen­ça de uma con­vi­da­da famo­sa. No dia 30 de novem­bro, por exem­plo, a con­vi­da­da foi Pie­tra Fer­ra­ri, garo­ta-pro­pa­gan­da da Kai­ser. A Porão Fil­mes deci­diu inves­ tir recursos próprios no pri­mei­ro mês, para ­depois con­se­guir patro­cí­nio.


Mais aten­ção à radio­di­fu­são O depu­ta­do Wal­ter Pinhei­ro (PT/BA) afir­mou no final de novem­bro que o gover­no de Lula deve­rá regu­la­ men­tar de manei­ra mais efe­ti­va o setor de radio­di­ fu­são. “O gover­no Lula ainda terá a chan­ce de edi­tar uma lei de radio­di­fu­são ou uma agên­cia regu­la­do­ra para o setor ou até mesmo pas­sar esta incum­bên­cia para a Ana­tel”, com­ple­tou o depu­ta­do.

Pro­gra­ma­ção Regio­nal Deve­ria ter sido vota­do no dia 4 deste mês o pro­je­to de lei nº 256/91, da depu­ta­da Jan­di­ra Feg­ha­li (PC do B/RJ). O pro­je­to foi reti­ra­do da pauta da Comis­são de Comu­ni­ca­ ção pelo rela­tor, depu­ta­do Mar­ce­lo Bar­bie­ri (PMDB/ RJ), que reu­niu-se com a auto­ra do pro­je­to e re­pre­sen­tan­tes do setor para ten­tar ­ fechar um novo texto con­sen­sual entre as par­tes envol­vi­das. Outro encon­tro esta­va mar­ ca­do para o dia 10, e o pro­je­to deve­ria ser vota­do na reu­nião da Comis­são do dia 11. O pro­je­to deter­mi­na que as emis­so­ras de TV, e/ou suas afi­lia­das, são obri­ga­das a vei­cu­lar dia­ria­men­te, das 7h00 às 23h00, pro­gra­mas pro­du­zi­dos nos esta­dos em que estão loca­li­za­das suas sedes, de acor­do com os seguin­tes per­cen­tuais: 20% para emis­so­ras que aten­dem áreas geo­grá­fi­cas com mais de 1,5 ­milhão de domi­cí­lios com tele­vi­so­res e 15% para emis­so­ras que aten­dem áreas com menos de 1,5 ­milhão de domi­cí­lios com tele­vi­so­res. Estes per­cen­tuais deve­rão aumen­tar para 30% e 20%, res­pec­ti­va­men­te, ao final de cinco anos. As emis­so­ras tam­bém terão que reser­var 40% do per­cen­tual de pro­gra­ma­ção regio­nal para vei­cu­la­ção de pro­du­ção inde­pen­den­te. Além disso, o pro­je­to esta­be­le­ce que as empre­sas de tele­co­mu­ni­ca­ções (incluin­do TV por assi­na­tu­ra) não pode­rão ofe­re­cer video-on-­demand de pro­gra­ma­ção estran­gei­ra e terão que imple­men­tar um canal artís­ti­co e cul­tu­ral com pro­du­ção inde­pen­den­te.

HBO busca pro­du­ção local Cerca de 90% dos cus­tos de pro­gra­ma­ ção do canal pago HBO no país são cota­ dos pelo dólar, segun­do o dire­tor geral da HBO Bra­sil, Eduar­do Men­don­ça. Por isso, a pro­gra­ma­do­ra está fazen­do reu­ niões com pro­du­to­ras bra­si­lei­ras para a rea­li­za­ção de co-produções, tal como a empre­sa faz em ­ outros mer­ca­dos. Mas não há nada defi­ni­do.

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Sesi­nho no Canal Futu­ra O Canal Futu­ra come­çou a vei­cu­lar os seria­dos edu­ca­ti­vos com o per­so­na­gem Sesi­nho, basea­do na revis­ti­nha men­sal de mesmo nome. São pro­gra­me­tes de 1m30s com temas edu­ca­ti­vos como pre­ ven­ção con­tra a den­gue, edu­ca­ção no trân­si­to, reci­cla­gem de lixo, fol­clo­re, eco­lo­gia etc. A pro­du­ção é uma par­ce­ria entre a agên­cia Exa­world, de Flo­ria­nó­po­lis, e a pro­du­to­ra pau­lis­ta HGN Pro­du­ções, que tem no seu cur­rí­cu­lo diver­sas pro­du­ções em dese­nho ani­ma­ do para a Walt Dis­ney Tele­vi­sion ame­ri­ca­na. A ani­ma­ção é simi­lar à dos seria­dos Dis­ney, mas com aca­ba­men­to digi­tal uti­li­zan­do o Sof­ti­ma­ge Toonz e ele­men­tos 3D rea­li­za­dos com o Maya 3D. A pro­ du­ção do som é da pau­lis­ta Mr. Min. Estão sendo pro­du­zi­dos mais 12 epi­só­dios, que entra­rão no ar em feve­rei­ro de 2003.

Fim das dele­ga­cias regio­nais Publi­ca­do no Diá­rio Ofi­cial da União, no dia 19 de novem­bro, o decre­to pre­si­den­cial nº 4.471/2002 apro­va a nova estru­tu­ra regi­men­tal e o qua­dro de car­gos do Minis­té­rio das comunica. A mudan­ça mais sig­ni­fi­ca­ti­va é a extin­ção das 11 dele­ga­cias regio­ nais rema­nes­cen­tes do Mini­com. Segun­do infor­ma­ções do minis­té­ rio, esta rees­tru­tu­ra­ção teve iní­cio em maio de 98, com a extin­ção de 15 dele­ga­cias regio­nais. Ainda segun­do o órgão, a extin­ção das dele­ga­cias regio­nais está pre­vis­ta na Lei Geral de Tele­co­mu­ni­ca­ ções, como forma de refor­çar a fun­ção da Ana­tel de órgão fis­ca­li­ za­dor, inclu­si­ve de radio­di­fu­são.

Ani­ma­do­res, uni-vos O Cen­tro Cul­tu­ral Cine­ma de Ani­ma­ção foi cria­do para reu­nir o pes­soal que curte e faz ani­ma­ ção e dis­cu­tir cul­tu­ra, pes­qui­sa e edu­ca­ção na área. Diri­gi­do por José Már­cio Nico­lo­si de Melo, Nail­do de Brito, Gil­ber­to Caser­ta, Ana Maria Costa Roxo e Sér­gio Mar­ti­nel­li, o Cen­tro pre­ten­de pro­mo­ver encon­tros vir­tuais e ao vivo com as pes­ soas que quei­ram fazer parte do bate-papo. É só aces­sar o site www.cine­ma­dea­ni­ma­cao.com.br. O Cen­tro já rea­li­zou ofi­ci­nas de ani­ma­ção para crian­ças e co-pro­du­ziu o curta “Ter­mi­nal”, de Leo Cada­val, que vem anga­rian­do prê­mios em fes­ti­vais do mundo todo. O filme conta a his­tó­ria de um espí­ri­to que repas­sa sua vida enquan­to espe­ra seu corpo em coma parar de fun­cio­nar.


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Z-3000/CR-D10

A Hitachi já está distribuindo a camcorder profissional Z-3000/CR-D10, a primeira capaz de gravar em mídias DVD-RAM. É uma solução que junta dois produtos em um: a camcorder digital Z-3000 e o gravador CR-D10. O gravador registra o material da câmera diretamente em um disco DVD-RAM ou DVD-R no formato de arquivos para serem editados em qualquer computador com um drive de DVD-RAM. Além disso, pode trabalhar com diferentes especificações de compressão do MPEG-2. O gravador custará, nos EUA, US$ 5,99 mil. O sistema completo — formado por câmera, gravador, estojo, microfone, lentes 20:1, drivers USB e uma fita virgem — sairá por US$ 20 mil. www.hitachi.com

Varicam AJ-HDC27F A Panasonic trouxe para o Brasil sua nova câmera voltada para cinema digital, a Varicam AJ-HDC27F. O equipamento trabalha no formato 720p com velocidades entre quatro e 60 quadros por segundo. Além de trabalhar em várias velocidades, a Varicam permite fazer o efeito “rampa” usado nas câmeras de película, ou seja, variar gradualmente a velocidade de gravação de quatro para 60 quadros por segundo numa mesma cena, por exemplo. Além disso, o equipamento aceita, com o uso de adaptador, as lentes de 35 mm das câmeras de película. www.panasonic.com.br

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G4 Dual 1,25 GHz A Apple lançou este ano a estação G4 com dois processadores de 1,25 GHz. Tela Viva testou o equipamento com o sistema operacional OS X Jaguar e o editor não-linear Final Cut Pro 3. O computador veio equipado com 512 Mb de RAM e 2 Mb de memória cache, além do monitor Apple Cinema Display de 23”. Os testes foram feitos com a ajuda do editor André Francioli, que, no último ano, tem se dedicado ao treinamento em edição nas oficinas populares organizadas pela Kinoforum em São Paulo. Logo de cara, Francioli ficou impressionado pelo monitor - tanto pelo tamanho quanto pela proporção 16x9. “Dá para dispor melhor os elementos na área de trabalho. Assim não preciso usar dois monitores, o que é meio incômodo”, disse. A instalação do Final Cut foi muito rápida, apenas 2,5 minutos. A configuração do software consumiu um tempo de 1,5 minuto. Para transferir o conteúdo da câmera para o HD do computador foi necessário apenas conectar os dois equipamentos por meio da porta FireWire (IEEE 1394). O software reconheceu a câmera digital sem a necessidade de instalação de driver adicional e possibilitou controlá-la remotamente. Nos testes de operação do software, Francioli não sentiu diferenças quanto à renderização de efeitos e geração de caracteres. “Parece que levou o mesmo tempo que levaria no modelo O G4, com o Final Cut Pro, não apresenanterior do G4. Se houve tou problemas mesmo alguma diferença, foi muito sutil”, opina o editor. “É uma trabalhando com várias layers. pena, pois a renderização é a parte que mais atrapalha o andamento do trabalho”, completou. Outro teste feito foi o uso de várias pistas do timeline. Usando 12 layers de vídeo, a reprodução do material não ficou irregular, sem mensagens avisando que não foi possível processar o vídeo ou interrupções durante o processo. Após aplicar filtros diferentes em metade das layers, a qualidade da reprodução manteve-se inalterada. www.apple.com/br


CAPTAÇÃO EM DISCO Sony lança no Brasil nova camcorder DVCAM e videodisco que substitui o uso de fitas. A Sony está lançando no País novos equipamentos para a área profissional. Trata-se da camcorder DSR-PDX10 e do videodisco DSR-DU1. A camcorder DSR-PDX10 é uma câmera compacta de três CCDs capaz de gravar nos formatos DV Consumer e DVCAM. Além da porta i.Link (IEEE 1394), ela conta com um terminal USB, que pode transmitir para o computador imagens paradas, no formato JPEG, ou em movimento, em AVI. Os CCDs capturam vídeos com 530 linhas ou imagens paradas de um megapixel, que são gravadas em um cartão Memory Stick de 8 Mb, o qual acompanha a câmera. O monitor LCD da câmera é de 3,5 polegadas, com tecnologia Touch Screen, o que facilita o acesso ao menu de funções e ao ajuste dos níveis de áudio. Entre as funções que podem ser acessadas no monitor estão o ajuste de foco e exposição, zoom de reprodução e os controles do cartão de memória. A DSR-PDX10 conta ainda com lentes fixas, que podem trabalhar no formato

4:3 ou 16:9 (letterbox), e a opção de usar os ajustes manuais de exposição, que através da íris e velocidade do obturador permitem um ajuste individual.

Video Disk Unit O DSR-DU1 pode ser usado para gravar conteúdo de uma A outra novidade que a câmera, com ou sem fitas, ou como VTR. Sony está trazendo para o Brasil é o gravador compacto i.Link compatível. DSR-DU1. Trata-se de uma unidade de disco rígido de 2,5 polegadas e Já a gravação em loop permite armazenar, 40 Gb que substitui as fitas em produções em uma memória interna, sinais de áudio e vídeo de até oito segundos, que são DVCAM. Acoplado às camcorders Sony DVCAM e DV, o gravador compacto pode armazenados quando o botão “Rec” é pressionado, ajudando a evitar perdas de armazenar um sinal contínuo a 25 Mbps por até três horas, o equivalente ao tempo cenas importantes. Pode-se optar pelos padrões NTSC (525) e PAL (625), permáximo de gravação em uma fita DVCAM. Quando a gravação é finalizada, é mitindo gravar e reproduzir em ambos os sistemas de cores. possível retirar da camcorder o DSRO DSR-DU1 também pode ser usado DU1 e fazer a transferência direta para como um VTR, com teclas de operação a ilha de edição. que permitem controles como play, stop, Além disso, através da conexão i.Link, next, previous e recording. Dessa mapode-se gravar simultaneamente no hard neira pode-se usar a unidade como fonte drive da DSR-DU1 e na fita cassete da independente ou apenas para gravação. camcorder. A data de gravação durante a captura Além disso, ele pode ser usado como um HD na ilha de edição, tornando de imagens, com o time desnecessária a transferência de todo code dos pontos inicial e o conteúdo para os discos internos da final é automaticamente ilha para que se possa fazer uma edição armazenado. O i.Link não-linear. suporta dois tipos de Segundo o chefe de marketing da área proprotocolo: o AV/C, usado para transferência contínua fissional da Sony do Brasil, Luis Fernando Fabichak, os equipamentos já estão sendo DVCAM/DV, e o SBP2, que permite a transferência distribuídos pela Sony e seus dealers e contam com garantia de um ano. de imagens como arquivos para sistemas não-lineares, fernandolauterjung equipados com interface Camcorder DSR-PDX10: monitor LCD com touch screen, o que facilita a operação do equipamento.

Fotos: Claudia G.I.P. (André Francioli) e Divulgação


Técnico de som, empresário, engenheiro, pesquisador. Geraldo Ribeiro está envolvido hoje com tudo o que diz respeito a som e acústica.

Formado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da USP, trabalhou cerca de cinco anos em empresas de engenharia. Para se manter durante a faculdade, trabalhava como fotógrafo. Foi nessa época que conheceu o multimídia Hugo Gama, que o introduziu na área de som. O Hugo tinha uma formação estética e cultural tão sólida que para ele não importava a ferramenta — tudo fazia parte de uma coisa maior.

a produção total, da trilha e dos ruídos até a mixagem. O mercado oferecia o privilégio de acompanhar o trabalho até o fim, então a gente tinha mais autocrítica. A gravação era feita com emoção, mas na hora da transcrição a gente podia analisar o trabalho friamente e aprender com os erros.

Daí vem a crítica que faz ao sistema de trabalho de algumas produtoras.

Geral­do Ribei­ro

Começou a trabalhar com publicidade, área que aprendeu a gostar e respeitar. Gosto de publicidade, do cinema publicitário, da dinâmica, do critério e do cuidado que se tem.

Apesar de acreditar na democratização dos meios, com a queda de preço de microfones e DATs, o que permitiu a entrada de novos profissionais no mercado, ele sente falta da época em que o técnico de som tinha uma atuação mais global e uma formação mais ampla. No início, quando ainda havia o som óptico, a gente fazia

­ Daniel Lin­den­berg deixa a dire­to­ria geral da área de comu­ni­ca­ção inte­ra­ti­va da agên­cia Publi­ cis­Nor­ton, ­de­pois de dois anos e meio, para se dedi­ car a um pro­je­to solo. Ele abre, em janei­ro, uma pro­ ­du­to­ra de con­ver­gên­cia de ­ mídias, de entre­te­ni­ men­to para TV e Inter­net, com sede em São Paulo. O foco da nova empre­sa está no desen­vol­vi­men­to de con­teú­do de TV inte­ra­ti­va para os públi­cos ado­les­cen­ te e jovem adul­to.

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O fotógrafo marca sua luz do lado do colorista, que é um profissional qualificado. No nosso caso, as produtoras têm o famoso ‘menino do som’. Uma pessoa sem nenhuma formação que é responsável por digitalizar o som para o computador. O que antes a gente fazia na transcrição agora é feito sem nenhum critério, sem o entendimento da concepção daquele som. Essa economia que a produtora busca com certeza interfere no resultado final.

Por isso, se preocupa com a formação do profissional. Existe a necessidade de uma escola técnica de cinema e televisão. As escolas de nível universitário formam diretores e fotógrafos, que na hierarquia de uma equipe representam o topo da cadeia alimentar. Não se formam técnicos de som, operadores de câmera, eletricistas e maquinistas. A transmissão do ‘conhecimento’ é em base oral e isto acaba por propagar erros por décadas. Além de melhorar

A Sony Bra­sil está se des­pe­din­do de um dos gran­des res­pon­sá­veis pela pre­sen­ça da área de broad­cast da empre­sa no País. Trata-se do enge­nhei­ro Tat­su­hi­ko Takeu­chi, que já está há 30 anos na Sony, dos quais 22 dedi­ca­dos ao desen­vol­vi­men­to da área de broad­cast. Tendo cola­bo­ra­do com o pro­gres­so desse campo no mer­ca­do bra­si­lei­ro, Takeu­chi-san vai para Van­cou­ver, Cana­dá, com a famí­lia para bus­car novos rumos pes­soais. Sua fun­ção, na Sony Bra­sil, fica­rá a cargo do enge­nhei­ro Kanat­ o Yos­hi­da, novo geren­te geral de enge­nha­ria, a par­tir de 1º de janei­ro. O prêmio dado pelo canal GNT para os projetos de documentários apresentados no Fórum Brasil Documenta, que aconteceu no Rio de Janeiro, foi dividido entre Bebeto Abrantes (“Recife/Sevilha: João Cabral de Melo Neto”) e Fabiano Maciel (“Vaidade”), contemplados com R$ 50 mil cada. O projeto “Serra Pelada”, de Victor Lopes, recebeu um incentivo da Embaixada da França no Brasil.

tela viva

dezem­bro de 2002

Fotos: Ger­son Gar­ga­la­ka (Geraldo Ribeiro) e Divul­ga­ção


a qualidade do produto final, isso também levará a uma maior durabilidade dos equipamentos utilizados.

Ao longo de sua carreira, Geraldo participou de curtas, longas e documentários — mas a condição básica era “que lhe dessem tesão”. Fui co-produtor de “Anos JK” e “Jango”, do Silvio Tendler, fiz “Terra Estrangeira”, “Notícias de uma Guerra Particular”, terminei “Durval Discos”. Não fiz muito longa e documentário, mas só os pelos quais me apaixonei. No próximo ano, vou querer trabalhar mais com isso. Fui convidado para fazer “Central do Brasil”. Pensei na minha úlcera, que ia ficar 13 semanas no sertão, longe da minha cama, das minhas filhas e disse não. Arrependo-me profundamente!

Em paralelo, entram em cena o empresário e o engenheiro, “donos” da T-Com Ltda. A empresa vende equipamentos de som e cria projetos de eletroacústica para empresas. Trouxe os equipamentos que achava fundamental ter para trabalhar e que as outras empresas não tinham interesse por causa do custo. Você vê, os técnicos de som brasileiros são a única categoria no cinema que forçosamente devem investir em seu próprio equipamento, totalmente importado. Apesar de existir mecanismos de financiamento e apoio à produção, não existem recursos para o aparelhamento de profissionais. Não existem sequer mecanismos de isenção fiscal — como os que contemplam a televisão — para podermos comprar equipamentos a preços mais compatíveis com o nosso pauperismo.

Há cerca de cinco anos, depois de 30 anos afastado de sua formação original, começou a desenvolver projetos eletroacústicos para empresas, salas culturais e auditórios. Agora está preparando sua tese de doutorado sobre um tema que o preocupa demais: a acústica das salas de aula.

Pro­ta­go­ni­za­do por Gra­cin­ do Jr., ­estreou em dezem­ bro o curta “Carro-Forte”, de Mário Dia­man­te, den­tro da Mos­tra Curta Cine­ma do Rio de Janei­ro. O rotei­ro, pre­mia­ do pelo Pro­je­to Petro­bras de Curta-metra­gem de 35 mm, conta a his­tó­ria de qua­tro ­homens con­fi­na­dos em um carro-forte duran­te um assal­ to. Cerca de 90% do filme foi roda­do den­tro do veí­cu­lo em movi­men­to e por isso o dire­ tor optou por fil­mar em 16 mm para pos­te­rior amplia­ção. Para redu­zir o “saco­le­jo” den­ tro do veí­cu­lo, a câme­ra ficou o tempo todo no steady­cam.

A pro­du­to­ra pau­lis­ta­na JX Plu­ ral con­tra­tou a mexicana Irma Palma, a Jimmy, que assu­me o cargo de dire­to­ ra geral da pro­ du­to­ra. Jimmy tem um cur­rí­cu­ lo de 15 anos com pas­sa­gens pelo SBT (onde foi pro­du­to­ra exe­­cu­ti­va do pro­ gra­ma “Casa dos Artis­tas”), pelo grupo mexi­ca­no Tele­vi­sa, Noble/ DMB&B, entre ­outros.

O dire­tor Car­los Cor­tez aguar­da para janei­ro o resul­ta­do do con­cur­ so de rotei­ros Sun­dan­ce NHK Award, pro­mo­vi­do pelo Fes­ti­val de Sun­dan­ce e pela emis­so­ra japo­ne­sa NHK. Seu rotei­ro “Querô, uma Repor­ta­gem Mal­ di­ta”, foi sele­cio­na­do entre os três con­cor­ren­tes da Amé­ri­ca Lati­na. A his­tó­ria — adap­ta­da do livro homô­ni­ mo de Plí­nio Mar­cos — do garo­to Querô, filho trá­gi­co de uma pros­ti­tu­ta de San­tos, con­cor­re com os rotei­ros do argen­ti­no Jorge Gag­ge­ro e dos uru­guaios Juan Pablo Rebel­la e Pablo Stoll. A pro­du­ção é da Gul­la­ne Fil­mes, de Caio e Fabian­ o Gul­la­ne.

A educação é fundamental para passar valores e conceitos fundamentais, como higiene, saúde, sociabilidade. Assusta muito a despreocupação arquitetônica com o espaço da sala de aula. Em maus ambientes, as pessoas não entendem, há casos em que cinco de cada dez palavras são perdidas. Não é à toa que a ‘turma do fundão’ vai mal. O dire­tor e arti­cu­lis­ta José Rober­to Tore­ro assi­na a dire­ção do docu­men­tá­rio “O Vai mal porque não ouve. Mundo Cabe numa Cadei­ra de Bar­bei­ro”. O filme é uma co-pro­du­ção entre a TV

A pro­du­to­ra ca­rio­ ca TV Zero é a res­pon­sá­vel pelos novos fil­mes cria­dos pela Gio­van­ni, FCB para a Rede Globo. Com o tema “Ética”, os fil­mes mos­tram pro­fis­sio­nais reco­nhe­ ci­dos tes­te­mu­nhan­ do a impor­tân­cia de ati­tu­des éti­cas em suas pro­fis­sões. O juiz de fute­bol Arnald ­ o Cezar Coe­lho, o jor­na­lis­ta Arnald­ o Jabor e o ator Milt­ on Gon­çal­ves (foto) são os pro­ta­go­nis­tas da cam­pa­nha. A cria­ção é de Fern ­ and ­ o Cam­ pos, Adils­ on ­Xavier e Crist­ in­ a Amo­rim.

Cul­tu­ra, a STV e a pro­du­to­ra Super­fil­mes, de Zita Car­va­lho­sa. A par­tir do acer­vo do Museu da Pes­soa, foram loca­li­za­das per­so­na­gens de ­várias ori­gens, que repre­sen­tam as prin­ci­pais cor­ren­tes migra­tó­rias de São Paulo e são entre­vis­ta­das numa cadei­ra de bar­bei­ro. ­ Outros cinco docu­men­tá­rios já foram rea­li­za­dos a par­tir dessa par­ce­ria, sendo apre­sen­ta­dos simul­ta­nea­men­te nas duas emis­so­ras. O filme é pon­tua­do por nar­ra­ções bem-humo­ra­das de Paulo José e Paulo César ­Pereio. A cineas­ta Suza­na Ama­ral foi à Espa­nha rece­ber v­ ários prê­mios da 28 Edi­ción Del Fes­ti­val de Cine Ibe­roa­me­ri­ca­no de Huel­va. Dos nove prê­mios, seis foram tra­zi­dos para o Bra­sil. Suza­na ficou com o Prê­ mio Espe­cial do Júri por seu filme “Uma Vida em Segre­do”. Pelo mesmo filme, Suza­na levou o prê­mio de ­melhor dire­ção e Sabrin ­ a Greve com o de ­melhor atriz. O tam­bém bra­si­lei­ro “Mada­me Satã”, de Karim ­Aïnauz, ­ ganhou como ­ melhor longa-metra­gem; ­melhor ator (Lázar­ o Ramos); e ­ melhor foto­gra­fia (Wal­ter Car­va­lho). Entre os cinco prê­mios para­le­los, “Mada­me Satã” ainda ­ganhou o Prê­mio ­Manuel Barba da Asso­cia­ção de Impren­sa de Huel­va, como o ­melhor rotei­ro.


Ela é do cinema Assunção Hernandes fala sobre cota de tela, espaço na TV e as perspectivas para a produção nacional.

D

16 capa

dezembro de 2002

Dedi­ca­ção inte­gral ao cine­ma nacio­nal. Este seria um bom slo­gan para defi­nir a pre­si­den­te do CBC (Con­gres­so Bra­si­lei­ro de Cine­ma), Assun­ção Her­nan­des. Afi­nal, além do cargo na enti­da­de, ela acu­mu­la ainda as fun­ções de pre­ si­den­te do ­ Sicesp (o sin­di­ca­to do setor no Esta­do de São Paulo), de dire­to­ra-suplen­te na Fiesp e repre­sen­tan­te da socie­da­de civil no Con­se­lho de Comu­ni­ca­ção ­Social (como suplen­te). Tudo isso sem des­cui­dar de sua Raíz Pro­du­ções, que no iní­cio de novem­bro havia aca­ba­do de rodar o longa “De Pas­sa­gem”, do estrean­te Ricar­do Elias, e esta­va edi­tan­ do o longa “A Ilha do Ter­rí­vel Rapa­ter­ra” e o docu­men­tá­ rio “Mulhe­res Pes­ca­do­ras”. No final de outu­bro, o CBC, apre­sen­tou, duran­te o Fes­ti­val de Bra­sí­lia, uma carta à equi­pe de tran­si­ção do PT com pro­ pos­tas para a imple­men­ta­ção de uma polí­ti­ca audio­vi­sual no novo gover­no. O texto pro­põe 13 pon­tos refe­ren­tes ao cine­ma e ao audio­vi­sual nacio­nal. Entre ­outros assun­tos, o CBC pede que a Anci­ne tenha con­di­ções para tor­nar-se efe­ti­va­men­te uma enti­da­de públi­ca regu­la­do­ra, fis­ca­li­za­do­ra e fomen­ta­ do­ra da ati­vi­da­de audio­vi­sual, incluin­do a TV, tal como foi ori­gi­nal­men­te con­ce­bi­da pelo Gedic. Os cineas­tas tam­bém pedem a regu­la­men­ta­ção e fis­ca­li­za­ção do aces­so do cine­ma e da pro­du­ção audio­vi­sual bra­si­lei­ra inde­pen­den­te à pro­gra­ ma­ção das emis­so­ras e a amplia­ção da dis­po­ni­bi­li­da­de dos recur­sos públi­cos fede­rais no fomen­to à rea­li­za­ção de fil­mes e pro­gra­mas tele­vi­si­vos de pro­du­ção inde­pen­den­te. Além disso, a carta pede maior fir­me­za por parte do gover­ no fede­ral na defe­sa do pro­du­to audio­vi­sual bra­si­lei­ro atra­vés de regu­la­men­ta­ção espe­cí­fi­ca para pre­ser­var sua com­pe­ti­ti­vi­da­de em rela­ção ao pro­du­to norte-ame­ri­ca­no no mer­ca­do inter­no (suge­rin­do ainda uma even­tual limi­ ta­ção da impor­ta­ção de títu­los e núme­ro de ­ cópias de fil­mes des­ti­na­dos à dis­tri­bui­ção) e o desen­vol­vi­men­to de uma polí­ti­ca exter­na visan­do a inser­ção inter­na­cio­nal do cine­ma bra­si­lei­ro. No fecha­men­to desta edi­ção, Assun­ção tra­va­va mais uma

bata­lha: a vota­ção do pro­je­to de lei da depu­ta­da Jan­di­ra Feg­ha­li (PC do B/RJ), que impõe um míni­mo de pro­du­ção regio­nal para as emis­so­ras de TV. Neste caso, a luta é para inse­rir a pro­du­ção inde­pen­den­te den­tro desta cota. A pro­du­to­ra exe­cu­ti­va de ­alguns dos mais impor­tan­tes fil­mes da cine­ma­to­gra­fia nacio­nal, como “O Homem que Virou Suco”, de João Batis­ta de Andra­de, e “A Hora da Estre­la”, de Suza­na Ama­ral (de quem tam­bém pro­du­ziu o recen­te “Uma Vida em Segre­do”), rece­beu Tela Viva para esta con­ver­sa sobre polí­ti­ca audio­vi­sual e as pers­pec­ti­vas para o cine­ma bra­si­lei­ro. Tela Viva: Como você avalia a Anci­ne até agora? Assun­ção Her­nan­des: A agên­cia ainda está se mon­tan­

do, com difi­cul­da­de. Está mais deva­gar do que dese­já­va­mos, mas isso não sur­preen­de. É um órgão fun­da­men­tal. Não gos­ ta­ria de abrir mão dela, a não ser que no pro­ces­so hou­ves­se outra coisa no lugar. Nesse momen­to vemos a Anci­ne como indis­pen­sá­vel. E o con­fli­to entre a agên­cia e o MinC?

Acre­di­to que este con­fli­to seja tem­po­rá­rio, é uma espé­cie de “divór­cio”, que deve ser resol­vi­do na pró­xi­ma ges­tão. O MinC par­ti­ci­pou de todo o pro­ces­so (de cria­ção da agên­cia), deve­ria estar dando força, mas está atra­pa­lhan­do em tudo o que pode. É sur­preen­den­te, ainda mais con­si­de­ran­do que o minis­té­rio e a Secre­ta­ria do Audio­vi­sual foram ocu­pa­dos por dois inte­lec­tuais (N.R.: o minis­tro Fran­cis­co Wef­fort e o secre­tá­rio José ­Álvaro Moi­sés). Qual deve ser o papel de cada um, Anci­ne e MinC, no incen­ti­vo ao cine­ma?

Acho que um mode­lo divi­di­do é o ade­qua­do. O minis­té­rio deve con­ti­nuar res­pon­den­do pelo cine­ma expe­ri­men­tal, pela reve­la­ção de talen­tos, con­ser­va­ção, estu­dos, even­tos. É uma ques­tão de Esta­do, pois 92% da popu­la­ção é excluí­da do Fotos: Marcelo Rudini


andrémermelstein andre@telaviva.com.br

o papel da agên­cia neste momen­to é o cine­ma orga­ni­za­do. Mas que­re­mos que ela seja vista por toda a socie­da­de, inte­lec­tuais etc. Quan­do faze­mos a defe­sa da agên­cia, não é para a nossa sobre­vi­vên­cia. Vamos na dire­ção de um cine­ma que tenha a ver com a socie­da­de bra­si­lei­ra como um todo. Não de uma forma sub­ser­vien­te, como mui­tos pro­gra­mas da tele­vi­são e ­ alguns fil­mes, fei­tos para ficar no ponto onde está aque­la popu­la­ção, ou mui­tas vezes até abai­ xo deste ponto. Mas a popu­la­ção não tem alter­na­ti­va e isso acaba sendo a coisa mais fácil dela dige­rir. Então a socie­da­de tem cine­ma. Isso não é somen­te uma ques­tão que estar mais pre­sen­te, e para isso têm da indús­tria, é uma ques­tão de iden­ti­da­de que haver mais ­canais de comu­ni­ca­ção. cul­tu­ral. Já o papel da Anci­ne é defen­der a indús­tria cine­ma­to­grá­fi­ca bra­si­lei­ra. Como anda, a seu ver, a pre­sen­ça da

pro­du­ção nacio­nal na TV? Você faz então uma dis­tin­ção entre Um dos pon­tos fun­da­men­tais é o seguin­ um cine­ma mais “cul­tu­ral” e um mais te: o con­teú­do bra­si­lei­ro é impor­tan­te, é “comer­cial”? neces­sá­rio e é bom. O único canal que

Sim, faço essa dife­ren­ça. Ambos deve­rão exis­tir. Um deles já exis­te há mui­tos anos, que é esse que o minis­té­rio, se tives­se se “ante­na­do”, sabe­ria que é o tra­ba­lho deles: as ­ estréias, o expe­ri­men­tal, que se arris­ca mais e que even­tual­men­te pode vir a ser até um gran­de block­bus­ter. Mas quem vai cui­dar disso não será a indús­tria. E nesse mode­lo a Anci­ne deve­ria des­ ti­nar dinhei­ro tam­bém para a cons­tru­ ção de salas, pro­mo­ção etc? Ou estas ­seriam fun­ções do MinC?

Mui­tas coi­sas con­vi­vem, podem ser com­ ple­men­ta­res, se hou­ver har­mo­nia na atua­ ção. Não tem por­que ficar dois ­ órgãos públi­cos bri­gan­do entre si ou empur­ran­ do a res­pon­sa­bi­li­da­de.

pro­duz hoje é a TV Globo. Os ­demais pra­ ti­ca­men­te não têm nada, ou pas­sam bem longe deste con­teú­do. Os ­outros deve­riam resol­ver como vão ofe­re­cer con­teú­do bra­si­ lei­ro, até por­que é bom para os negó­cios. É ina­de­qua­do todo o con­teú­do nacio­nal ficar den­tro de um único canal, que ainda por cima pro­duz quase tudo inter­na­men­te. Não é demo­crá­ti­co. A rique­za jus­ta­men­te está nos olha­res diver­sos dos cria­do­res. Há uma resis­tên­cia vio­len­ta de quem não tem con­teú­do bra­si­lei­ro em bus­car este con­ teú­do. E quem tem, mas só usa a pró­pria pro­du­ção, resis­te em diver­si­fi­car. É uma ques­tão que temos que enfren­tar. Pode demo­rar um pouco mais ou um pouco menos, mas é a pauta prio­ri­tá­ria.

Qual é o plei­to do cine­ma neste sen­ti­ Quem deve fazer a fis­ca­li­za­ção da Anci­ do? O cami­nho é uma impo­si­ção legal ne, dia­lo­gar com a agên­cia? (de exi­bi­ção deste con­teú­do) ou criar A inter­lo­cu­ção da agên­cia é a socie­da­de bra­ con­di­ções de mer­ca­do para que isso si­lei­ra, ela é feita para aten­der a socie­da­de. mude sozi­nho?

O seg­men­to orga­ni­za­do que vê cla­ra­men­te São os dois cami­nhos. Vou dar um exem­

plo com o que acon­te­ce em nos­sas reu­niões com os exi­bi­do­res de cine­ma. Sem­pre houve uma resis­tên­cia à cota de tela; uma época tinha até man­da­to de segu­ran­ça para impe­dir de pas­sar os fil­mes. Hoje esta­mos em nego­cia­ ções, todo ano avan­ça­mos algu­ma coisa. Achá­ va­mos a cota de 28 dias/ano muito peque­na, e que no fim aca­ba­va se cum­prin­do “sozi­nha”, sem pre­ci­sar da obri­ga­ção, com fil­mes tipo “Xuxa” etc. No fim, che­ga­mos a uma solu­ção de que a cota não pode ser cum­pri­da com um só títu­lo, há uma tabe­la em que, depen­den­do do núme­ro de salas, o exi­bi­dor é obri­ga­do a pas­sar mais fil­mes bra­si­lei­ros. O impor­tan­te é que há nego­cia­ção. Com a tele­vi­são nós que­ re­mos isso, que­re­mos con­ver­sar. Numa demo­ cra­cia essa pre­po­tên­cia não pode sobre­vi­ver. Qual seria o “mundo ideal” com a TV? Trans­por esse mode­lo de cotas usado nas salas de exi­bi­ção?

Nesse caso minha posi­ção quan­to às cotas é até con­tra­di­tó­ria. Eu acho que as cotas deve­riam exis­tir para a impor­ta­ção, e não o nosso mer­­ ca­do ter cotas para o pro­du­to nacio­nal. É uma impro­prie­da­de. Você já ouviu dizer que tem cota para o aço ame­ri­ca­no nos EUA? Ou a cota é para o aço bra­si­lei­ro? Mas isso é lá pa­ra fren­ te. Na situa­ção atual, é pre­ci­so sim ha­ver cotas para o pro­du­to bra­si­lei­ro na TV. Não como um favor, mas como con­tra­par­­ti­da pela con­ces­são do canal, que é públi­ca. E, se con­se­guis­sem essa cota, ela se­ria para quê? Ape­nas longas?

Não! Lon­gas, cur­tas, docu­men­tá­rio... Pro­du­zi­dos por quem? Como garan­tir que será inde­pen­den­te?

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Bom, aí não dá pra ficar botan­do “laran­ja” e dizen­do que é pro­du­ção inde­pen­den­te. Nós vamos fis­ca­li­zar. Já acon­te­ceu de uma pro­du­ to­ra se apre­sen­tar como inde­pen­den­te, mas


que fica­va num imó­vel do canal de TV e era admi­nis­tra­da pela TV. Quan­do foi pro­ cu­ra­da, disse que só a TV podia se pro­nun­ ciar… Que as TVs esco­lham pro­du­to­ras inde­pen­den­tes para fazer co-pro­du­ção, aí tudo bem. Inclu­si­ve eles esco­lhem bem, as empre­sas que esco­lhe­ram até hoje são com­pe­ten­tes. Mas a jane­la para exi­bi­ção (de con­teú­do nacio­nal) não é só para copro­du­ção. Isso é um negó­cio que as TVs estão fazen­do por­que inte­res­sa, por­que even­tual­men­te dá lucro e é mais bara­to do que fazer inter­no. Essas co-pro­du­ções pas­sam pelo crivo da emis­so­ra, então não é mais pro­du­ção inde­pen­den­te. Como assim?

É como se a Eco­vias (con­ces­sio­ná­ria de estra­das no Esta­do de São Paulo) dis­ses­se que nas estra­das dela só pode pas­sar carro da Ford, ou que os pneus têm que ter uma faixa bran­ca. Ora, na TV podem pas­sar os “car­ros da Eco­vias”, podem pas­sar os seus “ter­cei­ri­za­dos” tam­bém (co-pro­du­ção), mas tem que pas­sar os fil­mes da socie­da­de como um todo, demo­cra­ti­ca­men­te aber­ta. Eles têm 24 horas. É claro que eu não vou que­ rer o horá­rio nobre, mas que­re­mos um horá­ rio bom, ser tra­ta­dos como gente gran­de. Tem que ficar muito claro que não é deles o canal, é uma con­ces­são. Como você viu a edi­ção da MP 70 (depois con­ver­ti­da em lei), que regu­la­men­tou a entra­da de capi­tal estran­gei­ro da radio­di­fu­são?

A Abert con­se­guiu isso no apa­gar das luzes do gover­no FHC, sem ao menos pas­sar pelo Con­se­lho de Comu­ni­ca­ção ­Social, que é um órgão asses­sor do Con­gres­so. Isso é uma aber­ra­ção! Foi uma briga vio­len­ta, por­que está­va­mos con­tra o Exe­cu­ti­vo e per­gun­ta­ mos ao Con­se­lho: “afi­nal, onde é que nós esta­mos?” No fim des­co­bri­mos que o Exe­ cu­ti­vo tinha feito por­que repre­sen­tan­tes do pró­prio CCS ­ tinham ido lá para con­se­guir isso, ou seja, uma aber­ra­ção maior ainda, uma coisa escan­da­lo­sa. É o uso inde­vi­do do poder, igno­ran­do o resto da nação e os seg­men­tos que são e pode­riam ser mais par­cei­ros. A pro­du­ção nacio­nal pode ser uma solu­ção eco­nô­mi­ca para as TVs?

Nos­sos fil­mes são bara­tos para eles. Não cobra­mos, não faze­mos aque­les tipos de “tabe­las”, por­que que­re­mos que o filme vá. É lógi­co que eles têm que pagar, mas tudo

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no Legis­la­ti­vo pedin­do isso, isen­ção para os equi­pa­men­tos de cine­ma. Qual é o papel do CBC? Quais são as ­linhas de atua­ção hoje?

“Que­re­mos um horá­rio bom, ser tra­ta­dos como gente gran­de. Tem que ficar muito claro que não é deles o canal, é uma con­ ces­são.”

o que a gente quer é o espa­ço a que temos direi­to, que­re­mos ini­ciar nego­cia­ções. Isso será via CCS, que está dis­cu­tin­do a pro­du­ ção regio­na­li­za­da e a pre­sen­ça da pro­du­ção bra­si­lei­ra na TV aber­ta, e nós temos a nossa orga­ni­za­ção tam­bém. Há casos, como “Cida­de de Deus”, de pro­du­ções bra­si­lei­ras que não pre­ci­sam dessa defe­sa, que acon­ te­cem “sozi­nhas”, não?

Veja, conhe­ço os pro­du­to­res, sei da impor­ tân­cia do filme. Mas a Globo é sócia, tive­ ram 40 cha­ma­das em horá­rio nobre, que cus­ta­riam R$ 1,5 ­ milhão. Se sou con­tra? De jeito ­nenhum! Além disso, tem a “cross media”, que foi usada à exaus­tão. Gra­ças a Deus, coisa mara­vi­lho­sa, sou a favor. Cus­ tou R$ 500 mil. O “Auto da Com­pa­de­ci­da”, um gran­de filme tam­bém, teve 30 cha­ma­das e uma “car­rei­ra” ante­rior na TV. Então não digo, e nem pode­ria dizer, que “Cida­de” não teria tido esse êxito. Eu quero que o filme bra­si­lei­ro vá bem, mas quero iso­no­mia. Por ­que o filme que tem socie­da­ de da Globo tem 40 cha­ma­das, sendo a TV uma con­ces­são públi­ca, e o meu não tem? Não quero ser chata, ainda bem que o filme fez suces­so, mas eu quero que mais fil­mes façam tam­bém. Se “O Inva­sor” (de Beto Brant) tives­se tido o mesmo tra­ta­men­to, pode­ria che­gar a 800 mil espec­ta­do­res, 700 mil a mais do que teve. Mas não con­tou com essa mídia “gra­tui­ta”, que no fim é paga pelo con­tri­buin­te. Além disso, os fil­mes pro­du­zi­dos pela TV e que vão para o cine­ma têm mais uma van­ta­gem: os equi­pa­men­tos para TV, usa­dos na sua pro­ du­ção, têm isen­ção de impos­tos, enquan­to os do cine­ma não têm. Então é mais um caso no qual que­re­mos iso­no­mia, e já temos até um pro­je­to de lei para tra­mi­tar

O papel é de con­gre­gar, unir todas as enti­ da­des do cine­ma no Bra­sil, inclu­si­ve os exi­ bi­do­res, Cine­mark, UCI... Então a fun­ção é nego­ciar. Quan­do fomos dis­cu­tir as cotas de tela na Anci­ne, por exem­plo, está­va­mos eu de um lado e os exi­bi­do­res de outro. Mas den­tro do CBC já tínha­mos dis­cu­ti­do as ques­tões, pra não che­garmos lá nos baten­ do. Por exem­plo, agora cria­mos den­tro do CBC um grupo com pro­du­to­res, exi­bi­do­res e dis­tri­bui­do­res. Nós dize­mos pra eles que o filme bra­si­lei­ro tem que ter tra­ta­men­to dife­ren­te, que o ame­ri­ca­no já vem pra cá pago, e em paco­tes. Então sen­ta­mos para ver como tra­tar o filme médio bra­si­lei­ro, por­que o gran­de já tá meio resol­vi­do, as pró­ prias “­majors” pegam. Mas não se faz uma indús­tria só de block­bus­ters. Exis­te uma pro­du­ção de fil­mes ­médios que garan­tem a con­ti­nui­da­de da indús­tria. Que ­ outros gru­pos fun­cio­nam hoje?

Há uma comis­são que cuida da rela­ção cine­ma-TV, que tem três mem­bros do CCS (Assun­ção; Bere­ni­ce Men­des, da TVE Para­ ná; e Geral­do San­tos Perei­ra, do STIC); há a comis­são do cine­ma cul­tu­ral, que está pre­pa­ ran­do-se para tra­ba­lhar com o novo MinC, com repre­sen­tan­tes de esco­las, da ABD, das enti­da­des de pre­ser­va­ção e ­outras enti­ da­des. Um outro grupo estu­da a legis­la­ção tra­ba­lhis­ta do audio­vi­sual, e há ainda uma comis­são sobre pre­ser­va­ção de fil­mes. Há tam­bém uma comis­são para a pro­mo­ção do cine­ma bra­si­lei­ro no exte­rior, que tra­ba­lha com as enti­da­des que pro­mo­vem o cine­ma inde­pen­den­te no mundo. Quais são as ini­cia­ti­vas em âmbito inter­na­cio­nal?

Esta­mos nos orga­ni­zan­do ao lado do cine­ma inde­pen­den­te de todo o mundo, da Itá­lia, da Fran­ça... Teve um encon­tro na ­África para dis­cu­tir isso, para o qual foram duas pes­soas do Bra­sil, e isso vai ser dis­cu­ti­do no pri­mei­ro Fórum do Audio­vi­sual, duran­te o Fórum ­ Social Glo­bal, em Porto Ale­gre. É o ­embrião de um cir­cui­to inter­na­cio­nal onde cir­cu­lem os cine­mas nacio­nais inde­pen­den­tes, como um con­tra­pon­to ao cine­ma hege­ mô­ni­co de Holly­wood.

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Pílulas para exportação

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Com o final de seu pro­ces­so de rees­tru­tu­ra­ção, que come­çou há cerca de um ano e meio (veja box na página ao lado), a JX Plu­ral vem inves­tin­do na pro­du­ção audio­vi­sual inde­pen­den­te e na expor­ta­ção de seus pro­ du­tos. Em outu­bro deste ano, a pro­du­to­ra pau­lis­ta­na levou para a Mip­com (maior feira de entre­te­ni­men­to do mundo, que acon­te­ce em Can­nes, Fran­ça) cinco cur­tas-metra­gens da série “Pílu­las de Amor”, pro­du­zi­ da em par­ce­ria com a empre­sa Asas da Ima­gi­na­ção. A série está sendo nego­cia­da com a dis­tri­bui­do­ra fran­ce­sa Queen Bee Inte­rac­ti­ve para ser vei­cu­la­da na Euro­pa e em ­alguns paí­ses da ­África e do Orien­te Médio. Além disso, o curta “Dercy Beau­coup”, que tem pro­du­ção da JX e dire­ção de Paula Tra­bul­si, estreou no dia 1º de dezem­bro durante a 12ª Mos­tra Curta Cine­ma — 8º Fes­ti­val Inter­na­cio­nal de Cur­tas do Rio de Janei­ro. O foco prin­ci­pal da JX con­ti­nua sendo a publi­ci­da­ de, mas a empre­sa se abre para pro­du­ções audio­vi­suais em todas as áreas. Neste últi­mo ano, a JX Plu­ral não só pro­du­ziu cur­tas-metra­gens como foi res­pon­sá­vel pelos video­cli­pes “Xote da Ale­gria”, do grupo Fala­man­sa (indi­ca­do para o prê­mio de ­ melhor clipe de MPB no VMB/MTV 2002), e “Dor de Coto­ve­lo”, de Elza Soa­ res. Para 2003, a empre­sa já está com pro­je­tos para docu­men­tá­rios, pro­du­ções para a tele­vi­são e ­ outros cur­tas-metra­gens, incluin­do mais capí­tu­los da série “Pílu­las de Amor”.

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Cara nova Soman­do mais mudan­ças à sua rees­tru­tu­ra­ção, a JX Plu­ral con­tra­tou uma nova dire­to­ra geral em novem­ bro. A mexi­ca­na Irma Palma che­gou à empre­sa com a pro­mes­sa de usar sua expe­riên­cia na Amé­ri­ca Lati­na para “abrir mais espa­ços inter­na­cio­nais, refor­çar e agre­gar a atua­ção inter­na­cio­nal que a JX já tem”. Há qua­tro anos no Bra­sil, Irma é mais conhe­ci­da como Jimmy. Quan­to ao ape­li­do pouco con­ven­cio­nal, ela conta que ­ ganhou “quan­do crian­ça, da minha babá. ­ Depois, em qual­quer lugar que pas­sa­va, sem­pre

JX Plural termina reestruturação e investe em produção independente.

Com direção de Paula Trabulsi, “Dercy Beaucoup” faz parte da 12ª Mostra Curta Cinema.

encon­tra­va ­alguém que me conhe­cia por esse ape­li­do e aca­bou fican­do”. Jimmy come­çou sua car­rei­ra com pro­du­ção audio­vi­ sual em 1987, na rede Tele­vi­sa, do Méxi­co. Ainda por lá, tra­ba­lhou na agên­cia de pro­pa­gan­da Noble/DMB&B e na pro­du­to­ra Toma Uno S. A., uma das maio­res daque­ le país. Ela conta que veio para o Bra­sil por­que ele “se des­ta­ca como um país que tem muita cria­ti­vi­da­de. E isso é reco­nhe­ci­do mun­dial­men­te. Eu o enxer­guei como um país em que eu gos­ta­ria muito de apren­der”. Já no Bra­sil, Jimmy tra­ba­lhou na JX, desen­vol­ ven­do cam­pa­nhas publi­ci­tá­rias. Mas ficou afastada temporariamente da pro­du­to­ra. Nesse perío­do, foi con­vi­da­da por Paula Caval­can­te, dire­to­ra geral de pro­ du­ção do SBT, para par­ti­ci­par da con­cep­ção da “Casa dos Artis­tas”, tra­ba­lhan­do ­depois como dire­to­ra exe­ cu­ti­va do pro­gra­ma.

Fotos: Divul­ga­ção


paulacristinasato telaviva@telaviva.com.br

“Pílulas de Amor”: cinco filmes, da série de 30, estão prontos e foram levados ao MipCom.

Amor O paco­te com­ple­to das “Pílu­las” prevê 30 capí­tu­los, com a par­ti­ci­pa­ção de ­vários dire­to­res. Cinco cur­tas já estão pron­tos e foram apre­sen­ta­dos na Mip­ com. Dois estão em fase de fina­li­za­ção. O pro­je­to sur­giu da par­ce­ria entre a JX Plu­ral, que cui­dou da pro­du­ção, e a Asas da Ima­gi­na­ção, res­pon­sá­vel pela con­cep­ ção. Cada curta da série tem entre um e qua­tro minu­tos e abor­da um aspec­to do amor. Segun­do Jimmy, o públi­co-alvo é bem abran­gen­te, pois “amor é o tema, mas os cur­tas tra­tam dele em suas diver­ sas demons­tra­ções”. Ape­sar de “Pílu­las de Amor” já estar sendo nego­cia­da inter­ na­cio­nal­men­te, ainda não há pre­vi­são para a série ser vei­cu­la­da no Bra­sil. Os cur­tas foram leva­dos pri­mei­ro para o exte­rior por­que “o pro­je­to ficou pron­to

bem a tempo de ir para a Mip­ com. Como a feira é anual, se a gente per­des­se essa opor­tu­ni­ da­de, per­de­ria um ano”, conta Onara Bal­dis­sa­ri­ni, dire­to­ra de comu­ni­ca­ção e aten­di­men­to da empre­sa. Agora, a JX Plu­ral e a Asas da Ima­gi­na­ção estão nego­ cian­do a série com a TV a cabo e salas de cine­ma bra­si­lei­ras. Jimmy afir­ma que a JX Plu­ral vai come­çar a inves­tir cada vez mais em pro­du­ção de video­cli­pes, cur­tas e ­ outros tipos de mate­rial audio­vi­ sual. A empre­sa pre­ten­de apro­vei­tar as novas tec­no­lo­gias para fazer o que chama de “con­teú­do de entre­te­ni­men­ to” e se inse­rir em todas as ­ mídias. “As peças audio­vi­suais podem ir para a TV, o cine­ma ou a Inter­net. Há espa­ ço nes­ses veí­cu­los para qual­quer peça, não impor­ta o tipo, o gêne­ro, nem a dura­ção.” A JX tam­bém não pre­ten­de pro­du­zir ape­nas para o mer­ca­do bra­ si­lei­ro. Ela apos­ta na boa recep­ção de seus pro­du­tos pelo mer­ca­do inter­na­cio­ nal não só pelas expe­riên­cias de suces­ so que já teve, mas tam­bém por­que,

Nova estrutura Com a reestruturação, a JX Filmes — que só trabalhava com campanhas publicitárias — transformou-se na JX Plural, uma “holding”, que congrega três núcleos de produção audiovisual e um de investigação comportamental. O grupo reúne a JX Filmes (com os diretores Julio Xavier, Paula Trabulsi e Walter Carvalho), a JX Gama (criada a partir da associação com a Gama Filmes, de Paulo Gama), a JX Mais (núcleo de novos diretores, que inclui Homero Oliveto, Marcus Vinícius Baldini e João Araujo, em conjunto com a “veterana” Ana Sardinha) e a JX Orbitas (departamento de investigação comportamental, sob direção de Roberto Straub).

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segun­do Jimmy, “o Bra­sil se dis­tin­gue dos ­ outros paí­ses da Amé­ri­ca Lati­na pois abra­ça a nova tec­no­lo­gia e desen­ vol­ve pro­du­tos muito rápi­do. O País


Campanha para Dove (esq.) foi veiculada por toda a América Latina. Abaixo, filme da Vésper.

está bastante adian­ta­do em rela­ção ao restante da Amé­ri­ca Lati­na”. Este ano a empre­sa com­prou os equi­pa­men­tos neces­sá­rios para se ade­ quar à digi­ta­li­za­ção da TV, ante­ci­pan­ do-se à che­ga­da do sis­te­ma ao Bra­sil. “Tec­no­lo­gi­ca­men­te, a gente já está se pre­pa­ran­do. Que­re­mos aten­der a todos os ­nichos que estão sur­gin­do.” Para expor­ta­ção Não é de hoje que a JX Plu­ral expor­ta suas pro­du­ções. Na área de cria­ção publi­ci­tá­ria, a empre­sa já fez tra­ba­lhos para diver­sos paí­ses da Amé­ri­ca Lati­na e teve suas pro­pa­gan­das vei­cu­la­das até no Orien­te Médio. Neste últi­mo ano, o filme pro­du­zi­ do para o lan­ça­men­to do xampu Dove tor­nou-se refe­rên­cia inter­na­cio­nal. Além da pro­pa­gan­da para o Bra­sil, a Uni­le­ver (fabri­can­te do pro­du­to) enco­ men­dou à JX os comer­ciais que iriam para o Méxi­co e o Chile. A pro­du­to­ra, então, trou­xe ato­res des­ses paí­ses ao Bra­sil, para que fos­sem fei­tos fil­mes que se ade­quas­sem ao lugar em que

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s­ eriam exi­bi­dos. O resul­ta­do foi apro­va­ do e essas mes­mas pro­pa­gan­das foram exi­bi­das no Para­guai, Uru­guai e ­outros paí­ses da Amé­ri­ca Lati­na onde o pro­du­ to foi lan­ça­do. A JX Plu­ral tam­bém já foi con­tra­ta­ da para pro­du­zir pro­pa­gan­das ape­nas para o exte­rior. É o caso da cam­pa­nha do ema­gre­ce­dor Slim Fast, feita só para o Méxi­co. Assim como no caso de Dove, o filme foi roda­do no Bra­sil, mas o elen­co era todo mexi­ca­no. Irma diz que uma empre­sa esco­lhe pro­du­zir a cam­pa­nha no Bra­sil e não no seu país de ori­gem pelo know-how bra­si­lei­ro, que é reco­nhe­ci­do inter­na­cio­nal­men­te. “Esse pro­je­to veio dire­to pra cá por­que

uma das agên­cias mexi­ca­nas conhe­cia o tra­ba­lho que a JX esta­va fazen­do no Bra­sil e quis fazer sua cam­pa­nha aqui.” Tam­bém já acon­te­ceu de a JX Plu­ ral pro­du­zir uma cam­pa­nha vol­ta­da para o públi­co bra­si­lei­ro e o resul­ta­do ser tão bom que a mesma pro­pa­gan­da foi expor­ta­da para ­ outros paí­ses. É o caso do comer­cial do sabão em pó Omo, que foi vei­cu­la­do na Repú­bli­ca Tche­ca, na Romê­nia, na China e nos Emi­ra­dos ­Árabes.

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tecnologia

Uma solução nipo-tupiniquim

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Em um tra­ba­lho exclu­si­vo para o mer­ca­do bra­si­lei­ro, a Sony desen­vol­veu uma solu­ção basea­da no for­ma­to DVCAM vol­ta­da para os depar­ta­men­tos de jor­na­lis­mo das emis­so­ras de tele­vi­são locais. O sis­te­ma é res­pon­ sá­vel por todas as eta­pas da pro­du­ção de notí­cias do canal - desde a cap­ta­ção de ima­gens até a exi­bi­ção, passando pela edi­ção, pós-pro­du­ção e arqui­vo. A meta assumida pelo departamento de enge­nharia da empre­ sa era fazer uma pla­ta­for­ma com­ple­ta, rápi­da, de baixo custo e capaz de aten­der às pecu­lia­ri­da­des do mer­ca­do nacio­nal. Segun­do o chefe de pro­du­to da Sony Bra­sil, o enge­ nhei­ro ­Miguel Augus­to da Silva Filho, a pecu­lia­ri­da­de no modo como se faz jor­na­lis­mo tele­vi­si­vo no Bra­sil é a agi­li­da­de dos noti­ciá­rios. “Aqui o roteiro de um noticiário muda enquanto ele é exibido. Sem­pre há mudan­ças de últi­ma hora, mudan­ças de rotei­ ro ou até de edi­ção”, expli­ca o engenheiro. Por isso, um sis­te­ma com trans­por­te rápi­do de con­teú­do na rede era fun­da­ men­tal. Para for­mar a solu­ção mon­tou-se uma infra-estru­tu­ra basea­da em equipamentos de produção da linha DVCAM, redes Giga­bit Ether­net e pro­du­ tos da linha TI da Sony. Com isto, pro­por­cio­nou-se um trá­fe­go de arqui­vos de áudio e vídeo com com­pres­são de 25 Mbps em alta velo­ci­da­de, via rede Giga­bit Ether­net, que usa cabos de par tran­ça­do de baixo custo, sem qual­quer tipo de recom­pres­são ou degra­da­ção da qua­li­da­de ori­gi­nal do mate­rial. O sis­te­ma apre­sen­ta ainda, segun­do o fabri­ can­te, uma alta expan­si­bi­li­da­de, faci­li­da­de ope­ra­cio­nal e uma arqui­te­tu­ra total­men­te aber­ta, com­pa­tí­vel com ­vários tipos de arqui­vos de áudio e vídeo usa­dos por ­outros sis­te­mas não-linea­res. Outro bene­fí­cio é a faci­li­ da­de de com­par­ti­lha­men­to de arqui­vos entre os peri­fé­ri­ cos conec­ta­dos na rede.

Sony desenvolve no Brasil solução completa para o jornalismo das emissoras locais de televisão.

Cone­xões Em um ­switch Giga­bit Ether­net basea­do no cha­vea­men­to layer 2/3 estão liga­dos o ser­vi­dor, as uni­da­des de entra­da e saída, as ilhas de edi­ção e uma cas­se­tei­ra de fitas de dados. Pode-se ainda ligar na rede outro ser­vi­dor espe­lha­do ao pri­mei­ro para criar um sis­te­ma de redun­dân­cia. Todas as inter­li­ga­ções entre os módu­los do sis­te­ma podem ser fei­tas usan­do cabos de par tran­ça­do CAT-5 (até 100 ­ metros) ou fibra ópti­ca (até 2 km), depen­den­do do mode­lo do ­switch uti­ li­za­do. Também pode-se criar uma redun­dân­cia das inter­li­ga­ções de rede, atra­vés da dupli­ca­ção do ­ switch e suas res­pec­ti­vas cone­xões. O ser­vi­dor é o DV ser­ver, desen­vol­vi­do espe­cial­men­te para este sis­te­ma. Nele fica arma­ze­na­do e com­par­ti­lha­do o mate­rial DVCAM a 25 Mbps, na forma de arqui­vos DV. O trá­fe­go na rede com essa com­ pres­são per­mi­te uma trans­fe­rên­ cia dos arqui­vos num tempo até qua­tro vezes menor que a dura­ção do mate­rial. Além da opção espe­lha­da, o ser­vi­dor conta com redun­dân­cia em uma uni­da­de de dis­cos RAID e com fon­tes de ali­men­ta­ção redun­ dan­tes. É tam­bém o ser­vi­dor que fica res­pon­sá­vel tam­bém pelo geren­cia­men­to do con­teú­do — atra­vés de um sis­te­ma de HSM (Hie­rar­chi­cal Sto­ra­ge Mana­ger) — e o con­tro­le da cas­se­tei­ra robo­ti­za­da. “A esco­lha pela rede Giga­bit Ether­ net foi por­que ela é mais aces­sí­vel e menos com­ple­xa do que a Fibre Chan­nel”, conta o enge­nhei­ro. A cas­se­tei­ra, tam­bém desen­vol­vi­da pela Sony, é uma


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AIT-3 (Advan­ced Inte­li­gent Tape). Tratase de um ­ padrão mun­dial ado­ta­do por gran­des empre­sas do mer­ca­do de TI para arma­ze­na­men­to de dados. A cas­se­tei­ra tem duas uni­da­des de altu­ra (no ­padrão rack) e conta com 4,16 Tb (teraby­tes, equi­va­len­te a 1000 Gb) de espa­ço, o que pode abri­gar até 260 horas de mate­rial. Como ela tra­ba­lha com dados, o ser­vi­dor é quem deter­mi­na em que for­ma­to os arqui­vos são gra­va­dos, por­tan­to os arqui­vos são DV, exa­ta­men­te como no ser­vi­dor. O con­tro­le da cas­se­tei­ra robo­ti­za­da tam­bém é feito atra­vés de um HSM, que geren­cia a quan­ti­da­de de espa­ço dis­po­ ní­vel nas uni­da­des de disco do ser­vi­dor, de manei­ra que, quan­do se atin­ge um deter­mi­na­do nível de espa­ço ocu­pa­do nes­ tas uni­da­des, o sis­te­ma auto­ma­ti­ca­men­te trans­fe­re o mate­rial arma­ze­na­do das uni­da­

des de disco para as fitas AIT-3. Assim o geren­cia­men­to de gran­des capa­ci­da­des de arma­ze­na­men­to torna-se muito fácil, sem neces­si­da­de de inter­ven­ções do ope­ra­dor. In and Out A inser­ção de con­teú­do no sis­te­ma é feita pelas uni­da­des de entra­da e saída. O núme­ro de uni­da­des é opcio­nal e pode cres­cer con­for­me a neces­si­da­de da emis­so­ ra — quan­to maior a neces­si­da­de, maior o núme­ro de ope­ra­ções simul­tâ­neas de entra­da e saída de áudio e vídeo. Nelas estão incor­po­ra­dos os soft­wa­res de exi­bi­ ção (pla­yout), edi­ção sim­ples (cut), cap­ tu­ra ao vivo (­ingest), cap­tu­ra assis­ti­da con­tro­lan­do um VTR ou disk unit, cata­lo­ ga­ção e res­ga­te de maté­rias. As inter­fa­ces de vídeo com­pos­to, Y/C e Fire­wi­re estão

DVCAM em Rede Gigabit Ethernet

dis­po­ní­veis, enquan­to as inter­fa­ces SDI e vídeo com­po­nen­te são opcio­nais. O mate­rial cap­tu­ra­do atra­vés das entra­das de vídeo e áudio nes­tes módu­los é arma­ze­ na­do com com­pres­são de 25 Mbps no DV ser­ver via rede Ether­net, pos­si­bi­li­tan­do o múl­ti­plo aces­so, edi­ção ou pós-pro­du­ção do mate­rial. A cata­lo­ga­ção do mate­rial inse­ri­do por estes módu­los é feita dire­ta­men­te no ser­vi­ dor, onde são cria­dos meta­da­dos, thumb­ nails e uma ver­são em baixa reso­lu­ção do mate­rial, para pos­te­rior busca, aná­li­se e res­ga­te. O mate­rial pode ser arqui­va­do bruto, já edi­ta­do ou das duas manei­ras. Para busca de maté­rias no arqui­vo, serão usa­das fer­ra­men­tas nas quais esta­rão dis­ po­ní­veis os meta­da­dos, thumb­nails e um pre­view do mate­rial em baixa reso­lu­ção, per­mi­tin­do uma faci­li­da­de na sele­ção e res­

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ga­te par­cial de maté­rias arqui­va­das. Estas maté­rias res­ga­ta­das pode­rão ser reedi­ta­das, exi­bi­das ou con­ver­ti­das para outro for­ma­to de vídeo, como avi, mov, MPEG-2, ­ stream para Inter­net etc. Com o pre­view em baixa reso­lu­ção, pode-se visua­li­zar uma maté­ria e sele­cio­nar um tre­cho dela para ser usado na ilha de edi­ ção. Dessa manei­ra não é neces­sá­rio trans­ fe­rir todo o arqui­vo, dei­xan­do o trá­fe­go da rede mais livre. Maté­rias no arqui­vo já exis­ten­tes em for­ma­tos ana­ló­gi­cos tam­bém pode­rão ser cata­lo­ga­das usan­do um VTR conec­ta­do dire­ta­men­te em um dos módu­los de entra­ da. Além disso, o mate­rial em alta reso­lu­ ção já cata­lo­ga­do, será então trans­fe­ri­do auto­ma­ti­ca­men­te para o Tape ­Library, após um deter­mi­na­do perío­do pré-deter­mi­na­do. Ponta da edi­ção Os módu­los de edi­ção não-­linear, dis­po­ní­ veis na ver­são des­ktop e lap­top, são basea­ dos na pla­ta­for­ma Vaio. A quan­ti­da­de de módu­los de edi­ção ins­ta­la­dos é opcio­nal e expan­sí­vel. Com o soft­wa­re Pin­na­cle Pur­ ple 4.0, incluí­do nas ilhas, pode-se edi­tar dire­ta­men­te da fita para o disco, o que agi­li­za o pro­ces­so, prin­ci­pal­men­te para edi­ção de maté­rias de jor­na­lis­mo. Cada módu­lo está equi­pa­do com múl­ti­plas inter­ fa­ces Fire­wi­re, que pos­si­bi­li­tam conec­tar peri­fé­ri­cos de áudio e vídeo con­ven­cio­ nais, como VTRs e cam­cor­ders DVCAM, e o novo disk unit DSR-DU1 (leia Upgra­ de na pág. 12), o que pos­si­bi­li­ta um aces­so mais rápi­do ao mate­rial gra­va­do na exter­ na. Tam­bém podem ser conec­ta­dos ­vários dis­cos exter­nos Fire­wi­re. Para eco­no­mi­zar o trá­fe­go na rede, as maté­rias que che­gam das exter­nas podem ser des­car­re­ga­das e arma­ze­na­das nas ilhas de edi­ção. Assim, o mate­rial só é trans­fe­ri­ do para o ser­vi­dor quan­do já está pron­to. Já as maté­rias de estú­dio podem ser arma­ ze­na­das ao vivo no ser­vi­dor, para só então serem edi­ta­das nas ilhas. Além das fer­ra­men­tas de edi­ção, as ilhas con­tam com soft­wa­res de fina­li­za­ção, gera­ção de carac­te­res, auto­ra­ção de DVDs e com­po­si­ção, como o Com­mo­tion. Na ver­são des­ktop estão dis­po­ní­veis dois dri­ves, um lei­tor de CD e um gra­va­dor de CD e DVD, tor­nan­do-se pos­sí­vel gra­var as maté­rias em DVD usan­do o soft­wa­re de auto­ra­ção já incluí­do no sis­te­ma.

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N達o disponivel


m ­ aking of C O M U N I C A ÇÃO N O S A R E S Para expli­car o novo ser­vi­ço híbri­do de tele­fo­nia celu­lar da BCP, agên­cia e pro­du­to­ra desen­vol­ve­ram um filme de aven­tu­ra, em que toda a expli­ca­ção sobre seu fun­cio­ na­men­to acon­te­ce duran­te um salto de pára-que­das. O tele­fo­ne é uma com­bi­na­ção de pós e pré-pago. O usuá­rio paga uma men­sa­li­da­de que dá direi­to a uma quan­ti­da­ de deter­mi­na­da de minu­tos e ­ vários ser­vi­ços. Quan­do esses cré­di­tos aca­bam, o usuá­rio pode com­prar cré­di­tos

como os de um celu­lar pré-pago. “Con­se­gui­mos fazer um demo de pro­du­to que demons­tra exa­ ta­men­te como o celu­lar fun­cio­na. E de uma forma que chama a aten­ção”, expli­ca Eric Sul­zer, dire­tor de arte ­ da Ogilvy & ­Mather. “A idéia sur­giu na pró­pria reu­nião, quan­do o clien­te nos mos­trou o sis­te­ma do pro­du­to. Pen­sa­mos que seria como uma coisa boa que faze­mos e de repen­te acaba, mas ainda temos direi­to a um ‘­chorinho’.”

Visual deslumbrante

icha téc­ni­ca fCliente BCP S/A • Produto BCP Mix • Agência Ogilvy & Mather • Produtora Academia de Filmes • Direção Hugo Prata • Direção de Fotografia Adriano Goldman • Direção de Arte Hugo Prata • Montagem Marcio Soares • Finalização Academia de Filmes (Nilton César) • Trilha Play it Again

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A demons­tra­ção toda acon­te­ce no ar, em plena Cha­pa­da Dia­man­ti­na. Com muito pou­cos efei­tos espe­ciais, a pro­ du­ção exi­giu uma logís­ti­ca com­ple­xa, e pro­fis­sio­nais de pára-que­dis­mo dis­pos­tos a rea­li­zar sal­tos ousa­dos. O filme con­tou com três pro­ta­go­nis­tas — o ator Diego Cris­to, o pára-que­dis­ta e dublê Guto e Sabiá, o cra­que que ser­viu de con­sul­tor e came­ra­man. “Fize­mos tes­tes com os ­dublês, pois pre­ci­sá­va­mos de ­alguém que sal­tas­se e ainda tives­se um sor­ri­so pare­ci­do ao do ator, que não salta de qua­tro mil ­metros de altu­ra”, conta o dire­ tor Hugo Prata. “Então encon­tra­mos o Guto, que foi per­fei­to ao dizer as falas lá em cima, em queda livre, e segu­ran­do o apa­re­lho!”O rotei­ro não espe­ci­fi­ca­va o local onde o filme deve­ria ser roda­do, ape­nas indi­ca­va que o ­visual teria de ser des­lum­bran­te e que pro­por­cio­nas­se a pos­si­bi­li­da­de de con­tar a his­tó­ ria do filme, ou seja, que per­mi­tis­se dois sal­tos de altu­ras dife­ren­tes. Não pode­ria ser outro lugar além da Cha­pa­da. Só que para acon­te­cer tudo isso, a operação foi muito mais com­pli­ca­da. “Cada pára-que­dis­ta tem sua pró­pria téc­ni­ca para ­dobrar o pára-que­das e isso leva mais de uma hora. O aero­por­to fica a meia hora de Len­çóis (BA), onde nos hos­pe­da­mos, e outra meia hora do morro Pai Iná­ cio, onde fil­ma­mos. Para repe­tir uma cena, pre­ci­sá­va­mos con­tar com todo esse tempo. Por isso, não dava para repe­tir o mesmo salto no mesmo dia”, diz Hugo.


lizan­dra­deal­mei­da lizan­dra@tela­vi­va.com.br

A construção da cena O pri­mei­ro salto foi feito de um avião, para que a queda fosse sobre o morro, de onde ocor­re­ria o outro salto. A cena foi cons­truí­da com o ator, o dublê e o câme­ra. O ator foi fil­ma­do no chão, em fundo verde, para a cena ante­rior ao momen­to de sal­tar. Já no avião, foi feita a cena em que se pre­pa­ra para sal­tar. O dublê salta e ao mesmo tempo salta o câme­ra. Sabiá leva­va uma câme­ ra 16 mm A-Mini­ma Aaton presa a um capa­ce­te, com uma lente de 8 mm. Com os equi­pa­men­tos apro­pria­ dos, con­tro­la­va seu vôo para se man­ ter em fren­te ao outro pára-que­dis­ta, que fala o texto ao vivo, no ar. Em outra seqüên­cia, o pro­ta­go­nis­ta pousa no morro e a cena é fil­ma­da de longe, de outra câme­ra 16 mm colo­ca­da no chão, a 50 minu­tos de dis­tân­cia. Nesse caso, o pouso foi feito por Sabiá, pois exi­gia o máxi­mo de perí­cia. Tam­bém foi Sabiá quem sal­tou de cima do morro, em uma mano­bra cha­ma­da de base jump. As cenas em queda livre foram fil­ma­das a 24 qua­dros ou a 48 qua­dros. O chas­sis da câme­ra tem auto­no­mia de cinco minu­tos de cap­ta­ção, mesmo tempo que dura o salto.

Tudo pela s e g u r a n ç a Para faci­li­tar o trans­por­te, a pro­du­ção alu­gou um avião de 13 luga­res em São Paulo e voou dire­to para a Cha­pa­da. “Pre­ci­sá­va­mos usar o avião para o salto, então deci­di­mos ir dire­to daqui”, diz Hugo. Foram qua­tro dias de fil­ma­gem, com tudo abso­lu­ta­men­te ensaia­do em terra firme. O pro­ces­so todo foi acom­pa­nha­do por gru­pos de res­ga­te espe­cia­li­za­dos, que atuam nor­mal­men­te na Cha­pa­da. Em todos os momen­tos, os pro­ce­di­men­tos de segu­ran­ça foram segui­dos à risca. “Den­tro do avião com as por­tas aber­ tas, tínha­mos que ficar amar­ra­dos. No alto do morro, quan­do tínha­mos de che­gar à beira da pedra, para o segun­do salto, tam­bém. Em um dos pla­nos, em que fil­má­va­mos o dublê cain­do com o cená­rio da Cha­pa­da no fundo, tive que ficar em um platô menor, do tama­ nho de uma mesa comum”, com­ple­ta o dire­tor. O pre­pa­ro dos pára-que­dis­tas tam­bém foi fun­da­men­tal para man­ter a segu­ran­ça em toda a fil­ ma­gem. “Pare­ce ser coisa de uns aven­tu­rei­ros lou­cos, mas o pára-que­dis­mo é um espor­te de alta pre­ci­são, sem um pingo de lou­cu­ra. Tudo tem seu ­ritual. De cima do morro, o Sabiá joga­va peda­ços de mato para sen­tir a dire­ção e a inten­si­da­de do vento. Tudo é cal­cu­la­do para que não haja ris­cos e para chegar no lugar certo”, afir­ma Hugo.


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Futebol com emoção a produtora Santa TV conseguiu atrair, com um compacto semanal,

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um pÚblico não fanático pelo esporte.

A equipe da Santa TV está satisfeita com os resultados faná­ti­cos por fute­bol, é a pro­xi­mi­da­de com o jogo e do programa “Arte do Fute­bol”, que come­çou a ser pro­ com a tor­ci­da. Para isso, Alê Primo, de den­tro de uma du­zi­do em março do ano pas­sa­do. As come­mo­ra­ções uni­da­de móvel, diri­ge qua­tro câme­ras exclu­si­vas, que são pela Sil­ver World Medal, conquistada no últi­mo são colo­ca­das no gra­ma­do. Com len­tes teleob­je­ti­vas de The New York Fes­ti­vals, onde a produtora con­cor­ 33 mm, as câme­ras cap­tam lan­ces exclu­si­vos e são as reu com pro­gra­mas fina­lis­tas das redes ame­ri­ca­nas res­pon­sá­veis pela “inclu­são” do pro­gra­ma na par­ti­da. ­MetroTV e CBS ­Sports e a aus­tra­lia­na ABC. O pro­gra­ “Mui­tas vezes o ope­ra­dor fica dei­ta­do no gra­ma­do, ma quase colo­ca o teles­pec­ta­dor para den­tro do campo, com a câme­ra no chão. Assim pega­mos de perto algu­ como se fizes­se parte do jogo. “Rece­be­mos a pro­pos­ta mas pan­ca­das, os pas­ses em close, a expres­são dos do ­Sportv de fazer uma espé­cie de ‘Canal 100’, mas com joga­do­res, o juiz suan­do. Dá até para ver a ima­gem da uma lin­gua­gem tele­vi­si­va”, conta Alê Primo, que, em tor­ci­da cho­ran­do ou come­mo­ran­do”, conta Primo. con­jun­to com Fábio Weber, é res­pon­sá­ Além das câme­ras vel pela dire­ção do pro­gra­ma. exclu­si­vas, a Santa TV usa A Santa TV foi cria­da há sete anos, o mate­rial cap­ta­do pelas quan­do foi fecha­da par­ce­ria com o canal oito câme­ras da Globo e de TV por assi­na­tu­ra ­Sportv para a pro­ do ­ Sportv. E jun­tar todo du­ção do pro­gra­ma “Tá na Área”, que esse mate­rial foi o pri­mei­ é exibido até hoje com apre­sen­ta­ção da ro gran­de desa­fio da equi­ atriz Beth Goff­man. Desde então, a pro­ pe da pro­du­to­ra. “Todas du­to­ra se espe­cia­li­zou em pro­gra­mas as 12 câme­ras pre­ci­sam rela­cio­na­dos simul­ta­nea­men­te ao espor­ estar com os time-codes te e à cul­tu­ra. Tam­bém para o canal per­fei­ta­men­te sin­cro­ni­ de espor­tes da Glo­bo­sat, a pro­du­to­ra za­dos. Se não, per­de­mos Alê Primo e Fábio Weber, diretores de fez em 1998 o pro­gra­ma “Ope­ra­ção toda a lógi­ca da joga­da”, “Arte do Futebol”, uma releitura do “Canal Fran­ça” e, neste ano, o “Cone­xão Orien­ expli­ca Primo. “Pare­ce 100” para a TV. te”. Ambos abor­dan­do fute­bol com um sim­ples, mas fize­mos qua­ “mix de varie­da­des e cul­tu­ra” sobre os tro pilo­tos antes de per­ce­ paí­ses da Copa do Mundo. Tam­bém em ber que o time-code era a 2002, a Santa TV fez uma cober­tu­ra de peça-chave”, com­ple­ta. um dos cam­peo­na­tos mais inu­si­ta­dos O desa­fio seguin­te foi do País, o Cam­peo­na­to Indí­ge­na. edi­tar todo esse mate­rial, Ainda mis­tu­ran­do fute­bol e cul­tu­ cerca de dez horas de gra­ ra, a pro­du­to­ra criou o web­si­te “Fute­ va­ção. Na mesma noite do bol Pop”. O site conta com uma linha jogo, Fábio Weber passa o do tempo, onde pode-se pes­qui­sar sobre a lite­ra­tu­ra, o con­teú­do de todas as fitas para o HD da ilha de edi­ cine­ma, a músi­ca, a TV e o rádio, a moda e a his­tó­ria ção Avid, e já vai mar­can­do as joga­das que podem ser de cada déca­da, tudo rela­cio­na­do ao fute­bol. usa­das no com­pac­to. Cabe a Weber fazer a edi­ção do Com uma lin­gua­gem impor­ta­da dos video­cli­pes, mate­rial, o que toma mais ­ várias horas de tra­ba­lho. o “Arte do Fute­bol”, que vai ao ar às quar­tas, é um Com as joga­das esco­lhi­das para mon­tar o com­pac­to, com­pac­to de 25 minu­tos do jogo do sába­do ou domin­ Weber sele­cio­na as câme­ras que têm as ima­gens mais go ante­rior. O que chama a aten­ção no pro­gra­ma, e inte­res­san­tes. É aí que está a “alma” do pro­gra­ma. O faz com que ele seja assis­ti­do por aque­les que não são mais impor­tan­te não é mos­trar toda a joga­da, mas a Fotos: Divul­ga­ção


A marca de “Arte do Futebol” é a proximidade do espectador com o campo e a torcida.

sen­sa­ção que ela cau­sou. Por isso a ima­gem usada pode ser um close do passe, a expres­são do juiz ao api­ tar uma falta, a rea­ção do públi­co em grupo ou de um único tor­ce­dor, os ges­tos do téc­ni­co ou, até mesmo, tudo junto. Gri­tos da gale­ra Para amar­rar as joga­das, Primo e Weber opta­ram por usar a nar­ra­ção ori­gi­nal trans­mi­ti­da no jogo ao vivo. “Assim a nar­ ra­ção fica mais emo­cio­nan­te do que um offli­ne ensaia­do”, diz Primo. Mesmo assim é feita uma locu­ção em off para a aber­tu­ra

e cha­man­do para o segun­do tempo, feita pelo pró­prio nar­ra­dor logo após o jogo. A tri­lha sono­ra do pro­gra­ma é ori­gi­nal, com­pos­ta por José Lou­ren­ço. Os sons do está­dio são com­ple­men­to final ao áudio. Assim como na cap­ta­ção das ima­gens, a Santa TV conta com um áudio que não apa­re­ce na exi­bi­ ção ao vivo da par­ti­da. Os sons que vêm do campo, dos joga­do­res e do juiz jun­tam-se aos gri­tos do trei­na­dor e da tor­ci­da. Boa parte do emo­cio­nal do com­pac­to está aí. A mixa­gem deixa “a vibra­ção da gale­ra” mais apa­ren­te do que nas trans­mis­sões tra­di­cio­nais, pouco abai­xo da nar­ra­ção. No final, a Santa TV entre­ga o videotape com o com­pac­to para o ­Sportv, pou­cas horas antes de o pro­gra­ma ser vei­cu­la­do. “A vida dos pro­fis­sio­nais da empre­sa mudou muito. Quan­do mais se tra­ba­lha aqui é jus­ta­men­te nos ­finais-de-sema­na, que é quando acontecem os jogos”, con­clui Alê Primo.

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fernandolauterjung


pro­du­ção

O que muda com a alta definição

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A TV e o cine­ma estão dian­te de uma revo­lu­ção tec­no­ló­ gi­ca, com as câme­ras de vídeo de alta defi­ni­ção tra­zen­do um novo poten­cial para as pro­du­ções. No cami­nho para o digi­tal, a van­ta­gem de se espe­rar um futu­ro bara­tea­men­to dos cus­tos de pro­du­ção e obter uma rapi­dez na aná­li­se do mate­rial cap­ta­do pas­sam por algu­mas mudan­ças e adap­ ta­ções no méto­do de tra­ba­lho de toda a equi­pe envol­vi­da na pro­du­ção, como cenó­gra­fos, maquia­do­res, fotó­gra­fos, cabe­lei­rei­ros e enge­nhei­ros. A TV Globo do Rio de Janei­ro, por exem­plo, ado­tou ­várias alte­ra­ções téc­ni­cas e artís­ti­cas, envol­ven­do ilu­ mi­na­ção, len­tes, cená­rio e fil­tros, em algu­mas de suas pro­du­ções. Celso Araú­jo, enge­nhei­ro da TV Globo/Globo Fil­mes e mem­bro da Asso­cia­ção Bra­si­lei­ra de Cine­ma­to­ gra­fia e da SET, expli­ca algu­mas des­tas mudan­ças. Pro­du­ção em HD A pri­mei­ra gran­de alte­ra­ção é a rela­ção de aspec­to da HDTV, de 16:9, simi­lar à das telas de cine­ma, enquan­to a tele­vi­são con­ven­cio­nal apre­sen­ta uma rela­ção de 4:3. Esta rela­ção é o resul­ta­do entre a medi­da de lar­gu­ra da tela pela medi­da da altu­ra. Em ter­mos da dinâ­mi­ca da ima­gem, a HDTV per­mi­te que a com­po­si­ção e a edi­ção sejam mais “con­tem­pla­ti­vas”, jus­ta­men­te devi­do à expan­são da ima­gem para 16:9 (veja com­pa­ra­ção abai­xo). Aque­les gran­des pla­nos ­gerais e cor­

Devido à expansão da imagem para 16:9, a composição e a

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edição em HDTV podem ser mais “ contemplativas”.

As mudanças importantes que a hd traz na direção de arte e em outros aspectos da produção.

tes con­tí­nuos para close ou close-up — tra­di­cio­nais na TV con­ven­cio­nal — tor­nam-se ina­de­qua­dos na HDTV. Para se obter um enqua­dra­men­to cor­re­to, então, é indis­pen­sá­vel a uti­li­za­ção de um moni­tor de vídeo HD, além dos cui­da­dos com a con­for­ma­ção das duas rela­ ções de aspec­to. Esse moni­tor deve­rá ter ­várias ­opções de “áreas de segu­ran­ça”. Cui­da­do com cená­rios Outra alte­ra­ção é a maior reso­lu­ção da HDTV, de 1920 ­pixels x 1080 ­linhas ati­vas, isto é, seis vezes mais infor­ma­ ções que a TV con­ven­cio­nal. Isso exige cui­da­dos dife­ren­ cia­dos nos pro­je­tos dos cená­rios, pois os deta­lhes pas­sam a ser mais per­cep­tí­veis. A falta de um para­fu­so, por exem­ plo, foi sen­ti­da duran­te a cap­ta­ção de uma minis­sé­rie em high defi­ni­tion na TV Globo. É bom lem­brar que o stan­dard defi­ni­tion não alcan­ça este tipo de deta­lhe. Deta­lhes que antes eram “supor­tá­ veis” tor­nam-se apa­ren­tes na alta defi­ni­ção, mesmo nos pla­nos inter­me­diá­rios ou de fundo. Tanto o cui­da­do com os deta­lhes mais finos das com­ po­si­ções (aca­ba­men­tos, pin­tu­ras e supor­tes) quan­to com a pro­fun­di­da­de de campo (a deci­são téc­ni­co-artís­ti­ca na esco­lha das len­tes) ­ ganham mais impor­tân­cia. Dire­ção de arte Do ponto de vista da dire­ção de arte, tra­ba­lhar com HDTV tem sido um desa­fio. Cená­rio, figu­ ri­no e maquia­gem devem agora ser repen­sa­dos já que os deta­lhes serão muito mais visí­veis, exi­gin­ do um ­melhor aca­ba­men­to. Nas expe­riên­cias fei­tas pela Globo Fil­mes, tanto a maquia­gem quan­to o cená­rio mos­tra­ram-se

Fotos: Divul­ga­ção


ales­san­dra­me­lei­ro tela­vi­va@tela­vi­va.com.br

Quando uma imagem em proporção 16:9 é veiculada em monitor 4:3, as chamadas “letterbox” são usadas para completar a parte não usada da tela.

pro­ble­má­ti­cos, conta Araú­jo: meta­de do que foi feito se per­deu. No stan­dard defi­ ni­tion, tra­ba­lha-se a base da maquia­gem em tons mais azu­la­dos no exte­rior e mais ama­re­la­dos no estú­dio. A pas­sa­gem de um ator de um ambien­te exter­no para o estú­dio sem a mudan­ça da base não se faz notar no for­ma­to atual, mas o HD “entre­ga” a tona­li­da­de dife­ren­cia­da. A base da maquia­gem, seja para inte­rior ou exte­rior, deve ser mais uni­for­me e sutil. Quan­do se apli­cam as novas len­tes pro­je­ta­das para HD, prin­ci­pal­men­te as Prime Lens (veja box), o esti­lo e a pro­ por­ção das for­mas e dos con­tor­nos nos ros­tos pre­ci­sam ser sua­vi­za­dos. Esse é um dos gran­des desa­fios: obter essa tex­tu­ra exige encon­trar novos limi­ tes e dimen­sões.

a foto­gra­fia tra­ba­lhou com expo­si­ções de 9 stops. O vídeo stan­dard não regis­tra isso. Essa esco­lha foi esté­ti­ca, devi­da à ten­são dra­má­ti­ca ima­gi­na­da pelo dire­tor Luiz Fer­nan­do Car­va­lho. As bai­xas luzes, pró­xi­mas ao preto e ao cinza escu­ro, tive­ram um bom regis­tro. As sen­sa­ções psi­co­fí­si­cas gera­das pela pro­fun­di­da­de e pelos con­tras­tes simul­tâ­neos, já que há agora uma maior “acui­da­de”, enri­que­cem natu­ral­men­te o senso de rea­li­da­de. No vídeo SD, tra­ba­lha-se com 5 de rela­ção de con­tras­te e tem-se como média uma luz 5.6 (per­mi­tin­do que o fotó­gra­fo tra­ba­lhe 2 stops para cima e 3 para baixo). Em HD, as dife­ren­ças entre “média” para “baixa luz” e “média” para a “alta luz” per­mi­tem uma maior

Ilu­mi­na­ção No aspec­to da ilu­mi­na­ção, mais mudan­ ças, conta o enge­nhei­ro. No stan­dard defi­ni­tion de 525 ou 625 ­ linhas, tra­ba­ lha-se com uma lati­tu­de de expo­si­ção de 4 a 5 stops (pon­tos do dia­frag­ma). Aqui é comum a prá­ti­ca em dra­ma­tur­gia de dar “um bafo” de luz na cena para regis­ trar as bai­xas luzes (pró­xi­mas ao preto ou cinza mais escu­ro). Caso con­trá­rio, obtém-se uma ima­gem rui­do­sa e difu­sa. No HD, que tem uma maior rela­ção de con­tras­te (range dinâ­mi­co), con­se­guese excur­sio­nar de 7 a 8 stops. Assim, é pos­sí­vel obter as tran­si­ções de bai­xas luzes, ou seja, ­regiões mais crí­ti­cas. Na minis­sé­rie “Os Maias”, da Globo,

Quan­do se usam as Prime Len­ses (de campo focal fixo e que pos­suem uma maior pro­fun­di­da­de de modu­la­ção e uma menor pro­fun­di­da­de de campo), há a neces­si­da­de de serem apli­ca­ dos todos os recur­sos empre­ga­dos hoje em cine­ma, como Matte-Box, Fol­low-Focus, Moto­ri­za­ção da Íris, bem como de um ope­ra­dor de foco — Focus Pulle. O ­ melhor desem­pe­ nho des­sas len­tes para cine­ma­to­gra­ fia digi­tal está na ­ região entre T 2,8 e T 5,6 (as len­tes das câme­ras ­atuais para SD pos­suem a sua ­melhor per­ for­man­ce entre f 5,6 e f 8,0).

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Prime Lenses


A textura da película, formada por grãos de cor dispersos aleatoriamente,

man­ti­das as emu­la­ções pra­ti­ca­ das atualmente, por­que o resul­ ta­do será igual ou ­ melhor do que na TV. Deve-se enun­ciar cor­re­ta­men­te essas difi­cul­da­ des para os pro­du­to­res, já que em mui­tos casos não se tem uma visão ante­ci­pa­da das alter­ na­ti­vas de exi­bi­ção.

é mais…

per­cep­ção de con­tras­te. Este con­tras­te é inter­me­diá­rio entre o vídeo stan­dard e as emul­sões cine­ma­to­grá­fi­cas. A foto­ me­tra­gem no set ocor­re exa­ta­men­te da mesma forma que no cine­ma. Emu­la­ção Quan­do a cap­ta­ção é feita com o obje­ti­ vo de dis­tri­buir o pro­du­to HD em duas ­mídias — TV e cine­ma —, é pre­ci­so con­si­de­rar algu­mas variá­veis impor­ tan­tes: as solu­ções até hoje admi­ti­das como ade­qua­das no ambien­te do vídeo para se obter o film look não são apro­ pria­das quan­do é feito o trans­fer de HD para 35 mm. Quan­do pro­je­ta­do em tela gran­de, tem-se uma dimi­nui­ção do bri­lho, e a ima­gem torna-se opaca. Então, é neces­sá­rio encon­trar uma nova emu­la­ção das câme­ras, nas fil­ tra­gens, na ilu­mi­na­ção e nas tex­tu­ras para essa con­di­ção. Se o vídeo for pro­je­ta­do nas gran­ des salas — D-Cine­ma —, podem ser

36 produção

dezem­bro de 2002

Pale­ta de cor As cores tam­bém devem ser tes­ta­das antes do iní­cio da cap­ta­ção. Em “Os Nor­mais”, “Cara­mu­ru — A Invenção do Brasil” e “O Auto da Com­pa­de­ci­da”, houve neces­si­da­de de uma maior pre­ci­são no con­tro­le dos volu­mes e con­tras­tes obti­dos a par­tir da ilu­mi­na­ção em rela­ção à TV con­ven­cio­nal. Para explo­rar o com­por­ta­men­to da ima­ gem, foram fei­tos tes­tes de pale­ ta de cor, envol­ven­do maquia­gem, equi­pe de cená­rio, figu­ri­no, cabe­lo e foto­gra­fia. Após esses tes­tes é que se pôde emu­lar o setup da câme­ra (atra­vés do téc­ni­co/ope­ra­dor de vídeo), ou seja, as variá­veis ade­qua­ das a cada situa­ção, a cada ambien­ te, a cada look dese­ja­do. Em “Cara­mu­ru”, explo­ra­ram-se os ­núcleos Bra­sil e euro­peu. A pale­ta de cores do ­ núcleo Bra­sil vinha com uma vibra­ção cro­má­ti­ca maior e a euro­ péia era des­sa­tu­ra­da. Esse resul­ta­do foi con­se­gui­do pela câme­ra HD (as câme­ras de stan­dard defi­ni­tion não ofe­re­cem essa opção), pelo figu­ri­no e pelo cená­rio. No cená­rio Bra­sil, foi uti­li­za­da uma ­ matriz que tra­zia uma

maior vibra­ção cro­má­ti­ca, con­tra­ria­ men­te aos cená­rios da Euro­pa. Fil­tros da HD Segun­do Araú­jo, com a per­cep­ção de con­tras­tes, bri­lhos e som­bras sendo mais inten­sa, uma nova rela­ção com os fil­tros tam­bém ocor­re. A par­tir dos estu­dos fei­tos pela Globo Fil­mes, os fil­ tros para manu­seio de tex­tu­ra devem ter bai­xís­si­ma den­si­da­de. Isto por­que o com­pro­mis­so de se ade­quar a ima­gem cap­ta­da para ­ várias ­ mídias — VHS, DVD, TV aber­ta, TV por assi­na­tu­ra e cine­ma — exige que se tra­ba­lhe com pouca fil­tra­gem na fren­te da lente para a mani­pu­la­ção de tex­tu­ra.

…agradável à visão do que os pixels alinhados da imagem digital.

Os com­por­ta­men­tos dos fil­tros de “cor­re­ção de tem­pe­ra­tu­ra de cor” e “den­ si­da­des neu­tras” são os mes­mos das câme­ras ­atuais. A atmos­fe­ra dese­ja­da, ou HD video look, é con­se­gui­da levan­do-se em conta o maior range dinâ­mi­co, a maior vibra­ção cro­ má­ti­ca e as ­opções de matri­zes pre­via­men­te dis­po­ni­bi­li­za­das. A enge­nha­ria passa a ser uma impor­tan­te fer­ra­men­ta para a cons­tru­ ção do efei­to esté­ti­co.

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dezembro 11 a 13 — Curso: TV Digi­tal - Prin­ cí­pios e Visão Geral (ênfase em TV Digi­tal Via Saté­li­te). Sal­va­dor, BA. Fone: (21) 2625-4126 / 2533-9540. E-mail: trei­na­men­to@uni­sat.com.br Inter­ net: www.uni­sat.com.br

2003 janeiro [ cinema & tv ] A Fun­da­ção Getú­lio Var­gas do Rio de Janei­ro lan­çou o pri­mei­ro curso bra­si­ lei­ro de for­ma­ção exe­cu­ti­va em cine­ma e tele­vi­são, o Film & Tele­vi­sion Busi­ ness. A coor­de­na­ção é de Leo­nar­do Mon­tei­ro de Bar­ros, sócio-dire­tor da Cons­pi­ra­ção Fil­mes. O curso de espe­cia­ li­za­ção visa a for­ma­ção de pro­fis­sio­nais capa­ci­ta­dos a atuar nas diver­sas áreas da indús­tria de cine­ma e TV. O curso come­ça em janei­ro de 2003 e dura oito meses. Infor­ma­ções pelo tele­ fo­ne (21) 2559-5902. 6 a 17 — Curso: Dire­ção de Ato­res. Escue­la Inter­na­cio­nal de Cine y TV, Cuba. Infor­ma­ções no Pro­je­to Proar­te Bra­sil. Fones: (22) 2629-1493 / 9217-1620. E-mail: ­alfrec@uol.com.br / patri­cia­mar­tin@uol.com.br 15 a 17 — Curso: Banda Larga, Mul­ ti­mí­dia e Inter­net — Via Ter­res­tre e Via Saté­li­te. Rio de Janei­ro, RJ. Fones: (21) 2625-4126 / 2533-9540. E-mail: trei­na­men­to@uni­sat.com.br Inter­net: www.uni­sat.com.br 20 a 23 — Natpe 2003. ­Ernest M. Memo­rial Con­ven­tion Cen­ter, New ­Orleans, EUA. Fone: (1-310) 453-4440. Fax: (1-310) 453-5258. Inter­net: www.natpe.org 20 a 31 — Curso: Rotei­ro Cine­ma­ to­grá­fi­co. Escue­la Inter­na­cio­nal de Cine y TV, Cuba. Infor­ma­ções no Pro­je­to Proar­te Bra­sil. Fones: (22) 2629-1493 / 9217-1620. E-mail: ­alfrec@uol.com.br / patri­cia­mar­tin@uol.com.br 24 a 01/02 — VI Mos­tra de Cine­ma de Tira­den­tes. Tira­den­tes, MG. Fone: (31) 3282-2366.

Fax: (31) 3282-2342. E-mail: mos­tra­ti­ra­ den­tes@uni­ver­so­pro­du­cao.com.br Inter­net: www.mos­tra­ti­ra­den­tes.com.br

24 a 11/04 — Curso: A Lin­gua­gem

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Proar­te Bra­sil.

da Foto­gra­fia. Escue­la Inter­na­cio­nal de Cine y TV, Cuba. Infor­ma­ções no Pro­je­to Fones: (22) 2629-1493 / 9217-1620. E-mail: ­alfrec@uol.com.br / patri­cia­mar­tin@uol.com.br

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10 a 28 — Curso: Escre­ven­do para Ato­res, Atuan­do para Escri­to­res. Escue­la Inter­na­cio­nal de Cine y TV, Cuba. Infor­ma­ções no Pro­je­to Proar­te Bra­sil. Fones: (22) 2629-1493 / 9217-1620. E-mail: ­alfrec@uol.com.br / patri­cia­mar­tin@uol.com.br

03 a 13 — VIII É Tudo Ver­da­de

março 03 a 14 — Curso: Ini­cia­ção ao Audio­vi­sual. Escue­la Inter­na­cio­nal de Cine y TV, Cuba. Infor­ma­ções no Pro­je­to Proar­te Bra­sil. Fones: (22) 2629-1493 / 9217-1620. E-mail: ­alfrec@uol.com.br / patri­cia­mar­tin@uol.com.br

Cine­ma de São Fran­cis­co. Fax: (1-415) 561-5099. E-mail: gga@sffs.org / pro­gram­ming@sffs.org Inter­net: www.sffs.org

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[ nab 2003 ] A NAB (Natio­nal Asso­cia­tion of Broad­ cas­ters) abriu as ins­cri­ções para a NAB 2003, que acon­te­ce em Las Vegas entre os dias 5 e 10 de abril de 2003. Os pre­

03 a 21 — Curso: Final Cut Pro. Escue­la Inter­na­cio­nal de Cine y TV, Cuba. Infor­ma­ções no Pro­je­to Proar­te Bra­sil. Fones: (22) 2629-1493 / 9217-1620. E-mail: ­alfrec@uol.com.br / patri­cia­mar­tin@uol.com.br

ços, pro­mo­cio­nais até o dia 28 de feve­rei­

22 a 23 — Mip­Com 2003. ­ Palais des Fes­ti­vals. Can­nes, Fran­ça. Fone: (33-1) 4190-4456. Fax: (33-1) 4190-4558. E-mail: caro­li­ne.­danaux@reed­mi­dem.com Inter­net: www.mip­com.com

e US$ 235.

24 a 28 — MipTV 2003. ­Palais des Fes­ti­vals. Can­nes, Fran­ça. Fone: (33-1) 4190-4456. Fax: (33-1) 4190-4558. E-mail: caro­li­ne.­danaux@reed­mi­dem.com Inter­net: www.miptv.com

ro, ­variam con­for­me o paco­te esco­lhido. A asso­cia­ção tam­bém está rece­ben­do reser­vas para ­alguns ­hotéis com pre­ços pro­mo­cio­nais para par­ti­ci­pan­tes do even­ to. O valor das diá­rias varia entre US$ 45 Mais infor­ma­ções: Fone (202) 429-5429; E-mail: kan­der­son@nab.org; Inter­net: www.nab.org

julho 27 a 31 — SIG­GRAPH 2003. San Diego Con­ven­tion Cen­ter, San Diego, USA. Fone: (1- 719) 599-3734. E-mail: cmg@sig­graph.org Inter­net: www.sig­graph.org


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