PROGRAmmA maio a julho 2017

Page 1

PROGRAmmA MAIO 2017

JOSHUA ABRAMS & NATURAL INFORMATION SOCIETY Simultonality ● música qua 03 ↣ 22h ╓─── Mini­‑conferência para ║ ║ miúdos curiosos – UTOPIA ║ ║ com André Leonor ║ ║ ● crianças e jovens ║ ╟ Æ qui 04 e sex 05 ↣ 10h ║ ╟ Æ sáb 06 ↣ 16h30 ║ ╙ Æ dom 07 ↣ 11h e 16h30 ╓─── EDUARDO VIVEIROS DE CASTRO ║ ║ Os involuntários da pátria ║ ║ ● debate e pensamento ║ ║ sex 05 ↣ 18h30 ║ ║ RODRIGO LACERDA ║ ║ Vídeo nas aldeias ║ ║ ● filme ║ ╙ Æ sex 05 ↣ 21h30 ╓─── ALEJANDRO REIG, ║ ║ ELISA LOCON ANTILEO ║ ║ E LUISA ELVIRA BELAUNDE ║ ║ Da relação com a Terra ║ ║ ● debate e pensamento ║ ╙ Æ sáb 06 ↣ 15h30 ╓─── AILTON KRENAK ║ ║ Do sonho e da terra ║ ║ ● debate e pensamento ║ ╙ Æ sáb 06 ↣ 18h30 ╓─── AILTON KRENAK ║ ║ E MARCO ALTENBERG ║ ║ O sonho da pedra ║ ╙ Æ ● filme ╓─── sáb 06 ↣ 21h30 ║ ║ LUISA ELVIRA BELAUNDE ║ ║ Ética do Bem Viver ║ ╙ Æ ● debate e pensamento dom 07 ↣ 10h às 17h ╓─── ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ╙Æ

JUN/JUL

CATARINA REQUEIJO Grande Corrida ● crianças e jovens qui 11 e sex 12 ↣ 10h sáb 13 e dom 14 ↣ 16h30 ╓─── FAMILIE FLÖZ ║ ║ Teatro Delusio ║ ║ ● teatro ║ ║ ★ FIMFA Lx17 ║ ╙ Æ qui 11 a sáb 13 ↣ 21h30 ╓─── FENNESZ & LILLEVAN ║ ║ Mahler Remixed ║ ║ ● música ║ ╙ Æ qua 17 ↣ 22h ╓─── PLEXUS POLAIRE ║ ║ Cendres ║ ║ ● teatro ║ ║ ★ FIMFA Lx17 ║ ╙ Æ sáb 20 e dom 21 ↣ 21h30 ╓─── TRINIDAD GONZÁLEZ ║ ║ Pájaro ║ ║ ● teatro ║ ╙ Æ qui 25 e sex 26 ↣ 21h30 ╓─── APARECIDA VILAÇA ║ ║ A humanidade e a animalidade ║ ║ do universo indígena ║ ║ amazónico ║ ║ ● debate e pensamento ║ ╙ Æ sex 26 ↣ 18h30 ╓─── JOSÉ BENGOA, FELIPE MILANEZ ║ ║ E RAUL LLASAG FERNANDEZ ║ ║ Resistência Política ║ ║ Ameríndia ║ ║ ● debate e pensamento ║ ╙ Æ sáb 27 ↣ 17h ╓─── MARCO FRANCO ║ ║ Mudra ║ ║ ● música ║ ╙ Æ qua 31 ↣ 22h ╓─── ║ ║ ║ ║ ║ ╟Æ ║ ╙Æ

MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL


EQUIPA diretor artístico Mark Deputter diretora executiva Andreia Cunha programador música Pedro Santos programadora crianças e jovens Susana Menezes assistentes de programação Laura Lopes e Liliana Coutinho adjunta gestão Glória Silva diretora de produção Mafalda Santos

segurança Securitas António Simões, António Oliveira, Mário Fernandes, Rui Aguiar e Valter Julião PROGRAmmA proprietário EGEAC, E.M. diretor Mark Deputter editora Catarina Medina tradutor John Elliott

adjunta direção de produção Rafaela Gonçalves

morada Avenida da Liberdade, 192 1250-147 Lisboa

produtoras executivas Catarina Ferreira e Maria Ana Freitas

sede de redação Rua Bulhão Pato, 1B 1700-081 Lisboa

diretora de comunicação Catarina Medina

periodicidade bimestral

gabinete de comunicação Rita Tomás

tiragem 11 mil exemplares

estagiária de comunicação Rita Rodrigues

O PROGRAmmA foi escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990. Foi impresso em papel de produção nacional.

imagem e design gráfico barbara says… diretora de cena Rita Monteiro adjunta direção de cena Sílvia Lé camareira Rita Talina diretor técnico João Alves adjunta direção técnica Anaísa Guerreiro técnicos de audiovisual Félix Magalhães, João Van Zelst e Miguel Mendes técnicos de iluminação/palco Luís Balola, Nuno Samora, Paulo Lopes e Manuel Martins bilheteira/receção Diana Bento, Mafalda Cabrita e Rosa Ramos frente de sala Luridima Isabel Clímaco (chefe de equipa), Afonso Matos, Ana Paula Santos, Francisco Tavares e Raquel Alexandra Luís limpeza Astrolimpa Hermínia Santos, Celeste Jesus, Maria Figueiredo, Maria Edmar, Matilde Reis, Simona Aconstantinesei, Lucinda Oliveira e Engrácia Rodrigues


ÍNDICE MÚSICA

Æ JOSHUA ABRAMS & NATURAL INFORMATION SOCIETY Simultonality Æ FENNESZ & LILLEVAN: Mahler Remixed Æ MARCO FRANCO: Mudra Æ LUÍS JOSÉ MARTINS Tentos — Invenções e Encantamentos Æ GABRIEL FERRANDINI: Tudo Bumbo

CRIANÇAS E JOVENS

Questões indígenas

Æ MINI­‑CONFERÊNCIA PARA MIÚDOS CURIOSOS — UTOPIA com André Leonor Æ CATARINA REQUEIJO: Grande Corrida Æ CATARINA REQUEIJO: Muita tralha pouca tralha — A viagem de ida para a grande corrida Æ AOARLIVRE

Æ ╓Æ ║ ║ ║ ╟Æ ║ ╟Æ ║ ║ ║ ║ ║ ╟Æ ║ ╟Æ ║ ╟Æ ║ ╟Æ ║ ║ ║ ╟Æ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ╙Æ Æ Æ Æ Æ

DEBATE E PENSAMENTO

TOPIAS URBANAS: Encontro com os bairros EDUARDO VIVEIROS DE CASTRO Os involuntários da pátria RODRIGO LACERDA: Vídeo nas aldeias ALEJANDRO REIG, ELISA LOCON ANTILEO E LUISA ELVIRA BELAUNDE Da relação com a Terra AILTON KRENAK: Do sonho e da terra AILTON KRENAK E MARCO ALTENBERG: O sonho da pedra LUISA ELVIRA BELAUNDE: Ética do Bem Viver APARECIDA VILAÇA: A humanidade e a animalidade do universo indígena amazónico JOSÉ BENGOA, FELIPE MILANEZ E RAUL LLASAG FERNANDEZ: Resistência Política Ameríndia

TEATRO

TRINIDAD GONZALEZ: Pájaro FAMILIE FLÖZ: Teatro Delusio PLEXUS POLAIRE: Cendres TÓNAN QUITO: Fé, caridade e esperança TEATRO NIÑO PROLETARIO E ALUNOS DA ESTC: Sul

PERFORMANCE

Æ URÂNDIA ARAGÃO: Artigo 19

DANÇA

Æ MEG STUART/DAMAGED GOODS & EIRA: Blessed

06 26 30 38 44

08 22 32 48

40 12 13 14

15 16 17 20 21

18 24 28 34 46

36

42


Ao longo da temporada 2016­‑2017, o ciclo UTOPIAS apresentou espetáculos, instalações, debates e conferências, com artistas, filósofos, sociólogos, antropólogos e outros pensadores que imaginam modos de fazer mundo. Organizados em seis arquipélagos, olhámos para ações de resiliência politica e social, debatemos sobre as migrações que desenham a geografia humana atual, pensámos sobre as heranças dos pensamentos comunistas e sobre as possibilidades de criação de espaços de vivência comum; olhámos para o modo como os afetos influem na política e conjeturámos cenários pós­‑capitalistas. Entramos agora no Arquipélago Verde que encerra este ciclo. Throughout the 2016­‑2017 season, UTOPIAS offered an extensive programme featuring performances, installations, talks and meetings with artists, philosophers, sociologists, anthropologists and thinkers that helped us reimagine a different world. Organised in six archipelagos, we looked into demonstrations of political and social resilience, debated social transformations introduced by migrations, explored the legacies of communism and the possibilities of living in common, looked into how affects and affections influence politics, and devised post­‑capitalist scenarios. We now enter the Green Archipelago.

>

U TO P I A S


a rq u i pé l ag o No Arquipélago Verde, voltamos ao debate sobre a ecologia, um assunto que convoca todos os imaginários, saberes e intuições em prol da necessidade de mantermos o planeta Terra viável — para não termos somente nas mãos um mundo que se “desfaz em ruínas”, citando a apresentação de Blessed, de Meg Stuart. Abrimos espaço às vozes e perspetivas que estiveram abafadas nos últimos séculos no conjunto de encontros intitulado Questões indígenas: ecologia, terra e saberes ameríndios, realizado no âmbito de Passado e Presente, Lisboa — Capital Ibero­‑Americana da Cultura 2017. Escutaremos formas milenares de conviver que surgem de uma visão do mundo na qual o homem não detém a primazia sobre os outros seres vivos ou não vivos, em que não existe uma separação rígida entre natureza e cultura, nem entre animal e humano, como evoca a peça Pájaro, da dramaturga e encenadora chilena Trinidad González. Nas vivências indígenas, o mundo real e o mundo onírico formam uma unidade na qual a língua não é expressão exclusivamente humana, mas também expressão de uma ligação particular com a Terra. Esta experiência interligada e criativa das coisas e dos seres do mundo traz­‑nos saberes sobre a conservação do planeta e dos seus recursos dos quais temos estado afastados porque, nos últimos séculos, outro foi o nosso projeto político e económico. As questões indígenas, tanto as suas propostas éticas e políticas, como as suas lutas pela existência e autodeterminação, não nos são alheias, embora pouco ou nada a sociedade forjada no Ocidente lhes tenha reconhecido o direito à expressão — um direito invocado na performance Artigo 19, de Urândia Aragão. curadoria: Liliana Coutinho e Mark Deputter

v e r de


MÚSICA ★ 3 maio quarta ↣ 22h

JOSHUA ABRAMS & NATURAL INFORMATION SOCIETY Simultonality Em 2010, Natural Information parecia ser apenas um pequeno desvio, uma brilhante ideia em complemento a uma sólida carreira de 15 anos dentro da cena jazz e rock alternativo de Chicago. No centro da sua música, um gimbri (instrumento de cordas da tribo Gnawa em África) parecia chamar Joshua Abrams para uma convocatória universal e expansionista. E congregadora, até: Abrams formalizaria a Sociedade e ficava com a mais importante entrada da sua biografia musical. Premiado pelo pódio da Pitchfork e The Wire em 2015, Magnetoception testemunha o culminar de uma belíssima viagem que procurou uma serenidade quarto­‑mundista tal como Jon Hassell um dia sonhou e praticou. De novo, a velha questão: música do mundo? A velha resposta: o mundo na música. Música nova, de certeza, com toda uma história ancestral trazida pelo gimbri, um instrumento usado pelo povo Gnawa nas suas cerimónias curandeiras. Música nova, obviamente, embora repleta de suor ritualístico e psicadelismo sobrenatural. Simultonality, o quarto capítulo, prossegue a demanda e intensifica o chamamento do nosso corpo para uma dança extática sem fim, vibrante e enlevada, como um tornado da África quente que nos engole de prazer. Nesta noite, também Norberto Lobo e Yaw Tembe, outros dois solidários viajantes deste mundo, serão admitidos pela sociedade, fortalecendo uma aliança feita de poderes especiais. sala principal com bancada 7€ a 14€ ● M/6

Joshua Abrams became an omnipresent figure on the Chicago jazz scene with his double­‑bass before embracing the entire world with the exotic sound of his gimbri, a small three­‑stringed bass lute played by the Gnawa people of Africa. It is an embrace that brings together jazz, rock, folk, psychedelics and minimalism, all conceived in such a way that it seems as though he has invented a new inebriating and ritualistic culture, which attacks our minds and bodies like an uncontrollable virus. On the night of his performance, he will be playing in Lisbon, with Norberto Lobo and Yaw Tembe as his guest musicians.

6


gimbri: Joshua Abrams harmónio, gongo: Lisa Alvarado auto­‑harpa, piano: Ben Boye percussão: Mikel Avery guitarra: Norberto Lobo trompete: Yaw Tembe


CRIANÇAS E JOVENS ★ +8 anos 4 a 7 maio encomenda mm Mini­‑conferência para miúdos curiosos

Utopia com

ANDRÉ LEONOR

8


A nossa primeira mini­‑conferência vai falar­‑nos do tema que mais nos tem desassossegado neste ano. Queremos saber se é possível explicar o que é a utopia a crianças. Como se faz? Será que conseguimos juntar um conteúdo tão específico à forma de arte quase perfeita para o exemplificar? O desafio começa aqui. Através de uma série de teatro­‑conferências ancoradas no universo da não­‑ficção, procuraremos apresentar o mundo e os seus discursos ao público mais jovem. Conceitos complexos e assuntos difíceis com que nos cruzamos no quotidiano serão habilmente desconstruídos. Tudo isto, como sugere Marcel Proust, porque queremos que a grande viagem da descoberta nos leve a ver antigas e novas paisagens com um olhar curioso. E, assim, velhas interrogações se tornam novas. André Leonor é licenciado em Filosofia e Psicologia, sendo professor e autor de manuais escolares do ensino secundário para estas disciplinas. Em 2006, trabalhou no projeto de Filosofia para crianças no qual, além de procurar traduzir alguns conceitos para a linguagem infantil, se pretendia ajudar as crianças a pensar temas da atualidade. A sua ligação mais direta ao teatro surge através da Escola Profissional de Teatro de Cascais, onde é professor desde 2014. teatro­‑conferência ● sala de ensaios semana: 10h / sábado: 16h30 / domingo: 11h e 16h30 duração: 30 min ● preço único: 2€ classificação etária: a classificar pela CCE

Our first mini­‑conference will focus on the theme that we have found most troublesome this year. We want to know if it’s possible to explain to children what utopia is. Through a series of theatre­‑conferences anchored in the universe of non­‑fiction, we will attempt to present the world and its discourses to a younger audience. Complex concepts and difficult subjects that we come across in our everyday life will be skilfully deconstructed. texto e interpretação: André Leonor apoio dramatúrgico: Maria Gil produção: Maria Matos Teatro Municipal


DEBATE E PENSAMENTO, FILMES, TEATRO E WORKSHOP 5 a 7 e 25 a 27 maio

Questões indígenas: ecologia, terra e saberes ameríndios


Pensar em solidariedade com os indígenas na América do Sul enquanto conhecemos as suas culturas ou lutas políticas é o grande desafio que propomos neste programa. Éticas ou estéticas indígenas, a Terra como ser sensível e a expressão de potencialidades múltiplas de interação, a Amazónia e a Patagónia como espaço de resistência e confronto, mas também de proposição de formas de viver em conjunto que diferem do modo que ali tem sido imposto pelo projeto colonial serão parte deste diálogo. Ao pensarmos com os indígenas, veremos que a ideia antiga de que culturas, línguas ou sociedades minoritárias indígenas estão ou estiveram em vias de extinção são afinal expressão de ameaças que, ao tocarem um povo indígena, tocam um projeto de mundo sobre o qual iremos debater e no qual nós, Europeus, também estamos implicados. curadoria: Liliana Coutinho com Susana de Matos Viegas ilustração: Pedro Lourenço

CONFERÊNCIAS & FILMES sala principal ● entrada livre (sujeita à lotação) mediante levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 15h ● duração: 2h

Thinking in solidarity with the indigenous peoples of South America, as far as we understand their cultures and political struggles, is the great challenge that is proposed to the participants in this series of debates. When we think of the indigenous, we see that the old idea that cultures, languages or indigenous minority societies are or have been endangered is, after all, a threatening expression, since when we approach an indigenous people, we approach a world project — which we will debate here — in which we Europeans are also involved.

O ciclo Questões indígenas: Ecologia, Terra e Saberes Ameríndios é uma apresentação no âmbito da rede Imagine 2020 com o apoio do Programa Europa Criativa da União Europeia

Media Partner

11


QUESTÕES INDÍGENAS DEBATE E PENSAMENTO ★ 5 maio sexta ↣ 18h30

EDUARDO VIVEIROS DE CASTRO Os Involuntários da Pátria sobre o conceito e a condição de “indígena” no mundo atual, com especial atenção para o caso brasileiro Nesta conferência, o etnólogo americanista e professor­‑titular do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Eduardo Viveiros de Castro, falará sobre a natureza colonial da constituição da forma­‑Estado, em particular do Estado­‑nação moderno — natureza que se torna muito evidente no caso das antigas possessões coloniais europeias tornadas Estados­‑nação soberanos por este mundo fora —, e da contradição irresolúvel desta forma com a condição indígena, ou a forma­ ‑povo. Examinaremos de seguida os projetos­‑em­‑ato de criação de formas de constituição de coletivos não­‑estatais (o caso dos Chiapas, no México, e do Curdistão) baseadas em princípios de confederalismo democrático, municipalismo libertário, ocupações comunais e de outros modos de conjuração do estado de espírito que subjaz ao Estado como forma propriamente “espiritual” de captura transcendente dos povos. In this lecture, Eduardo Viveiros de Castro will talk about the colonial nature of the constitution of the state­‑form, especially that of the modern nation­‑state — a nature that became highly evident with the former European colonial possessions made sovereign nation states across the globe — and the irresolvable contradiction of this form with the indigenous condition, or "people­‑form".

12


QUESTÕES INDÍGENAS FILME ★ 5 maio sexta ↣ 21h30

RODRIGO LACERDA Vídeo nas Aldeias Espírito da TV (1990) Bicicletas de Nhanderú (2011) O cinema indígena faz parte do movimento transnacional de luta indígena que eclode nos anos 1950 mas que se intensifica, especialmente no Brasil, a partir dos anos 1980. O cinema, o vídeo e os media, em geral, são utilizados pelos índios enquanto ferramentas de revitalização e reflexão sobre as suas culturas e território, sendo também meios de autorrepresentação e autodeterminação. Nesta sessão, com introdução e debate com o público, teremos o visionamento de dois filmes produzidos no âmbito da ONG Vídeo nas Aldeias, um projeto precursor no Brasil que, desde os anos 1980, desenvolve um trabalho colaborativo com povos indígenas e que, desde 1997, organiza oficinas de formação de cineastas em aldeias indígenas. Espírito da TV, de Vincent Carelli e Dominique Gallois, é uma reflexão sobre a imagem e Bicicletas de Nhanderú, de Ariel Duarte Ortega e Patrícia Ferreira (Keretxu), é sobre as diversas apropriações da imagem (e dessa reflexão e agência) pelas diferentes comunidades indígenas. duração: 90 min

Film, video and the media in general are regarded by the indigenous population of Brazil as tools to be used for revitalising and reflecting upon their culture and their territory, as well as for their own self­‑representation and self­‑determination. In this session, we will be showing two films produced under the scope of the Brazilian NGO — Vídeo nas Aldeias (Video in the Villages) — whose work is being developed in collaboration with the indigenous peoples.

13


QUESTÕES INDÍGENAS DEBATE E PENSAMENTO ★ 6 maio sábado ↣ 15h30

ALEJANDRO REIG, ELISA LOCON ANTILEO E LUISA ELVIRA BELAUNDE Da relação com a Terra Nas sociedades ameríndias, a Terra é sujeito de múltiplas vivências. Esta conferência aborda as dimensões ligadas às configurações do espaço/território/ambiente e as que associam a vivência da terra à língua que viabiliza a comunicação entre as múltiplas entidades que a formam. Para os Yanomami, fazer paisagem, fazer sítio e fazer gente são dinâmicas interligadas que implicam uma coincidência entre o modelo cultural do ambiente e a convivência próxima, afetiva e quotidiana entre pessoas. Se esse é o questionamento que nos será trazido a debate por Alejandro Reig, já entre muitos dos povos ameríndios que vivem nas margens do rio Ucayali, no Peru, o rio ganha proeminência na reflexão sobre a terra. Luisa Elvira Belaunde mostrar­‑nos­‑á como o rio que transportou os toros de madeira e a borracha durante a história colonial violenta se transformou no espaço de criação dos seres humanos. Em contraste com a vivência­‑terra criadora de gente, a vivência­ ‑língua criadora de terra será aqui discutida por Elisa Locon Antileo a propósito dos Mapuche, do Chile. Sustentando­‑se numa cosmogonia geocêntrica em que a Terra é vista como mãe e aqueles que a habitam como seus irmãos, o papel da língua Mapuche — a “língua da Terra” — como comunicante da diversidade de elementos será aqui sublinhado. Se a fala com os ventos, os rios e as montanhas ocorre por meio de uma língua, perder a língua significa não só perder a comunicação entre os seres humanos, mas também perder as mensagens do canto dos pássaros, do amanhecer, do mar, do vento, das estrelas. em espanhol e português moderação: Susana de Matos Viegas

In Amerindian societies, land is experienced in multiple ways. In this debate, we will mainly focus on two kinds of experiences: those relating to the configuration of space/ area/environment and those linking the experience of the land to the language that enables communication between the multiple entities it is made up of.

14


QUESTÕES INDÍGENAS DEBATE E PENSAMENTO ★ 6 maio sábado ↣ 18h30

AILTON KRENAK Do sonho e da terra Ailton Krenak nasceu em 1953, na região do vale do Rio Doce, território do povo Krenak, um lugar cuja ecologia se encontra profundamente afetada pela atividade de extração mineira que aí tem decorrido. Ativista do movimento socio­‑ambiental e de defesa dos direitos indígenas na Constituição de 1988, organizou a Aliança dos Povos da Floresta que reúne comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazónia. É um dos reconhecidos fundadores do movimento indígena no Brasil, promovendo ativamente a cultura e a defesa dos direitos dos Povos Indígenas através da sua organização Núcleo de Cultura Indígena. Recuperando a sua cultura e os modos de fazer indígenas, que privilegiam a partilha de conhecimento pela oralidade, Krenak constrói pontos de entendimento entre diferentes perspetivas culturais. Nesta conferência, irá abordar o modo como as realidades vividas pelos povos indígenas se interlaçam com o universo do sonho — essa “instituição comum”, onde os vivos se encontram, não só entre eles, mas também com os seus antepassados, onde se cruzam tempos e lugares. An activist of the social and environmental movement and a staunch defender of the indigenous rights enshrined in the 1988 Constitution, Ailton Krenak organised the Alliance of the Peoples of the Forest, which brings together the indigenous and activist riverside communities in the Amazon rainforest. In this lecture, he will talk about the way in which the realities lived and experienced by the indigenous peoples are intertwined with the universe of the dream — that “common institution” where the living gather together, encountering not just one another, but also their ancestors, in a place where times and places intersect.

15


QUESTÕES INDÍGENAS FILME ★ 6 maio sábado ↣ 21h30

AILTON KRENAK E MARCO ALTENBERG O sonho da pedra Durante os debates que movimentaram a Assembleia Constituinte de 1988, um jovem índio subiu à tribuna e, ao invés de recorrer apenas a um discurso verbal sobre as dificuldades vividas pelo seu povo, preferiu fazer uma performance. Passou então grossas camadas de tinta de jenipapo sobre seu rosto. Vinte e oito anos depois, estas imagens — do índio Ailton Krenak, hoje com 63 anos — voltam a causar uma profunda emoção. Disponíveis no YouTube, estão acessíveis a quem desejar vê­‑las. E quem quiser saber mais sobre a trajetória de Ailton Krenak poderá fazê­‑lo neste documentário que lhe é inteiramente dedicado. O cineasta carioca Marco Altberg realizou, para o Canal Curta!, este filme que mostra a trajetória do líder indígena, um dos maiores propagadores das causas dos povos originários. Altberg assinou, com Ailton, a série Taru Andé — O Encontro do Céu com a Terra, vencedora do prémio de melhor série ambiental no FICA Goiás. Para ele, “enquanto o Brasil não se conciliar no respeito e reconhecimento à nossa ancestralidade, essa sombra ficará estacionada sobre nossas cabeças”. duração: 50 min

During the debates that animated and enlivened the 1988 Constituent Assembly, a young Amerindian stepped onto the podium and, instead of resorting only to a verbal discourse about the difficulties experienced by his people, preferred to put on a performance. He then placed thick layers of genipapo paint all over his face. This is a documentary film about the life trajectory of this Amerindian, Ailton Krenak, now 63 years old, an indigenous leader and one of the greatest proponents of the various causes of Brazil’s original native peoples.

16


QUESTÕES INDÍGENAS WORKSHOP ★ 7 maio domingo ↣ 10h às 12h30 e 14h30 às 17h

LUISA ELVIRA BELAUNDE Ética do Bem Viver Neste workshop, Luisa Elvira Belaunde, Antropóloga do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em relações entre corporalidade, socialidade, arte e cosmologia entre os povos da Amazónia, apresenta­‑nos formas de conhecer e de sentir em algumas sociedades das terras baixas da Amazónia peruana sustentadas em dois tipos de relações. Primeiro, na relação das pessoas com as plantas e as bebidas extraídas dessas plantas. Em segundo lugar, com práticas criativas associadas à arte da cerâmica que enfatizam as relações entre escuta, pensamento e ação e estão na base da formação da autonomia pessoal. Cada sessão incorpora uma exposição das práticas do Bien Vivir indígenas e das relações entre corporalidade, socialidade, arte e cosmologia entre os povos da Amazónia. 10h–13h ↣ Viver bem e o aconselhamento das plantas entre os Airo Pai da Amazónia peruana 15h–17h ↣ O viver bem e a cerâmica palco da sala principal preço único: 14€ ● excecionalmente não se aceitam reservas máximo 20 participantes ● público em geral

What other forms exist for creating a collective and what can we learn through contact with the native Amerindian cultures? In this workshop, Luisa Elvira Belaunde presents us with the different forms of knowledge and feelings in some societies from the Peruvian lowlands of the Amazon rain forest, which are based on two types of relations. Firstly, the relationship of subjectivity with plants and the beverages that are extracted from these plants. Secondly, the relationship with the creative practices associated with the art of ceramics that emphasise the relationship between listening, thinking and action, and which lie at the very basis of the formation of personal autonomy.

17


QUESTÕES INDÍGENAS TEATRO ★ 25 e 26 maio quinta e sexta ↣ 21h30

TRINIDAD GONZÁLEZ Pájaro Estamos no dia mais frio do ano. Muito tarde, em plena noite, um grupo de amigos, todos relacionados com o mundo das humanidades e da arte, conversam e bebem vinho num clima snobe e de autossatisfação. A dona da casa decide sair para despejar o lixo. Quando volta, traz com ela um desconhecido que encontrou a dormir numa vala. O recém­‑chegado diz não ser um homem, mas sim um pássaro. O grupo de amigos recebe­‑o amavelmente, mas pouco a pouco começam a sentir­‑se agredidos pela peculiaridade da sua presença. O ambiente começa a tornar­‑se cada vez mais violento, de modo dissimulado, mas determinante. Evocando com subtileza e astúcia as contradições dos atuais sistemas de valores e a nossa relação com a natureza e a ecologia, Pájaro é a terceira obra escrita e encenada por Trinidad González. Marca também o regresso da dramaturga e encenadora chilena a Lisboa depois de La reunión ter sido considerado pelo jornal PÚBLICO um dos melhores espetáculos de teatro de 2014. em espanhol com legendagem sala principal com bancada ● 7€ a 14€ duração: 90 min classificação etária: a classificar pela CCE

Pájaro [Bird] is the third work written by the Chilean playwright Trinidad González, after La reunión [The Reunion] and Elías. At night, a group of friends, all linked to the world of the arts and humanities, find themselves chatting and drinking wine in a snobbish and self­‑satisfied manner. The owner of the house leaves the room to put the rubbish out. When she comes back, she brings with her an unknown person, who claims not to be a man, but a bird. The group of friends receive him in a pleasant and polite manner, but gradually the atmosphere becomes increasingly violent, in a slightly hidden manner at first, but decisively so. dramaturgia e encenação: Trinidad González Jansana interpretação: María Fernanda Olivares, Nicolás Pavez, Nicolás Zárate e Trinidad González iluminação: Claudia Yolin

assistente de iluminação: Nicole Needham música: Tomás González produção: Maria Fernanda Olivares

18


Apresentação no âmbito da rede Imagine 2020 com o apoio do Programa Europa Criativa da União Europeia


QUESTÕES INDÍGENAS DEBATE E PENSAMENTO ★ 26 maio sexta ↣ 18h30

APARECIDA VILAÇA A humanidade e a animalidade no universo indígena amazónico Como pensar um mundo em que a humanidade não é uma condição, mas uma posição na qual o parentesco não está relacionado com a reprodução, mas é produzido por atos quotidianos de cuidado e alimentação? Em que os animais se vêm a si próprios como humanos e tomam as pessoas por presas? Esta conferência introduz­‑nos no mundo amazónico, particularmente no dos Wari’, povo que vive na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, com o objetivo de questionar as nossas noções correntes de humanidade, animalidade e parentesco. Aparecida Vilaça (Brasil), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, investiga o povo Wari’ da Amazónia brasileira, focando­‑se nos temas do xamanismo, canibalismo e guerra, e nas transformações socioculturais relacionadas com a cristianização e a escolarização. sala principal com bancada

How should one think about a world in which being human is not a condition, but a position? A world where parenthood is not related with reproduction, but is produced through everyday acts of caring for and feeding others? Where animals see themselves as humans and take people as their prey? In this conference, Aparecida Vilaça takes us into the world of the Amazon in order to question our current notions of humanity, animality and parenthood.

20


QUESTÕES INDÍGENAS DEBATE E PENSAMENTO ★ 27 maio sábado ↣ 17h

FELIPE MILANEZ, JOSÉ BENGOA E RAUL LLASAG FERNANDEZ Resistência Política Ameríndia A história do colonialismo na América Central e do Sul mostra que os processos políticos e religiosos que foram aí instalados provocaram o desaparecimento de milhões de pessoas através da introdução de doenças e do exercício da violência. Décadas depois da redação da Declaração Universal dos Direitos Humanos e de um extenso debate na área dos estudos pós­‑coloniais para a consciencialização dessa época da história, continua a ser necessário a mobilização em defesa de um sistema que, legalmente e na prática, seja capaz de assegurar o direito dos povos indígenas. Poderão os movimentos políticos que se organizam em torno destas comunidades permitir­‑nos um olhar renovado para as políticas e práticas sociais, económicas e ambientais que têm dominado as culturas europeias? Neste debate, parte­‑se da relação viva com a Mãe­‑Terra presente nas culturas indígenas para interrogar uma economia e uma gestão do território baseada na exploração dos recursos naturais. em português e espanhol sala principal com bancada

The history of colonialism in Central and South America shows that the political and religious processes set up there led to the disappearance of millions of people. Based on the experiences of Milanez, Bengoa and Llasag Fernandez, this debate will focus on the need to mobilise people in defence of a system that is capable of ensuring the rights of indigenous peoples.

21

Questões indígenas


CRIANÇAS E JOVENS ★ +5 anos 11 a 14 maio

CATARINA REQUEIJO Grande Corrida Neste ano, as comemorações do Dia Mundial da Criança começam em maio e estendem­‑se até junho com dois espetáculos de Catarina Requeijo. Em maio, recebemos novamente a história de Manuela e da sua Grande Corrida e em junho é a vez de conhecer a versão da sua tia em Pouca tralha muita tralha.


É o dia da grande corrida, Manuela está a postos com o seu carro maravilhoso. Mas, durante o percurso, surgem uma série de obstáculos inesperados, que são um teste à sua imaginação e sobretudo à sua persistência. Será que Manuela consegue chegar ao fim? Alcançará ou não o seu sonho de vitória? Isso é o que vamos ficar a saber no final desta história… Venham apoiar a Manuela, que não há outra como ela! teatro ● sala de ensaios semana: 10h / sábado e domingo: 16h30 duração: 30 min ● criança: 3€ / adulto: 7€ ● M/3

This year, the commemorations of the World Children’s Day begin in May and continue into June with two shows by Catarina Requeijo. In May, we return once again to the story of Manuela and her Great Race. During the course of this race, a series of unexpected obstacles arise, providing a test for Manuela’s imagination and, above all, her persistence. Will she manage to finish the race? Will she achieve her dream of victory?

direção artística: Catarina Requeijo texto: Catarina Requeijo e Inês Barahona, a partir da obra homónima escrita por alunos do 1.º ano da Escola Básica de São João de Deus, Lisboa conceção plástica: Maria João Castelo interpretação: Catarina Requeijo e Maria João Castelo coprodução: Fundação Calouste Gulbenkian e AGECOP — Associação para a Gestão da Cópia Privada foto: José Frade

23


TEATRO ★ 11 a 13 maio quinta a sábado ↣ 21h30

FAMILIE FLÖZ Teatro Delusio No palco de um teatro de ópera, a ação costuma desenrolar­‑se com grande paixão, intrigas mortais, tragédia e atos de heroísmo. Mas, em Teatro Delusio, os projetores brilham exclusivamente para o que se passa nos bastidores. Na abertura da 17.ª edição do FIMFA Lx — Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas, o Teatro Maria Matos recebe os virtuosos da máscara alemã com um dos seus espetáculos mais premiados internacionalmente, mas numa nova versão com elenco renovado. Separados das estrelas brilhantes no palco por nada mais do que cenários e cortinas, três incansáveis técnicos vivem os seus próprios dramas e sonhos teatrais. Três atores interpretam cerca de trinta personagens diferentes e trazem um teatro inteiro à vida, com máscaras maravilhosamente expressivas e mudanças super­‑rápidas. inserido no FIMFA Lx17 sala principal ● 7€ a 14€ ● duração: 70 min classificação etária: a classificar pela CCE

On stage at a great opera house, the action usually throbs with grand passion, deadly intrigue, heartbreak and heroics. But in Teatro Delusio the spotlight shines exclusively on events backstage. The 17 th edition of FIMFA Lx — the International Festival of Puppetry and Animated Forms opens with the virtuoso performers of the German mask theatre company, who are returning to FIMFA with one of their prizewinning international shows.

conceção: Paco González, Björn Leese, Hajo Schüler, Michael Vogel intérpretes: Sebastian Kautz, Daniel Matheus, Dana Schmidt encenação e cenografia: Michael Vogel máscaras: Hajo Schüler figurinos: Eliseu R. Weide desenho de som: Dirk Schröder

desenho de luz: Reinhard Hubert direção de produção: Gianni Bettucci técnicos de luz: Sylvain Faye, Ma x Rux técnicos de som: Florian Mönks, Thomas Wacker coprodução: Familie Flöz, Arena Berlin e Theaterhaus Stuttgart fotos: Simona Boccedi

24



MÚSICA ★ 17 maio quarta ↣ 22h

FENNESZ & LILLEVAN Mahler Remixed Mahler Remixed estreou­‑se em Viena, durante a celebração do centenário da morte do compositor austríaco. No meio de um sem­‑número de eventos, obviamente ligados à interpretação das suas obras, um acontecimento saltou da norma e é, também, por isso que agora chega até nós. Numa encomenda especial, Fennesz foi desafiado a reinterpretar o legado das canções sinfónicas de Gustav Mahler através da sua eletrónica. A escolha não podia ter sido mais feliz: além da evidente ligação vienense, poucos músicos contemporâneos poderiam entregar uma obra tão monumental, exultando uma espécie de segunda leitura do poder orquestral de Mahler sem ceder à citação ou medir paralelismos e distâncias ao original. Fennesz, guardião eficaz do seu próprio universo sonoro, consegue reinventar­‑se em cada obra sem nunca abdicar da sua forte impressão digital e Mahler Remixed tanto nos dá algo de novo, como nos relembra alguma da melhor música que já ouvimos do seu computador e guitarra. Do mesmo modo como o álbum Endless Summer também pode ser vivido como uma longa­‑metragem inconsciente do nosso amor pelo Verão, Mahler Remixed parece um relato de um sonho sobre a música de Mahler, inundado pelas ondas eletrificadas fenneszianas. E se não vemos ninguém tão apropriado para a música, quem melhor que Lillevan para nos desenhar e iluminar este épico sonho? sala principal 7,5€ a 15€ ● M/6

Based on an invitation to join in the celebrations of the 100 th anniversary of Gustav Mahler’s death, Fennesz took his inspiration from the Austrian composer’s symphonic songs to compose an overpowering epic that rivals his best works and acquires an exceptional artistic importance through the collaboration of the visual artist Lillevan, with his dream­‑like pictures. eletrónica, guitarra: Fennesz vídeo: Lillevan

26



TEATRO ★ 20 e 21 maio sábado e domingo ↣ 21h30

PLEXUS POLAIRE Cendres Atores, marionetas de tamanho humano e projeções de vídeo reúnem­‑se neste emocionante espetáculo de teatro visual inspirado em acontecimentos reais e no romance best­‑seller norueguês Before I Burn, de Gaute Heivoll. Cendres relata a história de um incendiário que assola a aldeia de Finsland, no sul da Noruega, nos anos 1970. Ao mesmo tempo que as casas são reduzidas a cinzas, o pânico espalha­‑se e os vizinhos questionam quem, entre eles, poderia causar tanto medo e angústia. Anos mais tarde, um jovem escritor é assombrado por esta história. Num espetáculo repleto de imagens inesquecíveis, a companhia Plexus Polaire dá corpo à complexidade do ser humano, traduzindo os sentimentos mais íntimos e ocultos, através de imagens e palavras, da imaginação e da matéria, numa manipulação excecional. Uma peça poética e brutal sobre a alma humana e as suas constantes oscilações, entre criação e destruição. inserido no FIMFA Lx17 sala principal com bancada ● 6€ a 12€ ● duração: 60 min classificação etária: a classificar pela CCE

Actors, life­‑size puppets and video projection come together in this gripping piece of visual theatre, inspired by the true events related in Gaute Heivoll’s best­‑selling Norwegian novel, Before I Burn. Cendres tells the story of an arsonist who, in the 1970s, terrorised the village of Finsland in southern Norway. It is a poetic and brutal show about the human soul and its constant oscillations between creation and destruction.

28


encenação: Yngvild Aspeli conceção: Yngvild Aspeli, em colaboração com Pierre Tual e Amador Artiga atores­‑manipuladores: Viktor Lukawski, Alice Chéné, Andreu Martinez Costa colaboração na encenação: Paola Rizza aconselhamento dramatúrgico: Pauline Thimonnier marionetas: Polina Borisova, Sebastian Puech, Yngvild Aspeli, Carole Allemand, Sophie Coëffic cenografia: Charlotte Maurel, Gunhild Mathea Olaussen

figurinos: Sylvia Denais universo sonoro: Guro Moe Skumsnes, Ane­‑Marthe Sørlie Holen vídeo: David Lejard­‑Ruffet luz e direção técnica: Xavier Lescat olhar exterior: Philippe Genty, Mary Under wood direção de produção: Claire Costa coprodução: Cie Philippe Genty, Figurteatret i Nordland apoios: MCNN — Centre de Création et de Production, Le Mouffetard — Théâtre

des arts de la marionette a Paris, Théâtre du fil de l’eau, Pantin; Théâtre de la Girandole, Montreuil; La Nef Manufacture d’utopies, Pantin; Direction des Affaires Culturelles – DRAC Bourgogne; Nord Trondelag Teater; Norsk Kulturrad; Norlands Fylkeskommune; Fritt Ord; Fond For Lyd og Bilde, FFUK apoio à apresentação: Institut Français du Portugal, em parceria com o Institut Français em Paris, no âmbito do foco sobre a criação contemporânea francesa em 2017 fotos: Fanchon BilBille


MÚSICA ★ 31 maio quarta ↣ 22h

MARCO FRANCO Mudra


Nos meses que antecederam o anúncio público, a novidade circulou nos bastidores como um novo e contagiante vírus: o baterista Marco Franco gravara um novo disco e este seria a sua estreia em piano. Mudra, preparado em completo segredo, longe até dos ouvidos dos conselheiros mais chegados, aparece na sua carreira como uma segunda vida, como se tudo começasse do zero para este músico lisboeta, com novas regras, ideias e ferramentas. Na nossa cabeça, esta impossibilidade — como se fosse a segunda etapa da incredulidade — desvanece­‑se imediatamente quando entramos nas suas composições e nos emocionamos com um piano que parece guardar em si música de uma vida inteira por escrever. Depois de conquistar um importante posto na improvisação nacional e de se ter tornado um valioso jogador para muitos projetos musicais transgressores — Tim Tim Por Tim Tum, Mikado Lab ou Memória de Peixe —, Marco Franco revela­‑se como um compositor ambicioso e talentoso. E, porque não dizê­‑lo, promissor, porque Mudra também nos faz crer que há uma nova biografia por explorar e contar. Como convém nestas situações, é preciso testemunhar este momento para sentir toda a sua força e honestidade. sala principal com bancada 6€ a 12€ ● M/6

After establishing a leading position for himself in the world of Portuguese improvisation, as well as becoming a valuable player in many rule­‑breaking musical projects, drummer Marco Franco surprisingly reveals himself to be a talented piano composer, offering us the chance to listen to Mudra, one of the most beautiful and delicate Portuguese compositions of recent times. piano: Marco Franco foto: Vera Marmelo

31


CRIANÇAS E JOVENS ★ +5 anos 1, 3, 4, 17, 18, 24 e 25 junho encomenda mm

CATARINA REQUEIJO Muita tralha pouca tralha A viagem de ida para a grande corrida Escolher não é tarefa fácil. Escolher o que se leva para a viagem também não. Há sempre alguma coisa que nos pode fazer falta… Quem nunca teve vontade de levar a casa toda? Pouco habituado a viajar, o casal Querido decide ir ver a sua sobrinha Manuela participar numa corrida de automóveis. Mas antes da viagem é preciso preparar a bagagem. É aqui que os problemas começam. Levam o quê? Pouca tralha? Muita tralha? Apenas o essencial? Estas decisões difíceis podem complicar o início da viagem. Só o início? É o que vamos ver.

32


FAMÍLIAS 3 e 4 junho sábado e domingo ↣ 17h30 Jardim do Bairro das Estacas 17 e 18 junho sábado e domingo ↣ 17h30 Jardim da Cerca da Graça 24 e 25 junho sábado e domingo ↣ 17h30 Parque da Quinta das Conchas e dos Lilases entrada livre ESCOLAS Dia Mundial da Criança: 1 junho quinta ↣ 10h30 e 14h30 Jardim do Bairro das Estacas ● duração: 30 mins entrada livre — reserva prévia (lotação reduzida) classificação etária: a classificar pela CCE inserido no programa das Festas de Lisboa

It isn’t easy to choose. And nor is it easy to decide what to take with you on a journey. There’s always something you may miss if you don’t take it with you… Who has never felt like taking their whole house with them? Although they’re not used to travelling, Mr. and Mrs. Querido decide to go and watch their niece Manuela taking part in a car race. But, before they set off, they need to pack their bags. And this is where their problems begin. What should they take? Lots of luggage? Little luggage?

direção artística: Catarina Requeijo texto: Catarina Requeijo e Inês Barahona conceção plástica: Maria João Castelo interpretação: Catarina Requeijo e Luís Godinho coprodução: Formiga Atómica Associação Cultural, Maria Matos Teatro Municipal ilustração: Maria Remédio

33


TEATRO ★ 1 junho a 2 julho (exceto 5 a 14 e 19 a 28 junho) quinta a sábado ↣ 21h30 / domingo ↣ 18h30 coprodução mm

TÓNAN QUITO Fé, caridade e esperança de Ödön von Horváth “…e agora começa tudo outra vez e ninguém se quer responsabilizar por ti e a tua vida não tem sentido nenhum.”
 Nesta “comédia” de 1932, o dramaturgo austríaco Ödön von Horváth mostra­‑nos uma sociedade cínica, mesquinha e egoísta, sempre pronta a desumanizar­‑se, num período de crise económica e decadência espiritual e moral. Para o autor este poderia ser o título de todas as suas peças, “pois todas assentam num tempo em que acreditar, amar e ter esperança são uma utopia necessária”. Nesta nova encenação, Tónan Quito convida três grupos de teatro amador para integrar o elenco da peça, dando corpo às muitas cenas em que o povo entre em palco como personagem central. Numa tentativa de fazer a ponte entre a crise dos anos 1930 e a crise atual, cada grupo irá reescrever algumas cenas, apropriando­‑se de situações da peça para falar sobre a nossa sociedade contemporânea. A peça conta­‑nos a história de Elisabeth, que procura desesperadamente a sua sobrevivência e acaba vítima de uma sociedade, onde não é permitido que um indivíduo siga os seus sonhos. Elisabeth tenta vender o seu corpo ao Instituto de Medicina Legal, é acusada de fraude e acaba rodeada de pessoas abandonadas e mal tratadas, até encontrar por breves momentos o amor; mas cansada de ser “perseguida” acaba por se atirar ao rio apagando a única réstia de esperança. 6€ a 12€ ● duração: 1h30 classificação etária: a classificar pela CCE

In this comedy, Faith, Hope and Charity (1932), Ödön von Horváth shows us a mean, selfish and cynical society that is always ready to dehumanise itself in a time of material, spiritual and moral decadence. For the author, this could be the title of all his plays, for, as he states, “they are all based on a time when believing, loving and having hope are a necessary utopia”. In this special staging of the play, the Portuguese director has invited three amateur theatre groups from Lisbon to make their own presentations at different venues around the city.

34


GRUPO DE INTERPRETAÇÃO CRIATIVA Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul (Av. D. Carlos I, 61, Santos) qui 01 a sáb 03 ↣ 21h30 dom 04 ↣ 18h30 GESTO — GRUPO DE TEATRO Auditório Fernando Pessa (Espaço Municipal da Flamenga, Chelas) qui 15 a sáb 17 ↣ 21h30 dom 18 → 18h30 GRUPO DE TEATRO — PANO CRU A Promotora (Largo do Calvário, Alcântara) qui 29 a sáb 01 julho ↣ 21h30 dom 02 julho ↣ 18h30

autor: Ödön von Horváth tradução: Ricardo Braun direção: Tónan Quito versão cénica e interpretação: Carla Galvão, Filipa Matta, Marco Mendonça, Miguel Loureiro, Tónan Quito, Grupo de Interpretação Criativa, Gesto — Grupo de Teatro e Grupo de Teatro – Pano Cru apoio à dramaturgia: Rui Catalão cenografia: F. Ribeiro desenho de luz: Daniel Worm música: Simão Costa

figurinos: José António Tenente gestão de projeto e assistência à direção: Patrícia Costa produção executiva: Henrique Figueiredo produção: HomemBala assistência de encenação: Mirró Pereira coprodução: Maria Matos Teatro Municipal e Câmara Municipal do Porto no âmbito do projeto cultura em expansão residência: O Espaço do Tempo financiado pela República Portuguesa/Cultura/ Direção­‑Geral das Artes foto: Bruno Simão

Apresentação no âmbito da rede Create to Connect com o apoio do Programa Cultura da União Europeia

╓─── ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ╟Æ ║ ╙Æ ╓─── ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ╟Æ ║ ╙Æ ╓─── ║ ║ ║ ║ ║ ╟Æ ║ ╙Æ


PERFORMANCE ★ 7 a 9 junho quarta a sexta ↣ 21h30 coprodução mm

URÂNDIA ARAGÃO Artigo 19 Quando percebemos a estranheza no encontro com o outro, mesmo que por instantes, algo se revela, que está para além dos tratados, das convenções, das expectativas e dos conflitos pessoais. O que é dito e o que fica por dizer faz parte da construção de uma imagem que queremos preservar na relação com o outro. É daí que surgem as expectativas que nos movem, numa dialética de ilusão, entre ficção e realidade. As máscaras, que tanto nos servem como nos oprimem, são postas à prova. É neste momento que escolhemos mantê­‑las ou largá­‑las. Será neste largar que se gera algo próximo de um estado de consciência e de liberdade? No mundo da linguagem formal, as declarações tentam proteger­ ‑nos do medo, mas dizem­‑nos pouco sobre esse lugar e esse tempo entre o eu e o outro, sobre a matéria de que somos feitos e cuja inteligência vai além da racionalidade. Partindo de uma investigação sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a peça Artigo 19 procura refletir sobre a relação entre o dizível e o indizível. sala principal com bancada ● 6€ a 12€ classificação etária: a classificar pela CCE

criação: Urândia Aragão cocriação: Momar Ndiaye colaborações: Andrea Brandão, Borut Bučinel, Chuma Sopotela, Gabriela Farinha, Rui Catalão, Thomas Walgrave assitência: Andrea Brandão

Starting from a research on human rights, Artigo 19 seeks to reflect on the relationship between the speakable and the unspeakable. When we sense strangeness in the encounter with the other, something is revealed, beyond treaties, conventions, expectations, and personal conflicts. In the world of formal language, declarations try to protect us from fear, but they say little about this place and time between ‘I and Thou’.

produção: Alkantara coprodução: Maria Matos Teatro Municipal, 1Space Project/Programa Europa Criativa, Teatro Académico de Gil Vicente, Pensamento Voador apoio: Fundação Calouste Gulbenkian residências artísticas: Pact Zollverein — Essen, Yachai Wasi — Loreto, Peru, Espaço

36

Alkantara — Lisboa, Teatro Maria Matos — Lisboa, TAGV — Coimbra, Forum Dança, Polo Cultural | Gaivotas Boavista/ CML, Rumo do Fumo foto: Bruno Simão Alkantara — A.C. é uma estrutura financiada pela República Portuguesa|Cultura/Direção­ ‑Geral das Artes e Câmara Municipal de Lisboa


Apresentação no âmbito da rede Imagine 2020 com o apoio do Programa Europa Criativa da União Europeia


MÚSICA ★ 16 junho sexta ↣ 22h

LUÍS JOSÉ MARTINS Tentos — Invenções e Encantamentos Há muito, mesmo muito tempo, que esperávamos este momento. Porque esta estreia foi sujeita a um preparo meticuloso e demorado, sim, mas sobretudo porque acabou por ser prometida nas entrelinhas de alguns dos nossos grandes momentos no Teatro Maria Matos: com Almost a Song, na companhia de Joana Sá, na homenagem inebriante a John Cage; como um dos vértices do fantástico triângulo Powertrio; e no coração daquela noite perfeita com Moondog. Se juntarmos o quinteto Turba Multa ou a carreira exigente dos Deolinda, fica melhor explicada a demora e a nossa ansiedade. O conjunto de peças compostas para esta sua estreia resulta, por isso mesmo, de uma espécie de catalogação de recursos que foi compilando ao longo do seu preenchido percurso musical. Os processos e as construções musicais mais técnicas, e que funcionam como estudos, o guitarrista chama­ ‑os de Invenções, enquanto Encantamentos são os lugares nos quais busca uma poética mais pessoal e de contemplação. As suas composições encontram eco nos Tentos, uma forma renascentista e pré­‑barroca ibérica instrumental que sempre o apaixonou pelo seu carácter misterioso e repertório rico e difícil de catalogar, e no qual a música nasce da pesquisa exploratória dos próprios instrumentos. Estes novos tentos tentados formam uma das mais bonitas obras para guitarra recentes, encantadoramente frágil mas de escrita complexa e fascinante, propondo composições modernas, de rutura e aventura, que trazem consigo a história da música. Tentos — Invenções e Encantamentos é uma estreia apenas porque é este o nome que se dá à primeira obra; como seria de esperar, há já toda uma vida dentro desta maravilhosa música. sala principal com bancada 6€ a 12€ ● M/6

With a musical career that is already filled with solid experiences — Powertrio, Almost a Song, Turba Multa, and, of course, Deolinda — Luís José Martins finally makes his solo debut, recovering some of the mystery and enchantment of Renaissance and pre­‑baroque music, but also writing an adventurous series of modern tunes for guitar that have placed him in the limelight, just where we always suspected he would be.

38


conceção e interpretação (guitarra clássica, guitarra preparada e eletrónica): Luís José Martins desenho de luz: Side Effects e Luís José Martins som: Hélder Nélson foto: Nuno Carvalho


PERFORMANCE ★ 17 junho sábado ↣ 16h às 18h encomenda mm

TOPIAS URBANAS Encontro com os bairros

Topias Urbanas é um projeto duracional, iniciado em novembro de 2016 e que se prolonga até setembro de 2017, de relação com Chelas, um território vizinho do Teatro Maria Matos, composto por um conjunto de bairros muito diversos, tanto na sua materialidade urbana como na vivência quotidiana, muitas vezes imaginado por quem não o habita como periferia ou ilha no tecido de Lisboa. Partimos de um conjunto de práticas para a escuta e (re) conhecimento deste território, ensaiando, em colaboração com os seus habitantes, mapeá­‑lo coletivamente, explorando como nele se concretiza o desafio da coexistência que todos os espaços nos colocam, os indícios neles manifestos de geografias e histórias alargadas, e de desejos dos seus habitantes. Uma primeira fase de entrada em relação com a multiplicidade deste território levou ao aparecimento de um conjunto de direções que guiaram a nossa pesquisa de campo entre janeiro e junho 2017 em diferentes bairros que temos habitado quotidianamente — Loios, Marquês de Abrantes, Alfinetes, Salgadas, Vale de Chelas. Neste dia, propomos um encontro aberto ao público para a partilha desta vivência, no qual apresentaremos algumas das matérias emergentes deste trabalho continuado. Topias Urbanas culminará em setembro de 2017, com a apresentação de um conjunto de percursos experienciais para um encontro pedestre e microperformativo com o território. Topias Urbanas

40


apresentação no âmbito da rede Create to Connect com o apoio do Programa Cultura da União Europeia

conceção: Fernanda Eugénio, Joana Braga realização: Ana Dinger, Fernanda Eugénio, Inês Veiga, Joana Braga, Sofia Borges produção: AND_Lab, Maria Matos Teatro Municipal

Biblioteca de Marvila (R. Luís de Stau Monteiro C4) entrada livre (sujeita à lotação da sala) mais informações sobre este encontro a partir 1 junho em topiasurbanas.wordpress.com

Topias Urbanas is a project being undertaken with the people of Chelas, an area of Lisbon close to the Teatro Maria Matos that is composed of a group of very diverse neighbourhoods, both in terms of their urban materiality and their daily life, and is very often regarded by those who do not live there as a peripheral island in the urban fabric of the city. On this day, we propose a public meeting at which we will present some of the topics emerging from this ongoing work.

41


DANÇA ★ 22 a 24 junho quinta a sábado ↣ 21h30

MEG STUART / DAMAGED GOODS & EIRA Blessed Dez anos depois da sua estreia e apresentação no Centro Cultural de Belém, o Teatro Maria Matos volta a apresentar Blessed, uma coreografia de Meg Stuart com solo interpretado por Francisco Camacho, no contexto do Arquipélago Verde do ciclo UTOPIAS. Embora a peça não tenha sido criada com este objetivo, as catástrofes climáticas dos últimos dez anos — inclusive o mediático furacão Katrina — tornaram­‑na numa imagem icónica do novo apocalipse ecológico. Não será um mar de fogo a ditar o fim do mundo como o conhecemos, mas uma lenta destruição debaixo de chuvas incessantes. Francisco Camacho e Meg Stuart conheceram­‑se em Nova Iorque no fim dos anos 1980 e colaboraram na peça Disfigure Study (1991). Nesta sua segunda colaboração, Camacho habita um pseudo­‑paraíso de papelão, atormentado pela chuva, segurando desesperadamente a um mundo que entrou irremediavelmente em declínio. Uma obra sombria, focada na implacável luta pela vida, Blessed conforta­‑nos com o poder sensível da estética da destruição. Blessed recebeu o Prémio da Critica Francesa em 2008 e um Bessie Award pelo desenho visual em 2012. sala principal com bancada 9€ a 18€ ● duração: 70 min ● M/6 excecionalmente não se aceitam reservas

Ten years after its première at the Centro Cultural de Belém, Teatro Maria Matos will once again present the piece Blessed, this time at the context of its UTOPIAS cycle. Although the piece was not produced with this particular purpose, the climatic catastrophes of the last ten years — including the famous Hurricane Katrina — have turned it into an iconic image of the new ecological apocalypse. It is not a sea of fire that will dictate the end of the world as we know it, but its slow destruction beneath incessant rain.

apresentação no âmbito da rede Imagine 2020 com o apoio do Programa Europa Criativa da União Europeia

apresentação apoiada pela Nationale Performance Netz — Fundo para a digressão internacional de espetáculos de dança, financiado pelo Comissário do Governo Federal para a Cultura e os Media, a partir de decisão do Parlamento Federal Alemão

42


coreografia: Meg Stuart criação e interpretação: Francisco Camacho, Kotomi Nishiwaki e Abraham Hurtado música: Hahn Rowe dramaturgia: Bart Van den Eynde instalação: Doris Dziersk figurinos: Jean­‑Paul Lespagnard

luz: Jan Maertens assistente de coregrafia: Abraham Hurtado assistente de cenários: Ania Pas direção de produção: Tanja Thomsen produção: Damaged Goods e Eira coprodução: Kunstencentrum Vooruit, Volksbühne am Rosa­ ‑Luxemburg­‑Platz (Berlin),

PACT Zollverein (Essen), Centro Cultural de Belém (Lisboa), Théâtre de la aBastille (Paris), Festival d’Automne (Paris) DAMAGED GOODS é uma estrutura apoiada pela Autoridades Flamengas e pela Comissão da Comunidade Flamenga A EIRA é uma estrutura apoiada pela República Portuguesa/ Cultura/Direção­‑Geral das Artes


MÚSICA ★ 28 junho quarta ↣ 22h

GABRIEL FERRANDINI Tudo Bumbo O acontecimento deixou de ser local há muito tempo. Nos últimos anos, Gabriel Ferrandini foi conquistando o círculo exterior à nossa cena, mostrando­‑nos que havia razão quando a sua arte nos impressionava e parecia prometer mundos à sua determinação. Aos poucos, com RED Trio ou o Motion Trio de Rodrigo Amado, citando apenas as formações mais antigas e estáveis, temos vindo a habituar­‑nos a ouvir a sua percussão cada vez mais fulminante e decisiva, ancorando firmemente toda a improvisação que à sua volta gravitava. Mas o verdadeiro sucesso da sua impressionante mas ainda curta carreira não se mede apenas pelo alcance das suas ondas de choque: é precisamente no epicentro da sua atividade, na cidade de Lisboa, que vamos testemunhando com interessada curiosidade a progressão das suas ideias. Em 2016, Gabriel Ferrandini assumiu o desafio da composição, prometendo­‑nos para breve o resultado de um ano de trabalho intenso nas várias Volúpias que realizou durante a residência na Galeria Zé dos Bois. Com todo este processo concluído, Ferrandini volta a recolher­‑se, questionando e recalibrando todos os seus mecanismos de ligação à música. Tudo Bumbo é, por isso, um exercício solitário, um raro solo contaminado pela pesquisa e por uma profunda audição atenta. Promete­‑nos volume, sons sem notas, jazz e rock rejeitados, harmónicos revelados, um espaço vazio preenchido por drumming total e um trabalho iluminado pela arte de António Júlio Duarte. Gabriel Ferrandini irá dar­‑nos muitas repostas nesta noite, mas esperem o vosso corpo agitado por uma avalanche de novas questões. sala principal com bancada 6€ a 12€ ● M/6

Having revolutionised the local scene and conquered its periphery, Gabriel Ferrandini now proposes to us one of his rare solo concerts, focusing attention on his drums and musical processes in a way that he has never done before. With the enlightened help of the visual artist António Júlio Duarte, Tudo Bumbo will explore the power of his drum sound, from the silence of the details to the rhythmic explosion that will physically invade our bodies.

44


bateria: Gabriel Ferrandini desenho de luz: António Júlio Duarte desenho de som: Cristiano Nunes foto: António Júlio Duarte


TEATRO ★ 5 a 9 julho quarta a sábado ↣ 21h30 domingo ↣ 18h30 coprodução mm

TEATRO NIÑO PROLETARIO E ALUNOS DA ESTC Sul Todos os anos, o Teatro Maria Matos associa­‑se à Escola Superior de Teatro e Cinema para a produção e apresentação de um dos espetáculos dos finalistas da Licenciatura em Teatro, convidando para o efeito um criador estrangeiro. No contexto do programa Passado e Presente — Lisboa Capital Ibero­‑Americana da Cultura 2017, convidámos a companhia Teatro Niño Proletario, do Chile, a acompanhar e dirigir a encenação de uma obra a construir pelos estudantes. Constituída em 2005 como um núcleo de investigação e criação artística, a companhia centra­‑se na busca de fraturas sociais que revelam a identidade de quem é posto à margem. Sul é uma criação coletiva pensada como exercício de múltiplas possibilidades. Partir do corpo, como portador de pegadas sociais, de uma escrita, de uma memória e de uma verdade, é uma provocação para abandonar certezas e ir em busca do desconhecido. Daremos espaço à bifurcação do olhar, para que apareçam os corpos que não se devem ver, o que não devemos ou podemos dizer. Tudo o que ameaça a estabilidade de nossos povos vem do Sul: o cheiro da pobreza, o idioma detestado, a cor da pele que tememos.… Sul é uma metáfora do que é desprezível. É um convite à pergunta: onde estamos e até que ponto estamos onde estamos? Quais são as nossas convicções e qual é o nosso “sul”? sala principal com bancada entrada livre (sujeita à lotação) mediante levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 15h classificação etária: a classificar pela CCE

criação coletiva de: Luis Guenel, Francisco Medina, Catalina Devia, do Teatro Niño Proletario e os alunos da ESTC, Alida Molina Sebastián, Beatriz Sofia Mbula, Inês Carvalho, Ivo Luz Silva, Bernardo de Lacerda, Marta Taveira, Rita Delgado, Susana Brandão, Sílvia Braga, João Estima, Inês Garrido, Sara Inês Gigante, Isadora Alves, Neus Marí Rodriguez

design de cena: Beatriz Sousa, Adriana Costa produção executiva: André Ferreira, Filipe Abreu coordenação de interpretação: Maria João Vicente coordenação de cenografia e figurinos: João Calixto, José Espada, Mariana Sá Nogueira e Marta Cordeiro coordenação de produção executiva:

46

Andreia Carneiro coordenação de desenho de luz: Miguel Cruz preparação vocal: Maria Repas Gonçalves gabinete de produção ESTC: Conceição Alves Costa e Rute Reis coprodução: Teatro Niño Proletario, Escola Superior de Teatro e Cinema e Maria Matos Teatro Municipal


Sul is a collective work created by three members of the Chilean theatre company Teatro Niño Proletario, together with the final­‑year students from the Lisbon School of Theatre and Cinema. Everything that threatens the stability of our populations comes from the South: the stench of poverty, the detested language, the skin colour that we fear… Sul is a metaphor for everything that we despise. And it invites us to ask the question: where are we and to what extent are we where we are? What are our convictions and what is our “south”?

apresentado no âmbito da rede Create to Connect com o apoio do Programa Cultura da União Europeia


FAMÍLIAS ★ 15 julho 15h às 22h


Desde 2009 encerramos a temporada e damos as boas­‑vindas às férias na companhia de artistas, vizinhos e famílias. Neste dia, transferimos quase todo o Teatro para a rua e convidamos a cidade a vir comemorar connosco. Durante a tarde, os jardins do Bairro das Estacas são ocupados com diferentes intervenções artísticas que evocam as questões ambientais e ecológicas com que nos deparamos quotidianamente. Em família, vamos viver o jardim como o ecossistema que é, brincando com jogos feitos a partir de materiais reciclados e experimentado todas as potencialidades que as energias renováveis e as alternativas sustentáveis nos dão. Ao crepúsculo, servimos um jantar feito por um grupo de refugiados da Síria no meio da Rua Bulhão Pato, um bom pretexto para ficarmos juntos até ao início da noite e partilharmos novas experiências. entrada livre ● Jardim das Estacas Since 2009, we have traditionally ended the season and started the holidays in the company of artists, performers, neighbours and families. This is the day when we transfer almost all of the Theatre to the street and invite the city to come and celebrate with us. In the afternoon, the gardens of the Bairro das Estacas will be filled with different artistic events and scientific experiments that address our daily concerns with sustainability. As night falls, we will serve a dinner prepared by a group of Syrian refugees in the middle of Rua Bulhão Pato, offering everyone the perfect excuse to spend the evening together and share a new experience together.

apoio: Junta de Freguesia de Alvalade

Apresentação no âmbito da rede Imagine 2020 com o apoio do Programa Europa Criativa da União Europeia

49


AN

IM A

INSTALAÇÕES & JOGOS 15h às 19h

COMPANHIA KATAKRAK

L ADA

Animalada é nome dado a este grupo de animais/objetos que neste dia vai invadir o Jardim das Estacas. São, no total, 26 jogos para experimentar e repetir. Construídos a partir de material reciclado constituem uma espécie de coleção de brinquedos inspiradores, porque nos inspiram a reaproveitar e a inventar também.

COMPANHIA KATAKRAK

Os Engenhos Poéticos são dez máquinas de brincar criadas a partir de materiais reciclados e resgatados do lixo. Com eles, vamos procurar responder a questões sobre a eletricidade, as energias renováveis, a eletrónica e poesia. Cada vez que ativamos um Engenho Poético dar­‑se­‑á um encontro improvável entre energias renováveis e poesia.

50


OFICINAS ★ 15h às 19h

MUNDO CIENTÍFICO

Com ida d o Futuro Já pensaste em tudo o que é necessário para produzir cada peça de roupa ou cada alimento que tens em casa? Se o ambiente tivesse uma moeda e conseguíssemos traduzir todos os pequenos passos em valor, ficarias espantado com a pegada ecológica dos nossos hábitos diários. Grilos, algas, fibras cítricas ou tremoços: conseguiras imaginá­‑los em petiscos saborosos? Vamos degustar novos alimentos, super nutritivos e de reduzida pegada ecológica.

MUNDO CIENTÍFICO

QUANTO CO2 GUARDAM AS ÁRVORES DO MEU JARDIM? Cada árvore de um jardim, de um parque, ou de um pátio de uma escola, é um guardador de dióxido de carbono (CO2), impedindo­‑o de se libertar para a atmosfera. São, por isso, consideradas as guardiãs do clima no nosso planeta. Sabes calcular quanto CO2 guardam as árvores do teu jardim? Vem aprender!

MUNDO CIENTÍFICO

Fib ras e tintas n

s i a a tu r

Cada peça de roupa liberta em média 2000 fibras em cada lavagem que acabam no oceano. Estes e outros microplásticos introduzem­ ‑se nas cadeias alimentares, prejudicando a sustentabilidade do planeta e a saúde humana. Nesta oficina, vamos pensar em alternativas e utilizar plantas e bases minerais para tingir fibras naturais e sintéticas.

51


AR

OFICINAS ★ 15h às 19h

MARIA REMÉDIO E TERESA CORTEZ

para fun cion AR

O nosso corpo e tudo o que trazemos lá dentro precisa de AR para funcionAR! Vamos então imaginAR e criAR pequenos objetos que também precisam de AR para andAR, voAR, trabalhAR: AR dos nossos pulmões, AR do vento quente de verão, AR de abanAR. Vamos estar ao AR livre com materiais que estivemos a respigAR de artesãos e artistas para convosco os transformAR!

JOANA LEAL E INÊS LAPA

Onde

há arte cresce

vida!

No jardim do Bairro das Estacas, há montanhas e vales adormecidos, à espera que formas de vida os venham habitar. Pela mão de cada escultor, vão crescer novas espécies que irão habitar as terras outrora desertas. O ecossistema construído, através de um jogo lúdico e divertido, terá a sua evolução entre pinceladas e colagens ou com formas calmas e selvagens.

E DITO

RITA RAPOSO E BELISA SOUSA

A V I T CRIA

RA

Neste dia, vai aparecer uma fábrica com objetos esquecidos. Uma gráfica pronta a devolver a alegria a esses objetos tristes num canto sem emoção! Vamos experimentar, brincar e descobrir, por com ou compor, dar cor e imprimir. Vamos criar livros­‑surpresa que na tua biblioteca ficarão.

OFICINA ★ 6 meses aos 3 anos

OHFICINA

HUM?! — Espaço de exploração sensorial para os muito­‑ pequenos

Nesta oficina, consideramos fortemente o processo e tentamos potenciar as experiências entre as crianças e os materiais, de modo a alimentar competências básicas importantes e estimular a sensibilidade em cada um. Com base nestas intenções, esta será uma área de exploração para crianças pequenas, permitindo que o contacto com as matérias, aliado a um momento­‑sem­‑termo, proponham uma série de descobertas fascinantes.


PERFORMANCE ★ 15h e 18h30

EZ

VELOCIPEDIA

Pedalar e divertir é a chave deste projeto. Velocipedia é a arte de andar em velocípede e de tudo o que diz respeito aos velocípedes. EZ apresenta­‑se com veículos a pedais, e com diferença e audácia de ideias, dão vida a três personagens que deambulam por aí. Viajam sobre rodas sem destino certo, mas dão a volta ao mundo sem motor e sem emissões.

PERFORMANCE ★ 15h30 e 18h

ub EZ S

EZ

O Ez Sub é um submarino andante, com base mecânica elétrica, completamente autónoma e com uma estética muito especial. Todo o veículo é transparente! Transparente para não esconder nada e para que toda a gente possa ver os seus mecanismos extraordinários. Agora, só falta explorá­‑lo e manipulá­‑lo para encher o submarino de vida.

NOVO CIRCO ★ 17h

CIA. ES

I

GLOO

Igloo é um espetáculo que desafia categorias. Cruzando o teatro gestual, a coreografia e o novo circo, constrói uma partitura de situações comicamente absurdas e proezas físicas. Nesta partitura, ficamos a conhecer a história de dois amigos, do momento em que se conhecem até às aventuras que partilham no dia­‑a­‑dia. A partir de materiais que estão ao alcance de todos, Igloo investe na soma de experiências físicas e universos técnicos e artísticos que trazemos connosco e explora o modo como cada um de nós, com as suas diferenças, encontra a melhor maneira de estar com o outro.

53


OFICINA / JANTAR 18h30 às 20h30

Jantar + Oficina de fazer pão fininho É já uma tradição do aoarlivre terminar o dia fazendo da rua a nossa grande mesa comunitária. Neste ano, convidámos a associação Pão a Pão e um grupo de mulheres refugiadas que chegou recentemente a Portugal vindas da Síria para conceber e confecionar para todos um jantar com os sabores do Levante. À mesa, vamos provar pratos como fattoush, hummus ou baklava, feitos por mãos carregadas de histórias e de esperança para uma nova vida. Durante a tarde, vamos também nós arregaçar as mangas e contribuir para o jantar na oficina de fazer o pão tradicional da cozinha árabe. Neste dia fora de portas, a comida vai ser, mais do que nunca, o ponto de encontro em que a partilha desfaz barreiras e fronteiras.

54


MÚSICA ★ FAMÍLIAS 20h30 às 22h

Open Call!

Vais escolher e tomar decisões sobre o que gostarias de mostrar e porquê. Envia para info@teatromariamatos.pt, no máximo, 4 músicas à tua escolha com o autor da música e o teu nome. Nós tratamos de a arranjar e pôr a rolar para ti e para nós todos.

É difícil terminar um dia em cheio sem um pé de dança. Esta música fui eu que escolhi lembra os dias em que chegamos a casa e para relaxar escolhemos uma música. Ou quando subimos o volume para espantar o dia e começar ainda melhor a noite. Ou simplesmente quando nos atiramos para o sofá só a ouvir. Ou ainda quando queremos mostrar exatamente aquela música a um amigo ou quando queremos cantar muito alto e em coro. Foi a pensar nos momentos em que a música nos faz feliz que imaginámos o final deste ano do aoarlivre. Mas, desta vez, quem escolhe a música são as crianças!

55


Performing Urgency #4 — novo livro da série

Empty Stages, Crowded Flats Performativity as Curatorial Strategy Empty Stages, Crowded Flats. Performativity as Curatorial Strategy é o quarto livro da série Performing Urgency encomendada pela rede House on Fire (depois de Not Just a Mirror. Looking for the Political Theatre of Today, Turn, Turtle! Reenacting the Institute e Joined Forces, Audience Participation in Theatre). Investiga como a curadoria nas artes performativas pode ser performativa, encenada, dramatizada, coreografada. O livro apresenta 20 estudos de caso. livro: 14,90 € ● à venda na bilheteira do Teatro Maria Matos ebook: 9,99 € ● www.alexander­‑verlag.com

While the concept of curating has slowly arrived to the field of performing arts, its potential of also drawing inspiration from this very genre has been still largely unrecognised. Empty Stages, Crowded Flats. Performativity as Curatorial Strategy investigates how curation itself can be performative, staged, dramatized, choreographed. It presents 20 case studies written by curators, artists, theorists.

uma publicação: House on Fire editores: Florian Malzacher & Joanna Warsza edição: Alexander Verlag coedição: Live Arts Development Agency House on Fire tem o apoio do Programa Cultura da União Europeia


Coproduções do Maria Matos Teatro Municipal em digressão em maio a julho 2017 Æ ANTÓNIO JORGE GONÇALVES: A Montanha Estreia dezembro 2014 Águeda, Centro de Artes ↣ 19 e 20 junho 2017 Oliveira do Bairro, Quartel das Artes Dr. Alípio Sol ↣ 21 junho 2017 Æ RIMINI PROTOCOL: Europa em casa Estreia outubro 2015 Itália, Milão, Zonak Scappatoia Culturale ↣ 3 março a 15 junho 2017 Æ PABLO FIDALGO LAREO: Habrás de ir a la guerra que empieza hoy Estreia outubro 2015 França, Paris, Festival Chantiers d’Europe — Theatre des Abbesses ↣ 6 maio 2017 Æ JOÃO FIADEIRO: O que fazer daqui para trás Estreia novembro 2015 França, Patin e Lyon, Camping, Centre National de La Dance ↣ junho 2017 Æ Tânia Carvalho: GLIMPSE — 5 Room Puzzle Estreia abril 2016 Porto, Festival Dias da Dança, Auditório do Teatro do Campo Alegre ↣ 4 maio 2017 Æ VERA MANTERO: O limpo e o sujo Estreia abril 2016 França, Paris, Festival Chantiers d’Europe — Theatre des Abbesses ↣ 4 maio 2017 Æ MALA VOADORA: Moçambique Estreia setembro 2016 Montemor­‑o­‑Novo, PT.17 Plataforma Portuguesa de Artes Performativas — O Espaço do Tempo ↣ 7 a 10 junho 2017 Æ MARIANO PENSOTTI: Arde brillante en los bosques de la noche Estreia janeiro 2017 Bélgica, Bruxelas, Kunstenfestivaldesarts ↣ 19 a 23 maio 2017 Æ CLÁUDIA DIAS: Terça­‑feira — Tudo o que é sólido dissolve­‑se no ar Estreia março 2017 Matosinhos, Festival Dias da Dança, Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery ↣ 29 abril 2017 Æ LEONOR KEIL: Bianca Branca Estreia abril 2017 Porto, Campo Alegre . Teatro Municipal do Porto ↣ 1 e 2 junho 2017 Sever do Vouga, Centro das Artes do Espectáculo ↣ 21 e 22 junho 2017 Guimarães, Centro Cultural Vila Flor ↣ 7 e 8 julho 2017 Æ TÓNAN QUITO: Fé, caridade e esperança Estreia junho 2017 Porto, Novo acto — Associação de Artes Performativas, ↣ 7 a 9 julho 2017


BILHETEIRA terça a domingo das 15h às 20h em dias de espetáculo das 15h até 30 minutos após o início do mesmo 218 438 801 • bilheteira@teatromariamatos.pt bilheteira online: www.teatromariamatos.pt outros locais de venda: ABEP / CTT / Fnac / São Luiz Teatro Municipal / Worten MEG STUART / DAMAGED GOODS & EIRA: Blessed Excecionalmente não se aceitam reservas

mm café

terça a domingo ↣ 18h às 02h

DESCONTOS* PREÇO ÚNICO 5€ menores de 30 anos (apenas válido para espetáculos mencionados) DESCONTO 50% portadores do cartão Maria & Luiz, estudantes, maiores de 65 anos, pessoas com deficiência e acompanhante, desempregados, profissionais do espetáculo, funcionários da CML e empresas municipais (extensível a acompanhante) DESCONTO 30% grupos de dez ou mais pessoas (com reserva e levantamento antecipado) GRUPOS ESCOLARES Mais informação na bilheteira CARTÃO MARIA & LUIZ cartão que garante acesso a desconto de 50% em todos os espetáculos assinalados do Teatro Maria Matos e do Teatro São Luiz para maiores de 30 e menores de 65 anos durante 12 meses. Preço 10€. www.mariaeluiz.pt • mariaeluiz@egeac.pt Condições: Válido durante 12 meses a partir do momento da compra. Desconto mediante apresentação do cartão, apenas válido na bilheteira física e online do Teatro Maria Matos e do Teatro São Luiz. Não acumulável com outros descontos e não extensível a espetáculos de preço único, passes e outros selecionados. A utilização do cartão é pessoal e intransmissível. *descontos não acumuláveis


RESERVAS

levantamento prévio obrigatório até 30 minutos antes do espetáculo.

PROGRAMAÇÃO CRIANÇAS E JOVENS FAMÍLIAS ESPETÁCULOS 7€ preço adultos 3€ preço crianças / adolescentes RESERVAS levantamento prévio obrigatório nas 48h após a reserva não se aceitam reservas nas 48h antes do espetáculo ESCOLAS ESPETÁCULOS 3€ preço único para aluno em contexto escolar professor acompanhante não paga RESERVAS pagamento parcial obrigatório nas 48h após a reserva

COMO CHEGAR?

Teatro Maria Matos Avenida Frei Miguel Contreiras, 52 1700-213 Lisboa comboio: Roma — Areeiro ● metro: Roma autocarros: 727, 735 e 767 bicicletas: Ciclovia e parque de bicicletas junto ao Teatro Maria Matos

RECEBER INFORMAÇÃO DO TEATRO MARIA MATOS Para receber o nosso programma em casa ou informação por email, por favor escreva-nos para: comunicacao@teatromariamatos.pt Teatro Maria Matos faz parte das seguintes redes de programação

House on Fire e Create to Connect são redes financiadas pelo Programa Cultura da União Europeia

Teatro Maria Matos nas redes sociais

Imagine 2020 é uma rede apoiada pelo programa Europa Criativa da União Europeia

Parceiros

Apoio à divulgação


PROGRAmmA

JUNHO

CATARINA REQUEIJO: Muita tralha pouca tralha – A viagem de ida para a grande corrida ● crianças e jovens ★ vários locais qui 01 ↣ 10h30 e 14h30 sáb 03 e dom 04 ↣ 17h30 sáb 17 e dom 18 ↣ 17h30 sáb 24 e dom 25 ↣ 17h30 ╓─── TÓNAN QUITO ║ ║ Fé, caridade e esperança ║ ║ ● teatro ★ vários locais ║ ╟ Æ qui 01 a sáb 03 ↣ 21h30 ║ ╟ Æ dom 04 ↣ 18h30 ║ ╟ Æ qui 15 a sáb 17 ↣ 21h30 ║ ╟ Æ dom 18 ↣ 18h30 ║ ╙ Æ qui 29 e sex 30 ↣ 21h30 ╓─── URÂNDIA ARAGÃO: Artigo 19 ║ ║ ● performance ║ ╟ Æ qua 07 ↣ 21h30 ║ ╟ Æ qui 08 ↣ 21h30 ║ ╙ Æ sex 09 ↣ 21h30 ╓─── LUÍS JOSÉ MARTINS: Tentos – ║ ║ Invenções e Encantamentos ║ ║ ● música ║ ╙ Æ sex 16 ↣ 22h ╓─── TOPIAS URBANAS ║ ║ Encontro com os bairros ║ ║ ● performance ║ ║ ★ Biblioteca de Marvila ║ ╙ Æ sáb 17 ↣ 16h às 18h ╓─── MEG STUART / DAMAGED GOODS ║ ║ & EIRA: Blessed ║ ║ ● dança ║ ╟ Æ qui 22 ↣ 21h30 ║ ╟ Æ sex 23 ↣ 21h30 ║ ╙ Æ sáb 24 ↣ 21h30 ╓─── GABRIEL FERRANDINI ║ ║ Tudo Bumbo ║ ║ ● música ║ ╙ Æ qua 28 ↣ 22h ╓─── ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ╟Æ ║ ╟Æ ║ ╟Æ ║ ╙Æ

JULHO 2017

╓─── ║ ║ ║ ║ ║ ╟Æ ║ ╙Æ ╓─── ║ ║ ║ ║ ║ ║ ║ ╟Æ ║ ╙Æ ╓─── ║ ║ ║ ╙Æ

TÓNAN QUITO Fé, caridade e esperança ● teatro ★ vários locais sáb 01 ↣ 21h30 dom 02 ↣ 18h30 TEATRO NIÑO PROLETARIO E ALUNOS DA ESTC Sul ● teatro qua 05 a sáb 08 ↣ 21h30 dom 09 ↣ 18h30 AOARLIVRE ● crianças e jovens sáb 15 ↣ 15h às 22h


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.