Jornal Verde Municipalista

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A revolução que todos querem!

Está bem claro que tudo começa, e tem sequência, de baixo para cima. Não se constroem estados (províncias) nem federações (nações), sem a presença imprescindível das cidades e municípios.

Será a Revolução Verde, a que dá suporte à vida, e não outra com fuzis, metralhadoras e bombas de alto calibre, pois nada se constrói com violência. Ghandi provou isto! Faça parte da Revolução Verde, que vai de encontro aos anseios de um desenvolvimento natural, verde também, além de ecológico, ecopolítico. Saiba tudo sobre esta revolução e também sobre autogoverno, cujos textos aqui estão para esclarecer. Adquira o jornal, leia atentamente e dê sua adesão: a Pátria espera que cada um cumpra o seu dever!

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A depressão mundial e o Brasil Adriano Benayon

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Trabalhadores municipalistas, uni-vos! © MVRDV

JORNAL VERDE MUNICIPALISTA Abertura - - - - - - - Suporte ideológico da bandeira do AUTOGOVERNO, em defesa dos produtores do PIB nacional, os MUNICÍPIOS BRASILEIROS, que sofrem com a má divisão do bolo tributário, representado pela soma dos 85 impostos e taxas que pagamos arduamente, sem o devido retorno. As crises ocasionadoras do frágil crescimento econômico devem-se aos desacertos administrativos da república federativo-colonialista, pela disparidade arrecadadora do bolo tributário, quando os que trabalham e produzem a riqueza da nação, recebem apenas 16% do total, enquanto estados e federação refestelam-se com 84%, mas pouco produzem, ou quase nada! JORNAL VERDE MUNICIPALISTA propõe que o país cumpra o compromisso que assinou, em 1976, para com o Pacto da ONU de

26/12/1966, e institua nova forma de governo lastreada na liberdade que consagrará cidades brasileiras no mesmo patamar de cidades alemãs, italianas, letonianas e também asiáticas, onde vicejam e prosperam modernas cidades-estados. Nossa bandeira é POLÍTICA na acepção correta do vocábulo, mas não está vinculada às correntes político-partidárias que não conseguiram, ainda, vislumbrar e formar consenso para que, libertos, os municípios consigam maior produtividade com significante justiça social, num clima de absoluta solidariedade existencial, como definido pela ciência ecologia. Participar do JORNAL VERDE MUNICIPALISTA

A PÁTRIA COMEÇA NO MUNICÍPIO!

é conceber um modelo político totalmente diferente do atual, embora federativo-republicano. É a meta desta publicação, a serviço do país, para engrandecimento e dignificação da Pátria! www.jornalverdemunicipalista.net.br www.ecologia.org.br atendimentojornalverde@gmail.com amefundacao@gmail.com

Por que + um jornal? Ora, não se deve confundir “noticiário” com “jornal”

Este é um jornal ideológico, decidido a influir no pensamento dos eleitores brasileiros. Estamos optando por uma nova forma de governo: o AUTOGOVERNO. Isto diferencia ESTE JORNAL dos demais!

Município Verde, Centro de Decisões! Profundas modificações culturais e políticas deverão ocorrer, em nossa sociedade, consoante objetivos aqui expressos, os quais se destinam a ações efetivas para instauração de um mundo de paz, justiça, segurança e solidariedade, através do municipalismo verde.

O I C O N I Ú C N AN Ú AN O I C O I N C Ú N AN Ú AN

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Adriano Benayon

(economista) apresenta paradigmas Na realidade o bem-estar do campo depende, em primeiro lugar, da política federal, e a questão não é apenas redistribuir as receitas tributárias, mas direcionar as verbas em favor do campo, inclusive para reequilibrar a distribuição populacional, desinchando as cidades. Creio já ter mencionado que importantíssimo seria criar, com apoio do Estado, bancos nos municípios, cuja finalidade seria aplicar os recursos no próprio município. Atualmente as poupanças locais são todas carreadas para São Paulo, capital, e para o exterior, ou seja, para as sedes dos grandes bancos. Adriano Benayon

POR QUE A “PARADEIRA’? É o apelido que damos ao movimento empresarial dos últimos tempos, quando o crescimento econômico estancou sensivelmente, como todos sabem. Alguns países convidaram os bancos a incentivar o consumo que, por sua vez, acelera a produção, através de doação de dinheiro à população, pois se não fizerem isto eles, bancos, também podem encontrar dificuldades terríveis pela frente. Para o Jornal Verde Municipa-

lista, contudo, esta não é a única solução, mas sim aumentar a fatia do bolo tributário aos municípios, pelo menos para 20%, por enquanto, para gerar atendimento social com todas as consequências econômicas em cadeia! Assim, a federação aliviaria a sobrecarga dos 85 impostos que todos pagam, contemplando, por outro lado, os entes menores federados, com extraordinário aumento de consumo.

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Dezembro de 2012

CONSUMO CONSCIENTE

Município Verde, Centro de Decisões! Profundas modificações culturais e políticas deverão ocorrer, em nossa sociedade, consoante objetivos aqui expressos, os quais se destinam a ações efetivas para instauração de um mundo de paz, justiça, segurança e solidariedade, através do municipalismo verde.

PROTESTE relacionou algumas dicas para amenizar este impacto: 1. Utilize pilhas recarregáveis; 2. Evite comprar produtos super-embalados; 3. Faça o descarte de pilhas, baterias, produtos eletrônicos, medicamentos e óleo de cozinha em locais apropriados; 4. Prefira os produtos em refil, além de usar menos embalagem, você ainda economiza; 5. Nos veículos flex prefira álcool como combustível; 6. Aproveite talos, folhas e raízes de alimentos, sempre que possível; 7. Só ilumine as dependências da casa efetivamente utilizadas; 8. Troque eletrodomésticos antigos por modelos que economizem energia; 9. Não compre produtos ou serviços de empresas que não respeitam o meio ambiente; 10. Desligue equipamentos da tomada para evitar o gasto de energia em stand-by.

Ser político e fazer política Fazer política quer dizer interessar-se pelos problemas de todos, buscando resolvê-los da melhor maneira; quer dizer, colocar-se em discussão, expor-se pessoalmente com as próprias ideias e os próprios valores. Fazer política quer dizer procurar a concretização de ideais. Falar de política quer dizer falar do homem, do trabalho, instrução, saúde, vida, morte, família, ambiente, desenvolvimento, segurança e outros componentes da cidade e do homem. Fazer política significa, todo dia, procurar consensos através de exemplos, com alusão às próprias escolhas e explicando-as com coerência. Fazer política significa criar e estimular a cultura, fornecer instrumentos para

leitura da realidade, fazer crescer homens coerentes e conscienciosos para não deixar que outros, sem méritos, detenham todo o poder, e significa também animar confrontos, recolher opiniões Homens livres e fortes devem possuir coragem para se dedicar, em primeiro lugar, com objetivo de garantir a todos o próprio esforço para um futuro melhor, sem a tentação de subir com os vencedores, mas lutando por aquilo que sabem ser justo.

EXPEDIENTE

LOGO JORNAL VERDE Nosso objetivo é o autogoverno para salvar os municípios e fortificar e dignificar a Pátria! Editora Guaianá Ltda.

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Cláudio Antônio da Silva, (biólogo-ambientalista), e José Bertuol (professor e filósofo) Diretores Jurídicos: Antônio Viana Bezerra Filho e Aydmar Pereira Marketing: Jefferson Zaccarias e Nataly Monaro Arte: Wanderley Ciuffi; Fotografias: J.Edmilson V.da Silva

Sucursal: Rua Nicolau E.Linhares, Editor Cultural: João Barcellos 118-CEP 06700-146 - COTIA - SP Web Design: Juliana Melo, Sérgio Fones: 11-4703-2636 e 4614-7828 Nakamura 97235-3005. Editoração: Studio Hans Jornalista Responsável: Waldemar Paioli - Matr. 3017 MTB Diretores: Waldemar Paioli e Mário Salerno Filho

Editoras femininas: Valéria E.Paioli e Francesca Da Rimini Alves Lopes

Assessores Especiais: Gilson Araujo (advogado e jornalista);

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comerciais, totalmente simplificadas. O juro deve ser humanizado; não deve existir nenhum tipo de burocracia, nem cobrança de taxas extorsivas. 10. Tudo deve ser feito, gerado ou produzido, com vistas ao fim social. O progresso deve ser dividido comunitariamente, com profundo respeito à meritocracia. 1. O poder é direito intransferível e exclusivo do cidadão racional, consciente, solidário, amante da paz, da liberdade. da justiça e do Estado de Direito. 2. O escopo principal do Estado é o bem-estar físico e psíquico de seus habitantes. 3. Deve haver educação permanente para o planejamento familiar e programas solidários de controle natal a fim de evitar a paternidade irresponsável.

tureza é sagrada e com esta característica deve ser respeitada por todos. 6. A liberdade está ligada à harmonia social, enquanto que a solidariedade deve ser tema constante de encontros e reuniões. 7. A saúde e educação, totalmente gratuitas, devem ser estendidas a todos; deve haver trabalho e moradia, de acordo com as necessidades comunitárias.

4. Não se tolerará nenhum tipo de preconceito ou discriminação, nem obstáculos ao livre trânsito de cidadãos ou produtos, entre comunidades.

8. O acesso à terra agricultável é direito explícito dos que querem produzir; as glebas improdutivas são desapropriadas por ato do Magno Conselho Municipal, e cedidas aos agricultores.

5. A lei deve estar fundamentada no total respeito à vida de todas as espécies; a Na-

9. Os bancos não podem especular, servindo apenas para dinamizar as operações

11. Além de comedido acúmulo de bens suficientes apenas para a segurança psicológica, deve haver maior soma de respeito, educação e ética; não pode haver castas sociais, nem diferenças ou discriminação de qualquer espécie entre os cidadãos. 12. A propriedade privada, fiscalizada por um Conselho eleito pela comunidade, entre pessoas de ilibado conceito, não será eliminada, mas não constituirá privilégio de poucos. 13. Os mais fortes, os mais inteligentes, os mais capacitados, os mais educados, devem suprir, de todas as formas, as carências dos menos dotados, aos quais não se permitirá, entretanto, a indolência,

nem a vadiagem. 14. Devem ser totalmente erradicadas a violência, a injustiça, a perseguição, a exploração do homem pelo homem, o consumismo desenfreado, como reflexo da ausência do egoísmo, da ambição desmedida e irracional, da ganância e da vaidade. 15. O homem é livre, soberano, e decide suas questões perante seu grupo imediato (família). Reunião de famílias cria o Conselho Celular e estes formam o Magno Conselho Municipal, onde tudo é discutido, analisado e decidido. 16. O Município é, finalmente, o centro de decisões, a verdadeira “célula mater” da nação, caminho verdadeiro para instituição da CIDADE-ESTADO! *** Estes passos nos conduzirão a nova forma de governo, quando os estados e municípios conseguem autonomia total para gerenciar seus territórios, o que, por certo, libertará estes últimos na busca de qualidade de vida compatível com a DIGNIDADE HUMANA. É o caminho correto do AUTOGOVERNO, conforme Pacto da ONU, de 26/12/1966 e Declaração Universal dos Direitos Humanos, legítimo caminho para a instituição da Ecodemocracia.

A depressão mundial e o Brasil Desta vez, abordemos trágicos aniversários no âmbito mundial, começando por agosto de 1979, quando Paul Volcker foi nomeado presidente do Federal Reserve dos EUA – FED, a instituição privada dos bancos da oligarquia, que exerce o poder, como banco central.

21. Assim, sobem as cotações das ações na Bolsa de Nova York e alimenta-se a procura especulativa por commodities, mas tudo isso está fadado a ruir abruptamente, logo que a depressão não possa ser mais camuflada. Efeitos para o Brasil

2. Logo em outubro, a taxa de juros (prime rate) nos EUA foi dobrada para acima de 20% aa. Assim, acelerou-se a crise da dívida latino-americana, eclodida em 1982, levando o Brasil, até hoje, a pagar juros e amortizações, em montantes insuportáveis. Ademais, a dívida serviu de pretexto para privatizar de graça inestimáveis patrimônios das estatais e do Estado. 3. A recessão nos EUA fez o rendimento familiar médio de 1981 a 1983 ser o mais baixo dos anos 60 até o presente. 4. Vendo-se desimpedida com a dissolução da União Soviética, a oligarquia anglo-americana - cujas agressões militares não cessam - empreendeu, desde agosto de 1990, com aliados e satélites da OTAN, a devastação do Iraque” a bombas de urânio. 5. Para a queda da União Soviética muito contribuiu a Al Qaeda, organização terrorista islâmica patrocinada pelos EUA através do serviço secreto paquistanês. 6. Em 11 de setembro de 2001, atribuíram à Al Qaeda ter destruído as Torres Gêmeas em Nova York, na realidade implodidas por serviços do governo estadunidense, a fim de, entre outros objetivos, justificar nova sequência de intervenções armadas no Oriente Médio, visando controlar mais petróleo e assegurar a sobrevida do dólar como divisa internacional. 7. De fato, o inflacionado dólar depende de serem liquidadas nessa moeda as importações de petróleo, a principal mercadoria do comércio mundial. Mas qual é a relação da escalada militar com a depressão que assola EUA, Europa, Japão e outros? 8. O eminente Paul C. Roberts, no artigo “Revolução vinda de cima”, de 12.09.2012, mostra que os povos foram reduzidos à servidão e resume: “a maioria dos americanos não pode pagar por guerras de muitos trilhões de dólares durante 11 anos, cobrir trilhões de dólares de apostas de cassino, praticadas em Wall Street, ter seus empregos de classe média exportados pelas transnacionais (corporations), e ainda esperar renda mais alta.” 9. A depressão econômica é a única coisa que poderia ter resultado da concentração de renda, fomentada

pelos governos, ao permitirem tudo aos banqueiros, financeirizando a economia e facilitando a movimentação dos capitais inclusive para os paraísos fiscais, além de reduzir os impostos das transnacionais e dos super-ricos. 10. Daí outro aniversário (setembro de 2008), o da falência do banco de investimento Lehman Brothers, marco do colapso financeiro em curso. 11. O notável economista Michael Hudson (entrevista a K. Fitzgerald, em 17.09.2012) aponta: “O que se tem na Europa e em outros países neoliberais é loucura, encolhimento econômico, emigração, vida mais curta, taxas decrescentes de formação de famílias, taxas crescentes de doenças e de suicídios. Esse é o plano neoliberal de Chicago chamado ‘mercados livres’”. 12. A análise de Hudson ajuda a verificar que, estando a grande maioria dos cidadãos em declínio econômico e endividada, os trilhões de dólares que o FED injeta nos bancos de nada servem para dinamizar a economia, pois a procura dos consumidores é decrescente e falta demanda para investimentos produtivos. 13. Como lembra Hudson, criar crédito implica criar dívidas, e as dívidas são o problema: “Criando ainda mais dívidas não se resolve o problema da deflação decorrente das dívidas, nem a bolha da economia.”Mais: “Os bancos não dão empréstimos para construir fábricas e empregar gente, mas sim a piratas corporativos para comprar empresas, demitir trabalhadores, contratar não-sindicalizados e no exterior, e fazer encolher a economia.” 14. Os banqueiros e seus grandes clientes aplicam os trilhões de capital, recebido do FED a juros quase zero, em títulos do Tesouro dos EUA, ganhando juros, e no exterior, por exemplo, Brasil, a juros de dois dígitos, e na Europa endividada, a taxas crescentes.

15. Eis, nas palavras de Hudson, a atitude dos banqueiros: “Quando os países ficam quebrados pelo encolhimento de suas economias, nós lhe dizemos: ‘privatizem suas propriedades, seu subsolo, os recursos naturais, privatizem seus sistemas telefônicos etc.; vendam-nos tudo, para que criemos monopólios e peguemos o dinheiro para nós mesmos.’ ...Por isso não queremos que vocês façam o que fazem os países civilizados: criar seu próprio dinheiro e administrar déficits governamentais.” 16. Vê-se, pois, que o desastre promovido, de há muito, no Brasil ganha corpo nos EUA, especialmente em Estados, cidades e condados, bem como na maioria dos países europeus. 17. A maioria dos economistas julga que haverá queda significativa também na China. Entretanto, os dirigentes chineses estão reorientando a economia para o mercado interno e elevarão ainda mais os padrões de vida locais, pondo-se a salvo dos efeitos da crise mundial. 18. Procedem assim, porque não são controlados por banqueiros privados nem pela oligarquia ocidental. Por isso, trabalham na estrutura econômica. Não são crentes das políticas macroeconômicas keynesianas. 19. Essas panaceias do Ocidente são impotentes para debelar a depressão, porque o sistema de poder quer reforçar a tendência estrutural de maior concentração, o mesmo fator que determinou a intratável questão das dívidas. 20. Nos EUA, premidos pela profundidade da depressão, o FED, mais uma vez (setembro de 2012), recorre à expansão monetária. Vai resgatar de títulos do Tesouro e títulos hipotecários, estes no montante de US$ 40 bilhões por mês (Que mensalão!).

22. O modelo dependente, através do qual as transnacionais se apoderaram da economia, causou deterioração estrutural. De sobra, deixa o país endividado (a dívida interna, em boa parte, está nas mãos de estrangeiros) e no limiar da crise nas contas externas. 23. Essa se aproxima com o esmorecer da procura mundial e da valorização dos minérios, processados ou não, o que eleva o insustentável déficit nas transações correntes com o exterior. 24. A crise no Brasil tende a inverter o fluxo de investimentos estrangeiros, os quais têm equilibrado o balanço de pagamentos, de modo nada salutar. Fator adicional de desequilíbrio é o aumento das taxas de juros das dívidas interna e externa, cujos montantes somam cerca de US$ 2 trilhões. 25. A atual política de investimentos, através de parcerias público-privadas e de financiamentos do BNDEs está criando elefantes brancos, cuja produção, uma vez concretizada, tende a causar prejuízos ao erário público, porquanto encontrará estagnados o mercado interno e a procura externa. 26. Não há, portanto, saída viável para o Brasil sem confrontação com as entidades predadoras conhecidas como “comunidade financeira internacional”, não só envolvendo auditoria da dívida e a supressão da indevida, mas também intervenção estatal na estrutura produtiva para acabar com a concentração em mãos de carteis transnacionais. 27. Esse indispensável curso de ação, embora doloroso nos estágios iniciais, resultaria em ganhos inestimáveis, inclusive porque não haveria maneira de levá-lo adiante sem gerar tecnologia nacional para produzir os bens de capitais e os insumos necessários ao reerguimento da economia. 28. De fato, mesmo excluindo retaliações dos países imperiais, o Brasil estará, de qualquer modo, impossibilitado de importar esses bens, em face do que apontei nos parágrafos 22 a 24. Adriano Benayon é doutor em economia e autor de Globalização versus Desenvolvimento.


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PRIMAVERA RUSSA E PRIMAVERA BRASILEIRA “ Os objetivos são alcançáveis quando o povo decide ” Diz Gilles Lapouge, correspondente do Estadão na Europa que, silenciosamente, se prepara uma”primavera russa”, tal como as anteriores: primavera de Praga, do Egito, do Iêmen, da Líbia e agora, a que está sendo preparada: na Síria! Ora, a primavera russa seria a contrafação da mesma ocorrida em 1917, quando os bolcheviques tomaram e poder e assassinaram toda a família do Czar Nicolai, com medo da investida que o general Wrangel poderia desencadear se aportasse no país para restabelecer a dinastia czarista. Esta outra primavera, que, segundo o articulista, está a caminho, visa exatamente recolocar a Rússia no caminho das liberdades

O “bolo” maldito! Ninguém quer tocar no assunto, por enquanto... Estarão mortos nossos líderes?

Dentre as inúmeras variedades de bolos existentes (todos agradáveis ao paladar), um há, entretanto, que não apetece a ninguém, especialmente aos trabalhadores, os que produzem a riqueza nacional e se encontram acuados pela federação colonialista brasileira. Trata-se do inapetente bolo tributário, o que é repartido pela federação colonialista, aos estados e municípios, em proporções avassaladoras, ou seja, federação fica com 60% da carga tributária excrescente do país (85 impostos!!!), estados com 24% e os que trabalham e produzem, os municípios, com a miserável porcentagem de 16%, constituindo isto a vergonha nacional, pois o despudor ficou consagrado na Constituição Federal de 1988, quando se esperava a tão falada e propagada Constituição-Cidadã! A praga vem desde 1964, quando a federação passou por cima dos mais elementares direitos municipalistas e reduziu a alíquota para quem trabalha e produz, beneficiando apenas quem gasta nababescamente o dinheiro público, fonte de quase toda corrupção que ocorre na colônia!!! Mudar como se a classe política atual está “mais do que satisfeita” com a desfaçatez, pois a trambicagem é perfeita, quase segura, ninguém reclama devido à perfeita divisão das verbas obrigatoriamente requeridas pelos prefeitos e vereadores. Assim, a molecagem vai extinguindo o direito dos trabalhadores e de todos munícipes brasileiros, sem que sindicatos de nenhuma espécie ou coloração política proteste; muitos recebem para ficar caladinhos e o drama se arrasta e poderá continuar se em 2012 nenhuma voz altiva e cívica, com a preponderante ética se manifestar! Enquanto políticos municipais precisarem de pedir esmolas à federação colonial, tudo estará bem para os corruptos, mas para os trabalhadores em geral será uma afronta, um completo esmagamento de suas vitais necessidades, que são as necessidades de suas famílias, de todas as cidades para que haja justiça social com perfeita Educação, Saúde de primeiro mundo para todos e Segurança absoluta que possa circunscrever todos os tipos de crimes aos seus nefandos lugares. Para este tipo de reivindicação ainda não apareceu ninguém para nos ajudar a desfraldar esta bandeira (única na América Latina)para não melindrar o rolo da corrupção que poderá beneficiar apenas os acostados ao poder, mas não o povo, os eleitores, os trabalhadores, cujo esforço, em prol da riqueza nacional ainda não foi totalmente dimensionado. Como acreditar na palavra dos que prometem, prometem, e não cumprem nada? Onde estão os verdadeiros líderes de uma bandeira sagrada a favor da Pátria, dos atormentados municípios e dos trabalhadores, para apresentar um novo modelo político ou nova forma de governo que ajude a extirpar do país essa nojenta, asquerosa corrupção? Ame Fundação vem divulgando, com ênfase, a bandeira do AUTOGOVERNO para que se instituam cidades-estados em todo o país, com vistas a colocar o povo, de fato e de direito, no governo, não apenas patéticos que estão e vão ficar, a partir de 2013, super-satisfeitos com essa democracia de araque. Precisamos mudar e mudar para melhor, precisamos de uma Ecodemocracia, com autogoverno, conforme Pacto da ONU, de 26/12/1966. Precisamos reinventar, para melhor, as cidades-estados, tal como o fizeram a Alemanha, a Letônia, Cingapura e China.

democráticas com alternância de poder, e não fazer o joguinho Putin-Medvedev e Medvedv-Putin, como também ocorre em diversos países europeus e sul-americanos, incluindo o Brasil, onde a Colônia fincou pé e não desiste de seus planos mirabolantes de continuar asfixiando os municípios, verdadeiramente a única fonte de renda da federação! Não é difícil comentar o que faz a federação colonialista-republicana com a divisão do bolo tributário, ou seja 60% ficam retidos lá na federação, 40% para as províncias (estados) e a miserável porcentagem de 16% são doadas como esmola aos municípios, sede da produção da riqueza nacional!

É vergonhosa esta situação, vexatória, humilhante até e por isto clamamos por uma PRIMAVERA BRASILEIRA, sem derramamento de sangue, sem separatismo, mas, através da inteligência ecopolítica, cumprirmos o acordo proposto no PACTO da ONU, DE 26/12/1966, instituindo cidades-estados nos municípios brasileiras, principalmente naqueles onde se dá a produção. É lamentável que a FIESP, o CIESP, os sindicatos patronais e entidades políticas ou ONGs ainda não se tenham apercebido desta anomalia que acontece no Brasil, especificamente após 1964, quando os entes menores federados foram achatados, por algum motivo estratégico, na épo-

ca, mas INADMISSÍVEL atualmente com o Estado Democrático de Direito! TODOS PELA PRIMAVERA BRASILEIRA! TODOS PELO AUTOGOVERNO! TODOS PELAS CIDADES-ESTADOS, banindo a malandragem e a corrupção que infelicita e enlameia a nação, e extingue o sentido de Pátria! Pátria é amor, devoção, defesa, desenvolvimento saudável, justiça social e ECODEMOCRACIA, não essa farsa colonialista-republicano-federativa. Precisamos mudar, transformar, evoluir, olhar eticamente para o futuro! Congregue nesta proposta. Outra saída não há! Divulgue e apoie esta Bandeira; Faça contato!

Ecologia & Ecopolítica

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á alguma diferença? Tudo indica que não, uma depende da outra, ambas se complementam Estamos habitados a utilizar o vocábulo meio-ambiente ou ambiente natural para designar as ocorrências que mexem dia-a-dia com problemas de crescimento desordenado, poluição, degradação, aquecimento global, infarto de ecossistemas, espécies em extinção, lixo degradante, desobedi-

ência ao Código Florestal etc, mas nos esquecemos que tudo isto, e mais, muito mais, está também subordinado aos estudos da ecopolítica, ou seja, ecologia política ou social. Ecologia é a ciência que estuda o inter-relacionamento homem/natureza, e aqui se incluem todas as atividades humanas e inumanas, pois do fluxo ordinário das espécies depende, obviamente, a vida do homem e m

Os 10 Mandamentos da Ecologia

Gaia (Terra). Haja vista que sem abelhas e outros insetos não há polinização, nem flores, nem mel ou outros produtos importantes. Estes estudos poderiam ser incluídos também na Ecopolítica, como os referentes à vida em sociedade dos seres humanos, trabalho, produção, profissões, economia, formas de governo, democracia, liberdade e os atributos indispensáveis a nossa passagem transitória no planeta. Se política é a ciência de governar os povos ou maneira de os conduzir, eficientemente, dentro do mais profundo espírito ético, não há como dissociar esta ou demais ciências da outra denominada “ciência das ciências”, que é ecologia.

A Pátria começa no município

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concepção de Estado como Nação vem de tempos longínquos, quando regimes absolutistas compungiam cidadãos à total obediência a regras e decretos imperiais ou monárquicos, que deveriam ser obedecidos cegamente. Esta ideia, entretanto, foi adotada também pelas novas formas de governo, mesmo monárquico-constitucionais, quer pelo federalismo moderno. Liberdade, cidadania, direitos humanos, direitos difusos, Ordem Jurídica vigente, Estado Democrático de Direito e outras falácias estão computadas na ilusão democrática. Aspiramos, todos, a ter uma democracia de verdade, quando partidos políticos, associações, sindicatos ou grupos sociais, possam disputar, igualmente, as prerrogativas que não estão capituladas ainda no atual federalismo republicano. Vivemos tempos coloniais, imperiais até, pois o poder é sempre partilhado apenas por partidos políticos através de negociações eleitorais, sumamente espúrias, que, em absoluta, não representam a lídima vontade popular. Assim, Pátria não configura realmente o conjunto estético, cultural e psíquico dos que nascem, crescem, estudam e trabalham, dentro do sentimento cívico de que esta orquestração magnânima

fala alto em nossos corações. Pátria é mais –muito mais – do que um compêndio sócio-econômico com vistas a organizar financeira e administrativamente a Nação. “Pátria não é ninguém; são todos, e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A Pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade (Rui Barbosa).” A formação da Pátria, do Estado, da Nação, começa no bairro, no distrito, no município. Sem os municípios, não há estado nem Pátria, portanto! Para que a Pátria seja fortalecida, incrementada, amada e defendida, precisamos igualmente fortalecer os municípios, pois. Somente o autogoverno reúne todos os subsídios necessários à que tenhamos municípios autônomos política e economicamente. O autogoverno, conforme Pacto da ONU de 26/12/1966, pode ajudar a estabelecer a Pátria com a grandiosidade requerida, quando atingimos uma democracia verdadeira transformada em ECODEMOCRACIA. Através do autogoverno, os municípios reorganizam o civismo necessário à exata compreensão da Pátria

I – Ama a Deus sobre todas as coisas e a natureza como a ti mesmo. II – Não defenderás a natureza em vão, com palavras, mas através de teus atos. III – Guardarás as florestas virgens, pois toda a tua vida depende delas. IV – Honrarás a flora, a fauna, todas as formas de vida, e não apenas a humana. V – Não matarás. VI – Não pecarás contra a pureza do ar. VII – Não furtarás da terra suas camadas de húmus raspando-a com o trator, condenando o solo à esterilidade. VIII – Não levantarás falso testemunho dizendo que o lucro e o progresso justificam teus crimes. IX – Não desejarás, para teu proveito, que as fontes e os rios se envenenem com lixo industrial. X – Não cobiçarás objetos e adornos para cuja fabricação é preciso destruir a paisagem; a terra também pertence aos que ainda estão por nascer.

! I U Q A E I C N U AN


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Separatismo na Europa: o valor da independência. Os movimentos separatistas ganharam nos últimos meses uma nova dimensão na Europa. A Catalunha realizou sua maior manifestação pró-independência desde a volta da democracia na Espanha nos anos 70. No País Basco, as eleições da semana passada resultaram num controle do Parlamento local por partidos pró-independência que o ETA, com suas armas, jamais teria obtido. Na Escócia, depois de 300 anos adormecido, o movimento separatista voltou a ganhar força e conseguiu arrancar de Londres um compromisso de que, em 2014, um referendo será realizado. Mas, olhando para as pesquisas de opinião, uma coisa fica claro: não é a vontade de se separar de Londres ou ter um passaporte escocês e nem mesmo proclamar a auto-determinação que está sendo determinante. Hoje, o apoio ao movimento separatista esco-

cês chega a apenas 32% da população. Uma entidade de pesquisa decidiu modificar a forma de questionar a população sobre o assunto e descobriu algo curioso. A pergunta feita não foi a tradicional “Você votaria sim pela independência da Escócia…”. No lugar dela, os instituto a substituiu por: “Se a independência resultasse numa renda de 500 libras esterlinas a mais por ano, você seria a favor ou contra…” 65% responderam que se esse for o caso, são favoráveis ao movimento separatista. Diante da crise econômica que faz a a Europa repensar seus próprios caminhos, o partidos que defendem a independência sabem que não podem e nem devem basear suas campanhas em símbolos do passado, na importância de William Wallace ou ficar colocando o filme Braveheart na publicidade do referendo.

Não por acaso, o líder do movimento separatista, Alex Salmond, insiste que, sem Londres, a Escócia seria o sexto país mais rico da Europa em termos de PIB per capta, conta que muitos analistas discordam. Curioso é que essa independência, se ocorrer, virá permeada de limitações financeiras para a Escócia. A primeira delas se refere à moeda que irá utilizar. Por anos, o movimento separatista deixou claro que abandonaria a libra esterlina e pediria para se unir ao euro. O problema é que, hoje, com a crise do euro, Salmond não poderia vender aos escocesses a ideia de se unir a uma

moeda em plena crise existencial. A opção foi a de anunciar que, se independente, a Escócia adotará….a libra esterlina e que o BC inglês será o seu também. O problema, nesse caso, é que Londres precisa concordar com isso. Caso contrário, a Escócia corre o risco de se transformar num país que tem uma moeda estrangeira com seu padrão, mas controle algum sobre quem emi-

te a moeda, sobre quem determina as taxas de juros, o controle sobre os bancos e toda a política monetária. Enfim, uma independência que não passaria de uma ficção, pelo menos em termos econômicos. Nota da R. – Ficou esquecido o movimento vêneto independente, do norte da Itália, que ganha foros de legitimidade, em face do estelionato eleitoral perpetrado pela monarquia, no século

XIX, ao anexar as províncias ao Reino Unido, mediante eleição, quando apenas militares votaram! A força do autogoverno está resumida no Pacto da ONU de 26/12/1966, também assinado pelo Brasil, em 1976. Desta forma, poderemos caminhar tranquilos ao desfraldarmos esta bandeira para redimirmos os municípios da usurpação cometida pela federação.

Trabalhadores Municipalistas, UNI-VOS! Defender o município é defender o lar, a família, a comunidade; passo essencial para defesa da Pátria!

E

stais, sem dúvida, cientes da importância do município e das cidades do Brasil, em vossas vidas, bem como sabeis que sois os impulsionadores da economia, que irmanados às correntes consumistas, proporcionais a elevação do PIB-Produto Interno Bruto nacional, como marca do desenvolvimento que engrandece o município, dentro do estado e fortalece a federação, dignifica e enaltece a Pátria! Não desconheceis, contudo, as agruras e extremas dificuldades incorporadas as vossas vidas, em função dos altos e baixos da política econômico-administrativa, mercê de tantas vicissitudes que afrontais para vencer dificuldades, em razão de medidas paliativas e, às vezes, distorcidas. Dos feudos monárquicos ou imperiais ao capitalismo livre e ou de Estado, herdou-se uma tradição espúria e, por que não dizer, imperialista, hoje federalista-republicana que se apraz em extorquir as comunidades. com vistas a aumentar cada dia mais a arrecadação, sem levar em conta que são os municípios que produzem

a riqueza nacional, esbanjada pelos altos escalões republicanos, inseridos no quadro macabro da globalização que infelicita os brasileiros. Vós e demais companheiros da amálgama social pagam o preço dessa extemporaneidade administrativa que, através da esdrúxula distribuição do bolo tributário, ocasiona o desarranjo econômico dos entes menores da federação e impede que os municípios possam desempenhar satisfatoriamente as funções para as quais foram criados. De Bretton Woods ao Consenso de Washington e deste à globalização econômica, buscam, os senhores do Capital, compungir países emergentes a que continuem sempre emergentes e não consigam alcançar posição de destaque no cenário da economia contemporânea. A técnica assemelha-se à prática de “criar dificuldades para vender facilidades”, o que soa maquiavelismo político de absurda sordidez, se levarmos em conta que somos apenas passageiros temporários desta maravilhosa nave planetária chamada Terra. Ideologias, doutrinas e regimes

governamentais ou políticos, sempre foram urdidos com o pensamento massificador, disfarçando benesses que o povo jamais conseguiu, pois os idealizadores pensaram antes em seus objetivos particulares, ou de acordo com os seus pruridos educativos, do que especificamente na coletividade. Estes argumentos provam e comprovam que, até hoje, nenhuma ideologia, proveniente da irracionalidade humana, bem como da falsidade com que foi concebida, conseguiu sobreviver, a não ser pela truculência das armas! Exemplos atuais não faltam, mas este texto prefere apontar caminhos e não permanecer sistematicamente nos erros cometidos, em nome de liberdade, igualdade, fraternidade! Estamos apenas enumerando fatos para que compreendais da urgente necessidade de voltardes os olhos para questões de simples matemática ou da física: não se consegue produzir um modelo político ou forma de governo DE CIMA PARA BAIXO. Quem argumentou isto com clareza foi o saudoso geógrafo Mílton Santos, quando asseverou que no Brasil a federação deveria ser reformulada DE

BAIXO PARA CIMA, isto é, conduzir-nos a uma reforma política racional, ecológica e também ecopolítica, o que, evidentemente, não agrada o poder e aos que sustentam a forma colonial de gerir o Brasil. Para inverter esta polaridade, temos de centrar nossos objetivos terrenais em torno dos nossos lares, nossos bairros, nossas cidades e nossos municípios. Esta é a lógica deste texto que buscar informar os enganos e trapalhadas quando se pretende administrar de cima para baixo, sem atender o clamor municipal. Sabeis que pagais impostos e taxas diariamente, direta e indiretamente. Esta compunção republicana está diretamente ligada à ganância tributária para euforias e gastos nababescos, em razão direta da apreensão da maior fatia do bolo tributário, ou seja, da soma de todos os impostos e taxas que sujeitam o povo brasileiro indiscriminadamente. Controlado pela federação, o bolo tributário faz o possível para empobrecer os municípios brasileiros, em razão da menor fatia arrecadada. Dos 100%, os municípios recebem apenas

16%, enquanto estados e federação abocanham 84%, destinados sempre à locupletação espúria, sem que produzam o mesmo que o fazem os municípios, autores principais da grandeza econômica nacional, o PIB-Produto Interno Bruto. Fica claro, portanto, que sofreis, como todo o povo brasileiro, pela intransigência federalista de partilhar carinhosamente, fraternalmente, o suor do trabalho que vós e tantos outros companheiros da marcha civilizatória merecem! A absurda falta de justiça social impeliu outros povos à escolha de caminhos mais condizentes com a realidade ecopolítica da atualidade. Algumas nações deram passos importantes para a contenção de gastos municipais, promovendo ajustes políticos de envergadura, instituindo cidades-estados, onde, obviamente, o dinheiro público obedece severo escalonamento para atender necessidades dos que produzem a riqueza local. Essa nova forma de governo, pactuada como autogoverno, historicamente comprovada como justa, foi acolhida pelo Pacto da ONU de 26/12/1966,

também compromissado pelo Brasil, de sorte que não seria entendido como separatismo ou revolta, mas apenas o retorno ao bom-senso de uma economia equilibrada estatisticamente. Se chegardes à compreensão de que esta legítima bandeira está inscrita no bojo das ações e pensamentos das mais acuradas correntes filosóficas e políticas, desde o começo da humanidade, por certo entendereis que se trata de algo que possa contestar as falhas neoliberais e os sonhos libertários dos que lutaram por ideais ainda não concretizados. O caminho, companheiros, é o autogoverno, é a compreensão da lucidez administrativa em escala municipal para que fortifiquemos as províncias (estados) e a própria federação dentro de uma democracia, já esquálida, e possamos partir para a ECODEMOCRACIA, quando méritos serão realçados, o esforço municipal compensado, as famílias assistidas em plenitude de suas necessidades. Somente o autogoverno salvará o país do risco de crises internas e externas, das maldades político-partidárias.

O que é o Relatório do Clube de Roma O conceito de Desenvolvimento sustentável não surgiu nos anos de 1990 Pode-se dizer que, alguns autores, consideram a publicação, em 1962, do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, como o começo das discussões internacionais sobre o meio ambiente. No entanto, por ser um estudo acadêmico, sua importante contribuição foi restrita. Outra influência nas discussões ocorreu, em 1968, em Paris, com a Conferência Intergovernamental de Especialistas sobre as Bases Científicas para Uso e Conservação Racionais dos Recursos da Biosfera, conhecida como Conferência da Biosfera, que foi organizada pela UNESCO. Esta conferência também muito importante foi direcionada somente para os aspectos científicos da conservação da biosfera e pesquisas em Ecologia. Um dos documentos mais importantes, em termos de repercussão entre os cientistas e os governantes foi o Relatório Meadows, conhecido como Relatório do Clube de Roma e o que propõe crescimento econômico zero e influenciou, de maneira decisiva, o debate na conferência de Estocolmo. Ele não surge por um acaso. Em 1966, Dr. Aurélio Peccei, top manager da Fiat e Olivetti e diretor da Italconsult, manifestou sua preocupação com a economia e o desejo de ter algumas respostas. Recebeu donativos da Volkswagen, Ford, Olivetti e outras. Em 1968, constituiu-se o Clube de Roma, composto por cientistas, industriais e políticos, que tinha como objetivo discutir e analisar os limites do crescimento econômico levando em conta o uso crescente dos recursos naturais.

Detectaram que os maiores problemas eram: industrialização acelerada, rápido crescimento demográfico, escassez de alimentos, esgotamento de recursos não renováveis, deterioração do meio ambiente. Tinham uma visão ecocêntrica e definiam que o grande problema estava na pressão da população sobre o meio ambiente. No ano de 1972, o grupo de pesquisadores liderado por Dennis L. Meadows publicou o estudo intitulado “Os Limites do crescimento”. No estudo, fazendo uma projeção para cem anos (sem levar em conta o progresso tecnológico e a possibilidade de descoberta de novos materiais) apontou-se que, para atingir a estabilidade econômica e respeitar a finitude dos recursos naturais é necessário congelar o crescimento da população global e do capital industrial. Tal posição significava uma clara rediscussão das velhas teses de Malthus sobre os perigos do crescimento da população mundial. A tese do Crescimento Zero era um ataque direto às teorias de crescimento econômico contínuo propalados pelas teorias econômicas. O relatório teve repercussão internacional, principalmente, no direcionamento do debate caloroso que ocorreu, no mesmo ano de 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, conhecida como Conferência de Estocolmo, que, oportunamente, irei contar. De maneira sucinta, as teses e conclusões básicas do grupo de pesquisadores, coordenado por Dennis Meadows (1972:20) são: 1. Se as atuais tendências de crescimento da população mundial industrialização, poluição, produção de alimentos e diminuição de recursos naturais continuarem imutáveis, os limites de crescimento neste planeta

serão alcançados algum dia dentro dos próximos cem anos. O resultado mais provável será um declínio súbito e incontrolável, tanto da população quanto da capacidade industrial. 2. É possível modificar estas tendências de crescimento e formar uma condição de estabilidade ecológica e econômica que se possa manter até um futuro remoto. O estado de equilíbrio global poderá ser planejado de tal modo que as necessidades materiais básicas de cada pessoa na Terra sejam satisfeitas, e que cada pessoa tenha igual oportunidade de realizar seu potencial humano individual. 3. Se a população do mundo decidir empenhar-se em obter este segundo resultado, em vez de lutar pelo primeiro, quanto mais cedo ela começar a trabalhar para alcançá-lo, maiores serão suas possibilidades de êxito. Surgiram, imediatamente, várias críticas em diversas áreas. Entre os teóricos que defendiam as teorias do crescimento tem-se o Prêmio Nobel em Economia, Por enviada por dra Célia Wada

O que é o Relatório do Clube de Roma: O conceito de Desenvolvimento sustentável não surgiu nos anos de 1990. Pode-se dizer que, alguns autores, consideram a publicação, em 1962, do livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, como o começo das discussões internacionais sobre o meio ambiente. No entanto, por ser um estudo acadêmico, sua importante contribuição foi restrita. Outra influência nas discussões ocorreu, em 1968, em Paris, com a Conferência Intergovernamental de

Especialistas sobre as Bases Científicas para Uso e Conservação Racionais dos Recursos da Biosfera, conhecida como Conferência da Biosfera, que foi organizada pela UNESCO. Esta conferência também muito importante foi direcionada somente para os aspectos científicos da conservação da biosfera e pesquisas em Ecologia.

Um dos documentos mais importantes, em termos de repercussão entre os cientistas e os governantes foi o Relatório Meadows, conhecido como Relatório do Clube de Roma e o que propõe crescimento econômico zero e influenciou, de maneira decisiva, o debate na conferência de Estocolmo. Ele não surge por um acaso. Em 1966, Dr. Aurélio Peccei, top manager da Fiat e Olivetti e diretor da Italconsult, manifestou sua preocupação com a economia e o desejo de ter algumas respostas. Recebeu donativos da Volkswagen, Ford, Olivetti e outras. Em 1968, constituiu-se o Clube de Roma, composto por cientistas, industriais e políticos, que tinha como objetivo discutir e analisar os limites do crescimento econômico levando em conta o uso crescente dos recursos naturais. Detectaram que os maiores problemas eram: industrialização acelerada, rápido crescimento demográfico, escassez de alimentos, esgotamento de recursos não renováveis, deterioração

do meio ambiente. Tinham uma visão ecocêntrica e definiam que o grande problema estava na pressão da população sobre o meio ambiente. No ano de 1972, o grupo de pesquisadores liderado por Dennis L. Meadows publicou o estudo intitulado “Os Limites do crescimento”. No estudo, fazendo uma projeção para cem anos (sem levar em conta o progresso tecnológico e a possibilidade de descoberta de novos materiais) apontou-se que, para atingir a estabilidade econômica e respeitar a finitude dos recursos naturais é necessário congelar o crescimento da população global e do capital industrial. Tal posição significava uma clara rediscussão das velhas teses de Malthus sobre os perigos do crescimento da população mundial. A tese do Crescimento Zero era um ataque direto às teorias de crescimento econômico contínuo propalados pelas teorias econômicas. O relatório teve repercussão internacional, principalmente, no direcionamento do debate caloroso que ocorreu, no mesmo ano de 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, conhecida como Conferência de Estocolmo, que, oportunamente, irei contar. De maneira sucinta, as teses e conclusões básicas do grupo de pesquisadores, coordenado por Dennis Meadows (1972:20) são: 1. Se as atuais tendências de crescimento da população mundial industrialização, poluição, produção de alimentos e diminuição de recursos naturais continuarem imutáveis, os limites de crescimento neste planeta serão alcançados algum dia dentro dos próximos cem anos. O resultado mais provável será um declínio súbito e incontrolável, tanto da população quanto da capacidade industrial.

2. É possível modificar estas tendências de crescimento e formar uma condição de estabilidade ecológica e econômica que se possa manter até um futuro remoto. O estado de equilíbrio global poderá ser planejado de tal modo que as necessidades materiais básicas de cada pessoa na Terra sejam satisfeitas, e que cada pessoa tenha igual oportunidade de realizar seu potencial humano individual. 3. Se a população do mundo decidir empenhar-se em obter este segundo resultado, em vez de lutar pelo primeiro, quanto mais cedo ela começar a trabalhar para alcançá-lo, maiores serão suas possibilidades de êxito. Surgiram, imediatamente, várias críticas em diversas áreas. Entre os teóricos que defendiam as teorias do crescimento tem-se o Prêmio Nobel em Economia, Solow, que criticou com veemência os prognósticos catastróficos do Clube de Roma (Solow, 1973 e 1974). Também intelectuais dos países subdesenvolvidos manifestaram-se de forma crítica. Assim Mahbub ul Haq (1976) levantou a tese de que as sociedades ocidentais, depois de um século de crescimento industrial acelerado, defendiam o congelamento do crescimento (desenvolvimento) com a retórica ecologista, o que atingia de forma direta os países pobres, que tendiam a continuarem pobres. Embora tenha se passado mais de 35 anos, ainda, essa argumentação é frequentemente levantada, claro que com argumentos mais sofisticados. Continuam as divergências e desentendimentos no discurso global sobre a questão do crescimento (muitas vezes, ainda confundido com desenvolvimento) e a sustentabilidade ambiental e social.

dra Célia Wada


Dezembro de 2012

AME-Fundação Mundial Histórico de Ecologia 1976

28/8, fundação da entidade, sob o nome de APPN - Associação Paulista de Proteção à Natureza, no histórico Sítio do Padre Inácio (Morro Grande/Cotia), construção de 1625. em terreno de 5 alqueires, tombado pelo IPHAN-Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 1976 - 6/11, promove em Cotia, em antigo cinema local, o lançamento do 1º manifesto brasileiro de ecologia, denominado FIM DO FUTURO, juntamente com seu autor José A. Lutzenberger. 1978 - 5/1, início da campanha pela defesa da reserva florestal de dez mil alqueires de mata atlântica, no Morro Grande/ Caucaia, local aprovado pelo governo de São Paulo para a construção do aeroporto metropolitano. APPN lidera o movimento e cria, juntamente com outros companheiros, a CDPC - Comissão de Defesa do Patrimônio da Comunidade, tornando-se, o presidente da APPN, secretário-geral da CDPC. Em 1980, por indicação da AME a reserva recebe o nome de Reserva Florestal Deputado Lauro Rodrigues, em homenagem ao ex-deputado federal que conseguiu aprovar, na Câmara dos Deputados, uma emenda no Código Florestal brasileiro tornando “de direito” as reservas florestais “de fato”. 1979 - juntamente com José A. Lutzenberger, Mário Schenberg, Paulo Nogueira Neto, Aziz Ab’Sáber, Ernesto Zwarg, senador Evandro Carreira, deputado Horácio Ortiz

e outros vai a Itanhaém/SP denunciar o acordo nuclear Brasil/Alemanha, que pretendia instalar 8 centrais nucleares na costa brasileira. - Com Sidônio Muralha, Lutzenberger, Piero Luoni, Dalmo Dallari, e demais companheiros, elabora a carta de Princípios do Movimento Ecológico Brasileiro, texto inspirador do Fraternalismo, cuja síntese se encontra no Manifesto da Ecodemocracia., que projeto nova forma de governo para o Brasil, inspirada no Pacto da ONU, de 1966, incentivando instituição do autogoverno nos municípios brasileiros. 1980 - participa de ato de protesto, em Resende/RJ, contra a instalação de usina de reprocessamento de combustível nuclear, movimento que se transmite, via radiofônica, para Rádio Berlim, Alemanha, com grande repercussão na mídia internacional. - elabora o documento ECOLOGIA TOTAL JÁ, em companhia do dr.Waldemar Ferreira de Almeida, defendendo a globalização do vocábulo. - inicia a campanha pela preservação da Amazônia, com os senadores Evandro Carreira e Franco Montoro, vários deputados estaduais, federais, engenheiros, arquitetos, jornalistas, e sociólogos - consegue, no CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico, sa Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, o tombamento das reservas florestais de Morro Grande / Caucaia e Serra da Cantareira / Jaraguá, em São Paulo. 1981 -

16/9, altera o nome para ABPN - Associação Brasileira de Proteção à Natureza. 1982 - elabora o programa ecológico BEABÁ DA ECOLOGIA, para o 1º grau, e JORNADA DE ECOLOGIA NAS ESCOLAS, para 1º e 2º graus. 1984 - luta contra poluição da Siderúrgica J. Aliperti, São Paulo. 1987 - 2/4, altera o nome para AME - Associação Mundial de Ecologia. 1988 - realiza a SEMANA DE PROTEÇÃO À NATUREZA, na Petroquímica União, Santo André/SP. . 1989 - inicia o evento SEMANA DA ECOLOGIA NAS ESCOLAS, aprovado pela Secretaria Estadual de Educação e SIEEESP - Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo. - requer, em 22/2, ao ´IPHAN/RIO - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o tombamento integral da floresta amazônica. 1990 - altera o evento pedagógico Semana de Ecologia para Jornada de Ecologia nas Escolas. 1991 - 7/9, lança o manifesto ECOPOLÍTICA, CIÊNCIA DA FRATERNIDADE. 1995 - 25/12, lança a doutrina sócio-ecológica, ou ecopolítica, FRATERNALISMO. 1996 - começa a operar o ‘Project Brazil”, dos EUA para doações ( ajuda humanitária ) a prefeituras e instituições filantrópicas, através da CARTA DO BRASIL, documento inscrito na ONU, no capítulo de doações internacionais. 1997 - 2/4, edita a CARTILHA DA FRATERNIDADE, documento inscrito na ONU, no capítulo de doações internacionais. 1997 começa liberar as doações internacio-

nais a prefeituras do Rio Grande do Sul, que participaram do “PROJECT B R A Z I L’. 1998 – divulga, em todo o Brasil, o documento ABAIXO O ESTADO-NAÇÃO, que apresenta um novo modelo político consubstanciado no modelo Cidade-Estado. 1999 - transforma a entidade em fundação, mantendo o nome AME-FUNDAÇÃO MUNDIAL DE ECOLOGIA; realiza a 1ª Gincana Ecológica no município de Cotia/SP/Brasil e institui o Movimento Parceiros da Ecologia com vistas à aplicação da Agenda 21 Local. 2000 – edita vários documentos referente a CIDADE-ESTADO, pactuando com o geógrafo professor Milton Santos, a necessidade de reformar a Federação, “de baixo para cima”. 2001 - o presidente profere palestras em várias escolas de S.Paulo e Itanhaém sobre o novo modelo político Cidade-Estado. 2003 – mudança da seda da rua Ernesto Lemos Leite, 26 para rua Nicolau Espinosa Linhares, 118 – CEP 06700-146 – COTIA/SP. 2004 – inicia, com o eng.Gerson Antolini, estudos para instituição do programa de agro-indústria orgânica, em Cotia e Sto.André/ SP. 2005 – refaz estudos sobre Cidade-Estado e autogoverno, com finalidade de lançar um manifesto. 2006 – realiza pesquisas profundas sobre

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Uma revolução VERDE necessária

autogoverno e busca parceiros para um plebiscito nacional em torno do assunto. 2007 – publica no site www.ecologia. org.br vários arquivos sobre Brasil, Colônia de Banqueiros, empréstimos desde 1822 até a atualidade. 2008 – participação de debates sobre genealogia da raça brasileira, apresentando estudos da origem do caldeamento tribo Guaianá com portugueses. 2010 – lançamento do Manifesto da Ecodemocracia no site www.ecologia.org.br 2011 – lançamento do manifesto Trabalhadores do Brasil, com sensível aceitação por parte de movimentos cívicos. 2012 – lança vários documentos defendendo os municípios brasileiros, notadamente o com o título de Municipalismo Verde. 2012 – 3/9 é aprovado pelo CONDEPHAAT o tombamento de área de 60 alqueires de mata nativa, sendo 50 alqueires em Embu das Artes e 10 alqueires em Cotia, conforme requerimento da AME, em 2009. 2012 -17/10 –Ame registra o domínio www.jornalverdemunicipalista. net.br para dar continuidade à bandeira ecopolítica do autogoverno, e coloca na internet, graças à colaboração do associado Sérgio Nakamura.

A próxima revolução está pintando, está na cara de todo mundo que um novo compêndio altamente revolucionário, em termos de forma de governo, acha-se inscrito, num caminho começado nos anos 70, quando crises eclodiram e a maioria dos países se viu compelida a repensar sua economia, justamente quando ascendia o sistema econômico global promovido pelo neoliberalismo. Naquela década, a Europa viu nascer o movimento ambientalista, substrato ainda das emanações exaladas pelas advertências do Clube de Roma, buscando aconselhar o crescimento zero para que houvesse coincidência entre ecologia e desenvolvimento. Pensava-se, então, na impossibilidade de irmanação entre as duas especializações, pois enquanto ecologia tratava especificamente de conter a arremetida desenvolvimentista, sacrificando ecossistemas e espécies, a economia encarnava a necessidade de crescimento econômico a qualquer custo. A diferença, entre Estocolmo 72 e Rio-92, foi gritante. A primeira reunião mundial, na Suécia, alimentava o sonho de crescer infinitamente, mesmo sob custo ambiente pesadíssimo, enquanto a Rio-92, mais cautelosa e desperta para as agruras dessa megalomania industrial crescente, ponderou pela salvaguarda do espaço natural, chegando mesmo a propor linhas de crédito para um trabalho hercúleo a favor da Natureza, embora reconhecendo os limites necessários a serem impostos.

Doença grave: “Deus seja louvado” poderá sair das cédulas de reais falta de leitura

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crise pode ser vista na educação superior. Quando o professor de metodologia pede a elaboração do pré-projeto de monografia, o aluno se revela assustado. Ele busca outros profissionais para ajudá-lo. Ele entra

em pânico. Ele não sabe escrever. A crise pode ser vista na hora da entrevista para o emprego. Questionados sobre alguma coisa, o candidato gagueja, fica mudo, não consegue se comunicar. A crise se vê no vestibular, principalmente na prova da redação ou de interpretação de texto. Onde se localiza o problema? Na falta de leitura, uma doença grave

que contamina muitas escolas brasileiras. As pessoas leem cada vez menos e, sendo assim, interpretam cada vez menos. Escrever depende de ler, interpretar depende de entender e só entende quem conhece vocabulário. De onde vem o vocabulário? Do livro... Um debate ocorria em um seminário na universidade. O professor convidado afirmou para os presentes: não há cura para o Brasil se o estudante não ler. O mundo é dividido em duas partes distintas: quem lê e quem não lê. Houve quem dissesse que ler é coisa chata e que livro está em extinção. Diante disso, outro debatedor disse que a extinção do livro é apenas um sintoma do que veremos em um futuro breve: pessoas sem memória, aqui considerada como história e cultura. É imprescindível que mudemos o hábito da pouca leitura em nosso país. Mostremos aos nossos jovens que não precizamos sequer de dinheiro para comprar livros: bibliotecas se disseminam e sites do governo liberam livros essenciais gratuitos para todos.

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Ministério Público Federal Procuradoria da República no Estado de S.Paulo Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo pediu à Justiça Federal que determine a retirada da expressão “Deus seja louvado” das cédulas de reais. A medida não gerará gastos aos cofres públicos já que, em caráter liminar, a ação pede que seja concedido à União o prazo de 120 dias para que as cédulas comecem a ser impressas sem a frase. Um dos principais argumentos utilizados pela ação é o de que o Estado brasileiro é laico e, portanto, deve estar completamente desvinculado de qualquer manifestação religiosa. Além disso, são lembrados princípios como o da igualdade e o da não exclusão das minorias para reforçar a tese de que a frase “Deus seja louvado” privilegia uma religião em detrimento das outras. No ano passado, a PRDC recebeu uma representação questionando a permanência da frase nas cédulas de reais. Durante a fase de inquérito, a Casa da Moeda informou à PRDC que cabe privativamente ao Banco Central (Bacen) “não apenas a emissão propriamente dita, como também a definição das características técnicas e artísticas” das cédulas. Para o Bacen o fundamento legal para a existência da expressão “Deus seja louvado” nas cédulas é o pre-

âmbulo da Constituição, que afirma que ela foi promulgada “sob a proteAção defende liberdade religiosa e direito das minorias; frase deverá ção de Deus”. ser retirada das cédulas impressas após a decisão judicial Nota técnica divulgada pelo Ministério da Fazenda infor- e das moedas’ não o autorizou “não justifica a continuidade das mou à PRDC que a inclusão da a manifestar predileção por esta violações aos direitos fundamenexpressão religiosa nas cédulas ou aquela religião”, apontou o tais dos brasileiros não crentes em Deus”. aconteceu em 1986, por deter- procurador. Além da referência religiosa nas Para Dias, o principal objetivo minação direta do então presicédulas, o procurador lembrou dente da República, José Sarney. da ação é proteger a “liberdade Posteriormente, em 1994, com o religiosa de todos os cidadãos”. Ele que muitas repartições públicas Plano Real, a frase foi mantida pelo reconhece que a maioria da popu- mantém crucifixos em locais de ministro da Fazenda, Fernando lação professa religiões de origem atendimento ao público. “Quando Henrique Cardoso, supostamente cristã (católicos e evangélicos), o Estado ostenta um símbolo relipor ser “tradição da cédula brasigioso ou adota uma expressão verleira”, apesar de ter sido inserida mas lembra que “o Brasil optou bal em sua moeda, declara sua prepor ser um Estado laico” e, portanhá poucos anos. dileção pela religião que o símbolo O procurador regional dos Di- to, tem o dever de proteger todas ou a frase representam, o que rereitos do Cidadão, Jefferson Apa- as manifestações religiosas, sem sulta na discriminação das demais recido Dias, lembrou que não tomar partido de nenhuma delas. religiões professadas no Brasil”. existe lei autorizando a inclusão “Imaginemos a cédula de real A ação também pede à Justiça da expressão religiosa nas cédulas com as seguintes expressões: Federal que estipule multa diária brasileiras. “Não se pode admi- ‘Alá seja louvado’, ‘Buda seja loude R$ 1,00 caso a União não cumtir que a inclusão de qualquer vado’, ‘Salve Oxossi’, ‘Salve Lord pra a decisão de retirar a expressão frase nas cédulas brasileiras se Ganesha’, ‘Deus Não existe’. Com religiosa das cédulas. A multa teria dê por ato discricionário, seja do presidente da República, seja do certeza haveria agitação na so- caráter simbólico, “apenas para ministro da Fazenda”, afirmou. ciedade brasileira em razão do servir como uma espécie de conta“Mesmo a lei 4.595/64, ao atribuir constrangimento sofrido pelos dor do desrespeito que poderá ser ao Conselho Monetário Nacional cidadãos crentes em Deus”, diz demonstrado pela ré, não só pela a competência para ‘determinar as um trecho da ação. Para Dias, o decisão judicial, mas também pecaracterísticas gerais das cédulas fato dos cristãos serem maioria las pessoas por ela beneficiadas”.


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Dezembro de 2012

Manifesto em defesa do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga OUTUBRO DE 2012 O governo do Estado de São Paulo encaminhou no último dia 17 de outubro, à Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei nº 604/2012 que pretende desafetar uma imensa área de 400 mil metros quadrados, com o objetivo de construir, através de concessão à iniciativa privada, um megaempreendimento. O poder executivo alega que a cidade de São Paulo é uma referência no seguimento de feiras e exposições na América Latina, contudo, segundo o governo, São Paulo tem perdido espaço para cidades como Rio de Janeiro e Buenos Aires. Alega ainda, que a cidade carece de espaços adequados para a realização de mega eventos, apesar de termos pelo menos três grandes arenas de clubes de futebol, sendo duas em construção, o Parque Anhembi, além de diversas casas de shows. Aproveitando o fim da concessão do Centro de Exposições Imigrantes que se encerrará em março de 2013, o governo do Estado de São Paulo, pretende estender a nova concessão por mais 30 anos e dobrar a área ocupada

hoje por este pavilhão. Sustenta-se, inclusive, através de um parecer da Secretaria Estadual de Meio Ambiente que a referida área está descaracterizada como parque, apesar desta área estar exatamente como na época de aprovação do Plano de Manejo. O fato é que o governo apresenta neste projeto de lei, um dos maiores equívocos desta gestão, um verdadeiro retrocesso às políticas de preservação, conservação e manutenção do meio ambiente, que vem sendo propagado no Brasil e no mundo. Com esta proposta o governo do Estado de São Paulo vem na contramão do que se imagina como política pública voltada ao desenvolvimento sustentável. O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, também conhecido como Parque do Estado, é uma das últimas e mais importantes áreas de remanentes de Mata Atlântica da cidade de São Paulo e um importante pólo de pesquisa e desenvolvimento de práticas ambientais. Não somos contra o desenvolvimento econômico da cidade de São Paulo, muito pelo contrário, entendemos que empreendimentos como este podem trazer

novas oportunidades para a cidade e seus habitantes, contudo somos terminantemente contra a implantação em uma área pertencente a uma Unidade de Conservação, como o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga. São projetos executados desta maneira, sem o devido planejamento, que transformaram São Paulo em uma das cidades com crescimento mais desordenado do mundo. O Manifesto em Defesa do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, ratificado pelas organizações não governamentais, convoca a sociedade civil para intervir na decisão do governo do Estado de São Paulo em reduzir a área de um dos parques mais importantes da cidade de São Paulo, de modo que o Projeto de Lei nº 604, de 2012 não seja aprovado. Ajude-nos a recolher assinaturas para a petição pública, divulgue este movimento para amigos e parentes, espalhe as informações do manifesto nas redes sociais:http://www.peticaopublica. com.br/?pi=P2012N31278 Acesse o site do movimento e saiba mais: http://www.querofontesipirangainteiro.org.br/

Reservado p/ Anúncio

“A América Latina é a região mais desigual e mais violenta do mundo” (Heraldo Muñoz, do Pnud-Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas)

Estamos sentados num barril de pólvora, mas o governo nem desconfia...

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Segundo Andrei Netto, enviado especial do Estadão a Cadiz (Espanha) para a reunião de 16 de novembro, entre chefes-de-estado na Cúpula Íbero-Americana, os prognósticos econômicos não serão tão desanimadores, de imediato (2013, talvez!), mas “o ritmo de crescimento cairá na América Latina”, segundo opinião geral. O que entristece, todavia, é a afirmação peremptória de que estamos na região mais desigual e mais violenta do mundo, o que todos brasileiros sabem de cor, mas muitos, assim mesmo venderam seus votos a pessoas desqualificadas para este momento difícil. Todos estão carecas de saber das desigualdades na América Latina, que Ernesto Zwarg, vereador em Itanhaém, preferiu grafar como América Latrina! Aqui reina o mais hediondo absolutismo, cooptado pela insensatez e desamor da Idade Média, ou mesmo

anterior. Os que conseguiram “enriquecer” se lixam para os que são obrigados a trabalhar arduamente por salários sempre corroídos pela inflação. Nesta esteira (do enriquecimento) pode-se afirmar, sem nenhum medo da verdade, que os apaniguados pelos votos conscientes e inconscientes, consequentes e inconsequentes, que o Sistema não premia quem trabalha. Querem a prova da desigualdade social, esta chaga que origina a violência e a corrupção? Vejam como a federação refastela-se com a colheita do bolo tributário, ou seja, da soma dos 85 impostos que todos pagamos: o porcentual de 100% é assim distribuído: 60% para a federação e 24% para os Estados (províncias, na realidade). Quem, entretanto, produz a riqueza nacional, ou seja, os municípios, recebem a bagatela de 16% (alguns dizem 14%), o que seria

Empréstimos do Brasil, desde 1824

mais vexatório ainda. Barbaridade, diriam gaúchos, mas não é apenas barbaridade, é insensatez, esbulho, roubalheira, discriminação. Não podemos aceitar estas migalhas que a plutocracia nos dá. Temos que reagir, sem esperar que vereadores, prefeitos, deputados ou governadores o façam. Estes estão folgadamente aquinhoados com gordos salários e “outras benesses” ainda não vislumbradas pelos que pagam impostos de todo tipo e ordem. Você já ouviu alguém dizer que “municipalistas” estariam gritando contra esta malandragem? É papel, especialmente, dos vereadores, os que tem obrigação de defender o povo, de darem um grito, mas nem um sussurro ouvimos até agora! É necessário que o povo compreenda a gravidade desta insensatez. Estamos convidando todos os mu-

nícipes, do Brasil todo, a formarem conosco nesta bandeira de cidadania e legitimidade ética. Vamos formar comissões, estampar publicamente nossa indignação, com panelaços (a Argentina sabe muito bem fazê-lo), convocar sindicatos, estudantes, operários, donas-de-casa, civis e militares –todos enfim- pela autonomia e pelo AUTOGOVERNO, para determos a exploração e a violência, que marcha aliada à corrupção. ALIE-SE A NÓS. Ame Fundação Mundial de Ecologia –www.ecologia. org.br – amefundacao@uol.com.br – amefundacao@gmail.com - atendimentojornalverde@gmail.com – www. jornalverdemunicipalista.net.br DIVULGUE, AJUDEMOS O BRASIL A SE LIVRAR DA VIOLÊNCIA, DA CORRUPÇÃO E DA ATUAL FORMA DE GOVERNO TRUCULENTA, COLONIALISTA E PLUTOCRÁTICA!

Jornal Verde & AME Fundação colocam à venda esta obra prima de NICOLAU DECORSI, de 1935, pela melhor oferta, para cooperar na difusão da bandeira do autogoverno no Brasil MANDEM OFERTAS PARA:

Independência cara, República extorsiva O sete de setembro foi em 1822. Mas Portugal devia 2 milhões de libras esterlinas à Inglaterra. E o Brasil foi logo obrigado a assumir a dívida. Em agosto de 1824, o Brasil tomou aos banqueiros ingleses 3 milhões de libras, dos quais 2 milhões ficaram para a dívida dos portugueses e vieram 450 mil libras. Por esses 3 milhões de libras, o Brasil pagou 9 milhões e 50 mil.No ano seguinte, em 1825, o Brasil tomou mais 1 milhão e 400 mil libras, pelas quais pagou 3

milhões. Foram os dois primeiros de uma série. Condições As “condições” dos empréstimos jogavam o Brasil no buraco: 1 “Transferência de 75%, juros de 5%, despesas do empréstimo e mais comissões de 4% para os intermediários ingleses e brasileiros, monopólio (sic, dos banqueiros) das compras de que carecesse o Brasil, 2,5% de comissão sobre a compra ou venda de qualquer mercadoria do Brasil ou para o Brasil, 1% sobre a venda de ouro ou prata, 1% sobre todas as letras de câmbio, meio por 0,5% sobre todos os seguros de embarque de ouro e prata e demais transações” (sic). Emprés-

timos 1824: tomou 3.000.000, recebeu 2.450.000, pagou 9.050.000. 1825: tomou 1.400.000, recebeu 1.400.000, pagou 3.000.000. 1827: tomou 769.200, recebeu 208.000, pagou 1.950.000. 1839: tomou 212.5000, recebeu 237.500, pagou 503.000. 1843: tomou 732.600, recebeu 622.702, pagou 1.465.200. 1852: tomou 1.040.600, recebeu 954.250, pagou 2.294.523. 1858: tomou 1.526.500, recebeu 1.360.275, pagou 3.366.500. 1859: tomou 508.000, recebeu 460.000, pagou 1.270.000. 1860: tomou 1.210.000, recebeu 1.089.000, pagou 3.025.000. 1863: tomou 3.855.307, recebeu 2.904.000,

pagou 8.426.863. 1865: tomou 5.147.000, recebeu 3.700.000, pagou 14.668.950. 1871: tomou 3.459.634, recebeu 2.670.000, pagou 10.031.938. 1875: tomou 5.301.191, recebeu 4.825.000, pagou 10.072.263. 1883: tomou 4.596.600, recebeu 3.560.000, pagou 18.475.128. 1886: tomou 6.431.000, recebeu 5.700.000, pagou 11.897.350. 1888: tomou 6.257.300, recebeu 6.000.000, pagou 14.548.885. 1889: tomou 17.213.500, recebeu 15.492.150, pagou 38.521.730.

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