SoulBlackTieBH 004

Page 1

Belo Horizonte, Agosto de 2018 - No 004 - Distribuição Dirigida e Gratuita

S

Stax Records e o Soul de Memphis

ituada na região sul do país, em Memphis, Tennessee, a gravadora foi a principal responsável pelo o que ficou conhecido como “Southern Soul” e “Memphis Soul Music”. A Stax Records foi uma das mais importantes gravadoras de música negra dos Estados Unidos, chegando a rivalizar com a popularíssima Motown. Fundada em 1957 como Satellite Records, por ‘Jim Stewart’ e sua irmã, ‘Estelle Axton’, e recebeu seu novo nome em 1961 das duas primeiras letras de seus últimos nomes. mudou de nome quatro anos depois para Stax, e produziu discos de Gospel, R&B, Funk, Jazz, Blues e até, eventualmente, de Rock.

O mundo perde a "Rainha do Soul"

A

retha Franklin, a “Rainha da Soul Music” e uma das artistas mais influentes da Musica Negra Norte Americana, morreu nesta quinta-feira dia 16/08/2018 às 10:50 horas (horário de Brasília) aos 76 anos, informou o empresário da cantora. Diagnosticada com câncer em 2010, ela estava “gravemente doente” e enfrentou uma longa e árdua batalha com a doença. Ainda de acordo com o empresário, ela faleceu em sua casa em Detrit, nos Estados Unidos, ao lado da família e de amigos. A causa da morte foi “câncer de pâncreas em estágio avançado”, segundo comunicado divulgado para a imprensa, citando o médico de Aretha.

Página 09

Página 03

Destaques desta edição Editorial Derivações do Funk Music A tecnologia para os DJs

Pág 02

Pág 04

Pág 05

Biografia Michael Jackson (parte 2)

Pág 06 e 07

Produtor Musical

Pág 10

Entrevista com Black Steve (parte 2)

Pág 11


2

V

No 004 - Belo Horizonte, Agosto de 2018

Acorde e viva!

iver a vida é primordial. A alegria de viver nos torna mais confiantes e fortes. Temos de tomar consciência da importância de nossa vivencia como ser humano e cidadão. Somos Blacks por ideologia e não por conveniência. Não podemos continuar sendo escravos das vontades alheias, precisamos escutar aquilo que esta dentro de nós. Ser nós mesmo, “Assumir nossa mente Brother”, viver os “Mandamento Blacks” hoje e agora. A ‘Arte e Cultura Black Soul’ deve ser preservada por nossos filhos netos e bisnetos, não somos mais jovens nem adolescentes, mas temos nossa juventude preservada em nossos Bailes, Encontros, Arte, Cultura, Experiência adquirida pela nossa Vivência, em nossa Memória, em nossos Corpos, e em nossa Alma. Pois Eu Amo muito tudo isso, e quero que as novas gerações Perpetuem o que nos Aprendemos, Fizemos, Dançamos, Cantamos e Temos como guia para continuarmos Ativos, Produtivos e Vivos. Senhores DJs, Dançarinos, Donos de Som, Donos de Casas e Frequentadores, parem de picuinhas uns com os outros. Todos nós temos direitos e deveres para com a sociedade em que vivemos, portanto vamos observar onde o nosso direito acaba e começa o do outro. Tente ver este “Movimento de Arte e Cultura Black Soul Music and Dance” como um todo, precisamos formar uma “união coesa” e dar uma “contribuição” para a melhoria deste ‘Movimento’ tão disperso. Posso até parecer um disco arranhado, insistindo no mesmo assunto, mas pare e pense, ‘esta é a hora’ temos de nos organizar. Em outubro serão eleitos novos e/ou velhos políticos, e eles já estão se articulando para levar o seu voto, e consequentemente o seu dinheiro, sim, o seu dinheiro. O salário deles é pago com o dinheiro de nossos impostos, e ao invés de trabalharem em prol de quem os elegeu, trabalham para eles e os amigos (salvo algumas exceções). Prestem atenção, nos três últimos eventos na Praça Sete de Setembro, estiveram candidatos e articuladores de candidatos a cargos públicos presentes. Acredito piamente que está na hora de pedir mais incentivo e proteção do poder público para o nosso “Movimento Black Soul”, mas para o Movimento como um todo, e não somente para alguns DJs e Donos de Som e Casas. Parem de se confrontar e Unam-se, pois somente com a união podemos ganhar visibilidade e respeito pelo poder público, candidatos e promotores de eventos, que só querem explorar a nossa imagens para proveito próprio. Lembre-se do que eu falei na ultima edição sobre Convites, Cachê e Presença V.I.P. Enfim, precisamos nos Unir para melhor aproveitar e explorar as oportunidade, pois somente com muita “União” alcançaremos o “Poder”! AbraSoul. * Radialista, DJ e Produtor

4G de 700 MHz já está disponível nas capitais Foi um trajeto longo, mas finalmente o 4G de 700 MHz está disponível em todas as capitais brasileiras. A marca foi alcançada após a autorização da utilização dessa faixa do espectro na cidade de Florianópolis. O fator que causou a demora na ampliação da cobertura do 4G de 700 MHz é bem conhecido: a TV analógica. O sistema de transmissão ocupava exatamente essa faixa do espectro de radiofrequência, então foi necessário primeiro desabilitar essa faixa para poder implementar o 4G. Desde o começo da implementação do 4G no Brasil, a faixa dos 700 MHz era visto como a mais nobre, mas justamente pela complicação da TV analógica foi necessário adaptar-se a outras faixas enquanto a situação não se resolvia. A chegada do espectro de 700 MHz (banda 28) para o 4G traz uma série de vantagens para operadoras e para o público. Por se tratar de uma frequência mais baixa, seu alcance é maior, o que significa que operadoras precisam de menos ante-

nas para cobrir a mesma área na comparação com os sinais de 1.800 MHz (banda 3) de 2.600 MHz (banda 7), como temos hoje. Além disso, as ondas são mais capazes de penetrar paredes, o que significa que, ao menos em teoria, o seu celular terá uma recepção melhor do 4G quando você estiver em casa ou em um escritório. O 4G de 700 MHz também está se espalhando aos poucos pelo interior do país.

A mitigação preventiva já foi autorizada em 3.858 cidades, e já terminou em 1.854 delas, que já estão habilitadas a utilizar a faixa do 4G, atingindo 60% da população brasileira.

Anatel divulga ranking de reclamações

A Anatel divulgou uma nova versão do ranking de reclamações de clientes de operadoras. O serviço de celular é o que recebeu mais queixas no período, com 700 mil - cerca de 47% do número total. A telefonia fixa teve 340 mil queixas, enquanto a banda larga teve 246 mil e a TV por assinatura 195 mil. Na telefonia móvel, a Tim foi a campeã em reclamações, com 280 mil queixas de consumidores. Na

sequência aparecem Claro (147 mil), Vivo (146 mil), Oi (94 mil) e Nextel (30 mil). Na telefonia fixa, a Oi foi a campeã em reclamações, enquanto na TV por assinatura Net e Sky ficaram empatadas no primeiro lugar. Em relação à banda larga Fixa, a Oi foi novamente a que mais recebeu reclamações de consumidores. * Esaú Gonçalves


3

Belo Horizonte, Agosto de 2018 - No 004

Stax Records e o Southern Soul S ituada na região sul do país, em Memphis, Tennessee, a gravadora foi a principal responsável pelo o que ficou conhecido como “Southern Soul” e “Memphis Soul Music”. A Stax Records foi uma das mais importantes gravadoras de música negra dos Estados Unidos, chegando a rivalizar com a popularíssima Motown. Fundada em 1957 como Satellite Records, por ‘Jim Stewart’ e sua irmã, ‘Estelle Axton’, e recebeu seu novo nome em 1961 das duas primeiras letras de seus últimos nomes. mudou de nome quatro anos depois para Stax, e produziu discos de Gospel, R&B, Funk, Jazz, Blues e até, eventualmente, de Rock.

Isaac Hayes O caráter multirracial era uma de suas características: enquanto seus proprietários eram brancos, a principal banda da casa, “Booker T. & The M.G.’s”, foi das primeiras a integrar brancos e negros. A “Stax Records” é sinônimo de Soul Music do sul. Entre os muitos artistas que marcaram hits na ‘Stax’ e na sua subsidiária ‘Volt’ durante os anos 60 estavam “Rufus Thomas” e “Carla Thomas”, “Booker T. & the MGs” (um quarteto instrumental inter-racial que também servia como seção rítmica da companhia), “Sam & Dave”, “Johnnie Taylor”, “Albert King” e “Otis Redding”. A morte de Redding em 1967 sinalizou o fim da primeira era do Stax (à qual a Atlântic retém os direitos de distribuição). Posteriormente, a empresa gerou uma nova safra de produtores de sucesso, entre eles “Isaac Hayes”, “The Staple Singers” e “The Dramatics”. Mas, apesar do sucesso e prestígio, a gravadora fechou prematuramente as portas em 1975, devido a contratos equivocados e má gestão. Em junho de 1977, um ano e meio depois

Grupo feminino The Emotions da falência da Stax, as ações da empresa foram adquiridas pela “Fantasy, Inc.”, que reativou os logotipos da ‘Stax’ e ‘Volt’ para novas gravações, além de reedição de material antigo. A Stax Records é fundamental na história da música americana, pois é uma das gravadoras mais populares de Soul Music de todos os tempos - perdendo apenas para a Motown em vendas e influência, mas é a pioneira na Soul Music corajosa, crua e despojada. Em 15 anos, a Stax colocou mais de 167 músicas de sucesso no Top 100 das paradas de sucesso, e impressionantes 243 hits no Top 100 das paradas de “R & B”. Ele lançou as carreiras de artistas lendários como “Otis Redding”, “Sam & Dave”, “Rufus e Carla Thomas”, “Booker T.”, “The MGs”, “Isaac Hayes”, “Wilson Pickett” e até mesmo “Elvis Presley” e muitos outros. Durante as décadas de 1960 e

Wood”. Entre 1959 e 1975, artistas do selo receberam oito prêmios Grammy, gravaram 12 sucessos que entraram na lista dos dez mais da parada e três singles número um. Os famosos estúdios foram vendidos para uma igreja pela quantia simbólica de US$ 1 em 1981 e foram demolidos em 1989. Um novo prédio foi construído no local para sediar o Stax Museum of American Soul Music e a Stax Music Academy em 2003. Artistas de outras gravadoras também frequentaram seus estúdios, como o cantor “Wilson Pickett”, que gravou o hit “In The Midnight Hour”, apoiado por “Booker T. & The M.G.’s”. “Elvis Presley” gravou nada menos que três álbuns lá durante a década de 1970. Segundo consta, até mesmo “The Beatles” chegaram a cogitar a gravação do álbum “Revolver” nos famosos estúdios da Stax em Memphis. Felizmente, o selo foi reativado em 2004 sob a administração da Concord Records, e hoje lança, além do catálogo antigo, material de artistas como “Ben Harper”, “Soulive”, “Angie Stone e “Booker T. Jones” entre outros.

Records de Memphis no Tennessee, nutriu um som distinto, que incluía a mixagem dos vocais mais ao fundo da gravação que a maioria das gravações de R&B contemporâneo, usando vibrantes passagens de trompa no lugar dos vocais de fundo, e um foco na extremidade mais baixa do espectro de freqüência. A grande maioria dos lançamentos da Stax foram acompanhadas pelas bandas de casa, “Booker T and the MGs” (com ‘Booker T. Jones’, ‘Steve Cropper’, ‘Duck Dunn’ e ‘Al Jackson’) e os “Memphis Horns” (uma parte da secção de metais dos ‘The Mar-Keys’). Estes são alguns artistas de Southern Soul: Allen Toussaint, Al Green, Johnny Adams, Arthur Alexander, William Bell, Bobby “Blue” Bland, Shirley Brown, Solomon Burke, James Carr, Clarence Carter, Otis Clay, Willie Clayton, Arthur Conley, Don Covay, Tyrone Davis, Eddie Floyd, Aretha Franklin, Betty Harris, Jimmy Hughes, Luther Ingram, Little Willie John, Mable John, Ruby Johnson, Syl Johnson, King Floyd, Albert King, Frederick Knight, Jean Knight, Denise LaSalle, Bettye LaVette, Jimmy McCracklin, Little Milton, Garnet Mimms, Dorothy Moore, Sam (Moore) & Dave (Prater), Ann Peebles, Wilson Pickett, James & Bobby Purify, Otis Re-

Southern soul

Bar Kays 1970, a Stax lançou inúmeras canções que se tornariam clássicos da soul music, como “Otis Redding - Sittin’ On, The Dock of The Bay”, “Sam & Dave - Soul Man” e “Eddie Floyd - Knock on

Southern soul é uma vertente da música Soul surgida no sul dos Estados Unidos, também pode ser chamado de ‘Deep Soul’ ou ‘Country Soul’. Os termos Deep Soul, Country Soul e Southern Soul geralmente se referem a um agitado e energético estilo de Soul, combinando a energia do R&B com a pulsante Música Gospel do sul dos Estados Unidos. O selo Stax

Elvis Presley dding, Mack Rice, Bobby Rush, Joe Simon, Percy Sledge, Mavis Staples, Candi Staton, Bettye Swann, Tommy Tate, Floyd Taylor, Johnnie Taylor, Joe Tex, Mel Waiters, Marvin Sease, Carla Thomas, Rufus Thomas, Betty Wright e O.V. Wright * Soul Black Tie BH


4

D

No 004 - Belo Horizonte, Agosto de 2018

Derivações do Funk Music

esde o início dos anos 1970, o funk desenvolveu vários subgêneros. Enquanto George Clinton e o Parlamento estavam fazendo uma variação mais difícil do funk, bandas como Kool e the Gang, Ohio Players e Earth, Wind and Fire estavam fazendo música funk com influência de disco. Desde o final dos anos 1980, os artistas de hip hop têm experimentado regularmente músicas antigas de Funk. James Brown é considerado o artista mais sampleado na história do hip hop, enquanto P-Funk é o segundo artista mais amostrado; amostras de antigas músicas do Parliament e Funkadelic formaram a base do West Coast G-funk. O Digital Underground foi um grande contribuinte para o renascimento do funk nos anos 90, educando seus ouvintes com conhecimento sobre a história do funk e seus artistas. George Clinton classificou Digital Underground como “Sons of the P”, como seu segundo lançamento completo também é intitulado. O primeiro lançamento de DU, Sex Packets, foi repleto de samples de funk, com a mais conhecida “The Humpty Dance”, que mostra “Let’s Play House”, do Parliament. Um álbum de funk muito forte de DU’s foi lançado em 1996 Future Rhythm.

Funk psicodélico

Seguindo o trabalho de Jimi Hendrix no final dos anos 1960, artistas funk negros como “Sly & the Family Stone” foram os pioneiros em um estilo conhecido como funk psicodélico, pegando emprestado técnicas de rock psicodélico, incluindo pedais, caixas de eco, câmaras de eco e distorcedores de voz. bem como blues rock e jazz

Funk rock

O funk rock, funde funk e elementos de rock. Sua primeira encarnação foi ouvida em meados dos anos 70 por

Músico, Compositor e Produtor Herbie Hancock músicos como Jimi Hendrix, contrário do electro, enfatiza Frank Zappa, Steely Dan, Heras técnicas de tapa do baixo, bie Hancock, Return to Foremas também os sintetizadores ver, Gary Wright, David Bowie, de baixo. Artistas incluem ViBetty Davis, Mother’s Finest e cky “D”, Komiko, Peech Boys, Funkadelic. em seus álbuns Kashif e mais tarde Evelyn anteriores. Prince, Jesse JohnKing. son, Red Hot Chili Peppers e Electro funk Fishbone são grandes artistas O Electro funk é um hído funk rock. brido de música eletrônica e

Go-go

Go-go teve origem na área de Washington, D.C., com a qual permanece associada, juntamente com outros pontos no meio-Atlântico. Inspirado por cantores como Chuck Brown, o “Padrinho do Go-go”, é uma mistura de funk, rhythm and blues e early hip hop, com foco em instrumentos de percussão lo-fi e interferência pessoal em vez de faixas de dança. Como tal, é principalmente uma música de dança com ênfase na chamada e resposta do público ao vivo. Os ritmos go-go também são incorporados à percussão de rua.

Boogie

Boogie (ou electro-funk) é uma música eletrônica influenciada principalmente pelo funk e pós-disco. A abordagem minimalista do boogie, consistindo de sintetizadores e teclados, ajudou a estabelecer música eletrônica e house. Boogie, ao

funk. Ele segue essencialmente a mesma forma do funk e mantém as características do funk, mas é feito inteiramente (ou parcialmente) com o uso de instrumentos eletrônicos, como o TR-808. Vocoders ou talkboxes eram comumente implementados para transformar os vocais. Uma das banda de Electro pioneiras, “Zapp” costumavam usar esses instrumentos em suas músicas. Outros artistas incluem Herbie Hancock, Afrika Bambaataa, Egíptian Lover, Vaughan Mason & Crew, Midnight Star e Cybotron.

cada de 1980, como parte do movimento metal alternativo. Geralmente incorpora elementos de funk e heavy metal (geralmente thrash metal) e, em alguns casos, outros estilos, como punk e experimental. Possui ‘hard-driving’ heavy metal riffs de guitarra, os ritmos com característica do funk e, por vezes, rimas estilo hip hop em uma abordagem de rock alternativo na composição. Um exemplo primordial é a banda de rock afro-americana Living Color, que se diz ser “pioneiros do funk-metal” pela Rolling Stone. Durante o final dos anos 80 e início dos anos 90, o estilo predominou na Califórnia - particularmente em Los Angeles e São Francisco.

G-funk

G-funk é um gênero de fusão musical que combina gangsta rap e funk. Considera-se geralmente ter sido inventado por rappers da costa oeste e ficou famoso por Dr. Dre. Ele incorpora sintetizadores multi-camadas e melódicos, grooves hipnóticos lentos, graves profundos, vocais femininos de segundo plano, a extensa amostragem de músicas do P-Funk e um suporte de sintetizador de ondas de alto pitch. Ao contrário de outros raps anteriores que também utilizavam samples de funk (como o EPMD e o Bomb Squad), o G-funk usava menos samples inalterados por música.

Timba funk

Funk metal

O funk metal é um gênero de fusão de música que surgiu na dé-

Chuck Brown


5

Belo Horizonte, Agosto de 2018 - No 004 Timba é uma forma de música de dança popular cubana. Em 1990, várias bandas cubanas incorporaram elementos de funk e hip-hop em seus arranjos, e expandiram a instrumentação do tradicional conjunto com bateria americana, saxofones e um formato de dois teclados. Bandas de Timba como La Charanga Habanera ou Bamboleo geralmente têm chifres ou outros instrumentos tocando partes curtas de músicas do Earth, Wind and Fire, Kool and the Gang ou outras bandas funk americanas. Enquanto muitos estilos funk exibem uma estrutura basea-

O

da em clave, eles são criados intuitivamente, sem a intenção consciente de alinhar as várias partes a um padrão guia. Timba incorpora motivos funk em uma estrutura clave aberta e intencional. Juntamente com as congas e timbals cubanos, o conjunto de bateria forneceu poderosos padrões de funk baseados em toques que adicionaram mais impacto à seção rítmica. Os baixistas do Timba incorporaram técnicas associadas ao funk, como dar tapas e puxar as cordas de forma percussiva

Funk Jam

Sly & the Family Stone O Funk Jam é um gênero de fusão musical que surgiu nos anos 90. Tipicamente incorpora elementos de funk e

muitas vezes guitarra exploratória, junto com improvisações estendidas de gênero cruzado; muitas vezes incluindo elementos de jazz, ambient, electronic, americana e hip hop, incluindo letras improvisadas. Phish, Soul Rebels, Brass Band, Galactic, Soulive são exemplos de bandas de funk que tocam funk jam. * Soul Black Tie BH

A tecnologia para os DJs

auge dos DJs brasileiros começou com os famosos Vinis ou Bolachas, quando talentosos profissionais surgiram com suas performances incríveis sobre dois toca-discos chamados, quase por religião, de Pick Ups Technics MK2. Todo DJ tinha que ter um par destas, lendárias, incomparáveis e caríssimas. Elas foram, por muito tempo, referência de tecnologia para quem era ou não era DJ. Ainda antes das lendárias, muitos DJs faziam suas festas com os inacreditáveis Gravadores de Rolo, num malabarismo que somente a vontade e a alegria da pista correndo nas veias faziam as festas serem únicas. As empresas de tecnologia começaram a prestar mais atenção nesse mercado que crescia a cada ano e logo lançaram o famoso e revolucionário CD, que para os DJs, amantes do Vinil, tornou-se um alvo ferrenho de discórdia e problemas. Também veio um patinho feio de nome MD ou Mini Disc que prometia ser a evolução tecnológica. Colocaram até Pitch no coitado, mas não deu certo por dois motivos:- Era muito caro e quando quebrava ninguém arrumava e, quando arrumava, custava quase o preço de um novo, muito comum uma tática destas até hoje. Ninguém que tocava CD era bem visto, todos eram quase apedrejados em praça pública e, mesmo assim, foi lançado o primeiro aparelho de CD com Pitch, da marca Denon e, mais tarde, a Pioneer chegou com o aparelho que inovaria ainda mais com o famoso CDJ 100 com efeitos incríveis. A guerra estava declarada, mas os amantes do vinil começaram a perder feio e, com isso, a magia dos scratchs e back spins começou a desaparecer. Muitos profissionais da Europa se juntaram e forçaram as empresas a fazerem alguma coisa para que os vinis voltassem, para que essa magia voltasse. Elas se mexeram rapidamente. Foi uma corrida contra

A

té que ponto isso é bom para os profissionais que tocam em clubes e praças públicas.

o tempo, porque a cada dia que passava, os digitais iam ganhando mais espaço e os analógicos estavam sumindo. Então, a Pioneer, numa jogada de mestre, lançou o CDJ 1000! Jogada de mestre... Foi um fiasco no primeiro momento. Os amantes das bolachas se revoltaram em fazer artificialmente as performances que faziam com os discos, inclusive a Technics lançou um vídeo com um DJ fazendo uma apresentação incrível com esse modelo e, no final, ele jogava o aparelho ao chão, quebrando totalmente. A ironia é que na primeira década de 2000, a Technics lançaria um leitor de CD para concorrer com o CDJ 1000. Voltando ao assunto, a Pioneer pagou um alto preço por colocar um “açougueiro para fazer pão” e, mais tarde, a Denon também pagaria este preço, acompanhando a mesma burrada. A sorte das duas foi que a entrada de novos DJs no mercado era muito grande e quase não existia Vinil para comprar, quanto mais Pick Ups. O jeito era aderir aos CDJs, alavancando as vendas e salvando a marca. Com os ânimos equilibrados, os ‘vinil-maníacos’ ainda queriam as bolachas de volta. Nada que bons criadores de softwa-

res e alguns DJs não resolvessem. Assim, surgiu o Final Scratch, mas que ainda dava muitos problemas. A Technics lança uma SL 1200 MK2 com disco/leitor de MP3 e disco digital, imitando um vinil, que usa o Serato. Então, os mestres dos vinis testam o Serato. Bingoooo!! O Serato chega para resolver o problema dos vinis. Com uma interface muito bacana e um controlador faziam funcionar arquivos em mp3 dentro de um micro computador com movimentos idênticos aos feitos com os vinis analógicos. Pronto, resolvido o problema. Será que todos ficaram felizes? Claro que não, a evolução nunca para. A ideia do controlador deu tão certo, que surgiram alguns para concorrer e, na minha opinião, destacaria a DDJ-SR2 e DDJ-SB2 da Pioneer ou a Mixtrack Pro 3 da Numark, que fazem tudo o que qualquer aparelho faz, numa interface fácil, intuitiva, rápida, dinâmica e se adapta a qualquer estilo, seja ele CD ou Vinil e tem um preço muito mais em conta do que 2 CDJ e um Mix. Já para quem quer gastar um pouco mais, tem a top de linha também da Pioneer DDJ- RZX, que é sem duvida uma “espaço nave”. Para combater os controladores de dados, as grandes empresas de tecno-

logias contra-atacam com os aparelhos que leem CD, tem entrada USB e com a possibilidade de entrada de Cards e até controladores MIDI. Isso, na verdade, são medidas desesperadas de soltarem, o mais rápido possível, segredos que já foram colocados na linha de montagem e que não poderiam ser perdidos. Mas, os controladores chegaram para ficar, com grandes empresas já de olho nesse mercado. A tecnologia de informática entrará nesse mercado e a disputa será ainda maior, já que as empresas que faziam leitores de CDs precisavam pagar os direitos para a Sony e para a Philips, que são caríssimos, sendo as detentoras da criação da tecnologia. Os CDs, Vinis e até DVDs de áudio estão com os dias contados e não há o que fazer em relação a isso, pois, além dos controladores serem muito mais baratos, são mais práticos e já estão vindo com áudio em 24bits, igual ao DVD, enquanto o CD só tem 16 Bits. Se você comprou um aparelho de CD profissional, comece a correr atrás para se livrar dele, nem que seja pela metade do preço que você comprou, senão irá casar com ele. A tecnologia evolui muito rápido e a era digital chegou a todo lugar. Não há como negar e, se elas controlam tudo, com certeza farão pelos DJs e áudios, coisas jamais vistas. Eu sou um dos “vinil-maníaco” mas, antes de tudo, sou DJ e preciso fazer a minha pista com Vinil ou sem. Não nego a tecnologia que chega para melhorar cada vez mais a minha vida e minha pista. O erro está em virar as costas para aquilo que é inevitável. A evolução continua. Onde vamos parar? Não vamos, a evolução só para quando morremos, está nos livros. O ser humano nasce, cresce, procria, evolui e morre. * DJ Yza Black Tie


6

No 004 - Belo Horizonte, Agosto de 2018

Michael Jackson

Continuação da edição 003

1993: Dangerous e Super Bowl XXVII

P

ara retomar a divulgação do álbum ‘Dangerous’ nos Estados Unidos, interrompida desde que saiu em turnê, Michael programou dois grandes eventos televisivos em 1993. No dia 31 de janeiro, ele se apresentou no intervalo do “Super Bowl XXVII”, a famosa final do campeonato de futebol americano organizado pela ‘NFL’ e exibido, nesse ano, pela rede de televisão norte-americana ‘NBC’ diante de uma audiência de 103,4 milhões de pessoas. Ao contrário de anos anteriores, ele foi a única atração do tradicional “show do intervalo”. A performance de Michael foi impressionante. Michael cantou três canções: “Jam”, “Billie Jean” e “Black or White”. O ‘Gran Finale’ aconteceu após a exibição de uma vídeo-montagem de Michael participando de várias campanhas humanitárias por todo o mundo e, em seguida, 3.500 crianças da região de Los Angeles se juntam a Michael para cantar “Heal the World”. Dez dias depois, concedeu uma entrevista à apresentadora “Oprah Winfrey” que foi assistida por 100 milhões de telespectadores. Foi a primeira vez em dez anos que Jackson aceitou falar com a imprensa. A entrevista também se tornou um dos eventos mais assistidos de todos os tempos. E o álbum Dangerous voltou ao top 10 após um ano de seu lançamento original. Depois da morte de ‘Ryan White’, vítima de ‘HIV’, Michael lançou o single “Gone Too Soon”, e chamou atenção do mundo para pesquisas sobre a cura da AIDS, que na época havia um grande preconceito por parte das pessoas. Durante a era Dangerous, Jackson visitou vários lugares do mundo, incluindo Iraque e Egito. Na África quando desembarcou em Gabão, foi recebido por mais de 100 mil pessoas, com um enorme cartaz dizendo “Bem-vindo a casa Michael!”. Em sua viagem à Costa do Marfim, Jackson foi coroado “Rei Sani” pelo chefe da tribo. Em 1993 recebeu o “Grammy Legend Award” por ser uma lenda viva e por sua contribuição ao mundo da música.

1993–1994: Alegação de abuso sexual e primeiro casamento

Em agosto de 1993 o jovem “Jordan Chandler”, de 13 anos, representado pelo advogado civil ‘Larry Feldman’, acusou Michael de abuso sexual. As declarações, feitas à imprensa, nunca foram entregues à Justiça e, por consequência, o astro não chegou a ser indiciado pelo crime. Apesar disso, o promotor distrital “Tom Sneddon” deu início a investigações paralelas no final do mês pelo condado de Santa Ynez, residência oficial de Jackson. Por causa das acusações Michael cancelou o seguimento da turnê do álbum ‘Dangerous’ em outubro. Durante uma semana daquele mês não se soube o paradeiro do astro, que reapareceu internado aos cuidados do terapeuta “Beau-

champ Colclough”, na Irlanda do Norte, em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos alegando a necessidade de se restabelecer de um vício em analgésicos. Michael se pronunciou pela primeira vez em dezembro de 1993, durante um comunicado transmitido simultaneamente pelas redes ‘CNN’, ‘CBS’, ‘NBC’ e ‘ABC’, ao vivo do rancho Neverland. Ele se defendeu, afirmando ser incapaz de “causar mal a uma criança”. Depois de seis meses de negociações, contra a vontade do cantor e do seu advogado, a companhia de seguros dele fechou um acordo de confidencialidade com o dentista “Evan Chandler”, pai de Jordan que o acusava. Especula-se que a família tenha embolsado quase 15 milhões de dólares. As investigações paralelas da Justiça foram arquivadas em 1994 por falta de provas. Com o acordo, o único reclamante se recusava a colaborar. Em 1996 Evan processou-o novamente, alegando que Michael teria violado os termos da ação civil, quando publicamente afirmou nunca ter abusado sexualmente do garoto. Neste novo processo, Chandler referiu-se ao álbum “HIStory”, bem como a uma entrevista que Michael deu a “Diane Sawyer”. O pedido abrangia uma indenização no valor de 60 milhões de dólares. Em 26 de maio de 1994, Jackson casou-se com “Lisa Marie Presley”, numa cerimónia na República Dominicana. A união foi amplamente divulgada e criticada pela imprensa, que especulava sobre a conveniência do casamento, realizado meses depois do término das investigações criminais contra o astro. A primeira aparição pública do casal foi em setembro durante o “MTV Video Music Awards” do ano. Eles entraram no palco, seguiram por uma passarela e se beijaram. O matrimônio durou dois anos.

1995–1997: HIStory, segundo casamento e paternidade

O primeiro compacto lançado da “Era History” foi “Scream”, um dueto musical com a irmã “Janet Jackson”, estreou durante uma entrevista concedida por Michael e Lisa Marie à apresentadora “Diane Sawyer” no programa “Primetime”, da “ABC”, um dia antes do lançamento de “HIStory”. O videoclipe de Scream é o vídeo musical mais caro da história: custou cerca de sete milhões de dólares, sendo certificado pelo

“Guinness World Records” em 2006. Em junho de 1995 chegou às lojas o álbum duplo “HIStory: Past, Present and Future – Book I”. No primeiro disco, uma seleção de quinze sucessos remasterizados. No segundo, a primeira coleção de canções inéditas lançada pelo cantor desde que foi acusado de abuso sexual. Foram gastos 30 milhões de dólares em publicidade e propaganda para o lançamento do álbum e divulgação de cinco compactos. Foi a maior campanha de marketing já montada para promover um disco. “HIStory” vendeu quase 20 milhões de cópias. Também durante a divulgação do álbum, Jackson esteve no Brasil para gravar cenas do videoclipe da canção “They Don’t Care About Us” na favela Santa Marta no Rio de Janeiro e também no Pelourinho, em Salvador, com o grupo de percussão Olodum. Em setembro de 1996, Michael Jackson deu início à “HIStory World Tour”com um show de lotação esgotada na cidade de Praga, na República Tcheca. Ao término dos concertos, mais de um ano depois, Jackson tinha levado 4.5 milhões de pessoas aos estádios de 56 cidades, em 35 países diferentes. Com isso, a turnê estabelecia um novo recorde mundial de público. Em novembro de 1996, o astro se casou com a enfermeira dermatologista “Debbie Rowe”, com quem teve dois filhos. O primeiro, “Prince Michael Jackson I”, nasceu naquele ano. No ano seguinte, ‘Rowe’ deu à luz “Paris Katherine Jackson”. A enfermeira abriu a mão de todos os direitos maternos e entregou a guarda das crianças a Jackson, gerando grande polêmica. Em 1997, oito canções inéditas de “HIStory” foram remixadas e lançadas na coletânea “Blood on the Dance Floor”. Entre os produtores responsáveis pelas versões estão “Wyclef Jean” (“2 Bad”), “David Morales” (“This Time Around”) e “Tony Moran” (“HIStory”). Neste álbum de remixes também são encontradas 5 músicas de estúdio: “Blood on the Dance Floor”, “Morphine”, “Superfly Sister”, “Ghosts” e “Is It Scary”. A primeira acabou se tornando a única música bem sucedida do álbum nos Estados Unidos, mas também foi lançado como single ‘HIStory/Ghosts’, que em geral teve um bom rendimento na Europa. ‘Blood on the Dance Floor’ é o álbum de remixes mais vendido da história, com cerca de 7 milhões de cópias vendidas. Um curta-metragem de 35 minutos intitulado “Ghosts” e estrelado por Jackson estreou nos cinemas europeus na mesma época. O filme, escrito por ‘Stephen King’ (“Carrie, A Estranha”) e dirigido por ‘Stan Winston’ (“O Predador”), foi concebido como uma releitura do clássico videoclipe produzido para a canção “Thriller” em 1984. Em maio de 1997, o grupo Jackson 5 foi incluído ao “Hall da Fama do Rock and Roll”. Quatro anos mais tarde, em 2001, Jackson receberia a condecoração como artista solo.

1997–2002: Disputa na gravadora e Invincible

Em 1999, Jackson realizou vários con-

certos beneficentes chamados, “Michael Jackson & Friends”, que contava com participação de “Slash”, “The Scorpions”, “Boyz II Men”, “Mariah Carey”, “Pavarotti” e outros. Em 2001, Michael completaria 30 anos de carreira solo. Para comemorar a data foram prensadas edições especiais dos álbuns “Off the Wall”, “Thriller”, “Bad” e “Dangerous” - todos remasterizados, com novos encartes, incluindo canções raras e inéditas, e também entrevistas com o produtor “Quincy Jones” e o compositor “Rod Temperton”. Além de dois shows comemorativos realizados no “Madison Square Garden” em setembro de 2001 com participação de vários artistas como “Britney Spears”, “Whitney Houston”, “Slash”, “Usher”, “Luther Vandross”, “Destiny’s Child” entre outros. No mês seguinte, outubro, Jackson lançou “Invincible”, a primeira coleção de novas canções lançadas pelo astro em seis anos, desde “HIStory”, em 1995. Produzido essencialmente por “Rodney Jerkins” e “Teddy Riley”, também há a participação de “Carlos Santana” na música “Whatever Happens”, “Slash” em “Privacy” e ainda um rap póstumo de “Notorious B.I.G.”. Jackson também ajudou a formar o “United We Stand: What More Can I Give”, concerto beneficente realizado no ‘RFK Stadium’ em Washington em busca de fundos de caridade para os familiares das vitimas dos atentados terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, onde cantou “What More Can I Give” junto com os outros cantores e “Man in the Mirror” sozinho, porém essa última não foi exibida na televisão. Durante a rápida divulgação do álbum ficaram explícitas as divergências entre Michael e o então chefe da ‘Sony Music’, “Tommy Mottola”. Os problemas começaram em 2000, quando Jackson tentou retirar a licença das gravações originais do catálogo dele da gravadora para lançamento independente. Assim Michael não precisaria dividir os lucros com a Sony. Entretanto, os advogados de Jackson encontraram cláusulas no contrato dele com a gravadora que impediam a transação. Para evitar uma

Ao lado de Ronald Reagan em visita a 'Casa Branca’ disputa judicial, Michael e a Sony fecharam um acordo que permitiria que ele abandonasse a gravadora depois do lançamento de “Invincible”, mas não antes de um pacote de coletâneas que reuniriam os maiores sucessos dele. A crise se acentuou quando a canção “You Rock My World” vazou para as rádios americanas propositalmente


Belo Horizonte, Agosto de 2018 - No 004 e teve de ser lançada como primeiro compacto do álbum, Jackson queria que fosse Unbreakable. Assim, o “Rei do Pop” se negou a colaborar com o resto da divulgação de “Invincible”. Mesmo assim, a Sony ainda lançou, mesmo que de uma maneira irresponsável, 2 singles: “Cry” (mundialmente) e “Butterflies” (apenas nos Estados Unidos). Apenas “Cry” obteve um clipe, sem a presença de Jackson. “Invincible” é conhecido como o “álbum mais caro da história”, já que só em produção, Jackson gastou cerca de 30 milhões de dólares. A Sony boicotou o álbum retirando-o das lojas após três meses de lançamento. Ainda assim ‘Invincible’ vendeu cerca de 12 milhões de cópias no mundo todo, algo difícil até para os artistas que estavam no auge na época. Mais de 35 cantores contribuíram, como “Shakira”, “Celine Dion”, “Ricky Martin”, “Luther Vandross”, “Justin Timberlake”, “Carlos Santana”, “Beyoncé”, “Laura Pausini” e “Mariah Carey”. O compacto nunca foi lançado devido aos desentendimentos de Michael com a Sony Music. Além disso, especula-se que o envolvimento de um dos produtores do projeto com a indústria do cinema pornográfico norte-americano teria afastado patrocinadores.

2002–2005: Segunda alegação de abuso sexual e absolvição

Michael teve seu primeiro filho, Prince Michael Jackson I em 1997, seguido por sua filha Paris Michael Katherine Jackson em 1998. 5 anos depois, Jackson teve seu terceiro filho, Prince Michael Jackson II (Blanket) em 2002. A mãe da última criança se mantém anônima, Jackson revelou que a criança era resultado de inseminação artificial. Em novembro do mesmo ano, durante sua estadia em Berlim, Jackson apareceu na janela da varanda do quarto de hotel com seu filho recém-nascido. O cantor surpreendeu a todos quando pôs seu filho com um pano no rosto para fora da janela durante 3 segundos. Supostamente, ele fizera isto para mostrar seu filho aos fãs que se encontravam à entrada do hotel, que teriam pedido que ele o mostrasse. Em 2003 a Sony lançou a coletânea “Number Ones” que vendeu 10 milhões no mundo todo. No mesmo ano foi exibido o documentário “Living with Michael Jackson”, que mostrava o dia a dia do cantor. O documentário mostrou a vida de Jackson, a sua infância difícil, seus 3 filhos, a sua casa e o seu isolamento em seu mundo particular. O documentário causou repercussão negativa para Jackson na mídia, graças às declarações do cantor durante as entrevistas concedidas ao jornalista Martin Bashir, levando inclusive a segunda acusação em 2003. Ainda em 2003, acusado de abuso sexual de menor por “Gavin Arvizo”, Jackson negou tal alegação. “Elizabeth Taylor” defendeu o cantor em um programa de televisão dizendo que ela tinha estado lá, quando Gavin se encontrava na casa do cantor, assistindo televisão. “Não houve nada de anormal. Nós rimos como crianças, assistimos um monte de filmes da Disney. Não houve nada de estranho, nem de inapropriado.” Durante a investigação, o perfil de Jackson foi examinado por um profissional da saúde mental chamado “Dr. Stan Katz”; o médico passou várias horas com o acu-

sador também. A avaliação feita por Katz, dizia que Jackson tinha a idade mental de um garoto de 10 anos e não se encaixava no perfil de um pedófilo. O julgamento durou cinco meses, até o final de maio de 2005. Durante o julgamento, o cantor novamente sofreu de estresse e grave perda de peso, que viria alterar sua aparência. Em junho, Jackson foi absolvido de todas as acusações, por falta de provas. Depois do julgamento Michael abandonou ‘Neverland’ e se mudou para o ‘Bahrain’. O cantor disse que apesar de amar Neverland, ela tinha trazido coisas ruins para sua vida e que nunca mais andaria com crianças novamente. Outra coletânea foi lançada em 2004, “The Ultimate Collection”, uma caixa com quatro CDs e um DVD. Em março de 2006, a Sony Music lançou nova coletânea, o álbum duplo “The Essential Michael Jackson”.

2006–2009: Fechamento de Neverland e This Is It

Em 2006, Jackson saiu do período de reclusão que estava passando em ‘Bahrain’ e compareceu a diversas premiações e homenagens. A primeira delas foi a homenagem realizada em maio de 2006 na MTV japonesa, durante a premiação da “Video Music Awards Japan ‘06”. Nessa premiação, Jackson recebeu a “Legend Award” raramente concebida a alguém - devido a ele ser o artista masculino internacional que mais vendeu no Japão, uma lenda viva da música. Michael recebeu em 2006, oito “Guinness World Records”, entre os registros estavam, “Primeiro artista a ganhar mais de cem milhões de dólares em um ano”, “Primeiro artista a vender mais de 100 milhões de álbuns fora dos Estados Unidos”, “Artista mais bem sucedido no mundo da música” entre outros, sendo ainda cogitado como o artista mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em mais de oito bilhões de dólares. Também no ano de 2006, em novembro, Michael compareceu ao “World Music Awards”. Recebeu o “Diamond Award”, dado a artistas que venderam mais de 100 milhões de discos. Durante a premiação, Jackson também recebeu o 9º certificado do Guinness da semana, dado em razão das 104 (na época) milhões de cópias vendidas do álbum “Thriller”. Em Maio de 2006, Michael se mudou do ‘Bahrain’ para a cidade de Dublin, na Irlanda, onde continuou a gravar o que seria o 13º álbum solo da carreira - o primeiro desde “Invincible”. A previsão era que o álbum chegasse às lojas nos anos seguintes e seria distribuído pela gravadora independente “2 Seas Records”. Mas essa hipótese foi descartada mais tarde. O novo selo de gravação seria então a “Michael Jackson Company Inc.”, criada há pouco tempo. Em Outubro do mesmo ano, o programa de televisão “Access Hollywood” teve acesso ao estúdio enquanto Michael trabalhava com o produtor e rapper “Will.I.Am”, membro-líder do grupo “Black Eyed Peas”. O estúdio que Michael trabalhava em Dublin era a “Grouse Lodge Residential Studios”. Michael e a Sony compraram em 2007 o “Famous Music LLC” da ‘Viacom’, que lhe concedeu o direito sobre canções de muitos artistas famosos. O tão esperado novo álbum, teve lançamento adiado para 2009, mais concre-

7 tamente para o segundo semestre desse filme/documentário, intitulado “This Is It”. O ano. Michael havia trabalhado com vários filme foi produzido pela “Columbia Pictures”, produtores conhecidos como “Teddy Riley”, dirigido por “Kenny Ortega” e teve lança“Will.I.Am”, entre outros. mento mundial de 28 a 30 de outubro. Para Numa tentativa de resgatar a visibiliacompanhar este filme a Sony lançou uma dade musical de Jackson, em 11 de fevecoletânea que foi sua trilha sonora. Nesta reiro de 2008, a “SonyBMG” lançou “Thriller coletânea se encontrarão todas as músicas 25th”, uma edição comemorativa dos 25 que Jackson estava ensaiando para a turnê anos do lançamento de ‘Thriller’, o seu mais na mesma sequência que apareceram no conhecido álbum. Foram confeccionados filme. Também houve a primeira música lanremixes com a participação de artistas da çada depois de sua morte e versões nunca época para compor a lista das faixas. Denlançadas de algumas músicas, além de um tre os convidados estão “Will.I.Am”, “Akon”, poema que Jackson gravou para o álbum “Fergie” e “Kanye West”. A Edição Especial ‘Dangerous’ lançado em 1991. é composta pelo CD - contendo as faixas Morte e funeral convencionais e os remixes, adicionado o Mídia e uma multidão de fãs em frente verso solo de “Vincent Price” e a canção ao Ronald Reagan UCLA Medical Center, inédita “For All Time” - e um DVD, contenem Los Angeles, após o anúncio da morte do os clipes do álbum e a performance de do cantor. “Billie Jean” no 25º Aniversário da “Motown”, Em 25 de junho de 2009, foi noticiado em 1983. que Michael Jackson sofreu uma parada “Thriller 25th” pode ser considerado sucardíaca em sua casa, na vizinhança de cesso comercial: Chegou à posição #2 nos Holmby Hills, Los Angeles, CA, Estados Estados Unidos, #3 no Reino Unido, e no Unidos. Os serviços de emergência médica TOP #10 em mais de trinta países. Atingiu socorreram o cantor em sua casa, na tentrês semanas em primeiro lugar na França, tativa de reanimá-lo. Porém, como Jackson se encontrava em estado de coma profune duas semanas, em primeiro da Argentina, do, ele foi levado às pressas para o “Ronald Bélgica, e no Reino Unido. Foi certificado Reagan UCLA Medical Center”, o hospital “Disco de Ouro” em 11 países. Nos Estauniversitário da Universidade da Califórnia dos Unidos, “Thriller 25th” foi o segundo em Los Angeles (UCLA). álbum mais vendido na sua semana de A morte foi atribuída a uma overdose estreia, passando dos 166.000 exemplares. de fármacos que Michael Jackson tinha Foi inelegivel para o chart Billboard 200 por ser relançamento, mas entrou no “Pop Catalog” no #1, onde permaneceu durante nove semanas consecutivas. Este foi o melhor lançamento Jackson desde ‘Invincible’ em 2001, com um valor estimado de 500.000 exemplares e 2 milhões de cópias vendidas em 12 semanas. Atualmente está entre os 10 álbuns mais vendidos do ano de 2008. Cobertura da imprensa no funeral Para comemorar o aniversário de 50 anos de Michael Jackson tomado nas horas anteriores para dormir, e a SonyBMG lançou “King of Pop” a primeiadministrados pelo seu médico pessoal “Dr. ra coletânea interativa de Michael Jackson Conrad Murray”. O último a ser administraque contou com seu público para seleção do foi o anestésico Propofol, sendo que 10 das faixas. O cantor vendeu seu rancho minutos mais tarde o “Rei do Pop” estava ‘Neverland’, depois de três anos sem morar com parada cardio-respiratória. no lugar. No entanto gerou controvérsia da O adeus a Michael Jackson foi no dia imprensa, já que ele vendeu a propriedade 7 de julho de 2009. Primeiro o corpo foi vepara uma companhia que ele mesmo era lado em cerimônia privada no “Forest Lawn um dos donos. Memorial Park’s Hall of Liberty”, somente “This Is It” seria uma série de 50 para familiares e amigos íntimos. Logo em concertos que teria início em 13 de Julho seguida o corpo foi levado para um ato de 2009, na “O2 Arena”, em Londres. Os público no “Staples Center”, onde 17.500 shows seriam suas primeiras aparições sigpessoas acompanharam o tributo. Estimanificantes desde a bem-sucedida “HIStory -se que até dois bilhões de pessoas tenha World Tour” de 1996/1997, já que em 2001, assistido ao funeral pela televisão, já que ano de lançamento de seu mais recente álemissoras do mundo todo transmitiram o bum de inéditas, não foi realizada uma turevento ao vivo. nê para a promoção deste álbum, apenas Em março de 2010, a “Sony Music 2 concertos foram realizados na cidade de Entertainment” assinou um contrato de US$ Nova Iorque para a comemoração de seus 250 milhões com o espólio de Jackson para 30 anos de carreira. Os 750 mil ingressos reter os direitos autorais de distribuição para para esses concertos esgotaram apenas 5 suas gravações até 2017, e lançando cerca horas após o início das vendas. de sete álbuns póstumos na década seguinTodos os ensaios para a turnê foram te a sua morte. filmados em alta definição: são mais de 100 horas de vídeos que deram origem a um * Soul Black Tie BH


8

No 004 - Belo Horizonte, Agosto de 2018

Primeiro Encontro Movimento Black Minas

E

stivemos desta vez no “Primeiro Encontro Movimento Black Minas”, no dia 22/07/2018 no “Bar das Meninas” na Av. Alfonsus de Guimarães esquina com R. Fluorina no bairro Santa Efigênia. O encontro foi comandado pelo DJ Waldir Black, detentor da Marca, com a participação do Dj e Radialista “Yza” Esaú (Equipe Black Tie), DJ convidado a participar. O evento contou com a presença de adeptos, dançarinos e

personalidades do meio Black, dentre eles, as “Damas do Soul” “Sueli Black”, “Beth Black”, “Sol Black”, o Dançarino Durvalino (conhecido por sua performance em um comercial), Antônio James e sua esposa, o empresário Richard Nicolas, DJ Silvânia e o Dançarino Enéias entre ou-

Casarão do Soul

Casarão do Soul a nossa casa. Rua rio de janeiro 195 centro – Belo Horizonte. Todos os sábados as 22:00 horas. Entrada: R$ 10,00.

Baile da saudade

“Baile da Saudade” realizado pelo Discotecário “Toninho Black” da ‘Equipe Som Zeppelin Soul’ realizado no segundo sábado do mês no NECUP (Núcleo de Estudos de Cultura Popular), localizado na Avenida Nossa Senhora de Fátima, 3312 - Prado – Belo Horizonte/MG. Entrada: Masculino R$ 15,00 e Feminino R$ 10,00.

Praça José Belém Barbosa

Toda sexta feira tem Soul na Praça José Belém Barbosa no bairro São João Batista a partir das 19:00 horas, na av. João Samaha. Evento promovido pela CIA do Soul, no comando do som DJ Marquinhos e convidados. Baile Aberto.

Centro Comercial João Paulo II

Centro Comercial João Paulo II na Rua Antônio Eustáquio Piazza, 2514 - Tirol, Belo Horizonte - MG. Todos os domingos acontece o Evento que é promovido pela Equipe Brother Soul, sob o comando do DJ Conrad Brown, com muito Dance, Funk e Soul Music, das 15:00 as 20:00 horas. Baile Aberto.

Soul Santa Luzia

Todos os sábados na AV. Brasília, 1934, esquina com Rua Alvorada, no bairro São Benedito em Santa Luzia, das 19:00 as 23:00 horas, o Soul e Funk Music corre solto sob o comando do DJ Jair Black. Baile Aberto.

tros. Festa bacana com muito Soul e Funk Music de boa qualidade para ouvir e dançar muito, o local com um piso liso ótimo para se riscar com os pés, banheiros bem localizados e limpos, atendimento do bar com bebidas geladas, tira-gosto bem feito e mesas e cadeiras a contento. Houve sorteio de Cervejas gelada e CDs contendo Soul, Funk e Dance Music elaborados pelo DJ Waldir Black. Valeu estar presente para conferir.

* Esaú Gonçalves


9

Belo Horizonte, Agosto de 2018 - No 004

Morre Aretha Franklin: o mundo perde a "Rainha da Soul Music"

A

retha Franklin, a “Rainha da Soul Music” e uma das artistas mais influentes da Musica Negra Norte Americana, morreu nesta quinta-feira dia 16/08/2018 às 10:50 horas (horário de Brasília) aos 76 anos, informou o empresário da cantora. Diagnosticada com câncer em 2010, ela estava “gravemente doente” e enfrentou uma longa e árdua batalha com a doença. Ainda de acordo com o empresário, ela faleceu em sua casa em Detrit, nos Estados Unidos, ao lado da família e de amigos. A causa da morte foi “câncer de pâncreas em estágio avançado”, segundo comunicado divulgado para a imprensa, citando o médico de Aretha. Ela se apresentou em novembro de 2017 em um evento da Fundação Elton John contra a Aids em Nova York. Seu último show solo aconteceu na Filadélfia, em agosto de 2017. No mesmo ano, ela anunciou sua aposentadoria dos palcos. O anúncio foi “amargo e doce ao mesmo tempo”, disse a cantora. “A música é tudo o que fiz toda minha vida”, completou. Ela deixa quatro filhos Clarence, Edward, Ted e Kecalf. “Em um dos piores mo-

parte em que soletra “R-e-s-p-e-c-t”.

18 prêmios Grammy e muitos hits

mentos das nossas vidas, não conseguimos encontrar as palavras certas para expressar a dor em nosso coração. Perdemos nossa matriarca e a sustentação da nossa família. O amor que ela tinha por seus filhos, netos, sobrinhos e primos não tinha limites”, disse a família da cantora por meio de comunicado. “Estamos emocionados com todo o amor e apoio que recebemos de amigos e fãs. Obrigado pela compaixão e orações. Sentimos o amor de vocês por Aretha e ele nos trouxe conforto para entender que o legado dela vai permanecer. Em nosso luto, pedimos respeito e privacidade nessa hora difícil”. Ainda não há informações sobre funeral.

A história da rainha do soul

Aretha Louise Franklin nasceu em Memphis, no estado americano do

Tennessee, em 25 de março de 1942. Ela gravou seus primeiros discos aos 14 anos na igreja de seu pai, Clarence LaVaughn Franklin, um pastor batista. Começou como estrela gospel adolescente, mas em menos de uma década se tornou um grande nome do R&B americano, o rhythm and blues surgido nos anos 40 com influências como jazz e corais de igreja. A “rainha do soul” ficou famosa com “Respect” (1967), sua única canção a chegar ao topo da principal parada de sucessos dos Estados Unidos. “Respect” resume o poder de Aretha. Composta e gravada originalmente por Ottis Redding, ídolo do soul, a cantora acelerou o arranjo, acrescentou vocais de apoio e a famosa

Ao longo de sua carreira, Aretha Franklin recebeu 18 prêmios Grammy, incluindo um pelo conjunto da obra. Outros de seus maiores hits foram “(You Make Me Feel Like) A Natural Woman” (1968), “Day Dreaming” (1972), “Jump to It” (1982), “Freeway of Love” (1985) e “A Rose Is Still A Rose” (1998). Em 3 de janeiro de 1987, ela se tornou a primeira mulher a entrar no Hall da Fama do Rock and Roll. Em

2005, Aretha recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade - a maior condecoração para um civil americano - das mãos do então presidente George W. Bush. Ela também cantou em janeiro de 2009 na posse do presidente americano Barack Obama. Leia na integra a biografia de Aretha Franklin publicada na edição de lançamento (000) desta Revista. * Esaú Gonçalves


10

N

a indústria musical, um produtor musical, produtor discográfico ou produtor executivo é o termo que designa uma pessoa responsável por completar uma gravação e reprodução sonora para que esteja pronta para o lançamento. É esta pessoa quem controla as sessões de gravação, ensaia e guia os músicos e cantores e faz a supervisão do processo de mixagem e de masterização de áudio. Na primeira metade do século XX, o papel do produtor musical lembrava aquele do produtor

Estudio Profissional cinematográfico, em que o produtor musical supervisionava as sessões de gravação, pagava os técnicos, músicos e os responsáveis pelo arranjo das músicas, e

E

stivemos conferindo também o “Baile da Saudade” realizado pelo Discotecário “Toninho Black” da ‘Equipe Som Zeppelin Soul’ realizado atualmente no NECUP (Núcleo de Estudos de Cultura Popular), localizado na Avenida Nossa Senhora de Fátima, 3312 - Prado – Belo Horizonte/MG. O evento é realizado uma vez por mês, sempre no segundo sábado. Encontramos por lá o Dançarino Kaká Black e sua companheira Margareth, também o Dançarino Geraldão e o Artista Plástico e Dançarino

No 004 - Belo Horizonte, Agosto de 2018

Produtor musical

algumas vezes até escolhia material para o artista. Pela década de 1960, os produtores musicais pegaram um papel mais direto no processo musical, incluindo criar arranjos, cuidar da engenharia da gravação e até mesmo escrever o material. Através de tudo isso, os produtores têm tido uma forte influência, não apenas em carreiras individuais, mas no curso da música popular. Hoje em dia, com a diminuição dos custos de material, aumento dos interessados na área e com o grande aumento de marcas, modelos e tipos de material e equipamentos, há cada vez mais Home-Studios e ‘produtores caseiros’, que em sua grande maioria, são Discotecários, DJs e VJs que não teem nenhuma formação musical e fazem este trabalho baseado na experiencia profissional adiquirida. Muitos deles

conseguem um ótimo resultado, pois pesquisam e estudam sobre o assunto e adquiriram ao longo dos anos o felling nescessário, já outros não teem tanta sorte, investem em equipamento e tecnologia, mas não conseguem frutificar e acabam fazendo produções mediucres e ‘quebrando’. Aqui no Brasil eles aparecem mais nas áreas de Música Eletônica e Funck Carioca. Muitos artistas tornaram-se produtores musicais sozinhos, e o contrário também já ocorreu: produtores viraram os artistas. Em Portugal, as licenciaturas orientadas para a Produção Musical encontram-se na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Instituto Politécnico de Porto (curso de Produção e Tecnologias da Música) e na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco (Música Elec-

Baile da saudade

Higino de Almeida. Para quem procura musica muito bem selecionada para

dançar sem parar esta é a ‘Festa’. O Discotecário Toninho Black tem um ‘feeling’ para o Soul e Funk Music de raiz que nos remete a relembrar os bons bailes da década de 1970. Com uma iluminação inspirada nas pista da ‘Disco’, que torna o ambiente aconchegante. O galpão do NECUP é muito bem decorado, com piso bom para se dançar, com banheiros amplos, bar bem localizado onde serve bebidas diversas e tira-gosto, segurança rígida e atuante, conta ainda com uma área externa para fumantes. O

trónica e Produção Musical). No Brasil existe o Bacharelado em Música com ênfase em produção musical na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a Graduação em Produção Fonográfica nas Faculdades Integradas Barros Melo (AESO) em Olinda, Pernambuco, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Graduação em Produção Fonográfica na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Rio Grande do Sul e Graduação em Produção Fono-

Home Studio gráfica na Universidade Estácio de Sá no Rio de Janeiro, RJ. * DJ Yza Black Tie

que achamos de ponto negativo, foi a localização da entrada, com poucas placas indicativas e sem nome na entrada.

Difícil de achar, para quem vai a primeira vez. * Esaú Gonçalves


11

Belo Horizonte, Agosto de 2018 - No 004

A História dos Bailes em Belo Horizonte * Sergio Silgerd Músico, DJ, Webb Designer

Aloisio Gomes Vaz (Black Steve)

E

ntrevista gentilmente concedida por Aloisio Gomes Vaz, mais conhecido como Black Steve. se não, perdemos a força que temos!

Continuação da edição 002

E

ntão o Soul estava presente em todos os eventos BH Canta e Dança, isto prova como o Soul estava cada vez mais ativo em Belo Horizonte! O troféu que a gente carrega hoje é uma extensa amizade, é aquela coisa artística que as pessoas nos veem como artista e não mais como marginais como foi no passado, porquê a gente sofreu na pele o racismo e o abuso do poder militar da época! Nos bailes Soul dançávamos para expressarmos nossa liberdade que era uma forma de refrigério para nossa alma em detrimento da perseguição e racismo que sofríamos diariamente, era como hoje as pessoas vão para igreja e recebem uma oração do Pastor e se sentem bem, assim era nosso sentimento dentro dos bailes Soul! Naquela época éramos tímidos respeitávamos as autoridades para evitar conflitos e até mesmo para não cairmos na marginalidade da sociedade! Algo que se diferenciava dos dias de hoje é que não aparecia gravidez precoce no nosso meio, pois a censura pegava bem pesado em relação ao comportamento social! Então há mais ou menos 15 anos o Soul está bem ativo em BH, contrariando algumas citações que diziam que o

Soul Black Tie – Como você tem contribuído com o ‘movimento’?

Black Steve ao lada de Gerson King Combo Soul morreu e precisava ser resgatado, O Soul nunca morreu, o que aconteceu foi que ele sempre acontecia nas periferia de de BH e as pessoas não tinham acesso a esta informação, os eventos que aconteceram como “Quarteirão do Soul”, o documentário “BH SOUL” que foi até para os “USA” e outros foram para resgatar as pessoas da geração e não o movimento em si! O Soul em sua trajetória teve um cuidado muito grande pelos DJs que procuravam atualizar e compravam Cds importados e muitas vezes pagavam para tocarem nos eventos e com isso resgatando muitos jovens que tinham uma certa inclinação para o crime! Soul Black Tie – Conte-nos um pouco de como anda o movimento em na Grande BH!

Black Steve – O testemunho que dou através do Soul é que muita gente já chorou no meu ombro dizendo ser muito bem tratado pelas pessoas do nosso movimento, isso é gratificante e prova como o movimento influencia as pessoas pelo lado positivo! Um comentário do Zulú do “Africa Bambata” do Nelson Triunfo e Tony Tornado, é que nós, aqui de Belo Horizonte temos uma importância muito grande para a cultura Soul do Brasil, eles falaram isso porquê sabem da união entre os dançarinos que sempre teve aqui, mas as equipe de som foram sempre

dividas aqui em BH, ao contrário do Rio e São Paulo que as equipes de som sempre foram bastante unidas, quando você vai a um baile la, sempre tem mais de uma equipe tocando, isto prova a unidade deles! O “Africa Bambata” me disse que nós somos importante para o mundo através do movimento Soul, isto foi o maior prestigio que recebi na vida! Eles viram a gente dançar La em Brasília no “Come Soul”, o “Gerson King Combo” o “Tony Tornado” e a Banda “US Black” e nós fomos a atração do show, fomos convidados para dançar no show deles também, de tanto que gostaram da gente como representante do movimento aqui no Brasil, isto não sou eu e nem o Ronaldo, somos todos os dançarinos aqui de BH representante deste movimento, a nossa unidade! Então eu digo que precisamos nos unir Dançarinos, Promotores de eventos e os Djs e não dividir, porquê

Black Steve – Uma vez sugeri para que os dirigentes dos movimentos de rua se reunissem e escolhessem uma pessoa neutra para cuidar das burocracias que cada evento exige, e os DJs que fossem os responsáveis por cada evento convidasse os demais para tocar, e ali divulgarem seus próprios eventos, e também serem bem ‘sucintos’ nas falas, para não gerar um esfriamento para quem quer dançar e curtir o evento! Com isto o movimento vai se fortalecendo e gerando oportunidades de eventos para todos! Belo Horizonte é considerada a Capital do Soul, mas o Rio de Janeiro esta crescendo e fortalecendo o movimento a cada dia que passa, nós fizemos uma caravana no passado e fomos para lá ajudar a resgatar o movimento junto com o “Dema”. No começo as pessoas de lá resistiam, mas com o tempo foi crescendo o movimento como está nos dias de hoje com a união das equipes! Então finalizando aqui meu depoimento deixo uma palavra para reflexão: Nós (Dançarinos, Donos de casa de eventos, Djs, Frequentadores e Simpatizantes) precisamos nos unir porquê a união faz a força e divisão só afasta as pessoas! Não foi possível mencionar alguns nomes, alguns eventos porquê acabamos nos esquecendo de tantas coisas que aconteceram, mas desde já agradeço a “Revista Soul Black Tie Belo Horizonte” pela oportunidade e consideração pelo nosso movimento! Black Steve. * Por Sergio Silgerd


12

No 004 - Belo Horizonte, Agosto de 2018

Evento Beneficente

Movimento Cultural Black Minas

Conforme informado pelo DJ Waldir Black, Detentor da Marca, acontece o “Primeiro Encontro Movimento Black Minas”, no dia 19/08/2018 no “Bar das Meninas”, Av. Alfonsus de Guimarães esquina com R. Fluorina no bairro Santa Efigênia a partir das 15:00 horas, com muito Soul Music para ouvir e dançar muito. Baile Aberto.

Soul Santa Luzia

Todos os sábados na AV. Brasília, 1934, esquina com Rua Alvorada, no bairro São Benedito em Santa Luzia, das 19:00 as 23:00 horas, o Soul e Funk Music corre solto sob o comando do DJ Jair Black. Baile Aberto. Dia 18/08/2018 a partir das 18:00 Horas tem a presença da “Equipe Arte Soul” animando o evento.

CIA do Soul

Segundo informações do Mr. Lourinho, Representante da Marca, todas a sextas feiras de junho ocorrerão bailes na “Praça José Belém Barbosa” no bairro São João Batista a partir das 19:00 horas, na av João Samaha. Sonorização por conta de Mister Marcos. Baile Aberto.

Brother Soul

Mestre Tito, Representantes da Marca nos informou que todos os domingos de junho acontecerão bailes no Centro Comercial João Paulo II na Rua Antônio Eustáquio Piazza, 2514 - Tirol, Belo Horizonte. No comando o DJ Conrrado Brown, com muito Dance, Funk e Soul Music, das 15:00 as 20:00 horas. Baile Aberto. No próximo feriado dia 15/08 das 15:00 as 20:00 horas tem baile. Baile Aberto.

Movimento Soul BH

Mr. Sir Valter nos informou que no próximo dia 19/08/2018 no “Parque Municipal” Américo Renné Giannetti, a partir das 10 hs. da manhã até as 13 hs. Baile Aberto.

TNT Som

Segundo informações de DJ Magno, acontece no próximo dia 25/08/2018 a partir das 21:00 Horas, “O Melhor do Falsh Back” no “Restaurante Chalezinho”, na rua Deniz Cristina da Rocha, 1.800 – Justinópolis, com muito Disco e Soul Music sob o comando dos DJs Paulão (TNT Som) e Magno. Entrada: Masculino R$ 15,00 e Feminino R$ 10,00.

O evento vai ser no “Regimento de Cavalaria da Polícia Militar de Minas Gerais” à Rua Platina 580 no bairro Prado, no dia 18/08/2018 as 22hs. A organização do evento esta por conta dos “Brothers” G. Pimenta e Teixeira. Vai rolar muito Soul, Funk e Disco Music e também aquele Samba de Raiz. O evento comemora o aniversário do SubTenente Nunes e tem como objetivo uma diversão saudável e o angariamento de alimentos para famílias carentes e em situação de vulnerabilidade. No comando das Pick Ups estarão os DJs Geraldinho (Quarteirão do Soul) e Waldir Black (Movimento Cultural Black Minas) tocando só as melhores para os presentes. Entrada: 2 quilos de alimento não perecível.

Casarão do Soul

Esta é a agenda nos foi passada por Paulo Roberto. Dia 04/08/2018 - DJ Sérgio; Dia 11/08/2018 - DJ Silvânia do Estilo Soul; Dia 18/08/2018 - Discotecário Conrad Brown do Brother Soul; Dia 25/08/2018 - DJ Sérgio; Dia 01/09/2018 - DJ Silvânia do Estilo Soul; BH a Capital do Soul - Casarão do Soul a nossa casa - Rua rio de janeiro 195 centro – Belo Horizonte - Sábados as 22:00 horas. Entrada: R$ 10,00.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.