Soublacktie 001

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Belo Horizonte, Maio de 2018 - No 001 - Distribuição Dirigida e Gratuita

14 anos de Quarteirão do Soul

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om origem no fim da década de 1950, nos Estados Unidos, a Soul Music ganhou o mundo. O ritmo se popularizou no Brasil nos anos 70, tomando conta de várias casas de baile em Belo Horizonte. Com o passar dos anos, este gênero dançante foi perdendo espaço na capital e as manifestações relacionadas a ele se tornaram raras. Porém, permaneceram os amantes do estilo musical na cidade. Tanto que, em 2004, surgiu o Movimento “Quarteirão do Soul”, evento que acontecia todos os sábados na capital mineira. O ultimo dia 21/04/2018, abriu os dois dias de comemoração do aniversário de quatorze anos do Movimento Quarteirão do Soul, com um baile na rua Santa Catarina, entre avenida amazonas e rua Tupis, sob a coordenação da Dama Goreth e o toque maestral do DJ Geraldinho ‘derretendo a pista’. No dia 22/04/2018, houve o encerramento da comemoração na Praça Sete de Setembro que repetiu o sucesso do dia anterior. A Equipe desta Revista agradece pela cobertura exclusiva desta festa que marcou o mês de Abril e mostrando que com a união é possível perpetuar a Arte e a Cultura Black Soul. Páginas 08 e 09

Destaques desta edição Opinião Ray Charles Discotecários, Disck jokeys e Video jokeys

Pág 02

Finalizando o entendimento com o R&B

Pág 07

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FreeStyle: Tecnologia levada a sério

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Agenda e Point Dance

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No 001 - Belo Horizonte, Maio de 2018

Porta Voz

em, Amigos, a Edição 000, foi uma edição de ‘lançamento’ e ‘apresentação’ da “Revista Soul Black Tie Belo Horizonte” a toda a sociedade Black Soul Music and Dance. A partir desta Edição 001 do mês de Maio, estaremos correndo toda a Grande Belo Horizonte e sim, dando voz a DJs, Dançarinos e Frequentadores Veteranos e Iniciantes na ‘Arte e Cultura Black Soul Music and Dance’, para que todos os leitores possam se ver e se reconhecer nesta Revista Artística e Cultura. Durante o mês de Abril, estivemos visitando anonimamente alguns locais citados na primeira edição com o intuito de conhecer e avaliar a Integridade, o Público, a Interatividade, a Segurança, a Uniformidade, a Frequência, apreciar o trabalho dos DJs e a Qualidade Sonora. Aproveitamos para conversar com frequentadores, para termos uma real ideia sobre os locais. Tenho a dizer que muito nos agradou as indicações que nos foram passadas por colaboradores e espero que continuem a nos enviar estas dicas maravilhosas. As “Blits” vão continuar, são visitas surpresas, com entrevistas surpreendentes, sem maquiagens. Nossa equipe é pequena, composta por pessoas de ótimo cunho profissional como Radialista, Músico, DJs, Produtores, Promoters e Publicitários, porem estamos nos desdobrando para trazer a informação e os fatos verídicos para toda a comunidade Black Soul Music and Dance’. Estamos somente no começo de uma longa caminhada que, tenho certeza, vai ser difícil, repleta de erros e acertos, mas estamos preparados para acolher os elogios, sem nos exaltar, e aceitar as criticas, analisando-as para fazermos uma Revista cada vez melhor e com a cara de todos vocês, pois queremos ser realmente o porta voz de todos os amantes desta que é a nossa alma, o nosso soul, na verdade o nosso estimulo de vida. A ‘Arte e Cultura Black Soul Music and Dance’ deve ser preservada por nossos filhos netos e bisnetos, não somos mais jovens e adolescentes, mas temos nossa juventude preservada em nossos Bailes, em nossos Encontros, em nossa Arte, em nossa Cultura, em nossa Experiência, em nossa Vivência, em nosso Suor, em nossa Memória, em nossos Corpos, em nossa Alma e em nosso Soul. Pois Eu Amo muito tudo isso, e quero que as novas gerações Perpetuem o que nos Aprendemos, Fizemos, Dançamos, Cantamos e Temos como guia para continuarmos Ativos e Vivos. Esta é a Humilde vontade deste editor de uma Revista que já nasceu Democrática. AbraSoul.

Sobre a Revista Soul Black Tie

Ronaldo Bernado (Ronaldo Black)- Dançarino

Boa sorte. Espero um dia poder dar minha entrevista sobre os Black das antigas, Máscara Negra e Quarteirão do Soul. Como iniciou, fundadores, objetivos, costumes, os melhores dançarinos da época, músicas, modas, hábitos, gírias e lendas vivas. Está revista pode ajuda muitas pessoas a entende nossa cultura, uma cultura marcada pela repressão, e é uma maneira de mostra os verdadeiros acontecimentos, a volta do Soul com força total em BH, TV, rádios, jornais e tudo mais eu espero. Abrasoul

DJ A Coisa - DJ e Produtor

Tenho certeza que os que não gostaram são analfabetos que não sabem ler mesmo, no mais, se tiver mais algum Dj Yza Esaú ai fica claro que a dor de cotovelo esta muito forte, só posso dizer felicidades sempre.

Aloisio Gomes Vaz (Black Steve) - Dançarino

Parabéns mano, pena que os verdadeiros guardiões do estilo original da dança Soul, já consagrado no Brasil não aparece e nem tem entrevista de nenhum deles, que fizeram a história de nosso estado no Soul, mas valeu.

Evani Rosa - Empresária

Parabéns amigo! Trabalho lindo, interessante, informativo, democrático e de muita valia em nosso meio Black!

Paulo Roberto Diretor do Casarão do Soul

Parabéns DjYza Esaú por elevar o Black soul por intermédio da sua cultura e competência, o Casarão do Soul te parabeniza.

Adilson Galdino - Amante da Boa Música

Parabéns Esaú!! Ficou simplesmente maravilhosa...! Obrigado por compartilhar essa preciosidade conosco, estamos juntos meus irmão. Com sua permissão vou enviar para alguns amigos que como nós aprecia uma boa musica!

Sergio Silgerd - DJ, Publicitário e Músico

Parabéns DjYza Esaú pela iniciativa, porquê isto, agrega valores para a cultura de BH e MG.

* Radialista, DJ e Produtor

Giovanini Pimenta - Amante da Black Músic

Parabéns, ótima iniciativa opção interativa para informar aos adeptos do Soul a sua essência!!!


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Belo Horizonte, Maio de 2018 - No 001

Ray Charles Seu nome de batismo, Ray Charles Robinson, foi encurtado para Ray Charles quando entrou na indústria do entretenimento para não ser confundido com o famoso boxeador Sugar Ray Robinson. Considerado um dos maiores gênios da música norte-americana, Ray Charles também foi um dos responsáveis pela introdução de ritmos gospel nas músicas de R&B. Foi eleito pela Rolling Stone o 2º maior cantor de todos os tempos e 10º maior artista da música de todos os tempos.

Vida e carreira

Era filho de Aretha Williams, que trabalhava na área rural, e Bailey Robinson, um reparador de ferrovia, mecânico e biscateiro. Os dois nunca se casaram. A família mudou-se para Greenville, Flórida, quando Ray era um bebê. Bailey teve mais três famílias, Aretha cuidava da família sozinha. Ray Charles ficou totalmente cego aos sete anos de idade. Charles nunca soube exatamente por que perdeu a visão, apesar de existirem fontes que sugerem que sua cegueira era devido a glaucoma, enquanto outras fontes sugerem que Ray começou a perder a sua visão devido a uma infecção provocada por água com sabão nos seus olhos, que foi deixado sem tratamento. Frequentou a Escola para Cegos e Surdos de Santo Agostinho, em St. Augustine, Flórida. Aprendeu também a escrever música e tocar vários instrumentos musicais, mas o melhor e mais conhecido é o piano. Enquanto ele estava lá, a mãe dele morreu seguido por seu pai dois anos depois. Órfão na adolescência, Ray Charles iniciou a sua carreira tocando piano e cantando em grupos de gospel, no final dos anos 1940. A princípio influenciado por Nat King Cole, trocou o gospel por baladas profanas e, após assinar com a Atlantic Records em 1952, enveredou pelo R&B. Quando o Rock & Roll estourou com Elvis Presley em 1955, e cantores negros como Chuck Berry e Little Richard foram promovidos, Ray Charles aproveitou o espaço aberto na mídia e lançou sucessos como “I Got a Woman” (gravada depois por Elvis), “Talkin about You”, “What I’d Say”, “Litle girl of Mine”, “Hit the Road Jack”, entre outros, reunindo elementos de R&B e gospel nas músicas de uma forma que abriram caminho para a “Soul Music” dos anos 1960, e tornando-o um astro reverenciado do pop negro.

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ay Charles nasceu em Albany em 23 de setembro de 1930 e faleceu em Los Angeles no dia 10 de junho de 2004, foi um pianista norte-americano, pioneiro e cantor de Soul Music, Blues e Jazz que ajudou a definir o seu formato ainda no fim dos anos 1950, além de um inovador intérprete de R&B.

A partir de então, embora sempre ligado ao soul, não se ateve a nenhum gênero musical negro específico: conviveu com o Jazz, gravou baladas românticas chorosas e standards da canção americana. Entre seus sucessos históricos desta fase estão canções como “Unchain My Heart”, “Ruby”, “Cry Me a River”, “Georgia On My Mind” e baladas country tais como “Sweet Memories”, e seu maior sucesso comercial, “I Can’t Stop Loving You”, de 1962. Apesar de problemas com drogas que lhe

casa em Beverly Hills, Califórnia, aos 73 anos de idade, às 11h35 do dia 10 de junho de 2004, cercado por familiares e amigos após combater uma doença hepática aguda. O funeral do artista, que contava então com 73 anos de idade, ocorreu em 18 de junho na Primeira Igreja Metodista Episcopal de Los Angeles, com a presença de vários outros artistas ilustres da música norte-americana. B.B. King, Glen Campbell, Stevie Wonder e Wynton Marsalis foram alguns dos artistas presentes que

Ray Charles, um dos Precursores da Soul Music prejudicaram a carreira, as interpretações de Ray Charles sempre foram apreciadas, não importando as músicas que cantasse. Uma “aura” de genialidade reconhecida acompanhou-o até o fim da vida e mais do que nos últimos álbuns que gravou, era nas suas apresentações ao vivo que o seu talento único podia ser apreciado.

Morte

Em 2003, Charles havia realizado uma bem-sucedida cirurgia de substituição do quadril, planejando voltar imediatamente aos trabalhos, antes de sofrer outros impedimentos. Charles faleceu em sua

performaram em homenagem à Charles. O corpo do cantor foi sepultado no Cemitério Inglewood Park. Seu último álbum, Genius Loves Company, foi lançado postumamente dois meses após o ocorrido, e consiste em duetos com vários artistas contemporâneos seus e de gerações posteriores, como o próprio B.B. King, Van Morrison, Willie Nelson, James Taylor, Gladys Knight, Michael McDonald, Natalie Cole, Elton John, Bonnie Raitt, Diana Krall, Norah Jones e Johnny Mathis. O álbum recebeu oito Prêmios Grammy, incluindo Melhor Álbum Pop,

Álbum do Ano, Gravação do Ano e Melhor Colaboração de Pop com Vocais; também foram altamente elogiados seus duetos com Elton John e B.B. King. O álbum inclui uma versão de “Over the Rainbow”, de Harold Arlen e E.Y. Harburg, gravada em dueto com Johnny Mathis.

Vida pessoal

Um notório mulherengo, Ray Charles teve dois casamentos e foi pai de doze filhos, com nove mulheres diferentes. Sua primeira filha foi Evelyn, nascida em 1949, fruto de sua relação com Louise Flowers. Seu primeiro casamento foi com Eileen Williams Robinson em 31 de julho de 1951, sendo que ambos se separaram em 1952, pouco mais de um ano depois. O segundo casamento foi com Della Beatrice Howard Robinson, carinhosamente apelidada de “B”, em 5 de abril de 1955. O casamento durou 22 anos e gerou três filhos: Ray Jr. (nascido em 1955), David (nascido em 1958) e Robert (nascido em 1960). Durante o casamento, Charles sentiu que seus problemas com heroína afetaram a esposa. Posteriormente, o cantor teve um relacionamento de seis anos com Margie Hendricks, uma de suas Raelettes, da qual teve Charles Wayne (nascido em 1959). Seu caso com Mae Mosley Lyles resultou em outra filha, Raenee, nascida em 1961. Em 1963, Charles e Sandra Betts tiveram uma filha, batizada Sheila Jean Robinson. Em 1966, mais duas filhas nasceram ao cantor: Aretha e Alexandra. Charles e Della Howard divorciaram-se em 1977 e no mesmo ano, o cantor teve um filho com Arlette Kotchounian, chamado Vincent. No ano seguinte, nasceu-lhe Gloria Moffett. Seu filho mais novo, Ryan Corey, nasceu em 1987, fruto de seu relacionamento com Mary Anne den Bok. Charles deu a cada um de seus 12 filhos US$ 1.000.000,00 (um milhão de dolares) sem impostos em 2004, pouco antes de morrer. Referências: Van Morrison - 100 Greatest Artists: Ray Charles (em inglês). / Ray Charles Biography SwingMusic.Net. / Evans, Mike - Ray Charles: The Birth of Soul. * Soul Black Tie


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No 001 - Belo Horizonte, Maio de 2018

Funk Music é feito para dançar #2 Continuação da edição 000

Década de 1960

Muitos creditam a criação do gênero ao baterista “Chuck Connors”, que assim como “Earl Palmer”, fora baterista de “Little Richard”. Após a saída temporária de “Little Richard” da música secular para se tornar um evangelista, alguns dos membros da banda de “Richard” se juntaram a “Brown” e à sua banda “Famous Flames”, começando uma sequência de sucessos, a partir de 1958. Em meados da década de 1960, o grupo “Sly and Family Stone” promoveu uma mistura de Soul, Rock psicodélico e Funk. A banda “The Isley Brothers” com o então desconhecido “Jimi Hendrix”, havia feito uma fusão de Rock e Soul na canção Testify (1964).

Década de 1970

Nos anos 1970, influenciado por Jimi Hendrix e Sly and Family Stone, George Clinton, com suas bandas Parliamente, posteriormente, Funkadelic, desenvolveu um tipo de “Funk” mais pesado, influenciado pelo ‘Jazz’ e pelo ‘Rock’ psicodélico. As duas bandas tinham músicos em comum, o que as tornou conhecidas como Parliament-Funkadelic. O surgimento do Parliament-Funkadelic deu origem ao chamado “P-Funk”, que se referia tanto à banda quanto ao subgênero que desenvolveu. O Movimento Funk era inicialmente desconhecido para o público branco, ele finalmente consegue espaço, especialmente graças a música disco, na segunda metade da década de 1970. Outros grupos de Funk Music surgiram nos anos 1970: “Mandrill”, “B.T. Express”, “Average White Band”, “The Main Ingredient”, “The Commodores”, “Earth, Wind & Fire”, “War”, “Lakeside”, “Brass Construction”, “KC and the Sunshine Band”, “Kool & The Gang”, “Chic”, “Cameo”, “Fatback”, “The Gap Band”, “Instant Funk”, “The Brothers Johnson”, “Ohio Players”, “Wild Cherry”, “Skyy”, e músicos/cantores

Banda Earth, Wind & Fire, um dos grandes fisons do Funk Music como “Jimmy ‘Bo’ Horne”, “Rick James”, “Chaka Khan”, “Tom Browne”, “Kurtis Blow” (um dos precursores do Rap) e os popstars Michael Jackson e Prince, esse último formou o Time, originalmente concebido como um ato de abertura para ele e baseado em seu “som de Minneapolis”, mistura híbrida de Funk Music, R&B, Rock, Pop e New Wave. A música disco dividia opiniões, enquanto “James Brown” se intitulou o ‘The Original Disco Man’ no disco homônimo de 1979, no Brasil, “Tim Maia” gravou o álbum ‘Tim Maia Disco Club’ (1978), com a participação da “Banda Black Rio” e produção de Lincoln Olivetti, George Clinton compôs “(Not Just) Knee Deep” (1979), um manifesto contra o estilo. O Funk foi também exportados para a África, e se fundiram com canto e ritmos africanos para formar o afrobeat. O Músico nigeriano Fela Kuti, que foi fortemente influenciado pela música de James Brown, é considerado o criador do estilo.

Década de 1980

Na década de 1980, em grande parte como uma reação contra o que foi visto como o excesso da música disco, muitos dos elementos principais que formam a base da fórmula P-Funk começou a ser usurpado por máquinas eletrônicas e sintetizadores. Naipes de metais foram substituídos por teclados sintetizadores, e os metais que

permaneceram receberam linhas simplificadas, e poucos solos. Os teclados clássicos do funk, como o órgão Hammond B3, o clavinete Hohner /ou o piano Fender Rhodes começou a ser substituídos pelos novos sintetizadores digitais como a Yamaha DX7. Caixas de ritmos como a Roland TR-808 começaram a substituir os “bateristas funk” do passado, e o estilo slap e pop de tocar baixo eram muitas vezes substituídos por linhas de baixo do sintetizador. As letras das canções do funk começaram a mudar a partir de duplos sentidos sugestivos para o conteúdo mais gráfico e sexualmente explícito. Nessa época, surgiram também algumas derivações do Funk Music como o Electro que fazia grande uso de samplers, e sintetizadores. Tais ritmos se tornaram combustível para os movimentos Break e Hip Hop. Os derivados da Funk Music, o Rap e o Hip Hop, porém, começaram a se espalhar, com bandas como “Sugarhill Gang”, “Grandmaster Flash & The Furious Five” e “Soulsonic Force” (em parceria com “Afrika Bambaataa”). A partir do final dos anos 1980, com a disseminação dos samplers, partes de antigos sucessos de Funk Music (principalmente dos vocais de James Brown, conhecidos como ‘Woo! Yeah!’ e a bateria de seu single ‘Funky Drummer’, executada por “Clyde Stubblefield”) começaram a ser copiados

para outras músicas pelo novo fenômeno das pistas de dança, a House Music. Outra canção copiada foi “Amen, Brother” da banda “The Winstons”, o solo copiado passou a ser conhecido como ‘Amen break’. Os anos 1980 viram também surgir novos artistas fazendo as fusões Funk Rock, uma mistura entre guitarras distorcidas de Rock ou Heavy-metal a batida do Funk, em grupos como Red Hot Chili Peppers (rock) e Primus (heavy metal), a banda Red Hot Chili Peppers inclusive teve o segundo álbum produzido por George Clinton.

Década de 1990

Na década de 1990, artistas surgem do movimento ‘Acid Jazz’ que moldaram bandas como ‘Brand New Heavies’, ‘Incognito’, ‘Galliano’, ‘Omar’ e ‘Jamiroquai’, que se inspiraram em elementos importantes do funk. No entanto, eles nunca chegaram perto de alcançar o sucesso comercial do funk em seu auge, com a exceção de ‘Jamiroquai’, cujo álbum ‘Travelling without Moving’ vendeu cerca de 11,5 milhões copias. Desde meados da década de 1990 emerge a cena ‘Nu-funk’, intimamente relacionado com o ambiente “deep funk”, produzindo um novo material influenciado pelo som de raridades do funk, que não tiveram sucesso (mainstream). * Soul Black Tie


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Belo Horizonte, Maio de 2018 - No 001

Discotecários, Disck jokeys e Video jokeys

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té a década de 1970, só existia um profissional que animava as festas e bailes mecânicos: era o “Discotecário”. Bem, o “Discotecário” era a pessoa contratada para trocar os discos das vitrolas. Com o aparecimento da ‘Disco’, e o avanço da tecnologia o “Discotecário” era o responsável por trocar as músicas das Pick-Ups e intercambiar uma e outra pick-up durante toda a festa, evitando que acontecessem os famosos buracos entre uma música e outra, o que obviamente ‘esfria’ a pista de dança. Até ai, tudo bem, porem este profissional tinha que no mínimo conhecer os LPs e as músicas de sucesso, e claro ter um certo ‘feeling’ para escolher a música certa para entrar depois da outra e manter a pista bem aquecida. A partir do início da década de 1980, ainda com o avanço da tecnologia (aparecimento do ‘Mixer’ [em português ‘misturador’]), os “Discotecários” continuaram o seu trabalho de trocar música. Apenas alguns insatisfeitos se autodenominaram “DJs” (Disc Jokeys), pois além de trocar músicas eles começaram a emendar uma música na outra, mantendo as batidas iguais, lançando assim a mixagem. No final da década de 1980, novamente com o avanço da tecnologia, apareceram as baterias eletrônicas, e alguns “DJs” evo-

luíram e iniciaram uma performance até então nunca vista ou ouvida (era Tecno-Funk, Breack, etc.), inceriram o scretch, o beck to beck, o sampler, os efeitos de voz e as distorções sonoras e harmônicas. Nascia daí os “DJs Performaticos”. Mantendo o foco na evolução tecnológica e na cronologia, não poderia deixar de mencionar o aparecimento dos “VJs” a partir de meados da década de 1990. Os “VJs” (vídeo Jokeys) apareceram pelo simples fato de amarem vídeo clips, e terem a visão de que seria a ‘bola da vez’, e realmente tiveram uma sacada ‘foda’ demais. Tanto que toda casa noturna que se prese, tem um “VJ”, além é claro de um “DJ”, pois, se o “VJ” não esta exibindo os vídeos, ele esta cuidando de exibir o visual luminoso, que é matéria para a próxima edição. Então resumindo: Existem “Discotecários” (trocadores de música), “DJs Clássicos” (adoram mixar), “DJs Performáticos” (amam fazer a música diferente) e os “VJs” (apaixonados por vídeo clips). Para ser qualquer um deles e necessário ter “Talento, Feeling, Ouvido afinado, Sintonia com o público, Visão emergente, Atitude, Austeridade, Profissionalismo, Fidelidade, Muito Treino e, por incrível que pareça, Humildade (nunca subserviência).

* DJ Yza Black Tie

Tecnologia e música: como montar seu próprio estúdio de gravação dentro de casa?

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omputadores, tablets, softwares e muito talento se encontram para a gravação das músicas que você ouve.

Esta é para os amantes da música. Não só os ouvintes, mas também os produtores. Há alguns anos, montar um estúdio desses era muito difícil. Precisava ter muitos equipamentos caros. Mas, hoje em dia, com um computador, um interface de boa qualidade e algumas superfícies de controle e outros acessórios, você consegue ter um “home studio” e fazer produções de alto nível. A base de qualquer estúdio hoje em dia é o computador, seja ele caseiro ou profissional. Aliado a ele, é necessário ter um equipamento conhecido como “interface de áudio”. Ele é o responsável por transformar o som da voz e dos instrumentos em um arquivo digital. Antes de começar a produzir, é interessante pensar em controladores que complementem o clique do mouse e o tradicional teclado. Atenção para um mito. Tem muita gente que acha que só é possível produzir música em computadores da Apple. Mas, muito além dos Macs, existem dezenas softwares de produção para Windows e, boa notícia, também para Linux. O importante é que você teste-os e veja com qual você melhor se adapta, pois todos eles irão te dar os recursos necessários para se ter uma boa produção de áudio, como plugins, compressores e equalizadores”. O estúdio Também pode ser portátil. Com programas específicos para tablets, e tão

completos quanto os dos computadores, hoje, é possível gravar e produzir qualquer som em praticamente qualquer lugar. O software de produção musical no tablet ainda dá a possibilidade de você plugar um microfone ou outro instrumento para gravar direto no dispositivo ou ainda simular violões, teclados, guitarras e sintetizadores: Os mesmos recursos que você tem em uma ‘workstation’, ou seja, em um computador, hoje, você já consegue ter dentro de um iPhone e iPad.

Tudo muito bacana. Mas, e quanto custa montar um estúdio pessoal?

O computador deve ter um processador rápido e atual, mas mais do que isso, deve ter, no mínimo 8GB de memória RAM. Ou seja, estamos falando de um máquina de uns R$ 2500,00 mil. Um microfone bom sai em torno de R$ 300,00. A indispensável interface musical custa, em média, R$ 500,00. Para finalizar, boas caixas acústicas para ouvir as gravações saem por outros R$ 500,00. Ou seja, se você ainda não tiver um computador, vai gastar em torno de R$ 4.000,00 mil para montar seu próprio estúdio. A era digital realmente democratizou a produção de músicas. Hoje, muito mais gente pode começar a brincar. Daí para frente, entra o talento. * Esaú Gonçalves


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No 001 - Belo Horizonte, Maio de 2018

Finalizando o entendimento com o R&B

Continuação da edição 000

Música negra e música branca

A troca de influencia de raças já havia começado, segundo o historiador Bill Edwards, antes da Feira Mundial de Chicago de 1893 (data formal do surgimento do ‘Ragtime’) em botecos americanos e dos bairros de bordéis, concorrendo, negociando e trocando tradições musicais, no caso estilos europeus e ritmos africanos. Assim se desenvolve o ‘Ragtime, e, depois surge a primeira variante do rag, o ‘Jazz’, brotando através do ragtime e do ‘Blues’. Os brancos por sua vez passam a ser cada vez mais presentes, e nos anos de 1930 com a influência da instrumentação do clássico passam a desenvolver as ‘Big Bands’, como exemplo Paul Whiteman e sua orquestra. Com as Big Bands surge o swing, com um dos pioneiros Benny Goodman, Glenn Miller, Count Basie, entre outros. E um dos maiores nomes do “Rhythm & Blues” é um branco, o multi-instrumentista Johnny Otis, também líder de bandas de ‘Swing’ nos anos de 1940. Outros exemplos desta troca de influências são a música cajun, creole e zydeco, este último sendo uma influencia do Rhythm ‘n’ Blues.

Crescimento do boogie woogie

No ano de 1938 ocorreu o primeiro maior evento de música de origem “inicial negra” do país, no Carnegie Hall chamado de ‘’From Spirituals To Swing’’ onde tocaram várias “feras” do Swing, Blues, Boogie Woogie como, Benny Goodman, Count Basie, Meade Lux Lewis, entre outros. Lá se destacou o Boogie Woogie com Big Joe Turner e Pete Johnson com Roll Em’ Pete, considerada das mais antigas gravações de Rock, embora seja ainda um Boogie bem rápido cantado, lembrando o seu primo stride em instrumental e andamento. A partir deste evento, surgiu a loucura boogie (boogie crazy), onde todos

os estilos passaram a implementar o boogie woogie nas canções, e o gênero passa à ser sucesso no país. O boogie se desenvolveu no início do século XX principalmente nas honky tonks, bares que tinham de tudo, dança e música de várias etnias, além dos pianos verticais e mal cuidados, onde negros e brancos frequentavam. Os negros eram da influencia tonal do blues na música honky tonk, música esta baseada nos ragtimes, e enfatizava mais o lado percussivo ou rítmico. A música honky tonk foi responsável pelo desenvolvimento do country moderno e do western swing. Diferente do boogie woogie, o stride, que vinha de Harlem, era mais rápido e virtuoso. Assim como o boogie woogie, seu irmão stride surgiu do ragtime na mesma época, ou seja, de uma diversidade etnocultural, ou uma homogeneidade identitária. O ragtime foi importante para o surgimento do jazz, sendo o stride uma das manifestações mais antigas do antigo jazz. Músicos de country desenvolvem o bluegrass (estilo acústico), western swing, e, o swing desenvolve o jump blues, com uma volta às origens simples do blues e boogie woogie, porém mais harmônico que o blues e mais simples que o swing.

Sucesso e etimologia

Um dos pioneiros a fazer sucessos no gênero foi Louis Jordan and His Tympany Five, com músicas jazz-blues, passa a fazer sons mais dançantes e simples atingindo um público maior, quebrando a separação dos públicos branco e negro. O exemplo mais concreto de reconhecimento deste gênero foi Caldonia em 1945. Um outro exemplo jump dele é a “G.I Jive” de 1944. O jump blues foi a primeira manifestação reconhecida do estilo musical “Rhythm & Blues”, sendo Louis Jordan conhecido como o pai do Rhythm & Blues. Caledonia é considerado como o nascimento do Rock & Roll. Por outro lado, com o impulso do jazz dos anos de 1930, o avanço do boogie woogie e pelo avanço tecnológico, os músicos influenciados

Sade Adu - Intérprete fortemente pelo blues clássico passam a desenvolver o bar blues, onde eram tocados em guetos de Chicago, Detroit, que, era caracterizado pela presença da gaita. Pouco depois seria popularizado por Muddy Waters, Howlin’ Wolf, Elmore James, entre outros. O termo por sua vez foi criado por Jerry Wexler em 1948 para tentar quebrar o termo race music popularizado pela Race Records, lembrando que, mesmo sendo uma música com certa influência de ambas as raças, era predominada por músicos negros. O ‘’R&B’’ em sua abreviação se refere também a tudo que envolvia e envolve até hoje a música negra, chamado de R&B Charts (paradas de R&B). Nas paradas de R&B também incluíam blues genuínos, melódicos, jazz, swing, boogie woogie e gospel, gravados por músicos negros.

Tecnologia e eletricidade

Foi na época do swing que a guitarra elétrica passa a ser construída pela companhia Rickenbacker, vindo de guitarra havaiana, e depois construindo a guitarra elétrica. Os primeiros guitarristas a usarem a guitarra elétrica foram do swing e western swing. Consta que a primeira gravação de guitarra elétrica foi em 1935 por Jim Boyd para o wes-

tern swing. Passou a ser usada mais constantemente, e Les Paul (músico de country e jazz) cria no início dos anos de 1940 a guitarra de corpo sólido, a ‘’log guitar’’. Agora o Rhythm & Blues de Chicago com Muddy Waters e contemporâneos, de Memphis com B.B. King, começam a usar definitivamente a guitarra elétrica, além da Fender Telecaster. Exemplo é o jump blues de 1945 de T-Bone Walker com uma guitarra forte e suja na T-Bone Boogie entre outros jumps com bastante guitarra em 1946 e 1947 dele, e em 1946 de Joe Turner com guitarra mais presente, a My Gal’s A Jockey, além da Salt Pork, West Virginia de 1946 de Louis Jordan com solo de guitarra presente, e por fim, o blues de chicago passa à desenvolver um blues mais pesado. Segundo Fats Domino, o Rhythm and Blues não tem diferença do Rock and roll, e Joe Turner disse uma certa vez; Rock ‘n’ Roll não é nada mais do que um nome diferente para o mesmo tipo de música que ando cantando por toda a minha vida. Com a explosão do Rock and Roll, o Rhythm and Blues se fortalece ritmicamente evoluindo em mais estilos como o Soul, no exemplo de I Got Woman de Ray Charles, um dos maiores clássicos do Rock ’n’ Roll, com influencia mais explícita do Spirituals, e também Little Richard que foi o ídolo de James Brown e Otis Redding. Referências: R&B Music overview - AllMusic Guide; “Jump Blues” Small rhythm and horn driven jump bands achieve early success”/ E. M. Komara, Encyclopedia of the blues (Routledge, 2006), p. 118./ “A brief history of Rhythm’n’Blues” – Scaruffi/ “Honky Tonk” - Urban Dictionary/ Luiz Carlos Maciel - “Rhythm And Blues”/ “The Soul of Jerry Wexler” - The New York Times/ Govenar, Alan B., Jay F. Brakefield. Deep Ellum and Central Track: Where the Black and White Worlds of Dallas Converged (University of North Texas Press, 1998) pp. 242-243 Soul Black Tie


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Belo Horizonte, Maio de 2018 - No 001

Continuando a viagem pela História Continuação da edição 000

Desenvolvimento

O desenvolvimento da Soul Music foi acelerado graças a duas tendências: o R&B e o gospel. Artistas como “Ben E. King”, “Ray Charles”, “Solomon Burke”, “Jackie Wilson”, “Sam Cooke” e “The Isley Brothers” fundiram a paixão dos vocais gospel com a música cativante e rítmica do R&B, formando assim o Soul no final dos anos 1950. Socialmente, a grande audiência de adolescentes brancos que ouvia (inicialmente) cópias (ou “covers”) brancos do R&B e sucessos de Rock começou a procurar gravações dos artistas negros originais, tais como “Little Richard” e “Chuck Berry”. No fim dos anos 1950, isto fez com que várias gravadoras buscassem versões vendáveis de música. Os mais influentes selos de gravadoras eram a “Stax records”, baseada em Memphis, Tennessee, e a Motown, baseada na região de Detroit. Durante os anos 1960, a Soul Music era popular entre negros nos Estados Unidos, e entre muitos ouvintes influentes espalhados pelos Estados Unidos e Europa. Artistas do chamado “Blue-eyed Soul” (“Soul Branco”); músicos brancos que tocavam para platéias brancas tais como “The Righteous Brothers” alcançaram um grande sucesso em curto prazo, apesar de artistas como “Aretha Franklin”, “Esther Phillips” e o músico “James Brown” terem provado ser mais duradouros. Outros importantes músicos de Soul da época foram “Solomon Burke”, “Bobby Bland”, “Otis Redding”, “Wilson Pickett” e “Joe Tex”. Da mesma forma que o “Blue-eyed Soul”, surgiu nesta época um grande número de variedades regionais do Soul. No início dos anos 1970, o soul foi influenciado pelo rock psicodélico e outras variedades, e artistas como “Marvin Gaye” (“What’s Going On”) e

Marvin Gaye - Compositor e Intérprete “Curtis Mayfield” (“Superfly”) lançaram declarações, em forma de discos, com duras críticas sociais. Artistas como James Brown conduziram o Soul para uma espécie de “jam festival” dançante, resultando nas bandas de Funk Music dos anos 1970, como o “Funkadelic”, “The Main Ingredient”, “The Meters” e “War”. Durante os anos 1970, algumas figuras do “Soul Branco” comercial, como “Daryl Hall & John Oates” alcançaram grande sucesso, e também grupos como “The Delfonics” e grupos do “soul da Filadélfia”. Por volta do fim dos anos 1970, a Disco Music dominava as paradas, e o Funk, o “Philly Soul” (Soul da Filadélfia) e muitos outros gêneros foram influenciados pelo ritmo da Discothèque. Um exemplo foi o grupo de “Philly Soul” “MFSB” (produzidos por Kenneth Gamble e Leon Huff) ou o dançante Funk de “Rick James” (“You and I”), de 1978. Com a “decadência” da Disco Music em fins dos anos 70, super-estrelas do soul, como “Prince” (“Purple Rain”) e “Michael Jackson” (“Thriller”) decolaram. Com vocais quentes e sensuais e batidas dançantes, estes artistas dominaram as paradas durante os anos 1980. Cantoras de soul tais como “Whitney Houston”, “Janet Jackson” e “Tina Turner” também ganharam grande popularidade durante a última metade da década. No início dos anos 1990,

enquanto o Rock Alternativo, o Heavy Metal de grupos como “Metallica”, e o “Gangsta Rap” dominavam as paradas, alguns grupos começaram a fundir o chamado “Hip Hop” ao Soul. “Michael Jackson” e o grupo “Boyz II Men” foram os mais populares dentre os pioneiros desta fusão. Durante a última parte da década, o chamado Neo Soul, surgiu e continuou esta mistura do Hip Hop ao soul, conduzido por nomes como “Christina Aguilera”, “Mariah Carey”, “Mary J. Blige”, “Lauryn Hill” e “Erykah Badu”.

Subgêneros

Soul de Detroit (Motown) - Dominados por “Berry Gordy” e sua gravadora Motown, o Soul de Detroit é fortemente rítmico e influenciado pelo Gospel. Freqüentemente inclui acompanhamento com palmas e uma forte linha de baixo, sons de violinos, sinos e outros instrumentos não-tradicionais. A Motown tinha sua própria banda, chamada “The Funk Brothers”. Outros artistas e grupos: “Marvin Gaye”, “The Temptations”, “Smokey Robinson”, “Gladys Knight & the Pips”, “Martha Reeves & The Vandellas”, “The Marvelettes”, “Mary Wells”, “Diana Ross” e o grupo “The Supremes”, “The Jackson 5”, “The Four Tops” e os compositores “Brian Holland”, “Lamont Dozier” e “Eddie Holland”. Soul de Memphis, Deep Soul e Southern Soul - Os termos Deep Soul e Southern

Soul geralmente se referem a um agitado e energético estilo de soul, combinando a energia do R&B com a pulsante música Gospel do sul dos Estados Unidos. O selo Stax Records de Memphis no Tenesse, deliberadamente cultivava um soul bem característico, o que incluía a colocação dos vocais bem atrás durante a mixagem da gravação do que em outros discos de R&B da época, o uso de metais em parte da gravação no lugar dos vocais de fundo, e um foco na parte mais baixa do espectro de freqüências sonoras musicais (sons graves). A grande maioria dos lançamentos da Stax foram acompanhadas pelas bandas da própria gravadora, “Booker T and the MGs” (que incluía lendas do soul como ‘Booker T. Jones’, ‘Steve Cropper’, ‘Donald “Duck” Dunn’ e ‘Al Jackson’) e “The Memphis Horns” (uma parte da secção de metais dos “The Bar-Keys”). O selo contava ainda com “Solomon Burke”, “Otis Redding”, “Carla Thomas”, “Sam & Dave”, “Rufus Thomas”, “William Bell” e “Eddie Floyd” entre seus astros. Soul de Chicago - O Soul de Chicago geralmente tinha influência da música gospel, mas o grande número de gravadoras com sede na cidade tenderam a produzir um som mais diversificado do que em outras cidades. “Vee Jay Records”, que durou até 1966, produziu gravações de “Jerry Butler”, “Betty Everett”, “Dee Clark”, e “Gene Chandler”. A “Chess Records”, um selo principalmente de blues e rock and roll, produziu um grande número de artistas de soul. “Mayfield” não só marcou muitos sucessos com seu grupo, “The Impressions”, mas escreveu muitas canções de sucesso para os artistas de Chicago e produziu sucessos nos seus selo próprios para “The Fascinations” e “The Five Stairsteps”. Soul Black Tie


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Quarteirão do Soul no coração de BH

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om origem no fim da década de 1950, nos Estados Unidos, a Soul Music ganhou o mundo. O ritmo se popularizou no Brasil nos anos 70, tomando conta de várias casas de baile em Belo Horizonte. Com o passar dos anos, este gênero dançante foi perdendo espaço na capital e as manifestações relacionadas a ele se tornaram raras. Porém, permaneceram os amantes do estilo musical na cidade. Tanto que, em 2004, surgiu o Movimento “Quarteirão do Soul”, evento que acontecia todos os sábados na capital mineira.

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abelo Black Power, ternos impecáveis, sapatos bicolores, comprimentos no estilo Black dos anos 70 e nas caixas de som, Soul e Funk Music no volume e na equalização corretos no meio da rua, bem no centro de BH

nos traziam e ainda trazem um verdadeiro flashback dos bailes de quatro décadas atrás, quando o Funk Soul – eternizado pelo norte-americano James Brown – era sucesso absoluto no Brasil. Basta lembrar-se da coreografia usada pelo cantor e ator brasileiro Tony Tornado, com sua cabeleireira Black Power, para ter

DJ Joseph, Beth Black, DJ Yza, DJ Geraldinho e DJ Waldir Tudo começou quando alguns amigos começaram a ouvir canções de James Brown e outros, em um som automotivo, numa rua do Centro. Empolgadas com a música, diversas pessoas se aglomeraram no local e começaram a dançar. O sucesso foi tanto que resolveram repetir o embalo no sábado seguinte dando assim, origem ao movimento. Daí não parou mais e a diversão ganhou o nome de “Quarteirão do Soul”.

Geraldinh e sua dama Goreth Som alto e figurões vestidos no mais fino estilo Black dos anos de 1970. Já teve até tapete, estendido no asfalto, os passos sofisticados dos dançari-

uma leve noção do estilo musical. E tudo acontecendo na rua. O que mais chama a atenção é que as pessoas estão lá para se divertir e dançar, sem segundas intenções. E mesmo sendo na rua, todos se respeitam e não há violência. Desde então, o evento se tornou atração da região central de Belo Horizonte. O “Quarteirão do Soul” é um resgate da arte e cultura Black que surgiu como uma forma de reencontrar os amigos que frequentavam os bailes Black do centro da cidade na década de 70 e que, com o passar dos anos, foram sendo empurrados para a periferia da cidade. Esse encontro de amigos é um dos pontos principais que move a organização do evento, que já faz parte do calendário oficial da cidade, reunindo centenas de amantes da música soul. O movimento soul é representando pela figura do cantor James Brown, ícone que tem seus passos e vestimentas copiados e celebrados por todos os fre-

quentadores do espaço. Atualmente, os bailes são realizados num quarteirão fechado da Praça Sete de setembro no centro de Belo Horizonte, sempre aos domingos, e replicado por outros movimentos na própria praça e em outros locais da Grande Belo Horizonte. Quem sempre comandou as batidas do embalo é o DJ Geraldinho, que quase sempre tem amigos e também DJs convidados a animar, sem falsos pudores, a turma de Blacks veteranos e os novos adeptos da Soul e Funk Music, tocando sempre os grandes sucesso musicais que embalaram os bailes dos anos 70 e meados dos 80. “E só acaba porque desligamos o som, se deixar o pessoal fica dançando a madrugada inteira”, brinca. Geraldo Antônio

dos Santos (DJ Geraldinho) que é um dos fundadores do movimento e atual detentor da marca. Perguntado se eles ganham alguma coisa por isso? A resposta vem de pronto, “apenas o prazer de fazer renascer a Black Music dos anos 70 e ver os amigos reunidos e se divertindo, em pleno núcleo urbano contemporâneo”. A maioria dos dançarinos

DJ Geraldinho beira os 50 anos e com uma energia inacreditável, dançam por horas sem parar. Mas também há espaço para adolescentes e até crianças. E as mulheres, claro, também balançam o esqueleto e levam seu charme para a pista, são as Damas do Soul, que em dias normais teem seu trabalho e afazeres, mas que nos finais de semana se produzem com roupas sensacionais e maquiagem impecável para mostrarem na pista improvisada, do que são capazes. A multidão que se concentra é formada por Dançarinos,

curiosos e admiradores. Gente de diversos lugares do Brasil e do mundo já deram uma parada para conferir, fotografar e filmar o agito Black. Mesmo quem está ali só para observar não consegue manter os pés quietos e, aos poucos, o corpo vai respondendo aos estímulos provocados pelas batidas do Funk Soul Music. Uma experiência contagiante que só vivencia quem escolhe Belo Horizonte para passear.


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14 anos de Quarteirão do Soul O ultimo dia 21/04/2018, abriu os dois dias de comemoração do aniversário de quatorze anos do Movimento Quarteirão do Soul, com um baile na rua Santa Catarina, entre avenida amazonas e rua Tupis, sob a coordenação da Dama Goreth e o toque maestral do DJ Geraldinho ‘derretendo a pista’. Contou com a presença maciça dos Dançarinos veteranos da Soul e Funk Music da Grande Belo Horizonte e convidados de São Paulo, assíduos frequentadores e claro, os novos adeptos e também curiosos. Houve a participação dos DJs convidados: Waldir Black (Movimento Cultural Black Minas), DJ Silvania Mendes (Movimento Estilo Black Soul), Dj e Produtor Joseph Carvalho, Dj e Radialista “Yza” Esaú (Equipe Black Tie) e DJ e Músico Sergio Silgerd (Equipe Black Tie), que exibiram o melhor da Soul e Funk Music e suas vertentes para o deleite dos presentes. No dia 22/04/2018, houve o encerramento da comemoração na Praça Sete de Setembro que repetiu o sucesso do dia anterior. Desta vez com a presença dos DJs convidados: Waldir Black (Movimento Cultural Black Minas) e DJ Valdeci Abelha (Movimento Black Soul). A Equipe desta Revista agradece pela cobertura exclusiva desta festa que marcou o mês de Abril e mostrando que com a união é possível perpetuar a Arte e a Cultura Black Soul. * Soul Black Tie


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Freestyle: Tecnologia levada a sério

Freestyle, nome em inglês que significa ‘estilo livre’, é um gênero musical nascido nos Estados Unidos nos anos 1980. A principal característica desse tipo de música é a mistura de outros estilos como Club, Dance Music, Blues, House Music, entre outros. Origens estilísticas - Tipo de Dance Music que combina elementos de electro, disco, pós-disco, R&B contemporâneo, hip hop, e diversas formas de música latina. Contexto cultural - Início da década de 2000, cidade de Nova York e Miami,Estados Unidos. Instrumentos típicos - Baixo, caixa de ritmos (Roland TR-808 e TR-909), sintetizadores, samples e guitarra. Popularidade - Popular inicialmente nos bairros pobres latinos da cidade de Nova York e posteriormente em Miami e países da América Latina como Porto Rico, República Dominicana e Brasil , com vários hits nacionais na década de 1980 e início de da década de 1990. A popularidade diminuiu em 1992, mas o hit manteve-se com grandes concertos em clubes americanos e voltou as boas com os fãs no mundo inteiro. Formas derivadas - Latin Freestyle, Electro Freestyle, Funk melody, Bass, Hi-NRG, Electro Funk, Dub, Club e Euro House.

Nascimento

O gênero nasceu no final dos anos 1970, com a decadência da Disco Music, DJ’s das rádios assim como os cidadãos da comunidade latina que foram os principais responsáveis por trazer o “Disco” as rádios e clubes americanos, se viram tristes e aborrecidos com o rumo que tudo tomou. Nos últimos anos, o “universo Disco”, principalmente as discotecas, havia se tornado um universo de drogas e sexo desregrado e sua imagem pública ia de mau a pior. O lendário Studio 54 ditava as regras tornando-se o foco principal e sua decadência contribuiu para que os DJ’s das rádios se distanciassem cada vez mais do estilo. Com isso as rádios que antes tinham programação voltada ao estilo demandavam novas atrações, e a partir daí os produtores musicais tinham como objetivo desenvolver esse novo estilo. No início dos anos 80 vários grupos surgiram do New Wave de instrumentos convencionais e evoluíram para os modernos instrumentos eletrônicos. As baterias eletrônicas assim como os sintetizadores se popularizaram no início

Steve B - Intérprete e Produtor

dos anos 80 e se tornaram uma febre tão grande que continuam sendo usados como base instrumental até hoje para vários gêneros. Desses grupos podemos destacar os pioneiros do Kraftwerk, grupo alemão de música experimental que investiu na música eletrônica desde os anos 70 se tornando um ícone. Não demorou e a música logo virou febre, muitos dançarinos criaram formas diferentes e assimétricas para dançá-las, estes mais tarde ficaram conhecidos como “B. Boys” (uma forma abreviada do nome ‘Breaker Boy’). Começaram a surgir inúmeros estilos de dança de rua como o “Street Jam” e suas variações. A mistura de batidas instrumentais e sons eletrônicos era febre, dos que se destacaram na era dos Jams, sem dúvida o maior foi Pretty Tony. Um passo importante na evolução do freestyle foi a implantação das músicas cantadas, os famosos ‘Raps’. Uma nova música começara a surgir, um som chamado de “Bass”, e que mais tarde foi apelidado por muitos de ‘Miami Bass’, associação feita com a cidade de maior produção do estilo. O freestyle que nasceu da fusão de ritmos começou a se fragmentar em subestilos, tanto instrumentais quanto cantados.

Principais produtores

Estes são considerados alguns dos principais produtores do gênero: Tony Garcia - Conhecido também pelo seu pseudônimo ‘Dr. Edit’, é um produtor de Freestyle e Miami Bass porto-riquenho radicado em Nova York. Produziu sucessos como Just like the wind e Another night, este último que integrou a trilha sonora da novela Vamp, da Rede Globo. Entretanto, sua produção de maior sucesso comercial foi com a cantora nova-iorquina Lil Suzy, Take me in your arms,

que chegou a posição número 62 na Billboard Hot 100, em 1992. O Frencis Freezy contribuiu Tony Butler, o Pretty Tony - Músico atuante em Miami, no estado da Flórida, Pretty Tony é o maior nome quando se fala de Street Jam. Sua característica principal são seus arranjos eletrônicos pesados. Tony se consolidou ao lançar o lendário grupo de mesmo nome do movimento: o Freestyle. Suas principais produções com as inovadoras vozes robotizadas foram Don’t Stop The Rock, It’s Automatic e The Party Has Begun. Além do eterno mito Freestyle, Butler lançou os maiores sucessos da inesquecível Trinere. Entre eles, podemos citar How Can We Be Wrong, They’re Playing Our Song, I’ll Be All You Ever Need, etc. Além de produzir raridades destes artistas, Tony também gravou suas próprias músicas com a mesma qualidade, um exemplo é sua música Jam the Box. Tony Butler investiu ainda em produções de outros nomes lendários do street jam como o imortal Newcleus. Tolga Katas - Tolga Katas é outro grande exemplo de gênio do freestyle. Cada produtor tem um ponto forte que o diferencia dos outros, o de Tolga são os arranjos. Pioneiro no estilo, Tolga lançou seus primeiros sucessos em 1987: Leave It All Behind e Loving Fool. Um grande produtor trabalha com grandes intérpretes, e com esse pensamento, Tolga ainda em 1987 produziu o primeiro álbum de um promissor estreante: O álbum “Party Your Body” de “Stevie B”. Com o estouro da música de trabalho, Tolga e Stevie B iniciaram uma longa e duradoura parceria, que culminou com a produção de vários sucessos como Spring Love, Dreaming of Love, Funky Melody, I wanna Be The One, entre outros. Tolga e Stevie produziram juntos também Pump Up The Party com o nome “Hassam”. Ele lançou sucessos como All My Love e If You Could Be Mine da banda ‘Linear’, esta cujo vocalista trabalhou Sending fazendo back in vocal do grande Stevie B. Trabalhou também com Coro, que fez participações nos shows do Stevie fazendo back in vocal e dançando. Outro intérprete que não pode ser esquecido é Ray Guell. Juntos, Tolga e Ray lançaram vários álbuns como Inspiration e Givin’ Up, mas sem dúvida os álbuns que ficaram mais conhecidos foram You Took My Heart

e Just Another Lover, este último se tornou a bandeira de Ray Guell que se tornou nome forte do “Latin Freestyle”. Tolga ainda ficou conhecido por produzir nomes como o inesquecível G.T. do hit Take My Hand e I Need You. Além de G.T., Tolga tem entre seus produzidos Tony Marino com One love, Brandon com Destiny e Cherokee com No More Tears, No More Lies. Ele vive em Burbank, Califórnia, onde tem sua gravadora independente, a “En2go”. Stevie B - Além de ser o maior intérprete do Freestyle/Melody é também um ótimo produtor musical. Entre suas produções podemos citar o hit “Pretty Girls” do Miami Crew Jam que tem como membro o próprio Stevie participando nos vocais. Também gravou e produziu no fim dos anos 80 ao lado de Tolga Katas a música Pump Up The Party com o nome de Hassan. Stevie B participou da produção de várias músicas de Tolga como Leave It All Behind, mas se destacou com o hit Paradise intrepretado por Korell (No Brasil se tornou febre e chegou a fazer parte da trilha sonora da novela “A viagem” da Rede Globo). Mickey Garcia - Mickey é fundador e presidente da lendária gravadora “Mic Mac Record’s. Para demonstrar a grandeza dessa marca é preciso apenas mencionar alguns dos nomes que foram lançados por ela, que pelo jeito não são poucos, entre eles os maiores foram Johnny O, Cynthia, Tiana, Nyasia, Dominica, Clear Touch, Rios Sisters, entre outros. Ele mostrou ser um talentoso produtor e não viveu apenas a sombra de seu irmão Tony com quem realizou grandes trabalhos musicais.(Tony Garcia esteve presente em muitas das melhores produções da gravadora de Mickey como por exemplo na produção das músicas de Johnny O, Cynthia, Tiana entre outros).

Alguns artistas do movimento

Collage, Corina, Coro, Cynthia, Dino, Exposé, Freestyle, George Lamond, Information Society, Johnny O, Korell, Latino, Lil Suzy, Linear, Lisa Lisa & Cult Jam, Nice and Wild, Noel, Pajama Party, Ray Guell, Rockell, Shana, Shavonne, Shannon, Stevie B, Sequal, The Cover Girls, Timmy T, Trinere, TKA e Will to Power. * Esaú Gonçalves


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James Brown no movimento Black Power

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ecém-lançado no Brasil, o livro “O dia em que James Brown salvou a Pátria”, do jornalista ‘James Sullivan’, biografa o principal formulador do Funk norte-americano a partir de um episódio crucial: a influência que o furacão Brown exerceu sobre a população negra dos Estados Unidos nos dias que se seguiram ao assassinato do reverendo Martin Luther King Jr. em 4 de abril de 1968. Pode parecer a princípio um mero mergulho no passado histórico da nação norte-americana. Mas de modo indireto o livro, originalmente nomeado The Hardest Working Man (How James Brown Saved the Soul of America), tem muito a dizer e revelar para leitores do Brasil, que se acostumam, aos poucos e aos sobressaltos, a encarar questões sensíveis como cotas, políticas afirmativas, reparação, direitos civis, reivindicações de minorias. A trama gira em torno de um tenso show do cantor e compositor sulista (de Barnwell, Carolina do Sul) na cidade nortista de Boston, um dia após a morte do militante pelos direitos civis Martin Luther King, quando a população negra dos EUA estava conflagrada e ensaiava levantes por vezes violentos país adentro. Após nervosas negociações de gabinete, decidiu-se que a apresentação seria exibida ao vivo (e a seguir reprisada) pela TV local. Para alguns, esse estratagema teria servido para manter a população em casa, fixada nos quadris do astro pop, garantindo assim a pacificação das ruas da cidade (os tradutores do título em português desmontam ambiguidades e compram essa hipótese, ainda que em 5 de julho de 1968 Brown pudesse no máximo ter salvo Boston, e não a pátria inteira). Para outros,

igualmente contemplados no livro, aquele ato significaria a cooptação do cantor pelo poder branco – integrantes do movimento negro deixariam ali de chamá-lo de “Irmão Número 1 do Soul”, trocando a alcunha para “Irmão Vendido Número 1”. James Sullivan documenta a grande viagem empreendida por Brown nos anos 1960, de artista restrito ao público negro a poderoso comunicador e proprietário de três estações de rádio – mas, também, de homem inconsciente de sua

gradação, quando enfrentava aquela dor toda, literalmente queimando minha carne, para ter cabelo de branco”. Brown também alisava o cabelo, e só em julho de 1968 adotaria um corte natural (e curto), exigindo o mesmo dos integrantes da banda. “Queria que as pessoas soubessem que uma das coisas que eu mais prezava e à qual renunciei foi o meu cabelo. Era um verdadeiro atrativo para a minha carreira. Mas eu o cortei pelo movimento”, afirmaria mais tarde, segundo James Sullivan.

Say It Loud – I’m Black and I’m Proud (James Brown, 1968)

própria identidade negra a militante e coinventor do “black power”. Mesmo para quem defende que o Brasil não é racista, há de doer a constatação crua da discriminação explícita e da segregação profunda vigentes nos EUA nos primeiros anos daquela década, menos de 50 anos atrás. “As celebridades negras costumavam obter mais destaque quando suas personalidades eram menos desafiadoras”, afirma o autor a certa altura. A questão aparentemente superficial do alisamento capilar aparece em depoimento transcrito da autobiografia do aguerrido ativista negro Malcolm X (assassinado em fevereiro de 1965): “Esse foi meu primeiro passo para a autode-

O trauma do assassinato de Martin Luther King motivaria Brown a lançar também sua canção mais engajada politicamente, “Say It Loud – I’m Black and I’m Proud” (1968). O autor contempla a hipótese de que fosse uma estratégia do artista para reagir à desconfiança gerada pelo show televisionado de Boston. Por outro lado, evidencia que mu-

* Sergio Silgerd Músico, DJ, Webb Designer

sicalmente o Funk de Brown foi se tornando maciço e corpulento na mesma medida em que os movimentos pelos direitos civis dos negros cresciam e tomavam as ruas norte-americanas. O futuro “Poderoso-Chefão do Soul” progredia e se consolidava enquanto enchia de orgulho os ‘Irmãos Negros’. Funks como I Got You (I Feel Good) (1964), Papa’s Got a Brand New Bag (1965), a protopolitizada Don’t Be a Dropout (1967), Cold Sweat (1967), Hot Pants (1970), Get Up (I Feel Like Being a) Sex Machine (1970)... Nesse ínterim, tornou-se um militante incansável a favor da educação para a população negra – sempre demarcando que ele próprio não tivera esse privilégio. Prestou apoio ao governo de Richard Nixon (1969-1974), devido a compromissos assumidos pelo político republicano em relação a ações afirmativas, renda mínima, iniciativas empresariais de minorias e empreendedorismo negro. “Embora o apoio a Nixon tenha deixado alguns de seus melhores amigos perplexos, ele jamais se arrependeu disso”, escreve Sullivan. * Sergio Silgerd


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Movimento Cultural Black Minas

Conforme informado pelo DJ Waldir Black, Detentor da Marca, acontece a festa em homenagem às mães, no próximo dia 13/05/2018 no “Parque Municipal” Américo Renné Giannetti, a partir das 09:00 horas, com muito Soul Music para ouvir e dançar muito. Baile Aberto.

CIA do Soul

Segundo informações do Mr. Lourinho, Representante da Marca, todas a sextas feiras de Maio ocorrerão os bailes na “Praça José Belém Barbosa” no bairro São João Batista a partir das 19:00 horas, na av João Samaha. Baile Aberto.

Casarão do Soul

Casarão do Soul a nossa casa. Rua rio de janeiro 195 centro – Belo Horizonte. Todos os sábados as 22:00 horas. Entrada: R$ 10,00.

Praça José Belém Barbosa

Toda sexta feira tem Soul na Praça José Belém Barbosa no bairro São João Batista a partir das 19:00 horas, na av. João Samaha. Evento promovido pela CIA do Soul. Baile Aberto.

Centro Comercial João Paulo II

Brother Soul

Centro Comercial João Paulo II na Rua Antônio Eustáquio Piazza, 2514 - Tirol, Belo Horizonte - MG. Todos os domingos acontece o Evento que é promovido pela Equipe Brother Soul, sob o comando do DJ Conrrado Brown, com muito Dance, Funk e Soul Music, das 15:00 as 20:00 horas. Fica perto do Supermercado Apoio Mineiro. Baile Aberto.

Movimento Soul BH

O Mr. Adelson Tornado nos informou que todos os sábados a noite na AV. Brasília, 1934, esquina com Rua Alvorada, no bairro São Benedito em Santa Luzia, das 19:00 as 23:00 horas, o Soul e Funk Music corre solto em um baile para lá de democrático. O evento conta com a presença de Dançarinos Veteranos, Iniciantes sob o comando do DJ Jair Black e a presença maciça de amantes do estilo musical. Baile Aberto.

Mister Tuca, um dos Representantes da Marca nos informou que todos os domingos de Maio acontecerão bailes no Centro Comercial João Paulo II na Rua Antônio Eustáquio Piazza, 2514 - Tirol, Belo Horizonte. No comando o DJ Conrrado Brown, com muito Dance, Funk e Soul Music, das 15:00 as 20:00 horas. Baile Aberto. Mr. Sir Valter nos informou que no próximo dia 20/05/2018, acontece festa no “Parque Municipal” Américo Renné Giannetti, a partir das 09:30 horas – DJ Valter e DJ Sergio tocando só as melhores dos anos 70, 80 e 90. Baile Aberto.

Casarão do Soul

Esta é a agenda nos foi passada por Evani Black. Dia 12/05/2018 - Discotecário Conrad Brown do Brother Soul; Dia 26/05/2018 - DJ Silvânia do Estilo Soul; BH a Capital do Soul - Casarão do Soul a nossa casa Rua rio de janeiro 195 centro – Belo Horizonte - Sábados as 22:00 horas. Entrada: R$ 10,00.

Projeto União Black Minas

DJ Toninho Black toca no Baile da Saudade em comemoração ao Aniversário NECUP, no Sábado, 12/05/2018 a partir das 22:00 horas. Avenida Nossa Senhora de Fátima, 3312 - Prado - Belo Horizonte/MG - Realização: Percussão Brasil, Bar Latino e DJ Toninho Black. Entrada: R$15,00

DJ Magno

DJ Magno promove no próximo dia 12/05/2018 as 20:00 horas, festa na Pizzaria do Tião à rua dos Menezes, 249, esquina com Rua Padre Pedro Pinto no bairro Lagoinha. Entrada R$ 10,00

Soul Santa Luzia


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