Movimento Vivace - nº 50 - Maio - 2013

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índice Ano V - nº 50

Foto: Ibraim Leão

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capa O Concerto especial é apenas um dos eventos que fazem parte das comemorações do Jubileu de Brilhante da Associação Musical de Ribeirão Preto

Maio 2013 5

Artigo A pesquisadora Gisele Laura Haddad questiona qual é a mais antiga orquestra brasileira em atividade ininterrupta

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entrevista Alex Klein revela planos para a temporada 2013 e impressões adquiridas nesses três meses de convivência com a OSRP

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cidadania em pauta A confiança de sócios, empresários e o apoio das leis de incentivo fiscal viabilizam projetos que fazem a diferença no âmbito social

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especial A apresentação da série Concertos Internacionais contará com a presença de Richard Young, que interpretará peças de Edino Krieger e de Liduino Pitombeira

EXPEDIENTE Publicação mensal da Associação Musical de Ribeirão Preto | Rua São Sebastião, 1002 - Centro | Tel.: (16) 3610.8932 | www.sinfonicaderibeirao.com.br Jornalistas Responsáveis: Carla Mimessi MTb 32888 email: imprensa@osrp.org.br e Mariana Secaf Ciocchi MTb 46393 email: mariana@pontoeletra.com | Fotos: Produção OSRP, Willian Welson e Ibraim Leão | Projeto Gráfico: Lucas Chaibub | Fotolito e Impressão: São Francisco Gráfica e Editora LTDA. Tiragem: 2000 exemplares Contatos Orquestra: Mariangela Quartim (gestora) gerencia@osrp.org.br Juliana Mengatto (produção) producao1@osrp.org.br | Julia Quartim (produção) producao3@osrp.org.br | José Antônio (administrativo) administrativo@osrp.org.br Gerusa (sócios) socios@osrp.org.br | Sinzhana Drahan (coral) coral@osrp.org.br Leandro (arq. musical) arquivomusical@osrp.org.br | Gisele Haddad (arq. histórico) arquivohistorico@osrp.org.br | Dulce Neves (Gestora de Projetos e Captadora de Recursos) dulce_neves@terra.com.br

Diretoria Executiva Presidente Decio Agostinho Gonzalez 1º Vice Presidente Dorival Luiz Balbino de Souza 2º Vice Presidente Silvio Trajano Contart Secretaria Geral Everaldo S. Rodrigues da Silva Diretor Financeiro Julio Cesar Risso Diretor Financeiro Adjunto José Cesar Ricci Diretor Jurídico Fabio Mesquita Ribeiro Diretor Jurídico Adjunto Mucio Zauith Diretor Patrimônio Nelson Jacintho Diretor Institucional/Orador José Arnaldo Viana Cione Conselho Fiscal Fiscal Presidente Afonso Reis Duarte Fiscal Relator Aguinaldo Alves Biffi Fiscal Membro Edilberto Janes Suplente Luiz Camperoni Neto Suplente Raul Marmiroli Suplente Roberto Abdul Nour Conselho Deliberativo Presidente João Aguinaldo Donizete Gandini Vice-Presidente Idelson Costa Cordeiro Secretario Lucas Antonio Ribas Casagrande Conselheiros Abranche Fuad Abdo Dinah Pousa Goudinho Mihaleff Eduardo José da Fonseca Costa Elias Gomes Goveia Elvira Maria Cicci Jay Martins Mil Homens Jr. João Luiz Sverzute José Donizete Pires Cardoso Lais Maria Faccio Luiz Henique Pacini Costa Margaret Lucca Cabarite Marcos Cesário Frateschi Maurílio Biagi Filho Raul Gonzalez Sebastião de Almeida Prado Neto Sergio Roxo da Fonseca Sylvester Milan A. Janowski Vladimir Antonio Toniolli Suplentes Adriana Silva Demetrio Luiz Pedro Bom José Antonio Parpinelli P. da Costa José Mario Tamanini Maria Carolina Jurca Freitas Neusa Celeste Vieira Bighetti Sander Luiz Uzuelle Sebastião Edson Savegnago Valdo Barreto

Os artigos assinados não representam obrigatoriamente a opinião do veículo sinfonica.deribeirao

#!/OSRP

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editorial

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A jovem

senhora D

existiram, porém, as pedras do caminho foram

Pois bem, sua mantenedora, a Associação Musi-

a escola para a orquestra chegar aos dias de

cal de Ribeirão Preto, antiga Sociedade Lítero

hoje, com muito brilho.

isse o Dr. Gandini, certa vez, que a Orquestra Sinfônica é uma jovem senhora...

Musical, completa, neste mês de maio, os seus

É verdade que as dificuldades sempre

75 anos é muito tempo. Propiciaram

75 anos de atividades ininterruptas, enquanto

épocas diferenciadas e que serão, também,

o grupo musical erudito, do qual se originou a

diferentes, quando do centenário, certamente.

própria orquestra, já registra 90 anos. Contrários aos dos seres humanos, os

O importante é agradecer a todos que motivaram a existência da OSRP, até

outonos decorridos lhe fizeram muito bem. A

nossos dias, e a fizeram orgulho de Ribeirão

OSRP se firmou, cresceu, ganhou estabilidade

Preto e da sua população. Agradecer, prin-

e o conceito da população que vivencia a arte

cipalmente aos patrocinadores que, através

musical.

da “Lei Rouannet”, a lei de incentivos fiscais, Mas, para isso, muitas dificuldades

foram vencidas e as pessoas que as derrotaram e mantiveram a orquestra erguida, devem ser

mantiveram, na cidade, as verbas que seriam destinadas ao governo federal. Neste ano do Jubileu de Brilhante,

reverenciadas. Não é o momento para citação

vem à memória o sucesso do Concerto de Na-

de fatos e nomes. A história é longa e, como li

tal, com o “bis” cantado pelo coral e pelo públi-

há dias, Maurice Druon resumiu que “a histó-

co do teatro, da letra do saudoso Don: “o tempo

ria é um romance que aconteceu”. Nada mais

passa e com ele caminhamos todos juntos sem

certo. O romance da OSRP tem enredo, perso-

parar. Nossos passos pelo chão vão ficar. Mar-

nagens que se desdobraram e uma orquestra

cas do que se foi, sonhos que vamos ter, como

que orgulha seus diretores, conselheiros, músi-

todo dia nasce novo em cada amanhecer”.

cos, funcionários, sócios e patrocinadores. Nesse romance, um nome deve ser

Parabéns Orquestra Sinfônica! Que bom que você existe!

citado: Dona Sinhá Junqueira. Em tempos idos, quando o encerramento das atividades da Sociedade Lítero Musical era fato quase consumado, em razão das dificuldades, Dona Sinhá Junqueira doou a área para a construção da sede da instituição e, ainda, condições para que a obra pudesse ser desenvolvida. Com todos os aplausos, é a sempre Benemérita da OSRP. Como o brilhantismo do Jubileu, ela é a pedra preciosa que orna a existência da orquestra.

Décio A. Gonzalez Presidente da Associação Musical de Ribeirão Preto


artigo

As mais antigas

orquestras brasileiras

Qual a mais antiga em atividade ininterrupta?

O

rquestras existem no Brasil deste o período colonial. Ainda se faz necessário um estudo minucioso sobre a história de todas as orquestras brasileiras principalmente as do início do século XX, para se averiguar qual realmente é a orquestra mais antiga e que nunca tenha interrompido suas atividades artísticas. A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto é uma das mais antigas e funciona graças à sua mantenedora, a Associação Musical de Ribeirão Preto, fundada em 23 de maio de 1938, que proporciona toda a estrutura necessária para os concertos regulares desde então. Ela é também considerada, pelo menos em Ribeirão Preto, como a segunda “mais antiga orquestra brasileira em atividade ininterrupta”. E sempre me perguntam: qual a primeira? A Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro é considerada a mais antiga orquestra brasileira com atividades até hoje. Foi fundada em 1909, mas teve seu corpo estável, isto é, músicos contratados e se apresentando regularmente, apenas a partir de 2 de maio de 1931. Muitas orquestras querem estar entre as antigas, mais tradicionais e dentro do quesito em questão. Como exemplos, a Orquestra Sinfônica de Recife, fundada em 1930, se considera a primeira em atividade ininterrupta e a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre que, apesar de divulgar em seu site que é a segunda mais antiga orquestra brasileira em atividade, foi fundada em 1950, bem depois de todas as citadas até aqui. Por esta conta, e se ela estiver certa, já que, volto a dizer, ainda é necessário um estudo minucioso, histórico-musicológico, envolvendo as orquestras brasileiras, a OSRP

não é a segunda como se pensava. Recife tem a primeira, Rio de Janeiro a segunda e a OSRP é a terceira “mais antiga orquestra brasileira em atividade ininterrupta”. A idade da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto Outro desalinho é a idade da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. A história da OSRP está intimamente ligada a fatores políticos, econômicos e sociais do Brasil e do mundo. Compreendo que questões como a imigração italiana em Ribeirão Preto e suas influências; a formação da aristocracia cafeeira e suas modificações nos hábitos sociais, influenciados pela Belle Époque, foram determinantes para a existência de sociedades sinfônicas brasileiras desde a década de 1920. A inauguração da rádio PRA-7, em 1924, proporcionou a ampliação do movimento musical e seu consumo e muitos conjuntos musicais passaram a existir na cidade para suprir a necessidade da programação da rádio e das atividades musicais dos entretenimentos noturnos. As sociedades musicais daquela época tinham a função de proporcionar a manifestação da música europeia, agregando as pessoas de ricas classes sociais e os músicos, que, geralmente, não tinham essa profissão como a principal para o seu sustento, mas eram cúmplices, valorizavam e tinham por objetivo reproduzir uma parte do ambiente aristocrático que existia no Rio de Janeiro e São Paulo, que se espelhava nas realizações artísticas europeias. A economia de Ribeirão Preto, dependente do meio rural, teve na aristocracia seu domínio político, que acompanhava a evolução do mundo moderno. O novo tempo, o “melhor” 5


artigo

6 tempo, a modernidade e a tecnologia passaram a ser símbolo do viver aristocrático, bem como a existência de orquestras sinfônicas como cópias europeias. O que comprova a existência, anterior à fundação da Associação Musical de Ribeirão Preto (1938), da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto é o Programa de Concerto alocado no arquivo pessoal de Luiz Baldo (1909-2010), do segundo festival da Sociedade Cultura Artística de Ribeirão Preto, realizado em 1929, que mantinha a Orchestra Synphonica de Ribeirão Preto. Devemos considerar também o programa de concerto de 1923, o mais antigo da cidade localizado até o momento, alocado no Arquivo Histórico da OSRP. Nele consta o terceiro concerto da Sociedade de Concertos Synphonicos de Ribeirão Preto, realizado no dia 3 de maio daquele ano, reafirmando as atividades de conjuntos sinfônicos na década de 1920. A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto é então mais antiga que a Associação que a mantém. Considero o nascimento da OSRP em 1929, graças a esse programa de concerto.

Foi ela quem participou do evento de inauguração do Theatro Pedro II em 1930, sob regência do maestro Stábile, que seria o primeiro titular da orquestra entre 1940 e 1955. Portanto, a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, com este nome, tem 84 anos e a Associação Musical que a mantém comemora neste mês de maio em Jubileu de Brilhante, 75 anos.

Gisele Laura Haddad Doutoranda em Musicologia Histórica pela ECA-USP/SP 24/04/2013 O Arquivo Histórico da OSRP tem a maioria dos programas de concertos oficiais que a orquestra já apresentou em Ribeirão Preto entre outros documentos históricos. A população pode ter algum deles em acervos particulares e, neste caso, quem quiser doá-los, certamente ajudará na reconstrução desta história. Pedimos aos que quiserem mantêlos em seus acervos para que emprestem o material para que possamos fazer cópias. Contato: arquivohistorico@osrp.org.br.



entrevista

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Mais que

75 anos

R

ecém-chegado à Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto (OSRP), o regente titular e diretor artístico, Alex Klein, afirma que há mais a comemorar, além da longevidade. Em uma entrevista à revista Movimento Vivace, o maestro fala sobre suas impressões, expectativas e planos para a temporada 2013. Além da Idade, o que mais a OSRP tem a comemorar? klein Um importante detalhe a se comemorar é que a Orquestra está ininterrupta. Apesar das crises e das dificuldades que enfrentou, continuou trabalhando. É uma orquestra que nunca se deixou cair na tentação de se transformar em municipal ou estadual, mantém-se privada, ligada a uma associação. A Orquestra também tem continuado em um ritmo bem tranquilo, em direção ao futuro, no quesito qualidade artística. A cada temporada, a cada década, tem enfrentado novos desafios, superando-os sempre, se tornando uma orquestra melhor. mv

Que expectativas o senhor tem para esta temporada, levando em mv

conta a experiência desses três meses à frente da Orquestra? klein Estou muito feliz com o desempenho dos músicos: são sérios, dedicados, e minha perspectiva é que o público verá a orquestra crescendo cada vez mais em qualidade e respeito por outras entidades e centros culturais do país. Eu também tenho grande admiração pela administração, pela maneira como as viagens são organizadas, assim como os concertos, e a forma como toda a equipe trabalha, sempre muito séria, preparando tudo com antecipação, isso é admirável. Esses músicos têm muito a celebrar e devem sentir-se felizes pelo tratamento que recebem. Em termos artísticos, qual é o seu projeto para 2013? klein É elevar os Concertos Internacionais ao nível dos melhores apresentados no país, com os maiores solistas, um grande repertório e uma qualidade que não deixe a desejar em relação aos mais renomados centros culturais no Brasil. Em maio, teremos como solista Richard Young; em setembro, Fábio Martino, um grande e jovem pianista brasimv


Fotos: Ibraim Leão

A cada temporada, a cada década, a Osrp tem enfrentado novos desafios, superando-os sempre, se tornando uma orquestra melhor

leiro; em novembro, Charles Stegeman, um artista complexo, que exige uma orquestra entrosada. Nosso objetivo é deixar claro que não precisamos reduzir as expectativas quando saímos do eixo Rio-São Paulo. É mostrar que mesmo no interior podemos ter uma orquestra de primeiríssima qualidade. O que o senhor tem a dizer sobre o trabalho desenvolvido pela Associação Musical de Ribeirão Preto? klein Neste breve período em que estou à frente da OSRP, tive a oportunidade de sair, com a Orquestra, em viagem a Marília, e de realizar a abertura da Agrishow. Preciso conhecer um pouco mais as tarefas desenvolvidas pela Associação, mas admiro muito o fato de a OSRP estar presente em tantas comunidades, de difundir a cultura não só em Ribeirão Preto, mas no sul de minas e em outras regiões que podem usufruir desse benefício. mv

Esse seria o grande diferencial da Orquestra? klein É um deles, pois não vejo outras orquestras no Brasil fazendo esse tipo de tramv

balho. É original não só pelo fato de prestigiar outras cidades, mas por se sentir confortável em diferentes situações. Há orquestras que só conseguem executar concertos sinfônicos, a OSRP se apresenta na Agrishow, e toca com excelência e muita dignidade. É uma orquestra que participa intensamente das celebrações de seus patrocinadores. Em uma comemoração de aniversário de patrocinador, vi os músicos tirarem os instrumentos das caixas para tocar ‘Parabéns a você’. Há uma amizade e um entrosamento muito grande, isso é diferente, não se vê isso em outros lugares. Normalmente, em uma situação como essa, veríamos uma orquestra ser excluída, mas aqui, não, os músicos estão incluídos. Que ações merecem destaque na temporada 2013? klein A ação mais urgente e importante é reforçar o fato da OSRP ser uma das principais orquestras do Brasil. Nossa preocupação é dizer para Ribeirão Preto e para o Brasil que o que acontece aqui é notável. Essa orquestra tem que assumir a posição de destaque que ela já conquistou. mv

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capa

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75 anos

de história Em maio, a Associação Musical de Ribeirão Preto, que mantém a OSRP, comemora o Jubileu de Brilhante, com uma trajetória de amor e dedicação à música

A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto é a maior razão de existência da Associação Musical


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Foto: Ibraim Leão

m 23 de maio, a Associação Musical de Ribeirão Preto escreve uma nova página em sua história: comemora 75 anos de dedicação à música, à sua difusão e a projetos que têm modificado a vida de muitos jovens, através da inclusão social. Além do grandioso concerto da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto (OSRP), que será realizado no dia 25 de março, às 21h, no Theatro Pedro II, sob regência de Alex Klein, a comemoração da data será marcada pelo lançamento do selo comemorativo dos 75 anos, que acontecerá no dia do evento. Com a animação da Banda Excaravelho, será realizado o Jantar de Jubileu de Brilhante, no Salão Nobre da Sociedade Recreati-

va e de Esportes de Ribeirão Preto, em 07 de junho, às 20h30, ocasião em que serão homenageados todos os antigos presidentes da Associação Musical de Ribeirão Preto, homens cuja trajetória se reflete na conquista deste Jubileu. Está prevista a produção de um livro que resgata a história da Associação Musical e da música em Ribeirão Preto. O projeto está sendo desenvolvido, através do PROAC, pela mestra em música e responsável pelo acervo histórico da Orquestra, Gisele Laura Haddad e pelo jornalista Ferraz Jr.. Um segundo lar São muitas as razões para se comemorar nesses 75 anos da Associação Musical de Ribeirão Preto. A existência da entidade, em Ribeirão Preto, mantém a música erudita vibrante não apenas na cidade, mas em toda a região que se beneficia da atuação ininterrupta da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. Além do mais, para alguns cidadãos brasileiros e estrangeiros que optaram por viver no município, a OSRP se transformou em uma segunda casa. Apesar de atuar profissionalmente na Orquestra há oito anos, a história de Vinícius Porfírio Ferreira, contrabaixista, se confunde com a trajetória da OSRP. Isso ocorre porque seu pai, Walter de Fátima Ferreira, toca o mesmo instrumento, na Sinfônica, há mais de 30 anos. “Eu cresci na Orquestra e participo dela desde pequeno, quando vinha aos ensaios”, conta. Ao contrário do menino, hoje, Vinícius já não mora mais com o pai, mas, graças ao vínculo musical que proporciona, a OSRP acabou se transformando no cenário onde se desenvolve esse convívio. “A orquestra é uma forma de eu estar junto com meu pai todos os dias, e é bom esse contato diário proporcionado pelo trabalho. Ela significa tudo para mim: é meu ganha-pão e até uma terapia porque, às vezes, quando estou mal, o mal-estar cede lugar ao prazer da música”, afirma. A clarinetista Krista Helfenberger está no país há 30 anos. Nasceu na Costa Rica, mas tem nacionalidade suíça. Sua história na Orquestra começou com a primeira profissionalização da OSRP, quando chegaram os imigrantes, em 1992. Ela passou a atuar na Sinfônica em 1994. “Tenho um vínculo com esta orquestra, apesar das dificuldades pelas quais passamos. Ela é importante porque é o lugar onde posso desenvolver minha capacidade profissional”, afirma. 11


capa

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A OSRP também é o lugar onde as barreiras impostas pelas diferenças se diluem e se transmutam em incentivo para o crescimento. Para Krista, a interação entre músicos estrangeiros e brasileiros tem sido produtiva. “Temos aprendido a crescer através das diferenças, do compromisso com a qualidade do nosso trabalho, da colaboração mútua ao redor do mesmo ideal”, destaca. A musicista acrescenta que o nível artístico da OSRP se elevou muito, e que a melhora na qualidade musical foi um dos fatores que

Um convidado especial Uma das gratas surpresas deste Jubileu é a presença do compositor Liduino Pitombeira, cuja obra, “Concerto para viola e orquestra”, será lançado mundialmente no concerto comemorativo dos 75 anos da Associação Musical. Segundo o compositor, é uma grande honra participar de forma ativa desta comemoração, especialmente tendo dedicado esta obra à Orquestra Sinfônica de Ribeiro Preto. “Gostaria de agradecer a oportunidade de ter minha obra executada e, ao mesmo tempo, parabenizar a Associação Musical de Ribeirão Preto, que vem realizando um trabalho importantíssimo pela música de concerto brasileira. A estreia de uma obra encomendada é sempre um marco importante na vida de um compositor. As orquestras brasileiras

OSRP: o cenário onde se desenvolve o convício entre Vinícius e Walter, diariamente ligados pela música

forçaram o início da profissionalização das atividades administrativas da Associação Musical de Ribeirão Preto. “Houve a necessidade de informatizar a instituição, de definir, organizar e planejar seus fins e meios de ação, de planejar campanhas de mercado e avaliar resultados, enfim, de gerenciar de uma maneira empresarial para poder suprir os custos de uma orquestra

precisam seguir este exemplo para que a música de concerto produzida aqui possa fluir com maior eficiência”, ressalta. Liduíno ressalta que se sentiu honrado em ter sido escolhido para prestigiar o evento, tendo em vista o número considerável de compositores brasileiros atuantes na música de concerto nacional e internacional. Apesar de este ser seu primeiro contato direto com a Orquestra, que só conhece através da mídia e do site, o que chama sua atenção é a organização que percebeu na Instituição. “Pela organização e empenho, é visível como a OSRP é uma orquestra séria, composta por músicos dedicados e mantida por uma associação que incentiva as artes. Esta iniciativa é fundamental para que a música de concerto de qualidade prospere no Brasil”, conclui o compositor.


Foto: Produção OSRP

Foto: Ibraim Leão

profissional”. O resultado, segundo Krista, é a receptividade que a OSRP encontra, hoje, na sociedade, e sua valorização como um importante segmento da vida cultural da cidade. Conforme o economista Afonso Reis Duarte, que é também integrante do Conselho Fiscal da Associação Musical, o maior legado da Associação, a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, assim como a Fundação Theatro Pedro II, constituem-se dois dos maiores patrimônios culturais e artísticos da região. Assim sendo, nesta data comemoraSegundo Krista, tiva, exprime seus voa interação entre músicos estrangeiros tos em agradecimento: e brasileiros incentiva “Aos seus fundadores, o crescimento através das diferenças colaboradores, patrocinadores, maestros e músicos que fizeram história ao longo destes 75 anos, nossos votos de gratidão e de reconhecimento por nos presentear com a sublime arte da música em toda a sua extensão de beleza e profundidade, que inexplicavelmente toca a sensibilidade e o espírito dos que buscam a harmonia e a paz interior”. O diretor financeiro, Júlio Cesar Risso, destaca a grande satisfação que sente em participar da diretoria da Associação Musical. “É uma instituição que se mantém há 75 anos em Ribeirão Preto, incentivando a cultura, transmitindo música — uma forma de sensibilizar e de moldar as almas. É muito gratificante. É uma honra ajudar a organizar a vida da Orquestra e a impulsioná-la para o futuro”, conclui.

Júlio declara o orgulho de participar e ajudar a impulsionar a Orquestra

Uma singela homenagem Tudo que uma entidade, empresa ou qualquer instituição espera pelo trabalho executado é o reconhecimento. Nesse sentido, a Associação Musical de Ribeirão Preto tem colhido belos frutos. Um deles é a homenagem feita pelo médico e escritor Nelson Jacintho, também homenageado, este ano, pela 13ª edição da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, como Autor da Terra, pela publicação de nove livros e pela participação em mais de 40 antologias. A ideia de criar o hino ocorreu quando venceu o concurso de hinos lançado pela Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. Começou a escrever a letra há três meses. “Sou sócio e acompanho a Orquestra há mais de 20 anos. A OSRP chama a atenção sobre Ribeirão Preto, mostra a segunda mais antiga orquestra em atividade no Brasil. É um marco na história da cidade”, justifica.

Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto Nelson Jacintho

Ribeirão Preto tem sua orquestra, Entre todas, a mais bela do Brasil, Quem a vir logo pode imaginar A força do seu peito varonil. (Estribilho)

Sinfônica! Sinfônica! Orquestra mais querida do Brasil! Sinfônica, Sinfônica! A todo o teu passado, glórias mil! Há mais de meio século encantando A toda a multidão do seu país, Dos grilhões foi aos poucos se soltando, Agora já não é mais aprendiz. (Estribilho)

És a glória de um povo que te ama, És aguilhão de um povo que te diz: Teus acordes encantam noss’alma, Tua presença nos deixa mais feliz! (Estribilho)

Que bom que tu existes e que aqui vives Para o gáudio de toda Ribeirão, És a alma de um povo que te adora, Orgulho manifesto da nação! (Estribilho)

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cidadania em pauta

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Ações que modifica A confiança de sócios, empresários e o apoio das leis de incentivo fiscal viabilizam projetos que fazem a diferença no âmbito social

Jonas: um convívio de ensinamento e de aprendizado com as crianças


Fotos: Willian Welson

Para os pequenos, o contato com um instrumento musical abre as portas para um novo mundo, ao qual nunca tiveram acesso, sobretudo aqueles que têm problemas de audição

R

ealizar concertos é apenas uma das atividades desenvolvidas pela Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. Através da Associação Musical, sua mantenedora, são desenvolvidos inúmeros projetos voltados à difusão da música erudita, muitos com cunho social, visando à inserção cultural. Nesses moldes, podemos citar o “Juventude tem Concerto” que, há quase 17 anos, por meio da Lei Rouanet, leva conhecimento erudito a jovens e crianças, com o intuito de formar plateia. Um projeto que, desde agosto do ano passado, está sem patrocinador, sendo mantido pela Associação. Em linha semelhante, há a Escola de Canto Coral, que realiza trabalho de pesquisa e de divulgação de repertório de música erudita. A Série Ciranda Sinfônica também é mantida pela iniciativa privada, e realiza concertos abertos ao público, em ocasiões especiais, em inúmeras cidades. O projeto EnCantando a Vida reúne crianças que participam do Coro Juvenil da Escola de Canto Coral da Orquestra, dos coros do projeto Tocando a Vida – Núcleos João Rossi e Ipiranga, e do Coral Vozes da Esperança.É viável devido à parceria entre a Sinfônica de Ribeirão e a Instituição Aparecido Savegnago, de Sertãozinho. A responsável pelas 200 vozes, aproximadamente, é a regente Snizhana Drahan. Também visa à formação e diversificação de público. O Tocando a Vida capta recursos pela 15


eles compõem

16 Foto: Produção OSRP

Lei Rouanet objetiva descobrir e formar jovens talentos para a música erudita, através do Núcleo Sertãozinho (parceria com a Instituição Aparecido Savegnago); do Núcleo João Rossi (parceria com o RibeirãoShopping) e do Núcleo Ipiranga (parceria com a RTE Rodonaves e Cia. Bebidas Ipiranga). O projeto Instituição Ap. Savegnago tem caráter semelhante, é realizado também em conjunto com a rede de supermercados de Sertãozinho. Tem como finalidade a formação profissional de músicos de orquestra e canto coral, é voltado ao público infanto-juvenil e possui a mesma fonte de recursos. Dulce Neves enfatiza E há, ainda, o prograa importância do papel ma de estágio oferecido pela social do empresário OSRP; o Arquivo Histórico que disponibiliza para estudantes e pesquisadores um rico acervo de documentos referentes à história da OSRP e da música de Ribeirão Preto; e o projeto Trabalhando e Cantando, da Escola de Canto Coral da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, que é voltado a empresas e visa à formação de coro entre colaboradores das instituições, com objetivo de trabalhar as relações profissionais e formar novos coros. Conforme a coordenadora de projetos da OSRP, Dulce Neves, cada um desses projetos foi possível graças aos incentivos governamentais, ao empresariado e aos sócios que depositam sua confiança na Associação Musical de Ribeirão Preto e na OSRP. “Só temos a agradecer. O patrocinador é muito mais do que um fomentador financeiro. É o empresário que assume seu papel social. Com isso, ele gera mais empregos do que dentro de sua própria empresa e gera mais valores para a comunidade”, afirma. O violinista Jonas Mafra faz parte da Orquestra Sinfônica há 20 anos e participa do projeto “Tocando a Vida” desde seu início, em março de 2012. Entre outros alunos com idade entre sete e 15 anos, em sua turma há quatro crianças com deficiência auditiva. “Já fizemos apresentação com a Orquestra depois de três meses de aula, e constatei que são verdadeiras pedras preciosas que estão passando por uma lapidação”, ressalta. Para os pequenos, o contato com um

instrumento musical abre as portas para um novo mundo, ao qual nunca tiveram acesso, sobretudo para aqueles que têm problemas de audição. “São crianças que geralmente se fecham e, na Orquestra, passam a ter contato com os amiguinhos, os quais só encontravam no recreio, começam a tocar juntos e ir aos ensaios. Os pais percebem que os alunos estão felizes e são respeitados pelas outras crianças”, conta Jonas. Rosa Adélia Paschuin Coqueli é testemunha do bem que o projeto está fazendo a sua filha, a pequena Bruna, de oito anos. A menina frequenta o Tocando a Vida há um ano. “Quando a inscrevi, Bruna nunca tinha se aproximado de um instrumento. Foi uma surpresa! Quando se trata da aula de violino, se levanta, organiza o material e vai para a escola, interessada. Esse contato com a música está sendo muito importante. Antes, ela era muito nervosa, agitada. A gente vê a diferença no comportamento”. Mas a descoberta da música não foi um privilégio só de Bruna. Rosa mal contém a emoção ao falar das apresentações que assistiu da filha única. “Não dá para explicar. Foi uma emoção e uma alegria muito grandes”, conclui.

A pequena Bruna com o seu violino



concerto comemorativo

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Mais que especial

O

concerto comemorativo dos 75 anos da Associação Musical de Ribeirão Preto promete grande emoção ao público, devido à presença de Richard Young e ao repertório escolhido para a festividade, que vai ao encontro das aspirações da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto (OSRP). Conforme o regente titular, Alex Klein, o objetivo da Associação Musical de Ribeirão Preto sempre foi o despertar da cultura sinfônica. Entre as obras que representam a beleza sinfônica está a 2ª sinfonia de Johannes Brahms (1833 – 1897). “É uma das obras mais importantes do repertório sinfônico — romântica, amável, virtuosística — e ela mostra não só o melhor que esta orquestra tem a oferecer, mas o que, originalmente, a Associação gostaria de ter: uma grande orquestra tocando, em

Foto: Ibraim Leão

A apresentação da série Concertos internacionais contará com a presença de Richard Young, que interpretará peças de Edino Krieger e de Liduino Pitombeira

Segundo Klein, a excelência artística será a marca do concerto comemorativo do Jubileu de Brilhante

Ribeirão Preto, um repertório de ponta”, ressalta o maestro. Para Klein, a presença das obras de Edino Krieger e Liduino Pitombeira representa a determinação da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto de se posicionar do lado certo da história, ao desenvolver a música brasileira e apoiar os compositores da terra, inclusive com obras originais, como é o caso do “Concerto para Viola e Orquestra” de Liduino Pitombeira, dedicado à OSRP, composto entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013. “Foi extremamente importante durante o processo composicional o feedback constante de Richard Young e de Alex Klein, que contribuíram de forma decisiva para o aprimoramento da obra”, afirma Liduino, atestando a harmonia existente no concerto comemorativo do Jubileu.


O concerto foi escrito para Richard Young, considerado pelo compositor, um dos maiores violistas da atualidade. “Posso defini-lo como uma obra que explora o instrumento solista em seus limites, do ponto de vista de alguns parâmetros musicais, como altura, ritmo e dinâmica”, acrescenta Liduino, enfatizando que a Orquestra também foi pensada dentro da filosofia de não ser uma obra fácil do ponto de vista técnico nem estético. “Tenho absoluta certeza que a competência dos músicos envolvidos no processo vai garantir a transmissão plena dos valores estéticos da obra para os ouvintes”, assegura o compositor, se referindo à sua obra que revisita procedimentos e materiais herdados do século XX, em uma perspectiva pós-moderna. Também consta do programa uma obra muito animada de Leonard Bernstein (1918-1990): a “Abertura Candide”. “Bernstein é americano, regeu por muitos anos a orquestra Filarmônica de Nova Iorque, foi compositor — um dos gênios da música do século XX — educador e maestro, temos muito com comum com ele”, ressalta o diretor artístico. Essa trajetória de Bernstein tem tudo a ver com a ideia de que a música e o ensino devem caminhar juntos, uma Liduino: a competência dos músicos envolvidos garantirá a transmissão plena dos valores estéticos da obra para os ouvintes

Foi extremamente importante durante o processo composicional o feedback constante de Richard Young e de Alex Klein Liduino Pitombeira

das bases da Sinfônica de Ribeirão Preto. “É com orgulho e conexão que apresentamos uma obra deste compositor”, acrescenta o maestro. O caterinense Edino Krieger é um dos grandes compositores da música atual no Brasil, reconhecido internacionalmente. O cearense Liduíno Pintombeira tem tido grande sucesso no exterior e no país. “É um compositor que representa a música dos dias de hoje — uma característica muito perceptível na composição que será apresentada pela primeira vez, neste concerto. Vamos ouvir a ambição, a jovialidade, a nossa determinação de chegar ao reconhecimento do primeiro mundo e também os caminhos que temos que trilhar para chegar lá. Isso tudo está representado culturalmente nesta obra”, enfatiza Klein. Johannes Brahms, século XIX, representa o auge do romantismo alemão, um sinfonista por acaso, que gostava mais da música de câmara. O compositor julgou sua 2ª Sinfonia nostálgica e teve dúvidas sobre a receptividade do público. Estava enganado: ela se tornou um grande sucesso. Diante de todas essas convergências, Richard Young era o nome que faltava: um músico de alto reconhecimento internacional, que já transitou pelas melhores salas musicais do mundo. Young tem um carinho especial pelo Brasil associado ao lado educacional: há 10 anos vem regularmente ao país para participar de projetos de ensino, sempre exigindo de seus alunos o mais alto teor artístico. “Como Bernstein, Richard Young também é do estilo da Sinfônica de Ribeirão Preto no que se refere à união do alto teor artístico à necessidade de investir na próxima geração”, ressalta o diretor artístico da Orquestra Sinfônica. Tendo em vista a virtuosidade dos envolvidos no concerto, o público pode esperar a excelência artística dos músicos, do solista e do trabalho que está sendo desenvolvido pela Orquestra dentro e fora do palco. 19


programação

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Série Concertos Internacionais Concerto nº 1270

25 de Maio Local: Theatro Pedro - Horário: 21h Regente: Alex Klein Solista: Richard Young (viola)

Programa Leonard Bernstein (1918-1990) Candide “Abertura” Edino Krieger (n. 1928), Brasiliana, para viola e orquestra de cordas Liduino Pitombeira (1962*) Concerto para viola e orquestra (estréia mundial)

Intervalo Johannes Brahms (1833-1897) Sinfonia nº 2 em ré maior (op.73) 1. Allegro non troppo: 2. Adagio non troppo: 3. Allegreto grazioso 4. Allegro com spirito:

ALEX KLEIN regente titular Diretor Artístico do Festival de Música de Santa Catarina e da Orquestra Sinfônica da Paraíba, dirige o Programa de Inclusão através da Música e das Artes. Maestro principal do Sunflower Music Festival e do Festival de Musique de Saint Barthélemy, se apresenta como maestro convidado e solista por todo o mundo. Um dos mais renomados músicos eruditos do país, o oboísta atuou na Orquestra Sinfônica de Chicago, na

Orquestra da Filadélfia e na Suisse Romande, em Genebra. Venceu o prêmio Grammy 2002 de Melhor Solista Instrumental com Orquestra, o Concurso Internacional de Genebra, o Concurso Internacional de Tóquio, o Concurso Internacional Fernand Gillet e o Concurso Internacional de Oboé de Nova Iorque. Atuou como diretor artístico no Theatro Municipal de São Paulo, foi regente titular da Orquestra Sinfônica de São Paulo, diretor artístico da

Oficina de Música de Curitiba e da Oferenda Musical - Festival Internacional de Música de Câmara em São Paulo. Ativo do circuito máster classes, atua na Juiliard School of Music e em renomados conservatórios de Paris, Lyon, Pequim, Genebra, e Moscou. Como júri, participa de concursos internacionais na Rússia, Inglaterra, Suíça, México. Possui extensa discografia. É diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto.


Série Juventude Tem Concerto

Concerto nº 1271

26 de Maio Local: Theatro Pedro II - Horário: 10h30 Regente: Alex Klein Solista: Richard Young

Programa Leonard Bernstein (1918-1990) Candide “Abertura” Edino Krieger (n. 1928), Brasiliana, para viola e orquestra de cordas Liduino Pitombeira (1962*) Concerto para viola e orquestra (estréia mundial) Johannes Brahms (1833-1897) Sinfonia nº 2 em ré maior (op.73) 1. Allegro non troppo: 4. Allegro com spirito:

RICHARD YOUNG solista Aos treze anos de idade, o violista norte-americano foi convidado para apresentar-se para a Rainha Elisabeth da Bélgica no Royal Palace em Bruxelas. Desde então, tem sido convidado como solista por várias orquestras e tem dado recitais de música de câmara nas Américas do Norte e Sul, Europa, Leste Europeu, África e Austrália. Desde 1985 é violista do renomado Vermeer String Quartet, dos EUA. Young tem

se apresentado em reconhecidos festivais internacionais e recebeu três indicações ao Grammy. Foi produtor do CD do Vermeer Quartet com a obra de Haydn “As sete últimas palavras de Cristo”. Seu mais recente CD – com Alex Klein e Ricardo Castro – inclui peças para viola, oboé e piano de compositores como Loeffler, Klughardt, Hindemith, White, e Yano. É também autor do best-seller “Echoes from Calvary: Meditations on Franz Joseph Haydn’s “The

Seven Last Words of Christ” publicado pela Rowman & Littlefield. O músico está envolvido em projetos como o YOURS Orchestra e o Neojibá, ambos baseados na experiência venezuelana do “El Sistema”.

Realização

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Ficha Técnica Presidente Décio Agostinho Gonzalez 1º vice-presidente Dorival Balbino 2º vice-presidente Silvio Contart Gestora Mariangela Quartim Regente Titular e Dir. Artístico Alex Klein Maestro Assistente Reginaldo Nascimento Violino I Denis Usov (spalla) Petar Vassileiv Krastanov Anderson Castaldi Eduardo Felipe Correa de Oliveira Giliard Tavares Reis Fernando Chagas Corrêa José Roberto Ramella Violino II Marcio Gomes dos Santos Jr (chefe de naipe) Ilia Gueoguiev Iliev Anderson Oliveira Jonas Mafra Gonçalves Hugo Novaes Querino Samuel Lucas Dionisio (estagiário) Viola Willian Rodrigues da Silva (chefe de naipe) Guilherme de Carvalho Pereira Daniel Fernandes Mendes Junior Rossini Rocha da Silva Adriel Vieira Damasceno (trainee) Violoncelo Jonathas da Silva (chefe de naipe) Silvana Rangel Teixeira Svetla Nikolava Ilieva Thieres Luiz Brandini Ladson Bruno Mendes Mônica Silva Picaço (trainee) Contrabaixo Marcio Pinheiro Maia (chefe de naipe) Vinicius Porfírio Ferreira Walter de Fátima Ferreira Lincoln Reuel Mendes Renata Soares Caceres (estagiária) Flauta Sergio Francisco Cerri (chefe de naipe) Lucas Martinelli de Lira Riane Benedini Cury Oboé Lucas Emanuel Pinheiro Moreira Clarineta Krista Helfenberger Munhoz (chefe de naipe) Bogdan Dragan Fagote Lamartine Silva Tavares (chefe de naipe) Denise Guedes de Oliveira Carneiro Trompa Edgar Fernandes Ribeiro (chefe de naipe) Eraldo Alves de Araujo Carlos Oliveira Portela (trainee) Moises Henrique da Silva Alves (trainee) Trompete André de Souza Pinto (chefe de naipe) Natanael Tomas da Silva

Regente Titular e Diretor Artístico Alex Klein Regente Assistente Reginaldo Nascimento Coordenadora de Projetos Dulce Neves

Trombone Ricardo Pacheco (chefe de naipe) José Maria Lopes

Patronos e Patrocinadores

Trombone Baixo Paulo Roberto Pereira Junior Tuba Adilson Trindade de Avila Tímpanos Luiz Fernando Teixeira Junior (chefe de naipe) Percussão Kleber Felipe Tertuliano (trainee) Walison Lenon de Oliveira Souza (trainee) Carolina Raany Candido da Silva (estagiária) Equipe Produção e Administrativo Gestora Mariangela Quartim de Moraes Coordenadora de Projetos Dulce Neves Assistente Administrativo José Antônio Francisco Assistente Financeiro Francisco Evangelista Assitente Financeiro Rosana Cristina Araujo Assistente de Produção Julia Quartim Assistente de Produção Juliana Mengatto Inspetor José Maria Lopes Arquivista Musical Leandro Pardinho Santos Auxiliar de Montador Elvis Nogueira Mota da Silva Auxiliar de Montador Thaniz Gabriell de Moraes Lopes Departamento de Sócios e Patronos Gerusa Olivia Basso Arquivista Histórico Gisele Laura Haddad

Ambient Arteris S/A Associação Com. e Ind. de Ribeirão Preto Astec - Contabilidade Augusto Martinez Perez Banco Ribeirão Preto S/A Caldema Equipamentos Ind. Ltda Central Energética Moreno de Açucar e Álcool Ltda Cia. Bebidas Ipiranga Colégio Brasil Construtora Said Dr. Raul Gonzalez Estacionamento Stopark Espaço Uomo Fundação Waldemar Barnsley Pessoa Grupo WTB Hospital São Francisco Sociedade Ltda Hotel Nacional Inn Interunion Itograss Agrícola Alta Mogiana Ltda Jornal A Cidade Matrix Print Maurílio Biagi Filho e Vera Lúcia de Amorim Biagi Maubisa Mesquita Ribeiro Advogados Molyplast Com. Imp. e Exp. Ltda Price Auditoria RibeirãoShopping Riberball Mercantil Ind. Ltda RTE - Rodonaves Transp. e Enc. Ltda Santa Helena Indústria de Alimentos S/A São Francisco Gráfica e Editora Ltda Sasazaki Indústria e Comércio Ltda Savegnago Supermercado Ltda Stream Palace Hotel UNISEB COC Usina Alta Mogiana S/A - Açúcar e Álcool Usina Batatais S/A - Açúcar e Álcool Usina Santo Antonio Usina São Francisco Villa do Ipê Empreendimentos Ltda

Músicos licenciados

Músicos convidados mês de abril

Violino Mariya Mihaylova Krastanova Violino Robert Edgar da Cruz Moraes Viola Michele Silva Piçaço Flauta Sara Lima da Silveira Costa

Alexandre Menezes Devanildo Balmant Dimas Araújo da Costa Eduardo Fragotullio Fábio Baldo Fernando Stamato Isaac Alfaro Marcos de Souza Aquino

Miguel Fernando Stamato Milton Fernando Bergo Paola Redivo Paulo Felipe Barbosa Paulo Simões Saimonton dos Reis Tayara Natália Siqueira



circuito musical

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Concertos Internacionais e Juventude tem Concerto Concertos Internacionais

F

oi com grande honra que a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto recebeu dois grandes nomes da música erudita brasileira — o regente Norton Morozowics e o pianista Caio Pagano — para a realização das séries Concertos Internacionais e Juventude tem Concerto, que aconteceram, respectivamente, nos dias 13 de abril, às 21h e 14 de abril, às 10h30, no Theatro Pedro II. Como convidado, Morozowics esteve à frente da OSRP, que interpretou “Dança Brasileira” e “Choro para Piano e Orquestra” de Camargo Guarnieri, peça que contou a participação especial de Pagano; “Série Brasileira” de Alberto Nepomuceno e “Museu da Inconfidência” de Cesar Guerra-Peixe.

Maestro Norton Morozowicz, Glacy Antunes de Oliveira, Sonia Maria Suifi Gonzalez, Décio Agostinho Gonzalez

Mariangela Quartim, Kiko Pagano, convidados, Caio Pagano e Ilse Pagano

Dinah Pousa Godinho Mihaleff

Professor de Orquestra, Márcio dos Santos Gomes Junior (violino), e sua aluna do Projeto Tocando a Vida, Bruna Paschuin Coqueli

Laís Faccio

Wanda Salomão

Micheli Pinheiro e Clóvis Pinheiro Junior – secretário de Cultura de Ituverava

Ruth Carvalho da Costa

Jorge e Daniela Martins

Vera e Júlio César Risso, diretor financeiro da Associação Musical de Ribeirão Preto



circuito musical

26 Juventude tem Concerto

Caio Pagano, maestro Norton Morozowicz e músicos da Orquestra em conversa informal com o público

Maestro e solista dão autógrafos a alunos da Escola Técnica de Arte Municipal de Santa Cecília (ETAM) de Taquaritinga

Caio Pagano e maestro Norton com alunos do SOS Criança Juliana Andrião Damus, vereadora de Araraquara, e Alexandro Cesário

Mais emocionante que a Orquestra, é a presença do público que assiste ao projeto Juventude tem Concerto, no Theatro Pedro II

Vinicius, Marcelo, Profª Fernanda Antunes, Breno e Nina, alunos da Escola Infantil Barãozinho de Ribeirão Preto



circuito musical

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Família Sasazaki ao lado de membros da diretoria da empresa, dos integrantes da diretoria artística da Associação Musical e da solista Yuka de Almeida

70 nos da Sasazaki

N

o dia 27 de abril, às 20h, a Orquestra de Câmara da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto esteve em Marília para um concerto especial: um jantar realizado em comemoração aos 70 anos da Sasazaki. A camerata foi conduzida por pelo Spalla Denis Usov e contou com a presença da soprano Yuka de Almeida. No programa, obras de Mozart, Villa-Lobos, Guerra-Peixe, Zequinha de Abreu, Handel e Yamada.

Soprano Yuka de Almeida

A soprano Yuka entre os irmãos Leonardo e Celi Sasazaki

Décio Gonzalez Presidente da OSRP, sua esposa, Sonia Siufi e Almir Sater

Abertura da

Agrishow

I

nterpretando o Hino Nacional Brasileiro, a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto abriu a cerimônia oficial de inauguração da 20ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow). O evento, que aconteceu no dia 29 de abril, às 10h, no Parque Permanente de Exposições, contou com a presença de autoridades e de representantes setoriais do país e do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckimin, que foi recepcionado ao som da Orquestra, regida por Alex Klein. No programa, que foi fechado pelo Hino Nacional, “Hino a Ribeirão Preto” de D. T. de Carvalho, “Danças Eslavas Op. 46” de A. Dvorak, “Dança Húngara nº1” de J. Brahms, “Garota de Ipanema de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes e “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. A apresentação da Orquestra foi patrocinada pela ABIMAQ.

O evento reuniu empresários, autoridades políticas, respresentantes de instituições e da classe artística


Música e inclusão I

nstrumentistas da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, que compõem um quinteto de metais e um quarteto de cordas se apresentaram para 58 adolescentes, funcionários e parentes dos internos da Fundação Casa, em um evento que contou com o apoio do Projeto Guri. O emocionante encontro se deu no dia 7 de maio, às 14h, em Sertãozinho.

Giliard Tavares Reis (violino); Fernando Chagas Correa (violino); Adriel Vieira Damasceno (viola); Jonathas da Silva (violoncelo)

Edgar Fernandes Ribeiro (trompa); Ricardo Pacheco (trombone), Adilson Trindade de Àvila (tuba); Natanael Tomas da Silva (2º trompete); André de Souza Pinto (1º trompete)

ste ano, a Semana Comemorativa do Dias das Mães, em Ituverava, teve um gosto especial graças à Arteris que presenteou a cidade com um concerto da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, que deu início às festividades. O evento, ocorrido em 9 de maio, às 20h, no Teatro Municipal, foi regido por Reginaldo Nascimento e teve a participação dos solistas Gilliard Reis (violino) e Willian Rodrigues (viola). No programa, as obras de W. A. Mozart (1756-1791), “Abertura da ópera a Flauta Mágica”, “Sinfonia concertante em Mi bemol maior para violino e viola”, “Sinfonia nº41 Júpiter, em dó maior” (Allegro vivace, Andante cantábile, Minuetto:Allegreto e Finale: Molto Alegro), e Minha Ituverava, de autoria Vitor Martins, compositor nativo da cidade e de seu parceiro e amigo, Ivan Lins. Ituverava também é terra natal do presidente da Associação Musical de Ribeirão Preto, Décio Gonzalez.

Fotos: Produção OSRP

Homenagens às mães em Ituverava E

Décio Gonzalez e a primeira dama Sueli de Fátima Mattar Terra

Em concerto emocionante, Orquestra Sinfônica se apresenta para o público de Ituverava

Depois do belíssimo espetáculo proporcionado na condução da OSRP, Reginaldo Nascimento, regente assistente, recebe flores da presidente da Câmara Municipal, Yara Maria Sandoval Terra Sampaio

Em destaque, o spalla Denis Usov 29


balanço

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Prestação de contas Em reunião realizada no dia 26 de abril, às 20h, na sede da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, o conselheiro fiscal, Afonso Reis Duarte, fez um balanço financeiro referente ao exercício de 2012. Membros do Conselho e da Diretoria da Associação Musical de Ribeirão Preto estiveram presentes.



S達o Francisco


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