Aluna: Vitória Alves Gondim de Luna Graduanda de jornalismo pela Universidade Federal de Alagoas
Análise Fílmica
Título: Serra das Viúvas Gênero: Documentário Roteiro: Pedro Simonard e Siloé Amorim Direção: Siloé Amorim Produção: Sandreana Melo, Siloé Amorim Edição: Pedro Simonard Câmara e áudio: Jairo Gomes, Sandreana Melo e Siloé Amorim Editor: Ebenézer Ferreira, Marcel Mateus Ano de produção: 2015 Duração: 15 min. Origem: Brasil, Alagoas Pessoas entrevistadas: Marlene Araújo, Maria Lena Ambrósio de Araújo (Lia), Isabela de Araújo (Mãe Bela), Miguel Soares (Pinto), Helena Ferreira (Lena).
Sinopse O documentário aborda o cotidiano das pessoas que moram na comunidade quilombola de Água Branca, Alagoas. No qual é exposto depoimentos e imagens dos moradores que tiram o seu sustento através da produção de artesanato com a palha de Ouricuri.
Informações sobre os roteiristas Produzido por Pedro Simonard, Antropólogo, documentarista e professor do programa de pós-graduação Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas da UNIT-AL e pelo Siloé Soares de Amorim que possui graduação em Antropologia Social pela Escola
Nacional de Antropologia e História (1996), mestrado em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas (2003) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2010), atual coordenador da AVALAntropologia Visual de Alagoas.
Siloé Soares.
Pedro Simonard
Descrição O documentário se inicia com o depoimento da Lia explicando o que é ser um quilombola e a questão de se reconhecer como tal, depois é mostrado várias mulheres trabalhando na construção de bolsas da palha do ouricuri, neste momento elas vão expondo os problemas da comunidade que é esquecida pelos representantes políticos tendo os seus direitos negados, também é mencionado o prestígio da comunidade para os turistas que admiram o trabalho desenvolvido naquele local. A partir dos 9 minutos enquanto são mostradas imagens das mulheres trabalhando a história de como elas começaram a se organizar é contada pela Mãe Bela. Depois dos 10 minutos é relatado como é feita a colheita e o deslocamento das palhas exibindo imagens. Nos minutos finais o entrevistador pergunta sobre a terra que eles estão ocupando se existem documentos que comprovam que eles são os proprietários e a resposta é que não possuem e isso faz com que os moradores mais velhos não gostem da ideia de morar em uma propriedade que não foi comprada com o dinheiro deles, mesmo estes possuindo esse direito a terra.
Reconstrução O documentário pertence ao campo da Antropologia visual também conhecida como Antropologia da imagem que é um ramo da antropologia cultural, aplicada ao estudo e produção de imagens, nas áreas da fotografia, do cinema ou, desde os meados dos anos 1990, nos novos media utilizados em etnografia. Este em específico tem como foco a filmagem dos relatos de um povo quilombola que utiliza o artesanato como uma ferramenta de sobrevivência O filme etnográfico teve como foco a associação das Mulheres Artesãs Quilombolas da Serra das Viúvas que possui destaque Nacional e Internacional, no qual são registradas 30 artesãs. Ele foi apresentado na V Reunião Equatorial da Antropologia e na XIV Reunião de Antropólogos do Norte e Nordeste (REA, ABANNE), que teve como palco em 2015, Maceió-AL, com o tema “Direitos Diferenciados, conflitos e produção de conhecimento”. Através da minha análise levando em consideração as definições de Biil Nichols sobre os tipos de documentários observo que o modo dominante é o expositivo que ele define como o agrupamento de fragmentos do mundo histórico numa estrutura mais retórica ou argumentativa que poética. Dirigindo-se diretamente ao expectador com legendas ou vozes que propõem uma perspectiva, expõem um argumento ou recontagem uma história. Uma vez que ele narra o fato de uma maneira que mantém a continuidade da argumentação, as imagens limitam-se a confirmar a narração. O verdadeiro casamento do dito com o mostrado, tendo como marca a objetividade. O classifico dessa forma pois, é apresentado uma lógica nas entrevistas das artesãs quilombolas que contam a sua história ao mesmo tempo que são utilizadas imagens para enfatizar os fatos e argumentos. No final do documentário observo também o modo participativo quando o entrevistador participa provocando a entrevistada para que ela responda os questionamentos feitos por ele. Nesse tipo de documentário o cineasta assume uma postura mais presente, realizando entrevistas ou conversando com as pessoas filmadas.
- Na sequĂŞncia algumas imagens capturadas do documentĂĄrio
Referências
NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Coleção Campo Imaginético. Editora Papirus. Campinas, SP. 2005. LEITE, João. Quais São Os Tipos De Documentários?. Avmakers, 4 de out. de 2019. Disponível em: https://www.avmakers.com.br/blog/quais-sao-os-tipos-dedocumentario/. Acesso em: 17 de jul. de 2020. Antropologia visual. Wikipedia, Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Antropologia_visual. Acesso em: 17 de jul. de 2020.