SBCC ed76

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REVISTA DA SBCC N o 76 JUL/AGO/SET 2015

revista

Nº 76 jul/ago/set 2015 R$15,00

Radiofármacos: Maior utilização incentiva investimentos sbcc.com.br

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revista

Edição N0 76 jul/ago/set 2015

4

Editorial Atual e diversificada

8

Entrevista Mailson da Nóbrega - Consultor Técnico da Tendências

12

Entrevista Frans W. Saurwalt - Membro da Diretoria Executiva do ICCCS Koos Agricola - Membro da Diretoria Executiva do ICCCS

16

Radiofármacos Maior utilização incentiva investimentos

26

Eficiência Energética Eficiência energética em UTAs

30

SBCC – SLI Sala Limpa Itinerante é destaque na FCE e na Hospitalar

40

ISCCBRAZIL2016 SBCC recebe visita de diretores executivos do ICCCS

46

Associados

48

Artigo Técnico Comparação do desempenho entre diferentes tipos de salas limpas utilizando simulação FD

51 54

Artigo Técnico Sistemas de componentes para ar limpo “por tarefa” por salas de operação híbridas

Opnião Dez erros da sustentabilidade mais comuns nas empresas


EDITORIAL

revista

Edição N0 76 jul/ago/set 2015

Atual e diversificada

A

complexa situação econômica

caminhando firmemente com a execu-

Ambas contribuem e abrem espaço

pela qual o país atravessa nos

ção das ações planejadas, alinhadas à

para um debate técnico, fato absolu-

levou a consultar, pela segunda vez, o

missão de disseminar o conhecimento.

tamente fundamental para a evolução

economista Mailson da Nóbrega para

Parte disso pode ser acompanhada

do mercado, das empresas e dos

que pudesse discorrer um pouco sobre

nesta edição nas matérias sobre a

profissionais que atuam no controle de

como chegamos até aqui e, principal-

participação da SBCC, por meio do

contaminação de ambientes fechados.

mente, quais as perspectivas.

projeto Sala Limpa Itinerante – SLI, na

Finalmente, quero destacar os dois

Apesar de a SBCC ser uma instituição

Hospitalar e na FCE Pharma, eventos

artigos técnicos, publicados no ISCC

de caráter técnico e científico, a situa-

que, juntos, receberam mais de 110 mil

2014, organizado em Seul, Coreia do

ção econômica também nos mobiliza,

visitantes profissionais.

Sul, que abordam simulações compu-

pois longos períodos de incertezas po-

Outras duas matérias abordam resolu-

tacionais como forma de reduzir o tem-

dem impactar na própria dinâmica das

ções técnicas que ou impactam ou vão

po de desenvolvimento de salas limpas

ações fomentadas pela entidade, visto

impactar o mercado local. No caso da

e ajudam a estimular o desempenho

que a maior parte de seus associados

produção de radiofármacos, a aborda-

e as características dessas salas em

são empresas. E, nossa percepção,

gem recai sobre a complexidade e os

ambientes hospitalares.

é de que o setor está sendo afetado,

desafios de se terem áreas limpas nos

Temos, então, uma edição alinhada com

por exemplo, com o adiamento ou a

ambientes de produção desses medi-

os temas da atualidade e bem diversifi-

paralisação de novos investimentos ou

camentos. Já no texto sobre eficiência

cada quanto às temáticas técnicas.

reformas que impactam diretamente

energética em filtros e em unidades de

em toda a cadeia produtiva do setor de

tratamento de ar, a questão é trazer

Boa leitura

áreas limpas e ambientes controlados.

para o debate a necessidade de se

Marco Adolph

Mesmo assim, a entidade continua

desenvolver um selo de classificação.

Editor-chefe do Conselho Editorial

­SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação - www.sbcc.com.br Revista da SBCC - ISSN 2318-9754 Diretoria: Presidente: Marcelo Carneiro; Vice-Presidente: Eduardo Almeida Lopes; Diretor Técnico: Elisa Liu Man Li; Diretor Financeiro: Antonio Elias Gamino; Diretor de Relações Públicas: Célio Soares Martin; Past Chairman: Rinaldo Lúcio de Almeida; Conselho Consultivo Elegível: João Felipe Martin Meca e Almerinda Maria Medeiros Wanderley; Conselho Consultivo: Celso Simões Alexandre, David Hengeltraub, Eliane Bennett, Franz Gasser, Heloisa Meirelles, Miguel Ferreirós, Orlando R. A. Azevedo, Raul Sadir, Silvia Yuko Eguchi, Thomas Abeling e Yves L. M. Gayard; Conselho Fiscal: Jean-Pierre Herlin e Dirce Akamine. Cargo não-eletivo: Delegada Internacional: Heloisa Meirelles; Gestora CB-46: Elisa Liu Man Li; Conselho Editorial Revista SBCC: Marco Adolph (editorchefe), Camilo Souza (editor assistente), José Augusto Senatore, Andrea Muggiati de Abreu, Martin Lazar, Wili Hoffmann, Fabio Eduardo de Campos e Vagner Alves Secretaria: Márcia Lopes Revista da S ­ BCC: Órgão ofi­cial da ­SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação. Av. Rio Branco, 1492 – Campos Elíseos – ­CEP 01206-001 São Paulo – SP. Tel. (11) 2645-9105 – Fax (11) 2645-9205 E-­mail: ­sbcc@sbcc.­com.br; A Revista da S ­ BCC é u ­ ma publi­ca­ção trimes­tral edi­ta­da p ­ ela Vogal Comunicações. Tiragem: 5.000 exem­pla­res Vogal Comunicações: Editor: Alberto Sarmento Paz. Reportagens: Luciana Fleury. Edição de Arte: Koiti Teshima (BBox). Diagramação: Caline Duarte e Wilson Fão. Projeto Gráfico: Carla Vendramini/Formo Arquitetura e Design. Contatos c­ om a reda­ção: Av. Paulista 807, 23º andar São Paulo. E-­mail: reda­cao@vogal­com.­ com.br Depto. Comercial: Marta Vieira (comercial.2@sbcc.com.br) e Aline Souza (comercial.1@sbcc.com.br). A SBCC é membro da ICCCS - International Confederation of Contamination Control Societies As opi­niões e os con­cei­tos emi­ti­dos ­pelos entre­vis­ta­dos ou em arti­ gos assi­ na­ dos n­ão s­ão de res­ pon­ sa­ bi­ li­ da­ de da Revista da S­BCC e n­ão expres­ sam, neces­sa­ria­men­te, a opi­nião da enti­da­de. Foto capa: Divulgação / Ciclopet

4


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Foto: Divulgação / Marilia Vasconcellos

ENTREVISTA

Mailson da Nóbrega Consultor Técnico da Tendências Rosana Costa

E

8

m todos os setores da economia,

Mailson é autor de cinco livros, sendo

saída do ministro da Fazenda Antonio

nos noticiários e até na conversa

o mais recente deles a autobiografia

Palocci em 2006, se ampliaram no se-

de bar, o pessimismo em relação ao

“Além do feijão e arroz”, lançado em

gundo mandato de Lula e se tornaram

ano de 2015 é a tônica. Desemprego,

2010. Em 1997, fundou a Tendências

exorbitantes no primeiro mandato de

alta do dólar, dívida pública e aumento

Consultoria Integrada, da qual se des-

Dilma. Erros de diagnósticos e de-

da inflação são alguns dos assuntos

ligou em julho de 2015, para se dedicar

sastradas intervenções na economia

mais discutidos. A economia brasileira

às atividades de palestrante, à sua co-

foram os principais determinantes das

chegou ao fundo do poço? Há saída

luna na Revista Veja, da Editora Abril,

quedas na renda e no emprego.

em médio prazo? Para desvendar o

e à escrita de seu sexto livro.

cenário atual e saber as perspecti-

Revista da SBCC: As previsões indi-

vas para o próximo ano, a Revista da

cam um encolhimento importante da

SBCC conversou com o economista

economia neste ano e praticamente

Mailson da Nóbrega.

Revista da SBCC: Atravessamos tal-

uma estagnação em 2016. Qual sua

Formado pela Faculdade de Ciências

vez o mais longo período de crise eco-

posição sobre esse momento? Já che-

Econômicas Contábeis e de Adminis-

nômica pós-real. Quais os principais

gamos ao ponto mais fundo do poço?

tração do Distrito Federal (CEUB), sua

fatores que levaram a essa situação?

Mailson da Nóbrega: A situação tende

carreira na vida pública começou na

Mailson da Nóbrega: A crise inter-

a piorar antes de melhorar. A economia

década de 1970 no Banco do Brasil e

nacional iniciada em 2008 e a queda

pode se estabilizar no quarto trimestre

em outros órgãos públicos até tornar-

recente dos preços das commodities

e começar a crescer de novo em 2016.

-se ministro da Fazenda no governo

influenciaram o mau desempenho da

Será, todavia, um crescimento medío-

José Sarney, entre os anos de 1988

economia, mas a principal causa está

cre, entre 0,5% e 1%. A inflação chega

a 1990, quando integrou o board de

aqui mesmo. A culpa deve ser atribu-

perto de 9% em 2015 e pode cair for-

diversas

ída aos erros calamitosos de gestão

temente para 5,5% em 2016, quando

da economia, que começaram com a

terão passado os efeitos da correção

instituições

internacionais

como o FMI e o Banco Mundial.

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


de preços públicos, enquanto a eleva-

Revista da SBCC: Como o senhor

Revista da SBCC: Na sua opinião,

ção dos juros pelo Banco Central deve

acredita que será o cenário econômico

qual o principal entrave atual e no

evitar a propagação da inflação deste

para 2016 no Brasil? E no mundo?

passado recente para que o Brasil

ano para a de 2016. O perigo é per-

Mailson da Nóbrega: – No Brasil,

confirme sua vocação para ser um

der o grau de investimento, que acho

pagaremos o preço da má gestão da

país desenvolvido? Ou essa vocação,

pouco provável. Se acontecer, o Brasil

economia nos governos do PT. Já será

na verdade, nunca existiu?

levaria dois anos ou mais para come-

bom se for mantido o grau de investi-

Mailson da Nóbrega: O Brasil pode

çar a recuperar sua economia.

mento. No mundo, os sinais são de

um dia integrar o clube dos países ri-

que prossegue a recuperação da eco-

cos, mas os desafios são imensos. Se-

Revista da SBCC: Quais suas expec-

nomia americana, que pode crescer

gundo Douglass North, economista e

tativas para os indicadores econômi-

perto de 3% no próximo ano. As áreas

historiador americano, existem apenas

cos mais importantes para este ano? Mailson da Nóbrega: Além dos dados do PIB e da inflação, estimo uma taxa de câmbio de R$ 3,15 por dólar no final do ano. A taxa média de desemprego subirá de 4,5% em 2014 para 6,3% em 2015. O déficit em conta corrente do balanço de pagamentos poderá atingir mais de US$ 80 bilhões, dos quais US$ 55 bilhões serão financiados de forma saudável, via investimentos estrangeiros diretos. Vamos depender, portanto, da captação líquida de cerca de US$ 30 bilhões de capitais de curto prazo, o que realça a importância de preservar o grau de investimento. Revista da SBCC: Qual o caminho mais factível, na sua opinião, para o

No mundo, os sinais são de que prossegue a recuperação da economia americana, que pode crescer perto de 3% no próximo ano. As áreas de risco estão na Europa – com a crise do euro e os riscos associados à situação deplorável da Grécia – e na China

25 países ricos. Nos últimos cem anos, esse clube admitiu apenas um novo membro, o Japão. Para atingirmos a condição de país desenvolvido, precisamos vencer o desafio da educação, estabelecer ordem no caos tributário, abandonar a arcaica legislação trabalhista, viabilizar a Previdência no longo prazo, investir o triplo do que investimos em infraestrutura e deixar para trás a cultura anticapitalista que impregna muitas mentes, inclusive nas escolas, no Congresso e no Judiciário. Se conseguíssemos tudo isso, a produtividade cresceria a um ritmo superior à dos países ricos, permitindo a redução paulatina do fosso que nos separa de suas economias. No momento, estamos ficando para trás.

Brasil sair da crise?

Não dá para desistir, mas é preciso

Mailson da Nóbrega: Aumentar a pro-

ter em conta que um país desenvol-

dutividade. Mas isso depende de refor-

vido costuma ser rico em quase tudo:

mas estruturais (tributária, trabalhista,

instituições, qualidade da educação,

previdenciária) que exigem liderança

de risco estão na Europa – com a crise

infraestrutura, ambiente de negócios,

política e capacidade de mobilização

do euro e os riscos associados à situa-

apoio ao desenvolvimento capitalista,

que, infelizmente, não estão dispo-

ção deplorável da Grécia – e na China.

e assim por diante. Às vezes tenho dú-

níveis. O Brasil passará em branco

A desaceleração da economia chinesa

vida se chegaremos lá, mas luto para

nessa área em mais um período de

parece ser maior do que se previa. As

continuar otimista.

governo. As concessões de infraestru-

quedas recentes na Bolsa de Valores

tura de transportes podem ajudar no

de Xangai emitem sinais preocupan-

Revista da SBCC: Como o senhor ava-

crescimento, mas não se sabe se vão

tes. E sempre tem o risco de natureza

lia o plano de proteção ao emprego com

acontecer. Se acontecerem, o impacto

geopolítica, oriundos dos conflitos no

a redução temporária de jornada de tra-

será mínimo no atual governo, da or-

Oriente Médio, mas estes não têm sa-

balho e redução proporcional de salário?

dem de 0,2% de acréscimo no PIB em

ído do radar nos últimos anos. Até nos

O uso do fundo do FAT não compromete

média a partir de 2016.

acostumamos.

ainda mais os gastos do governo?

9


ENTREVISTA Mailson da Nóbrega: Foi uma boa

Mailson da Nóbrega: Os resultados

econômico por meio do investimento

medida, a meu ver. É preciso suavizar

da pesquisa não são surpresa para

em ampliação da capacidade produ-

a queda do emprego e evitar o agra-

mim. Se considerarmos a indústria,

tiva, sem cortar a manutenção de po-

vamento dos seus custos sociais. In-

provavelmente o setor mais ouvido,

líticas sociais? Nesse momento, qual

felizmente, o instituto intervencionista

os empresários amargam queda de

tem sido a prioridade do governo, na

do governo influenciou a decisão. Os

produção desde 2011. Os erros do

sua opinião, e quais as consequências

burocratas decidirão, caso a caso, que setores podem ser beneficiados. Mesmo assim, é muito melhor do que nada fazer. Revista da SBCC: Uma pesquisa do International Business Report diz que o empresariado brasileiro é, atualmente, o terceiro mais pessimista do mundo, principalmente por conta das incertezas econômicas, atrás apenas dos empresários da Grécia e da Estônia. Há motivo para tanto? O que eles tanto temem?

disso?

As intenções do programa de concessões são muito boas e podem, se confirmadas, resultar em forte investimento em infraestrutura de transportes, melhorando a operação da logística. Haveria ganhos de produtividade na economia e de competitividade na indústria

Mailson da Nóbrega: O investimento, ao lado da mão de obra e da produtividade, é um dos determinantes do crescimento. Por ora, está em queda, inclusive no setor público. Ampliar a capacidade produtiva requer condições não presentes na atualidade, tais como perspectiva do mercado dos diferentes produtos, estabilidade da economia e riscos controláveis. Felizmente, as políticas sociais tendem a ser preservadas em sua maior parte. Ninguém defende cortes em saúde, educação e programas sociais como o Bolsa Família. Revista da SBCC: Como o senhor avalia o programa de concessões lançado em junho pelo governo federal? Mailson da Nóbrega: As intenções do programa são muito boas e podem, se confirmadas, resultar em forte investimento em infraestrutura de transportes, melhorando a operação da logística. Haveria ganhos de

governo acarretaram aumentos sala-

produtividade na economia e de com-

riais reais acima da produtividade, o

petitividade na indústria. Parece que o

que aumentou os custos unitários do

governo vai abandonar o equívoco de

trabalho para a indústria e reduziu a

querer controlar o valor das tarifas e

competitividade de seus produtos. As

a taxa de lucro das concessionárias,

incertezas quanto ao futuro imediato

que foi a tônica de programas ante-

influenciam decisões de investir e con-

riores. Agora não tem o BNDES para

tribuem para o pessimismo. Ainda vai

compensar, via subsídios, condições

levar tempo para reverter esse quadro,

menos atrativas dos leilões. A compe-

o que talvez somente ocorra no próxi-

tência na condução do assunto parece

mo governo.

ter melhorado. Mas ainda é cedo para comemorar, pois as regras ainda não

10

Revista da SBCC: No atual panora-

são inteiramente conhecidas. Torço

ma, é possível promover o crescimento

para dar certo.

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015



Fotos: Glaucia Motta

ENTREVISTA

Frans W. Saurwalt Membro da Diretoria Executiva do ICCCS Luciana Fleury

A

12

visita que os holandeses Frans

sendo responsável por projetos de sa-

e, ainda, participaram, como minis-

Saurwalt e Koos Agricola fi-

las limpas em indústrias de vários seg-

trantes, de dois workshops técnicos

zeram ao Brasil, em junho, dentro de

mentos e consultor quanto a conceitos,

internacionais (veja matéria na pág.

suas atividades como membros da

especificação, projeto, documentação,

40). Abrindo espaço na agenda, eles

Diretoria Executiva do ICCCS, deixou

qualificação/validação e operação tan-

conversaram com a Revista da SBCC.

claras a grandiosidade e a complexida-

to para clientes privados quanto para

de dos desafios brasileiros para o setor

o governo holandês. Já Koos Agricola

de controle de contaminação. Para

é Engenheiro de Processos na R&D

Saurwalt, “foi uma oportunidade exce-

Océ Technology, atuando nas áreas

Revista da SBCC: Que avaliação faz

lente para conhecer de perto a SBCC

de controle de contaminação e salas

da reunião do ICCCS na região das

e entender melhor a sua posição iso-

limpas. Mestre em Física Aplicada na

Américas, organizada para contri-

lada em uma terra tão vasta quanto o

Universidade de Twente, é professor e

buir com a discussão sobre as linhas

Brasil e, ainda, como sendo a única

coordenador de cursos de tecnologia

de atuação a serem seguidas pela

sociedade relacionada ao controle de

de sala limpa, comportamento, projeto,

ICCCS?

contaminação na América Latina”.

controle de contaminação e limpeza,

Frans W. Saurwalt: Fiquei satisfeito

Com essa visão, ambos defendem a

além de ser especialista em diretrizes

com a excelente discussão e também

importância dos esforços da SBCC em

sobre comportamento em salas limpas

com a oportunidade de explicar a

ampliar a aproximação com os países

e classificação de salas limpas.

análise SWOT (que trabalha Forças,

vizinhos, para promover uma maior

Durante a estada no Brasil, eles par-

Fraquezas, Oportunidades e Ame-

troca de experiências e disseminar co-

ticiparam de reuniões para comple-

aças) e os planos para revitalização

nhecimentos. Os dois são especialis-

mentar o planejamento estratégico

do ICCCS. Foi muito relevante a

tas no setor. Saurwalt é Gerente Técni-

da federação para os próximos anos,

participação por Skype, de Roberta

co da unidade de negócios de controle

acompanharam os preparativos para

Burrows, Diretora Executiva do IEST

de contaminação da Kropman BV,

a realização do ISCCBRAZIL2016

(entidade norte-americana de contro-

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


Koos Agricola Membro da Diretoria Executiva do ICCCS

le da contaminação). Quero enfatizar

ção, que poderiam se tornar membros

Revista da SBCC: Como analisa a

que, dentro deste novo Plano de Tra-

da ICCCS. A entidade poderia, inclusi-

preparação da SBCC para a realiza-

balho do ICCCS, existe a possibilida-

ve, ajudar a estabelecer programas de

ção do ISCC 2016?

de da SBCC ter outro representante

intercâmbio de experiência (eventos e

Koos Agricola: A organização da

internacional na diretoria executiva

treinamentos) para contribuir com es-

SBCC para o ISCCBRAZIL2016 pa-

do ICCCS, reforçando a posição da entidade. Ressalto, também, o valor da participação dos profissionais do Chile e da Argentina, que demonstraram interesse por mais conhecimento e vontade em disseminá-lo em seus países. Espero que a presença do ICCCS tenha incentivado a SBCC a continuar esse trabalho e desejo que haja forte presença de profissionais dos países vizinhos no ISCCBRAZIL2016.

O ISCCBRAZIL2016 deve focar o network latino-americano ressaltando a importância do contato direto com os especialistas internacionais

rece muito boa. Estou um pouco preocupado com o orçamento, que deve ser flexível para atender tanto aumento como redução do valor previsto. A oportunidade de reunir pessoas de diferentes países latino-americanos é excelente e este deve ser o foco do Simpósio. Acredito que a maioria dos visitantes dos Estados Unidos, Europa e Ásia virá somente como palestrante ou para atender reuniões internacionais realizadas de forma

Revista da SBCC: Qual a impressão

paralela (ISO/TC 209 e ICCCS). Por

sobre a busca pelo estreitamento do

isso, o foco deve ser no fortaleci-

relacionamento da SBCC com os de-

sas iniciativas. Seria uma ótima opor-

mento do network latino-americano,

mais países da América Latina?

tunidade para ajudar os outros países

ressaltando a oportunidade de que o

Koos Agricola: É uma ação importan-

da América Latina, além de possibilitar

evento trará para os participantes ter

te para estimular a instalação de novas

a criação de redes e o intercâmbio de

contato direto com especialistas de

sociedades de controle de contamina-

experiências.

fora da América Latina.

13


ENTREVISTA Frans W. Saurwalt: Alguns elemen-

Revista da SBCC: Em sua estada

Revista da SBCC: E com relação ao

tos parecem bem definidos, como o

no Brasil, os senhores participaram,

workshop que tinha como público pro-

local, estabelecido como o Centro de

como ministrantes, de dois workshops,

fissionais da área da saúde?

Convenções Rebouças, o apoio co-

direcionados para públicos diferentes.

Frans W. Saurwalt: O workshop foi

operativo do Instituto de Infectologia

Um deles foi voltado para profissio-

claramente de mais interesse para

Emilio Ribas - IIER e do São Paulo

nais da indústria farmacêutica. O que

esse público, o comparecimento foi

Convention & Visitors Bureau, a du-

acharam da experiência?

aproximadamente o triplo do dia ante-

ração de três dias do evento. O que

Frans W. Saurwalt: Koos e eu apre-

rior. Na Holanda, vemos a mesma si-

ainda não ficou claro é a participação

sentamos muitas informações com-

tuação: números bastante elevados de

e o suporte das empresas envolvidas

plementares, tanto conceituais como

participantes quando o assunto está

neste segmento, tanto fornecedores como usuários, que usufruem do trabalho dedicado da SBCC. Algo que prejudica a visão geral de despesas e receitas. A ideia da Comissão Organizadora de ter sessões paralelas em português, para facilitar a participação de palestrantes e visitantes, parece bastante lógica e também mais econômica. Outra excelente ideia da comissão do ISCCBRAZIL2016, que é similar ao que fazemos na Europa, obtendo ótimos resultados, é incluir na agenda apresentações com assuntos básicos do mundo do controle de contaminação, como Introdução, Normas, Especificações e Projeto, Construção, Comissionamento e Validação, Operação e Manutenção. Isto é muito útil para pessoas que estão se iniciando no assunto e têm necessidade de mais

É bastante estimulante constatar o alto interesse de alguns médicos em técnicas para reduzir e controlar infecções nos centros cirúrgicos e saber que a SBCC está empenhada em cooperar e chamar a atenção sobre esta questão aos profissionais da saúde

conhecimento.

relacionado à questão hospitalar. Foi especialmente positiva a maneira de pensar sobre controle de contaminação em salas cirúrgicas. Outro assunto muito relevante debatido foram os custos. É bastante estimulante constatar o grande interesse de alguns médicos em técnicas para reduzir e controlar infecções nos centros cirúrgicos e saber

M

que a SBCC está empenhada em co-

Y

operar e chamar a atenção sobre esta

CM

questão aos profissionais da saúde.

MY

CY

Revista da SBCC: Que mensagem deixaria para os membros da SBCC? Koos Agricola: O que percebemos é que a SBCC tem um grupo altamente dedicado e proativo. No entanto, o conselho da entidade poderia ter um maior número de participantes, o que possivelmente propiciaria ampliar o número de projetos para desenvolver diretrizes brasileiras e cursos sobre

Revista da SBCC: Está prevista algu-

C

salas limpas. O Brasil é um país mui-

ma contribuição direta do ICCCS ao

práticas/técnicas. A interação com

to grande e, portanto, é necessário

ISCC 2016?

os participantes foi muito positiva.

um maior número de participantes

Frans W. Saurwalt: Estamos avalian-

Podemos reconhecer claramente as

para ajudar a SBCC a preparar e pro-

do a possibilidade de o ICCCS, via

necessidades reais dos participantes e

mover cursos básicos e avançados

ICEB (instituto de ensino associado ao

nos sensibilizamos de que a situação

de salas limpas, dentre outras ações

ICCCS), ministrar, durante o evento,

presente, exposta por eles, não é to-

de promoção do conhecimento. A

um curso básico sobre o comporta-

talmente satisfatória. A mesa-redonda

criação de mais grupos de trabalho

mento em salas limpas, oferecendo

formada por especialistas de alto nível

para novos projetos é uma oportuni-

uma certificação do ICEB aos partici-

foi muito bem conduzida pelo mode-

dade para novos membros da SBCC

pantes. Achamos que esta ação atrairá

rador, o tempo programado foi muito

aumentarem seu conhecimento e

e motivará os participantes.

bom e a tradução foi excelente.

network.

14 SBCC - Jul/Ago/Set - 2015

CMY

K


MESA DE TRABALHO PALMETAL MODELO TW1 | LANÇAMENTO 2015

GAVETAS COM CORREDIÇAS TELESCÓPICAS CHAVES INDIVIDUAIS POR GAVETA TAMPO REFORÇADO

LAVATÓRIO

CALHA DE ESCOAMENTO

CADEIRA INOX

LIXEIRA

MESA DE TRABALHO

CARRO DE LIMPEZA


RADIOFÁRMACOS

Maior utilização incentiva investimentos A aplicação de radiofármacos vem crescendo continuamente no diagnóstico e tratamento do câncer. Áreas limpas nos ambientes de produção desses medicamentos, prevista na RDC 63/2009, são um desafio Luciana Fleury

O

s avanços obtidos pela me-

macos ainda é muito pequena, mesmo

sas Energéticas e Nucleares), a insti-

dicina no diagnóstico e tra-

quando comparamos com países da

tuição pioneira no Brasil na fabricação

tamento de câncer têm contado com

América Latina, como a Argentina e

de radiofármacos, localizada em São

importantes aliados: os medicamen-

o Chile. Se formos comparar com os

Paulo-SP.

tos radiofármacos. Capazes de, após

Estados Unidos e Europa, então, pre-

Para Mengatti, o Brasil precisa

administração, identificarem com rapi-

cisaríamos de um fator de crescimento

ampliar seus investimentos em saú-

dez e boa sensibilidade focos de al-

de, no mínimo, 3 a 4 vezes, para nos

de per capita para permitir um maior

guns tipos de tumor, podendo também

equipararmos a estes países”, informa

acesso da população às tecnologias

ser usados na terapia de alguns tipos

Jair Mengatti, Gerente do Centro de

da medicina nuclear. Além disso, se-

da doença, o uso dos radiofármacos

Radiofarmácia e Diretor de Produtos e

gundo ele, é necessária uma maior

vem aumentando significativamente

Serviços do IPEN (Instituto de Pesqui-

atenção aos recursos humanos envolFotos: Divulgação / IPEN

nos últimos anos, sendo cada vez mais utilizados em procedimentos médicos, notadamente os relacionados à medicina nuclear e à oncologia. Sua fabricação exige complexos controles, por ser um produto radioativo, e, com a publicação da RDC n° 63/2009 (Requisitos de Boas Práticas de Fabricação de Radiofármacos), tornou-se mais uma das cadeias produtivas a demandar o uso de salas limpas. A determinação trouxe um grande desafio para os laboratórios produtores, exatamente pela necessidade de conciliar a contenção da radiação e o controle da contaminação. O Brasil produz radiofármacos há mais de 50 anos, mas o volume de utilização ainda está aquém do potencial

16

do mercado. “A aplicação dos radiofár-

Novo ambiente para a produção de radiofármacos que contém flúor-18 (18F) em sua composição, no IPEN: local foi desenhado para atender às recomendações da ANVISA

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


vidos, tanto com relação à formação

mercado. Um desses fabricantes é a

Após ter recebido, em abril deste

de médicos para esta especialização

Cyclopet, sediada em Curitiba, que se

ano, a Certificação de Boas Práticas

como ao estímulo para que químicos,

tornou a primeira empresa do Paraná

de Fabricação, a Cyclopet aguarda o

farmacêuticos, físicos e outros profis-

a produzir o FDG, ou fludesoxiglicose

registro de medicamento na ANVISA

sionais direcionem sua atuação para

(18F), radiofármaco utilizado em exa-

(Agência Nacional de Vigilância Sani-

esta área, desenvolvendo pesquisas e

mes de PET-SCAN. A área produtiva

tária), já solicitado. A marca de ser o

também lidando com os meandros da

da empresa envolve áreas limpas que

primeiro laboratório a ter um radiofár-

produção de radiofármacos. “Talvez

somam 66 metros quadrados e um

maco registrado no Brasil pertence à

os maiores desafios sejam os recur-

cíclotron, um acelerador de partículas

Comissão Nacional de Energia Nucle-

sos humanos. Você pode ter o melhor

que, apesar de ser auto-blindado, por

ar/CDTN, que obteve o registro de seu

laboratório, a melhor instalação, mas

questões de segurança fica envol-

Radioglic - fludesoxiglicose (18F) no dia

se não houver investimento nas pes-

to por paredes de concreto com 50

22 de junho de 2015.

soas, nos profissionais, nada disso

centímetros de espessura. “Iniciamos

terá sucesso. Para que um profissional

nossa produção em janeiro de 2014,

chegue a ter condições de voo próprio para realizar avanços neste setor são necessários entre oito e dez anos”, diz. “Atualmente, no IPEN, sofremos com dificuldade na reposição dos recursos humanos e estamos preocupados com a continuidade dos trabalhos que são feitos há mais de 50 anos. Se não

O grande desafio para os laboratórios produtores é conciliar a contenção da radiação e o controle da contaminação

Atualização no IPEN A publicação das RDC n° 63 e n° 64/2009 gerou uma grande movimentação no mais tradicional produtor brasileiro, o IPEN. O instituto já deu os primeiros passos para adequar-se às novas proposições, mas preci-

houver uma rápida reposição destes

sa enfrentar diversos desafios pela

profissionais com certeza haverá uma

complexidade de sua realidade. O

lacuna e talvez nunca mais se consiga

primeiro ponto é sua extensa linha de

recuperar este conhecimento perdido.

com vendas para Curitiba e Maringá.

produtos, cada um demandando pro-

Muitos especialistas já se aposenta-

Posteriormente, expandimos a comer-

cessos e cuidados específicos. Atu-

ram, outros estão em idade avançada

cialização para Florianópolis e Lon-

almente, são 37 produtos incluindo

e não podem estar mais aqui no dia a

drina, e agora Blumenau. Atualmente

radiofármacos prontos para uso, rea-

dia. Isto cria um enorme problema para

produzimos em torno de 360 doses

gentes liofilizados para marcação e o

o futuro”, prevê.

mensais, mas queremos chegar a, no

gerador de molibdênio-tecnécio. Dois

mínimo, entre 550 a 600 doses mês

deles correspondem a radiofármacos

até o final do ano para poder empatar

de meia vida curta (os que utilizam

os custos de produção”, diz Guilherme

flúor 18 na constituição e que estão

M. Burkhardt, Consultor de Vendas da

fora do monopólio estatal), enquanto

Cyclopet Radiofármacos.

outros 21 são radiofármacos cuja

Fim do monópolio A publicação da RDC n° 63/2009 (Boas Práticas de Fabricação de Ra-

Burkhardt comenta ainda que a

produção é exclusivamente realizada

diofármacos) e RDC 64/2009 (Registro

empresa tem prospectado clientes

por laboratórios ligados a entidades

de Radiofármacos) faz parte de um

em outros estados, porém vem en-

públicas, alguns com meia vida supe-

novo capítulo desta história que vem

contrando dificuldades em um ce-

rior a 8 dias. Os 14 restantes fazem

sendo escrita há mais de 50 anos e

nário de economia retraída, apesar

parte da linha de liofilizados, conside-

que teve, em 2006, outro grande mar-

de o SUS (Sistema Único de Saúde)

rados componentes não radioativos

co: o fim do monopólio estatal para a

ter incluído, no rol de procedimentos

para marcação com um componente

produção de radiofármacos de meia

obrigatórios, alguns exames de PET/

radioativo (“kits frios”), e que qualquer

vida ultra curta (inferior a duas ho-

CT, o que pode fomentar um avanço

indústria farmacêutica pode produzir,

ras), que permitiu novos entrantes no

nessa área.

uma vez que serão combinados com

Jul/Ago/Set - 2015 - SBCC

17


RADIOFÁRMACOS

Área produtiva da Cyclopet (em Curitiba-PR) envolve áreas limpas que somam 66 metros quadrados e um cíclotron, um acelerador de partículas auto-blindado

soluções radioativas somente no momento da aplicação no paciente.

Novas diretrizes

A segunda questão que se impõe

instalações. A principal missão de Zapparolli e seu time é desenhar uma

para o IPEN é a de atualizar uma estru-

Mesmo favorável às atualizações

Especificação de Requisito de Usuá-

tura antiga, que engloba várias celas

e melhorias possibilitadas pelo novo

rio (ERU) que atenda o que deman-

de processamento de material radioa-

cenário dos radiofármacos no Brasil,

dam as regras da Comissão Nacional

tivo (hot cells), cada uma destinada à

Zapparolli tem diante de si uma série

de Energia Nuclear (CNEN) para o

produção de um tipo de radiofármaco,

de questões com as quais terá de

trabalho com material radioativo ao

e que estão em operação desde o fim

lidar para tornar as instalações do

mesmo tempo em que respeite as

da década de 1960.

IPEN totalmente adequadas às novas

Boas Práticas de Fabricação de medi-

diretrizes.

camentos injetáveis. Só assim a insti-

Vale lembrar que, passados mais

18

agora tem para atualizar as demais

de 50 anos de atuação, o IPEN ja-

O esforço inicial foi direcionado

tuição poderá abrir um processo licita-

mais registrou qualquer problema

para a produção do radiofármaco flu-

tório para a contratação do projeto de

com a administração nos pacientes

desoxiglicose (18F). Foram adquiridas

engenharia. A tarefa tem se mostrado

dos radiofármacos produzidos. No

celas de processamento de uma em-

um verdadeiro quebra-cabeça, com

entanto, o instituto mantém uma

presa italiana tanto para a síntese do

peças, que, em algumas situações,

visão bastante positiva das novas

composto quanto para o fracionamento

simplesmente não se encaixam.

exigências. “Permanecer na zona

final, que estão sendo instaladas em

O primeiro ponto é uma inversão de

de conforto é algo ruim em qualquer

uma nova área de produção. O ambien-

conceitos. Enquanto os riscos para o

circunstância. Os processos devem

te foi construído com pisos e divisórias

meio ambiente relativos ao processa-

sempre passar por inovações, ainda

próprias para salas limpas e conta com

mento e envase de injetáveis estéreis

mais aquelas voltadas para ampliar

um sistema de HVAC com filtros HEPA,

possam ser relativamente pequenos a

a segurança ao usuário final. Os

tudo desenhado para atender às reco-

curto prazo, embora não possam ser

controles, mesmo que redundantes,

mendações da ANVISA.

desprezados a médio e longo prazos

têm que ser efetuados especial-

Incluir o controle de contaminação

devido à acumulação do material,

mente porque estamos lidando com

em uma instalação nova e voltada

estes ainda permitem proteger o pro-

aplicações que serão administradas

para a produção de radiofármaco de

duto e o processo com pressurização

em seres humanos”, comenta Carlos

meia vida curta exigiu novos conheci-

positiva. Os riscos inerentes aos ra-

Zapparoli, Gerente Geral de Infraes-

mentos da equipe do IPEN, mas não

diofármacos requerem atenção ime-

trutura e Apoio do IPEN.

se compara ao desafio que o grupo

diata a fim de conter a radioatividade,

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015



RADIOFÁRMACOS que é totalmente nociva e altamente

permaneça muito bem estanque. Po-

a movimentação de ar provoca uma

contaminante, apresentando grande

rém, como fazer isso, se temos cabos,

movimentação

severidade imediata, que aumentará a

controles eletrônicos e todo o cuidado

partículas, o que pode causar algu-

médio e longo prazos. Portanto reque-

para achar uma condição que não con-

ma contaminação”, expõe. “Seguindo

rem contenção radiológica por meio

tamine o meio interno”.

apenas as vertentes de radioproteção,

de diferenciais de pressão negativos,

Várias das situações apontadas para o desenvolvimento de novas soluções indicam oportunidades para o setor de salas limpas

estamos falando em 5 e 10 movimen-

muito maiores que os convencionados nas áreas limpas de uso farmacêutico. A cela de processamento (totalmente blindada e com a manipulação ocorrendo sem o contato do operador, pela exposição radioativa) tem uma pressão negativa (entre 150 e 250

involuntária

destas

tações de ar por hora; já para obtenção da ISO classe 5 é necessário promover um deslocamento de ar com velocidade média >= 0,30 m/s, sendo adotado 0,45 m/s segundo o guia BPF, considerando-se que a altura interna das hot cells é de aproximadamente 1,0

Pascals negativos) maior do que o

a 1,2m, isso resultará em um número

ambiente que abriga o operador. “Mas,

total de 1350 a 1620 recirculações por

temos ainda toda uma parte atrás da

hora.” Uma saída enxergada é a de

cela, que é por onde são realizadas as

Outro ponto levantado por Za-

manter os ambientes em ISO classe

manutenções, que é mantida entre 50

pparolli é a questão do número de

7 e os pontos críticos, como manipu-

a 100 Pacals. Ou seja, eu tenho um

movimentação de ar. Ele comenta que

lação e envase, sob fluxo unidirecional

gap de pressão negativa muito sensí-

quanto mais rigorosa é a classificação

ISO classe 5.

vel – a parte de manipulação e a de

do ambiente, maior é o número de

Várias das situações apontadas

manutenção – mantidos a um diferen-

movimentação de ar exigido. “Isso, em

por Zapparolli indicam a oportunidade,

cial de pressão sobre a mesma área

um ambiente radioativo é um pouco

para o setor que fornece soluções de

de contenção”, descreve Zapparolli.

preocupante porque a radioatividade

salas limpas, de desenvolvimento de

“Idealmente, precisamos que tudo isso

é carregada por meio de partículas e

novas soluções para atender a estas questões surgidas nos pontos de intersecção entre a contenção radioativa e o controle de contaminação. Um deles é a ausência de um instrumento que permita mensurar de forma eficaz a eficiência dos filtros de carvão ativados utilizados para a retenção dos volatéis gerados durante o processo produtivo e, assim, determinar o momento em que a troca destes elementos se faz necessária. Enquanto instalações com filtros HEPA contam com manômetros diferenciais que permitem analisar o estado de saturação dos filtros, com base em sua perda de carga (desde que sob vazão constante) analisando a saturação, não há algo semelhante para filtros de carvão ativado, manda-

Foto retrata como eram as atividades da Radiofarmácia IPEN na década de 1970. Os ambientes sofreram adaptações ao longo do tempo, mas algumas celas de processamento de material radiativo até hoje estão em operação no instituto

20

tórios na produção de radiofármacos, utilizados para a remoção dos contaminantes químicos emanados durante

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


ambos, para garantir eficiência elevada. “Este carvão, ainda, precisa ser termicamente tratado e impregnado de TEDA e Iodeto de Potássio, que contribuem para que haja maior adsorção. Mas não temos hoje, técnicas que nos permitam monitorar os filtros, analisar a tendência e estimar antecipadamente o momento em que sua troca será necessária”, destaca Zapparolli. Até agora, a maneira para se controlar a eficiência do filtro é via medição na exaustão. “Temos sensores IPEN nos dias atuais: um complexo trabalho está em andamento para o desenho de uma Especificação de Requisito de Usuário capaz de atender o que recomenda a RDC 63/2009 e respeitando as especificidades geradas pelo trabalho com material radioativo

que analisam se as emissões para o meio externo destes materiais estão dentro do limite. Ou seja, percebemos que o filtro perdeu eficiência quando as

o processamento dos radioisótopos,

por meio de adsorção ou quimissorção

emissões passam do limite ideal. Em-

tais como o iodo e seus compostos,

por meio de carvão ativado impregna-

bora seja possível verificar picos nos

os quais usualmente são removidos

do com TEDA, iodeto de potássio ou

gráficos das descargas para a atmos-


RADIOFÁRMACOS fera, tais emanações de gases podem

vezes, paradas de produção para uma

tar intervenção humana para reduzir a

representar apenas picos inerentes a

troca imprevista. A opção por deixar

exposição dos profissionais e também

diferentes etapas do processo, levan-

para trocar o filtro diante de um au-

para se reduzir ao máximo a produção

do a interpretações errôneas”, explica.

mento de emissão ao invés de anteci-

de rejeitos radioativos. “Precisamos,

Esta condição dificulta os agen-

par trocas tem justificativas relevantes,

sempre, estarmos atentos aos riscos

damentos de manutenção preventiva

além do alto custo: quando se trata de

ocupacionais, não permitindo que os

para a troca dos filtros, causando, às

radioatividade, tudo é feito para se evi-

operadores ou membros da equipe

O procedimento de uso no INCA

22

O uso de radiofármacos é uma

é produzido pelo fornecedor no dia

rotina no INCA (Instituto Nacional

da utilização e é transportado para

A forma de lidar com os rejeitos desponta como outro desafio para uma planta que opera com material radioativo

do Câncer José Alencar Gomes da

o INCA antes da finalização do con-

Silva) no Rio de Janeiro-RJ, que re-

trole de qualidade, dentro de frasco

aliza uma média de 100 exames de

de vidro lacrado, acondicionado em

PET/CT por mês para detecção de

blindagem de chumbo e dentro de

metástases e avaliação da resposta

uma maleta com senha. A senha

a tratamentos. Os pedidos de FDG

só é liberada pelo fornecedor após

- fludesoxiglicose (18F) são solicita-

aprovação do produto no controle

de manutenção se submetam a taxas

dos semanalmente ao fornecedor, o

de qualidade químico, radioquími-

de exposição muito elevadas. Isso

IEN (Instituto de Engenharia Nucle-

co, radionuclídico e microbiológico”,

faz com que algumas ações sejam

ar) localizado no Rio de Janeiro-RJ,

explica Priscilla Brunelli Pujatti, da

proteladas ou muito bem planejadas”,

de acordo com a agenda de aten-

Radiofarmácia do INCA.

comenta Zapparolli.

dimentos programados. E é preciso

Depois do material liberado, é

A forma de lidar com os rejeitos,

uma logística muito bem ajustada

iniciada a manipulação do material

inclusive, desponta como outro desafio

até o momento de ser injetado no

e dispensação aos pacientes. O

para uma planta que lida com material

paciente: o flúor-18 tem uma meia

material no frasco de vidro lacrado

radioativo. Os rejeitos são descartados

vida curta de 109 minutos, perden-

é transferido para a bancada de

dentro de áreas contidas, contíguas às

do gradualmente sua radioatividade

fracionamento, envolta por blinda-

áreas de processamento para evitar

com o decorrer do tempo (ou seja,

gem de chumbo e revestida com

um grande deslocamento deste mate-

a cada 109 minutos a atividade

plástico, a fim de reduzir a exposi-

rial. “Quando o descarte é realizado,

radioativa recebida é reduzida à

ção dos manipuladores e evitar a

há quebra na estanqueidade do am-

metade). Esta condição inerente

contaminação direta da bancada

biente. É necessário ter uma relação

aos

impossibilita

se houver gotejamento, respecti-

de ventilação de modo que, quando

que se trabalhe com estoque. Por

vamente. “O fracionamento é feito

esta cela destinada para o rejeito seja

isso, também, é preciso calcular de

em seringa de 3 mL de acordo com

aberta, haja um controle de pressão

maneira exata o quanto de ativida-

o peso de cada paciente, após

para que aquele resíduo que está lá há

de radioativa o produto precisa ter

assepsia da tampa do frasco que

mais tempo, decaindo, não volte para a

para poder chegar a tempo hábil ao

contém o material. Depois da ad-

cela de processamento, por conta dos

local de realização do exame com

ministração, os pacientes ficam em

diferenciais de pressão”, descreve. Ele

atividade suficiente para atendi-

repouso em um quarto até o ins-

comenta que está em desenvolvimen-

mento aos exames programados.

tante da aquisição das imagens”,

to um modelo com válvulas para criar

No INCA, a atividade média de FDG

descreve Michel Pontes Carneiro,

uma cascata de pressão, com objetivo

utilizada é de 10 mCi ajustada ao

Chefe da Seção de Medicina Nu-

de preservar as áreas mais críticas,

peso do paciente. “O radiofármaco

clear do INCA.

quando da quebra da estanqueidade.

radiofármacos

A interligação de áreas, como a

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


Norma - Requisitos de Boas Práticas de Fabricação de Radiofármacos Confira alguns dos pontos da

material por meio de antecâmara,

Art. 25. Deve haver unidades de

RDC 63/2009 da ANVISA, com re-

extração de ar, troca de uniformes e

tratamento de ar independentes para

lação ao controle da contaminação:

cuidadosas operações de lavagem e

as áreas radioativas e não radioati-

descontaminação do equipamento;

vas.

Art. 23. Devem ser adotadas algumas ou todas as seguintes me-

IV - instalar mecanismos de

Parágrafo único. O ar proveniente

didas, de modo a prevenir a contami-

proteção quanto aos riscos de con-

das áreas onde ocorram operações

nação cruzada:

taminação por recirculação de ar não

envolvendo materiais radioativos deve

tratado ou por reingresso acidental

ser extraído através de filtros apropria-

de ar extraído;

dos, que sejam verificados periodica-

I - realizar as operações de processamento e envase em áreas segregadas; II - evitar a fabricação simultânea de mais de um produto radioativo, a não ser que as áreas sejam efetivamente segregadas; III - realizar a transferência de

V - utilizar sistemas fechados de fabricação; VI - prevenir a formação de aerossóis; VII - utilizar recipientes esterilizados.

Linter

mente quanto ao desempenho. Art. 26. Os encanamentos, válvulas e filtros de ar devem ser projetados de forma que permitam processos de limpeza e descontaminação validados.


RADIOFÁRMACOS que ocorre no setor de rejeitos, é sem-

que, em operação, qualquer monito-

um parâmetro que não é volumétrico,

pre um ponto particularmente sensível

ramento indicaria contaminação, pela

mas uma unidade de medida de ra-

em uma instalação na qual se trabalha

presença da radioatividade. E, mesmo

dioatividade que é em Becquerel pelo

com material radioativo. A indicação

antes ou após a manipulação, no caso

Sistema Internacional (SI)”, comenta

do uso de caixas de passagens, co-

de produtos com meia vida longa, a

Zapparolli.

mum em ambientes farmacêuticos, de

contaminação ainda estará presente,

Contar com a experiência vivida em

forma a contribuir com a preservação

porque há todo um período para que

outros países para enfrentar desafios

das condições das áreas e promover

ela decaia.

semelhantes não é algo que ajude os

o fluxo de passagem de matérias-pri-

Há também uma incógnita com

profissionais do IPEN, pelas enormes

mas, insumos e/ou produto acabado,

relação ao que será aceito no envase.

diferenças de realidades entre defini-

ganha um complicador: a blindagem. É

Isto porque na indústria farmacêutica

ções de processos produtivos e linhas

preciso garantir que, caso seja posicio-

os frascos são primeiro preenchidos,

de medicamentos. O IPEN é um dos

nado um material radioativo na frente

depois verificados e só então rotu-

poucos locais do mundo a trabalhar

da caixa de passagem, o operador no

Pelas enormes diferenças de realidades, a experiência de outros países não é algo que ajude os profissionais do IPEN

com uma produção tão ampla de tipos

outro ambiente não seja exposto a esta dose. Portas blindadas pesam 200 quilos e ainda apresentam problemas de vedação: enquanto em uma porta leve as vedações são muito precisas, as portas blindadas, por seu peso, rapidamente perdem seu alinhamento.

de radiofármacos. Além disso, por ser um mercado extremamente pequeno, mesmo mundialmente, as soluções tecnológicas demoram a ser desenvolvidas, pela reduzida aplicabilidade. Há, ainda, particularidades do mundo radioativo que limitam o uso de tecnologias que se ajustam per-

Classificação e envase

feitamente a outras produções da inlados. Produtos injetáveis precisam,

dústria farmacêutica. Basta dizer que

também, ter seu volume indicado na

as radiações ionizantes que causam

Enquanto buscam soluções tecno-

embalagem. A logística envolvida na

efeito deletério em sistemas de sinal

lógicas e construtivas para resolver os

produção de radiofármacos vai na

eletrônico e, em materiais poliméri-

entraves, Zapparolli e sua equipe se

contramão desta lógica. Somente de-

cos, causa o efeito crosslink (aumenta

veem às voltas com conceitos ainda

pois do frasco previamente rotulado

a rigidez do plástico tornando-o ‘que-

indefinidos, como o enquadramento

e colocado na cela de manipulação é

bradiço’), o que reduz a vida útil de

na classificação ambiental. A pergunta

que são realizados os cálculos para

componentes e amplia a necessidade

que surge e permanece sem resposta

determinar o volume necessário para

de manutenção preventiva. Sem con-

é em que estado ocupacional a clas-

se garantir que o radiofármaco chegue

tar com a blindagem que gera proble-

sificação dos ambientes será feita, já

com a atividade desejada. “Usamos

mas de espaço e peso.

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O controle de qualidade nos radiofármacos Além de demandar cuidados específicos em sua produção, por

Só então o radiofármaco pode ser apli-

esterilidade leva 14 dias para ficar

cado no paciente”, afirma.

pronto; ou seja, após a utilização do

se tratar de um produto radioativo,

Entre os ensaios realizados estão

produto”, comenta Elaine, ressaltando

os radiofármacos também exigem

alguns que são comuns aos realizados

desta forma a importância de garantir

controles de qualidade diferenciados.

em medicamentos injetáveis, como

as condições da produção asséptica.

Apesar de a manipulação ocorrer

esterilidade e de pirogênio, e alguns

Ela, inclusive, diz que uma prática

em um sistema “fechado”, com baixa

específicos para radiofármacos, como

comum entre produtores de radio-

interação do operador, são necessá-

os de pureza radioquímica (que verifica

fármacos é terceirizar o controle de

rios ensaios para garantir que não

se o elemento radioativo foi incorpo-

qualidade de esterilidade e, para isto,

houve falhas no processo que com-

rado como previsto) e o de identidade

esperam a atividade radioativa cair a

prometam sua eficiência.

radionuclídia (que atesta se não houve

níveis que possibilitem sua manipula-

contaminação por outros elementos

ção em laboratórios convencionais,

radioativos).

sem controle radiológico. “Esta práti-

Em linhas gerais, o operador entra na sala de produção, abre a cela de processamento e realiza uma limpe-

“Assim como ocorre nos medica-

za antes do equipamento receber os

mentos injetáveis em geral, o teste de

insumos. Após preparar o módulo de síntese automatizado e os reagentes utilizados, o operador fecha a cela e todo o processo é realizado de forma automática. Do lote produzido, são retiradas amostras, encaminhadas ao laboratório de qualidade. “Lidamos com lotes pequenos. Uma produção de FDG, por exemplo, gera 16 ml, que serão fracionados para atender aos pedidos dos clientes e enviar amostras para o controle de qualidade”, comenta Elaine Bortoleti de Araujo, Gerente de Garantia de Qualidade e Farmacêutica responsável do setor de radiofarmácia do IPEN. “Ao final, o que analisamos são gotas do radiofármaco gerado”, diz Elaine. Como é necessário garantir que o produto chegue ao cliente com a carga radioativa programada, ele deixa a instalação e segue para o destino enquanto os controles de qualidade estão sendo realizados. “A liberação é feita por telefone, após o controle de qualidade aprovar o lote.

ca atrasa ainda mais o resultado do controle de esterilidade”, comenta.


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Eficiência energética em UTAs Europa já desenvolveu seu selo de classificação para filtros e air handlers Renata Costa

Fotos: Divulgação / Trox

Os clientes, em sua maioria, não exigem e não há normas no Brasil a respeito da eficiência energética das UTAs. A Eurovent, organização europeia que certifica as performances de produtos de climatização e refrigeração, leva em consideração uma série de características para definir a eficiência energética real das UTAs. “Em se tratando de air handlers de uso industrial para salas limpas, a eficiência energética vai muito além de apenas se verificar a potência consumida pelos ventiladores e banco de resistências, além da capacidade

A

26

frigorífica da unidade”, afirma o Engenheiro Mecânico Fernando Britto. pesar de a crise na matriz ener-

mais caros e praticamente ainda não

Dentre essas características consi-

gética brasileira estar em todos

produzidos no Brasil. “Nessa crise

deradas pela Eurovent estão a rigidez

os noticiários e o custo da energia elétri-

atual, uma das medidas que o governo

mecânica do gabinete e a taxa de va-

ca tanto de residências como das indús-

poderia adotar é a redução do imposto

zamento admissível. “Se levarmos em

trias ter crescido de forma vertiginosa

sobre os equipamentos que conso-

conta que todo o gabinete localizado

nos últimos meses, o quesito eficiência

mem menos energia”, diz José Au-

antes da descarga do ventilador está em

energética ainda não faz parte da lista

gusto Senatore, Gerente Técnico para

pressão negativa, ocorrerá admissão do

de prioridade dos clientes ao adquirirem

América Latina da American Air Filter.

ar através de toda e qualquer fresta do

UTAs (Unidade de Tratamento de Ar)

“No caso dos filtros, por exemplo, os

gabinete localizada nesta região e esta

para salas limpas, dizem os fabricantes

fabricantes multinacionais já atendem

infiltração poderá ocorrer a jusante da

e consultores brasileiros do setor.

a esse tipo de demanda fora do Brasil.

serpentina de resfriamento, introduzindo

Essa situação bastante peculiar se

Ou seja, o produto existe, mas a falta

ar quente e úmido após a serpentina,

deve, principalmente, ao fato de que

de demanda local faz com que eles

interferindo no controle de capacidade e

os produtos que poderiam garantir

não sejam, na sua maioria, produzidos

no aumento da demanda energética do

uma melhor eficiência energética são

localmente”, completa.

equipamento”, explica Britto.

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


Etiqueta energética europeia

Além disso, o especialista ainda

Para atingir esse objetivo, entre

cita, como pontos que podem influen-

outras iniciativas, a União Europeia

ciar diretamente a eficiência energéti-

desenvolveu um novo sistema de me-

ca, os vazamentos que podem ocorrer

dição para os sistemas de climatização

Desde 1992, de acordo com as

após a descarga do ventilador e que

– sejam condicionadores de ar, resfria-

normas da União Europeia, a Eurovent

deverão ser repostos por meio da

dores ou UTAs – substituindo o método

adota uma etiqueta energética para

admissão do ar externo – incorrendo

de medição da eficiência nominal pela

classificar os equipamentos que vem

mais uma vez em maior demanda

sazonal.

evoluindo a fim de adotar as mudan-

energética na refrigeração, aqueci-

O método de eficiência nominal

ças estabelecidas com os testes e re-

mento ou controle da umidade; a falta

era

condições-padrão,

sultados obtidos a partir da aplicação

de soluções adequadas para os pro-

bem diferente daquelas em que os

do cálculo de eficiência sazonal. Essa

blemas de pontes térmicas e o risco de

equipamentos operam no dia a dia.

nova etiqueta, já com os parâmetros

projetos mal feitos para vedações dos

“Essa medida dá uma base para

de eficiência sazonal, entrou em vigor

estágios de filtragem do ar, reduzindo

cálculo de eficiência na comparação

em janeiro de 2013.

a eficiência da filtragem, diminuindo a

entre equipamentos. Mas a medida

A nova etiqueta, assim como a an-

vida útil dos filtros dos estágios seguin-

da eficiência energética real depen-

terior, inclui ainda as classificações que

tes e causando perda de carga e maior

de de muitos fatores, como onde a

vão de A +++ até D, acompanhadas

demanda de energia.

UTA está instalada, clima da região,

pela cor verde escura (maior eficiên-

entre outros”, diz o engenheiro Marco

cia energética) até vermelho (menor

Adolph, Gerente de Produto da Trox

eficiência energética). Mas, agora, as

do Brasil. Dessa maneira, a sazonal

classificações se dividem em SEER

indica a eficiência de um sistema de

(eficiência sazonal em refrigeração –

climatização durante uma temporada

season energy efficiency ratio) e SCOP

Novo sistema de medição

feito

com

Uma prova da prioridade da União

de refrigeração ou de calefação, ten-

(eficiência sazonal em calefação – sea-

Europeia com a economia de energia

do como base de análise o período de

son coefficient of performance).

foi o estabelecimento da Diretiva de

um ano.

Desenho Ecológico (Energy-related Products Directive), em 2009, impondo aos países membros e suas indústrias que busquem soluções para reduzir o impacto ambiental dos produtos

utilizados

no

continente

para que, a partir de 26 de setembro de 2015, todos os novos aparelhos eletroeletrônicos cumpram requisitos mínimos de rendimento – incluindo as UTAs. O objetivo é que até o ano de 2020 a Europa reduza em 20% suas emissões de gás carbônico (em comparação ao ano de 1999), cresça 20% no uso de fontes de energia renováveis e diminua ainda em 20% o uso de fontes de energia primária (aquela encontrada na natureza, como petróleo, gás natural, energia hídrica, entre outras).

Jul/Ago/Set - 2015 - SBCC

Etiqueta Eurovent: o mapa da Europa é aplicado para levar em conta a ampla variedade de condições climáticas na europa, eles usam três zonas climáticas: laranja (mais quente), verde (clima médio) e azul (mais frio)

27


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Eficiência energética de filtros

A classificação de A (mais eficien-

cana que normaliza o setor”, diz. Nos

te) a G (menos eficiente) é baseada

Estados Unidos, segundo os especia-

em uma tabela de classificação dos

listas, embora as metas de redução de

No Brasil, além do selo Procel de

filtros, feita, por sua vez, seguindo a

consumo não sejam tão ambiciosas

economia de energia, aplicado a di-

norma Eurovent 4/11 de 2011 que,

quanto na Europa, há uma preocupa-

versos tipos de aparelhos eletroeletrô-

desde então, já sofreu mudanças. “Por

ção crescente em ampliar o número de

nicos, como condicionadores de ar de

isso, nossa tabela já está desatuali-

novas edificações com a certificação

janela e do tipo Split, não há nenhum

zada sem nem ter ganho o caráter de

Leed, cujo foco é na sustentabilidade

outro tipo de etiqueta que indique a efi-

obrigatória. Ela é apenas sugerida aos

abordando em seus três pilares (eco-

ciência energética. Por aqui, o debate

fabricantes”, diz Senatore.

nômico, social e ambiental).

em torno da eficiência energética de filtros é mais comum do que em relação às demais partes componentes de uma UTA. “Embora de forma isolada um filtro com maior eficiência energética não torna uma unidade de tratamento de ar a mais eficiente do ponto de vista energético, ele tem papel importante na economia de energia, e poucas pessoas consideram isso na hora de montar um projeto”, explica Senatore.

Classificação energética de filtros Apesar de desatualizada em rela-

Há ainda que se considerar as di-

A norma NBR 16.101, de 2012, já

ção à classificação europeia, não há

ferenças entre os mercados brasileiro,

traz em seu anexo F uma sugestão

previsão de que as normas brasileiras

norte-americano e europeu. “Um hos-

embrionária de etiquetagem e indica

para filtros e unidades de tratamento

pital público aqui, por exemplo, precisa

um método para cálculo e classifica-

de ar - NBR 16.101 e NBR 16.401 -

de licitação para contratar a instalação

ção dos filtros quanto ao desempenho

sofram modificações para contemplar

de unidade de tratamento de ar. E a

energético, assim como a eficiência

a questão da eficiência energética.

empresa com o menor valor certamen-

de filtragem – bastante semelhante ao

“Acompanho a discussão para atuali-

te não oferecerá equipamentos mais

selo Procel.

zação da NBR 16.401 e não há con-

Desempenho energético tem caráter somente de sugestão, não sendo quesito obrigatório

senso, por isso nada deve mudar em curto espaço de tempo. Então, não acredito em uma evolução em curto prazo. Talvez vejamos essa questão contemplada em uma revisão entre três e cinco anos”, afirma Luciano Marcato, Gerente Nacional de Vendas da divisão de produtos aplicados da Daikin. Uma possível explicação para o

Selo NBR16.101

28

eficientes do ponto de vista energético”, diz Marcato.

não atendimento à norma europeia,

Outra questão, apontada por Celso

segundo Marcato, é que os fabricantes

Simões, Diretor Superintendente da

da área no Brasil e mesmo as associa-

Trox da América Latina, é a falta de

ções do setor sempre estiveram mais

uma visão mais ampla sobre a instala-

alinhadas às diretrizes dos Estados

ção. “Normalmente quem compra a ins-

Unidos. “Somos mais influenciados

talação não é o mesmo profissional que

pela Ashrae, associação norte-ameri-

paga o consumo de energia. Então ele

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


tende a avaliar o melhor custo-benefício

Critérios para UTAs e eficiência

imediato dentro do seu orçamento”. Na ponta do lápis, o investimento se paga realmente ao longo do tempo com a economia de energia, segundo Bruno Martinez, Engenheiro Mecânico da Petinelli, empresa de soluções em green building. “É verdade que os filtros com melhor rendimento energético ou de materiais mais resistentes, que demoram mais para saturar, são mais caros. Mas conseguimos mostrar para os clientes por meio de softwares simples o quanto

- Limitar a perda de carga de

ele vai reduzir no consumo de energia

componentes fixos a <250 Pa: valor

e o tempo de pay back. Nesse sentido,

sem filtros

cas; Fabricantes atendem o que o usuário solicita - Nível de ruído – impacta em

não há dúvida de que vale a pena inves-

- Definir o tamanho da máquina

tir”. Por ser uma ferramenta objetiva, a

pelo LCC (life cycle cost) - No Bra-

- Condensação de umidade:

etiquetagem é bastante útil. “Além disso,

sil, ainda se privilegia o custo inicial

deve ser controlada; isolamento da

a etiquetagem faria clientes e fabrican-

- Selecionar máquinas Eurovent

tes terem mais atenção à questão da

A: Pesquisar quais as característi-

eficiência energética”, afirma Adolph.

atenuadores

máquina; pontes térmicas Fonte: Eurovent


SBCC – SLI

Sala Limpa Itinerante é destaque na FCE e na Hospitalar A participação da SBCC nos eventos permitiu levar conhecimento a um grande número de profissionais usuários que atuam direta ou indiretamente com o controle de contaminação em ambientes fechados Luciana Fleury

I

deia

inovadora

concebida

área total de 10 metros quadrados,

tos, o espaço foi cenário de uma série

pela Sociedade Brasileira de

englobando uma antecâmara, sua ar-

de demonstrações técnicas, como os

Controle de Contaminação (SBCC), a

quitetura segue os padrões BPF (Boas

procedimentos de paramentação; téc-

Sala Limpa Itinerante (SLI) foi o grande

Práticas de Fabricação) e o ambiente

nicas de limpeza; processos para certi-

destaque da participação da entidade

apresenta os diversos componentes

ficação de suas condições de operação

durante a realização dos principais

necessários para manter sua classi-

(contagem de partículas, temperatura,

eventos relacionados ao segmento

ficação ISO classe 7, como sistema

umidade e pressão, por exemplo); e,

de saúde (usuários das soluções de

de ar condicionado dotado de filtros

ainda, o efeito em tempo real da entra-

controle de contaminação), que ocor-

HEPA, dutos, dampers, grelhas, venti-

da de uma pessoa não paramentada no

reram no mês de maio em São Paulo:

lador para controle de vazão, equipa-

ambiente e as consequências disso em

a Hospitalar e a FCE Pharma / Cosme-

mentos de monitoramento etc.

sua condição de operação (veja mais

tique. O caráter de disseminação de

Durante a realização dos dois even-

na entrevista da página 35).

conhecimento que é a base do conceito por trás da SLI foi estendido com a organização do Fórum “Controle de Contaminação pelo Ar em Hospitais: do planejamento à implantação”, que fez parte da grade oficial de eventos de atualização profissional realizados em paralelo à Hospitalar. A presença da SBCC nos dois eventos teve como objetivo reforçar seu posicionamento como uma sociedade científica e consolidar-se como referência quando o assunto é o controle de contaminação em ambientes fechados. A SLI foi projetada para apresentar, de forma prática e didática, como se dá a operação de uma área limpa em

30

funcionamento. Contando com uma

Sala Limpa Itinerante foi cenário de demonstrações técnicas, cumprindo seu papel de disseminar, de forma prática e didática, conceitos relacionados ao controle de contaminação

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


FCE PHARMA E FCE COSMETIQUE

A SLI, que participa do evento pela quinta vez consecutiva, ocupou o estande E26 – corredor principal,

Ao completar 20 anos de realiza-

ficando ao lado da Arena Powertech

ção com a edição 2015, a FCE Pharma

(espaço que proporcionou a discus-

e a FCE Cosmetique, principais plata-

são sobre as principais inovações,

formas de negócios da América Latina

evoluções, desafios e melhorias das

para a cadeia produtiva dos setores

indústrias que utilizam partículas, pós

farmacêuticos e cosméticos, supera-

e granulados para os setores cosmé-

ram as expectativas de qualificação

tico, farmacêutico, químico e alimentí-

do público visitante. Foram 16.792 vi-

cio). O ambiente classificado chamou

sitantes profissionais, sendo que 50%

atenção dos visitantes, um público

deste público com perfil de tomadores

formado por profissionais cuja maio-

de decisão de empresas do País e do

ria, apesar de ser eminentemente do

exterior. O evento foi organizado entre

segmento farmacêutico, tem poucas

os dias 12 a 14 de maio, no Transame-

chances de acompanhar uma sala

rica Expo Center, em São Paulo.

limpa em operação.


SBCC – SLI

SLI na Hospitalar: presença no evento foi complementada com a realização de um fórum sobre o controle de contaminação em hospitais

HOSPITALAR

implantação”, organizado pela SBCC (veja página ao lado). “Tanto as visitas à SLI, presente ao

A 22ª edição da Hospitalar Feira e

evento pela segunda vez consecutiva,

Fórum, maior evento de saúde das Amé-

quanto o número de participantes no

ricas, realizada entre os dias 19 e 22 de

Fórum superaram nossas expectativas

maio, em São Paulo, registrou um total

iniciais”, comenta Luciana Kimi, Co-

EXCELÊNCIA EM INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO

de 96 mil visitas profissionais, com 5%

ordenadora do Projeto da Sala Limpa

Contando com uma equipe de profissionais altamente qualificados, realizamos trabalhos de engenharia, obras, gestão de contratos e serviços corretivos que contemplam os segmentos de:

de crescimento sobre 2014. O número

Itinerante. Segundo Luciana, o visitante

de visitantes únicos, no entanto, foi bem

teve a oportunidade de entender me-

maior: 15% acima da edição anterior.

lhor a concepção de uma Sala Limpa

Especialidades: • Ar Condicionado • Refrigeração • • Ventilação Industrial • Filtragem • Salas Limpas • Retrofit •

Áreas de Atuação: • Engenharia • Obras • • Gestão de Contratos • • Serviços Corretivos •

Masstin Engenharia e Instalações Ltda. Av. Sete de Setembro, 97 Jardim Recanto 09912-010 – Diadema SP Fone/Fax: (11) 4055-8550 Site: www.masstin.com.br E-mail: comercial@masstin.com.br

Dirigentes de hospitais, profissio-

durante o Fórum, além de poder visitar

nais da saúde, industriais, distribui-

uma sala em operação e assistir pro-

dores, compradores internacionais e

cedimentos realizados em tempo real

players da cadeia da saúde de 59 paí-

no ambiente no estande da entidade.

ses estiveram na feira para conhecer as

“As demonstrações técnicas realiza-

tendências em produtos, equipamentos

das na SLI foram acompanhadas com

e serviços apresentadas por 1.250 em-

interesse pelo público presente, sendo

presas expositoras, de 33 países.

possível esclarecer dúvidas dos visitan-

Realizado de forma paralela, o pro-

tes. Acredito que cumprimos o papel da

grama do Fórum Hospitalar 2015 teve

SBCC como entidade científica, levan-

cerca de 50 congressos, seminários,

do conhecimento relevante para os pro-

palestras e encontros de atualização

fissionais da área hospitalar”, destaca.

profissional, realizados em parceria

Luciana comenta ainda a presença

com as mais importantes instituições

da SLI – SBCC nas mídias oficiais do

da saúde. A grade contou com o Fó-

evento. “Isso é importante para am-

rum “Controle de Contaminação pelo

pliar e dar maior visibilidade ao projeto,

Ar em Hospitais: do planejamento à

seus objetivos e resultados”, diz.

32

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


SBCC organiza fórum inédito As tendências e novas tecnologias de áreas limpas em ambientes hospitalares estiveram em debate durante a realização do Fórum “Controle de Contaminação pelo Ar em Hospitais: do planejamento à implantação”, organizado pela SBCC e realizado dentro da grade de conteúdos de atualização promovida pela feira Hospitalar. O encontro ocorreu no dia 21 de maio no Auditório 8 do Expo Center Norte, em São Paulo-SP. O evento foi acompanhado por cer-

Palestrantes do Fórum e membros da SBCC. Orlando Azevedo (SBCC), Oswaldo Bueno (ABRAVA/Smacna), Nilton Cavalcante (Instituto de Infectologia Emílio Ribas), Wili Hoffmann (Abrava/Smacna), Elisa Liu (SBCC), Tatiana Herrerias (Hospital Sírio-Libanês), Célio Martin (SBCC), Luciana Kimi (SLI) e Antonio Gamino (SBCC)

ca de 60 profissionais, que puderam

que já poderei aplicar nas minhas

ter acesso a informações de temas

próximas atividades e projetos”, disse.

como Riscos em Ambientes Hospita-

Segundo ela, o fórum foi o principal

lares; Especificação dos Requisitos de

motivador de sua ida à Hospitalar. “A

Projeto e Classificação de Riscos Hos-

feira é bem interessante e é claro que

pitalares; Regulamentações e Normas,

é importante estar atualizada sobre

incluindo as novidades e tendências da

novos equipamentos disponíveis, mas

revisão da Norma NBR 7256; Concei-

é um pouco distante do meu dia a dia,

tos de Controle de Contaminação pelo

ligado à parte da engenharia civil”.

Ar: Proteção por Filtragem, Cascatas

Para Lígia Sobreiro, Enfermeira

de pressão e o uso de “Salas Limpas”;

do Serviço de Controle de Infecções

Requisitos essenciais para um bom

Relacionadas à Assistência à Saúde

planejamento físico funcional em áreas

do Hospital Iamada (da cidade de

hospitalares; e Projeto de Áreas Hos-

Presidente Prudente, interior de São

pitalares Críticas: Sala Cirúrgica, UTI,

Paulo), foi importante ter contato com

Isolamentos, Manipulação de Quimio-

a variedade de temas explorados. “O

terápicos e CME.

controle da contaminação do ar não é,

Virgínia de Fátima Novelli, aluna

infelizmente, um assunto tratado nem

do Programa de Pós Graduação da

no curso de especialização de enfer-

Coordenadoria de Controle de Doen-

magem nem na graduação, mas é algo

ças da Secretaria de Estado da Saúde

muito crítico para a área do controle

de São Paulo na Área de Infectologia

de infecções hospitalares. Por isso, é

em Saúde Pública-ISP, acompanhou o

importante estar a par das resoluções

Fórum e achou relevantes os assuntos

aprovadas pela ANVISA e os demais

tratados. “Foi interessante perceber

aspectos, como os tratados no fórum”,

os pontos apontados, que mostraram

comentou. “Em nossa instituição esta-

a importância da integração entre as

mos buscando melhorar a parte de es-

áreas para se chegar a um projeto

trutura física existente para aprimorar

eficiente. Estou levando na bagagem

o condicionamento do ar; queremos

muitos dados, conceitos e reflexões

evoluir e estamos prevendo a constru-

Jul/Ago/Set - 2015 - SBCC

O Fórum da SBCC foi o principal motivador para a ida de Virgínia (acima) à Hospitalar 2015. Já Lígia comentou ser “importante estar a par da resoluções sobre controle de contaminação”

33


SBCC – SLI ção de uma área de isolamento com

ações cotidianas citadas na palestra

plateia, que gerou uma rica troca de

pressão negativa e também melhorias

da Enfermeira do Hospital Siro Liba-

experiências. Tanto que o grande inte-

na parte do atendimento ao paciente

nês, Tatiana Herrerias, que poderiam

resse fez com que o tempo dedicado

oncológico”, complementou.

ser aprimoradas caso houvesse uma

para esta atividade fosse ampliado

interação maior entre profissionais de

em 30 minutos além do previsto.

A boa avaliação do público corrobora a percepção do Coordenador

saúde e os projetistas”.

Azevedo comenta, ainda, a impor-

do Fórum, Orlando Azevedo. “Os

Azevedo destaca o amplo caráter

tância do estreitamento no relaciona-

resultados foram além do esperado,

científico da iniciativa, que promoveu

mento com esse púbico estratégico.

porque tivemos a presença de uma

uma discussão estruturada sobre

“Até recentemente, os debates esta-

grande diversidade de profissionais

o controle da contaminação, traba-

vam muito voltados para a indústria

do segmento hospitalar, abrangendo

lhando os conceitos relacionados ao

farmacêutica e seus processos; este

a área médica e de enfermagem e

tratamento do ar e a importância de

fórum exemplifica uma nova fase, de

também de arquitetura e de engenha-

uma boa planta arquitetônica que res-

aproximação com o setor hospitalar

ria, refletindo toda a multidisciplina-

peite não só os aspectos físicos, mas

onde será necessário o uso de técni-

ridade que faz parte de projetos de

também atenda as demandas funcio-

cas de controle de contaminação para

ambientes controlados em ambientes

nais e de viabilidade operacional dos

beneficiar os pacientes, acompanhan-

de saúde”, comenta. “Foi interessante

locais. Para ele, o grande destaque

tes, médicos e equipe assistencial”,

perceber, por exemplo, as várias situ-

foi a parte dedicada à participação da

finaliza.


Inovação nas demonstrações da SLI cada uma das etapas foi apresentado o

Revista da SBCC: O que foi apre-

monitoramento e realizados testes para

sentado no momento “at rest” (estado

indicar o impacto delas nas condições

de ocupação em repouso)?

do ambiente. As condições foram: sala

Silvia Eguchi: “At rest” mostra a

limpa “at rest”; operador plenamente

condição da sala limpa atingida quando

paramentado; operador com paramen-

plenamente limpa e controlada, antes

tação inadequada; entrada de civis não

de qualquer operação.

paramentados; limpeza e sanitização da

que o ambiente é “auto-limpante”, pois

Isto mostra

Uma série de demonstrações foi

sala limpa; recuperação da sala limpa.

dispõe de sistemas de tratamento do ar,

realizada na SLI durante a FCE e a

Em cada uma destas situações, foram

como os filtros HEPA, pressurização,

Hospitalar, em horários variados. A

realizados monitoramentos como con-

proporcionando um fluxo contínuo de

responsável pelo trabalho, Silvia Yuko

tagem de partículas totais; amostragem

ar limpo. Na demonstração realizada,

Eguchi, secretária do GT-2 de Microbi-

do ar para monitoramento microbiológi-

após verificada a condição da sala,

logia da SBCC e da Dosage Pesquisas

co; monitoramento microbiológico em

simulamos a entrada de um operador,

Laboratoriais, comenta os principais

superfícies por RODAC e por SWAB e

que colocou placas de Petri sobre a

pontos desta iniciativa. Acompanhe.

ambiental por placas de exposição; além

bancada e saiu da sala. Do lado de fora

de serem realizadas limpeza e higieniza-

um monitor de partículas automático

ção entre as manobras.

mostrava, em tempo de real, a altera-

Revista da SBCC: Por que as demonstrações são importantes? Silvia Eguchi: O grande diferencial da SLI é de ser uma sala limpa completa, porém de dimensões reduzidas. A SLI oferece a oportunidade única para se enxergar o que acontece num ambiente controlado, que, na maioria das vezes, é um local pouco acessível. As demonstrações dão uma visão dos processos que podem ser realizados, além de retratar os diversos procedimentos que devem ser seguidos para garantir a manutenção das condições de operação e como cada etapa é importante para isso. Desta vez, optamos por ter um caráter educativo, mostrando como fazer bem, mas também simulando situações que não devem ser feitas e o impacto destes desvios sobre a operação da sala limpa. Revista da SBCC: Quais foram as demonstrações realizadas? Silvia Eguchi: Foram simuladas quatro situações de uso, além da limpeza e recuperação da sala limpa. Durante


SBCC – SLI ção sofrida no ambiente, que estava

há um tempo mínimo e máximo de

das e não preparadas para a postura

em 0, ou muito próximo de 0, e oscilou

exposição – para que a contagem seja

necessária dentro de uma sala limpa.

quando a operadora se movimentou

correta e, ao mesmo tempo, não haja

dentro da sala; e indicou que a sala

o ressecamento da placa; entre outras

Revista da SBCC: Para que foram

voltava à normalidade momentos após

questões, sempre chamando atenção

realizadas a limpeza e higienização da

a saída dela do ambiente.

para o respeito ao que diz a nossa le-

sala limpa?

gislação. Também realizamos o SWAB,

Silvia Eguchi: Este procedimento

Revista da SBCC: O que se pre-

para exemplificar as manobras reali-

teve uma dupla função. Primeiro, apre-

tendeu explicar com relação às técnicas

zadas para o teste das superfícies. Os

sentar para o público que a limpeza e

usadas para os testes microbiológicos?

resultados não são instantâneos, mas o

higienização requer produtos especiais

Silvia Eguchi: A ideia foi dar uma

público foi informado do tempo que le-

e pessoal treinado. E, o segundo ob-

noção geral dos testes realizados e que

varia e como os resultados são usados.

jetivo foi, claro, fazer com que a SLI

há vários pontos a serem considerados

voltasse às suas condições iniciais,

para a realização correta de monitora-

Revista da SBCC: E o que se pre-

removendo as contaminações geradas

mento, como o local onde a placa de

tendeu mostrar com a comparação da

com o uso inapropriado da sala, e as-

Petri deve ser colocada – sempre no

entrada de um operador paramentado,

sim deixando a sala limpa pronta para

ponto mais crítico da instalação; que

com

as demonstrações subsequentes.

paramentação

inadequada

e,

finalmente, a entrada de pessoas não técnicas e não paramentadas? Silvia Eguchi: Estas três situações

Revista da SBCC: O público se mostrou interessado?

representam o que pode ocorrer de

Silvia Eguchi: O público foi muito

certo e errado no cotidiano de uma sala

receptivo, principalmente na Hospitalar,

limpa, ou seja, no primeiro teste tudo é

cujos interessados eram constituídos

feito com operador treinado, conforme

de gestores e donos de hospitais, mui-

as boas práticas. Já no segundo teste

tos envolvidos em ampliações de insta-

foi apresentada a situação de “falhas

lações, além de arquitetos e engenhei-

de paramentação”, representada pela

ros. Cada vez mais este público passa

ausência das luvas e sem a proteção

a entender que locais como salas cirúr-

facial do operador. No terceiro teste foi

gicas necessitarão de maiores contro-

demonstrada a entrada de pessoas não

les para se reduzir surtos de infecções

paramentadas, quando foram convi-

causadas por partículas contaminantes

dadas 2 ou 3 pessoas da plateia para

no ar, assim como a necessidade dos

entrarem na sala limpa com roupas ci-

mesmos cuidados nos ambientes de

vis, realizando movimentos aleatórios.

manipulação de medicamentos, em

Esta simulação serviu para reforçar a

especial os oncológicos.

importância da paramentação para a manutenção das condições da sala, e

Revista da SBCC: E qual a impor-

de uma maneira muito direta e clara.

tância da participação da SBCC – SLI

Afinal, era possível observar a variação

nesses eventos?

no contador de partículas de forma ime-

Silvia Eguchi: A SLI mostra a se-

diata, através do monitor. Só o fato da

riedade da entidade em sua missão

técnica entrar no ambiente sem másca-

de disseminar conhecimentos sobre o

ras e luvas fez aumentar a contagem;

controle de contaminação, além de per-

algo que atingiu um pico altíssimo com

mitir ampliar o número de pessoas que

a entrada de pessoas não paramenta-

conhecem a entidade e seus objetivos.

36 SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


Empresas participantes da SLI

HVAC; tratamento de ar (salas limpas);

um exemplo prático da importância da

instalações elétricas e hidráulicas e

correta execução para a garantia das

sistemas de automação predial.

condições da SLI. Fundada em 2006,

Resultado direto dos esforços de

O fornecimento do contador de

a empresa foi criada com o objetivo de

empresas associadas à SBCC, a SLI

partículas para o monitoramento da

atender clientes com a necessidade de

é favorecida pela soma de experiência

qualidade do ar da SLI fica a cargo da

limpeza em salas limpas e ambientes

e conhecimento especializado, que

ABH que, desde 1997, representa, com

controlados. A empresa oferece um

viabiliza o projeto. Acompanhe um

exclusividade no Brasil, fabricantes de

modelo de terceirização de processos

breve resumo das atividades de cada

equipamentos e suprimentos para o

secundários: a terceirização agregada

empresa participante.

controle e o combate de contamina-

a requisitos técnicos, de qualidade e

A Abecon participa da iniciativa

ção em ambientes industriais críticos.

legais, de acordo com as particularida-

supervisionando a montagem e a ins-

A empresa oferece suporte técnico

des de seu segmento de atuação.

talação do painel de comando geral.

completo, incluindo calibrações, re-

As vestimentas para salas limpas

No mercado desde 1984, a empresa

validações e consultorias. Entre seus

utilizadas nas demonstrações de para-

atua em todos os setores industriais,

principais produtos estão contadores

mentação são fornecidas pela Alsco.

com larga experiência em projetos e

de partículas viáveis e inviáveis, isola-

A empresa, fundada em 1889, atua no

implantações de salas limpas, assim

dores de processo asséptico e de con-

Brasil desde 1944, sendo pioneira e

como em processos industriais e na

tenção e para testes de esterilidade,

uma das líderes no ramo de higieniza-

produção de água gelada para inú-

autoclaves e geradores de água.

ção têxtil. Especializada no gerencia-

meras finalidades. Entre os principais

A ALA Services realiza o serviço

mento e fornecimento de uniformes de

produtos e serviços oferecidos estão

de limpeza técnica da sala limpa, em

cleanroom para ambientes controlados


SBCC – SLI e classificados. Entre seus produtos,

de especificação e executivos, instala-

cionado e energia elétrica. Desde 1984

destacam-se: uniformes para clean-

ções, configurações / programações,

atua provendo soluções para indústrias

room; sistema e materiais para limpe-

serviços de engenharia para valida-

de vários segmentos e realizando de-

za em áreas limpas e classificadas;

ção, comissionamento, start up, elabo-

senvolvimento de produtos OEM.

wipers, tapetes adesivos retentores;

ração de supervisórios e treinamentos.

A Sterilex fornece embalagens

toalhas industriais e Steiner.

A empresa fornece também sistemas

para esterilização e os insumos para

especiais para automação e controle.

a SLI, assim como é responsável, no

A Asmontec é a responsável pelo fornecimento e montagem estrutural

A SLI é dotada de um ventilador de

mercado, pela distribuição exclusi-

da SLI. Presente no mercado desde

baixo consumo de energia (EC motor)

va de soluções de alta tecnologia e

1996, fornece soluções completas

para a UTA Tosi graças ao apoio da

qualidade para áreas de esterilização

para engenharia de Salas Limpas, atu-

EBM Papst, multinacional alemã com

e limpeza. Desde 2000 atuando nos

ando em todas as fases do processo:

50 anos de atuação. Com presença no

mercados hospitalar e industrial, a Ste-

projeto, fabricação, instalação e manu-

mercado brasileiro desde 1998, dispo-

rilex oferece uma ampla gama de em-

tenção. Entre seus produtos estão por-

nibiliza ventiladores axiais, centrífugos

balagens para esterilização, monitores

tas; caixas de passagem (construídas

de simples e dupla aspiração, micro-

de processos de esterilização e limpe-

em chapa de aço pintada ou aço inox,

ventiladores, motores Q, ventiladores

za, utensílios para limpeza crítica, sa-

com duas portas, visor e intertrava-

compactos, tangenciais, sopradores

neantes e outros insumos destinados

mento, além da opção de acrescentar

de circulação para ar quente, bombas

ao monitoramento de esterilização e

acessórios), divisórias e forro falso,

de recirculação, soluções para tecno-

limpeza de materiais e áreas críticas.

linha vítrea, e uma linha de acessórios,

logia de aquecimento, motores e siste-

além desenvolver produtos exclusivos.

mas de acionamento.

As caixas terminais e os filtros

O projeto e instalação do sistema

também produziu a UTA e a unidade

utilizados na SLI são fornecidos pela

de HVAC da SLI é de responsabilida-

condensadora do ambiente. Empresa

Camfil. Desde 1963 atuando no mer-

de da Masstin, que, em seus 35 anos

100% brasileira, no mercado desde

cado internacional, com operações no

de trabalho, tem levado soluções de

1954, a Tosi foi pioneira no mercado

Brasil desde 2006, a Camfil visa forne-

climatização para o mercado de salas

de HVAC-R no Brasil, e hoje produz

cer produtos e serviços em filtragem de

limpas e ambientes controlados. A ex-

UTAs, Fan Coils, Self Contained e Chil-

ar em diversos segmentos: processos

pertise acumulada ao longo deste pe-

lers. Em constante expansão, o grupo

limpos, ar de conforto, sistemas de

ríodo e a constante atualização de seu

engloba quatro marcas: Coldex Tosi Ar

geração de energia e segurança e pro-

corpo técnico faz com que as áreas de

Condicionado, Tropical Difusão de Ar,

teção do meio ambiente. Em sua linha

engenharia e manutenção atuem de

Tosi Trocadores e Jelly Fish Soluções

destaca-se a Caixa Terminal Phama-

forma integrada. A empresa expandiu

Térmicas em Aquecimento.

seal, que, feita em alumínio ou aço ino-

seus serviços na área de consultoria

As grelhas, dampers de regulagem

xidável totalmente soldada, incorpora

e gerenciamento de projetos para a

do ar são da Trox, que, além disso,

uma exclusiva e patenteada tecnologia

indústria farmacêutica, visando atuali-

fornece também a CSB abrigada pela

de dobras e soldas que previne a pas-

zações e adequações a normas.

SLI. Trata-se de um modelo Trox da

A contribuição da Microblau torna

série TLF (única, do mercado brasileiro

Por seu lado, a DSA é a fornece-

possível observar, em tempo real, as

a estar em conformidade com a Norma

dora do painel plug&play e automação

condições da SLI. A empresa disponi-

NSF 49 - Anexo F). Em atividade des-

da UTA Tosi. Atuando no segmento de

biliza o equipamento de monitoramento

de 1976, a empresa disponibiliza res-

automação e controles desde 2004, o

(temperatura, umidade e pressão di-

friadores, atenuadores de ruído, cabi-

objetivo da DSA é fornecer soluções

ferencial) e, para o mercado, fornece,

nes de fluxo unidirecional, filtros de ar,

em automação, segurança e gestão de

ainda, controladores microprocessados

vigas frias, dispositivos de regulagem

laboratórios e hospitais. Com modelo

para automação de utilidades indus-

e fechamento, unidades de controle,

de fornecimento “turn key”, oferece

triais e comerciais, especialmente para

Split de alta capacidade, difusores de

consultoria, elaboração de projetos

os sistemas de refrigeração, ar condi-

ar, UTAs e grelhas de ventilação.

sagem de partículas contaminantes.

38

Os dampers e atuadores para caixa de mistura da SLI são da Tosi, que

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


Participação das associadas da SBCC na FCE Pharma BONAIRE

MERCOCLEAN

BRY-AIR

PMS

CAMFIL

QUIMIS

DÂNICA

SESIMBRA

ISODUR

SWELL

LOBOV


ISCCBRAZIL2016

SBCC recebe visita de diretores executivos do ICCCS Frans Saurwalt e Koos Agricola acompanharam, entre outras ações, os preparativos para a realização do ISCCBRAZIL2016, o mais importante evento mundial de áreas limpas e ambientes controlados Luciana Fleury

U

o debate visando complementar o

Agricola, também visou acompanhar

visita de dois membros da di-

planejamento estratégico da federa-

os preparativos para a realização do

retoria executiva do ICCCS à SBCC,

ção para os próximos anos, a pre-

ISCCBRAZIL 2016 e ainda possibili-

organizada entre os dias 18 e 23 de

sença dos diretores executivos, os

tou a realização de dois workshops

junho. Tendo como objetivo principal

holandeses Frans Saurwalt e Koos

técnicos internacionais. Fotos: Glaucia Motta

ma agenda intensa marcou a

Koos Agricola, Antonio Gamino, Frans Saurwalt e Célio Martin (atrás). Na frente, Dirce Akamine, Silvia Eguchi, Elisa Liu, Almerinda Wanderley e Heloisa Meirelles: debates em torno do novo planejamento estratégico do ICCCS

40 SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


“Assim como a SBCC, que procu-

ra Executiva do IEST Contamination

iniciados com as boas-vindas dadas

ra trilhar novos caminhos, o ICCCS

Control Institute (Institute of Environ-

pelo presidente e o vice-presidente

está

mental Sciences and Technology),

da ABRAVA, Wadi Tadeu Neaime e

revitalizando,

buscando

acompanhar as mudanças que estão ocorrendo no mundo para definir as linhas de sua atuação daqui para frente. No ano passado foi eleita uma diretoria executiva que está empenhada em apresentar e colocar em votação, na reunião anual da federação marcada para outubro deste ano, o resultado deste trabalho”, explica Heloisa Meirelles, Delegada Internacional da SBCC. Desta forma, a contribuição das

O ICCCS está se revitalizando para acompanhar as mudanças de cenários. O debate atual visa complementar o planejamento estratégico da instituição

Arnaldo Basile Jr., respectivamente. No mesmo dia, na parte da tarde, os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho de produção de conhecimento científico realizado pela SBCC, com a apresentação dos coordenadores dos grupos de trabalho da entidade, que indicaram o que está sendo feito por cada um dos 10 GT´s e 2 CE´s. Um encontro com representantes do setor do controle da contamina-

Américas foi discutida em reunião

ção da América Latina ocupou a

na manhã do dia 19 envolvendo os

manhã do sábado, dia 20. Após a

diretores executivos do ICCCS e a

fala de acolhimento do presidente do

diretoria da SBCC, acompanhada por

entidade norte-americana de controle

Sindratar-SP, Carlos Eduardo Trom-

Skype, por Roberta Burrows, Direto-

da contaminação. Os trabalhos foram

bini, que fez uma breve explanação

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ISCCBRAZIL2016 sobre o status da indústria do HVAC no Brasil, os presentes comentaram os esforços necessários para ampliar a presença de profissionais dos demais países da América Latina no ISCCBRAZIL2016. Participaram representantes da comissão técnica da SBCC que são da América Latina (Gladys Chicago, do Chile, e Ana Maria Menezes, da Argentina), além de Eliane Bennett (Conselheira Consultiva da SBCC), do biólogo Sergio Miguel, da Morgue Judicial da Corte Suprema de Justiça da Argentina (por Skype) e de profissionais das empresas Dupont, Camfil, Sterilex, Trox e Veco. Em sua passagem pelo Brasil,

público, atestado pela participação

ceira, abordou os “Aspectos Relevan-

Frans Saurwalt e Koos Agricola pu-

nas mesas-redondas e nas pergun-

tes sobre Salas Limpas em Indústrias

derem, ainda, conhecer a estrutura

tas aos palestrantes, demonstra que

Farmacêuticas”, sendo acompanha-

de hotéis disponível para abrigar os

a nossa comunidade científica liga-

do por 40 pessoas. A mesa-redonda

participantes do ISCCBRAZIL 2016

da a essa área está atenta e ávida

que fez parte da agenda foi mode-

e o Centro de Convenções Rebou-

por novos conhecimentos”, comenta

rada pelo ex-presidente da SBCC,

ças, local do evento. No domingo, dia 21, visitaram os principais pontos turísticos da cidade de São Paulo, acompanhados pelo São Paulo Convention & Visitors Bureau.

Workshops internacionais A presença dos especialistas no Brasil também permitiu à SBCC atuar alinhada à sua principal missão:

42

Workshop realizado no Instituto de Infectologia Emilio Ribas, em São Paulo, reuniu mais de 120 profissionais

No evento para o setor hospitalar foi apresentado um novo sistema de monitoramento de partículas depositadas que está em processo de estudo e início de aplicação na Holanda

Dorival Ramos de Sousa, e contou com a participação de colaboradores da SBCC como Celso S. Alexandre, Ana Maria Pellin, Silvia Eguchi e Almerinda Wanderley, além dos dois ministrantes. Já no dia 23, o Instituto de Infectologia Emilio Ribas – IIER, grande apoiador cooperativo do ISCCBRAZlL2016 e de várias iniciativas da SBCC, foi o local de realização do workshop “Controle de Contaminação em Salas Cirúrgicas”, que atraiu

disseminar o conhecimento. Dessa

um público de 120 pessoas. Nesta

forma, os profissionais, em apoio ao

ocasião, entre outras inúmeras infor-

ISCCBRAZIL 2016, realizaram dois

mações, Koos Agricola apresentou

workshops. “Esta iniciativa possibi-

Celso Simões, Presidente da Trox

um novo sistema de monitoramento

litou, mais uma vez, a oportunidade

Latinoamerica e presente, como de-

de partículas depositadas que está

de profissionais brasileiros ouvirem

batedor, nas mesas-redondas dos

em processo de estudo e inicio de

especialistas internacionais em te-

dois eventos.

aplicação na Holanda. O monitora-

mas de muito interesse para a comu-

O primeiro workshop foi realizado

mento é baseado em uma técnica

nidade científica ligada ao controle

no auditório do Sindusfarma e, com o

de imagem holográfica, que a cada 5

de contaminação. O interesse do

apoio desta importante entidade par-

minutos informa o número e o tama-

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


em repouso”. Ele ressaltou que a influência do comportamento das pessoas é extremamente significativa e sugeriu um acompanhamento durante a cirurgia de forma que haja uma melhor compreensão das fontes de contaminação e de como podem ser controladas. “Foi extremamente útil para compararmos com nosso trabalho de revisão da norma ABNT NBR 7256 (que aborda o tratamento de ar em estabelecimentos

assistenciais

de

saúde), sendo que tenho a sensação de que eles estão com questionaMesa-redonda no workshop para o setor hospitalar. Alta frequência mostra o grande interesse do setor pelo tema controle de contaminação

mentos mais desafiadores do que

nho de partículas depositadas sobre

HVAC em ambientes críticos hos-

luções para problemas semelhantes

uma superfície de 25 centímetros

pitalares e a respectiva certificação

aos nossos. Foi uma oportunidade

quadrados.

nós no Brasil, e que apresentam so-

destes ambientes na Holanda. Em

de grande aprendizado e espero que

Segundo Agricola, os resultados

sua fala, Saurwalt considerou que a

os profissionais que participaram do

mostram uma melhoria na qualidade

atual norma para certificação do grau

evento possam efetivamente aplicar

operacional por determinar quando

de limpeza em ambientes controla-

estes conhecimentos na nossa rea-

os limiares de concentração são ul-

dos (ISO 14644-1) não é uma boa

lidade”, afirma Mauricio Salomão Ro-

trapassados durante a operação. Já

ferramenta de avaliação para salas

drigues, diretor da Somar Engenharia

Frans Saurwalt, entre outros assun-

de cirurgia, porque a “cirurgia real” é

e moderador da mesa-redonda do

tos, apresentou um status das atuais

muito mais complexa do que o ensaio

workshop, que contou também com a

normas que relacionam requisitos

proposto no documento, que hoje é

participação, nos debates, de Celso

necessários

aplicado na “condição de operação

S. Alexandre, Silvia Eguchi, Nilton

para

instalações

de


elaboração do referido documento para auxiliar no trabalho de revisão e dará continuidade assim que a norma revisada for publicada”, explica.

Visita positiva Frans Saurwalt, que também é Gerente Técnico da Unidade de Negócios de Controle de Contaminação

Frans Saurwalt e Koos Agricola

da empresa Krapman, afirma que a visita foi muito positiva e serviu para

Cavalcanti, Ana Miranda e Maria Beatriz Dias. Segundo Rodrigues, que também é coordenador do GT-53 da SBCC, o GT, dentro de sua atividade e seus objetivos, vai efetivamente utilizar este material para reforçar seu posicionamento sobre a necessidade de um procedimento formal para certificação de ambientes hospitalares críticos, com objetivo de influenciar os hospitais e respectivos fornecedores de serviços de certificação

O GT-53 da SBCC vai efetivamente utilizar os materiais para reforçar seu posicionamento sobre a necessidade de um procedimento formal para certificação de ambientes hospitalares críticos

entender melhor a realidade brasileira e a forma de atuação da SBCC, que considerou “muito dinâmica”. A percepção de Koos Agricola, Engenheiro de Processos da Océ Technology e da Universidade de Twente, ao final de sua visita, é a de que o País conta com muito conhecimento sobre o controle da contaminação, estando atualizado com as principais discussões que ocorrem em nível mundial, e que há ainda um “grande potencial de aplicação prática ainda

da importância desta necessidade,

não explorado, mas mais por falta

focando na melhoria destes ambien-

de oportunidades e recursos do que

tes e na redução da contaminação e

por desconhecimento” (veja mais na

correspondentes índices de infecção

seção entrevista, pág. 12).

hospitalar. Ele diz ainda que a função original do GT-53 era elaborar um documento que recomendasse

Apoio das empresas

(ou definisse) quais ensaios devem

Os Workshops “Aspectos relevantes do Controle de Contaminação em

ser realizados para certificar que

Indústrias Farmacêuticas”, realizado no Sindusfarma, e “Controle de Conta-

os requisitos definidos na ABNT

minação em Salas Cirúrgicas”, realizado no Instituto de Infectologia Emílio

NBR 7256 estão sendo atendidos.

Ribas, contaram com o patrocínio das empresas DuPont, PMS e Sterilex,

“Atualmente, a norma ABNT 7256

que puderam apresentar seus produtos e serviços diretamente a mais de

está sendo revisada pelo CB-55 da

150 profissionais do setor da saúde e da indústria farmacêutica.

ABRAVA, o que pode gerar mudanças nos requisitos. Assim, o CB-55 pediu apoio da SBCC em função de o GT-53 já possuir uma experiência agregada no assunto. Para concentrar esforços, sem desvio de foco, o

44

GT-53 interrompeu seus trabalhos de

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


Site do ISCCBRAZIL2016 já está no ar! Fundamental ferramenta para acompanhamento das ações relacionadas à organização do maior evento técnico-científi co de Áreas Limpas e Ambientes Controlados Associados, o site do ISCCBRAZIL2016 conta com as versões em português e inglês visando sua divulgação internacional. No site, os interessados poderão acompanhar o evento de forma ampla, desde dados gerais sobre o local, atividades, ICCCS, até temas abordados e regras para submissão de trabalhos científi cos. Profi ssionais, pesquisadores e interessados em apresentar seus trabalhos podem, no período entre 1º de agosto e 31 de dezembro, encaminhar os resumos de seus trabalhos técnicos para o Comitê Técnico, que irá selecionar os que serão apresentados no evento e publicados nos Anais do ISCC. “Estamos empenhados em fazer um grande even-

C

M

to que realmente contribua para o desenvolvimento e

Y

aprimoramento técnico dos profi ssionais brasileiros e

CM

latino-americanos. A maior relevância do site é ser o

MY

veículo de comunicação para todos os interessados em participar do ISCC, afinal será a primeira vez que ocorrerá um evento deste porte na América Latina”,

CY

CMY

K

comenta Heloisa Meirelles, presidente do ICCCS e do ISCCBRAZIL2016 e Delegada Internacional da SBCC. Visite em: www.isccbrazil2016.com Acompanhe também a página no Facebook: https://www.facebook.com/isccbrazil2016

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MERCOCLEAN IMP. EXP. COM. LTDA. ...................................................... 21

3795-0406

TECNOVIDA - CLÍNICA DIETÉTICA............................................................. 65

MICROBLAU AUTOMAÇÃO LTDA. ............................................................. 11

2884-2528

TECSENG TECNOLOGIAS ESPECIALIZADAS .......................................... 81 -9182-7759

MILARÉ SISTEMAS DE EXAUSTÃO LTDA. ME ........................................ 19

3452-1636

TERMACON PROJETOS E CONSULTORIA LTDA. .................................... 61

3042-1448

MOTA CONSULTORIA LTDA. – ME ............................................................ 38

3221-5998

TÉRMICA BRASIL COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. ................................. 11

3666-9673

MPW HIGIENIZAÇÃO TÊXTIL LTDA. ........................................................... 19

3438-7127

TOSI INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. ..................................................... 11

4529-8900

MR QUALITY CLEANROOM SERVICES ..................................................... 11

2443-2205

TRAYDUS CLIMATIZAÇÃO IND E COM LTDA. .......................................... 11

4591-1605 3037-3900

MULTIPLA MONTAGEM .............................................................................. 12

3903-4838

TROX DO BRASIL LTDA. ............................................................................. 11

MULTIVAC - MULTISTAR IND. COM. LTDA. ............................................... 11

3835-6600

UNIÃO QUÍMICA FARM. NAC. S/A .............................................................. 11

4662-7200

NEU LUFT COM. E SERV. DE AR COND. LTDA. ....................................... 11

5182-6375

VECOFLOW LTDA. ...................................................................................... 19

3787-3700

NICCIOLI ENGENHARIA .............................................................................. 16

3624-7512

VECTUS IMPORTATUM INSTR. DE PRECISÃO LTDA. ............................ 11

5096-4654

NOVARON SISTEMAS DE AR LTDA. .......................................................... 31

3225-5345

VISTA VALIDAÇÃO LTDA. ........................................................................... 31

3398-6756

NOVARTIS BIOCIÊNCIAS ............................................................................ 11

3732-4152

VITAR SOLUÇÕES EM SAÚDE LTDA. ....................................................... 51

3085-2291

NUTRICIONAL FARMÁCIA - PALMEIRA MANIPULAÇÃO........................... 16

3632-9246

VL INDUSTRIA ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO LTDA. ..................................... 11

2832-4000

NUTRIMED SERV. MÉD. EM NUT. PARENTERAL E ENTERAL LTDA. .... 22

2733-1122

ZIEHL-ABEGG DO BRASIL IMP. EXP. E COM. DE EQ. DE VENT. LTDA.

11

2872-2042

NUTRIR PRESTADORA DE SERVIÇOS MÉDICOS LTDA. ........................ 91

3266-2800

YANNTEC INSTRUMENTAÇÃO ANALÍTICA LTDA. .................................... 21

2489-7435

NUTRO SOLUÇÕES NUTRITIVAS LTDA. EPP ........................................... 41

3013-5322

NYCOMED PHARMA LTDA. ........................................................................ 19

3847-5577

Para associar-se ligue: (12) 3922-9976 ou acesse sbcc@sbcc.com.br

OUROFINO SAÚDE ANIMAL LTDA ............................................................. 16

3518-2000

Listagem atualizada em 18 de agosto de 2015

PARTICLE MEASURING SYSTEMS BRASIL .............................................. 11

5188-8227

PALMETAL METALÚRGICA LTDA. ............................................................... 21

2481-6453

PLANENRAC ENG. TÉRMICA S/C LTDA. .................................................. 11

5011-0011

PLANEVALE PLANEJ. CONSULTORIA........................................................ 12

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PLASMETAL PLÁSTICOS E METAIS LTDA. ............................................... 21

2580-2035

POWERMATIC DUTOS E ACESSÓRIOS LTDA. ........................................ 11

3017-3800

PRO ADVICE ............................................................................................... 11

4554-3458

PROATIVA QUALIFICAÇÃO E SERVIÇOS TÉCNICOS ............................. 21

2443-6917

PROCESSO ENGENHARIA LTDA. ............................................................. 81

3426-7890

PRUDENTE ENGENHARIA LTDA. .............................................................. 34

3235-4901

PWM SERVICE TEC. COMERCIAL LTDA. ................................................. 19

3243-2462

QUALIBIO LABORATÓRIOS LTDA. ............................................................ 41

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QUALITRONIC MANUTENÇÕES - ME ........................................................ 11

3481-2539

QUALYLAB CONSULTORIA FARMACÊUTICA ............................................ 62

3099-6636

QUIMIS APARELHOS CIENTÍFICOS LTDA. ............................................... 11

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REFRIN REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL ..................................................... 11

3941-1263

REINTECH I E P C C................................................................................... 12

3933-8107

Jul/Ago/Set - 2015 - SBCC

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47


ARTIGO TÉCNICO

Comparação do desempenho entre diferentes tipos de salas limpas utilizando simulação FD Autores: Kwang-Chul Noh1, Myung-Do Oh2 e Hyeon-Cheol Lee3 1e2

Department of Mechanical and Information Engineering,

University of Seoul, Seoul, Korea Samsung Electro-Mechanics Co. Ltd, Suwon, Korea

3

Por: Kwang-Chul Noh Myung-Do Oh Hyeon-Cheol Lee

Contatos: draco@uos.ac.kr, mdoh@uos.ac.kr e hc71.lee@samsung.com Tradução: Eng. Marco Adolph Revisão: Eng. José A. Senatore Artigo publicado nos Anais do ISCC – International Symposium of Control Contamination, realizado em 2014, em Seul, Coreia do Sul.

Resumo

nal. O desempenho do fluxo de ar e o “envelhecimento do ar” (air age) na CIC foi melhor do que o obtido em

Usualmente, o desempenho de salas limpas com fluxo

salas de fluxo unidirecional com o mesmo design interior.

unidirecional é superior ao de salas limpas com fluxo

A altura da exaustão localizada na sala limpa de parede

turbulento.

flexível foi um importante fator com o objetivo de manter

Entretanto, a deflexão do fluxo de ar em um uma sala

a pressão diferencial adequada entre a sala limpa de

limpa de fluxo unidirecional é obtida com o fechamento

parede flexível e a sala limpa de fluxo turbulento.

das paredes laterais devido as características estrutu-

Palavras chave: envelhencimento do ar (estagnação do ar),

rais. Em alguns casos, os fluxos reversos no centro de

deflexão do ar, sala limpa, sala limpa em sala limpa (CIC)

uma sala limpa produzem um efeito adverso no ambiente controlado. Neste estudo, é investigada a variação de desempenho em uma sala limpa turbulenta quando sa-

1. Introdução

las limpas de parede flexível (cortinas) são instaladas. O

48

conceito de sala limpa de parede flexível em sala limpa

Sala limpa é um ambiente de produção muito controlado

turbulenta (Cleanroom Inside Cleanrom - CIC) é similar

quanto a partículas e impurezas, para a fabricação de

ao mini ambiente (ME) em sala limpa de fluxo unidirecio-

microeletrônicos, produtos biomédicos como pastilhas,

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


painéis de displays, módulos de telefone celular, medica-

limpa como apresentado na figura 1 (b). A sala limpa de

mentos, instrumentos médicos, alimentos etc [1]. Com o

parede flexível foi adotada para melhorar a deflexão do

desenvolvimento de isoladores, o grau das salas limpas

ar e reduzir a concentração de particuladas no entorno

tem se tornado menor.

dos pontos de manufatura. O modelo de fluxo unidirecio-

Entretanto, a qualidade do ambiente da sala limpa ainda

nal foi aplicado para o fluxo topo-piso apresentado na

é um item muito importante uma vez que muitas partícu-

figura 1 (c). As FFU foram instaladas no forro. Pisos de

las da sala limpa podem adentrar o sistema do isolador.

acesso foram localizados entre a sala limpa e os plenos

O desempenho de uma sala limpa de fluxo unidirecional

inferiores. Dois pontos de retorno foram instalados nas

deveria ser superior ao de uma sala limpa de fluxo turbu-

duas laterais do pleno inferior.

lento. Portanto, a sala limpa de fluxo unidirecional ainda é muito utilizada nas linhas de produção de produtos eletrônicos e mecânicos para atender aos regulamentos de uma empresa. Todavia, o fluxo unidirecional tem alguns pontos fracos. O fluxo de ar sofre deflexões quando próximo aos pontos de retorno do ar nas paredes da sala limpa [2] Em alguns casos, o fluxo de ar reverso no centro provo(a) design exterior

ca um efeito adverso na sala limpa. O fluxo de ar ascendente se torna muito forte quando o pé direito do pleno é pequeno. O sistema de mini ambiente tem sido usado em: (a) design exterior (b) design interior (c) salas limpas de fluxo unidirecional O tempo de estagnação próximo ao ponto de trabalho é de 2 s - 4 s. em salas limpas de fluxo de unidirecional com propósito de reduzir as cargas do ambiente e redu-

(b) design interior

zir o consumo de energia. De modo similar, salas limpas de parede flexível podem ser usadas no interior de salas limpas de fluxo turbulento como em um mini ambiente em uma sala de fluxo unidirecional. Neste estudo um sistema destes é chamado de sala limpa no interior de uma sala limpa (CIC). O desempenho de uma um sistema CIC foi investigado e comparado com o de uma sala limpa de fluxo unidirecional com o mesmo design interior.

2. Modelo de pesquisa

(c) salas limpas de fluxo unidirecional Figura 1. Modelo de sala limpa usada nesse estudo

2.2 CFD Com o objetivo de comparar o desempenho de diferentes tipos de salas limpas, foi adotada a simulação CFD.

2.1 Modelo de sala limpa

O fluxo de ar em salas limpas foi assumido com sendo

A figura 1 apresenta o modelo utilizado neste estudo. O

uniforme e incompressível [1,3]. A equação para descre-

tipo original é o da sala limpa de fluxo turbulento mos-

ver o fluxo de ar é a equação de Navier-Stokes:

trado na figura 1 (a). As Fan Filter Units – FFU foram instaladas no teto e grelhas de retorno aplicadas na

div(pVF–GF,eff grad F) = SF

parede e suportes. A classificação da sala limpa foi ISO

onde,

7. Com o objetivo de melhorar o ambiente, salas limpas

p (kg/m3) é a densidade do ar

de paredes flexíveis foram instaladas no interior da sala

Jul/Ago/Set - 2015 - SBCC

(1)

49


ARTIGO TÉCNICO GF,eff (kg/m.s) é o coeficiente efetivo de difusão

entre as linhas. Quanto a diferença de pressão entre a área

V (m/s) é o vetor de velocidade

de trabalho e a área de serviço (apoio), o fluxo unidirecional

S é o termo de fonte da equação geral da propriedade

é melhor que o sistema CIC. No sistema CIC, a altura da

de fluxo

linha de exaustão deve ser inferior a 15 cm para manter

F é qualquer uma das variáveis de transporte

a diferença de pressão adequada. A estagnação na sala

O campo de velocidade prédito da equação (1) foi usado

de fluxo unidirecional é maior que no sistema CIC pois o

para calcular a estagnação do ar pela seguinte equação:

fluxo de recirculação ocorre próximo a área de trabalho. Portanto, o grau de pureza (limpeza) de um sistema CIC

div(pVτ–Gτ grad τ) = 1

(2)

parece ser superior ao de uma sala de fluxo unidirecional.

onde, τ é a estagnação media do ar (s).

3. Resultados e Discussão (a) Sistema CIC A figura 2 apresenta o sentido do fluxo de ar de um sistema CIC e uma sala de fluxo unidirecional. No caso do sistema CIC, o ângulo de deflexão foi muito bom no interior da sala limpa de parede flexível. Por outro lado, o fluxo de ar na

(b) Salas limpas de fluxo unidirecional

sala de fluxo unidirecional teve maior deflexão próximo a as paredes laterais. Portanto, a contaminação cruzada ocorre

Figura 2. Comparação da direção do fluxo de ar.

Tabela 1. Índice de comparação de desempenho CIC

Unidirecional CR

Ângulo de deflexão

Bom (<14º)

Não adequado (>14º)

Pressão diferencial

Bom (5~8Pa)

Melhor(>5Pa)

Envelhecimento do ar no ponto de trabalho

Cerca de 2 sec.

Cerca de 4 sec.

Referências [1] Noh KC, Lee SC, and Oh MD: (2005) A numerical study on airflow and dynamic cross-contamination in the super cleanroom for photolithography process, Building and Environment, 40, pp 1431-40. [2] Noh KC, and Oh MD: (2012) Application of partition in LCD clean room for cross contamination control, ICCCS 2012, pp 32(Slot 4312). [3] Noh KC, Kim HS and Oh MD: (2010) Study on contamination control in a minienvironment inside clean room for yield enhancement based on particle concentration measurement and airflow CFD simulation, Building and Environment, 45, pp. 825-31.

50


Sistemas de componentes para ar limpo “por tarefa” por salas de operação híbridas Por: Yoko Yamada Tomoaki Kajima Isao Tanaka Hisashi Hasebe Hiromitsu Kamaishi

Autor: Yoko Yamada1, Tomoaki Kajima1, Isao Tanaka1, Hisashi Hasebe1 e Hiromitsu Kamaishi2 Shimizu corp., 3-4-17 Etchujima, Koto, Tokyo, Japan

1

TECNET Co.,Ltd., #7, 8-8 Nihombashi-Kabutocho, Chuo,

2

Tokyo, Japan Contato: yamada_yoko@shimz.co.jp Tradução: Eng.Marco Adolph Revisão: Eng. José A. Senatore

Artigo publicado nos Anais do ISCC – International Symposium of Control Contamination, realizado em 2014, em Seul, Coreia do Sul.

Resumo

1. Introdução

Em uma sala de cirurgia híbrida (sala de operações

Ar limpo direcionado para o campo de operações é im-

equipada com sistemas avançados de imagem como C-

portante para prevenir infecções devido a operações em

-arms, scanners T e scanners MRI (um C-arm é usado

salas de cirurgia. Uma infecção devida a operação (SSI)

nesses casos), diferentemente de uma sala de opera-

é uma infecção que ocorre após uma cirurgia na parte

ções convencional, não é possível instalar difusores de

do corpo em que foi realizada a intervenção cirúrgica [1]

ar no teto sobre a mesa de operação. As condições do

As características e desempenho ambiental de uma sala

ambiente e o desempenho de uma sala de cirurgia em

de cirurgia normalmente são verificados apenas no esta-

uso foi largamente mensurado. Neste estudo, um siste-

do as built *1 e raramente em condições operacionais *2.

ma efetivo de condicionamento de ar (chamado task air

Recentemente, as salas de operações híbridas têm sido

cleaning system) para uma sala híbrida foi proposto com

instaladas em muitos hospitais. Task clean systems são

o uso de CFD e adotado em um hospital. Após o início da

utilizadas comumente ao invés de um sistema completo

utilização desta sala de operações, o desempenho das

do tipo fluxo descendente devido à redução de consumo

condições ambientais durante uma cirurgia simulada foi

de energia [2] (fig.1). Entretanto, é muito difícil ajustar um

mensurado.

task clean system em uma sala de operações híbrida,

Como resultado, foi demonstrado que o uso do task air

pois estes tipos de salas têm C-arm *3 no teto sobre a

cleaning system para salas hibridas de operação foi efi-

mesa de cirurgia. Por isso, um novo task cleaning sys-

caz não apenas na situação as-built, mas, também, nas

tem foi projetado com uso de simulação CFD (fig. 3) com

condições de operação.

entradas nos dois lados do C-arm que insuflam ar em um

Paravras chave: salas limpas, salas de operação hibri-

fluxo diagonal direcionado para o campo de operações

das, simulação CFD, cirurgia simulada, hospitais, ins-

(fig. 4) Este sistema foi aplicado uma sala de cirurgia

talações médicas, desempenho ambiental, controle de

híbrida em um hospital.

contaminação, task air cleaning

Com o objetivo de compreender o desempenho do am-

Jul/Ago/Set - 2015 - SBCC

51


ARTIGO TÉCNICO biente em salas de operações durante uma cirurgia (estado

equipamentos de produção, materiais ou pessoas presentes. A classificação as-built pode ser realizada apenas uma vez, quando a

de operação *2), esse desempenho foi mensurado em um

sala foi construída e antes da entrada dos equipamentos.

uma cirurgia simulada após o inicio do uso desta sala de

*2 Operante: condição na qual a instalação está funcionando no modo

operações (fig. 5). O resultado é reportado neste artigo.

especificado, com o número de pessoas presentes e trabalhando da maneira combinada (definida). *3 C-arm: é um dispositivo de imagem que emprega a clássica tecnologia de raio X com uma articulação. O nome é derivado de uma projeção semi-circular ou braço em forma de C que conecta a fonte do raio X ao detector do raio X.

2. Medições Figura 1: Task clean system (right)

2.1 Local de medições Medições foram realizadas em uma sala de operações hibrida de um hospital especial do sistema circulatório em Tóquio (fig. 5, tabela 1). O desempenho as built da sala de cirurgia hibrida adaptada com o novo task cleaning system foi verificado em abril de 2011. Temperatura e particulados Figura 2: Modelo CFD de uma sala de operações híbrida

foram mensurados nos pontos 1 a 13 (fig. 6) através de contadores de partículas e termômetros digitais. A características do fluxo de ar também foram mensuradas com a utilização de anemômetros ultrassônicos tridimensionais. 2.2 Cirurgia simulada Foi simulada uma cirurgia com 9 membros considerando a posição de médico, enfermeira, engenheiro clínico etc.

Figura 3: Task clean system diagonal

Um manequim foi utilizado para simular um paciente sobre a mesa de operações. As suas posições em pé foram determinadas com base em recomendações de uma enfermeira. A sala de operações foi precisamente medida e demarcada para que a repetitividade do posicionamento dos equipamentos e membros da cirurgia simulada. Para cada membro foi

Figura 4: Foto da cirurgia simulada

especificada uma tarefa pré-definida (mover mãos, falar etc) durante as medições.

3. Resultado e discussão 3.1 Temperatura O valor da temperatura no sensor foi praticamente o mesmo do set point de temperatura (25.0 ºC). A temperatura no ponto 7 acima da mesa de operações foi de 1.0 Figura 5: Planta da sala de operações hibrida *1 As-built : condição em que a instalação esta completa com todos os serviços e sistemas conectados e funcionando, porém sem

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a 2.5 °C inferior à do set point de temperatura (25.0 ºC). 3.2 Fluxo de ar Características do fluxo de ar resultante do CFD (fig. 8)

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015


correspondem aos resultados das medições de fluxo de ar (fig. 9). Ficou evidente que o fluxo de ar diagonal definitivamente atinge o campo de operações. 3.3 Pureza do ar O task clean system na diagonal atingiu a pureza plane-

Figura 8: Resultado do fluxo de ar em CFD

jada mesmo durante a cirurgia simulada (fig. 10). A concentração de partículas mensurada na cirurgia simulada e a do CFD foram similares, e fica demonstrado que a simulação CFD é um método efetivo para o desempenho do ambiente durante uma cirurgia. Figura 9: Resultato medido do fluxo de ar

4. Conclusões O task cleaning system em salas de operação hibridas não é apenas efetivo na condição as-built, mas, também, nas condições de operação.

Tabela.1 Configuração de uma sala de operações híbrida Piso

Cerca de 8m×8m

Pé direito

Cerca de 3m

Cleanliness

CLASSIFICAÇÃO ISO classe 7 (Fed.std. class 10,000)

Figura 10: Pureza do ar em cada um dos modos de ocupação

CLEAN COMPO (made by TECNET) Ar limpo ACU*×4 (*Unidade condicionadora condicionador de ar) ACH*

35 (*Trocas de ar por hora)

Figura 11: Resultado do número de partículas

Referências [1] Centers for Disease Control and Presentation, Healthcare-associated Infections (HAIs), Surgical Site Infection (SSI): http://www.cdc.gov/HAI/ssi/ssi.html [2]Kajima,T. et al.: Research on the Task Air Cleaning System for BCR Operating Room, Proc. of 28th Annual Figura 6: Pontos de medição

Meeting of Air Cleaning and Contamination Control, 100102 (2011) (em japonês) [3]Yamada, Y. et al.: Task Air Cleaning System for Hybrid Operating Room, Proc. of 30th Annual Meeting of Air Cleaning and Contamination Control, 142-143 (2013) (em japonês)

Figura 7: Comparação da temperatura em cada um dos modos de ocupação

Jul/Ago/Set - 2015 - SBCC

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Dez erros da sustentabilidade mais comuns nas empresas Realizamos uma pesquisa com os executivos de 223 das 500 maiores empresas do País entre os meses de

Daniel Domeneghetti *

práticas, processos, produtos e serviços centrais minimiza o impacto das ações e prejudica as perspectivas.

fevereiro e junho deste ano, com o objetivo de identificar

6. Comunicação oportunista ou ineficiente (61%) – Se

os dez erros mais representativos em sustentabilidade

a comunicação for inconsistente pode não engajar o pú-

nas empresas. O tema ganha cada vez mais importância

blico interno e ser insuficiente para os demais stakehol-

em função de ter deixado de ser enxergado como custo

ders. Pior, pode ser vista como oportunista. Investir na

e já estar presente no rol dos ativos intangíveis, devido

comunicação responsável e contínua é a melhor saída

à introdução de valor aplicado ao conceito e à sua maior

para mitigar o risco e atingir os perfis certos.

conexão ao negócio das empresas. Assim, a sustenta-

7. Miopia em relação aos resultados potenciais (61%)

bilidade se coloca como uma fonte de valor, inovação e

– Ainda não são claras para as empresas as oportuni-

diferenciação no mercado. Os dez erros da sustentabili-

dades de gerar e proteger o valor oriundo das iniciativas

dade nas empresas apontados na pesquisa foram:

de sustentabilidade. Mais do que obrigação por pressão

1. Visão e valores dispersos e desalinhados (79%)

social, o conceito precisa ser um motor facilitador para a

- O conceito de sustentabilidade ser restrito a apenas

inovação, diferenciação e fonte adicional de receitas por

um departamento ou uma liderança, sem permear toda

novos produtos, serviços ou canais.

a empresa. O alinhamento a uma mesma ambição é essencial e deve vir de cima.

8. Baixa percepção de impacto sistêmico no entorno (51%) - Os impactos sistêmicos (ou bilaterais) da susten-

2. Inconsistência de governança (74%) – Apesar de

tabilidade, sejam da empresa para os stakeholders ou o

admitirem sua importância, não existem sistemas de

inverso, ainda não são percebidos com facilidade pelos

gestão bem estruturados. Um dos agravantes dessa si-

executivos. Por essa razão, não são aproveitadas as ideias

tuação é quando a gestão do conhecimento de sustenta-

provindas do entorno da empresa, reduzindo o potencial

bilidade, um dos principais elementos viabilizadores, não

impacto decorrente da sinergia entre esses dois polos.

existe e o conhecimento se encontra disperso e implícito.

9. O viés unidimensional (39%) - O equilíbrio entre

3. Mensuração inexistente (72%) – Os aspectos tan-

as dimensões ambientais, sociais e econômicas (e em

gíveis, intangíveis e a devida mensuração são ignorados

alguns casos as culturais) são o que norteiam a susten-

e interferem diretamente nos resultados. Isso é reflexo

tabilidade corporativa. Os pesos e a importância são

da baixa maturidade da governança do tema.

determinados de acordo com as prioridades de cada

4. Inconsistência na fixação de prioridades (65%) – A sustentabilidade pode não atingir os objetivos devido às

companhia. Caso uma das dimensões não seja incluída no projeto, o resultado final não trará benefícios.

prioridades desencontradas, por falta de materialidade

10. Falta de realismo (43%) - Toda e qualquer inicia-

(aspirações e ideais pouco factíveis) ou relevância. Des-

tiva sustentável precisa ser planejada de acordo com

sa forma, gera frustração e resultados pouco tangíveis

o segmento e estratégia da empresa. De outra forma,

ou, até mesmo, prejuízos financeiros e de reputação.

corre-se o risco de traçar metas distorcidas com a reali-

5. Dissociação do core business (62%) – O negócio principal precisa ser inserido na estratégia de sustentabili-

54

Foto: Divulgação

OPINIÃO

dade. Apoiar causas que se distanciam de seu propósito,

dade e os resultados tendem a ser subvalorizados. Daniel Domeneghetti, autor do levantamento e CEO da DOM Strategy Partners

SBCC - Jul/Ago/Set - 2015




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