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REVISTA DA SBCC N o 75 ABR/MAI/JUN 2015

revista

Nº 75 abr/mai/jun 2015 R$15,00

Soluções de áreas limpas na fabricação de cosméticos sbcc.com.br

CBS: segurança para os profissionais



SUMÁRIO

revista

Edição N0 75 abr/mai/jun 2015

4

Editorial SLI: tecnologia à vista

6

Entrevista Robert Juenemann - Conselheiro de Administração do IBGC

10

Cosmética Soluções de áreas limpas na fabricação de cosméticos

18

Cabines de Segurança Biológica Proteção para farmacêuticos e pesquisadores

24

Case: Proteca Áreas controladas ampliam produtividade de laboratório

28

Associados

30

ISCC – SBCC Jornada de Controle de Contaminação em Áreas Hospitalares

33

Artigo Técnico Proposta para a classificação de partículas depositadas

42 50

Artigo Técnico Projeto e Construção de Laboratórios de Biocontenção NB3 de Baixo Custo - Parte 2

Opnião O que esperar da área de vendas para os próximos anos?


EDITORIAL

revista

Edição N0 75 abr/mai/jun 2015

SLI: tecnologia à vista

T

enho claro que o projeto da Sala

uma área limpa em funcionamento du-

cerca de 130 mil profissionais usuá-

Limpa Itinerante – SLI é um

rante um evento de exposição de algum

rios. E muitos deles atuam direta ou

grande exemplo de como a SBCC atua

setor cliente – poderia ser tocada pela

indiretamente com o tema controle de

efetivamente para atender sua missão

postura ética e transparente da SBCC

contaminação em ambientes fechados.

de disseminar o conhecimento.

frente aos associados envolvidos no

Para potencializar ainda mais essa pre-

Recuperando rapidamente o histórico,

projeto, alguns concorrentes entre si.

sença, a SBCC está organizando um

a SLI começou a se desenhar quando

Só mesmo uma entidade independente

inédito seminário na Hospitalar.

a ABRAVA convidou a SBCC a orga-

e focada no desenvolvimento dos pro-

Dinamismo, foco no desenvolvimento e

nizar a chamada Ilha Temática SBCC

fissionais, das empresas associadas e

implementação de projetos de interesse,

– Áreas Limpas na Febrava de 2001.

dos usuários poderia garantir que tal

entendimento do valor do trabalho vo-

Naquele momento, os profissionais da

iniciativa tivesse êxito.

luntário destinado a ampliar as fronteiras

SBCC focaram no desenvolvimento de

Para manter essa iniciativa, porém aper-

tecnológicas, enfim várias podem ser

um grandioso projeto institucional que

feiçoando sua concepção e tornando o

as colocações quanto à SLI e sua pre-

envolveu mais de 40 empresas. O mo-

investimento mais acessível para as em-

sença marcante nas feiras de usuários.

delo se repetiu nas edições seguintes da

presas associadas, surgiu, em 2011, o

A ampliação do conhecimento, como se

Febrava, mas todo o esforço de colocar

conceito atual da SLI, um modelo pronto

percebe, é e continuará sendo o grande

de pé o projeto tinha uma vida útil muito

que pode ser “levado” aos eventos e que

valor e a diretriz principal da SBCC.

curta – exatamente a duração do evento.

apresenta de maneira efetiva a tecnolo-

Foi um grande aprendizado e, mais do

gia aplicada nas áreas limpas.

que isso, mostrou como uma ideia ino-

Agora em maio, a SLI estará presente

vadora mundialmente – não se tem co-

na FCE Pharma e na Hospitalar, even-

Marco Adolph

nhecimento de ação anterior de colocar

tos que devem receber em conjunto

Editor-chefe do Conselho Editorial

Boa leitura

­SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação - www.sbcc.com.br Revista da SBCC - ISSN 2318-9754 Diretoria: Presidente: Marcelo Carneiro; Vice-Presidente: Eduardo Almeida Lopes; Diretor Técnico: Elisa Liu Man Li; Diretor Financeiro: Gerson Catapano; Diretor de Relações Públicas: José Augusto Senatore; Past Chairman: Rinaldo Lúcio de Almeida; Conselho Consultivo Elegível: Célio S. Martin, Felipe Meca e Almerinda M. M. Wanderley; Conselho Consultivo: Antonio Elias Gamino, Celso Simões Alexandre, David Hengeltraub, Eliane Bennett, Franz Gasser, Heloisa Meirelles, Luciana Kimi, Miguel Ferreirós, Orlando R. A. Azevedo, Raul Sadir, Silvia Yuko Eguchi, Thomas Abeling e Yves L. M. Gayard; Conselho Fiscal: Jean-Pierre Herlin, Dirce Akamine e Murilo Parra. Cargo não-eletivo: Delegada Internacional: Heloisa Meirelles; Gestora CB-46: Elisa Liu; Conselho Editorial Revista SBCC: Marco Adolph (editor-chefe), Camilo Souza (editor assistente), José Augusto Senatore, Andrea Muggiati de Abreu, Martin Lazar, Wili Hoffmann, Fabio Eduardo de Campos e Vagner Alves Secretaria: Márcia Lopes Revista da ­SBCC: Órgão ofi­cial da ­SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação. R. Sebastião Humel, 171 – ­sala 402 ­CEP 12210-200 São José ­dos Campos – SP. Tel. (12) 3922 9976 – Fax (12) 3912 3562 E-­mail: ­sbcc@sbcc.­com.br; A Revista da ­SBCC é ­uma publi­ca­ção bimes­tral edi­ta­da ­pela Vogal Comunicações. Tiragem: 5.000 exem­pla­res Vogal Comunicações: Editor: Alberto Sarmento Paz. Reportagens: Luciana Fleury. Edição de Arte: Koiti Teshima (BBox). Diagramação: Caline Duarte e Wilson Fão. Projeto Gráfico: Carla Vendramini/Formo Arquitetura e Design. Contatos c­ om a reda­ção: Av. Paulista 807, 23º andar São Paulo. E-­mail: reda­cao@vogal­com.­ com.br Depto. Comercial: Marta Vieira (comercial.2@sbcc.com.br) e Aline Souza (comercial.1@sbcc.com.br). A SBCC é membro da ICCCS - International Confederation of Contamination Control Societies As opi­niões e os con­cei­tos emi­ti­dos ­pelos entre­vis­ta­dos ou em arti­ gos assi­ na­ dos n­ão s­ão de res­ pon­ sa­ bi­ li­ da­ de da Revista da S­BCC e n­ão expres­ sam, neces­sa­ria­men­te, a opi­nião da enti­da­de. Foto capa: Divulgação/Mappel

4



Foto: Divulgação/IBGC

ENTREVISTA

Robert Juenemann Conselheiro de Administração do IBGC Luciana Fleury

E

6

m sua atuação como advogado

Resolution, instituição da Inglaterra,

Revista da SBCC: Qual a definição de

empresarial e familiar, Robert

Juenemann é sócio-administrador da

governança corporativa?

Juenemann assistiu, ao longo dos

Robert Juenemann Advocacia Empre-

Robert Juenemann: O Instituto Brasi-

anos, uma série de empresas ruírem

sarial e Familiar e conselheiro fiscal

leiro de Governança Corporativa adota

por problemas societários e familiares.

da Eletrobras. Para ele, a governança

como conceito de governança corpo-

Decidido a encontrar uma forma de

é “uma forma inteligente de preservar

rativa o sistema que deve reger e mo-

ajudar negócios prósperos a deixar

as empresas, olhando mais no que

nitorar as práticas e os relacionamen-

de serem abatidos por conflitos de

nos une do que nos separa”. Nesta

tos entre os proprietários, conselho

interesses entre pessoas, Juenemann

entrevista concedida para a Revista da

de administração, diretoria e órgãos

se deparou com o conceito de gover-

SBCC, o conselheiro explica os prin-

de controle de uma empresa. Essas

nança corporativa e descobriu um ca-

cipais pontos que norteiam a estrutu-

práticas devem ser baseadas nos

minho a seguir. Aproximou-se, então,

ração da governança corporativa em

princípios da governança corporativa

do Instituto Brasileiro de Governança

uma empresa, suas vantagens e prin-

e se transformar em recomendações

Corporativa (IBGC), do qual se tornou

cípios. Afirmando que a governança é

para que as empresas efetivamente

sócio há 10 anos, e envolveu-se com a

algo benéfico para empresas de todos

consigam fazer um alinhamento de

entidade. Foi coordenador do Capítulo

os portes, segmentos e faturamento,

seus interesses, buscando conservar

Sul do instituto e atualmente é membro

Juenemann diz que a questão não é

seu instinto de preservação e otimizar

do Conselho de Administração, com

“se” uma empresa deve adotar essa

seu valor.

mandato até 2016.

estruturação, mas apenas “quando”. E

De forma mais simples, governança

Pós-graduado em Direito Processual

sua experiência mostra que a melhor

corporativa é um regramento entre os

Civil pela PUC-RS e em Planejamento

resposta para essa pergunta é: “O

proprietários, a gestão e o negócio,

Estratégico pela ESPM-RS, além de

mais breve possível”.

sem se esquecer, claro, da família,

especializado em mediação de confli-

porque o Brasil é um país de empre-

tos pelo Center for Effective Dispute

sas familiares ou multifamiliares. Seu

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


objetivo principal é fazer a organização

quem está atuando no negócio por ter

Robert Juenemann: Ao longo do

da relação entre os diversos agentes

recebido um mandato dos acionistas.

século XX, com o aumento da própria

envolvidos em uma empresa visando

Quem recebe esse mandato precisa

economia e do dinamismo do comér-

a preservação do negócio, facilitando

assumir integralmente as consequên-

cio internacional, houve o crescimento

o acesso ao capital e contribuindo

cias de seus atos e omissões e prestar

dos negócios e a necessidade de em-

para a longevidade da empresa. Isso

contas do que faz, de forma regular,

preendedores de contratar gestores

é fundamental em uma realidade

a quem lhe concedeu essa gestão. O

para suas diversas operações. O que

bastante adversa: no Brasil, 75% das

quarto e último princípio é o da res-

se viu, no passado, foi o surgimento de

empresas não conseguem passar da

ponsabilidade corporativa e trata da

conflitos entre o interesse do gestor/

primeira para a segunda geração, e,

busca pela sustentabilidade das orga-

administrador com o interesse do pro-

destas, somente 19% vão adiante, pe-

nizações. Sustentabilidade entendida

prietário original, algo que ganhou o

las dificuldades que há em processos

como sendo muito mais abrangente do

nome de “teoria da agência”, que trata

de sucessão e pela falta de definições

que as questões relacionadas à sus-

das divergências de cada um dos gru-

mais claras entre o que é da empresa, o que é do sócio, o que é da gestão e o que é da família. Revista da SBCC: Quais são os princípios que devem reger a governança corporativa? Robert Juenemann: Dentro de nossos códigos de boas práticas listamos quatro princípios. O primeiro deles é a transparência, que é a postura de desejar informar o que está acontecendo a todas as partes interessadas, aquilo que seja de seu interesse e não apenas aquilo que é imposto por disposições

A governança corporativa regula a relação entre os vários agentes de uma empresa, visando a preservação do negócio, facilitando o acesso ao capital e contribuindo para a longevidade da iniciativa empresarial

pos que passaram a compor as empresas. A governança surgiu, então, como uma forma de fazer esse alinhamento de forças. Houve, também, na virada dos anos 1990 para os anos 2000, alguns fatos que contribuíram para dar mais relevância à governança com a revelação de uma série de escândalos corporativos, como os casos Enron e WorldCom, que acabaram desencadeando uma série de discussões sobre divulgação de demonstrações financeiras e no trabalho das empresas de auditoria. Na sequência, houve uma reação legislativa, com o surgimento

de leis ou regulamentos. O objetivo é

de marcos regulatórios procurando re-

criar um clima de confiança com to-

gramentos mais claros e específicos,

dos os envolvidos, tanto internamente

para que o mercado pudesse enxergar

quanto na relação com terceiros. Isso

os balanços financeiros entendendo

não quer dizer abrir informações estra-

realmente o que cada item significava.

tégicas para a concorrência ou para

tentabilidade ambiental, mas também

o mercado, mas, sim, disponibilizar

integrando-a, porque se trata de fazer

Revista da SBCC: O que é preciso fa-

as informações que norteiam a ação

uma incorporação das considerações

zer para se implementar a governança

gerencial.

de ordem social e ambiental na defini-

corporativa em uma empresa?

Outro princípio é o da equidade, que é

ção dos negócios e operações, fazen-

Robert Juenemann: Falar em go-

o tratamento justo que deve ser dado

do com que as empresas se situem no

vernança é falar, em algum grau, em

a todos os sócios e demais partes in-

tempo e no espaço, com quem elas se

controles. Toda e qualquer empresa,

teressadas. Ou seja, minha forma de

relacionam e quais são os efeitos que

em maior ou menor dimensão, já tem

agir como empresa não pode nem be-

as ações empresariais podem ter, po-

algum tipo de controle. O que um pro-

neficiar e muito menos prejudicar uma

sitiva ou negativamente, a seu redor.

cesso de implantação de governança

das partes. O terceiro princípio, que é

faz é estruturar todos os processos de

da prestação de contas, é relacionado

Revista da SBCC: Em que contexto

uma determinada realidade com o ob-

aos agentes da governança, que é

surge a governança nas empresas?

jetivo de se ter uma gestão mais clara e

7


ENTREVISTA um ganho de valor para a própria com-

Revista da SBCC: A governança cor-

Empresas que enfrentam dificuldades

panhia. Após isso, busca-se uma série

porativa é algo interessante para todas

podem encontrar, no estabelecimento

de regramentos adicionais que, muitas

as empresas ou é válida apenas para

da governança corporativa, as repostas

vezes, as empresas não têm, pelo

companhias de grande porte?

para superar seus problemas e encami-

discurso de que “as coisas funcionam

Robert Juenemann: A governança

nhar suas soluções.

bem, tudo tem funcionado muito bem

corporativa pode beneficiar todo tipo de

sem isso até agora”, e alguns assuntos

empresa, independentemente de seu

Revista da SBCC: O estabelecimento

não são, simplesmente, trazidos à dis-

porte, faturamento, segmento. Ela é

da governança corporativa pode ser

cussão. Então, é todo um processo de ajustes e de entendimento. Para que um processo de governança dê certo é fundamental que os donos do negócio entendam a sua importância e estejam de acordo em trilhar esse caminho. Uma boa forma de obter informação é se aproximar do IBGC, que tem como missão fazer a disseminação das melhores práticas de governança corporativa. Os interessados podem participar dos cursos da entidade, compartilhar experiências e até mesmo se incorporar à associação. A entidade busca fornecer o que existe de experiências de um lado e, de outro, do que há de mais moderno no Brasil e no mundo nesse conceito. Revista da SBCC: Existe uma forma

feito por pessoas internas à empresa

Empresas de todos os portes, segmentos e faturamento podem se beneficiar das vantagens da governança corporativa, inclusive aquelas que estejam passando por dificuldades, já que a governança pode trazer as repostas para superar os problemas e encaminhar as soluções

única para a adoção da governança

ou o recomendado é contar com uma consultoria externa? Robert Juenemann: Teoricamente, o próprio empresário teria condições de conduzir um processo de implantação de governança corporativa em sua empresa. O que se vê acontecer na prática, no entanto, é a contratação de profissionais para apoiar esse processo exatamente para garantir um equilíbrio de forças diante de eventuais conflitos de interesses. Será mais produtivo que o processo seja apresentado por alguém que não esteja conflitado com ninguém, não atue na gestão da empresa, não tenha participação no capital porque, muitas vezes, em função disso, consegue ajudar a pensar de uma forma mais ajustada e mais adequada.

corporativa nas empresas?

8

Robert Juenemann: Não, é um tra-

Revista da SBCC: O que caracteriza

balho de alfaiataria, sob medida para

uma boa governança corporativa?

cada necessidade. A solução que foi

benéfica, inclusive, para aquelas com-

Robert Juenemann: A boa governan-

dada na empresa x muito provavel-

panhias que não estão atravessando

ça corporativa é aquela que funciona

mente não vai funcionar na empresa

um bom momento. Às vezes, pensa-se

e cujos processos garantam que a

y, porque se trata de mercados, histó-

que é preciso esperar um período mais

tomada de decisão da empresa esteja

rias e realidades diferentes. É preciso

adequado para incorporar a governan-

totalmente alinhada à forma que ela

levar tudo em consideração, inclusive

ça corporativa, porém o necessário é

escolheu de fazer negócios. É algo

a cultura de cada empresa, para se de-

apenas determinação e coragem de en-

que faz sentido, é percebido e pratica-

terminar quais são os controles que se

frentar suas realidades e o que daí ad-

do pela estrutura de capital, ou seja,

fazem necessários naquela realidade.

vier para buscar o estabelecimento de

os sócios. E deve ser comunicado

Governança tem de ser algo adequado

um processo de governança que seja

para todos os níveis da empresa para

ao porte e ao tipo de negócio. Não é

robusto, mas, ao mesmo tempo, ade-

que sua importância fique clara, para

preciso ter uma grande sofisticação

quado e que respeite a velocidade que

que todos saibam que, se determinado

em termos de governança se eu tenho

a empresa e o seu grupo de gestores e

limite for cruzado, isso significa que o

um negócio que não exige isso.

de sócios tenham condição de suportar.

profissional em questão está em desa-

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


cordo com os valores e forma de ser

gera a preocupação de se estrutura-

o conjunto de regulamentos internos,

da empresa e, consequentemente, não

rem processos internos que permitam

códigos de conduta, legislações exter-

tem mais como pertencer àquele gru-

que se voltem os passos, administra-

nas, demonstrações financeiras etc.

po, por exemplo. As empresas correm

tivamente falando, até o momento em

o risco de abusos de poder e fraudes

que uma decisão foi gerada: algo que

Revista da SBCC: Quando uma em-

e precisam contar com estruturas que

está ligado a outro tema de governan-

presa deve iniciar o processo de estru-

garantam que há boa-fé naquilo que

ça importante é a política de alçadas:

turação da governança corporativa?

está sendo feito.

quem pode fazer o quê; quem pode

Robert Juenemann: O mais breve

aprovar determinada decisão. Outro

possível. Governança é para todas

Revista da SBCC: Qual a relação

ponto é que a lei prevê, no caso de

as pessoas jurídicas e tem muito que

entre governança corporativa e a lei

ocorrências, punições mais brandas

contribuir com as empresas. A prática

anticorrupção?

para empresas que comprovem contar

mostra que cada empresário, conse-

Robert Juenemann: É muito próxima,

com programas de compliance, com

lheiro e herdeiro, quando passa por

uma vez que a lei trouxe uma inovação

equipes treinadas de forma contínua e

um processo de estruturação de go-

que é a punição da própria pessoa

consistente sobre os processos estru-

vernança, chega ao final reconhecen-

jurídica, independentemente de culpa.

turados pela companhia que visem coi-

do que é algo muito salutar. Pode até

Ou seja, a empresa responderá por

bir práticas indevidas e façam com que

ser difícil de ser feito, mas tem de ser

atos de corrupção, mesmo se não

os profissionais respeitem a forma de

feito. O que sempre ouço dizer é que “é

houver envolvimento direto por parte

aquela empresa fazer negócios. Tudo

realmente muito bom, e, se tivéssemos

dos representantes ou donos. Isso

isso faz parte da governança, que une

começado antes, teria sido ótimo”.


COSMÉTICOS

Área a prova de explosões da Mappel, localizada em Diadema (SP)


Soluções de áreas limpas na fabricação de cosméticos RDC 48 e, principalmente, a crescente preocupação com a padronização da produção tende a ampliar a demanda por produtos e serviços relacionados ao controle de contaminação em ambientes fechados Luciana Fleury


COSMÉTICOS

P

or trabalhar com produtos com

em reatores e misturadores e o produto

variações na temperatura ambiente, le-

menor risco à saúde quando

resultante sendo levado, por tubulações

vando o produto originalmente pastoso

comparados com medicamentos, a

de inox, ou para um tanque de espera

se tornar por demais líquido diante de

fabricação de cosméticos exige pro-

ou para o envase. Ou seja, tudo é feito

calor excessivo ou a endurecer, quan-

cessos menos rigorosos com relação

sem contato direto com o profissional

do exposto a uma baixa temperatura,

ao controle de contaminação do ar em

ou com o meio. Por isso, esta menor

ocasionando a perda do lote de produ-

suas áreas produtivas. Porém, a cres-

necessidade de sistemas que protejam

ção. Mesmo neste caso, porém, o en-

cente preocupação com a melhoria na

diretamente o produto e o manipulador,

tendimento da importância do sistema

padronização da produção, visando

como ocorre na indústria farmacêutica”,

de ar condicionado parece ser limitado.

o aprimoramento da qualidade e nas

comenta Walquíria Duarte, Supervisora

“Algo realmente difícil é convencer as

exigências dos requisitos dos produ-

de Vendas de Instalações da Masstin,

empresas deste segmento a adotarem

tos, tem feito o segmento despontar

empresa especializada em instalações

backup para o sistema de HVAC. Pro-

como mais um que pode ampliar sua

e manutenção de sistema de HVAC-R.

curamos mostrar os efeitos que a alte-

demanda por tecnologias relacionadas às áreas limpas. Outro fato que vem contribuir para este quadro foi a publicação da RDC 48 de 25 de outubro de 2013, que trata do regulamento técnico de Boas Práticas de Fabricação para produtos de Higie-

A RDC 48 trata das BPFs de fabricação para produtos de higiene pessoal e cosméticos

ne Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

ração dos parâmetros de temperatura, umidade e pressão poderá causar, no caso do não funcionamento do equipamento de condicionamento principal, e o quanto este investimento, apesar de substancial, é relevante para garantir a tranquilidade na produção e a redução de perdas”, diz Walquíria.

Apesar do texto não trazer exigências

Vale ressaltar que o uso da cascata

que levem à adoção de ambientes

de pressões entre ambientes na produ-

classificados, por exemplo, ele faz

Duas etapas costumam, no entanto,

ção de cosméticos não tem a mesma

referências diretas à necessidade de

receber atenção especial direcionada

conotação da indústria farmacêutica,

se evitar contaminação microbiológica

ao controle de contaminação: a amos-

sendo importante no papel de evitar a

ou cruzada em várias fases da fabri-

tragem e a pesagem de matéria-prima.

contaminação cruzada de odores, aro-

cação (veja quadro na página 16). “É

A razão para isso é a maior chance de

mas, típicos dos produtos (perfumes,

preciso ter em mente que muitos dos

ocorrência de contaminação cruzada

desodorantes etc).

processos são totalmente fechados,

pela exposição dos elementos e o cui-

com a matéria-prima sendo colocada

dado com a saúde do manipulador, exposto a odores fortes, voláteis, agres-

Segmento complexo

sivos, por exemplo. Neste caso, seriam

Área de manipulação da Mappel fabricante terceirizada de cosméticos

12

desejáveis a utilização de cabines de

A experiência da arquiteta Leila

fluxo unidirecional com filtragem abso-

Mello, sócia da Marca Projetos e Con-

luta e renovação que pode chegar até

sultoria, escritório que atende a diversas

100% do ar circulante.

indústrias, mostra que há um longo ca-

Já em áreas de envase é comum

minho a ser percorrido na construção de

encontrar ambientes dotados de siste-

uma nova cultura dentro do segmento

ma de condicionamento do ar visando

de fabricação de cosméticos para a

o controle de temperatura (e, em alguns

percepção das vantagens da adoção de

processos, de umidade) para contribuir

soluções de áreas limpas em seus pro-

com a manutenção das características

cessos produtivos. “Primeiro, temos de

dos produtos. Um exemplo é o envase

levar em consideração que se trata de

de pomadas, cujo procedimento pode

um setor muito diversificado, com uma

ser prejudicado caso ocorram grandes

enorme gama de produtos, de diferentes

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


MESA DE TRABALHO PALMETAL MODELO TW1 | LANÇAMENTO 2015

GAVETAS COM CORREDIÇAS TELESCÓPICAS CHAVES INDIVIDUAIS POR GAVETA TAMPO REFORÇADO

LAVATÓRIO

CALHA DE ESCOAMENTO

CADEIRA INOX

LIXEIRA

MESA DE TRABALHO

CARRO DE LIMPEZA


COSMÉTICOS é realizada como um todo e isto pode

apenas o filtro de partículas orgânicas.

gerar oportunidades para o mercado

No entanto, contar com uma água que

passar a adotar soluções que visem

não tem dureza faz toda a diferença

um maior controle e ampliem a quali-

na qualidade final do produto”, explica.

dade dos produtos”, acredita. Um dos

Algumas áreas receberam, inclusive,

segmentos que costuma estar bem

sistemas de HVAC dedicados, com

atento às boas práticas de fabricação

controle de temperatura, pressão e

é o que atua com produtos direciona-

umidade, além de filtros absolutos.

dos á áreas faciais e sensíveis, como

“Este tipo de instalação tem certo gas-

pós-compactos e batons. .

to, demanda a realização de validação

Diante de um mercado ainda tão

e manutenção periódica, mas o retor-

díspar, há quem aposte na implemen-

no compensa”, garante. Para Romano,

complexidades e, portanto, diferentes

tação das tecnologias de áreas limpas

a questão está em passar confiança

necessidades de controle de produção.

exatamente para se diferenciar positi-

para o contratante. “Quem busca ter-

Soma-se a isso o fato de ser um setor

vamente. É o que procurou fazer em

ceirizar a produção prefere confiá-la a

fragmentado, com a existência de em-

seus projetos o engenheiro mecânico

quem tem competência e pode ofere-

presas de portes distintos e, portanto,

Eugênio Romano, que trabalhava com

cer um serviço de qualidade”.

disponibilidades para investimentos em

empresas de engenharia na constru-

Segundo Romano, a adoção de pa-

diferentes patamares; finalmente, há a

ção de áreas produtivas e hoje é o

drões “fármacos” na produção de cos-

questão da ausência de regulamenta-

proprietário da Lagune Cosmetics. “Eu

méticos resulta em maior qualidade do

ções que criem exigência que levem ao

me envolvi em projetos de produção

produto final, exatamente o que buscou

uso de ambientes mais controlados. Em

terceirizada, e o principal objetivo da

ao incorporar estas soluções em sua

alguns casos, os processos são total-

adoção de um padrão fármaco nas

fábrica, que produz pó descolorante.

mente abertos”, diz. Leila comenta que,

instalações e processos era exata-

“As regulamentações não exigem nada

Cabine de pesagem

com isso, muitas empresas voltadas para a fabricação de itens convencionais como tinturas de cabelo, descolorantes, shampoo e condicionador, sequer possuem ar condicionado nas áreas produtivas e ainda utilizam divisórias de escritório e pisos convencionais. “Ve-

Segmento cosmético é altamente fragmentado, com empresas de todos os portes

mos que as empresas que possuem os

arredondados, ambientes mantidos em pressão positiva para evitar o acúmulo de pó e gases, fluxo unidirecional nas áreas de recebimento, de pesagem de fracionamento de matéria-prima e de pesagem de produção e a utilização, em alguns ambientes, de uniformes de

produtos da linha que chamam de ‘cos-

14

disso, mas temos piso epóxi, cantos

sala limpa, além de propé, touca, prote-

mecêutica’, têm uma maior preocupação

mente atender a linha cosmética de

com a qualidade do ar na sua produção”,

empresas do segmento farmacêutico

As instalações da Lagune Cos-

complementa.

que, por sua doutrina de trabalho, não

metics contam ainda com sistemas

tor de barba etc.”, descreve.

Walquíria concorda com Leila,

abrem mão do que aprenderam na

de HVAC que promovem renovação

mas acredita que o cenário começa a

realidade farmacêutica e entendem

permanente do ar, especialmente nas

mudar. “A RDC 48 fala pouco em con-

claramente os diferenciais de se pro-

áreas de produção, a fim de evitar o

trole de contaminação do ar, mas traz

duzir em um ambiente controlado. Isto

acúmulo de pó, já que há o risco de

uma mudança importante na parte de

traz uma enorme vantagem frente à

explosão em caso de uma ignição em

sistemas e instalações de água, o que

concorrência”, diz Romano.

local de grande acumulação. “Há todo

está gerando uma movimentação para

Os projetos de Romano previam,

um sistema de exaustão e insuflamen-

adequação em algumas empresas.

por exemplo, o tratamento de água

to de ar dotado de filtros, que contribui

Revisões de processos sempre levam

com a utilização de osmose reversa.

inclusive, para a limpeza do local. É

à reflexão da forma como a produção

“O usual no mercado é a utilização

uma fábrica de pó cujos ambientes não

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


contam com sistemas de HVAC para

ção de voláteis. Tudo é pensando para

diz. A área de produção é mantida a

a necessária renovação do ar e núme-

reduzir os danos pessoais e materiais

22°C ± 2ºC e umidade do ar abaixo de

ro maior de trocas de ar por hora. Os

em caso de acidentes, como o teto do

50%, porque o processo de fabricação

ambientes são mantidos em condições

contêiner ser mais “frágil” enquanto

envolve a redução do teor de sólidos,

mais severas, os reatores não podem

suas paredes são bem reforçadas.

com a retirada de umidade de algumas

emitir faíscas e seus equipamentos

Outros itens que recebem tra-

matérias-primas, procedimento que

devem possuir motores à prova de ex-

tamento especial no envase são os

seria prejudicado se o ambiente estiver

plosão. “Por segurança, o envase de

disponibilizados em embalagens ae-

com umidade relativa alta.

produtos inflamáveis geralmente ocorre

rossóis, como os desodorantes. Neste

em contêineres, localizados em áreas

caso, a renovação do ar no ambiente é

anexas ao prédio da produção, que

constante. “Como a densidade do gás

possuem sistemas próprios de venti-

utilizado é alta, se ele vazar a tendência

Risco de explosão

lação e exaustão de alta performance,

é que desça, assim, toda a captação

Para alguns produtos, o rigor do

dotados de filtro G4”, explica Renato

para exaustão ocorre no nível do solo.

controle não está relacionado com a

Gimenes, diretor da CACR, empresa

Há, ainda, um monitoramento da con-

contaminação, mas sim com os riscos

especializada em projetos e instalação

centração de PPM no ar e a existência

inerentes à sua fabricação, que é o

de sistemas de HVAC. Além disso, as

de um sistema duplo de ventilação, que

caso de esmaltes e acetonas. Por sua

áreas devem possuir monitoramento

pode entrar em operação simultânea

condição inflamável, eles demandam

em tempo real com sensores duplos de

caso haja aumento na concentração

áreas exclusivas para sua produção e

precisão para segurança na concentra-

dos gases”, descreve Gimenes.

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estão constantemente empoeirados”,


COSMÉTICOS O controle de contaminação na RDC 48 A RDC Nº 48, de 25 de outubro de

o produto. As fontes potenciais de

17.10. Quando necessário as áreas

2013, que trata das Boas Práticas de

contaminação devem ser eliminadas

devem possuir sistemas de exaustão

Fabricação para Produtos de Higiene

através de um adequado programa de

adequados e que garantam a proteção

Pessoal, Cosméticos e Perfumes, traz,

sanitização e higiene.

contra a contaminação cruzada.

em seu texto, menções ao controle de

17.16. As janelas das áreas de pro-

contaminação em várias etapas do

12. INSTALAÇÕES

processo:

dução ou envase devem ser mantidas de modo a evitar possibilidade de con-

12.2. As instalações devem ser

taminação

5. SAÚDE, SANITIZAÇÃO, HIGIE-

localizadas, projetadas, construídas,

17.17. Área de pesagens e medidas

NE, VESTUÁRIO E CONDUTA

adaptadas e mantidas de forma que

17.17.3. As áreas destinadas a me-

sejam adequadas às operações a

didas, quando aplicável, e à pesagem

5.1. As atividades de sanitização e

serem executadas. Seu projeto deve

das matérias-primas podem estar lo-

higiene devem abranger pessoal, ins-

minimizar o risco de erros e possibilitar

calizadas no almoxarifado ou na área

talações, equipamentos e aparelhos,

a limpeza e manutenção, de modo a

de produção, devendo as mesmas se-

materiais de produção e recipientes,

evitar a contaminação cruzada, o acú-

rem projetadas e separadas para esse

produtos para limpeza e desinfecção

mulo de poeira e sujeira ou qualquer

fim, possuindo sistema de exaustão

e qualquer outro aspecto que possa

efeito adverso que possa afetar a qua-

adequado, que evite a ocorrência de

constituir fonte de contaminação para

lidade dos produtos.

contaminação cruzada e ambiental. 17.18 Equipamentos

16. AMOSTRAGEM DE MATERIAIS

17.18.4. O projeto e a localização dos equipamentos devem minimizar

16.1. A amostragem deve ser rea-

os riscos de erros e permitir limpeza

lizada em área definida, por pessoas

e manutenção adequadas de maneira

autorizadas, de modo a evitar qualquer

a evitar a contaminação cruzada, acú-

tipo de contaminação microbiológica

mulo de poeira e sujeira e, em geral,

ou cruzada;

evitar todo efeito que possa influir ne-

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gativamente na qualidade e segurança 17. PRODUÇÃO/ELABORAÇÃO 17.7. As tubulações, luminárias, pontos de ventilação e outras instala-

dos produtos 18. CONTROLE DA QUALIDADE/ GARANTIA DA QUALIDADE

ções, devem ser projetadas e instaladas de modo a facilitar a limpeza e

18.25 Laboratório Microbiológico

manutenção. Sempre que possível o

18.25.2. Deve existir um programa

acesso para manutenção deve estar

de limpeza definido e registrado para o

localizado externamente as áreas de

laboratório microbiológico, considerando

produção. Quando não for possível

o resultado do monitoramento ambiental

o acesso externo para os serviços,

e a possibilidade de contaminação.

os procedimentos de manutenção

18.25.11. A coleta e manuseio de

deverão ser executados de forma a

amostras devem ser realizados de

minimizar o risco de contaminação e/

acordo com procedimentos escritos

ou comprometimento da qualidade do

de forma a evitar contaminação do

produto.

material.

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015



CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA

Proteção para os profissionais Projetadas para proteger o usuário e o meio ambiente durante procedimentos de manipulação de agentes infecciosos, as Cabines de Segurança Biológica – CSBs são usadas no país de acordo com normas internacionais. A SBCC está reativando o grupo de estudos GT-51 para retomar a elaboração de uma norma brasileira para execução de ensaios de aceitação in situ para as CSBs. Adriana Carvalho

I

mportantes equipamentos de segurança em laboratórios de

microbiologia, as Cabines de Segurança Biológica (CSBs) podem ser definidas como os recipientes adequados e outros controles da engenharia de segurança projetados para minimizar as exposições de farmacêuticos e bioquímicos aos materiais químicos e/ou biológicos perigosos manipulados em seu interior. Segundo o documento “Biossegurança em Laboratórios Biomédicos e de Microbiologia”, publicado em 2001 pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa, órgão do Ministério da Saúde), as Cabines de Segurança Biológica são os principais dispositivos utilizados para proporcionar a contenção de borrifos ou aerossóis infecciosos provocados por inúmeros procedimentos microbiológicos. Ainda de acordo com a publicação, existem três tipos de

18

cabines (Classe I, II e III). Em combi-

Procedimento de ensaio de visualização de fluxo em CSB com fumaça

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


nação com as Cabines de Segurança

ao se colocar o processo na frente da

tar que as CSBs que são aprovadas em

Biológica e outros dispositivos destina-

segurança ocupacional e proteção do

apenas com um ensaio de contagem

dos à contenção dos agentes ou mate-

meio ambiente ocorrem distorções sig-

de partículas estão adequadas para o

riais que estão sendo manipulados, os profissionais devem fazer uso também de equipamentos de proteção pessoal, entre eles luvas, aventais, gorros, proteção para sapatos, botas, respiradores, escudos ou protetores e máscaras faciais, bem como óculos de proteção. De acordo com J. Fernando B. Britto, engenheiro mecânico, sócio da Adriferco Engenharia e Consultoria e

procedimento. “Se isso fosse verdade,

A função primária das CSBs é proteger o usuário e o meio ambiente e, apenas secundariamente, dar proteção também aos produtos manipulados

então ele poderia utilizar uma unidade de fluxo unidirecional, muito mais barata. A verdade é que as CSBs são primariamente uma capela de exaustão e têm a função de proteger o pesquisador ou farmacêutico com relação aos produtos que serão manipulados em seu interior. Ela faz isso promovendo uma captação de ar em sua face frontal, com

secretário do CE-46.000.002 - Biocon-

sentido definido vindo do usuário para

tenção, é importante ressaltar que a

dentro da cabine, ao que chamamos

função primária das CSBs é proteger

de “inflow” (fluxo de entrada). Este fluxo

o usuário e o meio ambiente e, apenas

nificativas na especificação, aquisição e

pode ser exaurido para a atmosfera ou

secundariamente, dar proteção também

execução dos ensaios de certificação”,

devolvido para o ambiente, em ambos

aos produtos manipulados. “Parece

diz ele, acrescentando que nessas situ-

os casos, após passar por filtros HEPA”,

insignificante esta diferenciação, mas

ações o usuário pode passar a acredi-

explica Britto.


CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA Ainda de acordo com ele, o que de-

permite traçar um perfil de velocidades

fine se o ar é exaurido ou recirculado

e avaliar eventuais distorções”, explica

é a análise de risco feita pelo usuário

Fernando Britto. Porém o problema re-

e que deve ser orientada pelo Labo-

side no fato de que essa mesma norma

ratory Biosafety Manual, publicado

permite que a medição seja feita de

pela Organização Mundial de Saúde

forma indireta, medindo-se a velocida-

(OMS) ou sua tradução nacional feita

de de descarga da exaustão (ou recir-

pela CTNBIO, além de regulamentos

culação) da CSB, sendo a velocidade

da ANVISA, dentre outros. “Como não

média do “inflow” definida pela divisão

se deseja contaminar o material pro-

da vazão medida nesse local pela área

cessado por contaminantes externos

de abertura frontal.

ao processo (vindos do ambiente ou

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“Aparentemente

não

haveria

do usuário), as CSBs de classe II pos-

problemas se os protótipos dos fabri-

suem um fluxo unidirecional integrado

cantes atestassem um bom perfil de

ao interior do gabinete, porém esta é

velocidades. Mas como os fabricantes

uma função secundária à contenção e,

locais não são acreditados e geral-

as normas para construção e certifica-

mente não fazem muitos ensaios para

ção das CSBs não definem a velocida-

certificar seus equipamentos, muitas

de média de escoamento do downflow

vezes o perfil de velocidades é muito

(fluxo

descendente),

pouco uniforme, o que deixa vários

embora geralmente os fabricantes

unidirecional

pontos da abertura frontal desprotegi-

adotem valores próximos a 0,30 m/s,

dos”, afirma.

que são bem a abaixo dos solicitados

Ele ainda pondera que, embora

nos BPFs farmacêuticos para o grau

a uniformidade do perfil de velocida-

A de limpeza”, diz Britto, que ressalta

des possa parecer um preciosismo

que as subclasses de CSBs são defi -

acadêmico sem importância real, nos

nidas com relação à percentagem de

ensaios de visualização de fluxo com

“inflow” e recirculação ou exaustão,

fumaça, frequentemente comprova-se

além das velocidades com que ocorre

que, na prática, as áreas com baixas

esse mesmo “inflow”.

velocidades de “inflow” com relação à média produzem vórtices e permitem o

Cuidados e desafios das CSBs no Brasil

escape de fumaça do interior do gabinete. “Isso se torna ainda mais crítico quando o usuário insere os braços nessa região, pois em muitos casos

O engenheiro destaca ainda que

os vórtices são desviados pelos bra-

um problema que costuma acontecer

ços do usuário e seguem em direção

com frequência decorre da metodologia

a sua face, podendo ocorrer inalação

aplicada para a avaliação do “inflow”.

de produtos manipulados no interior

“Como não existe norma nacional,

das CSBs”, afirma Britto. Importante

utilizamos as internacionais e frequen-

frisar que como os produtos mais fre-

temente adotamos a norma NSF-49,

quentemente manipulados nas CSBs

que recomenda a medição direta das

são quimioterápicos, bactérias, fungos

velocidades de “inflow” diretamente na

ou antibióticos, os riscos da exposição

abertura frontal da CSB em dois níveis

frequente a esses produtos pode levar

com dez pontos em cada nível, o que

a consequências muito ruins.

20

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


Britto explica que não menos importante nas CSBs, é a atenção aos filtros HEPA, tanto no “downflow” quanto na exaustão. Afinal sua função é garantir a contenção de material particulado contaminado pelo processo assim como impedir a entrada de outros contaminantes externos. “Isso significa que os dispositivos de filtragem HEPA são essenciais para a operação segura destes equipamentos. Conforme a NBR ISO 14644-3, esses dispositivos devem ser testados para verificar se há vazamentos ou se existe necessi-

O que define se o ar é exaurido ou recirculado é a análise de risco feita pelo usuário e orientada pelo Laboratory Biosafety Manual, publicado pela OMS ou sua tradução feita pela CTNBIO e regulamentos da ANVISA

dade de substituir os filtros”, diz ele.

e Willian Ito (LWN) no seminário realizado pela SBCC em dezembro do ano passado no auditório da FAJ, isso significa que, a menos que as sondas do dispositivo de ensaio estejam localizadas exatamente abaixo do orifício, os dispositivos de filtragem serão aprovados, pois a penetração será diluída pelo escoamento total”, pondera Britto. Outro erro frequente é o posicionamento de difusores de insuflação próximos à face frontal das CSBs. Isso pode causar um escoamento de ar descendente pela face externa da CSB interferindo com o “inflow” e gerando vórtices

Ocorre que muitas CSBs não dis-

indesejados, mesmo em capelas que

põem de recursos adequados para

possuem um bom perfil de velocida-

a realização de ensaios de desafio

penetração total”. “Na prática, como

des. De acordo com Britto, não menos

dos dispositivos de filtragem ou só

foi claramente demonstrado pelos

frequentes são os casos em que insta-

permitem a execução de ensaios “por

engenheiros Rinaldo Almeida (ABL)

lações nacionais captam o ar de reposi-

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CABINES DE SEGURANÇA BIOLÓGICA ção das CSBs diretamente da atmosfera

de ensaios de aceitação “in situ” para

nível de risco 3. O Ebola é risco 4 e só

para economizar energia e diminuir as

as CSBs. Os interessados em partici-

pode ser manipulado em laboratórios

instalações do sistema de tratamento de

par devem enviar sua solicitação por

NB3 ou NB4 que constituirão as barrei-

ar. “Embora isso possa parecer lógico

e-mail para sbcc@sbcc.com.br. “A

ras secundárias. Dentro destes haverá

e até desejável, ao fazê-lo coloca-se a

SBCC está formando um novo comitê

por certo CSBs, mas elas só por si não

câmara interna da CSB em contato dire-

de estudos junto à ABNT justamente

são proteção suficiente para lidar com

to com o exterior, separada apenas por

para discutir uma norma para realiza-

Ebola”, explica ele.

frágeis telas e filtros de ar grossos, com

ção de ensaios de aceitação no campo

O gerente de produtos da Trox,

eficiência muito baixa. Isso pode permitir

para que possamos garantir a quali-

Marco Adolph, acredita que nos próxi-

a entrada não apenas de sujidades - que

dade e a segurança operacional das

mos anos haverá uma maior fiscaliza-

reduzirão drasticamente a vida dos fil-

CSBs”, afirma ele.

ção das instalações com esses equi-

tros HEPA - mas também pode facilitar a entrada de insetos e pequenos animais, além de fungos e micro-organismos que deveriam ser filtrados pelo suprimento de ar da sala”, destaca ele. Para ele, nunca é demais lembrar que a função primária dos filtros HEPA em CSBs é reter os micro-organismos em seu meio filtrante. “Obviamente isso torna sua face interna (lado sujo) um biofilme inacessível aos saneantes e à radiação UV empregada no interior da CSB. Como frequentemente o interior das CSBs é sanitizado com álcool etílico diluído a 70% ou outros saneantes ainda mais diluídos, pequenas quantidades de

Enquanto o Brasil não lançar uma norma própria sobre Cabines de Segurança Biológica, o mercado nacional usará como referência a norma americana NSF 49, que trata dos ensaios em campo e na fábrica. Por isso, a importância de reativar o GT-51

qualidade e confiabilidade. “Em muitas instalações ainda requerem produtos projetados especialmente, pois equipamentos padrão não são adequados ou aplicáveis. Para maior conforto dos usuários deverá haver uma evolução no nível de ruído destes equipamentos, o uso de ventiladores mais modernos e sistemas de controle de alta precisão”, explica Adolph, acrescentando que os segmentos que mais demandam CSBs atualmente são hospitais nos setores de análise biológica, área de oncologia e bancos de órgãos. “Também se observa um crescimento nas vendas

água são frequentemente evaporadas

para clínicas de reprodução assistida.

e carreadas para os filtros, reidratando

A indústria farmacêutica é um grande

a microbiota e favorecendo sua repro-

usuário deste tipo de equipamento e

dução”, diz Britto. Isso pode, em médio

deve se expandir nos próximos anos”,

prazo, tornar os próprios filtros HEPA

Segundo Celso Simões, presidente

diz o gerente, explicando que como o

uma potencial fonte de contaminação

da Trox para a América Latina, a princi-

uso de salas limpas normalmente é

biológica. Portanto, o ideal é realizar

pal aplicação atualmente das CSBs no

acompanhado de controle da pressão

inspeções periódicas de sua face de en-

Brasil é para uso em laboratórios onde

diferencial entre ambientes, prevê-se

trada para detecção de biofilmes e troca

se manipulam alguns agentes que po-

ainda uma integração da automação

de mídias quando necessário.

dem ser de risco para as populações

das CSBs (que operam com exaustão

se manipulados sem controle. Para

e descarte de parte do ar) ao sistema

ele, no futuro as CSBs podem vir a fa-

de HVAC da sala, controlando o insu-

zer parte de estudos para o controle de

flamento e exaustão por grelhas.

Grupo de Estudos para CSBs

22

pamentos e maior preocupação com a

doenças perigosas que já se alastram

Finalmente, ele destaca que en-

na África, como o Ebola. “As Cabines

quanto o Brasil não lançar uma norma

De acordo com Britto, a SBCC

de Segurança Biológica fazem parte

própria sobre CSBs, o mercado conti-

está reativando o grupo de estudos

das barreiras primárias no processo de

nuará usando como referência a norma

GT-51 para retomar a elaboração de

contenção, mas só podem ser usadas

americana NSF 49 (anexo F) que trata

uma norma brasileira para execução

no máximo com micro-organismos de

dos ensaios em campo e fábrica.

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


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Indicados para proteção de processos e operadores, onde se faz necessário utilização de uxos unidirecionais ou uxos de ar de proteção, os "Sistemas" disponibilizados pela Reintech, abrangem Forros Filtrantes ( autônomos ou dependentes dos sistemas de HVAC ), Cabines de Pesagem , Cabines de Amostragem, Módulos de Fluxo Verticais autônomos e Módulos Cirúrgicos. Utilizam técnica única totalmente desenvolvida pela engenharia da Reintech, com "plenum" negativo e controle individual de vazão por elemento ltrante, através de sensores de vazão e ventiladores radiais eletrônicos dedicados, permitindo assim a manutenção da correta velocidade de face em função de correntes de ar ascendentes. A laminaridade nal, é sempre garantida com a utilização de luminárias tipo gota d'água, confeccionadas em aço INOX, instaladas estrategicamente entre os elementos ltrantes.

R E I N T E C H


CASE: PROTECA

Áreas controladas ampliam produtividade de laboratório Empresa investe em ambientes controlados para garantir mais estabilidade e eficiência na cultura de tecidos de plantas, evitando, principalmente, a contaminação por bactérias, fungos e leveduras

Fotos: Divulgação / Proteca

Alberto Paz

24 SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


P

rincipal fornecedora de mu-

de plantas de teca, uma árvore de gran-

das clonais de teca de alta

de porte originária do sudeste asiático,

performance na América Latina, a

e que tem grande área plantada no

Proteca investiu na construção de

Centro-Oeste do Brasil. “A teca é tra-

um laboratório de cultura de tecidos

dicionalmente utilizada pelas indústrias

de plantas de cerca de 75 metros

moveleira e naval, por se tratar de uma

quadrados, dos quais mais de 40 são

madeira estável e durável”, comenta

ambientes controlados, em Várzea

Fernando Torres, Diretor da Proteca.

Grande, Mato Grosso.

No laboratório são desenvolvidas

O grande diferencial do laboratório

três ações básicas: estabelecimento de

foi a aplicação da tecnologia de am-

culturas e rejuvenescimento de tecidos

bientes controlados, para se garantir

de vegetais retirados de árvores adul-

maior produtividade na “cultura de te-

tas (como preparação para uma etapa

cidos”, um termo que agrega diversas

posterior de clonagem comercial, reali-

pressivas. Sem essa tecnologia, por

técnicas de propagação vegetativa

zada no viveiro da empresa); produção

exemplo, o laboratório não ofereceria

(ou clonagem) de plantas, que permi-

de plantas clonais de teca in vitro para

a mesma eficiência, apresentando

tem a cópia idêntica de determinadas

exportação; e pesquisas na área de

muitas plantas contaminadas que

variedades de plantas de interesse

melhoramento genético das plantas.

seria descartadas durante o processo

econômico, em escala comercial. Na Proteca, o foco é na clonagem

Fernando Torres, Diretor da Proteca

“As vantagens de operarmos em

de produção. Biofábricas comerciais,

um ambiente controlado são muito ex-

em geral, devem contar com áreas

Carregamos o espírito de limpeza em nossa essência. Lançamos no mês passado nossa nova marca, identidade visual e conceito. Pois mais do que produzir, instalar e oferecer soluções em Salas Limpas, fazemos do contato com clientes e colaboradores, uma relação forte e transparente. Ser limpo é agir com honestidade e ética, fornecendo o que há de melhor por um valor justo, no prazo correto e com o atendimento adequado. Acesse nosso novo portal e conheça um pouco do que construímos nesses quase 20 anos de história.

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Vista geral da área de lavagem e preparo de meios. Desse ponto se acessa os ambientes controlados

vimento. Entre as ações pioneiras da Proteca, vale citar o desenvolvimento e

controladas para garantir maior pro-

(com cerca de 10 metros quadrados

aperfeiçoamento de clonagem de teca

dutividade”, argumenta Torres, dando

e operando a 22ºC), que conta com

no Brasil, em 2001. Saiba mais aces-

um exemplo prático: as plantas produ-

uma bancada de fluxo unidirecional

sando www.proteca.com.br

zidas e embaladas em condições de

na qual se realiza a manipulação das

esterilidade têm liberação mais fácil

plantas; sala de pesquisa (com 17 me-

das autoridades fitossanitárias dos

tros quadrados a 22ºC) e duas salas

países importadores, pois são garan-

de crescimento (cada uma com 7,43

tia de um produto livre de doenças.

metros quadrados, uma operando a 22ºC, onde é feita a manutenção do

O laboratório conta com cerca de 40 metros quadrados de ambientes controlados, que garantem maior eficiência com a não proliferação de bactérias, fungos e leveduras

estoque de certas culturas in vitro, e que se desenvolvem mais lentamente, e outra a 28ºC, onde são mantidas as culturas para crescimento rápido), onde as plantas permanecem sob condições controladas de luminosidade e temperatura. A área de lavagem e preparo de meios, a única não controlada, possui aproximadamente 35 metros quadrados e opera a 22ºC. “Nossa maior preocupação é monitorar o ambiente para a não proliferação de bactérias, fungos e leveduras, que causam enorme prejuízo operacional. Não

Acima, autoclave de dupla porta (tipo barreira fitossanitária) entre as salas de preparo de meio e a de transferência. Abaixo, sala de crescimento

26

O laboratório da Proteca é consti-

há necessidade de alguns controles,

tuído por cinco ambientes: sala de la-

como o de umidade, pois as plantas

vagem de vidraria / preparo de meios

crescem dentro de frascos cerrados”,

de cultura; sala de transferência

comenta Torres.

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


Desafios técnicos

Operacionalmente, o desafio foi dimensionar os pré-filtros e filtros de

O Diretor da Proteca relembra

ar dos equipamentos, em função de

alguns desafios para atender os pa-

excesso de poeira proveniente da

râmetros técnicos previstos, sendo

rodovia de acesso ao local. Durante

o maior deles a adequação de um

a obra, e também no processo con-

galpão preexistentes para receber

tínuo de manutenção, a distância

o laboratório. “Para atender as no-

dos grandes centros consumidores

vas demandas foram necessárias

dificulta e encarece a obtenção de

intervenções estruturais, como pas-

equipamentos e peças.

Sala de transferência, onde são manipuladas as plantas

sagens para as novas tubulações hidráulicas e drenos para diversos equipamentos. Também tivemos que customizar a dimensão das unidades de insuflamento de ar, pois as convencionais não caberiam entre o forro do laboratório e o teto do galpão”, explica Torres.

Ficha Técnica – Laboratório Proteca* Projeto

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Instalação do sistema de condicionamento e tratamento do ar

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Forros, divisórias, portas e luminárias

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Bancadas e estantes em aço inox

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AÇOR ENGENHARIA LTDA. ........................................................................ 11 3731-6870

EMP. PARANAENSE DE CLIMATIZAÇÃO - EMPAC AR COND................... 41 3045-2700

ADALTA SERVIÇOS DE AR CONDICIONADO LTDA. ................................. 11 2645-0832

ENG CLEAN CONTROLE DE CONTAMINAÇÕES LTDA. ........................... 38 3221-7260

ADRIFERCO ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA. ............................... 11 3773-7274

ENGEFARMA CONSULT. E SERVIÇOS LTDA. ........................................... 21 2456-0792

AEROGLASS BRASILEIRA S/A FIBRAS DE VIDRO.................................... 11 4616-0866

ENGEPHARMA SOLUÇÕES INTEGRADAS ............................................... 11 9606-9466

AIR CLEAN CONT. CONTAM. AMB. S/C LTDA. .......................................... 19 3252-2677

ENGETAB SOLUÇÕES E ENGENHARIA LTDA........................................... 11 3729-6008

AIR CONDITIONING TECNOLOGIA E SISTEMAS EIRELI ......................... 11 3202-3344

ENGINE COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. .................................................. 27 3326-2770

AIR SHIELD DO BRASIL LTDA. ................................................................... 12 3682-1345

ERGO ENGENHARIA LTDA. ........................................................................ 11 3825-4730

AIR LAB ASSESSORIA ANALÍTICA AMBIENTAL LTDA............................... 11 4556-3670

EXCEL CLIMATIZAÇÃO LTDA. .................................................................... 11 4039-3576

AIRLINK FILTROS IND E COM LTDA. ......................................................... 11 5812-0013

FAMAP - FARM. MANIP. PROD. PARENT. LTDA. ....................................... 31 3449-4700

ALA ADMINISTRAÇÃO E MULTISERVIÇOS LTDA. .................................... 11 4668-5960

FILAB CONTROLE DE CONTAMINAÇÃO LTDA. ........................................ 19 3249-1475

ALCARD INDÚSTRIA MÊCANICA LTDA. ..................................................... 11 2946-6406

FORAN COM. DE MÁQUINAS, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA..... 12 3354-7757

ALLERGAN PRODUTOS FARMACÊUTICOS LTDA. ................................... 11 2423-2033

FORMATO CLEAR ROOM COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.-ME............... 11 5893-1549

ALPHALAB COMERCIAL CIENTÍFICA.......................................................... 62 3285-6840

FUNDAÇÃO HEMOCENTRO DE RIBEIRÃO PRETO.................................. 16 2101-9300

ALSCO TOALHEIRO BRASIL LTDA. ............................................................ 11 2198-1477

FUNDAMENT-AR CONS. ENG. PLANEJ. LTDA. ......................................... 11 3873-4445

AMV CONTROLE AMBIENTAL...................................................................... 19 3387-4138

GANUTRE - GAN RIO APOIO NUTRICIONAL LTDA. ................................. 21 2589-4763

ANÁLISE – TESTE DE SISTEMAS DE AR LTDA. ....................................... 11 5585-7811

GARNEIRA ENGENHARIA LTDA.................................................................. 13 3322-7669

ANTHARES SOLUÇÕES EM CLIMATIZAÇÃO E REFRIGERAÇÃO LTDA.... 11 4324-3519

GILTEC LTDA. ............................................................................................... 11 5034-0972

APORTE NUTRICIONAL FARMÁCIA DE MANIP. LTDA. ............................. 31 3481-7071

GPAX LTDA. .................................................................................................. 11 2193-1846

ARCONTEMP AR COND. ELÉTRICA LTDA. ............................................... 17 3215-9100

HVACR SERVIÇOS TÉCNICOS LTDA. ........................................................ 21 2423-3913

ARDUTEC COM. INSTALAÇÕES E ASSESS. LTDA. .................................. 11 3731-2255

HEATING & COOLING TECN. TÉRMICA LTDA. .......................................... 11

ARGRAF ENGENHARIA LTDA...................................................................... 21 3881-4544

HITACHI - AR COND. DO BRASIL LTDA. .................................................... 11 3549-2722

3931-9900

ARMACELL BRASIL LTDA. .......................................................................... 11 3146-2050

HOSP PHARMA MANIP. E SUPRIM. LTDA. ................................................ 11 2146-0600

AT ENGENHARIA........................................................................................... 61 3551-5180

HT MICRON SEMICONDUTORES LTDA. .................................................... 51 3091-1100

BARDUSCH ARREND. TÊXTEIS LTDA. ...................................................... 41 3382-2050

INFRALINK SERVIÇOS DE INFRA-ESTRUTURA EMPRESARIAL LTDA... 11 3298-8900

BELIMO BRASIL COMÉRCIO E AUTOMAÇÃO LTDA.................................. 11 3643-5656

INTERTECH CONSULT................................................................................. 21 2426-3044

BIOCAMPO 2000 COM. E MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS LTDA.... 22 2522-5717

IPANEMA IND. PROD. VETERINÁRIOS....................................................... 15 3281-9450

BIOCEN DO BRASIL LTDA. ......................................................................... 19 3246-2581

ITASUL IMPORTAÇÃO E INSTRUMENTAL TÉCNICO LTDA. ..................... 51 3228-7788

BIOSAFE - BIOSSEGURANÇA DO BRASIL LTDA. ..................................... 11 3683-4448

JB HOSPITALAR............................................................................................ 85 3253-6263

BIOTEC SOLUÇÃO AMBIENTAL.................................................................. 12 3939-1803

J G PACHECO MANU. E COMÉRCIO DE EQUIP. HOSPIT......................... 68 3224-1468

BIOTECNICALAB SERVIÇOS INDOOR AIR QUALITY LTDA. ME .............. 11 5096-1400

LABOAR COM., SERVIÇOS E REPRES. DE EQUIP. TÉCNICOS .............. 71 3326-6964

BONAIRE CLIMATÉCNICA LTDA. ................................................................ 11 3336-4999

LABORATÓRIO MATTOS E MATTOS........................................................... 21 2719-6868

BRY-AIR BRASIL CLIMATIZAÇÃO LTDA. .................................................... 41 3698-2222

LABORATÓRIO QUÍMICO E FARMACÊUTICO TIARAJU LTDA.................. 55 3314-7103

CACR ENG E INSTALAÇÕES ...................................................................... 11 5561-1454

LACHI ENGENHARIA – PROJETOS E INSTALAÇÕES .............................. 92 3584-4420

CEQNEP ....................................................................................................... 41 3027-8007

LAMPRE PORTUGUESA - REVEST. E TRANSF. DE METAIS LDA. .... (351) 21 9608-470

CERTIFIQUE SOLUÇÕES INTEGRADAS ................................................... 31 3386-5574

LEFOL SAÚDE AMBIENTAL LTDA................................................................ 62 3099-4266

28 SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


ASSOCIADOS SBCC EMPRESA

TEL.

EMPRESA

TEL.

3253-8109

SOMAR ENGENHARIA S/C LTDA. .............................................................. 11 3763-6964

LINTER FILTROS INDUSTRIAIS LTDA. ....................................................... 11 5643-4477

SONDAR SERVIÇOS E SISTEMAS LTDA. ME ........................................... 11 5583-1266

LIGHTHOUSE WORLDWIDE SOLUTIONS INC........................................... 11

LOBOV CIENTÍFICA IMP. EXP. COM. DE EQUIP. PARA LAB. LTDA........... 11 3829-8040

SPM ENGENHARIA S/S LTDA. .................................................................... 51 3332-1188

LTL SERV. E COM. DE EQUIP. FARMACÊUTICOS E HOSPITALARES..... 11 2475-2898

STERILEX CIENTÍFICA LTDA. ..................................................................... 11 2606-5349

LWN ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA............................................... 11 3926-4283

SUPORTE UNIVERSAL ACESSÓRIOS DE AR CONDICIONADO............... 11 3971-9364

MASSTIN ENG INSTALAÇÃO LTDA............................................................. 11 4055-8550

SWELL ENGENHARIA LTDA. ....................................................................... 12 3939-5854

MASTERPLAN ENGENHEIROS ASSOC. S/C LTDA. .................................. 11 5021-3911

TECHNILAB - CONTR. DE CONTAMINAÇÃO LTDA. .................................. 19 3243-1265

MEKAL METALURGICA KADOW LTDA. ...................................................... 11 5641-7248

TECNOLAB SERVIÇOS E COM. DE EQUIP. DE LABORAT. ...................... 71 3646-8555

MERCOCLEAN IMP. EXP. COM. LTDA. ....................................................... 21 3795-0406

TECNOVIDA - CLÍNICA DIETÉTICA.............................................................. 65

MICROBLAU AUTOMAÇÃO LTDA. .............................................................. 11 2884-2528

TECSENG TECNOLOGIAS ESPECIALIZADAS........................................... 81 -9182-7759

623-6500

MILARÉ SISTEMAS DE EXAUSTÃO LTDA. ME ......................................... 19 3452-1636

TERMACON PROJETOS E CONSULTORIA LTDA...................................... 61 3042-1448

MOTA CONSULTORIA LTDA. – ME ............................................................. 38 3221-5998

TÉRMICA BRASIL COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. .................................. 11 3666-2076

MPW HIGIENIZAÇÃO TÊXTIL LTDA............................................................. 19 3438-7127

TOSI INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. ...................................................... 11 4529-8900

MR QUALITY CLEANROOM SERVICES...................................................... 11 2443-2205

TRAYDUS CLIMATIZAÇÃO IND E COM LTDA. ........................................... 11 4591-1605

MULTIPLA MONTAGEM ............................................................................... 12 3903-4838

TROX DO BRASIL LTDA............................................................................... 11 3037-3900

MULTIVAC - MULTISTAR IND. COM. LTDA. ................................................ 11 3835-6600

UNIÃO QUÍMICA FARM. NAC. S/A............................................................... 11 4662-7200

NEU LUFT COM. E SERV. DE AR COND. LTDA. ........................................ 11 5182-6375

VECOFLOW LTDA. ....................................................................................... 19 3787-3700

NICCIOLI ENGENHARIA............................................................................... 16 3624-7512

VECTUS IMPORTATUM INSTR. DE PRECISÃO LTDA. ............................. 11 5096-4654

NOVARON SISTEMAS DE AR LTDA............................................................ 31 3225-5345

VISTA VALIDAÇÃO LTDA. ............................................................................ 31 3398-6756

NOVARTIS BIOCIÊNCIAS............................................................................. 11 3732-4152

VITAR SOLUÇÕES EM SAÚDE LTDA. ........................................................ 51 3085-2291

NUTRICIONAL FARMÁCIA - PALMEIRA MANIPULAÇÃO............................ 16 3632-9246

VL INDUSTRIA ELÉTRICA E AUTOMAÇÃO LTDA....................................... 11 2832-4000

NUTRIMED SERV. MÉD. EM NUT. PARENTERAL E ENTERAL LTDA. ..... 22 2733-1122

ZIEHL-ABEGG DO BRASIL IMP. EXP. E COM. DE EQ. DE VENT. LTDA. . 11 2872-2042

NUTRIR PRESTADORA DE SERVIÇOS MÉDICOS LTDA. ......................... 91 3266-2800

YANNTEC INSTRUMENTAÇÃO ANALÍTICA LTDA. ..................................... 21 2489-7435

NUTRO SOLUÇÕES NUTRITIVAS LTDA. EPP............................................ 41 3013-5322 NYCOMED PHARMA LTDA. ......................................................................... 19 3847-5577

Para associar-se ligue: (12) 3922-9976 ou acesse sbcc@sbcc.com.br

OUROFINO SAÚDE ANIMAL LTDA .............................................................. 16 3518-2000

Listagem atualizada em 27 de abril de 2015

PARTICLE MEASURING SYSTEMS BRASIL............................................... 11 5188-8227 PALMETAL METALÚRGICA LTDA................................................................. 21 2481-6453 PLANENRAC ENG. TÉRMICA S/C LTDA. ................................................... 11 5011-0011 PLANEVALE PLANEJ. CONSULTORIA........................................................ 12 3202-9888 PLASMETAL PLÁSTICOS E METAIS LTDA. ................................................ 21 2580-2035 POWERMATIC DUTOS E ACESSÓRIOS LTDA. ......................................... 11 3017-3800 PRO ADVICE ................................................................................................ 11 4554-3458 PROATIVA QUALIFICAÇÃO E SERVIÇOS TÉCNICOS .............................. 21 2443-6917 PROCESSO ENGENHARIA LTDA. .............................................................. 81 3426-7890 PRUDENTE ENGENHARIA LTDA. ............................................................... 34 3235-4901 PWM SERVICE TEC. COMERCIAL LTDA. .................................................. 19 3243-2462 QUALIBIO LABORATÓRIOS LTDA. ............................................................. 41 3668-0747 QUALITRONIC MANUTENÇÕES - ME......................................................... 11 3481-2539 QUALYLAB CONSULTORIA FARMACÊUTICA............................................. 62 3099-6636 QUIMIS APARELHOS CIENTÍFICOS LTDA. ................................................ 11 4055-9900 REFRIN REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL...................................................... 11 3941-1263 REINTECH I E P C C.................................................................................... 12 3933-8107 RLP ENGENHARIA E INST. LTDA. .............................................................. 11 3873-6553 RMS TEC. COM. E SERV. DE PROD. LABORATORIAIS LTDA. ................ 21 2440-8781 SECCOL CONTROLE E CERTIFICAÇÃO.................................................... 62 3275-1272 SESIMBRA CONSULTORES INDEPENDENTES ........................................ 11

3511-1138

SIARCON ENGENHARIA DE AR CONDICIONADO LTDA. ......................... 19 3452-3290 SISTEMA COMÉRCIO DIVISÓRIAS LTDA. ................................................. 11 2941-7115 SIX SEMICONDUTORES S/A....................................................................... 31 3516-7587 SOCLIMA ENGENHARIA LTDA. ................................................................... 81 3423-2500 SOLEPOXY IND. E COMÉRCIO DE RESINA LTDA. ................................... 19 3211-5050 SOLLO ENGENHARIA INSTALAÇÃO LTDA................................................. 11 2412-6563

Abr/Mai/Jun - 2015 - SBCC

Engenharia em Comissionamento, TAB, Qualificação e Avaliação de Desempenho de Instalações de HVAC e Certificação de Áreas Limpas. SOMAR ENGENHARIA LTDA. Rua São Fidelis, 366 – sala 02 – Jaguaré – São Paulo SP 05335-100 Fone: 11-3763-6964 • Fax: 11-3719-0932 E-mail: somar@somar-eng.com.br • Site: www.somar-eng.com.br

29


NOTÍCIAS DA SBCC / ISCCBRAZIL2016

Seminário inédito amplia debate na área hospitalar Organizado pela SBCC e pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas, encontro promove uma troca intensa de informações e abre espaço para ampliar os debates multiprofissionais Alberto Paz

E

30

ntre os dias 24 e 25 de abril, a

lhar esses conhecimentos visando o

SBCC e o Instituto de Infecto-

bem comum. Sempre digo que quanto

logia Emilio Ribas – IIER organizaram

mais ‘multi’ melhor, nosso objetivo com

a 1ª Jornada de Controle de Contami-

esse inédito evento foi aproximar áreas

nação em Áreas Hospitalares – Para

e profissionais. Acredito que consegui-

O evento foi planejado para aten-

Além das Medidas de Precaução Pa-

mos dar um imenso primeiro passo

der praticamente todos os temas rela-

drão, no auditório Prof. Ivan de Oliveira

nesse sentido”, observou Cavalcante.

cionados ao controle de contaminação

Programação extensa

Castro, no próprio IIER. No total, cerca

Já Francisco J. Camilo Hernan-

em áreas hospitalares. Para tanto,

de 80 pessoas, entre profissionais da

des, Coordenador do CE-46.000.02,

foram ministradas 18 palestras; organi-

área da saúde, arquitetos e engenhei-

reforçou o marco que esse evento

zada uma mesa-redonda; apresentado

ros que atuam no segmento de con-

traz para a evolução dos debates em

um estudo de caso (do Instituto Carlos

trole de contaminação em ambientes

torno do controle de contaminação

Malbran, Buenos Aires) pelo biólogo

fechados estiveram presentes.

em ambientes hospitalares. “Digo que

Sergio Miguel, da Morgue Judicial da

Um ponto destacado por Nilton

foi um marco pela situação que se

Corte Suprema de Justiça da Argenti-

José Cavalcante, presidente da Co-

consolidou: um momento de encontro

na; e na hora do almoço, os tradicio-

missão de Infecção Hospitalar do IIER

de experientes profissionais de duas

nais “lunch box” com estações práticas

e um dos coordenadores do evento

grandes áreas de atuação, a médica

de trabalho.

juntamente com Francisco J. Camilo

e a engenharia. Quero ressaltar, tam-

“A integração dos profissionais é

Hernandes, da SBCC, foi exatamente

bém, a importância nessa trajetória

fundamental para termos bons pro-

abrir espaço para um debate de alto

do

Fiorentini,

jetos e boas instalações. A troca de

nível técnico envolvendo os profissio-

muito lembrado no evento, que tinha

experiências propiciadas pelo evento

nais da saúde e os engenheiros. “A

como princípio nos seus projetos a

foi muito interessante, e é a primeira

multidisciplinaridade

arquiteto

Domingos

fundamental

cooperação dos profissionais das

vez que participo de algo do gênero.

nessa área. Cada segmento tem sua

diversas especialidades envolvidas”,

Precisamos fortalecer as exigências

expertise e é fundamental comparti-

comentou.

profissionais na contenção de agentes

é

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


infecciosos e, nesse sentido, os debates indicaram caminhos e possibilidades”, comentou José Pascoal Simonetti, pesquisador em Saúde Pública da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). “A SBCC e o IIER criaram um ambiente propício ao debate e espero que isso evolua, pois temos muito que trabalhar para a regulamentação em biocontenção e biossegurança, e ampliar debates é uma forma de incentivar essa evolução. Temos que discutir, por exemplo, a instalação de laboratórios de biocontenção e o necessário compromisso de manutenção no longo prazo, não apenas investir para se ter uma área”, argumentou Marcelo Aires, engenheiro especializado em biocontenção e consultor do Ministério da Saúde. Ainda no evento, desenvolvido no âmbito do esforço de divulgação do ISCCBRAZIL2016, Heloísa Meirelles apresentou aos participantes as expectativas e planejamento do evento que será realizado em setembro de 2016. Para saber mais acesse: www.sbcc.com.br

Nilton José Cavalcante, coordenador do evento e presidente da Comissão de Infecção Hospitlar do IIER

Abr/Mai/Jun - 2015 - SBCC

Marcelo Aires, José Pascoal Simonetti, Francisco Hernandes (coordenador) e Sergio Miguel, palestrantes do evento


NOTÍCIAS DA SBCC / ISCCBRAZIL2016

Patrocinadores A realização da jornada contou com o apoio de quatro patrocinadores, que puderam expor seus produtos. CACR

DuPont

“Acreditamos que a área hospitalar, na qual já atuamos, deva se consolidar como uma grande usuária de engenharia para controle de contaminação em ambientes fechados, em função das acreditações internacionais que ampliam as exigências de controle. Nesse sentido,

é fundamental expor nossa marca em eventos que estejam alinhados com essa evolução, como a jornada realizada pela SBCC e IIER” Renato Cesar Gimenes Diretor da CACR Engenharia

Flovac “Nossa linha de produtos está totalmente alinhada com os debates em torno do risco biológico e proteção total ao paciente e usuário hospitalar. Por isso, apoiamos a iniciativa para mostrar aos participantes essa tecnologia que chegou ao mercado em janeiro de 2015” Cassio Carrera Diretor Comercial da Master Medical Exposição da linha de produtos Flovac – sistema fechado de aspiração de fluidos com bolsas descartáveis

Trox “A Jornada Emilio Ribas tem um papel fundamental no segmento de infectologia pois auxilia as empresas e fornecedores do setor a mostrarem suas novas tecnologias e soluções inovadoras. Dentro deste conceito, a Trox do Brasil tem investido para trazer cada vez mais produtos com excelência mundial que estarão atendendo os projetos futuros neste importante setor” Fernando Bassegio Gerente de Marketing TROX do Brasil Exposição de Cabine de Segurança Biológica

“A tecnologia de vestimenta Tyvek é usada em roupas e também em embalagens médicas levando excelência à proteção de pessoas, ambientes e ativos. Apresentar esse material a um público formador de opinião é importante para ampliar o conhecimento. Como informação complementar, apresentamos o uso do Tyvek, em um trabalho conjunto com o Médicos Sem Fronteiras e a ONU, no controle da epidemia de Ebola na África” Bruno Pimentel Bezerra LA Marketing Manager da DuPont Exposição da vestimenta Tyvek

32 SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


Proposta para a classificação de partículas depositadas Por KOOS Agricola (Ir J.N.M.)(1)

Autor: VCCN, Dutch Contamination Control Society, Leusden, Holanda Contato: koosagricola@home.nl Tradução: Eng. Isaias F. Almeida – ialmeida@aafintl.com Revisão: Eng. José A. Senatore jsenatoreconsult@gmail.com

Resumo

Palavras-chave: Sala limpa, Classificação de Salas Limpas, Deposição de Partículas, Classificação da Deposição de Partículas, limpeza de superfícies, qua-

A norma ISO 14644-9, limpeza de superfície por concentração de partículas descreve a limpeza de uma

lidade operacional de salas limpas, cálculo de risco de contaminação.

superfície especial em um momento específico. Na prática, a limpeza de superfícies por alterações da deposição de partículas. Para o propósito do controle da contami-

1. Introdução

nação existe a necessidade de um método de classificação para a deposição das partículas nas superfícies. Por causa da disponibilidade de instrumentos de medição de

Salas limpas são monitoradas através da medição da

deposição de partículas, o VCCN (Dutch Contamination

concentração de partículas em suspensão. No entanto,

Control Society) escreveu um guia para um sistema de

a contaminação dos produtos é afetada principalmente

classificação para a deposição de partículas.

por partículas em queda. A construção de uma sala lim-

A limpeza de superfícies através da concentração

pa tem um forte impacto sobre a limpeza do ar. A forma

de partículas é descrita ISO 14644-9. Esta norma des-

da sala limpa é usada determina a deposição de partícu-

creve o estado de limpeza de uma superfície particulas

las em queda. Por isso a deposição de partículas deve

em um momento específico. Na prática, a limpeza de

ser monitorada também.

superfícies muda de acordo com a deposição de partículas. A taxa de deposição de partículas depende da construção, aplicação e operação da sala limpa. Por-

2. Contaminação do produto

tanto, a classificação de deposição de partículas deve ser uma adição útil para as normas ISO 14644.

Superfícies de produtos vulneráveis podem ser

Pela disponibilidade de instrumentos de medição de

contaminadas por partículas. O menor tamanho de par-

deposição de partículas existe uma necessidade urgente

tícula crítico é determinado pela função e constituição

de tal documento. Portanto VCCN escreveu diretriz 9,

do produto.

que propõe um sistema de classificação de deposição

As partículas podem ser transferidas através do

de partículas que está de acordo com a ISO 14644-9

contato com superfícies sujas e podem ser depositadas

na limpeza da superfície por partícula de concentração.

sobre superfícies vulneráveis durante a exposição.

Abr/Mai/Jun - 2015 - SBCC

33


ARTIGO TÉCNICO Para controlar o risco de contaminação de um pro-

sentar e limpar [1]. Estas partículas só podem ser remo-

duto ou partes de um produto, que estão expostos, a

vidas por limpeza. Partículas próximas de 5 µm prova-

limpeza do ar do ambiente é controlada e classificadas

velmente serão removidas pelo ar, e próximas de 25 µm

de acordo com ISO 14644-1

provavelmente irão depositar sobre uma superfície.

A limpeza do ar pode ser monitorada através da me-

A influência da atividade humana e máquinas na ge-

dição da concentração de partículas em suspensão no

ração e distribuição de partículas através da sala limpa é

ar utilizando contadores de partículas.

de suma importância. Em uma sala limpa ‘em repouso’,

Em salas limpas, onde as pessoas estão trabalhan-

não há máquinas trabalhando e nem pessoas na sala.

do, partículas nas faixas de tamanho entre 10 µm e 500

A concentração de partículas maiores do que 5 µm vai

µm e maiores são encontradas em superfícies. Estas

cair rapidamente para praticamente zero não haverá

partículas, especialmente as maiores, não são detec-

deposição significativa de partículas. Portanto, somente

tadas por contadores de partículas devido à sua baixa

no estado ocupacional ‘em operação’ a medição e clas-

concentração e deposição nos tubos de amostragem,

sificação da taxa de deposição de partículas deve ser

na entrada e dentro do contador de partículas.

considerada [2].

A limpeza de superfícies relevantes pode ser classificada pela ISO 14644-9. Esta limpeza vai mudar de acordo com a deposição de partículas. Na contaminação do produto, a deposição de partículas é fator importante.

Quando as máquinas estão em operação, partículas são geradas. Pessoas também dispersam partículas através de sua pele e vestuário, esta dispersão depende da atividade da pessoa e das características do seu vestuário de sala limpa. Para a maioria das salas limpas, a atividade

3. Mecanismos de geração e deposição de partículas

humana é um importante fator na geração e distribuição de partículas e portanto, na determinação da taxa de deposição de partículas. Intervalos podem reduzir a concentração de partículas, mas as atividades de limpe-

As partículas são geradas em salas limpas, por se-

za podem causar picos de concentração. Para reduzir

res humanos, por máquinas ou reações e processos

a deposição de partículas nas superfícies vulneráveis,

químicos, tais como a corrosão ou a abrasão de uma

procedimentos de trabalho precisam ser melhorados, e

superfície. Partículas são distribuídas pelo ar através da

isto pode ser conseguido por meio da detecção de picos

sala limpa. A contaminação de partículas pode ser distri-

de deposição de partículas.

buída por pessoas e outras superfícies em movimento. Estas partículas podem também transportar micróbios.

A deposição de partículas ≥ D µm por m² é calculado neste guia da seguinte forma:

As partículas são depositadas em superfícies em salas limpas por vários mecanismos, tais como gravitacional,

PDR = (Cf -Ci ) / (t-ti)

(1)

atração eletrostática, difusão e termoforese. No entanto, o mecanismo principal é geralmente gravitacional, espe-

Onde PDR é a taxa de deposição por m² por hora de

cialmente quando as partículas são maiores do que 5

partículas igual a, ou maior do que, um tamanho considera-

µm. Onde há superfícies carregadas eletrostaticamente,

do em micrómetros, Cf é a concentração final da partícula

atração eletrostática pode ocorrer.

na / m², Ci, é a concentração inicial da partícula na superfí-

Partículas menores que de 5 µm permanecem sus-

cie / m², t é o tempo final (horas), ti é o tempo inicial (horas).

pensas no ar da sala limpa e são removidas no fluxo de

Alternativamente, a taxa de deposição de partícu-

exaustão. Contudo, muitas partículas são maiores do

las (PDR) pode ser obtida a partir da concentração de

que 25 µm, e devido ao seu tamanho e massa irão se

partículas no ar em uma sala limpa através da seguinte

depositar por sedimentação gravitacional em superfícies

equação:

horizontais, como pisos, mobiliário, equipamentos e produtos, embora estas partículas podem ser novamente

34

dispersas pelo ar, através de movimentos como andar,

PDR = Concentração das partículas no ar x velocidade de deposição (2)

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


PDR varia com a concentração das partículas no ar,

Onde PDR é a taxa de deposição das partículas, t é

e ela pode ser difícil de obter a exata concentração no

o tempo ao qual a superfície é exposta à deposição de

local onde o PDR é medido. Além disso, a concentração

partículas, e A é a área de superfície exposta à contami-

no ar irá variar ao longo das várias horas necessárias

nação pelo ar.

para medir a PDR. A velocidade de deposição depende da distribuição de tamanhos de partículas e ela irá variar com as atividades e o fluxo de ar na sala limpa. Por conseguinte, é melhor se a PDR é diretamente medida

4. A classificação de deposição de partículas

pela alteração na concentração de partículas ao longo do tempo, e utilização da equação (1).

A taxa de deposição de partículas em um local de

A concentração de partículas no ar da sala limpa é

uma sala limpa é determinada pela alteração da limpeza

monitorada. No entanto, esta medida oferece uma me-

da superfície pela concentração de partículas ao longo

dição indireta da probabilidade de que as partículas vão

do tempo. A taxa de deposição máxima pode ser utili-

depositar nas superfícies horizontais. Pela medição da

zada para classificar uma sala limpa de uma maneira

taxa de deposição de partículas, um método direto pode

semelhante a ISO 14644-9, onde a limpeza de superfície

ser obtido e usado para a medição da contaminação do

é utilizada para classificar as salas limpas [3]. A seguinte

ar nas superfícies vulneráveis (1), e a equação seguinte

equação análoga pode ser usada:

é aplicada: RD = k.10M / D (5) Deposição total sobre uma superfície = PDR.t.A (3)

linterArteV2.ai 1 03/03/2015 15:16:09


ARTIGO TÉCNICO Onde RD é o valor máximo permitido para a taxa de

Em salas limpas, onde as pessoas estão trabalhando,

deposição de partículas (PDR) por metro quadrado de

as classes em operação PDC 3 a 5 serão as mais comuns.

superfície por hora, das partículas que são iguais, ou maiores do que, o tamanho de partícula considerado;

5. Medida da taxa de deposição de partículas

RD é arredondado para o número inteiro mais próximo, utilizando-se não mais do que números significativos; M é o número de classificação PDC, o qual é limitado

A base de uma medição de deposição de partículas é a

ao PDC classe 1 até o PDC classe 6; D é o tamanho das partículas consideradas, em miA classe de a deposição de partículas (PDC) é determinada pela

10

coleta de partículas em uma placa de amostra durante um período de tempo conhecido. O método está descrito na

crometros e k é uma constante 1, em micrometros. log da alteração da concentração de

partículas ≥ 1 µm por m² por hora.

ISO 14644-3: 2005 e ISO 14644-3 DIS 2014 [4]. O método de medição a deposição de partículas descreve procedimentos e aparelhos para dimensionamento e contagem de partículas do ar que são ou podem ser de-

PDC = log ( RD*D)

(5)

10

positadas sobre o produto ou as superfícies de trabalho na instalação. Partículas depositadas são coletadas em pla-

As classes PDC derivadas pela equação (2) servem

cas de amostras com características de superfície seme-

como os valores definitivos da classe. Classes PDC se-

lhantes às da superfície em situação de risco em questão,

lecionadas são mostradas na tabela 1 e Figura 1

e são dimensionadas e contadas utilizando microscópios

As taxas de deposição de diferentes tamanhos de

ópticos, microscópios de elétrons, ou aparelhos de varre-

partículas são inter-relacionados. Para interpolar ou

dura de superfície. Um fotômetro de precipitação ou medi-

extrapolar para tamanhos de partículas que não foram

dor óptico de deposição partículas podem ser usados para

medidos, pode ser utilizada a seguinte equação:

obter dados de taxa de deposição de partículas. Os dados relativos a partículas depositadas devem ser reportados

RD = 10PDC / D

(6)

em número de partículas ou de concentração de partículas

Classes de PDC e valores máximos associados de PDR nos tamanhos de partículas considerados PDC

Tamanhos de partículas ≥ 1 μm

≥ 5 μm

≥ 10 μm

≥ 20 μm

≥ 50 μm

≥ 100 μm

Classe 1

10

2

1

Classe 2

100

20

Classe 3

1.000

Classe 4

10.000

≥ 200 μm

≥ 500 μm

10

5

2

1

200

100

50

20

10

5

2

2.000

1.000

500

200

100

50

20

Classe 5

10.000

5.000

2.000

1.000

500

200

Classe 6

100.000

50.000

20.000

10.000

5.000

2.000

Tabela 1. Classes de deposição de partículas selecionadas e seus máximos valores associados da taxa de deposição de partículas por m² por hora no tamanho de partículas considerados.

36 SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


Figura 1. Distribuição do tamanho de partícula acumulado para as classes de disposição de partículas; PDC linhas 1-6, 30 µm e linha de 10 µm.

por unidade de área de superfície por unidade de tempo. A placa de amostra deve ser colocada no mesmo plano

6. Aparelho para a medição PDR

que a superfície em risco e tão perto quanto possível risco da mesma. A placa de amostra deverá ter o mesmo potencial elétrico da superfície de ensaio.

Vários aparelhos podem ser usados para a contagem e dimensionamento de partículas que se depositam so-

Contando e dimensionamento das partículas coletadas

bre a superfície da placa de amostra. Estes dividem-se

em placas de amostra é realizado para obter dados repro-

em quatro categorias gerais, dependendo do tamanho

dutíveis que pode ser usado para categorizar a limpeza da

das partículas em questão:

área que está sendo ensaiada.

• microscópios de luz (partículas ≥ 2 µm);

Quando se utiliza na luz do microscópio óptico, grati-

• microscópios de elétrons (partículas ≥ 0,02 µm);

culas lineares ou circulares calibradas podem ser utiliza-

• scanners análise de superfície (partículas ≥ 0,1 µm);

dos para as medições de dimensionamento de partículas.

• fotômetro de precipitação de partículas (% da coberta

Os dados de contagem de uma área parcial da placa de

da área de superfície).

testemunha podem ser extrapolados para toda a área da

• medidor de partículas depositadas (partículas ≥ 10 µm).

superfície da placa (contagem estatística).

Ao escolher o aparelho de contagem e de dimen-

As partículas em todas as placas de amostra são con-

sionamento para ser utilizado, deve-se considerar os

tadas e enumerada no total de todas as placas de amostra

intervalos de tamanhos de partículas relevantes. Outros

e categorizadas em faixas apropriadas de tamanho de

fatores a serem considerados incluem o tempo necessá-

partículas.

rio para a coleta de amostras e análise.

A concentração das partículas depositadas na superfí-

O menor tamanho de partícula de interesse que pode

cie de cada placa de amostra é determinada subtraindo as

ser medido e a área de amostragem efetiva da placa de

concentrações antes e depois da exposição.

amostra determina a sensibilidade. Quanto menor a clas-

A concentração líquida é dividido pelo tempo de expo-

se de deposição de partículas, maior é a superfície expos-

sição relevante da placa de amostra e expressa como RD.

ta necessária A e/ou maior o tempo de exposição texposição.

A classe de deposição de partículas é determinada pelo PDC máximo calculado: PDC = 10log(RD*D).

O produto A * texposição não deve ser muito pequeno para determinar o PDC: A texposição ≥20 * D / 10PDC

(6)

37 Abr/Mai/Jun - 2015 - SBCC


ARTIGO TÉCNICO A superfície de amostra mensurável e esperado PDC determinam o tempo mínimo texposição.

máximo de 6 sensores. Quando a estação de base está ligada à rede informática o monitor da deposição de par-

Se um PDC necessita estar dentro de um certo perí-

tículas pode ser visto de qualquer local. Este instrumento

odo de tempo, a superfície mensurável deve ser grande

calcula e mostra todos os parâmetros de medida impor-

o suficiente.

tante da medição da deposição de partículas. Abaixo um exemplo de uma medição em tempo real é dado:

7. Novos instrumentos de medição Para o monitoramento regular de deposição de partículas, havia uma necessidade de novos instrumentos de medição. Em laboratórios foi possível realizar as medições, mas estas envolveram aparelhos de teste caros e analistas treinados. O problema é a otimização do menor tamanho de partícula e o campo de visão. Na Holanda foram desenvolvidos dois novos tipos de instrumentos de medição. Um é baseado em tecnologia de visão por computador e a outra é baseada na holografia digital. O instrumento utilizando visão por computador usa placas de vidro na forma de discos compactos. Feixe de

Figura 2. Exemplo da medição da deposição de partículas em tempo real

8. Aplicações de medições de deposição de partículas

luz é utilizado para a imagem das partículas no topo de uma placa de amostra rotativa em linha com uma câmera.

As mediçõe da deposição de partículas podem ser usadas para medir vários locais em uma sala limpa para

Partículas maiores que 10µm podem ser medidas em

determinar os pontos de controle. Depois disso, os locais

uma área de superfície de 49 cm². Uma medição pode

críticos podem ser monitorados por medições regulares

ser dentro de 1 minuto.

ou em tempo real. Medições em tempo real também são

Após a medição inicial, várias placas de vidro podem

úteis para criar consciência nos operadores.

ser colocadas em locais de interesse na sala limpa. Após

A deposição de partículas de partículas ≥ 10 µm é

a exposição, as placas de vidro podem ser recolhidas e

determinada por aspectos operacionais tais como o

medidas. A alteração da distribuição do tamanho de par-

número de pessoas, as suas vestimentas e disciplina,

tículas dividida pelo número de horas de exposição dá o

métodos de trabalho, métodos de limpeza e frequência

PDR ou PDC. Estes tipos de cálculos são incorporados

e logística.

no instrumento. Além disso as imagens das partículas estão disponíveis.

Os valores das classes de deposição de partículas (PDC) podem ser utilizados para determinar o risco de

O instrumento que usa medidas de holografia digitais

contaminação do produto durante a exposição. A partir

mede a cada 5 minutos a deposição de partículas maio-

de um cálculo de risco de produto ou processo, o PDC

res ou iguais a 20 um de um conjunto de seis placas de

requerido pode ser obtido.

vidro. A superfície total medida é de 25 cm² (em uma

Abaixo alguns exemplos de aplicações são dados.

área retangular de 80 cm²). Este instrumento monitora a deposição de partículas em tempo real no local do sensor. Um sensor consiste de uma unidade de medição

38

Cálculo da classe de deposição de partículas (PDC) em um local

holográfica digital e 6 placas de vidro de amostra em

Uma placa de amostra com uma superfície mensurá-

ângulo de 45º. O sensor pode comunicar com ou sem

vel de 64 cm² é exposta por 4 horas em um local em uma

fios através de uma rede de dados com uma estação de

sala limpa e os tamanhos das partículas são medidas 10

base. Uma estação de base pode se comunicar com um

µm ≥, 20 µm, ≥ 50 µm, ≥ 100 µm, ≥ 200 um e ≥ 500 µm.

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


Cálculo de PDC Tamanhos de partículas

≥ 10 μm

≥ 20 μm

≥ 50 μm

≥ 100 μm

≥ 200 μm

≥ 500 μm

Contagem inicial na placa de amostra / 64 cm2

3

1

0

0

0

0

Contagem após a exposição por 4 horas

16

13

5

2

2

1

Número de partículas depositadas em 4 horas / 64cm2

13

12

5

2

2

1

Taxa de deposição de partículas em (no/m2/hr)

508

469

195

78

78

39

D*RD

5.078

9.375

9.766

7.813

15.625

7.813

PDC = 10log(D*RD)

3,7

4,0

4,0

3,9

4,2

3,9

Tabela 2. Cálculo de PDC

A limpeza da superfície inicial da placa de amostra

contagem inicial da contagem após 4 horas, o número

foi medida antes da exposição e é dada na tabela 2.

de partículas que realmente se depositaram sobre a pla-

Também apresentados na tabela 2 estão as contagens

ca de amostra durante 4 horas, é obtido.

de partículas medidos sobre a placa de amostra após

A taxa de deposição por m² por hora para cada ta-

exposição na sala limpa durante 4 horas. Deduzindo a

manho de partícula considerado (RD) é então calculada.


ARTIGO TÉCNICO A taxa de deposição de partículas (RD) para cada tama-

Em uma sala limpa o PDC pode ser medido em locais

nho de partícula é, então, multiplicada pelo tamanho de

críticos. Para monitorar o desempenho a média total de

partícula é então multiplicada pelo tamanho das partícu-

vários locais e/ou vários dias podem ser feitas. Se uma

las (D) e o resultado é indicado na tabela 2.

meta é definida, medições devem ser feitas quando o

A partícula classe de deposição para cada tamanho

valore objetivo não é encontrado.

de partícula (PDC) é calculada tomando o 10log de cada

Na figura 4 é dado um exemplo da média semanal da

RD * D. O PDC global da localização é obtido escolhendo

taxa de deposição de partículas para um período de 13

o maior valor de PDC dos vários tamanhos de partícula

semanas. A média é obtida através da média diária em

medidos. Neste exemplo, o PDC maior foi obtido a partir

cinco locais de medição em uma sala limpa.

de ambos, as partículas ≥25 µm e ≥ 50µm, e foi classe 4. Quando o amostrado, por vezes, o PDR é expresso pelo número de particulado depositado por dm² por períodos de horas D. Isso levaria ao PDR 100 por dm² por hora. O que significa, de fato, PDC 4. Cálculo da classificação da deposição de partículas de uma zona limpa Em na área de interesse ou zona limpa de uma sala limpa a deposição de partículas é medido da mesma forma. Nos 5 locais a deposição de partículas R5, R50 e R100 por m² por hora é determinada. As D * e PDC pode ser

Figura 4. Exemplo de um gráfico de monitoramento semanal.

calculadas por localização e o valor médio para todas as 5 localizações. A média acumulada para as distribuições

O alvo é o PDC 4,4, que equivale a 1.000 partículas ≥

de tamanho de partículas podem ser apresentadas gra-

25 µm por m² por hora. Após o aumento do PDC, medi-

ficamente, conforme figura 3.

das locais e gerais foram feitas para reduzir a média do PDC novamente. O cálculo do risco da deposição de partículas no local em uma sala limpa a partir de medições A classe de deposição de partículas PDC determina quantas partículas vai depositar a partir do ar sobre uma superfície em um determinado tempo. Esta informação pode ser usada para determinar o grau de risco de deposição de partículas do ar em qualquer superfície, especialmente em uma superfície vulnerável, tais como o produto fabricado. Esta estimativa da contaminação de um produto pelo ar pode então ser usada para reduzir o risco de contaminação para o nível aceitável. Para calcular a contaminação é necessário obter a área da superfície vulnerável, o tempo de exposição durante o horário

Figura 3. Média acumulada da distribuição do tamanho das partículas em uma zona limpa.

Dados periódicos da deposição de partículas

de trabalho e a taxa de deposição de partículas ou PDC para tamanhos de partículas de interesse. A equação que calcula a taxa de deposição sobre uma superfície vulnerável, quando o PDC é conhecido, é a seguinte:

para monitorar a qualidade operacional

40

ND = 10PDC*A*t/D

(7)

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


9. Conclusões Onde, ND é a deposição de partículas esperada de um determinado tamanho de partícula (≥ D µm), PDC, é

Neste artigo é demonstrado que há uma necessida-

a classe de taxa de deposição de partículas, A é a área

de para uma classificação da deposição de partículas

(m²) de superfície vulnerável, e é o tempo de exposição.

nas salas limpas. Nenhuma evolução dos instrumentos

Alternativamente, se a taxa de deposição de partícu-

de medição a deposição de partículas [5] fará uma nor-

las RD é conhecida, a equação é como segue:

ma sobre a deposição de partículas mais útil e aplicável em muitas indústrias.

ND=RD*A*t

(8)

O guia número 9 do VCCN propõe um sistema para a classificação das partículas depositadas. Novos instru-

Cálculo do grau de risco de deposição de partículas do ar sobre uma superfície vulnerável

mentos de medição vão reduzir o limiar entre a medição das partículas depositadas e o seu monitoramento.

Um produto que é fabricado em uma sala limpa tem uma área de superfície exposta de 10 cm² (10 -3m²), e

Agradecimentos

foi exposto durante o horário de trabalho por 5 horas. O produto é vulnerável a partículas ≥ 10 µm, mas uma partícula de ≥ 50 µm conduzirá a uma rejeição imediata.

O autor agradece a William Whyte pelas discussões

O PDC foi encontrado e deve ser 4 e, através da

proveitosas e sua ajuda na elaboração do guia de partí-

equação 7, a deposição de partículas de partículas

culas depositadas [3].

≥10μm esperado é:

Referências Bibliográficas

N10µm = 10PDC *A*t/D = 104*10 -3*5/10 = 5 partículas por produto

[1] Whyte W., Whyte W.H., Blake S. and Green G. E, para particle ≥ 50μm

(2013), “Dispersion of Microbes from Floors when Walking in Ventilated Rooms”. International Journal of

N50µm = 104*10 -3*5/50 = 1 partícula por produto.

Ventilation ISSN 1473-3315 Volume 12 No 3 December 2013.

Alternativamente, a deposição de partículas de espe-

[2] Agricola K., “Determination of operational quality of

ra pode ser calculada a partir da R10μm, que foi de 1000 /

cleanroom by particle deposition monitoring”. ICCCS

m² / h para ≥10μm partícula, e, portanto,

2012, Zürich. [3] VCCN Guideline 9, Particle Deposition (2014).

N10μm = 1000 * 10 * 5 = 5 partículas por produto. -3

[4] ISO 14644-3: 2005 and DIS 2014 “Cleanrooms and associated controlled environments; Test methods”

Neste exemplo, o grau de risco de contaminação por

[5] Agricola K., “Practical experiences in Particle

partículas indesejadas é muito grande. Ele pode ser re-

Deposition Monitoring”, to be published in ICCCS 2014,

duzido diminuindo o tempo de exposição, ou a deposição

Seoul.

das partículas. Por exemplo, se o tempo de processo for reduzido para 30 minutos, então a contaminação por partículas será reduzida em 10 vezes. Em alternativa, ou além disso, se o produto é fabricado em uma área limpa com a taxa de deposição de partículas inferior, o grau de risco pode ser reduzido. O uso de mais roupa de sala limpa mais oclusiva, menos pessoal, ou um dispositivo de ar limpo são opções que podem ser usadas.

41 Abr/Mai/Jun - 2015 - SBCC


ARTIGO TÉCNICO

Projeto e Construção de Laboratórios de Biocontenção NB3 de Baixo Custo - Parte 2 Autor: Francisco J. Camilo Hernandes

Por Francisco J. Camilo Hernandes

Contato: fch@usp.br Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia USP/Instituto Butantan/ IPT, para obtenção do Título de Mestre em Biotecnologia. Orientador: Prof. Dr. Edison Luiz Durigon Obs: Atualmente, emprega-se o termo “Biocontenção”, porém, quando da produção deste artigo empregava-se o termo “biossegurança”.

RESULTADOS

de São Paulo, sendo três na capital e três no interior. Foi construído também como parte desse trabalho,

Este trabalho traduz o processo de idealização, pro-

um laboratório para o Ministério da Agricultura, com

jeto e construção de um modelo de laboratório com Nível

finalidade de diagnóstico da Influenza Aviária, situado

de Biocontenção 3 com os requisitos mínimos de baixo

no LANAGRO de Recife no Estado de Pernambuco.

custo com tecnologia nacional e pioneirismo. Esses la-

Este laboratório foi o primeiro a ser construído no Bra-

boratórios foram denominados por nós de NB3 de baixo

sil, como parte da rede de laboratórios do Ministério

custo para diferenciá-los dos NB3 clássicos. As inter-

da Agricultura, a ser implantados estrategicamente nas

venções nos Laboratórios NB3 Clássicos foram maiores

diferentes regiões geográficas do Brasil para monito-

do que nos NB3 de baixo custo.

ramento da Influenza Aviária em Aves Migratórias e de

Os Laboratórios NB3 de Baixo custo foram projeta-

Produção.

dos para serem laboratórios simples, com custo inicial e operacional reduzido, porém sem perder as condições mínimas de biocontenção.

O Sistema desenvolvido é um sistema compacto,

Como resultados desse trabalho foram construídos

de baixo custo e de fácil manutenção, que permite

seis laboratórios NB3 de baixo custo para o projeto

um ambiente de trabalho com alta segurança para os

VGDN da FAPESP, como parte da tarefa coordenada de

usuários.

vírus respiratório, para atender uma demanda emergen-

O sistema foi desenvolvido para se adequar a dife-

cial em caso da entrada no Brasil do coronavírus humano

rentes dimensões de laboratórios em conformidade com

SARS e na resposta diagnóstica de uma possível pande-

as necessidades do usuário.

mia de Influenza. Esses laboratórios foram construídos

42

Descrição do Funcionamento do Sistema

seguindo a rede de L2 do VGDN, distribuídos no Estado

Em linhas gerais, o Sistema possui os seguintes processos:

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


O ar resfriado e irradiado com UVC é insuflado no

sensor de temperatura e umidade, de pressão diferen-

ambiente e circula por todo ambiente do laboratório

cial para ar, manômetro diferencial e alarme visual ou

sendo a seguir exaurido junto com a parcela de ar que

sonoro.

penetra por frestas e portas.

Leitora biométrica

O ar exaurido passa pela caixa de filtro do tipo Bagin Bagout, que possui um filtro HEPA H13. Após esta

O acesso restrito ao laboratório é controlado por meio de uma leitora biométrica.

etapa, parte do ar será recirculado (70%) e parte será descarregada para o ambiente exterior. A temperatura interna do Laboratório está regulada em 22ºC e a umidade relativa em 60%. A pressão do laboratório está regulada em - 40 Pa em relação ao ambiente externo. A pressão negativa é garantida pela diferença de vazão de ar insuflado e ar exaurido sendo que a exaustão é sempre maior que o insuflamento. O controle da pressão é efetuado por um sistema micro-processado atuante em um variador de freqüência interligado ao exaustor. Por sua vez, um sensor diferencial de pressão, instalado no ambiente entre o labora-

Figura 1 – Leitora biométrica: V-Station

tório NB3 e o ambiente externo, enviar um sinal para a controladora.

Instalações Elétricas

Os dutos de insuflamento e exaustão são estanques a vazamentos, isolados quando necessário.

Rede Elétrica Calhas Dutotec

Antecâmaras e ambiente interno do NB3 Porta de acesso É utilizada porta de acesso fabricada em poliuretano injetado com revestimento em chapa fenólica e acaba-

Toda distribuição elétrica interna do Laboratório foi executada com calhas de distribuição elétrica do tipo Dutotec. Acesso ao laboratório

mento melamina texturizada, e equipada com ferragens

O passo a passo para ter acesso ao Laboratório e

apropriadas para salas classificadas e com visor em vidro.

acionamento do Sistema de condicionamento estão des-

Visores

critos a seguir:

Os visores são montados com vidros de 8 mm de

Identificação do usuário pelo sensor biométrico:

espessura com cantos arredondados com raio de 5 cm

Basta o usuário cadastrado pressionar suas digitais

e com acabamento através de aplicação de silicone as-

no sensor biométrico localizado na porta de entrada. Se

séptico entre junta.

autorizado à porta de acesso abrirá automaticamente.

Piso em manta vinílica e paredes em tinta acrílica Estes revestimentos de piso (manta vinílica) e parede (em esmalte epóxi 15%) conferem alta resistência à água e desinfetantes, facilitando a descontaminação do local e garantindo a impermeabilidade destas superfícies. Automação e controle de acesso ao laboratório Painel de controle microprocessado O sistema dispõe de controlador digital programável com display e teclado para alteração de parâmetros,

Abr/Mai/Jun - 2015 - SBCC

Figura 2 – Porta de entrada do Laboratório do Lanagro de Recife

43


ARTIGO TÉCNICO

Acionamento do Sistema Após adentrar a antecâmara, o operador deve girar a

chave seletora, no painel de controle remoto (PCR) para a esquerda (A). As seguintes ações devem ser realizadas: A) Observar a estabilização do sistema: – 40Pa no manômetro (Magnehelic) (B)

A

Figura 5 – Porta de acesso ao laboratório

B

Saída do laboratório:

Figura 3 – Manômetro diferencial - Magnehelic

Os passos para sair do Laboratório e desligar o Sistema estão descritos abaixo:

B) Paramentar-se e pressionar botão preto de aces-

a) Acesso a antecâmara:

so para entrar no Laboratório: A luz verde no display de

O operador deve pressionar o botão preto e observar

acesso indica a abertura automática da porta de acesso

a luz verde no display de acesso ambos localizado no

ao laboratório.

interior do laboratório. Este sinal é indicativo do destravamento da porta.

44

Figura 4 – Pesquisadora com EPIs

B

Figura 6 – Porta de saída do laboratório

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


b) Desativação do sistema: O usuário trocar-se-á e desligará o sistema no painel de comando remoto girando o botão para a esquerda. Em função do desligamento a pressão irá a 0 Pa, o que ocasionará o disparo do alarme sonoro. O usuário deverá, portanto acionar o botão cala alarme no PCR (A). A seguir o operador acionará o botão preto para o destravamento da porta de acesso ao ambiente externo indicado pela lâmpada verde no display de acesso da antecâmara (B).

Figura 7 – Painel de comando remoto

Figura 8 – Porta de saída do laboratório

45


ARTIGO TÉCNICO DISCUSSÃO A implantação de laboratórios com Níveis de Biocontenção 3 se justifica pelo fato de serem encontrados, ainda hoje, em amostras de sangue de funcionários de laboratórios, vírus por eles manipulados. Isso ocorre mesmo quando essas pessoas não foram vítimas de nenhum acidente com perfuro cortantes ou absorção pelo contato com a pele. Fatos como esses evidenciam que, no conjunto de condicionantes desse tipo de contaminação, os ambientes e as edificações desempenham um papel relevante, uma vez que a contenção primária, feita pelos equipamentos de proteção individual – EPI Figura 9 - Fotografia da construção final do laboratório NB3 do ICB-II da Universidade de São Paulo.

e pelos equipamentos de proteção coletiva – EPC, não foram suficientes para evitar a contaminação. A comunidade científica, especialmente o Ministério da Saúde,

Avaliação Comparativa de Custo entre Laboratórios

tem constatado a inadequação dos atuais laboratórios a

NB3 Clássicos e de Baixo Custo

esses tipos de risco aos agentes infecciosos.

A avaliação comparativa de custo entre laboratórios

Os procedimentos e os riscos que as atividades la-

NB3 clássicos e os de baixo custo pôde ser feita e onde

boratoriais oferecem são, normalmente, desconhecidos

destacamos:

para profissionais de arquitetura e engenharia. Sendo

As diferenças econômicas de investimento inicial

assim, é necessário um envolvimento direto desses com:

dos laboratórios NB3 de baixo custo são grandes, em

biólogos, bioquímicos, médicos e farmacêuticos. Esse

relação aos laboratórios NB3 clássicos.

envolvimento, o qual é multidisciplinar, proporcionou o

Nos itens de climatização e sistema de automação,

embasamento necessário para a definição de fluxos e

que são itens principais em laboratório NB3, notamos

ambientes que determinaram as barreiras físicas ade-

que a redução é significativa.

quadas aos procedimentos ali realizados. Um projeto de

Na climatização adotou-se o sistema de recircula-

arquitetura e instalações eficientes pode contribuir para

ção do ar (70%), ao invés do laboratório clássico que

a redução de contaminação de funcionários e do meio

se adotou sistema sem recirculação de ar (100% de ar

ambiente.

externo). Isso permitiu que pudéssemos utilizar um único

Nesse sentido, o laboratório dá ênfase às diretrizes

equipamento de condicionamento de ar do tipo expan-

que norteiam os projetos de arquitetura, especialmente

são direta, sem a necessidade de grandes instalações

as soluções técnicas de arquitetura, de instalações e

de resfriamento com resfriadores de liquido, bombas

procedimentos, adaptadas às situações características

centrifugas, redes de água gelada.

de nossos processos construtivos e realidades tecnoló-

No sistema de automação o barateamento se dá pela

46

gicas, bem como epidemiológicas.

simplificação do sistema empregado, pois a instalação

O que motivou o desenvolvimento deste trabalho foi

conta com PLCs que controlam a pressão, temperatura,

a discussão das condições de biocontenção nas institui-

umidade e saturação dos filtros. Existe ainda um Siste-

ções de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico

ma de acesso com um sensor biométrico stand alone.

e de prestação de serviços, causada pelo comporta-

Quanto ao custo de manutenção e operação apesar

mento diversificado das doenças infecciosas. O manejo

de não termos um levantamento comparativo, sabemos

e a avaliação de riscos foram fundamentais para a defini-

que o custo operacional do laboratório NB3 de baixo

ção de critérios e ações, e têm por objetivo minimizar os

custo será bem menor, pois os itens instalados são em

riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos

menor quantidade.

animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Foram importantes, também, para visu-

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


alização espacial da análise do projeto, como um dos

ça do trabalho, a edificações de saúde e a materiais de

parâmetros principais para garantir a biocontenção em

construção e acabamento.

tais ambientes de trabalho.

Essa preocupação com a utilização de 100% de ar

A análise foi realizada baseada na integração de

externo nos sistemas de climatização nos laboratórios

cinco parâmetros fundamentais na elaboração do pro-

NB3 pode ser notada nas narrativas do Arquiteto Luis

grama de necessidades e do projeto de arquitetura e

Fernando Nunes de Azeredo em sua tese de mestrado

engenharia. São eles: a experiência dos pesquisadores

(Azeredo, 2004), onde relata que nas reuniões técnicas

“de bancada”, o conhecimento técnico dos arquitetos, o

que discutiram os critérios de planejamento das instala-

conhecimento técnico dos engenheiros, a utilização da

ções dos laboratórios NB3 projetados no Vigisus houve

literatura especializada e a consulta a normas pertinen-

certa resistência por especialistas de ar condicionado

tes ao assunto.

em concordar com um sistema em que o ar exaurido do

Os pesquisadores participantes foram profissionais

laboratório não pudesse ser aproveitado para o próprio

que trabalham diretamente com os procedimentos labo-

laboratório depois de ser filtrado pelo filtro Absoluto,

ratoriais e com os microrganismos de nível 3, e, portan-

pois, teoricamente, estaria estéril e mais puro do que o

to, já conheciam os riscos e as rotinas necessárias para

ar retirado do exterior. Para esses profissionais era mui-

tais procedimentos.

to difícil ,então, aceitar a quase duplicação dos custos,

Os arquitetos e os engenheiros envolvidos possuíam

que implicaria em não circular o “ar puro”. Seria mes-

conhecimento técnico em edificações de saúde e em

mo necessário descartar um ar potencialmente estéril,

áreas de contenção potencialmente contaminadas.

quando este poderia ser reaproveitado novamente para

A literatura especializada estrangeira e nacional foi

o laboratório? Não estariam os especialistas corretos na

utilizada para a definição dos conceitos de biocontenção

sua afirmação de que não recircular o ar seria excesso

e das barreiras de contenção adequadas a organismos

de prevenção? Estas instituições terão verba suficiente

de risco 3, bem como para se tomar ciência das novas

para bancar o consumo de energia que este sistema

tecnologias empregadas em construções onde há ne-

de ar representará para os laboratórios? E quanto à

cessidade de controle de contaminação.

manutenção? Os filtros Absolutos devem ser trocados

Foram respeitadas normas, portarias e diretrizes que

dentro de um prazo fixado, pois, do contrário deixam

abordam questões ligadas a biocontenção, a seguran-

de ser eficazes. Estas instituições públicas continuarão


ARTIGO TÉCNICO recebendo recursos para manter estes laboratórios fun-

Atlas RM. Biological weapons Pose Challenge for

cionando com segurança?Ou, com, o passar dos anos,

Microbiology Community. ASM News. 1998; 64:383-389.

serão fechados por serem economicamente inviáveis?

Azeredo LFN. Analise do Planejamento Arquitetônico

Nossa intenção de criar laboratórios NB3 de baixo

e das Instalações de Laboratórios Públicos Consideran-

custo e de fácil manutenção para serem implantados em

do a Biocontenção [dissertação]. Brasilia: Faculdade

todos os Estados Brasileiros, se fundamentou principal-

de Arquitetura e Urbanismo-Área de Concentração em

mente na certeza que tínhamos que esses laboratórios

Tecnologia da Arquitetura; 2004.

seriam implantados na rede pública de Saúde Humana e Animal, onde os recursos de fomento a pesquisa são

Beeman, E.A.1950. Q-fever- an epidemiological note. Pub Hlth Rep 65 (2): 88-92

escassos e os pesquisadores e técnicos da área labora-

Biosafety in the laboratory. Prudent Practices for the

torial trabalham muitas vezes em condições não favorá-

Handing and Disposal of Infectious Materials. National

veis de biocontenção.

Research Council. Washinhgton, D.C.: National Academy Press; 1989.

CONCLUSÃO

Buarque AH. Dicionário Aurélio Eletrônico. São Paulo: Editora Nova Fronteira;1996. Centers for Disease Control. National Action Plan to

Os projetos de NB3 de baixo custo implantados pelo

Combat Multi-Drug-Resistant Tuberculosis. Meeting the

programa VGDN da FAPESP, mostrou que é possível

Challenge of Multi-Drug-Resistant Tuberculosis: Sum-

construir uma rede de laboratórios de biocontenção

mary of a Conference Management of Persons Exposed

voltados para responder rapidamente as doenças emer-

to Multi-Drug-Resistant Tuberculosis; 1992.

gentes, com um custo baixo em relação aos laboratórios NB3 clássicos. A experiência obtida na implantação da rede de la-

Centers for Disease Control. Guidelines for Preventing the Transmission of Tuberculosis in Health-Care Settings, with Special Focus on HIV-Related Issues; 1990.

boratórios NB3 de baixo custo no Estado de São Paulo

Centers of Disease Control, Office of Biosafety. Clas-

permitiu o desenvolvimento de um sistema único de des-

sification of Etiologic Agents on the Basis of Hazard, 4th

presurisação de ambientes laboratoriais, com tecnolo-

Edition. U.S.Department of Health, Education and Welfa-

gia totalmente nacional e de fácil instalação, operação

re, Public Health Service;1974.

e manutenção.

Centers of Disease Control. Update: Universal

O sistema desenvolvido neste trabalho, garante

Precautions for Prevention of Transmission of Human

todas as condições de biocontenção oferecida pelos

Immunodeficiency Virus, Absolutotitis Virus and Other

sistemas clássicos de NB3, com a vantagem de poder

Bloodborne Pathogens in Healthcare Settings. MMWR.

ser implantados em áreas laboratoriais pré existentes

1988;37:377-382,387,388.

exigindo mínimas adequações de construção civil. O NB3 de baixo custo é uma ferramenta bastante

Centers of Disease Control. Office of Biosafety. 1974;9(20).

acessível a todos que hoje trabalham com agentes de

Hanson RP, Sulkin SE, Buescher EL et al. Ar-

risco biológicos, pelas suas características de baixo cus-

bovirus Infections os laboratory workers. Science.

to e simplicidade.

1967;158:1283-86. Harrington JM, Shannon HS. Incidence of tuberculo-

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48 SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


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Report No.: 38, pp. 7123-7124.

49 Abr/Mai/Jun - 2015 - SBCC


O que esperar da área de vendas para os próximos anos?

Enio Klein *

Acompanhando a onda das previsões que sempre

que esses “times de venda” mudem de conta para conta

aparecem nesta época, vamos olhar para a frente e pro-

ou mesmo de oportunidade para oportunidade. Para

curar entender o que os próximos anos irão exigir dos

concluir negócios com sucesso, o profissional de ven-

profissionais de vendas. Larry Wilson, autor e coautor

das precisa ser um analista de informações. Relaciona-

de livros importantes na área de vendas, menciona que

mento e histórico não são mais suficientes.

“a revolução dos negócios está varrendo muitas das

Novos modelos de venda demandam novas habili-

formas tradicionais de interagir com clientes. Se não

dades. Mais do que nunca, a capacidade de entender

abraçarmos o futuro, seremos deixados para trás”.

qual o valor que sua empresa leva ao negócio do cliente

Em minha atividade do dia a dia com equipes de ven-

passa a ser determinante para que vendedores não fi-

das em vários segmentos, o que vemos é exatamente o

quem em situação difícil no negócio e acabem culpando

pensamento tradicional, antigo e hoje pouco eficaz de se

somente os preços e condições para o seu fracasso ou

fazerem negócios. “Eu conheço o meu cliente!” Se, por

exigindo descontos ou margens baixas para que possa

um lado, clientes, compelidos a vencer os obstáculos do

concluir o negócio.

dia a dia, têm muita dificuldade de avaliar o valor do que

É importante desenvolver a habilidade de trabalhar de

compram e, normalmente, o fazem pelo preço, vendedo-

forma colaborativa para endereçar as questões de negó-

res, afoitos para cumprir suas metas, trabalham somente

cio de seu cliente. Desta forma, seu cliente irá comprar

na questão comercial.

o seu produto porque entende que precisa e porque é o

Descontos, prazos e condições. Resultado: uma difí-

que melhor o atende e não somente porque você ofere-

cil condição de negócio motivada pela guerra de preços,

ceu uma boa condição comercial. Esta é importante, faz

diminuição de margens e estresse. Pressão e persuasão

parte do mix de valor agregado, porém, em geral, não é

são as armas desta guerra que, muitas vezes, têm um

o único ponto que pode diferenciá-lo de seu concorrente.

final infeliz para todos os competidores e para o próprio

Finalmente, em seu novo papel, o profissional de ven-

cliente. É fato que o papel da personalidade, capacidade de convencimento e agressividade serão sempre fatores

das precisa ter a informação na ponta dos dedos. Sem automação e sem ferramentas não é possível. Não mais. Mas não bastam as ferramentas nem a automação.

importantes a considerar em qualquer função de ven-

É preciso capacitar os profissionais para entenderem

das. Contudo, não são mais suficientes. Não basta ser

que o cenário de negócios está em ebulição e que os

“duro”, é preciso ser ainda mais inteligente do que nunca.

comportamentos de compra de seus clientes já muda-

O vendedor de sucesso nos próximos anos precisará

ram e irão mudar ainda mais.

ser um líder. Mais do que isso, deverá se comportar como

Para continuar a ter sucesso, é preciso humildade

um “Gerente Geral” de uma “empresa virtual”. Em vendas

para reconhecer que somente a experiência não poderá

competitivas, o vendedor irá liderar equipes que poderão

ser o bastante para ganhar. É preciso mudar! Ótimos

ser numerosas. Muitas vezes, vendendo para grupos de

negócios para todos nós!

pessoas ou comitês de compras dentro das organizações. A famosa “intimidade com o cliente” não funciona

50

Foto: Divulgação

OPINIÃO

mais como antigamente, e as necessidades farão com

Enio Klein é gerente geral nas operações de vendas da SalesWays no Brasil e professor nas disciplinas de Vendas e Marketing da Business School São Paulo. Site: www.salesways.com.br

SBCC - Abr/Mai/Jun - 2015


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