Número de Junho de 2001

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o c i r a t l a S O

ANO XVI - 2000 / 2001

N.º 3

TRIMESTRAL

Editorial

ESCOLA E.B. 2,3 DE LAMEGO

Neste número:

O aroma adocicado das flores primaveris invade, a medo, a nossa escola e mistura-se com a brisa juvenil, que espera, ansiosamente, pelo sol escaldante de um Verão, que tarda em chegar. O trabalho intensifica-se, mas a espe-

A Escola em Acção

Páginas 2 e 4

Na Rota de Aquilino

Páginas 5 a 9

O Cantinho do Poeta e do Leitor Página 10 Página da História

Páginas 11 a 13

rança persiste: fazem-se poemas de lou-

Página da História e do Francês Página 14

vor, cânticos de alegria, planos fantásti-

O que eles dizem e sonham

Páginas 15 a 19

cos de férias inesquecíveis e o desejo per-

Área-Escola

Páginas 20 a 22

Passatempos e Curiosidades

Página 23

Página Final

Página 24

manece preso aos bons ou maus resultados que o final do ano lectivo trouxer.

Maria Judite Duarte


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A Escola em Acção A Páscoa na Escola

No dia 3 de Abril realizaram-se, da parte da manhã, diversas actividades de Páscoa, para comemorar esta data antes do começo das férias. Havia jogos diversos, como o "Egg Hunt", o "Egg Rolling" o "Maze" e o "Labirinto". Gostei particularmente do "Egg Hunt", apesar de também ter gostado de todos os outros. O "Labirinto" consistia em traçar, numa folha de papel, o caminho de um coelho até chegar aos ovos, num complicado trajecto, no mínimo de tempo possível. Eu e as minhas colegas, Liliana, Joana Maria e Augusta, participámos. Fui eu a traçar o caminho, e por vezes perdia-me, e tinha que voltar atrás, ficando o labirinto cheio de caminhos riscados. Como demorámos algum tempo, não fomos classificadas em 1º lugar, julgo eu, pois os lugares em que ficámos não foram divulgados. O "Egg Rolling" era um jogo em que podíamos participar sem estarmos inscritos. Eu jogei, mas perdi da primeira vez, pois podíamos jogar mais vezes, se ganhássemos. Este jogo estava situado na rampa, junto ao parque de estacionamento dos professores. Tínhamos que nos posicionar atrás de uma linha e atirar o ovo pelo chão, para que rolasse pela rampa abaixo. O que chegasse primeiro ao final da rampa ganhava e jogava com os outros vencedores. Não era fácil vencer, pois os ovos ficavam parados em algumas pedras. Por fim, jogámos o "Egg Hunt". Como não estávamos inscritas, eu, a Joana, a Liliana e uma rapariga de outra turma, estivemos à espera de podermos jogar, à porta da sala 1. Visto que faltaram alguns grupos, fomos substituir um deles. Quando, por fim, entrámos na sala 1, começámos à procura dos ovos. Só tínhamos 1 minuto para os apanhar e os colocar a todos no cesto. Apanhámos cerca de 35

ovos. Foi muito divertido: alguns estavam ao pé das janelas, outros por baixo das cadeiras, escondidos em jornais, dentro da palha, em cantos, nos móveis... Foi uma experiência fantástica! No final deram-nos alguns ovos de chocolate... que delícia...! Foi um dia espectacular e emocionante, que ficará gravado na minha memória. Luísa Sarmento

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Egg Hunt No dia 3 de Abril de 2001, na Escola E.B. 2,3 de Lamego, decorreram actividades de Inglês relativas à Páscoa. Nós participámos numa delas. Escolhemos o Egg Hunt, um jogo que consistia em procurar ovos escondidos em diversos sítios de uma sala. Tínhamos muitos jogos à escolha: Egg Bowling, Egg and Spoon Race, Easter Word Search, Matching, What 's in the Basket, Maze e Egg Hunt. Quem quisesse, podia jogar individualmente, Egg Rolling e Paint an Egg. Mas, falando do nosso jogo: estavam duas estagiárias de Inglês na sala 1, a organizar a actividade. Entrava um grupo de 4 pessoas de cada vez, mas por turmas. Não ganhámos, mas o que interessava era participar. O grupo que ganhou foi o da Sílvia Neves do 6.º 10. Foi uma actividade interessante e comunicativa entre os alunos, professores, estagiárias e funcionários. Ana C. Rodrigues, Bruna Teixeira, Lília Ramalho e Liliana Teixeira 6.º 5

FICHA TÉCNICA Propriedade: Escola E.B. 2, 3 de Lamego, Rua de Fafel, 5100 - 143 Lamego, Telefone 254 612 023 Coordenação: Lídia Valadares e Adriano Guerra Conselho Editorial: Professores e Alunos da Escola Composição, montagem e paginação: António Alfredo Lourenço e João Nuno Carvalho Periodicidade: Trimestral

Junho 2001


A Escola em Acção As Pinturas de Grão Vasco Há algum tempo, a minha turma, fez uma visita ao Museu de Lamego acompanhada pela nossa professora de História e lá pudemos observar muitas coisas, como, por exemplo, as pinturas de Grão Vasco, nome pelo qual é conhecido Vasco Fernandes, um grande pintor do séc. XVI. Este artista pintou vinte painéis para a capela-mor da Sé, encomendados pelo bispo de Lamego. Quinze desses quadros desapareceram e hoje só restam cinco, que estão expostos neste Museu. O primeiro painel simboliza a Criação dos Animais, seguido do quadro da Anunciação, da Visitação, da Apresentação no Templo e da Circuncisão. Os seus quadros tentam retratar a realidade e têm imensos pormenores com significados especiais. Por exemplo, as açucenas, que se encontram no painel da Anunciação, simbolizam a pureza de Nossa Senhora e o novelo de lã quer dizer que Nossa Senhora estava a tricotar quando o anjo Gabriel apareceu. Também no quadro da Apresentação no Templo, está desenhada uma pomba que simboliza a paz. As roupas das personagens são exageradamente compridas, o que lhes dá uma certa importância. Estes quadros são muito vistosos, porque têm cores muito vivas: vermelho, amarelo, azul... Grão Vasco era muito culto e mostra conhecer os pintores flamengos da época, pois as paisagens representadas nos seus quadros são do norte da Europa. Este artista pintou outros belíssimos quadros, principalmente na cidade de Viseu, que são admirados por toda a gente. Pensa-se que o famoso quadro de S. Pedro, de S. João de Tarouca, também foi pintado por discípulos de Grão Vasco. Gostámos muito desta visita ao Museu porque obtivemos novos conhecimentos. Ana Pinto e Marisa Monteiro

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Era uma vez um rei grego chamado Laio que tinha uma esposa chamada Jocasta. Um dia, Laio consultou um oráculo que lhe disse que iria ter um filho que o mataria e se casaria com a sua mãe. Quando o seu filho nasceu, Laio mandou que um seu criado o matasse para que a profecia não se cumprisse. Um pastor que por ali passava, vendo assim um bebé abandonado, apanhou-o e levou-o ao rei da sua cidade, que não tinha filhos. Então puseramlhe o nome de Édipo que, em português, significa "pés inchados". Quando cresceu, Édipo também consultou um oráculo e este disse-lhe que ele iria matar o seu pai e casar com a sua mãe. Édipo ficou muito triste e, por isso, decidiu sair de Corinto, a cidade onde vivia. Ao sair de Corinto, Édipo encontrou um grupo de pessoas que não o deixavam passar; então surgiu uma luta e acabou por matar o chefe, o seu pai verdadeiro. Assim, já se tinha realizado o 1º passo do seu destino. Édipo dirigiu-se a Tebas, sua cidade de origem, onde encontrou uma esfinge que fazia uma pergunta a todas as pessoas que pretendiam entrar nessa cidade. O mesmo aconteceu com Édipo mas, desta vez, Édipo acertou na resposta, o que não costumava suceder. A esfinge ficou toda aborrecida e matou-se, porque ela comia as pessoas que não acertassem e era a 1ª vez que alguém acertava. Em Tebas, Édipo foi conhecido como um herói, por ter vencido a esfinge. Então ele casou com a rainha viúva, sua mãe, sem o saber. Quando, mais tarde, os dois vieram a saber a verdade, aconteceu uma tragédia: Jocasta enforcou-se e Édipo furou os olhos com o alfinete do seu vestido. Catarina Amado e Ana Ferreira 6.º 6

Tapeçarias do Museu de Lamego As tapeçarias existentes no Museu de Lamego são do séc. XVI. Quatro delas retratam a história do rei Édipo, que vamos contar seguidamente.

Joana Correia

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A Escola em Acção A Concentração do “Jogo do 24”

Quatro alunas dos 5.º e 6.º anos deslocam-se a Viseu em representação da nossa escola No dia 27 de Março realizou-se uma concentração do «Jogo do 24» a nível distrital. Eu fui uma das participantes, juntamente com três alunas do mesmo clube, mas a diferentes horas. Fomos representar a nossa escola, acompanhadas pelo Senhor Professor Paulo Taveira. Esta concentração teve lugar num grande pavilhão existente na cidade de Viseu. Depois de descobrirmos onde se localizava o tal edifício, foram-nos entregues quatro t-shirts com o símbolo do “Cheetos”, uma vez que o concurso é patrocinado por esta empresa. Entregaram-nos também uma cartolina e alguns marcadores para que pudéssemos fazer um desenho alusivo a este jogo. A nossa escola fez o melhor desenho, por isso cada elemento do grupo foi premiado com uma t-shirt. O “Cheetos” é um boneco bem divertido que, no início da concentração, veio ter connosco com a sua mala recheada de “tazos”. Ele disse que se iria realizar um passatempo no fim das 1ª e 2ª voltas do jogo, que consistia em adivinhar quantos “tazos” o “Cheetos” trazia na sua mala, não só por fora, mas também por dentro. Imaginem só que o pobre do bicho transportava, na sua mala, à volta de 1200 “tazos”! É claro que, dentro do pavilhão, o nervosismo era bastante, mas com aquele boneco animador tudo acabou por passar. Este ano, duas das minhas colegas não foram premiadas, mas eu consegui chegar à final onde apenas doze jogadores podem participar e, destes, quatro serão seleccionados para a finalíssima. Trouxe então comigo duas medalhas: a de bronze e a de prata. A Sónia também conseguiu vencer na sua mesa, fazendo maior número de pontos, por isso recebeu uma caderneta de transporte de “tazos” da Matutano. Apesar de não conseguirmos chegar à finalíssima, contribuímos para a boa classificação da nossa escola. Finalmente regressámos, com a esperança de conseguirmos, um dia, vencer este jogo que requer uma grande concentração e fundamentalmente um

raciocínio rápido. Foi bem divertido deslocarmo-nos à capital do nosso distrito e convivermos com todos aqueles alunos de diversas escolas e várias localidades. Joana Correia 6.º 5

O Dia da Europa No dia 9 de Maio, realizou-se na nossa escola, uma exposição referente ao dia da Europa. Algumas turmas dos 6.º e 7.º anos fizeram cartazes sobre países europeus como a Dinamarca e a Noruega, a Holanda, a França, a Grécia, etc. Sobre estes países aprendemos várias coisas. Ficámos a saber, por exemplo, que a Noruega tem cerca de 4,3 milhões de habitantes e 303.752 km2 de superfície. Para além disto, adquirimos alguns conhecimentos sobre a moeda, religião, população, clima, situação e história destes países europeus. Alguns alunos fizeram trabalhos individuais ou em grupo sobre um país à escolha. Cada cartaz continha fotografias, mapas, bandeiras e informações sobre o respectivo país. A exposição foi interessante. Ana Isabel Pinto

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Na Rota de Aquilino ...

Baseado no texto “Na horta” de Aquilino Ribeiro

João Pedro

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NA HORTA Chegados ao buraco, os coelhos furaram para dentro e atiraram-se à horta com fome de quinze dias. Couves, cenouras, grande variedade de legumes, serviram para matar o apetite aos desalmados. Comeram, comeram, estragaram ainda mais do que comeram, e um pouco embriagados com o triunfo e na alegria da boa digestão lembraram-se de dançar o sarambeque em roda do cão adormecido. E assim fizeram. Pianinho, pianinho, não fosse o ferrabrás acordar, armaram o baile com ele no meio. E não deixaram de botar a sua cantiga no aceso do repicado: Ora toma, ora toma, paspalhão; comemos as couves ao teu patrão! Em seguida, para cúmulo de brincadeira, pegaram numa cenoura e com jeitinho ataram-na ao pescoço do dorminhoco. Feito o que, o coelhinho pardinho deu sinal de retirar; e, pé ante pé, esgueiraram-se pelo buraco para fora da quinta, cada um indo dormir na sua lura uma sesta consolada. Aquilino Ribeiro


Na Rota de Aquilino ...

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Visita de estudo Nos dias 7, 8 e 9, realizou-se uma visita de estudo com o fim de nos informarmos um pouco mais sobre a vida do famoso escritor português Aquilino Ribeiro e conhecermos o património cultural da

dois novelos de lã, os quais fizeram com que este acabasse por morrer asfixiado. Depois de almoçarmos, a Senhora Professora de História explicou-nos onde nascia o rio Vouga, uma vez que é o rio que passa naquela região. Seguidamente entrámos no autocarro com destino a Sernancelhe. Já lá, vimos onde se situavam os restos do castelo desta região e também um pelourinho. Depois visitámos a Igreja Matriz e os seus arredores. No exterior da Igreja, vimos seis estátuas, uma das quais representa S. Tiago, visto que transporta consigo uma concha, segundo afirma o Senhor Padre Cândido, pároco de Sernancelhe e precioso guia e informador na visita a este monumento de rara beleza. Observámos também o estilo desta Igreja e dois fres-

José Pedro Guerra

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região.

cos que foram descobertos por iniciativa do Senhor Padre Cândido. Este contou-nos a história de um dos

Por volta das 8h 30m, duas camionetas, com

quadros que fazem parte do espólio daquela Igreja.

destino a diferentes itinerários, partiram da Central de

Disse que, nesse quadro, a cabeça cortada, que estava

Camionagem. O itinerário n º 1, o qual fiz, começou

em cima de um prato, era a de S. João Baptista. Esta

por visitar Soutosa, (local onde Aquilino viveu) por

fora-lhe cortada por desejo de uma rapariga, que, na

volta das 10 horas. Nesta visita, fomos orientados

impossibilidade de ver o seu amor correspondido por

pelas pessoas que dirigem a Fundação. Dentro da

um santo, quis vingar-se. Finalmente tivemos de

quinta, pudemos visitar a casa do Caseiro onde encon-

regressar e despedir-nos de toda aquela região.

trámos a cama do aldeão, um tear, um baú de cabedal

Embora a chuva teimasse em cair, não nos

e algumas loiças de cozinha que fotografámos, com o

impediu de ver este património cultural. Pudemos

objectivo de recordarmos esta nossa visita e também

assim obter mais informações sobre a vida de Aquili-

de nos inspirarmos durante as aulas de E. V. T., dese-

no e também sobre todo o passado histórico destes

nhando-as. Também na famosa quinta, visitámos a sua

Legenda das imagens da 1ª página:

casa onde pudemos ver algumas das suas obras, um compartimento onde estava depositada uma lindíssima floreira germânica de séc. XVIII e, já dentro da sala

Rosto de Aquilino Ribeiro André Alves

onde Aquilino se inspirava para escrever os seus livros, vimos uma escrivaninha, que, naquela época,

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Fundação Aquilino Ribeiro

custou apenas 1100$00. Acabada a visita, fomos para

Joana Correia

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Leandro Magalhães

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a Lapa, onde, após a visita à Igreja, almoçámos em conjunto com os Senhores Professores e outra turma.

Vista da Lapa

Dentro da Igreja, passámos por uma espécie de túnel muito estreito e, segundo dizem, quem por lá não passar, está cheio de pecados. Mais à frente, avistámos um sardão que faz parte de uma lenda: dizem ser aquele que apareceu a uma rapariga muda quando pastava as suas ovelhas. Esta pobre rapariga, para se desembaraçar deste temível sardão, atirou-lhe com

Igreja da Lapa Samuel Correia 6.º 7

Igreja Matriz de Sernancelhe José Miguel Parente

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Na Rota de Aquilino ... Fundação de Aquilino Ribeiro

A casa do caseiro

No dia 7 de Março de 2001, a minha escola (E.B. 2,3 de Lamego) organizou um passeio a Soutosa, à Fundação de Aquilino Ribeiro. Na Fundação de Aquilino visitámos a casa onde ele morava. Vimos a sala em que Aquilino Ribeiro se inspirava e dava asas à sua imaginação para escrever os seus famosos livros. Ainda lá estão alguns que ele escreveu, apesar de estarem já muito velhos, pois os anos vão passando, mas quando se entra lá até parece que regressamos àquele tempo. No andar de cima, existe um pequeno compartimento onde estão fotografias dele, bustos, bengalas que ele usava, os seus óculos, a espátula com que ele virava as páginas dos livros e a sua caneta, tudo bem arrumado e estimado. Também existe uma sala onde eles rezavam, a que se dá o nome de Sala Sagrada. Aquilino Ribeiro tinha várias recordações africanas que estão expostas noutro espaço. Num outro extremo da quinta, estava a casa do aldeão. Era uma casa antiga e humilde. À entrada tinha uma pequena sala com a lareira ao canto, um baú de cabedal, louça antiga e um banco onde se punha uma manta e as pessoas se esticavam para dormir. Do lado esquerdo, estava um quarto com bastantes Santos. E, do lado direito, uma sala onde havia um tear. Foi uma pena não podermos ver alguns outros compartimentos da Fundação e a biblioteca que era atrás da casa dos seus pais, pois ainda estava a ser restaurada e organizada. Foi uma visita magnífica e diferente de todas as outras, pois fomos conhecer a vida de um escritor que estudou na nossa terra (no Colégio de Lamego). Joana Maria Rebelo

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No dia 7 de Março, a minha turma (6.º 5) e outras, foram visitar a antiga casa do famoso escritor português, Aquilino Ribeiro. Depois de a visitarmos, vimos também a casa do caseiro. Essa era muito engraçada e tinha apenas três compartimentos: o quarto, uma oficina e uma sala que era cozinha ao mesmo tempo. O quarto era muito pequeno. Tinha uma máquina de costura antiga, um móvel de madeira precioso, um baú de couro forrado a chita, um lavatório, a cama e, por baixo dessa, um penico. A oficina era muito simples. Nela havia um tear, uma roca, um instrumento de pedra para partir a cana do linho, duas dobadouras e, pregada na parede, estava uma tábua com várias peças para medir. A sala tinha poucas coisas: peças feitas em barro e um banco onde punham uma manta para dormir. Por fim, observámos a cozinha, recheada de vários objectos colocados em cima da masseira e nas prateleiras, tais como: louças muito bonitas, formas para fazer e escorrer queijos, peneiras, talheres de ferro ou com cabo de madeira, socos e outros objectos. Eu adorei esta visita, mas o que mais me espantou na casa do caseiro foi a cozinha, porque continha um tronco de uma árvore com potes pendurados. O que quer dizer que tudo o que precisavam, arranjavam. Vanessa Silva

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Na Rota de Aquilino ... Visita à Igreja de Sernancelhe

Como estava previsto, no dia 7 de Março, a nossa turma e mais três foram visitar a Igreja de Sernancelhe (antiga Igreja de estilo românico do séc. XII). Durante a visita, fomos orientados por um guia precioso, ou seja, pelo Senhor Padre Cândido, Pároco de Sernancelhe. Na fachada da Igreja, pudemos avistar seis Apóstolos. Um deles é certamente S. Tiago pois traz consigo uma concha. Devido a uma terrível tempestade, seis dos Apóstolos foram danificados. Por este motivo, a Igreja apresenta agora apenas seis das doze estátuas. Na sua entrada, pudemos também observar um arco de volta perfeita que contém três arquivoltas. Uma delas (a central), é decorada por dez anjos de asas abertas. Ainda no exterior, pudemos encontrar alguns cachorros que decoram a sacristia e a capelamor do lado norte. Nestes, identificámos animais e utensílios agrícolas, uma mulher com as mãos na barriga (provavelmente em trabalho de parto), bustos de mulheres, uma criança e uma pipa com uma estrela pintada a ocre. No interior, no arco que separa a capela-mor, admirámos dois frescos* (que foram descobertos por iniciativa do Senhor Padre Cândido), um representando Nossa Senhora da Conceição e outro a Virgem Apocalíptica. A Igreja tem uma só nave e vários altares de belas talhas douradas, um pouquinho desgastadas por lhes faltar já muito ouro. O Senhor Padre Cândido mostrou-nos também uma antiquíssima pia para a água benta, assente num capitel coríntio muito parecido com outros que se encontram na capela de S. Pedro de Balsemão (séc. VII).

Já de saída, ainda pudemos observar na parede do lado esquerdo, uma gravura rupestre representando uma cena de caça. Esta gravura está tão bem “escondida” na pedra que, se não fosse a indicação precisa do Senhor Padre, nós veríamos somente uns riscos. Um outro pormenor que nos chamou a atenção foi a talha dourada que ladeia a porta da entrada e que é lindíssima. Esta talha encontrava-se a decorar o arco que antecede a capela-mor e foi debaixo dela que encontraram os dois frescos do séc. XVI já referidos. Finalmente tivemos de regressar. Agradecemos ao Senhor Padre Cândido a sua preciosa colaboração, a sua atenção e a sua simpatia para connosco. Sem as suas informações, não conseguiríamos obter tantos conhecimentos sobre a Igreja Matriz de Sernancelhe. * fresco - género de pintura sobre parede rebocada, mas ainda não enxuta; quadro pintado por este processo; afresco. Janete Santos e Joana Correia

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Na Rota de Aquilino ...

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A Igreja da Lapa

Lenda da Senhora da Lapa

No dia 7 de Março, realizou-se uma visita de estudo a Soutosa, à Lapa e a Sernancelhe, com o objectivo de conhecer a região onde Aquilino Ribeiro, um grande escritor português, estudou e viveu. Nós gostámos principalmente da visita à Lapa e é sobre ela que vamos falar. Quando chegámos à Lapa, fomos ver a igreja. Observámos o lindíssimo altar, feito em prata lavrada, onde se encontra a imagem da Sr.ª da Lapa. Junto deste altar, existe uma estreita gruta, que está associada a uma lenda: quem não passar por ela, tem muitos pecados. Existe também um valioso presépio, do séc. XVIII, feito pela famosa Escola de Artes Machado de Castro. Achámos muito engraçado o chamado "Menino Jesus da Cartolinha", que tem vestes nobres dessa época: chapéu de três bicos, casaca bordada de veludo vermelho, camisa com punhos de renda, sapatinhos pretos de salto e meias até ao joelho. Do lado esquerdo da gruta, para quem entra, existe uma capelinha em estilo barroco, com muita talha dourada, onde está a sepultura do Conde da Lapa. Em seguida, fomos almoçar na companhia dos nossos colegas. A maioria almoçou no autocarro, devido ao vento que se fazia sentir. Depois fomos explorar as redondezas, para conhecer melhor a região. Finalmente, tirámos várias fotografias, para nos recordarmos dos momentos inesquecíveis que passámos juntos.

Conta a lenda que uma menina muda, enquanto guardava as suas ovelhas, encontrou uma pequena boneca da qual nunca se separava. A menina, como estava sempre a brincar com a bonequinha, esquecia-se de guardar as suas ovelhas. Certo dia a mãe da pastorinha, furiosa com os descuidos da filha que deixava as ovelhas invadir as terras dos vizinhos, pegou na boneca e quis deitá-la ao fogo. Contudo a menina, muito aflita, deu um grito e disse: - Mãe, não faças isso! É a Nossa Senhora da Lapa! A mãe ficou paralisada, pois a sua filha, que era muda, falou pela primeira vez. Diz-se então que foi um milagre de Nossa Senhora da Lapa.

Ana Cláudia Rodrigues, Liliana Ferreira e Luísa Sarmento 6.º 5

Bruna Teixeira, Lília Ramalho e Liliana Teixeira 6.º 5

Lenda do Lagarto

Joana Correia

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Era uma vez uma menina que tomava conta de um rebanho. O seu entretenimento preferido enquanto estava no monte era fazer um pouco de renda. Certo dia, enquanto guardava as ovelhas, ao virar -se para trás avistou um enorme e temível lagarto. A sua aflição foi tão grande que não pensou em mais nada senão atirar-lhe com o novelo que tinha nas mãos. O lagarto ficou com o novelo entalado na garganta e, sem poder respirar, acabou por morrer sufocado. Este lagarto ainda hoje se pode admirar na capela de Nossa Senhora da Lapa. José Pedro Guerra

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Carolina Isabel

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O Cantinho do Poeta e do Leitor A Criança

Ser Livre

A criança é um amigo É um amigo muito compreensivo. Talvez os adultos não lhe dêem ouvidos, mas é sempre um amigo! A criança é um ser muito precioso, não se troca por nada, a um ganancioso. É inteligente e generosa! É querida e amorosa! É preciosa!... Se querem ter esperança, procurem uma criança!

SOU... o sol que aquece a manhã, a papoila que cresce nos campos, o pássaro que voa no céu.

A criança É muito preciosa, é muito amorosa, mas não é gananciosa!

A Liberdade é... doce como o mel, alegre como o riso, suave como a seda, vermelha como o cravo. A Liberdade é... ... PAZ !

Ana Gouveia

SOU... O abraço fraterno, A alegria de falar, A força de... ... SER LIVRE !

A Liberdade

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A turma do 5.º 5

“Uma Ilha de sonho” Gostaste do livro “Uma ilha de sonho”? Porquê? Sim, gostei. Adorei o livro, porque os autores, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, contribuíram para que eu viajasse através da máquina do tempo, até ao séc. XV, para a ilha da Madeira!!! Nessa viagem foram-me contados os usos, costumes e crenças, vividos nessa época e como eram corajosos e perseverantes os navegadores João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestelo, ao viajarem por mares desconhecidos. Na minha viagem reparei nos primeiros colonos: algarvios, minhotos, presos ... Que inteligente foi o Infante D. Henrique ao dividir o arquipélago da Madeira em três capitanias, contribuindo assim para o desenvolvimento deste arquipélago! - Cristina, Cristina, acorda que são sete horas! - Oh! Oh! Oh! Não passou de um sonho! Quando poderei visitar esta verdejante e magnífica ilha? Nas próximas férias?!!!

Ana Pinto e Mara Pinto 6.º 6

Dia da Mãe Querida Mãe: Mãe, vejo uma flor, Uma rosa vermelha em teu redor. Tu és a melhor mãe do mundo! Tens um sorriso maravilhoso, Um olhar milagroso. Quando me beijas, Só penso em ti. É sinal que me amas Que nunca te esqueces de mim. Quando me casar Estarás sempre no fundo do coração Estarei sempre a pensar em ti. Rosana Oliveira

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Cristina Saavedra 6.º 5


Página da História Memórias As belas estrelas São algo divino, Mais divino que vê-las É encontrar-lhes o caminho. Também a Liberdade, O Amor e a Amizade, O Bem-estar e a Felicidade São dons dos Céus Mas mais que dizer "são meus" É vital dizer "conquistei-os", É preciso dizer "preservei-os". Fundamental é nunca deixar Uma nuvem cobrir Aquilo que alguém nos quis dar Mas que logo pode fugir, Deixando todos sem ver O futuro florir. Crianças que pela frente Têm um mundo Que vêem agora doente Até mesmo moribundo; Jovens na idade de voar Pelo céu azul Que vêem agora turvar Desde o Norte ao Sul; Adultos que querem viver Junto dos seus rebentos Que vêem agora sofrer Sem da morte estarem isentos; Idosos que esperam passar O fim junto do quente Que vêem agora esfriar Sem nada que os alente; Doentes que procuram Conforto num Lar Que vêem arder Sem ninguém para o salvar; Povos que desejam Apenas paz e sossego Que vêem ameaçados E esmagados pelo medo. O sobressalto toma conta Da alma fragilizada E a catástrofe que se encontra É por todos ignorada. Ninguém é capaz De recuperar as estrelas, De devolver a paz,

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De dar cor àquelas telas Até aí cobertas de negro Difícil de apagar. Mas... Por muito mau que tudo esteja Há sempre uma luz ao fundo, Há sempre alguém que deseja Renovar o Mundo. É então que o vento chega E a nuvem afasta, Brilham de novo as estrelas Para quem ainda crê nelas... Ana Raquel Samões

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Holocausto Os filmes que vi na aula de História provocaram uma cadeia de sentimentos que me levaram a escrever este poema sobre o Holocausto. O pesar de almas humanas E terríveis dores causadas Envolvidas em mares de chamas Entre chacinas elaboradas Este é o sofrimento de um povo Onde ninguém é poupado, nem o mais novo Sem voz para gritar Para os campos eram levados E assim viam matar Seus amigos condenados De que maneira, não importa Pois qualquer pessoa era morta E sem dó nem piedade Espalhando o medo e o terror Sentido em cada cidade Carregados de furor Os S. S. voltavam A morte e a ruína causavam Que lhes poupassem a vida Eles suplicavam, em vão Pois só havia uma saída Os campos de concentração. Ao menos morrer sem dor Era o que pediam ao Salvador Tânia Daniela Alves

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Página da História Holocausto

Sempre ouvi falar do Holocausto como algo terrífico, em que morreram muitos Judeus. Mas, como não sabia exactamente do que se tratava, nunca reflecti muito sobre isto. Um dia, na aula de História, vi dois documentários. Ambos me deixaram muito impressionada. Em matéria anteriormente dada em História, sabia que Hitler nunca respeitara as minorias étnicas, nomeadamente os Judeus, mas ainda não me tinha apercebido da dimensão da carnificina. A minha opinião sobre ele era negativa, contudo ignorava, até aos dias em que vi os documentários, os actos horrendos que ele mandara cometer. Fiquei com imensa raiva dele! Para utilizar a expressão mais certa, posso mesmo dizer repulsa. Que pessoa tão cruel, tão mesquinha!... Ver uma pessoa morrer, já é doloroso, agora ver milhões delas, nem tem explicação!... Adolfo Hitler era o nome desta terrífica pessoa que nunca devia ter existido. Para começar, obrigou os Judeus a andarem com uma cruz ao peito para serem identificados na rua, assim como ordenou que lhes fossem tatuados uns números, números esses que milhares de pessoas, em todo o mundo, ainda hoje têm, como lembrança de algo que queriam esquecer. Também os levavam para câmaras de gás, que eram compartimentos, tipo casas-de-banho, igualmente com chuveiros, mas com uma particularidade diferente dos outros: desses não saía água mas sim gás. Eu estou a escrever isto e a imaginar-me a mim, numa situação daquelas, e de uma coisa tenho a certeza: eu nunca conseguiria aguentar metade do que aquelas pessoas aguentaram. Também eram levados para campos de concentração, para serem exterminados. Aqueles campos eram um horror. Algumas pessoas eram obrigadas a trabalhar arduamente. Não conseguindo suportar, acabavam por morrer. Lá só havia pão e água, o que levava as pessoas a ficarem subnutridas. Um caso muito conhecido e que revela todo este sofrimento foi o de Anne Frank que expressa pormenorizadamente, num livro por ela escrito enquanto esteve escondida, todo o sofrimento experimentado naquela época - "O Diário de Anne Frank". Anne Frank era uma jovem como nós, com uma

vida pela frente, com sonhos normais desta idade, mas, acima de tudo, com muita coragem. Anne viu-se obrigada a permanecer escondida na cave de um escritório do pai, com a sua família e um casal amigo. Imaginem o medo e a tristeza pelo qual esta jovem passou e compreenderão a dor que a sua mãe teve, ao ver a filha sofrer, sem poder fazer nada. É muito triste, mas, apesar da sua coragem, Anne acaba por morrer. No final deste texto, cheguei a uma conclusão. Hitler não era um ser humano. Talvez fosse um sucessor do Diabo, porque tenho a impressão que o Diabo não é tão mau como ele! Ana Cristina Pinto

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Página da História

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A DESCOBERTA DO TÚMULO DE TUTANKHAMON A descoberta do túmulo de TUTANKHAMON foi uma descoberta fabulosa porque estava recheado de tesouros fabulosos e como esta deu origem a histórias misteriosas como “a maldição dos faraós” também cativou o interesse de muitas pessoas que não costumavam dar importância a este tipo de assuntos. Os responsáveis por esta descoberta foram: HOWARD CARTER que sabia imenso sobre história e arqueologia e LORD CARNARVON que era um homem muito rico e que por razões de saúde, foi passar o Inverno no Egipto. Estes dois homens conheceram-se em 1907 e desde logo formaram uma equipa de escavação no VALE DOS REIS. Ali já tinham sido encontrados 33 túmulos de faraós, mas todos vazios. Então sonhavam com a descoberta deste túmulo. As escavações prolongaram-se por vários anos, sem qualquer êxito. Em 1922, LORD CARNARVON resolvera fazer uma última tentativa e, quando acabasse o Inverno, se não aparecesse nada, deixava de pagar as escavações. No dia 6 de Novembro de 1922 os homens contratados para escavar depararam com degraus trabalhados em pedra e logo descobriram que só podia ser a entrada para a túmulo. CARTER enviou logo de seguida um telegrama ao seu amigo LORD CARNARVON que nessa altura se encontrava em Londres. LORD CARNARVON chegou alguns dias depois e recomeçaram as escavações, pois à entrada havia o nome de TUTANKHAMON. Infelizmente também havia sinais de arrombamento anterior, portanto temiam que o túmulo estivesse vazio. Fizeram todos os possíveis para chegar ao interior da terra. Quando chegaram encontraram um subterrâneo que tinha no fundo uma porta selada. Rebentar a porta era difícil e portanto CARTER mandou fazer um furo mesmo ao lado da porta. Quando espreitou ia morrendo de alegria. A sala estava repleta de objectos em ouro, em marfim, em prata, em madeira pintada e pedras preciosas. Depois de alargarem mais o furo e entrarem, repararam que no meio das peças não se encontrava o sarcófago com a múmia do faraó, portanto tinham que continuar a escavar para encontrar o sarcófago. Após muitas observações concluíram que aquela sala já fora assaltada há muitos séculos atrás, mas os assaltantes foram apanhados em flagrante. Após muitas escavações descobriram o sarcófago da múmia e aí é que foi o delírio total. A múmia tinha sobre o rosto uma máscara linda, feita em ouro e lápis-lazúli que representava o seu próprio rosto, e também havia cento e quarenta jóias. A múmia do faraó estava dentro de três caixões em ouro maciço e pedras preciosas. TUTANKHAMON, os caixões e as pedras preciosas repousavam num sarcófago rectangular em pedra, que estava protegido por grandes urnas em madeira dourada. Entre as urnas havia punhais de ouro, frascos de perfume, candeeiros e outros objectos pessoais, isto tudo porque os egípcios acreditavam na vida depois da morte. Ao lado da sala onde estava o sarcófago havia ainda duas salas repletas de tesouros. Na primeira sala havia miniaturas do túmulo de TUTANKHAMON, modelos de todos os barcos de pesca usados na altura e várias estátuas de deuses. Na segunda sala havia móveis, caixas com jogos, armas e jarras, o que permitia saber como se decoravam os palácios no antigo Egipto. Vários anos depois começaram a morrer pessoas que ajudaram a descobrir o túmulo e houve pessoas que atribuíram essas mortes à “maldição dos faraós”. E assim foi a descoberta do túmulo de TUNTANKHAMON. Bibliografia: MAGALHÃES, Ana Maria e ALÇADA, Isabel Uma aventura no Egipto, Editorial - Caminho Fevereiro de 1999 Ernesto Rodrigues

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Página da História e do Francês Nazismo

En parlant de Santé... Lisez et réfléchissez ! La cigarrette est-elle dangereuse?

“A liberdade é como a saúde. Só se lhe dá valor quando se a perde.“

Para mim o Nazismo Foi algo que escapa à razão. Havia muito racismo E locais de execução.

Le tabac affaiblit nos défenses immunitaires face aux maladies. Il provoque un état de fatigue générale et ton organisme est, donc, plus fragile.

Hitler, qual déspota, achava Que daquilo tudo era deus. Os inocentes matava, E perseguia os judeus.

Les maladies cardiovasculaires sont la première cause de mortalité. Les modes de vie ( le stress de la vie moderne et l’alimentation déséquilibrée) sont les grands responsables de la mortalité.

Ele impunha seguir em frente Com aquilo que criara, Ninguém podia ser diferente Do que ele planeara. Há dias vi dois filmes sobre o Nazismo que me impressionaram muito. Fiquei a saber que todos aqueles que não fossem como Hitler desejava, eram massacrados, mortos. Eu chego à conclusão de que aquele homem só podia ser mentecapto. Aliás, li num livro que ele nasceu em Braunau-am-Inn (Áustria) e que passou os primeiros anos da sua vida em Viena e Munique, onde viveu na pobreza, após a morte do pai. Mas nem mesmo estes possíveis traumas justificam que chegasse ao ponto onde chegou. Ele matava imensa gente (a tiro, em locais de execução, em câmaras de gás, ...). As condições eram péssimas e muitas pessoas sucumbiam às doenças. Chegou-se ao ponto das mães meterem os bebés nas sanitas, escondendo -os, para que não fossem mortos. Escolhiam as pessoas: mulheres para um lado, homens para o outro; idosos e crianças para um lado, adultos para o outro. Metiam 70 pessoas numa sala só, onde existiam chuveiros; mas, em vez de sair água, saía gás, matando as pessoas que depois eram cremadas. Hitler era extremamente racista. Era um homem muito mau. E, como para ele, a sua teoria era a melhor e a mais correcta, queimou uma biblioteca cheia de livros. Ainda hoje se encontra na Alemanha o local com a legenda: “Quem queima livros, mais tarde queima pessoas”. Toda a gente era obrigada a pensar como ele, caso contrário, eram perseguidos e mortos. Era horrível. Não consigo acreditar como é que algumas pessoas escaparam àquele inferno. Era preciso ter-se muita coragem, muita força, muita paciência e, acima de tudo, muita esperança. Devia ser horroroso estar a ver os próprios filhos/pais a morrer, sem se poder fazer nada. Isabel Paiva Guerra

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Le cancer est la seconde cause de mortalité, mais c’est la maladie qui fait le plus peur. Grâce au progrès, actuellement, un cancer sur deux peut être guéri. L’alcool est un problème grave, puisque d’une part il est la cause directe de nombreux accidents de la route, d’autre part, il provoque des cirrhoses du foie et des cancers. La toxicomanie a considérablement augmenté ces dernières années, en particulier chez les jeunes. Or, les toxicomanes sont souvent contaminés par le vírus du SIDA à cause du manque de précaution dans l’usage des seringues. Le SIDA (syndrome immunodéficitaire acquis) augmente actuellement d’une façon inquiétante. Et, malheureusement, il n’y a pas encore de guérison pour cette terrible maladie qui affecte de plus en plus de personnes dans le monde entier.

Trabalho de pesquisa realizado pelos alunos do 6.º ano


O que eles dizem e sonham Sou eu! “Aluga-se apartamento confortável, só com uma assoalhada”. Saí disparado! Éramos aos milhões, correndo como loucos, mas só um poderia chegar: EU! Entrei, corri e cheguei às trompas, onde encontrei uma bolinha com quem selei um contrato: fechámos a porta, formando um ovo, a primeira célula que depois se multiplicará para me formar. Passados 7 dias entrei definitivamente no apartamento, que para mim é grande, pois meço apenas 8 mm. Vou habitá-lo 9 meses. Vivo aqui há um mês, mas a minha senhoria ainda duvida: foi a um perito a quem chama senhor doutor, que lhe confirmou a minha presença, e está tudo bem (tenho aqui um aliado que vai tratar dos meus interesses!!). Decidi chamar a minha senhoria de mamã. Sabem uma coisa? Mal faço o mínimo movimento, ela sente-se mal, cansa-se, fica enjoada e não tem razões nenhumas! Eu estou muito quietinha e até tenho um cordão para me agarrar! Agora cresço 1 cm cada semana, e, escutem bem, ouvi umas pancadinhas e descobri que já tenho coração. Também já mexo os dedos dos pés! Estou aqui há 3 meses; tento dar um sinal à mamã, mas ela não dá por isso. Imaginem que agora diz que os vestidos estão apertados; eu nem toco nas paredes, tenho tanta água à minha volta, enfim... A mamã foi ao doutor, ele disse-lhe para comer mais vezes e em menor quantidade; eu estou de acordo, às vezes até come coisas que não deve...iac...fico mal disposta! Estou feliz! Todos os dias há algo novo: já posso cuspir, tenho unhas, músculos! Hum... hoje estou com um humor de cão... A mamã parece ter perdido o juízo: passou a noite na discoteca. Que barulho infernal!! Senti-me violentamente atirada de uma parede para a outra, não preguei olho durante toda a noite; até pensei em sair daqui. Depois foi ao doutor, teve uma pequena hemorragia; ele pregou-lhe um sermão. (ainda bem que está do meu lado!!). Hoje a mamã ficou todo o dia sem se mover e eu descansei; decidi ficar. Continuam a gerar -se em mim coisas novas: olhos, orelhas, ..., cada vez sou mais EU! A mamã mira-se ao espelho, diz que os seios dela crescem e eu sinto uma coisa esquisita na boca; era capaz de chupar e não parar! Ela diz que

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ainda não tem leite, eu também não preciso disso! A mamã está a fumar e tomou uma bebida amarga. Não gostei nada, custa-me respirar. Manifestei o meu protesto dando-lhe uns pontapés, e ela tem-me um respeito enorme! Apaga logo o cigarro; dou um profundo suspiro de alívio e aspiro uma lufada de ar puro até ao fundo dos pulmões. A mamã é excelente, é por isso que é minha! Mas, às vezes, vejo-me e desejo-me com ela! Agora anda a fazer ginástica. Eu até fico com a cabeça à roda! Diz que é preciso, pois a pele está seca e precisa de ficar suave e elástica. Corre tudo bem, até agora. Já tenho cabelo e outras coisas, tenho capacidade vital, pois já tenho seis meses. Hoje a mamã foi às compras: roupinhas, fraldas, etc. Começa a falar comigo, chama-me tesouro, bonequinha... Diz que está de nove meses; tenho uma sensação esquisita, isto tem a ver comigo; sinto-me um pouco apertada, espero começar a crescer menos! Agora dizem que vão dar-me à luz, que vou vir ao mundo… Francamente não percebo nada, mas não me agrada. Cresci aqui e aqui fico!! Fomos hoje ver uma senhora chamada parteira, que quer apanhar-me, não restam dúvidas. Mas eu estou sob a protecção da mãezinha, ninguém me tirará daqui!!! Hoje o papá está nervosíssimo. A mamã tem muitas dores e aperta-me aqui dentro; a parteira pede calma e eu não estou nem tranquila nem confortável. Continuam preocupados: vêem o pulso, a temperatura e a tensão da mamã, fazem pressão sobre o meu apartamento e este só tem uma porta. A mamã começa a fazer muita força; tenho a cabeça à porta e não consigo resistir. Não há alternativa, vou sair. Saiu a cabeça, os ombros e o resto do corpo. Ah! E já que me obrigaram a sair, agora escutem-me, senão grito!… Buaaaaaaa!… Buaaaaaaa!… Buaaaaaaa!… Estou aqui! Joana Filipa Correia

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O que eles dizem e sonham A minha viagem a Lisboa do séc. XVIII

Quando cheguei a Lisboa, logo fiz muitas amizades. Um dos meus melhores amigos era Jácome Ratton, que era um estrangeiro, ou seja, pertencia a uma das muitas famílias estrangeiras que residiam em Portugal e se dedicavam sobretudo ao comércio. Certo dia, convidou-me a assistir a uma festa no seu solar. Cheguei lá viajando num lindíssimo coche de talha dourada, com medalhões, curvas e torneados, com estofos de seda e cortinas de veludo. Já no palácio, fiquei fascinada com o luxo e a ostentação em que as classes altas viviam. O seu vestuário era riquíssimo e a moda era a francesa. Reparei que as mulheres andavam com vestidos compridos, com cintas muito apertadas, usavam espartilhos e armações por baixo das suas saias - as anquinhas. Toda a gente usava cabeleiras francesas, penteados complicadíssimos, muitas jóias e laços, fitas e rendas. As mulheres não saíam de casa sem o leque e o lencinho e os homens, sem a sua bengala. Quando me convidaram para dançar o minuete, fiquei admirada com o vestuário do meu parceiro. Ele usava cabeleira com caracóis frisados, sapatos altos com “brutas” fivelas de prata, uma espada pequena, “o quito”, um lenço ao pescoço, tipo gravata, e calções pelo joelho, meia branca, um casaquinho de seda, chapéu de três bicos, com plumas e ainda notei que os seus dentes estavam muito brilhantes, envernizados e a cara com sinais de cetim. Pude também sentir o seu perfume - vinho da madeira. No dia seguinte, diverti-me imenso. Fui à tourada, ao teatro, à opera, onde me deparei com uma situação que não é vulgar hoje em dia: em vez de serem as mulheres a cantar e a representar, eram homens. Mais tarde, experimentei ainda a dança da pavana, joguei ao lencinho e à cabra-cega. Foi um dia em cheio! Quando regressei a Lamego, descrevi aos meus amigos os magníficos salões do palácio. O mobiliário era riquíssimo, em madeiras nobres cobertas de ouro talha dourada - e muito variado: papeleiras, contadores, cómodas e canapés. Em cima destes móveis, esta-

vam terrinas, candelabros, jarras, tinteiros, centros de fruta e bules em prata, ouro e porcelanas, vindos da Índia. As paredes estavam cobertas de muitos quadros raros, reposteiros, tapeçarias de Flandres e, dos tectos, pendiam grandes lustres. No entanto, nas cidades, apesar das transformações, era a gente do povo que se ocupava de todos os trabalhos de menor rendimento. Adorei a minha viagem! Cristina Saavedra

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Um dia de matança Eu sou natural de Magueija e, na minha terra, este é um dia de muita alegria e muito trabalho. Nos dias de matança levantamo-nos todos muito cedo, pois há sempre muito que fazer. A minha mãe começa por acender o fogão a lenha, para ter água quente para usar na lavagem dos porcos e, depois, prepara as panelas e bacias que vão ser utilizadas. O meu pai é que costuma matar os porcos, coisa que faz desde novo. Os meus irmãos e os meus cunhados seguram nos porcos, uns nas patas, outros no rabo e até mesmo nas orelhas. Como normalmente se matam quatro porcos em minha casa - dois para os meus pais, um para a minha irmã e outro para o meu irmão - o trabalho ocupa-nos o dia todo. Gosto, especialmente, quando o meu pai vai abrir a barriga do porco, pois gosto de ver o seu interior. Como diz o ditado “para ver o teu corpo mata o teu porco”. Ele começa por tirar os intestinos para um tabuleiro, onde a minha mãe vai tirar as gorduras, e a seguir tira o coração, os rins, o fígado, etc. Depois de tudo limpo vão pesá-lo, para ver, em média, quanto engordou. A minha mãe, depois de tudo feito, vai lavar os intestinos a uma nascente, para depois encher as chouriças e os salpicões. É um dia muito engraçado, onde toda a família se reúne e se diverte. Elisa Oliveira Gonçalves

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O que eles dizem e sonham Diálogo entre a Chuva e o Sol -

Deuses entram em pânico

Aaaatchim!…

Atchim!!!… Maldita Chuva! Atchim! Que tortura! Que mania! Sempre a molhar tudo e todos! Está tudo alagado! – reclamava o Sr. Sol. - O que é que tem a ver com isso?! Durante o Verão, também tem espaço para andar por aí, todo vaidoso, a mostrar os seus raios, seu invejoso! – defendia-se Dona Chuva. - Mas, Dona Chuva, o que é demais é moléstia! Dias e dias, meses e meses, chovendo sem parar, não vê que massacra as pessoas?! Veja o que tem provocado! Famílias sem casa, sem bens, agora pouco lhes resta! - Não sou só eu a culpada! As pessoas também contribuem para que desgraças como esta aconteçam! Elas utilizam produtos tóxicos que originam a destruição da camada do ozono. Assim, os raios ultravioletas penetram no nosso planeta, o que provoca um efeito de estufa. Como a terra aquece, temos os degelos e, como a água está em constante movimento, percorre o ciclo da água, podendo provocar precipitação em alguns locais e seca noutros. - Eu compreendo a sua situação, mas veja lá se melhora o clima! Controle-se! - Vou fazer os possíveis, mas olhe que o Sr. Sol também deve evitar exageros no Verão. Quantas vezes provoca secas, queimaduras nas pessoas que estão na praia!… - A culpa não é só minha. Tudo isto é agravado pela destruição da camada do ozono. Caros leitores, talvez seja altura de reflectirmos sobre este assunto e alterarmos o nosso comportamento. Cidadãos de todo o mundo, não utilizem produtos tóxicos pois se não os utilizarem, o clima tornar-se-á melhor, as culturas agrícolas não serão destruídas e poderemos ajudar a Dona Chuva e o Senhor Sol a resolver este problema. Cristina Saavedra e Joana Correia

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Estava D. Afonso Henriques algures no céu, quando, subitamente, ouviu um estrondo; olhou cá para baixo e, para seu espanto, viu a muralha de Santarém desmoronar - se, e disse: - Céus! Os deuses estão loucos! Quantos homens deram a sua vida para construir esta fortaleza?! Todas as pedras utilizadas foram escolhidas e “esculpidas”, para que ninguém a conseguisse derrubar. Só realmente a mãe natureza o conseguiria passados 20 séculos!... Devido às suas riquezas, eu queria conquistá-la! Mas... tornava-se impossível, pois estava muito bem resguardada, rodeada de muralhas, tinha um exército permanente e, para agravar ainda mais a situação, situava-se no alto de um monte. Contudo, não desisti. Iniciei a sua conquista numa segunda-feira, a 13 de Março de 1147. Como estava planeado, Mem Ramires escolheu os melhores caminhos para se aproximar das muralhas, sem que ninguém notasse que ele e um pequeno exército entravam dentro destas. Este homem era considerado por mim um dos melhores soldados. Então, nessa noite, foi o primeiro a subir à escada encostada às muralhas, para tomarmos a cidade de assalto (táctica muito apreciada por mim, confesso). Matou os sentinelas e abriu a porta para que eu e os meus companheiros entrássemos. Mas, para que as portas não se fechassem, ficou entalado entre elas, acabando por morrer. Assim, tomámos a cidade de assalto, saindo vencedores de tal batalha. Se bem me lembro, a certa altura, na alcáçova, ouvi os meus companheiros a murmurar: “Temos que nos orgulhar de sermos soldados de D. Afonso Henriques, pois este é considerado um homem valente, inteligente, prudente, um guerreiro que nos merece o nome de “Gigante” ou de “Leão Rugidor”. E senti-me muito orgulhoso. Mas, voltando aos tempos de hoje... Foi com imensa tristeza que soubemos do desabamento da muralha através da televisão, pois perdemos um monumento marcante do nosso património histórico onde se encontram muitas das nossas raízes. Agora, resta-nos esperar pela sua reconstrução e que os homens possam dar novamente vida a esta muralha que, de certeza, tem tantas histórias para contar... Cristina Saavedra e Joana Correia 6.º 5


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O que eles dizem e sonham Lá se vai o Inverno !...

Lá vai o Inverno despedir-se, para dar lugar à Primavera, no dia 21 de Março. As andorinhas e outras aves migratórias abandonam as suas “estalagens” nos países longínquos e regressam às terras de origem. As árvores começam a despontar as suas primeiras folhas, para dar um ar mais alegre à natureza. Primeiro despontam envergonhadas, discretas, depois tornam-se exuberantes. As flores cobrem a terra com lindos tapetes coloridos. O ar enche-se de lindas melodias com o chilrear dos pássaros que nos encantam com belíssimos concertos musicais. Paira no ar um cheiro primaveril, característico desta época. Um cheiro a frescura, a campo, a flores perfumadas... E é tão bom senti-lo!... A alegria “habita” no coração das pessoas que vestem roupas mais frescas devido ao tempo que começa a aquecer. Apesar de tudo isto, muita gente vai sentir a falta das brincadeiras na neve, principalmente as crianças. No próximo ano, ele vai regressar, com os seus amigos de sempre: o vento e a chuva, companheiros inseparáveis; e a neve e o granizo, que aparecem de vez em quando... Mara Pinto e Ana Pinto

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A vida dos mineiros No séc. XIX, o tempo de vida de um mineiro era muito curto. Esta profissão era muito difícil, devido a vários problemas: o desabamento de terras dentro das grutas, por causa das tábuas de madeira que seguravam os tectos e não se aguentavam a maioria das vezes; a falta de oxigénio e as poeiras dentro das minas, o que provocava doenças respiratórias; a ausência da luz solar; o uso de lanternas que também consumiam oxigénio; etc. Para além disso, havia ainda a exploração do trabalho infantil, pois em algumas

zonas mais estreitas só cabiam crianças. Como a exploração mineira era uma actividade que envolvia muita gente, as mortes por acidente ou por doença fizeram com que a população de Portugal diminuísse. Nas minas também eram utilizados póneis, já que os cavalos não cabiam dentro delas, para puxar os carros cheios de minerais. Quando os póneis entrassem para lá, não mais viam a luz do sol... eram, talvez, os seus últimos dias!... A vida de um mineiro era mesmo um pesadelo e ainda hoje, apesar das condições serem um pouco melhores, de vez em quando, vemos na televisão notícias sobre desastres em minas, em que geralmente morrem muitas pessoas... IMAGINEM SE TODOS NÓS TIVESSEMOS DE SER MINEIROS!!!

José Pedro Guerra

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O dia-a-dia de um estudante No inverno, quando nos levantamos ainda o dia não acordou. Depois de um ensonado e rápido pequeno almoço, corremos para o autocarro que passa na nossa terra pelas 7.00 h. No autocarro encontramos os nossos colegas habituais e, pouco a pouco, vamos despertando para mais um dia, igual a tantos outros. Conversamos e distraímo-nos com as paragens que o autocarro vai efectuando pelas povoações em que passamos. Quando chegamos à cidade, estão os nossos colegas a começar a preparar-se para se encontrarem às 8.30 h na escola. Eles ainda mal acordaram e nós já fizemos um grande percurso, cheios de sono e de frio. Nos dias de chuva, como têm estado, ficamos encharcados o dia todo e à noite, quando alguns já estão em casa, nós temos, ainda, que fazer de novo o mesmo percurso. Quase todos os dias, à noite, a vontade de estudar é pouca e o cansaço é muito. O que nos satisfaz diariamente é o convívio com os nossos colegas, mas o que realmente nos encanta é o acordar de manhã e depararmos com um grande e maravilhoso dia de sol. Marino Fonseca e Luís Gonçalves

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O que eles dizem e sonham

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Em busca da fortuna escondida

Da janela do meu quarto

Eu era uma pequena lavradora, ou seja, trabalhava no campo. Por ser mal paga, quis arranjar um novo emprego, mas só no Brasil encontraria um realmente bom, capaz de me tornar muito rica. Preocupava-me abandonar a família depois de viver tantos anos com ela; porém, tratava-se de muito dinheiro que eu não estava em condições de recusar. Parti de Lisboa no dia 1 de Março de 1865 rumo ao Brasil. Aqui permaneci 12 anos de vida. Custou-me a adaptação, mas valeu-me a língua ser idêntica à nossa e a ajuda de sete amigos que tinham viajado comigo; pouco a pouco, lá me habituei. Todos os dias recordava com saudade a minha família, que precisava imenso de dinheiro e também de mim. Durante cada dia de trabalho alimentava-me com meia dúzia de azeitonas e um naco de pão, por vezes já seco; trabalhava sempre de sol a sol, sem descanso, segundo o lema “deitar tarde e cedo erguer”, como queria o nosso patrão. Mas apesar de tantas dificuldades, cada dia me alegrava mais ao ver que conseguia amealhar algum dinheiro, pois significava poder regressar para junto daqueles que eu tanto amava. Depois de anos de muito trabalho e sacrifício, consegui tornar-me numa “brasileira” rica. Regressei então do Brasil com uma verdadeira fortuna. A minha primeira preocupação foi comprar um terreno na minha aldeia e aí construir uma casa luxuosa. Todos reparavam nas minhas vestes, o que me fazia um pouco vaidosa. No dia em que regressei, trouxe vestida uma bonita saia de cor clara, uma blusa branca, um coletinho e um casaco de peles tão rico e valioso que me fazia esquecer o calor que estava na minha terra. Foi bom tornar-me tão rica, mas acho que hoje, depois de desencarnar desta personagem, seria incapaz de abandonar a minha família que sempre me acolheu com muito carinho, bem como todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, me ajudam a crescer. Por isso, eu apenas partiria para o Brasil para lá me estabelecer, se todos eles fossem comigo.

Da janela do meu quarto vejo um mundo monótono e sem vida. Dali consigo espreitar tudo sem ansiedade do que virá, noites e dias de chuva que se perduram por anos, séculos, milénios. A minha janela é o meu cantinho, onde me refugio da vida real, da vida onde toda a gente tem pressas e problemas sem solução. Do meu refúgio consigo avistar um mundo sem seriedade, porque lá toda a gente anda devagar, sem stress, sem telemóveis, sem nada. Do meu canto consigo imaginar um mundo onde as pessoas fogem dos problemas. O meu cantinho é como se fosse uma nuvem voadora que me faz sobrevoar o mundo real e irreal. De lá de cima fico a assistir a tudo ou quase tudo. Lá, nos céus escuros de poluição fico espantada ao ver tudo e todos num mundo “stressado” e no outro mundo tudo corre vagarosamente. Ainda na minha nuvem tento alcançar outra janela para ver outro mundo ou outros seres. Ooops! alcancei as estrelas; então vou levá-las para o meu mundo. Tento pôr as estrelas no meu mundo, mas, com a luz, as pessoas assustam-se porque para elas a luz é a morte. E porquê a morte? Porque quando a luz se expande, as pessoas apercebem-se que o mundo real se aproxima. Os meus mundos são insignificantes, mais um do que o outro porque o meu mundinho pode ser monótono, mas é rico, porque não se vêem pedintes nas ruas, não se vêem crianças a pedir comida na rua. E tudo isso porquê? Porque o meu mundinho é imaginado por mim e pela minha janela. Quem sabe se o mundo das outras pessoas não é diferente! Eu não imagino tudo na perfeição, porque ninguém é perfeito, nem mesmo eu. Eu imagino o meu mundo assim, porque na minha cabeça é assim. É assim que eu imagino a vida; umas vezes branca e outras escura! Da minha janela consigo espreitar o mundo monótono sem vida p'ra amar! Da minha janela Consigo espreitar Eu e a minha nuvem Outro mundo imaginar!

Joana Correia

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Ana Sofia Couto

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Área-Escola Jogos tradicionais

Jogo da malha

A importância do jogo na educação é mais do que um passatempo, é um elemento indispensável para a expansão da personalidade infantil e adolescente e factor preponderante para a integração dos jovens na sociedade. "O jogo" é uma actividade de jovens. É preciso conservar-lhe a espontaneidade, a liberdade, a alegria, sinais característicos da idade. Nos jogos há vários tipos de participantes : - Os "bons" jogadores, que se dão totalmente ao jogo. - Os "maus" jogadores, que discutem a toda a hora. - Os "trapaceiros", que procuram adaptar as regras à sua vontade. - Os "briguentos", que julgam que têm sempre razão. - Os "orgulhosos" , que a qualquer preço, querem ganhar e não sabem perder. - Os "tímidos", que não ousam manifestar-se. - Os "medrosos", que não agem por receio de encontrões ou de quedas. - Os "impulsivos", que devem ser moderados. - Os "passivos", que é preciso encorajar e empurrar. - Os "distraídos" que nunca ouvem as explicações ou as esquecem. - Os "brutos" a quem é necessário ensinar a dirigir e a utilizar bem, tanta "vitalidade". - Os "sonhadores" que estão sempre no mundo da lua e se esquecem de jogar. Rita M.ª Santos

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Como se faz o Pião? O artesão corta um cubo de madeira especial, fazlhe um furo e coloca-lhe um bico de parafuso. Encaixa o pedaço de madeira no torno e com um formão torneia-o até ficar com uma forma bicuda. Faz, em seguida, a parte superior mais arredondada e, no final, faz-lhe uns sulcos que embelezam o pião. A madeira é de freixo. Se a madeira não for boa, o pião lasca todo quando leva as «Nicas». Cláudia, Francisco, Mariana e Jorge

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O Jogo da malha é um jogo tradicional do Interior Norte e Centro do País. Para jogar este jogo são necessários:  4 malhas (círculos de ferro de mais ou menos 10 cm de diâmetro e com quatrocentos gramas de peso);  2 pinos (pedaços de ferro de forma cilíndrica, oco ou não, com mais ou menos 10 cm de altura);  2 ou 4 jogadores, que formam duas equipas. As regras do jogo são:  os pinos são colocados entre 15 a 20 m de distância um do outro, em posição vertical;  cada par de malhas tem uma marca diferente, para distinguir as malhas de cada equipa;  junto de cada pino coloca-se um jogador de cada equipa;  para iniciar o jogo, sorteia-se a equipa que vai começar a jogar;  os jogadores de cada lado atiram alternadamente as malhas para o pino contrário;  por cada vez que se deita o pino ao chão a equipa ganha 6 pontos;  a malha que ficar mais perto do pino ganha 3 pontos, que podem ser acumulados aos pontos anteriores;  ganha o jogo quem somar primeiro 30 pontos. Joana Fernandes

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Área-Escola Inquérito

Os Santos Populares

Susana – Qual era a roupa que usavas há 50 anos? De que era feita? Isaltina – A roupa interior era feita de morim branco e era uma camisa com renda no pescoço e nas mangas. Por cima da camisa usava-se uma saia branca, com elástico na cinta e um bordado no fundo. Soutiens havia poucos e os que havia eram coletes entrelaçados e a apertar com uns cordões. A roupa exterior eram saias compridas, feitas de riscados e camisolas feitas à mão, e também se usavam as blusas feitas de chita. Susana – E o calçado? Isaltina – Usavam-se chinelas de verniz nas festas e socas para os dias normais. Susana – Fazias cascatas de S. João? Em que consistiam? Isaltina – Sim. Eram feitas de ramos de carvalho; punham a imagem de S. João lá dentro e pediam, com um prato, dinheiro para o mesmo Santo. Susana – Quais eram os jogos que fazias ? Isaltina – Jogava-se à macaca. Fazia-se um desenho feito de quadrados, tinha-se uma pedra que se atirava e saltava-se ao pé coxinho, dava-se uma volta, apanhava-se a pedra e saíamos. Também se jogava à roda. Esta tinha uma música muito particular que começava assim: «A mão direita tem uma rosinha, que dá rosas no Mês de Maio». Nesse jogo ficava uma criança de fora, abria-se a roda, ela entrava e a música começava: «Entrai, entrai pela roseira, fazei caretas a quem não gostares, e abraçai a quem mais amares». A que levasse a careta tinha que sair da roda e começava tudo de novo. Susana – Com que idade é que começaste a trabalhar? Isaltina – Mais ou menos por volta dos 7 ou 8 anos. Susana – E estudavam ? Isaltina – A maior parte não estudava porque não tinha possibilidades económicas para o fazer e além disso tinham que ajudar os pais nas terras.

Ó meu rico S. António, Leva-me contigo, ao colo, Até ao extremo do mundo, Mesmo juntinho do pólo. Ó meu S. João do Porto, Santinho do alho-porro, Dos martelos e das fogueiras, S. João, eu sem ti morro! Ó S. Pedro, ó S. Pedro, S. Pedro, meu camarada; Não deixes roubar as chaves, Senão vais para a esquadra.

S. João das Fontaínhas S. João das Fontaínhas És um santo popular, Tuas moças são rainhas A cantar e a bailar. Na noite de S. João, Fui lá ver o arraial, Rebentaram-me o balão, Mas eu comprei outro igual. Nesta noite de alegria Não há sono nem tristeza, Há martelos, há folia, Salta-se a fogueira acesa. Os alhos e a cidreira, Trazem perfume no ar, Venha, menina trigueira, Meu manjerico cheirar!... Os ranchos trazem tambores E bebem do garrafão Nos seus arcos há flores Que vão ficando pelo chão!...

Poesia A treze do mês de Junho Santo António se demove S. João a vinte e quatro E S. Pedro a vinte e nove. Dos três santos populares Conheces bem S. João Os outros dois, se tentares, Também sabes bem quem são.

( A Sr.ª D. Isaltina é avó da Susana )

Susana Oliveira

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5.º 8

Carina Paiva

5.º 1


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Área-Escola Santos populares S. João a vinte e quatro, S. Pedro a vinte e nove, O Santo António a treze Por ser o santo mais

pobre.

S. João Lá na casa da Rosinha festejando o S. João, soltaram muita estrelinha mas não soltaram balão.

No altar de Santo António Está um vaso de açucenas Onde vão as moças todas A chorar as suas penas.

Porque o balão, meus amigos, é bonito, e muito lindo, mas saindo cá do chão vai subindo... vai subindo.

Ao soar das guitarras, Pelos bairros e ladeiras, As moças alvoraçadas Fazem roda nas fogueiras.

- Onde vai? - Não sei, não.

S. João S. João é muito rico Tem cascatas, carvalheiras, Tem cravos, tem manjericos, Orvalhadas e fogueiras.

Por isso a linda Rosinha balões não quis mais soltar. Podiam cair lá longe e muitos danos causar.

Cá vou na rusga, contente Porque esta noite a cidade Mais do que um rio de gente É um mar de humanidade. Na noite de S. João O meu bem, não é meu bem! Somos todos uns dos outros E não somos de ninguém.

Os três santos populares Santo António já se acabou O São Pedro está-se a acabar... São João, São João, São João Dá cá um balão para eu brincar.

Santo António Santo António pobrezinho, Dá-me a luz do teu olhar, Que há trevas no meu caminho E mal posso caminhar. Santo António peregrino, Crê no anseio desta prece: Faz sorrir o meu destino, Que tão triste me parece! Santo António complacente, Não me negues protecção,


Passatempos e Curiosidades

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Sopa de Letras Descobre, na sopa de letras, as seguintes palavras relacionadas com a Música: nota, música, mínima, colcheia, flauta, sol, órgão e semínima. A D

I

T S D A S K R T A Z X U C

F X S D G A B Z M U G N S O X O G L H G G N V X N H F A J

I

N N D E G S

H G T L A L J

F C

J

G C

L A D U O O S R F E L H V A H H O L F L T T L T S M E S X S T E P Z Z G P A J R N H F

I

F

I M D D D R

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P O H O A N N V F C D A

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G L D

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F O G F V H

F B

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E T U A P

F M H L H J

A F

I

R M U S

C A F S

I

I

J

S L L G

Sabias que.... ... as cobras ouvem sem orelhas? É verdade! Se não sabes, as cobras também conseguem ouvir, apesar de não terem orelhas. Para ouvirem, encostam a cabeça no solo e captam vibrações dos movimentos dos animais que se aproximam. As vibrações chegam ao cérebro deste animal, através de um sistema parecido com o que existe no interior do ouvido humano. Mara Pinto

6.º 6

G U O T S D H P H L X L O P R F T

I

R Q E R T U

O M I

N

I M A

Pedro Nuno

I

I

O P A L L D F

U L K M C D G H

6.º 6

Passatempos da disciplina de Português

Já é tempo de saberes que estás na Primavera! O que é que as andorinhas costumam fazer na Primavera? - Entram para as nossas casas e fazem estragos. - Emigram para outros países como a África. - Põem-se às picadelas nas árvores. O que é que as pessoas vestem na Primavera? -Casacos de peles quentíssimos e botas de biqueira de aço. -Vestem manga curta e calções e calçam sapatilhas confortáveis. -Ficam nus para a vida inteira. O que é que as pessoas fazem na Primavera? -Andam a aproveitar um dia de sol para passear. -Praticam desportos nos lugares adequados. -Ficam em casa a ver o “Big Brother”, na televisão. Tiago Afonso

6.º 6

1

P

2

O

3

R

4

T

5

U

6

G

7

U

8

Ê

9

S

1- Palavras que se escrevem e se lêem de maneira semelhante mas com significados diferentes 2- Recurso estilístico 3– Correspondência de sons no final de dois ou mais versos 4- Pronome pessoal 5- Nome de um herói grego de um livro de Homero 6- Verbo na 1ª pessoa do Pretérito Imperfeito do Conjuntivo 7- Determinante artigo indefinido 8- Palavra cuja sílaba tónica é a antepenúltima 9- Advérbio de afirmação Joana Correia e João Neto 6.º 5 Luís Sousa, Marisa Monteiro e Pedro Loureiro 6.º 6


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Pรกgina Final


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