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Ă?ndice 04_F

ocus on

08_E

Designers: Felipe Oliveira Baptista

ntrevista

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Blues

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earne

Cotton: The coolest girl in London

32_T

hink fetish, think trendy

36_L

er.

40_S

Ver. Ouvir. / Rtro Ir...

hopping

Guide

rtr


Editorial

rtro.magazine rtro.wordpress.com rtro.magazine@ymail.com

A TV e os media em geral cada vez mais se assemelham a uma passerelle. Só que, em vez de desfilarem criações de ca-

Editora-chefe

sas e nomes conceituados, desfilam dezenas de anúncios com

Margarida Cunha

produtos e serviços deslocados do seu real momento de con-

Redactores

as nossas vidas à força, tentando recriar um espírito que deve-

Margarida Cunha

ria desabrochar ao nosso próprio ritmo. Ainda não chegou a

Adriana Couto

semana de Natal propriamente dita e já estamos todos fartos

Catarina Oliveira Marlene Ribeiro SIlvia Cardoso Joana Vilaça Catarina Ferreira Catia Marques

sumo. Exemplo disso mesmo é a época natalícia, que invade

do bacalhau, das prendas, das estratégias que a psicologia pop nos ensina para lidar com o stress da temporada, das Popotas e Leopoldinas, e de todos esses símbolos que temos de engolir – e que acabam por surtir um efeito perverso, levandonos a desenvolver anti-corpos em relação ao Natal. Assim sendo, não nos alongaremos muito sobre o tema.

Fotografia

Este mês, deixamos um shopping guide inspirado em décadas

Catarina Oliveira

marcantes. Assim, os produtos que sugerimos tentam captar

ro

Luis Valadares Paginação Manuel Costa

a aura desses períodos, para que possa ser recriada de forma pessoal. De resto, a criatividade que nos inspira a compor looks e mesclar peças será uma ferramenta cuja exigência será constante no ano que se avizinha, antecipando-se desde já uma

Modelo

temporada de grandes dificuldades. Porque o pessimismo que

Rita Robalinho

(diz-se) nos corre nas veias não é uma opção produtiva, restanos aproveitar as adversidades para desenvolver um outro olhar sobre as coisas: mais crítico, mais apurado, mais capaz de filtrar o que nos é apresentado, num mundo cada vez mais saturado de imagens e opções de compra. Ser ingénuo e acrítico não é uma opção quando a tarefa é sobreviver. A lei da selva continua: os mais fortes são os que revelam maior capacidade de adaptação. Por isso, que 2012 revele o guerreiro que há em nós: na Moda, na sociedade, na vida. Boa leitura! Margarida Cunha Editora-Chefe



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Focus on Designers

Felipe Oliveira Baptista por Catarina Oliveira

De origem açoriana, Felipe Oliveira Baptista já deixa marcas na passerelle francesa. Com apenas 36 anos, é visível o seu sucesso e é o novo director criativo da casa Lacoste.


Focus on Designers Felipe Oliveira Baptista decidiu largar Lisboa e aventurar-se em Londres, na Kingston University. A partir daí foi crescendo o interesse por Moda, que o levou a tornar-se designer. Trabalhou para marcas como a Maxmara e Cerruti, ditando o início de um percurso que iria ser certamente bem-sucedido. Em 2003 criou a sua própria marca, de nome homónimo. Não faltou muito para que em 2005 começasse a apresentar na Paris Fashion Week. As suas colecções não passaram despercebidas e em 2010 foi apontado como director criativo da Lacoste. Baptista continua a apresentar a sua marca e optou por nos mostrar looks maioritariamente pretos para o Inverno


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de 2011. Desconstruiu a silhueta femi-

Para a Lacoste, Felipe Oliveira Baptista

nina e deu-lhe novas texturas e tecidos,

não desiludiu. A gama L!VE apresenta-nos

criando assim uma espécie de guerreira

cores garridas e juvenis, dedicados a uma

pós-apocalíptica, sem renunciar ao luxo,

plateia com espírito jovem. O próprio croc-

presente nas peças mais brilhantes. Traz

odilo icónico tem uma imagem mais fres-

alguma cor forte e escura para comple-

ca. A colecção Club dedica-se a um público

mentar o negro e acima de tudo consegui-

mais elegante, com malhas de cores ti-

mos ver uma colecção quente, com casacos

picamente de Outono, quentes e práti-

grandes e pesados, que contrastam com os

cas, para a mulher que gosta de se sentir

vestidos e saias mini, e conjuntos evening.

confortável, ainda que sofisticada. c


Entrevista por SĂ­lvia Cardoso


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Nada “boring”, deixem a miúda tal e qual como ela é!

No LX S

tate of

Fashion encontramos uma blogger genuína: a

Cátia Santos Reis diz o que pensa e di-lo de forma fundamentada. Não se rende à obtenção de uma popularidade fácil e de forma meiga. Pode não patrocinar giveaways, mas gives away informação útil e crítica relativamente à Moda. Há uns anos, 50 visitas no contador de estatísticas do blogue deixavam-lhe um sorriso na cara. Eram poucas mas boas, até porque “quantidade não é qualidade”. Não anda com roupas coloridas e exuberantes, mas a simplicidade do seu estilo é disfarçada. Olhem com atenção e encontrarão sempre um twist. Não alimenta clichés e não cai em “verdades” fáceis, sabe o que tem com o LX e para onde vai. O blogue tem futuro (presente e passado) mas o futuro da Cátia assume outras formas. Vai passar o Natal a fazer bolos, é o melhor da época festiva, diz ela. Delicioso, não é? Conheçam-na!


A maneira como nos vestimos diz sempre alguma coisa (ou muita) sobre nós. Se te visses a ti própria na rua enquanto terceira, como definirias “essa miúda”? Olharia para mim e pensaria “Que boring! Dêem alguma cor a esta miúda”. Estou a brincar! Não tenho propriamente noção da imagem que transmito. Mas provavelmente pareço mais séria e composta do que aquilo que sou na realidade. Perguntam muitas vezes à minha mãe se gosto de Moda e tomo isso como um elogio. Com que idade começaste a sentir que tinhas alcançado um estilo com o qual te identificavas em pleno? Ou continuas em metamorfose?

"Acredito que ter um blogue ou estar atenta a blogues de streetstyle nos permite descobrir um pouco mais sobre o nosso estilo." Diria que continuo em metamorfose. Mas, sem dúvida, que aos 23 anos me sinto mais segura das minhas opções e sei distinguir aquilo que gosto, daquilo que não gosto assim tanto. Acredito que ter um blogue ou estar atenta a blogues de streetstyle nos permite descobrir um pou-


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co mais sobre o nosso estilo. Ao longo dos

A palavra crise entra-nos pela casa

anos tive vários estilos. Tive uma fase mais

e percorre as mesmas ruas que nós.

street, em que usava ténis e roupa bastante

Não podemos assobiar e olhar para o

colorida, mas depois fui acalmando e hoje

lado. Como vês a moda encaixada no

é raro recorrer a alguma cor mais exuber-

meio desse drama e colapso social que

ante.

existe numa escala global? What’s the

Quando te vestes: o que te inspira? Tough question! Gosto de estar vestida de acordo com a ocasião, mas tenho uma certa tendência para get overdressed. Gosto do ritual de me arranjar, de perder tempo com isso. A inspiração vou buscá-la ao que vejo durante as semanas da Moda, nos des-

WORLD State of Fashion? Defendo que é preciso olhar para a crise como uma janela de oportunidade. A crise tem sido muito nefasta e penosa para o nosso dia-a-dia, mas devemos tirar dela uma lição. Talvez não precisemos de comprar tanto como comprámos até aqui, talvez não seja necessário tanto excesso. Apesar das estatísticas recentes que apareceram

"Sou muito metódica a vestirme e diria que 90% dos dias sigo quase um uniforme."

nos media (aquelas que apontam que as famílias portuguesas gastam mais em presentes de Natal do que as famílias alemãs), acredito na emergência de uma nova men-

files e fora deles, a blogues e sites de street-

talidade. E, do mesmo modo que o contex-

style, revista... Gosto de uma estética mini-

to socioeconómico se reflectiu na Moda

malista, mas ao mesmo tempo edgy. Não

noutras ocasiões similares, o mesmo está a

gosto muita de cor, por isso ando sempre

acontecer agora. A popularidade da estéti-

em tons de preto, cinza e branco. E, agora

ca minimalista é disso exemplo. E claro, re-

que estamos no Inverno, gosto de chunky

correndo à linha de pensamento de Dries

sweaters e raramente uso calças. Aliás, já

van Noten, a Moda tem esta capacidade

não me lembro da última vez que comprei

de nos fazer sonhar e isso pode ser um es-

um par de calças. Sou muito metódica a ve-

cape em tempos tão sinuosos como estes.

stir-me e diria que 90% dos dias sigo quase um uniforme.


Entrevista Sei que estás debruçada sobre uma tese de mestrado que diz respeito à relação blogues e moda. O que há de saudável e de menos saudável nessa relação?

baseada na verdade. Sabemos que há muitos bloggers internacionais que vivem única e exclusivamente dos frutos dos blogues que

A minha tese procura analisar a dinâmica entre os blogues de moda e a pressão do Marketing e tem sido interessante procurar trazer alguma validade científica para um assunto que me entusiasma particularmente e sobre o qual ainda existe muito pouca investigação académica. A proximidade dos blogues às marcas tem um potencial e um perigo que eu diria serem equivalentes. Primeiro porque coloca o blogger perante um duelo, ao qual é dado o nome de duelo marketer – consumer, que tem influência directa no modo como este comunica e como a comunidade de leitores

de congruência e existir uma comunicação

recebe

e

percepciona

a

mensagem.

mantêm. Crês esse cenário possível em Portugal? Esse cenário já existe em Portugal, a uma escala micro, é certo. Mas existe. Não condeno essa opção, mas é uma ideia à qual ofereço alguma resistência. Para mim, um blogue é apenas um blogue, o LX é apenas o LX. E esta é capaz de ser uma concepção naïve do que são os blogues de moda nos dias de hoje, mas é aquela que tenho. Defendo que devemos trabalhar naquilo que gostamos realmente - o que, nos dias que correm, é cada vez mais um privilégio - e

"Não tenho ambições profissionais para o LX. Não me assumo como blogger profissional e o meu futuro não passa por aí."

Se pensarmos na génese dos blogues, de moda ou de qualquer outra temática, esta está intimamente relacionada com a ideia de partilha de opiniões. Se por um lado os blogues permitem trazer algo de humano à Moda e às marcas, também há o perigo de estas opiniões serem enviesadas. Acima de tudo, acho que deve haver uma linha

portanto, se é isso que acontece, então que se viva única e exclusivamente

do blogue, até porque é legítimo tirar benefícios de um trabalho que é nosso, no qual despendemos muito do nosso tempo, e que se traduz numa mais-valia para as marcas. Agora, aplicando isso a mim, não tenho ambições profissionais para o LX. Não me assumo como blogger profissional e o meu


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futuro não passa por aí. Como achas que está o nosso país em termos de ofertas de formação na área de Moda? A tendência é para melhorar. Existem hoje várias opções, tanto a um nível

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como Londres oferece, mas a dimensão do mercado de trabalho e da importância que a Moda representa não é exactamente a mesma. O que há a mais e a menos na blogosfera portuguesa?

académico, como não e que, segundo as

Quando comecei o LX no Wordpress,

opiniões que oiço, a qualidade de muitos

ainda em 2009, lembro-me da felicidade

é reconhecida. Claro que ainda não dispo-

que sentia ao ver que tinha tido 50 visi-

mos do leque de opções que uma cidade

tas no dia anterior. E isso era um bom


dia! Não existiam seguidores, nem

marca nos envia um batom ou um

tampouco passatempos. Era tudo

vestido, isso não faz desse batom

muito cru e sincero. O que quero

ou desse vestido a melhor coisa à

dizer com isto é que ter um blogue

face da Terra. Há que ter respeito

bem-sucedido não tem apenas

por quem nos lê diariamente e isto

que ver com números, nem com a

é uma coisa pela qual me bato mui-

quantidade de parcerias estabel-

to. Diria que falta também con-

ecidas ou eventos para os quais

hecimento. A Moda não é apenas

se é convidado. E eu não consigo

looks do dia nem roupas – e aten-

deixar de sentir saudade (um dia li,

ção que não estou a fazer qualquer

no livro de um filósofo português,

julgamento de valor. É algo mais

que saudade é singular) desses

profundo que isso. Agora claro que

tempos. Tudo era mais verdadeiro

existem coisas muito positivas.

e transparente. O que há a menos

Quando comecei, contava-se pelos

na blogosfera? Espírito crítico e

dedos de uma mão as miúdas que

responsabilidade. Só porque uma

cedido u s m e b m blogue u r e ntidade t a e u u q q a é m o t s, nem co er com is o r iz é convie d e m o s r ú e n is u a q m u o q e c "O qu s para os s que ver o t a n n e e v p e a u não tem lecidas o e b a t s e s ria dado." de parce


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Entrevista colocavam looks do dia. Hoje vemos uma

processo de auto-aprendizagem constante,

multiplicidade de estilos e perspectivas, e

hoje sei muito mais sobre mim mesma do

isso é muito enriquecedor. Diria também

que há uns anos atrás e ter um blogue con-

que as pessoas estão mais despertas para

tribui muito para isso. Há muitos momen-

os blogues de moda e, claro, também as

tos em que questiono a continuidade do

marcas, o que pode ser algo de extrema-

LX e em que me pergunto porque dou tan-

mente positivo para todos os envolvidos,

to de mim a um simples blogue, que eu não

se houver o tal espírito crítico e responsab-

sei até que ponto é benéfico para a minha

ilidade, que referi anteriormente. No fun-

imagem, sobretudo se pensarmos que os

do, aquilo que de melhor tem um blogue

blogues de Moda não são assim tão bem

para oferecer é a humanização que confere

vistos por aí, mas um dia disseram-me “Se

à Moda.

é algo que te dá prazer, porquê colocar essa

De que forma é que o blogue afectou/afecta a tua vida?

questão?”. E tenho vivido segundo essa regra, desde então.

O LX não é o meu primeiro blogue.

Pergunta cliché mas que queremos

Antes dele, existiram, pelo menos, out-

todos saber: nomeia um(a) (ou dois

ros dois. Portanto, esta coisa dos blogues

porque somos generosos) designer

já está muito enraizada em mim. Gosto

preferido; style icon; peça de roupa es-

realmente da ideia de partilha, de sentir

sencial, década e blogue favorito.

que existe alguém que lê, que perde cinco

O meu alltime favourite designer terá que

minutos do seu tempo com o LX. Ter um

ser Yves Saint Laurent. Nenhum outro

blogue consegue ser extenuante, sobretu-

criador influenciou tanto o modo como a

do no início, porque só conseguimos pen-

Moda chegou aos dias de hoje como ele.

sar e falar acerca disso. Mas é também mui-

Admiro também a ética e genialidade de

to recompensador. Se não fosse o LX, não

Miuccia Prada.

teria conhecido pessoas fantásticas, com

Não tenho um style icon, mas gosto

as quais criei amizade. E, mesmo depois de

daquele estilo próprio das editoras de

dois anos e qualquer coisa de LX, continuo

Moda. Neste momento, ando muito incli-

a ter borboletas no estômago quando leio

nada para a Christine Centenera.

comentários e e-mails. O LX é também um

Peça de roupa essencial? T-shirt e, nesta


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altura do ano, chunky sweaters. The biggger, the better! Mais uma vez, não tenho uma década preferida. Talvez os anos 90. Blogue favorito? Gosto de blogues suecos, como toda a gente sabe. Adoro o da Columbine. Ela não escreve muito, mas o pouco que escreve permite quase conhecêla e eu gosto de sentir essa proximidade. Outra coisa que lhe admiro é a postura low-key. Como vais passar este Natal? Ainda não sei se estarei por Lisboa ou se irei até à terra do meu pai. De qualquer das formas, devo passar o Natal a cozinhar e a fazer os típicos doces natalícios, que me dá sempre muito gozo. Diria que a minha parte preferida do Natal é mesmo estar horas enfiada na cozinha a fazer filhoses, coscorões, bolo-rei, sonhos, you name it. E não ligo nenhuma a prendas! Esta entrevista é para a RTRO Magazine. O que é para ti ser RTRO? Partindo da associação à palavra retro, ser retro é permitirmo-nos aceitar o passado, como ele aconteceu, e trazê-lo e actualizá-lo ao presente. É quase um movimento contra corrente, o que em Moda pode ser muito interessante. c



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Winter Blues por Monica Dias

Quem

já não foi afectado pelas

mudanças de estação? Quem nunca se sentiu repentinamente triste só porque o tempo arrefeceu, trazendo consigo a chuva e a noite gélida que cai ao fim da tarde? Todos os anos nos deparamos com esta mudança brusca do tempo. Contudo, nunca nos habituamos nem aprendemos a lidar com ela.



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A chegada do Outono é difícil de aceitar. A ideia do fim dos dias quentes de Verão, das idas à praia, das sestas ao sol e das saídas quase todas as noites deprimenos. O Outono torna-se melancólico exactamente por isso. Se ainda no início de Setembro dávamos tudo por um banho refrescante, agora fugimos à chuva para nos resguardarmos em lugares quentes. O convívio com os amigos é posto para segundo plano, bem como as saídas de lazer com a família porque neste momento não há nada melhor que nos enroscarmos num cobertor quentinho ao lado de um aquecedor ou de um fogão a lenha. Afinal, para quê sairmos de casa, expormonos à chuva e ao vento frio, se podemos ficar quentinhos e sossegados onde estamos? Mas esta melancolia não resulta apenas do espírito de negação que adquirimos nesta época do ano. A verdade é que, como com a chegada do Outono, uma pessoa vê-se obrigada a mudar drasticamente de rotina, sobrando sempre momentos de solidão que nos fazem reflectir e levantar questões sobre a nossa vida. Este isolamento gradual torna-nos excessivamente nostálgicos e, consequentemente, depressivos. Este sentimento é algo que, embora se repita todos os anos, continuamos sem saber como controlar. É como um vírus,



22 – 23 |

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estes winter blues! Para além disso, a esta

drome de mudanças de humor com a

estação do ano soma-se o início das aulas

chegada dos dias quentes, mas o número

- que por sua vez traz os trabalhos e os ex-

de pessoas afretadas é pequeno em com-

ames à lista de preocupações diárias -, ou o

paração às que sofrem com a chegada do

regresso ao trabalho – horários e deveres a

frio. Por isso, remetendo para todos aque-

ser respeitados e cumpridos todos os dias.

les que se ressentem com o winter blues, a

É um misto de sentimentos que, associa-

RTRO deste mês decidiu combater a fadiga

dos ao cansaço, tornam a chegada do Ou-

que se acumula com a chegada do Outono

tono algo indesejada.

e criar um ambiente que, ao mesmo tempo

Facto é que existe também esta sín-

que nos envolve nesta época fria do ano,


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Winter Blues mostra-nos que, se o desejarmos, controlamos o nosso estado de espírito e o nosso humor. A RTRO convida por isso todos os seus leitores a perderem-se na magia do bosque encantado. O único local que resguarda o cofre das emoções mais puras e das boas sensações que, por vezes, com a chegada deste tempo frio, esquecemos que existem. Nada que um toque de magia para alegrar estes dias que cada vez mais nos aproxima do Inverno. c

Fotografia Catarina Oliveira Modelo Rita Robalinho Assistentes Mafalda Cerdeira João de Melo


26 – 27 |

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Fearne Cotton:

The coolest girl in London por Catarina Ferreira

D

e todas as it girls de Londres, Fearne

Kilimanjaro para a Comic Relief), e ganhou

Cotton é sem dúvida a mais cool.

já prémios como Melhor Personalidade

Mantendo-se sempre fiel ao típico London

Televisiva, mostrando assim que é favorita

Cool, Fearne cria o seu próprio estilo que é

entre o público inglês.

apreciado e emulado pelas raparigas mais hip da cidade. A sua carreira começou em 1998 no

O seu estilo está a par das tendências mas tem sempre um toque muito individual e pessoal.

programa The Disney Club após ter sido

Fearne é agora DJ da BBC Radio 1 mas

descoberta num programa de talentos no

continua a ser conhecida pelo seu estilo

Reino Unido. Desde então, Fearne é pre-

inconfundível. Aqui ficam algumas sug-

sença regular nas televisões inglesas e

estões para poder ser também a rapariga

também nos mais variados eventos de en-

mais cool da sua cidade.

trega de prémios e de caridade (já subiu o


28 – 29 |

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Fearne Cotton

Vestido Zara 79.90€

Chapéu Mango 25.95€

Casaco Mango 79.95€

Botas H&M 29.95€

Vestido blanco 29.99€


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Calças Zara €39.95

Bolsa H&M 19.95€

Blusão Blanco 39.99€

Saia Zara 29.95€

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Think fetish, think trendy por Joana Vilaรงa


32 – 33 |

A

rtro

moda é sem dúvida uma porta à

uma pitada de ousadia, aliada a uma boa

imaginação ilimitada, onde a sen-

dose de confiança, para incorporar peças

sualidade transparece numas botas bond-

fetish no guarda-roupa. Como não pode-

age, no pêlo, na pele, nas cores escuras e

ria deixar de ser, a moda, como em todas

fortes, na lingerie usada como peça exte-

as temporadas, reinventa-se, sendo que

rior. Pensar em fetish é pensar em fanta-

nesta friorenta estação o ambiente vai

sia, em luxúria, em opulência. Mas fetish

aquecer com peças onde a sensualidade

é muito mais que uma imagem sensual:

se estabelece como regra inquebrável. Os

é indubitavelmente uma forma de es-

apelos à fantasia e esoterismo fizeram-se

tar, repleta de significados. É assim uma

sentir nas grandes casas da Moda, desde a

tendência audaz, onde não há espaços

passerelle de Louis Vuitton, passando pela

para preconceitos e medos. É necessário

Gucci, Dior, Marc Jacobs, T. Mugler e até


Think fetish, think trendy mesmo Givenchy. Se são as grandes marcas que criam tendências, na mesma linha de pensamento podemos dizer que as it girls demonstram-nos como as devemos usar e torná-las ainda mais únicas. Basta pensarmos no famoso caso da Kate Moss para o desfile da Louis Vuitton, onde Kate deslumbrou com umas botas estilo bondage, casaco de pêlo e uns calções justos e super curtos. Para completar este momento icónico, desfilou de cigarro na mão. Mas não foi apenas Kate que aderiu à tendência mais quente desta estação. Outras fashionistas também o fizeram e as Semanas da Moda são um óptimo exemplo disso mesmo. Desde Anna Delo Russo, Olivia Palermo, Christine Centenera, ou até mesmo Lady Gaga, em algum momento causaram furor com esta tendência. Mas a pergunta é, será possível no dia-a-dia incorporar esta tendência no nosso guardaroupa? Será uma ideia exequível? Ora, na RTRO respondemos: porque não?! Nós por cá pensamos que esta tendência pode e deve ser usada por todas aquelas que não têm problema em assumir a sua sensualidade, em demonstrar o seu lado mais exuberante. Eis algumas propostas que a RTRO sugere nesta edição. c

Dia-a-dia - Veludo incorporado na tendência FETISH


Noite - Tendência metálica incorporada na tendência FETISH

35 – 35 |

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Ler. Ver. Ouvir. por Marlene Ribeiro

rtro Ir...

BRAGA Exposições O quê? Ana Pérez-Quiroga: Fotografia Quando? De 6 a 27 de Janeiro Onde? Museu Nogueira da Silva www.msn.uminho.pt O quê? Perfumes do Oriente Quando? Até Setembro Onde? Museu Pio XII


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Ler Uma Prenda para Eugénio com Algumas Tulipas Poemas e Pinturas de 67 poetas e artistas para os 80 anos de Eugénio de Andrade Autor: vários Editora: Edições Asa Ano: 2003 Lançado em 2003, no dia em que Eugénio de Andrade comemorava 80 anos, este é um livro imponente em homenagens e dimensão. Os artistas Cristina Valadas, Graça Morais, José Rodrigues, Júlio Pomar, Vítor Costa, e os poetas Herberto Helder, José Carlos de Vasconcelos, José Viale Moutinho, Luísa Dacosta, Manuel Alegre, Manuel António Pina, Mário Cláudio e Vasco Graça Moura, entre tantos outros, ofereceram, num gesto pouco comum pela grandiosidade, obras visuais e poéticas inéditas a quem, na sua franca humildade e no seu irreprimível rigor, escreveu um dia: “No prato da balança um verso basta para pesar no outro a minha vida.”

Outros O quê? Animais Nocturnos, pela Escola da Noite Quando? 2 e 3 de Fevereiro, 21h30 Onde? Theatro Circo www.theatrocirco.com

ESPOSENDE Música O quê? Fatboy Slim Quando? 10 de Fevereiro Onde? Pacha de Ofir www.pacha-portugal.com/

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Ler. Ver. Ouvir

Ver Joyeux Noel/ Feliz Natal Realização e Argumento: Christian Carion Com: Benno Furmann, Diane Kruger e Guillaume Canet Ano: 2005 Género: Drama A guerra que chegou no calor do Verão e da inimizade política atravessava o primeiro frio Inverno e inevitavelmente o primeiro Natal. De um lado franceses e escoceses, do outro alemães. Até ao momento da celebração e de descobrir que debaixo da outra farda há um homem igual. O mais extraordinário é esta história ser inspirada numa história verídica. Feliz Natal é muito mais que um filme sobre guerra: é um filme sobre humanidade com uma estética visual e uma construção narratológica notáveis.

FAMALICÃO

GUIMARÃES

Teatro O quê? As Lágrimas Amargas de Pretra Von Kant de R. W. Fassbinder, uma co- produção Teatro Nacional D. Maria II + ACE/ Teatro do Bolhão Quando? 28 de Janeiro, 21h30 Onde? Casa das Artes de Famalicão casadasartes.blogspot.com

Bailado O quê? O Quebra-Nozes Quando? 11 de Janeiro, 21h30 Onde? São Mamede Centro de Artes e Espectáculos www.sao-mamede.com Musica O quê? Evols Quando? 14 de Janeiro, 24h00 Onde? Centro Cultural Vila Flor www.ccvf.pt


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Ouvir A Montanha Mágica Musico: Rodrigo Leão Editora: Sony Music Records Ano: 2011 As melodias de Rodrigo Leão falam a língua da alma. E o nosso corpo vibra. Em A Montanha Mágica não há-de ser diferente. O disco tem canções com um piano muito intenso e outras em que a guitarra portuguesa passa serenamente. No total, são 12 temas. Rui Vinagre, Scott Matthew, Thiago Petit e Tó Trips são alguns dos convidados. A acompanhar o CD vem o DVD do concerto no Casino Estoril da digressão Instrumental.

PORTO Exposições O quê? Handjobs, de Esgar Acelerado Quando? Até 10 Dezembro Onde? Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim Musica O quê? LMFAO Quando? 17 de Janeiro, 21h00 Onde? Coliseu do Porto www.coliseudoporto.pt

O quê? dEUS Quando? 3 de Fevereiro, 21h00 Onde? Teatro Sá da Bandeira www.teatrosadabandeira.com Workshop O quê? Dança indiana, por Diana Rêgo Quando? 14 de Janeiro e 18 de Fevereiro, das 10h30 às 12h30 Onde? Contagiarte www.contagiarte.com

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Shopping Guide 20's

1

4

5

Guide

hopping

2

6

3 1

2

3

Ícone escolhido

Peça de vestuário

Filme

Coco Chanel

Vestido, ASOS

Caixa de Pandora, Louise Brooks

4

7

6

Album

Livro

Maquilhagem

1920’s Flapper Party

Coco Chanel: The Leg-

Batom, Rouge Coco 30

end And The Life

Baroque


40 – 41 |

30's

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5 3

2

1

6 1

4

2

3

Ícone escolhido

Peça de vestuário

Filme

Marlene Dietrich

Saia Lápis, Zara

E tudo o Vento Levou, Victor Fleming

4

5

6

Album

Livro

Maquilhagem

Julie London sings the

As Vinhas da Ira,

Doe Eye Felt Eyeliner,

choices of Cole Porter

John Steinbeck

Sephora


2

40's 1

5

3

hopping

Guide

4 6 1

2

3

Ícone escolhido

Peça de vestuário

Filme

Lauren Bacall

Chapéu, Fedora

Rebecca, Alfred Hitchcock

4

5

6

Album

Livro

Maquilhagem

Le Siécle d’Or,

A Invenção de Morel,

Batom, Vogue Matte

Edith Piaf

Adolfo Bioy Casares

Velvet da Lord & Berry


50's

3

42 – 43 |

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1

5

2

4

6 1

2

3

Ícone escolhido

Peça de vestuário

Filme

Audrey Hepburn

Vestido, Asos

Furia de Viver, Nicholas Ray

4

5

6

Album

Livro

Maquilhagem

Best of Frank Sinatra

Marilyn Monroe

Liquid Eyeliner, Dior

A Última Sessão


60's

1

2

3 6

4

Guide

hopping

5

1

2

3

Ícone escolhido

Peça de vestuário

Filme

Jacqueline Kennedy

Shift Dress,

Bonnie and Clyde,

Viktor & Rolf

Arthur Penn

4

5

6

Album

Livro

Maquilhagem

Compilação,

Não Matem a Cotovia,

Rimel Maybelline XXL

The Beatles Box Set

de Harper Lee

Intense Black


44 – 45 |

70's

rtro

1 3 2

4

5

6 1

2

4

Ícone escolhido

Peça de vestuário

Filme

John Lennon

Vestido, Zara

Voando Sobre um Ninho de Cucos, Milos Forman

5

6

7

Album

Livro

Maquilhagem

Low,

Crime no Expresso do

Sombra em Creme,

David Bowie

Oriente,

Make Up Forever

Agatha Christie


6

80's

1 2

3

hopping

Guide

4

5 1

2

3

Ícone escolhido

Peça de vestuário

Filme

Madona

Casaco de Pêlo,

Star Wars,

Blanco

George Lucas

5

6

Livro

Maquilhagem

Thriller,

O Alquimista,

Lápis,

Michael Jackson

Paulo Coelho

Urban Decay, Sephora

4 Album


46 – 47 |

90's

rtro

4 1

2

5

3

6

2

3

Ícone escolhido

Peça de vestuário

Filme

Claudia Schiffer

All Star Seasonal HI,

Pulp Fiction,

Converse

Quentin Tarantino

4

5

6

Album

Livro

Maquilhagem

Spice,

Trainspotting,

Lip Liner,

Spice Girls

Irvine Welsh

Lèvres Contour, 23 Starlette, Bourjois

1



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