Região Araguaia

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FACULDADE LA SALLE CURSO DE TURISMO ROBSON JUNIOR HARTMANN

REGIテグ ARAGUAIA

Lucas do Rio Verde-MT


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2010

ROBSON JUNIOR HARTMANN

REGIÃO ARAGUAIA

Trabalho sobre a Região Araguaia, desenvolvido como exigência parcial para aprovação na disciplina de Modalidades e Tipos de Turismo, ministrada pela Professora Flaviane Weiss, no 2º semestre do Curso de Turismo da Faculdade La Salle.

Lucas do Rio Verde-MT


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2010

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................

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1.2 Objetivo Geral...................................................................................

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1.3 Objetivos Específicos.........................................................................

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2 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 05 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................

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3.1 O Rio Araguaia................................................................................... 07 3.1 Região Araguaia................................................................................. 08 3.3 Cultura do Araguaia............................................................................ 09 3.3.1 Folclore................................................................................. 10 3.4 Atrativos Turísticos............................................................................. 12 3.4.1 Serra do Roncador...............................................................

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3.4.2 Parque das Águas Quentes.................................................

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3.4.3 Rio Araguaia........................................................................

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3.4.3 Barra do Garças..................................................................

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3.4.5 Parque Estadual da Serra Azul...........................................

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3.4.6 Discoporto...........................................................................

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3.4.7 Rondonópolis......................................................................

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3.4.8 São Felix do Araguaia........................................................

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3.4.9 Alto Taquari........................................................................

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4 CONCLUSÃO...............................................................................................

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REFERÊNCIAS...............................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

O Vale do Araguaia compreende uma extensão com cerca de 2.115k a leste do estado de Mato Grosso. Ao todo, 31 municípios compõem essa região de aproximadamente 1,5 mil km². Sua população é estimada em cerca de 316 mil habitantes. A economia da região é voltada basicamente para a atividade agropecuária, contabilizando um rebanho bovino com 6,5 milhões de cabeças. No entanto, destacam-se nas últimas décadas a atividade turística como outro fator de renda. O Vale do Araguaia ganhou este nome devido ao grande Rio Araguaia que nasce próximo ao Parque Nacional das Emas, na Serra do Caiapó, região sudeste de Mato Grosso. Em seu trajeto para o norte, serve de limites para o Estado de Mato Grosso e Goiás. Seus principais afluentes são os rios das mortes e Garças, definindo o Alto, Médio e Baixo Araguaia. A Região do Alto Araguaia vai da nascente até barra do garças, uma extensão de 450km. O Médio Araguaia vai de Barra do Garças a São Félix do Araguaia. O Baixo Araguaia vai de São Félix do Araguaia até desembocar no Rio Tocantins, completando seu percurso de 160km, formando assim uma das maiores bacias hidrográficas do Brasil. Com suas praias de areia clara, águas cristalinas e grandes cardumes de peixes, o rio Araguaia é o principal atrativo turístico de toda a região, atraindo turistas de todo o país.

1.1 Objetivo Geral

Descrever os aspectos turisticos, históricos, geográficos e culturais da Região Araguaia.


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1.2 Objetivos Específicos

Conceituar sobre a importância turística da Região Araguaia; Apresentar os pontos turísticos da Região Araguaia; Descrever sobre a história, cultura e geografia da Região Araguaia.


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2 JUSTIFICATIVA

A Região Araguaia a muito tempo vem se destacando no cenário turístico Matogrossense, devido à seus aspectos místicos e sua história que e mescla com a do grande Rio Araguaia. A Região possui fábulas misteriosas de pessoas que se perderam em suas matas, civilizações intraterrestre e passagens subterrâneas que ligariam o Brasil a Machu Pichu no Peru, além de passagens interdimensional, vulcões extintos e fósseis de dinossauros, são os grandes motivadores de fluxos turísticos de pesquisadores, Ufólogos e Turistas de toda a parte do Brasil e do exterior, que encontram na Região do Araguaia seu campo de pesquisa, estudo e lazer. Além disso, os rios da região possui fortes aspectos históricos e geográficos, que formam o que muitos pesquisadores chamam de “a mesopotâmia Sul Americana”, devido ao volume de água de rios como o Rio das Mortes, Rio Vermelho, em cujas nascentes auríferas nasceu em 1725 Vila Boa de Nossa Senhora dos Goyases (Goiás Velho), entre outros que se formam paisagens estonteante e locais paradisíacos, que mesclados com a cultura dos povos indígenas da região, dão o tom desta grande faixa de terra do cerrado em Mato Grosso. Os principais pontos de interesse turístico, encontram-se em torno do Rio Araguaia, em cidades como São Félix do Araguaia, Cocalinho, Barra do Garças, Alto Araguaia, Serra do Roncador e o próprio Rio Araguaia. Portanto, uma pesquisa sobre a Região Araguaia se justifica no fato da importância de seus fatores históricos, geográficos, culturais e turisticos para o Estado de Mato Grosso e por seus atrativos turísticos não encontrados em outras regiões do Estado.


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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Com a finalidade de conhecer um pouco mais sobre a Região Araguaia, seus atrativos turísticos e outros fatos que contribuem para o turismo na região, passaremos a analisar alguns aspectos desta área geográfica que se estende do sudeste ao nordeste do Estado de Mato Grosso.

3.1 O Rio Araguaia

A história da Região Araguaia está estreitamente relacionada com a vida e percurso do Rio Araguaia. Este rio costumava ser chamado de “o mais lindo rio brasileiro”, por causa de suas praias, suas matas, ilhas, plantas aquáticas, fauna e flora, que o circundam ao longo de seus muitos quilômetros ao cruzar o coração do Brasil. O Rio Araguaia nasce no altiplano do Parque Nacional das Emas, sudoeste de Goiás e logo vira divisa com Mato Grosso, pouco acima das cidades de Aragarças (GO) e Barra do Garças (MT). Cresce rápido, recebendo rios históricos, como o Rio Vermelho, em cujas nascentes auríferas nasceu em 1725 Vila Boa de Nossa Senhora dos Goyases (Goiás Velho), o Crixás e outros - e pela margem esquerda o Rio das Mortes, que vai cair perto de são Félix do Araguaia (MT) e o rio Cristiano. O verdadeiro nome do rio Araguaia, antes da povoação de homens brancos na região era bêr-ô-can, que significa Rio grande, mas o homem branco adaptou a linguagem para Araguaia que significa rio das araras (BORGES, 1987). Sua margem goiana está protegida ao norte do estado pela APA Meandros do Araguaia e RPPNs como o Pontal do Jaburu. Logo depois divide o Tocantins (exterritório goiano) do norte de Mato Grosso (formando "a maior ilha fluvial do mundo") pelos braços do rio Formoso e outros afluentes, no Parque Nacional do Araguaia e


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reservas indígenas importantes (Javaés) e depois do Pará, até o histórico Bico do Papapaio, onde houve a guerrilha do Araguaia na década de 1970. Hoje, está ameaçado pelo turismo não planejado, a pesca predatória, pelo assoreamento provocado pela destruição de suas matas ciliares em larga escala e por projetos da hidrovia Araguaia-Tocantins (que depende de comportas e dragagem do leito), além da falta de fiscalização ambiental e do subdesenvolvimento social do vale do Araguaia, sem critérios de sustentabilidade, com grandes fazendas, populações pobres e ausência de unidades de conservação. Suas regiões turísticas, somente em Goiás, atraem na temporada da seca (julhosetembro) mais de 50 mil pessoas, exigindo forte presença das agências ambientais.

3.2 Região Araguaia

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso (SEDTUR), visando segmentar e possibilitar o trabalho com o turismo estadual, dividiu Mato Grosso em quatro regiões turísticas, que são: Amazônia, Araguaia, Cerrado e Pantanal. No entanto, Cuiabá e Várzea Grande são consideradas por alguns autores, como (CARREIRA; DEVILLART, 2007) como sendo outra região turística, chamada por eles de Região Metropolitana. A justificativa se deve em função do peso histórico e cultural encontrado nestas duas cidades históricas e , também por Cuiabá ser a capital do Estado. Uma destas regiões, situada a leste do Estado de Mato Grosso e que faz divisa com os Estados de Goiás a leste e com Tocantins ao Nordeste chama-se Região do Araguaia. O Vale do Araguaia possui uma extensão com cerca de 2.115k a leste do estado de Mato Grosso. Ao todo, a região é composta por 31 municípios em uma faixa de terra de aproximadamente 1,5 mil km². Sua população é estimada em cerca de 316 mil habitantes. Sua economia é voltada principalmente para a atividade agropecuária, contabilizando um rebanho bovino com 6,5 milhões de cabeças. No


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entanto, destacam-se nas últimas décadas a atividade turística como outro fator de renda. O Vale do Araguaia ganhou este nome devido ao Rio Araguaia que nasce próximo ao Parque Nacional das Emas, na Serra do Caiapó, região sudeste de Mato Grosso. Em seu trajeto para o norte, serve de limites para o Estado de Mato Grosso e Goiás. Seus principais afluentes são os rios das mortes e Garças. Em todo seu percurso definiu-se FIGURA 1: Região Araguaia

o

Alto,

Médio

e

Baixo

Araguaia.

Fonte: www.sedtur.mt.org.br

A Região do Alto Araguaia vai da

nascente até barra do garças, uma extensão de 450km. O Médio Araguaia vai de Barra do Garças a São Félix do Araguaia. O Baixo Araguaia vai de São Félix do Araguaia até desembocar no Rio Tocantins, completando seu percurso de 160km.

3.3 Cultura do Araguaia

A cultura na região do Araguaia é muito influenciada pela presença das tribos indígenas da região, como os Xavantes e Bororós. Na culinária, a alimentação é a base de mandioca, peixe. Outras manifestações artísticas são demonstradas pelas danças das tribos indígenas e seus artesanatos. Os índios Karajás confeccionam uma diversidade de artesanato: Bolsas, chapéus, cestas, brincos, colares, dentre outros. Estima-se que o primeiro contato dos índios Karajás tenha sido no final do século XVI. Em 1773, foram estimados 9.000 índios em 9 aldeias, hoje eles vivem em 13 aldeias, dentre algumas estão:


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A 4km da cidade de São Félix do Araguaia, encontra-se a aldeia Santa Isabel do Morro (Hawaló), com 505 indígenas sendo a maior de todas e a 02km está a aldeia JK, uma nova aldeia.

Próximo à cidade de Luciara-MT, está a aldeia Fontoura (Botõiry) e a aldeia São Domingos (Krehawa).

Em frente à cidade de Santa Terezinha -MT, está localizada a aldeia Macaúba (Heriry Hawa), ainda nesta região estão as aldeias: Tytema, Barra do Tapirapé (Itxàlà) e Lago Grande. As tribos estão divididas de sul a norte da região e desde muitos anos vêm

transformando toda a região hora chamada de Araguaia. As tribos que resistiram a presença da cultura dos brancos são poucas, no entanto ainda vivem em paz e armônia com os visitantes e outras aldeias. Portanto, a cultura mato-grossense espelha uma síntese cultural dos vários grupos étnicos, também responsáveis pela própria característica racial do povo mato-grossense e de suas regiões. Dentro dessa ótica, pode-se evidenciar, a inclusão do branco, do índio e do negro nos diversos segmentos culturais do Estado, inclusive na Região Araguaia, quer na cultura popular, literatura, artes plásticas, teatro, música, artesanato, ou mesmo nos saborosos pratos da tradicional culinária mato-grossense.

3.3.1 Folclore

O folclore da região é povoado de lendas das tribos indígenas e relatos de moradores do Araguaia, que por muito tempo passaram contos de seus antepassados de figuras e mistérios que existem naquela região. As lendas e mitos aqui descritos, foram retirados do livro "Folclore do Araguaia" de Erotildes Milhomem e as fotos ilustradas são quadros criados pela autora, que estão expostos no Museu Histórico Cultural do Centro-Oeste.


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A Buína - é uma serpente de chifres que mora no rio e engole barcos e barqueiros. Ela tem aproximadamente 3 metros.

Mãe D'água - é a dona do rio, é uma mulher bonita e suas vestes tem o encanto do céu estrelado. Ela canta uma linda música que atrai os pescadores para dentro do rio. Para defender o seu tesouro no fundo do rio, a Mãe d'Água castiga e afoga os predadores do rio. Boto Rosa - quando as pessoas andam embarcadas pelo rio, nas moitas sobre as margens, sentem o perfume da flor-de-boto, e o Boto Rosa estará sempre por perto, fazendo suas piruetas. Se houver qualquer acidente e seu barco alagar, o Boto. O Caipora - também conhecido por Curupira, é um fantasma. Às vezes aparece em forma de um velho corcunda, outras em forma de um menino pretinho, pulando e fumando seu cachimbo-caritó. Se diverte com as pessoas e fica dando risadas, que ecoam pelas matas, assombrando os caçadores. Dragão Dourado - é uma serpente muito grande que mora nos peraus do rio. Seus olhos verdes mostram o perigo estampado que ela representa para os botos e para qualquer vivente que atravessar o seu caminho.

Nego D'água - é um menino pretinho que mora no rio. Sai da água e se senta nas pedras, nas margens do rio, prestando atenção para ver se vem alguma mulher


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sozinha na canoa. Se vem, ele fica alegre e, com seu sorriso maroto, começa a chamar o vento para alagar a canoa e matar a mulher. O Paroém - é um lobo-homem. Ficou velho demais, não andava e não morria nunca. Então seus parentes o pegaram e o levaram mata adentro, largando-o lá. Ele ficou vagando pelas matas e dando gritos: os conhecidos gritos do Paroém. Com o passar do tempo ele foi se transformando, nas noites de lua cheia ele ataca com seus gritos temerosos.

3.4 Atrativos Turísticos

Luzes que sobrevoam, entram e saem da Serra do Roncador, passagem para a terra dos descendentes de Atlântida ou para outra dimensão, são alguns dos mistérios e misticismos que atraem turistas do Brasil e exterior que vão conhecer a região Araguaia. Mas além do misticismo, no Araguaia é possível realizar pesca, passear em um parque com águas termais, em uma praia do Rio Araguaia ou apenas caminhar por entre a vegetação na mata da Serra Azul.

3.4.1 Serra do Roncador

A Serra do Roncador é com certeza um dos atrativos mais encantadores da região Araguaia. A Serra do Roncador é o berço de todas as lendas e relatos místicos da região. Ela recebe o nome de Roncador porque o encontro do vento forte com as rochas produz um som assustador. No entanto, alguns moradores da região dizem que o som vem do interior da terra, já outros que o som são de óvnis que rondam a região. A Serra do Roncador, situada no paralelo 15º Sul, localizado a leste de Mato Grosso, é o divisor natural das águas entre os rios Araguaia e Xingu, começando


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desde o início de Barra do Garças e que se estende até a região da Serra do Cachimbo-PA. A serra possui 600 m de altitude e mais de mil quilômetros de extensão, inicia no Mato Grosso e vai até o Estado do Pará. Homens com diversos objetivos – aventureiros, cientistas, ufólogos, missionários – por muitas vezes adentraram-se nas matas da serra e não voltaram mais, deixando apenas histórias, lendas e mitos. Como consequência destas aventuras e expedições, criam-se relatos de civilizações ocultas pela região, lendas sobre o destino dos desaparecidos aventureiros, portais dimensionais que ligam a outras civilizações, e que vem acompanhado de um véu de mistérios ao fato de fenômenos ufológicos. A serra que vai até o Estado do Pará é remanescente da Cordilheira dos Andes primitiva. Em suas fendas e cavernas, encontram-se sítios arqueológicos de inestimável valor científico.

3.4.2 Parque das Águas Quentes

Localizado no perímetro urbano de Barra do Garças, o Parque é uma área de lazer com piscinas hidrotermais, toboágua, rio da preguiça, bar molhado, com temperaturas que variam de 31 a 43 graus com propriedades terapêuticas. Além dos banhos, o parque oferece uma estrutura com bares, restaurantes, duchas, vestiários e instrutores de hidroginástica e ginástica de alongamento. Tudo isto com a preservação da Mata Permanente original.

3.4.3 Rio Araguaia

No encontro dos rios Garças e Araguaia, na cidade de Barra do Garças, inicia-se um dos maiores trechos de litoral fluvial do Brasil, com mais de 1.000 quilômetros de praias, sendo que grande parte deste percurso é transcorrido em plena selva.


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O Rio Araguaia é um dos principais atrativos da região. Os passeios pelas margens do Rio são imperdíveis, pois é possível avistar sua fauna, como aves de todos os portes e plumagens. O Araguaia também é famoso pela farta quantidade e variados tipos de peixes que possui, atraindo pescadores do país inteiro, e de várias partes do mundo. Ali, o limite por pessoa é de 30kg, que devem ser pescados com molinetes ou varas. Pintados, pirarucus, tucunarés, corvinas, mandubés, barbados, dourados, mandis e muitos outros povoam as águas deste abundante Rio.

3.4.3 Barra do Garças

Barra das Garças originou-se as margens dos rios Garças e Araguaia. A criação do município ensejou encampação do município de Araguayana. Não uma simples mudança de sede como foi Lajeado. Durante a Guerra do Paraguai foram criados três presídios na região do Araguaia: Ínsua, Passa Vinte e Macedina, que também serviam de postos de registro fiscal. Nas andanças entre os presídios, os militares faziam parada na foz do Rio das Garças. O local de referência era assinalado por uma pedra, a pedra da Barra Cuiabana, sendo essa a primeira denominação da localidade. A lendária pedra da Barra Cuiabana situava-se na foz do Rio Garças com o Araguaya, e hoje está tombada pelo Patrimônio Histórico Municipal. O incremento da atividade garimpeira aconteceu de forma imprevisível, e tornou possível o surgimento de uma povoação de apoio. Antonio Cristino Côrtes, que havia chegado à região na segunda década do século XX, dedicou-se a formar a futura cidade de Barra do Garças. Alinhou as primeiras ruas, designou as primeiras quadras e distribuiu lotes. De baliza em punho bancou o engenheiro, marcando a avenida que hoje leva seu nome. A fase áurea do garimpo na região de Barra do Garças durou até a década de quarenta. Neste período a povoação ganhou importância devido ao crescimento


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acentuado. Foi nesta época que se instalou em Aragarças, defronte ao sítio de Barra do Garças, a Fundação Brasil Central cujo objetivo era implementar a Marcha para o Oeste, determinada por Getúlio Vargas. Barra do Garças, em pouco tempo, tornou-se o maior pólo econômico do leste mato-grossense, suplantando em tamanho e importância, todas as cidades, vilas e corrutelas dessa região. O município de Barra do Garças foi criado pela Lei Estadual nº 121, de 15 de Setembro de 1948. Seu nome deve-se ao local onde se iniciou sua colonização, um porto no Rio Garças, sendo Barra sinônimo de Porto. Na época de sua fundação, possuía 212 mil Km² e ampliado para 273,476 mil Km², tornando-se, na época, o maior município do mundo. A cidade de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, está incrustada aos pés da Serra Azul e do Roncador, em meio a um cenário de rara beleza e muito sol. Anualmente se desenvolve na região um festival de praia às margens do Rio Araguaia.

3.4.5 Parque Estadual da Serra Azul

O Parque Estadual da Serra Azul é formado por uma cadeia de montanhas pertencentes à Serra do Roncador. A trilha mais freqüentada leva os visitantes a 14 diferentes quedas d”água com nível médio de dificuldade e duração de 2h, em média. É preciso contratar um dos guias credenciados do Parque para acompanhar o passeio. A região possui muitas grutas e cavernas, algumas ainda inexploradas, o que aguça a curiosidade. Dentro do Parque Estadual da Serra Azul encontram-se a Caverna dos Pezinhos com inscrições arqueológicas e a Gruta dos Macacos. O parque encontra-se a 4 km do centro da cidade de Barra do Garças e sua área é de 11.000 ha. Os Índios Bororós utilizavam este local para sua subsistência e o denominavam KIEGUEREIRAL, que significa morro/lugar dos pássaros, devido a grande diversidade de aves que ali habitam até os dias de hoje.


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A fauna e a flora exuberante convivem harmoniosamente com cachoeiras, fendas e cavernas, sítios paleontológicos e arqueológicos, formações rochosas curiosas, trilhas belíssimas e bosques nativos. Ainda dentro do parque encontra-se o marco do centro geodésico do Brasil, o local do futuro Discoporto e o Mirante do Cristo, de onde se descortina toda a cidade e o encontro dos rios Garças e Araguaia, um verdadeiro convite à emoção.

3.4.6 Discoporto

Os inúmeros relatos ufológicos e místicos inspiraram na década de 90 o então vereador de Barra do Garças, Valdon Varjão a criar a Lei Municipal nº 1.840, sancionada pelo ex-prefeito Vilmar Peres de Faria em 5 de setembro de 1995 a criação de uma reserva com cinco hectares destinada à construção de uma pista de pouso de óvnis, o Discoporto, no Parque Estadual da Serra Azul, próximo à Serra do Roncador. Após quinze anos de sancionada a lei, até hoje não foi construído o aeroporto alienígena. O que existe são painéis pintados e uma nave espacial feita com chapas de aço que enfeitam o local para os visitantes. Além disso, não existem registros de visitas de seres extraterrestres no espaço destinado ao Discoporto. Mesmo assim, a notícia de um discoporto fez com que a cidade aparecesse na mídia e recebesse grande fluxo de pesquisadores, visitantes e curiosos, que buscam as informações sobre ufologia. O interesse pelo tema é tanto que a cidade possui inúmeras comunidades alternativas como Monastério Teurgico do Roncador, Vale do Amanhecer, Vale dos Sonhos, Rosa Cruz, Trigueirinho, Associação PróFundação Vespertina, entre outras.

3.4.7 Rondonópolis


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Em 1902, saindo de Palmeiras, localidade do Estado de Goiás, Manuel Conrado dos Santos instalou-se às margens do Rio Vermelho, ou Poguba, com o intuito de colonizar terras. A denominação de Poguba dada ao Rio Vermelho tem precisamente o significado - rio de águas avermelhadas. Desta forma, o primeiro nome do lugar foi Rio Vermelho. Em 1916, A Comissão Rondon realizou levantamento topográfico da região, com vistas ao estabelecimento da linha telegráfica. Nesta época, o major Otávio Pitaluga, membro da Comissão Rondon, resolveu fixar residência em Rio Vermelho. Em 1917 formava fazenda ao lado dos goianos, a qual ia do Rio Arareau até o local denominado Porocho. O major Pitaluga chegava com idéia de lançar as bases para uma futura cidade. O projeto tinha por consequência a necessidade de transferência das fazendas do sítio escolhido para outro lugar. Com o projeto, o nome foi alterado para Rondonópolis e as famílias formadoras de Rio Vermelho se sentiram atingidas sentimentalmente. Não era bem aceito o nome de Rondonópolis, depois que as terras e o próprio patrimônio levavam o nome de Rio Vermelho. Mas a vontade do major Otávio Pitaluga se sobrepôs a todos os apegos sentimentais e não havia como contestar sua liderança. Em março de 1919, a denominação passou oficialmente a ser Rondonópolis, em homenagem a Cândido Mariano da Silva Rondon, mais tarde, Marechal Rondon, que visitava o pequeno lugar de uma só rua, de vez em quando. Era um dos lugares prediletos dele. Aproveitava a ocasião para visitar os índios do povo boróro que habitavam na região. Consta que o Marechal Rondon não pode estar presente à festa da nova denominação, dada em sua honra, por se encontrar no Rio de Janeiro, chamado a receber oficialmente Sua Magestade o Rei Alberto, da Bélgica. A Resolução nº 814, de 8 de outubro de 1920, criou o distrito de Rondonópolis. Rondonópolis se beneficiou da sua localização privilegiada no


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entroncamento das rodovias para Campo Grande e Alto Araguaia. O município foi criado pela Lei nº 666, de 10 de dezembro de 1953.

3.4.8 São Felix do Araguaia

A efetiva colonização da região de São Félix do Araguaia ocorreu no início da década de quarenta, no tempo da Marcha para o Oeste, com Getúlio Vargas presidente. Na margem direita do Rio Araguaia, vivia o pacífico povo indígena Karajá. Com a descida do povo Xavante para o sul, a partir de 1945, registrou-se maior tranquilidade entre os colonos. A Lei nº 163, de 25 de Outubro de 1948, criou o distrito de São Félix, com território vinculado ao município de Barra do Garças. Em 1963, uma lei propôs a criação do município, tendo sido vetada pelo executivo estadual. Em 13 de Maio de 1976, através da Lei Estadual nº 3.689, foi criado o município de São Félix do Araguaia. O termo Araguaia, de origem geográfica, foi incorporado para distinguir o município mato-grossense de outro com a mesma denominação, no Estado da Bahia.

3.4.9 Alto Taquari

A primeira denominação da cidade foi Cabeceira. A posição geográfica de Alto Taquari, lhe permitiu desenvolver ao longo dos anos, vínculos históricos com Goiás e Mato Grosso do Sul. O município localiza-se no extremo leste matogrossense, entre duas grandes bacias fluviais - do Prata e do Tocantins. O Rio Taquari é um dos formadores da extensa planície pantaneira, e em sua trajetória,


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até desaguar suas águas no Rio Paraguai, vai agregando inúmeros tributários, dentre os quais o Rio Coxim. Aos sete dias do mês de Maio de 1938, foi criado o Distrito policial de Alto Taquari, e o Distrito de Paz em 17 de Outubro de 1958. O tempo foi passando, e os “alto-taquarienses” foram dedicando-se as lidas na lavoura e pecuária, favorecidos pela topografia geralmente plana e suavemente ondulada da região. A comunidade criou a Associação dos Amigos de Alto Taquari, e esta muito contribuiu para que no dia 13 de Maio de 1986, pela Lei 4.993, foi criado o município de Alto Taquari. Alto Taquari é o portal de entrada de Mato Grosso, sua população é formada por mato-grossenses e emigrantes vindos do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e povos de outras regiões do País que aqui chegaram dispostos a transformar o cerrado mato-grossense num grande pólo agroindustrial. A soja entrou em Mato Grosso por Alto Taquari ,que hoje é uma potência na agricultura e destaca-se pela sua produção, são mais de 69 mil hectares de plantação de soja, que é a cultura dominante no município. A origem de seu nome é referência à nascente do Rio Taquari, que fica muito próxima à sede municipal. O termo Taquari é de origem Tupi, designando uma espécie de bambu ou taquara. Cogita-se que povos indígenas, antigos habitantes da área, usavam a haste de taquara, abundante na região do Rio Taquari, para fabricar cachimbos e flechas.


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4 CONCLUSÃO

Pela sua localização geográfica, a Região do Araguaia assume papel de destaque na história dos Estados de Goiás e Mato Grosso. As águas do Rio Araguaia, que servem de divisa para os dois estados, chegam até o Pará, e carrega em seu leito a cultura de um povo marcada pela presença indígena. Para o Turismo, a região possui grande potencial turístico, tendo no grande Rio Araguaia seu principal produto, mas que ainda carece de formatação. Alguns segmentos que poderiam ser desenvolvidos, ou melhor planejados na região, poderiam ser o Turismo de Sol e Praia, Ecoturismo, Turismo Cultural e Turismo de Pesca. Outro grande atrativo que merece maior atenção e que tem se demonstrado como grande influenciador das viagens é a Serra do Roncador. Por causa de todo o misticismo que a rodeia, é fato que a região recebe pesquisadores e curiosos, que vem a cidades como Barra do Garças, para tentar desvendar seus mistérios. A Serra Azul, um dos braços da Serra do Roncador, ganhou destaque por causa de suas grutas e lagoas, além de que em uma parte próximo a cidade de Barra do Garças, foi construído o Discoporto, que trouxe muitos ufólogos e incrementou o fluxo turístico existente. Podemos concluir que a Região Araguaia exerce grande facínio em todos aqueles que procuram um local onde encontrem tranquilidade, natureza, cultura, lendas e algo muito importante, locais bonitos para se conhecer. Tudo isso banhado pelas águas do Rio Araguaia.


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REFERÊNCIAS

BORGES, Durval Alves. Rio Araguaia: Corpo e Alma. Instituição de difusão Cultural Ltda, São Paulo/SP: 1987. CORREIRA; Tanâne; DEVILLART; Jupirany, Sabores de Mato Grosso. 2ª Edição revisada e atualizada. Editora Studio Press. Cuiabá/MT: 2007. Página web que disponibiliza informações sobre a Serra do Roncador. Disponível em <http://portaldoaraguaiaturismo.wordpress.com/misterios-da-serra-do-roncador/> Acesso em: 13/09/2010. Página web que disponibiliza informações sobre a Região Araguaia. Disponível em <http://www.eco.tur.br/ecoguias/araguaia/apresentacao/default.htm> Acesso em: 13/09/2010. Página web que disponibiliza informações sobre a cidade de São Félix do Araguaia. Disponível em <http://www.saofelixdoaraguaia-mt.com.br/Atrativos.html> Acesso em 14/09/2010. Página web que disponibiliza informações sobre a Região Araguaia. Disponível em <http://www.ferias.tur.br/informacoes/4281/alto-araguaia-mt.html> Acesso em: 19/09/2010.


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