Arena Jogos Verdes

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Arena Jogos Verdes


Arena

, o espaço de maior visibilidade, congrega nas arquibancadas,

ao final da tarde, um público de 10.000 pessoas que vieram para assistir; além dos povos indígenas convidados, profissionais da imprensa, pesquisadores, representantes do governo e de Organizações Não Governamentais -ONGs. Ali, eles assistem à apresentação de jogos nativos de integração e dos jogos tradicionais demonstração. São jogos, brincadeiras, cantos e danças, parte das atividades de subsistência e cerimoniais tradicionais da cultura indígena, e ainda aquelas que também estão presentes em diferentes países e culturas, como o arco e flecha e o cabo de força.



PRÁTICAS CORPORAIS Atividades de subsistência

Das práticas tradicionais, o Tiro com Arco e o Arremesso de Lança são atividades de subsistência, apresentadas como práticas corporais. Cada etnia participante pode inscrever até dois guerreiros, os quais têm direito a três lances cada um. As provas são divididas em duas fases e dias, sendo a primeira eliminatória e a segunda classificatória. Nas aldeias, são práticas tradicionalmente relacionadas à subsistência, à caça, à pesca e às guerras. Aprendidas desde a infância, são parte das prerrogativas masculinas.





O Kaipy é uma prática do povo Gavião. Serve como forma de treinamento para a caça de macaco e é, ao mesmo tempo, um jogo que demonstra a destreza do arqueiro. O jogo consiste em uma mira reflexa, o que significa dizer que, em vez de mirar diretamente no alvo, o arqueiro deverá mirar em uma vareta que tem as pontas enterradas no chão. A trajetória da flecha faz uma parábola. A flecha que acerta de raspão a vareta é desviada em um ângulo médio (90o) para o alto. A perícia do arqueiro consiste em conseguir que a flecha faça esse desvio sem fincar na vareta ou no solo.



A Zarabatana é apresentada nos jogos unicamente pelo povo Matis. Seu comprimento pode chegar a quatro metros. A destreza e o equilíbrio do guerreiro são demonstrados na arena. Na aldeia, seu uso está relacionado à caça, com dardos envenenados, substituindo o arco e a flecha. O veneno paralisa a presa. Comumente macacos são caçados com elas.



Corridas de revezamento Os povos que participam dos Jogos e realizam tradicionalmente a Corrida com Toras são os Kanela, os Gavião, os Xavante, os Xerente e os Krahô. Tanto para os Xavante como para os Xerente, as equipes, tal como ocorre nas aldeias, são organizadas seguindo as divisões das metades clânicas e das classes de idade. Trata-se de uma corrida de revezamento na qual a tora é passada de um corredor a outro em movimento.

O percurso, que é, no cotidiano, uma linha reta da mata para aldeia, na volta das caçadas ou entre duas aldeias, quando inserido em rituais de passagem ou casamento, torna-se circular na arena, variando o número de voltas dadas.



A Corrida com Varinha (Povo Gavião). É disputada por dois times formados um por solteiros e um por casados, podendo ser masculina ou feminina. Em círculo, os participantes carregam uma pequena vara de bambu pintada com urucum. Correm enquanto, no ponto demarcado, existe uma fila de corredores que aguardam a chegada da varinha para tomar seu lugar na corrida.


Jogos com bola Apresentado pelos Paresi nos Jogos, o Jikunahity é um jogo com bola de látex no qual apenas o toque com a cabeça é permitido. Dois jogadores posicionam-se frente a frente, e o objetivo é manter a bola em jogo. Mesmo que ela caia no chão, se o jogador conseguir rebater com a cabeça, o jogo continuará. Quando o adversário não consegue rebater, marca-se o ponto e o jogador é trocado.


Praticado pelos povos indígenas do Parque Indígena do Xingu (PIX), o Katulaywa. Assim como no Jikunahity, uma bola de látex é utilizada e dois jogadores são escolhidos por vez, mas, em sua variação, o toque na bola só pode ser feito com o joelho.


Jogos com flecha

A prática do Jawari pelos povos do Xingu era um importante treino de esquiva para guerras e é ainda hoje praticado nas aldeias. Sua popularidade no Xingu é tão grande quanto a do Huka-Huka. As pontas das flechas utilizadas no jogo são as para a caça de pássaros, de ponta rombuda, feita com cera de abelha. Apoiadas em um instrumento muito parecido com o bodoque para a impulsão, as flechas são lançadas em direção ao adversário, e este se esquiva com o auxílio da própria flecha.



Os Xikrin têm uma prática muito parecida com o Jampari, chamada Kagót. Sem o apoio do bodoque, as flechas, que têm ponta de madeira e são usadas para a caça de animais de médio porte, são lançadas diretamente na direção do abdômen do adversário, o que torna o jogo mais perigoso. No Kagót, os jogadores possuem duas flechas cada um e podem tirar os pés do chão; saltando de um lado a outro, desviam-se das flechas certeiras.


Lutas Corporais A variedade de Lutas Corporais é tão vasta quanto o número de povos que existem. Uma prática extremamente comum nas aldeias entre as crianças, relacionada à coragem do guerreiro, muitas vezes é parte dos rituais de passagem da infância para a vida adulta.




Os povos xinguanos realizam durante Kuarup a disputa do Huka-Huka, no qual se consagra o grande guerreiro. O treinamento se dá desde a infância e envolve rituais de arranhamento (escarrificação) com a casca de coco cravada de dentes do peixe-cachorra, para dar força e purificar o sangue. Kuarup.


Jogos tradicionais coletivos

O Peikrãn, jogo de peteca feita com a palha do milho verde ou seca, é arremessada com a palma da mão para o alto. Os jogadores, dispostos em círculo, não podem deixar que ela caia no chão. Se um jogador não consegue alcançá-la ou se a derruba, é perseguido por todos os outros e, quando ele é alcançado, o jogo recomeça.




No Rõnkran, as bordunas Kayapó, tradicionalmente usadas como armas de guerra, são utilizadas como tacos, e uma bola, feita com o coco do babaçu, é arremessada de um lado a outro. Dois times são formados com o objetivo de levar a bola para direita ou para a esquerda; aquele que alcançar o lado do time adversário será considerado vitorioso.


Rituais e danças

As apresentações dos Rituais não são sempre as mesmas; variam de acordo com as etnias convidadas e com a própria constituição da delegação e os dias do evento. Alguns rituais são mais comuns no cotidiano da aldeia, como os Rituais de Caça, apresentados em pequenos fragmentos na arena. Esses rituais normalmente envolvem uma encenação da caçada e, por isso, o arco e flecha são utilizados.

Batismo do povo Ka’apor


Ritual de caรงa do povo Gaviรฃo


Dan莽a do povo Patax贸


Dança do povo Terena

Já as danças e cantos são apresentados de maneira mais livre. A dança da ema e a do guerreiro Terena são festivas e ligadas à comemoração de uma boa caçada e do título de guerreiro. Os cantos e danças dos Pataxó são reverências ao seu Deus e muitas vezes falam sobre as lutas dos seus povos.


Atividades de integração Entre as atividades competitivas, o Cabo de Força é o mais disputado por homens e mulheres. São dez competidores em cada equipe, posicionados em lados opostos e um líder fora da corda. Com a intenção de trazer a fita amarrada na corda para o seu lado, é uma prova de força e resistência, com duração máxima de três minutos. É realizada em dois dias, em duas fases, eliminatória e classificatória.



A Corrida de 100 metros masculina e feminina acontece na arena em duas etapas. Como cada etnia pode inscrever até dois participantes, divide-se em grupos de cinco a sete corredores na primeira fase, que é eliminatória. Em seguida, os primeiros colocados disputam a prova final. Por ser uma corrida curta, o arranque do corredor é fundamental na prova.


A Corrida de Fundo tem percurso de aproximadamente cinco quil么metros, sendo realizada por homens e mulheres no mesmo momento, por茅m com largadas diferentes.



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