Supra Ensino Dezembro 2022

Supra Ensino

É uma publicação mensal da Editora Supra Ltda

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Editor

Edmir Florêncio

Diretor Comercial Tércio de Oliveira Jr

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Supra Ensino é uma publicação mensal, de distribuição nacional, distribuída periodicamente para 20.000 estabelecimentos de ensino, da rede particular e pública dos níveis infantil, fundamental, médio, técnico e superior

75%

75% dos anunciantes desta edição são clientes da revista Supra Ensino há mais de 24 edições, o que é um testemunho de sua satisfação com os resultados obtidos.

Público Leitor Dirigido Diretores, coordenadores, orientadores e compradores.

Jornalista

Natália Mancio

Criação e Diagramação

Caroline Chaves

Impressão

BMF Gráfica

Distribuição Correios

A revista Supra Ensino não se responsabiliza pelos produtos e serviços oferecidos por seus anunciantes, bem como pelas matérias assinadas cujo o conteúdo é de inteira responsabilidade de seus autores, não representando necessariamente a opinião da Supra Ensino

Editamos também a revista Supra Condomínio, dirigida a Síndicos, Zeladores e Administradoras Visite nosso site: www.supracondominio.com.br

Índice de produtos

Acessórios de limpeza.....................................14,22,23

Acessórios poliesportivos.....................................14,18

Agendas escolares...............................................15,19

Armário multiúso..................................................14,22

Arte em Paredes........................................................23

Bebedouro.........................................................9,22,26

Brindes.....................................................................26

Brinquedoteca......................................................17,18

Brinquedos 17,18,25,29,34

Brinquedos educativos / pedagógicos........................18

Brinquedo para estimulação motora...........................25 Bolas Promocionais...................................................26

Cama empilhável.........................................4ª capa, 25

Câmeras de segurança..............................................17

Cantinas escolares....................................................31

Canudo para diploma 15

Capelo 15

Carro coletor....................................................14,22,23 Carro funcional 14,22,23

Cobertura metálica.................................................7,29

Coberturas: Lona, Vidro e Policarbonato...............21,29

Contabilidade.............................................................33

Construção: Quadras esportivas...........................14,18

Corrimãos.................................................................22

CFTV.........................................................................17

Diário do professor online..........................................11

Doação de Roupas e Brinquedos..........................20,32

Eficiência energética..................................................27

Enceradeira 14,22,23

Engenharia e Reformas..........................15,16,24,27,29

Equipamentos de ginástica........................................24

Exterminador de mosquito.........................................27

Filtro de água............................................................26

Gestão escolar...........................................................11

Gráfica.......................................................................16

Grama sintética................................................13,14,18

Impressora................................................................16

Interface Web............................................................11

Jogos gigantes espumados.......................................17

Laboratório: Produtos................................................13

Lavadoras de alta pressão 14,22

Lixeira 14,22,23

Lousa Escolar..............................................2ª capa, 26

Lousa Interativa / Digital.............................................26

Máquinas desentupidoras de esgoto..........................34

Marketing Educacional...............................................30

Materiais para escritório.............................................19

Modelo anatômico.....................................................13

Mochilas, bolsas e lancheiras...............................24,26

Móveis escolares............................2ª capa, 5,16,26,33

Móveis escolares c/ resina plástica....................2ª capa

Móveis para escritório............................................5,16

Móveis para laboratório.............................................33

Móveis para refeitório...............................2ª capa, 5,16

Painel Ripado.............................................................21

Papel de Parede.........................................................21

Persianas.............................................................13,21

Pintura Predial.......................................15,16,24,27,29

Piso.................................................1ª e 3ª capa,13,21

Piso de borracha.....................................2ª capa,13,15

Piso ecológico drenante.............................................21

Piso esportivo ..13,21

Piso Paviflex 13,21

Piso Vinílico..........................................................13,21

Placa Solar................................................................27

Playground...........................................................29,34

Playground com espuma 29

Playground em tronco de eucalipto............................29

Personalizados..........................................................25

Porteiro eletrônico e interfone....................................17

Projetor......................................................................16

Protetor de parede.......................................................9

Quadro branco/ magnético...................1ª e 3ª capa, 26

Redes de proteção para quadras...........................14,18

Reformas...............................................15,16,24,27,29

Revestimento para colunas..........................................9

Sensores de Presença............................................9,17

Sistemas de captação energética...............................27

Software administrativo.............................................11

Tapetes Personalizados..............................................26

Terceirização área contábil, fiscal e trabalhista...........33

Tematização de paredes.............................................23

Toldos........................................................13,21,22,29

Tratamento de pisos..................................................16

Uniformes escolares..................................................24

Ventiladores............................................................9,16

Vidraria para laboratório.............................................13

Mancio

Robótica nas escolas

implementação da metodologia na escola.

Claro que entendemos que nem todo aluno vai trabalhar criando robôs. Mas as habilidades desenvolvidas durante o processo de aprendizagem da robótica educacional vão acompanhá-los para toda vida. Profissionais que se adaptam rápido, resolvem problemas, sabem se comunicar e trabalhar em equipe tendem a ter mais sucesso em suas carreiras.

A LEGO® Education, por exemplo, desenvolve e testa novas soluções em escolas há 40 anos, proporcionando uma metodologia bem-informada sobre as mudanças e com qualidade para os estudantes. É possível levar esse ensino prestigiado no mundo todo para as instituições, por meio de programas de locação. Além de adquirir os conjuntos, a instituição ganha uma consultoria com profissionais especializados em tecnologia educacional, Certificação Internacional LEGO® Education Academy por meio do programa Embaixadores da Inovação e todo o apoio e suporte necessário para a

O Instituto Verdescola desenvolve Oficinas de Robótica utilizando os Kits Lego. A oficina de Robótica faz parte da proposta curricular para todos os educandos, visando desde ações diárias até projetos utilizando de uma linguagem computacional integrada. “Eles são elaborados e desenvolvidos utilizando a sala de Robótica e Espaço Maker, com os materiais da Lego e Arduíno, para a prototipagem. E destaque, para as oficinas voltadas para o treinamento das equipes que irão participar da First Lego League que realizam projetos pedagógicos envolvendo ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), para crianças de 4 a 16 anos por meio de aprendizado prático e divertido.”, explica Elane Tonin, gerente pedagógica do Instituto Verdescola. Os educandos ganham experiência na resolução de problemas do mundo real por meio de um programa de robótica guiado, construindo e programando um robô LEGO que navega nas missões de um jogo de robôs, que vai avançando conforme a superação dos desafios das missões.

Cativar meninas para a ciência é uma das missões da professora Viviane

Japiassú, coordenadora do projeto “Meninas e Mulheres da RR2D: Ciência, Tecnologia e Educação para Redução de Riscos de Desastres e Desigualdades”, da Universidade Veiga de Almeida (UVA), realizado em escolas da rede pública municipal do Rio de Janeiro. O objetivo é formar, desde cedo, o gosto das meninas pelas áreas de STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), e, assim, aumentar a proporção de mulheres em profissões em que a presença de homens ainda é predominante. O projeto, que este ano atende 15 alunas de cinco escolas na Zona Norte. De acordo com Viviane, além de despertar o interesse das meninas para a ciência, a atividade de extensão também tem o propósito de impactar as famílias. “Estas alunas levam inspiração e conhecimento para dentro de casa, e as famílias precisam estar apoiando e envolvidas para que elas possam se desenvolver.”, relatou.

Viviane é professora de Engenharia Ambiental da UVA e coordenadora do Núcleo de Inovação Pedagógica da instituição, que realiza o projeto como atividade de extensão e conta com o apoio da Faperj. “O projeto foi desenvolvido para prover ferramentas técnico-cientificas de capacitação, além de estimular o reconhecimento das capacidades individuais e despertar o interesse das meninas por profissões em que a participação masculina é predominante.”, explicou Viviane.

O Pensamento Computacional nada mais é do que um conjunto de recursos que podem ser utilizados para resolver problemas do mundo real. Ao trabalhar este tópico com os estudantes, sobretudo os mais novos, é importante se apoiar em ferramentas que ajudem a tangibilizar o pensamento computacional, que pode acontecer por meio da robótica.

“Um dos projetos que trabalhamos dentro do uso da robótica, como estratégia de desenvolvimento de solução de problemas complexos com os estudantes, é uma das escolas que conta com a nossa consultoria, em Goiânia. Eles utilizam o iPad integrado com peças montáveis a fim de criar

automações e exercitar a lógica e o pensamento computacional. Neste processo de aplicar a robótica dentro do contexto educacional, é importante focar na metodologia ativa, associada ao desenvolvimento dos estudantes e ao protagonismo deles no processo, sendo possível que eles decidam as melhores estratégias e os melhores conjuntos com o objetivo de resolver problemas reais, como automatizar uma irrigação de uma pequena horta e entre outros desafios possíveis.”, detalha Guilherme Camargo, CEO e fundador da Sejunta.

Na União Brasileira de Educação Católica (UBEC), que mantém cinco instituições de ensino de Educação Básica, entre elas o Colégio Católica de Curitiba, existe o Projeto de Cultura Maker iniciado em 2022, que conta com tecnologias como: robótica, aulas orientadas a jogos (Minecraft Education Edition), programação orientada a objetos (Scratch), realidade virtual (metaverso) e eletrônica básica (circuitos de papel). Na robótica educacional, os estudantes aprendem a programar em blocos por meio do Scratch e desenvolvem projetos educacionais para trazer soluções para o mundo real com placas micro controladoras (Arduino).

“Na educação infantil desenvolvemos protótipos com materiais recicláveis, prezando assim pela sustentabilidade e a ressignificação dos materiais, as crianças são iniciadas em eletrônica básica aprendendo como funcionam os circuitos elétricos e nos anos iniciais os estudantes aprendem a programar por meio do Scratch, eles criam animações

e jogos, aprendem sobre lógica de programação e suas linguagens, desenvolvem projetos com circuitos de papel, criando cenários interativos que acendem LEDS e tem movimento utilizando motores DC5v.”, conta Lucimara Barbieri Kucek, analista em tecnologia educacional da UBEC.

Em uma sociedade cada vez mais digital, esses projetos estimulam o desenvolvimento cognitivo, o raciocínio lógico, a persistência, o planejamento, a busca de estratégias, a flexibilidade mental, o trabalho colaborativo, a criatividade e a inovação, além de despertar o interesse por diversas possibilidades profissionais. “A partir do 9º ano, além dos projetos interdisciplinares da grade curricular, a aula de Robótica acontece no contraturno, com atividades relacionadas à linguagem de programação. Nessa proposta, é realizada, por exemplo, a construção de um protótipo automatizado utilizando arduíno. Os alunos participam, também, do Arduíno Challenge, um torneio de robótica cujo objetivo é aproximar os estudantes da tecnologia, da programação e da engenharia.”, conta Suely Nercessian Corradini, diretora pedagógica do Colégio Vital Brazil.

No Colégio Marista São Luís, em Recife, para os alunos do Ensino Fundamental dos Anos Iniciais, a Jornada Z é um programa inovador que acontece em etapas progressivas, onde o estudante é o protagonista na construção de experiências com propósito específico para cada atividade. Os projetos e vivências são alinhados à BNCC e com

base nos conteúdos STEAM. “Sabemos que a aprendizagem pode e deve ser mais estimulante para aguçar a curiosidade de crianças e adolescentes e, através dos conjuntos de soluções da ZOOM Education for Life, bem como com momentos de celebração e competição, os estudantes colocam a aprendizagem à prova, vivenciam situações socioemocionais como gestão de conflitos, resolução de problemas propostos, convivência em grupo tão importantes para uma formação integral do Ser.”, detalha Marcelo Cruz, assistente de tecnologia educacional da instituição.

A Universal Robots surgiu para suprir um gap industrial que existia no segmento de estaleiros. Era necessário realizar diversas soldas em peças de grande escala de navios e a robótica clássica (robôs grandes) não era adequada. “Temos muitas iniciativas no segmento educacional, desde o ensino elementar até o ensino superior. A Universal Robots possui diversos profissionais na organização responsáveis pela transferência de conhecimento e tudo que fazemos já é traduzido para o português.” Bruno Zabeu, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Universal Robots na América do Sul. “Para alunos que querem trabalhar na indústria, conhecer sobre robótica não é mais um diferencial, mas uma obrigação. Conhecer sobre robótica não significa necessariamente saber programar e instalar robôs, mas identificar qual o tipo de tecnologia robótica pode ser mais adequado para diferentes processos industriais.”, finaliza Bruno.

Saúde emocional

Entenda a importância do cuidado com as emoções das crianças desde a primeira infância

Em um estudo patrocinado pelo IDB Invest, “Building Socioemotional Skills by Playing: Experimental Evidence from Brazil”, publicado em março de 2021, pesquisadores confirmam que desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais promovem a aprendizagem em diversas áreas do conhecimento, tornando os alunos capazes de lidar com sentimentos de ansiedade, frustração, autocobrança e incerteza. A saúde emocional se apresenta como primordial para o aprendizado em qualquer momento da vida, em especial, na infância. Cuidar do aspecto socioemocional de uma criança significa prepará-la para os momentos de frustração, fortificando seus alicerces.

Falta de convívio social, aumento da taxa de doenças psicológicas, ausência de desempenho em matérias extracurriculares são alguns dos impactos da pandemia já mapeados em crianças e adolescentes em idade escolar. De acordo com pesquisa

realizada pela Nova Escola, 65,8% dos professores afirmam que alunos estão mais agressivos após período de isolamento, gerando quadros de agressão e desrespeito com educadores. Uma parcela de 22,9% deles ainda afirma que os casos de desobediência ocorrem mais de uma vez por semana. Outros 23,4%, informam que a prática acontece, pelo menos, todo mês.

Uma equipe pedagógica preparada e capaz de implementar as melhores práticas, a partir dos conhecimentos e pesquisas mais recentes sobre a infância, é essencial, uma vez que um dos pontos que mais impacta na saúde mental da criança em ambiente escolar são as relações interpessoais, tanto com outras crianças como com os profissionais da escola. Reconhecer os sentimentos das crianças, ter disponibilidade para ouvir o que elas têm a dizer e valorizar as suas emoções sempre que elas forem compartilhadas são práticas importantes para o desenvolvimento da autoestima, da

autopercepção e da autorregulação dos sentimentos, elementos que contribuem para a saúde emocional ao longo da vida.

De acordo com Miriam Dantas, coordenadora Pedagógica da Mind Lab, líder brasileira no desenvolvimento de tecnologias de impacto social focada na abordagem socioemocional, as escolas precisam entender e traçar novas estratégias para lidar com o emocional abalado dos mais novos, principalmente no contexto social que os últimos dois anos trouxeram para o mundo. “Manter a rotina escolar tradicional não desenvolve técnicas precisas para viver de forma leve e com menos frustração na vida, por isso, é hora de olhar para métodos assertivos na educação.”, explica.

Olhar para esse âmbito é fundamental não apenas no período de alfabetização, mas desde a primeira infância. “A parceria entre família e escola é primordial para o desenvolvimento educacional e emocional do aluno. É importante que

haja uma relação de reciprocidade entre essas duas instituições para que ambos consigam desempenhar suas respectivas funções, prezando pela continuidade do trabalho realizado em ambas.”, explica Letícia Nunes, psicóloga escolar do Colégio Master, de Fortaleza.

Regina Alves, fundadora da Rede Decisão aponta que estudos comprovam que a criança aprende com maior facilidade quando existe um vínculo afetivo com o educador, e este é um valioso aliado para o sucesso na vida acadêmica dos nossos alunos desde o início de sua vida escolar. “Realizamos o projeto Amiguinhos da Respiração com o objetivo de melhorar o foco e a concentração dos alunos. Promovendo o relaxamento e a tranquilidade, estimulamos também o autoconhecimento e o autocontrole, baseado no livro “O Foco Triplo”, Daniel Goleman. O projeto visa proporcionar aos nossos pequenos um momento de relaxamento, através de exercícios de respiração junto ao seu amiguinho de pelúcia. Solicitamos o “Amiguinho da respiração” aos responsáveis, que enviam um bichinho de pelúcia pequeno que é utilizado na atividade, e permanece na escola.”, completa.

Diariamente, antes de iniciar a rotina, o professor explica às crianças o objetivo da atividade: “um momento para se acalmar, relaxar e respirar’’. Além de colocarem uma música de relaxamento com duração de aproximadamente cinco minutos. Em qualquer momento do dia em que o professor julgue que os alunos estão muito agitados a atividade pode ser retomada, em que

as crianças se deitam nos tapetinhos com o “Amiguinho da respiração” posicionado na barriga. Enquanto a música estiver tocando, elas devem respirar profundamente, contando 1,2,3 enquanto inspiram, observam o Amiguinho subir na barriga, e, ao expirar, observam o Amiguinho descer. Ao final da música, todas as crianças guardam seus “amiguinhos” para dar continuidade à rotina do dia.

O cuidado com a saúde – física e emocional – deve permear todas as fases do desenvolvimento das crianças e adolescentes. Oferecer um estilo de vida que promova a saúde e o bem-estar - físico e emocional - é responsabilidade daqueles que cuidam dos mais jovens e são responsáveis por sua educação.

“As experiências de uma criança nos seus primeiros anos de vida têm profundo impacto na sua constituição cognitiva, emocional, social e física. Ao procurar uma escola para seus filhos pequenos, é importante que a família observe como a escola compreende a infância e organiza os recursos –físicos e humanos – para a consecução da proposta pedagógica. Como em qualquer momento da escolaridade, também para a escola da primeira infância cabe observar a estrutura, a proposta pedagógica e o perfil dos educadores. É primordial que as relações escolares sejam permeadas pelo acolhimento, pelo apoio e pelo respeito e que o diálogo seja sempre aberto.”, reforça Giselle Magnossão, diretora pedagógica do Colégio Albert Sabin.

Eduardo Calbucci, professor, doutor em linguística pela USP (Universidade de São Paulo), fundador e CEO do Programa Semente explica que no processo de alfabetização, competências socioemocionais como foco, persistência e curiosidade se tornam bastante relevantes, pois a criança está diante de um grande desafio cognitivo. “Mas é preciso dizer que o trabalho com as emoções começa antes disso, desde o início da Educação Infantil. Particularmente, eu recomendaria escolas que trabalham com programas estruturados de aprendizagem socioemocional desde a Educação Infantil. Isso é uma sinalização importante de que a escola está olhando para um dos maiores desafios do século XXI: preparar as crianças para um futuro que não sabemos como será.”, finaliza.

Dormir bem auxilia no avanço educacional das crianças? O sono e a aprendizagem

Durante o sono, o nosso cérebro não só descansa e “recarrega” para o próximo dia, mas também consolida memórias. As atividades cerebrais que acontecem durante o sono são essenciais para o processo de aprendizagem, pois essas consolidações de tudo o que aconteceu conosco durante o nosso dia é o que chamamos de aprendizagem. É durante o sono que o nosso cérebro processa as memórias e seleciona o que fica e o que não fica, mas esse processamento só é efetivo e de qualidade quando estamos realmente descansando e oferecendo esse tempo para o nosso cérebro. Por isso, uma boa noite de sono é fundamental, principalmente durante a vida escolar, uma vez que o sono interfere diretamente no rendimento dos estudantes.

“A fase infantil é o período em que ocorre a maior quantidade de conexões cerebrais nos seres humanos. Desse modo, a cada minuto são inúmeras as descobertas realizadas por um bebê, como novos sons, bem como texturas, gostos, visões, cheiros, a descoberta do seu próprio corpo e assim sucessivamente. Por isso, o sono é essencial em qualquer fase da vida humana, mas principalmente para os pequenos. Nas crianças e nos adolescentes, desde o nascimento até os 21 anos, o que acontece é um período de maturação no qual o desenvolvimento que acontece na parte intelectual envolve um período de aquisição da informação e o tempo em que há o processamento disso.”, explica Renata Trefiglio Mendes, head de formação socioemocional da Camino School. O sono é importante para o processo de construção cognitiva, pois é durante o descanso que o cérebro organiza todas as informações que adquirimos durante o dia.

Portanto, não basta ser exposto ao conhecimento, é preciso dormir para incorporá-lo e isso vale para qualquer idade. O que muda é a necessidade de sono conforme o tempo vai passando.

De acordo com Silvia Adrião, diretora pedagógica da Escola AB Sabin, a questão da qualidade do sono, por exemplo, está relacionada

a uma rotina familiar e escolar que recai sobre os diferentes aspectos da vida da criança. “Diariamente, quando as crianças chegam à escola, após o momento da acolhida, iniciamos a “roda de conversa”, momento fundamental para a partilha das propostas do dia, em que se estabelece a cadência das atividades. Fazemos assim porque sabemos que o conhecimento prévio da rotina e a constância das vivências favorecem, para as crianças, o sentimento de pertencimento e a segurança. Aos poucos, os pequenos incorporam a rotina escolar, o que diminui a ansiedade, facilita a concentração e o engajamento nas propostas.”, relata. Na escola de Educação Infantil, o cuidar e o educar são indissociáveis. Nesse sentido, as demandas das crianças, como os cuidados com a higiene e o acolhimento à necessidade de dormir, se fazem fundamentais. A hora do sono na escola vai variar de acordo com a idade e a quantidade de tempo que a criança permanece no ambiente escolar.

A educadora, psicopedagoga e especialista em neurociência Kátia Chedid, destaca que durante o sono, acontece a perda reversível do estado de consciência, adotamos uma postura estereotipada (deitados e de olhos fechados) e apresentamos

um período de reduzida atividade motora. Não sabemos exatamente por que dormimos, mas sabemos que a privação de sono causa muitos transtornos, inclusive a morte. De acordo com pesquisas da neurociência, dormir pouco reduz a capacidade de manter a atenção em uma tarefa, afetando o desempenho escolar; dificulta a realização de atividades cognitivas; aumenta a sonolência diurna e altera o humor. Esses estudos indicam, também, a defesa de uma maior flexibilidade de início das aulas para que o sono dos alunos seja preservado.

Silvia alerta ainda que crianças que não têm uma rotina familiar estável e com boa qualidade de sono apresentam variações de humor, dificuldade de concentração, irritabilidade e até distúrbios alimentares.

“Quando percebemos essas alterações, recomendamos que a família busque orientação do(a) pediatra e encontre formas para organizar melhor a rotina dos filhos. Para concluir, lembro que o diálogo entre escola e família é fundamental e que o desenvolvimento integral das crianças está relacionado ao equilíbrio entre experiências que ativam o corpo, a mente, a emoção, a sociabilidade e a saúde como um todo.”, finaliza a diretora pedagógica Silvia Adrião.

O papel da tecnologia na educação pós ensino remoto Mudanças tecnológicas

Uma pesquisa feita pelo Grupo Consumoteca em maio de 2022 indicou que 80% dos 1.500 participantes, pessoas com filhos de até 17 anos, acreditam que o meio digital contribui para a aprendizagem. Além disso, 50% afirmam que é benéfico para o processo de resolução de problemas e 68% gostariam de ter recebido uma educação que mesclasse o tradicional e o digital.

O Todos pela Educação, organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, não governamental, lançou a carta “Educação Já 2022”, que traz sugestões para a melhoria da educação básica brasileira. O documento destaca que a pandemia intensificou o debate sobre tecnologias na educação e trouxe mudanças positivas na percepção dos professores sobre o potencial do seu uso na aprendizagem dos estudantes. “Ações efetivas de superação das lacunas de aprendizagem, que antes da pandemia já tinham no uso das tecnologias um importante aliado, tornaram-se ainda mais relevantes. Para isso, porém, é urgente investir na inclusão digital no país, que ainda conta com milhões de estudantes sem acesso à conectividade e a dispositivos digitais.”, pontua a carta.

Sabendo que a tecnologia e a inovação na maneira de ensinar e educar são de grande importância, foi criado o programa De Criança Para Criança (DCPC), método que ganhou reconhecimento internacional, com mais de 40 escolas parceiras e 8 mil crianças envolvidas em mais de 1000 projetos.

O De Criança para Criança busca revolucionar a educação colocando a criança como protagonista na hora de ensinar. É ela quem cria, desenha e realiza a locução das histórias do programa. Com isso, o projeto busca desenvolver habilidades do século 21, como liderança, cooperação e comunicação por meio do trabalho em equipe, além de objetivar que o aprendizado ultrapasse a fase escolar e contribua com as futuras profissões das crianças e a formação de cidadãos. A criança se identifica e a educação

fica muito mais atrativa.

A Foreducation EdTech alcançou crescimento exponencial durante a pandemia, por conta da alta demanda por tecnologia educacional e formação de gestores e professores. A expectativa para 2022 é dobrar de tamanho mesmo com o retorno das aulas presenciais. “Adaptar-se ao ensino remoto e acelerar a transformação digital foram os desafios enfrentados pelas instituições de ensino de todo o país. Elas entenderam que a existência de espaços de criação e inovação com uso de tecnologia se faz cada vez mais necessário no cenário atual. Assim, para continuarem acompanhando as mudanças constantes, escolas e universidades precisam continuar investindo em recursos na cultura digital, que vai muito além das ferramentas. O retorno sobre o investimento está na qualificação dos processos de ensino e aprendizagem, na criatividade, na colaboração, no planejamento, na avaliação, e na mensuração das metas planejadas, executadas e alcançadas.”, explica Luís Carlos de Carvalho, diretor da Foreducation.

Ainda de acordo com o executivo, somente com essa compreensão do ecossistema de ferramentas e recursos

Google para educação, associada às tendências importantes da pauta educacional, impactará efetivamente na gestão de currículos, na qualidade da aprendizagem, na experiência digital de professores e estudantes, na construção de redes de conhecimento e no fortalecimento de estratégias mais inteligentes e eficientes.

Para Dennis Szyller, CEO da Matific Brasil, a introdução do digital em sala de aula é essencial, tanto para o estudante quanto para o educador. Isso porque ferramentas digitais e inteligências artificiais podem ser usadas para compreender e personalizar o processo de ensinoaprendizagem: “A partir dos dados coletados pela plataforma, é possível direcionar o conteúdo certo para cada aluno, respeitando o tempo que cada um tem para aprender e melhorando o diálogo do professor com a sala de aula.”. A respeito da introdução do digital ao ambiente educacional de forma orgânica, Szyller acrescenta que “é muito importante que a gente entregue isso de uma forma que o professor está acostumado no dia a dia, então, os conteúdos devem estar atrelados à BNCC e aos principais livros didáticos que são usados em sala de aula, por exemplo.”.

do

Em minhas visitas às instituições de ensino no primeiro semestre, constatei um fenômeno peculiar. Uma parcela das escolas que tiveram algum tipo de dificuldade na última alta sazonalidade (rematrículas atrasadas, perda de alunos, pouca procura e baixo número de matrículas novas) não possuíam consciência clara dos seus problemas, desconheciam suas falhas ou terceirizavam a responsabilidade: “Eu perco muitos alunos porque a outra escola deu muito desconto”.

E mesmo tendo consciência das suas dificuldades, alguns líderes afirmavam que efetuavam plenamente suas tarefas com qualidade. Mas, na verdade as atividades aconteciam de forma parcial ou mal feitas.

Este sistema de defesa da psique humana reduz o senso de falta de competência e gera a sensação de missão cumprida.

Um exemplo disso foi uma visita a uma escola que obteve poucos contatos e perdeu mais alunos do que deveria na virada do ano passado.

O discurso inicial da direção e da coordenação, dizia que o problema estava nas mudanças de endereço e nos irmãos mais velhos que tinham que mudar de escola, pois não possuía a série pretendida e consequentemente a mãe tirava o irmão mais novo. Seus colaboradores eram ótimos e realizavam plenamente os seus trabalhos.

Após um checklist, constatei que a coordenadora não exercia sua liderança efetivamente, não assistia às aulas e, por isso, não tinha certeza da qualidade pedagógica da instituição, não alcançava resultados satisfatórios com o pós-atendimento, pois era feito atrasado e na maioria das vezes as mães não eram encontradas, a campanha de propaganda foi limitada e o site e as redes sociais existiam, mas estavam desatualizados.

Como a coordenadora explanou no iní-

cio da reunião, realmente tudo era feito, mas de forma mediana, sem gestão e qualidade.

Outro fato que às vezes ocorre é a falta de visão sistêmica devido a uma dicotomia existencial. Os líderes têm total clareza e segurança de suas concepções filosóficas e ideológicas, domínio dos conteúdos, estratégias e metodologias para que seu corpo docente desempenhe um papel primoroso e o processo de ensino-aprendizagem ocorra de forma natural e eficiente. Infelizmente, não é bem isso que ocorre no dia a dia da escola. Muitas variáveis, como faltas, colaboradores despreparados, desmotivados, desorganização e pouca liderança, entre outras inúmeras pequenas falhas, acabam minando o projeto inicial. O propósito

é bom, mas o dia a dia afeta a qualidade do trabalho pedagógico.

Se os líderes não tiverem recursos para acompanhar e analisar o que ocorre no cotidiano da instituição, ficarão com a concepção ilusória de uma escola modelo que somente existe na teoria.

O monitoramento dos colaboradores e as reuniões de checklist têm o objetivo de proporcionar uma visão sistêmica da instituição para que os líderes possam identificar e corrigir eventuais perdas de performance e reduzir o gap entre a realidade e a utopia.

“Pior

que não fazer é realizar algo de forma mediana.”