Olho de peixe

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Corpornô (Cia. Dita)

Pensar a dança é pensar o gesto. Para nós, fotógrafos, o ponto – unidade mínima de comunicação visual – pode ser um ímã para o olhar humano. O gesto corresponde ao detalhe onde transborda o automatismo mecânico do corpo – adquirido pelas couraças cotidianas impostas pela sociedade.
O gesto diferenciado, emotivo (mais que belo), é quem gera a reação ao espetáculo, provocando flutuações nas expressões faciais de cada espectador, quebrando a armadura que nos engessa a corporeidade. Assim, busco no gesto mínimo – um sorriso, um levantar de sobrancelha, uma mão de “semitapa” o rosto, uma gargalhada incontrolável, um olhar de espanto – um gatilho para minha câmera a fim de comunicar não apenas o que vi, mas o que senti durante o espetáculo.

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