Revista movimentos 8ª edição

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REPORTAGEM ESPECIAL

educação sobre pressão COMPORTAMENTO

Suicídio OPINIÃO

Teologia do estupro ARTIGO

O natal do Messias!

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SUMÁRIO

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MOVIMENTOS

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CAPA Feliz Natal

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REPORTAGEM ESPECIAL Educação sobre pressão

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COMPORTAMENTO Suicídio

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OPINIÃO Teologia do Estupro

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ARTIGOS

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Voleibol Busca de vaga no mercado de trabalho O natal do Messias! Eu quero é ser feliz 10 Medidas contra a Corrupção FIQUE POR DENTRO

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“Aconteceu e você não viu”

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Editorial

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Estamos outra vez no final de mais um ano. 2015 vai ficando para trás com suas recordações cheias de experiências marcantes que servirão como bases para o novo ano. A Revista Movimentos também segue essa mesma trajetória, ou seja, vai ganhando experiência e juntando recordações. Chega ao seu segundo ano de atividades, contribuindo com seus leitores através de textos importantes e relevantes para uma sociedade que precisa cada vez mais de informações para as tomadas de decisões nos vários ângulos da vida. Nessa edição, o texto FELIZ NATAL, matéria de capa, tem como propósito cooperar na reflexão sobre o cuidado nos gastos diante de uma crise que tenta roubar a alegria de nossas tradições familiares e estragar a festa. Já a reportagem especial EDUCAÇÃO SOB PRESSÃO, tem como proposta ajudar o leitor a perceber que a educação começa em casa, mas que o Estado pode dificultar essa importante tarefa. Também é relevante falarmos em comportamento sobre SUICÍDIO, pois o medo e a ansiedade, diante de um mundo bastante conturbado, rondam e podem abater o ânimo da família brasileira. Não podemos ser insensíveis, atordoados pelas festas de final de ano e fechar os olhos para a lastimável situação em que são submetidas as meninas yazidi, o intrigante e revelador texto TEOLOGIA DO ESTUPRO nos ajuda nesta tarefa. No artigo VOLEIBOL E VERÃO: UMA COMBINAÇÃO CERTA, a Revista Movimentos continuar insistindo com seus leitores sobre a necessidade de uma vida saudável e nesse verão o voleibol é uma boa opção. Já o artigo MERCADO DE TRABALHO EM TEMPO DE CRISE, traz uma dica importante nesse temerário cenário brasileiro. Ainda sobre as festas de final de ano, é necessário lançar luz ao verdadeiro sentido do Natal, com o artigo O NATAL DO MESSIAS. Essa edição não deixa de encorajar você e sua família a engajar-se na luta contra a corrupção com o artigo 10 MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO, por entender que todos devem cooperar na batalha contra o grande mal que tem dominado nossa sociedade. Por fim, concluímos os conteúdos dessa edição de uma forma muito positiva, com o artigo EU QUERO SER FELIZ. Além de todos esses assuntos pertinentes, essa edição da Revista Movimentos tem muito mais pra você: No “Cantinho da Culinária”, você vai encontrar uma receita para preparar um delicioso molho de Chester para sua mesa de Natal ou final de ano. “Do Lixo ao Luxo”, você se surpreenderá em como aproveitar um pneu de automóvel e fazer um lindo puff. Em “Aconteceu e Você Não Viu” você verá a impressionante Assembleia da PIBARA, destacando o tema O Salto das Células. Também encontrará notícias sobre mais uma Formatura do PROERD; ainda há espaço para falar sobre o encontro da sociedade com a Procuradoria Legal e a Campanha Nacional de Combate à Violência Doméstica: Laço Branco. Além disso tudo, nossos anunciantes capricharam para que você tenha as informações necessárias para adquirir ou participar de suas promoções. A Revista Movimentos, com toda a sua equipe, deseja que você faça uma boa leitura e quando terminar passe para outra pessoa, pois a informação é um legado que precisa ser compartilhada. Também pedimos a Deus para que você tenha um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de paz e harmonia.

Expediente

Revista da Primeira Igreja Batista em Aracruz

Diretor Executivo Pr. Luciano Estevam Gomes Jornalista Responsável Cibele Alves Registro Profissional: 0003315/ES Textos Alcides Oliveira Pinto Elizangela Campos da Rosa Broetto Giovani Soldera Luciano Estevam Gomes Revista FelizCidade Roberto Kedoshim Tiago Zortea Projeto Gráfico e Diagramação Wanderson Scofield do Nascimento Terci Colaboração Carlos Moreira Tiragem 5.000 exemplares Contato comunicacao@pibara.org.br Facebook/revistamovimentos Produção Primeira Igreja Batista em Aracruz www.pibara.org.br CNPJ: 27.013.044/0001-02 Telefones: (27) 3256 1475 (27)99974 5229

Luciano Estevam Gomes Diretor Executivo da Revista Movimentos

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Para várias pessoas o Natal representa apenas momento de alegria, festas, encontros familiares, danças, músicas, comida, bebida, comprar presentes, dentre outros. Contudo, para milhões de pessoas ao redor do mundo o Natal tem somente um único significado. Com a aproximação da chegada das festividades de final de ano de 2015, você já parou para pensar o que de fato o Natal significa para você? Nesse sentido, a pergunta que se faz é: Como será a comemoração desse natal e a virada de Ano novo com essa crise política e econômica do nosso país? Como as condições financeiras da população brasileira estão bem piores se comparando aos anos anteriores, teremos que pensar em sermos mais criativos na hora de gastar para as festividades de Natal e de Ano Novo, principalmente sermos precavidos na hora de comprar os presentes, quer seja de Natal ou de Ano Novo. Haja vista, que nessa ocasião as pessoas de modo geral estão muito mais preocupadas em gastar para comemorar, principalmente as conquistas alcançadas durante todo ano, mas esquecem de fazer uma análise prévia se é factível ou não, além disso, não se atém e nem dão as devidas importâncias em especial ao endividamento pessoal, que alguns querem esquecer por algum tempo ao invés de avaliar como foi o ano que passou. No entanto, é imprescindível que todos façam uma avaliação do que deu errado, a fim de que se possam fazer correções de rumo.

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Natal é celebrado na maior parte do mundo, entretanto, a maneira de comemorar o nascimento de Jesus Cristo é diferente. Em várias regiões do mundo o Natal significa dar presentes. No entanto, a maneira como é celebrado difere de acordo com as tradições e cultura de alguns países. No Brasil, por exemplo, é costume trocar presentes entre amigos e familiares. Nas organizações ocorre troca de presentes entre seus colaboradores. De modo geral todos nós gostamos de dar e receber presentes, especialmente no dia de Natal, e essa é uma das maneiras que demonstramos que amamos uma pessoa. Afinal, quem não gosta de ser lembrado, principalmente sabendo que alguém teve o trabalho e o carinho de procurar um presente, em especial, nessas ocasiões? Dessa forma, o que se percebe no Brasil nessa época de Natal e Festa de Final de Ano é que algumas pessoas não avaliam primeiro se há condições ou necessidade de comprar, e também não verificam o quanto possuem de recursos financeiros disponíveis que possam ser gastos, ou seja, gastam sem ter dinheiro e as consequências depois são desastrosas na hora que vence a fatura. Se a importância principal dada ao Natal está em fazer compras, é hora de repensarmos as nossas atitudes e comportamento de consumo.

Por Alcides Oliveira Pinto

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A CRiSe FinAnCeiRA ReDUZ GASTOS DAS FeSTiViDADeS De nATAL e De FinAL De AnO. O Brasil vive um momento de turbulência que é muito preocupante e delicado sob a perspectiva política e econômica do país, haja vista o aumento do desemprego em larga escala, principalmente por causa do fechamento de empresas e pelo processo de desindustrialização. A crise política está afetando cada vez mais a situação econômica e consequentemente agravando a alta do dólar, que nada mais é o reflexo das incertezas. Portanto, também em razão da alta do dólar, os presentes de Natal ficam também mais caros. Diante desse cenário de incertezas no país, os consumidores brasileiros devem ser mais prudentes antes de gastar, para isso se faz necessário controlar muito bem seus gastos, não só para este final de ano, mas também planejando para 2016. UM BReVe PAnORAMA DA CRiSe eCOnÔMiCA nO BRASiL e O ReFLeXO DiSSO nAS ViDAS DAS eMPReSAS e DAS PeSSOAS. A crise econômica brasileira passa por momentos muito difíceis e também delicado. Segundo as estimativas dos economistas brasileiros no final do ano a inflação no Brasil chegará a 9,53%, isto é, bem acima do teto da meta estabelecido pelo Banco Central, que é de 6,5%. O país também apresenta atualmente uma deterioração fiscal, que segundo Delfim Neto isso é provocado pelo “baixo crescimento uma vez que em processos de estagnação as receitas caem a um ritmo mais forte”. Na ocasião dessa entrevista, ele também destacou que “o principal problema do Brasil é o setor externo, e a solução seria crescer por meio da indústria e pela exportação” (Exame.com – 06/11/2014). Essa crise econômica trouxe muitos transtornos e preocupações para boa parte dos brasileiros, desde empresários que não sabem se devem investir ou não, até a classe de trabalhadores que não sabem se perderão os seus empregos o que fatalmente traria graves consequências com a perda de suas fontes de sustento, que são os salários. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou em seu relatório que a economia brasileira passa por um “momento

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crítico”, e tem um grande desafio pela frente que é resolver a situação fiscal, bem como a questão da inflação que já está em patamares elevados. Com isso a economia fica pressionada e projeta-se uma contração de 3,1% do PIB para 2015 e de 1,2% em 2016. O relatório ressalta ainda a necessidade de que o Brasil faça o dever de casa, isto é, tem que ser eficaz no controle do crescimento dos gastos públicos e fazer a reforma do sistema previdenciário, haja vista que a população irá envelhecer intensamente nos próximos anos. O relatório salienta que “o progresso deve continuar nas frentes fiscal e monetária”, porém com reformas estruturais ambiciosas, que são urgentemente necessárias para diminuírem as diversas lacunas de produtividade em relação a outras economias emergentes. Cabe destacar nesse relatório que o aumento da produtividade será primordial para o futuro crescimento econômico do Brasil, em especial no setor industrial, que ainda tem um potencial bastante significativo a ser explorado. Serão necessárias amplas reformas no sistema de tributação indireta, que está muito fragmentado, melhorar significativamente a infraestrutura, o aumento da concorrência e uma maior integração ao comércio internacional que serão fundamentais para incrementar a produtividade e reforçar o estímulo à inovação. COM eSSe COnTeXTO e CenÁRiO O COnSUMiDOR DeVe enFRenTAR A CRiSe e eSTAR ATenTO AOS PRinCiPAiS POnTOS QUe SeRÃO DeSTACADOS A SeGUiR. Se o consumidor tiver que tomar empréstimos bancários ou de financeiras é importante observar o que diz o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil - 11/11/2015). Um dos principais pontos que o consumidor deve ficar muito atento na hora de obter crédito, que é a taxa de juros que lhe é oferecida pela instituição financeira “quando recorrer a empréstimos, financiamentos ou cartão de crédito. Com a grande variedade de produtos financeiros, é comum não saber a taxa utilizada e até mesmo piorar a própria situação financeira devido a um descontrole no planejamento”. Nesse contexto o SPC Brasil alerta que, as altas taxas de juros que os bancos cobram dos consumidores

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Apesar disso, a economista faz uma ressalva de que o empréstimo pode ser um bom recurso para fazer uma transferência de dívidas nas seguintes circunstâncias: “Caso o consumidor esteja com um alto valor pendente no rotativo do cartão ou do cheque especial e não tenha como pagar, vale orçar um empréstimo com o banco para cobrir essa dívida e pagar juros bem menores, com parcelas que cabem no bolso. Nessa hora, o planejamento é essencial”, afinal dinheiro não dá em árvore e nem cai do céu! Nós temos poder sobre o dinheiro, e não o contrário. Nós não servimos a ele. Se você tem dificuldades para administrar o seu dinheiro, sugiro que faça um curso específico nessa área. É interessante observarmos que todos nós temos oportunidades de fazermos escolhas, ou seja, podemos ter atitudes para agir como: GASTADORES, POUPADORES ou INVESTIDORES. No entanto, dependerá da ênfase ou da escolha que você fizer em cada uma dessas atitudes, que poderá mudar a situação e o destino financeiro da sua vida. Portanto, essa é a grande diferença entre pessoas que alcançam ou não o tão cobiçado equilíbrio financeiro de suas vidas. Portanto, vão aqui algumas dicas importantes: dê preferência para pagar à vista, não faça compras por impulso, tenha muito cuidado antes de fazer qualquer tipo de parcelamento, não vá se endividar para presentear, guarde o seu 13º salário ou parte dele, economize para poder viajar e finalmente e não menos importante, antes de findar o ano faça um orçamento. Então, neste período de festividade é preciso ter os pés no chão e ser criativo no momento de crise. Aproveitar as datas de Natal e Final de Ano para estar com os familiares e amigos, lembrando que muito mais do que a troca de presentes, o valor está nos relacionamentos que cultivamos ao longo vida. O maior exemplo que temos é dado pelo próprio Jesus, o qual o nascimento é lembrado neste período. X FOTOS: SHUTTERSTOCK

podem levá-los ao superendividamento, pois as taxas mais altas do mercado segundo os dados do Banco Central do Brasil são as do cartão de crédito rotativo que em outubro é de 414% a.a. e a do cheque especial 263,7 % a.a. Outra opção de crédito que é muito utilizada é o empréstimo pessoal que está 118,3% ao ano. Mas também precisa ficar bastante atento a essas taxas, pois apesar de ser menor que a do cartão de crédito e do cheque especial, ainda assim é alta o custo para o consumidor. De acordo com a pesquisa do SPC Brasil a compra com o cartão de crédito rotativo é responsável por 74% dos brasileiros que possuem contas em atraso, e essa modalidade de compra de crédito é a culpada por gerar boa parte da inadimplência dos consumidores. Já entre os consumidores que utilizam o cheque especial 67% atribuem que o uso dessa modalidade é responsável por ficarem com o nome sujo. Isso acontece com frequência porque muitas das vezes as pessoas que se utilizam desses valores pensam que o valor do limite disponível do cheque especial é dele. Dessa forma, de acordo com a economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito, Marcela Kawauti, fazer um planejamento é uma das melhores saídas para evitar que ocorra o endividamento. “Contrair dívidas não é aconselhável, já que parte da renda fica comprometida por um longo tempo. Porém, muitas vezes é a única saída para a aquisição de um bem importante, para o pagamento de contas essenciais ou para um momento de urgência. Neste caso, conhecer as diferentes taxas de juros ajuda a minimizar o comprometimento da renda”. Segundo Kawauti, nesse momento de crise econômica que o Brasil está atravessando, a renda real do brasileiro vem caindo, especialmente por causa da alta da inflação e da piora do emprego. Por isso salienta que esse não é o momento propício para contratar empréstimo bancário sem saber se conseguirá pagar. O SPC Brasil aponta em sua pesquisa que sete em cada dez (76%) consumidores são inadimplentes que tomaram empréstimos em bancos e financeiras, os quais disseram que estão com o nome sujo por causa de atrasos nos pagamentos dessas dívidas.

Alcides Oliveira Pinto, palestrante, professor universitário dos cursos de Administração e Marketing

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Água é a essência da vida, não a desperdice. A Prefeitura de Aracruz e o SAAE estão trabalhando para manter o abastecimento normal em todas as casas. Medidas de controle e prevenção estão sendo adotadas para reduzir os impactos da falta de chuvas em nossa região. É preciso mudar hábitos, economizar água e evitar desperdícios. Entre nessa luta você também!

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Reportagem Especial

EDUCAÇÃO SOB

PRESSÃO Por Luciano Estevam Gomes

É notório que a educação pública no Brasil está sob pressão. Há uma série de dificuldades que a tem colocado numa situação muito difícil, que já são de pleno conhecimento das autoridades brasileiras. A nação deveria valorizar a figura do professor, que é sem dúvida alguma, umas melhores imagens que um país pode ter. Por ele, todos passam e se tornam tudo o que a sociedade é. São servidores públicos mal valorizados e que deveriam ser mais respeitados e colocados num lugar de destaque em nossa nação. FOTO: SHUTTERSTOCK

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eo Buscaglia, professor e escritor ítalo-americano, que ministrou aulas na University of Southern California - EUA, autor de vários artigos para o New York Times sobre assuntos relacionados a educação, escreveu: “Como professores temos que acreditar na mudança, temos que saber que é possível, do contrário não estaríamos ensinando, pois a educação é um constante processo de modificação”. Esses heróis e heroínas trabalham num ambiente emocionalmente sobrecarregado e sem estrutura ideal para desenvolver um trabalho de qualidade, no entanto, mesmo assim têm alcançado resultados impressionantes. Além da falta de um ambiente ideal para o ensino e a desvalorização da categoria, os professores também vivem um momento de muita apreensão com relatos de violência e falta de respeito. Ouve-se muito de agressões verbais e físicas,

deixando todo mundo muito assustado. Aracruz não é uma exceção à regra, existe um medo no ar, inclusive relacionado ao tráfico de drogas, ameaça que ronda as escolas públicas. Não é incomum presenciar falta de consideração com os mestres e o alto nível de agressividade. Para mostrar que a complexidade é ainda maior, quando os responsáveis são chamados na escola para tomar conhecimento das dificuldades dos filhos percebe-se que, na maioria das vezes, a real raiz do problema está na própria família, que demonstra um comportamento descontrolado, não justificando, mas esclarecendo a natureza da violência praticada por seus filhos na escola. A situação se tornou tão difícil que muitos professores estão apagando de suas mentes aquele sentimento altruísta que sempre envolveu a descoberta para o magistério, permanecendo nessa senda somente os corajosos e persistentes. Diante desse quadro, precisamos nos perguntar: O que

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Reportagem Especial

está acontecendo? Por que as famílias estão tão desnorteadas e perdidas em como lidar com os desafios do educar? Será que a violência da sociedade está refletindo dentro da sala de aula? Como podemos avaliar as causas da violência? Será que há uma relação entre violência e educação? Não há como obter todas as respostas de forma satisfatória, entretanto, o último questionamento, sobre a possibilidade de uma relação entre a violência e educação, parece ser a forma mais confortável para entender a manifestação da violência na escola. Porém, há a necessidade de uma maior reflexão sobre esse assunto. Será que a violência tem relação com falta de educação? O Programa Internacional de Avaliação Comparada (“The Programme for International Student Assessment” PISA) mostra, por exemplo, que na área de Leitura o Brasil é o 55° do Mundo, ficando apenas na frente de países como Malásia, Albânia, Cazaquistão, Tunísia, Colômbia, Jordânia, Argentina, Indonésia, Qatar e Peru. Na área de Ciências e Matemática, nosso desempenho é ainda pior. Mas o questionamento continua: Será que o desempenho ruim na educação é que gera violência na sociedade? O jornal Folha de São Paulo divulgou resultado da pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS), em dezembro de 2014, onde o Brasil já tinha a 11ª maior taxa de homicídio do mundo entre 194 países pesquisados. Ainda não para por aí, o relatório sobre a “Situação Mundial de Prevenção à violência”, levantamento mais abrangente já feito por um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema, aponta 32,4 assassinatos por cem mil habitantes no Brasil em 2012. O índice é quase cinco vezes maior do que a média mundial (6,7), e nove vezes a média do grupo dos países ricos (3,8). Países como Qatar, Jordânia e Tunísia, abaixo do nosso em termos educacionais são países infinitamente mais seguros que o Brasil, com taxas de homicídio menores do que 2 por 100 mil habitantes. A Jordânia é o 137° no Ranking de homicídios; a Tunísia o 158° e o Qatar 170°, com uma taxa de homicídios inferior a 1 por 100 mil. Argentina, Albânia e Malásia têm, todos, índices de homicídios menores do que

4 por 100 mil. Já a Indonésia, Peru e Cazaquistão, países bastante violentos, todos têm um índice menor de 10 por 100 mil, portanto bem menor do que a do Brasil. Vale ressaltar que apenas a Colômbia figura com maior taxa, entretanto convive com um grupo terrorista-revolucionário em seu próprio território, superando, assim, os índices de violência dos brasileiros. Nesses casos, quanto mais longe do primeiro lugar, sinaliza um país de baixíssimo índice de violência

Há estudiosos que não atribuem a causa central da violência brasileira com a falta de educação. Países menos escolarizados têm índices de violência infinitamente menores do que o Brasil, como pudemos ver nos exemplos colocados acima. Entretanto, não se pode dizer que a solução para a violência no Brasil não passe também pela educação, pois dos 54 países que estão acima do Brasil em todas as áreas do PISA, apenas 7 deles têm um índice de violência superior a 4 por 100 mil habitantes. São eles Estônia, Tailândia, Uruguai, Lituânia, Costa Rica, Rússia e México. É bom lembrar que a taxa de 4,75 por 100 mil habitantes, foi escolhida como parâmetro por ser o índice de violência dos EUA, que mesmo sendo um país rico, é considerado um país culturalmente violento. Estônia, Tailândia, Uruguai e Lituânia tem todos índices de violência abaixo de 7 por 100 mil/habitantes. Já como os mais violentos destaca a Rússia, que é um país “sui generis” com cerca de 10 por 100 mil, Costa Rica com cerca de 10 por 100 mil e o México com incríveis mais de 23 por 100 mil habitantes. De resto, todos os países mais bem educados que o Brasil são bem menos violentos. Isso nos faz crer que existe uma relação entre educação e segurança, mas não entre ignorância e violência.

Países muito educados costumam ser mais seguros, entretanto países menos educados não são necessariamente violentos, tese defendida por Pedro Jácome, com doutorado pela Universidade Federal de Pernambuco, que afirma: “Embora a solução da epidemia de violência no Brasil passe pela educação, colocar apenas – e até majoritariamente na baixa educação a causa dos quase 60 mil homicídios/ano é apenas mais uma bobagem do senso comum. Um clichê que nos impede de investigar as diversas causas da nossa violência epidêmica. Um chavão que, como chavões em geral, não ajudam em nada”. Atualmente muitos educadores estão em dúvida do que fazer para solucionar a questão da violência e o medo instalado dentro das salas de aula. Inicialmente, é necessário saber que proposta pedagógica não é educar, pois educação é algo muito maior do que conhecimento curricular. Educação é o reflexo das relações humanas testadas e vivenciadas dentro da família. Já se ouviu dizer que um professor, ao chamar a atenção de alunos com comportamento reprovável, assim se expressou: “Tenho certeza que em sua casa você não agiria dessa forma”. Mas, infelizmente muitas famílias vivenciam comportamentos degenerados. Muitas vezes a família é um caldeirão fervendo. As drogas, consumo de álcool e o mau exemplo dos próprios pais e das impunidades daqueles que deveriam ser espelho para jovens e crianças, refletem um pouco a pressão exercida sob àqueles que são responsáveis pela formação de nossa juventude. Além disso tudo, ainda temos a falta de oportunidades, de hospitais, elevado preço das coisas, e tudo mais que destempera a vida. Uma nação precisa de bons exemplos! Mas o que vemos são políticas públicas que deveriam ser construídas para dar aos menos favorecidos uma melhor chance de sobrevivência, mas seus agentes estão mergulhados em disputas pelo poder, fama e grana. Em cada campanha política, é pronunciado o seguinte refrão já bastante desgastado: “Prometo dedicar a minha vida a dar aos mais pobres - educação, segurança e saúde”. Essas promessas ajudariam bastante para diminuir as pressões exercida sobre as famílias, possibilitando assim uma assistência

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Reportagem Especial

maior aos filhos e netos. Revendo alguns conceitos já consagrados, descobrimos que, no seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. Então podemos dizer que o conceito de educação tem a ver com o nível de cortesia, delicadeza e civilidade demonstrada por um indivíduo. De acordo com o filósofo teórico da área da pedagogia René Hubert, a educação é um conjunto de ações e influências exercidas voluntariamente por um ser humano em outro, normalmente de um adulto em um jovem. Essas ações pretendem alcançar um determinado propósito no indivíduo para que ele desempenhe alguma função nos contextos sociais, econômicos, religiosos, culturais e políticos de uma nação ou de uma comunidade. O triste é que a educação, ou seja, a influência benigna dos pais pode se perder ou ser substituída por outras influências não tão benignas assim, pela exigência social da ausência da família no contexto do acompanhamento da formação dos filhos. Já no sentido técnico, a educação é o processo contínuo de desenvolvimento das faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano, a fim de melhor se integrar na sociedade ou no seu próprio grupo. Eu tenho um amigo beninense, ou seja, nascido no Benim que fica entre a Nigéria e o Togo, mas também bem próximo de Gana e Costa do Marfim. O Benim, oficialmente República do Benim, em francês: République du Bénin, é um país da região ocidental da África. A capital constitucional é a cidade de Porto Novo, mas Cotonou é a sede do governo e também a maior cidade do país. Um país com uma história de escravidão e dor, devido ao grande número de escravos embarcados para o Novo Mundo no século XVII, oprimidos e ameaçados pelo lucradíssimo tráfico negreiro transatlântico. Mas após a escravidão ser abolida, a França tomou conta do país que se tornou independente desde 1960. Tinha o nome de Daomé, mas desde 1975 o país adotou o atual nome de Benim, em razão de o país ser banhado a sul pela Baía de Benim. Eu fico impressionado com esse

meu amigo por causa de sua educação e gentileza para tratar as pessoas. O nome dele é Sthefani, Doutor em Fisica, casado com a brasileira Josiane de Deus, e estão passando uma temporada aqui em Aracruz - ES. Enviei um wathsApp para ele com a seguinte pergunta: Como os professores são tratados aí em Benim? Ele me enviou a seguinte resposta: “Acho que não tem muita diferença, mas posso falar algumas coisas que não vi no Brasil e que aqui no Benim são frequentes. Nas escolas, colégios ou universidades, quando os alunos veem o professor chegar, um aluno vai ao seu encontro para ajudá-lo a carregar sua pasta ou qualquer outro objeto até a sua sala. Qaundo o professor entra na sala de aula, um aluno bate na mesa e todos se colocam de pé para cumprimentá-lo conforme a ocasião: bom dia, boa tarde ou boa noite. Quando o professor termina de escrever no quadro, sempre tem um escalado para apagar durante a aula e no encerramento. Terminada a aula, um aluno sempre leva os objetos do professor até o seu carro ou moto. Os alunos quando encontram os professores fora do ambiente de aula, vão em sua direção e quando o professor para, ele o saúdam. Na feira ou supermercado, o aluno em sinal de respeito, carrega as compras do professor até o seu carro ou casa. Quando um aluno comete um erro na escola, o professor coloca-o de joelhos e manda que escreva 300 vezes sobre o seu arrependimento.” Se não impressiona atitudes belísssimas como essas, de uma nação pequena e muito longe do desenvolvimento social, econômico e financeiro que o Brasil possui, então, de fato há o perigo de um colapso sociológico. As razões que explicam o porquê da manifestação de tanto desrespeito e violência dentro das escolas públicas, não é algo que se explique de forma simplista e ingênua. Mas o que se pode adiantar é que a educação não é sozinha a vilã que justifique a violência dentro das escolas públicas, mas que há uma série de questões que colocam as autoridades públicas como os principais protagonizadores da revolta pela falta de perspectiva e esperança no Brasil. Isso aumenta a pressão sobre as famílias. Não adianta o governo divulgar que tirou milhões de pessoas da linha

da miséria. Mesmo porque a operação zelote da Polícia Federal descobriu que não foi com recursos provenientes de uma política econômica de sucesso, mas com os fundos dos próprios trabalhadores, como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fundos de pensão do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, entre outros. Agora o Brasil já está pagando uma alta conta, regada a muita corrupção. Quem mais sofre com isso? A escola pública será uma das afetas e terá que aguentar toda essa pressão externa e tentar fazer o seu melhor possível. Há também uma razão importante a ser considerada - o secularismo em que nossa sociedade moderna vive, ou seja, um modo de vida sem referência a Deus ou à religião. É preocupante ver as pessoas pensando que a felicidade está em ter as coisas e quando isso não acontece, naturalmente que acontecerá, elas se sentem frustradas, vazias, tristes, aborrecidas e desvalorizadas. São as consequências do humanismo o homem como centro de tudo. Pessoas assim, dizem que creem em Deus, mas elas só acreditam em si mesmas e usam a religião como uma justificativa moral. As pessoas precisam de Deus e quando isso acontece, elas compreendem porque o mundo se tornou assim e como podemosX lidar com nossas frustrações e desejos.

Luciano Estevam Gomes Pastor Batista, Pedagogo, Especialista em Educação e Mestre em Teologia.

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Comportamento

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uicídio. Essa é uma das questões que talvez menos se cale. Robin Williams nos emocionou tanto nas telas do cinema com obras lindíssimas, pregando o amor, o carinho ao próximo, e o cuidado ao outro como meio de expansão da vida. Na segunda semana de Agosto de 2014, nos chocamos e choramos por sua morte. Morte por suicídio. A pergunta “por quê?” permanece. Ecoa em alta voz, cuja continuidade nos perturba e nos assusta pela ausência de uma resposta imediata. Equivalentemente, uma pessoa morre por suicídio a cada 40 segundos em algum lugar do planeta. Nas palavras dos pesquisadores Katie Dhingra, Daniel Boduszek e Rory O’Connor num artigo publicado em Julho de 2015, “De fato, o suicídio é responsável por mais mortes a cada ano do que todas as guerras e outras formas de violência interpessoal juntas – significando que há maior probabilidade de morremos pelas nossas próprias mãos do que pelas mãos de outra pessoa [OMS, 2014].” Veja no diagrama ao lado alguns dados do relatório sobre suicídio publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em Setembro de 2014.

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De acordo com a OMS, especulase que para cada morte por suicídio por ano, outras duas pessoas engajam-se em tentativas e sobrevivem. No Brasil, para cada atendimento em pronto-socorro resultantes de tentativas de suicídio, três outras pessoas tentaram tirar a própria vida, cinco pessoas planejaram a própria morte, e dezessete pensaram no suicídio

como alternativa possível. Já mencionado neste texto, o relatório da OMS é o primeiro especificamente voltado para a situação do suicídio no mundo. Os dados não só chocaram em termos estatísticos, mas também surpreenderam no que diz respeito às questões culturais, faixa

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Comportamento

Observações sobre a tragédia de não mais querer viver Por Tiago Zortea

etária e gênero. Ao contrário da antiga crença de que as taxas mais altas de morte por suicídio seriam algo restrito aos países nórdicos, ricos, frios e com baixa incidência de luz do sol, os dados mostraram o contrário. 75,5% dos óbitos por suicídio em 2012 ocorreram em países pobres e em desenvolvimento. Na lista dos dez primeiros países com maiores índices estão Guiana (44,2 mortes a cada 100 mil habitantes), Coreia do Norte (38,5), Coreia do Sul (28,9), Sri Lanka (28,8), Lituânia (28,2), Suriname (27,8), Moçambique (27,4), Nepal e Tanzânia (24,9), e Casaquistão (23,8). As taxas também assustam quando o tópico é gênero. Homens morrem mais por suicídio do que mulheres em todas as regiões do planeta. A variação mundial vai de 50% a aproximadamente 355% mais mortes entre homens do que entre mulheres. No Brasil esta diferença é ainda mais acentuada. Os últimos dados disponíveis pelo DATASUS são de 2012 e apontam que na faixa etária de 20 a 24 anos de idade, o número de homens mortos por suicídio foi 4 vezes maior em comparação ao número de mortes de mulheres. Entre os jovens de 25 a 29 anos, a diferença de mortalidade alcançou a casa de 500% a

mais para homens. Na população acima de 60 anos, a discrepância é ainda maior: 6 homens tiram suas próprias vidas a cada morte por suicídio de uma mulher. Os dados estão ilustrados no gráfico abaixo.

FATOReS De RiSCO Diversos pesquisadores ao redor do mundo têm se dedicado intensamente ao estudo do suicídio a fim de entender o que, de fato, dirige tantas pessoas dos mais distintos lugares e culturas do planeta a sofrerem esta tragédia. Ao contrário do que se pensa (e de modo oposto à prontidão de alguns em responder por que pessoas tiram suas próprias vidas), não há uma resposta óbvia, imediata, simples, nem completa. Suicídio é um fenômeno

altamente complexo e resulta de uma combinação entre fatores biológicos, psicológicos e sociais. Sabe-se que alguns fatores podem aumentar ou reduzir o risco de tentativas de suicídio, e a maior parte das pesquisas é conduzida no sentido de identificar tais fatores e entender como funcionam. Assim, as atuais políticas de prevenção ao suicídio estão baseadas na identificação e manipulação desses fatores de risco. Um exemplo diz respeito ao acesso aos meios pelos quais tentase o suicídio. A disponibilidade ou proximidade de armas de fogo, por exemplo, é considerada um fator de risco. Uma vez dificultado o acesso a elas, menores são as chances de tornar a morte por esta via algo provável. O mesmo é feito com outros meios. A disponibilidade e a preferência por meios específicos também depende dos contextos geográficos e culturais. Os fatores de risco para o suicídio são classificados de acordo com o nível de influência sobre o comportamento suicida (biológico, psicológicos e social). Portanto, cada um desses três níveis possui diversos fatores de risco. Algumas subdivisões são feitas a fim de facilitar a visualização da intervenção.

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Comportamento

POR QUe? A pergunta, no entanto, permanece. Por mais que identifiquemos fatores de risco e proteção associados ao aumento ou diminuição das probabilidades de engajamento em tentativas de suicídio, e ainda que saibamos sobre os perfis dos grupos mais vulneráveis, tais informações não explicam por que uma pessoa engaja-se no processo de dar fim à própria vida. Aspectos biológicos e sociais são massivamente importantes para o estudo do suicídio. Entretanto, é inegável o fato de que este tipo de morte está relacionado à decisão de um indivíduo em por fim à sua própria vida, fazendo da análise psicológica algo crucial para a compreensão deste comportamento. Por envolver diversos processos psicológicos como tomada de decisão, baixa intolerância ao sofrimento, índices consideravelmente reduzidos (ou ausência) de habilidades de resiliência, e diversas outras características importantes, o suicídio não prescinde uma análise individualizada, única e específica. A pesquisa em psicologia do suicídio vem, durante as últimas décadas, evoluindo suas análises para métodos mais complexos, os quais vão além das abundantes análises bivariadas (nas quais apenas a relação entre duas variáveis é examinada), além da ampliação do número de trabalhos com métodos qualitativos. Tal evolução tem permitido o delineamento de pressuposições teóricas mais robustas, válidas e confiáveis, oportunizando a construção de intervenções mais eficazes. Em 2011, um passo marcante foi dado na construção de um dos modelos mais modernos e bem estruturados para a explicação do comportamento suicida: o capítulo onze do livro “International Handbook of Suicide Prevention” (organizado pelos professores Rory O’Connor, Stephen Platt e Jacki Godon) caracteriza um marco importante na pesquisa sobre suicídio e apresenta pela primeira vez o “Integrated Motivational-Volitional Model of Suicidal Behaviour” (Modelo Integrado Motivacional-Volitivo do Comportamento Suicida ou IMV), desenvolvido pelo psicólogo irlandês Rory O’Connor, professor da Universidade de Glasgow e presidente da International Academy for Suicide Research. O IMV ultrapassa a ideia de suicídio como resultado de psicopatologias prévias (depressão, transtornos de ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia, por exemplo), e o conceitualiza como processo

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comportamental. Esta primeira concepção quebra uma tradição forte da visão médica clássica de entender o suicídio como doença, insanidade ou loucura, e o toma como experiência humana, como processo comportamental. A segunda, e talvez mais importante característica do IMV reside na análise detalhada dos processos psicológicos envolvidos no comportamento suicida, especialmente na explicação de como ideações suicidas se traduzem em ações, tentativas de suicídio. O IMV separa o processo comportamental em três fases: pré-motivacional (que envolve variáveis biológicas, ambientais e de eventos do desenvolvimento), motivacional (onde ideações suicidas são formadas), e fase volitiva(na qual ideações suicidas são traduzidas em ações e tentativas de suicídio). Resumidamente, a fase pré-motivacional leva em consideração a sensibilidade biológica do indivíduo às experiências da vida, os aspectos de formação de seu repertório de comportamentos, padrões de apego, experiências parentais, eventos marcantes da vida e fatores de gatilho que oportunizam o desenvolvimento da segunda fase. Esta, motivacional, envolve uma série de processos psicológicos complexos na formação de ideações suicidas. Experiências de derrota e humilhação podem desenvolver sentimentos de aprisionamento. Esse desenvolvimento, no entanto, só será possível na presença de “variáveis de autoameaça”, tais como a ausência de repertório de resolução de problemas gerais e interpessoais, intensa ruminação de pensamentos de autocrítica e autodepreciação, autoexigência exacerbada e autodesvalorização. Os sentimentos de aprisionamento podem evoluir a ideações suicidas caso estejam presentes as variáveis motivacionais, as quais mediarão tal evolução. Exemplos de variáveis motivacionais incluem perda do senso de pertencimento, sentimentos de opressão, desesperança, ausência de expectativas sobre o futuro, inexistência de objetivos, sentimentos de solidão extrema e de escassez de suporte social. A terceira e última fase,volitiva, examina a transição das ideações suicidas para as tentativas de suicídio em si. Esta transição é moderada por variáveis denominadas “moderadores volitivos”, que incluem impulsividade, intenções e planejamentos da própria morte, acesso aos meios e/ou instrumentos para a implementação do plano, e imitação de procedimentos suicidas previamente

conhecidos, por exemplo. Apesar de ter sido construído todo com base em pesquisas prévias (sobre cada componente do modelo), o IMV ainda se caracteriza como modelo bastante novo e desde sua publicação vem sendo testado por pesquisadores de diversas partes do mundo. O IMV mostra a complexidade do fenômeno do suicídio, e por mais que se proponha a ser um modelo generalizável, não pretende esgotar o assunto – já que esta seria talvez uma pretensão ilusória diante da algo tão difícil de ser compreendido em sua totalidade. Ao contrário, a proposta do IMV é exatamente expandir as possibilidades de análise, e abrir oportunidades da construção de novas perguntas e novos problemas de investigação. Há ainda centenas de outros tópicos relacionado ao comportamento suicida que precisam ser discutidos. Por isso precisamos falar sobre este problema. Desenvolver empatia. Escutar o outro. Conversar sobre. Desfazer-se de julgamentos (sejam eles morais ou religiosos). Quebrar barreiras sociais. Nos colocar disponíveis à ajudar aqueles que carregam consigo uma dor insuportável, a ponto de pensar em não querer mais viver. Precisamos ajudar a encontrar novas possibilidades, achar novas portas. Conceder suporte na restauração da esperança. Reafirmar a vida. X *Se você está vivendo um momento muito difícil e se identificou com alguma parte deste texto, converse agora com um profissional do CVV (Centro de Valorização da Vida) através do telefone 141 ou via internet (chat, Skype ou email) através do site:http:// www.cvv.org.br/site/index.php. Os profissionais desta ONG (uma das mais antigas e reconhecidas instituições no país) estão disponíveis 24 horas para ajudar e acolher. Tiago Zortea é Psicólogo Clínico, Mestre em Psicologia, e atualmente cursa o PhD na Universidade de Glasgow (Reino Unido) no Laboratório de Pesquisas sobre Comportamento Suicida.” este artigo foi publicado originalmente na revista eletrônica “Comporte-se: Análise do Comportamento e Psicologia” e republicado na revista Movimentos com autorização do autor e do editor-chefe do Portal Comporte-se. Para ter acesso à fonte original acesse: http://comportese.com/2015/09/suicidio-observacoessobre-a-tragedia-de-nao-mais-querer-viver/.

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A reforma e revitalização do Mercado Municipal contribuirá para um espaço mais moderno e funcional para os cidadãos. A obra possui um projeto de paisagismo, piso e nova cobertura.

Secom/PMA/Fotos: Humberto De Marchi Projeção gráfica meramente ilustrativa.

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A Prefeitura está presente em todas as regiões do município com obras de infraestrutura e do Orçamento Cidadão que vão melhorar a qualidade de vida da população. Acompanhe o andamento das obras em sua comunidade.

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FOTO: SHUTTERSTOCK

Opinião

“teologia do Estupro” Por Roberto Kedoshim

UMA COnFUSÃO MUiTO COMUM

G

olpe no Egito, explosões no Iraque, massacres na Síria, repressão na Arábia Saudita. O Oriente Médio está em ebulição, e um correspondente internacional nos conta tudo no noticiário da noite. As imagens mostram jovens perseguidos nas ruas do Cairo, escombros de prédios em Bagdá, crianças a chorar em Damasco e uma mulher surrada em Riad. Quando o correspondente aparece na tela a legenda diz que ele está em Jerusalém. Subjetivamente fica no ar a ideia de que tudo aquilo está acontecendo em Israel. Durante anos conversei com interlocutores de diversas classes sociais, e percebi que muito das ideias distorcidas que se tem à respeito de Israel vem justamente dessa confusão involuntária que acontece na cabeça das pessoas. No Oriente Médio não há país mais seguro para um correspondente internacional do que Israel, principalmente se este for do sexo feminino. E esta é a razão pela qual as empresas de comunicação optam por instalar seus profissionais nos confortáveis hotéis da capital do Estado judaico, ao invés de mandá-los para os locais onde a violência realmente acontece.

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Só que isso acaba gerando uma confusão na cabeça dos telespectadores menos atentos, e aquilo que era para ser uma informação acaba tornando justamente o oposto, uma desinformação. E o problema se agrava quando esta desinformação se junta o antissemitismo latente na sociedade ocidental. Deixe-me exemplificar. Algumas semanas depois que as imagens do corpo de um menino curdo ocuparam as primeiras páginas dos jornais e tornaram-se virais na Internet, descobriram que seu pai havia mentido. Ele não era apenas um inocente refugiado, vítima de uma tragédia humana, ele tinha parte de responsabilidade na mesma, pois estava conduzindo o barco e recebeu dinheiro para fazer a travessia. Ele era vítima, e ao mesmo tempo responsável pela tragédia que se abateu sobre sua família. O interessante é que quando o portal brasileiro G1 publicou uma reportagem dizendo que o pai de Aylan Kurdi havia mentido, um leitor fez o seguinte comentário: “Fica frio camarada, que judeu gosta de mentir, roubar, matar e destruir e ninguém sabe que eles fazem isso”.

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Opinião

Judeu?! Como judeu se o refugiado era sírio? Há alguns anos deixei o Brasil e mudei para Israel. Naquela ocasião algumas pessoas me chamaram de louco. Diziam que estava levando minha família para um ambiente hostil. Penso sempre nisso quando leio relatos dos horrores que acontecem nos países de maioria islâmica e me entristece saber que muitas pessoas, inclusive cristãs, confundem judeus com muçulmanos e o Estado de Israel com algum país árabe. Israel está no Oriente Médio, mas o Estado de Israel e o seu povo têm leis e comportamentos sociais completamente diferentes dos demais países daquela região. O ambiente familiar em Israel tem um estilo ocidental, as crianças são protegidas, as leis são democráticas e a teologia predominante é bíblica. Infelizmente, no entorno do Estado de Israel, nos países africanos e asiáticos, a realidade é bem diferente. Nessas regiões impera a teologia islâmica, uma forma de cultuar um deus que vem se tornando cada vez mais radical, cada vez mais cruel, cada vez mais desumana. “A TeOLOGiA DO eSTUPRO” O jornal norte-americano The New York Times (NYT) publicou uma matéria, em agosto passado, que mostra bem a discrepância existente entre a teologia bíblica e a teologia islâmica. As informações são tristes, os detalhes torpes e, principalmente, não tem nada a ver com Israel. A teologia predominante nos países inimigos de Israel é perpetrada em nome do seu deus Allah, é baseada nas espúrias escrituras do profeta Maomé, e direcionada contra a parte mais frágil da população, as mulheres. E quando esta teologia é implantada por um grupo extremo como o Estado Islâmico, pode atingir níveis inacreditáveis para a realidade de quem vive em pleno Século XXI. Ouvindo sobreviventes que fugiram ou foram resgatadas, é possível chegar à conclusão de que está em curso aquilo que os radicais islâmicos chamam de “Teologia do Estupro”, uma prática medieval da qual as mulheres e crianças da minoria yazidi têm sido as principais vítimas. Baseados no Alcorão, o Estado Islâmico do Iraque e Síria – ISIS, na sigla

em inglês – vem utilizando a escravidão sexual, tanto no Iraque quanto na Síria, como prática comum e até mesmo como ferramenta de recrutamento. Uma menina de 12 anos relatou ao NYT como se deu o primeiro dos estupros a qual foi submetida. Ela disse que momentos antes de ser violentada, um combatente do ISIS explicou que na visão do Islã, o que ele estava fazendo não era pecado, pois como ela era de uma religião diferente, e o Alcorão não só lhe dava o direito de estuprá-la como o estimulava e o encorajava a fazê-lo. Para o ato, que é considerado crime em qualquer lugar civilizado do mundo, o combatente amarrou as mãos da vitima, colocou uma mordaça na boca, se ajoelhou junto à cama, fez uma reza islâmica e depois montou sobre ela. Assim que terminou o ato abominável, o combatente voltou a ajoelhar e rezou novamente, encerrando o estupro numa atitude de devoção religiosa. Entre um estupro e outro a criança tentou argumentar com seu algoz: “Eu dizia que estava doendo – por favor, pare! Mas ele me disse que, de acordo com o Islã, estava autorizado a estuprar uma incrédula”. Ainda com as marcas do terror nos olhos, a pequena yazidi, que conseguiu fugir e se encontra hoje num campo de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), concluiu dizendo que o combatente do ISIS explicou que ao estuprá-la ele “chegava mais perto de Allah”.

Para o NYT, o estupro sistemático de mulheres e meninas da minoria religiosa yazidi se tornou profundamente enraizado na organização e na teologia radical do ISIS desde que o grupo anunciou que estava restaurando a escravidão como instituição. Entrevistas com 21 mulheres e meninas que recentemente escaparam das garras do ISIS e uma análise das comunicações oficiais do grupo, mostram que a prática tem sido consagrada nos princípios fundamentais do movimento.

De acordo com projeções feitas pelo Blog Notícias de Sião, apenas os combatentes do ISIS, no Iraque e na Síria, e do grupo Boko Haram, na Nigéria, sequestraram nos dois últimos anos cerca de 7.000 mulheres e crianças, sendo que a maioria delas pertence à minoria yazidi. Das yazidis, pelo menos 3.144 ainda são mantidas em cativeiro, já o número em poder do Boko Haram não é muito claro. O exército nigeriano vem conseguindo nos últimos meses libertar centenas de prisioneiras, sendo que na mais recente ação, no final de Outubro, resgataram 338 reféns. Embora o Boko Haram, cujo nome num dialeto nigeriano significa “A Educação Ocidental ou Não-Islâmica é um Pecado”, ainda não admitiu abertamente ter incluído o estupro na sua teologia, mas na prática é o que vem acontecendo. Enquanto a estrutura do Boko Haram é mais tribal e menos organizada, a presença de combatentes de origem europeia levou para o seio do Estado Islâmico uma estruturação perversa nunca antes imaginada. “Para lidar com as mulheres sequestradas”, destaca o NYT, “o ISIS desenvolveu uma burocracia detalhada de escravidão sexual, incluindo contratos de venda autenticados pelos tribunais islâmicos do próprio ISIS, e a prática se tornou uma ferramenta de recrutamento estabelecido para atrair homens de sociedades muçulmanas profundamente conservadoras, onde o sexo casual é tabu e o namoro é proibido”. O eSTUPRO HALAL Aquilo que era até agora considerado apenas uma questão cultural, a mulher como presa, está se institucionalizando via teologia islâmica e através de movimentos radicais como o ISIS e o Boko Haram. Clérigos e religiosos islâmicos estão desenvolvendo “memorandos de política interna e discussões teológicas” com o objetivo de estabelecer diretrizes para a escravidão, incluindo um extenso manual prático desenvolvido por um tal Departamento de Investigação e Fatwa do Estado Islâmico. De acordo com essas lideranças, “uma leitura estreita e seletiva do Alcorão e outras normas religiosas” não só justificam a violência, como também

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Opinião

são úteis para elevar e comemorar cada estupro como algo “espiritualmente benéfico e até virtuoso”. Uma menina yazidi resgatada, que se encontra atualmente num acampamento da ONU, relatou: “Toda vez que [o combatente do ISIS] vinha me estuprar, ele rezava”. A menina foi sequestrada próximo ao Monte Sinjar, no Iraque, e depois vendida para um jihadista. O “comprador” tinha 20 anos, a menina 15. “Ele ficava me dizendo que aquilo que faria comigo era ibadah”, disse a menina, usando um termo do Alcorão que significa “adoração”. “Ele dizia que estuprarme era a sua forma de rezar para Allah”, contou a menina que passou nove meses como escrava sexual. A menina ainda conta que quando tentou argumentar dizendo “o que você está fazendo é errado e isso não vai levá-lo para mais perto de Allah’” recebeu como resposta: “Isso é permitido, porque é halal”. Halal é o termo árabe para a mesma palavra utilizada pelos judeus como kosher. Quando um judeu prepara uma refeição ele se preocupa em observar se os alimentos que vai utilizar são kosher, ou seja, se são “permitidos” ou “autorizados” pelas Sagradas Escrituras. Para um judeu, a carne bovina dianteira, por exemplo, é kosher, já a carne de porco não é kosher; bacalhau é kosher, mas camarão não é kosher. Na lógica da nova teologia islâmica, olhar para os cabelos de uma mulher não é halal, mas estuprar uma criança é halal. Se a teologia católica da perseguição aos judeus teve como marco inicial o Concílio de Verona, em Novembro de 1184, quando instituíram as bases da Santa Inquisição, a teologia do estupro no Estado Islâmico tem em outubro de 2014 o seu ponto de partida. Foi neste mês que a revista doutrinária islâmica Dabiq traçou os rumos teológicos do grupo. A teologia do estupro foi à consequência natural da escravidão sexual sistemática que havia começado dois meses antes no Iraque, quando no dia 03 de Agosto de 2014 combatentes islâmicos invadiram vilas próximas do Monte Sinjar e sequestraram centenas de

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mulheres. Após este ato de barbárie, no mesmo ano as normas teológicas para o estupro foram sistematizadas num artigo da edição número 4 da revista Dabiq. Naquela oportunidade a revista elencou as coordenadas alcorâmicas para justificar o estupro como algo e alvo sagrado para os seus militantes. MUiTO MAiS QUe ViOLÊnCiA Além da violência física, com todas as implicações decorrentes, a teologia do estupro envolve ainda um forte componente psicológico. As mulheres e meninas sequestradas são negociadas como se fossem meros objetos em leilões onde homens asquerosos debocham da situação em que as mesmas se encontram: “Eles riram e zombaram de nós”, relatou uma das mulheres resgatadas. “Você é nossa sabaya, diziam. Eu nem sabia o significado dessa palavra”, conta uma jovem. Mais tarde, o líder local do ISIS explicou-lhe que sabaya significava “escrava”. Ao NYT, Matthew Barber, especialista em minorias na Universidade de Chicago, disse que o Estado Islâmico focou suas atenções nas meninas yazidis porque os muçulmanos consideram este povo como politeístas, um povo cuja religião está fundamentada na tradição oral e não numa escritura sagrada. Aos olhos do Estado Islâmico, os yazidis são marginais incrédulos desprezíveis, piores do que os cristãos e os judeus, pois estes, segundo os muçulmanos, teriam algumas proteções limitadas de acordo com o Alcorão, pois são considerados “Povos do Livro”. Talvez seja por isso que um dos líderes muçulmanos, responsável pelo mercado de mulheres, explicou assim as razões pelas quais podia violar uma jovem yazidi: “Taus Malik [divindade yazidi] é o diabo, e por você adorar o diabo você pertence a nós. Nós podemos vendê-la e usá-la como acharmos melhor”. O Estado Islâmico do Iraque foi fundado pelo terrorista Abu Musab alZarqawi no final dos anos 90 do século passado. A princípio o grupo chamavase Tawhid wal-Jihad, atuava apenas no Iraque e mantinha boas relações com outros grupos terroristas da região. O nome Tawhid wal-Jihad foi utilizado entre 1999 a 2013, quando o líder foi

morto por tropas norte-americanas. No dia 8 de Abril de 2013, Abu Omar al-Baghdali, sucessor de Abu Musab al-Zarqawi, anunciou formalmente a criação do ISIS, unindo diversas facções que lutavam tanto no Iraque quanto na Síria. Por mais cruéis que fossem esses homens, a instituição da teologia do estupro causou surpresa. Respondendo aos ataques que passaram a receber da imprensa, alguns líderes chegaram a dizer que se tratava de calúnias. Como resposta, a Dabiq voltou a abordar a questão na edição de Maio de 2015 expressando “dor e consternação” pelo fato de alguns combatentes não estarem entendendo a importância da doutrina da escravidão e dos estupros. O editorial dizia: “O que realmente me alarmou foi que alguns dos partidários do Estado Islâmico começaram a negar o assunto, como se os Soldados do Califado tivessem cometido um erro ou feito algo de mal. Eu escrevo isto como o gotejamento de letras de orgulho: Nós temos de fato invadido e capturado as mulheres kafirah [infiéis] e as levamos como ovelhas ao fio da espada”. Uma mulher yazidi de 34 anos, que foi comprada e repetidamente estuprada por um combatente árabe na cidade síria de Shadadi, descreveu como foi que ela sofreu menos do que outra escrava que vivia na mesma casa, uma menina de 12 anos que foi estuprada dia após dia, apesar de sangrar profundamente. “Ele destruiu o corpo da menina. Ela estava com uma grave infecção. O jihadista continuou chegando e me perguntando: ‘Por que ela cheira tão mal? ’ Eu disse que ela tinha uma infecção e que precisava de tratamento, mas ele, impassível, ignorou a agonia da criança, dando continuidade ao ritual de rezar a Allah antes e depois de cada estupro”. “Eu disse a ele: ‘Ela é só uma menina’. Ele então me respondeu: ‘Não, ela não é uma menina, ela é uma escrava, uma escrava que sabe exatamente como fazer sexo. E fazer sexo com ela agrada a Allah”. X Roberto Kedoshim, Editor do Blog Notícias de Sião, é missionário da Igreja Batista Cristo é Vida, de Fortaleza, e reside atualmente em Portugal.

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Artigo

Por Giovani Soldera

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voleibol foi criado nos Estados Unidos, no dia 9 de fevereiro de 1895, pelo diretor de educação física da ACM (Associação Cristã de Moços de Massachusetts) William George Morgan. Ao inventar o voleibol e suas regras, Morgan tinha como objetivo principal a criação de um esporte sem contato físico entre os jogadores. Desta forma, ele pretendia oferecer às pessoas, principalmente aos mais velhos, um esporte em que as lesões físicas, provocadas por choques entre pessoas, seriam raras. Muitos anos depois de sua criação o esporte agora atende um público muito maior do que o proposto pelo seu criador. Segundo pesquisa da Datafolha, voleibol é o segundo esporte de maior aceitação entre os jovens no Brasil, superando o futebol no período de 1998 a 2000. A mesma pesquisa evidência, ainda, que os mais jovens são os que mais gostam do voleibol, especialmente os compreendidos na faixa etária de 12 a 18 anos, chegando a ser praticado por 15% da população pesquisada. Hoje sabemos que é o segundo esporte na preferência do brasileiro, este crescimento se deve ao fato do Brasil ter conquistado a medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles em 1994, com a chamada Geração De Prata,

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comandadas por Willian, Xandó, Bernard, Renam e Montanaro e o técnico Bebeto de Freitas. E a Medalha de Ouro em 1992, em Barcelona, comandado por José Roberto Guimarães, o Brasil brilhou com os atletas: Marcelo Negrão, Tande, Carlão, Giovane, Maurício e Paulão. A partir deste momento, o Brasil se torna referência neste esporte e soma muitas conquistas em Liga Mundial e Campeonatos Mundiais tanto no masculino quanto no feminino. Benefícios - Durante uma partida de vôlei, um grande grupo muscular é requisitado, e músculos como tríceps, abdominais e musculatura dos antebraços, além dos membros inferiores, ficam em constante movimento. Também auxilia na coordenação motora, e dá mais equilíbrio e reflexo. Para as crianças e adolescentes o voleibol ajuda muito no crescimento da estrutura óssea e faz o corpo trabalhar como um todo, melhorando as capacidades físicas funcionais, cardiorrespiratórias e de fortalecimento, o que é extremamente benéfico à saúde. Hoje um dos esportes mais divulgado pela mídia é o voleibol, que também oferece uma alternativa para a questão social das crianças carentes, tornando as escolas mais atrativas, reduzindo a evasão escolar e a permanência das crianças nas ruas e contribuindo para a sua reintegração social.

A prática do esporte com tamanho prestígio e popularidade fortalece a autoestima, cria o hábito do trabalho em equipe, estimula a disciplina e a organização. Todos estes fatores contribuem para a formação da cidadania. É um esporte sem violência e que pode ser praticado por todas as faixas etárias e classes sociais. Vale ressaltar que existem variações do vôlei com as opções de se jogar na quadra e na praia com as formações de sexteto, quarteto e duplas, e todas as regras são elaboradas pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) e, no Brasil pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Se animou? Reunir um grupo de amigos para a atividade semanal na quadra da praça, do clube ou do seu prédio e, agora no verão na praia, pode ser uma boa para a saúde e para a mente. Mas, antes de tudo, consulte um médico para aquele check-up, evite horários de sol forte e use roupas confortáveis. X Giovani Soldera (Educador Físico), Arbitro da Confederação Brasileira de Voleibol, Atleta de Clubes como: Saldanha da Gama, UVV, Clube Ítalo Brasileiro e Seleção Capixaba, Licenciatura Plena em Educação Física e Pós Graduação em Educação Física Escolar.

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Molho para Chester Foi em 1982 que o Chester apareceu na mesa natalina. Com suas coxas e peito enormes, o Chester não atraiu só admiração, mas também desconfiança. Culpa da empresa que o lançou, que cria as aves em segredo, dando margens as teorias da conspiração. Mas que fique bem claro, o Chester é só um frango! não fique desapontado, pois ele é um frango grande, fruto de 12 anos de seleção artificial. essa história começou, em 1979, quando Sadia e Perdigão nem imaginavam que um dia seriam uma mesma empresa. Coube a um executivo da última, Saul Brandalise Junior, a missão de criar uma alternativa para o peru de natal da concorrente, um sucesso de vendas. Brandalise enviou aos estados Unidos da América (eUA) dois técnicos, que voltaram com 11 linhagens de uma galinha escocesa. estas galinhas foram direto para a avícola Passo da Felicidade, em Tangará, no interior catarinense. A granja ficava no meio de uma reserva de araucárias, protegendo as aves de contaminação e garantindo sigilo. em 1982, após três anos de desenvolvimento, surgiu no mercado o Chester – marca registrada que vem do inglês chest (“peito”). Anos depois, apareceu o “Chester da Sadia”, o Fiesta, outro super frango. O Chester é alimentado à base de milho e soja, sendo selecionado para ter cada vez mais peso com menos gordura. Tudo, diz a marca, sem qualquer tipo de medicamento, antibiótico ou hormônio anabolizante. Aproveite a receita deste molho para o Chester e bom apetite!

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ingredientes • • • • • • • • • • •

1 colher (sopa) de azeite 1 cebola picada 1 alho poró cortado em rodelas 3 dentes de alho picados 1 xícara (chá) de cogumelos porcini ou shitaque picados ½ xícara (chá) de vinho branco 200 g de maionese ½ xícara (chá) de leite Pimenta-do-reino preta moída na hora a gosto ½ xícara (chá) de cheiro verde picado ½ xícara (chá) de nozes picadas

Modo de preparo •

• •

numa frigideira, aqueça o azeite e frite a cebola, o alho poró e os dentes de alho. Refogue o cogumelo, junte o vinho e deixe evaporar. Adicione a maionese, o leite, as nozes e tempere com pimenta e cheiro verde.

Cantinho da culin ária

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MERCADO DE TRABALHO EM TEMPO DE CRISE Por Elizangela Campos da Rosa Broetto

de 20% a 50%, que se justifica pelo desaquecimento econômico que o país está vivendo. Acredita-se que neste ano as efetivações, a exemplo das vagas abertas, também tendem a ser menores. É fundamental investir o tempo em estudos, fazer cursos, manter-se atualizado e adquirir conhecimentos para expandir o leque de oportunidades para uma vaga de emprego, temporário ou não. O governo federal ainda tem disponibilizado vagas de cursos gratuitos através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). São inúmeras ofertas de cursos em todo território nacional. O Instituto Federal do Espírito Santo Campus Aracruz oferta vagas para os cursos de Inglês, Libras e Soldador. Ainda que o cenário pareça desanimador para os que estão desempregados, é fundamental acreditar e perseverar. Não podemos confundir “retração na abertura de vagas” com “ausência de vagas”. As vagas surgirão, mas em menor número, com mais pessoas competindo por elas. Nesta hora, toda a preparação técnica, toda a experiência prática e toda formação escolar contarão muito, mas a Fé pode ser um grande diferencial entre os que lograrão êxito na busca pela vaga e aqueles que se lamentarão pelo insucesso. Conforme preconizado em Hebreus 11,1: A fé é a certeza daquilo que esperamos, a convicção das coisas que não vemos. X

Elizangela Campos da Rosa Broetto, Mestre em Economia Empresarial no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo - Ifes Campus Serra, Professora de Administração e Empreendedorismo - Departamento Informática, Líder do Projeto Ifes Cidadania - Campus Serra

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radicionalmente, quando se aproxima o fim do ano ocorre maior procura por mão de obra temporária, tendo em vista a expectativa de ampliação de vendas em função do aumento da demanda. É nesse cenário que muitas pessoas desempregadas esperam encontrar uma colocação, mesmo que transitória, no mercado de trabalho. De acordo com dados da Confederação Internacional de Trabalho Temporário e Terceirização (CIETT), entidade que reúne mais de 50 países, em 2014 o Brasil foi o segundo maior contratante de trabalho temporário no mundo, responsável pela admissão média de 12,3 milhões de pessoas. O trabalho temporário é regido pela Lei Federal 6.019/74 para atender as necessidades transitórias das empresas, e possui duas hipóteses legais: para substituição de pessoal permanente, como por exemplo, para cobrir afastamento por doença ou outros tipos de afastamentos; e para acréscimo extraordinário de tarefas, ou seja, necessidade temporária, o que ocorre, por exemplo, na indústria e no comércio em períodos sazonais como Natal, mas não somente. De acordo com a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), a contratação de trabalhadores temporários para o período de fim de ano em 2015 está bem comprometida. A previsão na redução do número de vagas temporárias varia

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O natal do

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Messias!

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Por Luciano Estevam Gomes

É

interessante e ao mesmo tempo inapropriado o sentido do natal comemorado hoje em dia. Não há dúvida que é uma festa muito bem aceita e comemorada principalmente pelas famílias. Todos ficam impactados por esse momento lindo e alegre - a noite de natal. É uma data contagiante e uma época de promoção da paz e harmonia entre as pessoas. É lindo ver as pessoas arrumando suas ‘árvores de natal’, enfeitando suas casas e até colocando presépios, trazendo aquele clima cristão para o seu lar, escritório e/ou empresa. Mas o que se percebe é que as pessoas não sabem muito sobre o verdadeiro sentido do natal. Muitas até ignoram o fato de que nessa data se comemora o nascimento do salvador do mundo Jesus Cristo. Os enfeites, para esse tipo de pessoa, são basicamente estéticos e não significa nada. Então, seria apropriado um pouco mais de informação sobre o natal. O povo Judeu esperava ansioso o surgimento de um Salvador, o Messias, prometido por Deus diversas vezes no Antigo Testamento. Veja um texto apontando o surgimento dessa pessoa: “Eis que o SENHOR fez ouvir até às extremidades da terra estas palavras: Dizei à filha de Sião: Eis que vem o teu Salvador; vem com ele a sua recompensa, e diante dele, o seu galardão” (Is 62. 11). Esse Salvador esperado era chamado de “Messias”. A palavra Messias em hebraico quer dizer “ungido”. É um título que significa que a pessoa era separada

especialmente pelo Senhor para uma obra especial. Jesus é esse Messias. O Ungido prometido por Deus. Quando Jesus estava escolhendo os seus apóstolos para a missão de pregar o evangelho, André, antes de se tornar um dos escolhidos por Jesus, levou a seguinte notícia a Pedro, que também se tornaria um dos apóstolos: “... achamos o Messias” (João 1:41). Achar o Messias era algo muito significativo para os judeus. Naquela época, os judeus estavam escravizados pelo Império Romano e que, ao longo do tempo, foram, de forma equivocada, unindo a ideia do Messias com o libertador físico de Israel. Muitos judeus esperavam um Messias montado em um cavalo branco, poderoso e que pela espada libertasse o povo judeu do domínio romano. É interessante notar que a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém se torna decepcionante para os que o saudavam, abanando folhas de palmeiras, recebendo o Messias (Mateus 21:1-11). Foi uma recepção digna de um rei conquistador. Só que ele entrou em Jerusalém montado num jumentinho, semblante de paz e com uma mensagem de um Reino Eterno. É compreensivo que diante de Pilatos, os judeus o rejeitasse (Mateus 27:11-22), porque não era aquilo que esperavam dele. Eles queriam um rei que atendesse suas necessidades materiais, mas o plano de Deus era e continua sendo outro. O natal é a comemoração do nascimento do Messias - que é o salvador do mundo. Mas salvador de que? Quando Deus criou os homens para

a sua gloria e louvor, eles se perderam em suas decisões, desobedecendo e pecando contra Deus. Esse ato de rebeldia afastou o homem do seu criador, pois os propósitos do homem se voltaram para a satisfação própria, portanto, egoísta. Daí por diante o homem ficou perdido, separado dos planos de Deus. Desde então, a humanidade tem feito vários movimentos para tentar encontrar a solução de seu vazio, por estar longe de Deus. Criaram muitas religiões e filosofias, mas isso não adiantou. O mundo se tornou ainda pior, ao ponto de usarem as próprias religiões para promover guerra e destruição. Foi necessário um ato da parte de Deus para que o homem encontrasse a salvação, e esse plano foi prometer e enviar o Messias, o salvador do mundo. Portanto, nesse natal é necessário dar valor ao salvador, presenteando-o com o que ele mais deseja: a decisão de que, a partir de hoje, você deixará que Ele, o Messias, conduza suas ações, pensamentos e desejos. Como seria isso na prática? Leia a Bíblia. Lá estão todas as orientações desse maravilhoso Messias, cujo nascimento foi virtuoso e cuja morte foi triunfal, vencendo-a ao ressuscitar, mostrando para mundo que ele pode dar a vida eterna, pois essa é a grande batalha que ele veio enfrentar como MESSIAS. X

Luciano Estevam Gomes Pastor Batista, Pedagogo, Especialista em Educação e Mestre em Teologia.

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Do lixo ao luxo PUFF de PNEU Material:

Modo de fazer

• • • • • •

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Um pneu Cola quente Cola de sapateiro Corda de Sisal. Dois discos de MDF Quatro parafusos.

• • •

Pegue o pneu coloque o disco em cima do pneu como um tampo. Parafuse nos quatro pontos do círculo os dois tampos. Passe cola de sapateiro no tampo espere secar uns dois minutos. Comece com a cola quente pelo meio do círculo a colar fazendo em forma de caracol. Faça o tampo todo, depois passe para o pneu. Para finalizar deve passar cola de sapateiro novamente na madeira esperar tempo de secagem. Finalizar assim como começou em forma de caracol.

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z i l e f r e s Eu quero

Por Revista FelizCidade

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ão tenho dúvida, você responderia sim à pergunta “Você quer ser feliz?”. Creio que o anseio por ser feliz é um desejo humano universal, e é algo bom. Não precisamos resistir a esta vontade, pelo contrário, precisamos alimentar e intensificar esse anseio, satisfazê-lo de forma mais profunda e permanente e não nos conformamos com pouco. A felicidade é definida como: um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior. Alegria, júbilo, satisfação e prazer em viver estão diretamente ligados a “ser feliz”. Vamos pensar nas coisas deste mundo que trazem alegria. Por exemplo: você fica feliz quando compra uma bolsa, um sapato ou mesmo um carro? Acho que posso dizer que sim, mas, com certeza, posso afirmar também que este não será “um estado durável de plenitude”. Se você busca a satisfação em quaisquer dos prazeres deste mundo, seja sexo, comida,

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dinheiro, poder, outra coisa ou pessoa que você possa encontrar, nada se compara ao prazer que Deus tem para você, Nele. O que precisamos é descobrir que a felicidade mais profunda e permanente encontra-se em Deus, e somente Nele, e na união com Ele. Então, não precisamos nos contentar com os prazeres menores deste mundo, quando na verdade somos chamados a viver a alegria suprema em Deus. Quando estamos com Deus, os problemas, as dificuldades e as ansiedades são vencidas. Podemos ter alegria em um velório, pois temos esperança da vida eterna e de que a pessoa e ente querido após a morte chegou ao seu destino, a casa do Pai que é um lugar de paz alegria e sem os problemas deste mundo. Podemos ter alegria em meio à dor, pois em Deus, as circunstâncias não roubam a nossa paz e sabemos que a nossa vida não é o nosso problema, nossa luta. Para ser verdadeiramente feliz, viva na presença do Senhor. Ele está perto e promete estar conosco até o final dos tempos. Usufrua, buscando com toda intensidade a intimidade com Deus. Para ser feliz, faça de Deus seu melhor amigo, pai e conselheiro. Converse com Ele, por meio da oração, sendo completamente

transparente, sem palavras decoradas e repetitivas, mas rasgando e derramando o seu coração. Para ser feliz, seja grato a Deus em todo o tempo. Quando as coisas estiverem difíceis, comece a agradecer pelo que você tem, pelo que você é, pelo que Deus já deu a você. Compartilhe das mais diversas formas o amor. Seja generoso, encontre a alegria que há em dar. A chave para passar pelas tribulações é a alegria no Senhor, e é viver perto de Deus por meio de oração, intimidade e conhecimento de que Ele é, com um coração transbordante de gratidão. Quando você estiver ansioso, com medo em meio a grandes lutas, comece a gradecer. Adore ao Senhor! Reconheça quem Ele é. Não permita que sua paz e sua alegria sejam roubadas. Você que tem a Jesus, já tem tudo. Usufrua da intimidade de ser filho do Rei. “Estejam sempre alegres, orem sempre e sejam agradecidos a Deus em todas as ocasiões. Isso é o que Deus quer de vocês por estarem unidos com Cristo Jesus” (I Tessalonicenses 5. 16-18 – NTLH). Busque intensamente pela sua felicidade, mas não a procure nas coisas deste mundo, pois será frustrada. Encontre –a em Deus. X

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MPF/ES conclama sociedade para combate à corrupção e à impunidade Propostas de alteração legislativa serão entregues ao Congresso Nacional em forma de projeto de lei de iniciativa popular; objetivo é atingir 1,5 milhão de assinaturas em todo o Brasil O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) está colhendo assinaturas de cidadãos em todo o Estado que apoiam as dez medidas para aprimorar a prevenção e o combate à corrupção e à impunidade. Todas as pessoas que possuam título de eleitor podem participar dessa mobilização, que é nacional, para que as propostas de alterações legislativas cheguem ao Congresso Nacional por meio de um projeto de lei de iniciativa popular. Até o início de novembro, tinham sido obtidas quase 520 mil assinaturas em todo o Brasil. Mas o objetivo é atingir, pelo menos, 1,5 milhão de assinaturas. O coordenador da campanha ‘10 Medidas contra a Corrupção” no Espírito Santo, o procurador da República Ercias Rodrigues de Sousa, explica que as dez medidas buscam evitar o desvio de recursos públicos e garantir mais transparência, celeridade e eficiência ao trabalho do Ministério Público brasileiro, com reflexo no Poder Judiciário. “As propostas, elaboradas a partir das investigações da força-tarefa da Operação Lava Jato, se apoiam em três eixos: prevenção, punição e recuperação de ativos e fim da impunidade. A intenção é estender os efeitos para além da Lava Jato para obter mudanças sistêmicas para diminuir a corrupção e a impunidade”, ressaltou.

Lançadas pelo MPF em março, as medidas buscam, entre outros resultados, agilizar a tramitação das ações de improbidade administrativa e das ações criminais; instituir o teste de integridade para agentes públicos; criminalizar o enriquecimento ilícito; aumentar as penas para corrupção de altos valores; responsabilizar partidos políticos e criminalizar a prática do caixa dois; revisar o sistema recursal e as hipóteses de cabimento de habeas corpus; alterar o sistema de prescrição; instituir outras ferramentas para recuperação do dinheiro desviado. Como ajudar. A íntegra das medidas e a ficha de assinatura estão disponíveis no site www.dezmedidas.mpf.mp.br, além de em todas as unidades do Ministério Público Federal no Espírito Santo: em Vitória, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim, Linhares e São Mateus. Todos os eleitores podem imprimir a ficha, coletar dados e assinaturas de amigos, parentes e colegas de trabalho e entregar nas sedes mencionadas. O único cuidado é fornecer todos os dados solicitados nos documentos. Parcerias. O Ministério Público Estadual e o Ministério Público do Trabalho são parceiros do MPF/ES na realização da campanha. As fichas de apoiamento à campanha também podem ser entregues nas Promotorias de Justiça de todo o Estado e na sede do MPT/ES. No Espírito Santo, as ações da Campanha 10 medidas contra a Corrupção começaram no início de agosto. Já se colocaram como parceiros da campanha

igrejas evangélicas, a Arquidiocese de Vitória, Maçonaria, da Universidade Federal e do Instituto Federal do Espírito Santo,ONG Transparência Capixaba, Movimento ES em Ação, empresas do segmento de mídia, Assembleia Legislativa, Prefeituras de Cariacica, Serra, Aracruz, Governo do Estado, instituições de ensino, Shopping Vitória e outras associações de representatividade na sociedade civil capixaba. Endereços das sedes do MPF no Espírito Santo: Procuradoria da República no Espírito Santo - Avenida Jerônimo Monteiro, 625 – Centro - Vitória Procuradoria da República no Município de Cachoeiro de Itapemirim - Rua Capivari, 71 - Bairro Independência Cachoeiro de Itapemirim Procuradoria da República no Município de Colatina - Rua Santa Maria, 46, 4º Andar - Centro - Colatina Procuradoria da República no Município de São Mateus - Avenida Coronel Mateus Cunha, 327 - Bairro Sernamby - São Mateus Procuradoria da República no Município de Linhares - Rua Governador Florentino Avidos, 80, salas 3, 4 e 5 – Bairro Conceição - Linhares

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Fique por dentro

CÉReBRO, PULMÃO e CORAÇÃO? A Assembleia anual da Primeira Igreja Batista de Aracruz (PIBARA), aconteceu entre os dias 13 a 15 de novembro, e teve como tema: O salto das células. O trabalho desenvolvido pelas dezenas de células da PIBARA, um trabalho que necessita de inteligência, fôlego e emoção, foi o destaque do encontro.

Durante esses dias da Assembleia os participantes tiveram momentos de grande inspiração e beleza, com dinâmicas realizadas pelos ministérios de teatro e dança. Além de mensagens inspirativas, que desafiou o grande público a dar saltos na vida espiritual, bem como a levar o amor de Deus às famílias de Aracruz.

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Fique por dentro

PROGRAMA De eDUCAÇÃO e ReSiSTÊnCiA AS DROGAS (PROeRD)

No auditório Master da Primeira Igreja Batista de Aracruz (PIBARA), a Polícia Militar de Aracruz, juntamente com a Secretaria Municipal de Educação de Aracruz ( SEMED), realizaram no final de outubro (dia 22) mais uma formatura do Proerd, programa de prevenção contra as drogas executado nas escolas públicas e privadas de Aracruz. A PIBARA sempre estará de portas abertas à iniciativas de tamanha relevância.

PROCURADORiA LeGAL

Aconteceu no dia 26 de novembro, no auditório Edificar da Primeira Igreja Batista em Aracruz (PIBARA), mais uma etapa da inciativa da Procuradoria Geral do Município de Aracruz, “PROCURADORIA LEGAL”, que tem como objetivo tornar acessível para todos os servidores e demais interessados as questões jurídicas, além de permitir uma maior troca de experiência dos servidores, para a melhora do atendimento à população aracruzense.

A campanha foi lançada no dia 25 de novembro, Dia Nacional de Combate à Violência Doméstica, e teve por objetivo a convocação da sociedade de Aracruz no engajamento da luta de combate à violência doméstica e intrafamiliar. A campanha aconteceu durantes os dias 25 de novembro à 06 de dezembro, mas seu espírito deve continuar todos os dias.

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Devido à escassez de chuvas em bacias e rios que cortam o município de Aracruz, norte do estado, foi necessário trabalhar práticas de manejo e conservação de recursos naturais com os produtores rurais. Recuperação de nascentes e cursos d’água, conservação da água e solo, além da produção agropecuária em sistemas agroflorestais. A Prefeitura de Aracruz está criando o Programa “Amigos da Água” e o Projeto “Adote uma Nascente” para melhorar a situação hídrica no município. Até 2016, a proposta das ações é recuperar 250 nascentes, realizar oficinas e cursos de capacitação de conservação do uso da água e do solo. O Programa tem o objetivo de recuperar e proteger esses locais para assegurar um futuro mais sustentável para todos.

Amigos da

Água

Parceiros

ADOTE UMA

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FenÔMenO RARO DeiXA ÁGUA CRiSTALinA: em janeiro desse ano as águas da praia Barra do Sahy surpreendeu turistas e moradores de Aracruz, com um fenômeno raro que deixou as águas cristalina. O que já rendeu até comparações com as praias do Caribe.

MOViMenTO COnTRA O GOVeRnO DiLMA: esse ano de 2015 as diversas manifestações contra o governo Dilma mobilizaram milhares de brasileiros que foram às ruas para demonstrar sua insatisfação e repúdio.

LUTA A FAVOR DA FAMÍLiA: Centenas de famílias e religiosos se uniram no meio desse ano contra a proposta de inserir a questão da ideologia de gênero nos Planos Municipais de educação. em Aracruz houve uma caminhada que mobilizou cerca de 10 mil participantes.

PAn-AMeRiCAnO 2015: Os Jogos reuniram 6 mil atletas de 41 países, de 10 a 26 de julho, em Toronto (Canadá) para disputar o pódio em 36 modalidades. O Brasil participou dos jogos com uma delegação de 600 atletas, e alcançou 41 medalhas de ouro; 40 de prata e 60 de bronze. Com um total de 141 medalhas, Brasil ficou no terceiro lugar geral da competição.

AniVeRSÁRiO DA ReViSTA: neste ano de 2015 completamos dois anos de busca por informação e conteúdo de qualidade.

CRiSe MiGRATÓRiA: os imigrantes estão fugindo de guerras e perseguições nos seus países de origem. Segundo estimativas, cerca de 500 mil imigrantes chegaram à europa somente neste ano – e esse número pode ser bem maior. Os imigrantes na busca de melhores oportunidades na europa arriscam suas vidas em travessia perigosa. e a imagem que marcou esse desespero, foi a foto do menino Allan.

eXPLOSÃO nA PLATAFORMA DA PeTROBRAS – FPSO CiDADe SÃO MATeUS: O pior acidente da história do espírito Santo no setor de petróleo e gás e o mais grave do país dos últimos 14 anos aconteceu no dia 11 de fevereiro, e deixou nove mortos e 26 feridos. O navio estava posicionado a cerca de 40 quilômetros da costa, na altura de Aracruz, na região norte do estado. 42

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