Revista movimentos 17ª edição

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revistamovimentos

ANO 6 - Nยบ 17 Marรงo de 2019


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CAPA Homeschooling: a prática de educar em casa

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COMPORTAMENTO Sobre as relações entre problemas do sono e pensamentos suicidas

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ESPECIAL Como administrar e se organizar para cumprir bem as metas

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ARTIGOS A crise que afetou a Venezuela

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A família do século XXI e seus desafios emocionais

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A recuperação econômica no país depende de você

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Editorial

Mais uma edição da Revista Movimentos chega em suas mãos. Não pense que é algo fácil e tranquilo, porque não é. Hoje os leitores são muito exigentes e inteligentes, além do mais, estamos diante de um mundo onde a informação é muito veloz e alvo de avaliação constante sobre sua integridade. Isso torna ainda mais desafiador quando, no caso do Brasil, vivemos um quadro político/social jamais vivido em nossa história como nação. É nesse tempo que conhecemos a palavra “fake news”, não só nas redes sociais, mas também circulada em tradicionais veículos de comunicação, suspeita essa que tem derrubado monopólios das grandes mídias brasileira, ao ponto de ser eleito um presidente que não se utilizou e nem dependeu da hegemonia das tradicionais mídias informativas. Por isso, publicar matérias novas depreende um trabalho muito mais elaborado, sensível, competente e crítico. Neste tempo, por causa desse poderoso concorrente acessível à uma grande parte da sociedade moderna - a internet ser um veículo de notícias impresso é extremamente desafiador. Na palma da mão eu posso ter a informação, corrigir o que ouvi ou li e determinar se é verdade ou fake news. Nunca tivemos tantos conteúdos disponíveis em um curto espaço de tempo. Hoje as notícias são separadas por segundos, mas o que difere uma da outra é o olhar e a precisão nos relatos dos fatos. Humildemente pretendemos colaborar em algo que talvez você já tenha lido ou ouvido com a intenção de lançar luz que proporcionará um prisma melhor sobre o assunto, o que de pronto confessamos que, além de não ser intensão nossa de esgotar qualquer dos assuntos aqui apresentados, confessamos também nossa limitação em atender a todas as suas expectativas. Portanto, boa leitura! Luciano Estevam Gomes Pastor da PIBARA

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Expediente

Diretor Executivo Pr. Luciano Estevam Gomes Diretor de Operações Eliane Rocha Jornalista Responsável Cibele Alves Registro Profissional: 0003315/ES Textos Prof. Coutinho Cláudio Martins dos Reis Pr. Gilson Pereira da Rosa Carlota Boto Alcides Oliveira Pinto Tiago Zortea Projeto Gráfico e Diagramação Matheus Vagmaker Gonçalves Tiragem 3.000 exemplares Contato comunicacao@pibara.org.br Imagens Istock & Unpslash Produção Primeira Igreja Batista em Aracruz www.pibara.org.br CNPJ: 27.013.044/0001-02 Telefones: (27) 3256 1475 (27)99974 5229


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Capa

Por Carlota Boto

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educação é uma matéria sobre a qual todos julgam ser especialistas. Basta nascer um bebê, que veremos pai, mãe, avós, tios – todos juntos – indicando roteiros e procedimentos sobre como deverá ocorrer a educação da criança. E isso vai pela vida afora. Há, por sua vez, uma desconfiança generalizada sobre a instituição encarregada de conferir a essa criança seu modelo de formação letrada. A escola contemporânea tem sido objeto de críticas e questionamentos por parte de inúmeros setores da vida social. Considera-se a instituição obsoleta, diz-se que ela não foi capaz de acompanhar os tempos, que a velocidade das informações na sociedade digital tornou a escola desatualizada em relação àquilo, inclusive, que é sua razão de ser: a formação da cultura letrada. Há claramente uma crise nas imagens pelas quais a escola é

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Capa representada para a população. E isso não acontece somente no Brasil. Um dos efeitos disso consiste no aumento de uma nova modalidade de educação – o homeschooling ou educação doméstica – praticamente desconhecida entre nós, brasileiros, embora tenhamos já um contingente possível de 2.500 famílias que, de acordo com dados recentes da Associação Nacional de Educação Domiciliar, são suas adeptas. Praticado por 63 países, silenciosamente, cresce no Brasil o número de famílias que se recusam a enviar seus filhos à escola, proporcionando a eles ensino domiciliar. Isso, que alguns caracterizam como “intensiva educação dos filhos”, corresponde a uma prática que supõe que a formação letrada será ministrada pelos pais ou por especialistas por eles escolhidos, retomando aquilo que, tempos atrás, era chamado de preceptoria. No que diz respeito à legislação brasileira, a orientação é clara: desde 1934 é firmada a obrigatoriedade escolar, que envolve, a um só tempo, a obrigação de o Estado oferecer escolas e a obrigação de os pais enviarem seus filhos à escola. Os adeptos do homeschooling – o ensino doméstico ou domiciliar – alegam que há brechas na legislação brasileira, o que possibilita a defesa dessa modalidade de educação. Afirmam, para isso, basicamente os princípios de liberdade de escolha do tipo de instrução que os pais desejam dar a seus filhos. Mais do que isso, criticam o sistema de ensino por sua homogeneidade, argumentam que há defasagens estruturais no modelo de ensino público brasileiro, declaram questões de violência, de drogas e de bullying em sala de aula. Alegam também argumentos de foro religioso e moral. Entre os próprios representantes do Poder Judiciário, não há acordo no que diz respeito à autorização e à

regulamentação dessa prática. Há juízes favoráveis, que encontram brechas na legislação e propõem sua flexibilização; e outros se opõem. Os argumentos contrários são aqueles que se reportam à dimensão socializadora da escola. A escola, além de ensinar a ler, a escrever e a contar – no sentido clássico –, é uma “forma de socialização”. Por ser assim, há ensino de valores, de atitudes e de regras e parâmetros de convivência que, por ela, passam.

Além disso, haveria uma responsabilidade pública pela educação. E esta passa pela defesa da escola. Finalmente, as pessoas que criticam a educação doméstica recordam que apenas uma elite poderia ter a opção de não enviar seus filhos à escola; posto que, para tanto, seria um requisito a possibilidade de a família ou deter consigo o domínio dos saberes escolares a serem ministrados ou possuir condições financeiras para contratar um professor particular em casa, que substituísse a escola. Trata-se de algo muito para além de um estilo de vida. Com quem essas crianças que não vão para a escola conviveriam? Quem seria a instituição que se colocaria como intermediária entre a família e a vida social – se a escola, por definição, for excluída das ações sociais dessa juventude? Um aspecto que depõe contra a experiência escolar é a dificuldade que a escolarização tem tido em corresponder com suas práticas ao enorme avanço tecnológico manifestado, sobretudo, pela vida digital. A mudança nas condições de acesso ao conhecimento, bem como a velocidade no fluxo das informações, tudo isso precisaria ter alguma correspondência nos modos pelos quais a escola lida com o conhecimento. A aplicação das novas tecnologias às situações escolares tem sido lenta e insatisfatória. Isso leva a que se tenha a percepção de que a escola é

antiga, como se ela não mudasse, como se ela estivesse atada a práticas arcaicas que teimam em se reproduzir. Nesse sentido, no caso do Brasil, especialmente as crianças de camadas médias e economicamente fortes chegam à escola com um repertório que vai muito além daquilo que seus pais lhes ensinaram. As crianças e especialmente os adolescentes dialogam com práticas das redes sociais, da internet, das séries que assistem na televisão – enfim, todo um caldo cultural que a escolarização não interpela. Nos Estados Unidos, país que possui hoje mais de 2 milhões de crianças em idade escolar fora da escola, um dos principais motivos para a prática do homeschooling é religioso. São as minorias religiosas, bem como minorias étnicas que, de acordo com os estudos sobre o assunto, aderem a essa nova modalidade de educação. Entre 1999 e 2010 ocorreu um crescimento superior a 100% e, para o conjunto dos Estados norte-americanos, há um contingente de quase 4% de crianças que hoje não frequentam mais a escola. Na Rússia, entre 2008 e 2012, teria ocorrido ampliação de 900% nas práticas de homeschooling. Na Alemanha, país que proibiu a prática em seu território, há inúmeros casos de casais que foram multados e até presos por não enviarem os filhos à escola.

Podemos dizer que se trata de uma modalidade nova, posto que vem crescendo exponencialmente em alguns dos principais países do mundo – como, por exemplo, Canadá, Espanha, França, México, Estados Unidos –, mas podemos também dizer que se trata de uma prática velha, já que era esse o modelo que tínhamos no Brasil e no mundo antes do momento histórico de defesa e de consolidação da escolarização universal.

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Capa Entre o final do século 18 e meados do século 20, a escolaridade obrigatória é vista como um mecanismo corretor das desigualdades de fortuna, portanto, como um instrumento de equalização social, de igualdade de oportunidades. O ensino doméstico poderia representar, nesse sentido, um voltar para trás… No caso brasileiro a prática permanece na semilegalidade, posto que não há qualquer regulamentação da matéria. Toda a justificativa que se tem dado – inclusive relativa ao âmbito jurídico – diz respeito às omissões e lacunas da legislação vigente. Foi John Holt (1923-1985), professor da Universidade de Harvard, quem, pela primeira vez, implementou a experiência da desescolarização. Crítico das potencialidades da instituição

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escolar, Holt liderou, entre os anos 60 e 70 do século 20, um movimento internacional pela divulgação e legalização do ensino doméstico. Há poucos trabalhos sobre o homeschooling no Brasil. E um limite de tais trabalhos parece decorrer do fato de eles avaliarem a prática pela autodeclaração dos envolvidos. Parece insuficiente. O que se observa é que, em qualquer dos casos, os estudantes do ensino doméstico são privados da experiência de vida e de socialização que só a escola proporciona. Essas crianças ficam reféns de seus pais e familiares. Em alguma medida, a escola se impõe na sociedade como um anteparo da família. Se alguma coisa corre mal

na família, a escola está lá. E viceversa. Deixar sob encargo exclusivo das famílias todas as oportunidades de educação parece, no mínimo, tarefa temerária. De todo modo, trata-se de um problema que, pelo visto, será pauta de um futuro próximo. Quem viver verá. Matéria publicada no Jornal da USP .............................................................. Carlota Boto é professora titular de Filosofia da Educação da Faculdade de Educação da USP.


Pote da Gratidão A ideia dessa coluna do Lixo ao Luxo é sempre apresentar algo simples e fácil de fazer com algo que normalmente você jogaria fora. Nesta edição de março gostaria de desafiar você a fazer o Pote da Gratidão. Algo muito simples, mas de muito valor. O “pote da gratidão” é uma forma de “guardarmos” nossas gratidões do ano. A gente anota

Como funciona?

Deixe sempre um bloco de papel e uma caneta ao lado do seu pote e todos os dias escreva um agradecimento e o deposite no pote. É só pegar um pote com tampa e escrever “gratidão” na frente. Manter o bloco de papéis e uma caneta por perto estimulará a manter a prática diária. Pode começar a fazer em qualquer época do ano! Porém, como estamos iniciando um novo ciclo pode ser uma oportunidade para incluir essa ação em nossas vidas.

Material que você irá precisar:

Pote de vidro, de preferência não muito pequeno.

num papel a gratidão assim que a fazemos e guardamos este papel no pote. No final do ano o pote é aberto e podemos relembrar todas as bênçãos que recebemos ao longo do ano: um resultado de exame, a cura de uma doença, uma vaga de emprego, etc.

Papéis cortados como quiser Caneta para CD Decorações variadas para o seu pote. Fita de cetim É bem simples você só precisa decorar a tampa do seu pote, se ele for transparente como o meu. Por cima colei um papel de tinha por aqui, finalizei com um laço com fita de cetim que eu também já tinha em casa. Escrevi o nome Gratidão com caneta para CD e funcionou super bem. Cortei papéis coloridos para animar o meu pote quando for colocando as “Gratidões”.

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Especial

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ormalmente para algumas pessoas, tanto no campo pessoal como profissional, todos finais de ano ao fazerem um balanço de suas vidas constatam que não cumpriram a maioria das suas promessas e metas que tinham sido estabelecidas logo no início do ano. Ao perceberem a realidade dos fatos por não terem realizados seus sonhos, promessas e metas, logo vem um grande sentimento de frustração e de dissabor. Diante disso, com a aproximação do início do próximo ano, a tendência é fazermos as mesmas promessas na tentativa de nos enganarmos a nós mesmos, achando que o próximo ano será diferente, ou seja, que tudo será alcançado. Ledo engano, se não houver algumas mudanças de vida, comportamentos e hábitos, as frustrações e aborrecimentos continuarão ano após ano. Por outro lado, não quero dizer que as pessoas que planejam e estabelecem as suas metas e objetivos sempre conseguem cumprir o que foi estabelecido, ou que não terão dificuldades, pelo contrário, pode acontecer de não alcançarem os seus objetivos ou metas por algum motivo, e o sentimento será o mesmo, isto é, de frustrações e aborrecimentos por não cumprir o desejado. Portanto, é muito comum quando se aproxima do findar do ano, fazermos um balanço da nossa vida para verificar se as metas estabelecidas foram cumpridas, e também para saber o que “deu certo e o que deu errado” durante o decorrer dos meses que se passaram, tanto no que se refere aos objetivos e metas pessoais e profissionais. Por exemplo, quanto as metas pessoais, eu consegui comprar um veículo, fazer aquela viagem dos sonhos, emagrecer, comprar a tão desejada casa própria? E dentre outros! No tocante aos objetivos e metas profissionais, eu consegui abrir ou ampliar os meus negócios, fazer uma capacitação de alto nível, ser promovido, quitar minhas dívidas? Enfim, dentre outras coisas. Mas por quê será que isso acontece de não conseguirmos cumprir as metas? Segundo Robert J. Tamasy(jornalista, editor, escritor, entre outros) escreveu sob esse mesmo contexto de metas que “separam certo e errado” que

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foi publicado na edição semanal do Maná da Segunda, sob o título “Firmar Metas Por Mais Que Recompensas”, ele diz que “estabelecer metas que vão além das recompensas tangíveis testa a motivação. As linhas que separam certo e errado podem facilmente ser

coração.” (Provérbios 21:2). Apesar do que já discutimos nos parágrafos acima, qual seria então a melhor maneira de atingirmos as nossas metas sem que soframos qualquer tipo de arranhão ou de dor? Tem alguma forma de assegurarmos que isso não

obscurecidas por metas estabelecidas somente com base em recompensas pretendidas. As metas estabelecidas considerando primeiramente os interesses de outras pessoas ajudam a iluminar as motivações internas”. “Todos os caminhos do homem lhe parecem justos, mas o Senhor pesa o

ocorra? Em seu livro “Metas”, Brian Tracy” após vários anos com tentativas até certo ponto bem-sucedidas, e outras nem tanto, devido aos fracassos por não ter cumprido as metas, ele finalmente decidiu organizar tudo que havia aprendido em um único sistema


Especial que fizesse sentido para ele. Assim, após ele reunir as suas ideias e estratégias de maneira bem organizada, desenvolveu uma metodologia e um processo

ideias e energia para a consecução das metas. Sem o estabelecimento de metas, você simplesmente vai sendo levado pelas correntes da vida. {...}. Ter metas claras aumenta a sua autoconfiança, potencializa a sua competência e estimula o seu grau de

de estabelecimento de metas, o qual passou a seguir fielmente e diariamente. Assim sendo, para que essa metodologia seja bem-sucedida, o autor fez a seguinte afirmativa: “Sua capacidade de estabelecer metas é a chave-mestra do sucesso. As metas ativam a sua mente positiva, liberando

motivação”. Portanto, não podemos contar com a sorte, temos que planejar. “Faça com que o sucesso nessas áreas seja o resultado de planejamento e gerenciamento, não de sorte. A sorte tem o mau hábito de ir embora quando mais se precisa dela.” Michael Hammer(Autor dos livros: A Agenda e

de Reengenharia). Sendo assim, de acordo com esse contexto, apesar de na internet oferecer incontáveis possíveis soluções para ajudar a cumprir as metas ou objetivos, tendo como exemplo, truques, guias, dicas, formas, maneiras, passos, princípios para cumprir as metas, e por aí vai – Contudo isso, não importam o que dizem as palavras, e também não adianta ficarmos apenas sonhando e desejando, acreditando que irá conseguir atingir as metas sem fazer o dever de casa, isto é, tem que colocar no papel o planejamento e estabelecer os objetivos e metas, a fim de que se possa alcança-los. Fazendo uma analogia, eu digo que é algo como se fosse um de “plano de voo”. Mark H. McCormack, CEO de uma grande empresa de gestão esportiva, “em seu livro WhatTheyDorítTeachYouat Harvard Business School (O que não é ensinado na Escola de Administração de Harvard), Mark McCormack referese a uma pesquisa realizada em Harvard entre 1979 e 1989. Em 1979, a seguinte pergunta foi feita aos formandos do programa de MBA de Harvard: “Você estabeleceu metas claras, por escrito, para o seu futuro e fez planos para concretizá-las?” Verificou-se que apenas 3% dos formandos tinham escrito planos e metas. Treze por cento efetivamente tinham metas, mas não as haviam escrito. E 84% não tinham qualquer meta específica, a não ser terminar o ano letivo e curtir o verão. Dez anos depois, em 1989, os pesquisadores voltaram a entrevistar as mesmas pessoas. Constataram que os 13% que tinham metas não escritas estavam ganhando, em média, o dobro dos 84% de estudantes que não tinham meta alguma. Mas o mais surpreendente foi que os 3% de formandos que tinham metas claras e por escrito ao deixarem Harvard estavam ganhando, em média, dez vezes mais que os outros 97% juntos. A única diferença entre os grupos era a clareza das metas que haviam estabelecido para si mesmos ao se formarem”. (extraído do livro “Metas” de Brian Tracy). Isto posto, segundo Mark McCormak quem registra seus objetivos tem resultados surpreendentes, ou seja, são dez vezes maiores quando comparado

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Especial com pessoas que meramente cogitam no que pretendem alcançar. Bob Briner foi uma figura que se destacou na gestão de esportes profissionais, e também como produtor de televisão, vencedor do Emmy e presidente da ProServTelevision, em seu livro “Os Métodos de administração de Jesus” afirmou que, “normalmente, a questão não está em estabelecer prioridades. O problema ocorre quando nos desviamos delas, saindo pela tangente e deixando as coisas “boas” tomar o lugar das coisas “ótimas”. Ele disse ainda em termos de negócios, que “Como sempre, Jesus é aquele que tem as ideias certas para nossa vida pessoal e para nosso negócio. E a boa notícia é que suas prioridades para nossa vida não são incompatíveis com as prioridades de nosso negócio: lucratividade, seriedade e experiência. Estabeleça prioridades. Não se esqueça delas. Nunca”. Dentre as minhas atividades de trabalho do dia-a-dia, também atuo como “Profissional de Coaching” pela SLAC®, e, constato com frequência ao fazer os atendimentos nas áreas de minha atuação, que algumas pessoas tem muita dificuldade em tirar as ideias do papel e colocá-las em prática. Mas isso tem uma explicação. Senão vejamos a seguir os motivos. De acordo com a publicação sob o título de “Menos de 8% dos brasileiros cumprem as metas de final de ano” que foi divulgada no site do Mundo RH, em dezembro de 2018,referente a entrevista realizada a Sulivan França, Master Coach e presidente da SLAC®, e, que segundo levantamento efetuado pela SLAC® Coaching – Sociedade Latino Americana de Coaching, “menos de 8% dos brasileiros conseguem cumprir as metas estabelecidas em sua totalidade. “Geralmente, as pessoas não sabem quais os caminhos seguir para transformar esses objetivos em realidade. A cultura do planejamento ainda não está totalmente difundida, o que explica, em partes, o dado apresentado”, afirmou Sulivan França. Ele também deu a seguinte orientação, que o primeiro passo antes de estabelecer uma meta é saber quem é você e do que você necessita realmente. “Seguindo tal premissa, dificilmente, alguém abandonará

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um desejo pelo meio do caminho”. Pensando dessa forma nas pessoas que realmente desejam cumprir e resolver essas questões de final de ano, França listou cinco dicas muito importantes na entrevista, as quais destaco a seguir transcrevendo parcialmente.

1. Divida sua meta

Divida a meta em duas partes – a pessoal e a profissional – é a melhor maneira para conseguir traçar um plano de ação efetivo. “No quesito pessoal, é possível criar tópicos como ‘saúde’, ‘finanças’ e ‘relacionamento’. Já no profissional, podem estar o desenvolvimento técnico e comportamental”.

2. Passe suas resoluções para o papel

Após definir os objetivos para cada área, é essencial passar para o papel todas as ideias. Sulivan diz que, o “Nosso cérebro não diferencia o real do imaginário. Por isso, é preciso escrever o que deseja e em quais prazos. Tal prática vai ajudar a concretizar de maneira mais rápida e tranquila cada um dos desejos”.

3.Crie metas realistas

Vale ressaltar o que Sulivan explicou neste item, ou seja, que, se fizer planos e não conseguir cumprilos, isso irá provocar um efeito muito desmotivador na pessoa. Portanto, ele diz que “Estabelecer metas pode ser algo positivo para o desenvolvimento do indivíduo. No entanto, elas devem ser realistas e alcançáveis. Do contrário, estaremos apenas criando uma armadilha pessoal, então, a ideia é ter desejos reais e correr atrás deles”. Conforme Sulivan, o importante é ter muito cuidado para que exageros não sejam praticados. “Toda meta precisa ter uma relação direta com o que cada pessoa está valorizando na vida naquele momento. Se isso não acontecer, não vai haver motivação para seguir”.

4. Vá aos poucos

Pense com bastante atenção para necessidade de tomar pequenas

atitudes e não permitir a realização de qualquer mudança abrupta em um curto espaço de tempo. “Uma das ações mais eficientes que alguém pode pôr em prática para cumprir as metas de ano novo é dividi-las em pequenas etapas, estabelecendo cronogramas para o cumprimento de cada uma delas”.

5. Cuidado com a procrastinação

Finalmente ele conclui dizendo que, procrastinar significa adiar para depois, as vezes para o dia seguinte. O Executivo destaca que comprometer-se com uma meta é primordial para que as coisas logo possam acontecer. “Se você traçou uma meta e sabe que no seu plano, em determinado dia, você precisa resolver algo que o aproxime dela, é importante que o faça. Claro que muitas vezes pode ocorrer algo no meio do caminho que o impeça de realizar algo, mas é importante ressaltar que a única pessoa que sairá ‘perdendo’ é você. E se for o caso, redefina esse feito deixado passar para outra data, que seja mais próxima daquela que passou”. Cabe destacar, que existem outras ferramentas que também podem ajudar àqueles que desejam cumprir e resolver os tipos questões aqui apresentadas. Como por exemplo, faço a seguinte recomendação indicando a utilização dessa ferramenta importantíssima que é o S.M.A.R.T. que é um acrônimo para as palavras Specific, Measurable, Attainable, Relevant e Time Bound. Essa ferramenta dá o suporte em todas as fases de um plano para que possa alcançar as suas metas. Cada uma das palavras do acrônimo retrata um estágio da técnica e todas são vitais para o funcionamento e o êxito da estratégia. De forma sucinta, descrevo as etapas a seguir: “S” - “Specific” (Específico) – os objetivos delimitados devem ser bem específicos, “M” - Measurable (Mensurável) é imprescindível a determinação de um indicador que irá contribuir para a organização atingir o objetivo traçado. “A” – Achievable (Alcançável) – as metas precisam ser alcançáveis. “R” – Relevant (Relevante) – As metas precisam ser muito relevantes


Especial para a organização. “T” – Time (Tempo) - Para toda meta é necessário determinar um tempo de realização Outra dica importante que dou para você são ferramentas específicas para organizar tudo, isto é, ideias, tarefas, listas, metas e projetos, que é trabalhar com apoio de uma lista de tarefas diárias, essas ferramentas de uma forma muito boa lhe ajudará atingir as suas metas e objetivos. Esse é um artifício, que pode lhe ajudar a organizar as suas prioridades para não chegar no final da tarde com inúmeras coisas ainda por fazer. Na internet você irá achar diversos tipos de ferramentas, como por exemplo, lhe indico abaixo 5 delas que irão lhe dar um grande suporte para organizar sua vida. Experimente algumas delas, você irá se surpreender pelos recursos oferecidos.

1. GOOGLE KEEP 2. TRELLO 3. TODOIST 4. NIRVANA 5. ASANA Com todas essas ferramentas a nossa disposição e, pensando no futuro, devemos usá-las para planejar e estabelecer metas e objetivos. Haja vista, que a Bíblia diz em Lucas 14:2831. “Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la? Pois, se lançar o alicerce e não for capaz de terminá-la, todos os que a virem rirão dele, dizendo: ‘Este homem começou a construir e não foi capaz de terminar’. “Ou, qual é o rei que, pretendendo sair à guerra contra outro rei, primeiro não se assenta e pensa se com dez mil homens é capaz de enfrentar aquele que vem contra ele com vinte mil? Em vista disso, no modo de viver do cristão, não é diferente, pois temos que ter motivação e metas. Segundo Victor A Cavalcanti Cardoso (escritor e revisor). “Para o cristão, a motivação vem do espírito humano preenchido pelo Espírito de Deus. Paulo deixa isso bem claro quando fala que aprendeu a viver contente independente da situação e que tudo podia em Deus. A

motivação que Deus promove em nós é exatamente esta”: “nos sentirmos cheios de força para fazer de tudo” (Fp 2:11-13). Diante do contexto que foi discutido acima, você ainda gostaria de realizar algum sonho em sua vida? Tem alguma ideia de quais são as suas metas e os seus objetivos para o seu futuro? Para você que é idoso, não pense que é tarde demais ou que não tem mais energia para executar projetos ou tarefas mais desafiadoras. Não deixe de pensar em algo promissor para o seu futuro, não desista, pois nunca é tarde para iniciar um novo projeto de vida. Eu costumo dizer para a minha família, amigos, líderes, alunos, em palestras, e, dentre outros, que dependendo das escolhas que fazemos na vida, o resultado pode trazer consequências boas ou ruins. Pense bem. Qual será a sua escolha, com ou sem plano? Se a sua resposta for sim, fale com alguém de sua confiança sobre isso, desde familiares até mesmo de profissionais especialistas que possam ajudar a estruturar um plano. Assim, segundo Laurie Beth Jones, “Um bom líder precisa ter um plano. Jesus tinha um. Ele deu instruções claras aos membros de sua equipe sobre como eles poderiam atingir os resultados desejados”. ............................................................. Alcides Oliveira Pinto, palestrante, consultor e capacitador da Envisionar – Estratégia e Capacitação de Líderes, Professor de graduação e pós-graduação, Especialista em Gestão Empresarial e Finanças e Mestre em Administração. Diplomado no Curso de Estudos de Política e Estratégia na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG). Certificações como Professional CoachCertification pela Sociedade Latina Americana de Coaching (SLAC) e pelas Association for Coaching (AC), EuropeanMentoring& Coaching Council (EMCC), InternationalAssociationof Coaching (IAC) e Professional Coaching Alliance (PCA) eProfessional DISC Certification pela Atools Soluções para Recursos Humanos. Mentor Extraordinário (Global MentoringGroup).

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Comportamento

Por Tiago Zortea

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ão é nova a notícia de que o sono possui extrema importância para a saúde, tal como respirar, se alimentar, beber água. Sabe-se que ele permite a restauração física de todo o corpo, particularmente do cérebro, ajudando a consolidar memórias e processos de informação. Quando dormimos, nosso cérebro não está apenas fortalecendo nossas memórias, mas também as está organizando, selecionando os detalhes emocionais e possibilitando que sejamos criativos [1].

e emocional.

É o sono que nos permite funcionar de maneira efetiva durante o dia. Por esses e diversos outros motivos, é sempre aconselhável ir para a cama mais cedo e ter uma boa noite de sono quando se possui uma entrevista de trabalho no dia seguinte, a prova do ENEM, ou qualquer outra atividade que demande um funcionamento adequado do cérebro e do resto do corpo no dia seguinte. Devido a toda esta importância, não é difícil concluir que os problemas do sono afetam todo o nosso funcionamento – físico, mental

Várias evidências indicam que os problemas do sono estão associados ao aumento de sintomas de depressão, ansiedade, stress, e transtorno de stress pós-traumático, por exemplo [2]. Vale, entretanto, ressaltar um ponto importante: problemas do sono não causam tais transtornos. Eles intensificam os sintomas de tais transtornos. E o mesmo ocorre para pessoas que estão pensando seriamente em tirar a própria vida.

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Diversos pesquisadores na área de psicologia e neurociências têm se dedicado a investigar como os problemas do sono (insônia, pesadelos, apneia, sonambulismo e outros) afetam o funcionamento comportamental humano. Quando um indivíduo já está passando por alguma dificuldade ou transtorno psicológico, os problemas do sono podem intensificar tais dificuldades emocionais e mentais presentes.

Pensamentos (ou “ideações”) suicidas,

tentativas de suicídio e morte por suicídio são fenômenos altamente complexos, difíceis de serem entendidos de maneira completa. Muitos fatores estão relacionados ao desenvolvimento de ideações suicidas. Alguns dos principais fatores envolvem sentimentos e percepções de fracasso (quando o indivíduo sente que fracassou na vida), aprisionamento (quando se percebe preso em uma situação ou problema aparentemente sem saída ou solução), sentir-se um peso ou incômodo para outras pessoas, e não ter acesso a suporte social e emocional, por exemplo. O que os cientistas têm recentemente descoberto é que os problemas do sono intensificam o efeito desses fatores, aumentando o risco de suicídio. A psicóloga e cientista Dra. Donna Littlewood é atualmente a principal referência sobre as relações entre problemas do sono e risco de suicídio. Na Universidade de Manchester (Inglaterra), Dra. Littlewood desenvolveu quatro estudos científicos como parte de sua tese de doutoramento


Comportamento

investigando como e porquê os problemas do sono intensificam o risco de suicídio para pessoas que já estejam pensando em tirar suas vidas. Os resultados dos estudos apontam não apenas como os problemas do sono podem intensificar os fatores de risco para o suicídio, mas também indicam as diferentes funções do sono para alguém que sofre tais dificuldades emocionais. Vários participantes da pesquisa em Manchester afirmaram que dormir era uma alternativa para o suicídio, promovendo um escape, apesar de temporário. Pedro, um dos participantes do estudo, afirmou: “... dormir é como se fosse uma libertação na qual eu permaneço inconsciente por não sei quantas horas e já não fico mais pensando no quão inútil eu sou e na minha vontade de não querer mais existir”. Apesar desta triste afirmação, o sono ainda é o refúgio de muitos, produzindo um alívio temporário dos problemas. No entanto, os pesquisadores afirmam que uma falha na capacidade de dormir (insônia) pode intensificar a sensação de estar aprisionado. Isso acontece quando usar o sono como fuga dos sentimentos e problemas (percebidos como sem solução) é impedido pela insônia. O uso do sono como válvula de escape, no entanto, não foi uma estratégia positiva para todos. Alguns participantes afirmaram ter medo de dormir devido aos intensos pesadelos. Na tentativa de se protegerem da terrível experiência dos pesadelos, esses participantes frequentemente evitam dormir deliberadamente, intensificando

ainda mais os problemas de saúde e, consequentemente, seus pensamentos suicidas. Outras funções do sono também foram identificadas entre pessoas que sofrem de ideações suicidas. Como durante a noite tudo é mais silencioso e quieto, esses participantes da investigação afirmaram que se torna mais difícil pensar em outra coisa a não ser em suicídio. Ao mesmo tempo, como todos estão a dormir, maiores são as dificuldades em conseguir suporte social ou fazer alguma atividade de distração, tal como caminhar na praia ou pela cidade. Consequentemente, os pensamentos suicidas se tornam mais intensos. Os investigadores também descobriram que os problemas do sono afetaram drasticamente as habilidades de concentração durante o dia, aumentaram irritabilidade, e intensificaram problemas de relacionamento interpessoal. As relações entre sono e ideações suicidas são bastante complexas e ainda há diversas perguntas sem respostas. Os achados de tais investigações científicas, entretanto, nos indicam claramente que os problemas do sono podem exercer um papel crucial no aumento ou redução da intensidade e frequência de ideações suicidas. Pessoas que se encontram em risco de suicídio não apenas precisam de acompanhamento psicológico para tratar tal risco, mas também necessitam ter preservada a capacidade de dormir bem. Restaurar um sono saudável e

também a percepção da qualidade do sono podem ser intervenções relevantes na redução da incidência de ideações suicidas. ................................................. Tiago Zortea é psicólogo clínico, mestre em psicologia e pesquisador de PhD pela University of Glasgow (Escócia, Reino Unido), onde investiga sobre comportamento suicida no Suicidal Behaviour Research Laboratory. Referências: [1] Mental Health Foundation (2011). Sleep matters: The impact of sleep on health and wellbeing. Mental Health Awareness Week 2011 Report: London. [2] Hemmeter et al. (1998). Microsleep during partial sleep deprivation in depression. Biological Psychiatry, 43, 829-839. [3] Littlewood, D., Kyle, S. D., Pratt, D., Peters, S., & Gooding, P. (2017). Examining the role of psychological factors in the relationship between sleep problems and suicide. Clinical psychology review, 54, 1-16. [4] Littlewood, D. L., Gooding, P., Kyle, S. D., Pratt, D., & Peters, S. (2016). Understanding the role of sleep in suicide risk: qualitative interview study. BMJ open, 6(8), e012113.

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NOTA DE POSICIONAMENTO

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Supremo Tribunal Federal pautou no dia 13/02/2019 o julgamento da ADO n° 26 (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão) e do MI 4.733 (Mandado de Injunção), onde são pleiteados principalmente provimentos para criminalização específica de todas as formas de homofobia e transfobia. Diante deste fato, a Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, representando os Pastores Batistas do Brasil, vem através desta nota dizer que:

1.

O Cristianismo possui papel de relevo no desenvolvimento histórico dos Direitos Humanos, bem como na construção do princípio da dignidade da pessoa humana.

2.

Sob essa perspectiva f u n d a m e n t a l do cristianismo, que sempre nos acompanha em discursos e práticas,

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pautada em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, nutrimos o profundo respeito por todas as pessoas, independentemente de sua religião, cor, raça e opção sexual e ensinamos a todos os que estão sob nossa liderança a vivenciarem este princípio diariamente.

VI, CF). Assim, entendemos que as demandas propostas acima poderão trazer restrições inconstitucionais aos citados direitos, caso sejam acolhidas as pretensões de criminalização da homofobia e da transfobia.

3.

5.

4.

6.

Entendemos que os poderes da República Federativa do Brasil, delineados pela Constituição de 1988, precisam ser respeitados por todos os brasileiros em suas competências específicas e, também, precisam atuar de maneira harmônica, sem a promoção de interferências recíprocas, mesmo que pautadas em premissas aparentemente benéficas, mas que possam, ao final, promoverem eventuais degradações do sistema constitucional republicano.

Propugnamos pelo direito fundamental e Constitucional da Liberdade de Expressão e da Liberdade Religiosa, muito bem fundamentados em nossa Carta Magna (art. 5º, IV e

Defendemos o direto de todo brasileiro(a) expressar seu pensamento contrário a qualquer assunto sem que isso lhe seja imputado como crime, pois a dialética é fundamental na construção do pensamento de uma sociedade justa e humanitária. Compreendemos que quaisquer formas de coações sobre as pessoas, que procurem lhes impor pensarem de forma unânime sobre determinado tema, nunca foi e nem será um pilar Constitucional sustentável.

A liberdade religiosa assegurada pela Constituição de 1988 a todo cidadão, garante a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, isto significa que cada pessoa pode manifestar sua fé, sua opinião e crença sem que haja nenhuma forma de constrangimento legal ou moral.


7.

A Ordem dos Pastores Batistas do Brasil expressa desta forma sua postura contrária ao cerceamento da liberdade de expressão e a liberdade religiosa pois entende que divergir do comportamento sexual, da conduta ética de pessoas não se caracteriza homofobia, muito menos um crime, pois se assim o fosse, os que pensam contrários ao comportamento hetero sexual, deveriam também ser considerados heterofôbicos e criminalizados em sua postura! A liberdade de pensamento e expressão é um direito que assiste a qualquer brasileiro(a) que respeita e cumpre a constituição federal do Brasil.

8.

Compreendemos, respeitosamente, que não existe qualquer comando constitucional expresso de criminalização da homofobia e da transfobia, considerando que o texto constitucional, ao utilizar a expressão “punição”, não determina que seja por meio de uma lei penal;

9.

Destacamos, ainda, que ao nosso ver, não há omissão do Poder Legislativo, poder constitucionalmente encarregado da edição das Leis em nosso País, considerando que encontram-se em tramitação projetos de lei sobre o tema em comento;

D

esta forma, a Ordem dos Pastores Batistas do Brasil vem através desta nota reafirmar seu compromisso com o respeito total as pessoas e suas ideias, com a valorização e respeito às Leis e à Constituição brasileira, sua absoluta certeza de que a Liberdade de Expressão e Liberdade Religiosa não serão tolhidas em nosso pais através de decisão judicial e nem através de Lei, sua convicção de que o processo dialético é útil e saudável a uma sociedade justa e igualitária, e que sempre se pautará pelos princípios e valores da Palavra de Deus. Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 2019 ............................................................. A Diretoria Ordem dos Pastores Batistas do Brasil

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Artigo

A

Venezuela já foi considerada o país de maior renda per capita da América Latina. No entanto, desde abril de 2013 quando Nicolás Maduro assumiu o governo integralmente, o país vem sofrendo um declínio socioeconômico, em escala altíssima provocando assim o aumento da inflação, da pobreza, da fome, e consequentemente da criminalidade. A crise que tem afetado a Venezuela foi algo que já se esperava ao longo dos últimos anos. A partir de 2017 essa crise foi ganhando cada vez mais contorno, até chegar a ponto em que a população venezuelana já não tinha mais forças para suportar a miséria que vinha destruindo aos poucos tudo que eles tinham conquistado ao longo de suas vidas, com honestidade e suor de seus trabalhos árduos. A crise politica que se instalou na Venezuela tem sido de uma intensidade tão grande, que afetou profundamente as famílias venezuelanas, fazendo com que elas fossem à busca de uma qualidade de vida melhor nos países vizinhos como o Brasil e Colômbia. Como consequência, as famílias estão se desintegrando. Na mesma família é possível encontrar pessoas que migraram para o Brasil, outros para Colômbia, Peru, a procura de trabalho para o sustento de seus familiares. É importante ressaltar que sempre fica alguém da família na Venezuela para proteger o pouco que ainda lhes restam. Em contrapartida, os que se refugiaram para outros países ficam na responsabilidade de enviar recursos financeiros para manter o que ficou. Em novembro de 2018 tive oportunidade de fazer parte de uma equipe de voluntários, onde fomos conhecer mais de perto a crise que os venezuelanos estão sofrendo. A minha ida, deu-se pela iniciativa do Ministério Gama, com o apoio da CBEES (Convenção Batista do Estado do Espirito Santo) e da ABS (As-

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sociação Batista Serrana)até a Cidade de Boa Vista, capital de Roraima, onde está concentrada a maior parte dos refugiados da Venezuela, com o objetivo de levar esperança, e ajuda-los de alguma forma para sua integração no Brasil. Boa Vista fica a 236 Km da divisa da Venezuela, ligada pela BR 174, uma rodovia estritamente perigosa devido a falta de acostamento, e muito buraco na pista. Uma caminhada longa, com pouquíssima opção de parada caso alguém necessite de alimentação, água, ou outras necessidades. Iniciamos a nossa missão pela qual fomos enviados a fazer. Esperávamos encontra uma situação menos constrangedora, mas para nossa surpresa a situação encontrada em Boa Vista foi muito mais além do que nós esperávamos. A chegada dos refugiados venezuelanos, mudou por completo a rotina da capital Boa Vista. Antes um lugar de sossego, muita calma, e pouca violência. Com a chegada desses imigrantes, a insegurança tomou conta da cidade, segundo relatos de moradores desta cidade. O medo de sair às ruas em determinados horários, fez com que os moradores de Boa Vista ficassem prisioneiros em suas próprias casas. Toda essa insegurança deu-se ao fato de que, os funcionários públicos estaduais, estavam com seus salários atrasados há três meses. Isso inclui a policia civil e militar, que posteriormente entraram em greve. Isso veio causar ainda mais medo e insegurança, uma vez que os militares estavam atuando de forma lenta, ou seja, como uma operação tartaruga. O pânico só não foi maior, por que a população se sentia um pouco mais segura com a presença do Exército Brasileiro nas ruas, porém, não era suficiente para atender toda a população. Segundo informações obtidas de agentes da área de saúde de Boa Vista, em 2018, as maternidades bateram o Recorde de partos realizados na capital,


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foram mais de 4000 partos realizados somente de venezuelanas. O capitão Elias da Marinha do Brasil, enfermeiro que atuava na área da saúde, nos testemunhou de alguns casos que ocorreram com a migração desses venezuelanos. Ele conta que a maioria desses venezuelanos que chegam à cidade de Boa Vista, caminham 9 dias a pé, debaixo de um sol forte e chegam muito desidratado, quase sem força nenhuma. Geralmente o primeiro lugar que eles procuram, é um posto médico, para ganharem força novamente depois de longos dias caminhando debaixo de sol e chuva. E pior, sem ter quase nada para se alimentar. Esse mesmo capitão, contou-nos que uma família indígena, vindo da Venezuela, com nove filhos fez essa caminhada de 236 Km até a cidade de Boa Vista. Os índios dessa tribo, tem uma cultura muito contraditória a nossa cultura brasileira. Nesta cultura existe uma hierarquia familiar no que diz respeita na hora da alimentação. Primeiro come o chefe da família, depois a esposa, e se sobrar come os filhos. Como a caminhada foi muito longa e demorada, e os recursos eram poucos ou quase nada. Dessas nove crianças que começaram a sua caminhada na esperança de encontrar comida, abrigo, um meio de sobrevivência, apenas três chegaram com vida na cidade de Boa Vista. Outras três foram infectados com o sarampo, e sem recursos, foram a óbito. O sarampo em crianças desnutridas e pessoas com imunidade deficiente, a doença pode matar ou causar pneumonia, encefalite, cegueira e morte. Já outras três crianças morreram com desnutrição e fome. Segundo o Capitão Elias, quando essa família chegou ao posto de atendimento médico, e foi feita a pergunta básica que normalmente é feita a todos os pacientes quando vão se consultar. Para surpresa dele ao perguntar as crianças que chegaram com vida, mas desnutrida e sem quase força alguma, o que elas

estavam sentindo, a resposta foi curta e direta. Fome! Essa resposta partiu o coração dos que os acompanhavam nessa operação, não teve como conter nas lágrimas no rosto. O remédio delas foi apenas um prato de comida para restabelecer suas forças.

Segundo dados publicados pela BBC Brasil em Janeiro deste ano, a fome fez os venezuelanos perderem, em média 11 quilos somente no ano de 2018. Na casa que nos abrigou durante os dias que ficamos em Boa vista, aconteceu de uma criança de aproximadamente nove anos de idade, a desmaiar de fome. Quando o socorro chegou, a equipe médica reanimou a criança, e novamente fez a pergunta básica: O que você está sentindo? Mais uma resposta curta e objetiva. Fome! Durante um trabalho de abordagem a noite nas ruas próxima a rodoviária, onde tem uma área grande aberta, estava ali dentre muitas outras uma família na seguinte situação: Um pai deitado no chão, com seu rosto voltado para as estrelas do céu, com uma filha deitada em seu braço direito, e outra no em seu braço esquerdo. A que estava em seu braço esquerdo estava muito mal. Foi diagnosticada com uma infecção pelo médico do posto de saúde, e ardia em febre. A mãe estava em pé chorando e dizendo que sua filha ia morrer por falta do remédio. A equipe imediatamente se disponibilizou, pegou a receita da mãe, fomos à farmácia e compramos o remédio que a criança necessitava para combater a febre e a infecção. Esta mãe nos relatou, que além da necessidade desses medicamentos, eles precisavam de algo para comer, pois eles estavam já a três dias sem se alimentar. Todos os dias a equipe saia para fazer

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este tipo de abordagem. Uma das coisas que repetíamos sempre, era a distribuição em média de 500 pães com manteiga para eles não ficarem com estomago totalmente vazio. Numa dessas entregas, nós procurávamos distribuir geralmente a famílias que tinha crianças, porque a quantidade de pães que eram distribuídos não era suficiente para atender a uma população de aproximadamente 50000 refugiados. A distribuição era apenas um pão por pessoa. Mas teve um caso que fez o meu coração ficar extremamente contorcido. Foi quando uma criança que eu tinha acabado de dar um pão a ela, voltou em minha direção com uma mãozinha para trás com o pão que eu havia lhe dado, e a outra mão estendida para receber outro pão. Imagino que ela estava pensando da seguinte maneira. Eu vou esconder este pão, e vou fingir que não recebi nada, assim eu fico com dois pães. Sabe o que é isso? Fome! É muito fácil acusar alguém quando não lhe falta nada. Mas quando a fome bate, o ser humano é capaz de tudo por um pedaço de pão. Muitas outras pessoas foram e são ajudadas com o auxilio da equipe que sai

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da capital de Vitória/ES com destino a Boa Vista. Juntos auxiliamos na distribuição de roupas, disponibilizamos banheiros para eles tomarem banho, levamos uma quantia bem significativa de pasta de dente, sabonete e escova de dente para distribuirmos os que necessitavam, foi disponibilizado quatro maquinas de lavar roupas, outra equipe ficou trabalhando na preparação de curriculum para eles distribuírem nas empresas, Aula de português, e abrimos espaço para que a Cruz Vermelhas pudesse ajuda-los, fazendo contato com seus familiares na Venezuela, ou em outros países para onde eles migraram O Exército Brasileiro conta com vários acampamentos, distribuídos em varias localidades da região da cidade de Boa Vista, mas, não é o suficiente para atender todos os refugiados. Nestes acampamentos eles recebem atendimento médico, alimentação três vezes ao dia, cedido pela arquidiocese da igreja católica da cidade, e igrejas de varias denominações também da cidade e de outras cidades e países diferentes. Além disso, a Banda do Exército atua de forma interativa com músicas dentro dos acampamentos, trazendo um pouco

mais de esperança e alegria em meio a tanta miséria. Um fato por mim presenciado foi quando a Banda cantou o hino nacional da Venezuela, eles choravam muito, na esperança de um dia poder voltar para o seu país de origem. Mas fora dos acampamentos do exército, há outro acampamento de pessoas famintas, sem ter o que comer, e sem médicos para fazer sequer um diagnóstico caso necessário. As ruas estão tomadas por venezuelanos dormindo debaixo de abrigos, e ao relento da noite, com suas famílias e crianças recém-nascidas, na esperança de que ao amanhecerem, as coisas sejam menos dolorosas do que o dia anterior.

O Brasil está lutando para sair de uma crise econômica muito difícil, não há emprego suficiente para atender a demanda de brasileiros e venezuelanos. Diante da enorme dificuldade para conseguir se alimentar, e não havendo outro recurso “no modo de pensar deles” a prostituição aumentou de modo exacerbado. Os maridos permitem suas


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esposas a saírem à noite para se prostituir, a fim de conseguir o suficiente para eles se alimentarem. Todos os dias elas vão para as esquinas das ruas, e seus esposos acompanham de longe para que nada de mal acontecesse com elas. Há um trabalho desenvolvido com as mulheres que vivem nesta situação é um dia da beleza. A Junta de Missões Nacionais através das missionárias, usam o dia da beleza com o objetivo é aconselhar e aumentar a autoestima dessas mulheres, além de mostrar para elas que o caminho não é este. Este fato pode se com provado por meio de cada uma delas, quando em vergonha e lágrimas diziam que não queriam fazer isto, mas não tinham alternativa. A fome falava mais alto, todo esse constrangimento épara conseguir o que comer e não morrer de fome. Também nos deslocamos até a cidade de Santa Elena de Uairém, primeira cidade da Venezuela que fica as margens da fronteira com o Brasil. Uma cidade sem estrutura alguma, mal acabada, sem nenhuma espécie de saneamento básico, e que era possível ver no semblante de cada um deles, um olhar de desilusão, e tristeza. Abordamos algumas pessoas

na praça desta cidade, e a palavra que ouvíamos de cada uma delas ao serem abordadas foi: Nós amamos o Brasil! As lojas que antes vendiam móveis, eletrodomésticos, hoje foram transformadas em uma mercearia, poucos são os que ainda estão resistindo a esta crise que não tem dia e nem hora para acabar. A busca pelo alimento tem sido uma maratona, e os preços são muito elevados comparando com a moeda local. Infelizmente os venezuelanos que se encontram em Boa Vista, estão enfrentando o preconceito de muitos brasileiros. A xenofobia, o medo, aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros. Coisa que não tem acontecido com os haitianos que vivem naquela cidade, que também não são poucos. Porque segundo a população de Boa Vista, os haitianos não pedem e nem roubam nada de ninguém, são trabalhadores que vivem nas ruas da cidade vendendo picolé, salgados e outras coisas mais. Ao contrario dos venezuelanos, que vivem pedindo, e alguns deles, na oportunidade que tem ainda roubam.

durante esses nove dias que lá fiquei. É que, os venezuelanos sonham de um dia eles poderem voltar para o seu país de origem e seus familiares que lá ficaram. A vinda deles para o Brasil e outros países, foi apenas para fugir da fome, e do estado de calamidade que o país esta vivendo hoje. Os venezuelanos não são perfeitos, como ninguém neste mundo é.Mas também não é um povo ruim de lidar. O que eles querem é apenas uma oportunidade em nosso país para viverem de forma digna.

Nossa missão é apresentar o melhor caminho para vida, seja aqui no Brasil ou na Venezuela, o que resta agora, é que cada um que conheceu esse caminho procure andar nele, e nunca mais seja necessário se refugiar novamente. ............................................................. Pr. Gilson Pereira da Rosa Presidente do Ministério Gama

A leitura que faço após todos os contatos que tive a oportunidade de fazer

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Por Cláudio Martins

A Família do Século XXI “Não é o que nós temos na vida, mas quem nós temos em nossas vidas que importa.” Autor Desconhecido

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orque em todos os momentos da vida, compartilhar é o mais importante. De que adianta uma viagem incrível se não há ninguém para trocar? A nossa família são as pessoas que nos acompanham na jornada e faz cada suspiro ser mais valioso que qualquer bem material! Não são poucas as vezes, ao longo da vida que nos deparamos com a necessidade de preenchimento da alma. Nesse sentido, a família ocupa um importante papel para o indivíduo e sociedade. Entende-se que ela desempenha a função de preparar seus membros no sentido de auxiliálos no processo de internalização de valores e crenças que são importantes para o convívio em sociedade. A família, nessa concepção, atua como uma mediadora entre a pessoa e a sociedade. Preenchendo, dessa forma, o vazio interior que tanto incomoda a humanidade da contemporaneidade. O desenvolvimento emocional, perpassa pela importância da família e do ambiente em que está inserido, para que o sujeito possa se desenvolver

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de maneira saudável. No início do desenvolvimento emocional do bebê, por exemplo, a mãe se configura como o “ambiente facilitador” e, posteriormente, esse ambiente se estende de forma mais ampla à família, que já contribuía no acolhimento da mãe para que essa pudesse entrar em um estado de preocupação materna primária. Ao longo dos tempos, o conceito de família foi sendo transformado seguindo as próprias transformações ocorridas em sua configuração. Na década de 1960, a família era definida, segundo a Constituição Federal, como “constituída pelo casamento” (BRASIL, 1967). Após algumas décadas, essa definição foi alterada e o conceito de família passou a ser definido como o grupo formado por qualquer um dos pais e seus descendentes (BRASIL, 1988). Sendo assim, essa definição não era capaz de abranger todas as possibilidades de configuração familiar que encontramos nos dias atuais. Alguns estudiosos da constituição familiar definem o conceito de família como aquela constituída por laços afetivos e/ou psíquicos. Essa definição passa a abranger diferentes possibilidades de composições familiares: famílias homoparentais com ou sem filhos,

famílias monoparentais, famílias com pai, mãe, e filhos (adotivos), famílias cujos filhos são provenientes de inseminações artificiais e fertilizações in vitro, famílias reconstituídas com ou sem filhos de outras relações etc. O grupo familiar passa a se traduzir como integrador das personalidades de seus membros, sendo essa integração íntima e contínua, que pode se desenvolver de forma saudável e criativa, resultando em relações familiares harmoniosas. Por outro lado, quando a integração entre os membros se dá de maneira patológica, cria-se um potencial destrutivo e conflitivo. A família é atravessada por diversas identificações projetivas cruzadas, onde a cada membro é delegada uma tarefa, ou seja, algumas atribuições de lugares que devem ocupar, papéis que devem executar e expectativas que devem atender. Vale assinalar que muitas vezes essas atribuições estão além da real capacidade do membro, gerando atribuições excessivas e que não são correspondidas. Assim, o membro se sente impotente e desvalorizado enquanto o resto da família se frustra pela não realização de suas expectativas. Diante deste panorama, observa-se que, por volta da década de 1940/1950, nos Estados Unidos e Inglaterra, deu-se início à tentativa de se tratar a família ao invés de um ou mais membros


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E seus desafios emocionais

isoladamente. Tal proposição adveio, principalmente, de observações da interação de pacientes psiquiátricos com suas famílias, resultando na intervenção terapêutica diretamente na dinâmica estabelecida pela família, interferindo em seu funcionamento.

toda a vida, os valores fundamentais do homem e neste relacionamento estreito, com forte ligamento de afeto e cumplicidade é que, em geral, se baseia a conduta de cada um dos cidadãos, quer numa cidadezinha de interior ou numa metrópole.

A proposta inicial da terapia familiar era favorecer mudanças na estrutura familiar, por meio da modificação de seus padrões de conduta. Contudo, vale indicar que dificilmente a família se reconhece enferma. Geralmente ela é encaminhada por profissionais que observam um ou mais de seus membros adoecidos. Num primeiro momento, a família pode, na tentativa de evitar entrar em contato com seus conflitos e dificuldades, apontar um de seus integrantes como enfermo, separando-se em “sadios” e “doentes”. Nestas situações, faz-se necessária a tomada de consciência da demanda da família como um todo e não de seus membros isolados. Esse movimento de “inclusão” da família como paciente, auxilia no processo de retirada de foco do membro identificado, possibilitando a elaboração e mudança de posicionamento da família. Portanto, a família é a “célula mãe” das comunidades e apesar das crises e problemáticas atuais, é ainda esta formação familiar que agrega a maior parte dos cidadãos. Uma família bem estruturada é fundamental no que se refere à formação das crianças e jovens como futuros membros de uma sociedade. E nessa família se vive e se assimila, para

A família também é a primeira atingida pelo desequilíbrio social. Deste modo sua importância é fundamental e, através dela, que se inicia a renovação da sociedade que se deseja. Nela se gera a solidariedade e o amor. Na família há sexos diferentes, idades diferentes, capacidades diferentes, é um laboratório onde se vive o amor. Tendo em vista assim a importância da entidade familiar, não é difícil entender que se uma família é bem estruturada pode gerar indivíduos equilibrados e atuantes positivamente em uma comunidade. O contrário também é válido. Pois os pontos mais comuns que prejudicam o convívio familiar e criam mecanismos problemáticos nas famílias são ligados, em geral, às dificuldades sérias encontradas na condução da educação dos filhos; condutas que favorecem um consumismo exacerbado; desatenção à intromissão sem critérios dos meios de comunicação de massa e desvalorização do aspecto da espiritualidade na formação humana. Dificuldades como estas, em famílias desestruturadas, na maior parte dos casos, gera indivíduos inseguros, carentes de valores, de afeto, prejudicados socialmente, sem força de atuação na própria vida e também no convívio social.

Atualmente vários estudos psicológicos comprovam que a relação pai, mãe, filho e irmãos é uma realidade tão profunda e intrínseca no ser humano que seu fracasso pode desencadear uma série de situações de desequilíbrio e sofrimento que vai do aspecto individual e psicológico, ao aspecto comunitário e social, até com patologias mais sérias. Felizmente todo ser humano, bem como as entidades familiares, tem a capacidade de recomeçar e pode até se reestruturar com ajuda espiritual e médica. Uma família com problemas pode, com a ajuda certa, reencontrar um caminho novo, reconstruindo assim a vida dos seus membros. Se a família desmorona, as pessoas não sabem onde aprender a amar, pois o próprio amor se aprende, não é algo emocional, ele é vivido de forma concreta. O amor de uma mãe, por exemplo, é concreto e o filho sabe que é concreto, pois a mãe cuida dele e se sacrifica por ele. Pense nisso! Família de verdade é aquela que todas as falhas são perdoáveis, todas as necessidades são compreensíveis, todas as responsabilidades são arcadas, toda sabedoria faz parte, toda inteligência toma conta, toda amizade é eterna, todo amor é duradouro, todo carinho é fundamental. Família é isso! ............................................................. Cláudio Martins dos Reis Psicanalista Clínico Especializado em Terapia Familiar

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Por Prof. Rodrigo Martins

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uito falou-se em crise ao longo dos últimos anos, e não era para menos, pois sentimos na “pele” e no bolso essa tão “falada” crise. Vimos parentes e amigos desempregados, vimos pequenos empresários fecharem suas empresas, vimos grandes negócios quebraram, vimos suicídios aumentaram consideravelmente e segundo algumas análises o ambiente de crise financeira contribuiu para isso, enfim...a crise virou doença social de fato e real. Contudo, entramos em 2019, e aí? A simples mudança de ano e de governo muda tudo? Ou A crise continua? Nesta esteira de pensar é que diversos analistas abordaram o tema ao longo do último trimestre de 2018, e dos primeiros meses de 2019, naquele tempo especulando e já neste tempo apurando e projetando, sobre resultados esperados e previstos para o ano presente. Tendo em vista estas perspectivas e para não usar demasiadamente o “economês” em síntese eu diria que a maioria das análises corroboraram para uma perspectiva positiva de crescimento econômico, talvez modesto frente às quedas recentes ou frente ao nosso desejo de pujança, mas de crescimento efetivo e sustentável em quase todos os principais indicadores econômicos. É certo que não há “mágica” prevista, em regra geral a expectativa e projeções econômicas decorrem especialmente da agenda econômica do governo apontando para austeridade fiscal e reequilíbrio das contas públicas. Ainda, nem só de governo vive a economia, pelo contrário, o governo estabiliza o ambiente de negócio trazendo segurança e previsibilidade e os demais agentes econômicos, estes sim, movimentam realmente a economia fazendo a grande diferença.

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Especialmente quando por exemplo os bancos promovem abertura de novas consessões de créditos à empresas e pessoas físicas, bem como a indústria com novos investimentos em implantação de novas plantas industriais e/ou expansão das atuais aumentando a produtividade do país, estas e demais empresas com abertura de capital na bolsa de valores ou lançamento de papéis diversos para captação de recursos no mercado de capitais, enfim, cada um agente fazendo sua atividade com prudência mas com perspectivas de crescimento e pujança. Isto posto, restou-me analisar mas, e você? Qual a sua parte? Já pensou nisso? Seriamos meramente expectadores? Somente leitores passivos desta crise e solução? Eu te digo: NÃO! As formas como os governos de maneira geral vêm pensado e agindo, em regra, não está muito diferente de como as famílias também tem feito em seus lares. No país tem-se agido de forma também desorganizada e descontrolada no tocante à gestão financeira do orçamento doméstico. E quando digo doméstico, não me refiro somente ao orçamento das famílias tradicionalmente constituídas, mas faço referência à toda pessoa geradora/ responsável por uma renda. Faça uma autocrítica e observe: Você sabe quanto você se custa por mês? Não me refiro ao valor da fatura de seu cartão de crédito, mas a quanto você realmente custou para você mesmo no mês. Você sabe quanto pretende economizar nos seis primeiros meses de 2019? Você já escolheu aonde fará o investimento do recurso que você economizará? Ah! Já sei! Você provavelmente não pensou em economizar, seu foco ainda está em

“fechar” as contas. Pois bem! Perceba que agimos na família, na economia doméstica, tal qual agem os governos que tanto criticamos. Isto por si, não autoriza aqueles gestores a serem perdulários ou irresponsáveis em seus trabalhos não é esta a proposta deste que vos escreve.


Artigo

Contudo, pretendo sim trazer-lhe a memória e disciplina de que precisamos retomar a economia do país a começar em mim e em você também. Então vamos lá! Mão à obra! Comece já! Inicie um orçamento para suas finanças pessoais. Busque modelos na internet, ou um app para seu smartphone. Busque soluções simples, nada mirabolante, algo que você consiga compreender e aplicar ao seu dia a dia. Por orçamento entendase a previsão mês a mês de tudo o que se pretende receber e tudo o que se prevê gastar. Ao montar seu orçamento, observe se as contas “fecharam”, ou seja, se há saldo positivo. Pois se não houver, temos uma etapa a vencer! Não pode haver orçamento com resultado NEGATIVO, nem mesmo com resultado ZERO. Ele TEM QUE SOBRAR. O ideal seria você alocar uma linha de “desembolso” para rubrica “investimento”, de forma que você se obrigasse mensalmente a

desembolsar aquela quantia – ainda que pequena – para investimento. Criando assim a disciplina de investir sempre como prioridade em sua casa e em sua vida. Mas vamos prosseguir. Tal qual nos governos, você deve planejar-se para longo prazo. Qual seu sonho? Aonde pretende chegar? Algo que deseje fazer. Casar? Comprar uma casa? Estudar no Exterior? Fazer uma faculdade particular que será de “alto valor”? Pense no que quer ser,ter e/ou fazer. Feito isto, precifique! Descubra quanto custa para realizar seu sonho, para atingir seu objetivo. Isto posto, descubra quanto precisa economizar desde agora, para chegar até lá. Agora, vamos fazer SOBRAR para INVESTIR e alcançar SONHOS planejados, e NÃO apenas GASTAR em detalhes que de tão efêmeros você nem lembra aonde gastou o dinheiro. Ato contínuo, corte no seu orçamento aqueles itens que são puxadores de despesas e passam despercebidos ao longo do ano, tais quais, “pacote de TV por assinatura caro que te ofereceram cheio de canais que você nem utiliza e poderia reduzir por uma opção mais em conta” ; “velocidade de internet” irreal que te venderam mas nunca atingiu a velocidade prometida e não fez diferença da velocidade mais barata que você tinha, e outros itens que são puxadores de pequenas despesas que ao longo do ano, tomam volume. Bem, agora está apto, a investir. Escolha um investimento que rentabilize seus recursos e potencialize ou abrevie o tempo para alcançar seu sonho. Pense fora da “caixa”, pesquise, existem diversas outras opções além da tradicional e conhecida e mal remunerada “caderneta de poupança”.

Avalie opções de tesouro direto, fundos de investimentos estáveis, e outras opções sempre considerando os riscos envolvidos nas mesmas. Não perca o foco! Não deixe que os feriados, as festividades, as promoções, as “Black Friday” lhe roubem o sonho. Envolva toda a família! Se possui crianças, comece a fazê-los compreender sobre o custo das coisas e especialmente sobre o “poder” e “necessidade” de fazer escolhas com o mesmo recurso.Isso lhes ensinará a maior lição de finanças, “que os recursos são limitados e escassos”, não importa o quanto você tenha. Enfim! Agora volte a olhar para si! E perceba o quanto organizou sua forma de pensar somente ao ler este artigo. E imagine se colocar tudo em prática o potencial de reação e resistência que a sua renda atual não te dará em caso de uma “crise” futura. Bem como o potencial que suas economias te darão para aproveitar oportunidades que só surgem em tempos de crise. Ainda, reflita o quanto diminuirá sua dependência de “terceiros” para quaisquer atos que venha a realizar no futuro, quer sejam compras, investimentos, ou outras decisões quaisquer. Quanta “liberdade” você adquiriráà partir da sua “organização financeira. E por fim, agora volte a olhar para o país. Será que suas perspectivas melhoraram? Seu humor econômico melhorou?Creio que sim! Porque perspectivas sobre o país também são influenciadas pelas possibilidades de escolha que temos diante de nós. Então, como será 2019? Ah! Sim depende do congresso, depende das empresas, mas agora depende bem mais de VOCÊ!

março de 2019

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IMPULSE 2019 da PIBARA - é um movimento missionário de edificação e restauração de igrejas com carências estruturais e espirituais.

DIA DA BÍBLIA - Homenagem prestada à Prefeitura de Aracruz pelas igrejas da AMAR, em que foi entregue a Bíblia Manuscrita.

INFÂNCIA SEM PORNOGRAFIA - projeto de lei aprovado em 2º turno na Câmara de Aracruz. Importante vitória em Defesa da Famlília!


DOCE DE LEITE: • 02 latas de leite condensado • 04 caixinhas ou 02 latas de creme de leite • 01 receita de creme de confeiteiro • 02 xícaras de chá de raspas de chocolate meio amargo COMO PREPARAR O DOCE DE LEITE: Coloque em uma panela de pressão , uma lata de leite condensado com água suficiente para cobrir a lata e cozinha por 40 minutos, contando a partir do inicio da pressão. Reserve. CREME DE CONFEITEIRO: • 1 xícaras de chá de leite • 2 colheres de açúcar • 2 gemas • 1 colher de sopa de amido de milho • 01 colher de sobremesa de essência de bauniDE DOCE DE LEITE COM lha SORVETE ou 1/4 da fava de baunilha CHOCOLATE CREMOSO

COMO PREPARAR O CREME DE CONFEITEIRO: Bata com um fuê, as gemas, o açúcar e o amido de milho até a mistura ficar clarinha. Acrescente o leite e a baunilha, depois leve ao fogo até engrossar. Deixe esfriar.

COMO PREPARAR O SORVETE: Bata no liquidificar por 5 minutos, o doce de leite, o creme de confeiteiro, o leite condensado e o creme de leite. Coloque a mistura no recipiente que irá para o freezer (pode ser um pote de sorvete de 2 litros) e acrescente as raspas de chocolate e misture. Deixe no freezer por no mínimo 8 horas (de preferência faça de véspera). DICAS: • Se preferir pode utilizar doce de leite pronto. • Você também pode fazer a receita dobrada do creme de confeiteiro e congelar para utilizar na próxima receita. Descongele antes de usar.


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marรงo de 2019


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