Entrevista Haruka e Kenkichi Doi

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Textos e entevista por Anna Lia Braudacco Layout e Diagramação Igor C. Bersan - Fotos divulgação

aruka é uma cantora crossover do Japão. Iniciou sua carreira em 2009.


_extravaganza/ Seu primeiro trabalho

foi em 2009, com uma faixa no Myspace “I Belong to Me”, de lá para cá, o que mudou na sua vida e carreira?

_extravaganza/ Desde

_Haruka/ “I belong to me” foi uma sugestão do meu produtor, Ken. É uma música do musical “Elizabeth” que eu nem conhecia. Gravei a música um dia antes do meu aniversário de 20 anos. Essa é uma memória esplendida da minha adolescência, uma música gravada com um arranjo maravilhoso de Ken. E com o passar do tempo, eu cada vez mais consigo cantar com mais sentimento. Por isso, eu gostaria de gravar essa música novamente.

criança você queria ser cantora? Quando você começou a cantar?

_Haruka/ Eu tinha 13/14 anos quando eu pensei que gostaria de ser cantora. Antes disso, ser cantora era algo que nem imaginava porque eu era uma criança tímida, nem mesmo “Parabéns para você” eu cantava. Por outro lado, eu sonhava em ser pintora quando era criança.. _extravaganza/ Conte-nos sobre suas influências musicais. Por que você escolheu o “classical crossover”?

_Haruka/ Foi quando assisti o DVD “Eden” de Sarah Brightman, era quase como uma pintura para mim. Eu fiquei louca por sua música imediatamente, mesmo que não entendesse nenhuma palavra daquele mundo. Foi como se eu tivesse acordado para a beleza e poder da música. O classical crossover inclui elementos de vários gêneros musicais, então me senti atraída.

_extravaganza/ Nos conte um pouco do seu novo CD “Meeting at Night”. Você também escreve as letras? Como participa da escolha das músicas e produção?


_Haruka/ Eu escrevi “Whispering Wind” que foi composta e arranjada por Paul Bateman. Também “Chains of Delusion” composta por Mustafá Yazicioglu, que é um compositor de trilhas de filmes. E “The Age You Live In” escrita e composta por mim, com arranjos do meu produtor Kenkichi Doi. São músicas muito didáticas. Eu sempre me questiono sobre coisas da vida, seus processos e acabo colocando o que eu sinto como respostas nas minhas letras. _extravaganza/ Ter uma música composta por

Paul Bateman deve ter sido uma honra. Como isso aconteceu?

_Haruka/ Realmente foi maravilhoso! Falando francamente, eu não sei bem como isso acabou acontecendo, pois foi muito rápido. Quando eu realizei meu primeiro single “Love Stream” meu produtor Kenkichi Doi entrou em contato com Gunther Laudahn, guitarrista da Sarah Brightman e do Gregorian, e ele fez um arranjo maravilhoso de guitarra e coro para “Green Sleves” que entrou no meu primeiro álbum “Fantasia”. Então, Gunther me apresentou para o Paul Bateman e acabamos realizando esse trabalho juntos. Nós mantivemos contato por SMS. Para mim é de grande honra e também inacreditável como tudo aconteceu. _extravaganza/

Por que você canta em inglês e não em japonês? É uma preferência?

_Haruka/ Não é necessariamente uma preferência. Eu sempre escutei CDs internacionais, como Carpenters, por influencia dos meus pais. Carpenters era sempre tocado no carro quando saíamos de férias. Olivia Newton John’s eu escutava na época da escola. Não há algo em especial que me faça cantar em inglês, outros cantores também fazem isso. Mas é claro que admiro línguas estrangeiras, elas tem a textura diferente de cada País. Mas eu também gosto de cantar em Japonês.


_extravaganza/

Existe alguma música famosa que você gostaria de gravar? Uma música especial para você?

_Haruka/ Sim, existem muitas músicas famosas que eu gostaria de cantar. Difícil escolher, mas gosto muito de músicas de filmes e musicais. _extravaganza/ Você já tem idéias para um novo projeto ou quem sabe um concerto?

_Haruka/ Sim, já estou com alguns pensamentos. Um novo álbum próximo. Também têm muitas músicas que quero incluir e fazer concertos. _extravaganza/

E a última pergunta, você pensa em vir ao Brasil um dia e divulgar o seu trabalho?

_Haruka/ Eu particularmente me interesso muito pelo Brasil. E sempre ouvi dizer que os Brasileiros são muitos apaixonados. Eu gostaria de dividir minha música com essas pessoas. Se eu tiver a oportunidade um dia, eu irei ao Brasil com certeza.


2009 (Streaming - Myspace) I Belong To Me Musical “Elisabeth” Cover Song (Streaming - Myspace) The Rose Bette Midler Cover Song

2010 (Single CD) Love Stream

2011 (Album CD) FANTASIA Special Thanks by Gunther Laudahn (Sarah Brightman’s Guitarist) “Greensleeves : Co-Produced, Arranged, Guitar, B-vox” (Downloading) In The Bleak Midwinter

2013 A música em “Meeting at Night” flerta com elementos do que poderiamos definir como ethereal, vocais que se aproximam de Enya, algo quase espectral, formando assim a fusão entre o clássico e o vigor do pop. A bela voz de Haruka me fez lembrar hora uma Kate Bush e em outros momentos Francesca Nicoli da banda italiana Ataraxia, principalmente nos momentos mais etéricos. Com intrumentos atuais, Haruka consegue com o seu crossolver, uma atualização tanto para o ouvinte mais exigente, como para os ouvintes de música pop. Mostrando que é possível fazer algo mais complexo e diferente nestes dois cenários. Certamente um álbum para os fans de neoclassical, ambient music, ethereal music e algumas vertentes relacionadas ao goticismo. São 12 músicas, totalizando 50 minutos da mais pura e tranquilizadora sonoridade. Aquela sonoridade que faz o mundo parecer estar mais lento, principalmente hoje em dia, onde tudo é corrido e passageiro.

(Single CD) ECHOES (Concert) “HARUKA - Preview Concert “Beginning From the Church” “Japan Baptist Church, Kobe” (Downloading) Amazing Grace

2014 (Downloading) The Last Rose Of Summer

2015 (Downloading) Greensleeves “Re-master version” December, album “Meeting at Night” Release A world-famous maestro and composer Paul Bateman (He takes part in José Carreras,Sarah Brightman’s works and so on), and Film Composer Mustafa Yazicioglu participate!

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Paul Bateman Maestro, pianista e compositor britânico. Começou sua carreira como maestro nos musicais do West End londrino em “Cantando na chuva”, “Barnum”, “Charlie Girl”, “Ziegfeld”, “O fantasma da ópera” e “Carmen Jones”. Trabalhou com renomados nomes da música: Bryn Terfel, José Carreras, Sumi Jo, Jessye Norman, Barbara Hendricks, Lesley Garret, Tito Beltran, Jason Howard, Sarah Brightman e Paul McCartney.

Mustafa Yazicioglu É um compositor premiado por seus trabalhos em filmes, documentários, vídeo game, comerciais, TV e Multimídia. Alguns de seus mais recentes trabalhos em filmes são: “Velozes e Furiosos 5 e 6”, “Kubilay”, “Corpo Fechado”, “The Lord of the Calligraphy”, “From the Route to the Hope”, “Get Big Get Cut”, Unlucky Luck, Mutant Leaving Humanity Behind”.



enkichi Doi é produtor e músico do Japão. Trabalha com a cantora Haruka e também no projeto “Persona” que iniciou em 2013. Suas músicas são exclusivas para download no iTunes, Apple Music e Spotify.


_extravaganza/ Quando você começou a trabalhar com música

_Kenkishi Doi/ Eu comecei como vocalista de uma banda indie rock. Na banda, eu fazia as músicas originais, e também o cover de uma banda de rock britânica em shows. E, eu fiz os arranjos de muitas músicas de teatro por cerca de sete anos depois que saí da banda. Penso que a experiência foi muito impor tante na minha carreira musical. E meu último projeto é o New Age “Persona” e também sou co-produtor da cantora Classical Crossover “Haruka”. _extravaganza/ Como você define a sua música? Por que nos dias de hoje, nós temos muitos estilos de músicas emergindo no cenário musical?

_Kenkishi Doi/ Hmm… é uma pergunta muito difícil para eu responder! haha. Eu não acho que a definição de um gênero seja impor tante para a minha música. Eu escolho uma mistura de sons de vários países. E o meu som é uma mistura original de vários gêneros. Talvez que escute sinta um estranhamento dessa mistura de sons... haha.

_extravaganza/ Nos conte sobre seu projeto “Persona” e suas influencias. Você começou o projeto em 2013, certo?

_Kenkishi Doi/ Sim, eu comecei meu projeto Persona em 2013. Mas a ideia começou em 2012 quando tive acesso aos documentos do psicólogo Suíço “Carl Gustav Jung”. Então, foi o que me motivou a criar o projeto Persona, com essa influência na mente.

M


_extravaganza/ Você teve colaboração

de outros artistas no projeto?

_Kenkishi Doi/ Não, por enquanto não tenho colaboração com nenhum músico. as penso em ter futuramente. Isso inclui um remix de um DJ brasileiro, porque a cultura musical do Brasil é maravilhosa. _extravaganza/ Por que você gosta escolheu o “Syrinx” como instrumento de base para o Persona? Particularmente, eu adorei o som do instrumento.

_Kenkishi Doi/ Muito obrigado! E essa é uma boa pergunta. Eu gosto de instrumentos de sopro de todos os países e existem muitos instrumentos maravilhosos. Eu me interessei pelo tom de uma flauta que veio da mitologia grega, que é o “Syrins”. Eu gravei o tom da flauta e obtive um som granular quando digitalizei. Dá um efeito de fantasia.


_extravaganza/ Como você vê o Mercado musical do Japão em relação à música que você faz?

_Kenkishi Doi/ Você pode achar estranho, mas eu não conheço muita da música Japonesa. Meu interesse sempre foi por músicas estrangeiras. Mas me interesso pelo canto antigo dos Budistas, são cantos misteriosos. Eu irei usá-los no projeto “Persona”. _extravaganza/ Ficamos felizes por seu novo single “Breath Of Darkness” estar tocando na radio on-line “Radio NOS”. Como você se sente por sua música estar sendo tocada no Brasil?

_Kenkishi Doi/ Eu me sinto com muita sor te. E muito honrado. Brasil fica do outro lado do mundo e quis fazer uma promoção do meu projeto no Brasil. E a “Radio NOS” concordou em tocar minha música. E eu fico muito agradecido. A “Radio NOS” tem uma playlist muito variada de músicas e ar tistas e espero que muitas pessoas possam escutar.

_extravaganza/

Esta é a última pergunta. Você conhece alguma música do Brasil?

_Kenkishi Doi/ Eu gosto de Elizeth Cardoso. A música dela é muito rica. Eu acho que o timbre de voz dela nos leva a sonhar e ter esperança. E também me interesso muito pelo instrumento de percussão “Berimbau” que representa a música brasileira. Obrigado pela maravilhosa opor tunidade da entrevista!


Inevitável a comparação que terei que fazer aqui. “Breth of Darkenss” lembra Enigma. Elementos eletrônicos se misturam a cânticos, momentos que são praticamente dançantes alternados com sonoridades mais ambientes. É um new wave moderno, mas assim como o Enigma aqui a música funciona e certamente para quem curte esse gênero musical, Persona não deixará nada a desejar. Embora não seja realmente inovador, é um álbum competente e que entrega o que promete. Avesso ao que possamos pensar de um projeto musical japonês, Kenkichi Doi mostra estar antenado com o ocidente, produzindo algo não muito comum, uma mistura insusitada que não vemos todos os dias.

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ENTREVISTA REALIZADA PELA REVISTA DIGITAL EXTRAVAGANZA. LAYOUT E DIAGRAMAÇÃO POR IGOR C.BERSAN

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