Saúde Business School 2012: 9º Módulo

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S a ú d e B u s i n e ss S c h o o l Os melhores conceitos e práticas de g e s t ã o , a p l i c a d o s a o s e u h o s p i ta l

Módulo 09

RIS/PACS patrocínio:

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Introdução Depois do sucesso dos primeiros saúde business school continuamos com o projeto. Este ano, falaremos sobre TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM SAÚDE Na busca por auxiliar as instituições hospitalares em sua gestão, trouxemos no terceiro

na organização de seus departamentos de TI e na interação da

ano do projeto Saúde Business School

área com os stakeholders.

o tema Tecnologia da Informação em

Em cada edição da revista FH, traremos um capítulo sobre o

Saúde. Ainda que exista literatura sobre

tema, escrito em parceria com médicos, professores, consultores

o tema, a nossa função aqui é construir

e instituições de ensino, no intuito de reunir o melhor conteúdo

um manual prático para a geração de um

para você.

ambiente de tecnologia hospitalar mais

Os capítulos, também estarão disponíveis para serem baixados

seguro, que auxilie e oriente as equipes

em nosso site: www.saudeweb.com.br

O projeto envolve os seguintes temas: Módulo 1 - Infraestrutura de TI nos Hospitais Módulo 2 - O papel do CIO Módulo 3 - Governança de TI nos hospitais Módulo 4 - ERPs Módulo 5 - Segurança dos dados Módulo 6 - Terceirização de TI em hospitais Módulo7 - Prontuário eletrônico Módulo 8 - A integração entre engenharia clínica e TI Módulo 9 - RIS/PACS Módulo 10 - Gestão dos indicadores Módulo 11 - Mobilidade nos hospitais Módulo 12 - Cloud Computing

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A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA PACS Fabio Rossetto

O sistema PACS (Picture Archiving and Communication System Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens) refere-se a um sistema que lida com a digitalização, pós-processamento, distribuição e armazenamento de imagens médicas. As imagens são obtidas de equipamentos como os de ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia computadorizada, endoscopia, mamografia, radiografia, entre outras modalidades de sistemas médicos. As principais funcionalidades do PACS são: facilidade e agilidade na busca de pacientes, worklist da estação de trabalho, integração entre sistemas, manipulação de imagens, acessibilidade, reconciliação de dados e segurança. O conceito de PACS começou a ser estruturado durante a década de 80 e foi apresentado como solução para o gerenciamento de imagens digitais em radiologia, possibilitando a troca de dados de maneira consistente e automática. De acordo com a definição da NEMA (American National Association of Electric Machines), um PACS deve oferecer, dentre diversos aspectos, visualização de imagens em estações de diagnóstico remotas, armazenamento de dados em meios magnéticos ou ópticos para recuperação em curto ou longo prazo, comunicação em redes locais ou expandidas e informações departamentais que ofereçam uma solução integrada para o usuário final. Com a revolução tecnológica ocorrida nas últimas décadas, observa-se no mercado um conjunto de sistemas que se propõe a realizar diversas tarefas específicas, desde o agendamento e cadastro do paciente até a execução dos exames e emissão de laudos. Os dados de um mesmo paciente ficam dispersos nas bases de diversos sistemas heterogêneos, sendo necessária uma integração que assegure sua paridade referencial. A integração do PACS com os Sistemas de Informação em Radiologia (Radiology Information System, RIS) e de Informação Hospitalar (Hospital Information System, HIS), forma a base para o adequado funcionamento de um serviço de radiologia.

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São muitos os benefícios desta integração, dentre eles: • Registro único de paciente;

Uma implantação segura, também deve focar alguns aspectos importantes, tais como:

• Registro de acesso universal;

• Idealização da situação futura;

• Gerenciamento e distribuição de imagens;

• Nível de adequação da capacitação dos colaboradores de TI;

• Eliminação de filmes radiológicos; • Redução do impacto ambiental causado pela utilização do filme e reveladores químicos; • Redução de custos; • Redução do tempo de espera do paciente/corpo clínico para diagnóstico; • Eficiência operacional; • A substituição dos filmes radiográficos em favor da utilização das imagens digitais: a constante queda dos preços do armazenamento digital oferece uma crescente vantagem na relação custo/benefício do formato digital em comparação ao armazenamento em filme; • Utilização da Telemedicina. Outros resultados após integração com HIS são: a diminuição de erros de digitação, o aumento de produtividade, a redução do tempo de espera, a distribuição de CDs (Laudo e Imagens) aos pacientes, além da agilidade nas consultas. Para o sucesso desta integração, é necessário assegurar um ambiente de rede amplo e integrado, que permita não somente que os grandes volumes de dados gerados pelos sistemas digitais sejam completamente arquivados e disponibilizados eletronicamente, mas também a consulta eletrônica dos dados vinculados às imagens em cada base. Para tanto, é fundamental - além da configuração adequada das tabelas - o adequado dimensionamento de banco de dados e de suas interfaces, uma arquitetura cliente/servidor bem estruturada com todos os serviços e a disponibilização de área de armazenamento (storage) adequada ao volume de informações. Todos estes pontos são importantes para assegurar que a comunicação ocorra de maneira correta.

• Nível de adequação da arquitetura empresarial (sistemas, dados, integração, informação e infraestrutura); • Identificação e priorização das iniciativas dentro dos níveis adequados de orçamento de TI; • Levantamento e análise das soluções disponíveis no mercado, conforme necessidade do cliente. O gerenciamento do projeto é outro aspecto importante para o sucesso na implantação do PACS, que visa assegurar a clareza na transmissão de ideias e alinhar expectativas em relação ao resultado. Ele deve contemplar as fases de concepção, levantamento do projeto, análise do workflow, desenho da solução, implementação, teste do workflow, treinamento e manutenção. O fato é que mesmo garantindo o olhar do gestor sobre todos os pontos de atenção supracitados, vale ressaltar que cerca de 65% dos problemas com a ferramenta PACS são decorrentes da falta de conhecimento do usuário no momento da utilização (fonte GE Healthcare). Atualmente nos EUA, 93% dos hospitais

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de 500 leitos ou mais, já adotaram sistemas PACS, enquanto que 67% das instituições de 400 a 499 leitos também já adotaram tal tecnologia, ao passo que apenas 47% dos hospitais de 300 a 399 leitos possuem PACS. O retorno sobre o investimento costuma ocorrer num período de 3 a 4 anos, entretanto nem sempre a tomada de decisão para investir ou não no sistema PACS deve-se ao retorno financeiro, em função da possível diminuição ou eliminação de filmes, mas pelo impacto na qualidade assistencial, visto que um paciente que tenha passado pela emergência, por exemplo, e necessite ser encaminhado emergencialmente para o centro cirúrgico pode ter não só suas imagens disponibilizadas aos médicos cirurgiões, mas também seus dados clínicos, bem como histórico, por meio das ferramentas HIS (Hospital Information System) e RIS (Radiology Information System). Do mesmo modo enfatiza-se a importância do PACS na definição de protocolos clínicos institucionais como, por exemplo, o protocolo de BCP, onde é necessária a realização e liberação de raio-X de tórax em torno de 10 minutos. Portanto, esta é uma ferramenta que colabora para a disseminação da cultura, por parte da área clínica, para a definição de protocolos que resultem na maior uniformidade da qualidade do atendimento ao paciente.

Devido à complexidade para a implementação das soluções, há de se utilizar ferramentas e metodologias de suporte aos gestores que permitam mapear o cenário atual da instituição e estabelecer os objetivos mensuráveis para as metas de resultados no que tange produtividade de máquina, tempo de atendimento do paciente nas diversas etapas e, naturalmente, a produtividade da área médica. No que tange a estratégia dos fabricantes de equipamentos e sistemas médicos há, indubitavelmente, uma convergência entre equipamentos capazes de fazer o diagnóstico, o tratamento e, ainda que essas indústrias passem a entrar em outras dimensões de tecnologia envolvendo o paciente, mais notadamente pela aquisição de empresas e plataformas de desenvolvimento dos sistemas HIS (Hospital Information System) e RIS (Radiology Information System).

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Esta estratégia agressiva por parte das indústrias, no Brasil, pode ser constatada com as recentes aquisições, por exemplo, pela Agfa Healthcare e pela Philips Healthcare, mas globalmente todas as principais concorrentes já se posicionaram como provedoras não só de sistemas e equipamentos médicos, mas também de softwares de gestão. Por trás dessa estratégia há, entre outros motivos, dois grandes fatores. O primeiro, evidentemente, diz respeito a adquirir base de clientes que possuam os sistemas de gestão hospitalar das empresas adquiridas e, consequentemente, ampliam o seu market share. O segundo, diz respeito aos constantes problemas de sistemas multiplataforma e suas necessidades de integração acarretando grande desgaste de imagem junto aos clientes destas grandes indústrias multinacionais que preferiram correr o risco de assumirem sistemas legados que necessitam de grandes investimentos para atualização tecnológica à se desgastarem pela pouca usabilidade e produtividade dos seus sistemas quando integrados com sistemas de gestão em plataformas desatualizadas. Entendemos que o sistema PACS tem uma função tão relevante quanto às aqui já citadas que é a interferência positiva na reflexão e redesenho do processo do fluxo de paciente e na arquitetura organizacional correspondente. Por fim, sugerimos que para a correta implementação deste sistema há de se revisitar todos os processos que influenciam direta e indiretamente o fluxo do paciente, e reavaliar quais áreas tem ou não papel preponderante ou de responsabilidade sobre cada uma das atividades com a finalidade de aperfeiçoar a aderência entre processos, pessoas e tecnologia.

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C a s o d e s u c e ss o Da integração de dados À telemedicina A necessidade de um sistema de soluções integradas e integradoras à teleconferência ligada ao processo assistencial e de gestão faz Mãe de Deus optar por RIS/PACS Thaia Duó-thaia.duo@itmidia.com.br Em 2009 nasceram as primeiras conversas sobre a integração da rede Mãe de Deus, de Porto Alegre (RS). O plano, lançado a partir do crescimento do grupo, era não apenas integrar, mas disponibilizar a informação do paciente de forma adequada dentro dos requisitos de segurança e qualidade em qualquer uma de suas unidades. O foco estava bem definido: buscar uma solução RIS/PACS para a criação de uma sistemática que atendesse “a arte” em termos de tecnologia e que no mesmo sistema permitisse fazer telemedicina. O caminho percorrido não foi tão árduo. O desafio era dos fornecedores, em entender a necessidade de um sistema de soluções integradas e integradoras à teleconferência ligada ao processo assistencial e de gestão do Mãe de Deus. Outro aspecto considerado é que a solução deveria ser nativa e integrada ao ERP da rede, fornecida pela MV Sistemas. “Não poderíamos perder tempo com integrações complicadas, com processos de desenvolvimento de aplicações. Isso tudo gera perda de tempo, de dinheiro e insatisfação por parte dos profissionais”, conta o superintendente médico assistencial do Hospital e do sistema Mãe de Deus, Fabio Leite Gastal. Dois anos depois, com o processo de concorrência encerrado, o Mãe de Deus escolheu o sistema da Microdata. Atualmente, a rede está em fase final de infraestrutura e servidores, com várias experiências já em funcionamento. Com 20 unidades assistenciais, nove hospitais e unidades ambulatoriais e de pronto atendimento, o grupo tem uma central de laudos, processo de atendimento de rádio e segunda opinião à distância, além de telepsiquiatria e telecardiologia em fasede testes. “O processo está começando a ocorrer na assistência e isso mostra que realmente a solução desenhada está correta em termos de custo-benefício e eficácia”, diz Gastal. Na área hospitalar, o projeto já está em fase de conclusão de servidores, renovação dos parques e dos terminais de monitores especiais para permitir que o radiologista e o especialista façam trabalho adequado da imagem com o equipamento. O processo deve ser concluído em toda a rede até o final de 2012. De acordo com o executivo, a partir de agora o Mãe de Deus pretende se tornar um grande player na área de sistemas com o acúmulo de experiência em telemedicina. Qualidade compartilhada O caminho pavimentado pelo sistema porto-alegrense deve atrair os melhores talentos médicos a toda rede. Para Gastal, o Hospital Mãe de Deus, com toda sua expertise, estará a serviço de todas as unidades do grupo. “Os nossos melhores radiologistas vão dar suporte aos profissionais que estão lá na ponta. Eles discutirão casos com emergencistas e isso é o que esse sistema visa permitir, ousando colocar o que existe de melhor da medicina em pontos distantes da nossa rede, que antes do sistema não teríamos condições por demandarem recursos escassos.” O executivo garante ter bons profissionais, mas que muitas vezes não têm essa diferenciação do corpo clínico da central do Mãe de Deus. “Essa qualidade compartilhada hoje só é possível com a integração e capacidade de permitir o trabalho de telemedicina por meio do RIS/PACS.”

Sobre o Autor Autores

Fabio Rossetto, diretor da área de Life Science & Healthcare Deloitte – Formado em economia pela PUC Campinas, fez MBA em gestão empresarial - FGV/ Management, Pós Graduado em gestão do desempenho organizacional na FGV-EAESP. Com colaboração de Erika Shizukusa, Ingrid Francesco e Sheila Mittelstaedt, integrantes da equipe de Life Science & Healthcare Deloitte

Sobra a empresa

A Deloitte oferece serviços nas áreas de Auditoria, Consultoria, Consultoria Tributária, Corporate Finance e Outsourcing para clientes dos mais diversos setores.

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Saúde Business School é uma iniciativa da IT Mídia. Todos os direitos reservados.

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