Fornecedores Hospitalares - Ed. 167

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FORNECEDORES

H O S P I TA L A R E S

A REVISTA DE GESTÃO, SERVIÇOS E TECNOLOGIAS PARA O SETOR HOSPITALAR

Ano 17 • Edição • 167 • Setembro de 2009

Foto: Ricardo Benichio

ENTREVISTA Francisco Balestrin fala sobre o impacto dos processos de qualidade na sustentabilidade do setor

Jovens executivos, como Roberto Schain, do Hospital Santa Paula, discutem o futuro da gestão dos hospitais

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Índice

Setembro 2009 - Número 167

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14 I Entrevista Francisco Balestrin, vice-presidente do grupo Vita e da Anahp, fala sobre os impactos dos programas de qualidade no desenvolvimento do setor

18 I Raio-X Foco em inovação

18 I Artigo Inteligência empresarial auxilia implantação de protocolos

22 I .Com Confira o que foi destaque no portal Saúde Business Web

34

32 I Melhores Práticas 34 I Panorama A nova geração

46 I Artigo Instituto de Ensino e Pesquisa: Foco no desenvolvimento de pessoas

47 I Saúde Business School Confira as dicas de nossos consultores sobre Tranquilidade Jurídica

60

55 I Artigo Por um complexo industrial de saúde ainda mais forte

58 I Espaço Jurídico Saúde, negócios e sistema jurídico

60 I Tecnologia Benefícios sem fim, desafios mil

66 I Artigo RH Cuidar, cuidar e cuidar das pessoas!

70

68 I Carreiras 70 I After Hours Jornada gastronômica

72 I Livros 76 I Vitrine 98 I Hot Spot

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Adelson de Sousa • adelson@itmidia.com.br

PRESIDENTE-EXECUTIVO

Miguel Petrilli • mpetrilli@itmidia.com.br

vice-presidente executivo

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Foto: Roger Soares

Carta do Editor

A velha discussão e os novos rumos Vai chegando o final do ano e mais uma vez é hora da regulamentação da Emenda Constitucional 29 entrar em pauta. Parece que ainda vai demorar um pouco para entrar nas plenárias do legislativo, mas pelo menos o assunto tem pautado as discussões sobre os rumos do setor. Os capítulos são exatamente os mesmos de anos anteriores: é preciso definir a fonte de recursos antes de aprovar a regulamentação e mais uma vez há a tentativa de se criar uma nova (ou seria a velha com uma novo roupagem?) contribuição destinada à saúde. A mesma proposta, o mesmo impasse. A diferença é que estamos em ano pré-eleitoral e resta saber que herança o governo atual, que foi tão resistente à regulamentação da EC 29 por conta do comprometimento de 10% da arrecadação da União com a saúde, quer deixar para os próximos dirigentes. Até os argumentos contrários à criação de um novo tributo continuam os mesmos. O setor público não precisa de mais recursos, mas sim de melhor gestão, e isso não deixa de ser verdade. Como aqui na redação nosso compromisso é não só trazer notícias relevantes para o setor, - e o tema foi muito bem discutido em nosso portal, mas também apontar tendências para esse mercado, resolvemos investigar o que a nova geração de executivos tem para trazer essa gestão. Não sabemos ainda se melhor ou não, mas certamente mais profissionalizada e com muita vontade de inovar. É a geração Y no comando, que você confere no Panorama dessa edição. E como melhoria de gestão também passa por qualidade, na entrevista desse mês o vice-presidente executivo do grupo Vita e vice-presidente da Anahp, Francisco Balestrin, fala sobre como os programas de qualidade têm trazido os hospitais para um novo mundo e contribuído com a sustentabilidade do setor. Para acabar com velhas discussões, nada como partir em busca de novos rumos.

Boa leitura!

Ana Paula Martins Editora P.S.: envie comentários para amartins@itmidia.com.br

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Canal Aberto

Foto: Divulgação

Eu leio a Fornecedores hospitalares

José Cléber do Nascimento Costa - Superintendente do Hospital São Francisco

L eio a Fornecedores Hospitalares porque é a revista mais atualizada sobre o segmento de saúde no nosso país . É uma maneira inteligente de acompanhar tudo que acontece com meus pares de outras instituições , com quem compra meus serviços e com quem fornece insumos ao meu H ospital . A seriedade e imparcialidade com que os assuntos são tratados permitem - me uma pronta avaliação sobre muitos componentes externos no apoio para as minhas tomadas de decisões , me mostrando com clareza quais são as tendências , as novas tecnologias lançadas , os novos processos desenhados e testados . S into - me conectado com o mundo da saúde brasileira quando mergulho nas páginas da FH

Pró­xi­ma Edi­ção Panorama: Saúde Business Forum – Confira a cobertura completa da sétima edição do evento que reúne as principais lideranças do setor. Esse ano o tema é Empreendedorismo Saúde Business School No décimo capítulo, nossos consultores abordam o tema Fusão, Aquisição e Alianças Estratégicas Vitrine Linha Maternidade e Neonatal

O melhor da última edição A equipe da Unidade de Saúde da IT Mídia elegeu o anúncio da Wheb Sistemas, publicado na página 7, como o mais bonito da edição de agosto. A peça foi criada por João Misturi, da agência Brava Propanga, e aprovado por Ana Lana Guerini e Solange Plebani da Wheb Sistemas.

Para anunciar ligue: (11) 3823-6633 • E-mail: comercialsaude@itmidia.com.br 1 0 - revis­taFH.com.br

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Entrevista

Foto: Ricardo Benichio

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Questão de qualidade Ana Paula Martins – amartins@itmidia.com.br

Há um bom tempo, hospitais de todo Brasil têm buscado implantar processos e programas de qualidade de forma a garantir os melhores resultados em assistência e segurança do paciente. O desafio agora é criar valor a partir da acreditação e fazer com que o grande público a reconheça como um diferencial. Em entrevista à Fornecedores Hospitalares, o vice-presidente executivo e diretor médico corporativo do grupo Vita e vice-presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin, comenta o impacto do movimento de acreditação no setor Fornecedores Hospitalares: A acreditação hospitalar tem se tornado premissa para garantir a qualidade e segurança dos hospitais brasileiros. Hoje são apenas 127 instituições hospitalares no Brasil que detém algum tipo de acreditação. A que o senhor atribui esse número? Francisco Balestrin: A acreditação por si só não é garantia de qualidade. Muitos hospitais no Brasil têm movimentos de qualidade, trabalham com padrões de qualidade, e a acreditação é uma terceira parte, convencionando que aquilo que a instituição faz está seja sob o ponto de vista estrutural, de processos e de checagem de resultados está dentro de um padrão que é único dependendo da entidade acreditadora para todas as instituições. A questão da acreditação em si como um movimento tem a ver com o fato de que todo processo que vem de fora para dentro precisa ter um estímulo interno para que aconteça, ou seja, a vontade dos gestores, dos proprietários, a vontade dos próprios funcionários. Por outro lado, como representa um gasto financeiro, o desejo é que esse gasto seja reconhecido como algo que dê uma comprovação da qualidade e da segurança assistencial, e que seja valorado sob esse ponto de vista. Como em nosso país ainda não existe esse reconhecimento por parte do grande público, da sociedade como um todo, dos stakeholders da área de saúde e das próprias fontes pagadoras, e aí incluo as privadas e as públicas (SUS e governos) e como ainda não há incentivos em grande medida, os resultados de acreditação ainda são pequenos. FH: Na sua opinião, qual a maior dificuldade em se agregar valor à acreditação de forma que isso seja percebido pelo público em geral? Balestrin: Sempre que você vai pagar por algo tem

que reconhecer naquilo que adquire como produto ou como serviço um valor agregado que faça jus ao que se está pagando. Um exemplo é a comparação que se faz entre saúde e o mercado de telefone celular. As pessoas não se preocupam em pagar um ticket médio de celular mais alto até do que pagariam por um plano de saúde, e isso acontece por causa do valor agregado. Casos que necessitam a reparação da saúde são sempre episódios esporádicos ao passo que o uso do celular acontece continuamente. Outro aspecto é que mesmo a saúde sendo reconhecida como um bem, as pessoas, de um modo geral, ainda não conseguem entender que o cuidado quando é provido de uma forma desqualificada ou sem grande qualidade pode fazer mais mal do que bem ou acaba não sendo reparador como poderia ser quando existe um processo de qualidade bem definido. Por isso a necessidade de se trabalhar na valoração da saúde e da segurança assistencial com o grande público para que entendam isso como um bem importante, um bem universal, mas também como um bem que deve ter coisas agregadas a ele, e não se resuma ao atendimento médico. Que tenha valores como atendimento igualitário, como a melhor tecnologia disponível possível, que tenha o melhor custo benefício para aquela população, que não tenha discriminação no atendimento, e que ainda seja uma atenção que restabeleça a saúde do cidadão e faça com que ele retorne em sua força produtiva para a sociedade. E isso é o aspecto da qualidade e da segurança do paciente. FH: Quando você fala que não há uma valoração do selo de acreditação por parte dos stakeholders da saúde, incluindo as fontes pagadoras, quais são as barreiras para que isso aconteça? Balestrin: Quando houver um estímulo externo,

que é justamente a sociedade organizada exigindo uma atenção qualificada e sem risco, as fontes financiadoras estarão estimuladas para isso também. A verdade é que dentro do conceito de qualidade, o conceito de não qualidade é o da exclusão. Por exemplo, ninguém compra um carro sem um padrão de qualidade, e isso vai acontecer na área de saúde. Será excluído no mercado quem não tem qualidade, o que não significa que você precise dar um estímulo financeiro específico para aqueles que estão investindo em qualidade. Muitas vezes as instituições investem em projetos de qualidade para ganhar mais, mas na verdade se investe em um projeto de qualidade para não perder. Se o mercado ficar competitivo e a sociedade ficar atenta, as próprias instituições e fontes pagadoras vão ter que remunerar exclusivamente aqueles que têm qualidade, deixando de fora aqueles que não têm. Quem tiver a qualidade comprovada, vai estar dentro do mercado, e os que não tiverem serão alijados do mercado. Esse é um conceito fundamental, pois muitas vezes os hospitais conquistam a acreditação e vão à operadora com o diploma debaixo do braço pedir aumento, esse não é o foco correto. O que vai acontecer é que não fará sentido contratar serviços que não tenham qualidade, a não ser que se vá no contramovimento da qualidade e tenha interesse só no custo. FH. O senhor mencionou um fator importante na relação operadora e hospital que é a questão do custo e da remuneração. Os hospitais muitas vezes buscam melhor remuneração por serem acreditados e as operadoras não incentivam tanto, pois ainda estão muito focadas em custo. Qual o impacto da acreditação nessa questão de custo da saúde? Balestrin: O aspecto do custo também é importan-

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Entrevista te. Fala-se muito em custo da saúde, mas todo mundo está atento ao custo do episódio, ou seja, o custo do exame, do procedimento, da internação. Ninguém está interessado quanto custou todo processo de recuperação da saúde daquele cidadão. Já está comprovado que instituições de qualidade estão muito mais imbuídas no processo de recuperação da saúde e, consequentemente, agregando valor àquilo que é pago, do que aquelas instituições que estão comprometidas com o atendimento individualizado. O aspecto da acreditação está em cima disso. Todas as instituições que investem em acreditação estão buscando a qualificação do atendimento para que no final o tratamento total tenha uma melhor relação de custo benefício. É mais do que simplesmente comparar uma internação, por exemplo, de R$1.500 numa instituição e de R$ 500 em outra. Você opta pelo mais caro pois ali houve uma real recuperação da saúde e na outra não. Esse aspecto é que precisa de um estímulo. No setor privado, como ainda não há um estímulo espontâneo de qualidade por parte das operadoras, que ainda estão preocupadas com o custo, o movimento de qualificação de operadoras e de qualificação de prestadores de serviço desenhado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) será um indutor da qualidade, não tenho dúvida nenhuma disso, até porque um vai bater no outro. Em saúde pública, seria de se esperar que os gestores e as entidades públicas passassem a se preocupar com a qualidade e a estimular os prestadores para que buscassem esses processos . Em São Paulo, já tenho visto movimentos importantes da Secretaria de Saúde do Estado e do município de incentivo à qualidade dos prestadores de forma que as instituições são premiadas por isso, mas no meio público, de uma forma geral, esse estímulo ainda é incipiente. FH: Em uma recente apresentação, o senhor mostrou uma definição de qualidade, que abrange a segurança do paciente, o prover da assistência no tempo adequado, equidade na assistência e ainda efetividade no uso adequado dos recursos e eficiência no combate ao desperdício. Instituições mais qualificadas também trarão benefícios para a sustentabilidade do setor e para a gestão do hospital? Qual o impacto que a acreditação traz para a gestão dos hospitais e para o custo da saúde? Balestrin: O Institute of Medicine, dos EUA, é que traz essa definição sobre uma atenção de qualidade, que se resume tanto em não usar as coisas de uma forma excessiva nem de maneira insuficiente. Todos esses itens de custo, sustentabilidade e acreditação são interligados. Um dos aspectos da gestão de qualidade trabalha muito a questão da governan-

ça corporativa, que é a forma como as insituições são gerenciadas e se preocupam com o futuro delas. Quando se trabalha conscientemente e cosistentemente a questão de governança corporativa você trabalha quatro aspectos especificos que vão afetar a sustentabilidade. A primeira é a questão da transparência, que as organizações informam seu indicadores e mostram ao mercado o que estão fazendo; a equidade, prestando o mesmo atendimento a todos os pacientes; depois a questão da prestação de contas, e, por fim, a questão da responsabilidade corporativa. Tudo isso afeta a sustentabilidade, dentro do aspecto do triple bottom line, que é buscar os resultados econômico-financeiros e uma forma de que a instituição adquira a perenidade, alinhando aspectos de responsabilidade social e com o meio ambiente. Veja como tudo isso está interligado e coloca o hospital dentro de um mundo que é mais responsável. Esse movimento acontece nas empresas, nas organizações de um modo geral e o aspecto da acreditaçao vem para amalgamar todos esses interesses. Você não pode ter uma instituição que se preocupa com a governança corporativa sem que ela tenha responsabilidade com o seu programa de qualidade, e se o hospital não buscar a acreditação, ele simplesmente não vai estar validando tudo o que faz. No fundo, a acreditação funciona como se fosse um exame final de um curso de responsabilidade social. Por isso é necessário incentivar a acreditação. FH: E é esse o grande objetivo da iniciativa “Acreditação: questão de segurança em Saúde”, que reúne o Vita junto com outros 15 hospitais? O que essa iniciativa pretende? Balestrin: Mostrar claramente que aquelas instituições que são acreditadas são as que têm o melhor a devolver ao cidadão em matéria de qualidade assistencial, melhor a devolver às fontes pagadoras em matéria de trasnparência e custo assistencial e melhor a devolver à sociedade pelo compromisso que temos com elas sob todos os pontos de vista. Isso só vem a engrossar esse processo de valoração da acreditação como uma ferramenta de definição clara e última do aspecto da qualidade assistencial. Participamos no Conarh [Congresso Nacional de Gestão de Pessoas, realizado em agosto em São Paulo] com esse fim e seguiremos no processo para atignr outros segmentos, faremos isso em cima de sites, campanhas e informações. Sabendo que tem que ser um trabalho de médio e longo prazo. FH: Na iniciativa, vocês reúnem hospitais acreditados, independentemente do modelo de acreditação. A oferta de selos de acreditação

tem aumentado no mercado. Além de ONA e JCI, agora também temos a NIHO e a Acreditação Canadense. Em sua opinião, a ampliação de opções de acreditação auxilia o desenvolvimento dos programas de qualidade dos hospitais? Balestrin: Quando se trata de acreditação não tem uma que valha mais que a outra, o importante é que sejam modelos validados por entidades. Internacionalmente há a metodologia ISQUA, que é uma acreditadora dos modelos. No modelo nacional, a ONA tem validação de autoridades sanitárias e de entidades que já se comprometeram e que são sponsors da ONA. Quando se tem isso, tem um modelo validado. O aparecimento de novos modelos e instituições deixa o mercado melhor. Se houvesse um único modelo, o referencial seria muito estreito. O fato de se já ter quatro modelos validados vai fazer com que esses modelos sempre evoluam, porque sabem que existe uma competição por espaço entre eles. Isso mostra também que o Brasil se torna um mercado atrativo, com um setor de assistência médico-hospitalar com qualidade. Acho válida essa competitividade, vai impulsionar o desenvolvimento de tudo. FH: A seu ver, quais são as perspectivas para o desenvolvimento da questão de qualidade nos hospitais brasileiros? Balestrin: A perspectiva é positiva, principalmente no que diz respeito ao segmento privado. Eu vejo as ações da ANS, que está preocupada com a qualificação das operadoras e dos prestadores de serviços, como um incentivo. Isso com certeza vai estimular as operadoras e quando a agência faz um processo como esse, ela sempre parte de uma indução que pode permitir estímulos financeiros para quem está acreditado. O que quero dizer é que hoje a fonte pagadora não tem nenhum interesse de valorizar a qualidade, mas se a agência disser que ela pode ter um reajuste maior no plano por causa da acreditação, ela vai começar a valorizar. Para nós prestadores, como a qualificação das operadoras vai depender da qualificação dos prestadores, os hospitais vão ter que fazer acontecer a qualidade. Quem já fez vai estar na frente e será considerado de maior proeminência. Quem já buscou a acreditação vai ter uma posição de competitividade mais adequada, o que é muito positivo. Além disso, com a sociedade exigindo mais qualidade e a profissionalização da gestão no setor atraindo mais investidores a questão da qualidade também vai pesar. O setor público é que ainda deixa a desejar, poderia haver um estímulo mais significativo a isso.

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LUiz henrique mota, do HCor: Hospital investirá R$ 60 milhões em projetos do SUS nos próximos 3 anos

Para manter-se como referência no setor, o HCor tem nos projetos de ensino e pesquisa fortes aliados e não para de investir em modernização e em otimização dos serviços

Foco em inovaç Ana Paula Martins – amartins@itmidia.com.br

Foto: Ricardo Benichio

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Constante inovação. Isso resume a estratégia do Hospital do Coração, de São Paulo, para manterse como referência no mercado, tanto em termos de qualidade assistencial como em infraestrutura e pesquisa. Sendo uma instituição jovem (como HCor, o hospital começou a funcionar em 1976), o hospital tem a sua história pautada em pioneirismo, excelência médica e foco no desenvolvimento do setor de saúde. “O grande diferencial na história do HCor sempre foi o investimento em ensino e pesquisa. Isso é o que permite que hospitais consigam inovar e manter o nível de excelência no mercado”, aponta o superintendente de desenvolvimento, de relações institucionais e filantropia, Luiz Henrique Mota. A instituição tem um dos maiores nomes da saúde no País, o médico Adib Jatene, como diretor geral e vê na governança corporativa um forte alicerce para os projetos que empreende. No planejamento estratégico do hospital, que agora passa pelo período de revisão, a direção é bem clara: otimizar os serviços ofertados pela instituição e manter o nível de excelência. O prédio inaugurado no último mês ratifica essa estratégia. Com investimento de R$ 25 milhões, provenientes de recursos próprios, a torre de 5,2 mil metros quadrados reúne serviços como o Hospital Dia, com 31 apartamentos, de arritmias, hemodinâmica, ortopedia e gastroenterologia. Os 31 apartamentos também são utilizados como Centro de Estudo do Sono durante a noite. “Conseguimos organizar melhor os serviços dessa forma. Com a inauguração do Hospital Dia, por exemplo, aumentamos em 35% o número de leitos de internação no prédio principal, pois transferimos para o novo espaço os procedimentos que não necessitavam de internação. Assim conseguimos ampliar a receita e ainda atender a toda demanda que temos”, explica Mota. No dia da visita à nova torre, que aconteceu em menos de um mês após a inauguração, todos os leitos do Hospital Dia estavam ocupados. No planejamento do hospital está previsto a inauguração de mais dois prédios que integrarão o complexo até 2011, e que receberão investimentos da ordem de R$ 90 milhões. Nas torres serão instalados apartamentos com leitos de internação, centro cirúrgico híbrido e ainda um centro de convenções e estacionamento. No final da expansão, todos os prédios estarão conectados por meio de túneis subterrâneos e passarelas. Com os novos espaços, o HCor totalizará 300 leitos. “Não queremos aumentar em número de leitos, mas sim agregar novos serviços e melhorar a distribuição do espaço”, enfatiza o executivo. Aliás, conquistar espaço foi um dos grandes desafios do HCor para conseguir expandir

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Raio - X suas instalações. Localizado na região da Avenida Paulista, a instituição precisou adquirir as casas da vizinhança para poder crescer.

Médicos, ensino e pesquisa Para manter o nível de excelência no mercado, o HCor tem no corpo clínico e no ensino e na pesquisa fortes aliados. A instituição mantém um programa de relacionamento bem estruturado com os médicos, tanto os renomados, que já fazem parte do time da casa, quanto para atrair e preparar jovens talentos, que acabam sendo formados dentro da própria instituição. E os projetos de ensino e pesquisa acabam sendo atrativos para esse público. “O HCor foi pioneiro em uma série de procedimentos e protocolos médicos. Isso faz com que os médicos queiram estar aqui, o que contribui para o desenvolvimento de novas pesquisas. Torna-se um ciclo virtuoso”, destaca o superintendente. Um exemplo de projeto desenvolvido dentro da instituição foi a elaboração de um equipamento para monitoramento da arritmia cardíaca, coordenado pelo cardiologista José Carlos Pachón. O hospital também está trabalhando em parceria com o Instituto Dante Pazzanese e a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo na construção de um coração artificial. Em educação, além dos programas de residência o

HCor também mantém uma escola de enfermagem em parceria com a ONG Zumbi dos Palmares e conta com um Centro de Simulação Realística para treinamento e cursos de pós-graduação. Eleito pelo Ministério da Saúde como um dos seis hospitais de excelência, que investem o valor equivalente à isenção tributária que têm por conta do selo de filantropia em projetos de melhorias e desenvolvimento do Sistema Único de Saúde, o HCor também tem desenvolvido ações para melhorar a saúde pública no País. O Hospital fornecerá para toda a rede do Samu o serviço de segunda opinião em eletrocardiograma para pacientes cardíacos. As informações serão enviadas ao hospital por meio de tablets durante o socorro e os médicos do HCor poderão avaliar os casos, o que dará mais precisão ao socorro desses pacientes e diminui o tempo para prestar o atendimento adequado. “Esse é apenas um dos grandes projetos do hospital com o Ministério da Saúde. Somando todos os programas, investiremos R$ 60 milhões nos próximos três anos”, relata Mota. Além das ações com a saúde pública, o hospital mantém atividades de ação social e entre elas está a realização gratuita de cirurgias em crianças que apresentam problemas cardíacos congênitos e não têm como financiar o tratamento. “Ainda temos muito o que realizar”, finaliza.

Fotos: Divulgação

Hospital do Coração Em agosto, o Hcor inaugurou um novo prédio, que recebeu investimento de R$ 25 milhões. Até 2011, mais duas torres serão inauguradas, consumindo mais R$ 90 milhões.

SERVIÇOS Faturamento anual ou repasse anual Número de leitos Número de Leitos de UTI

NÚMEROS R$ 211,4 milhões em 2008 246 57 leitos, sendo 40 leitos na UTI / 13 leitos na UCO - Unidade Coronária / 4 leitos do Pronto Socorro

Número de salas cirúrgicas Número de Funcionários Número de Médicos Atendimentos no Pronto-Socorro Cirurgias Exames de diagnóstico Internações Investimentos

10 1746 902 3 mil atendimentos/mês 4.666 por ano 11.65112 por ano 13.544 por ano Os investimentos do HCor nos últimos 5 anos foram da ordem de US$ 40,5 milhões de dólares, com média anual de US$ 8 milhões

Novo prédio do HCor: Instalação do Hospital Dia e dos centros de Tratamento de Joelho e Reabilitação

Fonte: Hospital do Coração

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Blogs Leia e discuta com nossos blogueiros os assuntos mais quentes do mês: www.saudebusinessweb.com.br/blogs

Claudia Goulart

Último post: O desafio da saúde sustentável Claudia Goulart é presidente da GE Healthcare para a América Latina

Cylene Souza

Último post: O valor da marca Cylene Souza é jornalista especializada em saúde, com pós-graduação em Comunicação com o Mercado pela ESPM

Ildo Meyer

Último post: Hospitais de “Grife” Ildo Meyer é palestrante motivacional e médico com especialização em anestesiologia e pós-graduação em Filosofia Clínica pelo Instituto Packter

João Carlos Bross

Último post: Somar em lugar de divergir João Carlos Bross é arquiteto e presidente da Bross Consultoria e Arquitetura

Pedro Fazio

Último post: O erro de avaliar plano coletivo como individual Pedro Fazio é economista e diretor da Fazio Consultoria

Roberto Latini

Último post: Eficácia ou eficiência? Roberto Latini é diretor da Latini & Associados e irá abordar as regulações do setor de Vigilância Sanitária

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As 10 mais clicadas 6 7 8 9 10

Operadoras criam índice para medir gastos médicos

Hermes Pardini investe em sistema de gestão integrada

OMS alerta para o pior da nova gripe

Mudanças da ANS passam a vigorar em outubro

Brasil registra 96 mortes pelo vírus H1N1

Ato Médico é aprovado

Orizon coloca a casa em ordem

SulAmérica anuncia nova executiva

Albert Einstein lança projeto de redução de custos

Intermédica está a todo vapor

Webcast Entrevista Nada garante que CSS irá para a saúde O ex-ministro da Previdência e Assistência Social e atual superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess), José Cechin, afirma que aumento na arrecadação do novo tributo não assegura mais recursos para a saúde Assista outras entrevistas no

www.saudebusinessweb.com.br/webcasts

Cruz Vermelha e OMS alertam para nova onda da gripe H1N1 A Cruz Vermelha Internacional alertou que países mais pobres devem se preparar para a possibilidade de uma segunda onda de influenza A (H1N1). Uma campanha publicitária foi lançada sobre medidas a serem adotadas para conter a propagação da doença. Informações da diretora da OMS, Margaret Chan, apontam que 40% das mortes provocadas pelo vírus foram de jovens adultos saudáveis, sendo o restante de pessoas com problemas de saúde. Pelo menos 209,4 mil pessoas já foram infectadas pela nova pandemia em todo o mundo. Leia mais: www.saudebusinessweb.com.br – Seção Política

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EC29 e CSS: mais uma vez a cena se repete Thaia Duó - tduo@itmidia.com.br

Primeiro, a votação da regulamentação da Emenda Constitucional 29 aconteceria em agosto, depois foi alterada para setembro. Será que agora sai? Mais uma vez a cena está se repetindo. Grupos a favor e grupos da oposição: quem vai vencer a guerra? Assim como aconteceu em 2007, a votação da regulamentação da EC29 está atrelada à criação de um novo tributo, a Contribuição Social para a Saúde (CSS). Alguns defendem a medida, outros criticam. O grupo que defende tem o apoio desde o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, passando pelo ministro da Saúde José Gomes Temporão até deputados e senadores membros da Frente Parlamentar de Saúde. O principal argumento é que dinheiro novo para a saúde só com uma nova contribuição. O senador Augusto Botelho (PT-RR), relator da EC29 à Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, afirma que recolher mais verba para a saúde é uma necessidade. “Quem afirma que o problema da saúde pública é uma questão de gestão e não de recursos, nunca passou um dia num hospital público”. Para o senador, o gestor de qualquer unidade pública de saúde no Brasil é um “milagreiro” e que ao longo dos últimos anos a saúde tem perdido fatias importantes de recursos. “Concordo que o Brasil está carregado de impostos, mas os brasileiros não podem continuar morrendo por falta de recursos”. Por outro lado, o grupo dos opositores é formado por entidades como o Conselho Federal de Medicina, a

Associação Médica Brasileira e membros da Frente Parlamentar de Saúde. “É uma bandeira de movimento médico nacional. Não vamos dar um cheque em branco para os políticos”, afirma o diretor de defesa profissional da AMB, Roberto Queiroz Gurgel. Já o argumento deste grupo é que a EC29 não deve estar vinculada à criação de um novo tributo. “A EC29 é uma necessidade do País e define o que é e o que não é gasto na saúde. O aumento do valor a ser repassado ao setor é uma outra discussão e o governo deveria envolver a sociedade no debate sobre este novo imposto”, defende Gurgel. O problema maior não tem sido a regulamentação da EC29, mas sim a criação da CSS. A ideia de se ter um novo tributo tem incomodado órgãos e associações, como, por exemplo, a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes (Abraidi), que partilha a opinião do diretor de defesa profissional da AMB, Roberto Gurgel, e vai além: “Nos últimos tempos, o governo vem arrecadando um volume de recursos em tributos cada vez maior. Inclusive, suplantando a perda de arrecadação da CPMF idealizada pelo professor Adib Jatene. Os analistas econômicos são unânimes em afirmar que, com a recuperação da economia, o tesouro aumentará ainda mais seus recursos. Portanto, consideramos prejudicial e desnecessária a criação de uma nova contribuição”, afirma o diretor da Abraidi, Sérgio Madeira.

Resultado da enquete

As novas regras da ANS para contratação de planos coletivos passam a vigorar a partir de 15 de outubro, conforme publicado no Diário Oficial da União. A princípio, as mudanças deveriam vigorar no mês de agosto, mas o prazo foi prorrogado pela própria agência. De acordo com a ANS, os contratos de saúde vigentes que não se adequarem às novas regras não poderão ter novos beneficiários, exceto novo cônjuge ou filho - Lei nº 9.656/98. Dentre as principais mudanças estabelecidas está o reajuste de preço que só poderá ocorrer a cada 12 meses. De acordo com a pesquisa realizada pelo portal Saúde Business Web, 48,78% dos leitores apostam que as novas regras devem trazer benefícios, em contrapartida, 29,27% acreditam que as mudanças vão prejudicar as operadoras menores, além de afetar as contas dos planos de saúde.

No ar Participe da nossa enquete! Vote em www.saudebusinessweb.com.br/enquete

A criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS) vai beneficiar o setor? m Não, uma boa gestão é melhor que a

criação da CSS

m Sim, uma nova contribuição irá tra-

zer mais recursos para a saúde

m O problema da saúde no Brasil não enFoto: Glow Images

volve falta de recursos e nem má gestão

Leia mais: www.saudebusinessweb.com.br – Seção política

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Opiniões Confira os quatro artigos mais lidos do mês

Setor da saúde sob

gestão de OSs? Thaia Duó - tduo@itmidia.com.br

Logística da gripe suína

O ambientalista e consultor de sustentabilidade da Trevisan Consultoria, Antonio Carlos Araujo, relata em seu artigo os diversos aspectos da logística do vírus H1N1

As reviravoltas e alternativas para a indústria farmacêutica Em artigo, o administrador Marcos Morita explica as estratégias que o setor deve buscar para sair da crise econômica

Soluções verticalizadas: tendência ou benefício real para o cliente?

O diretor da Essence, Gabriel Rodrigues, comenta em seu texto os benefícios da verticalização para os clientes do setor

Expectativa de vida maior exige mais investimentos em saúde Em artigo, o presidente da Fehosp, José Reinaldo Nogueira de Oliveira Junior, ressalta a importância da regulamentação da EC29

Dica da Redação

O ‘Blog da Redação’, do Saúde Business Web, foi reativado para trazer novidades e integração com os leitores do portal. O espaço passa a contar semanalmente com assuntos e questões de relevância para o setor e, para reinaugurar o blog, a redação traz a curiosidade de o por que o presidente Lula não utiliza, como a maioria dos brasileiros, o sistema público de saúde. Confira no post, ‘Saúde igual para todos?’.

A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou o Projeto de Lei Complementar 62/2008, de autoria do governador José Serra, que altera a legislação de Organizações Sociais de Saúde do Estado. O complemento permite que as fundações de apoio a hospitais de ensino possam ser qualificadas como organização social desde que tenham a existência de pelo menos 10 anos e que os serviços de saúde já existentes também possam ser geridos pelas organizações. Outra alteração da lei é que os hospitais públicos do Estado geridos por OSS poderão abrir 25% do atendimento para pacientes de planos particulares. “É uma iniciativa muito boa na área da saúde e essa nova lei será um grande benefício, ao contrário do que o PT, sindicalistas, andam dizendo”. São com essas palavras que o governador do Estado de São Paulo, José Serra, avalia a aprovação do projeto. “O PT quer no plano nacional fazer justamente o que estamos fazendo, mas a diferença é que nós sabemos fazer e fazemos acontecer”, completa Serra. Engrossando o coro contra a medida estão as operadoras de saúde que já mostraram insatisfação com a nova lei. Serra explica que, em São Paulo, 40% da população tem plano de saúde e, por isso, nada mais justo que as operadoras paguem pelas consultas de seus conveniados realizadas pelo SUS. “Nós vamos aumentar os recursos com relação às pessoas que já são atendidas. Quem tem plano de saúde não vai deixar de ser atendido pelo SUS, mas as operadoras terão de pagar, sim, por este atendimento, de acordo com a nova lei, porque senão nós estaremos subsidiando o plano de saúde”, ressalta. “As operadoras irão reclamar, mas é justo que seja assim”. O projeto teve 55 votos favoráveis e 17 contrários e vai permitir que o governo trabalhe com organizações parceiras em unidades já existentes, assim como já é feito em unidades novas.

Leia mais: www.saudebusinessweb.com.br – Seção Política

Albert Einstein recebe 4ª acreditação da JCI O Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) recebeu a 4ª acreditação da Joint Commission Internacional (JCI). Há 10 anos, a instituição foi acreditada pela primeira vez e, desde então, tem a finalidade de criar a cultura de segurança e qualidade dentro da organização. As categorias “Governo e Liderança”, “Qualidade e Segurança”, “Anestesia e Cirurgia”, “Capacitação e Qualificação de Recursos Humanos” fizeram parte da avaliação da JCI, antes de conceder a certificação ao hospital.

Leia mais: www.saudebusinessweb.com.br – Seção Gestão

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Novo Código de Ética deve entrar em vigor em 180 dias O texto do novo Código de Ética Médica (CEM) foi discutido pela Comissão de Revisão do Código de Ética Médica, coordenada por Roberto Luiz D’avila, e aprovado em plenária pelos representantes do setor. O texto estava em estudo há dois anos e, a partir de agora, contará com artigos revisados da versão anterior e inclusão de novas regras, que entrarão em vigor 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União, revogando o atual Código de Ética Médica, datado de 1988.

Leia mais: www.saudebusinessweb.com.br – Seção Política

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Estratégias vencedoras

na área hospitalar Thaia Duó - tduo@itmidia.com.br

Três modelos distintos de hospitais nacionais. Um tem financiamento do Sistema Único de Saúde, sendo parte recebida por meio da Secretaria Estadual de Saúde, representado pelo Hospital de Câncer de Barretos; outro é puramente privado e sustentado pelas operadoras de planos de saúde, representado pela Rede D’Or de hospitais e; por último um modelo filantrópico recentemente profissionalizado e pautado em parte de seu financiamento pelo SUS e a outra parte pelo sistema suplementar, representado pela Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Em uma mesa-redonda, os representantes destes hospitais discutiram as estratégias vencedoras na área hospitalar dentro de cada modelo apresentado. A conclusão é que o Brasil possui um conceito de que a saúde é uma só e, mais do que nunca, consolidada. “E eu não diria só em nível nacional, mas em nível mundial que nós temos que ter a iniciativa privada junto com iniciativa pública e o desenvolvimento e crescimento desse setor tem sido significativo”, aponta o presidente da Confederação Nacional de Saúde, José Carlos Abrahão, após mediar a discussão. “É preciso melhorar mais ainda a gestão. Já temos gestores muito bons de saúde, que trabalham com recursos que não são os ideais, e muitas vezes precisam complementá-los, seja pela iniciativa privada, ou por meio do próprio sistema suplementar, ou ainda por meio dos gastos diretos. E com esses recursos que são muito menores, quando comparados com os dos países da Europa, que gastam US$ 3 mil per capita, ou comparado até mesmo com os Estados Unidos, que gastam US$ 7 mil per capita e têm uma exclusão de 47 milhões de pessoas. Nós no Brasil, que temos gastos em torno de US$ 400 per capita, somos refe-

rência em imunizações e no tratamento de aids, além de sermos o segundo maior país do mundo em transplantes”, avalia Abrahão. O setor responde hoje por 8% do PIB, emprega 2,8 milhões de trabalhadores diretos e quase 5 milhões indiretos. Além disso, o Brasil tem 204 mil estabelecimentos de serviços de saúde, sendo 6,8 mil hospitais.

Leia mais: www.saudebusinessweb.com.br – Seção Gestão

Foto: Glow Images

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Equipamentos médicohospitalares lideram RLV Os equipamentos médicohospitalares lideraram a receita líquida de vendas (RLV) no Estado de São Paulo, conforme um estudo do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, chamado “A Performance da Indústria Paulista entre 1998 e 2008”. O

Falência dos hospitais? Thaia Duó - tduo@itmidia.com.br

"As operadoras pensam que pagam o preço justo e os prestadores de serviços pensam que recebem pelo serviço que prestam. Ambos estão enganados e se este círculo vicioso continuar levará, em curto prazo, à falência de todos". É assim que diretor superintendente do Hospital São Vicente, de Curitiba, Marcial Ribeiro, classifica a atual situação no setor de saúde suplementar. O caso é que no SUS o atendimento sofre com a alta demanda enquanto as operadoras de planos de saúde enfrentam um alto custo per capita pela incorporação de novas tecnologias que encarecem o processo diagnóstico. Um estudo desenvolvido pelo hospital revela a relação de desconfiança entre operadoras e prestadores resultando em contabilidades fictícias. A partir de então, ambas as partes passaram a se reunir para encontrar uma proposta de trabalho que permitisse estabelecer

uma nova forma de remuneração para os serviços prestados pelos hospitais e um padrão de atendimento para os segurados das operadoras. "A proposta é que juntos nós tenhamos um único auditor que poderá, com transparência, avaliar toda a documentação apresentada", explica Ribeiro. As reuniões, já em andamento, também preveem a criação de uma tabela de procedimentos, com a participação da ANS, baseada em protocolos médicos, incluindo órteses e próteses, que seriam adotadas por todos. Os hospitais Sugisawa, Milton Murici, Instituto de Neurologia de Curitiba, Policlínica Capão Raso, Clínica Porto Seguro e IPO - Otorrinolaringologia, além do São Vicente estiveram presente na primeira reunião. Do lado das operadoras estão: Amil, Bradesco Seguros, Fundação Copel, Geap e Unimed.

estudo aponta, ainda, que no total a produção de cadeia da saúde cresceu 6,8% nos últimos 10 anos. Além disso, o setor registrou crescimento de 4% no valor da transformação industrial (VTI).

Foto: Divulgação

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gação

R$ 100 milhões para reformar e concluir novos hospitais

Hospital Israelita Albert Einstein lança projeto de redução de custos

EUA destinam US$ 1,2 bilhão para registro eletrônico de saúde

O hospital investiu cerca de R$ 350 mil na instalação de equipamentos de compensação para a energia reativa. O projeto concluiu a primeira etapa com a implantação de quatro sistemas de 300 kVAr, em média, cada um, proporcionando um impacto significativo na fatura mensal e na estabilização da energia fornecida. De acordo com o hospital, a redução foi de aproximadamente R$ 30 mil e, a estimativa é de que em 12 meses o valor do investimento possa ser pago por meio da economia gerada.

A Casa Branca lançou US$ 1,2 bilhão em garantias para ajudar as provedoras de assistência médica nos Estados Unidos na implementação e uso do registro eletrônico de saúde (R ES), como parte do Recovery Act. O governo se compromete em destinar US$ 598 milhões para cerca de 70 centros regionais no provimento de assistência técnica e suporte na implementação do R ES, assim como US$ 564 milhões para o compartilhamento de informações em todo o país.

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Governo de SP investe R$ 50 milhões em novo hospital

BB reduz taxa de juros de capital de giro para o setor

empréstimo junto ao banco.

A rede de Reabilitação Lucy Montoro inaugurou o seu primeiro hospital. Localizado na capital paulista, o empreendimento teve investimento da ordem de R$ 50 milhões e sua manutenção deverá exigir R$ 5 milhões mensais. A unidade, que já possui o equivalente a cerca de R$ 12 milhões em equipamentos e mobiliário, vai receber novas soluções tecnológicas, vindas de países norte-americanos, ingleses e israelenses mediante investimentos de outros R$ 10 milhões.

As instituições credenciadas ao Sistema Único de Saúde podem contar com um novo incentivo para a tomada de crédito. O Banco do Brasil anunciou a redução de taxa de juros do BB Giro Saúde, linha de crédito exclusiva para essas entidades. A taxa mínima passa a TR (taxa referencial) mais 1,30% ao mês, o que representa um redução de 13,33% e a máxima de TR mais 1,75%, que equivale a 2,78% menos.

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O Estado da Paraíba vai investir R$ 100 milhões em reformas, ampliação e conclusão de 15 novos hospitais, previstos para inaugurar neste segundo semestre. O montante, oriundo de financiamento do BNDES, vai beneficiar os hospitais de Pombal, Regional de Monteiro, Pedras de Fogo, São Bento, de Belém, do Brejo do Cruz, de Itapororoca e o Hospital de Trauma de Campina Grande. As unidades previstas para inaugurar são: Clementino Fraga; Hospital de Queimadas; Hospital Regional de Itabaiana; Hospital Regional de Taperoá e; Maternidade de Patos Peregrino Filho. E ainda, o governo estadual irá investir R$ 19,8 milhões para os hospitais de Sumé e Picuí, cujo orçamento não faz parte do

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Calendário

Mês | Outubro Saiba mais: www.saudebusinessweb.com.br /agenda * D at as sujeita s

a alt er aç õe s

Curso Gestão de Contratos

10º Simpósio Brasileiro de Assistência Domiciliar

23 a 24 de outubro

1 a 2 de outubro

7 a 9 de outubro

Local: Sindicato dos Hospitais de Pernambuco

Local: Centro Universitário São Camilo

Local: Renaissance Hotel – São Paulo

www.sindhospe.org.br

www.escepti.com.br

www.einstein.br/sibrad

Saúde Business Forum

26 a 27 de outubro

1 a 4 de outubro

Seminário OPME: DESAFIOS PARA OPERADORAS DE SAÚDE

Local: Iberostar, Salvador

8 a 9 de outubro

www.fundacaofia.com.br/profuturo

www.saudebusinessforum.com.br

Local: Hotel Vila Rica, Recife http://www.mbassi.com.br

Acreditação e Qualidade em Serviços de Saúde Gestão Operacional Administrativa Prof. Anselmo Carrera Maia

www.prosaude.org.br/cursos

23 a 24 de outubro Local: São Camilo - Brasília - Núcleo de Pós-Graduação

VIII Fórum de Hotelaria Hospitalar

www.saocamilo-df.br

www.clceventos.com.br

IV SIMPOSIO INTERNACIONAL SOBRE RFID Local: Hotel Unique, São Paulo www.simposiorfid.com.br

4º Fórum Anchieta - Governança Corporativa, Sucessão e Sustentabilidade 29 de outubro

5 a 6 de outubro Local: Centro de Convenções Rebouças - São Paulo

Local: FIA - Fund Instituto Administração FEA-USP

27 a 29 de outubro

Local: Belo Horizonte

1 a 30 de outubro

Curso Gestão em Informática Hospitalar

II Curso de Formação para Auditores de Gestão da Qualidade para Acreditação de Instituições de Saúde

Local: Centro de Excelência do Hospital Anchieta www.hospitalanchieta.com.br

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Melhores Práticas

Foto: Divulgação

Segurança é a palavra de ordem Luís Vitor de Lima Salomão e Paulo Sergio Zoppi Acionistas controladores do Salomão e Zoppi Medicina Diagnóstica

Em Harvard, no The Eghth National Quality Colloquium, principal fórum mundial sobre segurança do paciente, ambiente seguro e redução de erros na saúde, realizado em agosto último, autoridades americanas do segmento apresentaram números que apontam a intensidade da urgência em perseguir o erro zero na área da saúde. De acordo com dados do Instituto de Medicina Americano, por exemplo, 100 mil pessoas morrem ao ano nos Estados Unidos vítimas de danos que poderiam ter sido evitados. E, segundo dados do próprio governo norte-americano, 22% da população tem algum relato, pessoal ou de familiares sobre momentos em que a segurança do paciente foi quebrada. Infelizmente, não conhecemos dados brasileiros sobre o tema. Apenas os números e a rigorosidades do sistema norte-americano podem nos ilustrar a gravidade do problema e nos permite estimar que tal cenário se estende a outros países do globo. Apesar disso, ou talvez por isso mesmo, de acordo com a manifestação da maioria dos presentes no fórum, o tema segue como tabu mundo a fora, parecendo haver um acordo global velado para não se falar que a saúde não é tão segura e confiável como deveria ser. Mas, como problema escondido não é problema resolvido, neste oitavo encontro, os representantes da saúde começam a notar movimentos globais em busca da construção de sistemas mais seguros a seus pacientes. Em especial no Ocidente, uma vez que a maioria dos países da Europa segue com o modelo público, nota-se uma grande pressão para que organizações da saúde suplementar invistam em segurança do paciente. E, como consequência deste movimento, a segurança do paciente passa a ser prioridade para profissionais da saúde no mundo, bem como a identificação e a redução de adversidades que comprometem pacientes e poderiam ser evitadas. Os estudiosos apresentaram no oitavo colóquio um método de readequação das empresas, que aponta cinco barreiras a serem rompidas para que alcancemos o grau máximo de segurança do paciente: S1, limitar o bom senso profissional; S2, reduzir a autonomia do profissional de saúde; S3, fazer a transição da visão artesanal do trabalho insubstituível para a visão em que os trabalhadores são equivalentemente competentes; S4, prover arbitragem do sistema (liderança sênior) em que o paciente tem a quem reclamar e é atendido para criar uma cultura de segurança; S5, elaborar e simplificar regras e regulamentos. Ultrapassada esta fase, educada e treinada a equipe, é hora de implantar Dimensões Organizacionais sobre risco e segurança, incluindo padrões para reduzir a variabilidade em relação à qualidade desejada. Estas dimensões rezam sobre o tipo de desempenho esperado; a interação entre provedores de saúde e pacientes; o tipo de regulamentação a adotar; a pressão da justiça existente em caso de acidentes e a supervisão e transparência no domínio da atividade. Concluída tal implantação, a instituição passa a ostentar a denominação de Organização Ultrassegura, que define empresas que conseguiram romper com as barreiras e transformar o modelo que têm no sistema com “nível 5S de ultrassegurança.” Desde a fundação, o Salomão & Zoppi tem como meta o Diagnóstico Correto e a partir deste ano adotamos como palavra de ordem a Segurança do Paciente. Para tanto, a rede já atua com dupla leitura médica em todos os procedimentos clínicos e se prepara para estender a prática aos exames de imagem. A partir deste ano, iniciamos a adequação da empresa para a implantação do nível 5S de segurança, a fim de oferecer até 2013 o primeiro centro de diagnóstico Ultrasseguro aos brasileiros, dentro das normas definidas no 8º Colloquium.

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TOMADA DE Cylene Souza – editorialsaude@itmidia.com.br

Como em todos os outros setores da economia, a geração Y também vem tomando o poder na Saúde, especialmente na figura dos filhos dos fundadores de hospitais. Com sua visão de negócios mais moderna e aprofundada, eles vão mudando a forma de gerir as instituições e trazem novas perspectivas para o mercado

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Panorama

Foto: Divulgação

Estes executivos têm alta capacidade de entender contextos e associam temas e ideias rapidamente, mas são questionadores e menos tolerantes a processos e regras restritas que os impeçam de desenvolver seus projetos e fazer mais pela empresa Rodrigo Araújo, da Korn Ferry

Eles são jovens, ambiciosos, graduados e pós-graduados nas melhores instituições do Brasil e do exterior e já estão trabalhando para modernizar a gestão, dinamizar os negócios e profissionalizar as empresas de saúde fundadas por seus familiares. Na faixa dos 25 aos 35 anos, estes executivos têm todas as características da geração Y: sabem onde querem chegar, são ávidos por informação, inquietos e, longe de acomodar-se às cadeiras que lhe estão destinadas na estrutura organizacional, estão sempre em busca de novos desafios e grandes projetos que sejam capazes de satisfazer seus anseios profissionais. “Mais do que chefes, estes profissionais contaminam as pessoas com seu espírito de execução. Esta geração é do tipo que põe a mão na massa e lidera pelo exemplo”, define o diretor da empresa de recrutamento Robert Half, Fernando Mantovani. “É uma geração extremamente voltada à informação e que se utiliza de canais amplos para buscá-la. Estes executivos têm alta capacidade de entender contextos e associam temas e ideias rapidamente, mas são questionadores e menos tolerantes a processos e regras restritas que os impeçam de desenvolver seus projetos e fazer mais pela empresa”, analisa o sócio-diretor da empresa de recrutamento Korn Ferry, Rodrigo Araújo, responsável pela prática de Ciências da Vida. Se seus pais eram médicos e usaram este conhecimento técnico para fundar os hospitais, os filhos agora buscam formação em administração e negócios para melhorar o desempenho financeiro e operacional destas organizações. “Antes, os hospitais precisavam de conhecimento técnico e poucos eram de grande porte. Com o crescimento destas instituições e o envelhecimento dos fundadores, as empresas naturalmente se profissionalizaram. O corpo diretor era de médicos, mas foi-se percebendo que o bom técnico não é, necessariamente, um bom gestor”, relembra o diretor da Robert Half. “Agora, a visão da segunda geração é mais preparada. São executivos com mais estudo, que querem o negócio mais estruturado como empresa e estão focados em Finanças, TI e na área comercial”, complementa. Com 32 anos de idade e 10 de experiência no mercado de saúde, o diretor executivo do Hospital Memorial São José, em Recife, Bruno Fernandes Vieira, não foge à regra. “Tenho a TI e a gestão por processos como grandes bandeiras no meu dia-a-dia. Um dos meus principais projetos foi a implantação do sistema de gestão da SAP no grupo, em 2000”, conta. Marcelo Fernandes Vieira, que aos 27 anos ocupa o posto de diretor executivo da operadora Santa Helena Saúde, também em Recife, tem buscado fortalecer a área comercial. “Nosso plano de saúde é exclusiva-

mente empresarial, o que exige uma relação estreita com o cliente. Por isso, busquei fortalecer da gerência ao pós-atendimento, indo atrás das melhores pessoas. Esta foi a primeira área estruturada depois que eu assumi a direção.” Há 12 anos no mercado de saúde, a diretora executiva do Hospital Santa Joana (PE), Juliana Maranhão, tem como marca da geração Y a constante busca por atualização. Com especializações em Finanças no Brasil e no exterior, começou sua carreira sem cargo de liderança, apenas observando e apoiando as áreas financeira e contábil da instituição. “Há sempre a dificuldade do insight, de construir seu perfil profissional e encontrar o seu lugar na estrutura familiar. O início não é fácil, mas depois é possível desenvolver as tarefas e ter uma atuação mais direcionada na organização.” Há seis anos no mercado de saúde, depois de cursar administração na Suíça e já com MBA em gestão de serviços de saúde pelo Ibmec, o diretor comercial do Hospital Santa Paula, em São Paulo, Roberto Schahin, traz consigo a habilidade de entender diferentes contextos e buscar caminhos convergentes para o setor. “Como há quatro anos nosso hospital tem parceria com o sócio-fundador da Amil, Edson de Godoy Bueno, passei a observar os dois lados da mesa: o do hospital e o da operadora. Acredito que, buscando a convergência, o sistema pode dar um bom resultado.” No Vale do Paraíba, o diretor de negócios do Hospital Vivalle, Felipe Ciotolla Bruno, mostra que, apesar de herdeiro, a motivação é o que o mantém na instituição. “Um lado meu é de possível herdeiro, mas o outro é o de profissional. Preciso estar em um lugar em que eu seja desafiado e goste de trabalhar, mas não necessariamente precisa ser aqui. Hoje minha carreira está amarrada ao sucesso da instituição. Estou motivado e isso se manterá, desde que eu consiga desenvolver projetos em que acredite e que levem o Vivalle para frente. Se deixar de acontecer aqui, posso ficar como sócio e buscar uma oportunidade no mercado.”

Nova forma de gerir Quando estes profissionais chegam aos altos postos de gerência e direção, a mudança do estilo de gestão também é grande. “Não é a gestão pela posse de informação. O líder de hoje dissemina e gerencia a informação. Ele precisa ter flexibilidade e resistência à pressão, já que terá cada vez mais cobrança e cada vez menos prazo”, pondera Mantovani. Marcelo transformou a ávida busca por informações em marca de sua gestão à frente da Santa Helena Saúde. “O acompanhamento das novidades tem que ser muito dinâmico. Na saúde, quem não se atualiza se torna rapidamente obsoleto. Por isso, prezo muito a qualidade da informação.”

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Outra diferença marcante, exigida até mesmo pelas atuais condições de mercado, com um ambiente mais regulado, clientes mais exigentes e aumento da concorrência, é a constante renovação das equipes e a busca por profissionais com experiências diversificadas, e não só na área de saúde. “Eles estão recrutando pessoas que já atuaram em diferentes nichos de negócios, para agregar novos conhecimentos e visões, que venham a somar neste modelo de gestão. Estes executivos trazem uma perspectiva diferente para as organizações e estão muito focados na gestão de pessoas”, explica Araújo. E é este modelo que Felipe começa a implementar no Vivalle. “Na minha administração, estou procurando mudar o comportamento viciado de ter só ter nas equipes pessoas da área de saúde. Busco formar um time com as melhores pessoas no que se refere ao perfil e à qualificação. Dos sete profissionais que se reportam a mim, só um é da área de saúde. Os outros vieram da indústria, de hotéis, serviços públicos, etc. Isso é fundamental para aliar conhecimentos e abrir a cabeça das outras equipes para aplicar os instrumentos de gestão. É preciso trazer conhecimento externo e aliar ao interno. O conhecimento específico de saúde é necessário na área médica, mas não é fundamental na área administrativa”, afirma. De acordo com Bruno, no Grupo Fernandes Vieira, a aposta dos sócios é em um modelo de gestão estruturado e profissionalizado. “Hoje o grupo está nas mãos de gestores recrutados no mercado e eu aprendi e atuei com eles na geração deste modelo de gestão estruturado. Saímos de um modelo de hospital fundado por médicos para um modelo de administração de grande empresa.” No Hospital Santa Joana (PE), o grande foco de Juliana é na qualificação das equipes de atendimento e backoffice. “Estamos investindo na capacitação dos gestores e fizemos uma parceria com o Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial. O plano é padronizar as ferramentas de gestão em todos os níveis, com foco na gestão de custos e no orçamento.” As diferenças de personalidade são grandes, as mudanças na gestão, muitas, mas, como membros da geração Y, estes executivos se mantêm muito ligados à família e prezam experiências e valores definidos pela primeira geração, a dos fundadores. “Para mim, não há valor que pague a experiência do fundador. O mais importante é aproveitar o background da família, mas não se influenciar por experiências negativas. Se não soubermos que um determinado projeto ou ideia é impossível, vamos lá e fazemos”, sintetiza Roberto, do Santa Paula. A segunda geração, com um jeito de ser muito diferente da primeira e aliando o respeito aos empreendedores da primeira geração à sua gana por inovação, vem trilhando, assim, seu caminho pela Saúde.

Entenda a Geração Y O termo geração Y foi cunhado para definir os nascidos entre o início da década de 1970 e o final da década de 1990. É uma geração que já nasceu com vasto acesso à informação, tem muita familiaridade com tecnologia e utiliza novas mídias e ferramentas de comunicação em seu dia-a-dia, como redes sociais, blogs, mensagens multimídia, You Tube, etc. São orientados para o mercado, buscam cedo cursos de especialização e pós-graduação e estão muito ligados à família. Quando ingressam no mercado de trabalho, algumas características marcantes se sobressaem. “Eles têm uma grande dose de energia e buscam o pico da carreira rapidamente. Querem crescer, são ambiciosos, altamente proativos e lidam bem com a pluralidade entre seus colegas de trabalho. Seu foco está nos resultados e eles esperam que o ambiente de trabalho seja meritocrático. Também atuam com uma gama mais vasta de informação e têm menos aversão ao risco”, explica Mantovani. Por outro lado, outros aspectos de sua personalidade têm se mostrado desafiadores para as companhias. “Esta também é uma geração de profissionais vulneráveis à mudança, que não se preocupam com estabilidade ou segurança no emprego. Eles querem seus anseios atendidos em curto tempo e não são leais às organizações em que atuam. Se não encontram o que querem onde estão, sabem que outras organizações podem oferecer novas oportunidades”, diz Araújo. Para o sócio-diretor da Korn Ferry o segredo para lidar com estes profissionais é destacar seus pontos fortes e paulatinamente corrigir os pontos fracos. “Deve-se trabalhar para trazer neles as características que chamam a atenção, como a habilidade para trabalhar com a informação, mas orientando-os a ter cuidado com a fonte, explicando o que levar em conta no processo decisório, por exemplo.”

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Panorama

É muito comum as organizações familiares contratarem headhunters e a contratação do executivo não dar certo, o que acarreta em perda de tempo e dinheiro para o profissional e para a empresa Fausto Domini, da Kienbaum

Foto: Divulgação

Um novo ambiente de trabalho Com a profissionalização e a tendência de os executivos da 2ª geração buscarem perfis diversificados para integrar suas equipes, a contratação de empresas de headhunters está se tornando mais comum no mercado de saúde. Mas, de acordo com o diretor da consultoria Kienbaum, Fausto Domini Alvarez, isso não é o suficiente para garantir o sucesso do novo time de profissionais na organização. “É muito comum as organizações familiares contratarem headhunters e a contratação do executivo não dar certo, o que acarreta em perda de tempo e dinheiro para o profissional e para a empresa”, analisa. Para o especialista, a solução passa por um departamento de Recursos Humanos bem estruturado e por uma visão clara do negócio por parte do corpo diretivo e conselho de administração. “Os departamentos de Recursos Humanos devem avaliar não só quem está dentro da empresa, mas também quem está fora, definindo os tipos de competência essenciais para aquele negócio. Além disso, a avaliação do candidato para um alto posto executivo deve ser diferente. Não é só traçar o perfil psicológico, mas também analisar o poder de entrega e o alinhamento das competências. Desta forma, o executivo já entra com pleno desenvolvimento para se adaptar ao perfil da companhia e ter sucesso. Os responsáveis pela contratação também devem acompanhá-lo, para avaliar seu processo de adaptação”, explica.

Depois desta fase, também contará muito para manter o executivo motivado um processo claro de avaliação. No hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, a consultoria Kienbaum, junto com os principais executivos do corpo diretor, definiu as competências essenciais para cada área e cargo do hospital e construiu um processo de avaliação de desempenho. “Reunimo-nos com o diretor geral, subdiretores e com as áreas de desenvolvimento, recrutamento e remuneração do departamento de Recursos Humanos. Depois das definições, realizamos cinco workshops com os clientes, ou seja, os profissionais, para mapear as pessoas e suas necessidades. O projeto foi validado pelo conselho diretor e está pronto para ser implantado.” Para Alvarez, ter um processo claro de feedback é fundamental para o sucesso da instituição e de seus profissionais. “As pessoas precisam saber o que o hospital espera. Neste caso, o resultado da avaliação se transforma em um plano de desenvolvimento dinâmico, que trará ganhos para o hospital, mas benefícios ainda maiores para as pessoas.” Mas o sucesso da empresa e do executivo não estão ligados apenas a um bom processo de contratação e avaliação de competências e desempenho. A organização precisará, também, se preparar para oferecer um ambiente de trabalho que permita ao profissional de mercado aplicar seus conhecimentos e desenvolver novos projetos. “O executivo se sente

atraído por este ambiente, que lhe permite aplicar todo o seu know how e atingir resultados expressivos no curto prazo. Por outro lado, no caso em que a gestão ainda é familiar, o que o desestimula são as mudanças intempestivas e o fato de o profissional estar sempre sujeito ao dono. O que complica é a ingerência”, analisa Mantovani, da Robert Half. Por isso, é fundamental mostrar para o mercado que a instituição tem uma regra clara e objetiva, que é sempre cumprida, e que privilegia a competência, independente do sobrenome. “Além disso, o empreendedor precisa aprender a cobrar apenas metas e prazos. Ele tocaria os negócios de uma maneira diferente, mas o executivo tem a sua e esta mudança pode ser saudável para a instituição”, analisa. Araújo, da Korn Ferry, destaca outro desafio: manter a coesão em um time que agora passa a contar com profissionais com diferentes experiências no mercado de trabalho e também diferentes necessidades de conhecimento. “O grande desafio é como garantir a efetividade do time e manter uma equipe coerente, apesar dos perfis diferentes. O segredo é fortalecer aspectos técnicos para quem não é de saúde e fornecer instrumentos de gestão para quem já tem o conhecimento técnico da área, além de congregar estas diferentes visões e opiniões e traduzi-las da forma mais adequada para o ambiente de trabalho”, conclui.

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A Nova Geração Alinhando a experiência da família com o conhecimento e ferramentas de gestão adquiridos no investimento em formação profissional, os novos gestores hospitalares sabem onde querem chegar. Conheça aqui os perfis de alguns desses executivos que já pensam em formas de transformar a saúde

Gestão por processos Há 10 anos atuando em saúde, o diretor executivo do Hospital Memorial São José, Bruno Fernandes Vieira, tem como grandes pontos de interesse em sua carreira a TI e a gestão por processos. Em 2000, o executivo foi responsável pela implantação do sistema de gestão da SAP no Grupo Fernandes Vieira e, desde então, vem pautando sua atuação com uma gestão focada em indicadores e resultados. “Esta gestão por resultados e as melhores práticas assistenciais nos levaram à liderança no polo médico do Recife e do Nordeste. Estamos em franco crescimento”, conta. Com Planejamento Estratégico definido até 2011 e alinhado com os acionistas e seus próprios indicadores operacionais, o Memorial São José também vem aprimorando suas práticas de governança corporativa, com balanços auditados há 10 anos e a profissionalização nos altos cargos de gestão. “O

hospital caminha para a total profissionalização. Acredito que a família tende a sair da operação e ir para a estratégia. O papel do acionista é pensar no que agrega valor. No futuro, não me vejo saindo totalmente dos negócios da família, mas sim atuando como um facilitador e incentivador da profissionalização.” Mas, por enquanto, Bruno não pensa em deixar suas funções executivas no hospital. “Vivo um momento profissional muito rico. Gosto do que faço, me sinto confortável neste ambiente, a empresa está crescendo e eu estou amadurecendo profissionalmente. Ainda tenho minha contribuição a dar nos próximos cinco a 10 anos.” Desde que ingressou no mercado de saúde, Bruno avalia ter acompanhado uma “transformação radical na saúde”. “Os hospitais eram gerenciados com a cabeça do médico e agora estão sofrendo uma remodelação com foco em resultados”, relembra.

Para o executivo, a gestão evoluiu, mas dois pontos críticos ainda atravancam o crescimento do setor hospitalar. “É preciso repensar a tributação e a fiscalização dos hospitais filantrópicos. Eles gozam dos benefícios, mas poucos efetivamente cumprem as regras da filantropia, o que leva a uma concorrência desleal e desequilibrada entre as instituições privadas. Outro ponto grave e que amarra o crescimento do setor é a lei que proíbe investimentos estrangeiros nos hospitais. É preciso derrubar esta lei para que os hospitais atinjam um desenvolvimento financeiro compatível com o mercado. Estas instituições são empresas de mercado e merecem esta oportunidade. Senão, a lei cria um cenário injusto: as operadoras recebem investimentos estrangeiros e constroem hospitais de rede própria, mas os demais ficam sem esta opção, o que gera desequilíbrio no mercado”, conclui.

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Panorama

FOCO EM PESSOAS Há 12 anos atuando no mercado de saúde, a diretora executiva do Hospital Santa Joana, em Recife, Juliana Maranhão, aposta na capacitação profissional como ferramenta para melhorar o desempenho da instituição. Formada em Administração pela Universidade de Pernambuco (UPE), ela investe constantemente no aprimoramento de seus próprios conhecimentos e, além de pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), participou de diversos cursos em gestão de negócios. “Em uma destas especializações, passei quatro meses em Londres e agora sinto necessidade de focar em cursos específicos, como custos hospitalares e gerenciamento de projetos, já que meus esforços estão concentrados nestas áreas”, explica. Com o planejamento estratégico do hospital concluído, percebeu-se a necessidade de investir na capacitação dos gestores. “Fizemos uma parceria com o Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial (INDG) para padronizar as ferramentas de gestão e criar metodologias de trabalho em todos os níveis, incluindo a área médica, com foco em gestão de custos e orçamento.” E estes novos conhecimentos serão cruciais nas próximas etapas pelas quais passará o Santa Joana. Além de estar em busca da acreditação da Joint Commission International, o hospital se prepara para inaugurar, em 2010, um novo andar de UTI e leitos semi-intensivos e aumentar de 20% a 25% sua capacidade operacional. “O mercado está em crise, com achatamento da receita líquida e crescimento de despesas de forma desproporcional, mas quem tem uma perspectiva mais de futuro e condições de investir, sobrevive”, avalia a diretora executiva. Com projetos como estes, seu futuro profissional está, pelo menos a médio prazo, vinculado à empresa da família. “Nos próximos quatro anos, me vejo 100% inserida no hospital. Tenho missões a cumprir e quero ver estes projetos consolidados. Como a organização faz parte da minha vida e, de uma certa maneira, me pertence, minha motivação é por resultado e pelo futuro da gestão.” Por outro lado, o processo de profissionalização pelo qual passa o Grupo Fernandes Vieira abre a possibilidade de criar um conselho de família, que se tornaria responsável pelas estratégias da organização e se afastaria dos cargos executivos. “A saída da família da operação ainda é um assunto incipiente, os sócios-fundadores trabalham aqui. Acho que a profissionalização é uma tendência e deve acontecer, mas de forma natural. Não descarto esta hipótese. Hoje, por exemplo, os fi lhos dos sócios atuam na empresa, mas já determinamos que os netos não vão atuar”, revela.

Foto: Sérgio Figueirêdo

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PLANO DE CRESCIMENTO

Foto: Sérgio Figueirêdo

Com atendimento exclusivo a planos empresariais, dois hospitais próprios, unidades de pronto atendimento em Paulista, Olinda e Cabo de Santo Agostinho, a operadora Santa Helena Saúde, de Recife, há um ano e meio está sob gestão de Marcelo Vieira, de 27 anos. Formado em administração pela Universidade de Pernambuco (UPE) e com pós-graduação em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas, o executivo tem se interessado, principalmente, por novidades tecnológicas e na área de Recursos Humanos. “Estou sempre estudando e buscando novas opções. Vou a feiras e congressos de saúde, incluindo a Medica, em Dusseldorf, na Alemanha, e busquei formar uma equipe forte para cooperar nas operações administrativa e financeira.” Marcelo destaca como particularidade de sua gestão uma visão mais departamentalizada da companhia. “Acredito que isso organiza o conhecimento e torna as áreas e funções mais claras. Uma diretoria de operações foi criada e hoje é gerida por um executivo que acumulou mais de 20 anos de experiência na saúde suplementar, atuando na operação regional da SulAmérica. Também estruturamos as diretorias administrativa e financeira e reforçamos a direção médica nos hospitais da operadora, para fortalecer ainda mais o atendimento.” Os planos profissionais do diretor executivo são ambiciosos. “Desde que entrei, há um ano e meio, registramos um aumento de 30% tanto na receita, como na carteira de clientes. Foi um resultado muito bom, mas este é só o primeiro passo. Quero ver a evolução constante dos negócios e espero crescer na organização.” E, por crescimento, Marcelo não se refere apenas à operadora, já que o Grupo Fernandes Vieira hoje também é proprietário de serviços de diagnóstico, hospitais, uma companhia de táxi aéreo e até mesmo uma fazenda de camarões. “Estou muito sintonizado com os outros negócios da área de saúde, como os serviços de diagnóstico e os médico-hospitalares. Vislumbro um cenário em que participo dos outros empreendimentos e também crio novas oportunidades para o grupo. Podemos criar o novo dentro do que já existe. Os hospitais da operadora, por exemplo, têm potencial para se tornarem independentes.” Na operadora, a grande meta é reduzir a sinistralidade para conter os custos. “Apostamos no preventivo. Queremos antecipar o sinistro com uma gestão efetiva dos pacientes crônicos. Esta será nosso grande trunfo para ter um cenário de custos menores.”

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Panorama

VISÃO INTEGRADA Como é cada vez mais comum entre os altos executivos, especialmente entre os que estão na faixa dos 30 anos, o diretor comercial do Hospital Santa Paula, Roberto Schahin, buscou as melhores opções para sua formação profissional. “Cursei administração na Franklin College, na Suíça, e fiz MBA de gestão em serviços de saúde no Ibmec, em São Paulo.” Há seis anos no Santa Paula, Roberto teve como um de seus principais projetos a implantação do sistema Tasy, da Wheb Sistemas, em todas as áreas do hospital. “Gosto muito de TI em Saúde e acredito que esta é a ferramenta para gerir informações no hospital. Foi um grande percurso, em que criamos planos de contingência para não parar a operação e garantir a integridade das informações e trabalhamos a cultura dos usuários, que precisavam se sentir seguros com a transição para este sistema”, relembra. Hoje, o hospital, localizado em São Paulo, está 100% informatizado, da recepção ao centro cirúrgico. “Poucas instituições têm o controle da gestão dos leitos e da movimentação do paciente que nós temos. Temos o prontuário eletrônico na tela, até mesmo no centro cirúrgico.” O executivo começou a atuar no setor num momento em que as operadoras ainda sentiam os reflexos da promulgação da lei 9.656, que criou a ANS e regulamentou a saúde suplementar, o que levou a uma escassez ainda maior de recursos. “Todo mundo estava sem dinheiro, foi uma época muito ruim. O Santa Paula tinha acabado de fazer uma série de investimentos e precisou recorrer a bancos. Depois disso, adotamos diversas mudanças para prosperar e garantir a continuidade dos negócios.” Entre as mudanças, o hospital passou a contar com o fundador da Amil, Edson de Godoy Bueno, como sócio, há quatro anos. “A sociedade com uma grande corporação trouxe um aspecto mais profissionalizado ao negócio e me permitiu entender os dois lados do mercado. Agora espero me diferenciar, ajudando o sistema de saúde não só no âmbito privado, mas também na área política do setor. E, no futuro, assumir a presidência do Santa Paula.” Com esta visão integrada do sistema de saúde, da fonte pagadora ao prestador de serviços, Roberto acredita que a consolidação que já está acontecendo entre as empresas de medicina de grupo, se tornará uma tendência também entre os hospitais. “Acredito que haverá menos players. Não vai ser tão fácil manter os hospitais num mercado mais concentrado, com cinco ou seis compradores de serviços principais. Acho que a maioria dos hospitais privados vai ser verticalizada ou ligada à fi lantropia”, estima.

Foto: Divulgação

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EXPERIÊNCIA FORA DE CASA

Foto: Divulgação

Quando Felipe Ciotola Bruno ingressou na faculdade, sua família ainda não era proprietária de um negócio que ele pudesse, um dia, gerenciar. Seu pai, Paulo Maurício Chagas Bruno, tinha acabado de deixar a clínica em São José dos Campos da qual era sócio e o Hospital Gastroclínica, que mais tarde viria a se chamar Vivalle, só seria inaugurado em 2000. “Fiz a faculdade sem existir a opção de trabalhar na empresa da família e, em 1998, comecei a construir minha carreira na área financeira, trabalhando no banco de investimentos ABN. Na época, eu não via um hospital como um bom negócio para trabalhar e ganhar dinheiro”, relembra. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, em 2000, três anos depois, com 25 anos, Felipe já buscava novos desafios. “Eu estava com uma posição alta no ABN e ainda demoraria a dar o próximo passo. Então, decidi fazer um MBA na Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA).” Nesta época, o outro sócio do Hospital Gastroclínica decidiu vender sua parte no negócio e a família solicitou a ajuda de Felipe para fazer os cálculos de vendas das ações. “Foi aí que comecei a enxergar o setor com outros olhos. Me interessei pela área de saúde e, no primeiro semestre do segundo ano do MBA, comecei a participar também como ouvinte das aulas de saúde pública. Amadureci a ideia de trabalhar na área e apresentei uma estratégia para o hospital. A família topou e, em 2006, saí do banco para implementar esta estratégia de posicionamento baseada em qualidade percebida por médicos e pacientes, utilizando ferramentas de gestão já comuns em outros setores do mercado, mas que nem sempre são aplicadas na saúde.” Hoje, com mais experiência no setor, o diretor de negócios e superintendente do Vivalle acredita no potencial do mercado da saúde no Brasil, mesmo com o baixo crescimento do número de vidas no setor suplementar. “Embora o número de vidas não seja crescente, os pacientes utilizam um número cada vez maior de serviços, o que amplia o mercado para os hospitais.” Por outro lado, o executivo destaca que, se as decisões não forem tomadas de forma pragmática, as consequências do aumento da demanda podem ser graves para o sistema como um todo. “A decisão em saúde ainda é muito baseada na emoção e tende a beneficiar mais o indivíduo do que a sociedade. A judicialização, que hoje é um pequeno problema, pode ficar muito grande e, aliada à escassez de recursos, tornar esta demanda crescente insustentável”, conclui.

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Artigo

Instituto de Ensino e Pesquisa:

Foto: Ricardo Benichio

foco no desenvolvimento de pessoas

Genésio Körbes é administrador hospitalar, com MBA em Gestão Empresarial pela Universidade Vale dos Sinos (Unisinos) e é diretor do Hospital Bandeirantes (SP)

O apoio ao ensino e à pesquisa é uma prática que se consolida em muitos hospitais brasileiros. Essa é uma prática que contribui de maneira significativa para o desenvolvimento de pessoas, o fortalecimento da imagem da organização e a atualização e qualidade dos serviços oferecidos. Hospitais que mantêm esse setor apresentam uma vantagem competitiva na preparação de seus colaboradores, sejam eles integrantes do corpo clínico e das equipes multidisciplinares ou atuantes nas áreas administrativas e de apoio operacional. No seu eixo ENSINO, pode atuar como parceiro do setor de Recursos Humanos e alavancar a preparação e capacitação de profissionais e a geração e difusão de conhecimento. Isso se dá por meio de inúmeras ações, desde atividades de educação continuada considerando as particularidades e necessidades de cada perfil profissional existente na instituição até o aprimoramento profissional, com programas de pós-graduação in company na área assistencial, gerencial e de gestão, com forte caráter prático. Isso sem contar serviços básicos como o estímulo à inclusão digital dos setores operacionais e disponibilização de conhecimento para os colaboradores das principais bases de informações científicas, periódicas e bancos de dados on-line, bem como livros, audiovisual, revistas e artigos científicos. Indo um pouco além, em alguns hospitais o Instituto de Ensino e Pesquisa promove treinamentos por simulação, o que contribui de maneira significativa para o aprimoramento profissional e a qualidade na assistência. O aperfeiçoamento intelectual, profissional e experimental dos médicos e equipes multiprofissionais também está no cerne da atuação do IEP, em especial no eixo que diz respeito à PESQUISA. Na prática, isso inclui apoio à realização de estudos multicêntricos, à pesquisa clínica e acadêmica e à publicação de trabalhos científicos em congressos nacionais e internacionais e realização de programas continuados de atualização médica e assistencial. Ganham os profissionais, que encontram um cenário propício ao aprimoramento pessoal e profissional, e ganha a comunidade, através da busca de soluções para os desafios impostos pela medicina, na forma de novas técnicas e procedimentos validados por meio da pesquisa clínica conduzida de acordo com as diretrizes oficiais. Já o eixo da EXTENSÃO trata da discussão de temas atuais e relevantes para o aprimoramento das equipes multiprofissionais, por meio da realização de simpósios, cursos, palestras, reuniões clínicas e científicas, bem como cursos destinados às áreas assistenciais, ao corpo médico e às áreas administrativas e operacionais. Esse pilar não se restringe ao público interno, pois pode incluir também a promoção de atividades sociais com vistas ao esclarecimento da população sobre temas de saúde e qualidade de vida, sempre com foco na prevenção. O seu hospital tem um Centro ou Instituto de Ensino e Pesquisa estruturado e em sintonia com os objetivos estratégicos da instituição? Pense nisso. Investir na formação de pessoas, na construção do conhecimento e na evolução da medicina pode contribuir, e muito, para a representatividade de sua organização no cenário hospitalar.

No seu eixo ensino, o instituto pode atuar como parceiro do setor de Recursos Humanos e alavancar a preparação e capacitação de profissionais e a geração do conhecimento

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S a ú d e B u s i n e ss S c h o o l Os melhores conceitos e práticas de gestão, marketing e vendas aplicados à sua empresa

Módulo 9

Sete passos para a Tranquilidade Jurídica © 2008, ADVANCE Marketing Ltda. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. Nenhuma parte desse livro, sem autorização prévia e por escrito da ADVANCE Marketing, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Este caderno pode ser destacado

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Introdução COM O OBJETIVO DE APOIAR A PROFISSIONALIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO SETOR, A UNIDADE SETORES E NEGÓCIOS/ SAÚDE DA IT MÍDIA TRAZ MAIS ESTA NOVIDADE PARA VOCÊ. O projeto Saúde Business School é uma iniciativa da revista Fornecedores

planejamento de negócios, com base no conteúdo

Hospitalares em parceria com a Advance Marketing, empresa de treinamento

apresentado, terão a oportunidade de apresentar suas

e consultoria em gestão, vendas e marketing. O

propostas a um fundo de investimentos, na busca por

objetivo é prover às empresas do setor de saúde um

aporte de capital.

conteúdo aprofundado sobre gestão de negócios,

Além do conteúdo veiculado na versão impressa

elaborado por especialistas renomados no assunto e

da Fornecedores Hospitalares, os participantes

composto de apresentação teórica, caso de sucesso

podem acessar o hotsite da Saúde Business

e material prático de apoio, de forma a contribuir

School

para a profissionalização da companhia.

br/businessschool. No site, está disponível

Desenvolvido em 12 módulos, o projeto segue de

para download o material prático, além de

janeiro a dezembro de 2009, publicado mensalmente

informações sobre cada fase do projeto, acesso

na Fornecedores Hospitalares. Ao final do ano, as

aos módulos já publicados e indicações de

empresas que participarem de todo o processo de formação e concluírem o seu

no

endereço

www.revistafh.com.

leituras complementares.

O projeto envolve os seguintes temas: Módulo 1 – Empreendedorismo em sete passos Módulo 2 – Planejamento Estratégico Módulo 3 – Planejamento de Recursos Humanos Módulo 4 – Planejamento de Marketing Módulo 5 – Planejamento e Controles Financeiros Módulo 6 – Planejamento e Gestão de Vendas Módulo 7 – Organização Empresarial Módulo 8 – Sete passos do Gerenciamento de Projetos Módulo 9 – Sete passos para a Tranquilidade Jurídica Módulo 10 – Fusão, Aquisição e Alianças Estratégicas Módulo 11 – Planejamento de distribuição Módulo 12 – Plano de Negócios e busca de capital para crescimento

M Ó DULO 9 Sete passos para a tranqüilidade jurídica Passo 1 – Sociedades – como estabelecer e desmanchar Passo 2 – Como proteger sua propriedade intelectual Passo 3 – Verdades e mitos com assinaturas de contratos Passo 4 – Venda de Serviços e o código do consumidor Passo 5 – Desenvolva o cronograma junto com quem põe a mão na massa Passo 6 – Cuidados com ações trabalhistas Passo 7 – Erros mais comuns e melhores práticas

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S e t e pa ss o s pa r a a T r a n q ü i l i d a d e J u r í d i c a Por Dr. Henrique França

No mundo empresarial moderno, dentre as diversas situações que fazem parte do dia-a-dia do empresário dinâmico, os aspectos jurídicos são uma parte importante desse cotidiano. O correto entendimento da legislação interessa para quem tem a missão de ser sempre competitivo e estar atualizado sobre as várias tendências tecnológicas, independentemente do ciclo de vida em que se encontra a empresa, seja em estágio nascente ou avançado. A seguir, encontram-se algumas questões empresariais frequentes e uma breve análise jurídica.

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Os 7 passos para a tranqüilidade Jurídica: Passo 1 – Sociedades – como estabelecer e desmanchar

Passo 2 – Como proteger sua propriedade intelectual

Inicialmente, antes de entrar em alguns temas mais específicos de empresas ou “conceitos societários”, vamos falar de dois momentos importantes da vida da sociedade, ou seja, antes e depois de quando nasce o negócio. Primeiramente, antes de nascer o negócio e a sociedade, o que acontece é a busca de um sócio, seja ele atuante ou não. Como achar o sócio ideal? Quantos sócios deve ter uma empresa bem-sucedida? Cada um de nós tem uma forma diferente de encontrar uma resposta e não existe uma fórmula geral para isso. O que existe são critérios objetivos como a complementaridade técnica, onde cada sócio completa o outro naquilo que tem de melhor, o passado profissional e a confiança pessoal. Depois de termos escolhido o sócio, é importante ter a noção do momento correto de se iniciar um negócio, especialmente quando se está desligando de uma estrutura já montada, onde tudo acontece de forma engrenada. Se possível, você deve tentar uma negociação que propicie uma condição econômica financeira favorável de saída, para dar fôlego ao difícil começo da nova sociedade. No caso de desligamento de estrutura anterior, lembre-se que existem muitas informações sigilosas e você deverá manter a ética e o devido sigilo. Em alguns casos a empresa exige, contratualmente, o sigilo de suas informações por um determinado prazo. Casos de dissolução também podem ser abordados no contrato social, por exemplo, a separação de um dos sócios: embora a lei não preveja uma regra para esse caso, é oportuno que se tenha uma cláusula no contrato social estipulando que os sócios somente poderão exercer cargos de direção com a aprovação da maioria, fazendo que na hipótese de separação e partilha de bens as quotas sociais não representem um atrativo para o cônjuge.

Lembramos que a propriedade intelectual se divide em duas áreas básicas: • Propriedade Industrial (que trata de marcas e patentes) e • Direito Autoral, que protege direitos artísticos, literários e direitos de propriedade de software. Existem duas leis básicas de Direito Autoral, a lei 9.609/98, a chamada “Lei do Software”, que trata especificamente de programas, enquanto a Lei 9.610/98 trata da proteção de dados, textos, sons e imagens, além de outros aspectos da matéria. Como proteger esses ativos? Existem algumas formas que a Lei do Software estabelece: • A primeira é o “Contrato de Licença de Uso de Software”. Através do contrato é possível demonstrar que o autor e detentor do código fonte pode obter uma remuneração na forma de royalties, a serem pagos pelo usuário de tal solução desenvolvida; • A segunda é qualquer outra comprovação de autoria mediante a sua publicação a terceiros. Assim, no momento em que existe a exteriorização da comprovação de autoria ela estará provada, a menos que alguém possa fornecer alguma prova que conteste esta autoria, sem que haja a necessidade de qualquer registro de tal software em qualquer órgão de registro governamental, de acordo com as convenções de Berna e convenção Universal de Direito Autoral. • Existe, ainda, a possibilidade de o autor efetuar o registro do software no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). No entanto, tal registro não servirá para comprovar a autoria do software. A paternidade do direito é perpétua, contudo, os direitos de exploração econômica a serem protegidos são limitados por 50 anos, contados a partir de primeiro de janeiro do ano subsequente ao de sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação. No Brasil não se admite a patente de software. Diferentemente de outros países onde é perfeitamente possível requerer a patente de um software, como nos EUA. Em relação a marcas, a proteção da mesma deve ser renovada de 10 em 10 anos, no INPI – Instituto Nacional de Propriedade industrial.

Passo 3 – Verdades e mitos com assinaturas de contratos 1. É fundamental assinar um contrato sempre que fecho um negócio? Sim. Se não tiver contrato não posso cobrar o que tenho a receber. 2. Um contrato que assino com alguém vale perante terceiros também? Só valerá perante terceiros se o contrato for registrado no “Cartório de Títulos e Documentos”. 3. Quando um contrato é considerado legalmente válido? Um contrato tem que ter necessariamente três requisitos: • Declaração válida de um representante da empresa – a assinatura de, no mínimo, um representante da empresa que está contratando • O objeto do contrato não pode ser ilegal. O objeto do contrato é onde se estabelece o que se pretende contratar • Formato adequado – uma simples folha de papel ou similar, exceto no caso venda de imóveis e outras poucas exceções A falta de um dos requisitos acima fará com que o contrato “legalmente” não tenha valor! 4. É válido um contrato apenas verbal, “de boca”, no “fio do bigode”? Sim, desde que se possa provar em juízo, com testemunha, o contrato pode ser considerado válido. É recomendado? Não, dá muito trabalho, custa muito tempo e dinheiro para se provar durante uma disputa judicial. 5. Uma propaganda feita através de folheto é considerada uma oferta e afeta os contratos que serão feitos para esta oferta? Sim, os contratos que forem relacionados a esta propaganda ou oferta, deverão, na prática, expressar o mesmo conteúdo, não podendo haver conflito entre os termos da oferta e o contrato.

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6. Se eu fizer simplesmente uma oferta, eu estarei me obrigando por ela? Sim. De acordo com o Código do Consumidor, uma oferta aceita pelo consumidor obriga o fornecedor de serviços ou produtos. Em caso de recusa do fornecedor no cumprimento do objeto da oferta poderá resultar em uma ação judicial. 7. Quem pode assinar contratos por uma empresa? São as pessoas que estão indicadas como representantes da mesma no “Contrato Social” da empresa - no caso de uma empresa tipo “Ltda.” 8. O que é um Contrato de Adesão? É um contrato que tem um formato fixo. Não há discussão de suas cláusulas entre as partes. Ou seja, as partes assinam sem qualquer negociação, questionamento ou não tem negócio. 9. Todo contrato tem que ter testemunha? Sim, a lei exige. 10. Uma carta pode ser considerada um contrato? Sim, desde que tenha os três requisitos citados na questão 3. 11. Quando pode ser assinado um contrato “por procuração”? Esta procuração tem que estar prevista no contrato social da empresa que outorgou tal procuração, ou seja, o contrato social da empresa deve permitir que esta procuração seja emitida. 12. Assinar uma “Carta de Intenções”, “Letter of Intent” ou “Memorando de Entendimentos” tem a mesma eficácia (força jurídica) de um contrato? Ou seja, é a mesma coisa que assinar um contrato com alguém? Depende dos termos do documento.

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Passo 4 – Venda de Serviços e o código do consumidor

Passo 5 – Desenvolva o cronograma junto com quem põe a mão na massa

1. Na venda de serviços, podem ser aplicadas algumas penalidades para quem não cumpre as normas do Código de Defesa do Consumidor, que estabelece várias regras nas chamadas relações de consumo: • O Código de Defesa do Consumidor prevê sansões de natureza Administrativa, Civil e Penal, que podem ser aplicadas separadas ou simultaneamente • As penalidades de natureza Civil se referem a dano que tenha sido causado por defeito ou característica do produto 2. Existem algumas obrigações da empresa que são importantes para que não exista um abuso ao consumidor, ou seja: • Não condicionar o fornecimento de produto ou serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço; • Não condicionar o fornecimento a quantidades limitadas sem justa causa, tipo “cada consumidor só pode levar 5 peças”, se existe uma grande quantidade em estoque. 3. Outra obrigação da empresa é fornecer informação adequada sobre os produtos, ou seja, a empresa tem o dever de prestar informações claras e precisas em língua portuguesa sobre as características, qualidade, quantidade, preço, garantia, prazos de validade – isso não significa que não pode haver algumas palavras em outro idioma, por exemplo, em inglês. O importante é que não se perca o significado geral das informações que o consumidor deve ter para usar adequadamente o produto. No caso de software, determinados documentos escritos podem estar em língua estrangeira, desde que exista uma advertência ostensiva na embalagem do produto informando que o consumidor deve ter um certo nível de conhecimento de determinada língua. Por exemplo, no caso de software de programação ou uso empresarial. 4. Publicidade enganosa ou abusiva: É dever da empresa veicular publicidade de forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique (art.36 CDC). A empresa deve manter em seu poder dados técnicos que sustentam a mensagem publicitária. Manter em seu poder dados que comprovem afirmações tipo “a cada 2 minutos um Office XP é vendido no mundo”. • Publicidade enganosa – É aquela que induz o consumidor a comprar um produto que não preenche as necessidades almejadas pelo consumidor; • Publicidade abusiva – Qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou de qualquer modo. Seja capaz de induzir o consumidor em erro acerca de características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço ou qualquer outro dado relevante. 5. No caso do não cumprimento de publicidade o consumidor poderá: • Exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta ou publicidade • Aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente •Rescindir o contrato, direito à restituição de quantia eventualmente paga, monetariamente atualizada e perdas e danos 6. Arrependimento – para compras via internet, por exemplo: • “Art.49 do CPC: O consumidor pode desistir do contrato no prazo de sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento de produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos ou serviço ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.” • “ Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.”

Com vistas à diminuição de custos, aumento de market share e implementação de estratégias competitivas, as fusões e aquisições tendem a crescer cada vez mais no mundo corporativo. Uma vez iniciado este processo de concentração de empresas, através do qual em sua maioria se verifica uma melhoria gerencial, econômica e financeira, notam-se algumas possíveis consequências práticas frequentes: • Controle rígido: Logo após uma aquisição, é de se esperar que a empresa que adquiriu imponha o seu ritmo e métodos de trabalho. De qualquer forma, deve ser respeitada a organização interna da adquirida, pois grande parte dessa sistemática, em geral, pode ser aproveitada. Assim, deve ser efetuado um minucioso inventário das práticas existentes para que esse aproveitamento seja mais eficaz; • Choque de culturas: Inevitavelmente, haverá um conflito entre a antiga e a nova administração, que deverá ser gerenciado da melhor forma possível de modo a não interferir negativamente no desempenho do resultado da empresa; • Aumento da transparência: Tendo em vista que os vários processos internos de funcionamento e grande parte da documentação, em tese, passaram por minuciosa revisão dos interessados, é importante que se assegure que todo e qualquer documento ou informação sigilosa se mantenha dentro dos limites de divulgação pré-estabelecidos contratualmente. Na aquisição, se houver mais de 20% do mercado relevante, deve ser feita prévia consulta ao órgão de defesa da concorrência, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), para que esse órgão manifeste ou não eventual oposição a tal fechamento de negócio. Na cisão, como parte de sua operacionalidade, deve ser elaborado o chamado “Protocolo de Cisão”, que representa um Roteiro da Operação. Nesse documento deve estar discriminado a porção do PL (patrimônio liquido) que foi vertida e os respectivos critérios, que devem ser validados por laudo de avaliação econômica assinado por economista – o qual pode ser usado também por ocasião da separação de sócios e preparação para uma futura venda.

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Pa ss o 6 – C u i d a d o s c o m a ç õ e s t r a b a l h i s ta s

C a s o d e s u c e ss o Respeito pelos limites de legalidade

Hoje em dia, por diversas razões, existem vários fatores que motivam as empresas a não efetuarem o registro de seus colaboradores, mas sim optam pela terceirização de mãode-obra, que traz vantagens de custo para as empresas. Porém, essa terceirização não está isenta de riscos. Existe, sim, o risco trabalhista na terceirização, uma vez que os prestadores de serviço, pela proximidade e envolvimento em que estão junto a tais empresas, podem pleitear perante a Justiça Trabalhista. A decorrência deste risco trabalhista é uma responsabilidade da subsidiária da empresa tomadora dos serviços, caso a empresa contratante não cumpra com suas obrigações perante seus empregados. Uma solução que visa amenizar tal risco, é a prática de se efetuar a chamada “Due dilligence”, preferencialmente mensal no que se refere à documentação dos parceiros empregadores, ou seja um controle rígido na atualização da documentação necessária para a sua operação. Em relação à caracterização do vínculo trabalhista, temos os seguintes critérios: Subordinação hierárquica, subordinação de horário, habitualidade e pessoalidade. “Os profissionais que trabalham para um mesmo empregador com habitualidade, subordinação hierárquica, nas dependências do empregador e mediante recebimento de salários, é um empregado nos termos da CLT, ainda que trabalhe sob um contrato de prestação de serviços.”

Passo 7 – Erros mais comuns e melhores práticas Todo o negócio, seja quando se inicia uma parceria para uma futura constituição de uma empresa ou quando se adquire ativos para a expansão do negócio precisa de CONTRATOS. Nesse sentido, é importante que todos os negócios estejam devidamente documentados por contrato para que se possa pedir uma indenização ou cobrar a falta de pagamentos por conta destes. Então, podemos determinar algumas possíveis práticas contratuais que podem auxiliar o empresário na condução de seus negócios e sucesso de sua empresa: • É sempre vantajoso mostrar que sua empresa respeita, através de contratos, as normas ao consumidor. Isso garante de antemão um ganho de imagem corporativa; • Mostrar que o contrato está vantajoso para ambos os lados, ou seja, ninguém será prejudicado e não existe abuso do fornecedor em qualquer aspecto; • Tornar o contrato fácil de vender, ou seja, incorporar termos que refletem o que o mercado ou setor pratica em termos de condições de risco comercial; • Uma vez iniciado o negócio, existe finalmente a chance de fazer “rodar a máquina” do nosso jeito, implementando técnicas e métodos próprios, podendo não repetir eventuais erros do passado na estrutura anterior. Através do Contrato Social (sendo uma Ltda.) são criados os direitos e obrigações entre os sócios e destes para com a sociedade. É ai que se define toda a estrutura de poder e organização da empresa. Assim, serão definidos quais serão as atribuições de cada sócio na gestão da empresa, de acordo com os respectivos talentos, sendo altamente recomendado que haja uma grande interação e troca de informações entre os sócios sobre o dia-a-dia da empresa e dificuldades existentes com transparência total; • No caso de abuso de personalidade jurídica, ou seja, gerar confusão patrimonial ou desvio de finalidade, pode haver comprometimento dos bens particulares dos sócios ou administradores. O sócio responsável por perdas e danos será aquele que tiver interesse contrário ao da sociedade e/ou a aprovação do ato danoso - obtida graças ao seu voto. Já no caso de administradores, responde por perdas e danos perante a sociedade aquele que agir em desacordo com a maioria. Os administradores respondem por culpa no desempenho de suas funções, além de responder pessoalmente se praticarem qualquer ato sem que tenham poderes para tanto.

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O departamento Jurídico da Blausiegel conta com cinco advogados atuando nas áreas do direito do consumidor, direito sanitário, incluindo área de regulatório, licitações públicas, comercial, ambiental, direito do trabalho, tributário e societário Thaia Duó – tduo@itmidia.com.br De importadora de preservativos a indústria farmacêutica. Assim se define a Blausiegel, empresa que tem o departamento jurídico como um importante braço para a consecução dos principais objetivos da empresa na medida em que permite que os planos gerenciais elaborados sejam corretamente aplicados e executados, respeitando os limites de legalidade. Com cinco advogados atuando nas áreas do direito do consumidor, direito sanitário, incluindo área de regulatório, licitações públicas, comercial, ambiental, direito do trabalho, tributário e societário, o departamento jurídico da Blausiegel nasceu junto com a indústria. “Não é possível construir uma empresa massivamente atuante no mercado farmacêutico, hospitalar, sem que haja preocupação com as questões jurídicas inerentes ao dia-a-dia do cidadão”, ressalta o advogado da Blausiegel, Roberto Altieri. O trabalho do departamento jurídico da empresa consiste em orientar os colaboradores da indústria. A certeza de que se está fazendo da forma correta decorre da exata medida da experiência, dedicação e estudo para cada área de atuação e, principalmente, um sentimento geral de que o direito está em constante mutação frente às necessidades sociais. A empresa segue o conceito básico para a estruturação jurídica da indústria que, segundo Altieri, é o respeito aos princípios gerais de direito, especialmente o da boa fé e segurança jurídica que são encontrados no plano constitucional. “O desdobramento de tais princípios leva a responsabilidade social. Tratamos do maior bem jurídico que possamos ter, a vida, neste sentido, devemos respeitá-la sob todos os pontos de vista”, comenta. A preocupação da Blausiegel com a tranquilidade jurídica fez com que a indústria desenvolvesse um grupo de profissionais especializados sob o ponto de vista científico. A partir de um plano mestre elaborado pelo corpo diretivo da empresa, subgrupos são criados para o desenvolvimento das áreas de atuação, buscando parcerias ou até mesmo com iniciativa científica própria. “No caso de elaboração de contratos depende da experiência de cada profissional e de uma boa tradução do objetivo principal. Existe um trabalho intenso na prevenção de contingências, que depende substancialmente da colaboração técnico científica unida à experiência de cada profissional do departamento jurídico”, destaca Altieri. Para o advogado, é difícil versar exemplos de sucesso para um departamento voltado a concretização de uma obrigação de meio, entretanto, de uma maneira geral, Altieri salienta que o sucesso é verificado no dia-a-dia em pequenos detalhes, desde a solução de questões complexas na área de registro de medicamentos até o acompanhamento de planos de colaboração em pesquisas com universidades brasileiras no sentido da inovação tecnológica na produção de fármacos. A Blausiegel surgiu a partir de um investimento de US$ 20 mil para abrir uma importadora de preservativos. Hoje, transformada em uma indústria farmacêutica que, além de ter presença no mercado nacional, também exporta para diversos países e fatura cerca de US$ 120 milhões por ano.

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Sobre os Autores Dagoberto Hajjar

Sistemas de Informação e Telecomunicações.

negócio”, “Planos de Negócios que dão

Trabalhou 10 anos no Citibank em diversas

Atuou

Telecom,

certo”, “Empreendedorismo na Prática”,

funções de tecnologia e de negócios, 2 anos no

Dualtec, CTBC e em diversas empresas de

“Empreendedorismo, transformando ideias

Banco ABN-AMRO, e, 10 anos na Microsoft

VoIP. Certificado PMP pelo PMI. Mestre em

em negócios”, “Planejando incubadoras

exercendo, entre outros, as atividades de Diretor

Economia pela FGV/SP e professor da PUC/SP.

de

na

Procomp,

Brasil

empresas”

e

“Empreendedorismo

Corporativo”, tendo sido, este último, finalista

de Internet, Diretor de Marketing, e Diretor de Estratégia. Atualmente, é Diretor Presidente da

Dr. Henrique França

do prêmio Jabuti 2004. Detalhes em www.

Advance Marketing.

É formado pela Pontifícia Universidade

josedornelas.com.

Católica de São Paulo (PUC/SP), com especialização em finanças na Fundação

Ruy Moura

Soraia tem mais de 20 anos de experiência na

Getúlio Vargas (EASP/FGV); com curso de

Possui

área de eficiência em processos empresariais

Mestrado (LL.M) pela Boston University, EUA.

empresarial, dos quais 12

tendo atuado por vários anos como principal

Atou como consultor jurídico de empresas de

como consultor em planejamento estratégico,

executiva de uma empresa de desenvolvimento

diversos setores, incluído software, financeiro

engenharia financeira, operações de fusões &

de sistemas e serviços Internet, acumulando

e comercial e autor de artigos publicados em

aquisições. Foi também diretor de diversas

grande conhecimento em gestão empresarial

jornais no Brasil e Revistas especializadas

empresas nacionais e multinacionais nas áreas

e gerenciamento de projetos. Nos últimos 4

no exterior como Journal of Science &

de comércio exterior,

anos tem atuado como consultora sênior da

Technology Law, 1998 (“Legal Aspects of

e tecnologia da informação. Anteriormente,

ADVANCE Marketing.

Internet Securities Transactions”).

trabalhou no governo federal, em diversos

Soraia Barbi

mais de 27

anos de experiência anos atuando

infraestrutura, energia

cargos de direção e assessoramento na área

Formada em administração de empresas (FAAP)

Prof. Dr. José Dornelas

econômica. Administrador com Pós-graduação

É um dos maiores especialistas nacionais

em Engenharia Econômica pela Universidade

Fernando C. Barbi

em empreendedorismo e plano de negócios,

do DF - Brasília. Atualmente, é Diretor da

Fernando é Gerente de Projetos especializado

autor de 6 best-sellers pela editora Campus:

Acquisitions Consultoria Empresarial Ltda.

em TI com 18 anos de experiência nas áreas de

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com pós-graduação em marketing (ESPM).

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Saúde Business School é uma iniciativa da IT Mídia, em parceria com a Advance Marketing. Todos os direitos reservados.

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Artigo

Foto: Ricardo Benichio

Por um complexo industrial da saúde ainda mais forte

Franco Pallamolla Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO).

Discutir o complexo industrial da saúde é um exercício de dialética. Diferente de outras áreas, o fortalecimento do setor exige uma força-tarefa entre todos os seus atores: Estado, redes de serviço público e privada, indústria farmacêutica e de insumos e equipamentos de uso médico. No epicentro da questão, está a qualidade e a eficiência do sistema de saúde, que fica vulnerável mediante a fragilidade produtiva e de inovação do parque fabril instalado no país. O fato desencadeia ainda a dependência externa e alimenta o déficit da balança comercial. Só há um caminho para enfrentar o cenário: uma nova abordagem das diretrizes públicas para o setor, configuradas na Política Industrial da Saúde e na disposição governamental para enfrentar os desafios relacionados à área. Entre as propostas lançadas pelo governo, a indústria médico-hospitalar e odontológica julga como primordiais ao desenvolvimento sustentável da cadeia: - o uso do poder de compra do Estado junto às empresas de capital nacional; - a criação de mecanismos de apoio à inovação tecnológica; - a desoneração tributária; - o aumento do gasto público com pesquisa e desenvolvimento. Vale lembrar que as estratégias são as mesmas que elevaram o desempenho das indústrias dominantes do mercado internacional. No caso brasileiro, Embraer e Petrobras exemplificam o quanto pode ser bem-sucedida a parceria entre o poder público, a iniciativa privada e as universidades. A Embraer ocupa por mérito a posição de uma das maiores fabricantes mundiais de aviões. A Petrobras? É a única no mundo capaz de extrair petróleo da camada pré-sal. Ambas as empresas se beneficiam de programas estatais de P&D e subsídios diretos à produção e comercialização. A Emenda Constitucional 29 figura como outro mecanismo para potencializar o complexo industrial da saúde, principalmente em uma perspectiva de longo prazo. Se aprovada pela Câmara dos Deputados, a medida permitirá a estabilização de recursos e a garantia de investimentos destinados à saúde. Hoje, estima-se que R$ 15 bilhões deverão ser alocados adicionalmente ao setor todos os anos. A aprovação da EC-29 também representa a definição do que é gasto e do que é investimento com saúde. Esta previsibilidade permitirá aos hospitais desenvolverem projetos de ampliação e à indústria trabalhar com um orçamento preestabelecido. Por imposição do Estado, a indústria nacional viveu reclusa e alheia ao mercado internacional ao longo de décadas. Até mesmo a importação de tecnologia era proibida. A abertura de mercado veio para confirmar aquilo que sabíamos: o protecionismo apenas serviu para retardar nossa evolução. Nossa inércia neste setor custou caro e hoje precisamos correr atrás do tempo perdido. Somente a inovação nos trará ao jogo e nos garantirá a competitividade. A quem cabe promovê-la, se não ao Estado, às empresas e às universidades em ação conjunta? Estimular o avanço tecnológico proporciona saúde, empregos, prosperidade e prestígio a um país.

A Emenda Consitucional 29 figura como outro mecanismo para potencializar o complexo industrial de saúde, principalmente em uma perspectiva de longo prazo

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Espaço Jurídico

Saúde, Negócios Foto: Divulgação

e Sistema Jurídico Rodrigo Alberto Correia da Silva é sócio do escritório Correia da Silva Advogados, presidente dos Comitês de Saúde da Câmara Britânica de Comércio (BRITCHAM) e da Câmara Americana de Comércio (AMCHAM), advogado de diversas associações de classe e empresas de produtos e serviços de saúde e Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e autor do livro “Regulamentação Econômica da Saúde” rodrigo@correiadasilva.com. br

A atividade empresarial é desenvolvida em um ambiente com regras jurídicas capazes de aumentar ou reduzir a sua eficiência, vale dizer, o sistema jurídico pode atrapalhar ou ajudar tais atividades e consequentemente o próprio desenvolvimento nacional. Este raciocínio possui três dimensões: as normas em si, a interpretação que se faz das normas e a implementação desta interpretação no mundo concreto. E cada dimensão tem a capacidade de aumentar ou diminuir o grau em que o sistema jurídico aumenta ou reduz o retorno dos capitais investidos na atividade empresarial. Tanto mais em se tratando de atividades altamente reguladas como as voltadas para os negócios da saúde. A criação de normas jurídicas ocorre inicialmente no poder legislativo, mas também no poder executivo, especialmente no caso das agências reguladoras, e a implementação de sua interpretação pode ser feita pelos entes privados e públicos. Caso haja um descolamento entre o conteúdo interpretado das normas, sua implementação será forçada pelo poder executivo no exercício de seu poder de polícia por meio da coerção, coação ou restrição de direitos ou será feita por substituição à vontade do agente pelo poder judiciário por meio da expropriação patrimonial, restrição ou anulação de direitos. Cabe também ao poder judiciário a função de corrigir as três dimensões acima mencionadas: a dimensão da norma em si, caso tenha vícios de origem (seja por exemplo inconstitucional ou ilegal), a dimensão da interpretação gerando entendimentos vinculantes sobre o entendimento do conteúdo e efeitos das normas nos casos concretos, na dimensão da implementação como dito sendo o último recurso para sua implementação forçada. Já que, conforme apontamos no início deste texto, o sistema jurídico afeta a “performance” das atividades econômicas, é fundamental que os gestores das empresas voltadas aos negócios da saúde (i) saibam compreender o ambiente jurídico em que seus negócios são desenvolvidos e (ii) saibam interferir neste ambiente para alavancar os esforços e avanços realizados no ambiente interno das empresas que administram, minimamente para evitar que tais esforços e avanços não tenham seus resultados solapados por contramarchas no sistema jurídico. Atualmente temos visto um aumento exponencial da produção legislativa e regulatória e o crescimento da intervenção e direção das atividades econômicas pelo Estado como resposta a anseios sociais que não vêm sendo atendidos por este mesmo Estado. Até que haja uma reforma institucional ampla haverá um agravamento desta tendência com o aumento marcante da inf luência do sistema jurídico, que é a base do Estado, na eficácia e eficiência das empresas e seus gestores. Para obter sucesso as empresas e seus novos gestores, e em especial os novos gestores das empresas da saúde incluídos os novos gestores hospitalares, objeto desta edição de Fornecedores Hospitalares, precisarão contar cada vez mais com seus departamentos jurídicos e respectivos escritórios de advocacia que se tornarão cada dia mais estratégicos e fonte de vantagem competitiva para as empresas, desde que assim sejam reconhecidos e estejam preparados para este papel. Novos tempos, novos gestores e novos advogados, cada dia mais importantes para a saúde e os negócios.

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Pioneira em anestesiologia no Brasil, a K. Takaoka projetou o SAT 500, aparelho que atende pacientes neonatais a adultos. Desenvolvido com alta tecnologia, ele oferece ao mercado ventilador eletrônico com as modalidades: VCV, PCV, SIMV/V, SIMV/PŽ e PSV, o uso de dois vaporizadores calibrados com sistema de segurança, rotâmetro eletrônico para altos e baixos fluxos e capnografia. São inovaçþes como essas que mantÊm a K. Takaoka presente nos principais centros mÊdicos em mais de 40 países. Para mais informaçþes, acesse: www.takaoka.com.br ou ligue: (11) 4176-3600.

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Te c n o l o g i a A telemedicina chegou para mudar a maneira como se pensa a saúde. Mas questões culturais e de recursos ainda congelam sua disseminação no Brasil

DESAFIOS MIL Renata Faggion – rfaggion@itmidia.com.br

Foto: Glowimages

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A TELEMEDICINA é uma das grandes apostas do mercado de saúde, seja para aumentar a qualidade do atendimento, como para cortar custos, fatores essenciais em qualquer negócio. A previsão é de que em 2015 o comércio global de telemedicina passe dos US$ 18 bilhões, segundo um estudo realizado pela Global Industry Analysts. As áreas de atuação também não param de crescer, frutos das principais práticas, como o telediagnóstico, telemonitoração, teleterapia e teledidática. “A telemedicina não pode ser vista como coadjuvante do sistema atual que vai perigosamente falir. Você não pode mais se desenvolver utilizando-a apenas para cobrir um atendimento de doença. Ela é o repensar da saúde”, afirma o coordenador do Núcleo São Paulo do Projeto de Telemedicina e Telemática em Apoio à Atenção Primária do Ministério da Saúde, Chao Lung Wen. Segundo o especialista, a preocupação do setor não deveria ser no que há de mais avançado tecnologicamente. “Nem sempre o que há de melhor, tecnologicamente falando, tem o melhor impacto na saúde.” Para Wen, a grande estratégia é desenvolver um programa de qualidade de vida com as pessoas e levar essa qualidade para dentro da casa. Em segundo lugar, estimular em grande parte a recuperação domiciliar e não dentro do hospital. Para o coordenador, outro benefício da telemedicina é o aumento da velocidade diagnóstica. “Ela é capaz de mudar conceitos, mas perde valor se for utilizada nos moldes tradicionais que pensa que isso se resuma a conversar com alguém distante. Pensar assim só aumentará o custo operacional em saúde”, avisa. Um grande desafio na implantação desse pensar da saúde pela telemedicina é o de desenvolver um novo patamar cultural. Aos poucos, empresas de tecnologia tentam contribuir com essa mudança e oferecem um leque maior de soluções em telemedicina no Brasil. É o caso da Cia Salux, que trabalha com a informatização da saúde e que, em parceria com a empresa portuguesa First Solution, oferece a solução SiiTE, que abrange a telemedicina online e store and forward, recorrendo a um sistema de informação para registro e arquivo de informação clínico-administrativa. No primeiro caso, o sistema é complementado por uma VIDEOCONFERÊNCIA profissional ou também chamada de teleconsulta. No caso store and forward, recorrese aos módulos específicos completamente integrados com equipamentos médicos. O diretor da empresa com atuação na Europa, Fabrício Avini, afirma que não viu muitos frutos no país e aponta três razões para o lento desenvolvimento do setor: “Ainda não existe uma cultura de telemedicina no

setor privado. Além disso, a questão da telecomunicação ainda é um empecilho. O terceiro desafio é em relação à capacidade de investimento, o setor é muito carente de crédito”, aponta. Já o diretor executivo da WorldCare, que atua em 42 países e há sete anos no Brasil, Ricardo Nabuco, conta que as unidades de saúde que aderiram à ideia, não se arrependem. “Oferecemos o parecer médico internacional de centros de ponta nos EUA. O retorno é grande e rápido de ser percebido pelo médico e pelo paciente”, conta Nabuco. Para o executivo, a possível resistência do profissional de saúde à tecnologia é quebrada porque a procura por uma SEGUNDA OPINIÃO MÉDICA já se tornou praxe no setor. “Os médicos ficam entusiasmados por poderem interagir com profissionais de ponta no exterior.”

PEQUENOS E GRANDES AVANÇOS É visível que o Brasil ainda está descobrindo as vantagens da telemedicina. Segundo uma avaliação do crescimento da telemedicina no mundo, realizado em conjunto pelo Setor de Telemedicina (SET), Departamento de Informática em Saúde (DIS) e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o Brasil publicou apenas 26 artigos e ocupa o 29º lugar em quantidade de trabalhos científicos publicados sobre o tema num período de 25 anos. Os EUA, líder no assunto, publicaram 4.321 pesquisas, o que equivale a 36% de tudo o que há de conhecimento a respeito dos avanços da telemedicina. Um dos casos que serve de modelo na área de pesquisa e TELEDIDÁTICA éo do Hospital SírioLibanês, localizado em São Paulo, que investe 70% dos recursos destinados à filantropia em ensino e pesquisa. Por meio do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), mantido pela instituição, o hospital possui uma parceria com o SUS e contribui com o ensino continuado de médicos de várias partes do país. Tudo começou em 2006 com um curso presencial para 20 alunos. Ao perceber que a necessidade dos profissionais do SUS ia muito além das paredes do IEP, a instituição investiu, em 2007, em um curso à distância. Hoje são 3 mil alunos que participam da iniciativa. “Não esperávamos tantos alunos, embora acredite que o sucesso esteja baseado nos diferenciais do nosso curso, que mistura momentos síncronos, que permitem a interatividade, com momento assíncronos, quando o aluno escolhe o momento que quer se dedicar aos estudos”, relata a gerente de Ensino do IEP, Silvia Saliba. Para ela, o conhecimento e o método são muito bem desenvolvidos no Brasil e o que falta acontecer é a democratização da internet. “O acesso é nosso maior desafio”, destaca.

TELEMEDICINA É o armazenamento, transmissão e manipulação de informações à distância, por meio eletrônico, para suporte e auxílio aos serviços de saúde, quando há carência em uma das partes

VIDEOCONFERÊNCIA Permite que um grupo de profissionais se reúna à distância e ainda permite a interatividade. A ferramenta foi usada, por exemplo, pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo para informar profissionais e gestores de saúde sobre os aspectos clínicos gerais, pediátricos e obstétricos do vírus Influenza A (H1N1)

SEGUNDA OPINIÃO MÉDICA Uma das ferramentas mais bem aceitas da telemedicina e que permite uma segunda opinião com médicos e centros de ponta em qualquer lugar do mundo, sem necessidade de transporte do paciente. O Hospital Sírio-Libanês possui o programa de Segunda Opinião Internacional em convênio com o Memorial Sloan-Kettering Cancer Center de Nova York (EUA). O serviço também dá apoio virtual aos cursos de pós-graduação lato sensu e Simpósios realizados no IEP por meio do Educação a Distância (EAD)

TELEDIDÁTICA Trata-se do ensino feito à distância. No caso do Projeto Nacional de Telessaúde, é focado no ensino continuado dos agentes do Saúde da Família espalhados por todo o Brasil

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Te c n o l o g i a Distâncias encurtadas Lidar com esses contrastes também é o desafio da Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Calcula-se que o total de brasileiros com mais de 16 anos com acesso à internet em qualquer ambiente (casa, trabalho ou escola) era de 62,3 milhões em 2008, segundo o Ibope. Ou seja, mais de 121 milhões de brasileiros estariam excluídos. Diante dessa desigualdade, a RUTE investiu R$ 6 milhões em 19 núcleos operacionais ou hospitais universitários interligados, a partir de 2007. Com a primeira fase concluída com sucesso, a RUTE aplica mais R$ 7 milhões na segunda fase, que pretende conectar 34 hospitais, sendo que 18 núcleos devem ser inaugurados em dezembro deste ano e mais cinco em 2010. “A prioridade da RUTE é dar estrutura para que todas as instituições de ensino e pesquisa tenham redes avançadas de alta velocidade, que é o caso de 12 capitais brasileiras”, conta o coordenador nacional da Rede, Luiz Messina. Os avanços da telemedicina são visíveis na esfera pública. O Plano Nacional de Telessaúde tem trabalhado em parceria com o programa Saúde da Família com olhos na atenção primária. “Trabalhamos com promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, que são 85% dos problemas de saúde encontrados na população”, revela a diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad. O Plano Nacional de Telessaúde, neste caso, investe no desenvolvimento permanente dos agentes do Saúde da Família e, embora não aja uma pesquisa a respeito dos resultados da parceria, Ana Estela coleciona exemplos de projetos bem-sucedidos.

Ana Haddad, do Ministério da Saúde: Com telemedicina, economia com transporte para saúde pode chegar a 70% na região Amazônica

Como o caso de uma pequena cidade no Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais, que possui uma unidade de Saúde da Família. A cidade, que fica a 790 quilômetros de Belo Horizonte e com acesso difícil, gastava 10% do seu orçamento com saúde - e 50% desse valor com o deslocamento de pacientes. Com a chegada da Telessaúde houve uma redução de cinco vezes no custo com transporte. “Na região Amazônica, onde é preciso se deslocar por barco ou avião, a redução pode ser ainda maior. Em média, há uma economia de 60% a 70%”, afirma. Diante de resultados como esses, surge a dúvida do porque o setor privado ainda resiste ao conceito de telemedicina. Para Messina, da RUTE, a explicação é simples: o financiamento para telemedicina, vindo dos ministérios da Saúde e de Ciência e Tecnologia, é focado no ensino, pesquisa e assistência. Sendo assim, os recursos vão para hospitais federais públicos e para hospitais de ensino. “Há um interesse do governo no ensino e na pesquisa corroborativa, e, tirando os hospitais privados de ponta, são poucos os que detêm uma grande conhecimento da aplicabilidade na telemedicina”, avalia. No entanto, nada impede que hospitais privados usufruam das ações do governo. Há grupos de discussão de casos por videoconferência ou teleconferência em diversas áreas médicas e qualquer entidade pode participar desde que aplique recursos próprios. “Basta se cadastrar na RUTE e ter uma sala equipada na unidade de saúde”, indica Messina. O primeiro passo já foi dado.

Fabricio Avini, da Cia Salux: Problemas na rede de telecomunicaçao representam um empecilho para o desenvolvimento da telemedicina

Luiz Messina, do RUTE: Hospitais privados têm pouco conhecimento da aplicabilidade da telemedicina

Foto: Rondon Vellozo

Foto: Divulgação

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O repensar da saúde Coordenador do Núcleo São Paulo do Projeto de Telemedicina e Telemática em Apoio à Atenção Primária do Ministério da Saúde, Chao Lung Wen afirma que o caminho da Telemedicina não está na aplicação do que há de mais complexo e moderno. Para ele, a Telemedicina nunca deve ser encarada como uma coadjuvante do sistema atual. “Ela é o repensar da saúde”, afirma. O que há de mais avançado na telemedicina? É uma pergunta complicada, porque no fundo não há mais nada muito complexo. A cirurgia por robótica, que todo mundo diz que é telemedicina de ponta, é apenas uma comodidade. A pergunta é: tendo em vista os custos, vale a pena hoje em dia fazer uma cirurgia dessas? Eu não ficaria muito preocupado com o que há de melhor tecnologicamente, pois nem sempre o que há de melhor sob o ponto de vista tecnológico tem o melhor impacto no setor de saúde. De que maneira a telemedicina pode auxiliar o Brasil nos seus desafios na saúde? A telemedicina não pode ser vista como coadjuvante do sistema atual que vai, perigosamente, falir. A alta complexidade hoje não consegue atingir todo mundo por causa do custo elevado. A telemedicina é o repensar da saúde. Você não pode mais desenvolver o serviço utilizando a telemedicina apenas para cobrir um atendimento de doença. A grande estratégia é desenvolver um programa de qualidade de vida com as pessoas e levar essa qualidade para dentro da sua casa. Segundo, estimular em grande parte a recuperação domiciliar e não dentro do hospital. Outro benefício da telemedicina é o aumento da velocidade diagnóstica. Quais são os desafios da telemedicina hoje? O desafio é desenvolver um novo patamar cultural e aprender como aplicar essa tecnologia em prol da saúde. Acho que hoje o que se precisa desenvolver no Brasil é uma grande força-tarefa e melhorar a integração cultural do uso da tecnologia para o setor. Segundo, ter bons estrategistas trabalhando em conjunto com uma política de saúde que visa serviços mais eficientes. É preciso usar a telemedicina para evitar desperdício. Eu não vejo uma necessidade de alta sofisticação, mas sim de aplicação de tecnologias que todo mundo tenha facilidade de usar e que sejam utilizadas de uma forma integral. Qual é o futuro da telemedicina? Acredito que a telemedicina será solidificada num prazo de dez anos e pelo celular - e não pelo microcomputador. Eu diria que todas as unidades de saúde deveriam ter um centro de telehomecare, assim como os hospitais têm um centro de radiologia, de pronto-socorro e laboratório. Um bom plano de sustentabilidade deveria não só cuidar da internação e alta, mas da recuperação total da pessoa, minimizando as recaídas.

Foto: Ricardo Benichio

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O mais importante CONGRESSO MUNDIAL DE HOSPITAIS pela primeira vez na América Latina

10 a 12 novembro/2009 Windsor Barra Hotel & Congressos - RIO DE JANEIRO

Realizado pela IHF • CNS • HOSPITALAR

VENHA PARTICIPAR DO MAIOR ENCONTRO MUNDIAL DE GESTORES DO SETOR HOSPITALAR E SERVIÇOS DE SAÚDE O Brasil se prepara para receber, entre os dias 10 e 12 de novembro, na cidade do Rio de Janeiro, o IHF RIO 2009 – 36º Congresso Mundial de Hospitais, evento oficial da IHF - International Hospital Federation, entidade que reúne hospitais e estabelecimentos de saúde em 100 países ao redor do mundo. Promovido de forma conjunta entre a IHF, a Confederação Nacional de Saúde (CNS) e a Hospitalar Feira + Fórum, o evento tem como tema “A Saúde na Era do Conhecimento” e vai discutir como o conhecimento gerado nos últimos anos tem impactado as práticas e políticas de saúde.

Encontro de empresas líderes junto ao Congresso Junto ao Congresso Mundial de Hospitais será realizada a Medical Devices Expo, exposição que vai reunir um seleto grupo de fornecedores dos mais diversos setores da saúde. Com foco em relacionamento e negócios, o evento apresentará produtos e equipamentos hospitalares, especialmente aqueles com alto padrão de qualidade, certificação e preços competitivos no mercado nacional e internacional.

MEDICAL DEVICES EXPO é aberta aos Congressistas e também a Visitantes Profissionais da área da saúde.

Peça sua credencial gratuita para visitar a exposição:

www.ihfrio2009.com

PRÉ-CONGRESSOS 9º Fórum ANAHP Seminário Internacional de Acreditação Inovação & Saúde: 1ª Reunião Franco-Brasileira de Serviços de Saúde Iniciativa Global sobre Tecnologias da Saúde 1º Fórum PERFORMA Sessão Latino-Americana: Visão dos Sistemas de Saúde na América Latina A Acreditação e o Impacto na Gestão da Qualidade Assistencial

Programa Completo, Programa Social, Visitas Técnicas a Hospitais e muito mais! Veja no site: www.ihfrio2009.com


VEJA O PROGRAMA E FAÇA SUA INSCRIÇÃO: www.ihfrio2009.com SESSÕES PARALELAS

SESSÕES PLENÁRIAS A Saúde na Era do Conhecimento Palestrante: Jean Paul Jacob Pesquisador Emérito da IBM Worldwide e Cientista Consultor da Universidade da Califórnia, em Berkeley – EUA Construindo o Conhecimento Através da Atenção à Saúde Palestrante: Paul H. Keckley, Ph.D. Diretor Executivo - Centro Deloitte de Soluções para a Saúde - Washington, EUA O Papel do “Paciente Informado” na Era do Conhecimento Palestrante: Ethevaldo Siqueira Jornalista especializado em comunicação e tecnologia da informação, colunista do Jornal O Estado de S.Paulo, comentarista da Rádio CBN e colaborador da Revista Época O Impacto da Futura Tecnologia de Comunicação sobre a Saúde Palestrante: Prof. Dr. Yunkap Kwankam Diretor Executivo - Sociedade Internacional de Telemedicina e Saúde e CEO da Consultoria Global eHealth - Suíça Desenvolvimento Sustentável e Hospitais Palestrante: Dr. Boi Ruiz Garcia Médico, Doutor pela Universidade de Barcelona com Mestrado em Gestão pela Escola de Alta Administração de Barcelona. Atual Presidente da União Catalã de Hospitais O Futuro da Tecnologia da Saúde na Era do Conhecimento Palestrante: Dra. Carissa Etienne Diretora Assistente de Sistemas e Serviços de Saúde - OMS Organização Mundial da Saúde - Suíça

Evento oficial

Realização Conjunta

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Qualificação e Acreditação A Saúde na América Latina A Globalização na Saúde Governança Corporativa no Setor Saúde Saúde e Segurança do Trabalhador no Contexto de Tuberculose Resistente à Medicação em Países de Baixa e Média Renda Mega Tendências na Saúde e no Design de Hospitais – no Brasil e no Mundo O Impacto das Decisões Judiciais na Saúde Tecnologia da Informação: Impacto sobre Pacientes, Atenção à Saúde e Custos Melhoria na Qualidade e Segurança Assistencial do Paciente Gerenciamento e Sistemas de Saúde Principais Desafios em Recursos Humanos O Papel da Indústria Farmacêutica na Saúde Sustentabilidade Financeira na Era do Conhecimento: Custo, Remuneração e Viabilidade A Interação das Entidades do Setor Saúde Preparação de Hospitais para Situações de Crise e Catástrofe Engenharia, Arquitetura e Modernização do Serviço de Saúde: Experiências Internacionais O Papel da Indústria Médica na Saúde Saúde Focada no Paciente (Humanização dos Serviços de Saúde) Hospitais Livres do Fumo Oportunidades para Desenvolvimento do Setor Privado Tomada de Decisão usando Medicina Baseada em Evidências Parcerias Público-Privadas: Experiências Internacionais Preparação de Hospitais para Situações de Crise e Epidemias

SESSÕES DE INTERESSE ESPECIAL • • • • •

Nutrição e Segurança Assistencial do Paciente Projetos em Prevenção e Qualidade de Vida diante do Envelhecimento da População Regulação do Setor Privado de Saúde e seus Impactos na Atenção ao Cliente A Experiência de Cooperativas Médicas no Sistema de Saúde Brasileiro e Mundial Interação dos Laboratórios Clínicos com os demais Serviços de Saúde

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA MÉDICO-ODONTOLÓGICA

Apoio Institucional

Viagem e hospedagem

Tel (21) 2545-5748 e-mail: cris@opcotours.com

Secretaria Executiva

Rio de Janeiro – Brasil Tel (21) 2215-4476 e-mail: ihfrio2009@ihfrio2009.com


Artigo RH

Foto: Caroline Bittencourt

Cuidar, cuidar e Estefânia Chicalé Galvan Sócia Diretora da Fator RH fatorrh@fatorrh.com.br

cuidar das pessoas !

Pesquisas recentes mostram que os profissionais na área da saúde, anteriormente movidos por um forte senso vocacional, passaram a sentir-se cansados fisicamente e emocionalmente “sugados”. E às vezes numa exaustão física tão intensa que desenvolvem atitudes e sentimentos negativos em relação aos pacientes e aos próprios companheiros de equipe. Na atualidade, em que as instituições são movidas pelo combustível da competitividade, os profissionais necessitam dar conta de exigências e padrões valiosos para uma gestão de sucesso. Mas muitas vezes, percebemos que alguns profissionais não estão no mesmo compasso do modelo de gestão da empresa e se quer conseguem enxergar a validade de processos de qualidade que as instituições tanto necessitam para manter um bom lugar no pódio. Evidentemente, onde há esse descompasso é fácil detectar colaboradores que se sentem “sugados” no ambiente de trabalho. Progredir na empresa, sobreviver bem e feliz, para alguns, está sendo desgastante demais. Em busca de melhorias para essa situação, está sendo estruturado no Brasil um programa de capacitação denominado, VAS - Valores na Saúde, criado por profissionais e educadores, que visa o desenvolvimento pessoal e o fortalecimento de equipes especificamente na área da saúde. São projetos que cuidam de gente. O trabalho traz uma abordagem nova de aprendizado que envolve as relações interpessoais com práticas baseadas em fortes valores humanos. O objetivo é proporcionar aos profissionais momentos em que possam “nutrir-se” com ótimas atitudes e que só os beneficiarão. Outra maneira de favorecer o trabalho dessas pessoas é por meio da arteterapia. Com essa ferramenta é possível tornar mais agradável e humanas as atividades e a permanência neste ambiente de tanta diversidade e terapêutica. É possível oferecer aos profissionais instrumentos de melhor relacionamento com o paciente, entretenimento, diminuição da dor e de sofrimento, permitindo melhores condições para que as terapêuticas e práticas hospitalares se desenvolvam com êxito. Por isso é preciso CUIDAR, CUIDAR E CUIDAR DAS PESSOAS com o objetivo de auxiliá-las a superar os altos níveis de estresse pelo qual passam. É preciso estimular a expressão de valores internos como compaixão e autoestima, paz e positividade. Aprender a ouvir mais, apreciar, desenvolver a criatividade e a descontração. São inúmeras as possibilidades de cuidado ao profissional que atua nessa área de cunho tão denso e tão pessoal. A rotina numa instituição de saúde não permite erros, mas sabemos que eles ocorrem. E talvez ocorram com tanta frequência justamente porque o profissional da saúde já tenha ultrapassado o seu “limite”... SINAL DE ALERTA. Cuidar muito bem de quem cuida é uma ótima estratégia para evitar atos desastrosos e principalmente o “distresse” (estresse patológico) e suas graves consequências físicas e emocionais. É preciso proporcionar às pessoas uma atividade em que gostem de trabalhar e até com um aceitável eustresse, que não é uma patologia, mas uma saudável reação de adaptação do organismo para enfrentar os grandes desafios que há numa instituição de saúde.

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Carreiras

HOSPITAL DAHER apresenta gerente de negócios

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Patrícia Mendes é a nova gerente de negócios do Hospital Daher, localizado em Brasília (DF). Graduada pela Faculdade JK e com MBA em Gestão de Pessoas pelo Instituto Científico de Ensino Superior e Pesquisa (Unicesp), Patrícia terá como principal objetivo estreitar os laços com os convênios médicos, aumentando o f luxo de clientes do hospital. Há cinco anos na gerência de planos de saúde, a nova gestora já passou por empresas como Eletronorte e Fundação Assefaz.

Foto: Divulgação

Santa Casa de Curitiba ESTÁ SOB NOVA DIREÇÃO

Enéas Faleiros assume gerência médica do Samaritano Enéas José de Mattos Faleiros é o novo gerente médico operacional do Hospital Samaritano de São Paulo. O novo contratado é especialista em Terapia Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e em Finanças e Estratégias Empresariais pela Faculdade de Gestão e Negócios.

Faleiros já atuou como consultor Médico em TI durante o processo de seleção e implantação do novo sistema de gestão hospitalar adotado pela instituição. Como gestor médico, será responsável pelo foco assistencial na implantação e melhorias do sistema de gestão, colaborando com o desenvolvimento e acompanhamento dos processos assistenciais.

A Santa Casa de Curitiba anunciou Flaviano Feu Ventorim como seu novo diretor geral. O administrador hospitalar, formado pelo Centro Universitário São Camilo (SP), traz em seu currículo passagens pela Pró-Saúde, Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, onde atuou em administração, assessoria e consultoria hospitalar. Ventorim está a frente de uma gestão focada na busca da sustentabilidade financeira da instituição e, para isso, pretende diversificar os serviços oferecidos pelo hospital.

Nova linha de equipamentos de infusão e monitoração de pacientes.

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After Hours

JORNADA GASTRONÔMICA Fred Lin a rd i - e dit or ia ls a u d e @it midia .com . b r

Com o faro para descobrir receitas e temperos, Hugo Ribeiro, do Complexo Hupes, cruza continentes e compartilha receitas em restaurantes de Salvador

Fotos: Arquivo Pessoal

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O salão do restaurante está pronto para ser cenário de uma noite cujo tema será baseado na cozinha asiática. Serão pratos de receitas pouco vistas na televisão ou lidas em livros de culinária. O cardápio contará com entradas, pratos principais e sobremesas vindas da gastronomia vietnamita. O que poderia causar estranheza, na verdade serve de atrativo. Isso porque nessa noite o chefe que lidera a cozinha da casa é bem conhecido pelos convidados. Trata-se de Hugo Ribeiro, médico pediatra que se dedica ao vasto mundo da gastronomia enquanto não exerce suas atividades como diretor do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), em Salvador (BA). Descendente de libaneses, a inclinação pelo conhecimento sobre os sabores do oriente surgiu de forma natural. Com o crescimento do interesse pela prática em si – e pelo costume, já que é comum nas famílias do oriente médio os homens terem grande participação na cozinha – Ribeiro acabou por descobrir uma predileção pelos temperos orientais. Não é de se estranhar. Apesar de ser raro encontrar restaurantes que sirvam pratos típicos da Tailândia, Vietnã ou Índia, é bom lembrar que as grandes navegações que levaram aos descobrimentos foram movidas pelas especiarias dessas regiões. Se hoje existe muito mais facilidade de locomoção, o executivo não perde a chance. É com esse faro de desbravador que, a cada viagem que faz a um congresso, Ribeiro busca receitas e ingredientes que possam ser trazidos e preparados da mesma maneira em terras brasileiras. “Na viagem ao Vietnã, me organizei com chefes de outros países para fazer o que chamamos de Gourmet Journey. Acordávamos entre quatro e cinco da manhã e íamos aos mercados flutuantes em busca de ingredientes e especiarias. Depois preparávamos as receitas, servíamos o almoço e seguíamos adiante”, conta Ribeiro. “O que dá para trazer em sementes, eu trago e planto num herbário que tenho na minha chácara. Assim, posso tê-las por um longo período de tempo, o que me proporciona fazer os jantares nos restaurantes”. Entre viagens a outros países do Oriente Médio, como o Líbano, até a Europa, seu hobby vai se aprimorando. E por ser apenas um hobby, os restaurantes onde serve não são dele. O médico tem parcerias com restaurantes na capital baiana. “Eu chamo de ‘restaurante virtual’. Faço um acordo prévio com os estabelecimentos, geralmente no dia em que estão fechados. Uso a estrutura deles, sem ter um custo fi xo de manutenção ou a obrigação permanente para exercer essa atividade. Utilizo a bebida do local e pesquiso qual melhor vinho a ser servido ”, diz Ribeiro, ressaltando que o vinho é fornecido por um distribuidor e servido por valores mais baixos.

Os jantares acontecem algumas vezes por mês e têm limitação para um número de até 40 pessoas, garantindo um ambiente mais intimista. Além da parte gastronômica, empresas de decoração entram em cena, ambientando o cenário para que tudo fique no clima do tema. A música também é escolhida a dedo. Na cozinha, o agora chefe Hugo Ribeiro conta com alguns auxiliares para prepararem os pratos com os sabores ideais. Claro que os convidados pagam pelos pratos, a fim de se custear os gastos com a comida, restaurante e auxiliares do chefe. Não há lucro. “É um hobby financiado”, define Ribeiro. Não fica difícil de imaginar a concorrência por uma mesa. Ao agendar com o restaurante, Hugo já espalha para seu mailing de amigos um aviso dizendo as próximas datas e locais. “Até o mês de outubro já tenho agenda para todas as sextas-feiras com um restaurante”. Por mais que os convidados saibam da temática da noite, é sempre algo diferente. São currys feitos de especiarias secas ou mais úmidas, dependendo do país de inspiração. Ervas de cheiro e sabor marcantes como a lemon grass, conhecida aqui como capim santo, dão o toque original. Molhos à base de tamarindo, ao lado de outras opções de molhos, rodeiam os pratos com frutos do mar ou com rolinhos de vegetais crus, envoltos de papel de arroz, parecidos com sushis, transparecendo os legumes e frutos do mar que também o compõem. “Sempre tenho um cuidado de servir algo com tendência de aceitação universal, evitando opções muito exóticas”. O cuidado também está nos detalhes. Para tudo ter a cara certa, até os pratos precisam estar em harmonia com a cultura daquela gastronomia. E nisso, Hugo refere-se às louças mesmo. “Desenho o projeto dos pratos, faço a cerâmica e a pintura das peças na minha chácara. Imagine só o arsenal que acumulo lá.” E o que dizer de uma cozinha de hospital, com estrutura para atender centenas de pessoas? É um prato cheio para alguém como o executivo, que também gosta de compartilhar suas receitas com grupos maiores. Quando é alguma data comemorativa como o Dia dos Enfermeiros, Dia do Médico, Dia do Auxiliar etc., ele marca a o jantar logo após o encerramento das atividades da cozinha. “Organizo o refeitório, dispondo as mesas em formato de U, fico no centro e aproveito para conversar sobre os assuntos que preciso falar com esses profissionais. Com eles encantados pela comida, facilita um pouco na hora de expor minhas propostas”, brinca Ribeiro, lembrando que foi desta forma que ele se tornou rapidamente conhecido pelos mais de dois mil funcionários. “O fato simbólico de um diretor cozinhando para todos que trabalham no hospital quebra muito a distância entre as pessoas.”

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Foto: www.webrun.com.br

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Livros

Eu recomendo Hélio Girotto Franqui, diretor de Serviços Compartilhados da Rede São Camilo

Foto: Divulgação

Para quem tem interesse em estudar a filosofia Lean, recomendo o livro “Toyota – A Fórmula da Inovação”. O autor Matthew E. May é conselheiro da Universidade Toyota e durante vários anos teve papel fundamental na estratégia de aprendizado organizacional da companhia. A cada capítulo, May propõe uma reflexão sobre os conceitos que apresenta. Outro livro que recomendo é “Os Axiomas de Zurique”. O autor apresenta 12 regras e princípios sobre investimentos variados, principalmente em Bolsa de Valores, baseados no código de conduta adotado pelos banqueiros suíços que, após a Segunda Guerra Mundial, fez com que a Suíça se tornasse um dos países mais ricos do mundo, modelo em rentabilidade de aplicações financeiras. O autor fala sobre ganância, riscos, intuição, entre outros conceitos, sob um ponto de vista particular. São lições que podemos aplicar na nossa vida pessoal também. É interessante a visão do autor sobre consenso, por exemplo. Muitas pessoas e organizações se guiam hoje baseados somente naquilo que os gráficos têm a dizer. Os gráficos, entretanto, não previram a crise mundial. É para pensar.

TOYOTA – A FÓRMULA DA INOVAÇÃO Autor: Matthew E. May Editora: Campus Número de páginas: 242 Preço: R$ 47,90

OS AXIOMAS DE ZURIQUE Autor: Max Gunther Editora: Record Número de páginas: 155 Preço: R$ 30,00

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Livros Cecil Medicina

SPSS – Análise de Dados Biomédicos

Feios, sujos e malvados sob medida

O clássico Cecil Tratado de Medicina Interna acaba de ser reeditado, incluindo um novo conteúdo adaptado para o Brasil, além do no novo nome: Cecil Medicina. As novidades da 23ª edição incluem capítulos escritos por especialistas que narram sobre os avanços terapêuticos e inovações tecnológicas da medicina. Mais de 130 colaboradores brasileiros adaptaram os mais de 200 capítulos com dados sobre a saúde no Brasil, além de informações condizentes à realidade do país no final de cada capítulo. Ilustrações, tabelas, marcações e sugestões de textos complementares compõem os dois volumes da obra.

A partir de um texto que pretende ser didático a pesquisadores, estudantes e profissionais de biomedicina, este livro dispõe de informações necessárias para o manuseio do software de análise estatística SPSS. Incluindo testes mais usados na área e esclarecimentos para a maioria das dúvidas no caminho da pesquisa, o lançamento serve como um guia para a produção de artigos, dissertações ou teses nos cursos de pós-graduação aos que desejam utilizar o SPSS. Desde a solução para o preparo de dados para análise até problemas mais complexos, o livro tem um texto claro, mesmo aos leitores sem profundos conhecimentos matemáticos.

Com densidade e rigor a história do determinismo biológico na medicina e na criminologia da primeira metade do século 20, o historiador e professor da Unifesp apresenta uma análise dos problemas sociais dos indivíduos então considerados “feios sujos e malvados” e a patologização de seus comportamentos anti-sociais, assim como sobre as articulações entre a ciência e “defesa social”. O autor interroga as ações e teorias das diversas intervenções científicas sobre o corpo humano e o processo de identificação e tratamento de homossexuais a doentes mentais. Ao longo do estudo, entende-se que essa questão não é um acontecimento isolado no tempo.

Autores: Denis Ausiello e Lee Goldman Editora Elsevier Número de páginas: 3720 Preço sugerido: R$ 699,00

Autores: Valter T. Motta e Petrônio F. de Oliveira Filho Editora: Medbook Número de páginas: 352 Preço sugerido: R$ 96,00

Autor: Luis Ferla Editora: Alameda Número de páginas: 427 Preço sugerido: R$62,00

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Vitrine Na Vitrine desta edição, selecionamos os lançamentos em construção e estrutura hospitalar:

1-Rapidez e praticidade

As divisórias móveis da BCF são resultado de uma pesquisa feita para desenvolver um produto útil para diversas áreas dentro do ambiente médico-hospitalar. Como isso, elas são ágeis e fáceis de usar, ao mesmo tempo em que continuam garantindo a privacidade e tranquilidade aos pacientes, a partir de puxadores centrais. Além do design que facilita o rápido manuseio, elas são feitas de PVC, material reciclável, atóxico, com grande resistência e assepsia. Nas opções de cor branca, bege ou puntinata, as divisórias móveis podem ser instaladas diretamente na parede, por meio de suas duas hastes ou com afastadores, permitindo colocação sem alterações estruturais.

2-Tinta limpa

À base de água, com baixo odor e de fácil aplicação, a Tinta Hospitalar Centro Cirúrgico e Pisos, da Sherwin Williams, proporciona um acabamento semi-brilho resistente e é recomendado para ambientes onde revestimentos e pinturas convencionais sofrem deterioração pelo manuseio, por repetidas operações de limpeza ou por contato eventual com produtos químicos. Ideal para aplicação em centros cirúrgicos e UTIs, a tinta possui aditivo antimicrobiano que evita a proliferação de microorganismos. Aplicável em interiores e exteriores, disponível em cor branca e com secagem rápida.

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3-Piso Condutivo

O piso vinilico condutivo Ace Toro é composto por fibras de carbono e base totalmente carbonada, resistente à abrasão e a produtos químicos, impedindo a propagação de chamas. Indicado para centros cirúrgicos, salas limpas, áreas de produção, reparo, armazenamento ou utilização de aparelhos eletrônicos, salas de anestesia CPD’s, fábricas de materiais explosivos e áreas afins. É o único piso vinilico condutivo do mercado com tratamento de poliuretano PUR (Poliuretano de Ultra Resistência- padrão IQ- Intelligent Quality), garantindo assepsia, higiene e fácil manutenção, já que não pode ser encerado ou impermeabilizado para que não haja prejuízo da condutividade. Sua resistência elétrica é =< 106.

4-Resistente ao fogo

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Além de conforto acústico e facilidade de remanejamento, a linha M82 tem como característica especial a resistência ao fogo. A divisória da Movinord atende a Norma Brasileira de Divisórias e apresenta como principal perfil uma espessura entre 80 e 90 milímetros, saque frontal das placas, passagem da fiação interna na estrutura, reaproveitamento e redução acústica. Dessa forma, as divisórias são adaptáveis às necessidades e sensibilidades das empresas, se instalando desde projetos menores até obras de maiores dimensões.

5-Seguro e versátil

A LG apresenta o piso Durable, comercializado pela Apotheka Brasil. O produto tem sua aplicação recomendada para uso em hospitais, clínicas e laboratórios, pois apresenta diferenciais exclusivos como a camada de resistência de 0,7 milímetros, garantindo durabilidade de superfície e resistência à abrasão. O piso também é reforçado com fibra de vidro, apresentando estabilidade dimensional. Sua resistência química e antiaderência são resultados do revestimento em poliuretano, o que proporciona menor necessidade de manutenção. Antiestático, antibacteriano e anticontaminação, o produto tem as opções de acabamento nos estilos Wood, Grand e Rock.

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Sobre clínicos, pediatras e médicos de família

Alberto Leite Diretor Executivo da IT Mídia S.A aleite@itmidia.com.br

É unânime. Todos os administradores que encontro reclamam da tal gripe. Os pronto atendimentos estão cada vez mais cheios de gente achando que tem a tal gripe, e, em alguns casos, tendo mesmo. Outros casos são as doenças comuns de mudança de temperatura, coisa que brasileiro está aprendendo a conviver de uns anos para cá. Com tudo isso, o hospital atende milhares de pessoas por mês, ganhando pouco, com muito trabalho, com problemas no estacionamento, reclamações e, ainda por cima, perdendo seu foco principal com complexidades mais altas. Enfim, desespero total para muitos. Adiciona-se a tudo isso uma pitada de movimentação arquitetônica, ou seja, a maior parte dos grandes hospitais está em reformas e ampliações. Acredito que tudo poderia ser resolvido com o aumento significativo de clínicos, pediatras e médicos da família. Tenho amigos da minha idade que ainda são atendidos por seus pediatras. Pergunte a eles se gostam de ir ao hospital tratar de uma gripe. Nunca. Dizem que aqui em São Paulo, onde moro, está faltando pediatra. Já vi até concursos em que pagam salários até 35% mais altos para atrair pediatras. Sem resultado. E clínicos então? Quase impossível achar um. Hoje só se fala em especialistas. Como diz um grande amigo, que recentemente operou o joelho, quando for operar o outro terá que procurar um outro médico, porque um é para o direito, outro para o esquerdo. Fora o custo. Um amigo médico disse que fazia diagnóstico de apendicite há dez anos por R$ 36, custo de consulta paga pela operadora mais o custo do hemograma. Hoje custa R$ 460. Disse também que tanta tecnologia está numa massa cinza, que existe entre a insegurança dos despreparados e a segurança dos que sabem, mas têm medo de processos. Enfim, como não sou médico tenho que ouvi-lo. Com tudo isso não posso parar de pensar na discussão inicial. Pode-se dizer que se cada pessoa que vai a um pronto atendimento tivesse um médico para ligar, aquelas imensas salas estariam vazias. Ou pelo menos atrairiam somente aqueles que desejariam serviços, digamos, mais complexos. No sistema público, isso também nos afeta. Cada pessoa que poderia ser atendida num posto de saúde, sem filas, com mais agilidade, cai num pronto atendimento, onde pessoas feridas, em estado de emergência, poderiam ser tratadas de forma mais rápida. Discussão longa, que certamente não se resolverá neste simples artigo, mas pelo menos para alguns poderá ser um espaço para novas ideias. E que venham muitas.

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