Fornecedores Hospitalares - Ed. 156

Page 1

FORNECEDORES

H O S P I TA L A R E S

A REVISTA DE GESTÃO, SERVIÇOS E TECNOLOGIAS PARA O SETOR HOSPITALAR Ano 16 • Edição • 156 • Outubro de 2008 • R$ 15,90

ENTREVISTA

Ascensão asiática O vice-presidente da Abimed, Abrão Melnik, aborda o novo foco das empresas coreanas, japonesas e chinesas: a América Latina

GESTÃO

Caos nos centros de diálise Aumento da demanda e baixos repasses têm impedido o acesso dos doentes renais ao serviço. Especialistas apontam caminhos para solucionar o problema

O caminho da

Colaboração Na 6ª edição do Saúde Business Forum, o keynote speaker do evento, Luis Augusto Lobão, da Fundação Dom Cabral, explica como vencer obstáculos e desenvolver a colaboração em prol dos negócios, tanto dentro, como fora da empresa

lay_capa 1

10/10/08 11:29:06 AM


Untitled-1 1

10/14/08 3:58:07 PM


ÍNDICE Outubro 2008 - Número 156

8 8 I Entrevista I

Abrão Melnik, da Abimed, comenta a ascensão das marcas asiáticas no mercado brasileiro e analisa o desempenho da Anvisa no que diz respeito aos equipamentos importados

25 I Reportagem de Capa I Confira a cobertura completa do Saúde Business Forum

12 I Raio X I

60

Alta complexidade, grandes desafios

16 I .com I

Confira o que foi destaque no portal Saúde Business Web

24 I Espaço Jurídico I

Turismo Médico no Brasil

48 I 5 Perguntas I

Revisão da Declaração de Helsinki: quais são as propostas de mudança?

50 I Artigos I

50 Como lidar com conflitos 52 Balanced Scorecard – Metodologia de Gestão Estratégica

54 I Melhores Práticas I

Avanços na oftalmologia com a tomografia ocular

56 I Gestão I

Caos nos centros de diálise

64 I De Olho na Indústria I

64 Da Europa para o Brasil 65 Mega Surgical quer alcançar dez capitais em cinco anos

I Tecnologia I Redução de fraudes a um toque

66

I After Hours I Xeque Mate

68 I Carreiras I 70 I Livros I 72 I Vitrine I

lay_indice 3

ERRATA Na reportagem de Gestão, da FH 154, de agosto, o crédito da repórter está errado. O correto é Janaina Silva. Na seção Raio-X, da FH 155, de setembro, as fotos são de Douglas Intrabartolo.

10/14/08 4:10:44 PM


Canal aberto

Eu leio a Fornecedores hospitalares Foto: Divulgação

A equi­pe da revis­ta For­ne­ce­do­res Hos­pi­ta­la­res ­está à ­sua dis­po­si­ção ­ ara ­t irar dúvi­das, rece­ber crí­ti­cas, opi­niões e con­tri­buir ­c om o desen­ p vol­vi­men­to do ­seu negó­cio. ­Para anun­ciar ou ­f alar ­sobre pro­je­tos e ­a ções per­so­na­li­za­das ­entre em con­ta­to ­c om nos­sa equi­pe comer­cial:

Dire­tor Executivo Alber­to Lei­te (11) 3823-6642/ (11) 7 133-8269 alei­te@itmi­dia.­com.br

Geren­te Comercial Diego Wenzel

(11) 3823-6708 / (11)7 14 4 -2542 dwenzel@itmidia.com.br

Geren­te de Clien­tes Jona­tas Vas­con­ce­los

(11) 3823-6651/ (11) 7 14 4 -2539 jvas­con­ce­los@itmi­dia.­com.br

Ana Maria Groff Jansen, diretora geral do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt

Jucilene Marques (11) 3823-6604 / (11) 7 14 4 -2541 jmarques@itmidia.com.br

Eduardo Galante

Além de proporcionar uma troca de conhecimento entre o mercado e pessoas que fazem o diferencial no setor, a revista Fornecedores Hospitalares permite que se faça um benchmarking qualificado, relacionando os fatos. Desde inaugurações até produtos, tudo o que é novo está aqui. Com um conteúdo muito bem elaborado, a revista dá idéias positivas para desenvolver melhorias dentro das organizações.

(11) 3823-6629 / (11) 7 14 4 -24 38 egalante@itmidia.com.br

Repre­sen­tan­tes Rio de Janeiro

Sidney Lobato (21) 2565-6111 sidney.lobato@itmidia.­com.br ­R io Gran­de do ­S ul:

Ale­xan­dre Sto­dol­ni (51) 3019-7 183 / (51) 8404 -97 7 7 sto­dol­ni­mark@­pop.­com.br

­ UA e Cana­dá: E Glo­bal ­N et 603-924 -1040 ed@glo­ba­lad-­net.­com

­ ara man­dar suges­tões, crí­ti­cas e/ ou dúvi­das ­e ntre P em con­ta­to ­c om o depar­ ta­men­to de Mar­ke­ting: ­

Coordenador de Marketing Osmar Luis

Pró­xi­ma Edi­ção Reportagem de Capa a saúde e a crise - saiba os impactos que o colapso no sistema financeiro norte-americano trazem para o setor de saúde no Brasil. QUEM GANHA, QUEM PERDE E O QUE VEM POR AÍ. Gestão hospitais saudáveis - conheça os resultados das ações de saúde corporativa dentro dos hospitais e quais os cuidados necessários para garantir a boa gestão do benefício e a qualidade de vida dos colaboradores.

>

(11) 3823-6625 osmar@itmi­dia.­com.br

Analista Marketing Ana Luísa Luna Freire (11) 3823.6620 afreirei@itmi­dia.­com.br

Gabriela Vicari (11) 3823-67 14 gvicari@itmi­dia.­com.br

Para ­f alar ­s obre infor­ma­ções jor­na­lís­ti­cas, pau­tas e re­lea­ses, ­e ntre em con­ta­to ­c om nos­sa equi­pe de reda­ção/­ar te:

Editora Cyle­ne Sou­za (11) 3823-6660 csou­za@itmi­dia.­com.br

Repór­te­res Ana Paula Mar tins (11) 3823-6647 amar tins@itmi­dia.­com.br

­K atia Ceco­tos­ti (11) 3823-6657 kce­co­tos­ti@itmi­dia.­com.br

Estagiária Patricia Santana (11) 3823-6648 psantana@itmi­dia.­com.br

Para anunciar

Ligue: (11) 3823-6708 E-mail: comercialsaude@itmidia.com.br

- revis­taFH.com.br

lay_pq_leio 4

10/15/08 3:50:22 PM


Untitled-1 1

10/14/08 4:18:07 PM


CARTA DO EDITOR Presidente – executivo: Adelson de Sousa – adelson@itmidia.com.br

Foto: Kelsen Fernandes

Parceria

Vice-Presidente – executivo: Miguel Petrilli – mpetrilli@itmidia.com.br

O dicionário Aurélio nos conta que esta palavra aí em cima significa “reunião de pessoas para um fim de interesse comum”. E esta também é a síntese de todos os modelos colaborativos de negócios: o interesse comum, que motiva dois lados opostos a se unirem pelo mesmo objetivo. Nesta edição do Saúde Business Forum, nos surpreendemos. Reunidos no mesmo lugar e estimulados a trabalhar juntos por um novo caminho para a saúde, os gestores da saúde buscaram aliar seus interesses e encontrar uma “terceira via”, em que, com concessões dos dois lados, mas também garantindo benefícios para ambas as partes, foi possível apontar soluções para diversos entraves setoriais. Como todos tinham o que perder e o que ganhar (o tal interesse comum), percebeu-se que o trabalho conjunto na resolução dos problemas traria mais resultados do que as “disputas territoriais”. Tanto que alguns participantes já se propuseram a colocar estes projetos em prática. Aqui na Unidade Setores e Negócios/Saúde da IT Mídia, também temos um interesse em comum com nossos leitores. A evolução na gestão das instituições de saúde, assim como é o principal assunto no dia-a-dia de vocês, é também nosso principal foco para pautas. Por isso, quanto mais seus negócios evoluem, mais notícias boas temos para contar. Não queremos apenas ser veículo de mídia, que se comunica de forma unilateral. Queremos ser seus parceiros e ajudar a promover as melhores práticas, que resultarão em um mercado bem-sucedido e saudável. E nos deixa muito felizes perceber que algumas instituições já nos vêem assim: este mês, recebemos do Instituto Qualisa de Gestão, a maior instituição certificadora do País, o prêmio “Parceria na Busca pela Excelência”, como vocês podem ver na foto ao lado. Boa Leitura! Cylene Souza Editora da Unidade Setores e Negócios / Saúde csouza@itmidia.com.br

Diretor de Recursos e Finanças: João Paulo Colombo – jpaulo@itmidia.com.br Presidente do Conselho Editorial: Stela Lachtermacher – stela@itmidia.com.br Diretor Executivo: Alberto Leite – aleite@itmidia.com.br

UNIDADE SETORES E NEGÓCIOS - SAÚDE EDI TORIAL EDITORA: Cylene Souza - csouza@itmidia.com.br REPÓR TERES: Ana Paula Martins - amartins@itmidia.com.br Katia Ceco tos ti - kcecotosti@itmidia.com.br ESTAGIÁRIA: Patricia Santana - psantana@itmidia.com.br

COMERCIAL GEREN TE COMERCIAL: Diego Wenzel - dwenzel@itmidia.com.br GERENTE DE CLIENTES: Jona tas Vasconcelos - jvasconcelos@itmidia.com.br EXECU TI VOS DE CON TAS: Jucilene Marques - jmarques@itmidia.com.br Leandro Soares Premoli - lpremoli@itmidia.com.br Eduardo Galante - egalante@itmidia.com.br

MARKETING COORDENADOR DE MARKETING: Osmar Luis - osmar@itmidia.com.br ANALISTAS DE MARKETING: Ana Luisa Freire - afreire@itmidia.com.br Gabriela Vicari - gvicari@itmidia.com.br PRODUTOR DE ARTE: Bruno Cavini - bcavini@itmidia.com.br

Foto: Patricia Santana

O time que apóia a redação

Conselho editorial

Alfredo Cardoso Diretor de Normas e Habilitações da Agência Nacional de Saúde Suplementar Edson Santos Presidente do Grupo VITA e VPE do IHG

REPRESENTANTES COMERCIAIS RIO GRANDE DO SUL: Alexandre Stodolni - stodolnimark@pop.com.br (51) 8404-9777 • (51) 3019-7183 RIO DE JANEIRO Loba to Propaganda e Marke ting Ltda. sidney.loba to@itmidia.com.br • Cel: (21) 8838-2648 • Tel.: (21) 2565-6111 EUA E CANADÁ Global Ad Net - Tel.: 603-924-1040 • ed@globalad-net.com Fax: 603-924-1041 • Tel.: 603-924-1040 ATENDIMENTO AO LEITOR atendimento @itmidia.com.br ASSINATURAS www.revistafh.com.br

Luiz de Luca Diretor - superintendente do Hospital 9 de Julho Marília Ehl Barbosa Presidente da Unidas e diretora-presidente da Capesesp Marcos Hume Gerente Sênior da Área de Negócios Corporativos da Johnson & Johnson e coordenador do Grupo Técnico de Trabalho de Avaliação de Novas Tecnologias da Abimed Pedro Fazio Diretor da Fazio e Superintendente da Avimed Foto:s Divulgação

Impressão: Globo Cochrane FOR NECEDORES HOSPI TA LA RES A mais impor tan te revis ta voltada para a gestão estratégica de hospitais e outros estabelecimentos de saúde, dis tribuída nos 26 Estados Brasileiros, mais Dis trito Federal, em estabelecimen tos de saúde públicos e par ticulares (hospi tais, clínicas, unidades mis ta de saúde, ambula tórios, pron to-socor ros, pos tos de saúde etc.) além de órgãos do gover no ligados ao setor da saúde nas esferas municipal, estadual e federal. For necedores Hospi talares é uma publicação mensal da IT Mídia S.A. Car tas para a redação devem ser enviadas para Praça José Lannes, 40 - Edifício Berrini 500 – 17º andar - CEP: 04571-100 - São Paulo - SP Tel.: (11) 3823-6600.

“As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicadas refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídia ou quaisquer outros envolvidos nesta publicação.” INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

6 - revis taFH.com.br

lay_carta 6

10/14/08 4:12:56 PM


Untitled-1 1

10/14/08 4:20:41 PM


entrevista

A presença de marcas asiáticas, especialmente coreanas e chinesas, está crescendo no mercado hospitalar da América Latina. Apesar disso, as multinacionais européias e norte-americanas ainda devem manter a hegemonia, especialmente nas tecnologias mais sofisticadas, por um bom tempo. Esta é a avaliação do vice-presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médicos (Abimed), Abrão Melnik. Em entrevista à Fornecedores Hospitalares, Melnik também analisa as políticas para o Complexo Industrial de Saúde, comenta as greves e o desempenho da Anvisa e aborda a tributação de produtos importados.

Ilustração: Bruno Cavini

Cylene Souza - csouza@itmidia.com.br

lay_entrevista 8

- revis­taFH.com.br

10/15/08 4:00:32 PM


Fornecedores Hospitalares: Uma recente pesquisa da Frost & Sullivan mostra o aumento da penetração de materiais e equipamentos médico-hospitalares asiáticos na América Latina, especialmente de marcas japonesas, chinesas e coreanas. Qual é sua avaliação sobre a produção nestes três países? Abrão Melnik: O Japão tinha um papel importante no desenvolvimento de novas tecnologias, mas internamente, restringiu o investimento em pesquisa, para conter custos. O país sempre lançava novos equipamentos e era pioneiro na parte de imagem, mas pararam de ser desenvolvidos novos produtos médicos. Já nos casos da Coréia e da China, estes países pegaram a tecnologia padronizada e passaram a desenvolver estes equipamentos com uma política de custos competitivos, já que o gasto com mãode-obra, por exemplo, é menor. Hoje, eles fazem, com qualidade satisfatória, produtos commodities, como os materiais descartáveis, e estão entrando forte nesta área de produtos de massa. FH: Com estas estratégias de conquista de mercado em nível mundial, já se pode dizer que as indústrias asiáticas estão concorrendo diretamente com as grandes multinacionais da saúde? Melnik: Quando se olha a tecnologia médica, o ponto inicial é a inovação. Hoje, a Ásia não tem um papel importante neste sentido, porque incorpora tecnologias consagradas, como ultra-sons e monitores, que estão estáveis e não evoluem muito em tecnologia, e softwares, ou seja, só trabalha com produtos mais maduros. Existem poucos produtos da Ásia que trazem inovações. Para isso, o foco ainda está na Europa e nos Estados Unidos, porque as grandes multinacionais possuem muitos recursos e fazem grandes investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento. Com o tempo, a China, que vem obtendo um crescimento importante, também deve começar a investir em P&D, mas isso só deve acontecer no médio prazo. FH: A que se deve esta expansão asiática no mercado de saúde? Outros mercados devem despontar com este perfil no longo prazo? Melnik: Muitas das fábricas chinesas produziam para multinacionais européias ou norteamericanas, que buscavam a redução de custos

com mão-de-obra, e, com isso, acabaram incorporando a tecnologia. Hoje, muitas multinacionais, a exemplo de Philips, Siemens e GE, estão vindo fabricar no Brasil, para atender à demanda local e ter uma base de exportações. Eles estão contando com incentivos do governo, que quer diminuir o déficit tecnológico. O momento é estimulante para estas indústrias, mas elas ainda não sabem se o mercado nacional é tão competitivo. Por enquanto, a produção será voltada só para o consumo local, porque o volume de exportações ainda é baixo e a produção nacional deve corresponder a 80% das vendas. FH: E quais são as tendências de mercado para os próximos anos? Elas devem favorecer as multinacionais européias e norte-americanas, que hoje investem em alta tecnologia, ou as marcas asiáticas, que buscam ofertar produtos com preços mais competitivos? Melnik: As duas coisas. A tendência é que as marcas asiáticas atendam o segmento de mercado com menor poder aquisitivo, que busca qualidade e preço acessível. Na outra ponta, estão os clientes de alto poder aquisitivo, que buscam o que há de mais novo e sofisticado e aceitam o custo elevado. A Ásia deverá atender low e middle class. Há espaço para todos. O Brasil, por exemplo, é um lugar para focar preços. O setor de saúde está crescendo e vai precisar disso. FH: As economias desenvolvidas passam por um processo de estagnação ou de crescimento lento. Isso tem ref lexo no desenvolvimento de novos produtos? As empresas européias e norte-americanas também estão numa tendência de consolidação e estagnação no que se refere à tecnologia? Melnik: O desenvolvimento ainda é expressivo na Europa e nos Estados Unidos, ainda há um percentual elevado da receita dedicado a P&D, que acaba sendo a grande matéria-prima destas indústrias: elas lançam novos produtos, ganham mercado e consolidam a marca. Elas buscam desenvolver estes equipamentos de valor mais alto para manter o diferencial no segmento Premium. Por outro lado, estas multinacionais contam com bases na Ásia para aproveitar as oportunidades de reduzir os custos, mas com isso, suas tecnologias acabam absorvidas. E as empresas asiáticas têm

mostrado muita competência em absorver este conhecimento e chegar ao mercado com preços mais competitivos. FH: Até pouco tempo, qualquer produto de origem asiática tinha sua qualidade questionada pelos consumidores. Este estigma permanece? Qual é a orientação para a qualidade das indústrias asiáticas que atuam no setor de saúde? Melnik: No setor de saúde há uma preocupação maior com qualidade. Em outros segmentos, o controle de qualidade acaba sendo feito no final, pelo próprio consumidor, que encontra os defeitos nos produtos, mas na saúde, que lida com vidas, esta situação não pode acontecer. Por isso os asiáticos estão se preocupando mais em desmistificar esta aura de baixa qualidade. E devem conseguir, porque estão se dedicando bastante para isso. Eles querem tirar esta imagem de produção massiva, mas manterem-se competitivos. FH: Quais são as perspectivas para o mercado asiático de produtos para a saúde? Há perspectiva de liderança ou de aumento do número de multinacionais com parques fabris no continente? Melnik: Não se sabe até quando a Ásia será competitiva, porque as empresas de lá não trazem atualizações e o custo da mão-de-obra já está ficando maior. Por isso, as empresas multinacionais estão preferindo investir em mercados locais. FH: Voltando ao cenário nacional, recentemente, o Ministério da Saúde lançou o projeto do Complexo Industrial de Saúde. A Abimed considera o programa uma ameaça às empresas importadoras? Ou acredita que é possível estimular a indústria nacional, sem prejudicar as importações? Melnik: A idéia é complexa, mas consideramos que o objetivo não é restringir a tecnologia que vem de fora, mas estimular o desenvolvimento local. As multinacionais podem vir e desenvolver seus produtos aqui. Isso criaria oportunidades locais, os impostos seriam recolhidos aqui e também haveria possibilidade de financiamento com instituições nacionais. Esta política vai ajudar a desenvolver novos produtos e as novas tecnologias serão absorvidas.

lay_entrevista 9

- revis­taFH.com.br

10/15/08 4:00:33 PM


entrevista

FH: Há expectativa de desenvolvimento de novas tecnologias no Brasil? O mercado interno tem condições de absorver a produção das multinacionais? Melnik: Elas devem fazer coisas que têm demanda. Não se justifica produzir todas as tecnologias aqui, por isso, sempre haverá tecnologias importadas. O custo menor é o que governa estas buscas, o produto nacional tem que ter um custo menor do que o importado. Mas a expectativa não é só atender ao mercado local. As empresas querem ter o Brasil também como base para exportações. FH: Também se questiona muito a incidência de impostos em equipamentos e materiais para a saúde, especialmente os importados. De que forma o governo pode impulsionar as indústrias da saúde e apoiar a aquisição de tecnologia, no que tange a tributação? Melnik: O governo não olha os impostos que incidem sobre equipamentos de saúde apenas como fonte de arrecadação, porque quanto mais cobra impostos, mais paga, já que é um dos maiores compradores deste tipo de produto. Onde há interesse, se trabalha para que o imposto tenha um impacto menor no custo. Um exemplo em saúde acontece na área de cardiologia, em que o governo mais gasta, especial-

mente na aquisição de marca-passos e stents. Para reduzir os custos, o Ministério tem estimulado a produção destes aparelhos aqui, mas poucas empresas são atraídas, porque o investimento não se justifica. Seria um custo elevado diluído num só lugar. Por isso, a tributação é balanceada, para não aumentar os custos com a Saúde Pública. FH: E como é a relação das empresas importadoras com a Anvisa? Qual é a avaliação do trabalho da agência no que se refere ao registro de novos produtos? Melnik: Houve avanços, mas o prazo para lançar novos produtos ainda é muito longo. Isto é uma grande barreira, justamente para regular a entrada destes produtos. Hoje, trabalhamos com a Anvisa para ter mecanismos melhores e reduzir estes prazos. FH: Qual foi o impacto das greves da Anvisa para as associadas da Abimed? Melnik: As greves são uma questão política, do funcionalismo público. Tentamos liberar os produtos com liminares, mas o resultado foi bastante pobre, as liberações não caminharam. Os funcionários públicos não atendem à determinação jurídica. Mesmo com nosso esforço, a resposta foi ruim e as empresas sofreram com isso.

“Com a terceirização da produção nos países asiáticos, a tecnologia foi incorporada. Estas empresas têm mostrado muita competência para chegar ao mercado com preços mais competitivos”

O comportamento latinoamericano e a expansão das marcas asiáticas O estudo Asian Brands in the Latin American Medical Equipment Segment: The New Threat? (Marcas Asiáticas no Mercado de Equipamentos Médicos da América Latina: A Nova Ameaça?), publicado recentemente pela Frost & Sullivan apontou algumas tendências e posicionamentos das marcas asiáticas no continente sul-americano: • No México e no Brasil, o primeiro fator analisado na hora da compra é preço, o que coloca as marcas asiáticas na frente, já que elas receberam nota 4,5, numa escala de 1 a 5, no que se refere a esta questão. • A percepção de qualidade de produtos asiáticos vem aumentando: se em 2005 os consumidores atribuíam nota 2 a este fator, em 2007 a nota subiu para 3,5 e a expectativa é que chegue a 4 em 2010. • Quanto mais as marcas asiáticas se expandem pela América Latina, mais favorável se torna a percepção de qualidade. • Em mercados como Colômbia, Venezuela e Argentina, competidores fracos têm contribuído para a expansão das vendas dos produtos asiáticos. • No Chile, a maior parte das tecnologias médicas é importada e se sobressaem as marcas que possuem imagens “renovadas”. • Entre as principais marcas com atuação na América Latina estão as japonesas Aloka, Fukuda Denshi, Nihon Koden, Shimadzu, Toshiba e Fuji Systems Corporation; a chinesa Mindray e a coreana Medison.

Foto: Divulgação

Abrão Melnik, da Abimed

1 0 - revis­ taFH.com.br

lay_entrevista 10

10/15/08 4:00:49 PM


TAPIOCA

30 leitos individuais no CTI

Novo CTI Acreditação com Excelência

Inovação que não pára. Valores que não mudam. Quartos Reequipados

Apartamentos Reformados

Acreditação Internacional

Ao iniciar nossa busca pela Acreditação Internacional, continuamos o investimento nos equipamentos mais modernos, nas técnicas mais avançadas e no treinamento mais completo e inovador para nossas equipes. Um hospital de alta complexidade está sempre mudando e nós sabemos disso. Mas algo na Casa de Saúde São José nunca muda: nosso calor humano e nossos valores são os mesmos há 85 anos. Nós acreditamos nisso. O mundo vai nos acreditar por isso.

Rua Macedo Sobrinho, 21 - Humaitá | Tel.: (21) 2538-7626 | www.cssj.com.br A C A s A d e s Aú d e s ã o J o s é é m A n t i d A p e l A A s s o C i A ç ã o Co n g r e g A ç ã o d e s A n tA C AtA r i n A

Untitled-1 1

10/14/08 4:22:14 PM


raio x

Alta complexidade,

grandes desafios São sete hospitais, três policlínicas, 2.200 leitos e parcerias público-privadas com a prefeitura e o governo do Estado. Tudo isso a ser equilibrado com um orçamento majoritariamente originado pela remuneração do Sistema Único de Saúde, já que o complexo destina 95% do atendimento aos pacientes públicos. Para enfrentar o desafio, a Santa Casa de São Paulo tenta se adequar aos novos tempos com parceiros da iniciativa privada e um novo modelo de gestão. Cylene Souza - csouza@itmidia.com.br

Fotos: Benedito Tadeu

S

Hospital CENTRAL: 160 leitos e faturamento de R$ 188 milhões

e administrar uma instituição de saúde é difícil, imagine administrar 12. E ainda com 95% de atendimentos destinados ao SUS. Este é o desafio diário da Santa Casa de São Paulo. Com mais de 400 anos e já tendo passado por lugares como Pátio do Colégio, Largo da Glória e Largo da Misericórdia, até se instalar definitivamente no bairro de Santa Cecília, a Irmandade ainda é referência em atendimento público. Tanto que hoje, ao lado de Organizações Sociais de Saúde (OSS) como Fundação Faculdade de Medicina da USP e Congregação das Irmãs Marcelinas, é responsável pela gestão de unidades hospitalares e ambulatoriais da prefeitura e do governo do Estado. “Administramos o Hospital Geral de Guarulhos, Hospital Estadual de Francisco Morato, Ambulatório de Especialidades Geraldo Burroul, Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental, o Programa Saúde da Família no Jaçanã e três pronto-socorros da Prefeitura, em Santana, Freguesia do Ó e Barra Funda”, enumera o superintendente Antonio Carlos Forte. “E a tendência é ampliarmos a parceria, tanto com a Prefeitura, quanto com o governo do Estado.” Nos serviços próprios, capitaneados pelo Hospital Central, com mais de 160 leitos e faturamento de R$ 188 milhões, o atendimento também é totalmente público, excetuando-se o Hospital Santa Isabel, o único serviço particular. A rede também inclui o Hospital São Luiz Gonzaga e Hospital Geriátrico e de Convalescentes D. Pedro II. Com apenas 5% de seus 2 mil leitos destinados aos pacientes particulares, a meta da Irmandade agora é

ampliar o atendimento privado para 20%. “É uma alternativa para subsidiar o déficit do SUS. No País, a remuneração do sistema público paga apenas 60% dos custos de atendimento. Na Santa Casa, conseguimos um aproveitamento de 75%, mas ainda é insuficiente. Se conseguíssemos que o SUS pagasse pelo menos o custo do atendimento, poderíamos ter toda a renda destinada para novos investimentos, mas hoje, custeamos o serviço”, explica Forte. O primeiro passo para atingir este objetivo é a inauguração do Hospital Santa Isabel Jaguaribe, que deve entrar em funcionamento em maio de 2009. A unidade receberá R$ 20 milhões e ocupará o prédio planejado inicialmente para abrigar o hotel Mofarrej, no bairro de Santa Cecília. “Nós pagaremos o aluguel e eles gerenciarão a obra”, conta o provedor da Irmandade Santa Casa, Kalil Rocha Abdalla. Nos próximos anos, serão feitos novos investimentos na ampliação das unidades de internação. Com a injeção de recursos, o atendimento ao SUS deverá ser melhorado. “Hoje, já quase atingimos o equilíbrio financeiro e investimos pesado para modernizar o hospital. Além da construção do Santa Isabel Jaguaribe, também estamos aplicando R$ 15 milhões, no Hospital Central, em um novo centro de radiodiagnóstico, que contará com todos os equipamentos da Philips: Raios X, tomógrafo, ressonância magnética e ultra-som. Também estamos construindo mais 14 leitos de UTI e reformando o centro cirúrgico, que contará com 14 novas salas, que atenderão neurologia, cardiologia, ortopedia e traumatologia, ginecologia e obstetrícia, oftalmologia, otorrinolaringologia e procedimentos ambulatoriais, além das cirurgias gerais.

1 2 - revis­taFH.com.br

lay_raio_x 12

10/14/08 4:14:18 PM


Foto: Divulgação Foto: Divulgação

As UTIs e o novo centro cirúrgico devem consumir também destinou recursos para a construção dos mais R$ 6 milhões”, contabiliza Forte. novos centros cirúrgicos do Hospital Central, que tem atendimento 100% destinado aos pacientes Parcerias para driblar sem planos privados de saúde. “Acho que o investia falta de recursos mento deveria mesmo ser público, porque atendeNestes quase 400 anos, dos quais 20 sob a legisla- mos os pacientes do SUS”, avalia Forte. ção que regulamenta o Sistema Único de Saúde, Uma outra parceria foi firmada com a DPZ e com a Santa Casa de São Paulo precisou contar com a Young & Rubicam, que farão o plano de comua criatividade, um modelo de gestão austero e al- nicação para captar recursos e buscar empresas parguns parceiros para não fechar as portas. “Com cerias interessadas em “adotar” áreas do hospital. a criação do SUS, tivemos um grande problema, A estratégia remete aos primórdios da Santa porque vivemos num País que destina poucos re- Casa, em que a nobreza ajudava a financiar o cursos para a Saúde, mas quer ter uma legislação hospital. “O Pavilhão Conde de Lara, por exemcomo a da Finlândia”, critica o superintendente. plo, é fruto da doação deste nobre paulistano”, Kalil Rocha Abdalla, da santa casa: Além da equação desequilibrada de remuneração X relembra o superintendente. Novo hospital privado em prédio destinado a hotel, na atendimentos, a Santa Casa também passou a convi- Os nobres também tinham por hábito deixar região central de São Paulo ver com a sobrecarga de outros Estados e até mesmo uma parte da herança para a Santa Casa. Com de outros países. “Muitas cidades e Estados burlam a isso, ao longo do tempo, a Irmandade tornou-se lei do SUS. Eles ficam com os recursos, mas trazem proprietária de mais de 500 imóveis, que ajudaos pacientes para serem atendidos aqui. Além disso, vam a subsidiar os serviços. “Antes da legislação os bolivianos e colombianos que vieram tentar uma do SUS, havia o INPS (Instituto Nacional de condição de vida melhor no Brasil ou até mesmo os Previdência Social), que determinava que apeque receberam um determinado diagnóstico e per- nas quem trabalhasse com carteira assinada teria ceberam que não teriam condições de se tratar em acesso ao serviço. Com isso, a Santa Casa tinha seu país são atendidos agora na Santa Casa. Isso por- uma parte de atendimentos destinada aos nãoque a lei do SUS diz que o sistema é universal para contribuintes ou indigentes. O Hospital Santa quem estiver no território nacional, independente da Isabel, por exemplo, só tinha o 9° andar de atenorigem”, explica Forte. dimento privado e destinava os restantes para o No setor público, uma parceria com o governo INPS. Com a mudança da legislação e o aumendo Estado melhorou a remuneração. “Agora, tra- to dos custos da medicina, hoje a renda com os balhamos com um contrato de gestão, que reco- imóveis custeia apenas 5% dos atendimentos.” nhece metas qualitativas e quantitativas. A anti Antônio carlos forte, da santa casa: ga tabela era muito cruel, porque só remunerava Novos tempos, nova gestão Atendimento privado de ser ampliado até chegar quantidade, independente de o hospital salvar ou Com tantos desafios trazidos por mudanças na práa 20% do total matar o paciente”, compara. tica assistencial e na legislação, foi necessário mudar O modelo adotado por São Paulo santa casa de são paulo prevê visitas trimestrais às instituições, em que são avaliados in- Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, instituição filantrópica e particular, oferece aos seus pacientes 2 mil leitos distribuídos em sete dicadores como índice de infecção hospitais (Hospital Central, Hospital Santa Isabel, Hospital São Luiz Gonzaga, Hospital Geriátrico e de Convalescentes D.Pedro II, Centro de Atenção hospitalar, satisfação medida pelo Integrada à Saúde Mental, Hospital Geral de Guarulhos “Prof. Dr. Waldemar de Carvalho Pinto Filho” e Hospital Estadual de Francisco Morato “Prof. Serviço de Atendimento ao Cliente Carlos da Silva Lacaz”, os três últimos, resultados de parceria com o Governo do Estado de São Paulo). Além disso, a Santa Casa conta ainda com três centros de atendimento médico – Ambulatório de Especialidades Dr. Geraldo Bourroul, Pronto Atendimento Maria Dirce e Centro de Saúde Escola (SAC) e humanização. Só recebem a Barra Funda “Dr. Alexandre Vranjac”. remuneração integral as instituições Centro Escola Policlínica Policlínica Policlínica Ambulatório INDICADORES - SERVIÇOS AMBULATORIAIS que atingirem pelo menos 90% da S. Barra Funda Paraíso * São João * Maria Dirce Geraldo Bourroul meta. “Com isso, nossa receita fica 1967 2008 2008 2003 2005 Fundação mais previsível. Isso é especialmen62 172 177 240 265 Funcionários contratados (CLT) te importante para hospitais como Todas, exceto: Medicina de Tráfego, Medicina Legal e Radioterapia Especialidades médicas atendidas o nosso, em que os custos fixos são 38.282 129 13.822 8.530 254.748 Número de atendimentos totais (Total do ano) altos e a folha de pagamento repre2,026 1.078 5.337 6.258 Exames de imagem por mês (Média Anual) 537 1.631 6.846 30.482 Exames Laboratoriais por mês nas unidades hospitalares senta quase 70% dos gastos.” 3.197.525 Faturamento em 2007 A Secretaria do Estado de Saúde Fonte: Irmandade Santa Casa de São Paulo *Não completou um ano

1 3 - revis­taFH.com.br

lay_raio_x 13

10/14/08 4:14:29 PM


raio x

também a gestão. O novo modelo está sendo implementado pelo provedor recém-eleito, Kalil Rocha Abdalla. “A idéia é implantar a Governança Corporativa”, conta Abdalla. A mudança inclui também a remuneração por desempenho. “Se a idéia nova funcionar, vai pegar”, sintetiza. “É uma mudança grande na administração, que trabalhava com o mesmo modelo há 400 anos. A Governança Corporativa também deve ajudar a atrair mais parceiros para adotar serviços da

Santa Casa, já que aumenta a transparência e a eficiência da gestão”, analisa Forte. Conhecimento da Santa Casa para dar início ao novo modelo de gestão não falta a Abdalla. Servindo à Irmandade há 20 anos, o novo provedor já foi procurador da Administração Imobiliária, Mordomo e Procurador Jurídico. Neste período, remanejou os serviços administrativos para ampliar a área de atendimentos do hospital. “Tiramos a tesouraria do prédio central

e abrimos uma enfermaria. Depois foi a vez do departamento de Recursos Humanos dar lugar a uma nova área médica, e assim por diante.” No planejamento traçado para os próximos 15 anos, deverão ser mantidos apenas os imóveis alugados que trazem boa renda, como o que abriga hoje uma das lojas do Magazine Luiza, e outros devem ser vendidos ou trocados por instalações mais próximas aos hospitais, para que os serviços possam ser ampliados. Hospital São Luiz Gonzaga

Hospital Santa Isabel Hospital Geral de Guarulhos Hospital Francisco Morato

Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental

Hospital de Convalescentes D. Pedro II

santa casa de são paulo Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, instituição filantrópica e particular, oferece aos seus pacientes 2 mil leitos distribuídos em sete hospitais (Hospital Central, Hospital Santa Isabel, Hospital São Luiz Gonzaga, Hospital Geriátrico e de Convalescentes D.Pedro II, Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental, Hospital Geral de Guarulhos “Prof. Dr. Waldemar de Carvalho Pinto Filho” e Hospital Estadual de Francisco Morato “Prof. Carlos da Silva Lacaz”, os três últimos, resultados de parceria com o Governo do Estado de São Paulo). Além disso, a Santa Casa conta ainda com três centros de atendimento médico – Ambulatório de Especialidades Dr. Geraldo Bourroul, Pronto Atendimento Maria Dirce e Centro de Saúde Escola Barra Funda “Dr. Alexandre Vranjac”. Hospital Francisco Morato

Hospital Geral de Guarulhos

Hospital D. Pedro II

2008 108 10

2000 307 18

1885 504

19 6 393

14 6 1.394

103 296 148

12.534 1.557 476

12.652 2.064 10.244

182.008 9.979 42.908

CAISM

1998 59

526

223

10

959 181

Hospital São Luiz Gonzaga

Hospital Santa Isabel

1904 179 6

1972 115 15

8 8 1,070

2 6 663 1.655 6.655 671 416

19.054 933 355

Hospital Central 1884 700 32 2 25 37 3.950 29.830 2.574 2.067 98 50 184

Todas, exceto: Medicina de Tráfego, Medicina Legal e Radioterapia

27.890

20.098.147

2.901 3.963.953

359.068 7.904 36.021 336.618

153.990 5.291 18.249 83.281.485

763.539 21.206 122.186 188.206.063

INDICADORES - HOSPITAIS

Fundação Leitos (Média Anual) Leitos UTI Geral Leitos UTI Cardiovascular Leitos UTI Pediátrica e Neonatal Salas cirúrgicas Funcionários contratados (CLT) Médicos Credenciados (HSI) Atendimentos por mês no Pronto-Socorro (Média Anual) Internações/mês (Média Anual) Cirurgias por mês (Média Anual) Cirurgias cardíacas/mês Procedimentos/mês Hemodinâmica Procedimentos/mês em Neurorradiologia Intervencionista Especialidades médicas atendidas Número de atendimentos totais (Total do ano) Exames de imagem por mês (Média Anual) Exames Laboratoriais por mês nas unidades hospitalares Faturamento em 2007

Fonte: Irmandade Santa Casa de São Paulo

1 4 - revis­taFH.com.br

lay_raio_x 14

10/14/08 4:15:02 PM


Untitled-1 1

10/14/08 4:23:11 PM


.COM

Crise não impede especulações Opiniões Leia e discuta com nossos colunistas foto: caroline Bitencourt

Neste último mês, foi impossível ignorar dois fatos: a crise econômica e a suposta aquisição entre Medial e Amil. Não quero que pareça perseguição, pois no último mês, tratei das mesmas operadoras de saúde. Contudo, é inevitável comentar aquilo que mais gerou acesso no portal. Depois que o mercado especulou uma possível compra da Medial pela Amil, além de um aumento do preço das ações de ambas, sem precedentes, ambas trataram de desmentir. De fato, não houve nenhuma aquisição até o momento. Apenas uma troca de notas de esclarecimento, que recheou o Saúde Business Web. Primeiramente, a Medial anunciou que se posicionava como “compradora” e que tem potencial para comprar inclusive a Amil. Em seguida, fontes informaram que Amil compraria a Avimed. Fato que logo foi desmentido pela própria empresa. Mas agora, com a crise econômica originada nos Estados Unidos, que não poupou ninguém, nem mesmo o setor de Saúde, as aquisições e promessas de ampliações foram congeladas, já que, com a alta do dólar, o momento passou a ser apenas para reflexão e revisão de objetivos.

patricia santana: estagiária da unidade setores e negócios/ saúde psantana@itmidia.com.br

Boa leitura! participe você também e comente estes e outros temas em: www.saudebusinessweb.com.br * a repórter Katia cecotosti está em licença maternidade e volta na edição de dezembro.

Webcast Entrevista conheça os resultados das oss´s em são paulo Confira a entrevista com o assessor da Secretaria Estadual de Saúde, João Batista Rizek, sobre o modelo de parceria público-privada na Saúde adotado em São Paulo desde 1998 - as Organizações Sociais de Saúde (OSS´s). ASSISTA outras entrevistas no

www.saudebusinessweb.com.br

1 2 3 4 5

As 10 mais clicadas 6 7 8 9 10

mercado especula a compra da medial pela amil

Diretriz da medial é ter rede própria em todas as praças

amil pode comprar Grupo avimed

por que a competição no setor de saúde não está funcionando?

comunicado oficial: medial diz que pode comprar amil

sp: saúde estadual abre 330 vagas para enfermagem

três empresas de ti se unem pela saúde

em nota oficial, avimed diz que não está à venda

medial lança o total laboratórios com aporte de r$ 7 milhões

1 6 - revis­ taFH.com.br

lay_com 16

fleury anuncia aquisição do campana

Devolução de honorários médicos a paciente evita processo judicial? Confira o artigo do advogado Antonio Ferreira Couto Filho sobre questões judiciais em saúde, envolvendo erros médicos e acordos entre os profissionais e os pacientes. relação opme, operadoras de saúde, você e o doutor Para o diretor comercial do Hospital Santa Paula, Roberto Schahin, o hospital e o médico devem escolher conjuntamente os fornecedores de materiais especiais. viabilidade técnica do risco em seguradoras especializadas em saúde Confira o artigo do diretor administrativo do Grupo ASSIM, Douglas Trindade, que questiona o impedimento cultural de que as seguradoras observem a assistência por meio da gestão dos riscos e não apenas da vida. redes de relacionamento virtuais e informações médicas Em artigo, o economista e especialista em sistemas de informação, Celso Henrique Poderoso de Oliveira, defende que é preciso ter mais cautela na disponibilização de informações médicas on-line. portabilidade: como ficam os planos de saúde? Confira o artigo da coordenadora geral do escritório de Advocacia Dagoberto J.S. Lima, Aureane Rodrigues da Silva, sobre os efeitos da portabilidade proposta pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nas operadoras. empresa saudável se faz com corpos e mentes em sintonia Em artigo, o superintendente do Hospital Brasília, Erickson Blun, conta as estratégias para gerir a saúde dos funcionários. alta tecnologia auxilia evolução da medicina e amplia a qualidade Confira o artigo do diretor de P&D da CommScope Enterprise, Luc Andriaenssens, sobre tecnologia em saúde. parto normal ou cesárea: a opinião de um clínico Em artigo, Antonio Carlos Lopes, da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, diz porque é contra os incentivos do Ministério ao parto normal.

10/14/08 2:33:49 PM


A voz dos leitores

Dê sua opinião em nossa enquete on-line e confira o resultado aqui. Toda semana um novo tema.

Você acredita que é viável hospitais concorrentes participarem de um projeto de colaboração? Não vejo os hospitais com um projeto colaborativo, sem nenhuma perda.

Acredito que a colaboração e junção de esforços são as chaves para manter a competitividade.

11,11%

27,78%

Sim, os modelos de gestão estão mudando.

55,56%

Não, a colaboração é mais interessante no setor farmacêutico.

5,56%

Fusão cria nova empresa de TI em saúde

Imagem: SnapVillage

Ana Paula Martins – amartins@itmidia.com.br Para fazer frente ao crescimento da concorrência no setor de TI em saúde, a RGM do Brasil e a Infosaúde, ambas de Porto Alegre (RS), resolveram unir esforços e criar uma nova empresa: a CIA Salux. Especializadas em soluções de gestão clínica e gestão hospitalar, as empresas pretendem aumentar sua participação no mercado e, com isso, ter um crescimento de 40% no faturamento já este ano. "Percebemos que havia uma sinergia entre as duas companhias, e vimos que tínhamos muito mais a ganhar nos unindo ao invés de concorrer", afirma o diretor administrativo e comercial da Salux, Ricardo Pigatto. O executivo era o diretor geral da RGM do Brasil. O diretor de negócios e projetos da Infosaúde, Fabrício Colvero Avini, será o diretor técnico e de negócios da Salux.

Para atuar no mercado, a Salux terá um portfólio único, composto pelas soluções das duas empresas. A aposta maior será no segmento hospitalar, com a solução Vegga Hosp Manager. A força de vendas também passará por mudanças. Além de reunir as sete representações que trabalhavam com a Infosaúde, a área de vendas também contará com um reforço extra. As 22 franquias ligadas à RGM do Brasil passarão a integrar o quadro societário da empresa. "Com essa estratégia pretendemos incrementar as vendas, fortalecendo nossa presença e criando pólos da CIA Salux no Brasil", enfatiza o executivo. A área de suporte técnico também será unificada. A empresa já estuda novas parcerias. "Esse é só o começo da mudança", finaliza Pigatto.

1 7 - revis­taFH.com.br

lay_com 17

10/14/08 2:34:10 PM


.COM

Medial lança o Total Laboratórios

com aporte de R$ 7 mil Da redação / Colaborou Patricia Santana – psantana@itmidia.com.br Depois de lançar a marca Viva Medicina Diagnóstica, focada no atendimento da população de alta renda, a nova aposta da Medial Saúde é a Total Laboratórios. Com investimentos da ordem de R$ 7 milhões na remodelação das unidades, aquisição de equipamentos e treinamento de profissionais, a nova marca da operadora prevê atingir a base de clientes da Medial, hoje de cerca de 1,5 milhão de beneficiários. "Teremos a mesma base tecnológica da Viva. A única diferenciação será o tipo de conforto ofertado para cada uma. Nesta nova aposta, queremos atingir as demais classes, que antes não atingíamos, como a classe B", conta do diretor de mercado da UN Diagnósticos, vertical do segmento da operadora, Gilmar Marques. Com nove unidades próprias e localização em dez hospitais e 28 centros médicos, existe uma expectativa da Total ampliar o atendimento da UN que hoje é de cerca de 4 mil pessoas por dia e realizar 700 mil

exames por mês. "Estamos na zona sul, leste e no ABC paulista com esta marca. Queremos expandir para o Rio de Janeiro e Brasília", diz o diretor. De acordo com Marques, o atendimento da Total será baseado no pilar da humanização. "A equipe médica e técnica foi treinada para tratar o paciente de uma forma personalizada, o que eleva a qualidade assistencial", conta. Além disso, a empresa já conta com Picture Archiving and Communication System (PACS) e Radiology Information System (RIS) em todas as unidades. A idéia é de que esta nova marca atenda em 50% os beneficiários da própria Medial e os outros 50% serão destinados às demais operadoras de saúde. Com isso, a UN Diagnósticos - unidade de medicina diagnóstica da Medial - amplia a estratégia de atendimento, que conta com o apoio da Amcare Labs International, do Johns Hopkins Medicine International.

Reeleição de presidente de cooperativa pode ser proibida O Projeto de Lei 3810/08, da deputada Maria Lúcia Cardoso (PMDB-MG), proíbe a reeleição para presidente e vice-presidente de sociedades cooperativas. De acordo a deputada, estes cargos são ocupados por longos períodos de tempo, o que pode comprometer a transparência e a eficiência da sociedade cooperativa. A proposta acrescenta dispositivo na Política Nacional do Cooperativismo (Lei 5.764/71). Segundo a lei, o mandato do diretor

ou do conselheiro é de até quatro anos, sendo obrigatória a renovação de, no mínimo, um terço do Conselho de Administração da cooperativa. A nova proposta prevê que ao término do mandato de quatro anos seja proibida a reeleição dos ocupantes dos cargos de presidente e de vice-presidente. O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Blogs Leia e discuta com nossos blogueiros os assuntos mais quentes do mês Glauco Michelotti ÚLTIMO POST: Soturnos Setembros Glauco Michelotti é CEO do Grupo BEM, formado em Matemática e com MBA em Mercados de Capitais. Claudia Goulart ÚLTIMO POST: Câncer de próstata na mira Claudia Goulart é presidente da GE Healthcare para a América Latina. Pedro Fazio ÚLTIMO POST: Saúde suplementar – Futuro e Estratégia Pedro Fazio é economista e diretor da Fazio Consultoria. João Carlos Bross ÚLTIMO POST: Cuidando da saúde das empresas João Carlos Bross é arquiteto e presidente da Bross Consultoria e Arquitetura. Ildo Meyer ÚLTIMO POST: Fazem porque sabem e porque querem fazer Ildo Meyer é palestrante motivacional e médico com especialização em anestesiologia e pós-graduação em Filosofia Clínica pelo Instituto Packter. Marilia Ehl Barbosa ÚLTIMO POST: E a celeuma continua... Marilia Ehl Barbosa é presidente da UNIDAS – União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde. Roberto Latini ÚLTIMO POST: O jogo mudou Roberto Latini é diretor da Latini & Associados e irá abordar as regulações do setor de Vigilância Sanitária. Blog da redação ÚLTIMO POST: Ganhamos prêmio “Parceria na busca pela Excelência” As notícias de bastidores e os comentários dos jornalistas do Saúde Business Web.

1 8 - revis­ taFH.com.br

lay_com 18

10/14/08 2:36:44 PM


Mercado especula a compra da Medial pela Amil Em setembro, uma reportagem publicada na revista Exame despertou a atenção dos gestores da saúde. A reportagem dava como certa a compra da Medial Saúde pela Amil. Embora as assessorias de imprensa neguem a informação, o mercado diz que a compra vem sendo estudada há três meses, quando a Medial concluiu a compra do Grupo Saúde por R$ 17 milhões. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente da Medial, Emílio Carazzai, disse que não existe conversa entre Amil e Medial.

"Não minto. Omito descaradamente quando há informações sigilosas. Nesse caso posso dizer que não há nenhum tipo de conversa entre Medial e Amil. A Medial não está à venda", disse o executivo ao jornal. Fontes do mercado acreditam que, por outro lado, a informação pode ter sido plantada na imprensa para aumentar o preço das ações das operadoras na bolsa de valores, que tem registrado fortes quedas no últimos dias. Com a especulação, o preço das ações da Amil,

por exemplo, abriu o mercado no dia 18 de setembro com uma alta de 6%, sendo que a operadora fechou o mercado com baixa de 14,52% no dia 17. O preço das ações da Medial encerrou o dia 17 em uma alta de 0,18% e abriu o mercado no dia seguinte em alta de 3,28%. Em resposta às especulações, a Medial enviou uma nota de esclarecimento, dizendo que “mantém contato com fontes de financiamento para obter o capital necessário para a compra de empresas de grande porte”.

Dois em cada três erros médicos Amil vai às compras

na rede pública são evitáveis

A Amil Participações acaba de adquirir a compra total da Casa de Saúde Santa Lúcia, da zona sul do Rio de Janeiro, por R$ 60 milhões. O valor será pago progressivamente, sendo R$ 1 milhão na assinatura da Promessa de Compra, R$ 7 milhões na data de fechamento do contrato definitivo e o restante em 36 parcelas mensais e consecutivas, sendo a primeira parcela devida 30 dias após o fechamento do contrato definitivo, assinado ontem, 18. A Santa Lúcia possui imóveis avaliados a valor de mercado em aproximadamente R$ 50 milhões, sendo R$ 20 milhões do complexo hospitalar e R$ 30 milhões de imóveis não-operacionais. Após o término do processo de inventário, será proposto ao Conselho de Administração da Amilpar a venda desses ativos não-operacionais a valor de mercado. A Amil ainda não possuía hospitais nesta área, tornando a aquisição estratégica em termos operacionais. Assim, a operadora reforça a verticialização regional. O hospital possui 75 leitos, sendo 16 em UTI. No ano de 2007, o faturamento foi de R$ 27,8 milhões e o caixa totalizava R$ 5 milhões. Atualmente, cerca de 15% do faturamento da Santa Lúcia refere-se ao atendimento de beneficiários da Amilpar. O anúncio da aquisição vem logo depois dos boatos de que a Amil iria adquirir a Medial Saúde.

Uma pesquisa recente da Escola Nacional de Saúde pública da Fiocruz acaba de identificar que 66,7% dos erros médicos ocorridos nos hospitais públicos brasileiros são evitáveis, o que representa dois em cada três erros. Este percentual é elevado se comparado a outros países, como França (27,6%), Canadá (37%) e Dinamarca (40,4%). O estudo, que avaliou três hospitais públicos no Rio de Janeiro em 2003, detectou uma incidência

Imagem: SnapVillage

de 7,6% de eventos adversos, sendo que a maioria dessas ocorrências poderia ter sido prevenida. Essa incidência, conforme atesta a pesquisa, é similar à encontrada em estudos internacionais. O levantamento mostra também que os procedimentos cirúrgicos eram a origem mais freqüente desses eventos, respondendo por 36,2% do total de casos registrados. Já os locais com maior incidência foram as enfermarias, com 48,5% das ocorrências, ou seja, quase a metade.

1 9 - revis­taFH.com.br

lay_com 19

10/14/08 2:37:05 PM


.COM

Fleury anuncia aquisição do Campana Ana Paula Martins – amartins@itmidia.com.br da intermediária, o Fleury planeja abrir 12 novas unidades do Campana nos próximos 12 meses na Grande São Paulo, o que totalizará 22 unidades de atendimento da marca. Com a estratégia de atingir também o público que não conta com a cobertura de planos de saúde, o grupo irá expandir a rede de atendimento do Campana Fácil, programa que provê serviços de diagnóstico a preços tabelados. "O Campana Fácil será implantado em unidades localizadas em regiões com alta demanda por serviços diagnósticos e com o perfil do público-alvo", destaca. Com foco em crescimento, o Fleury planeja superar a marca de R$ 1 bilhão em receita já em 2010. "O crescimento será tanto orgânico como por aquisições. Estamos sempre estudando o mercado e identificando oportunidades, mas com critérios rigorosos. Comprar uma empresa não é um processo simples", assinala o executivo.

Foto: Divulgação

O grupo Fleury anunciou mais uma aquisição. O alvo dessa vez foi o Centro de Medicina Diagnóstica Campana, de São Paulo. O valor da negociação não foi divulgado. Com a nova compra, a 20ª do grupo desde 2002, o Fleury soma R$ 43 milhões à sua receita anual, com estimativa de encerrar 2008 com receita bruta de R$ 720 milhões. "A aquisição do Campana complementa nossos negócios, pois nos permite atuar com foco nas classes C e D", analisa o presidente do grupo, Mauro Figueiredo. A compra do Campana acontece um ano após a renovação do contrato de acordo operacional entre as duas empresas, que durou quatro anos. Nesse período o Fleury assumiu a gestão do Campana. "Esse modelo não nos pareceu o mais interessante, por isso optamos pela compra da empresa", pontua Figueiredo. Para intensificar a presença no segmento de ren-

Hapvida adquire plano de saúde de Maceió Da redação / Colaborou Patricia Santana – psantana@itmidia.com.br Com o foco na consolidação do mercado de Alagoas, a operadora de Saúde Hapvida acaba de realizar uma fusão com o plano de saúde São Lucas, de Maceió. O plano adquirido conta com uma carteira de 6 mil clientes na região e passará a operar a partir de outubro com a nova bandeira. Juntamente com a fusão, a Hapvida também está construindo um hospital em Maceió, que será concluído em outubro deste ano. "Depois de uma negociação de três meses, conseguimos fechar o acordo e iniciaremos em breve as campanhas publicitárias regionais. A idéia é verticalizar cada vez mais as operações", conta a diretora de marketing da Hapvida, Simoni Varella. Os dados de investimentos não foram revelados. No entanto, a diretora informou que no

início do ano, a Hapvida tinha uma carteira de 500 mil vidas. Porém, encerrou o primeiro semestre com 650 mil beneficiários. "Até o final do ano queremos alcançar a meta de 800 mil vidas. Para isso, continuaremos com a expansão da verticalização e consolidação do mercado de Pernambuco", diz. Segundo Simoni, com a vinda de operadoras da região Sudeste para o Norte e Nordeste, como foi o caso da compra do Grupo Saúde, de Pernambuco, pela Medial Saúde, o mercado se torna ainda mais pulverizado, o que requer trabalho constante. "Temos 80 mil vidas em Pernambuco, mas o nosso grande desafio é nos consolidarmos neste mercado. Por isso, aproveitaremos as oportunidades de negociações que surgirem", antecipa. Até o final deste ano, a Hapvida deve ter uma

rede própria de 14 hospitais, sete unidades de pronto atendimento, 39 clínicas médicas e 36 empresas de diagnóstico. "No último mês, inauguramos seis unidades no Norte e Nordeste", pontua. Com a expectativa de um crescimento de 30% no faturamento, em relação ao ano passado, a operadora aumentou em 50% a rede própria se comparada com 2007, o que reafirma o processo intenso de verticalização. "Com o aumento do poder aquisitivo da classe C - dados do mercado apontam que existem 50 milhões de pessoas que podem comprar planos de saúde - o mercado do Norte e Nordeste tem sido a aposta das grandes operadoras. Por isso, trabalharemos na consolidação da Hapvida na região, que por si só já é continental", conclui.

2 0 - revis taFH.com.br

lay_com 20

10/14/08 2:37:27 PM


Untitled-1 1

10/14/08 4:24:09 PM


.COM

Três empresas de TI se unem pela Saúde Da redação / Colaborou Patricia Santana – psantana@itmidia.com.br Um médico acaba de fazer um procedimento com bomba de infusão no primeiro andar do hospital. O hospital está cheio e, no segundo, um outro profissional precisa fazer o mesmo, mas não encontra um aparelho disponível. Quanto tempo você gasta procurando este equipamento? Mesmo sem a resposta precisa sobre o tempo consumido, este tipo de vivência é uma realidade no ambiente médico-hospitalar. E foi pensando neste gargalo que a DMI, integradora de sistemas, a Cisco, fornecedora de rede e a AeroScout, fabricante de soluções wireless, anunciaram uma parceria estratégica focada no setor de Saúde. De acordo com o presidente da DMI, Carlos Gurgel, a nova solução faz parte da idealização de buscar parceiros para "uma solução em cima de uma infraestrutura de rede, que traga produtividade". Basicamente, a tecnologia AeroScout's Unified Asset Visibility, fruto da aliança entre as três empresas, é uma solução de visibilidade e monitoramento em tempo real. "Trata-se de uma etiqueta de identificação por radiofreqüência (RFID) que é colocada nos equipamentos ou qualquer outro ativo da instituição, que pode ser localizada via wireless e o sistema pode acusar a posição exata de onde ele está e do status dele conforme a programação pré-determinada no sistema", explica Gurgel. Mais do que isso, a solução pode ser usada para identificar móveis, remédios, e outros ativos que são móveis. De forma que se houver alguma tentativa de roubo ou encaminhamento para uma área fora do pré-determinado, automaticamente o sistema pode enviar uma mensagem via sistema para o gestor, comunicando a infração. Para o vice-presidente e diretor de gerenciamento da América Latina da AeroScout, Ricardo Berrios, esta solução pode trazer vantagens mensuráveis do ponto de vista da produtividade e traz consigo duas vantagens competitivas. "O Hospital pode reutilizar esta solução com diferentes aplicações, ou seja, o wireless pode ser usado não somente na rastreabilidade, como também em ramais, por exemplo. E o software se integra com os outros sistemas de gestão e informação já usados nos hospitais", pontua Berrios. Ainda segundo o vice-presidente, no Saint Vicent´s Hospital, da Austrália, depois da imple-

mentação desta solução, uma pesquisa feita com a instituição apontou que o tempo das enfermeiras na beira do leito aumentou em 20%. Além disso, foi possível realizar uma cirurgia a mais por dia, por conta da agilidade do posicionamento da aparelhagem. "Mais do que isso, dados de mercado apontam que é possível economizar US$ 400 mil em um ano com esta solução", complementa o executivo da AeroScout. Segundo Gurgel, inicialmente será feita uma implementação piloto em um hospital de São Paulo, que deve ocorrer ainda em outubro. Porém, a expectativa é de fechar o ano com uma aderência de 10 hospitais. "A perspectiva de mercado para este novo produto é boa, principalmente nos hospitais que estão atrelados à operadoras de saúde, pois há uma cobrança muito maior diante da eficiência dos processos. No entanto, pretendemos ter um público composto tanto por instituições privadas quanto públicas", pontua. Para o líder para Saúde, Governo & Segurança Pública em países emergentes da Cisco, Luiz Serra, uma solução como esta transforma recursos limitados em produtividade. "Uma pesquisa da Forester Research mostra que 65% das enfermeiras entrevistadas gastavam entre 20 minutos e uma hora procurando outros profissionais da saúde dentro de um hospital. E 84% das entrevistadas indicaram que isto prejudicava o atendimento aos pacientes. Então, esta solução é uma premissa de mercado que foi identificada", diz Serra. Com relação ao investimento para este tipo de tecnologia, o presidente da DMI diz que é variável. "Tudo depende das redes que a instituição já utiliza. Além disso, hospitais que já possuem tecnologia Pacs não precisam fazer um aporte muito alto", conta Gurgel. Hoje, a vertical de saúde representa 15% do faturamento da DMI e a previsão de crescimento para este ano é de 70% somente na unidade de Saúde. "Tenho um equipe dedicada somente para a saúde, com especializações para este público. Como o Brasil está cada vez mais notando a importância da TI nos cuidados de Saúde, acredito em um crescimento constante nesta vertical", conclui Gurgel.

GE Clinical Systems entra no segmento de home care A GE Healthcare Clinical Systems está explorando um novo mercado: o de monitores para home care. O público alvo da empresa são os idosos que moram sozinhos. A GE fechou um acordo com a Living Independently Group Inc, empresa especializada em sistemas de monitoramento wireless para distribuir os monitores e desenvolver novos aplicativos. De acordo com dados da companhia, hoje o segmento movimenta US$ 500 milhões, com potencial para em 10 anos chegar a US$ 5 bilhões. Os monitores, que ficam acoplados nas paredes, acompanham os movimentos dos idosos e emitem alertas em caso de quedas ou emergências médicas que são reportado a uma central de cuidados. A companhia acredita que a distribuição dos monitores e a pesquisa para o desenvolvimento de novos aplicativos serão uma das principais diretrizes para o crescimento da empresa no segmento de home care. A GE Global Research também vai trabalhar para desenvolver monitores que registrem o peso e a pressão sangüínea por meio dos movimentos dos idosos, além de outros dados úteis no gerenciamento de doenças.

Fenam quer fundo nacional de saúde para Rio de Janeiro e Pernambuco Para garantir a melhor qualidade na rede pública de saúde nos estados do Rio de Janeiro e de Pernambuco, a Federação Nacional dos Médicos pretende propor a criação de um fundo nacional de saúde. De acordo com o secretário geral da Fenam, Mário Lins, os dois estados concentram a maior rede de atenção em saúde pública no país, e por isso, precisam de mais recursos para evitar as crises no setor. A proposta, que ainda está sendo debatida na entidade, será entregue a senadores e deputados federais para que um Projeto de Lei seja criado. Lins ainda defende a necessidade de aprovação da Emenda Constitucional 29, que determina o percentual de arrecadação de municípios, estados e União a ser destinado para saúde. De acordo com a entidade, o Sistema Único de Saúde necessita de R$ 109 bilhões, enquanto o orçamento para este ano foi de R$ 44 bilhões.

2 2 - revis taFH.com.br

lay_com 22

10/14/08 2:37:39 PM


Untitled-1 1

10/14/08 4:24:54 PM


espaço juridico

Rodrigo Alberto Correia da Silva

Foto: Divulgação

Turismo Médico no Brasil O turismo médico, ou mais adequadamente as viagens de saúde, são hoje um dos grandes filões de negócios decorrentes da globalização. O tema foi discutido recentemente em seminário da Câmara Britânica de Comércio (Britcham) e levantou números impressionantes. Só em 2007, cerca de 1 milhão de pacientes gastaram US$ 3 bilhões na Tailândia, Cingapura e Índia em busca de tratamento médico. A perspectiva é de acentuado crescimento, pois nos países desenvolvidos os altos custos de tratamentos têm levado as pessoas a buscarem outras regiões com a mesma qualidade e menor custo. A busca de tratamento off-shore é impulsionada por fatores mais ou menos preponderantes, dependendo do país. Nos países em que o sistema de saúde é predominantemente público, como Canadá e Reino Unido, a busca ocorre devido às longas filas para receber tratamento eletivo ou de menor urgência. Nos países em que o sistema é eminentemente privado, como nos EUA, temos um grande contingente de pessoas sem seguro ou plano de saúde e as próprias seguradoras ou operadoras têm visto o tratamento off-shore como alternativa para a redução de custos com sinistros e cirurgias. Considerando que estes fatores só tendem a se acentuar, o mercado de turismo médico vai crescer mundialmente, sendo uma grande oportunidade para os países que estiverem aptos a aproveitá-la. São requisitos necessários para ser um destino de viagens médicas: • Fluência das pessoas envolvidas em línguas estrangeiras; • Atualização tecnológica de equipamentos, materiais, medicamentos e instalações no nível que os viajantes têm em seus países de origem; • Qualificação internacional do corpo clínico; • Certificação internacional do serviço de saúde; • Facilidade de pagamento, comunicação, chegada ao destino dos procedimentos, conforto para o paciente e sua família durante a estadia e recuperação; Alguns diferenciais são inatos no Brasil, como receptividade, calor humano e pontos turísticos. Temos também como diferencial os médicos altamente capacitados e internacionalmente reconhecidos, além de uma excelente

infra-estrutura hospitalar e de turismo. Porém, alguns desafios devem ser superados: o caos urbano, a falta de segurança e uma imagem internacional ainda pálida e ligada ao amadorismo e falta de seriedade, mesmo que de forma injusta. Programas públicos e iniciativas privadas para o desenvolvimento deste mercado no Brasil, até o momento, foram isolados, desarticulados e inconsistentes, gerando poucos frutos. Porém, os atores públicos e privados estão buscando maior articulação e cooperação mútua. O setor público deve se envolver nestes esforços, viabilizando um arcabouço regulatório e de serviços públicos eficientes para suportar a iniciativa privada e também induzir investimentos. O interesse público nestas iniciativas é inegável, pois ganhar este mercado significa mais recolhimento de impostos, geração de trabalho, investimentos sustentáveis em infra-estrutura hospitalar e formação profissional. Isso resultará na redução e pulverização de custos fixos na saúde. Do ponto de vista jurídico, estas iniciativas pioneiras geram demandas desde a estruturação tributária de prestações de serviços internacionais aos diversos mecanismos de contratação internacional e de formalização de parcerias, além da avaliação dos riscos de responsabilização dos atores nacionais em casos de danos. É necessário um sistema jurídico que proteja os envolvidos, garanta o cumprimento das obrigações das partes e gere eficiências adicionais à operação deste negócio, o que contribui enormemente para o desenvolvimento e perenidade dos resultados que certamente virão. Rodrigo Alberto Correia da Silva é sócio do escritório Correia da Silva Advogados, presidente dos Comitês de Saúde da Câmara Britânica de Comércio (BRITCHAM) e da Câmara Americana de Comércio (AMCHAM), advogado de diversas associações de classe e empresas de produtos e serviços de saúde e Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e autor do livro “Regulamentação Econômica da Saúde” – rodrigo@ correiadasilva.com.br

2 4 - revis­taFH.com.br

lay_juridico 24

10/13/08 4:33:33 PM


De 14 a 17 de setembro, a IT Mídia realizou em Comandatuba (BA) a 6ª edição do Saúde Business Forum. Neste ano, o tema foi Colaboração nos Negócios. O evento teve o professor de estratégia da Fundação Dom Cabral, Luis Augusto Lobão, como keynote speaker e contou com um painel de Colaboração na Prática, com apresentações da Incrementha, representada por seu diretor administrativo e financeiro, Mario Souto; projeto DNDi, representado por sua líder para América Latina, Carolina Larriera; e Programa Saúde em Casa, representado pelo Superintendente de Atenção à Saúde, da Secretaria Estadual da Saúde de Minas Gerais, Marco Antônio Bragança de Matos. A novidade ficou por conta das dinâmicas. Este ano, nossos convidados propuseram um novo caminho para o setor de saúde, baseados em pilares como Governança e Gestão, Gestão da Informação e Tecnologia e Viabilização e Fortalecimento do Sistema Suplementar. O Saúde Business Forum teve patrocinadores Premium: Banco Real, MV Sistemas e White Martins; e Advance: Atrium Telecom, Deloitte, Hospimetal, Intersystems, Johnson & Johnson Medical, Neumann, Salusse, Marangoni, Nortel, Philips, Senac São Paulo, Stryker e WPD. Cobertura: Ana Paula Martins e Cylene Souza, com a colaboração de Patricia Santana Fotos: Glenner Shibata

lay_repcapa_1 25

10/13/08 5:58:45 PM


reportagem de capa

De mãos dadas

Na 6ª edição do Saúde Business Forum, acadêmicos, representantes de organizações não-governamentais (ONG) e órgãos governamentais, executivos de farmacêuticas, hospitais e operadoras mostraram que é possível competir, seguir seus modelos de negócios e, ao mesmo tempo, trabalhar juntos por melhorias no setor de saúde. Confira a cobertura completa!

equipe editorial – editorialsaude@itmidia.com.br

Fotos: Glener

2 6 - revis­ taFH.com.br

lay_repcapa_1 26

10/15/08 4:18:05 PM


P

or que a competição no setor de saúde não está funcionando? Para o professor de estratégia Luis Augusto Lobão Mendes, da Fundação Dom Cabral, os gestores de saúde precisam refletir sobre a pergunta acima e pensar em um novo modelo de negócios. "Em outros setores da economia, a competitividade levou a menos custos, mais produtividade e mais qualidade. Em saúde, vemos os gestores insatisfeitos com o modelo, principalmente quem paga a conta. Neste caso, não há vilão e não é possível identificar o problema ou encontrar a solução olhando só um elo da cadeia", sentencia. Para o professor, o caminho está num novo modelo, com forte influência da internet. "O que temos visto é um conceito que vem impactando a economia, a sociedade e a forma de trabalho das organizações. É uma revolução silenciosa, baseada na internet, mas não restrita a ela, que tem como bases a transparência, o compartilhamento e a ação global." Um exemplo deste movimento é o peer production. "É uma forma de as empresas terem conhecimento e inteligência globais". No Canadá, a mineradora Goldcorp aproveitou-se desta tendência e conseguiu passar de um faturamento de US$ 10 milhões para US$ 9 bilhões. O segredo foi compartilhar as informações sobre suas minas, no programa The Challenge, com qualquer pessoa que pudesse auxiliá-los a encontrar novos pontos de exploração e retirada de ouro. Com a participação não apenas de geólogos, mas também de físicos, matemáticos e militares, foram encontrados 220 novos pontos de retirada e a produtividade aumentou 600%. Seguindo este modelo, também foram criadas redes colaborativas como Connect + Develop, da Procter & Gamble, e Innocentive, uma comunidade on-line, aberta e voltada à inovação, em que empresas postam seus problemas e 130 mil pensadores, com diversas formações e de 175 países, propõem respostas e são remunerados, caso suas idéias sejam aplicadas. O início

Mas por onde começar? Lobão explica que há três níveis de colaboração. O primeiro é interno, com os próprios colaboradores. O segundo busca soluções conjuntas na cadeia formada por fornecedores e distribuidores. O terceiro propõe um novo modelo, em que o cliente co-crie valor para empresa. E, no quarto, não há fronteiras: a colaboração é em massa. Identificado o nível em que a empresa quer

“Um dos principais obstáculos da colaboração é que achamos que muitos dados são confidenciais, mas nossos concorrentes já sabem destes dados“ Luis Augusto Lobão, da Fundação Dom Cabral

começar a adotar a colaboração, o próximo passo é o planejamento da rede colaborativa. "É preciso saber qual o benefício gerado, se há ou não fins lucrativos e se haverá benefícios mútuos, tanto para a empresa quanto para o colaborador." De acordo com o professor, a colaboração não é mais um modelo de negócios que possa ser escolhido e comparado com outros, já que é imperativa. "Neste mundo do conhecimento, estar fora é um risco muito grande para os negócios." Para Lobão, no setor de saúde, a chave está em "aplicar saúde na Saúde". "O caminho é o diálogo franco, para que seja criada uma poupança da saúde, aplicada à redução de custos." Para quem ainda está preocupado com uma possível perda de identidade ou teme o compartilhamento de dados, Lobão desmistifica. "Um dos primeiros obstáculos da colaboração é que achamos que muitos dados são confidenciais, mas nossos concorrentes já sabem destes dados. E acabamos escondendo estas informações de quem precisa saber, como os funcionários. Acredito que é possível que as empresas colaborem e continuem competindo. Elas podem manter alguns dados em sigilo, que são peças-chave de seus negócios, como propriedade intelectual, alguns resultados financeiros e as estratégias de aquisição e financiamento, por exemplo", ensina.

Colaboração na Prática Foco em pacientes negligenciados

A colaboração como ferramenta para o auxílio aos países em desenvolvimento. Esse é o norte das ações do DNDI (sigla em inglês para Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas). A organização tem como objetivo promover a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos voltados para o tratamento de doenças negligenciadas, como Malária, Doença de Chagas e Leishmaniose. "As doenças negligenciadas são as doenças da pobreza, afligem aqueles que não têm condições de investir no tratamento. E por acometerem os mais pobres, não estão entre as estratégias das indústrias farmacêuticas", aponta a representante do DNDI para a América Latina, Carolina Larriera. O mercado mundial de medicamentos movimentou, em 2004, US$ 518 bilhões, sendo as regiões em desenvolvimento, como África e América Latina, responsáveis por apenas 20% desse mercado. Além disso, nos últimos 25 anos, dos 1,5 mil novos medicamentos que surgiram, apenas 20 produtos estavam voltados para doenças negligenciadas. "Há três grandes gargalos para o desenvolvimento de medicamentos para essas doenças. O primeiro é o início das pesquisas, já que poucas farmacêuticas investem nisso; a segunda é a pesquisa de intervenção,

2 7 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_1 27

10/15/08 4:18:22 PM


reportagem de capa

“Por acometerem os mais pobres, as doenças negligenciadas não fazem parte da estratégia de pesquisa e desenvolvimento das indústrias farmacêuticas“ Carolina Larriera, do DNDI

que, por não estarem alinhadas com as estratégias dos laboratórios, acabam não acontecendo; por fim, a distribuição: as novas drogas não alcançam a população necessitada", explica. De acordo com dados da DNDI, hoje a Doença de Chagas atinge 18 milhões de pessoas em todo o mundo, tendo uma população de risco de 100 milhões de pessoas; a Leishmaniose acomete 12 milhões de pessoas, com 350 milhões em risco e a Malária provoca a morte de 1,2 milhão pessoas por ano, com 500 milhões de novos casos durante esse período. Diante desse cenário, a DNDI foi criada com o intuito de promover ações colaborativas entre setor público e iniciativa privada para o desenvolvimento de novos medicamentos para essas doenças. A organização, com sede em Genebra, na Suíça, teve início dentro do Médicos Sem Fronteiras, que ao receberem o prêmio Nobel da Paz, em 1999, decidiram alocar o prêmio de US$ 1 milhão na criação da DNDI. "Os médicos perceberam que mais difícil do que levar o atendimento de profissionais de saúde às populações de risco era conseguir prover o tratamento", relata Carolina. Fundada por meio de sete agentes principais em diferentes locais do mundo, envolvendo a iniciativa privada, como o Instituto Pasteur, da França, e de entidades públicas, entre elas a Fundação Oswaldo Cruz, hoje a organização mantém atividades em cinco escritórios regionais em todos os continentes. O desenvolvimento de novas drogas para as

doenças negligenciadas acontece por meio de parcerias entre entidades públicas, centros de pesquisa e indústria farmacêutica. No Brasil, além da Fiocruz, participam das ações da DNDI a Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais, e o Laboratório Farmacêutico do Estado do Pernambuco (Lafepe). Em cinco anos de existência, a DNDI já comemora a produção de dois medicamentos. Um desenvolvido em parceria com a Sanofi-Aventis para o tratamento da Malária, a um custo baixo (cerca de US$ 1 dólar) e sem patente. E outro, para Doença de Chagas, desenvolvido com a Fiocruz, que foi registrado em 2008 e está passando pelo estudo de intervenção. "Em pouco tempo já conseguimos um bom resultado. Nós, da DNDI, acreditamos que trabalhando juntos por meio de parcerias e colaboração podemos trazer inovações importantes para os pacientes negligenciados", conclui a representante da organização. Farmacêuticas colaboram entre si sem perder na competição

As farmacêuticas são reconhecidas no mercado como uma das indústrias que mais investem em pesquisa e desenvolvimento. Em 2006, a indústria farmacêutica mundial investiu mais de US$ 75 bilhões na pesquisa de moléculas para o tratamento de diversas doenças, como tuberculose (19 substâncias), malária (20), doenças materno-

infantis (219) e doenças predominantes entre as mulheres (mais de 700). No entanto, ao mesmo tempo em que a área de P&D é um investimento importante para o setor, por conta do desenvolvimento de novas soluções terapêuticas, acaba sendo um ônus, por conta do alto custo e baixo aproveitamento. Dados da Procter and Gamble apontam que menos de 10% das 27 mil patentes registradas por ano são usadas em seus próprios produtos. É justamente pensando nos gargalos do setor e nas limitações de investimento que as indústrias brasileiras Biolab e Eurofarma resolveram mudar o modelo de gestão e partiram para um conceito mais colaborativo. Foi assim que surgiu, em junho de 2006, a Incrementha. "As duas indústrias entraram como sócias e são igualitariamente beneficiadas, bem como fazem o mesmo valor de aporte em desenvolvimento", conta o diretor administrativo e financeiro da companhia, Mario Tadeu Souto. De acordo com o executivo, com a nova lei de patentes, que é cada vez mais rígida, é preciso repensar a forma como se faz o negócio. "Há uma necessidade iminente de pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos. Esta é questão que está intrinsecamente associada à perenidade do negócio", acredita. Como uma pesquisa na área farmacêutica leva cerca de 10 anos para obter sucesso e poder se aplicada nos humanos, as duas indústrias desenvolveram processos e diretrizes claras para que ambas continuassem como concorrentes no mercado, apesar da união para P&D. "As patentes são registradas pela Incrementha, que automaticamente já entrega dossiês sobre o remédio para as duas companhias ao mesmo tempo e ambas têm parte nos resultados", explica Souto. Hoje, a Incrementha tem três patentes e já está em fase de registro de outras três. Desde sua criação, já foram investidos R$ 12 milhões. "Para o próximo ano, estamos com a perspectiva de investir entre R$ 8 milhões a R$ 10 milhões. Mas o investimento é muito variável", pontua. Formada por um conselho composto igualitariamente pelas duas indústrias, a Incrementha só começa a desenvolver uma pesquisa depois que receber o aval da Biolab e da Eurofarma. "Caso haja um única divergência, o projeto é abortado. Então, é preciso conciliar os interesses e pensar em um bem comum", complementa Souto. Além disso, a Incrementha mantém na internet um portal que está aberto para receber sugestões por parte de pesquisadores. "É uma estratégia adotada para usar todo o poder de colaborações de diversos integrantes do setor. Mas é preciso passar por um crivo das duas indústrias", conclui.

2 8 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_1 28

10/15/08 4:18:58 PM


“Há uma necessidade iminente de pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos. Disso depende a perenidade do negócio“ Mario Souto, da Incrementha

“Não se consegue colaboração se não for com resultados concretos, visando um benefício comum“ Marco Antônio Matos, da Secretaria de Saúde de Minas Gerais

Mobilização no SUS aumenta acesso aos serviços em MG

Não só no mundo dos negócios corporativos a colaboração traz benefícios. Também no setor público, a união de forças leva a resultados que vão além das expectativas. Em Minas Gerais, o programa Saúde em Casa mobilizou SUS, Secretaria Estadual de Saúde e municípios para levar serviços de atenção primária a 500 cidades. "Esta grande mobilização dos profissionais do SUS de Minas Gerais conseguiu mudar a realidade de Janaúba, uma cidade de 70 mil pessoas no norte do Estado. Com a simples implantação do Programa Saúde da Família e a construção de uma UTI neonatal, o índice de mortalidade infantil caiu de 31/1.000 nascidos vivos para 4,2/1.000, entre 2000 e 2007", conta o superintendente de Atenção à Saúde, Marco Antônio Bragança de Matos. Até a população foi envolvida em um projeto de acompanhamento de gestantes. "Um grupo de senhoras "amadrinhou" o projeto e acompanhava o comparecimento às consultas pré-natais", relembra Matos. Entre 2006 e 2007, a colaboração entre Estados e municípios cresceu e foi elaborado um plano diretor de atenção primária à saúde, que, junto ao Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado, pretende tornar Minas Gerais o melhor Estado para se viver em 2023. "Vamos mobilizar todos os níveis e sabemos que não se consegue colaboração se não for com resultados concretos, visando um benefício comum." Matos destaca que o próprio perfil epidemiológico, que em todo mundo vem apontando um crescimento das doenças crônicas, exigirá um novo modelo de serviços. "Como em todos os lugares, em Minas Gerais a população está envelhecendo, o que aumenta a incidência de doenças crônicas. E as doenças crônicas exigem uma gestão colaborativa do cuidado, com equipes multiprofissionais e até mesmo com o paciente, que deve desenvolver o auto-cuidado, orientado por um profissional." No modelo atual, os serviços atuam de forma independente e não há uma forte conexão entre os níveis de atenção primária, secundária e terciária. "Este cuidado fragmentado está condenado ao fracasso, porque o paciente não é acompanhado e o quadro volta a se tornar agudo, sobrecarregando o sistema. Além disso, este modelo não gera valor às pessoas e nem bons resultados. É preciso utilizar os recursos para obter melhores resultados econômicos, clínicos e humanísticos." O superintendente propõe um novo modelo para o sistema público, passando da visão hierárquica para a organização poliárquica do SUS. "Não adianta fornecer alta complexidade se o que queremos é que o paciente não chegue ao hospital. Por isso, estamos organizando os níveis de atenção." No Estado, foram formadas redes de atenção, divididas em 75 microrregiões de baixa complexidade e 13 macrorregiões, auto-suficientes na alta e média complexidade. "A idéia é olhar para a necessidade das pessoas e estimular os representantes das regiões a discutir os problemas. A colaboração, neste caso, também é instrumentalizar os gestores, com a meta de ampliar a cobertura", conclui.

2 9 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_1 29

10/15/08 4:19:32 PM


reportagem de capa

Juntos por

um novo caminho

Num ano em que o Saúde Business Forum teve como tema a colaboração, as idéias de nossos convidados não poderiam ficar de fora. Nesta edição, eles foram estimulados a trabalhar juntos num novo caminho para a Saúde. Divididos em nove grupos, eles analisaram os principais problemas do setor e fizeram propostas para solucionar cada caso, baseados na colaboração e impactos para toda a cadeia de valor. Confira todos os projetos e conheça os vencedores!

Equipe Editorial – editorialsaude@itmidia.com.br

3 0 - revis­taFH.com.br

Fotos: Glener

lay_repcapa_2 30

10/15/08 4:24:21 PM


Troca de informações em saúde em tempo real

Acesso às informações pode reduzir judicialização do setor

Um mercado complexo, com grande importância econômica e fundamental para a vida das pessoas. Esta é a descrição do setor de saúde, que, apesar de sua relevância social e econômica, ainda esbarra em obstáculos resolvidos há muito tempo por outros setores da economia. "O mercado ainda é muito fragmentado e o negócio é complexo. Falta um lugar único para troca de experiências e informações. Muitas vezes, os problemas vividos no dia-a-dia são os mesmos, mas ninguém compartilha os dados. Os erros se repetem porque falta comunicação", analisa a diretora de suprimentos do grupo ESHO, Vera Vianna*. Se à primeira vista o problema parece só dos hospitais, um olhar mais atento mostra que as operadoras também devem ficar atentas ao cotidiano operacional de sua rede credenciada. "Por isso é importante criar um repositório de informações, que possam ser acessadas de qualquer lugar, por todos os participantes do mercado que estiverem interessados. Um portal poderia contemplar diversas áreas, como engenharia clínica, protocolos, melhores práticas, etc.", explica Vera. A sugestão é que um comitê gestor avalie as informações e as elabore de forma que possam ser publicadas e compartilhadas on-line. "Seriam diversas fontes de conhecimento, como as próprias organizações e seus sistemas de gestão. A busca poderia ser pelo problema e nós também pediríamos feedbacks para saber se a experiência de um ajudou a resolver o problema do outro." A experiência iria além de um portal on-line. "Nós teríamos um link com sistemas de gestão das organizações e associações de saúde, como um aplicativo, para que elas não precisassem buscar o endereço do site, e acessassem sempre que necessário." A operadora, além de acompanhar os problemas de sua rede credenciada, também poderia ser fornecedora de conhecimento. "A questão da incorporação de tecnologias médicas, por exemplo, é complexa e as operadoras poderiam contribuir com esta discussão", conclui. *Vera Vianna foi coordenadora de um dos grupos de trabalho do Saúde Business Forum.

O aumento de processos na Justiça, exigindo cobertura além da contratada no plano de saúde, pode trazer impactos negativos e, num caso extremo, até mesmo inviabilizar as operações de hospitais e operadoras. Os juízes, muitas vezes por falta de conhecimento das regulamentações em saúde, acabam decidindo a favor do usuário, mas colocando em risco o acesso de todos os outros contratantes do plano de saúde. "É natural que as pessoas procurem a Justiça, o problema é a interpretação do Judiciário. A posição tradicional é uma visão de curto prazo, que protege o lado mais fraco e exige a cobertura do que está fora do mercado, mas que acaba tendo um impacto sistêmico. Isso eleva o custo da assistência e exclui uma parte maior da população da saúde suplementar. O juiz acaba protegendo um e ferindo o direito de vários", analisa o superintendente comercial do Hospital Vivalle, Felipe Ciotola Bruno*. Para Bruno, a solução é conscientizar os magistrados e apoiá-los em questões específicas do setor de saúde, para que eles tenham um embasamento maior em suas decisões. "O juiz não tem um conhecimento tão profundo de assuntos específicos como este e, por desconhecimento, não aplica estas regras, o que induz as pessoas a ficarem fora das regras do jogo. Os hospitais e operadoras seguem os contratos e a regulamentação que rege esta relação e precisam deixar estes parâmetros claros para os juízes." O projeto para conscientização do Judiciário seria estruturado por um fórum com atores da cadeia de saúde, que representassem uma agência reguladora, a ANS, os hospitais, as operadoras e os magistrados. O primeiro passo seria entender as demandas dos juízes para depois estruturar um plano de ação, que pode incluir a impressão de cartilhas com resumos das principais regulamentações e a organização de consultorias que apóiem a decisão judicial. "Isso já acontece em outros setores. Os juízes contam com apoio de peritos para ajudá-los a analisar casos de erro médico, por exemplo. Estas ações poderiam ser específicas nas comarcas, que contariam com um perito neutro para avaliar a questão", conclui Bruno. *Felipe Ciotola Bruno foi coordenador de um dos grupos de trabalho do Saúde Business Forum.

Saúde precisa de uma cultura do ganha-ganha

O fato de que o relacionamento entre as operadoras de saúde e os hospitais está desgastado e não há comunicação ou negociação efetiva não é uma novidade no setor. A Clínica São José Saúde, do interior de São Paulo, tentou firmar parceria com o Hospital Alvorada, de Jacareí. O acordo consistia em a instituição atender aos pacientes que pertencessem ao plano de saúde próprio do hospital de São José dos Campos. No entanto, a chamada "colaboração" acabou não dando certo. "O hospital fazia um superfaturamento em cima dos pacientes de nosso plano de saúde e enviamos um auditor para fiscalizar a situação. Resolvemos cortar o acordo. É visível que as instituições acham que para um ganhar, o outro tem que perder", conta o diretor presidente, Luca Branquinho*. Agora, com uma parceria com um outro hospital da região de Jacareí, o modelo foi acertado e ambas instituições acabam por ganhar. Para o executivo, o ideal seria uma comunicação efetiva entre o setor, ou seja, mais relacionamento e uma mudança de cultura dos gestores, no qual o modelo do ganha-perde deve ser substituído pelo ganha-ganha. "A rede hospitalar precisa perguntar os problemas de negociação com as operadoras e vice-versa. Falta um diálogo transparente. Isto só se dará com a mudança de cultura", avalia Branquinho. Como tendência para o curto prazo, o diretor acredita que a verticalização tem sido uma maneira que as instituições encontraram para solucionar os problemas financeiros. "Ter uma rede própria de hospitais ou de seguro de saúde é uma maneira de sanar questões como a remuneração da classe médica e diminuir os custos. Isto será uma tendência enquanto o setor estiver com a visão de que para um ganhar é preciso que o outro perca", enfatiza. * Luca Branquinho foi um dos coordenadores dos grupos de trabalho do Saúde Business Forum.

3 1 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_2 31

10/13/08 5:48:35 PM


reportagem de capa

Uma proposta para resolver conflitos de pagamento

De um lado o hospital, com o valor que considera justo para seus serviços. De outro a operadora, que busca o menor custo. O impasse, que pode levar à inviabilização de um dos serviços, por tornar as operações deficitárias, só poderá ser solucionado com um relacionamento mais próximo entre prestadores de serviços e fontes pagadoras. "A solução é conciliar o centro de custo e o resultado, para buscar o melhor preço final", avalia o presidente dos hospitais São Lucas e Ribeirânia, Pedro Palocci*. Uma proposta seria mediar o custo real dos procedimentos, que poderá ser obtido com as operadoras que mantêm serviços hospitalares e

Confiabilidade entre prestadores e pagadores está fragilizada

A relação de confiabilidade entre prestadores de serviços de saúde e as fontes pagadores está desgastada. Esta é a conclusão da diretora geral do Hospital de Clínicas de Niterói, do Grupo Esho, Ilza Fellows*. Diante desta perspectiva, a executiva acredita que é preciso criar indicadores de acompanhamento de performance acordados entre os players. Segundo Ilza, a prática dos dias de hoje é baseada em indicadores individuais, que muitas vezes não fazem sentido ou não atendem todas as organizações. "A verticalização das operadoras funciona como uma espécie de canabalismo para o setor, em que um player quer dominar o espaço do outro com a idéia de que o fará melhor. Além disso, falta uma hierarquização dos fins de pagamento", defende a executiva.

Por um novo modelo de remuneração

Diante dos impasses travados entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços, que oneram toda a cadeia de saúde, a colaboração parece despontar como solução para o setor. Estruturar uma nova metodologia de remuneração é uma das propostas de ações colaborativas para o desenvolvimento da saúde no Brasil. "Sabemos que enquanto durarem esses impasses, o setor continuará inviável. Pensar novos formatos até

laboratoriais próprios, e o custo final dos hospitais da rede credenciada, em que estão embutidos as despesas administrativas. "O hospital de rede própria divide os custos de call center e a parte administrativa com a operadora, enquanto o credenciado paga sozinho. Não dá para usar a mesma tabela." A primeira etapa da proposta prevê o levantamento, por uma consultoria, de custos individuais de órteses, próteses e materiais especiais (OPME), materiais e medicamentos, diárias e taxas, além dos custos administrativos e da margem de lucros necessária para manter o negócio viável para os hospitais. Para garantir a confidencialidade dos dados, uma outra consultoria poderia solicitar as informações

dos dois modelos hospitalares e organizar um custo global. "Com isso, teríamos valores iguais de diárias, CTI e outros procedimentos e só seriam cobrados a mais os casos que estivessem fora da rotina", explica Palocci. O objetivo é trazer previsibilidade de custos para a operadora. "A relação entre o hospital e a operadora melhoraria, porque a operadora se sentiria mais segura. Hoje, os custos são abertos e ela não sabe o que vai pagar pelo procedimento. Eles viveriam com a variabilidade que é o risco do negócio em saúde, as complicações, mas não teriam a variabilidade na operação", conclui Palocci. *Pedro Palocci foi coordenador de um dos grupos de trabalho do Saúde Business Forum.

De acordo com Ilza, para a viabilidade do setor privado de saúde seria necessário o uso de indicadores de desempenho de prestadores e compradores de serviços. "O credenciamento de fornecedores, mais transparência nas informações, uma espécie de acreditação dos prestadores de serviços, uma remuneração baseada na performance e auditorias independentes que atendam tanto ao prestador quanto ao comprador de serviços são alguns dos itens que podem gerar uma melhoria no funcionamento do setor", acredita. Para a diretora, a solução do setor está associada à gestão de governança. "Estes conceitos de governança ainda estão em fase de implementação nos hospitais, mas progressivamente estão sendo estruturados dentro das instituições, por estarem associados à competitividade das organizações", pontua.

No caso do grupo Esho, composto por oito unidades hospitalares, que pertence ao mesmo acionista majoritário da operadora de saúde Amil, Edson de Godoy Bueno, a unificação da comunicação entre cada hospital está em fase de maturação. Em fevereiro deste ano, o grupo optou por centralizar a engenharia clínica. "Estamos com este projeto piloto no Rio de Janeiro, no qual há uma unificação da engenharia clínica. Então, uma central controla todo o patrimônio tecnológico de todos os hospitais do Rio. Há uma gestão central do tempo de uso de cada aparelho, viabilidade de contratos corporativos e eficiência, por exemplo. Queremos que este projeto se amplie para todas as unidades", conclui. * Ilza Fellows foi coordenadora de um dos grupos de trabalho do Saúde Business Forum.

de relacionamento entre os players é necessário para que todos saiam ganhando", afirma o coordenador do grupo Vitória Apart Hospital, Mario Carneiro*. A proposta é criar uma câmera técnica nacional para a avaliação de novas formas de remuneração e para arbitrar a questão de remuneração entre fontes pagadoras e prestadores de serviços. A idéia é que, para manter a isenção e trazer melhores práticas de outros setores, a câmara fosse formada por representantes que não estivessem ligados ao setor

de saúde, como instituições de ensino e pesquisa, indústrias e organizações sociais. "Dessa forma, todos participariam para a construção de um sistema de saúde mais acessível, por meio de novos modelos de remuneração", aponta o executivo. Para Carneiro, o conceito de colaboração ainda precisa ser amadurecido no setor de saúde. "Não há no setor a cultura de compartilhar informações, e a colaboração passa por isso", finaliza. * Mario Carneiro foi um dos coordenadores dos grupos de trabalho do Saúde Business Forum.

3 2 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_2 32

10/13/08 5:50:42 PM


Eficiência dos custos por meio da integração

Colaboração para a sustentabilidade do setor

Se o alto custo da saúde é uma dos principais desafios enfrentados pelos players do setor, pensar em eficiência na compra de materiais e medicamentos pode ser um ganho para os hospitais. Um caminho para a colaboração seria a integração das instituições para a realização da gestão de materiais. "A idéia é integrar as instituições, que tradicionalmente não compartilham informações, para formarem grupos e ter uma melhor gestão do uso de materiais", salienta o presidente do grupo São Cristóvão, Valdir Pereira Ventura*. A idéia é reunir um grupo de executivos de hospitais que, juntos, negociem a compra de materiais e medicamentos para as instituições, para terem mais condições de negociar preço, tanto pela compra em escala, quanto pela operação logística. "Seria uma forma de colaboração que traria um impacto para nossos negócios. Poderíamos ter uma margem de redução de custos de 20% para o hospital, o que reduziria também o custo para a operadora e para o usuário", aponta Ventura. Na opinião do executivo a colaboração é o caminho para o desenvolvimento da saúde no Brasil, mas ainda há passos a serem aprendidos. "O setor de saúde ainda precisa amadurecer o conceito de colaboração, para que toda a cadeia possa ganhar", avalia. *Valdir Ventura foi coordenador de um dos grupos de trabalho do Saúde Business Forum

Enquanto entraves entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços oneram o setor, encarecem o serviço e sobrecarregam o usuário, alternativas como integração e troca de informações surgem como solução para a cadeia. Para o superintendente do Hospital Nove de Julho, Luiz de Luca*, a mudança no modelo de remuneração da cadeia seria um caminho viável para a sustentabilidade do setor. "Propomos transferir a remuneração centrada na prestação de serviço por uma integração do setor, para que tudo ocorra de forma mais explícita, e isso só é viável por meio da colaboração", destaca o executivo. No modelo colaborativo proposto, fornecedores, operadoras de saúde, hospitais e médicos se envolveriam na discussão de custos no setor, buscando soluções viáveis com base em indicadores e protocolos, para assim atingirem um equilíbrio sistêmico da saúde. Uma das etapas do processo seria a adoção de uma câmara de negociação para a compra de insumos e materiais médicos, para que, com um agente independente, a negociação de valores seja favorável para toda a cadeia. "Cada elo da cadeia precisa pensar em uma forma de colaborar com o setor. Hoje não há transparência nas informações e cada um trabalha para si. Todos têm o seu papel e cabe a cada um buscar uma eficiência conjunta, assim todos ganham", complementa. Diante a dificuldade de trocar informações dentro do setor de saúde, a aplicação da colaboração passa a ser um desafio. "O setor precisa estar preparado para isso. Só assim conseguiremos garantir a sustentabilidade do sistema. Implantar esse modelo é viável, basta querer", conclui de Luca. *Luiz de Luca foi coordenador de um dos grupos de trabalho do Saúde Business Forum

Grupo propõe criação de câmara técnica e arbitral na Saúde

Sem um órgão que facilite a relação entre operadoras e hospitais, os principais gestores de saúde discutem uma solução viável no médio prazo. Para o presidente da Unimed de Santa Bárbara D´Oeste, Rafael Moliterno*, seria necessária a implementação de uma câmara técnica e arbitral conduzida por uma entidade facilitadora, que poderia ser uma instituição de ensino, por exemplo. "Hoje em dia, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tem o papel mais regulador e não faz a interface entre os players mais críticos do setor", acredita o executivo. Com o custo cada vez maior, Moliterno defende que chegará um momento em que a saúde privada será inviabilizada. "Mas com o déficit da saúde pública, ainda existe um mercado crescente para os hospitais e operadoras", complementa. Por se tratar de um setor complexo, o executivo acredita que a governança e gestão são fatores amplamente difundidos e trabalhados. "As instituições ainda não estão em um modelo ideal, mas haverá o aperfeiçoamento ao longo do tempo", pontua. No caso da Unimed Santa Bárbara D´Oeste, o ruído de comunicação entre operadora e hospitais fez com que a estratégia do grupo mudasse completamente. "Há sete anos adquirimos dois hospitais, um na cidade de Americana e outro em Santa Bárbara, e paramos de trabalhar com os credenciados", conta. De acordo com Moliterno, a estratégia foi a salvação do grupo. "Há dois anos, todos os hospitais credenciados se uniram para nos enfraquecer e deixaram de nos atender", relembra. Num modelo de gestão de trabalho em parceria com os clientes jurídicos, a Unimed tem a idéia de um modelo de fusão e acordo com os players. "Agora, os hospitais estão mais receptivos para uma negociação. Mas caso houvesse uma agência integradora, tais tipos de problemas seriam minimizados", conclui Moliterno. *Rafael Moliterno foi coordenador de um dos grupos de trabalho do Saúde Business Forum

3 3 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_2 33

10/15/08 4:30:45 PM


reportagem de capa

Lista de participantes Vermelho 3

Gustavo Carvalho, do Hospital Vera Cruz

Integrante

Vermelho 3

Ronan Pereira Lima, do Hospital São João de Deus

Vermelho 1

Estevão Lemos Barbosa, do Ipsemg

Vermelho 3

Jair Monaci, da Lincx Saúde

Vermelho 1

Wilson Cappellete, da Medial Saúde

Vermelho 3

Pedro Barbosa, da ENSP

Vermelho 1

Abmael Brito, da Santa Casa de Vitória da Conquista

Vermelho 3

Paulo Villela, do Hospital Samaritano (RJ)

Vermelho 1

Paulo Gusmão, da Amhpla

Vermelho 3

Geraldo Reple Sobrinho, do Hosp. Est. Mário Covas

Vermelho 1

Valdir Pereira Ventura, do Hospital São Cristóvão

Vermelho 3

Antonio Luis Navarro, do Hospital Amaral Carvalho

Vermelho 1

Wolney Villagran, do Hospital Ulbra

Verde 1

André Staffa, do Hospital São Luiz

Vermelho 1

Gonzalo Vecina Neto, do Hospital Sírio Libanês

Verde 1

Fábio Sinisgalli, do Hospital Nossa Srª. de Lourdes

Vermelho 1

George Schahin, do Hospital Santa Paula

Verde 1

Vitor Santos, do Instituto Hermes Pardini

Vermelho 1

Antonio Carlos Forte, da Santa Casa de São Paulo

Verde 1

Francisco Balestrin de Andrade, do Vita Participações

Vermelho 1

Delcio Rodrigues Pereira, do Hospital Anchieta

Verde 1

Ana Maria Jansen, do Hospital Hans Dieter Schmidt

Vermelho 1

Fabio Donato Gomes Santiago, da Benemed

Verde 1

Mario Santoro Junior, da Unimed Paulistana

Vermelho 2

Manoel Carneiro , do Vitória Apart Hospital

Verde 1

Dariudes Menezes, do Hosp. Jesus Teixeira Guaianases

Vermelho 2

Marcelo Theophilo, da Secretaria de Saúde do Ceará

Verde 1

Sergio Magrin, do Hospital América

Vermelho 2

Antonio Antonietto, do Hospital Alvorada

Verde 1

Ana Valeria Mendonça, do CRIO

Vermelho 2

Gualberto Nogueira, do HU Maria Ap. Pedrossian

Verde 1

Francisco Eugenio Souza, HU do Norte do Paraná

Vermelho 2

Hélio Raia, do Hospital Cristovão da Gama

Verde 2

Pedro Palocci, do Hospital São Lucas

Vermelho 2

Adalcindo Vieira, do Hospital Santana

Verde 2

Álvaro Rodrigues, do Centro Onc. de Mogi das Cruzes

Vermelho 2

Antônio Celso Moraes, do Hospital Celso Pierro

Verde 2

Marli Inês Antunes, Hosp. Risoleta Tolentino Neves

Vermelho 2

Helton Freitas , da Unimed-BH

Verde 2

Iaporina Emery, do Hosp. Risoleta Tolentino Neves

Vermelho 3

Luiz De Luca, do Hospital Nove de Julho

Verde 2

Paulo Zoppi, do Salomão & Zoppi Med. Diagnóstica

Dinâmica: Um novo caminho para a Saúde Grupo

3 4 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_2 34

10/13/08 5:51:58 PM


Verde 2

João Sabino, do Hospital Edmundo Vasconcelos

Amarelo 1

Marcelo Cusatis, do Hospital Santana

Verde 2

Carlos Magno, da Unimed Santa Bárbara D’Oeste

Amarelo 1

Marcial Ribeiro, do Hospital São Vicente

Verde 2

Valdete Santos, do Hospital do Amparo

Amarelo 1

Roberto Andre Galfi, da Sul América

Verde 2

Sylvia Ladogano, do Hospital do Amparo

Amarelo 1

Odete Freitas, do Grupo Esho

Verde 2

Euclides Abrão, do Hospital Santa Genoveva

Amarelo 1

Remegildo Gava Milanez, do Hospital Metropolitano

Verde 2

Alexandre Ruschi, da Unimed Vitória

Amarelo 2

Marcelo Medeiros, do Hospital Bandeirantes

Verde 3

Felipe Ciotola Bruno, do Hospital Vivalle

Amarelo 2

Jacqueline Benjamim, do Hospital Meridional

Verde 3

Newton Takashima, do Hospital e Maternidade Brasil

Amarelo 2

Wagner Neder Issa, do Hospital Vila da Serra

Verde 3

Julio César Vitor, da Unimed Vale do Aço

Amarelo 2

Ismail Rajab, do Hospital Avicena

Verde 3

Antonio Rugollo Jr., do HC de Botucatu

Amarelo 2

Oscar Souza, do Hospital Santa Rita de Vitória

Verde 3

Porfírio Andrade, da Santa Casa de Belo Horizonte

Amarelo 2

Mohamad Akl, da Central Nacional Unimed

Verde 3

Mannie Liu, do Hospital Santana

Amarelo 2

Eduardo Ferrari, do Hospital Santa Helena

Verde 3

Carlos Eduardo Lichtemberger, do Hospital Santa Rita

Amarelo 3

Rafael Moliterno, da Unimed Santa Bárbara D’Oeste

Verde 3

Pedro Meneleu, do Instituto do Câncer do Ceará

Amarelo 3

Leonardo Pombo, do Hospital Adventista Silvestre

Amarelo 1

Ilza Boeira Fellows, do Grupo Esho

Amarelo 3

Roberto Schahin, do Hospital Santa Paula

Amarelo 1

Sandra Capelo, do Hospital Evangélico de Londrina

Amarelo 3

Valdesir Galvan, do Hospital São Camilo

Amarelo 1

Flavia Terzian, do Hospital Municipal do Tatuapé

Amarelo 3

Luiz Koiti, da Beneficência Portuguesa de São Paulo

Amarelo 1

João Carlos R. de Almeida, da Medical

Amarelo 3

Marcia Fernandes, do Hospital Lifecenter

Amarelo 1

José Ricardo Mello, do Hospital Santa Rosa

Amarelo 3

Raimundo Macedo, da Unimed Santos

Amarelo 1

Edmundo Lee, do Hospital Estadual de Pedreira

Amarelo 3

José Carlos Teixiera, da Santa Casa de Juiz de Fora

3 5 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_2 35

10/13/08 5:51:59 PM


REPORTAGEM DE CAPA

Vencedores Os

De nove grupos, três foram os finalistas, com base nos seguintes critérios: 1. Projetos entregues dentro dos prazos estipulados durante as dinâmicas de desenvolvimento 2. Clareza na disposição das idéias 3. Inovação 4. Uso da colaboração para o desenvolvimento do projeto 5. Uso da colaboração para a implementação do projeto 6. Integração de toda a cadeia de Saúde 7. Viabilidade do projeto

Os grupos finalistas foram "Pacto pela Saúde", que visa estipular indicadores técnicos e financeiros para estimar custos entre operadoras e hospitais; "Negociação Customizada", que estipula a abertura de custos e estratégias para um terceiro para que seja validado; e por fim o "Caju", que estipula a colaboração com o judiciário para gerar menos ônus na cadeia. O vencedor foi o grupo "Negociação Customizada". No final da premiação, a Unimed Vitória e os hospitais São Lucas e Ribeirânia se comprometeram a implantar o projeto e esperam contar com o apoio da empresa de consultoria Delloitte e do Banco Real para os serviços de consultoria e financiamento.

1º lugar • Grupo 2 (Verde) Negociação Customizada Problema escolhido pelo grupo: Conflito entre prestador e fonte pagadora : falta de transparência e confiança entre as partes. Solução: Negociação Customizada Descrição: Abertura de informações de custos e estratégias com intervenção de terceiros (neutros) e montagem de Protocolos Clínicos dos procedimentos de maior freqüência e maior impacto financeiro. Principais funcionalidades: Validação de um modelo de negociação direta entre a operadora de planos de saúde e o prestador de serviço, que possa ser praticado com todos os players. Comprovação da viabilidade: Compromisso das duas partes envolvidas (Unimed Vitória – CIAS e Hospital Ribeirania) de fornecimento de todas as informações necessárias para que um terceiro possa fazer o levantamento dos custos e preços que darão subsídio à composição de tabela justa e compacta que remunere adequadamente o prestador sem onerar de forma abusiva a operadora.

3 6 - revis taFH.com.br

lay_repcapa_2 36

10/13/08 5:53:19 PM


2º lugar • Grupo 3 (Verde) Projeto Caju: Uma iniciativa de colaboração com o Judiciário Problema escolhido pelo grupo: Judicialização da saúde Solução: Criação de um comitê para conscientização do judiciário sobre as legislação regulatória da saúde e impactos das decisões: Comitê de Apoio ao Judiciário (CAJU) Descrição: Criação de uma agência composta pelo principais atores da saúde suplementar para: conscientizar o judiciário sobre as leis que regem as relações entre médicos, operadoras, prestadores e clientes. Atuar como peritos em causas relativas à relação entre tais agentes. Principais funcionalidades: Aumentar o conhecimento do judiciário sobre as leis do setor, as relações entre os agentes e os impactos das decisões e suportar as decisões do judiciário relativas às questões acima citadas. Comprovação da viabilidade: Hoje o judiciário utiliza-se de peritos nas áreas de medicina, engenharia, economia, etc. Portanto, seria totalmente viável replicar tal sistema às relações inerentes à saúde suplementar. A viabilidade do projeto baseia-se na atual organização do judiciário, que já possui autonomia para implementar este projeto e necessitaria apenas da criação do Comitê de Apoio ao Judiciário (CAJU) e das definições da operacionalização em si.

3º lugar • Grupo 1 (Amarelo) Pacto pela Saúde Problema escolhido pelo grupo: Falta de confiabilidade na relação compradores x prestadores de serviços Solução: Pacto pela Saúde. Descrição: A idéia é aumentar a confiabilidade entre compradores e prestadores de serviços. Estabeleceu-se uma plataforma que se aplica a todos os players, exemplificado aqui pela relação hospital e operadoras de saúde, que se apresentou como importante. Havendo um portal que já disponibiliza informações relacionadas ao assunto, se propôs abastecer, através da Escola de Saúde Pública da USP, o portal com indicadores e protocolos validados por auditoria externa, que resolva os problemas principais desta relação, como preço e prazo de pagamento. Esta realidade maior seria adaptada à realidade local através de faculdades regionais. Principais funcionalidades: Resgatar a confiança entre as partes, por meio de: indicadores, transparência nas informações, credenciamento de fornecedores, acreditação dos prestadores, auditoria independente e remuneração por performance. Comprovação de viabilidade: O interesse dos players principais; a possibilidade de financiamento para viabilizar o projeto; necessidade de criar ferramentas para a sobrevivência do sistema; disponibilidade de um portal; suporte acadêmico.

3 7 - revis taFH.com.br

lay_repcapa_2 37

10/15/08 4:33:56 PM


reportagem de capa

Notícias e Opiniões Como em todos os anos, os debates e novidades, de empresas, operadoras e prestadores, não ficam apenas nos trabalhos desenvolvidos em plenárias e dinâmicas. Judicialização, novas fábricas, investimentos em hospitais, uso de tecnologia, formação de redes de saúde e negociação com o setor público estão entre os temas discutidos por convidados e patrocinadores no Saúde Business Forum. Equipe Editorial – editorialsaude@itmidia.com.br

Colaboração como estratégia para TI em Saúde As tendências de TI para a área de saúde caminham para a construção de um hospital livre de papéis, com aplicativos de telemedicina, telemonitorização e telediagnósticos, em que as paredes não sejam um obstáculo ao acesso dos dados ou ao cuidado com o paciente. Neste cenário, instituições e empresas fornecedoras buscam acelerar a implantação de novos processos e desenvolvimento de aplicativos, para atender às novas necessidades do setor de saúde, em projetos colaborativos. "As empresas, como a MV Sistemas, vão atuar como organizadoras e concentradoras dos conhecimentos gerados internamente, por seus profi ssionais, e externamente, por seus clientes", prevê o diretor da MV Sistemas, Marcos Sobral. A empresa sediada em Recife já deu início a projetos colaborativos com a Universidade de Passo Fundo, para pesquisas de novas tecnologias, e está criando a comunidade MV Sistemas, para que as sugestões de seus clientes sejam convertidas em novas funcionalidades e tecnologias dentro de seus sistemas. De acordo com o presidente da MV Sistemas, Paulo Magnus, a criação da comunidade visa

à troca de experiências, já que muitos clientes ainda não usam todos os aplicativos disponíveis no sistema, e promover a colaboração entre pessoas, setores e clientes, incluindo o uso e compartilhamento de indicadores. "A colaboração não afeta a competitividade, mas sim a rentabilidade", sintetiza. A troca de informações vai ter início com as Santas Casas, por meio do projeto Mais Gestão. "Teremos 250 hospitais trocando informações", conta Magnus. Dentro da empresa, a meta será romper as barreiras entre os departamentos e compartilhar a visão estratégica. "Também haverá o alinhamento total do Balance Scorecard e da cocriação", conta o presidente da MV Sistemas. O que é necessário para o hospital sem papel O hospital sem papel também exigirá que as empresas colaborem entre si, criando plataformas que permitam a troca de dados, independente de marca ou equipamento. Os requisitos serão: Interoperabilidade, em que plataformas distintas apresentem a informação em qualquer lugar e sempre que necessário; Convergência e integração, em que aparelhos

com diferentes finalidades, como MPOC (Mobile Point of Care), smartphones, TV digital e computadores, por exemplo, sejam integrados; Mobilidade, para que as unidades móveis de saúde, como as ambulâncias, possam consultar e inserir dados; Integração e abrangência, com uma visão holística de processos e compartilhamento de informações entre as áreas; Digitalização das informações em papel, para que sejam absorvidas pelo sistema e facilidade de acesso e portabilidade, para que os pontos e meios de acesso aos documentos digitais sejam universais. Para isso, será preciso criar ferramentas de compartilhamento, para que o hospital possa ser até mesmo na casa das pessoas, como uma extensão do home-care", analisa Sobral. A simplicidade torna-se, então, a única maneira de garantir que estas soluções estarão disponíveis o mais rápido possíveis e que terão um alto índice de aceitação. "Em poucos anos, poderemos ir de um hospital para outro com o mesmo número de prontuário, mas, para que isso aconteça é preciso evitar os entraves e simplificar os processos", conclui Magnus.

3 8 - revis­ taFH.com.br

lay_repcapa_3 38

10/14/08 10:52:48 AM


Sustentabilidade vai além da responsabilidade ambiental Atualmente, a palavra da ordem para as companhias brasileiras é a sustentabilidade. Vista como uma espécie de evolução da responsabilidade social, o conceito é cada vez mais cobrado pelos públicos em todos os setores. "A própria sociedade muda rapidamente. É preciso que as organizações de saúde saibam que elas não estão sozinhas. As ações positivas devem gerar oportunidades junto a todos os stakeholders", diz o diretor de desenvolvimento do Banco Real, Nasser Takieddine. Para o executivo, o setor de saúde possui uma regulação mais exigente, o que faz com que as ações precisem se refletir no dia-a-dia. E para fazer isso, Takieddine traz uma única solução: sensibilização. "Todo o processo de melhoria deve partir de dentro para fora, ou seja, é preciso sensibilizar os indivíduos que atuam dentro da organização, para que haja uma mudança interna, logo isto se reflete na cultura da empresa e no atendimento. Apenas depois de concluído este processo é indicado partir para uma divulgação em massa", aconselha. No entanto, o próprio diretor alerta para um responsabilidade que vai além do ambiental. "O próprio Banco Real, quando estava iniciando as atividades sustentáveis, passou por dificuldades por não conseguir conciliar os interesses comunitários, ambientais e econômicos. O tripple

bottom line deve ser claro para o setor", diz. Atualmente, do setor de saúde, o setor farmacêutico é o que mais investe em ações de responsabilidade social. Há seis anos, a Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) resolveu compilar todos os investimentos feitos pelos fabricantes nestas ações, que só no último ano cresceram 16% ,atingindo a marca de R$ 74,8 milhões no Brasil, quase quatro vezes mais que os R$ 18,8 milhões aplicados durante o ano de 2002.

Uma mãozinha do banco

O diretor apontou ainda que o Banco Real possui formas de atuação que incentivam práticas "responsáveis". Há, por exemplo, o questionário de risco socioambiental, no qual as empresas ou instituições são avaliadas pelo insumo que consomem e formas de descarte, entre outros itens. "Quando a empresa não é bem avaliada, ela é orientada e não excluída. Mas os riscos devem ser vistos como uma oportunidade. O financiamento pode ser usado para a sustentabilidade", acredita o diretor. Além deste programa de sustentabilidade e obras, o banco possui o espaço de oficina de sustentabilidade, que funciona como uma espécie de pontapé inicial para a prática sustentável. "Mais de 300 organizações já passaram por este programa", conclui.

Capacitação profissional em alta na saúde O mercado de educação em saúde está em alta. Diante da alta demanda por uma gestão profissionalizada e dos constantes desafios do setor, investir em treinamento passou a ser uma necessidade. "Há demanda tanto para qualificação de alta gerência, quanto para o corpo técnico das instituições, daí a necessidade de constante atualização", destaca a executiva de contas do Senac São Paulo, Ana Zanovello. Questões como gestão, desenvolvimento de pessoas, alinhamento de processos e gestão de custos estão entre as principais demandas do segmento de saúde. "A capacitação das pessoas é o passo fundamental para que as empresas

consigam atingir suas metas e realizar seus projetos, daí a procura por esse tipo de serviço", destaca. A demanda por capacitação profissional acaba sendo também uma oportunidade para o crescimento dos negócios do Senac. A instituição tem no setor uma das maiores áreas de faturamento. "Conseguimos ampliar nossa atuação no mercado nos últimos anos e queremos expandir ainda mais essa participação", aponta. Para o próximo ano, o Senac planeja ampliar o portfólio e lançar novos cursos de graduação. "Temos potencial para crescer e é isso que buscamos", finaliza.

3 9 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_3 39

10/14/08 10:53:32 AM


reportagem de capa

Aposta em relacionamento como estratégia de negócios Se o cliente sempre tem razão, investir em ações de relacionamento para fidelizá-los e amenizar riscos é uma estratégia de competitividade para os negócios. Com isso em mente, empresas têm cada vez mais adotado programas para a melhoria desse relacionamento. A White Martins lançou em 2008 o Núcleo de Excelência Operacional, que congrega ferramentas para prover atendimento ao cliente. Composto por uma central de relacionamentos com núcleos especializados nos setores de atuação da White Martins, o NEO tem o objetivo de gerar indicadores sobre a satisfação do cliente e apresentar soluções para os problemas apresentados pelos compradores de serviços. "Nossa meta é apresentar soluções rápidas e ainda colaborar com os clientes para garantir o resultado de seus negócios", pontua o diretor de negócios de saúde da White Martins, Jorge Reis. O centro de relacionamento também é equipado com ferramentas de TI que garantem a transmissão de dados e a geração de indicadores.

Um exemplo é o que acontece com os caminhões que fazem a entrega do oxigênio nos hospitais. Ao chegarem nas instituições, os motoristas entregam um PDA ao cliente, para que ele indique seu nível de satisfação. Quando a informação está abaixo da média, o sistema já registra a pendência e a central de relacionamento é acionada para identificar o problema. Uma vez identificado, o problema é encaminhado ao setor responsável e, se não for resolvido no período determinado, a reclamação é transferida para os superiores, até chegar ao presidente da companhia. "Essa é uma forma de demonstrar comprometimento com a qualidade dos nossos serviços", destaca Reis. Diariamente, o sistema gera um relatório com os dados de satisfação dos clientes, que é utilizado para a orientação das ações da empresa. Atualmente, a White Martins gerencia 11 mil contatos diários com os clientes. "Mais do que conquistar novos clientes, nossa missão é mantêlos conosco", finaliza o executivo.

Juízes focados em saúde

gerariam menos ônus para setor Os custos com ações judiciais para aquisição de medicamentos pelo Ministério da Saúde chegaram a R$ 48 milhões nestes primeiros três semestres. Com o valor crescente a cada ano, há uma discussão sobre os recursos gastos com ações judiciais pelos Estados. Em 2007, foram R$ 15 milhões, em 2006, R$ 7 milhões e, em 2005, R$ 2,5 milhões. Em três anos o aumento chegou a 1.920%. Para o advogado especializado em regulação da saúde suplementar da Neumann, Salusse, Marangoni, Felipe Souza, uma forma de fazer com que tais ações sejam menos onerosas e mais rápidas seria a criação de uma câmara jurídica específica com conhecimentos de saúde e de mercado. "Em todos os ramos da economia, o juizado não tem especialidade. Como o bem jurídico é a vida, as ações levam em consideração o fato de que as pessoas podem morrer se não tiverem

acesso a um medicamento ou material. Então, as causas são, em sua maioria, ganhas", explica. Um projeto de lei, em tramitação na Comissão de Constituição de Justiça e Cidadania do Senado, avalia esta questão e aguarda um parecer do senador Tasso Jereissati. Se aprovado, o projeto estabelecerá que a oferta de medicamentos se dê com base em prescrições que estejam em conformidade com as diretrizes terapêuticas instituídas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde (SUS) em protocolo clínico para a doença a ser tratada. Segundo um levantamento recente da pasta de Saúde, em 60% dos processos, a demanda ocorre, principalmente, por medicamentos que o sistema de saúde não dispõe, mas os autores das ações poderiam ser tratados com medicamentos que o SUS já oferece.

4 0 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_3 40

10/14/08 10:54:56 AM


Setor público compra mais equipamentos para a saúde Com especificações técnicas cada vez mais claras e novas exigências de qualidade, não só de preço, o setor público, já atrativo pelo volume de compras, está cada vez mais na mira das empresas de equipamentos médico-hospitalares. "As especificações técnicas caminham no sentido da qualidade e hoje há uma possibilidade maior de diálogo", avalia o representante da Hospimetal em Minas Gerais, Sebastião Faria Filho. Para que isso aconteça, cresce o número de comitês técnicos multidisciplinares nos hospitais, que reúnem áreas como diretoria de enfermagem, engenharia e, uma novidade no setor público, gerência de hotelaria. "O olhar de que o mais barato nem sempre é o mais conveniente começa a chegar ao setor público", avalia o representante da Hospimetal em São Paulo, Mário Martinelli. Com cerca de 150 mil leitos públicos, de acordo com dados do IBGE, o sistema público de saúde torna-se interessante tanto por sua demanda reprimida, quanto pela necessidade de reposição de equipamentos antigos. "Em 2007 e 2008, as vendas para o setor público caminharam bem, tanto pelo investimento em novos leitos, com a inauguração de hospitais, como pela

reposição por sucateamentos dos equipamentos e mobiliários antigos. A demanda no setor público é tão represada que, mesmo com o grande espaço de tempo para as atualizações, as compras são freqüentes", conta Martinelli. A Lei de Responsabilidade Fiscal também resolveu os atrasos de pagamento e tornou as operações com o setor público mais tranqüilas para a indústria. "Além disso, o aumento das exigências nas licitações estimulou o desenvolvimento de tecnologias para o setor de saúde", analisa Martinelli. Apesar das melhorias nas negociações e do estímulo do governo à indústria de equipamentos médico-hospitalares e de laboratórios, a prioridade de compra de produtos nacionais pelo Estado, prevista no projeto do Complexo Industrial de Saúde, é vista com restrições. "No longo prazo, qualquer tipo de reserva de mercado é ruim, basta lembrar o que aconteceu com o setor de TI", relembra Martinelli. "Este tipo de barreira acaba criando um marasmo na indústria. Além disso, há o risco de reciprocidade dos países para os quais exportamos", complementa Faria.

Saúde aumenta utilização de VPN As redes VPN (do inglês Virtual Private Network) devem tornar o mercado de saúde ainda mais atrativo para as empresas de telefonia. Isso porque o f luxo de voz, imagem e dados na mesma conexão, e com o opcional de priorizar cada tipo de dado, é um grande aliado para os hospitais que buscam agilidade na troca de informações, além de aumentar o consumo de banda e, consequentemente, os valores investidos pelos hospitais em telefonia. "O uso das VPNs pode trazer uma grande virada, que vai resultar no desenvolvimento da cadeia de saúde. Apesar do aumento de consumo de banda, este serviço traz agilidade e reduz custos, já que é possível falar de um ponto a outro sem custos, como se fosse uma ligação para ramais", explica o diretor da Atrium Telecom, Ricardo Araújo. Outra tendência mundial, que também deve

trazer benefícios para o setor, é a convergência. "Há uma pressão grande para convergência de redes fixas e móveis. Já estamos testando esta rede física, que deverá marcar o fim da área de sombra", diz Araújo. Na Atrium Telecom, que pertence ao grupo Telefonica, o setor de saúde está no centro das atenções. "É um setor com grande potencial. Trabalhamos com uma oferta de serviços que possa tornar a comunicação entre hospitais, médicos credenciados e pacientes mais eficiente, evitando desperdícios de chamada e promovendo a interação entre as tecnologias", explica. Entre as soluções estão ramais cordless, internet para pacientes e acompanhantes e para o próprio hospital, para implantação do prontuário eletrônico, sistemas de autorização e marcação de consultas e comunicação com operadoras de planos de saúde e laboratórios associados.

4 1 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_3 41

10/14/08 10:56:01 AM


reportagem de capa

Projeto de comunidade em rede em Brasília já apresenta resultados "Brasília tem o primeiro plano de saúde público". Essa é a definição do diretor de negócios em saúde da Intersystems, Fernando Vogt, para o projeto de Comunidade de Saúde em Rede de Brasília. O projeto, que começou a ser implantado há um ano e meio, integra 17 hospitais públicos e 63 centros de saúde, totalizando 4.411 leitos, por meio de uma solução web de gestão e de prontuário eletrônico da Intersystems. Hoje há 1,065 milhão de prontuários eletrônicos cadastrados, com potencial para chegar a 2,5 milhões de usuários no Estado. "É possível monitorar toda a rede de atendimento e ter acesso a qualquer tipo de indicador do setor. Com isso há redução de filas, facilidade na realização e na entrega de exames, monitoramento da ocupação de leitos, acompanhamento da freqüência dos médicos, enfim qualquer indicador necessário para a melhor gestão do sistema e em tempo real", explica o executivo.

Além de integrar toda a rede de saúde do Distrito Federal, a solução também tem interface com o sistema de informações de atenção primária do Ministério da Saúde. Como resultado da integração da rede de saúde de Brasília, houve aumento de R$ 1 milhão no faturamento, queda de 53% nas reclamações judiciais, economia de 75% em medicamentos na forma de comprimidos e de 70% em injetáveis, além do aumento de 20% em atendimento e redução de 25% nos exames realizados. O projeto valeu como benchmarking para o governo do Chile e da República de Shenzen, na China, onde os projetos estão sendo implantados. "Nosso objetivo é que o projeto seja adotado por mais Estados brasileiros e, quem sabe, até em todo o Brasil. Sem dúvida nenhuma, teríamos mais eficiência no sistema de saúde", conclui.

Mercado de mobiliário hospitalar está aquecido A fabricante de materiais e equipamentos para o setor hospitalar Stryker obtém um crescimento médio anual de 40% ao ano. No Brasil há oito anos, a empresa acredita que a alavancagem das vendas está associada à questão econômica e cambial e ao conceito de hotelaria que está sendo amplamente difundido no setor. "Como vendemos materiais importados, o dólar em baixa favorece as vendas e existe uma onda de investimento por conta das mudanças que o setor vem sofrendo na área de hotelaria", pontua o gerente de vendas da companhia, Sandro Dian. Atualmente, a maior atuação da empresa corresponde aos hospitais de grande porte. No entanto, o executivo diz que a Stryker têm desenvolvido novos produtos a preços mais competitivos nos hospitais menores. "Não queremos abrir mão da qualidade que os nossos produtos têm. Portanto, eles terão a mesma relação custo-benefício", defende. Com um faturamento mundial de US$ 6 bilhões,

a empresa norte-americana tem investido cerca de 3% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Com relação à perspectiva de ter uma produção nacional, a companhia descarta a hipótese no médio prazo, por conta do favorecimento cambial.

Novo produtos

O mais novo lançamento no Brasil é a cama de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) In Touch. Por enquanto, nenhum hospital brasileiro adquiriu o móvel. "Mas já existe um interesse de um grupo de São Paulo", antecipa Dian. Para o próximo ano, a Stryker prevê o lançamento do foco cirúrgico LED Visum, que atinge uma combinação de brilho, cor branca pura e resolução de sombras sem a necessidade de lâmpada. "O produto só aguarda o registro da regulação brasileira para começar a ser comercializado no Brasil", conclui o gerente.

WPD expande atuação territorial A crescente demanda por melhoria da gestão nas instituições de saúde significa mais oportunidades para as indústrias de tecnologia de informação que atuam na saúde. Essa é a visão do diretor executivo da WPD, Fred Arruda. "O mercado de TI em saúde ainda é muito incipiente e há muito espaço para ser ocupado", destaca. Para ocupar esse espaço, a empresa, especializada em soluções de gestão para saúde, já planeja a expansão territorial. Até o final do ano, serão abertos três escritórios da companhia em Manaus (AM), Vitória (ES) e Salvador (BA). Somente em 2008, a WPD fechou contratos com cinco novos hospitais, entre eles o Vitória Apart Hospital, na capital capixaba, o Hospital Estadual M'Boi Mirim, em São Paulo, e Santa Casa de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Presente em 300 hospitais brasileiros, a empresa projeta para 2008 um crescimento de 15% no faturamento em relação a 2007. No ano passado, esse crescimento foi de 65%. A WPD também já se prepara para obter a certificação que está sendo desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (Sbis), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), que tem o objetivo de garantir a segurança das informações dos sistemas de prontuário eletrônico. "Acho que a certificação é uma necessidade do mercado. O processo é irreversível e acredito que isso impulsionará o maior uso dos sistemas de saúde", analisa o executivo.

4 2 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_3 42

10/14/08 10:56:19 AM


Acreditação só faz sentido se mudar modelo assistencial Uma das principais críticas à acreditação hoje é que a corrida pelo selo de qualidade formou uma indústria de instituições certificadoras e que os hospitais têm feito um grande investimento apenas para ter mais um diploma na parede. "A área administrativa decide pelo processo de acreditação com base no que salta aos olhos, como a questão da segurança, especialmente os riscos jurídicos, o posicionamento de marca e um ponto que ainda não existe, que é a expectativa de remuneração diferente para as instituições diferentes. Eles acreditam que a certificação vai ‘arrumar a casa'. Com isso, hoje a decisão nasce da direção do hospital, não da área médica", avalia o vice-diretor médico do HCor, Pedro Mathiasi. Mathiasi, que acaba de formar uma aliança estratégica para trabalhos de consultoria em acreditação e modelos assistenciais com a Deloitte, explica que a decisão sem a participação da área clínica é um dos principais entraves à manutenção dos processos de acreditação. "Quando a acreditação entra de cima para baixo, sem envolver as áreas e sem mostrar qual será o benefício para ela, chega-se apenas à ponta do iceberg. Para que a certificação não seja apenas mais um diploma na parede, é preciso ir fundo e repensar o modelo assistencial."

O modelo proposto pela Joint Comission International, o órgão acreditador norteamericano, é algo que vai exigir adaptação dos médicos: equipes multidisciplinares. "A relação deve fazer com que médicos, pacientes e enfermeiros atuem integrados e a área administrativa deve servir a esta relação. Com isso, será possível atingir custos menores e resultados melhores."

Gestão do conhecimento...

Para o vice-diretor médico do HCor, a mudança de foco para a conquista da acreditação, o fortalecimento das relações entre médicos, pacientes e enfermeiros e o envolvimento das equipes clínicas nos processos de qualidade também irão melhorar a aplicação do conhecimento de diversas áreas. "É preciso aplicar o conhecimento gerado disponível na prática assistencial. Hoje, apenas 54% do conhecimento gerado é aplicado." O consultor sênior da Deloitte para a área de Saúde, Enrico de Vettori, acredita que, caso as mudanças sejam implementadas, a acreditação será um processo natural. "À medida que se trabalha o uso do conhecimento na beira do

leito, acaba-se incorrendo na acreditação".

...E de riscos

A colaboração em equipes multidisciplinares e da administração com a área clínica, além de ser fundamental para a aplicação do conhecimento e para um real benefício com o processo de certificação, também tem impacto para a redução de riscos nos hospitais. De acordo com Daniel Moreno, também da área de Saúde da Deloitte, os riscos podem ser divididos em estratégicos, operacionais, financeiros e de regulamentação. "Na área de saúde, o problema mais crônico é o risco financeiro, com as glosas por falta de controle dos serviços prestados e até mesmo dos materiais e medicamentos utilizados. Estas falhas de controle levam ao não-recebimento, que é o que mais tem impacto nos negócios de saúde." A solução é ter processos bem estabelecidos e uma estrutura de controles-chave para a organização. "Aí podem ser estabelecidos indicadores de performance para o apetite ao risco da instituição. O risco é inerente ao negócio, mas as ameaças podem ser identificadas e tratadas antes que o risco se materialize", conclui.

4 3 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_3 43

10/14/08 10:56:44 AM


reportagem de capa

Einstein investe R$ 500 milhões

para duplicar espaço Silvana Orsini, da Gazeta Mercantil A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein vai mais que duplicar sua área construída. "A construção de uma terceira torre - já em andamento e que deverá estar pronta em 2011 - , com investimentos da ordem de R$ 500 milhões, será destinada ao suporte administrativo e operacional, um auditório para 500 lugares e mais um edifício de cinco andares que vai aumentar o número de leitos de 500 para 700", informa o diretor geral da instituição, Henrique Sutton de Sousa Neves. Neves diz que, com o aquecimento da economia brasileira, tem notado um aumento na demanda pelos serviços de saúde. O executivo conta que a instituição já trabalha em colaboração com o atendimento do programa "Estratégia da Saúde da Família", nos bairros de Paraisópolis e Campo Limpo, em São Paulo e com o Sistema Único de Saúde (SUS), além de manter parcerias também com áreas de ensino e pesquisa. O Einstein tem 90% de taxa de ocupação e lá trabalham cinco mil pessoas. "Temos seis mil médicos credenciados", diz o diretor, acrescentando que a instituição estima para este ano um faturamento de R$ 800 milhões ante os R$ 730 milhões, registrados em 2007. "Trata-se de um hospital geral que faz 170 transplantes de fígado, rim e pâncreas por ano. A missão da Sociedade é dar mais assistência à saúde, gerar e disseminar conhecimento e apoiar as parcerias público privadas e grupos mais desprotegidos na comunidade."

Philips vai produzir Ressonância Magnética no Brasil A estratégia de crescimento da Philips já tem novos passos desenhados. Com o objetivo de expandir sua participação no mercado e ampliar o alcance a novos clientes, a empresa já planeja nova aquisição na América Latina. "No próximo ano, devemos anunciar uma nova aquisição. Nessa fase, o nosso objetivo é alcançar novos clientes", destaca o gerente geral da vertical de saúde da Philips, Wilson Monteiro. No Brasil, a empresa adquiriu a Dixtal e a VMI. Além de ampliar a participação no mercado, a estratégia da companhia também prevê o fortalecimento da área de pesquisa e desenvolvimento na região. "Queremos tornar nossos produtos mais acessíveis e para isso precisamos transferir tecnologia de ponta para o Brasil", assinala o executivo. A Philips já deu início a esse processo, com o projeto Sinapse, que estabelece parcerias com a Universidade de São Paulo, a Universidade de Campinas, Universidade

Federal de São Carlos e o Instituto de Pesquisa do Hospital Albert Einstein, para o estudo do cérebro. "Para nós, é importante estimular essas parcerias. Além de prover dados relevantes para os pesquisadores, contribuímos para o desenvolvimento de nossos produtos", explica Monteiro. Ainda este ano, a Philips planeja produzir o primeiro aparelho de Ressonância Magnética no Brasil. O aparelho será montado a partir de componentes menores, que serão importados para o País. "Ainda não temos mão-de-obra especializada e tecnologia desenvolvida para fabricar equipamentos do zero. Com a evolução do processo, logo atingiremos essa meta", destaca. Com os novos passos, a Philips já sabe onde quer chegar. "Toda essa reestruturação tem acontecido para dar suporte ao crescimento que tivemos em vendas. Com essa estratégia, sem dúvida nenhuma manteremos a ascendência nesse crescimento", conclui o gerente.

4 4 - revis­ taFH.com.br

lay_repcapa_3 44

10/14/08 10:59:48 AM


Santa Casa de BH

quer crescer com medicina suplementar Há 109 anos no mercado, a Santa Casa de Belo Horizonte passou por uma crise administrativa na década de 1980, que colocou sua operação em risco. Ao optar pela continuidade do serviço, a mudança do modelo de gestão foi inevitável, o que resultou na criação do Santa Casa Saúde, plano de saúde próprio da instituição, nos anos 1990. "Com isso, perdemos uma das fontes pagadoras, que foi a Unimed. Hoje temos 115 mil beneficiários e uma sinistralidade de 78%", conta o superintendente geral, Porfírio Rocha Andrade. Atualmente, a medicina suplementar da Santa Casa de BH corresponde a 20% das internações e a 50% do faturamento. "Dos nossos treze andares, dois são destinados apenas ao atendimento das operadoras", diz o executivo. Com um plano de crescimento e investimentos na modernização das instalações, a organização partiu de 873 leitos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS) para 1033 leitos no total, ou seja, houve a criação de outros 160 leitos focados exclusivamente em medicina suplementar.

"Investimos cerca de R$ 2 milhões, com recursos próprios, em 28 leitos de CTI e semi-intensivos", revela Andrade. Além disso, foram compradas 200 camas da Stryker para os leitos de saúde suplementar. De acordo com o superintendente, o déficit operacional que o hospital trazia de 2006, de R$ 21,4 milhões, baixou para R$ 8,9 milhões no final de 2007. "O investimento em um plano de saúde próprio, bem como o acordo de remuneração do SUS via metas de desempenho e não preço tabelado, além de outras fontes de receita, como serviço de funerária, foram fundamentais para equilibrar a receita da Santa Casa", pontua Andrade. Agora, segundo o superintendente a perspectiva é de que a medicina suplementar própria cresça ainda mais em número de beneficiários e contribua para sanar por completo o déficit, o que está previsto para os próximos anos. Com uma receita bruta de R$ 275 milhões em 2007, a meta do grupo é o faturamento de R$ 320 milhões neste ano.

Com a casa arrumada, o foco muda

Depois do processo de reestruturação, a Santa Casa de BH elaborou um planejamento estratégico para os anos de 2009 a 2015, no qual foi identificado que havia falta de inteligência com o uso de informações. "Percebemos que os dados que tínhamos não eram trabalhados. A solução que encontramos foi o investimento em prontuário eletrônico, ERP, BI, gestão clínica e workflow", antecipa o executivo. As mais novas aquisições do grupo partiram de três fornecedores diferentes, a WPD (ERP), Alert (gestão clínica) e Sign Health (gerenciamento de processos). "Investimos pesado em informatização, porque queremos blindar a estrutura do hospital e fazer uma espécie de regulação do processo de atendimento ao paciente, que é o grande demandador de gastos. Deveremos ficar em processo de implementação pelos próximos 12 meses. E, claro, além de implantar, teremos que desenvolver um trabalho de mudança de cultura com os nossos colaboradores", conclui Andrade.

Saúde carece de soluções de conectividade Com uma vertical de saúde recém estruturada no Brasil, a Nortel acredita que o setor deve ser promissor nos próximos anos. Com um faturamento mundial de US$ 11 bilhões, a companhia está em momento de migrar do modelo de produtos para o de soluções. "O setor de saúde tem um potencial de crescimento e expansão muito grande, por conta do aumento da demanda por integrações de processos hospitalares e farmacêuticos, por exemplo", avalia o gerente de engenharia de sistemas da Nortel, Daniel Brochado. A empresa já possui clientes como a

Pfizer, Novartis, Sul América e o Hospital Albert Sabin, em Atibaia (SP). A carteira diversificada de atuação demonstra que cada player possui uma necessidade diferente. "As soluções variam desde as mais simples, como PABX e rede de dados até as mais complexas, como integração de comunicação e mobilidade ou automatização por comando de voz", conta o executivo. Como as instituições de saúde precisam cada vez mais de eficiência nos processos, a busca por automatizações é uma solução para reduzir os tempos ociosos das

instituições. "Na hora em que o paciente recebe alta, vários departamentos do hospital precisam estar envolvidos para a disponibilização de leitos. Então, é preciso rapidez. As soluções de conectividade vêm para suprir os gargalos", explica Brochado. No Brasil, a Nortel tem uma receita de cerca de US$ 120 milhões com serviços e produtos. "Mas é claro que é impossível desconsiderar o fato de o Brasil ter dimensões continentais. É possível identificar que no Brasil, fora do eixo RioSão Paulo, as necessidades tecnológicas são menos complexas", conclui.

4 5 - revis­taFH.com.br

lay_repcapa_3 45

10/14/08 10:59:49 AM


Melhores momentos

1

3

4

2 5

8 6

7

9

Fotos: Glener

10

1. André Staffa, do Hospital São Luiz 2. Joao Alceu Amoroso Lima,

da SulAmerica 3. Luiza Possi 4. Alexandre Ruschi, da Unimed Vitória 5. Recepcao dos Convidados na Ilha de Comandatuba 6. Pedro Palocci, do Hospital São Lucas 7. Newton Takashima, do Hospital Brasil 8. Fabio Donato, da Beneficência Portuguesa de Araraquara 9. Carlos Magno, da Unimed Santa Bárbara D’Oeste acompanhado de Ana Lucia Zanovello, do Senac São Paulo 10. Toquinho 11. Henrique Neves, do Hospital Albert Einstein 12. Marcelo Medeiros, do Hospital Bandeirantes 13. Eduardo Ferrari, do Santa Helena Saúde, acompanhado de sua esposa Elaine 14. Gonzalo Vecina, do Hospital Sírio Libanês 15. Odete Freitas, do Grupo Esho 16. Luiz De Luca, do Hospital 9 de Julho 17. Fabio Sinisgalli, do Hospital Nossa Senhora de Lourdes 18. Helton Freitas, da Unimed Belo Horizonte 19. Edson Santos, do Grupo Vita 20. Luiz Koiti, do Hospital Beneficiencia Portuguesa de São Paulo 21. Wilson Capellete, da Medial Saude 22. Valdir Ventura, do Hospital São Cristóvão 23. Mario Santoro, da Unimed Paulistana 24. Mohamed Akl, da Central Nacional Unimed 25. Valdesir Galvan, do Hospital São Camilo 26. Saude Business Band

4 6 - revis­taFH.com.br

Melhores_novo.indd 46

10/15/08 5:03:29 PM


11

12

13

16

17

15 14

21 22

18

19

20 24

25

23 26

4 7 - revis足taFH.com.br

Melhores_novo.indd 47

10/15/08 5:11:16 PM


5

perguntas

Revisão da Declaração de Helsinki: quais são as propostas de mudança? Membros da classe médica do mundo inteiro se reuniram na Associação Médica Brasileira para fazer a revisão da Declaração de Helsinki, documento que rege os princípios éticos da pesquisa médica mundial em seres humanos. Os leitores do Saúde Business Web foram estimulados a fazerem perguntas sobre o tema ao presidente da Associação Médica Brasileira, José Luiz Gomes do Amaral. Confira as respostas!

Foto: Divulgação

Da redação / Colaborou Patricia Santana – psantana@itmidia.com.br

José luiz gomes do amaral, da amb: Uso de placebo e continuação do tratamento após a pesquisa foram os principais temas

1. Como a AMB se posiciona em casos em que o paciente quer usar placebo mesmo quando existem medicamentos para o tratamento de uma doença? A revisão da declaração de Helsinki mudou algo nesta questão? Teresa Leão (Rio de Janeiro / RJ) A utilização do placebo serve para eliminar o efeito de fatores estranhos à informação testada nos resultados do tratamento. Seu uso é incluído no desenho da pesquisa quando não há tratamento padrão comprovado. Portanto, quando há, omiti-lo pode trazer prejuízo aos pacientes da pesquisa. As circunstâncias em que o placebo pode ser utilizado em casos de tratamento efetivo são objeto de discussão desta revisão. A revisão da Declaração de Helsinki ainda não está concluída. O que foi apresentado em São Paulo é uma proposta daquilo que será votado na Assembléia da Associação Médica Mundial que acontecerá em Seul, entre os dias 15 a 18 de outubro deste ano. 2. Quais itens da declaração foram revistos? Qual foi o critério utilizado para fazê-lo? Washington da Silva (Recife / PE) Foram revistos todos os parágrafos da Declaração. Alguns tiveram alterações na redação e outros na

forma. Além disso, foi proposta a incorporação ao texto das duas notas de esclarecimento para os parágrafos 29 e 30. Os pontos mais debatidos durante as reuniões da Associação Médica Mundial foram justamente estes parágrafos. O 29 discorre sobre a questão do placebo e o 30, sobre o acesso ao tratamento depois de terminada a investigação. Desde a sua criação, em 1947, a Associação Médica Mundial redigiu alguns documentos cuja finalidade é a de nortear a conduta dos médicos. A Declaração de Helsinki é um dos mais conhecidos. Desde 1964, quando o documento foi adotado, as revisões são feitas, em média, a cada oito anos. A revisão atual foi sugerida pelo Comitê de Ética Médica da WMA (World Medical Association – Sociedade Médica Mundial) e aprovado durante reunião do Conselho, em maio de 2007. Os parágrafos mais controversos geram discussões que, muitas vezes, tornam-se públicas. Todas as críticas e argumentos são ouvidos e analisados pelos integrantes do Comitê de Ética. A partir daí, é possível avaliar a necessidade de começar uma nova revisão. A contribuição dos médicos é fundamental. 3. Na declaração, existe algum ponto que foi revisto sobre a necessidade de autorização do CNS para pesquisas feitas em parceria com a indústria farmacêutica? Nathalia Cionini (São Paulo / SP) Não. 4. Qual serão os próximos passos agora?

Equipe da IT Mídia O prazo para enviar os comentários encerrou-se no dia 22 de agosto. As sugestões foram lidas e foi feita uma proposta ao documento. Esse material será apresentado na reunião do Conselho e, se for aprovado, será levado para a Assembléia Geral. Caso não seja adotado, a WMA fará novas rodadas de discussão e haverá um novo prazo para que sejam feitas sugestões. A votação ocorrerá em 2009. A expectativa da AMB é de que o documento seja aprovado durante a reunião em Seul. Foi um árduo e sério trabalho de revisão desenvolvido ao longo de um ano e meio. 5. O mercado da saúde em todo o mundo gira em torno dos profissionais médicos, que em muitos casos passam a empreender e tornamse empresários ou são parceiros importantes que interferem na gestão das instituições de saúde. Desta forma, gostaria de saber se a AMB tem alguma interface na promoção do conhecimento sobre gestão. Marcus Boaventura (Salvador / Bahia) A Associação Médica Brasileira possui um departamento de Economia Médica que trata de questões relacionadas a esse assunto. Além disso, a AMB reconhece 53 especialidades médicas e 54 áreas atuação, das quais uma delas é Administração em Saúde. * Confira todas as respostas do presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, no portal Saúde Business Web

4 8 - revis­taFH.com.br

lay_5perguntas 48

10/15/08 4:40:17 PM


Untitled-1 1

10/14/08 4:26:01 PM


artigo

Foto: Caroline Bitencourt

Como lidar com conflitos

Estefânia Chicalé Galvan

D

esde a idade da pedra, os conflitos já pairavam nas relações pessoais. Também, pudera: o homem de Neanderthal “caçava” a mulher, a arrastava pelos cabelos e a levava para as cavernas. E ela se vingava colocando pedra na comida dele para que quebrasse os dentes... Nos primórdios, os conflitos eram resolvidos à pauladas. E por incrível que pareça, essa história milenar exerce influência nas relações até os dias de hoje, tanto no inconsciente coletivo quanto no individual. Socorro! Inúmeras atitudes acendem um conflito. Pode ser um profissional que aguarda ansiosamente o desligamento do “chefe”, porque não há mais diálogo, não há estímulo, é só estresse. Outros que cumprem exatamente o que está no contrato de trabalho, principalmente em relação ao horário. Ouvi uma história que certa vez um telefonista transferiu o headphone a um outro telefonista que estava iniciando o plantão, para que ele terminasse de ouvir a solicitação do cliente. Ele só falou: - Já deu o meu horário... É fácil identificar que algumas pessoas conseguem administrar melhor um conflito, enquanto que outras só complicam a situação. Ocorre que algumas pessoas são mais preparadas, tanto nas relações emocionais quanto sociais. Porque mesmo nas relações sociais, aparentemente mais desprendidas, as pessoas expõem opiniões e isso já é o suficiente para gerar desacordos, primeiros indícios para iniciar um conflito. São pessoas que se deparam com interesses divergentes, às vezes, abuso do poder, a depender da posição hierárquica. Os valores que carregamos e sedimentamos durante nossas experiências com família e amigos, dentre outras, aparecem fortemente em nossas atitudes. São situações que aparecem nas relações, por meio de um simples comentário ou mesmo da expressão não-verbal de alguém. Qualquer um desses sinais pode ser um motivo para as pessoas alinharem ou não os valores que defendem. Pode ser como demonstra o amor ao próximo, a compaixão, a sensibilidade, a empatia e tantos outros diretamente ligados ao relacionamento. Uma comunicação cuidadosamente clara, com

palavras bem escolhidas, mas pronunciadas de maneira direta e num tom de voz respeitoso pode ser um ótimo começo. Ser flexível ao ouvir os argumentos de outras pessoas. Ficar atento, acionar a sua antena parabólica e procurar desenvolver a sensibilidade em perceber a reação das pessoas. Estabeleça uma comunicação mais objetiva se for necessário. Direcionar a conversa com argumentos baseados em fatos e não apenas em reações puramente sentimentais; a emoção em alguns casos é bem vinda, principalmente se for empática. A credibilidade ajuda muito no poder da argumentação. Saber ouvir e também interagir afirmativamente, em momentos oportunos, isso pode demonstrar que você realmente está atento ao que o outro diz. É também por meio dessas atitudes assertivas que você pode ajudar a transformar um mau ouvinte em alguém mais comprometido. Há pessoas que não são bons ouvintes porque já ficam pensando na resposta que irão dar, ou o que poderão falar no decorrer do diálogo. Ouça! Ouvir é a essência da comunicação, não é um caminho de mão única. É via dupla! Precisamos aprender a ouvir com atenção, para falar com proveito. Conversar com o seu Eu interior (que às vezes é um pouco primitivo para as relações atuais) é uma boa estratégia. Sabe aquele Eu que só você conhece? Isso pode aperfeiçoar e delinear uma atitude mais equilibrada. Se você sabe do que é capaz pode gerenciar a sua atitude, se for preciso exorcize o Neanderthal que habita em você! Necessitamos do conflito para sobreviver. Necessitamos dele para perceber que somos competentes. Necessitamos dele para sermos respeitados como indivíduos. Gerenciar conflitos não é nada fácil! Mas não desperdice a sua energia para tentar eliminá-lo, essa tarefa é árdua e inútil. Eles sempre existirão. Quantos sapos (de pernas abertas) você já teve que engolir ou fez engolir ? Nada de pauladas ou pedras, gerencie a situação com a sua competência profissional. Estefânia Chicalé Galvan Sócia Diretora da Fator RH estefania@fatorrh.com.br

revis­taFH.com.br 55 00 -- revis­taFH.com.br

lay_RHartigo 50

10/14/08 11:02:08 AM


Untitled-1 1

10/14/08 4:26:54 PM


artigo

Foto: Caroline Bitencourt

Balanced Scorecard – Metodologia de Gestão Estratégica

Genésio Körbes

B

alanced Scorecard - BSC é uma metodologia de gestão criada para definir os principais indicadores de resultado de uma Instituição. O termo “Balanceado” se dá pelo fato dos indicadores não se restringirem apenas ao foco econômico-financeiro. Eles mensuram desempenho de mercado junto aos clientes, dos processos internos e administração de pessoas e de inovação e tecnologia. O que a maioria dos dirigentes hospitalares ainda não descobriu é que, antes de ser um sistema de indicadores, o BSC é um sistema de gestão estratégica. A afirmação está no livro “A Estratégia em Ação – Balanced Scorecard”, de Kaplan e Norton, publicado em 1997 e ainda não descoberto por grande número de dirigentes hospitalares brasileiros. A gestão hospitalar se assemelha ao comando de um avião. O mapa de indicadores está para uma empresa assim como os instrumentos estão para o avião. A função do BSC é justamente interligar as ações que, quando executadas de forma ordenada e orquestrada, forneçam ao gestor uma visão clara do mapa de indicadores que apontam a rota correta na busca do resultado. Os passos para aplicação dessa metodologia incluem: definição da estratégia empresarial, gerência do negócio, gerência de serviços e gestão da qualidade. Uma vez estabelecido, o mapa de indicadores possibilitará a interpretação das variáveis de controle, metas e interpretações necessárias para que a instituição apresente desempenho positivo e crescimento no longo prazo. A ferramenta avalia, por exemplo, como os clientes percebem o hospital, como é possível buscar a excelência e se existe valor agregado ao que a instituição oferece. Com base nessas respostas, é possível montar um plano estratégico ancorado nas quatro perspectivas decisivas para a elaboração do BSC: financeira, cliente, processos internos, apredizagem e crescimento. O processo de implantação do BSC se inicia pela definição da agenda estratégica, da montagem do mapa estratégico e a conseqüente aplicação destas perspectivas. Cada item será desdobrado a partir da visão da empresa. Uma vez definida a agenda de prioridades, monta-se

o mapa estratégico, ancorado na missão do hospital com a definição dos objetivos, metas e respectivos indicadores. O BSC vai produzir a realimentação da estratégia de negócio e, por meio da análise dos eventos de causa e efeito, trará respostas imediatas ou mais perspectivas para o gestor. Ele é o vínculo entre a Estratégia e os Processos. Nessa fase começa a surgir um novo desenho organizacional, com uma forte interatividade entre as pessoas envolvidas no processo e sustentado por uma poderosa sinergia na busca por resultados. Essa sinergia impulsiona o aprendizado estratégico da equipe a partir de reuniões mensais de avaliação, facilitando a comunicação horizontal e vertical. A partir daí, alguns resultados tornam-se transparentes, tais como: formação do espírito corporativo, maior comunicação entre as áreas, maior entendimento e divulgação massiva da estratégia empresarial por meio das lideranças, solidificação dos resultados de uma forma geral, o entendimento e a prática do conceito cliente / fornecedor. O BSC reflete, portanto, o equilíbrio entre os objetivos de curto e longo prazo, entre medidas financeiras e não-financeiras, entre indicadores de tendências e ocorrências e, ainda, entre as perspectivas interna e externa de desempenho. As grandes vantagens da adoção do método são a melhoria constante do sistema de avaliação do resultado, a mensuração e monitoramento do planejamento estratégico e o deslocamento das discussões do campo pessoal para o institucional. A implantação do BSC como sistema de gestão estratégica é algo fascinante, mas exige um esforço focado em mudança cultural e comportamental, aspectos sempre complexos. Desde que foi criada, a metodologia vem sendo utilizada por centenas de organizações do setor privado, público e ONGs no mundo inteiro, sendo escolhida pela revista Harvard Business Review como uma das práticas de gestão mais importantes e revolucionárias dos últimos 75 anos. Genésio Körbes é administrador hospitalar, com MBA em Gestão Empresarial pela Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), e é Diretor do Hospital Bandeirantes

5 2 - revis­taFH.com.br

lay_Artigo Genesio 52

10/14/08 11:03:27 AM


Untitled-1 1

10/14/08 4:28:28 PM


melhores práticas

Rodrigo Barbosa Abreu

Foto: Divulgação

Avanços na oftalmologia com a tomografia ocular

A

equipe médica do Instituto Penido Burnier (IPB), de Campinas, um dos centros de referência da oftalmologia brasileira, prevê um crescimento ao longo dos próximos anos de doenças oculares relacionadas à idade, em razão da população estar vivendo mais. Por outro lado, o maior número de informações sobre a evolução dos diversos tratamentos para os problemas da visão, bem como modernos aparelhos que auxiliam nesses diagnósticos, vão nesse caso beneficiar as pessoas de todas as idades. O Penido Burnier, que registra uma média mensal de 4 mil consultas, realizadas pela sua equipe de 15 especialistas, atesta a evolução no diagnóstico e tratamento de diversas doenças oculares. Uma das mais recentes aquisições do instituto para o auxílio nesses diagnósticos é o HRT - aparelho de tomografia ocular, desenvolvido na Alemanha. Juntamente com o aparelho do IPB, atualmente existem apenas outros dois em operação no Brasil. O exame com o HRT é de grande precisão, não provoca desconforto algum ao cliente, devido ao fato de ser totalmente não-invasivo e poder ser refeito quantas vezes forem necessárias, sem a necessidade de aguardar um intervalo de tempo para repeti-lo. Esta facilidade de realização do exame é devido ao fato de que se trata de um exame realizado com a obtenção de fotografias seqüenciais, desde os planos mais superficiais até os mais profundos, tanto da retina, como do nervo óptico. Essas fotografias seqüenciais permitem que alterações de espessura tão pequenas, como a décima parte do milímetro, sejam detectadas. Essas fotografias são realizadas por meio de um scan confocal com laser de diodo com 670 –nm, cuja luz é projetada num eixo X e num eixo Y, num plano focal perpendicular ao eixo óptico. Com auxílio de pequenos espelhos oscilatórios se obtém imagens bi-dimensionais, com a inclinação de 15º do reflexo da superfície da retina e do nervo óptico, e um detector de luminosidade mede a luz refletida, em cada ponto da imagem, depois de passar pela abertura confocal que vai formar uma nova imagem tri-dimensional (estereoscópica). O modelo adquirido pelo Instituto Penido Burnier é o de última geração do aparelho HRT, sendo por isso, chamado de HRT II, que é capaz de examinar as fibras nervosas e ópticas da retina e do nervo óptico. Esse aparelho também permite a visualização das chamadas moscas volantes ou

corpos flutuantes (imagens escuras, puntiformes que flutuam e se movem quando estamos olhando algo). O exame do nervo óptico feito com o HRT, nos casos suspeitos de glaucoma e até mesmo nos casos de glaucoma comprovado e em tratamento, compara o nervo óptico neste momento e mostra suas perspectivas futuras num espaço de cinco anos, permitindo, com isso, que se inicie um tratamento antes que haja dano à função visual, bem como permite mudar o tratamento caso não esteja sendo eficiente. Considerando que atualmente a expectativa de vida do brasileiro aumentou, devido às variações positivas dos tratamentos médicos disponíveis, melhora da qualidade alimentar, melhores condições de saneamento básico e até mesmo das condições ambientais, é importante preservar a sua qualidade de visão, bem como sua qualidade de vida em idade mais avançada. Própria ao aumento da taxa de vida da população é a degeneração macular relacionada à idade. O exame da mácula com o HRT permite o uso de remédios conhecidos, como anti –VEGF, com os quais se pode preservar toda ou grande parte da visão do paciente, o que até cinco anos atrás era impossível. Dada a qualidade que o HRT tem em realizar exames de alta complexidade, com excelente avaliação da função atual e do risco da piora visual no futuro, este aparelho se encaixa perfeitamente na qualidade de medicina não só curativa, mas principalmente preventiva para a meia idade. São realizados atualmente, cerca de mil exames mensais com o HRT no Penido Burnier e foram investidos R$ 200 mil para aquisição do aparelho, incluindo treinamento de pessoal especializado e instalações para seu uso. No site do Instituto Penido Burnier existe um serviço intitulado “Fale Com o Doutor”, no qual é oferecido um serviço de informação, em que especialistas do IPB tiram dúvidas da população sobre saúde ocular. O site é permanentemente atualizado com informações sobre novos tratamentos. Como curiosidade, desde a sua fundação, o Instituto conta com 1,25 milhão de pacientes cadastrados.

O médico-oftalmologista Rodrigo Barbosa Abreu também é diretor-tesoureiro do Instituto Penido Burnier, de Campinas. www.penidoburnier.com.br

5 4 - revis­taFH.com.br

lay_melhores praticas 54

10/14/08 11:04:32 AM


I:8CDAD<>6 9: EDCI6 E6G6 B:A=DG6G D 9:H:BE:C=D! ;68>A>I6G D H:J B6CJH:>D : 9:>M6G H:J =DHE>I6A 6>C96 B6>H BD9:GCD#

FOTO MERAMENTE ILUSTRATIVA

Pioneira em anestesiologia no Brasil, a K. Takaoka projetou o SAT 500, aparelho que atende pacientes neonatais a adultos. Desenvolvido com alta tecnologia, ele oferece ao mercado ventilador eletrônico com as modalidades: VCV, PCV, SIMV/V, SIMV/PŽ e PSV, o uso de dois vaporizadores calibrados com sistema de segurança, rotâmetro eletrônico para altos e baixos fluxos e capnografia. São inovaçþes como essas que mantÊm a K. Takaoka presente nos principais centros mÊdicos em mais de 40 países. Para mais informaçþes, acesse: www.takaoka.com.br ou ligue: (11) 4176-3600.

Untitled-1 1

10/14/08 4:30:00 PM


GESTÃO

Caos nos

CENTROS DE DIÁLISE Falta de financiamento, estrutura clínica e hospitalar cara, defasagem na tabela paga pelo SUS e remuneração inadequada dos profissionais são os principais pontos que justificam a falta de vagas para pacientes em diálise Thais Martins – editorialsaude@itmidia.com.br

5 6 - revis taFH.com.br

lay_gestao 56

10/14/08 11:06:51 AM


R$ 1,4 bilhões ao ano. Estima-se que pelo menos quatro mil pacientes por ano não conseguem vaga para se tratar da DRC. Na orientação de qualificar o atendimento ao usuário, o Ministério da Saúde também firmou um acordo com a Caixa Econômica Federal para oferecer crédito para a compra e substituição de equipamentos. Em setembro, o ministro da saúde, José Gomes Temporão, anunciou um acréscimo de R$ 65 milhões para esses serviços. O aumento atende a um apelo das associações de nefrologia. Cerca de 15 milhões de brasileiros já perderam 60% ou mais da função renal. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Jocemir Ronaldo Lugon, nesse momento, o preço da sessão de hemodiálise está muito abaixo do que é pago em outros países. “ Estimamos, junto com a ABCDT (Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante), que um reajuste na ordem de 40% seria necessário. Em setembro deste ano, o governo reajustou o reembolso em 5%, um valor claramente insuficiente. A alegação é de que não há dinheiro na saúde para cobrir esses custos. Isso não deixa de ser surpreendente na medida em que todo dia os jornais anunciam recordes de arrecadação tributária”, critica. Além do repasse ser insuficiente, o aumento contempla apenas a hemodiálise deixando de fora o reajuste da diálise peritoneal, técnica feita em domicílio, e os honorários médicos. “O reajuste proposto pelo ministro não resolverá o problema de falta de vagas para hemodiálise no País se não houver outro aumento em breve. O caos na assistência deverá ser pior. Estamos vivendo uma verdadeira crise no atendimento ao doente renal crônico’”, diz o presidente da ABCDT, Paulo Luconi. Cerca de 90% dos atendimentos de tratamento renal no Brasil são feitos por clínicas particulares, conveniadas ao SUS. Falta de financiamento, defasagem na tabela, atrasos nos repasses e pagamentos que nem sempre correspondem ao número de pacientes atendidos são os principais pontos que afetam a qualidade do serviço prestado. “Podemos dizer que o Brasil está sofrendo um colapso da terapia renal, um verdadeiro apagão. Há vários pacientes internados há dois ou três meses em hospitais de emergência, onde só deveriam receber o primeiro atendimento, fazendo hemodiálise de maneira inadequada, de madrugada”, afirma Luconi. “Hoje o valor estimado gasto com cada pessoa por sessão de diálise é de R$ 160, mas o governo federal, pelo SUS, paga no máximo R$ 130. Isso

Fotos: Divulgação

A

s doenças renais crônicas, chamadas de DRC, têm aumentado nos últimos tempos. De acordo com o último censo, realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), mais de dois milhões de brasileiros sofrem com algum estágio da insuficiência renal. Especialistas já se referem à doença como a epidemia do novo século. E o mais preocupante é que apenas três em cada 10 brasileiros já fi zeram exame para avaliar a função renal, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha neste ano. De acordo com os dados da SBN, no Brasil existem cerca de 500 pacientes renais crônicos terminais para cada 1 milhão de habitantes. No total são cerca de 80 mil em diálise e 30 mil com rins transplantados funcionantes. Nos Estados Unidos, por exemplo, há 1.350 pessoas com doença renal crônica terminal por cada 1 milhão de pessoas. No Chile, cerca de 800 por milhão. A maioria dos brasileiros com casos crônicos (cerca de 70% dos casos) só sabe da doença quando é internada em situação emergencial, devido às complicações. Uma pesquisa nacional, encomendada pela Roche, com o apoio da Fundação Pró-Renal e conduzida pelo Instituto Datafolha, concluiu que apenas quatro em 10 brasileiros com diabetes ou hipertensão, principais fatores de risco para o desenvolvimento da DRC, já fizeram exame para avaliar a função dos rins. O número de pacientes em terapia renal substitutiva aumentou. Em 2005 era de 62.906 e em 2008 supera os 68 mil. O número de máquinas de hemodiálise aumentou de 10,4 mil em 2005 para 12.928 em 2007. No ano passado, o governo federal destinou R$ 1,3 bilhão para financiar os serviços de terapia renal substitutiva. Estatísticas mundiais mostram que cerca de 95% dos pacientes com DRC que necessitam de diálise apresentam um quadro de anemia renal crônica. Além disso, esses pacientes, mesmo em tratamento com as medicações, apresentam variações nos níveis de hemoglobina, o que aumenta o risco de hospitalização e de doenças que podem ser fatais, como a falência do coração. Segundo um estudo realizado pela Roche, projeções apontam que o número de especialistas terá que dobrar até 2010 para atender às necessidades da crescente população que já possui doença renal, anemia e todas as demais complicações. A incidência de novos pacientes cresce cerca de 8% ao ano. O gasto com o programa de diálise e transplante renal no Brasil situa-se ao redor de

Jocemir Ronaldo Lugon, da Sociedade Brasileira de Nefrologia: Serviços de diálise precisam de um reajuste de 40%. Em setembro deste ano, o governo reajustou o reembolso em 5%, o que é insuficiente

quando é feito integralmente. O repasse é feito de acordo com um teto e não cobre o pagamento do número de atendimentos que ultrapassem esse limite. Os atrasos também são comuns. A gestão do SUS é descentralizada entre união, estados e municípios e o dinheiro é repassado pelo governo federal em dia, mas o pagamento fica represado no estado ou município, que, quando paga, não atende todos os pacientes que foram tratados”, explica Lugon. De acordo com o responsável técnico pelo Serviço de Nefrologia do Hospital e Maternidade Celso Pierro, da PUC-Campinas, Marcelo Hering Bissoli, “em média, para uma clínica com 100 pacientes, o gasto com materiais médicos é por volta de R$ 60 mil a R$ 70 mil, fora os custos com equipe e manutenção do prédio. Para uma clínica funcionar é preciso, além das máquinas de hemodiálise (custam de R$ 35 mil a R$ 40 mil), um sistema de tratamento de água (osmose reversa), equipamentos para atendimento de urgência (ECG, desfibrilador, respirador e carrinho de parada), poltronas, profissionais (por lei, um médico nefrologista para cada 50 pacientes), equipe de enfermagem (especializados em nefrologia e um técnico para cada quatro pacientes), assistente social, nutricionista, psicólogo, além da empresa de limpeza.” Dados da SBN de 2007 mostram que no Brasil

5 7 - revis taFH.com.br

lay_gestao 57

10/14/08 11:07:06 AM


GESTÃO

existem por volta de 620 clínicas de diálise, sendo 94% conveniadas ao SUS. Em todo o país, 75 mil pacientes estão em tratamento renal, com diálise e, segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 34 mil aguardam na fila de espera por um transplante de rim. Segundo Lugon, os transplantes com doador cadáver só são feitos no sistema público e o SUS paga R$ 19 mil por esse procedimento. O transplante com doador vivo poder ser feito também pelos planos de saúde, sendo que a remuneração do SUS é de aproximadamente R$ 15 mil e o preço pago pelos planos é variável, mas, em geral, um pouco maior. Já Luconi calcula que no Brasil se gasta R$ 1,2 bilhão para tratar entre 75 mil e 80 mil pacientes

Marcelo Hering Bissoli, do Hospital Celso Pierro: Custo médico mensal de uma clínica de hemodiálise com 100 pacientes fica entre R$60 mil e R$70 mil

somente em diálise. Em 2006, este valor representou 5% do orçamento do Ministério da Saúde. “Em 2007, houve um crescimento de 3,9% nos atendimentos, porque não existiam vagas. A demanda apontava para 10%.” Coordenador também do programa de Transplante Renal do Hospital Bandeirantes, Luconi conta que para o hospital ter 30 pontos de atendimento, o custo é de R$ 3 milhões. “Atendemos ao todo 800 pacientes de diálise. Cerca de 130 fazem o tratamento em casa. Cada máquina custa de R$ 35 mil a R$ 40 mil e o tratamento de água custa R$ 200 mil. Também é preciso adequar as instalações elétricas e hidráulicas. Cada máquina atende seis pacientes com quatro horas de sessão e duram de seis a sete anos. Em relação aos transplantes, muitos não precisam fazer e estão na fila. O SUS paga R$ 18 mil por uma cirurgia; R$ 135 por mês no primeiro ano de tratamento e R$ 135 a cada dois meses, após o primeiro ano. Antigamente, não se pagava os pré-exames, mas a promessa do ministro da saúde agora é pagar. Na sessão de hemodiálise, o SUS paga R$ 130 por sessão, sendo que custa R$ 183,17, então, a defasagem é de 40%. O programa é muito bom, tem que ser preservado, mas falta uma política de atendimento global.” As dificuldades enfrentadas pelas clínicas de diálise já surtem efeitos negativos no crescimento do número de vagas para esse tipo de tratamento. A SBN aponta que as pessoas chegam aos hospitais em situações de emergência e fazem diálise em condições precárias, o que resulta em mortalidade mais alta, e não conseguem vaga no sistema para diálise regular, programada. “A opção que existe é a do Ministério da Saúde investir na terapia renal substitutiva da maneira como tem que ser investido. Faz dois anos e meio que não há nenhum tipo de reajuste para hemodiálise, e para transplante faz oito anos que não

há nenhum tipo de mudança na tabela”, conta o presidente da ABCDT. As clínicas e hospitais precisam recorrer a empréstimos ou tirar dinheiro de outras fontes para cobrir as despesas. Isto desestimula o surgimento de novos centros de tratamento, até porque o custo de instalação de um ponto é extremamente caro. Muitas unidades ainda sobrevivem porque não pagam os impostos e podem refinanciar depois. Portanto, já que não há condições financeiras no momento para solucionar a crise, os especialistas indicam a prevenção como a melhor saída para que não haja superlotação nas clínicas. PANORAMA O 1º Estudo Brasileiro Multicêntrico sobre Diálise Peritoneal, patrocinado pela Baxter Hospitalar, envolveu mais de 6 mil pacientes, de 114 centros de tratamento, e mostra que 15% dos doentes foram encaminhados para diálise depois de passar pelo pronto-socorro ou emergência dos hospitais com crise renal. Outros 65% só conheceram sua condição porque recorreram a médicos de diferentes especialidades devido a complicações de saúde. “O estudo retrata que o diagnóstico está sendo tardio e o início do tratamento é feito em condições ruins de saúde. Essa situação causa um impacto negativo na sobrevida do doente e gera custos desnecessários para o sistema de saúde”, analisa o coordenador da pesquisa, Roberto Pecoits Filho, professor adjunto da Faculdade de Medicina da PUC-PR e coordenador da Sociedade Internacional de Diálise Peritoneal para a América Latina. Exames simples e baratos poderiam evitar parte das diálises e transplantes. Para a grande maioria dos pacientes, o diagnóstico de doença renal só chega quando o órgão já está muito prejudicado

“Grande parte dos pacientes que hoje têm indicações para diálise peritoneal, hemodiálise ou transplante renal poderiam evitar esses tratamentos complexos e caros se a doença tivesse sido diagnosticada na fase inicial” Hugo Abensur, da USP

5 8 - revis taFH.com.br

lay_gestao 58

10/14/08 11:08:25 AM


“Em 2007, houve um crescimento de apenas 3,9% nos atendimentos em diálise, porque não existiam vagas. A demanda apontava para 10%” Paulo Luconi, do ABCDT

Pablo Toledo, da Baxter: Teoricamente, até 20% das pessoas têm indicação para a diálise peritoneal, mas nem sempre os médicos informam o paciente

Hemodiálise HEMODIÁLISE A hemodiálise vai promover a retirada das substâncias tóxicas, água e sais minerais do organismo através da passagem do sangue por um filtro. É realizada três vezes por semana, em sessões com duração média de 3 a 4 horas, com o auxílio de uma máquina dentro de clínicas especializadas. Para que o sangue passe pela máquina, é necessário a colocação de um cateter (procedimento realizado comumente nas veias do braço) para fornecer um fluxo de sangue adequado para ser filtrado.

e a diálise ou o transplante são as únicas alternativas para garantir a sobrevivência. “Grande parte dos pacientes que hoje têm indicação para diálise peritoneal, hemodiálise ou transplante renal poderiam evitar esses tratamentos complexos, caros e que prejudicam a qualidade de vida se a doença tivesse sido diagnosticada na fase inicial. A DRC pode ser facilmente detectada por dois exames simples e baratos: a dosagem de creatinina no sangue e a perda de proteína na urina. Esses exames deveriam ser pedidos rotineiramente a diabéticos, hipertensos, familiares de doentes renais crônicos, obesos, pessoas com colesterol elevado e alto risco cardiovascular”, orienta o professor de Nefrologia da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do Programa de DF do Hospital das Clínicas de São Paulo, Hugo Abensur. “Além dos exames, a diálise peritoneal é subu-

tilizada no País. Teoricamente, até 20% das pessoas têm indicação para a peritoneal, mas nem sempre os médicos informam os pacientes. Este recurso possibilita que, em vez de ir à clínica várias vezes por semana, o paciente renal faça diálise em casa, com ganhos de anatomia e qualidade de vida”, acredita o presidente da Baxter, Paulo Toledo. Nos países em que esta é a principal opção terapêutica, como México, Colômbia, Reino Unido e Canadá, a diálise domiciliar promoveu expressiva redução de custos para o sistema de saúde, ampliando o acesso de pacientes ao tratamento. “No Brasil, a modalidade é utilizada por cerca de 10% dos pacientes. Falta de conhecimento ou até mesmo por insegurança de fazer o procedimento longe de uma equipe médica impedem que esse número aumente e desafogue o sistema”, conclui Toledo.

X Diálise peritoneal

DIÁLISE A diálise utiliza o peritônio. Com a colocação de um cateter flexível no abdômen, é feita a infusão de um líquido semelhante a um soro na cavidade abdominal. Este banho de diálise, vai entrar em contato com o peritônio, e por ele será feita a retirada de substâncias tóxicas do sangue. Após um período de permanência do banho de diálise na cavidade abdominal, este fica saturado de substâncias tóxicas e é então retirado, sendo feita a infusão de um novo banho. Esse processo é realizado de forma contínua e é conhecido por CAPD, sigla em inglês que significa diálise peritoneal ambulatorial contínua. Já a diálise peritoneal automática é realizada com a ajuda de uma máquina portátil chamada Homechoice. A vantagem da diálise peritoneal é a maior liberdade e independência em relação à clínica de diálise e à equipe médica. Por ser uma terapia contínua, efetua a retirada constante de líquidos, substâncias tóxicas e sais minerais, o que possibilita maior liberdade de dieta. Por ser um método mais suave, proporciona também maior preservação da função renal residual.

5 9 - revis taFH.com.br

lay_gestao 59

10/14/08 11:08:32 AM


tecnologia

f r a u d e s a u m

toque Imagem: SnapVillage

r e d u ç ã o d e

6 0 - revis­taFH.com.br

lay_tecnologia 60

10/14/08 11:14:04 AM


A incorporação de tecnologias como a identificação por biometria, ou seja, pelas medidas de uma impressão digital ou retina, tem se intensificado no setor como uma forma de reduzir fraudes na saúde suplementar e gerir as pessoas no ambiente hospitalar. Confira como as organizações de saúde avaliam e utilizam esta nova opção. Da redação / Colaborou Patricia Santana – psantana@itmidia.com.br

mento em precaução acaba saindo mais caro do que o prejuízo em si. Portanto, é preciso haver parcerias entre toda a cadeia para que ninguém saia perdendo”, esclarece Almeida. Antes de adotar a biometria, o procedimento realizado pela Unimed POA era o uso de um cartão com a memorização de uma senha, que era fornecida a cada atendimento. No entanto, nos casos em que o paciente estava desacordado, a necessidade desta senha acabava sendo descartada. De acordo com a executiva, a idéia de adotar esta nova tecnologia é gerar mais produtividade e menos custos. “Imaginamos que se conseguirmos reduzir 1% da sinistralidade em um ano, teremos uma economia de R$ 4 milhões. Hoje, nosso índice de sinistralidade é de 88%”, calcula Magda. A estratégia de adotar a biometria visa não somente a economia na cooperativa, como tam-

bém a rapidez de atendimento. “Trata-se de um mecanismo seguro, rápido e ágil, já que, ao colocar a digital na leitora, o paciente é automaticamente identificado. E o custo de implantar uma leitora biométrica é de R$ 240, ou seja, há uma boa relação custo-benefício”, pontua Magda. Segundo a superintendente, ainda não existem indicadores, pois o projeto foi implantado recentemente, em agosto deste ano. No entanto, a expectativa de aceitação e redução de custos é alta. Tanto que a cooperativa pretende implementar a biometria também na identificação de colaboradores e médicos no futuro. Mudança de foco É justamente com o foco na gestão de recursos humanos dentro das instituições de saúde que o Hospital da Vila Matilde, de São Paulo,

“Se as operadoras precisarem custear o investimento de biometria na rede credenciada, o investimento em precaução acaba saindo mais caro do que o prejuízo em si. Portanto, é preciso haver parcerias entre toda a cadeia para que ninguém saia perdendo” Arlindo de Almeida, da Abramge

Fotos: Divulgação

O

uso de carteiras de identificação pelas operadoras para fornecer acesso à saúde suplementar ou o de crachás para controle de presença de colaboradores em instituições de saúde não têm sido as formas mais eficientes de lidar com as demandas do dia-a-dia do setor. Atualmente, com a disseminação da identificação biométrica, entidades enxergam na tecnologia uma forma que, além de reduzir o número de fraudes, também é capaz de otimizar o trabalho de recursos humanos. Como não existe uma impressão digital idêntica à outra, os planos de saúde evitam que um não-cliente use a carteira de identificação de um cliente para ser atendido por um médico ou fazer um exame, por exemplo. “Calculamos que as operadoras possuem um ônus de quase 30% do faturamento decorrente de fraudes em que um beneficiário emprestou o seu passaporte de acesso aos serviços de saúde para um terceiro”, conta o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida. Por conta disso, a Unimed de Porto Alegre (Unimed POA) investiu R$ 400 mil em um projeto piloto que viabiliza sistemas, equipamentos, infra-estrutura e serviços para a adoção de identificação biométrica por impressão digital em três unidades hospitalares próprias. “Temos 430 mil vidas seguradas, 28 unidades próprias e outras 300 instituições credenciadas. Inicialmente, vamos checar os benefícios que o projeto trará e depois de quatro meses, ou seja, em dezembro, faremos um planejamento para todas as unidades”, antecipa a superintendente de tecnologia de informação da Unimed POA, Magda Targa. Mas para o presidente da Abramge, a biometria é mais viável para hospitais de rede própria, não para os credenciados. “Se as operadoras precisarem custear o investimento de biometria na rede credenciada, o investi-

Arlindo de Almeida, da Abramge: Operadoras de saúde têm ônus de 30% do faturamento por conta de fraudes

6 1 - revis­taFH.com.br

lay_tecnologia 61

10/14/08 11:14:17 AM


tecnologia

Fotos: Divulgação

adotou a biometria. Desde janeiro deste ano, a entidade possui uma leitora de autenticação de presença por meio da digital dos colaboradores. “Investimos cerca de R$ 6 mil e ganhamos no controle das informações, na

Marga Targa, da Unimed POA: Biometria pode gerar uma economia de R$ 4 milhões em um ano com a redução da sinistralidade

agilidade e na redução de possíveis fraudes, o que gera menos absenteísmo”, conta a diretora administrativa, Maria Cristina Marques. Com um único terminal identificador de colaboradores, ligado ao servidor e ao sistema de folha de pagamentos da instituição, a executiva informa que é possível realizar um acompanhamento real de todos os funcionários. “A tecnologia permite que a diretoria monitore os colaboradores presentes, gere relatórios e possa adotar medidas estratégicas”, pontua. De acordo com a fabricante de tecnologia biométrica Dimep, as empresas de saúde buscam mecanismos que gerem mais eficiência

“Trata-se de um mecanismo seguro, rápido e ágil, pois ao colocar a digital na leitora o paciente é automaticamente identificado” Magda Targa, da Unimed POA

aos processos. “Na saúde, é preciso lidar com diferentes escalas dos profissionais de saúde, desde médicos a auxiliares, enfermeiros e técnicos. Ter uma ferramenta que consolide os dados e traga consigo segurança é uma forma de gerir melhor os recursos humanos”, acredita o vice-presidente da empresa, Dimas III. O setor de saúde representa 10% do faturamento da Dimep e o investimento neste tipo de tecnologia tem se mostrado promissor ao executivo. “As aplicações de biometria na área da saúde têm se mostrado uma tendência mundial, pela questão pura e simples da segurança e pela possibilidade de gerar maior controle. Nos Estados Unidos, a biometria é usada inclusive para controle de acesso a determinadas áreas dos hospitais”, conta. No Hospital da Vila Matilde, a aplicação é usada tanto para o controle de pessoal quanto para a segurança no reconhecimento de beneficiários. “Há um ano, adotamos a biometria para o reconhecimento de usuários dos planos de saúde Unimed Paulistana, Marítima Seguros, Porto Seguro, Medial Saúde, Ecônomos e Fundação de Seguridade Social”, detalha Maria Cristina. Hoje, a instituição realiza um total de 15 mil atendimentos mensais no pronto-socorro e ambulatório. “A biometria proporciona mais eficiência nos processos”, conclui.

Fotos: Divulgação

Unimed de Porto Alegre: Cada leitora biométrica custa R$ 240

Dimas III, da Dimep: Setor de saúde representa 10% do faturamento da empresa

6 2 - revis­taFH.com.br

lay_tecnologia 62

10/14/08 11:14:38 AM


16ª Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, Farmåcias, Clínicas e Consultórios

Participe do maior evento de saĂşde da AmĂŠrica Latina 10 motivos para estar presente na HosPitALAr 2009

1

78 mil visitantes

2

Chance de ouvir o usuĂĄrio

Em quatro dias, vocĂŞ poderĂĄ ser visto e interagir com 78 mil profissionais. Quanto tempo sua equipe levaria para contratar individualmente todo esse pessoal?

Quem jå usa seus produtos e serviços vai passar no seu estande para conversar. Elogios incentivam sua equipe e as críticas melhoram o produto ou serviço.

6

infra-estrutura para negĂłcios

A feira ĂŠ moderna, setorizada e preparada para estimular negĂłcios. Vale a pena conferir.

7Mais de 60 congressos e eventos

Milhares de profissionais participam destes eventos, atraindo para a feira um pĂşblico qualificado.

8

informação de mercado

4

tecnologia de mais de 30 paĂ­ses

9

Alianças e parcerias

5

Encontro anual do setor

10

3Mais de 1.200 empresas expositoras

Seus concorrentes certamente jĂĄ estĂŁo lĂĄ. DĂĄ para deixar o campo livre para eles?

Saúde depende de tecnologia, inovação e novas utilizaçþes para receitas conhecidas. Veja o que o mundo estå fazendo.

Quem decide investimentos e compras visita a Hospitalar. É hora de se mostrar e influenciar os formadores de opinião.

O evento, que reúne os melhores fornecedores e os maiores clientes, tem tambÊm as mais quentes informaçþes de mercado.

Globalização, competição, fusþes... O mundo passa por transformaçþes e você precisa ficar atento!

VocĂŞ pode

Participar de uma grande feira como a Hospitalar ĂŠ muito mais fĂĄcil do que parece. VocĂŞ pode e deve estar presente.

Confirme jĂĄ a sua participação na HOSPITALAR 2009 Fone: (11) 3897-6199 • E-mail: vendas@hospitalar.com.br Tudo sobre a feira: www.hospitalar.com

Realização

PatrocĂ­nio Institucional

Untitled-1 1

10/14/08 4:31:01 PM


De olho na Indústria

Da Europa para o Brasil A Orthofix acaba de anunciar a construção de uma fábrica no Brasil no próximo ano, que receberá US$ 3 milhões de investimento. Com a nova unidade, a empresa pretende ampliar o faturamento em 35% Da redação / Colaborou Patricia Santana – psantana@itmidia.com.br

P

Foto: Divulgação

resente em 80 países, o grupo Orthofix, empresa de origem italiana de produtos médico-hospitalares, cuja sede administrativa fica nos Estados Unidos, acaba de anunciar a construção de uma fábrica no Brasil em 2009. Com investimentos de cerca de US$ 3 milhões provenientes da matriz, a unidade do Brasil tem se mostrado cada vez mais emergente, característica do próprio País. “Se compararmos os resultados de faturamento da vertical brasileira nos últimos anos, de 2006 para 2007 houve um crescimento de 60%, o que antecipa a meta de 2011”, conta o diretor da filial brasileira, Carlos Fusco. A localização da fábrica ainda não foi definida, mas existem quatro opções na linha de estudos da multinacional. Segundo o diretor, a unidade deve receber os equipamentos para produção da Alemanha e Itália. “Algumas, peças que são demandadas em grande volume, pretendemos produzir aqui no Brasil. No entanto, a grande parte não compensa produzir internamente, por

A maior fábrica da Orthofix, que também foi a origem do grupo, fica sediada em Verona, na Itália

conta da relação qualidade/custo do fornecedor”, diz. Hoje, a companhia detém 18% de market share no mercado de fixação externa, aparelhos que permitem manter a estabilidade da estrutura óssea, por meio de fios e pinos rosquemos. Para este ano, a expectativa é crescer em 35% o faturamento no Brasil e lançar novos produtos ortopédicos. De acordo com Fusco, o otimismo com relação ao crescimento é um reflexo do mercado. “O setor era sedento por materiais ortopédicos, pois este tipo de material é oferecido no Brasil a preços não compatíveis com a realidade do país”, acredita. Por se tratar de um produto totalmente importado, a companhia não é fornecedora do Sistema Único de Saúde (SUS). Trabalha apenas com instituições privadas e hospitais universitários. “Acredito muito na qualidade de nossa linha, porque o grande dilema vivido pelo setor é o fato de que procedimentos que envolvem materiais ortopédicos exigem um acompanhamento contínuo e, em muitos casos, não são bem aceitos pelos pacientes, que não conseguem se adaptar. No caso da Orthofix, o produto é mais barato e há um menor gasto com fisioterapia, cirurgia e hospital, por conta da qualidade”, pontua Fusco. Agora, o executivo antecipa que existe um interesse em estabelecer parcerias com instituições privadas. “A nossa idéia é oferecer treinamento para os profissionais de saúde, pois a recuperação do paciente depois da cirurgia é fundamental no processo de venda. Caso a aceitabilidade não seja positiva, isto compromete o resultado final. A nossa parceria funciona com a estratégia de ter um pós-venda prolongado em serviços de fisioterapia, por exemplo. Para isso, estamos investindo US$ 2 milhões em equipamentos de treinamento.”

Para Fusco, quando se trabalha com materiais – um dos geradores de receita dos hospitais – além de oferecer um custo acessível, “o grande segredo é saber colocar o aparelho corretamente”, assinala. Reestruturação

Há dez anos no Brasil, por meio de canais diretos e indiretos de distribuição, a companhia tem passado por um processo de expansão e mudanças nos últimos três anos. Tudo começou com a própria contratação do executivo Carlos Fusco, em 2005, que assumiu a filial brasileira, com o objetivo de reorganizar a empresa, investindo em recursos humanos e estabelecendo metas locais. “Partimos de uma composição de três profissionais e um escritório no centro da capital paulista para 54 colaboradores em uma sede em Alphaville, em Barueri, que tem estrutura para treinamentos e convenções”, conta. Além disso, a instituição possui hoje oito distribuidores certificados e treinados. De acordo com o diretor, a idéia é alcançar 16 no final deste ano. “Também trabalhamos diretamente com instituições de saúde específicas.” Junto com o crescimento da unidade brasileira, os investimentos da matriz para o Brasil também aumentaram. “Diante do panorama, os investimentos na unidade brasileira cresceram e hoje são da ordem de US$ 2,5 milhões por ano, dos quais 8% são destinados para a linha de fixadores externos.” Com crescimento médio acima de 80% ao ano, nos últimos três anos, a matriz norteamericana passou a enxergar o Brasil como carro-chefe para o mercado latino-americano. "Em 2004, atendíamos de 8 a 12 clientes por mês na área de ortopedia, e 25 a 35 clientes da área de cirurgia plástica. Hoje, são 190 na área de ortopedia e 450 na área de cirurgia plástica", explica Fusco.

6 4 - revis­taFH.com.br

Sin título-1 lay_industria 64

10/14/08 11:21:36 AM


Mega Surgical quer alcançar dez capitais em cinco anos

A

empresa de representação comercial em saúde Mega Surgical declarou que pretende ampliar sua atuação para dez capitais brasileiras dentro de um período de cinco anos. Atualmente, a companhia atua somente no Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Dirigida pelo administrador Felipe Winston desde 2003, a empresa faz representação para nove companhias, sendo que apenas duas são nacionais. “Conseguimos crescer 40 vezes nos últimos cinco anos. Estamos sempre fazendo contatos com organizações internacionais, visando ampliar nosso portfólio de produtos, que hoje abrange as áreas de neurocirurgia, ortopedia, coluna, buco-maxilo-crânio-facial, biológicos e pectus”, conta Winston. De acordo com o executivo, o mercado de atuação da Mega Surgical deve se consolidar nos próximos anos. “Apesar de as margens de resultado estarem diminuindo com a vinda de empresas do exterior para o Brasil, existe uma lacuna no mercado que nos permite ga-

nhar em volume”, pontua. Em 2003, a Mega Surgical registrava um faturamento de R$ 700 mil. A companhia sofreu uma mudança de controle acionário, em que Winston passou a deter dois terços das ações, e recebeu uma injeção de capital, o que alavancou o crescimento de 40% ao ano nas receitas. Entre 2003 e 2007, o faturamento da empresa aumentou 30 vezes. “Vamos encerrar 2008 como a maior empresa de comercialização de produtos médicos e cirúrgicos”, acredita. Segundo o diretor, a principal estratégia tem sido a modernização da gestão, como forma de conquistar a credibilidade deste mercado. “Hoje, percebo que, para dar um novo salto e disputar de igual para igual com os maiores do setor, é preciso aperfeiçoar ainda mais os projetos”, diz. Aposta em São Paulo

Nesta ano, a Mega Surgical já começou os

registros de seus produtos na Vigilância Sanitária de São Paulo, como parte do processo de expansão. Localizada em Moema, na capital paulistana, a unidade já está em obras. “Agora, nosso único empecilho é o registro da vigilância, mas pretendemos consegui-lo até o final do ano”, pontua. Dados da empresa apontam que no primeiro semestre de 2008 houve um crescimento de 38%, se comparado com o mesmo período do ano passado. A idéia, com a nova unidade em São Paulo, é duplicar os resultados para 2009. Com relação ao crescimento nas outras dez capitais, ainda não reveladas, o executivo diz que a maior parte do investimento partirá de capital próprio. “É claro que vamos estudar as oportunidades do mercado. Afinal, a meta é arrojada e certamente vai requerer um investimento alto. Por isso, estamos estudando no momento private equity”, revela.

6 5 - revis­taFH.com.br

Sin título-1 1 lay_industria 65

26.09.08 10:16:10 10/14/08 11:21:37 AM


XEQUE – MATE AFTER HOURS

Hoje, Gonzalo Vecina compartilha seu conhecimento com as crianças do projeto Abrace Seu Bairro, do Sírio-Libanês

Ao longo da vida de Gonzalo Vecina Neto, do Sírio Libanês, o xadrez sempre foi uma constante Fred Linardi – editorialsaude@itmidia.com.br

XEQUE – MATE Fotos: Ricardo Benichio Imagem: SnapVillage

6 6 - revis taFH.com.br

lay_after hours 66

10/14/08 11:34:51 AM


C

om quantas jogadas se faz um xequemate? Isso depende da partida, claro, mas as possibilidades chegam à casa dos bilhões. Quem responde é Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporativo do Hospital Sírio Libanês e enxadrista veterano. Num jogo de lógica, os números são interessantes e, se é impossível dizer por quantas partidas este jogador já se aventurou, ele tem outros números na ponta da língua. “As primeiras quatro jogadas de xadrez produzem combinações da ordem de 4 bilhões de movimentos”, diz Gonzalo. E todas estas combinações refletem o estilo de cada jogador. No caso de Gonzalo, defensivo. Gosto de, ao jogar com as brancas, iniciar com peão da dama e partir para aberturas na linha do gambito da dama. Com negras, contra peão de rei, sempre busco a defesa siciliana. Gosto do jogo fechado e estratégico. Acho que o mais brilhante enxadrista da historia foi Jose Raul Capablanca, embora admire gênios como Alexander Alekhine, Mikhail Tal, Bob Fischer”, diz, apontando suas referências. Com dez anos, começou a freqüentar o Clube de Xadrez de Sorocaba com seu pai, que era um grande aficionado pelo esporte. De lá em diante, sua vida seguiu rumo a direções diferentes, como numa peça num tabuleiro. Gonzalo, no entanto, se moveu pelo mapa na busca de garantir outros tipos de jogadas – aquelas que a vida profissional também chama para a disputa: mudou-se para Jundiaí, onde fez a faculdade e participou do Clube de Xadrez. Morou ainda em Campinas e, finalmente, fixou residência em São Paulo. Na época da faculdade, chegou a ser hexacampeão universitário e foi campeão de torneios de Sorocaba. O executivo afirma, no entanto, que nunca foi um exímio jogador, mas tem consciência de que já chegou a níveis bons. Ao mesmo tempo, mostra que sempre teve o xadrez em mente e praticou, algo imprescindível a um bom jogador. “Além de ter que gostar do jogo, é preciso estudar. Deixar de estudar o xadrez é mortal para aqueles que querem competir”, explica Gonzalo, apontando que jogadores profissionais chegam a estudar de 4 a 5 horas por dia. Mesmo jogando como amador, ele lembra que sempre estudou a literatura do assunto o quanto seu tempo livre permitiu, chegando aos bons resultados e partidas que mantém em sua memória. Apesar de ter parado de competir e, conseqüentemente, de estudar, Gonzalo mantém o jogo como

hobby, pois, além do prazer que lhe traz, o xadrez é uma ferramenta essencial para quem deseja manter a agilidade mental. “O xadrez contribui para minhas capacidades de observar cenários e tentar entender o que o outro vai fazer. Não com a visão de inimigo, mas sim como de parceiros de jogo”, diz o superintendente. De fato, para jogar uma boa partida de xadrez, como uma de campeonato, é preciso mesmo muita disposição e até mesmo preparo físico. Um jogo desses concede, para cada jogador, duas horas para movimentar as peças, totalizando quatro horas. Depois disso, mais uma hora para cada um deles dar mais 20 lances. Pela exatidão e estratégia, o esporte traz melhores resultados para aqueles que souberem antecipar jogadas. Isso não é fácil, considerando-se os milhões de movimentos possíveis. Com a vida agitada na direção do Sírio Libanês, Gonzalo afirma que, apesar da extrema concentração e raciocínio exigidos pelo jogo, o xadrez é seguramente uma forma de relaxar. “Toda atividade que consegue tirar a pessoa do seu cotidiano é relaxante. Nós temos outros tipos de tensões e, ao mesmo tempo, outros tipos de prazer”, compara. Hoje, aos 55 anos, Gonzalo acompanha as mudanças do tempo, o avanço da tecnologia e desafia seu computador como parceiro. Ao contrário de torneios, as partidas são mais breves, mas não deixam de manter o perfil do jogo. O executivo afirma que os programas, ao contrário do ser humano, sabem pensar apenas a partir de uma programação, e não pela capacidade que eles desenvolveram, de aprender a jogar. “Apesar de que, hoje em dia, já existem computadores capazes de ‘aprender’ jogadas, e jogam com possibilidades de movimentos com o mesmo raciocínio humano”, explica. Foi assim que um dos maiores campeões de xadrez, o russo Garry Kasparov, perdeu uma partida de um computador chamado Deep Blue, em 1996. Longe dos torneios e das rodas de jogos, o executivo aponta uma dificuldade que não envolve exatidão, tampouco concentração ou raciocínio. “Existe uma falta de parceiros de jogo, espaços de socialização que foram se perdendo com o tempo. A vida moderna diminuiu os espaços de encontro, fazendo coisas como o xadrez perderem a importância”, conclui. Essa é, certamente, uma dificuldade mais impositiva do que qualquer xeque-mate: aquela que faz o próprio esporte perder.

6 7 - revis taFH.com.br

lay_after hours 67

10/14/08 11:35:07 AM


carreiras

Hospital Vita Batel muda gerência médica O Hospital Vita Batel tem um novo gerente médico. O cirurgião do aparelho digestivo, Rodrigo Silva Fontan, assume o lugar de Osni Silvestre, que foi transferido para o mesmo cargo no Hospital Vita Curitiba. Para Fontan, o principal desafio na nova função será a conquista da Acreditação nível

3 da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e, posteriormente, a conquista da Acreditação Canadense. Há nove anos trabalhando no Vita Batel, Rodrigo Fontan é formado em medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com residência em cirurgia geral e cirurgia do aparelho digestivo.

Fotos: Divulgação

GRAAC tem novo diretor clínico

Rodrigo Silva Fontan assume a gerência médica do Vita Batel no lugar de Osni Silvestre

O Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer (GRAAC) anunciou Flávio Luisi para o cargo de diretor clínico de seu hospital. Luisi foi eleito para o lugar de Nasjla Saba da Silva, que voltou à função de oncologista especializada em tumores do sistema nervoso central. O novo diretor é oncologista pediátrico, formado pela Faculdade de Medicina de Botucatu (SP), com residências em Pediatria, pela Unesp e em Cance-

rologia, pela FAP-USP/HACCamargo, além de ser mestre em Pediatria pela Unifesp. O médico também atua no Hospital Municipal Infantil Menino Jesus e no Setor de Oncologia do Departamento de Pediatria da Unifesp. No hospital do GRAAC, também acumulará as funções de médico do Instituto de Oncologia Pediátrica e de responsável pelo centro cirúrgico e enfermaria.

6 8 - revis­taFH.com.br

lay_carreiras 68

10/14/08 11:38:03 AM


Dasa elege diretor-presidente

Marcelo noll barboza é o novo diretor-presidente do Dasa

O Conselho de Administração da Diagnósticos da América (Dasa) acaba de eleger Marcelo Noll Barboza para o cargo de diretor presidente e Fernando Janikian para o cargo de diretor de suporte e financeiro e de relações com investidores. Entre os principais desafios do novo presidente está a implementação da estratégia de crescimento contínuo e sustentável das operações, por meio da expansão orgânica e de aquisições. A escolha de Marcelo Barboza para a presidência finaliza o processo planejado de sucessão da alta direção, depois da renúncia de Marcelo Moreira. Barboza ocupava a vice-presidência da GE Healthcare Latin América desde 2007. Além disso, passou por empresas multinacionais de consultoria e chegou a fundar em-

presas próprias. Marcelo possui MBA pela Harvard Business School e é formado em Administração e Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Já a diretoria de suporte tem sob sua responsabilidade as áreas financeira, comercial, recursos humanos, tecnologia da informação, marketing, compras e jurídico. Fernando Janikian foi diretor financeiro da Fotoptica, onde atingiu o cargo de diretor presidente em 2004. Janikian ocupa o cargo antes pertencido à Flávia Pareto Conrado, que renunciou à posição de diretora financeira no último dia 15 de setembro. Com isso, o Luiz Gastão Rosenfeld deixa de cumprir o cargo de presidente interinamente.

Dirceu Brás Aparecido Barbano é aprovado para a diretoria da Anvisa Dirceu Brás Aparecido Barbano é o novo diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Dirceu Barbano é formado em Ciências Farmacêuticas, na modalidade Farmácia Industrial, pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP). Em quase 20 anos de experiência profissional, foi secretário municipal de Saúde nos municípios paulistas de Ibaté e São Carlos, exerceu docência na PUC-Campinas e foi ainda gestor de hospitais filantrópicos, conselheiro do Conselho Federal de Farmácia e diretor do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Desde maio de 2007, Dirceu Barbano exerce a função de diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.

6 9 - revis­taFH.com.br

lay_carreiras 69

10/14/08 11:38:15 AM


livros

Eu recomendo Fernando Jorio, CEO da Edwards Lifesciences na América Latina

Foto: Divulgaçnao

Para a minha vida profissional, eu li o livro “A Hora da Verdade”. É um clássico sobre liderança que revolucionou a administração de empresas, escrito por Jan Carlzon. É um livro que possui uma filosofia inovadora e muito interessante para as empresas de todos os setores que estejam abertas às mudanças. Carlzon sugere que nossas organizações sejam viradas de cabeça pra baixo e que devemos aprender a dar as boas vindas às mudanças. É uma experiência viva de quem resolveu mudar as regras do jogo e conquistou um lugar de destaque no mundo da administração. Já pessoalmente, li “A Arte da Estratégia - Pense Grande, Comece Pequeno e Cresça Rápido!”, escrito por Carlos Alberto Júlio. O autor é um especialista em estratégia e neste livro ele ensina que é possível adotar estratégias simples, fáceis de executar e de controlar. Isto nos traz grandes resultados e vale a pena investir. É uma boa leitura.

A Hora da Verdade Editora: Sextante Autor: Jan Carlzon Preço: R$ 19,90 Páginas: 144

A Arte da Estratégia - Pense Grande, Comece Pequeno e Cresça Rápido! Editora: Campus Autor: Carlos Alberto Júlio Preço: R$ 19,90 Páginas: 150

7 0 - revis­taFH.com.br

lay_livros 70

10/14/08 11:39:48 AM


Novíssima Medicina – Ethos do Cuidar

O livro pretende mostrar que o cuidado aos doentes deve levar em conta aspectos biológicos, psíquicos e sociais, sem perder de vista a história de cada vida. Trata-se de uma ética baseada no cuidado. É dentro deste espírito que esta coletânea de artigos e conferências oferece um panorama das reflexões que o autor vem fazendo nos últimos anos, tentando encontrar as bases daquilo que tem sido chamada de “novíssima medicina”. Editora: Organon Autor: Paulo Rosenbaum Número de páginas: 222 Preço: ainda não definido

Estado, Sociedade e Formação Profissional em Saúde: Contradições e Desafios em 20 anos de SUS O Sistema Único de Saúde (SUS) acaba de completar 20 anos e, junto com o aniversário, a Escola Politécnica de Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lança a obra. De acordo com a Fundação, a obra “busca atualizar as discussões sobre as relações entre Estado, políticas sociais e saúde, levantando questões que perpassam temas como democracia, participação social e gestão da saúde no Brasil contemporâneo. A discussão se organiza em torno das tensões existentes entre o que foi o projeto do SUS e o contexto social e político no qual ele está inserido”. O livro reúne texto de Emir Sader, Sonia Fleury, Jairnilson Paim, Ligia Bahia, Sergio Lessa, Virginia Fontes, Nelson dos Santos, Ruben Mattos, Lúcia Neves e Isabel Brasil. A obra é voltada para educadores, cientistas sociais e profissionais de saúde, em especial. Editora: Fiocruz Organizadores: Gustavo Corrêa Matta e Júlio Cesar França Lima Número de páginas: 420 Preço: 45,00

Saúde e Indústria Farmacêutica em Debate

A obra retrata ensaios de onze especialistas com formação em economia, medicina e direito sobre o sistema de saúde brasileiro, sua interface com organismos públicos e privados e o impacto dessa dinâmica no acesso aos medicamentos. O livro, que contou com o apoio da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) foi escrito por Carlos Augusto Grabois Gadelha, Claudio Monteiro Considera, Felipe Ohana, Gonzalo Vecina Neto, Jacob Frenkel, Marcos Bosi Ferraz, Mário Ramos Ribeiro, Moisés Goldbaum, Paulo Kramer, Roger Stiefelmann Leal e Samuel de Abreu Pessoa. Editora: Cubzac Autores: Onze especialistas com formação em Economia, Medicina e Direito Número de páginas: 217 Preço: distribuição gratuita, para tanto, basta enviar solicitação para o e-mail: comunicacao@febrafarma.org.br

7 1 - revis­taFH.com.br

lay_livros 71

10/14/08 11:40:02 AM


Vitrine

No mês do Congresso Interamericano de Radiologia, a Vitrine da FH traz os principais lançamentos em Diagnóstico por Imagem.

Diagnóstico em minutos

A Toshiba Medical do Brasil apresenta o Aquilion ONE, o primeiro tomógrafo volume dinâmico do mundo. O equipamento tem um método que reduz o tempo de diagnóstico de dias para apenas minutos. O médico poderá visualizar não somente a imagem 3D de um órgão, mas também o fluxo dinâmico do sangue e a função. Capaz de escanear o órgão em uma única rotação, utiliza 320 elementos detectores de alta resolução de 0,5 mm. Além de menor tempo, dose de radiação e custos, ele aumenta a confiabilidade do diagnóstico.

Imagens mais confiáveis

A GE Healthcare Clinical Systems traz o LOGIQ P6, seu mais novo lançamento no mercado de ultra-som na América Latina. Compacto, o equipamento traz alta performance, prometendo não somente segurança e confiança na prática clínica do médico, como também grande qualidade de imagem. De design inovador, o lançamento é facilmente manipulável, com monitor LCD de 17” articulável, além de dois novos transdutores: convexo 5CS, permitindo melhor penetração no tecido, e o linear 11L.

Precisão de imagens

O Brilliance Ict, da Philips, garante resultados de alta tecnologia, da qual fazem parte um novo tubo de raio X, detectores tipo nano panel e reconstrutor de imagem, proporcionando imagens de um órgão, assim como o fluxo sangüíneo ao longo do tempo, em três dimensões detalhadas e nítidas. O tomógrafo possibilita a produção de imagens por meio de 256 cortes simultâneos ou capta todo o coração em dois batimentos, com 80% a menos de radiação. A rapidez é garantida pelo conjunto móvel, que pode girar quatro vezes por segundo.

7 2 - revis­taFH.com.br

lay_vitrine 72

10/14/08 11:43:31 AM


Controle de qualidade

Com a criação de um setor de Física Médica, a Konex apresenta uma nova linha de produtos voltados à qualidade em radiodiagnóstico. Além dos sensitômetros e densitômetros portáteis da X-Rite – projetados para controle de qualidade em sistemas de revelação de filmes radiográficos – há também os produtos da família Mult-O-Meter, Light-O-Meter e o lançamento da linha Unfors Xi, resultado da parceria formada com uma empresa sueca. O Unfors Xi Platinium é um medidor multifunção que realiza medidas de kVp, tempo, dose, taxa de dose e HVL num único disparo de Raios-X.

Dois em um

O equipamento AXIOM Luminos dRF reúne em um único sistema a Fluoroscopia e Radiografia digital. A solução é 100% digital e contribui para a otimização do fluxo de trabalho. Oferece ferramentas para controle de dose e mesa com altura mínima de 48 cm, ajustável até 98 cm. Possui detector plano de 43 x 43 cm, que possibilita ampla imagem dinâmica e estática.

Ultra-som conectado

O ultra-som HD3, da Microem, com tecnologia Philips, abrange aplicações clínicas para diagnósticos de ginecologia / obstetrícia, medicina interna, urologia e dados vasculares. As facilidades, além da locomoção por rodinhas, incluem um monitor LCD retrátil e painel de controle ergonômico. O aparelho também possui unidade de CD integrada para gravação de exames, transdutores de banda larga (há conexão de até três transdutores simultâneos) e saída USB para impressão de imagens. Entre as possibilidades de imagem, estão varredura, imagem 3D superficial e com modo triplex.

Praticidade tecnológica

Com elevada qualidade de imagens digitais, diversos recursos de pós-processamento em software e baixa incidência de radiação, o Compacto Plus DR, da VMI, oferece produtividade e rapidez. Sua tecnologia dispensa filmes e revelações, já que possibilita a impressão das imagens ou gravação em CD e DVD, envio pela internet e integração ao sistema PACS. Além de reduzir a reexposição e a remarcação de exames, garantindo maior facilidade ao profissional, o Compacto Plus DR diminui o tempo e os custos dos procedimentos para aumentar o conforto e a tranqüilidade dos pacientes.

7 3 - revis­taFH.com.br

lay_vitrine 73

10/14/08 11:44:07 AM


market place

7 4 - revis足taFH.com.br

lay_mktplace 74

10/15/08 3:39:00 PM


market place

7 5 - revis足taFH.com.br

lay_mktplace 75

10/14/08 5:22:51 PM


market place

7 6 - revis足taFH.com.br

lay_mktplace 76

10/14/08 5:23:29 PM


market place

7 7 - revis足taFH.com.br

lay_mktplace 77

10/14/08 5:23:41 PM


market place

A Apotheka acaba de inaugurar

a sua fábrica no Brasil

As melhores soluções integradas para farmácias e hospitais estão mais próximas de você!

Medical Box

O grupo espanhol Apotheka, líder no mercado europeu, investiu cerca de R$ 2 milhões para inaugurar a sua fábrica no Brasil, a sétima em todo o mundo. Uma indústria moderna que dispõe da mais alta tecnologia existente para fabricação de móveis, garantindo alta precisão, rapidez e qualidade nos acabamentos.

Máxima capacidade no mínimo espaço. Equipamento ideal para armazenamento de medicamentos e demais produtos correlatos. Proporciona redução de até 80% do espaço em relação aos sistemas tradicionais.

Modular System

O que já era bom ficou ainda melhor Além da excelência já reconhecida por grandes hospitais e redes de farmácias de todo o Brasil, com a nova fábrica conseguiremos agregar diferenciais exclusivos.

Maior produtividade e melhoria dos ambientes. Solução de móveis modulados com design e logística especialmente criada para organizar os mais diversos tipos de materiais necessários às rotinas diárias dos hospitais, como postos de atendimento, farmácias centrais, farmácias satélites, pronto-socorros, UTI’s e centros cirúrgicos.

Melhor custo-benefício Menor prazo de entrega Pronto atendimento Garantia e suporte estendidos

O setor da saúde só tem a ganhar! Seja referência e sinônimo de inovação e resultados como a Apotheka.

Alemanha

Brasil

SoluçõeS IntegradaS para farmácIaS e hoSpItaIS

Espanha

França

Itália

México

Portugal

Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 1260, G-5 São Bernardo do Campo SP Brasil CEP 09850-300 Fone: 55 (11) 4392.8010 www.apotheka.com.br

7 8 - revis­ taFH.com.br

lay_mktplace 78

10/14/08 5:25:05 PM


market place

7 9 - revis足taFH.com.br

lay_mktplace 79

10/14/08 5:25:21 PM


market place

8 0 - revis足taFH.com.br

lay_mktplace 80

10/15/08 11:03:09 AM


market place

8 1 - revis足taFH.com.br

lay_mktplace 81

10/14/08 5:28:51 PM


market place

A EVOLUÇÃO DO BANHO NO LEITO Considerando os benefícios do banho e o bem-estar que ele oferece às pessoas, a X-Ray Medical Indústria e Comércio de Equipamentos Hospitalares Ltda. desenvolveu o “Acqua Therm”. Uma ducha de banho no leito totalmente portátil e transportável, que se utiliza de água, ar comprimido e energia elétrica para funcionar. O “Acqua Therm” possui: n Carrinho com alça e rodízios giratórios n Reservatório em aço inox com

Painel de controle

Reservatório de água em aço inox Registros independentes

capacidade para até 20 litros de água n Mostrador de nível da água n Painel de comando com display digital n Chave liga e desliga n Controle de temperatura da água até 41º C n Ducha ergométrica com controle de pressão do jato de água n Controlador de pressão n Válvula de despressurização n Reservatório de sabonete líquido

com bico injetor n Registros independentes de água e Rodízios giratórios

Tecnologia e qualidade para o conforto e bem-estar do seu paciente.

Reservatório de sabonete líquido

sabonete líquido

X-Ray Medical • Indústria e Comércio de Equipamentos Hospitalares Ltda. Rua Coelho Barradas, 520/526 • Vila Prudente São Paulo • SP • CEP 03139-050 • Fone/Fax: 11 2341 5445 http://www.xraymedical.com.br • email: xraymedical@xraymedical.com.br

XRay Medical Acquatherm 1mod.ind1 1

10/9/08 3:21:23 PM

8 2 - revis­taFH.com.br

lay_mktplace 82

10/16/08 9:34:12 AM


market place

8 3 - revis足taFH.com.br

lay_mktplace 83

10/15/08 11:16:42 AM


IT COM

MARKET PLACE

SAÚDE BUSINESS WEB Notícias em tempo real, até no seu bolso.

Saúde Business Web - O Portal de Gestão Médico-Hospitalar http : / / w a p . s a u d e b u s i n e s s w e b . c o m .br

*serviço sujeito a variações conforme pacotes de serviços oferecidos de sua operadora de telefonia

8 4 - revis taFH.com.br

lay_mktplace 84

10/15/08 11:20:30 AM


MARKET PLACE

8 5 - revis taFH.com.br

lay_mktplace 85

10/15/08 11:21:07 AM


market place

E AINDA DIZEM

DE GRAÇA

QUE SÓ INJEÇÃO NA TESTA!

RECEBA GRATUITAMENTE A SUA WWW.REVISTAFH.COM.BR/ASSINE Realização:

8 6 - revis­taFH.com.br Untitled-2 1

lay_mktplace 86

10/15/08 11:45:10 AM

10/15/08 11:48:20 AM


market place Cyan Magenta inglobo Yellow Black (11) 2023 1505

Previna-se contra a infecção hospitalar. Invista em NanoxClean®.

By

[

Rua José Missali, 820 • Planalto Paraíso CEP 13562-060 • São Carlos SP • Brasil Tel: 16 3412-9980

8 7 - revis­taFH.com.br

lay_mktplace 87

10/15/08 5:48:57 PM


market place

8 8 - revis足taFH.com.br

lay_mktplace 88

10/14/08 5:32:15 PM


índice de anunciantes

de anUnciantes w w w. r e v i s t a f h . c o m . b r

Participe

desse importante grupo de empresas que têm acreditado em nossa responsabilidade, que é levar conteúdo de gestão relevante ao setor, aproximando os decisores que lêem a publicação dos anunciantes aqui representados.

3M – 4ª capa Tel.: 0800 55 69 03 helplinehospitalar@mmm.com.br

Feira Hospitalar - 63 Tel.: (11) 3897-6199 www.hospitalar.com

Konex – 84 Tel.: (11) 5063-0932 www.konex.com.br

Rufollo - 85 Tel.: (21) 2104-7777 www.rufollo.com.br

Aben Confecção - 85 Tel.: (11) 3904-1571 www.abencomercial.com.br

Fleximed - 85 Tel.: (11) 3864-6923 www.fleximed.com.br

Lavatec - 83 Tel.: (81) 3414-7300 www.lavatec.com.br

Schiopa – 53 Tel.: (11) 2065-5200 www.schioppa.com.br

Apotheka – 78 Tel.: (11) 4392-8010 www.apotheka.com.br

General Care - 85 Tel.: (11) 3476-9860 www.gcare.com.br

Lifemed – 69 Tel.: (11) 5564-3232 www.lifemed.com.br

Senac – 15 Tel.: 0800-707 1027 www.sp.senac.br/corporativo

Baumer - 65 Tel.: (11) 3670-0000 www.baumer.com.br

Grupo Esho - 7

Lupe Indústria – 87 Tel.: (11) 5571-3100 www.antraplim.com.br

SERASA - 23 Tel.: (11) 3373-7272 www.serasa.com.br

Macrotec - 85 Tel.: (11) 4243-3171 www.macrotec.com.br

Sercon - 77 Tel.: (11) 2149-1733 www.sercon.ind.br

Marcatto Fortinox – 87 Tel.: (11) 2105-2727 www.marcattofortinox.com.br

Sotreq – 81 (11) 3718-5019 www.sotreq.com.br

Medsystem - 83 Tel.: 0800 704 1133 www.colmeiahospitalar.com.br

Stryker - 68 Tel.: 5189-2500 www.stryker.com.br

MV Sistemas - 05 Tel.: (11) 3285-5665 www.mv.com.br

VMI Sistemas Médicos - 21 Tel.: (31) 3681-9560 www.vmi.com.br

Nanox – 87 Tel.: (16) 3412-9980 www.nanoxclean.com

WEM - 80 Tel.: (16) 3512-4600 www.wem.com.br

NS - 84 Tel.: (11) 6336-8002 www.nsam.com.br

White Martins – 51 0800- 709 9000 www.whitemartins.com.br

Polyflor – 82 Tel.: (11) 3644-5804

XRay Medical - 82 Tel.: (11) 2341-5445 www.xraymedical.com.br

C/S Group - 80 Tel.: (11) 5073-9775 c-sgroup@uol.com.br Casa de Saúde São José – 11 Tel.: (21) 2583-7626 www.cssj.com.br CBE Solar - 85 Tel.: (11) 3774-2667 www.cbesolar.com.br Eizo Brasil – 75 Tel.: (11) 3528-5005 www.eizo.com.br Clean Mall - 70 Tel.: (11) 3723-4100 www.grupofb.com.br Cosimo Cataldo - 87 Tel.: (11) 5073-3838 www.cosimocataldo.com.br Deltronix - 87 Tel.: (16) 4009-5454 www.deltronix.com.br DNV – 74 Tel.: (11) 3305-3305 www.dnv.com Fanem – 2ª Capa Tel.: (11) 2972-5700 www.fanem.com.br

Health Móveis - 81 Tel.: (11)3645-2226 www.healthmoveis.com.br Hospclean - 84 Tel.: (11) 4408-5772 www.hospcleanlavanderia.com.br Hospimetal – 3ª Capa Tel.: (18) 2102-0625 www.hospimetal.com.br IBBL – 79 Tel.: 0800 725 4225 www.ibbl.com.br Indrel - 83 Tel.: (43) 3378-5500 www.indrel.com.br Instramed - 71 Tel.: (51) 3334-4199 www.instramed.com.br Intersystems – 49 Tel: 0800 888 22 00 www.intersystems.com.br JG Moriya - 88 Tel.: (11) 5573-9773 www.jgmoriya.com.br K Takaoka – 55 Tel.: (11) 4176-3529 www.takaoka.com.br

Protec - 76 Tel.: (11) 3767-3330 www.protec.com.br Romed – 82 (11) 3733-1591 www.romednet.com.br

Entre em contato agora mesmo no 11)

3823-6708

ou pelo e-mail comercialsaude@itmidia.com.br Equipe de Marketing IT Mídia

89

lay_indice anun 89

- revis­taFH.com.br

10/15/08 4:50:43 PM


Hot spot

Lendas Corporativas O Brasil possui inúmeras lendas. Quando pequenos aprendemos sobre o folclore e suas lendas. Ao atingir a adolescência aprendemos sobre as lendas urbanas, em sua maioria sobre assassinatos em série, pessoas que matam atrás de portas de colégios, etc. Já na fase adulta nos deparamos com as lendas corporativas. Algumas delas são bastante conhecidas de todos nós. Veja por exemplo aquela da bruxa, muito utilizada ultimamente. A bruxa, também chamada de cuca ou crise – é cada vez mais utilizada, isso desde os tempos antigos, para controlar crianças inquietas. Recentemente, vimos a bruxa aparecer diante de nossos olhos, necessitando da visita de nossos pais para espantá-la. Creio que ela está indo embora, mesmo que alguns “tios” preguem seu retorno durante todo o ano de 2009. A lenda do Curupira ou Caipora, protetor das florestas e dos animais também é muito usada. Recentemente, as empresas adotaram discursos sustentáveis, alguns simples, outros mais ousados, porém o que se vê é um distanciamento enorme entre discurso e ação, fazendo com que torne o fato ainda mais lendário. Ainda na lenda, o personagem tem os pés virados para trás, o que me faz crer que se as empresas adotarem a lenda do Curupira como sua fonte de inspiração, também andarão para trás. A Mula Sem-Cabeça aparece em todos os momentos de nossa vida. Muitas corporações adotaram a presença da Mula Sem-Cabeça talvez por falta de mão-de-obra, mas muito mais provavelmente pelo excesso de marketing dos entrevistados a cargos de liderança e uma ainda mais possível relevância das empresas de recolocação, muito

boas no que fazem. A Mula Sem-Cabeça é uma estranha aparição que, dependendo da região, aparece com ou sem cabeça, geralmente ref letindo o momento em que a região atravessa. Alguma semelhança? O Papa-Figo, personagem do folclore nordestino, tem muito a ver com a saúde. Segundo a lenda, o personagem popular sofre de uma terrível doença, cuja cura é o fígado de crianças. Já vimos esse filme, lembram? Algumas empresas, pela falta de mãode-obra qualificada, acabam atraindo pessoas de outras empresas com altos salários e bonificações monstruosas. No final, descobrem que bons processos de recrutamento, desenvolvimento e retenção são mais importantes do que bater na porta alheia. Tal prática pode nos demonstrar relação profunda com a lenda da Mãe D’água, sereia que, com seu canto mágico, atrai pessoas para o fundo do rio. Alguns mitos aparecem para o bem, como é o caso do Zumbi, popular no passado e muito interessante por ser conhecido como o líder da rebelião nos Palmares Alagoanos. Raramente encontrado em empresas hoje em dia, ao ser identificado, transforma-se em CEO e passa a fazer parte de outro grupo de lendas, com raras exceções. As lendas corporativas, assim como as lendas folclóricas e urbanas somente nos fazem crer que existe algo de extraordinário no ser humano. Ele consegue atribuir funções, imagens, características a coisas ruins tornando-as lendas, e imortaliza os bons atos, algo que notadamente só nos deixa felizes por fazer parte do mundo onde vivemos. Alberto Leite é Diretor Executivo da IT Mídia S.A.

9 0 - revis­taFH.com.br

lay_Hot 90

10/15/08 4:46:31 PM


Untitled-1 1

10/13/08 6:10:40 PM


Programa de Certificação em

Fixação Segura

Hospital Albert Einstein 1ª Certificação Ouro

A divisão Médico-Hospitalar da 3M do Brasil confere a certificação em Terapia Intravenosa ao Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Certificada na categoria Ouro, a Instituição é a primeira no Brasil a receber este reconhecimento. Como parte integrante do programa Soluções Integradas para Saúde, a certificação em Terapia Intravenosa tem a finalidade de estabelecer um protocolo de fixação de cateteres para aumentar a segurança e preservar o conforto dos pacientes, otimizar os custos e alinhar as Instituições de Saúde com as recomendações internacionais como as da INS (Infusion Nurses Society) e do CDC (Centers for Disease Control and Prevention). Saiba mais sobre o Programa de Certificação Soluções Integradas para Saúde no site www.3m.com.br/hospitalar

Untitled-1 1

10/13/08 6:11:50 PM


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.