Fornecedores Hospitalares - Ed. 190

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Entrevista

Ameaça competitiva

Especialista em produtividade, Sean Sullivan, explica o impacto do trabalhador doente no mercado global

Especial

Mais

resultados

Arquitetura para saúde orientada pela ciência e tecnologia médica, de informação e movimentação cria processos eficientes Hospital verde: tendência por uso racional de recursos e verbas responde à demanda sustentável no País

Em entrevista à FH, VP de Saúde da Sul América, Gabriel Portella, conta sobre a reestruturação da unidade de saúde

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ÍNDICE

Agosto de 2011 • FH 190

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8 – .Com Confira conteúdos multimídia e os destaques do Saúde Web 12 – Entrevista Empresas Competitivas: funcionários saudáveis são determinantes para a competitividade de uma empresa no mercado global. Sean Sullivan fala sobre produtividade, competitividade e traz um panorama sobre o tema nas empresas brasileiras. Política e Regulamentação 16 – Organicamente viável Nova regulamentação define metas, indicadores de gestão e exige aprimoramento das instituições de saúde, públicas e privadas 18 – Cheque sem permissão Medida criada pelo governo paulista proíbe hospitais de pedirem cheque-caução na hora da internação

71 – Especial Arquitetura

Conforto, bem-estar, sustentabilidade ambiental e econômica e design moderno com foco nas acreditações são as novas tendências da arquitetura hospitalar.Veja o que as instituições estão fazendo para melhorar a qualidade assistencial sem deixar de oferecer conforto ao paciente.

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Operadora 30 – Mercado à vista Sul América reestrutura modelo organizacional de sua unidade de saúde e cria novas diretorias 34 – Qual o impacto? Nova medida da ANS estabelece prazo máximo para atendimento aos beneficiários da saúde suplementar. Operadoras que não cumprirem a RN 259 terão de arcar com as medidas de garantia dos serviços Hospital 38 – Rede D’Or quer ser referência em alto luxo O novo hospital da rede, localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro, ficara pronto em 2013 e contará com serviços condizentes a de um hotel seis estrelas 40 – Uma luz no fim do túnel É possível recuperar as finanças de um hospital que está no vermelho? 44 – Se eles não querem... Especializado em otorrino, Hospital Paulista aproveita o baixo interesse dos grandes hospitais e foca suas atividades na baixa complexidade Medicina Diagnóstica 48 – Crescimento com qualidade SalomãoZoppi Diagnósticos investe R$16milhões em nova unidade, revitaliza marca e centraliza operações

50 – Na cola dos grandes Para sobreviver à concorrência com os grandes do setor de medicina diagnóstica, pequenos e médios laboratórios firmam parcerias para garantir sustentabilidade de seus negócios Indústria 54 – Czar à brasileira Entidades do setor criam o selo BHD para destacar a qualidade tecnológica dos produtos nacionais no exterior e promovem rodada de negócios na Rússia 60 – Perspectiva amigável Gigante mundial em produção de medidores de pressão anuncia investimentos e avalia estabelecer uma nova linha de produção no Brasil Tecnologia 64 – Inimigo dentro de casa A falta de uma legislação e a consumerização da TI dentro das instituições prova que nem governo nem saúde estão preparados para combater os inimigos cibernéticos 92 – Carreiras 94 – Livros Saúde Business School 97 – A influência do ambiente hospitalar na segurança do paciente 105 – Vitrine Artigos 20 – Espaço Jurídico Remuneração dos hospitais no Brasil – A lógica do “me engana que eu gosto” 46 – Gestão Governança corporativa: “escapar” não é opção 52 – Governança Corporativa Pão de Açúcar VS. Casino 96 – RH Novos caminhos da ciência 122 – Hot Spot Confiança

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EXPEDIENTE

PRESIDENTE-EXECUTIVO

ADELSON DE SOUSA • adelson@itmidia.com.br

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REPÓRTER Cinthya Davila – cinthya.davila@itmidia.com.br Guilherme Batimarchi • gbatimarchi@itmidia.com.br Maria Carolina Buriti – mburiti@itmidia.com.br Perla Rossetti – perla.rossetti@itmidia.com.br Verena Souza – vcarvalho@itmidia.com.br PRODUTOR DE ARTE E VÍDEO Bruno Cavini • bcavini@itmidia.com.br

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INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

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As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídiaou quaisquer outros envolvidos nessa publicação. As pessoas que não constarem no expediente não têm autorização para falar em nome da IT Mídia ou para retirar qualquer tipo de material se não possuírem em seu poder carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste do expediente. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da IT Mídia S.A.

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AS MAIS CONCEITUADAS INSTITUIÇÕES DO MERCADO FALAM PELA GENTE. E O MELHOR: FALAM MUITO BEM. O que é integrar a maior comunidade de gestão de saúde do País? É fazer parte de uma rede com mais de 200 mil pessoas conectadas à inovação e excelência. É ter confiança em um sistema integrado, aprovado por mais de 500 instituições de saúde de norte a sul do Brasil. É poder compartilhar experiências e resultados com um extenso grupo de profissionais de referência no mercado. Enfim, é ter certeza de fazer a escolha certa mesmo antes de fechar qualquer negócio. Faça parte da Comunidade MV e tenha em sua instituição as melhores soluções em TI. MV é resultado garantido em gestão de saúde.

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Editorial

Até onde

você vê

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P.S: Nesta edição, você confere uma super entrevista com o especialista em produtividade Sean Sullivan, que fala sobre como a saúde pode influenciar na competitividade do Brasil perante o mundo. O momento da virada é agora. Você ainda vai ver quais são os impactos da regulamentação da Lei Orgânica da Saúde, como as operadoras estão se preparando para atender às novas regras da ANS, e como a indústria nacional de saúde está se lançando no mercado internacional.Além disso, vai saber as novidades da Sul América, da Rede D’Or, do SalomãoZoppi, e conferir as tendências em Arquitetura Hospitalar. O setor não para. Boa leitura e até a próxima.

Foto: Ricardo Benichio

ealizamos neste mês, o penúltimo encontro dos Colóquios de Saúde, onde falamos sobre a Relação entre Fornecedor, Médico, Hospital e Operadora. Os desvios existentes nessa relação foram colocados na mesa, mas, mais uma vez, poucas foram as soluções apresentadas, e a batata quente continuou a pular de mão em mão. A culpa é da má remuneração, da formação do profissional médico, do hospital, que é conivente com a indústria quando ela atende a seus interesses, da indústria que busca o lucro, da operadora que paga mal, do governo que não fiscaliza; do paciente, que não exige transparência de sua operadora, e por aí vai. O problema é colocado na mesa e tratado como exceção por uns, como caso de polícia para outros, como escândalo por muitos, mas nem nisso, se chega a um consenso. O diálogo é sempre válido para trazer à tona essas visões e ser um momento de parar para olhar as ideias estabelecidas, mas enquanto a culpa for dos outros, certamente poucas mudanças serão promovidas. E não acredito que seja por má vontade, ou resistência, é porque é difícil mesmo despir-se dos conceitos estabelecidos e dos condicionamentos para ver além do cenário atual. E para isso acontecer, como muito bem colocado nos encontros, só é necessário confiança. Mas não a confiança que defende os interesses individuais, e sim aquela, que te traz a certeza de estar contribuindo com algo muito maior. Imaginem que impacto não teríamos se houvesse um setor realmente integrado, que proporcionasse o real cuidado aos pacientes, onde todos, de alguma forma, se sentissem vencedores em suas ações.Talvez só falte começar. A pergunta é: você vai fazer parte disso?

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Ana Paula Martins Editora-executiva da IT Mídia S.A

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Leia e discuta com nossos colaboradores os assuntos mais quentes do mês: www.saudeweb.com.br/blogs

Guilherme Brauner Barcellos

“O que é Medicina Hospitalar?” Guilherme Brauner Barcellos é médico formado pela UFRGS e especialista em Clínica Médica e Medicina Intensiva

Verônica Cordeiro Rocha de Mesquista

Alberto Ogata

“Promoção de Saúde não é fazer palestras ou check-up” Alberto Ogata é presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida.

“Cirurgia plástica: como afastar a culpa presumida” Verônica Cordeiro da Rocha Mesquita, advogada com 15 anos de experiência em diversos segmentos do Direito.

blogs Silvio Possa

“Fatores-chave para a segurança do paciente no hospital” Silvio Possa é diretor contratado pelo Hospital Albert Einstein

MULT IMÍDIA Galeria

PODCAST

WEBCAST

Presidente da Anvisa fala sobre a nova fábrica da Ortosintese Por Perla Rossetti O presidente da Anvisa, Dirceu Barbano veio a São Paulo inaugurar a nova fábrica de próteses da Ortosintese. No vídeo, ele comenta a importância da iniciativa da companhia que tem apoio de universidades e “mostra que o empreendedorismo e coragem é o caminho para o Brasil, ainda mais em áreas estratégicas como a saúde”. Veja na Saúde TV: http://migre.me/5rZI8

Hospital de Barretos traz Ircad para o Brasil Por Maria Carolina Buriti O Hospital de Câncer de Barretos abriu as portas do Ircad, centro de treinamento em cirurgias minimamente invasivas. O instituto será referência da técnica para a América Latina, outros dois espaços já funcionam emTaiwan e na França. Veja na Saúde TV: http://migre.me/5phWj

Conheça a ala VIP do Hospital Alvorada Por Maria Carolina Buriti O Hospital Alvorada acaba de inaugurar um espaço de luxo. Chamada de AlaVip, o ambiente tem oito suítes, sala de estar, acesso à internet, além de outros diferenciais de hotelaria. O investimento no ambiente foi de R$ 3,5 milhões e faz parte da estratégia da Amilpar em consolidar as marcas Alvorada,TotalCor e Paulistano no mercado “premium”. Veja na Saúde TV: http://migre.me/5qklZ

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resUlTado da enQUeTe 3º seMInárIo PaUlIsTa de gesTÃo eM enferMageM (sePage) Nos dias 22 e 23 de julho, foi realizado o 3º Seminário Paulista de Gestão em Enfermagem (Sepage), em São Paulo. O evento foi promovido pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) e teve como objetivo abordar assuntos como desafios da profissão e competências da gestão do enfermeiro.

Na última enquete, o Saúde Web quis saber se você é a favor da lei que proíbe os hospitais de exigir cheque caução?

Veja na galeria dO Saúde WeB: hTTp://migre.me/5OW2l

18,92%

re de SOCIAIS @roBsonmac – roBson macedo Os pacientes serão muito beneficiados RT @Saude_Web: Projeto obriga planos de saúde a justificar recusa por escrito http://t.co/AzvBlWs @louiseFaBri – lou @saude_WeB: “Revalidação de diplomas: ato de segurança para o cidadão” http://t.co/xDdH1Bx” Considerando o ensino sucateado que temos... @danilocostamd – danilo costa RT @saude_WeB: Projeto proíbe uso de jalecos e equip médicos fora do trabalho http://bit.ly/nrsaaU // Deputados realmente ñ têm + oq fazer né? @danielncmartins – daniel martins Excelente matéria @saude_WeB “Como erros relacionados à TI de Saúde prejudicam a segurança do paciente” http://t.co/YMGXRF9 @alinecmaG – aline camPos Realidade breve de todo o país RT @saude_WeB: Médicos paulistas decidem interromper atendimento aos planos de saúde http://t.co/8jl09Te”

sIga-nos!!! @saude_web e @revistafh

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40.54% disseram que sim, pois a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Além disso, existem outros mecanismos para preservar o caixa da entidade sem submeter o paciente a este constrangimento. 40.54% disseram que não, pois no caso de clientes que não possuem plano de saúde, o hospital tem que se resguardar financeiramente de alguma forma. 18.92% disseram que depende, pois a instituição pode buscar remuneração ou reembolso diretamente do Sistema Único de Saúde (SUS).

VOTe Na PrÓXiMa

Participe da nossa enquete! Vote em www.saudeweb.com.br/enquete

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Nova FH. As duas publicações de referência da saúde brasileira, juntas, numa só revista.

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entrevista

Colaborador saudável,

empresa competitiva

Maria Carolina Buriti • mburiti@itmidia.com.br

Para o presidente do Instituto Gestão da Saúde e da Produtividade, Sean Sullivan, profissionais saudáveis nas empresas são determinantes para a concorrência no mercado global e, segundo suas estimativas, eles poderiam ser 10% mais produtivos, senão trabalhassem doentes

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or trás de uma companhia bem-sucedida no mercado, não há apenas inovação, gestão, empreendedorismo, tecnologia, entre outras características. Há, claro, os talentos. E para a empresa ser competitiva na economia atual não basta ter os melhores gênios e profissionais habilitados, eles precisam ser saudáveis. Essa é a visão do presidente do Instituto para Gestão da Saúde e da Produtividade e editor-chefe da revista “Health & Productivity Management”, Sean Sullivan. “A saúde do empregado se tornou uma nova vantagem competitiva”, afirma. Formado em economia pela Harvard University e em direito pela Stanford University, Sullivan é um estudioso sobre a relação da saúde do colaborador x produtividade. Mas, nesse cenário competitivo e de necessidade de um colaborador mais saudável, há outros atores: o alto custo do setor de saúde,

os gastos elevados das empresas para arcar com os benefícios e operadoras, gestão com o foco na doença e não na prevenção, e muitas vezes, a falta de preocupação do profissional com o assunto que o afeta diretamente. Assim, a saúde corporativa no Brasil tem muito a melhorar em sua opinião. “O Brasil tem promoção de saúde, mas ainda não é feita a medição do impacto para melhoria da saúde e o impacto na produtividade. Essa é uma oportunidade para converter a saúde em produtividade mensurável”, comenta sobre o momento da economia brasileira. O estudioso veio ao País no último dia 30 de junho para participar do congresso “Encontros de Saúde Corporativa”, organizados pela CPH Health, na cidade de São Paulo. Durante o intervalo de sua palestra “O impacto da saúde na produtividade”, ele conversou com a FH.

“Quando a produtividade está conectada com a saúde, temos uma nova forma de nos tornar mais competitivos”

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QUEM: Sean Sullivan O QUE: presidente

Foto: Marcelo Lima

do Instituto para Gestão da Saúde e da Produtividade e editor-chefe da revista “Health & Productivity Management” 13

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entrevista

FH: Quais são as vantagens competitivas de manter um quadro de empregados saudáveis dentro da economia global? Sean Sullivan: Até as companhias pequenas estão competindo no mercado global, ofertando seus produtos em outros países. Assim, esse processo exige que a empresa tenha, sempre que possível, a possibilidade de gerenciar, ser mais produtiva e manter alta qualidade em seus produtos, ao mesmo tempo em que é capaz de manter pessoas no trabalho. Então, saúde tornou-se uma daquelas coisas que não eram valorizadas o suficiente em uma seleção como conhecimento, habilidades e ferramentas para trabalhar. Nós não tínhamos valorizado de forma suficiente a saúde, porque não havia a percepção de que quanto mais saudável, melhor o desempenho das pessoas. Mas agora que existe essa consciência, é possível uma avaliação e a saúde do empregado se tornou uma nova vantagem competitiva.

sos naturais, mas qualquer país pode ser melhor que é, e saúde ainda não tem sido vista como fonte de produtividade aqui ou na China, apenas para citar as economias mais dinâmicas do mundo, e na China isso é muito real. Então, quando a produtividade está conectada com a saúde, nós temos uma nova forma de nos tornar mais competitivos. O Brasil tem promoção de saúde na rua, mas ainda não é feita muita medição do impacto para melhoria da saúde e o impacto na produtividade, então, essa é uma oportunidade para o Brasil: converter a saúde em produtividade mensurável.

FH: Há estudos que comprovem isso? Sullivan: Nós temos mostrado alguns projetos, alguns em nosso local de trabalho que chamamos projeto de suporte, projetos e pesquisas com empregados. Temos mensurado a perda de produtividade. No programa para melhorar a saúde medimos ganhos de produtividade. Temos visto algo entre 5 e 10%, mas acho que estamos medindo apenas parte da produtividade perdida, quanto o problema de saúde afeta a pessoa. Mas a maior parte do trabalho é feito em equipes e nós não somos tão produtivos porque temos problemas de saúde como depressão e em um time isso também significa que a equipe não está no alto FH: Há uma estimativa de quanto as empresas per- da performance e isso afetará inteiramente o que dem com a baixa produtividade de seus funcionários? ela faz. Portanto, é por isso que digo, nós podeSullivan: Isso depende dos problemas de mos mostrar, podemos melhorar a produtividade saúde, alguns problemas causam mais perda de facilmente entre 5 e 10%, mas suspeito que isso produtividade que outros, os mais importantes poderia ser maior. Somos capazes de medir o são depressão, dores de vários tipos e, provavel- quanto isso afeta todos os membros do time. mente, problemas respiratórios, alergias, asma , coisas desse tipo. Esses são três grandes proble- FH: E quanto elas produziriam combatendo o mas, mas tudo depende também do trabalho de- absenteísmo e o presenteísmo na empresa? senvolvido pela pessoa. Se você, por exemplo, Sullivan: Bem, obviamente, o absenteísmo precisa falar com outras pessoas e está depressivo, não é tão grande como o problema de perda de haverá um grande efeito na abordagem que você produtividade. A razão disto está no fato de que, fará nesse diálogo. Ou se você está apenas com há 50 anos, muitas pessoas trabalhavam em hoalgum tipo de dor, o que pode fazer? Certamen- rário regular em um único lugar, no escritório, te, ainda pode desenvolver seu trabalho, mas de- na fábrica ou na linha de produção. Existia absenteísmo, e quando baixava a produtividade eles eram substituídos, havia um custo lá. Hoje, muitos de nós não trabalhamos reunidos numa sala. O trabalho, agora, é viajar com as pessoas, chamamos de trabalho de conhecimento, não como pressivo, será algo muito mais complexo. Se você uma máquina e não estamos sentados em frente à desenvolve algum trabalho que exige esforço físi- mesa todo tempo. O absenteísmo não é relevante co e tem dor, você enfrentará dificuldades. Esses para nós. Mas o presenteísmo sim, ou seja, não exemplos são apenas para tentar responder essa produzir em todo o seu potencial, por conta de pergunta. Mas se eu tivesse que estimar quanto de problemas de saúde. Suponha que você tem uma produtividade é perdida por conta de problemas gripe, supondo algum problema de saúde, você com saúde e no total da força de trabalho, sendo estaria ausente e isso seria um problema se você bem conservador, diria algo em torno de 10%. Ou trabalhasse na produção, como um professor ou seja, seu time poderia ser 10% mais produtivo. um motorista de ônibus, mas, para muitos de nós,

“Se eu tivesse que estimar quanto de produtividade é perdida por conta de problemas com saúde e no total da força de trabalho, diria algo em torno de 10%” FH: Como a saúde corporativa pode contribuir para tornar o próprio setor de saúde e o País mais competitivos no cenário global? Sullivan: O Brasil está indo muito bem agora, porque tem uma grande força de trabalho e disponibilidade de recur-

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o absenteísmo não importa, porque o importante é o presenteísmo. Na verdade, provavelmente mais da metade da força de trabalho ausente hoje não desenvolve um trabalho onde a presença física seja relevante. Você pode fazê-lo de onde estiver. FH:Grandes empresas têm programas com informações sobre o perfil de saúde dos funcionários e iniciativas que promovem a qualidade de vida, mas para isso é necessário investimento. O que as pequenas empresas podem fazer? Sullivan: Temos um exemplo muito bom de uma pequena companhia nos Estados Unidos, com 100 empregados na fábrica, onde existe um programa para melhorar a saúde dos empregados e todos os trabalhadores participam. O presidente da empresa lidera a iniciativa com todos. Ele diz aos empregados: Baixa produtividade

em números 10% ou mais é o quanto os

colaboradores poderiam ser mais produtivos

70% é quanto pode ser

reduzida a produtividade de um empregado, caso ele faça uso de medicações que afetam o sistema nervoso central

40% da força de trabalho, no

Brasil, faz uso de medicamentos Leia mais: Conheça o perfil da saúde dos profissionais brasileiros em www.saudeweb.com.br

“se nós não podemos melhorar a saúde e reduzir o custo dos seguros, não temos negócio, não temos emprego e queremos continuar com nosso negócio”. Em dois anos não só eles melhoraram a saúde e produtividade como reduziram o custo, isso só em dois anos. Portanto, o pequeno trabalhador pode obter o máximo dos empregados. E esses empregadores podem ga-

empresa e funcionário ou com algum tipo de copagamento por parte do segurado seria o ideal? Sullivan: Acredito que talvez seja o melhor modelo porque, assim, as pessoas têm alguma responsabilidade financeira na tentativa de serem mais saudáveis e, também, tornarem-se mais conservadoras. Mas é algo difícil de dizer se é correto ou não. Eu não sei o modelo ideal,

“se for feito investimento em promoção da saúde e prevenção, o Brasil terá grandes chances de um futuro melhor” nhar mais do que grandes companhias, porque os empregados empenham-se em ajudar, o que não acontece nas companhias de maior porte. FH: Hoje, no Brasil, as pessoas não sabem medir o valor da saúde, pois ou recebem seguros pagos pelas empresas ou são atendidas pelo sistema público. Qual é a solução para um usuário mais participativo? Sullivan: Nos Estados Unidos, há mais e mais pessoas chamadas de clientes diretos de planos de saúde, este é um tipo diferente de seguro, pois não cobre qualquer procedimento e requer que você pague certa quantidade por um seguro. Portanto, as seguradoras oferecem às pessoas incentivos e contrapartidas para tentarem ficar saudáveis, pois é menos oneroso do que tratá-las. Isso é chamado de custo compartilhado, portanto, as companhias americanas não estão tendo custo corporativo, o mais alto do mundo e mais e mais companhias definiram isso com os empregados. Você precisa levar mais responsabilidade para o usuário. Sendo mais saudável não terá despesas, porque está cuidando da própria saúde. FH: No caso da cobertura oferecida pelas empresas, um modelo com o custo dividido entre

e acho que seguros saúde são sempre difíceis e acredito que nunca haverá cuidados de saúde para todos que o desejarem. Portanto, nós tentamos fazer o modelo melhor, eu não acho que há um perfeito. FH: No Brasil estamos vivendo o bônus demográfico (situação em que a população economicamente ativa supera a de dependentes composta por idosos e crianças). Mas daqui a algumas décadas a população enfrentará o envelhecimento e terá que ser produtiva por mais tempo. Como as empresas devem lidar com a população mais velha? Sullivan: Isso é importante. O Brasil tem uma ótima oportunidade, porque está no bônus demográfico e pode investir mais agora na promoção da saúde e prevenção de doenças, os trabalhadores mais jovens terão doenças crônicas daqui a alguns anos. EUA e Europa têm na mesa o desafio de fazer essa fase não ser tão ruim. Aqui, se tem oportunidades, pois uma pequena parcela da população está com doenças crônicas e se for feito investimento em promoção da saúde e prevenção, o Brasil terá grandes chances de um futuro melhor, caso contrário, em 30 anos, você terá mais pessoas com doenças sérias.

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política

Organicamente

viável Lenir Camimura • editorialsaude@itmidia.com.br

Decreto atualiza SUS e na visão de players e entidades do setor impacta positivamente o mapa nacional de serviços públicos e privados de saúde ao garantir investimentos e assistência a todos. Regulamentação define portas de entrada, metas, indicadores de gestão e exige planejamento aprimorado das companhias

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elhorar e garantir o acesso à população, estimulando a qualidade no atendimento de estabelecimentos ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS) é o objetivo do novo Decreto 7508/2011, publicado pela presidente Dilma Rous-

seff em 28 de junho. O documento atualiza e regulamenta a Lei Orgânica da Saúde nº 8080, de 1990, e descentraliza o SUS por meio de inovações como o planejamento e a definição de um mapa de saúde, entre outros aspectos, que prevê, inclusive, a participação de empresas privadas no processo de atendimento para garantir assistência em todo o País. “Com o decreto, organizamos as regiões de saúde, além de criar um instrumento intermunicipal, por meio de contrato organizativo de ação pública”, explica o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro. Para o especialista e economista de Saúde, André Médici, a contribuição que o decreto traz é o avanço na implementação das redes de saúde - um processo essencial para garantir a continuidade do cuidado médico. “Contribuirá para definir portas de entrada, mecanismos de regulação e processos de referência e contrarreferência de pacientes

dia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), José Reinaldo Nogueira de Oliveira Junior, a mudança será de forma positiva. “Teremos unidades de média e alta complexidade sendo fixadas como referência para determinadas regiões e hierarquizadas no Sistema, garantindo a utilização da capacidade instalada e possibilitando novos investimentos dirigidos às necessidades de cobertura da população”. Organização Para nortear as ações interfederativas, o Decreto prevê a realização de um processo de planejamento da saúde, de forma ascendente e integrada, isto é, partindo do nível local até o federal, estabelecendo metas e indicadores de saúde. Além de ser obrigatório, o procedimento será indutor de políticas de Saúde, inclusive, para a iniciativa privada. Conforme o Decreto, o planejamento deve levar em consideração os serviços e ações prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou não ao

em unidades territoriais integradas”, disse. Ele afirmou que “o decreto instrumentaliza a criação de redes de saúde com governança e acordos administrativos”, permitindo arranjos para que as redes integrem estabelecimentos públicos e privados em municípios pequenos, ou criem uma regionalização adequada de saúde em municípios de grande porte que costumam ser espaços sanitários caóticos, onde prevalece uma combinação de vazios assistenciais com assimetria de capacidade instalada e utilização. “É importante ressaltar a necessidade de que as redes de saúde consi“O decreto instrumentaliza a criação de redes de derem o papel saúde com governança e acordos administrativos” dos estabelecimentos privados e filantrópicos André Médici, especialista e economista de Saúde na estrutura de SUS. Unindo as informações ao perfil serviços e no processo de regulação das redes. As Santas epidemiológico de cada região, será Casas poderão encontrar um espaço de integração finanpossível traçar um “Mapa da Saúde”, ceira e assistencial na rede SUS, que existe precariamente identificando as necessidades de cada através da remuneração dos serviços vendidos ao Sistema local e definindo as políticas públicas Público”, ressaltou. de Saúde, dentro dos recursos finanNão há dúvidas de que as medidas impactarão os serviços ceiros disponíveis. das entidades filantrópicas. No entanto, de acordo com o Mas a norma não estabelece como será presidente da Confederação das Santas Casas de Misericór-

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de vos”

Odorico Monteiro, do Ministério da Saúde: “Decreto organiza o setor”

Como

• As regras contratuais e de convênios anteriores ao decreto permanecem;

a relação das parcerias público-privadas. “Quem orientará a relação é o Mapa de Saúde indicando qual é a necessidade e onde é preciso investir”, explicou o secretário Odorico Monteiro. Ele ressalta que as regras contratuais e de convênios já existentes permanecem estabelecidas. “O planejamento é importante até para orientar onde a saúde suplementar pode crescer, com diagnóstico por região”, afirmou. A identificação de “vazios sanitários”, isto é, de falta ou completa ausência de assistência, vai requerer a criação de novos leitos, apontando a necessidade e direcionando a contratação de prestador para supri-la. Os contratos ditarão o repasse de verbas, ao contrário do que acontece hoje, em que a transferência é feita com base nas Portarias do Ministério da Saúde. Num primeiro momento, contudo, os hospitais privados conveniados ao SUS não vislumbram grandes mudanças. Segundo o presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Luiz Aramicy Pinto, não é possível prever incremento nas parcerias público-privadas. “Em relação aos prestadores, não vejo mudanças. Mas para os usuários do SUS pode haver melhoria quando a re-

gionalização for concretizada e os atendimentos passarem ser feitos próximos às suas residências, diminuindo as locomoções”, defendeu. Para ele, as ações previstas no Decreto não solucionam os problemas do SUS, mas é um caminho para responsabilização formal de todos os gestores nas três esferas de governo. “Haverá um pacto por instrumento legal, o que contribuirá para que as expectativas sejam cumpridas. O trabalho de colaboração entre os entes federativos também será definido por meio do Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde. O instrumento jurídico, que também é uma das inovações trazidas pelo Decreto, terá como objeto a “organização e a integração das ações e dos serviços de saúde, sob a responsabilidade dos entes federativos de uma Região de Saúde”. Ele resultará da integração do planejamento do entes na Rede de Atenção à Saúde, tendo como fundamento os acordos estabelecidos pelas Comissões Intergestoras. A fiscalização do cumprimento desses contratos será realizada pelo Serviço Nacional de Auditoria, além do controle externo do SUS.

Foto: Divulgação

fica

• Os novos Contratos Organizativos ditarão o repasse de verbas e não as Portarias do Ministério da Saúde, como antes; • Parcerias Público-Privada não sofrem mudanças imediatas; • Metas e indicadores federais, estaduais e municipais traçarão perfis epidemiológicos regionais e de “vazios sanitários”; • Região de Saúde será definida por agrupamentos de municípios limítrofes; • Comissões federativas definem regras da gestão compartilhada do SUS; • A cada dois anos, o Ministério publicará atualizações da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (Renases).

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política

Cheque sem

permissão Ligia Sanchez • editorialsaude@itmidia.com.br

A

Governo paulista sanciona lei que impede hospitais de pedirem o meio de pagamento adiantado como garantia nas internações

pressão para que os hospitais paulistas deixem de exigir cheque caução ganhou reforço no fim de junho, quando o governador Geraldo Alckmin sancionou lei que proíbe a prática em casos de internação de emergência ou urgência. Embora a lei paulista tenha sido sancionada em junho, a discussão sobre a exigência do cheque caução é antiga. Em 2003, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vetou o procedimento, por meio da Resolução Normativa 44. A necessidade de nova legislação indica a dificuldade do mercado se adequar à nova forma de atendimento. Para a gestão financeira dos hospitais, deixar de pedir caução pode significar alguns desafios, como o risco do aumento da inadimplência e em último caso, o encarecimento da assistência hospitalar. “Nossa maior preocupação é que com essa divulgação haja um aumento significativo de atendimentos de pessoas mal intencionadas em não pagar pelo serviço prestado”, afirma a diretora administrativa do Hospital e Maternidade Samaritano de Sorocaba, Ethienne Candiotto. Ela ressalta que confia na honestidade da maioria das pessoas que procuram o serviço médico e sua preocupação se estende para o aumento dos custos como um todo. "Gostaríamos muito de avalizar esta lei, mas infelizmente preocupa-nos o fato de saber que as pessoas que agem com responsabilidade ao utilizar os serviços do hospital serão penalizadas pela inadimplência gerada pelos maus pagadores”, afirma. O Hospital e Maternidade Samaritano de Sorocaba, no interior paulista, deixou de exigir o cheque caução em 2000. “Esta forma de cobrança foi substituída por outras, como cartões de crédito com parcelamento, e outras próprias de cobrança, buscando uma solução amigável através de um acordo entre o hospital e sua tesouraria”, explica Ethienne. A diretora afirma que ocorrem casos de inadimplência e que acionar judicialmente os pacientes tem se mostrado difícil. “A tramitação dos processos na justiça é lenta e nem sempre o hospital consegue apreender valores ou bens dos devedores para garantir o pagamento da dívida.”

O que diz a

lei paulista Lei nº 14.471, de 22 de junho de 2011, sancionada pelo governador Geraldo Alckmin Artigo 1º - Fica proibida a exigência de caução de qualquer natureza para internação de doentes em hospitais ou clínicas da rede privada no Estado, nas hipóteses de emergência ou urgência. Pena ao hospital, em caso de descumprimento: • devolver o valor depositado, em dobro, ao depositante; • multa de 1.000 a 10.000 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (UFESPs).

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“umA pessoA HoNestA Cumpre suAs oBriGAÇÕes e umA DesoNestA sempre CoNseGue luDiBriAr, Como sustAr o CHeQue” hORÁCiO JOsÉ RamaLhO, dO hOsPiTaL de Base, sÃO JOsÉ dO RiO PReTO (sP)

r$ 174 mil

É O VaLOR da muLTa, ReVeRTida PaRa O FuNdO esTaduaL de RePaRaÇÃO de iNTeResses diFusOs LesadOs

ramalho, do Hospital de Base:alternativa é o contrato de atendimento, com assinatura do paciente e cláusula sobre a forma de pagamento

FOTO: DIVULGAÇÃO

O Hospital de Base, de São José do Rio Preto (SP), recentemente trocou a prática do cheque caução pelo contrato de atendimento, segundo o diretor executivo, Horácio José Ramalho. O procedimento inclui assinatura do paciente e responsável, estipulando a forma de pagamento, com acompanhamento do departamento financeiro e jurídico. Ramalho não acredita em prejuízo para a gestão financeira do hospital. “Uma pessoa honesta cumpre com suas obrigações e uma desonesta sempre consegue ludibriar, como sustar o cheque. O Hospital de Base de Rio Preto é totalmente a favor da lei, pois, muitas vezes, o cheque caução gera constrangimento ao cidadão”, declara.

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posiCÕes soBre A meDiDA FuNdaÇÃO PROCON-sP: ReFORÇa O eNTeNdimeNTO de PRÁTiCa aBusiVa aNs: PROÍBe a eXiGÊNCia, aTRaVÉs da ResOLuÇÃO 44, desde 2003

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ESPAÇO JURÍDICO

REMUNERAÇÃO DOS HOSPITAIS NO BRASIL.

RODRIGO CORREIA

A LÓGICA DO “ME ENGANA QUE EU GOSTO”

U

ma análise simplificada do modelo financeiro do muneração entre hospitais e mesmo médicos e as fontes negócio hospitalar no Brasil indicará que: pagadoras de sorte que os serviços médicos e hospitalares a) Os hospitais possuem um volume muito signi- em si estão subremunerados como decorrência de anos ficativo de ativos imobilizados em prédios, instalações e de reajustes insuficientes. equipamentos (nos mais antigos boa parte já amortizada); A solução encontrada pelos gestores hospitalares para gab) Hospitais incorrem em custos fixos também signi- rantir a sustentabilidade destas instituições foi converter ficativos com pessoal e manutenção somados a custos um custo variável (medicamentos e produtos médicos) variáveis e; em uma fonte de receita obtendo uma margem de conc) Uma receita variável que depende de demanda espon- tribuição decorrente da diferença do valor de aquisição tânea dos pacientes (Pronto Atendimento) ou da indica- com descontos e seu pagamento pelos pacientes ou pelas ção dos médicos que para lá encaminham seus pacientes. fontes pagadoras pelo valor de venda ao consumidor (no Distinguem-se aí os hospitais públicos e privados não caso de medicamentos regulado pela Cmed, no caso dos só quanto a fonte pagadora, mas também quanto a im- produtos médicos definido pelo mercado). possibilidade dos hospitais públicos comporem uma Por um tempo houve uma acomodação dos players com cesta de fontes pagadoras (o que vem sendo flexibiliza- esta situação. As fontes pagadoras subremunerando servido formalmente mas na prática ainda é um horizonte ços e honorários mas fechando os olhos para o ganho dos distante para muitos hospitais públicos).Vale dizer que hospitais com produtos que não só salvam os pacientes nos hospitais privados o sistemas agora também os próprios ma público pode ser uma das hospitais. Como manter os hospitais vivos Ocorre que o controle de prefontes pagadoras, exemplo até que um modelo de remune- ços e a própria pressão do mermarcante são os procedimentos de alta complexidade. cado sobre os valores de conração justo e transparente seja Públicas ou privadas as fontes tribuição aos planos de saúde acordado e implementado? pagadoras tem o poder de direprivados e a escassez de verbas cionar o fluxo de pacientes cuja decisão depende de: pre- públicas levou a uma revisão de custos e um processo de ferência pessoal + indicação do médico + cobertura para busca de economias, agora também em medicamentos e aquele hospital. Como a preferência pessoal pesa muito produtos médicos. pouco na decisão os outros dois fatores são os realmente Inclusive vale elucidar uma lenda urbana de que a causa determinantes, sendo que o último (cobertura) condicio- do problema são os importadores ou fabricantes quando, na o primeiro. na verdade, as margens estão na cadeia de distribuição e Este poder é exercido fortemente na negociação de re- como citado nos hospitais incentivados pela necessidade

de sobrevivência como visto. Consequência deste processo de busca de redução de custos já é a proibição pela Câmara de Regulação de Medicamentos da utilização do Preço Máximo ao Consumidor pelos hospitais e as iniciativas do Sistema Público e da Saúde Suplementar de limitar as opções do médico e do hospital quanto a valores e tipos de produtos prescritos ou utilizados. (Aliás, limitações muitas vezes contrárias a Resolução ANS 211/2010 – tema para um próximo artigo). Vemos, portanto uma busca para reverter o processo de obtenção de receitas pelos hospitais via reembolso de medicamentos e produtos médicos. Ocorre que tais receitas vinham cobrindo o rombo deixado pela baixa remuneração de serviços e estadias. Está em andamento um processo de discussão na ANS para revisão de formas de remuneração hospitalar com conclusão ainda indefinida, enquanto que a dinâmica acima esta cada vez mais presente. A pergunta que fica no ar então é: como manter os hospitais vivos até que um modelo de remuneração justo e transparente seja acordado e implementado?

RODRIGO ALBERTO CORREIA DA SILVA Sócio fundador da Correia da Silva Advogados, mestre pela PUC/SP, professor de Direito Comercial e Processual Civil na Universidade Paulista e autor de livros, entre eles Regulamentação Econômica da Saúde

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INFORME PUBLICITÁRIO

Soluções sob medida Comgás. O melhor tratamento de energia que o seu estabelecimento pode receber. Um mercado que necessita de soluções

A energia certa para o seu projeto crescer

O mercado hospitalar passa por um processo de renovação tecnológica e de ampliação em suas diversas áreas. O setor de hotelaria e de diagnósticos vem ganhando um destaque cada vez maior. O aumento do nível de conforto dos pacientes representa, muitas vezes, um aumento no custo operacional da conta de energia. Além disso, ao realizar a expansão das suas instalações, os hospitais podem enfrentar limitações na oferta de energia, sem falar dos problemas com nível de ruído e emissão de poluentes. Por tudo isso, o fator energético ganha cada vez mais relevância para este segmento, visto que um hospital necessita de um suprimento de energia confiável, que atenda a sua demanda e tenha versatilidade para acompanhar o seu crescimento de forma eficiente e sustentável. A Comgás oferece soluções modernas, confiáveis e altamente eficientes do uso de gás natural para atender a essa demanda do setor hospitalar. A climatização por meio de ar-condicionado e a cogeração, que gera simultaneamente energia elétrica e térmica com a utilização de um único energético, são soluções já utilizadas por grandes empreendimentos. Nas metrópoles do Brasil, estão presentes principalmente em centros empresariais e shopping centers.

A Comgás possui uma estrutura dedicada a oferecer soluções sob medida para cada hospital, de acordo com as necessidades específicas de cada empreendimento. Com base nos dados apresentados pelo cliente, nossa equipe de consultores oferece suporte para o estudo energético e o custo operacional, e demonstra as possibilidades de investimento inicial da alternativa energética sugerida. Além disso, fornece um estudo detalhado sobre o cenário de energia e o mercado de gás natural no Brasil. Mais do que desenvolver um projeto para atender às necessidades do empreendimento, o objetivo dos nossos profissionais é contribuir para que os clientes tenham o máximo de informações possíveis para auxiliar em seu processo de decisão.

economia na instalação. A utilização de expansão indireta permite o monitoramento e o controle da qualidade do ar-condicionado em UTIs e centros cirúrgicos. Com a configuração modular dos equipamentos, é possível realizar as manutenções sem afetar o conforto dos pacientes. Além disso, o GHP consome até 90% a menos eletricidade do que um equipamento equivalente elétrico e utiliza gás de refrigeração de baixo impacto ambiental: o tipo HFC-R410. Individualmente ou combinadas com equipamentos convencionais, as soluções a gás natural podem ajudar seu empreendimento a ter um sistema de climatização robusto, confiável, flexível e econômico. Os equipamentos a gás natural ainda podem ser utilizados como forma de redução do consumo de eletricidade em horários de pico ou como sistema de becape, proporcionando garantia em caso de falta de energia elétrica.

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operadora

MERCaDO À

VISTA

Maria Carolina Buriti • mburiti@itmidia.com.br

Com foco na melhoria de processos, mas sem descartar novas aquisições na área médica e na odontológica, sul américa reestrutura sua unidade de saúde

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"no fundo a mudança redefine atribuições e tem um foco exclusivo em processos e melhorias para lidar com os usuários da sul américa" Gabriel Portella

Marco Antonio Antunes assume a diretoria operacional da instituição. Antes, o executivo atuava como diretor de relacionamento com o cliente Manoel Cardoso era diretor de Operações e Produtos, hoje ele comanda a diretoria de Operações. A parte de produtos foi remanejada para a área de Lopes Antes diretor da Allianz Saúde, Mauríhtcio Lopes comandará a diretoria Técnica e de Produtos F: R B

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ão é só a reestruturação de uma área que responde por 65% do faturamento da empresa. Com a nova divisão, o setor de saúde da Sul América também se prepara para futuras conquistas. É o que conta o vice- presidente da Sul América Saúde, Gabriel Portella. A seguradora passou por mudanças organizacionais que geraram três diretorias na área de saúde, além de uma superintendência odontológica. Para comandar a área Técnica e de Produtos, a seguradora trouxe Mauricio Lopes, que possui 10 anos de experiência na área de saúde suplementar. Marco Antonio Antunes e Manoel Cardoso, que já estavam na companhia, assumiram a diretoria de operações e diretoria de relacionamento, respectivamente. A direção da área odontológica está sem superintendente até o fechamento desta reportagem. De acordo com Portella, a opção pelo novo formato ocorreu para obter uma melhoria na gestão da área, pois a antiga organização já não comportava o desenvolvimento da unidade. “O modelo organizacional já não estava respondendo como precisávamos. No fundo, a mudança redefine atribuições, tem um foco exclusivo em processos e melhorias para lidar com os usuários da Sul América. Ao mesmo tempo a gente tem que estar preparado com a estrutura mais dedicada nos processos e na automação”, explica. Antunes dará andamento ao departamento de operações, que já conta com processos automatizados. Hoje, 90% das contas médicas são transmitidas eletronicamente, o que resulta em diminuição de custo e de tempo, além de transmitir 250 mil contas por mês com certificação digital. Já Cardoso comandará a área responsável pela interface com os segurados e prestadores de serviço, além de aprimorar o relacionamento, tem a meta de crescimento no número de beneficiários. Vindo da Allianz, Lopes está na diretoria técnica e de produtos, que res-

“temos um olhar no mercado. Saúde é e continua sendo um produto importante para a empresa” ponderá pela área de gestão de risco. “O nosso grande objetivo é ter o preço mais justo e adequado para alcançar a maior rentabilidade possível, rede necessária para atendimento ao cliente”, diz Portella. Mercado No primeiro trimestre de 2011, a Sul América Saúde cresceu 18% se comparado ao mesmo período de 2010. Os prêmios do seguro saúde somaram R$1,4 bilhão, 27% a mais que no primeiro trimestre do ano anterior. No último mês de abril, a empresa concluiu a compra da Dental Plan, operadora de planos odontológicos com atuação nas regiões Norte e Nordeste. Com a incorporação da carteira, a seguradora atingiu os 2,2 mi-

alguns

Números

2,2

milhões de segurados em saúde e odontologia correspondem a...

65%

do faturamento da empresa que registrou...

18%

de crescimento no 1° trimestre de 2011

lhões de beneficiários, 400 mil só na área odontológica. Portella diz que não tem uma meta para a participação da saúde nos negócios da seguradora, mas não descarta aquisições no mercado. "É engraçado, o primeiro objetivo é melhorar, e depois se preparar para oportunidades de aquisição, seja na Odontologia ou na área de saúde. Ter uma preparação ainda melhor, mais focada. Sempre temos um olhar sobre o mercado, quando tiver oportunidade e com o preço que viabilize retorno. Saúde é e continua sendo um produto importante para empresa”, finaliza.

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Qual o

impacto? Maria Carolina Buriti • mburiti@itmidia.com.br

Normativa 259 da ANS, que estabelece o prazo máximo de atendimento aos beneficiários, entra em vigor em 18 de setembro. Caso não cumpram, as operadoras terão de arcar com medidas de garantia do serviço que vão do transporte do usuário para outro município ao reembolso dos custos de procedimentos

A

Resolução Normativa n° 259 publicada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em junho deste ano, entra em vigor no próximo dia 18 de setembro. Tal medida estabelece prazos máximos de atendimento aos serviços contratados pelos beneficiários. Caso o serviço não esteja disponibilizado no prazo, o usuário deverá entrar contato com a operadora a fim de solucionar o caso e, num segundo momento, com a ANS para formalizar a queixa. A medida é fomentadora, serve para as operadoras se atentarem e ampliarem a rede credencial, as que não fizerem terão que seguir soluções sugeridas pela autarquia. Resta saber qual é o impacto da medida e se as operadoras estão preparadas ou não. As alternativas propostas pela agência, de acordo com a normativa, pode ser o transporte do beneficiário a um município vizinho que disponha do serviço, no caso da ausência do atendimento em determinada localidade e até reembolso ao beneficiário pelos custos assumidos, mas antes de qualquer medida, o paciente deverá procurar a operadora.

“Ao buscar o atendimento de determinado procedimento, o usuário deve saber que a operadora tem todas as possibilidades da norma: ela transporta, dá o reembolso integral, existem varias opções para que a operadora cumpra esse prazo”, explica a diretora adjunta de produtos da ANS, Carla Soares. Atendimento no prazo pode significar, para aquelas empresas ainda não preparadas, aumento de rede credenciada, investimento em infraestrutura, gestão, tecnologia e novos canais de comunicação com o prestador e usuário. E, por outro lado, possíveis punições pela ausência de atendimento podem virar multas e até a transferência de clientes da carteira, ou seja, prejuízos. Mas como se preparar para tal medida? “Os impactos serão maiores no que tange a operacionalização para aqueles que não estavam adequados nos seus modelos e isso passa pela tecnologia da informação, call center, ambulatórios, e, claro, pelo caixa”, afirma o sócio da Deloitte Consultores e líder da área de Life Sciences & Healthcare no Brasil, Enrico de Vettori. Apesar de constituir prazos mais rígidos ao mercado,

a medida não contará com fiscalização ou punição específicas. “A reclamação incentiva e fomenta, e isso poderá resultar nas punições já previstas pela agência como multa, visita técnica e ações para verificar quais são as falhas da operadora”, explica Carla. No entanto, não é por ser de caráter fomentador, que as operadoras não cumpridoras da normativa estarão livres de punições como: processo sancionador de negativas de cobertura, que podem gerar visitas técnicas, multas e transferência de carteira, previstas em outras normativas da autarquia. Preparados Quem garante que não será impactada com a normativa e afirma estar preparada é a Hapvida, operadora com 1 milhão de vidas atuante no Norte e Nordeste do Brasil. A em-

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Machado, Hapvida: tecnologia garantiu atendimento no prazo antes da divulgação da norma

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Foto: Tania Meinerz

ca e pediatria que são sete dias na ANS, na nossa meta são de cinco dias, há mais de três anos", exemplifica. O que a Hapvida fez foi investir em tecnologia e atendimento bem antes da norma ser posta em consulta pública e divulgada. Não houve um investimento específico, abertura de canal de comunicação ou aumento de rede credenciada para atender à norma. Mas a empresa já estava se preparando antes. A operadora conta com um call center próprio com 700 colaboradores, que tem como uma das atribuições fazer pesquisas com os usuários para saber sobre o atendimento na rede credenciada. Além disso, a rede própria conta com um modelo de terminais de autoatendimento. São 400 equipamentos, um investimento de cerca de R$ 8 milhões só na parte de hardware. Semelhantes aos do sistema bancário, servem para o agendamento de exames e consultas e para o controle do tempo de atendimento nas unidades de saúde, que, segundo Machado, não pode ultrapassar 15 minutos. “A tecnologia é o mais importante na operadora, somos apenas intermediários, temos que ter informação”, explica. Como a Hapvida, a Unimed “Para nós, a resolução é entendida sempre como Porto Alegre não fez investimentos específicos, mas uma oportunidade de melhorar. Na base de clientes existe aproximadamente 560 mil usuários ações contínuas para melhoraria do atendimento, e isso é significativo. Temos um antes mesmo da publicação excelente relacionamento com a rede prestadora” da normativa. Atualmente, a cooperativa atende 49 esGerson Silva, Unimed Porto Alegre pecialidades em 46 municípios gaúchos. Mas, ao conpresa que trabalha com 6 mil cre- trário da Hapvida, o foco da empresa é a rede credenciada. denciados, mas tem foco na rede Para nós, a resolução é entendida sempre como uma oportuniprópria, que conta com 23 hospitais dade para melhorar. Na base de clientes existe aproximadamente e 60 unidades de saúde entre cen- 560 mil usuários e isso é significativo. Temos um excelente relatros médicos, clínicas de imagem e cionamento com a rede prestadora”, conta o gerente de Marketing da cooperativa, Gerson Silva. consultórios. “Na verdade, a norma nos deixou Uma das ferramentas utilizadas pela Unimed Porto Alegreé a em uma situação muito confor- pesquisa de satisfação com clientes, que hoje atinge um índice tável, nossas metas internas eram de 86% de satisfação. A cooperativa tem também um grupo de mais agressivas do que a ANS esti- Gestores de Relação de Prestadores, responsável pelos trâmites pulou e estão ligadas aos indicado- com os credenciados. res do gestor de cada área. A maio- A Hapvida e a Unimed de Porto Alegre garantem que os atenria dessas metas já existia há muito dimentos já estão sendo feitos antes da norma entrar em vigor. tempo, e atendemos com folga”, “Há operadoras que já vêm se preparando para isso, o mercado explica o superintendente de Tec- sabe quais são aqueles de qualidade, mas existe uma grande gama nologia da Informação, Tarciso Ma- que só fará por causa da legislação e provavelmente terão que ser chado. “Consulta para clínica médi- fiscalizadas, pois não cumprem”, finaliza Vettori.

Saiba

MAIS É importante ressaltar que a falta de disponibilidade do serviço está relacionado à especialidade e não a um profissional específico. A ANS disponibiliza o mesmo canal para receber todas as reclamações sejam referentes a esta normativa ou não. Esse sistema classifica as reclamações Se a operadora não oferecer as alternativas para o atendimento deverá reembolsar os custos assumidos pelo usuário em até 30 dias. Nos casos de planos de saúde que não possuam alternativas de reembolso com valores definidos contratualmente, o pagamento de despesas deverá ser integral. Nos situações de ausência de rede assistencial a operadora deverá garantir o atendimento em prestador não credenciado no mesmo município ou o transporte do beneficiário até um prestador credenciado. O retorno à localidade de origem. Nestes casos, os custos correrão por conta da operadora.

Terminal de autoatendimento da Hapvida ajuda no agendamento de consultas e exames

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s serviços vão condizer com os de um hotel seis estrelas, e exclusividade é o que caracterizará o Hospital Copa Star na zonal sul do Rio de Janeiro - próxima aposta da Rede D´Or, que, atualmente, detém 22 hospitais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. A proposta é atender os anseios de um público AAA. “O hospital não será construído para aumentar o faturamento, mas, sim, posicionar a rede como referência em atendimento exclusivo no Estado”, explica o diretor executivo da rede, Rodrigo Gavina. O investimento previsto para a construção da instituição de 10 mil m² e 140 leitos – incluindo cerca de 40 Unidades de Terapia Intensiva - é de R$ 115 milhões. O terreno, em Copacabana, a 50 metros do Copa D´Or, já foi adquirido e a previsão para entrega da obra é 2013. Segundo Gavina, ainda está em estudo quantos andares o hospital vai ter. A ideia do Copa Star nasceu há seis meses, tendo em vista a crescente busca por serviços diferenciados no Rio de Janeiro. “As nove suítes vips

Simulação da fachada do Hospital Copa Star, em Copacabana, no Rio de Janeiro

FOTO: DIVULGAÇÃO

Atualmente, a Rede D´Or é a maior cadeia de hospitais privados e independentes do Rio de Janeiro. No entanto, existem alguns hospitais no Estado que fazem frente ao grupo como, por exemplo, o Samaritano e o Pro Cardíaco, ambos da Amil, além da

“O COPA STAR VAI ESTAR PREPARADO PARA ATENDER IMPORTANTES CELEBRIDADES. HAVERÁ UM FLUXO EXCLUSIVO DE ATENDIMENTO PARA EVITAR TUMULTO NA ENTRADA E SAÍDA DOS PACIENTES” do Copa D´Or estão sempre lotadas. Queremos manter esse público conosco que, hoje, pode eventualmente buscar outros lugares ou viajar para o exterior para se tratar”. Outra vantagem da unidade é a possibilidade de auxílio-médico do Copa D´Or.

Casa de Saúde São José, Casa de Saúde São Vicente, que fica na Gávea, e o São Vicente de Paulo. DIFERENCIAL De acordo com o executivo, o atendimento médico terá o mesmo padrão de qualidade de qualquer hospital da rede D´Or. O diferencial estará

no alto luxo dos serviços não clínicos como recepção, acomodações, menu de produtos diversificado, gastronomia, tecnologia de voz sobre IP a beira do leito, entre outros. Total privacidade é outro conceito que norteia tudo o que está sendo projetado para o empreendimento. “O Copa Star estará preparado para atender importantes celebridades. Haverá um fluxo exclusivo de atendimento para evitar tumulto na entrada e saída dos pacientes”, diz Gavina. Seguindo a tendência de hospitais verdes no mundo, o Copa Star terá infraestrutura sustentável, com, por exemplo, o reaproveitamento de energia, reutilização de água, descarte seletivo, reciclagem, entre outras iniciativas. Apesar do ganho em rentabilidade não ser o foco do novo negócio, será uma consequência. Segundo Gavina, ainda faltam detalhes para que a Rede D´Or consiga estimativá-los. No entanto, o diretor acredita que o retorno financeiro deve acontecer sete anos após a inauguração.

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hospital

Uma

lUz

no

fim

do túnel

a má remuneração por parte do sUs e operadoras de saúde e os elevados custos operacionais levaram dezenas de hospitais filantrópicos e de pequeno porte a acumular dívidas milionárias. será que há salvação para estas instituições? Guilherme Batimarchi • gbatimarchi@itmidia.com.br 40

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Foto: Ricardo Benichio

“Dificilmente um hospital que realiza mais de 30% de seus atendimentos pelo SUS é uma instituição economicamente viável”

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Carlos Garcia Oliva, da SPDM m maio deste ano, o setor de saúde foi surpreendido com a notícia de que a Santa Casa de São Paulo, uma das maiores instituições de saúde do País, fecharia as portas de seu pronto-socorro. O motivo não poderia ser outro, uma dívida acumulada de R$120 milhões que inviabilizaria os 30 mil atendimentos realizados na emergência do hospital todos os meses. Após o anúncio, o governo do Estado de São Paulo liberou R$10 milhões em caráter emergencial para evitar que a instituição encerrasse as operações. Casos como o da Santa Casa de São Paulo não são raridade no setor de saúde brasileiro. Segundo o relatório divulgado pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CBM), a dívida acumulada do segmento privado, sem fins lucrativos, que soma cerca de dois mil estabelecimentos é de R$5,9 bilhões. O estudo também mostra que, em 2009, o custo dos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi de R$12,3 bilhões, no entanto, somente 65% desse valor foi reembolsado, deixando um rombo de R$4,4 bilhões nos cofres dos hospitais. Além do cenário crítico nas instituições filantrópicas, hospitais privados de pequeno porte também sofrem com a baixa remuneração por parte das operadoras e com o baixo poder de negociação junto aos fornecedores. De acordo com o superintendente financeiro da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), Carlos Garcia Oliva, essas instituições têm muita dificuldade em atender a demanda da população na média e alta complexidade por não ter um ganho em escala. “Hospitais gerais com menos de 100 ou 200 leitos são economicamente inviáveis, pois o custo fixo rateado pelo número de leitos fica muito alto. Outro fator que inviabiliza o hospital é a compra de pequenos volumes de material, que acaba aumentando o preço médio junto ao fornecedor”. No segmento filantrópico, Oliva destaca o subfinanciamento da saúde por parte do Sistema Único de Saúde (SUS) como

o grande vilão para as finanças das instituições de saúde. Outro problema levantado pelo superintendente da SPDM é a gestão das unidades de saúde que, muitas vezes, exige mais dinheiro e a utilização racional dos recursos, além do estabelecimento de critérios claros de que, se não houver verba disponível em caixa para oferecer tudo para todos, deve rever a política de atendimento e estabelecer prioridades para não fechar as portas. “Diferente de outros setores da economia, na saúde não há como simplesmente fechar a porta. O hospital é uma empresa que funciona 24 horas durante 365 dias por ano, e a maioria dos hospitais que possui um serviço de atendimento de urgência é de porta aberta”, destaca Oliva. De acordo com o superintendente, dificilmente um hospital que realiza mais de 30% de seus atendimentos pelo SUS é uma instituição economicamente viável. “Para se ter uma ideia, hoje a remuneração por internação no SUS gira em torno de R$ 1 41

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hospital

mil, enquanto na saúde suplementar este valor chega aR$ 3 mil. Ou seja, se com este valor os hospitais privados acham difícil atender os planos de saúde, imagine um hospital filantrópico ou público”, conclui.

taneamente”, completa o superintendente. Para sair da crise e recuperar-se financeiramente, a Santa Casa de BH adotou um plano de reestruturação de seu pessoal, que trouxe como resultado mais agilidade nos processos internos da instituição e, principalmente, na tomada de decisões. A renegociação dos passivos trabalhistas e bancários também foi fundamental para a entidade recuperar sua credibilidade diante das instituições financeiras. Segundo Vieira, os passivos bancários e com fornecedores foram negociados e obteve-se uma taxa de juros inferior a 2% sobre o parcelamento da dívida. Com o governo a instituição conseguiu quitar uma dívida de R$52 milhões junto à Caixa Econômica Federal. “Todo o negócio tem que ser sustentável economicamente, mesmo na saúde”, coloca Vieira. A instituição retomou o recolhimento do FGTS em maio do ano passado e aderiu à Timemania e ao parcelamento do Refis. Segundo Vieira, o hospital ainda possui um passivo trabalhista e seu objetivo é quitá-lo o mais rápido possível. “Para sanar estes passivos, o Juizado Auxiliar de Execuções autorizou o leilão de 11 imóveis em Belo Horizonte que foram doados à Santa Casa”, afirma Vieira. Estes imóveis deverão gerar uma receita de R$ 16 milhões, que já possui destino certo. Outra instituição que conseguiu encontrar a luz no fim do túnel e sanar uma dívida bancária de R$ 60 milhões, que se arrastava desde 2006, foi Hospital Moinhos deVento, situado na capital gaúcha. Para isso a instituição adotou medidas extremas e decidiu fazer um choque de gestão e redefinir suas estratégias focando em resultado. Segundo o superintendente administrativo do hospital, Fernando Torelly, os primeiros passos para a recuperação financeira foram: a adoção de um modelo de governança corporativa, trazendo mais profissionalização à gestão do hospital; a adoção de uma nova metodologia de gestão baseada no balanced scorecard (BSC) e, principalmente, um processo de excelência operacional. “Muitas vezes um hospital não percebe que a maioria dos problemas está dentro de casa. Decidimos fazer bem feito nossos processos assistenciais como cobranças de convênios, redução de glosa e negociação com as fontes pagadoras, onde nós intensificamos as atividades”. Outra medida adotada pelo Moinhos de Vento foi a compra de material hospitalar direto do fabricante, deixando de lado distribuidores locais. “Mesmo estando na Região Sul compramos cerca de 80% dos mate-

“o Juizado Auxiliar de Execuções autorizou o leilão de 11 imóveis em Belo Horizonte que foram doados à Santa Casa” Gonçalo Vieira, da Santa Casa de BH Outros agravantes econômicos que interferem diretamente no desenvolvimento financeiro das instituições de saúde são: a inflação no setor de saúde, que cresceu acima do esperado e o aumento na demanda por parte da população, que é consequência da melhora no nível de vida das pessoas, que acabam buscando mais o serviço. Para Oliva, o grande segredo para uma recuperação financeira saudável, e sem grandes sacrifícios, está na gestão. Segundo ele, é necessário que o hospital faça um diagnóstico amplo e transparente de sua situação e depois adote uma gestão de custos adequada à sua realidade, visando transparência e controle social como prega a Constituição e ser adequadamente financiado e nunca perder o foco em sua área de atuação. “Seria um contracenso um hospital de alta complexidade atender casos simples como gripes ou uma simples dor de estômago. Por exemplo, uma consulta em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) custa muito menos do que em um hospital como o InCor, ou seja, organizar a demanda, melhorar a qualidade da gestão e discutir acesso e remuneração tanto no setor público como privado são algumas das medidas que irão alavancar a recuperação do hospital”, completa Oliva. A profissionalização da gestão também é muito importante para que os hospitais possam ganhar em eficiência operacional e racionalizar seus custos, pois cerca de 70% dos recursos gastos por um hospital hoje está na folha de pagamento de seus colaboradores. Dificuldades Superadas Graças à gestão de seus passivos, a Santa Casa de Belo Horizonte está sanando uma dívida acumulada em R$ 300 milhões, que se arrastou ao longo de anos. Segundo o superintendente de planejamento, finanças e RH da instituição, Gonçalo Vieira, grande parte dessa conta eram passivos trabalhistas, como INSS e FGTS, além do imposto de renda atrasado. “A Santa Casa sempre teve problemas financeiros, à medida que o hospital crescia, as contas aumentavam simul-

riais direto dos fabricantes que estão no centro do País, com isso reduzimos esse custo”, diz Torelly. A entrada da superintendência na operação e participação nas negociações com fontes pagadoras e fornecedores e a adoção de um programa de qualificação profissional de pessoas, principalmente líderes, foi o grande diferencial encontrado pelo hospital para atingir a excelência operacional. Atualmente o Hospital Moinhos de Vento possui um caixa operacional que fecha mensalmente no azul e uma dívida liquida positiva, ou seja, dinheiro suficiente para quitar o débito existente. “Além da eficiência nas operações, notamos também uma melhoria no clima organizacional da empresa, um aumento na uma taxa de ocupação que agora beira os 90%”, coloca Torelly. Superada a crise, o hospital, espera terminar 2011 com 390 leitos, 50 a mais que no início do ano e um faturamento superior a R$300 milhões. A instituição também faz planos audaciosos e pretende investir cerca de R$150 milhões até 2014.

como recuperar as finanças de seu hospital 1. Faça um diagnóstico amplo e transparente da situação financeira da instituição

2. Aproveite os recursos

disponíveis para uma gestão racional e transparente

3. Profissionalize a gestão 4. Insira adequadamente o

hospital no sistema de saúde e foque em seu ramo de atividade

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CERTIFICADO DE CONFORMIDADE COM A ISO 27001 (SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO). CERTIFICAÇÕES E RECERTIFICAÇÕES: ISO 9001:2008, ISO 14001, OHSAS 18000, QSP 31000 (BASEADA NA ISO 31000), ONA (NÍVEL III DE EXCELÊNCIA), NIAHO (ACREDITAÇÃO INTERNACIONAL AMERICANA), CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA DA FNQ, CONFORMIDADE LEGAL, ENTRE OUTRAS.

O BIOCOR INSTITUTO CONFIRMANDO SEU COMPROMISSO COM A EXCELÊNCIA FOI RECONHECIDO COM NOVAS CERTIFICAÇÕES E RECERTIFICAÇÕES DE ÓRGÃOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS NAS DIVERSAS ÁREAS DE GESTÃO EM SAÚDE.

TUDO ISSO É O RECONHECIMENTO E A CONFIANÇA DA SOCIEDADE MOSTRANDO QUE ESTAMOS NA DIREÇÃO CERTA!

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hospital

Se eles

não querem... Guilherme Batimarchi • gbatimarchi@itmidia.com.br

Longe de ser a preferência das grandes instituições, a baixa complexidade se torna um mercado de oportunidades para os hospitais de especialidade

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ospitais de todo o Brasil têm investido verdadeiras fortunas na expansão de suas unidades, disponibilizando novas especialidades e opções de tratamento, principalmente voltados para a alta complexidade, mais rentável para as instituições. Apesar de necessária, toda essa atenção deixa uma lacuna nos procedimentos de baixa complexidade, que acabam se tornando um nicho de mercado promissor para hospitais de especialidades e pequeno porte. E é procurando preencher essa lacuna que o Hospital Paulista pretende crescer. “Na busca por baratear os procedimentos de média e alta complexidade, os grandes convênios estão verticalizando seus serviços assisten-

cerca de R$ 5 milhões na reformulação dos mais de 40 leitos de internação, a construção de dois novos leitos de UTI e a aquisição de equipamentos mais modernos. Em 2011, como parte do plano estratégico para ganhar o mercado de baixa complexidade, o Paulista terá sua fachada reformada dando destaque à unidade. A recuperação consumiu cerca de R$ 800 mil, com a compra de imóveis, para expansão da fachada, projeto arquitetônico e obras. A conclusão do projeto está prevista para o final do segundo semestre deste ano. “Nós não tínhamos muitos atrativos, por isso decidimos fazer uma repaginação do hospital, trazendo serviços de hotelaria para a unidade, uma nova UTI, e destacar a instituição para dar mais conforto ao médico e segurança ao paciente. Com isso esperamos alcançar um incre-

“Nosso objetivo é ser o melhor hospital especializado em Otorrinolaringologia da América Latina”

ciais, sobretudo nas áreas de Cardiologia, Oncologia, Ortopedia e Neurologia. Para nós, isso é uma oportunidade”, aponta o o diretor-presidente da instituição, Braz Nicodemo Neto. Especializado em Otorrinolaringologia, o hospital tirou proveito desse cenário e expandiu suas instalações para receber a demanda suprimida de procedimentos mais simples, e muitas vezes, negligenciados pelas grandes instituições. Em 2010, a instituição investiu

mento de 30% nos resultados”, ressalta Neto. Apostando na falta de interesse dos hospitais por essa área e, em razão da baixa remuneração dos procedimentos, a direção do Hospital Paulista estabeleceu o seu foco. “Nós somos um hospital de especialidade e vendo esse cenário achamos um grande filão no mercado e podemos ganhar em volume”, afirma Neto. Com 70 operadoras credenciadas, no Paulista, são realizadas, em média, 500 cirurgias por mês, chegando a mil

Foto: Ricardo Benichio

Braz Nicodemo Neto, do Hospital Paulista

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Braz Nicodemo Neto: “Somos um hospital especializado e vendo este cenário encontramos um grande filã no mercado”

procedimentos no mês de julho devido as férias escolares. “Um otorrino pode agendar até quatro cirurgias em uma mesma manhã, o que seria difícil em um hospital geral. O valor que ganhamos por procedimento é muito menor do que o de um neurologista, por isso a rotatividade tem que ser maior”, completa Neto. Para comportar a demanda sem comprometer a qualidade do atendimento e a segurança do paciente, a instituição adotou uma série de processos para agilizar a rotatividade das salas cirúrgicas, entre eles, a preparação de kits com material cirúrgico para cada tipo de procedimento, o que reduziu a ociosidade dos equipamentos.“Os hospitais de grande porte acabam tendo que ter todos os tipos de materiais cirúrgicos para todos os tipos de cirurgias que são realizadas nele. Então ganhamos também neste caso, onde não há desperdício ou ociosidade de materiais, uma vez que estamos focados em apenas uma especialidade”.

Números Data de inauguração: abril 1974 Número de leitos: 43 Número de leitos de UTI: 02 Número de salas cirúrgicas: 10 Número de funcionários: 220 Número de médicos: 200 Atendimento/mês no pronto socorro: 5 mil Taxa de ocupação: 45% Investimentos em 2010: R$ 5 milhões Expectativa de crescimento: 30%

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GESTÃO

GOVERNANÇA CORPORATIVA:

GENÉSIO KORBES

“ESCAPAR” NÃO É OPÇÃO P

ouco ou nada mudou nestes últimos dois anos hospitais precisam criar e profissionalizar conselhos, senos hospitais brasileiros no que diz respeito à parando a estratégica da execução. Precisam criar colegovernança. São raros os casos em que tenha giados que pensem o hospital e deleguem para outros sido implantado e funcione a contento um sistema de níveis, altamente profissionalizados, a operação, cujos liderança que seja responsável pelas estratégias das ins- resultados serão cobrados por esses conselhos. tituições. Poucos efetivamente definiram e têm conhe- No entanto, para um perfeito funcionamento é imcimento de suas estratégias; sendo assim, poucos estão prescindível uma separação funcional clara dos níveis instrumentalizados para executá-las. organizacionais estratégicos (função, por exemplo, dos Em minhas andanças como consultor, tenho vivencia- conselhos) e dos que cuidam do negócio: o técnico e o do inúmeras experiências, a maioria negativa, quanto operacional (Diretoria Executiva, Gerências, Coordeao entendimento do que seja governança corporativa, nações). O que se vê atualmente é justamente o contrácomo um verdadeiro exercício de liderança. Se pouco rio: uma grande mistura das funções estratégicas com sabem sobre o conceito de governança, menos ainda en- as operacionais. A mesma pessoa que pensa a instituição tendem sua magnitude e necessidade. também executa as operações. Isso precisa ser evitado a A governança está para as empresas como a cabeça, ou, todo custo. mais especificamente, o cérebro estão para o ser hu- É nesse ponto que deve ser iniciada a mudança e sem mano. O discernimento, a lógica, o raciocínio do ser sombra de dúvidas é uma análise extremamente sensíhumano são vitais para a sua vel. Por um lado, há de se ter sobrevivência. Logo, imagine o cuidado para não atropelar A governança está para as emuma pessoa vivendo sem sua valores que estão fortemente presas como a cabeça, ou, mais arraigados na cultura da orgacabeça. Pior ainda é ter a cabeça no lugar e não usá-la. especificamente, o cérebro está nização. Por outro, há de se ter Insisto há algum tempo sobre a coragem de modificar alguns para o ser humano as transformações que estão paradigmas que estejam atraem marcha na gestão hospitalar, matéria que se encon- sando e emperrando a vida institucional e muitas vezes tra em franco desenvolvimento. Em pouco tempo, a colocando em primeiro plano, interesses pessoais ou maneira amadora de se dirigir um hospital será a res- de pequenos grupos, prejudicando decisões e ações e, ponsável pela decretação da morte dessas organizações. como conseqüência, impedindo que a empresa atinja os As mudanças devem ser iniciadas e executadas pela au- melhores resultados. toridade máxima da instituição, seu presidente. Esta A gestão do hospital é uma atividade de muita complenão é uma atitude que se possa delegar, pois, se assim xidade por natureza. Sem uma organização, liderança e for feito, as mudanças não terão a mínima eficácia. Os governança para cuidá-la, a gestão torna-se praticamen-

te inexequível e com sérios problemas de sustentabilidade econômica, social e financeira. A implantação pura e simples da governança não mudará em nada a situação do cotidiano. Ela precede, antes de tudo, de um estudo minucioso do modelo organizacional vigente e da avaliação das melhores alternativas para se iniciar o projeto. Quem sabe o primeiro passo seja a estruturação de um conselho consultivo? Sem esquecer, qualquer que seja o cronograma, que um projeto dessa envergadura não será bem-sucedido se não for conduzido por um profissional externo e absolutamente isento de quaisquer interesses pessoais ou de grupos. Apesar do conceito de governança corporativa ter nascido para fornecer maior transparência em relação às empresas de capital aberto com ações na bolsa, é hoje entendido e aclamado como fundamental para o sucesso de desenvolvimento das organizações em geral e em especial das instituições hospitalares, devido à complexidade das atividades, sua interdependência e as turbulências que se vislumbram em um cenário não tão distante.

GENÉSIO KORBES Sócio-diretor da Korbes Consulting e diretor-associado da Antares NP Consulting

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MEDICINA DIAGNÓSTICA

Guilherme Batimarchi • gbatimarchi@itmidia.com.br

CRESCIMENTO COM QUALIDADE Com investimento milionário o laboratório SalomãoZoppi Diagnósticos revitaliza sua marca, lança a quinta unidade e anuncia a centralização de suas atividades técnicas e administrativas

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m junho, o Laboratório Salomão & Zoppi inaugurou sua quinta unidade na capital paulista. Além do lançamento do novo centro de medicina diagnóstica, a empresa aproveitou a ocasião para apresentar ao mercado a revitalização de sua marca, que passa a se chamar SalomãoZoppi. O novo centro é fruto de um investimento de R$16 milhões, sendo R$12 mi para infraestrutura e outros R$ 4 mi para aquisição de equipamentos fornecidos pela Roche. Outra mudança apresentada pelos médicos fundadores é a centralização das operações técnicas e administrativas no novo prédio, além dos serviços prestados ao público. Segundo o sócio-proprietário do laboratório, Luis Salomão, a concentração de toda a área técnica e administrativa em uma mesma estrutura trará mais agilidade administrativa à empresa e reduzirá o custo operacional de algumas atividades. “A era dos puxadinhos acabou no SalomãoZoppi. Esta nova unidade sinaliza, claramente, para o mercado que estamos no circuito para competir e ganhar mercado e não estamos à venda”. De acordo com Salomão, a estratégia da companhia é crescer com qualidade assegurada, sem pretensão de disputar o mercado de volume com outros

de, e até o final de 2011 espera atingir 370 mil exames todos os meses. “Dobramos a capacidade justamente para suportar o crescimento esperado”, explica Salomão. O novo prédio, a centralização das operações e a reformulação da marca SalomãoZoppi são considerados um marco na história do laboratório, que estima um crescimento de 25% no volume de exames realizados até o final de 2011. Segundo Salomão, o laboratório já estuda a construção de uma quinta unidade, na capital paulista, mas ainda sem previsão de início do projeto. De olho no futuro, a instituição já estuda a entrada no segmento hospitalar oferecendo o mesmo serviço hoje realizado em suas unidades. Como parte de sua estratégia, o laboratório suspender o programa de pesquisas clínicas, iniciado em 2010, que recebeu um aporte de R$5 milhões. “A pesquisa clínica foi suspensa momentaneamente. Quando nos aprofundamos neste mercado percebemos que os problemas governamentais e burocráticos no Brasil tornaram-se um grande impedimento para a vinda de pesquisas para nosso País. Ou seja, a burocracia aqui é tão grande que estes clientes preferem buscar campos de pesquisa em outros

“SEMPRE EXISTIRÁ ESPAÇO PARA OS GRUPOS DE MENOR PORTE” LUIZ SALOMÃO, DO SALOMÃOZOPPI

FOTO: RICARDO BENICHIO

SalomãoZoppi reformula marca e inaugura quarta unidade em SP http://bit.ly/qyRa2s

players do segmento. “O único diferencial que temos para competir nesse mercado é a qualidade. Se esse crescimento compromet, nê-la, nós preferimos estancá-lo e reestruturar o negócio, para depois voltar a crescer da mesma forma”, diz. A opinião é reforçada pelo sócio Paulo Zoppi, que desacredita na extinção dos laboratórios de pequeno porte em função da onda de consolidação do segmento. “Sempre existirá espaço para grupos de menor porte que foquem no atendimento mais humanizado. Não se consegue padronizá-lo com qualidade tendo mais de cem unidades, por isso crescer emos até o instante que seja compatível com nosso nível de qualidade”, acrescenta. Com a nova unidade e os serviços centralizados, a instituição, que atualmente processa cerca de 300 mil exames por mês, dobrou sua capacida-

lugares, e isso, de certa forma, nos desanimou um pouco neste segmento”, justifica Salomão. Segundo ele, o laboratório está estudando melhor a área de pesquisas clínicas e aguardando algumas mudanças no cenário político para a viabilização dos projetos, mas reafirma que o foco da empresa está voltado para as novas tecnologias e pesquisa e desenvolvimento. A participação da Roche no fornecimento de equipamentos ao SalomãoZoppi vem desde a fundação da empresa, há 30 anos, e com a expansão da marca tem ganhado força. Segundo a gerente da unidade de negócios Nuclear Diagnostics da Roche, Marisa D´Innocenzo, a parceria tem o objetivo estratégico de consolidar a Roche dentro do segmento de medicina diagnóstica e também levar aos médicos e pacientes uma proposta de maior valor clínico da marca.

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MEDICINA DIAGNÓSTICA

na cola dos Daya Lima • editorialsaude@itmidia.com.br

associações entre pequenos e médios laboratórios de análises clínicas permitem sustentabilidade das empresas e fazem a diferença no mercado dominado por grandes redes; especialistas dizem que o modelo é uma tendência

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ara concorrer de igual para igual com grandes grupos laboratoriais de análises clínicas do País, algumas empresas do ramo, de pequeno e médio porte, estão se unindo e virando parceiras. No sul do Brasil as alianças entre laboratórios são significativas e o G8 já é composto pelos laboratórios Unidos, Trindade, Santa Luzia, Gênesis, Pró-Vida, Nossa Senhora de Fátima, Ciência e Diagnóstico. Porém, a iniciativa ainda é incipiente. Segundo o sócio da rede Reação, Rafael Marin, uma das mais bem estruturadas no Brasil (Reação, do Sul, Lab Rede, de Minas, LCA, de São Paulo e LabForte, da Bahia), que fatura, em média, R$ 12 milhões por ano. De acordo com ele, o negócio surgiu para promover um equilíbrio no mercado. Até então, só grandes como Dasa e Fleury detinham a maior fatia do bolo. “Quando pensamos no modelo de negócio, ainda em 1999 e com apenas três sócios, nosso objetivo era proporcionar benefícios para ambos os lados, ou seja, cliente e empresário”, conta. Entretanto, o negócio cresceu e hoje, já com 230 laboratórios conveniados à rede, viram que podem ir além. “Atendemos com a mesma qualidade e com o menor preço – pelo menos 35% mais barato do que as grandes redes – por conta do nosso poder de barganha. Quanto mais associados temos, mais competitivos nos tornamos”, lembra Marin. Mas para o consultor especializado em laboratório da consultoria Formato Clínico, Gustavo Campana, o crescimento é limitado por um fator cultural. Para ele, pequenos e

médios empresários brasileiros são apegados ao cargo. “Alguns empresários não enxergam em longo prazo e não entendem que, para se tornarem competitivos com este bom modelo de negócio, precisam se reciclar: sair da posição de dono e se tornar um gestor, um associado. Isso, por incrível que pareça, é o limitador de crescimento de empresas com este formato”, enfatiza Campana. Mesmo assim, há espaço para se desenvolver e se consolidar no mercado dos grandes. “Não tenho dúvida que redes de laboratórios são uma tendência.Tal como em outros setores, o sucesso é certo. Juntas, conseguem movimentar boa parte desse mercado e oferecer um serviço de qualidade para clientes e profissionais do ramo”, afirma. BENEFÍCIOS Fazer parte de uma rede como a Reação, por exemplo, gera outros benefícios que, muitas vezes, sozinhos os laboratórios nunca conseguiriam. Para Marin, as empresas que topam entrar no negócio lucram em diversas áreas. “Contam com a manutenção de tecnologia que oferecemos, também conseguimos selos de qualidade, o que é estendido a todos os laboratórios da rede”. Campana diz que, além de certificação de qualidade e suporte de tecnologia avançada, os associados também trocam experiências em outras áreas de suma importância para as empresas, como marketing, processos e gestão, o que faz toda a diferença em termos de competitividade no mercado. Já o consultor estratégico Edson Gil, não aposta no formato, a não ser que seja bem fundamentado e com atua-

VantaGEns do

AssociAtivismo • Ganhos de escala na produção (exames e atendimento) • Boa entrada na negociação com convênios • Poder de barganha com fornecedores nas compras de suprimentos em grupo • Diluição de custos • Atendimento regional • Participação de cooperativas em licitações públicas (MP 495/2010)

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“Apesar de ser uma excelente ideia, não acredito que associativismo se consolide em todas as frentes do negócio. Talvez em parcerias com compras ou em centrais de exames”

Foto: Thinkstock

Edson Gil, consultor estratégico

ção restrita à determinadas áreas. “Apesar de ser uma excelente ideia, não acredito que associativismo se consolide em todas as frentes do negócio. Talvez em parcerias de compras ou em centrais de exames”. Mesmo com as possibilidades, o que faz um pequeno laboratório migrar para uma associação não é ainda o networking, e sim o poder de barganha em compras de produtos e ofertas de exames. O sócio do Reação diz que esse é o chamariz. “Por termos uma boa carteira de conveniados em relação à quantidade, conseguimos negociar como os grandes e, com isso, diluir os custos”, afirma Marin. Campana acrescenta duas comodidades aos associados. Além de melhores condições com fornecedores, as empresas adquirem boa entrada na negociação nos convênios, que não podem ser esquecidos. Ganhar em escala de produção também enche os olhos dos laboratórios que, pequenos, não conseguem atender a demanda. “Para mim, é aí que está o benefício, ser grande mesmo sendo pequeno. Poder atender, na sua região, com alta tecnologia e baixo custo é o sonho de todo empresário. Isso deve ser levado em consideração.” Campana considera importante não abrir mão da regionalidade. “Ultimamente, as pessoas não encontram serviços laboratoriais de qualidade na região onde moram, principalmente, se for longe dos grandes centros urbanos. Por isso, fazer parte de uma rede e poder oferecer todos os exames, mesmo os de menor complexidade, é um diferencial que conta muito, ninguém quer sair da sua cidade para fazer exames.” Não existem grandes exigências para que pequenos e médios laboratórios se associem às redes como essas, ser idôneo é a única premissa. “Não fazemos nenhum processo de seleção rigoroso, só verificamos se o laboratório é honesto e enquadra-se em nosso modelo. Se os quesitos forem contemplados, pronto, já é um parceiro”, finaliza Marin.

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GOVERNANÇA CORPORATIVA

PÃO DE AÇÚCAR

CARLOS AIRTON

VS. CASINO

N

as últimas semanas acompanhamos através Casino, a partir do momento que provocaria uma da mídia o desenrolar de uma grande ba- diluição da participação acionária de ambos, na talha, envolvendo sócios do grupo varejista estrutura acionária do novo grupo a ser formado. Pão de Açúcar em torno da eventual aquisição da Isso, portanto, é contrário aos interesses de controle do Casino. Ocorre que Abílio Diniz sustenrede varejista Carrefour. Sob a ótica das boas práticas de Governança Cor- ta a lógica de sua proposta de aquisição em um porativa o caso nos traz muitos exemplos. Con- princípio de boa governança que determina que os forme divulgado pela mídia, o Casino tem direito dirigentes da organização devam decidir, com base assegurado no acordo de acionistas, de assumir no que é melhor para a organização, e não indivio controle acionário do Grupo Pão de Açúcar a dualmente. Esse princípio tem, inclusive, amparo partir de 22 de junho de 2012, desembolsando a legal no Brasil. O veto de um acionista pode ser quantia simbólica de apenas R$1. O presidente da questionado na justiça caso a operação seja comrede Casino, Jean-Charles Naouri, declarou publi- provadamente de interesse da companhia. No entanto, Abílio sustenta camente que não abre mão desse direito por ter dea operação como boa para O Casino poderia apresentar a companhia e seu sócio diz sembolsado anos atrás uma objeções com base no interesse que não. Portanto, se de enorme quantia para obtê-lo. Por se tratar de direito próprio e não nos da organização fato a operação é favorável, o Casino poderia apresenassegurado em acordo de acionistas, importante instrumento de Governan- tar objeções com base no interesse próprio e não ça Corporativa, evidentemente que esse direito nos da organização. deve ser respeitado. Ocorre que a operação de Embora a justificativa de Abílio seja baseada no inaquisição do Carrefour arquitetada pelo presi- teresse de crescimento da empresa, que por sinal dente do Conselho do Pão de Açúcar, empresário tem marcado de forma brilhante sua administraAbílio Diniz, na prática frustraria as pretensões ção, ele também deixa evidente suas preocupações de controle do grupo Pão de Açúcar por parte do com o controle por parte do Casino. Como decla-

rou à mídia, teme que todo GPA seja colocado à venda. O Casino nega a intenção. Na verdade, a preocupação do Sr. Diniz deveria ser considerada quando assinou o acordo de acionistas que garantiu o controle ao Casino, e não agora. Chama a atenção, portanto, o fato de que empresário brasileiro estruturou a proposta de aquisição e foi a público sem a aprovação de seu sócio, que considerou o fato um golpe sujo, segundo a revista Exame, de 27 de julho. Em dezembro de 2010, Abílio teria apresentado a proposta ao sócio que não demonstrou interesse. Portanto, nas atitudes dele faltou, no mínimo, transparência, princípio fundamental da boa Governança Corporativa. Casino venceu a primeira batalha, mas Abílio declarou que a guerra continuará. Vamos aguardar.

CARLOS AIRTON PESTANA RODRIGUES Diretor-presidente da Governance Solutions e professor de Governança Corporativa da Business School de São Paulo (BSP)

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indústria

Czar à

brasileira Perla Rossetti • perla.oliveira@itmidia.com.br

Abimo e Apex-Brasil lançam selo BHD para divulgar a qualidade da tecnologia nacional no exterior e promovem rodada de negócios na Rússia com oito fabricantes nacionais. Iniciativa faz parte do apoio às indústrias que crescem nos países emergentes

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Spiros Paulo Fournogerakis, da NS Inaladores: acordo de cooperação técnica e fabril com companhia russa especialista em ultrassom Foto: Ricardo Benichio

mbora o câmbio atual não esteja dos mais favoráveis à exportação, a indústria nacional não perde o ritmo e as oportunidades nos mercados emergentes com investidas que estão tomando corpo e significado. Em maio, o selo Brazilian Health Devices (BHD) foi lançado, em São Paulo, com o objetivo de divulgar a qualidade tecnológica dos produtos da indústria nacional no exterior num mercado que cresce e movimentou US$ 633 milhões em 2010. A iniciativa é fruto da aliança entre a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). As entidades também promoveram, em junho, uma missão comercial na Rússia que levou oito fabricantes nacionais a Moscou. Representantes da Baumer, Diagnostek, Erwin Guth, Loktal Medical, Neurovirtual, NS Inaladores, Ortosíntese e da Schioppa encontraram-se com 30 distribuidores russos e, ao final de 60 reuniões, estimam a possibilidade de negócios e parcerias na terra dos czares. Gerente de comércio exterior da NS Inaladores, que exporta para 14 países, Spiros Paulo Fournogerakis voltou com boas expectativas do encontro. “As empresas que nos visitaram foram de altíssimo nível técnico e cultural. Estamos para fechar um acordo de cooperação técnica, intelectual e de fabricação do equipamento de uma companhia russa cujo gestor é especialista em ultrassom, que é uma das linhas importantes para nós”. Por sua vez, a Baumer que já atua no mercado russo enviou uma representante para identificar distribuidores de próteses e biomateriais. “Voltamos com 10 contatos que estão sendo desenvolvidos para efetuarmos contratos. Essas visitas são extremamente úteis. Nossa meta é ter os produtos registrados no Ministério de Saúde de lá, que é complicado, até o final de 2011 para começarmos a exportar”, comenta o gerente geral

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Foto: Ricardo Benichio

Plano de reaparelhamento da saúde russa é de 14 U$ bilhões. Na foto, linha de produção da NS Inaladores

de Comércio Exterior Walter Lafratta, em entrevista à FH no intervalo entre o desembarque do AAOS, maior congresso norte-americano de ortopedia, e sua partida para a África . CONJUNTURA Oportunidades não faltam, já que 90% da demanda doméstica da Rússia por produtos do setor é atendida pela importação. O Brasil respondeu por US$ 3 milhões (0,5%) do total produtos enviados ao país em 2010. “Para um mercado como russo é muito pouco. A perspectiva de negócios das oito indústrias nacionais é vender US$ 900 mil nos próximos 12 meses para os 30 distribuidores locais”, comenta a gerente de projetos internacionais da Abimo Paula Portugal. A conjuntura econômica permite otimismos. Os prejuízos socioeconômicos gerados pelo comunismo na antiga União Soviética ainda são presentes no setor industrial, de modo que a composição do PIB atualmente é maior na área de serviços (62%) e o parque tecnológico, especialmente de assistência à saúde, é totalmente defasado. Assim, o governo russo anunciou recentemente um plano nacional de investimento para reaparelhamento da área de saúde no valor de US$14 bilhões, nos próximos três anos. O país já tinha sido escolhido por Abimo e Apex-Brasil também em função de seu potencial, há alguns anos. De acordo com a gerente de projetos internacionais da Abimo, Paula Portugal, o setor de inteligência da Apex-Brasil realiza estudos de mercado e em 2008 elegeu nove países alvos num ranking que será revisto e atualizado no começo de agosto. “A Rússia foi escolhida pela expansão potencial, outros seriam Peru, Colômbia, Estados Unidos, Angola, China, Índia, Irã e Austrália”. Diretor presidente da Diagnostek, uma das pequenas que participaram da missão russa, José Carlos Lapenna comenta que tem tido certa dificuldade no retorno dos contatos abertos, mas não pretende desistir. “Vale a pena, porque o mercado é grande. Estamos na fase de negociação e pediremos o apoio da entidade correspondente à Apex em Moscou”. Estreante no mercado internacional, já que exporta há apenas um ano e meio a tecnologia Parateste, de exames parasitológicos, a Diagnostek aposta em potenciais clientes de países tropicais na Arábia Saudita, Emirados Árabes e Cuba. “No caso da Rússia há o problema sanitário e, diferente dos países ricos com sistemas que atendem corretamente a população, há necessidade do nosso equipamento”. Por conta dos custos de exportação e início das operações, a expectativa de Lapenna é vender US$ 150 mil nos próximos 12 meses para os distribuidores russos. “Nossa

Foto: Divulgação

“ENCONTRAMOS O VICEMINISTRO DA SAÚDE RUSSO QUE SINALIZOU INTERESSE EM ASSINAR UM ACORDO DE COOPERAÇÃO TECNOLÓGICA” PAULA PORTUGAL, DA ABIMO 55

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indústria

exportação ainda é pequena em termos percentuais, apenas 5% da venda, mas a ideia é que atinja um patamar de 40% no mercado exterior em dois anos”, projeta o empresário. Antes da missão à Rússia, um profissional da Abimo realizou um estudo in loco do mercado. “O primeiro objetivo é trabalhar o distribuidor e o segundo é o da tecnologia. A troca e parcerias com indústrias locais pode ser um grande caminho para o Brasil. Encontramos o vice-ministro da Saúde russo que sinalizou interesse em assinar um acordo de cooperação tecnológica”, comenta Paula, da Abimo.

e características de sustentabilidade e custo-benefício dos produtos. Entre as ações previstas estão a participação do BHD na Medica, na Alemanha, em novembro. “Haverá um pavilhão coberto com a nova identidade visual e será oferecido um jantar para 200 pessoas, imprensa, autoridades brasileiras e internacionais. Na ocasião, também será comemorado os 10 anos de participação do Brasil na feira”, comenta Paula.

DESAFIOS Para a sócia-proprietária à frente da área de exportação da Erwin Guth, de instrumental cirúrgico, Karin Brigitte Guth, se há oportunidades no mercado russo, há também dificuldades como o alto custo para registro de itens nas autoridades MARCA A identidade visual da Brazilian Health Devices acompanhará a indústria nacional locais, num processo que pode durar até seis meses. A empresária participou da nas ações promovidas pelo Programa Setorial Integrado (PSI) da Apex-Brasil nas rodada ao país e agora negocia com um distribuidor local o pagamento de 50% feiras internacionais, ações de marketing mundiais, missões comerciais, rodadas dos custos. “Há muito protecionismo. Nos deparamos com o registro de 35 mil de negócios, capacitação dos associados e inteligência comercial. Tudo será finan- euros para cada instrumento cirúrgico. É caro assumir isso quando uma pinça cusciado através do convênio de R$ 14,7 milhões entre Apex-Brasil e Abimo, reno- ta apenas US$ 10”. Por outro lado, o gerente de comércio exterior da Baumer Walter Lafratta diz vado em maio. Gerente de projetos internacionais da Abimo, Paula Portugal explica que o Brasil que a indústria brasileira é facilmente aprovada pelos órgãos regulatórios uma vez não era reconhecido no mundo como fornecedor de tecnologia médica. “Em par- que atende as rigorosas exigências da Anvisa, muitas vezes mais complexas que a ceria com a Apex contratamos a empresa Topbrand que identificou como o Brasil de outros países. “Para as companhias nacionais, uma das razões para exportar é a é visto no setor, como quer ser visto, e o posicionamento de concorrentes como obrigação de se adequar aos padrões internacionais”. Ainda assim, se tudo correr bem com distribuidor e a agência de vigilância saChina e Alemanha”. O trabalho de reposicionamento da indústria nacional com foco no exterior deu nitária russa, ela pretende iniciar a divulgação de amostras e testes dos produtos origem à nova imagem e logotipo da BHD que leva em consideração as vantagens nos hospitais ainda esse ano. “Mas a exportação está programada para 2012. Com

Tecnologia nacional: Bilitron salvou a vida de bebê indiano com icterícia

FÁBRICA PRÓPRIA

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m sua trajetória de exportação desde 1970, a Índia é a investida mais audaciosa da Fanem na Ásia. A indústria de equipamentos de neonatologia, uma das primeiras a registrar produtos na Comunidade Européia, começará a produzir na Índia em outubro, com fábrica própria em Bangalore, capital do estado de Karnataka, ao sul do país. “Inicialmente, supriremos o mercado local e depois partiremos para os países ao redor”, comenta a diretora executiva da Fanem, Marlene Schmidt.

A indústria já está disponibilizando seus equipamentos nos serviços de saúde da região e, em julho, graças ao tratamento no Bilitron, tecnologia da Fanem desenvolvida no Brasil, um bebê indiano, com icterícia, foi salvo no centro e instituto de pesquisas médicas Shamanur Shivashankarappa. Embora exporte há mais de quatro décadas, as operações foram sistematizadas mais recentemente e hoje respondem por 30% de seu faturamento. “O marco da nossa exporta-

ção foi o apoio da Apex-Brasil nos anos 2000, abrindo, de forma organizada, caminho nas feiras, especialmente a da Alemanha”. Atualmente, a indústria conta com um engenheiro jordaniano para manutenções, instalações e treinamento de seus produtos no Oriente Médio. Na Rússia, no entanto, a companhia não participou da rodada de negócios de maio porque já tem clientes e mercado consolidado no país com seu portfólio em neonatologia.

Foto: Divulgação

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INDÚSTRIA

a diferença de preços entre o material alemão e o brasileiro, devo atingir 10 a 15% do comprador de lá de instrumentais”, ressalta Karin. Atualmente a Erwin Guth exporta para 44 países na Europa, América Latina, Arábia Saudita e Emirados Árabes. “Este ano começamos as operações em Portugal e Angola, que já estão liderando as compras, e há grandes cotações para a Arábia Saudita”. Do faturamento anual, 18% é de exportação. A empresária não abre as informações sobre preços e margens em relação a operações internacionais, mas diz que vai equiparando-os de acordo com as tabelas de cada país, de modo que mantenha sua competitividade. ORIENTE MÉDIO E ÁSIA A Baumer tem uma estratégia de longo prazo para a internacionalização com a intenção de torná-la global e a maior parte de suas exportação – 30% do faturamento anual - nas linhas de implantes ortopédicos e de esterilização destina-se a América Latina. Porém, como toda empresa, passou pela etapa de exportação pontual e evolui para um departamento especializado. Atualmente, está expandindo a operação com abertura de escritórios regionais e já conta com profissionais contratados na Índia e na Jordânia para abrir mercado na região e gerenciar as atividades comerciais nos países do Oriente Médio, cujo volume de vendas para Síria, Egito e outros países já é significativo, como conta Lafratta. “Para uma empresa do nosso porte, é caro ter gerentes viajando pelo mundo. A partir do momento que já temos abertura de mercado, clientes e presença na região, entendemos que precisamos de um agente local que faz a interface”. Além de baratear custos de logística, o profissional permite o fluxo de informações sobre o mercado, dá suporte aos clientes, em condição superior de pós-venda. A Baumer vale-se da visão estrangeira da tecnologia brasileira como intermediária na disputa de

market share. “Há um grande esforço para mostrar que Baumer e a indústria brasileira, de maneira geral, oferecem produtos de qualidade similar a grandes marcas com preços competitivos”. O custo Brasil e o câmbio baixo que põem em risco a industralização no País também prejudica a Baumer, porém, do ponto de vista de promoção comercial, nos últimos 10 anos a companhia tem recebido apoio do Projeto Setorial Integrado (PSI) do Governo Federal, disponibilizado pela parceria entre Apex-Brasil e Abimo. “Crescemos na exportação em função desse aporte para participar em feiras internacionais”. Agora, a companhia está introduzindo no comércio exterior uma terceira linha, de biomateriais. “Produzimos e exportamos enxertos ósseos para cirurgias médicas e odontológicas e para a Baumer é um segmento estratégico para a expansão internacional”, diz Lafratta. MÃO DUPLA O fabricante brasileiro também segue a tendência de companhias globais que montam escritórios de compra para localizar fornecedores de matérias-primas e já importa insumos da Ásia, especialmente da China, já que não encontra no mercado interno com preços competitivos. Segundo seu executivo, a ideia é estabelecer em dois anos uma operação comercial, com escritório de compras de insumos e vendas dos produtos, para reduzir os custos. “É um desafio, a questão da cópia pelos chineses é um problema. As grandes empresas apanharam com essa questão nos aspectos tecnológicos”. A saída é assessoria local para proteção da marca e produtos. Nesse sentido, a companhia tem patentes internacionais, com registro em cada país Foto: Divulgação em que opera. No plano de negócios, a contabilidade das ações no exterior é separada da movimentação no mercado interno, e ele diz que a taxa de crescimento tem sido de 20% ao ano.

OPORTUNIDADES US$ 14 BILHÕES É o investimento do governo russo nos próximos três anos para o reaparelhamento da área de saúde

90%

dos produtos do setor na Rússia são importados

US$ 3 MILHÕES É o total de exportações do Brasil ao país em 2010

US$ 900 MIL É a expectativa de negócios da indústria médicohospitalar brasileira na Rússia em 12 meses

R$ 14,7 MILHÕES É a verba para divulgar a marca Brazilian Health Devices no mundo em 2011. O recurso vem do convênio entre Apex-Brasil e Abimo

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indústria

Perspectiva

amigável

Perla Rossetti • perla.rossetti@itmidia.com.br

Com 55% de participação no mercado mundial de medidores de pressão, gigante japonesa Omron Healthcare anuncia investimentos no Brasil e estuda a produção local de suas linhas

1,5

milhão de medidores de pressão arterial digitais são vendidos anualmente no Brasil e para expandir a participação de vendas da unidade brasileira de 10 para 40%, a japonesa Omron Healthcare elevará seu investimento em 2011 de US$ 4,2 milhões em, no mínimo, 50% no País. A aposta baseia-se no potencial do mercado já que 30 milhões de brasileiros são portadores de hipertensão, segundo estimativa do Ministério da Saúde. A companhia detém 55% de participação no mercado mundial do produto e atua globalmente também no desenvolvimento de equipamentos para uso doméstico, clínicas e software de gestão em saúde. Presente no Brasil desde 2009, quando abriu filial injetando capital de US$ 62 mil (o global é de US$ 7,7 bilhões), e com equipamentos nos hospitais Clementino Fraga Filho (RJ) e Clínicas (SP), a Omron tem uma plano de negócios audacioso para os próximos 10 anos no País.

A estratégia de crescimento comercial e a possibilidade de estabelecer uma planta fabril por aqui foi anunciada pelo presidente mundial da fabricante com sede em Kyoto, no Japão, Kiichiro Miyata, em visita ao Brasil, em julho. Na ocasião, ele oficializou a doação de 10 monitores para a Associação de Assistência Hipertensão e 20 para a Cruz Vermelha, ambas de São Paulo. “O Brasil é um país prioritário em nossos investimentos. Nossa meta é criar novos valores aos clientes e contribuir para uma

h i p e r t e n s ã o Aspectos potenciais

35%

da população acima de 40 anos (17 milhões de pessoas) – tem hipertensão

62%

das pessoas com 65 anos ou mais apresentam o problema

2,9%

foi o crescimento da hipertensão arterial de 2006 para 2009

6%

maior o número de incidência entre mulheres do que em homens

Fonte: Estudo com 54 mil indivíduos realizado pelo Ministério da Saúde

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gilância Sanitária (Anvisa), uma vez que o mercado nacional seria um dos preferenciais para o lançamento. Apesar de o custo Brasil e a alta carga tributária implicarem em aumento de quase SAÚDE EM CASA Embora com produtos em clínicas e hos- 100% (1,7 vezes), o preço de seus itens pitais de 107 países, o foco da corporação, praticados em praças mundiais como de acordo com o diretor de operações América do Norte, Europa e Japão - que América Latina da companhia Wanderley respondem por 50% da participação de Cunha é o consumidor final, especial- mercado da unidade de saúde da compamente nesta fase da unidade brasileira. nhia, seguidos de Rússia e sudeste asiáti“Segundo nosso planejamento anterior, co -, o diretor de vendas e planejamento em 2011, ainda estaríamos nos instalan- corporativo da Omron Brasil, Victor Aledo no Brasil, mas o crescimento de 2010 xandre, defende que os produtos da maradiantou o projeto e comunicamos nosso ca são competitivos e tecnologias como a solar atendem parte da filosofia da corpoestabelecimento total no País”. A Omron Brasil já tinha recebido mais ração em responsabilidade social. recursos da matriz japonesa em maio, e O executivo já atuou em outras compaimplementou a importação de seus proje- nhias do setor de saúde, é um dos contemtos para venda no varejo em julho, agora plados do prêmio Top Hospitalar e ressalta: pretende inaugurar novos segmentos em “Também é responsabilidade das agências alta tecnologia e sustentabilidade, como regulatórias ajudarem a tornar os preços um medidor de pressão digital solar que mais acessíveis para que as companhias glodispensa o uso de baterias e já está em fase bais contribuam na prevenção e controle de aprovação na Agência Nacional de Vi- das doenças”. vida mais saudável no planeta, tornando acessíveis exames e produtos para a população”, comprometeu-se Miyata.

r

MiicHiro MiYata F: D

Presidente da Omron Healthcare

raio X “eM 2011, ainDa estarÍaMos nos instaLanDo no BrasiL, Mas o cresciMento De 2010 aDiantoU o ProJeto e coMUnicaMos nosso estaBeLeciMento totaL no PaÍs” WANDERLEY CUNHA, DIRETOR DE OPERAÇÕES AMÉRICA LATINA

seDe: KYOTO, JAPÃO MercaDos: 107 PAÍSES LinHas: CLÍNICAS, HOSPITAIS E SAÚDE EM CASA caPitaL no BrasiL (2011): US$ 4,2 MILHÕES investiMento 2011: ALTA ENTRE 50% E 80% centros P&D: JAPÃO E CHINA escritÓrios: JAPÃO, EUA, HOLANDA, ALEMANHA, REINO UNIDO, FRANÇA, SINGAPURA, CHINA, TAIWAN E BRASIL 61

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Essência. Talvez, por falta de oportunidade ou de vontade (não sabemos), nós não ensinamos aos nossos jovens que quando se entrega uma rosa a alguém que se ama, por mais bela que seja, não é a flor o que se entrega. Quando se oferece uma rosa, junto com ela vão nossas intenções, vão nossos sentimentos. Dentro e fora da rosa, vai junto o nosso amor. Por isso, não é rosa o que ofertamos, é “poesia”. Esse é o nosso jeito. O Jeito IT Mídia de ser.

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tecnologia

Inimigo dentro de casa Danilo Sanches • editorialsaude@itmidia.com.brÂ

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Foto: Ricardo Benichio

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A Enquanto a legislação de crimes digitais não é clara no País, a gestão de TI no cenário hospitalar reflete o mesmo despreparo do governo com a invasão de hackers em seus sites e depara-se com a vulnerabilidade dos sistemas e o fenômeno da consumerização

ideia de que o trabalho seria a segunda casa das pessoas vai além de uma referência ao tempo do colaborador no ambiente da empresa. O movimento que aponta para que os funcionários usem seus dispositivos móveis pessoais no trabalho - smartphones, tablets e laptops – já ganhou nome: consumerização e cresce na velocidade em que a chamada Geração Y toma seus postos nas corporações. Pesquisa recente encomendada pela Unicys à consultoria IDC aponta que 92% dos brasileiros levam tecnologia pessoal para o trabalho, dos quais, 65% usam celulares, 55% laptops, 30% smartphones, 25% PDA e 16% iPhones. No hospital, a extensão da gravidade de uma invasão também por ação de hackers a sistemas como RIS e ERP passa das consequências morais de dados médicos expostos e pode chegar a casos graves, até mesmo de homicídio. Em 2006, na Califórnia, um jovem de 20 anos foi acusado de invadir o sistema de um hospital e causar a paralisação dos equipamentos da UTI e dos pagers dos médicos. Nenhum paciente morreu, mas ficou evidente a vulnerabilidade dos sistemas de informação era uma questão prioritária. A situação repetiu-se em novembro passado no Seacoast Radiology, em New Hampshire, Estados Unidos. O servidor do hospital foi invadido por hackers que acessaram nomes, endereços e informações pessoais dos pacientes. Porém, o ataque, rastreado pelas autoridades americanas, veio de um endereço de IP na Escandinávia e serviu para hospedar uma partida do jogo Call of Duty: Black Ops. Nem todos os ataques são inofensivos. Em março, o Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro, em Patos, na Paraíba, teve o layout de seu website desfigurado, pelo mesmo grupo que invadiu a página da Prefeitura da cidade. O tema não era, até então, a maior preocupação das organizações e da sociedade, como se comprovou em junho deste ano, quando mais uma vez, hackers expuseram a fragilidade da segurança de sites do governo brasileiro, alterando as páginas do Ibope e da Presidência da República. “As empresas se preocupam, sim, com ameaças externas, mas hoje nós sabemos que a principal ameaça vem de dentro das pró-

prias empresas”, afirma José Antonio Milagre, perito especialista em crimes digitais. “Hoje nós temos desde negligência de profissionais da saúde até colaboradores insatisfeitos, que acabam sendo uma das principais vulnerabilidades dos dados das empresas.” O especialista afirma que mesmo as mais avançadas ferramentas de segurança que previnem ataques externos não são mais eficazes exatamente pelo fato de que são, na maioria dos casos, funcionários que têm credenciais e acessos a dados sigilosos que realizam os ataques. Segundo ele, a área de saúde carece de cuidados redobrados em função da relevância e da possibilidade de golpes e fraudes. A demanda por segurança e por regulamentação do direito digital cresce com esse tipo de alerta, uma vez que a interface entre os dados pessoais e profissionais já não é tão clara e cabe às áreas de TI das empresas definir políticas e normas de conduta e de requisitos técnicos. Por outro lado, a internet no Brasil ainda remonta à Era do Rádio no que diz respeito à legislação. Exceto pela jurisprudência que, em alguns casos, já se estabeleceu a respeito de algumas questões do direito digital, o País segue o código criado na década de 1940. Mas as atualizações das leis específicas para crimes digitais ainda patina bastante aquém de um consenso no Congresso Nacional. O cenário nos hospitais é um reflexo disso. O ambiente composto por diversos profissionais em diversos regimes de contratação, desempenhando funções que dependem muitas vezes de informações sensíveis, monta a rede de cuidados com os quais as áreas de TI devem se cercar para evitar situações desagradáveis ou até desastrosas. “É importante que as políticas de tecnologia da informação das empresas abordem os diversos casos, de funcionários contratados e terceirizados, que têm acesso a dados confidenciais do paciente”, afirma Milagre. “Principalmente na área da saúde, que já trabalha com prontuário eletrônico, e onde já existem inclusive resoluções do Conselho Superior de Medicina que se preocupam com essa área de segurança da informação.” Como em situações de crimes comuns, em crimes digitais, a exemplo de casos de vazamento de informações sigilosas, há a parcela culposa de

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tecnologia

Equipamentos dos funcionários usados nas empresas brasileiras Brasil - organização

Brasil - funcionário

83%

• Para interesses pessoais;

65% 47%

10%

12%

25% 9% PC Camera

18%

29%

Network-attached eBook

8% Telefone celular básico

Laptop PC

MAC Laptop

Netbooks e Tablet PCs

Fonte: Unisys/IDC

Desktop PC

8%

16%

21%

29%

25%

VoiP ou Landline

16%

25%

PDA

16%

19%

30%

Smartphones - Blackberry

29%

Apple iPhone

30%

GPS

43% 20%

• Particulares nas instalações da organização. Caso necessário, o usuário deve solicitar autorização ao coordenador da área;

61%

55%

MAC Desktop

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

O Hospital Espanhol, em Salvador, tem uma política de segurança em TI para evitar violações. Entre as regras, estão proibidos o uso dos recursos:

serviços de informática, meios que servem de garantia e ao mesmo tempo de diretriz para a prática da segurança de uma instituição. A burocracia não se posicionaria contra o avanço tecnológico, portanto as políticas se adaptam e abrangem as novidades do mercado tecnológico, segundo Márcio Lago, gerente de TI do Hospital Novo Atibaia, no interior de São Paulo. Segundo o executivo, apesar de algumas normas serem exigidas em função da segurança do ambiente de TI do hospital, há um esforço em criar diversas condições para que a aceitabilidade seja a mais ampla possível. “O equipamento pode ser pessoal, mas precisa estar sujeito à política de segurança da empresa”, afirma Lago. “O principal ponto é que mantemos três tipos de redes para os três tipos de público que utilizam o acesso dentro do ambiente do hospital: a rede para os funcionários, a rede para os funcionários terceirizados e a rede para o público em geral, que não compromete as aplicações da instituição.” Segundo Lago, os casos de profissionais que usam Políticas A prevenção neste caso são previstas nas políticas de equipamentos pessoais no hospital ainda não são extecnologia da informação ou nos termos de uso dos pressivos. Ele afirma que os funcionários que adeparticipação dos funcionários, que envolve imprudência, imperícia ou negligência no uso inadvertido dos recursos de TI de uma empresa. Por definição, o funcionário, que embora não tenha tido a intenção de vazar informações ou praticar concorrência desleal, não considerou uma possível orientação de segurança e expôs ao risco o sistema de informação da empresa. “Por outro lado, há também a ação intencional do funcionário, que muitas vezes pode usar algum dispositivo de armazenamento para retirar informações de um paciente e pode causar danos reputacionais irreparáveis”, afirma o especialista Milagre. “É possível bloquear vários perímetros como pen drives, acesso físico e acesso a sites, mas não há bloqueio quando alguém tem credenciais para isso.” Este é, segundo Milagre, o motivo pelo qual os hospitais devem ter uma atuação preventiva e não reativa em relação à segurança da informação, através de políticas e normas de conduta.

• Prestação de serviços a terceiros que não sejam em nome do hospital; • Instalação de softwares sem aprovação do setor de TI e devido licenciamento.

Crime digital Depois dos ataques aos sites do Governo Federal, um projeto que tramita no Congresso desde 1999 pode enfim virar lei. O documento criminaliza 12 ações na internet com penas de um mês a seis anos de prisão para destruição de dados eletrônicos alheios, acesso a sistemas, obtenção de informações sem autorização e estelionato eletrônico. A pena é branda para padrões internacionais. Nos EUA, um hacker que instalou um vírus em um hospital foi condenado, a pagar multa e a três anos de liberdade assistida.

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o perito especialista em crimes digitais José antonio milagre comenta como são tratados os crimes digitais atualmente.

92% dos brasileiros levam tecnologia pessoal

como a justiça tem tratado casos de crimes digitais? Hoje a jurisprudência tem entendido que, assim como o empregador assume o risco da atividade econômica, ele tem direito de controlar os seus ativos. Assim como ele controla o uso do carro e do telefone, ele pode controlar o uso da banda larga e do e-mail. São ativos, embora intangíveis, que hoje têm uma expressão econômica e se utilizados de maneira indevida podem causar danos tremendos para um hospital ou para um órgão de saúde.

para o trabalho

Fonte: Unisys/idc

rem à política da empresa nesta modalidade não chegam a 20% do total. Mas a segurança não é um fator que reduza a disponibilidade de acesso. Mesmo para dispositivos que não tenham perfil para acessarem a rede do hospital, a área de TI disponibiliza um ambiente virtual separado para permitir que o profissional trabalhe, mas os dados do equipamento não entram em contato com a rede do hospital. “Para uma pessoa que está na empresa e precisa acessar uma aplicação, nós criamos uma sessão na máquina desta pessoa para que ela use os serviços da rede , sem comprometer a segurança ou usar algo da própria máquina”, explica Lago. “É como se fosse a virtualização de um desktop para que o uso da rede a partir daquele dispositivo não gere riscos.”

como as empresas devem agir? Pode até haver um monitoramento destes equipamentos, desde que esteja numa política e o funcionário esteja de acordo, com termos de uso e assinatura do empregado; e desde que a empresa use meios moderados e não meios incisivos, onde possa haver captura dados pessoais. Há risco de abusos? Existem hospitais errando na política de segurança. Alguns hospitais, ao contratar um novo colaborador, encaminham um termo de compromisso informando que o ele terá de abrir mão de sua privacidade no ambiente de trabalho. Isso não existe, a privacidade é inalienável, imprescritível: não é possível barganhar a privacidade. O que pode ser colocado nestes termos é que o empregador, assumindo o risco da atividade econômica e detentor do poder diretivo, não espera encontrar nos computadores da empresa informações de cunho pessoal, ou seja, rechaça a expectativa de privacidade do colaborador. Então o empregador tem todo direito de auditar os seus ativos. Quando o ativo é do empregado, isso precisa ficar bem claro numa política ou termo de uso. Por que nestes casos, o empregador não pode exercer um monitoramento sem um mandado judicial. 67

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A SUA GESTÃO TAMBÉM PODE SER UMA referência. Você ajuda a sua instituição a crescer. E o seu exemplo ajuda o setor inteiro a se desenvolver. Vem aí a primeira edição do Referências da Saúde, estudo realizado pela IT Mídia em parceria com a PwC, que vai retratar o grau de maturidade de gestão de negócios entre os prestadores de serviços e fontes pagadoras brasileiras. Serão objeto da pesquisa hospitais de qualquer natureza, operadoras, empresas de medicina diagnóstica e de home care. Participe, suas boas práticas vão inspirar a transformação do mercado de saúde brasileiro. Saiba mais enviando um email para pesquisas@itmidia.com.br ou pelo site www.saudeweb.com.br

Apoio

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Realização

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Especial

arquitetura Ciência e tecnologia médica, de informação e a da movimentação orientam processos e soluções de acordo com a operação e paciente do hospital

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E special A rquitetura d e s i g n | es tratégi a | v i s ão

at i v o d e

VALOR

Arquitetura para a saúde incorpora evoluções conceituais, de métodos, áreas, especialidades e normas às tecnologias médica, de informação e movimentação

Perla Rossetti • perla.rossetti@itmidia.com.br

A

visão empresarial voltada a excelência e às acreditações aumentam a lista de hospitais brasileiros atentos aos fluxos e especialidades influenciadoras do funcionamento das empresas como a reserva de caminhos distintos para o transporte de macas e ambientes flexíveis às novas tecnologias médicas como tomógrafo e ressonância magnética. E isso reflete em mudanças na arquitetura hospitalar, inclusive comportamentais. “A ambientação faz parte do processo de cura e bem-estar dos usuários” afirma a arquiteta Bela Gebara que, ao lado das sócias Patrícia Sinisgalli e Gisele Conde, assinou projetos da UTI pediátrica dos hospitais Sírio Libanês e Nossa Senhora de Lourdes e ganhou prêmio pelo esforço que implicou em viagens aos Estados Unidos em busca de referências. Este ano, o Hospital Vitória, do grupo Amilpar, em São Paulo, venceu o VIII Prêmio de Arquitetura Corporativa, na categoria Obras Realizadas no segmento Saúde. Inaugurado em dezembro de 2010, o prédio custou R$ 120 milhões, tem jardins e fontes internas, uma clarabóia no átrium central, além de uma fachada envidraçada que utiliza a luminosidade natural e reduz o consumo de energia em 20%. Diretor médico do Vitória, Dr. Luiz Cervone afirma que a evolução no atendimento em medicina e tecnologia trouxe a necessidade de investir. “O projeto é adequado ao atendimento e o break even será alcançado em sete meses”. Planos Os conceitos arquitetônicos sustentáveis são requisitos das acreditações e norteiam planos diretores dos hospitais ao incorporar nos espaços funcionalidades condizentes aos processos e recursos de tecnologia médica, de informação e a da movimentação da instituição. A visão reúne num mesmo grupo o gaúcho Ijuí, os mineiros Uberlândia, Metropolitano, Divinópolis, Contagem, os paulistanos Albert Eistein, Sírio Libanês, Beneficência Portuguesa, Samaritano, São Camilo, Mater Dei, Vitória, Unimeds, entre outros. “O movimento expande o horizonte dos gestores hospitalares além das atividades fim para que se não deixe de lado as atividades meio, já que o conceito de organização dos espaços evita o desperdício de tempo, esforço físico e riscos ao paciente, a despeito do custo da obra”, defende o arquiteto Domingos Fiorentini. Fluxos dentro do prédio que demandam a arquitetura voltada à segurança e bem estar de pacientes e acompanhantes, e com escolhas certas dos materiais contempla a sustentabilidade financeira da instituição, outro ponto das acreditações. E a compreensão do espaço físico passa pelo entendimento das dinâmicas e processos por quem nele opera, esclarece João Carlos Bross, arquiteto responsável por grandes obras nessa linha. Flexível Para melhorar o atendimento, o hospital Samaritano, reacreditado pela Joint Commission International (JCI) esse ano, inaugurou em abril um novo edifício que centraliza numa torre o

fluxo de acompanhantes e na outra a parte social. O investimento de R$ 180 milhões será recuperado entre 8 a 10 anos, “mas o foco é atender a demanda, aumentar as vagas de carros, a capacidade de estocagem de água, leitos e centro de diagnóstico”, como afirma o superintendente geral Sergio Bento. A distribuição interna projetada pela Botti Rubin Arquitetos é através de Dry Wall que permite a mudança de layout diante da troca de tecnologia. As duas salas do centro cirúrgico têm placas metálicas Variop, de intervenção limpa. “Trabalhamos com a Vigilância Sanitária e o serviço de infecção do hospital para esse sistema alemão ao País”, conta a coordenadora de arquitetura do Samaritano, Alina Barros. O prédio diminuiu a manutenção com uso de papel vinílico nas paredes, em meia altura, e a iluminação indireta não afeta mais os olhos dos pacientes que circulam em macas. Transformações Como o cliente, tecnologia e conhecimento mudam, de acordo com o arquiteto Bross, as alterações e espaços flexíveis precisam ser admitidas e previstas já na edificação. Nesse contexto, as tendências da ciência e da tecnologia médica transformam procedimentos diagnósticos em terapêuticos e mudam demandas no prédio, que são reorganizadas pela arquitetura, evitando espaços sub ou sobreutilizados, congestionamentos em filas e salas de espera. Normas O apelo sustentável na arquitetura hospitalar já é exigido pelo Ministério da Saúde e Anvisa que estipularam normas sobre o espaço físico, como a RDC 50, a mais emblemática, embora defasada em alguns aspectos, de acordo com o arquiteto Fiorentini.

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A norma RDC 50/2002 da Anvisa é uma das principais que definem dimensionamento e características para todos os ambientes do hospital. Existem ainda outras normas .

ACREDITAÇÕES Um exemplo multifuncional é o do Hospital Vitória, cujo Pronto Socorro humanizado tem boxes, jardins e lugar para acompanhantes.

Ter uma farmácia central e pequenas satélites em áreas críticas do hospital, como centro cirúrgico, unidades intensivas e emergência, ou áreas de expurgo, de materiais de limpeza e rotas de fuga são exigências arquitetônicas das acreditações da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e da Joint Commission International (JCI). No hospital Vitória, da Amilpar, além dos quatro elevadores para pacientes e acompanhantes, há dois para colaboradores, um exclusivo dos nutricionistas e um pressurizado para emergências. A sustentabilidade também é considerada nas certificações, para hospitais econômicos que não impactam o meio ambiente, com redução de uso de água potável e produção de esgoto, e uso de energia elétrica com geradores próprios.

“Uma inovação multifuncional é o Fast Track. Ao invés de equipe parada e paciente girando entre salas e exames, médicos e enfermeiros deslocam-se até ele” Domingos Fiorentini

PRONTO ATENDIMENTO

As plantas a seguir apenas exemplificam exigências das normas e soluções encontradas pelos arquitetos consultados, mas os projetos dependem ainda de variáveis e fluxos de cada hospital.

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E SPECIAL A RQUITETURA d e s i g n | es tratégi a | v i s ão

“Pense na racionalização funcional do ambiente. Descentralizar a unidade para ser um office da enfermeira e do médico reduz o deslocamento e agiliza o atendimento, localizando-o próximo ao quarto”.

Iluminação natural reduz em até 20% o consumo de energia no Hospital Vitória, em São Paulo.

Domingos Fiorentini

ENFERMARIA “Depois de atender à legislação, pense no encantamento visual, jardins, controle de ruídos ou sombreamento” Lauro Miquelin, L+M Arquitetura

“Circuito de energia emergêncial atende aparelhos eletrônicos, com no breaks e geradores” Lauro Miquelin, L+M Arquitetura

“Na unidade de internação e UTI pediátrica do Sírio Libanês, usamos materiais e acabamentos com cores, formas geométricas que passeiam pelas paredes, pisos e forros numa linguagem lúdica e de recreação para o bem-estar dos pacientes”. Patrícia Sinisgalli

UTI

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Quarto do Hospital Samaritano

INTERNAÇÃO

“Há aspectos práticos e ergonômicos como deixar espaço na beira do leito para movimentação de acordo com a terapêutica e para ajudar a vestir o paciente” “Projetamos apartamentos no Hospital Sírio Libanês com estrutura para acompanhantes”

“É critério básico o ponto de vista na beira do leito para que ele controle a vista, que pode ser para fora do prédio e entrada do quarto”

Patrícia Sinisgalli

Lauro Miquelin, L+M Arquitetura

Multifuncional: “Projetamos uma sala de espera que serve também para o cliente receber a medicação” Bela Gebara

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Pavimentos flexíveis permitem mudar as instalações e ambientes no Hospital Vitória. O conforto dos acompanhantes também é contemplado, no Nossa Senhora de Lourdes QUARTO

“As janelas promovem ventilação, iluminação e sombreamento. Quanto mais luz natural, maior a economia em longo prazo”

Reserva de espaço entre os leitos para os equipamentos é ponto alertado pelo arquiteto Miquelin.

Domingos Fiorentini

Hospital da Criança

Na sala de espera da Oncologia, há pacientes que não se sentem bem e precisam de um espaço reservado. Outros querem conversar, e a sala pode ser uma área de convivência”. Patrícia Sinisgalli

Hospital Beneficência Portuguesa, em projeto do arquiteto Bross

AMBULATÓRIO

“O primeiro fator é a segurança, com materiais assépticos e paredes laváveis. Usamos um piso de porcelanato laminado, cores quentes e vidro para dar transparência, integrar e ampliar os espaços”. 76

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Bela Gebara

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A Saúde bem administrada

A Pró-Saúde possui uma equipe altamente qualificada para prestar serviços de consultoria, assessoria e administração para hospitais públicos e particulares. São mais de 40 anos na gestão hospitalar de hospitais, clínicas e laboratórios por todo o país, além de diagnósticos para prefeituras, governos estaduais, treinamento de mão-de-obra e implantação de projetos sociais. Os resultados da gestão da Pró-Saúde podem ser comprovados na prática, nos indicadores positivos e nos depoimentos de quem já buscou as soluções desta instituição.

Ligue 11 2238 5566 Pró-Saúde - Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar Rua Guaicurus, 563 - 05033-001- São Paulo - SP

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“É preciso dois neonatais para evitar contaminação cruzada. Porém, a Anvisa não diz o que fazer com um bebê normal quando a mãe tem eclampsia. Por bom senso, recomenda-se a UTI neonatal”. Domingos Fiorentini

BERÇARIO Hospital da Criança, do Grupo Nossa Senhora de Lourdes

“A recepção é a primeira impressão do usuário e é a oportunidade de mostrar o atendimento humanizado com uso de materiais e iluminação quentes”. Patrícia Sinisgalli

Essa áreas segue a portaria 453/98 da Anvisa com diretrizes para proteção radiológica. “Sempre deixe reserva técnica para instalação de novas tecnologias, e coloque ao lado do serviço de imagem um espaço de alta flexibilidade funcional, fácil de ser removido, como um laboratório, por exemplo”. Domingos Fiorentini

LABORATÓRIO

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PEDIATRIA

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“No Hospital da Criança integramos uma equipe multidisciplinar com arquitetos e Doutores da Alegria. Cuidamos da luminotécnica, linguagem visual dos móveis e até da roupa de cama e uniformes. O balcão foi projetado numa altura que permite à criança falar com a enfermeira” Bela Gebara

“A prioridade aqui é a parte funcional e obedecer as normas e exigências de luzes técnicas, de forma que o espaço seja agradável ao corpo médico e ao paciente”.

Centro Cirúrgico do Hospital Samaritano

A sala é dominada por telas e monitores e, tirando o campo visual cirúrgico, não pode ser excessivamente iluminada. Protege-se o rosto do cirurgião de um eventual ofuscamento provocado pelo sol, com proteções nas janelas que são bem vindas no ambiente. Lauro Miquelin. L+M Arquitetura

CENTRO CIRÚRGICO

Bela Gebara

Veja galeria de fotos e mais informações em www.saudeweb.com.br

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A rquitetura

para a saúde

A concepção de edifícios para a saúde está condicionada a critérios tais como: acessibilidade, fluxos, flexibilidade, expansibilidade, humanização, conforto ambiental, entre outros, que o caracterizam como uma tipologia diferenciada e complexa. Dentre estes aspectos, destacamos a importância da qualidade dos ambientes através do conforto ambiental e da humanização, buscando melhorar as condições físicas e psicológicas dos pacientes, o que contribui para o processo da cura. Os hospitais, ao longo dos anos, foram se adaptando aos estilos arquitetônicos de cada período, e evoluindo a partir dos avanços tecnológicos e das mudanças dos pensamentos da sociedade. Como relatado por Lauro Miquelin em seu livro Anatomia dos edifícios hospitalares de 1992, o que era considerado na Idade Média um espaço associado à morte, sem nenhuma preocupação com o conforto, com a cura e com o bem-estar dos pacientes, começa a mudar a partir do século XVIII e da revolução industrial. É por volta de 1780, quando a doença passa a ser reconhecida como fato patológico, que o hospital se torna um instrumento para curar, como destacou Michael Foucault em seu livro Microfísica do poder, de 1989. Isso se intensificou a partir do século XX, quando críticas vindas da antropologia e da sociologia vão inserir a doença em um novo contexto, relacionando-a a outros fatores que não só o fisiológico. Saúde era considerada apenas ausência de doença, sendo os aspectos sociais, econômicos, culturais e psicológicos desconsiderados. Hoje, gozar de saúde significa não padecer de enfermidade, estar em harmonia consigo mesmo e com o meio. Através do conceito de “Saúde é o estado de mais completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade” (Organização Mundial de Saúde

– Conferência de Alma Ata, 1978), percebemos que o “estar saudável” passa por repensar a arquitetura hospitalar de forma a garantir um ambiente que, além de proporcionar a cura pelo tratamento, possibilite aos pacientes espaços agradáveis. O impacto desta revisão nos hospitais é visível principalmente a partir da década de 80, quando surge um novo direcionamento de projeto buscando a humanização do espaço hospitalar. Assim, se para o hospital da Idade Média a boa qualidade dos ambientes era dispensável, para o hospital humanizado isso é fundamental. Nesse sentido, destacamos os hospitais da Rede Sarah, projetados pelo arquiteto João Filgueiras Lima, Lelé, que buscam ambientes mais agradáveis e humanos, além da economia energética. Nesses edifícios a humanização é alcançada através da varias formas: ampla integração dos ambientes com a natureza; uso de soluções de conforto como a iluminação e a ventilação naturais, integrando princípios funcionais, econômicos e ambientais; e o uso de obras de arte e cores. Para Lelé a beleza é uma peça fundamental na humanização, e isso é alcançado por meio do trabalho do artista plástico Athos Bulcão, que integra amplamente a arquitetura com a arte. Surgem espaços mais alegres através do uso de paineis coloridos, muros geométricos de argamassa armada, murais, entre outros. A arquitetura influencia muito na humanização dos edifícios para a saúde, podendo melhorar as condições dos usuários desses espaços e os tratamentos. Os hospitais Sarah são verdadeiros exemplos nesses aspectos, mostrando claramente a preocupação do arquiteto com a criação de espaços não apenas com baixo consumo energético e impacto ambiental, mas principalmente humanos e agradáveis.

Algumas considerações sobre a humanização e importância na atualidade

Marieli Azoia Lukiantchuki e Rosana Maria Caram Marieli Azoia Lukiantchuki é arquiteta e urbanista, mestre e aluna de doutorado em Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia pela Escola de Engenharia de São Carlos/USP. Rosana Maria Caram é professora Doutora da Escola de Engenharia de São Carlos/USP – Departamento de Arquitetura e Urbanismo.

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Excelência

verde Analice Bonatto • editorialsaude@itmidia.com.br

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spectos de bem-estar, segurança e produtividade aliados à redução de custos estão impulsionando a tendência sustentável também na construção dos hospitais brasileiros. Sistema de iluminação, condicionamento de ar, uso racional da água, entre outros recursos voltados ao conforto e controle de riscos aos pacientes já estão presentes em edifícios verdes certificados no País. Delboni Auriemo - unidade Dumont Villares, Fleury Medicina e Saúde e Hospital Israelita Albert Einstein já foram certificados e outros nove prédios estão em processo. No Brasil, há duas metodologias de certificação: a Leed Healthcare e a Aqua. Em 2010, houve a aprovação do critério americano Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) para hospitais. Segundo Marcos Casado, gerente técnico do GBC Brasil, que concede a certificação, a versão tem critérios específicos, por exemplo, em relação à qualidade do ar e à acústica. O país já é o quinto no ranking mundial de construções verdes. Em 2006 havia oito proje-

Planejamento sustentável será regra na construção de edifícios de saúde como sinônimo de economia e qualidade; tendência é demandada por bem-estar e segurança do paciente

tos, em 2010 foram 231 e este ano a expectativa é de 350, sendo que a certificação sai até seis meses após o término da obra. Com 35 edifícios aprovados, a Fundação Vanzolini lançou a certificação Aqua para empreendimentos hospitalares no final de 2010. Ela se baseia em 14 critérios de sustentabilidade divididos em quatro fases: ecoconstrução, ecogestão, conforto e saúde. Isso abrange a concepção, o projeto, a construção e a fase de uso dos empreendimentos. A certificação ocorre simultaneamente com a realização do empreendimento. Há cerca de cinco clientes em processo de análi-

Um exemplo multifuncional é o do Hospital Vitória, cujo Pronto Socorro humanizado tem boxes, jardins e lugar para acompanhantes.

Unimed Rio será inaugurada em 2012

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se, mas que não autorizaram a divulgação. Para Luiz Henrique Ferreira, presidente da Inovatech, consultoria especializada em projetos sustentáveis para a construção civil, a certificação não envolve apenas a questão ambiental. “Está na moda falar em hospital verde, mas o sustentável busca também elevados níveis de conforto para a saúde.” Irreversível Apesar do aumento na demanda, a sustentabilidade ainda é novidade para a maioria dos hospitais e serviços de saúde. “Na verdade, demorou bastante para a arquitetura hospitalar no Brasil entrar na mesma sintonia do resto do mundo. É gratificante ver algumas empresas formadoras de opinião estarem à frente de seu tempo”, ressalta Paola Figueiredo, vice-presidente executiva do Grupo Sustentax, especializado no tema para o universo corporativo. Para Marcos Cardone, arquiteto superintendente da Cabe Arquitetura e coordenador do Núcleo de Pesquisa e Estudos Hospital Arquitetura (Nupeha), ainda há um atraso conceitual no País que não permite a percepção de valor financeiro na sustentabilidade. “Como a oferta de recursos naturais diminui

Recursos x Vantagens porão técnico – permite circulação para manutenção hidráulica ou elétrica vedação drywall - flexibilidade nos espaços internos cortina de vidro na fachada - aproveitamento da luz natural materiais leves – rapidez na execução da obra painéis de forro e parede - desempenho térmico e acústico, de baixa manutenção e fácil limpeza

e encarece, a opção por ela será feita mais por necessidade do que por consciência ambiental.” A aplicação na prática já mostra que o politicamente correto é mais lucrativo. Na hora de apresentar o projeto ao corpo diretivo, a princípio, a conversa gira em torno de quanto será gasto e de quanto será o retorno. Um bom argumento é se um hospital verde pode custar até 10% mais caro, também garante um custo operacional, em média, 15% menor. “A tendência é sempre ver os impactos orçamentários e não os benefícios. Aqui temos o privilégio de o prefeito entender a importância e o benefício de um prédio eficiente”, diz diretor de projetos públicos da Secretaria Municipal de Política Urbana de Suzano, Elvis José Vieira. Processo A Unimed-Rio inaugura um hospital “verde” voltado para procedimentos de média e alta complexidade, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, em 2012. Segundo o gerente de engenharia da unidade de empreendimentos do grupo Rudiner Panisset Junior, a fase inicial do planejamento, ponto-chave neste tipo de construção, envolveu a escolha de materiais sustentáveis como tintas, vidros e equipamentos. O uso de recursos é determinante no processo. “Há redução de substâncias, como mercúrio em lâmpadas, cádmio, chumbo e cobre”, ressalta Paola Figueiredo. Os pisos também devem ter baixa toxidade e o mobiliário deve ser isento de metais pesados. A unidade tem um orçamento de R$ 180 milhões, cerca de 10% mais caro. “O investimento imediato é um pouco maior, mas os ganhos são certos em médio prazo”, diz Rudnir sobre o hospital, que terá 225 leitos, sendo 70 voltados à terapia intensiva e semi-intensiva e 11 salas cirúrgicas em 30 mil metros quadrados de área construída. Depois de obter a certificação Leed na categoria prata – há ainda o básico, ouro e platina -, o hospital precisará mantê-la, mas no meio do

Projetos internacionais: Centro de Saúde Familiar (Chile) Tecnologias simples e baratas permitiram aproveitamento da luz natural sem grandes mudanças estruturais. Hospital Naval de Bremerton (EUA) Inovação na iluminação, acesso, ambiente de trabalho e arborização. Bellevue Hospital Center (EUA) - Design eficiente diminuiu o tempo de espera dos pacientes e facilitou a prestação de serviços de saúde. Kings County Hospital Center (EUA) - Cortina de vidro de três andares na fachada garante transparência e iluminação e integra ambientes. St Vincent’s Hospital (Austrália) - Desenho interno prioriza a circulação, com corredores e alas ampliáveis para o futuro. Fonte: hospitalarquitetura.com.br

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Materiais sustentáveis: edifício da UnimedRio, na Barra da Tijuca (RJ), previsto para 2012, aposta nas boas escolhas

Foto: Daniel Nunes

Hospital Municipal de Uberlândia tem controle de temperatura e luz para ambientes confortáveis

Foto: Divulgação

Ranking nacional de construções certificadas:

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350

2010

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processo nasceu a versão específica, a Healthcare. “Já solicitei que avaliem o empreendimento segundo os novos critérios, mais restritivos”, assegura o executivo. Em 2008, também o Fleury Medicina e Saúde construiu sua unidade Morumbi, em São Paulo, de forma sustentável como parte da percepção de redução de custos. Daniel Marques Périgo, gerente corporativo de sustentabilidade lembra a experiência como grande laboratório. “Durante o processo, percebemos de que maneira é possível otimizar, inclusive, os recursos aplicados na construção.” Eficácia Muitos edifícios públicos já trabalham com práticas sustentáveis. Em janeiro, foi entregue o Hospital e Maternidade Municipal Doutor Odelmo Leão Carneiro, em Uberlândia (MG). O conforto do paciente é apontado com uma das grandes vantagens do prédio. “Com o controle de temperatura e luz, temos um ambiente confortável”, afirma a superintendente da Rede Afiliada da SPDM, Nacime Salomão Mansur. Para atender a falta de leitos em Divinópolis (MG), uma das regiões mais críticas do Estado, será entregue em 2012 o hospital regional de Divinópolis, inicialmente com 134 leitos, mas com perspectiva para 500. Além do uso racional da água e energia o planejamento do prédio facilita a manutenção. “O porão técnico permitirá a circulação para manutenção hidráulica ou elétrica”, diz o secretário de saúde adjunto de Divinópolis, Gilmar Santos. Uma das características importantes dos edifícios é a flexibilidade de espaços internos. O ambulatório de Especialidades Médicas do município de Suzano (SP) é um prédio interessante. Durante a obra, uma das preocupações era com o desperdício de material. Com o uso de tecnologias, reduziram em 15% essa perda. Usaram mais vedação drywall de gesso que permitiu maior velocidade e flexibilidade. “Se precisar ampliá-lo, é mais fácil”, enfatiza Elvis José Vieira. Segundo Paola Figueiredo, é importante decidir-se pela sustentabilidade já nas fases preliminares do planejamento, para que a construção seja projetada já com esta visão.

Fonte: GBC Brasil

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H ospitais V erdes No Brasil, tendência global carece de visão sistêmica

Metade dos seres humanos vive em centros urbanos e um quarto deles vive em cidades com mais de um milhão de habitantes. Neste contexto, o hospital é um elemento da estrutura urbana e componente fundamental da sociedade contemporânea. E a arquitetura é responsável por estabelecer uma relação simbiótica do hospital com a cidade, mas é sobre os pacientes, profissionais de saúde e demais pessoas que vivenciam seu dia a dia que ela produz efeitos diretos. Assim, redefine os programas do hospital, repensa sua logística e introduz relevantes conhecimentos de outras tipologias de edifícios, desenhando estratégias para atualizar e reintegrá-lo a seu contexto social e urbano, bem como concilia alta especialização médica e o respeito pela integridade individual. Porém, somente mediante o uso consciente dos recursos naturais, substituição dos não renováveis por práticas renováveis e autossuficientes e tecnologias ambientalmente eficientes um hospital faz frente a essa pressão. A permanente evolução científica, novas tecnologias e equipamentos médicos estimulam a discussão dos modelos e matrizes para projetar edifícios de saúde eficientes e sustentáveis. A sociedade pode multiplicar por quatro sua produtividade sem consumir mais recursos. A ideia contribui para os que projetam, incorporam, reformam e constroem edifícios hospitalares como uma tendência uma vez que os edifícios são grandes consumidores de matéria prima e imobilizam capital ambiental, uma vez que metade da água e energia gerada no mundo destina-se à sua construção ou abastecimento.

Desenhos de edifícios, inspirados em análises do ciclo de vida contribuem nesse esforço gerando sua própria energia, captando e reciclando a água, utilizando materiais a partir de resíduos ou mantendo o equilíbrio entre o CO2 utilizado na construção e consumo, além de transforma-lo novamente em oxigênio através de árvores plantadas em seu entorno. De maneira sistêmica, se a sociedade aceita os edifícios verdes, o desenvolvimento sustentável das cidades se produzirá como uma conseqüência lógica. A complexidade do desenvolvimento urbano desse tipo é um obstáculo que dificulta a ação. Já nos edifícios a facilidade para avaliar os efeitos faz com que a nova arquitetura ilumine o processo de mudança e agrege valor ao capital investido. A sustentabilidade tem se erguido, firme e irreversível, como prioridade política enquanto consolidando a crescente conscientização que nutre um novo estado de ânimo na opinião pública e nos negócios em saúde. Falta profissionais, investidores e corporações de saúde darem prioridade às questões ambientais e que a sustentabilidade inspire sua atuação em todos os estágios. Arquitetura Hospitalar é mais complexa do que outras especializações dessa disciplina porque conjuga diferentes aspectos funcionais com necessidades técnicas e tecnológicas. A esta complexidade somam-se atualmente as preocupações com a sustentabilidade. Certificações ambientais no Brasil como Leed e Aqua para edifícios hospitalares comprovam o processo como irreverssível e, indubitalvelmente, com maior valor de mercado.

Marcos J. Cardone É arquiteto superintendente da Cabe Arquitetura, especialista em Urbanismo Moderno e Contemporâneo e em Gestão Pública e Privada do meio ambiente; sócio fundador da Associação Nacional de Arquitetura Bioclimática (Anab) e coordenador do Núcleo de Pesquisa e Estudos Hospital Arquitetura (Nupeha)

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E special A rquitetura d e s i g n | es tratégi a | v i s ão

Contribuições

da

engenharia clínica Perla Rossetti • perla.rossetti@itmidia.com.br

Maior perspectiva de vida do brasileiro acelera mudanças nas tecnologias médicas e gerenciamento do parque instalado fica a cargo de profissional multidisciplinar

P

ara que um tomógrafo, com mais de uma tonelada, pudesse ser instalado no 4º andar de um hospital foi necessário um logística de última hora, com a locação de um guindaste, quebra de janela e a paralisação de uma via movimentada no centro da cidade. O caso ilustra os transtornos quando o transporte e infraestrutura do equipamento não são previstos por um engenheiro clínico que, envolvido no processo desde a compra do equipamento, planeja cada deslocamento, as responsabilidades técnicas e legais, além de atuar como braço tecnológico das instituições. A norma RDC 2/2010 da Anvisa determina as diretrizes mínimas para gestão clínica, com tratativas para gerenciamento de tecnologias de saúde. Em paralelo, a ABNT lançou em abril a norma 15493 que estabelece os requisitos mínimos para gerenciamento de equipamentos e infraestrutura no hospital. De acordo com o diretor da Engebil e da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (Abeclin), Rodolfo More, o profissional dá suporte inclusive de TI, para controle de impactos na rede, diagnóstico e inspeção remota, e até sinaliza falhas de software. “O engenheiro tem uma visão macro para trazer o equipamento e fazê-lo compatível com a área”. Além de ser a interface com o centro de controle de infecções do hospital. “Numa infecção na UTI neonatal, ele orienta o processo de desinfecção do equipamento e área”, comenta o professor do departamento de Engenharia Biomédica na Unicamp, e doutor pelo INPL (França), Sérgio Santos Mühlen. Necessidades Douglas Cury, da Grau Engenharia, que atende ao A+ Medicina Diagnóstica, de grupo do Fleury, explica que nas instalações elétricas hospitalares a palavra-chave é redundância. “Para evitar paradas, a demanda média de energia é de 45 a 55 watts por metro quadrado. O suprimento depende de transformador, geradores reserva, e dois no breaks trabalhando em paralelo”. Os chats e forros removíveis permitem retrofits. “É importante a separação das instalações elétrica sensíveis na UTI, centros cirúrgicos e TI das que geram picos de energia e harmônicas como de elevadores e equipamentos de imagem que também precisam de isolamento num raio de 8 metros, no andar de cima ou de baixo, independente da proteção da sala”. Assim, não se pode ter ar condicionado nem transformadores ou geradores próximos e os dutos devem ser de alumínio. “A ressonância magnética e o acelerador linear exigem paredes de concreto para evitar a radiação e que perturbações externas comprometam as imagens e colocam-se as máquinas no subsolo para reduzir o peso na estrutura do hospital”, completo o professor Mühlen. Formação “A engenharia clínica é um nicho profissional recente, que congrega conhecimentos das áreas de medicina, engenharia e administração, e que se desenvolveu a partir da necessidade estabelecida pelos avanços tecnológicos introduzidos na área de saúde”, explica o docente Mühlen.

E a Engenharia Clínica acadêmica tem muito a contribuir com análises qualificadas e ferramentas específicas para municiar os gestores e diretores dos estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) em relação ao parque tecnológico instalado, de acordo com presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica, e ex-diretor do Centro de Engenharia Biomédica e professor da Unicamp, Eduardo Costa. Ele diz que, em primeiro lugar, a área contribui na formação de recursos humanos qualificados, com mestres, doutores e especialistas, que estudam os problemas da área como a introdução de novas tecnologias e os riscos inerentes ao seu uso, às demandas qualificadas e os métodos mais eficientes para substituição de equipamentos obsoletos. Atua ainda no desenvolvimento de metodologias e ferramentas computacionais para o gerenciamento e a qualificação das demandas de equipamentos médico-hospitalares. Costa defende a integração do engenheiro clínico com o arquiteto num projeto de edificação é fundamental e não deve existir subordinação entre os profissionais. Contudo, ainda há casos em que o engenheiro clínico não é envolvido nos projetos. “Mas se o equipamento emite radiações ionizantes, há necessidade de colaboração estreita entre o engenheiro clínico, o arquiteto ou engenheiro civil e o físico médico credenciado pela CNEN”. Apesar disso, no País, ainda não é prevista a obrigatoriedade do engenheiro clínico, mas já há um movimento de convencimento por sua necessidade através da apresentação de resultados. Tanto que o setor público reconhece a necessidade do profissional. “Vários alunos de mestrado e de doutorado da Unicamp atuam em órgãos como Ministério da Saúde e Anvisa”, comenta o professor Costa.

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EMERGÊNCIA

O MERCADO EXIGE UMA ATUALIZAÇÃO CONSTANTE

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Cursos de Saúde Interdisciplinares

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ESPECIALIZAÇÃO

• Enfermagem em Central de Material e Esterilização

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CARREIRAS

ALFONSO MIGLIORE NETO ASSUME O

HOSPITAL ALVORADA

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Depois de um ano e meio à frente do Hospital Alvorada, a diretora executiva Regina Duarte deixa o cargo na entidade. Por questões estratégicas a executiva não pode informar sua nova função, mas garante que se dedicará a novos projetos no grupo, na área de operadoras. Quem assume o posto é Alfonso Migliore Neto, que deixa a direção do Hospital das Clínicas de Caieiras, também da Amilpar. Formado em Medicina, com especialização nas áreas de Nefrologia, Medicina do Trabalho e Gestão em Serviços, Neto tem 13 anos de experiência em direção hospitalar.

UNIMED PAULISTANA CONTRATA CRISTINA GUERRA

PARA DIRETORA ADMINISTRATIVA A Unimed Paulistana contratou Cristina Guerra para o cargo de diretora Administrativa do Hospital Unimed Santa Helena. Formada em Economia Doméstica/Hotelaria, com especialização pela FGV no Proasha, Cristina é Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Serviços de Saúde. Seu trabalho será realizado em parceira com o Diretor Clínico, Dr. Marcelo Nunes.

AIR LIQUIDE ANUNCIA ALEXANDRE BASSANEZE

COMO DIRETOR DA ATIVIDADE MEDICINAL

VITOR ERNESTO ALT É O NOVO DIRETOR

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Alexandre Bassaneze é o novo diretor da Atividade Medicinal da Air Liquide. Na empresa desde 2002, o executivo ocupou nos últimos três anos a gerência nacional do VitalAire, braço home care do grupo. Em seu lugar fica David Leonardo Villalba Gimenez que antes de 2008 ocupou a gerência comercial das atividades medicinal e industrial da subsidiária paraguaia da Air Liquide.

DA TEMPO SAÚDE SEGURADORA A direção da Tempo Saúde Seguradora foi assumida por Vitor Ernesto Alt. Formado em economia, ele possui experiência no mercado segurador e nos últimos três anos ocupou a posição de superintendente na Golden Cross. Sua missão na Tempo é consolidar a marca e conduzir o plano de expansão da seguradora de saúde da Tempo Assist. O executivo acumula passagens também pela Bradesco Saúde e Unibanco Seguros.

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CARESTREAM HEALTH CONTRATA

DIRETOR DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE SAÚDE Alain Mourot é o novo diretor de Serviços de Sistemas de Informação de Saúde (HCIS) para a América Latina da Carestream Health. O executivo começou suas atividades na empresa em maio de 2011 e agora terá como desafios o crescimento das vendas das soluções de TI, aproximando a área de Serviços dos clientes, além de acompanhar a entrega de cada projeto.

HOSPITAL SEPACO CRIA

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SUPERINTENDÊNCIA OPERACIONAL O Hospital paulistano Sepaco estruturou uma Superintendência Operacional que ficará a cargo de Luci Meire Usberco, profissional há 26 anos na entidade. Luci será responsável pela Gerência de Atendimento e SADTs, Unidades Cirúrgicas, Enfermagem, Contas Hospitalares, Suprimentos e Processos. A executiva é formada em farmácia bioquímica pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e tem especialização em administração hospitalar.

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LIVROS

Para entender a Saúde no Brasil 4

A obra destaca artigos de 28 especialistas e quatro grandes temas – financiamento do SUS, instrumentos de gestão de serviços, acesso à saúde suplementar e regulamentação. Os textos debatem amplamente o complexo histórico e o atual estágio do mercado e levam a uma reflexão econômica e política sobre os avanços e desafios da indústria. Entre os autores estão José Carlos Abrahão (presidente da Confederação Nacional de Saúde e Federação Internacional de Hospitais) e José Cechin (superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar e ex-ministro da Previdência Social.

Autores: Maria Cristina S.Amorim, Eduardo Bueno da Fonseca Perillo Editora LCTE Número de páginas: 320 Preço: R$ 54

Planejamento e Gestão Estratégica em Organizações de Saúde

O livro traz um referencial teórico e prático para o planejamento e gestão estratégica competitiva das organizações de saúde, tendo como pano de fundo a turbulência e a complexidade do mundo contemporâneo. Entre os temas estão as principais escolas do pensamento estratégico; análise do ambiente interno e externo para identificar forças, fraquezas, ameaças e oportunidades; visão de futuro; definição da missão institucional; disseminação das filosofias empresariais; e apresentação da ferramenta Balanced Scorecard como forma de implementação da gestão estratégica e o plano de ação.

Autores: Jamil M. Filho, Helio N. Kestelman, Luiz Carlos Becker Junior e Maria Candida Torres Editora: FGV Número de páginas: 157 Preço: R$ 22

Guia de Economia e Gestão em Saúde

Um tratado sobre a gestão em medicina, essencial para o funcionamento de um hospital e outros postos de atendimento. Com linguagem adequada aos profissionais de saúde, traz uma abordagem ampla sobre o sistema privado no Brasil, os fundamentos da teoria econômica e informações sobre a micro e macroeconomia, além de temas que incluem o custo e o gerenciamento de doenças; a regulamentação dos serviços de saúde; a gestão de medicamentos; os sistemas de informação em saúde e telemedicina; e a ética na administração de serviços.

Autores: Marcos Bosi Ferraz & Paola Zucchi Editora: Unifesp Número de páginas: 430 Preço: R$103

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RECURSOS HUMANOS

NOVOS CAMINHOS

DA CIÊNCIA

C

iência e inovação são conceitos fundamentais para nova jornada envolve riscos, parte das organizações a indústria de saúde do novo milênio, importantes atinge o topo, enquanto a outra estuda como absorver para a estabilização do mercado hoje e essencial as experiências negativas e usam o aprendizado para para o surgimento de um novo cenário amanhã. Seja no inovar novamente. Outra parcela, em menor númetratamento dos pacientes ou na gestão do negócio, as or- ro, retorna para os seus negócios tradicionais e tentam ganizações absorveram a importância da inovação e con- apagar o insucesso. sequente transformação para seu sucesso e crescimento O segundo fenômeno do setor engloba organizações buscomercial. Até mesmo a ciência, antes tratada e desen- cando novos métodos e estratégias para atingir a excelênvolvida com pragmatismo e limitações, tem evoluído em cia no seu core business. São tradicionais na atividade-fim, seus métodos e formas, cujo potencial é criar uma nova mas empreendedoras nos meios. Por esta ótica, há as que geração de diagnósticos, tratamentos e equipamentos. capitalizam em campos pouco habitados do método cienA motivação-fim de toda a organização de saúde está tífico, como a medicina baseada em evidência. centrada na tríade diagnóstico – tratamento - cura. Cui- Nesta seara ainda em desenvolvimento e com potendados baseados em avanços científicos e tecnológicos, cial para transformar a relação médico-paciente, a que são adaptados, inovados e transformados a cada medicina começou a avançar quando o método ciendia. No entanto, é importante levarmos em conta ou- tífico foi incorporado às decisões médicas rotineiras. tros conceitos de inovação neste setor. A realidade da Por exemplo, hoje sabemos que o tabagismo acarreindústria de saúde incentiva ta problemas de saúde, eno investimento em pesquisa e quanto manter uma agenda Como a gestão, os cientistas e os pes- regular de atividades físicas é desenvolvimento, inclusive de talentos, para atingir resulta- quisadores se deparam com desafios de benéfica. Qual será a próxidos sustentáveis de negócios. se manterem em constante desenvolvi- ma conclusão motivada pelas Com a inovação na pauta das evidências? Lá fora, o número mento de habilidades e ferramentas empresas líderes do setor, de universidades e centros de percebemos dois fenômenos que despontam como P&D dedicados ao descobrimento e aperfeiçoamento tentativas de criar novos paradigmas da gestão em saú- de novas técnicas é enorme. No Brasil, o movimento é de. Por um lado, é notável o movimento de empresas crescente, mas ainda tímido. do setor farmacêutico na diversificação de seu modelo O certo são os avanços da medicina e mais opções para de negócios e estratégia, com pesados investimentos o diagnóstico correto. Complexidade e sofisticação da em aquisições e desenvolvimento de parcerias. Algu- prática médica que requer mecanismos para identificar mas, inclusive consolidando-se em áreas correlatas, sintomas e evidências numa equação que combina gescomo a saúde animal. Assim, como todo início de uma tão do conhecimento clínico, transparência, experiên-

RODRIGO ARAÚJO

cia e envolvimento com o paciente. Na cadeia de valor do mercado de saúde, inclusive nas agências governamentais, deve existir um entendimento sobre os principais motivadores da medicina baseada em evidência: gestão de dados e TI no ponto de atendimento e nas formas de relacionamento com o paciente. Novo conhecimento a ser integrado à experiência clínica individual ao decidir “se” e “como” ele identifica-se com o estado clínico do paciente, com suas dificuldades e preferências, antes de ser ou não aplicado. A decisão, no fim do dia, estará na sinergia da tecnologia e do capital humano. Como a gestão, os cientistas e os pesquisadores se deparam com desafios de se manterem em constante desenvolvimento de habilidades e ferramentas. A saúde hoje requer um novo modelo de tomada de decisões, novas técnicas, ferramentas inovadoras e incentivo das lideranças para gerir com êxito esta nova jornada. No momento em que a definição de estratégias de negócios é fundamental, inovação e ciência podem ser os diferenciais. Qual é a sua aposta?

RODRIGO ARAÚJO Sócio-Diretor Sênior responsável pela Especialização em Ciências da Vida e Saúde da Korn/Ferry.

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S a ú d e B u s i n e ss S c h o o l Os melhores conceitos e práticas de g e s t ã o , a p l i c a d o s a o s e u h o s p i ta l

Módulo 08

A influência do ambiente hospitalar na segurança do paciente Este caderno pode ser destacado

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saúde business school

Introdução Depois do sucesso dos primeiros saúde business school, continuamos com o projeto. Este ano falaremos sobre Segurança do paciente Na busca por auxiliar as instituições hospitalares em sua gestão, trouxemos no terceiro

equipes na organização de seus programas de segurança.

ano do projeto Saúde Business School o

Em cada edição da revista FH, traremos um capítulo sobre o

tema Segurança do Paciente. Ainda que

tema, escrito em parceria com médicos, enfermeiros, consultores

exista uma vasta literatura sobre o tema, a

e instituições de ensino, no intuito de reunir o melhor conteúdo

nossa função aqui é construir um manual

para você.

prático para a geração de um ambiente

Os capítulos, também estarão disponíveis para serem baixados

hospitalar mais seguro, que auxilie as

em nosso site: www.saudeweb.com.br

O projeto envolve os seguintes temas: Módulo 1 - Introdução à segurança do paciente Módulo 2- Estruturando um programa de segurança do paciente Módulo 3 - Identificação e notificação dos erros Módulo 4- Melhoria de comunicação e processos Módulo 5 - Envolvimento das equipes em segurança Módulo 6 - O papel da TI na segurança do paciente Módulo 7 - Gestão segura de medicamentos dentro dos hospitais Módulo 8 - A influência do ambiente hospitalar na segurança do paciente Módulo 9 - Leis e Regulações envolvendo a segurança do paciente Módulo 10 - Segurança do paciente no centro cirúrgico Módulo 11 - Os processos de acreditação e a segurança do paciente Módulo 12 - O papel do paciente

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A influência do ambiente hospitalar na segurança do paciente Fernanda Raphael Escobar Gimenes

Ao longo da história, valores culturais e práticas sociais modificaram, de maneira substancial, os ambientes onde os seres humanos vivem e convivem. De maneira semelhante, os sistemas de saúde, no decorrer dos anos, sofreram transformações significativas e influenciadas pela atual cultura tecnológica. Os sistemas de saúde são compostos por uma complexa combinação de processos, de tecnologias e de interações humanas que contribuem com benefícios bastante significativos. No entanto, esta interação também envolve riscos inevitáveis para a ocorrência de eventos adversos, os quais se tornaram frequentes e são considerados grave problema de saúde pública. (1) Eventos adversos, compreendidos como incidentes que resultam em danos ao paciente, afetam aproximadamente 10% dos pacientes hospitalizados e causam centenas de milhares de mortes evitáveis anualmente em todo o mundo. Este cenário é equivalente a acidentes envolvendo a queda de um avião com 130 a 330 passageiros por dia. As pessoas, todos os anos, morrem mais em decorrência dos eventos adversos do que de acidentes ocorridos em vias públicas, câncer de mama ou AIDS. (2-4) No que concerne aos gastos dispensados com os erros, pesquisadores afirmam que os custos adicionais voltados para o tratamento de danos decorrentes dos eventos adversos nos hospitais são responsáveis por $3,5 bilhões de dólares ao ano, o que tornam estes eventos política e financeiramente intoleráveis, em decorrência de suas consequências para o paciente e do aumento dos custos para as instituições de saúde e para a sociedade. (5-6) Por conseguinte, é relevante considerar que, conforme os avanços tecnológicos e científicos vão ocorrendo nos serviços de saúde, mais complexo se torna o ambiente de trabalho dos profissionais, favorecendo a ocorrência de erros. Neste contexto de mudanças, verifica-se que um dos maiores desafios dos hospitais é a tentativa de acompanhar a evolução de seus ambientes. Em busca do equilíbrio, as instituições de saúde procuram se adaptar às mudanças, recorrendo a estratégias temporárias, por meio da improvisação das práticas, para lidar com problemas urgentes. No entanto, os improvisos são, muitas vezes, precários e voltados apenas para a minimização dos sintomas do problema, não atendendo às verdadeiras causas. É comum que estes reparos superficiais resultem em poucos benefícios, principalmente no que diz respeito à segurança do paciente, a qual é compreendida como o ato de reduzir, a um mínimo aceitável, o risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. (1,4) Apesar dos fatores humanos influenciarem a ocorrência dos erros na assistência à saúde nos hospitais, os problemas advindos dos sistemas e do ambiente de trabalho têm se revelado como os principais responsáveis pelos eventos adversos. Torna-se imprescindível, portanto, uma reflexão acerca do ambiente assistencial que cerca os profissionais de saúde em favor da segurança do paciente, visto que estes ambientes podem favorecer a segurança ou podem predispor o profissional a cometer atos inseguros e perigosos para o paciente.

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saúde business school

Refletindo sobre a influência do ambiente assistencial na segurança do paciente

O profissional de saúde não trabalha isoladamente, mas interage continuamente com os recursos existentes no ambiente assistencial com o objetivo de proporcionar o melhor cuidado possível. Dentre esses recursos, destacam-se os físicos, os tecnológicos, os materiais e os humanos, os quais devem estar em equilíbrio para o bom desempenho das atividades com eficiência e segurança. Quando em desequilíbrio, criam-se oportunidades para a ocorrência de erros. Os recursos físicos podem interferir na qualidade do cuidado, visto que plantas físicas inadequadas; espaço físico insuficiente para a realização das tarefas; desnível entre as alturas das superfícies de trabalho em relação ao profissional; excesso de ruídos; ventilação, iluminação e temperaturas inadequadas, são fatores de risco ambientais para a ocorrência de danos físicos e psicológicos nas equipes e, consequentemente, de erros na assistência à saúde. Já os recursos tecnológicos, quando utilizados apropriadamente, podem superar a falibilidade humana, a vulnerabilidade, a fadiga e as influências ambientais. No entanto, também, podem contribuir com a ocorrência de erros, caso os profissionais não estejam familiarizados com o aparato tecnológico, ou não sejam devidamente treinados e atualizados quanto ao seu manuseio. Em relação aos recursos materiais, sua escassez, falta e/ou mau estado de conservação também prejudicam a qualidade do cuidado, na medida em que favorecem os improvisos e os atos inseguros. No que diz respeito aos recursos humanos, estes também são de fundamental importância para a segurança dos pacientes, pois englobam as relações e as inter-relações entre as equipes multiprofissionais, a qualificação profissional, bem como o número suficiente de trabalhadores em termos quantitativos e qualitativos. Por conseguinte, ambientes de trabalho inseguros podem afetar, direta ou indiretamente, a segurança dos pacientes na medida em que comprometem a saúde física e psicológica do trabalhador devido ao estresse gerado pelo baixo status profissional, às relações difíceis no local de trabalho com os demais membros da equipe multiprofissional, à má gestão dos serviços de saúde, às condições de trabalho inseguras e a uma variedade de perigos existentes nestes ambientes. (7) Este cenário permite afirmar que o ambiente assistencial, em muitos casos, está “doente”, requerendo reparos urgentes, com a finalidade de mudar a realidade presente nas organizações e que impede os profissionais de proporcionarem aos pacientes uma assistência livre de danos. Tendo isto em vista, faz-se necessário entender de que forma os profissionais de saúde vivenciam esses contextos de modo a planejar ações de melhoria, visando tornar os ambientes de trabalho mais éticos, simples e seguros. Ambientes de trabalho saudáveis e seguros são aqueles em que os trabalhadores e os gestores colaboram para o uso de um processo de melhoria contínua de proteção e promoção da segurança, saúde e bem-estar de todos os trabalhadores e para a sustentabilidade do ambiente de trabalho. (8) Diante desta realidade e das atuais necessidades de saúde de um mundo em constante

mudança, este artigo tem por objetivo apresentar uma metodologia inovadora que possa ser aplicada em todos os contextos e ambientes de assistência à saúde. Sua finalidade é compreender os multifacetados aspectos no ambiente que contribuem com os riscos e com as medidas facilitadoras voltadas para a segurança dos pacientes. A metodologia é baseada no pensamento sócio-ecológico cujo foco é a identificação e a compreensão dos déficits e falhas latentes nos serviços de saúde, por meio da valorização dos contextos históricos, culturais, sociais, tecnológicos e ecológicos dos serviços de saúde. A metodologia estimula a participação mútua dos gestores, administradores e profissionais na linha de frente do atendimento na obtenção das informações sobre as práticas profissionais, na tentativa de melhorá-las. Ao refletirem sobre os problemas vivenciados em seu cotidiano, os indivíduos tornam-se capazes de identificar possibilidades de mudança. A metodologia valoriza o ponto de vista das pessoas e reconhece que os profissionais são capazes de identificar problemas, de analisar suas distintas conformações, assumir os conflitos presentes no dia-a-dia do trabalho e de buscar formas de reinventar alternativas de trabalho. A abordagem permite que a equipe trabalhe em conjunto com os líderes organizacionais em favor da segurança ambiental.

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Etapas da metodologia sócio-ecológica

Gerente de risco engaja lideres e equipe multidisciplinar na identificação dos problemas, das áreas frágeis e vulneráveis e das falhas latentes

Gerente de risco, líderes e equipe multidisciplinar coletam e analisam os dados

Gerente de risco, líderes e equipe multidisciplinar discutem estretégias de mudanças com base nos dados coletados

Gerente de serviço, líderes e equipe multidisciplinar implementam as mudanças

Gerente de serviço, líderes e equipe multidisciplinar avaliam os resultados da implementação das estratégias

Gerente de risco engaja líderes e equipe multidisciplinar na identificação dos problemas, das áreas frágeis e vulneráveis e das falhas latentes

Figura 1 Em recente investigação envolvendo os sistemas de saúde, uma pesquisadora utilizou os princípios da abordagem sócio-ecológica com o propósito de compreender os aspectos que favoreciam a segurança no preparo e na administração de medicamentos em uma unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital geral do interior do estado de São Paulo, bem como os fatores que poderiam favorecer a ocorrência dos erros de medicação. Por meio de discussões em grupo e de fotografias tiradas do ambiente assistencial e dos processos, os profissionais, em conjunto com a pesquisadora, reexaminaram o ambiente físico de trabalho, o sistema de distribuição de medicamentos, as práticas educacionais e os processos relacionados à administração de medicamentos da unidade. A pesquisa ocorreu em quatro fases e envolveu a participação de 23 profissionais da enfermagem e de um médico intensivista. Na primeira, discussões em grupo ocorreram com o objetivo de fazer emergir as opiniões dos participantes em relação aos aspectos de segurança, bem como identificar situações no ambiente e nos processos de trabalho que poderiam comprometer a segurança do paciente no preparo e na administração de medicamentos. Uma lista de problemas foi originada a partir destas discussões, a qual guiou a condução dos registros fotográficos na fase subsequente da pesquisa. Na segunda fase, a pesquisadora, junto à gerente de enfermagem, realizou registros fotográficos do ambiente assistencial da UTI, bem como dos processos, tendo por base a lista de problemas provenientes das discussões grupais. A figura abaixo demonstra um problema apresentado pelos profissionais durante as discussões em grupo entre pesquisadora, gerente de serviços e equipe de enfermagem.

DEF datado de 2000/2001 em mau estado de conservação Os profissionais da enfermagem queixaram-se da desatualização do único material disponível para consulta aos medicamentos quando dúvidas surgem no dia-a-dia, bem como o mau estado de conservação. Na terceira fase da pesquisa, as imagens foram expostas ao grupo de discussão com a finalidade de identificar potenciais mudanças a serem implantadas no sistema de medicação, bem como nos processos, nas práticas, políticas e no ambiente de trabalho da UTI. Com base nas fotografias observadas, a equipe da UTI refletia sobre possibilidades de mudanças em curto, médio e longo prazo. O quadro a seguir evidencia algumas destas possibilidades. Figura 2

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saúde business school

POTENCIAIS MUDANÇAS NO AMBIENTE E NOS PROCESSOS SUGERIDAS PELA EQUIPE DA UTI Curto Prazo

Médio Prazo

Longo Prazo

Providenciar material para consulta aos medicamentos

Reorganizar os espaços

Prescrição digitalizada

Disponibilizar DEF on-line

Trocar a pia por outra maior

Separar o balcão de preparo dos medicamentos do posto de enfermagem

Padronizar os nomes dos medicamentos pela denominação genérica

Reposicionar os tambores para lixo e o descarpack no posto de enfermagem

Mudar a nomenclatura dos medicamentos diretamente no sistema

Realizar os treinamentos dentro da própria UTI

Aumentar o número de gavetas

Colaboração dos laboratórios em relação à semelhança entre ampolas

Rever os horários dos treinamentos

Padronizar as diluições e as sedações

Dispensar medicamentos líquidos na dose unitária

Incluir a participação do profissional nos treinamentos no banco de horas

Elaborar as prescrições durante a noite

Rever a manutenção das bisnagas de medicamentos na unidade

Rever o tamanho das fitas plásticas

Enfermeiro realizar o aprazamento dos medicamentos

Farmácia dentro do hospital

Codificar a cor das ampolas destinadas às urgências

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Substituir o DEF pelo dicionário terapêutico da Guanabara

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Acrescentar divisórias dentro das gavetas de materiais

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Acondicionar as insulinas dentro de um frasco na geladeira

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Azulejar a parede do balcão de preparo dos medicamentos

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Estimular a pró-atividade da equipe

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Na quarta fase, novos registros fotográficos foram feitos com o propósito de captar as mudanças ocorridas no sistema de medicação e no ambiente assistencial da UTI, por meio da comparação destes com as fotografias tiradas quatro meses antes. A figura abaixo revela uma das mudanças no ambiente assistencial da UTI, a partir das sugestões feitas pela própria equipe de enfermagem.

melhoria a partir de sugestões da equipe de enfermagem A partir das reuniões com a equipe da UTI, uma Comissão de Gerenciamento de Riscos também foi estruturada, o hospital instituiu um sistema de notificação de eventos adversos voluntário e anônimo e implantou discussões regulares sobre os aspectos de segurança no ambiente assistencial. A metodologia auxiliou os líderes organizacionais, bem como os demais profissionais na linha de frente do atendimento, a gerar ideias e a iniciar a implantação de medidas que favorecem a segurança, tanto da equipe, como dos pacientes. Portanto, a proposta metodológica aqui apresentada é a de que as instituições de saúde adotem uma gestão participativa, na qual os profissionais da linha de frente do atendimento possam atuar, de maneira integrada, junto aos líderes organizacionais na construção do conhecimento coletivo voltado para a identificação das fragilidades de seus sistemas e de seus ambientes com o propósito de traçarem novos caminhos para a resolução dos problemas que permeiam a segurança do paciente, bem como para a segurança dos profissionais da saúde.

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C a s o d e s u c e ss o Hospital Tacchini reformula seu ambiente e ganha em eficiência operacional e segurança do paciente Cada vez mais presente no cotidiano hospitalar a segurança do paciente tem ultrapassado a barreira dos processos e entrado no ambiente clínico. Com influência direta sobre a forma como trabalham as equipes assistências, manter um ambiente seguro e dinâmico é um desafio a ser vencido nos hospital de todo o País. Guilherme Batimarchi – gbatimarchi@itmidia.com.br Com o objetivo de manter suas instalações seguras para pacientes e colaboradores e melhorar o processo assistencial, o Hospital Tacchini, situado em Bento Gonçalves, no interior do Rio Grande do Sul e que, recentemente recebeu a acreditação nível três da ONA, foi além dos protocolos de segurança obrigatórios e investiu cerca de R$600 mil na reformulação de alguns ambientes e instalação de sistemas de segurança para possíveis situações de emergência na instituição. A primeira grande medida adotada dentro do ambiente, visando aumentar a segurança, foi a reforma dos 16 leitos de UTI geral do hospital. “O posto médico e de enfermagem foi realocado no centro da unidade de terapia intensiva, possibilitando ao corpo clínico a visualização de todos os leitos. Deste modo, passamos a monitorar o paciente não só de forma eletrônica mas também visual”, afirma o superintendente geral do hospital, Armando Piletti. Segundo o executivo, o maior impacto ocorrido pela mudança foi uma percepção maior dos familiares sobre a atenção dada ao paciente internado, além do novo posto agilizar o atendimento em caso de emergência. Outra mudança nesse sentido veio com a centralização de partos feitos por cesariana no centro obstétrico do hospital. “Antes este procedimento era realizado no centro cirúrgico e só depois a paciente era levada à obstetria do hospital”, acrescenta Piletti. Além da centralização, foi criado um acesso direto do centro obstétrico para a UTI neonatal em caso de necessidade. “Antes da construção do centro obstétrico, o recém nascido de parto cesário tinha de ser levado da sala cirúrgica até o berçário, localizado em outro andar do hospital. A partir de agora, com a integração do centro, não há mais necessidade de deslocamento” completa o superintendente. De acordo com Piletti, a influência do ambiente hospitalar na segurança do paciente é tão grande que, em casos de procedimentos mais delicados, como a aplicação de quimioterapia em pacientes oncológicos, possuir um ambiente preparado para a aplicação e contingência de possíveis emergência é vital para preservar o estado de saúde de quem recebe o tratamento. Por esse motivo, o Tacchini realocou sua área de quimioterapia próxima ao Pronto Socorro e disponibilizou um acesso para facilitar o tratamento de urgência quando necessário. De acordo com superintendente do Tacchini, a adequação do ambiente hospitalar ampliou as condições da instituição para fazer com que a segurança do paciente se torne cada vez maior, mantendo os indicadores de segurança do hospital em zero. ”O hospital está totalmente adequado aos pré requisitos da ONA, todos detalhes previstos pela acreditação foram adequados, isso veio para ajudar”. Paralelo aos projetos de adaptação de seu ambiente, o hospital conta com uma controladoria assistencial liderada pelo diretor técnico da instituição com o objetivo de coordenar e monitorar a qualidade do atendimento prestado na instituição. As mudanças impactaram diretamente no índice de satisfação do Hospital Tacchini que saltou de 91% para 96%.

Sobre o Autor AUTOR Fernanda Raphael Escobar Gimenes é analista de Treinamento do Hospital Unimed de Piracicaba. É graduada pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP) e é mestre em Enfermagem Fundamental junto ao Departamento de Enfermagem Geral e Especializada também pela EERP-USP . Atualmente é doutoranda da EERP-USP e defenderá a tese: “A segurança de pacientes na administração de medicamentos em uma unidade de terapia intensiva de um hospital geral do interior paulista: a abordagem restaurativa em saúde”

EMPRESA

A Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP) foi criada através da Lei Estadual 1467, de 26 de dezembro de 1951, anexa à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP). Atualmente, a EERP/USP reúne 32 grupos de pesquisa liderados por docentes da unidade, 15 laboratórios e centros de pesquisas e extensão de serviços Por suas atividades ensino, extensão e, em especial, por sua produção científica, a EERP/USP vem sendo designada, desde 1988, pela Organização Mundial da Saúde “Centro Colaborador para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem”, fortalecendo articulações nacionais e internacionais. Nessa categoria de reconhecimento internacional enquadra-se, ainda, sua nomeação como Capítulo Rho Upsilon da Sociedade Honorífica Sigma Theta Tau Internacional, desde maio de 2002.

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PROTEÇÃO

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A empresa de portas e janelas Multidoor investiu em tecnologia e lança Kits Porta Pronta para hospitais, com marco metálico de aço. O lançamento facilita desde a construção até a assepsia, proporcionando menos riscos aos pacientes e aos profissionais de saúde. O produto também atende às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) através da RDC-50, tem espessura de 40 milímetros, seguindo o padrão europeu, e são fabricadas com revestimento em laminado melamínico, que elimina os riscos de desgaste das colas de contato. Além disso, a capa que recobre o núcleo é produzida com estrutura em madeira maciça e “HDF” (high density fibreboard fiberboard).

Para cuidar de paredes, portas, batentes, a C/S Brasil tem sistema de proteção da linha CS Acrovyn, submetida a diversos testes em renomados laboratórios norte-americanos e com certificação de qualidade em limpeza, resistência a fungos e bactérias, química, abrasão, flamabilidade e impacto. A CS trabalha ainda com cortinas divisórias hospitalares, sem emendas, com retardante de chamas. O produto tem tratamento de superfície com exclusivo processo bacteriostático que inibe o desenvolvimento de bactérias e fungos. Acompanha sistema de trilhos em alumínio, pintura eletrostática branca e deslizamento fácil e silencioso.

TINTAS HIGIÊNICAS

Clínicas e hospitais contam agora com linha de Tintas Higiênicas da Universo. O produto inibe a proliferação de microrganismos no ambiente porque sua fórmula cria um campo eletromagnético para desnaturar as proteínas e a membrana celular deles, impedindo a sua divisão celular. O produto é único que combate a bactéria Pseudomonas aeruginosa, além do Staphylococcus aureus e da Escherichiacoli. As tintas estão disponíveis nas versões látex acrílico, esmalte à base de água e epóxi à base de água, em embalagens de 3,6 litros e latas de 18 litros e em oito cores.

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alberto leite

Confiança

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• Confiança em si – estou há algum tempo escrevendo um pequeno livro que fala sobre gestão de talentos potenciais. Pessoas com potencial precisam ser lapidadas. Acredito no “mais do mesmo”, em fazer com que pessoas evoluam. Para mim gestão de pessoas é o ato de fazer com que elas cheguem a lugares onde nunca imaginariam chegar sozinhas. Contudo, para que isso ocorra, é preciso que cada ser sinta-se completo, sinta-se energizado para poder fazer brilhar o caminho de outros, fazer com • Confiança nos outros que cada um se sinta desa– não existe uma boa emAcredito no “mais do mesmo”, fiado e motivado ao mesmo presa onde pessoas não confiam nas outras e, prin- em fazer com que pessoas evolu- tempo para seguir adiante cipalmente, não confiam am. Para mim gestão de pessoas com seus sonhos. A confiança em si é imporem suas organizações. O é o ato de fazer com que elas termo confiar, neste caso, cheguem a lugares onde nunca tante para minimizar impactos na organização. Não remete a uma simples equaimaginariam chegar sozinhas há nada mais chato do que ção: discurso-ação. Pessoas trabalhar com alguém com fixam sua atenção nas palavras, promessas e desejos de seus superiores. É ali baixa autoestima, pessoas que não conseguem que depositam sua confiança sobre algo que virá pensar em palavras simples para o momento, no futuro. Se a palavra mirar para a direita e a ação como sucessão. para a esquerda, temos um distúrbio geral e nível A vida nos coloca diante dessas situações de forma de confiança cai, fazendo com que não haja mais frequente, basta observar o seu dia a dia. Neste cenário, a palavra confiança representa resultados positivos para ninguém. ão existe, na minha opinião, palavra mais marcante para os próximos anos do que “confiança”. Palavra simples, paroxítona, com ditongo crescente no meio, fácil de lembrar, difícil de entender. Muito difícil. Gostaria de, nas próximas linhas, abrir o leque de tão complexa palavra para que seja discutida nos próximos anos com profundidade. Para isso lembrarei dois de seus principais prismas de avaliação:

um dos pilares mais modernos em gestão. É com ela que as pessoas conseguem olhar para frente e desenhar seu espaço num futuro que poderia não ser desenhado. Escritores, administradores, gestores, todos estão imbuídos para entender uma tão simples palavra, mas de difícil compreensão para os dias de hoje. A palavra também atinge esferas interessantes, principalmente quando falamos de saúde. O setor passa por uma crise de confiança, nunca uma crise financeira. Temos um momento no país sem precedentes, dinheiro entrando do exterior a cada segundo, projetos desenvolvidos a cada segundo. O que falta? Confiança. Nos colóquios da saúde, realizados pela IT Mídia, ficou nítido essa falta. O setor anda por silos, nunca pelo setor.

Alberto Leite Diretor Executivo e Publisher da IT Mídia S.A.

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