Jornal ESCrito n. 27

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Ano VI N.º 27 Preço: 0,50 •

Escola Secundária

de

Casquilhos - Barreiro

jun 11

Diretor: Renato Albuquerque

Vamos a obras

Mais sexo

Alunos premiados

A Parque Escolar promete remodelar completamente a nossa escola e, talvez, construir um pavilhão desportivo. Mais pormenores na

Em 2005, fizemos o primeiro inquérito aos nossos alunos sobre sexualidade; o segundo foi em 2008; 3 anos depois, voltámos a aplicá-lo. Vê o que tem vindo a mudar nas

Os nossos alunos vão colecionando prémios em áreas tão diferentes como a leitura e a radiação ambiente. Sabe quem são na

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Rui Ramos

(19/12/1955 - 12/4/2011)

Para lembrar o Rui Ramos quisemos escolher uma foto e aqui começaram as nossas dificuldades: como resumir numa foto a vida de uma pessoa? Podíamos ter optado por uma foto certinha, como muitas vezes o Rui gostava de aparecer: fato, gravata, sapato de vela... Muitos alunos lembram-se dele assim, nas suas aulas de economia ou de sociologia, nas galas de finalistas para onde os seus alunos o convidavam sistematicamente, exprimindo, assim, o respeito e o carinho que lhe dispensavam. Podíamos ir buscar a foto oficial, de um qualquer documento de identificação que o mostrava casado com a Clara, professora de inglês da Alfredo da Silva, pai de 2 filhos, adjunto do diretor nos últimos tempos, professor também até aos últimos dias, até a doença o permitir... Mas o Rui era também uma pessoa excecional; afável, delicado, um amante insaciável da vida, viajante incansável pelo mundo que, ano após ano, ia conhecendo com o seu grupo de amigos. É esta faceta, se calhar menos conhecida, que escolhemos para lembrar a memória do Rui: alguém lutador, sempre bem humorado, pronto para lançar uma boa gargalhada mesmo que fosse sobre si próprio, olhando de frente para a vida. É assim que o queremos recordar.

SE ME AMAS, NÃO CHORES Se conhecesses o mistério imenso do céu onde agora vivo, Este horizonte sem fim, Esta luz que tudo reveste e penetra, Não chorarias, se me amas! Estou já absorvido no encanto de Deus, na sua infindável beleza. Permanece em mim o teu amor, Uma enorme ternura que nem tu consegues imaginar. Vivo numa alegria puríssima. Nas angústias do tempo, Pensa nesta casa onde um dia estaremos reunidos para além da morte, Matando a sede na fonte inesgotável da alegria e do amor infinito. Não chores, se verdadeiramente me amas.

(A foto é de Jorge Duarte, tirada em 8 de novembro de 2008 numa manifestação de professores)

Ficha técnica

Santo Agostinho

ESCrito Proprietário: Escola Secundária de Casquilhos – Barreiro Diretor: Renato Albuquerque (prof. G. 400) Colaboraram neste número: Ana Garrido (Prof. G. 300); Leonor Inácio (Prof. G. 400); Lígia Varandas (Psicóloga); Mária Correia (Prof. G. 500); Mestre Coelho (ex-Prof. G. 510); Patrícia Figueiredo (ex-7ºC) Fotos: Ana Rita Oliveira (Prof. G. 600); Jorge Duarte (ex-Prof da escola). Fotos da Festa do Chocolate: Inês Paiva (12ºC), Mafalda Grilo (12ºC - fotos e vídeo dos Tocá Rufar), Orlando Nunes (Prof. G. 420), Sara Afonso (12ºE) e Rui Garrido (familiar de encarregada de educação). As fotos não identificadas são de Renato Albuquerque Maquetagem: ReAL Impressão: Serviços de Reprografia da Escola Capa: Original de Miguel Brinca (Prof. G. 600) Correspondência: Jornal ESCrito. Escola Secundária de Casquilhos. Quinta dos Casquilhos. 2830-046 BARREIRO Telef.: 212148370 Fax: 212140265 E mail: jornal@esec-casquilhos.rcts.pt Tiragem desta edição: 250 exemplares Os textos não assinados são da responsabilidade da Direção. O ESCrito adota a ortografia do Acordo de 1990.


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Escola vai entrar em obras... Editorial Pavilhão desportivo vai ser realidade?

O diretor divulgou no passado dia 28 de janeiro que a nossa escola irá ser abrangida pela 4ª fase de obras da Parque Escolar, empresa pública responsável pela modernização das escolas do ensino secundário. Depois de Santo André, que entrou na fase 2 e que viu as obras concluídas no início deste ano letivo, depois da Alfredo da Silva que entrou na fase 3 mas cujas obras não se iniciaram por alegados impedimentos legais, chegou a vez dos Casquilhos e da Augusto Cabrita que irão ser intervencionadas ao mesmo tempo. As duas escolas constam da lista publicada no Despacho 5904/2011, de 5 de abril. As equipas da Parque Escolar já visitaram a nossa escola, tendo ficado entusiasmadas com as potencialidades oferecidas pelo espaço natural em que foi construída. Tudo aponta para a manutenção dos edifícios mais antigos, projetados pelo arquiteto Formozinho Sanchez com uma traça modernista a conservar (blocos B e C), a eventual substituição do bloco A e, finalmente, a construção de um espaço desportivo coberto. O ESCrito acompanhará todo este processo e irá dando notícias da evolução das propostas.

... e o edifício faz 50 anos Foi no dia 9 de outubro de 1961, governava Salazar, era Ministro da Educação Nacional Manuel Lopes de Almeida e Patriarca de Lisboa o Cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, que se iniciaram as primeiras aulas neste

edifício que hoje ocupamos e que era, na altura, o Externato Diocesano D. Manuel de Mello. No próximo ano a escola irá comemorar esta data com várias iniciativas que divulgaremos em breve.

Refeitório muda de gestão As sucessivas reformas de funcionários da escola e a impossibilidade de elaborar novos contratos levaram a uma situação de rotura no refeitório da escola no passado mês de fevereiro. Perante a doença das 2 únicas cozinheiras, os alunos foram obrigados, durante alguns dias, a irem almoçar à escola da Quinta Nova da Telha. Verificando-se que havia grande probabilidade de as dificuldades se manterem por mais tempo, a escola optou por entregar a gestão do refeitório a uma empresa especializada nesses serviços, a

GERTAL, deslocando as funcionárias para o bar dos alunos.

Ficamos à espera O Jornal ESCrito surgiu em Renato Janeiro de 2005. Albuquerque Alguém se lembra de quem era o ministro da educação e o primeiroministro? Confesso que tivemos de ir investigar porque a memória já não nos chega: a ministra chamava-se Maria do Carmo Seabra e o primeiro-ministro era Pedro Santana Lopes. A partir de março desse ano, com a primeira maioria absoluta de José Sócrates, tivemos 4 anos de Maria de Lurdes Rodrigues como ocupante do ministério da 5 de outubro. Foram 4 anos de algumas novidades (o inglês no 1º ciclo, por exemplo) mas também de uma enorme conflitualidade nas escolas, principalmente com os professores (concurso para titulares, novo modelo de avaliação de professores…) que levou à reforma, antecipada ou não, de milhares de docentes por esse país fora. Com a reeleição de José Sócrates, em outubro de 2009, seguiu-se Isabel Alçada que muitos portugueses apenas conheciam como coautora da série de livros Uma Aventura… Com a queda do governo e após as eleições do início deste mês, o primeiroministro passou a ser Passos Coelho e o ministro da educação é Nuno Crato. Seis anos e meio e 26 números após a 1ª edição do ESCrito, vamos ter o 4º ministro da educação. Até aqui, a tradição tem sido a de não fazer o balanço de nada do que acontece nas escolas e começar de novo como se o ensino fosse um espaço de terra queimada. No editorial de dezembro de 2009 (n.º 24) escrevemos: O agravamento das condições sociais, a miséria, o desemprego, a conflitualidade, a falta de autoridade dos pais, a integração dos imigrantes, tudo isto se reflete nas escolas. Espera-se do Ministério da Educação (e da sociedade, em geral) que as apoie ativamente na tentativa de resolução destes e outros problemas que impedem que cumpram a sua função fundamental ensinar. Subscrevemos integralmente o que dissemos há cerca de ano e meio. Ficamos (mais uma vez) à espera.


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Escola eletrão Decorreu entre 9 de fevereiro e 1 de março uma recolha de equipamentos elétricos ou eletrónicos entre a comunidade educativa: televisores ou computadores velhos, pequenos eletrodomésticos, tudo foi recolhido numa campanha que visou sensibilizar e envolver professores, alunos,

funcionários, pais e comunidade em geral, no esforço global da reciclagem e valorização dos resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE). Por isso a campanha apelava à entrega dos Televisaurus Reeex… Este ano foram recolhidos cerca de 600 litros de REEE, menos que no ano anterior. O projeto foi coordenado na nossa escola pela professora Marta Pires, de ciências naturais/ biologia.

11 de fevereiro, dia dos afetos Numa data definida pelos diretores das diversas escolas do concelho do Barreiro e coordenada pela equipa concelhia do projeto de educação para a saúde (PES), o dia 11 de fevereiro foi comemorado nas diversas escolas como o dia dos afetos. Saliente-se que a escolha do logótipo desta iniciativa recaiu sobre um trabalho do nosso aluno Kyle Georgias, do 12º H (Curso Profissional de Técnico de Design Gráfico), que recebeu das mãos do diretor de loja do Continente Barreiro, Dr. Carlos Gomes, o prémio por ter vencido este conEstudar é... curso (uma máquina fotográfica).

Alteração ao currículo dos cursos científicohumanísticos O Decreto-Lei 50/2011, de 8 de Abril, altera e republica o Decreto-Lei 74/2004 que regulamenta o ensino secundário. Principais novidades para os cursos científico-humanísticos: - reintrodução do exame (facultativo) de filosofia no 11º ano, podendo o aluno substituir um dos exames das disciplinas bienais (ou seja, física e química A, biologia e geologia, geografia A, literatura portuguesa, MACS, geometria descritiva A, matemática B ou história e cultura das artes) por este exame. Entra em vigor para os alunos que estavam em 2010/11 no 10º ano; - extinção da “disciplina” de área de projeto no 12º ano (2 x 90 min semanais) a partir de 1 de setembro de 2011; - criação da disciplina de formação cívica no 10º ano (1 x 45 min semanais) a partir de 1 de setembro de 2011.

Feira das profissões

Associação de Estudantes comemora

Dia dos namorados

A Associação de Estudantes resolveu comemorar, a 14 de fevereiro, o dia dos namorados e, por isso, montou a sua banca com crepes, maçãs do amor e muita, muita animação. Nem um Cupido faltou... Nas palavras do presidente, Déulio Matoso, “quisemos animar este pessoal com música romântica para comemorar este dia dos namorados”.

Soluções da página 16 Voltas à cabeça

Tal como em anos anteriores, realizouse, nos passados dias 2 e 3 de maio, segunda e terça-feira, entre as 09:30 e as 13:00, mais uma edição da Feira das Profissões. Estiveram presentes diversas instituições do ensino superior e profissional, abrindo horizontes novos aos alunos dos Casquilhos. Lígia Varandas - Psicóloga

Sudoku

B. 1.º lugar: carro 5; 2º lugar: carro 9; 3º lugar: carro 17. A. Ana; ao lado, a Elizabete; depois, a Beatriz, a Celina, a Fernanda e, no fim, do outro lado da Ana, a Diana.


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Festa do chocolate Realizou-se pela 6ª vez

Este ano foram batidos todos os recordes da festa do chocolate: as diversas escolas do concelho inscreveram 877 alunos para visitarem os Casquilhos nesse dia, o que levou a um esforço suplementar da coordenação para que todos pudessem participar na elaboração de salames. Para além disso, foi necessário alargar a organização a mais alunos do que estava inicialmente previsto, envolvendo também mais professores na iniciativa. A chuva veio provocar a desistência de algumas escolas mas a persistência das outras permitiu a presença de quase 600 pequenos visitantes que, para além de fazerem (e comerem...) os salames, puderam também efetuar jogos tradicionais (alguns comprados expressamente para esta edição), pinturas faciais, receber balões moldados pelos nossos alunos e provar os diversos bolos, o pão quentinho com chocolate, os crepes ou a fruta com chocolate. Enquanto os acompanhantes se podiam aquecer com um chocolate quente, os mais novos passaram pela sala do conto, onde a avó Matilde (a nossa aluna Lara Nayr), e o vovô Acácio (Ruben Sequeira), lhes contavam uma história... com chocolate. A RTP1 veio o ano passado, gostou, e este ano quis repetir a dose: Sérgio Mateus foi o enviado do programa Portugal no Coração à nossa festa e falou dos Casquilhos para Portugal e para o mundo Bolo de Chocolate Encharcado

A Vovó Matilde e o Vovô Acácio (Lara Nayr e Ruben Sequeira) contando histórias na B2

que segue a RTP internacional. Entrevistou o diretor do jornal escolar ESCrito, o professor Renato Albuquerque, e não se esqueceu de ir falar com a vovó Matilde à sala do conto (B2). Momento alto da nossa festa: a atuação de percussionistas dos Tocá Rufar que vieram trazer música, ritmo e muita animação ao pátio da escola, enquanto a RTP entrevistava o presidente da Câmara, Carlos Humberto. O nosso público agradecimento ao diretor-geral dos Tocá Rufar, Rui Júnior, que tornou possível a participação destes músicos. A todos os que vieram e aos mais de 100 alunos que participaram na organização desta festa foi distribuído um chocolate oferecido pela Nestlé. Saliente-se também uma novidade: em vez das tradicionais “barraquinhas” de madeira e cobertura de canas, que chegaram ao fim da sua vida útil, a Junta de Freguesia emprestou-nos duas tendas que salvaram os participantes de alguns aguaceiros que caíram durante o dia. No dia seguinte, os professores coordenadores, Maria do Anjo e Renato Albuquerque, publicavam no site da escola um agradecimento de que transcrevemos a parte final: não podemos deixar de realçar a importância de muitos e muitos alunos que

Maravilha de Chocolate e Pimenta

Cartaz d e Miguel Brinca

Sérgio Ramos, acompanhado pelas nossas palhacinhas, em direto para o programa Portugal no Coração, da RTP1

abnegada, empenhada e responsavelmente dignificaram a nossa escola e a projetaram para fora dos portões, abrindo-a à comunidade. São vocês os alunos para os quais, tantas vezes, a escola não tem o tempo e as iniciativas que merecem; infelizmente, a escola gasta muitas das suas energias não convosco mas com meia dúzia de alunos que persistem em prejudicar os colegas e em fazer da escola um local de conflitualidade. Neste momento em que se encerra mais uma edição da festa do chocolate, na impossibilidade de agradecer individualmente a cada um como gostaríamos, abraçamos agradecidos a Ana, a Darlene, a Joana, o João, a Raquel e todos os outros de quem, muitas vezes, nem sabemos o nome mas que estão sempre presentes quando são necessários. Pedimos que neste abraço entrem todos aqueles que, nesta e nas outras edições, coordenaram connosco ou participaram na organização da festa do chocolate. Obrigado a todos.

Bolo de chocolate e Cereja

Bombons Brasília


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Opiniões Durante a Festa do Chocolate fui entrevistando alguns dos membros da organização, perguntando-lhes a sua função, como estava tudo a correr e se gostariam de voltar a participar. Aqui ficam as suas opiniões.

Patrícia Figueiredo

Os meninos gostaram de apreciar os bolos e foi pena não terem provado, estavam-se a empurrar. A qualidade dos bolos é muito boa e a festa está bem organizada. Para o ano valerá a pena repetir a festa e a Nélcia irá gostar de participar outra vez. Nélcia Lara, 9ºC. Função: vigiar os bolos/doces dos amadores.

O cenário do Gato das Botas estava espetacular

Parece ser uma festa muito bonita e calórica e que faz mal aos dentes; ainda não provei nenhum bolo, nem eu nem o Acácio. As crianças gostam muito de nós e vêem-nos com muito carinho. Vovó Matilde (Lara Nayr, 12ºC) e Vovô Acácio (Ruben Sequeira, 12ºB)

Houve o imprevisto da chuva mas de resto está a correr tudo bem. O número de viditantes previstos não foi atingido devido à chuva; de salientar que a maior parte desses meninos vem a pé até à escola. Não tem ouvido queixas até ao momento (13:00). E gostaram da experiência.

Vanessa Glória, 9ºC. Função: vendedora de bolos (tenda 1).

Darlene Medina e Ana Calhegas, 12ºC. Função: coordenadoras

RESULTADOS DO CONCURSO DE DOÇARIA COM CHOCOLATE Amadores – Bolos

Profissionais – Bolos 1º - Bolo de Chocolate Encharcado, da Pastelaria Bonanza;

1º - Bolo Diamante Negro, de Jacqueline Correia;

2º - Maravilha de Chocolate e Pimenta, da Pastelaria Transmontana;

2º - Floresta Negra, de Isabel Lopes;

Profissionais - Doces 1º - Bombons Brasília, da Delícias, Chocolateria Gourmet; 2º - Brigadeiro de Noz, SPST;

Apreciação dos bolos pelo júri do concurso de doçaria

Brigadeiros de Noz

Vânia Sanhá, 11ºC. Função: karaoke

Vendeu todos os bolos, gostaram de todos os bolos. A reação tem sido muito positiva e tenho gostado de participar no evento. Sim, gostava de participar para o ano, com outra função, talvez. O que se vende mais são os pãezinhos com chocolate; tem sido uma maravilha, as pessoas têm gostado.

3º - Bolo de Chocolate e Cereja, da Sociedade Panificadora Sul do Tejo.

A decoração na entrada da escola

Os mais velhos do 6º ano não gostam de fazer nada. Os mais novos gostaram de cantar, de dançar. Das músicas, as mais pedidas foi a da Shakira, Waka Waka, e Vem que eu te vou ensinar, do Canal Panda. Gosta do que faz e se houver para o ano faria o mesmo. Negativo: barulho. Positivo: interação com os meninos

3º - Jurandim, Transmontana

da

Pastelaria

3º - Tarte de Natas e Chocolate, de Adriana Miranda. Amadores - Doces 1º (ex aequo) - Doce de Laranja e Chocolate Branco e Trufas de Chocolate Graciosas, de Ana Paula Amaral e Graça Carvalho; 3º - Docinhos de Menta, de Joana Amorim.

Crianças e balões: um casamento perfeito

Jurandim

Bolo Diamante Negro

Body painting

Floresta Negra


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E para o ano? (...) a Festa do Chocolate deixou de ser uma festa para assinalar o aniversário do jornal ESCrito para passar a ser um momento marcante para a Escola Secundária dos Casquilhos e para a comunidade educativa do Barreiro que já se habituou a vir à nossa escola nesta altura do ano. A nossa escola necessita de um ou vários momentos de animação, festa e divulgação da qual beneficie perante a comunidade.

Contudo, a escola deve repensar esta iniciativa: objetivos, data, periodicidade, meios a disponibilizar, equipa coordenadora, meios de envolver ainda mais a comunidade e de a escola se abrir ainda mais a esta, tudo deve ser discutido. A partir daqui, a escola deve repensar a festa do chocolate e, se entender que ela deve continuar, os moldes da sua realização e a equipa que a deverá continuar. Ao fim de 6 anos, quer eu quer a

professora Maria do Anjo sentimos que o modelo que assumimos com outros colegas está esgotado e assenta num voluntarismo que não se coaduna com as transformações que as escolas têm sofrido nos últimos anos pelo que deixamos de estar disponíveis para assegurar a coordenação da mesma. Excerto final do relatório da 6ª festa do chocolate apresentado pelo professor Renato Albuquerque ao conselho pedagógico a 9 de fevereiro de 2011

Confeção de salames

Atuação de um grupo de percussionistas dos Tocá Rufar. A exibição pode ser vista em http://www.youtube.com/watch?v=7rkLZdKpzbY Jogos tradicionais enquanto não chovia

Cerca de 1 mês depois de terem atuado na nossa escola, os Tocá Rufar viram a sua sede ser totalmente destruída, a 1 de março, por um incêndio que fez desaparecer centenas de instrumentos e anos de história deste grupo de percussão. Quando os Tocá Rufar estiveram na nossa 6ª festa do chocolate fizeram-no a título gracioso e, nestas horas difíceis, achamos que devíamos mostrar-lhes, de alguma forma, a nossa solidariedade. Por

isso, o ESCrito resolveu doar a este grupo a importância de 100 euros para reconstrução da sua atividade.

No final, chocolates para todos

Tarte de Natas e Chocolate

Doce de Laranja e Chocolate Branco

Trufas de Chocolate

Docinhos de Menta


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Principal fonte de informação Para os que responderam claramente (ver gráfico nesta página) a conclusão é que, em termos médios, as mães aparecem à frente (29%), seguidas dos amigos e textos escritos/ internet (ambos com 16,1%). Contudo, observando o gráfico vemos que há algumas diferenças de acordo com o sexo dos alunos: para as meninas, a mãe representa 40,7% enquanto para os rapazes apenas 13,3%; os textos escritos/internet são a principal fonte para os rapazes (23,7%) mas de menor importância para as raparigas (10,4%). Os amigos aparecem em segundo lugar em qualquer dos sexos, com valores próximos dos 16%. Deve haver educação sexual nas escolas? Mais de 8 em cada 10 alunos são a favor da existência de educação sexual nas escolas. A percentagem de raparigas a favor é ligeiramente superior à dos rapazes (86,7 e 83,2%, respetivamente).

%

Apenas 4 alunos não responderam a esta questão. Os restantes alunos indicaram que conhecem, em média, 5,3 dos 9 métodos indicados. No topo dos mais conhecidos está o preservativo (98,5% dos alunos), seguido da pílula contracetiva (86,8%) e, como receávamos, da pílula do dia seguinte (84,4%). Não há grandes diferenças nas respostas de alunos ou de alunas exceto em 2 casos: no adesivo e no implante hormonal, as raparigas que conhecem estes métodos são quase o dobro dos rapazes. A título de curiosidade, os outros métodos (estarão a pensar, por exemplo, no coito interrompido ou na abstinência?) são conhecidos por 15% dos alunos, ficando em último lugar. Principal fonte de informação

45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0

Planeamento familiar Quanto ao conhecimento do que é o planeamento familiar, 2/3 dos rapazes (66,9%) e 9 em cada 10 raparigas (93,8%) afirmam saber o que é. Contudo, são poucos os rapazes que já foram a uma consulta de planeamento familiar (9,3%). Das raparigas, quase metade (45,6%) já foi a uma destas consultas. A percentagem de raparigas que já tiveram relações e também já foram a uma destas consultas ultrapassa os 2/3 (67,5%). O local a que se recorre é, quase sempre, o centro de saúde: 81,3% para os rapazes, 90,3% para as raparigas. Contraceção Da lista onde os alunos deviam selecionar os vários métodos contracetivos que conhecem, constava a pílula do dia seguinte. Sabemos que, devido às consequências que o seu uso frequente pode ter para a mulher, esta não deve ser considerada como método mas sim como solução ocasional e de recurso. Contudo, em muitas camadas da população, existe esta confusão e quisemos testar o que pensam os nossos alunos.

listadas como sendo sexualmente transmissíveis. A maioria dos alunos apenas consegue identificar 1, 2 ou 3 delas. Apesar de 98% do total de alunos dizerem nunca ter tido nenhuma IST, 12,2% dos rapazes e 21,0% das raparigas admitem conhecer alguém que tem ou já teve uma delas. Para se protegerem das infeções durante uma relação sexual, a esmagadora maioria (97,9% do total) sabe que o preservativo é o único meio. O problema é saber se fazem a ligação entre a teoria e a prática. És fumador? Esta questão suscitou a mesma perplexidade de há 3 anos quando foi introduzida no inquérito. Queríamos saber se o que diz a literatura que se dedica a esta temática se verificava na nossa escola: as relações sexuais dão-se mais cedo e mais frequentemente entre os fumadores. De facto, assim é: apenas 15,2% dos rapazes e 18,6 % das raparigas se assumem como fumadores. Deste universo, 85,7 % dos rapazes fumadores e 81% das raparigas fumadoras afirmam já terem tido pelo menos uma relação sexual. Entre os não fumadores, as percentagens são de apenas 46,8 para os rapazes e de 43,5 para as raparigas. T (%)

Já tiveram a primeira relação Em média, a percentagem de F(%) rapazes da escola que dizem que já tiveram uma relação sexual é de 52,7%; quanto às raparigas a percentagem é de exatamente 50%. A leitura do gráfico da página seguinte (de onde retirámos ao alunos com as idades extremas, ou seja, com 12, com 20 e com 21 anos) revela, obviamente, que, quanto mais velhos, maior a percentagem de alunos que dizem já ter tido relações. Repare-se que a percentagem dos rapazes é sempre ligeiramente mais elevada que a das raparigas. A causa da diferença entre rapazes e raparigas nos alunos com 13 anos não nos parece clara. Dos que já tiveram a sua “primeira vez” cerca de 3/4 (74,4%) dizem que “aconteceu” e apenas 1/4 planificaram essa ocasião. Mais de 50% afirmam que voltariam a fazer tudo da mesma maneira (59,1%), sendo este M(%)

Infeções sexualmente transmissíveis (IST) Quase 100% dos alunos estão convencidos que sabem o que são infeções sexualmente transmissíveis (IST). A SIDA é indicada, de entre as infeções sexualmente transmissíveis, como a mais conhecida pela quase totalidade dos alunos (97,6%); seguem-se o herpes genital (77,3%) e a sífilis (52,7%). Abaixo dos 50% estão a hepatite B (44,9%) e o vírus do papiloma humano (30,2%). Geralmente, as raparigas reconhecem mais estas infeções que os rapazes. Contudo, há aqui um resultado que contraria o que os alunos responderam anteriormente: apenas 8,1% dos rapazes e 14,6% das raparigas identificam corretamente as 5 infeções


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III Inquérito sobre sexualidade aos alunos dos Casquilhos O que mudou desde o 1º inquérito, em 2005, e após o 2º, em 2008

Desde o 1º número que o ESCrito se tem preocupado em realizar inquéritos que permitam conhecer melhor os nossos alunos. Em março de 2005 divulgamos os resultados do I inquérito sobre a sexualidade dos alunos dos Casquilhos; 3 anos depois voltamos a questionar os alunos e divulgamos a evolução observada. Estava na altura, 3 anos depois, de voltar a aplicar esse mesmo inquérito. São os seus resultados que agora divulgamos. Com que proteção semana (15,8%) e de 1 vez por dia (14,6%). A primeira nota a destacar é que parecem valor ligeiramente mais baixo nos rapazes No lado oposto, 9,4% referem não ter tido (58,9% contra 59,3% das raparigas). Por outro ter desaparecido da lista de métodos nenhuma relação durante este ano. lado, 1/3 dos rapazes gostariam de ter tido anticoncecionais os chamados espermicidas Quanto aos métodos de proteção usados uma primeira vez diferente (33,7%); esse valor (pomada, gel ou espuma vaginal) que eram por quem continua a ter relações, em média, desce para apenas 1/4 (25,7%) nas raparigas. usados há cerca de 30 ou 40 anos. 60,9% referem usar sempre uma proteção, 15,6 Na primeira relação o método de proteção Quem diz que, se fosse hoje, não o teria feito % referem usar regularmente e 18,4% só às representa 15% das raparigas e apenas 7,4% mais usado foi, como estávamos à espera, o vezes. A percentagem dos que dizem fazer preservativo masculino: os rapazes usaramdos rapazes. sexo sem proteção é de 5%. Em todos estes Do total de respostas depreende-se que no como único método de proteção em 79,6% casos, os valores não divergem mais de 97% dos alunos tiveram essa primeira dos casos enquanto a percentagem de significativamente segundo o sexo. raparigas foi de 73,0%. Contudo, há uma experiência com uma pessoa do sexo oposto. Dos que dizem usar proteção, o mais percentagem significativa de raparigas que, Idade da primeira relação escolhido pelos rapazes é o preservativo para além do preservativo, também usaram a (90,4%); as raparigas também o referem em pílula contracetiva (14,4%) pelo que a 47,4% dos casos mas volta a verificar-se o uso soma das duas percentagens dá-nos Já tiveram a primeira relação sexual em simultâneo com a pílula em 37,1% das 87,4%. Preocupante é o facto de ainda % (% por sexo /por idade atual) respostas, o que, somado, dá 84,5%. O uso haver uma percentagem significativa 100,0 isolado da pílula é referido por 11,3% das daqueles que não usaram qualquer raparigas. 90,0 proteção: 16,1% nos rapazes e 10,8% nas Quanto ao número de parceiros sexuais, 80,0 raparigas. incluindo o primeiro, até à data do inquérito, As respostas ao inquérito revelam que 70,0 este revela que quase metade dos rapazes outros métodos, como o uso da pílula do 60,0 (48,4%) só teve um parceiro, enquanto essa MS (%) dia seguinte e o uso exclusivo da pílula 50,0 percentagem desce para 35,2% nas raparigas; FS (%) anticoncecional, foram usados apenas um segundo parceiro só existiu para 19,8% dos 40,0 numa ou noutra situação. rapazes mas já existiu para 29,5% das 30,0 raparigas; a existência de um terceiro parceiro Confidente da primeira vez 20,0 reduz-se a 11% dos rapazes mas existiu para Os amigos vêm em primeiro lugar 10,0 20% das raparigas. entre os confidentes a quem se contou Registe-se um indicador de uma significativa 0,0 idade pela primeira vez o que aconteceu (56,4% promiscuidade ou, talvez, de uma certa 13 14 15 16 17 18 19 atual do total), seguindo-se os irmãos (9,3%) e “gabarolice”: 12,1% dos rapazes e 7,6% das outros não especificados (5,9%). Nas raparigas afirmam já ter tido mais de 5 raparigas, as mães vêm em 3º lugar, parceiros sexuais. O gráfico à direita mostra que os rapazes referidas em 8,5% das respostas. Acreditam? A merecer alguma reflexão o facto de mais parecem ter a primeira relação mais cedo do que as raparigas: as idades médias são, de 1/4 dos rapazes (26,1%) não respetivamente, de 14,73 e de 15,01 anos terem contado este ato a Idade da primeira relação sexual % nessa ocasião. Preocupante pode ser a ninguém, mantendo segredo, de (% por sexo ) percentagem ainda significativa de jovens que o pai só ser escolhido num ou 35,0 a tiveram com 12 ou menos anos: 8,1% do noutro caso e de ninguém recorrer ao médico como confidente. total. 30,0 Com quem se teve a primeira relação As respostas a esta questão mostram diferenças significativas de acordo com o sexo de quem responde: 85,8% das raparigas tiveram a sua primeira vez com o namorado enquanto apenas 8,8% o fizeram com um amigo. Nos rapazes, a percentagem de primeiras relações com as namoradas desce para os 67,7% enquanto a relação com uma amiga sobe para os 19,8%.

Vida sexual 80,4% dos rapazes voltaram a ter relações após a primeira vez, enquanto essa percentagem sobe para 89,5% nas raparigas. Para este grupo de alunos que continua a ter relações sexuais, a frequência mais indicada é, por ordem decrescente, de 2 vezes por semana (28,7%), 1 vez por

25,0 20,0

M

15,0

F

10,0 5,0 0,0 <=12 13

14

15

16

17 >=18

idade


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ESCrito

Sexualidade

Área de projeto

O que está a mudar

Crónica de uma morte

A análise dos resultados, ao longo destes 3 inquéritos aplicados com 3 anos de intervalo entre eles, permite salientar algumas mudanças entre os nossos alunos. Apesar de quase todos reconhecerem a SIDA como infeção sexualmente transmissível (IST), poucos são os que conseguem identificar a totalidade de IST na lista fornecida. Apesar de o vírus do papiloma humano ser mais conhecido neste inquérito que no anterior, resultado, possivelmente, da introdução da campanha de vacinação entretanto iniciada, continua a ter uma percentagem de respostas inferior a 40% nas raparigas e 20% nos rapazes. Igualmente, apesar de os alunos que assumem já ter tido uma IST ser insignificante, entre 12 a 21% reconhecem conhecer alguém que já teve uma delas. O preservativo foi a proteção mais usada na primeira vez: entre os 70 e os 80% para os rapazes e entre os 85,9 e 87,4% para as raparigas. Neste último caso, o preservativo é acompanhado da pílula em cerca de 15%. Contudo, nas relações sequentes os rapazes usam mais o preservativo (ligeiramente acima dos 90%) mas as raparigas reduzem o uso do preservativo para cerca de metade, aumentando o uso da pílula para os 37/ 38%. Parece haver uma inversão na definição do parceiro da 1ª relação de acordo com o sexo do aluno: nas raparigas, a percentagem das que o fizeram com o namorado tem vindo a baixar (89,3, 87,9 e 85,8%), aumentando a percentagem das que o fizeram com um amigo ou um desconhecido; nos rapazes, inversamente, aumentou a percentagem dos que tiveram essa experiência com a namorada (53,8, 52,6 e 67,7%), diminuindo drasticamente

a 1ª relação com uma amiga (34,4, 31,9 e 19,8%) ou com outros. Parece também observar-se uma outra tendência: nos rapazes, a percentagem dos amigos e da televisão como fonte de informação tem vindo a baixar para quase metade, aumentando para o dobro a importância dos textos/internet que já atinge quase os 24%. Esta tendência também surge entre as raparigas, em que a importância dos textos/internet triplicou, reduzindo-se a importância dos amigos. Claro que todos estamos a pensar muito mais na internet do que em livros especializados. Apesar do que se disse anteriormente, as mães conseguem ser ainda a principal fonte para as raparigas, embora já não cheguem a 1/3 do total. Por outro lado, recorre-se cada vez mais aos centros de saúde para as consultas de planeamento familiar a que as raparigas vão mais frequentemente, embora não cheguem ainda a metade do total (45,6%, atualmente). Finalmente, algo se está a passar com a percentagem dos que acham que deve haver educação sexual nas escolas: estes valores têm vindo sempre a diminuir, em ambos os sexos (dos 95,9 para 83,2%, nos rapazes, e dos 91 para os 86,7%, nas raparigas).

Esta disciplina do 12º ano vai desaparecer do currículo do ensino secundário a partir do próximo ano letivo (veja-se a notícia da página 4). Foi uma das últimas medidas da anterior ministra da educação, justificada não por motivos pedagógicos mas pela limitação das despesas públicas que a atual crise impôs a Portugal. Neste momento em que o fim da disciplina foi anunciada, deixamos aqui alguns dos trabalhos realizados este ano. Não pretendemos apresentar um Depois de um inquérito, os alunos do 12º C desenvolveram um projeto em volta do tema eleito pelos seus colegas, concebendo um workshop de dança, graffiti e hip-hop. A dimensão que o projeto tomou impediu que o mesmo fosse apresentado na escola, como estava previsto, transferido-o para a tenda da Câmara no parque da cidade.

Os dados dos 3 inquéritos estão disponíveis no sítio da escola em www.esec-casquilhos.rcts.pt Cartaz e conceção gráfica de Mikael Santos | ESSA

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Ficha técnica Este inquérito foi realizado aos alunos da Escola Secundária de Casquilhos em situação de sala de aula entre 7 e 20 de junho de 2011. Foram recolhidos 444 inquéritos em todas as turmas dos 6 anos de escolaridade (205 do ensino básico e 239 do ensino secundário), exceto nas turmas do 9º ano do CEF e do 12º ano de cursos profissionais, por já se encontrarem em estágio, e no 12º A. As respostas representam 66,6% do total de alunos existentes em junho nesta escola (contabilizados turma a turma na disciplina em que se encontrava o maior número de alunos inscritos). Foram eliminadas 30 respostas por não indicarem o sexo ou a idade ou por, manifestamente, serem incongruentes,

sendo validadas 414. Os dados foram introduzidos entre 7 e 22 de junho em Microsoft Office Excel 2007 pelo professor Renato Albuquerque. O tratamento informático e estatístico é também da sua responsabilidade. Com exceção das questões 10, 12 e 21, todas as perguntas admitiam apenas uma resposta. A pergunta 4., sobre a principal fonte de informação quanto à sexualidade, apesar de se realçar por duas vezes que admitia apenas M F T uma resposta, teve 20,5% de respostas 7º 25 16 41 múltiplas, sendo 8º 41 29 70 aquela em que 9º 23 30 53 esta situação mais 10º 45 65 110 se verificou. 11º 36 61 97 12º 16 27 43 186 228 414

Resultado dos gaffiti


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Alunos dos Casquilhos premiados / 1

12º ano

anunciada

levantamento exaustivo do muito que foi feito mas apenas, em jeito de homenagem, reconhecer o trabalho de todos os que se empenharam nesta disciplina ao longo destes anos. Foram muitas as iniciativas apresentadas à escola, umas mais simples, outras mais elaboradas. Mas todas estas iniciativas tiveram sempre em comum o empenho de alunos e professores e possibilitaram a aprendizagem de métodos cooperativos de trabalho de projeto extremamente importantes para a formação dos nossos alunos. No dia 27 de Maio, realizou-se pelas 21:00 no auditório da biblioteca municipal do Barreiro a apresentação da peça de teatro Mais um ano! Esta peça é o resultado de um projeto dinamizado pelas alunas Diana Garcia, Daniela Severino e Sandra Silva, no âmbito de área de projeto da turma D do 12º ano. Este ateliê de teatro foi desenvolvido desde o início do ano letivo, em tempo extracurricular, às quartas-feiras. A peça, um misto de teatro e de dança, resultou do empenho de seis alunos do 7º ano (Beatriz Costa, Carlos Tomé, Joana Neves, Joana Mendes e Nadir Samuel, do 7ºA, e Ruben Amaral, do 7º B) e é uma iniciativa de grande valor, não só pelo empenho de todos, mas pelo envolvimento das famílias. Estão, pois, todos de parabéns! Leonor Inácio

Mais um ano! - os atores

A Escola Secundária de Casquilhos foi uma das escolas vencedoras da Prova Distrital do Concurso Nacional de Leitura, realizada no Auditório Municipal de Alcácer do Sal, no passado dia 28 de Abril: apurada, como suplente, para a Final Nacional, que terá início no dia 14 de Maio, em Lisboa, a aluna Vanessa Duarte, do 10º C, foi um dos três alunos premiados, na categoria do Ensino Secundário. Felicitamos a Vanessa e todos os alunos que participaram neste concurso, que é promovido pelo Plano Nacional de Leitura, em articulação com a RTP, a

Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas e a Rede das Bibliotecas Escolares. Este texto da professora Esmeralda Lopes é escrito com a ortografia anterior ao acordo de 1990.

A aluna Vanessa Duarte (a primeira a contar da direita) exibindo o seu prémio em Alcácer do Sal

Alunos dos Casquilhos premiados / 2 Pela segunda vez consecutiva alunos da nossa escola participaram no encontro nacional do projeto radiação e ambiente e pela segunda vez consecutiva foram premiados. O encontro deste ano realizou-se em Penacova e os alunos do 9º A, coordenados pela professora de física e química, Maria do Anjo Albuquerque, classificaram-se em 2º lugar na categoria do 3º ciclo. Lembre-se que foram estes mesmos alunos que o ano passado venceram esta categoria no encontro realizado, nesse ano, em Beja. No encontro deste ano (o 5º) participou também uma equipa do 11º B, na categoria

de ensino secundário, coordenada pela professora Carmen Oliveira. Este projeto foi criado na nossa escola no ano de 2006/07 através de um protocolo entre o Laboratório de Experimentação e Física de Partículas (LIP) e os Casquilhos e é financiado pelo projeto Ciência Viva.

Maria Viana, Rafael Rodrigues e Ana Rodrigues, os representantes do 9ºA

Poster apresentado em Penacova: conceção gráfica da professora de educação visual do 9º A, Ana Rita Oliveira

Mia Couto presente nos Casquilhos No dia 10 de Maio, pelas 10:30, esteve presente na biblioteca desta escola Mia Couto. Este escritor moçambicano, largamente premiado pela sua obra, é considerado como um dos grandes construtores contemporâneos da língua portuguesa, usando novas palavras como devagaroso, cadaqualmente e namorinhar, por exemplo. O espaço foi pequeno para todos os que

queriam escutar as suas palavras, quer alunos, quer professores, assim como para a sessão de autógrafos que se seguiu. Também estiveram presentes muitos exprofessores que aproveitaram esta oportunidade para rever a escola e muitos amigos que ainda cá trabalham. A presença de Mia Couto deveu-se a um convite da biblioteca escolar.

A professora bibliotecária, Conceição Pimenta, apresentando Mia Couto


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5ª edição do

Colóquio dos jovens filósofos

A iniciativa pertenceu mais uma vez aos professores de filosofia da nossa escola, coordenados pela professora Maria Emília Santos e contou com o apoio da Escola Secundária de Augusto Cabrita, da Câmara Municipal do Barreiro, da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro e da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Para além destas 2 escolas secundárias do concelho do Barreiro, vieram também diversos alunos da Escola Secundária de Santo António e da Escola Secundária da Quinta do Marquês, em Oeiras. Entre as 10:00 e as 18:00 os alunos apresentaram as reflexões suscitadas

Cartaz de Miguel Brinca

A quinta edição do Colóquio dos Jovens Filósofos decorreu no passado dia 12 de maio no auditório da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, na Urbanização dos Fidalguinhos. pela leitura de obras tão diferentes como A Metamorfose, de Kafka, O Príncipe, de Maquiavel, Apologia de Sócrates, de Platão e A coragem de Escolher, de Fernando Savater. O colóquio contou com a presença na mesa, para além dos professores de filosofia da nossa escola e da Augusto Cabrita, dos Doutores Amílcar Martins, da Universidade Aberta, e Luís Crespo de Andrade, da Universidade Nova de Lisboa. O sucesso desta edição, que encheu por completo o auditório, deixa cada vez mais responsabilidades aos organizadores que prometem já um novo colóquio para 2012.

Fernando Savater por Miguel Herranz em http://freekhand.blogspot.com/

Auditório cheio para ouvir e participar

Franz Kafka e a sua metamorfose

A mesa do colóquio à tarde: Amílcar Martins, Maria Emília Santos, Ana Soares e Luís Filipe Crespo


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Alunos assumem a iniciativa de 8 de abril

Um dia pelas artes Após 4 edições do Dia das Artes (2007-2010), os professores de artes visuais da escola acharam que estava na altura de outros pegarem nesta iniciativa. Esta decisão causou grande desalento entre os alunos que pensaram logo em aplicar tudo o que tinham aprendido com os professores e em colocar de pé Um dia pelas artes.

Desenho feito por um pequeno visitante no dia pelas artes

Para concluir o dia, o Wilson Santos realizou uma demonstração efémera de graffiti no pátio da escola.

Graffiti (pormenor)

Se bem o pensaram, melhor o puseram em prática no passado dia 8 de abril. No pedido de autorização ao conselho pedagógico para organizar a atividade, as organizadoras, Adriana Miranda e Inês Pinto, referiam que esta visa não só contribuir para uma maior aproximação dos alunos à comunidade em que a escola se insere, como também estimular a produção, a receção e o consumo de objetos e manifestações artísticas e culturais. Acrescentavam que, à semelhança da experiência obtida nas edições do “Dia das Artes”, este evento constituirá não só um momento de divulgação dos materiais produzidos durante as aprendizagens, como também uma forma inequívoca de promoção dos nossos jovens criadores junto da comunidade em geral. Finalmente, afirmavam que o Dia pelas Artes (...) pretende constituir um dia de grande animação e dinâmica da vida escolar promovendo uma interação entre todos os agentes educativos, alunos, pais e agentes económicos da cidade. Entre outras atividades, destaquemos a receção que foi feita a diversos grupos de alunos de escolas do concelho, com muita animação e moldagem de balões, pinturas faciais, esculturas em gesso, caricaturas, construção de postais e marcadores de livros, espaços para expressão dos visitantes (veja-se o exemplo em baixo, de um autor anónimo, certamente um futuro aluno de artes dos Casquilhos), enfim, um sem número de atividades.

Criação de postais e marcadores de livros

Momentos de animação

Deixando marcas de criatividade no mural

Criação de esculturas


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Um dia pelas artes

Galeria d’Arte A Galeria d’Arte mostra os projetos desenvolvidos pelos alunos de artes, renovando periodicamente o espaço da nossa escola situado em frente da sala de professores.

Parte da organização

jan.2011 | A beleza não está ligada ao consumismo | 12º E Coordenadora: professora Carmen Luís

Pintura facial

À conquista dos Casquilhos

Esculturas em alumínio Estiveram patentes, durante o mês de abril e de maio, no relvado junto à entrada da escola, diversas esculturas realizadas a partir de materiais recicláveis (latas de refrigerantes, por exemplo). Estes trabalhos foram realizados pelos alunos de artes do 12º E na disciplina de Materiais e Tecnologias, orientados pela professora Carmen Luís. Podes ver uma exposição virtual a partir do site da escola em http://www.esec-casquilhos.rcts.pt/ Noticias.htm [28 de abril].

Este projeto foi realizado no âmbito da disciplina de Materiais e Tecnologias e tem como referência o ecodesign, que consiste na aplicação prática e preocupações ambientais na produção de objetos com design. Reutilizamos mobiliário sem utilidade, particularmente a madeira, e a partir dele criamos novos objetos com diversas funções. As peças de mobiliário fazem parte do nosso quotidiano, criámo-las com a preocupação de serem funcionais, estéticas e ecológicas. Inspiramo-nos nos objetos dos irmãos Campana porque as suas peças têm estas características. Com esta exposição pretendemos alertar a comunidade escolar para o facto de ser possível transformar o inútil em algo adaptado às nossas necessidades e gostos.

fev.2011 | Amor é ficção | 10º F Coordenadores: Ana Rita Oliveira e Cristina Silva

Nos dias que correm é normal vermos filmes onde os actores dão beijos técnicos mas na década de 40 onde os actores mal


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encostavam os lábios, muitas das cenas românticas, ou seja, com beijos técnicos eram censuradas. Na nossa sociedade é banal vermos estes beijos, mas será que são reais ou não passam de pura ficção? Hoje em dia, todos esperamos viver um grande amor com beijos e afetos reais. Apesar de não serem verdadeiros, são estes momentos que aqui vemos que nos dizem que vale a pena apaixonarmo-nos. FELIZ DIA DOS AFETOS / NAMORADOS maio.2011 | alinhas | Inês Nunes, 12º E

mar.2011 | Quando chegar a Primavera | alunos do 11º E Coordenador: professor Paulo Nunes

Quando vier a Primavera, Se eu já estiver morto, As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma Se soubesse que amanhã morria E a Primavera era depois de amanhã, Morreria contente, porque ela era depois de amanhã. Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. Por isso, se morrer agora, morro contente, Porque tudo é real e tudo está certo. Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é. Alberto Caeiro, Poemas Incompletos

Ao contrário do que tem sido habitual nas exposições desta galeria, os trabalhos agora apresentados pertencem exclusivamente a uma aluna do curso de artes visuais. Estes “desenhos” são o desenvolvimento de pequenos exercícios realizados no seu diário gráfico à volta do tema da linha. A partir do uso do lápis de cor, da aguarela e da linha de lã e de algodão, a Inês constrói nove composições que exploram as várias possibilidades da linha enquanto elemento gráfico, seja em forma e padrões bem definidos, seja em texturas. Mas o aspeto mais interessante deste trabalho é talvez o modo como a maioria das composições nos deixa permanentemente na dúvida sobre se estamos a observar uma linha desenhada, pintada ou de algodão (ou lã). Os próprios trabalhos foram colocados na galeria a uma distância do vidro e do observador que suscita a dúvida sobre o tipo de linha utilizado. Do ponto de vista pedagógico, o desenvolvimento e apresentação deste trabalho tem também o objetivo de motivar a construção de uma identidade visual; para além dos exercícios realizados nas várias disciplinas do curso de artes visuais.

maio.2011 | No tempo dos (bis)avós Coordenadores: professores Paula Gil e Renato Albuquerque (grupo 400 - História)

A presente exposição pretende ser uma pequena mostra do quotidiano de uma família de finais do século XIX / início do século XX. Numa época em que o dia começava cedo com a higiene íntima e, igualmente, terminava cedo em redor da mesa. Numa época em que o tempo era vivido em família, a mãe bordava à mão em pano “Batista” (cambraia), as crianças brincavam e liam, o pai, autoridade da família, assistia e ouvia a rádio… Numa época em que a felicidade era vivida no núcleo familiar, muitos destes objetos são iguais aos que existem ainda na casa dos vossos avós… Os objetos expostos pertencem a coleções particulares e foram todos gentilmente cedidos pela família Gil exceto os n.º 40 e 43, cedidos pela família Libório, e o nº 67, cedido pela família Guimarães.

O projeto Galeria d’Arte escreve com a ortografia anterior ao acordo de 1990.

Dia da poesia No passado dia 21 de Março, a nossa escola comemorou o Dia da Poesia. Houve poemas feitos pelos alunos, exposição e projecção de trabalhos sobre poetas, leitura expressiva de poesia, filmada. E em todas as carteiras e mesas da escola apareceu colado um pequeno poema. Os autores seleccionados eram de todas as épocas e de várias nacionalidades. Muita

gente gostou de ler, comentou… Esta iniciativa do Departamento de Línguas, e em especial dos alunos e professores de Português, assinalou a beleza e o sentido de uma das artes mais representativas da nossa cultura, a poesia. Esperamos repetir outras vivências poéticas. Este texto da professora Ana Garrido é escrito com a ortografia anterior ao acordo de 1990.


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ESCrito

Sudoku

fornecido por Mestre Coelho

! s a i r é Boas f

No Sudoku* é preciso preencher os espaços em branco de forma a que cada um dos quadrados possua os 9 algarismos (de 1 a 9) apenas uma vez. Depois de preenchidos, cada linha, vertical ou horizontal, também terá os mesmos 9 algarismos, sem repetições. Grau de dificuldade: difícil. * Abreviatura da expressão japonesa suuji wa dokushin ni kagiru que significa os dígitos devem permanecer únicos.

Antes de irmos de férias, aqui ficam mais umas...

Voltas à cabeça fornecido por Mária Correia

A

À hora do almoço, seis alunas dos Casquilhos resolveram fazer um piquenique no Parque da Cidade. A Ana, a Beatriz, a Celina, a Diana, a Elizabete e a Fernanda sentaram-se à volta de uma mesa redonda da seguinte forma. • A Ana não se sentou ao lado da Beatriz nem da Celina; • A Beatriz está à frente da Diana; • A Elizabete está à esquerda da Ana; • A Fernanda não está à frente da Ana. Descobre como estavam sentadas as alunas dos Casquilhos.

B Numa corrida, participaram os seis carros da figura. Os carros têm os números 3, 5, 9, 11, 15 e 17. Indica o número dos três primeiros carros pela ordem de chegada, sabendo que: • O carro que chegou em 1.0 lugar tem um número primo. • O número do carro que chegou em 2.0 lugar não é um número primo. • A soma dos números dos três primeiros carros a chegar é igual a 31. • A soma dos números dos dois primeiros carros a terminar a prova é inferior ao número do carro que terminou em 3.° lugar. Completa: 1.º 2.º 3.º -

Soluções na página 4 O nosso jornal é reproduzido em fotocopiadoras Nashuatec fornecidas pela empresa Beltrão Coelho


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