Edição 38

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Sorocaba

Apple sem Steve Jobs?

Enfermagem integra projeto nacional

Acompanhe a repercussão da saída de Steve Jobs da Apple, anunciada no final de agosto. A reportagem do PUC em Notícias pediu ao professor Alexandre Campos Silva, da área de tecnologia, que comentasse a saída de Jobs, em breves depoimentos. |pág. 4

O Depto. de Enfermagem integrará a pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento, promovida pelo Ministério da Saúde e coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O objetivo é realizar um levantamento da situação da assistência à

Bruna Pretel

Breves

gestante, ao parto e nascimento em todo o País. Serão entrevistadas 24 mil puérperas (mulheres que deram à luz recentemente) em estabelecimentos de saúde públicos e privados. O projeto terá participação de estudantes e professores de Enfermagem da PUC-SP. |pág. 4

www.pucsp.br Ano 3 • Número 38 setembro - 2011

Jornal quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Memória

PUC-SP perde Nadir Kfouri Professora estava à frente da PUC-SP na invasão de 1977 Thiago Pacheco

Medicina Estudantes do ensino médio visitam campus da Universidade Jovens interagiram com alunos de Sorocaba Bruna Pretel Estudantes do Ensino Médio e de cursinhos pré-vestibulares de diversas escolas de Sorocaba e cidades vizinhas tiveram a oportunidade de conhecer o curso de Medicina da PUC-SP e interagir com os universitários. A visita ao campus ocorreu nos dias 17 e 18/9, como parte integrante da vigésima edição do Sim ou Não? – Encontro Teórico-Prático de Esclarecimento ao Jovem sobre o Curso e a Profissão Médica. O

Acervo DCI

Faleceu na noite de 13/9 a professora Nadir Gouvêa Kfouri, reitora da PUC-SP entre os anos de 1976 e 1984. A Universidade decretou luto oficial de três dias. Nadir foi a primeira reitora do Brasil a ser eleita pelo voto direto de professores, funcionários e alunos (1980). Já chefiara a gestão anterior da Reitoria, convidada pelo cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. Nadir defendeu pessoalmente a PUCSP em 22/9/1977, quando a Polícia Militar invadiu o campus Perdizes. Ao lado do vice-reitor comunitário, João Edênio dos Reis Valle, e do diretor da Fac. de Direito, Hermínio Alberto Marques Porto, a então reitora enfrentou o secretário de Segurança Pública, coronel Erasmo Dias, chefe da truculenta operação. |pág. 8

evento foi organizado pelo Centro Acadêmico Vital Brazil, formado por alunos de Medicina da PUC-SP. Durante os dois dias de evento, os participantes assistiram a palestras e aulas práticas, focando, principalmente, o método de aprendizado adotado pelo curso e aspectos da profissão. Segundo o presidente do Centro Acadêmico, Lucas Gobbi, o objetivo principal foi desmistificar a formação médica e oferecer elementos objetivos que possam ajudar o pré-vestibulando em sua decisão. |pág. 7

Acervo DCI

Grupo de brasileiros, na Espanha A PUC-SP acaba de participar da primeira edição do Congresso Mundial de Universidades Católicas, realizado em agosto, em Ávila (Espanha). A Instituição foi representada pelo reitor Dirceu de Mello e pelo

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professor Claudio José Langroiva Pereira, chefe de gabinete da Reitoria. O evento aconteceu na Universidade Católica Santa Teresa de Jesus de Ávila e reuniu mais de 540 participantes (gestores, estudantes, pro-

fessores, pesquisadores e religiosos), de 200 universidades e instituições educativas e religiosas de 41 países. O tema que norteou as atividades foi Identidade e missão da universidade católica. O Congresso, idealizado como um fórum acadêmico, teve o objetivo de divulgar a contribuição das universidades católicas para a sociedade humana e a evangelização, além de promover intercâmbios de idéias entre as instituições participantes. Além das conferências magnas, das mesas de debates e da apresentação de estudos, o Congresso também realizou uma Feira de Universidades. A PUC-SP esteve presente nesta atividade com os materiais institucionais bilíngües (catálogo, folder e pasta) produzidos pelas Divisões de Comunicação Institucional e de Tecnologia da Informação. |pág. 3

Bruna Pretel

Universidades Católicas Reitor participa de congresso mundial Encontro esclarece sobre o curso e a profissão médica

Graduação Jornalismo cria agência online Criada este ano, a Agência de Jornalismo Online Mauricio Tragtenberg (AGEMT) tem se firmado como um espaço para produção de notícias, distribuição e venda de reportagens para veículos da mídia. O trabalho permite que os alunos do curso de Jornalismo possam vivenciar na prática o processo de produção jornalística diária.

Ainda em fase experimental, uma das primeiras atividades desenvolvidas pela AGEMT foi a cobertura ao vivo da Semana de Jornalismo 2011. O evento foi realizado entre 30/5 e 3/6, no campus Perdizes. O nome da agência é uma homenagem ao professor e sociólogo Mauricio Tragtenberg (19291998), professor da PUC-SP entre 1975 e1992. |pág. 7

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Louvain Em setembro e outubro, o professor Antonio Manzatto ministra curso no Programa de Pós-Graduação em Teologia e Ciências Religiosas da Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Louvain (Bélgica). www.pucsp.br

02 Anec

Professores e alunos de graduação e pós em Enfermagem participam de um projeto de abrangência nacional que irá levantar a atual situação das gestantes no país, desde a gravidez até o nascimento do bebê. O estudo comandado pelo Ministério da Saúde e coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) leva o nome de Nascer no Brasil e abarcará instituições de saúde selecionadas aleatoriamente em 190 municípios, incluindo as 27 capitais. Docentes e estudantes da PUC-SP integrarão o time que entrevistará mais de 20 mil mulheres que deram à luz recentemente, em estabelecimentos públicos e privados. Os resultados do trabalho mostrarão questões como a incidência de partos cesarianos, em instituições públicas e privadas do Sistema de Saúde Nacional, segundo a localização geográfica, além de descrever as complicações maternas e infantis por tipo de parto, com ênfase na prematuridade. A PUC-SP pesquisará a região de Sorocaba. Saiba mais nesta edição sobre o estudo que ajudará a nortear as políticas públicas na área para os próximos 20 anos. Boa leitura!

setembro - 2011 Grão-Chanceler: Dom Odilo Pedro Scherer Reitor: Dirceu de Mello Vice-reitor: Antonio Vico Mañas Pró-Reitores: André Ramos Tavares (Pós-Graduação) Haydee Roveratti (Educação Continuada) Hélio Roberto Deliberador (Cultura e Relações Comunitárias) José Heleno Mariano (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) Marina Graziela Feldmann (Graduação) Chefe de Gabinete: Claudio José Langroiva Pereira Diretora da Divisão de Comunicação Institucional: Eveline Denardi (MTb 27.655) Editora: Thaís Polato (MTb 30.176) Reportagem: Bete Andrade Eveline Denardi Priscila Lacerda Thaís Polato Thiago Pacheco Assistente-administrativa: Vera Lucas Projeto Gráfico e Editoração: Núcleo de Mídias Digitais Impressão: Artgraph Tiragem: 2 mil exemplares Redação: Rua Monte Alegre, 984, sala T-34 Perdizes, São Paulo, SP CEP 05014-901 Tel.: (11) 3670-8196 E-mail: comunicacao@pucsp.br

PUC-SP participa do Congresso Estadual de Educação Católica Tradição, inovação e empreendedorismo foram o eixo norteador das palestras Thaís Polato Entre os dias 1º e 3/9, a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec) realizou o Congresso Estadual de Educação Católica, em São Paulo, na sede do Colégio Salesiano Santa Terezinha, em Santana (Zona Norte). O evento reuniu mantenedores, gestores, professores e outros profissionais em torno dos eixos Tradição, Inovação e Empreendedorismo. O objetivo dos organizadores foi refletir sobre a missão do educador que atua em instituições católicas para uma educação humana, libertadora, ética e cristã de excelência. Mais de 600 pessoas participaram do evento, que foi aberto com uma missa presidida pelo arcebispo de São Paulo e grão-chanceler da PUC-SP, cardeal Dom Odilo Pedro Scherer. A Universidade também participou da organização do congresso, por meio da atuação da irmã Valdete Contin e da profa. Dieli Vesaro Palma. “Esse congresso foi construído em equipe, cada participante foi trazendo a sua experiência, tendo sempre a preocupação de cons-

Fotos: Thaís Polato / DCI

Editorial

Prof. Edênio, do Pós em Ciências da Religião, durante o evento da Anec truí-lo a partir da educação católica, com o intuito de dar maior visibilidade à sua identidade”, afirma Roberto Duarte Rosalino, coordenador da Anec em São Paulo. Entre os palestrantes, esteve o professor João Edênio dos Reis Valle (Pós em Ciências da Religião da PUC-SP), que falou sobre o tema Escola Católica: excelência acadêmica e evangelizadora. “Excelência é um termo impróprio se não for tratado como uma meta.

Uma instituição deve buscar ser relevante para o país, ter a qualidade como elemento constitutivo e oferecer um bom produto para conseguir sobreviver”, defende Valle. O congresso contou ainda com as palestras Cenário Socioeconômico e Político Brasileiro (Rudá Guedes Moisés Salerno Ricci), Cenário da Educação Brasileira (Guiomar Namo de Mello), Cenários da Igreja Católica no Brasil (José Oscar Beozzo), Educação Ca-

tólica: interface, tradição, inovação e empreendedorismo, Teologia de Educação (Maria Clara Luccheti Bingemer), Função Social da Educação: desafios e possibilidades (Selma Garrido Pimenta) e Ser educador cristão em tempos de inovações (Nivaldo Luiz Pessinatti). Apresentações culturais, de projetos sociais e de grupos temáticos, além de celebrações, também integraram a programação do evento.

Nota Guia do Estudante 2011

Irmã Valdete e profa. Dieli : auxílio na organização

A PUC-SP teve 24 cursos estrelados na premiação Melhores Universidades 2011, do Guia do Estudante (Ed. Abril). São eles: Administração, Ciência da Computação, Ciências Atuariais, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Ciências Sociais, Comunicação das

Artes do Corpo, Direito, Engenharia Elétrica, Filosofia, Fonoaudiologia, Geografia, História, Jornalismo, Comunicação e Multimeios, Pedagogia, Psicologia, Publicidade e Propaganda, Relações Internacionais, Serviço Social, Turismo, Ciências Biológicas, Enfermagem e Medicina.

Material do evento trazia brasões da PUC-SP e da Fundasp

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Publicidade Os alunos Murilo Israel, Rafael Figueiredo, Claudio Rodrigues, Julia Drezza, Rodrigo Furlani e Cassius Octani venceram a categoria Campanha publicitária da 18ª edição da Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom 2011). www.pucsp.br

03 Sociedade

Notas Solidariedade

PUC-SP participa do Congresso Mundial de Universidades Católicas

A equipe Os filhos da PUC do bem (composta por alunos, funcionários, professores e familiares do campus Barueri) marcou presença na Blitz do Bem, mais uma das etapas da edição 2011 da Gincana do Bem. Os filhos da PUC do bem já participaram de diversas provas: Quermesse do Bem, Baile brega, MC dia Feliz e Prova da Saúde. Ainda nessa edição participam das provas: Doação de Sangue; Plantio de Arvores pela Cidade; Pedalada do Bem; Arrecadações de Alimentos entre outras.

Reitor e chefe de gabinete estiveram entre os mais de 540 participantes do evento Thiago Pacheco

DEBATES – A mesa de abertura do Congresso, dia 12/8, contou com conferência do cardeal Zenon Grocholewski (prefeito da Congregação para a Edu-

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Esculturas Fotos: Acervo DCI

A PUC-SP foi representada pelo reitor Dirceu de Mello e pelo professor Claudio José Langroiva Pereira, chefe de gabinete da Reitoria, no Congresso Mundial de Universidades Católicas. Foi a primeira edição do evento, que aconteceu na Universidade Católica Santa Teresa de Jesus de Ávila (Espanha), entre os dias 12 e 14/8, e reuniu mais de 540 participantes (gestores, estudantes, professores, pesquisadores e religiosos), de 200 universidades e instituições educativas e religiosas de 41 países. O tema que norteou as atividades foi Identidade e missão da universidade católica. O Congresso, idealizado como um fórum acadêmico, teve o objetivo de divulgar a contribuição das universidades católicas para a sociedade humana e a evangelização, além de promover intercâmbios de idéias entre as instituições participantes. “Foi um evento de caráter oficial da Igreja Católica, uma atividade de grande importância e à qual a PUC-SP não podia deixar de participar”, declarou o reitor Dirceu. De acordo com ele, o Congresso abriu oportunidades para que as universidades católicas discutissem a respeito do ensino ministrado nelas e sobre o relacionamento da direção e do corpo docente das instituições com os jovens. “Além disso, a partir do contato com outras instituições, também pudemos conhecer méritos especiais da nossa PUC-SP. Pude notar que no tocante à democracia plena, por exemplo, somos a única do mundo. A interação permitiu ainda observar algumas de nossas deficiências, para que possamos superá-las”, ponderou.

Palestra realizada na Universidade Católica Santa Teresa de Jesus de Ávila (Espanha) cação Católica). Ao longo do evento, foram realizadas quatro conferências magnas: no dia 13/8, o monsenhor Rino Fisichella falou sobre A Universidade e a Nova Evangelização e o professor Alejandro Llano Cifuentes (Universidade de Navarra, espanha) fez a apresentação Repensar a Universidade; no dia 14/8, o professor Stefano Zamagni (Universidade de Bolonha, Itália) discorreu Sobre a relação studium e imperium na pós-modernidade: o papel específico da Universidade Católica e o professor Buonomo Vincenzo (Pontifícia Universidade Lateranense, Itália) tratou do tema A contribuição da educação católica universitária aos Direitos Humanos. A programação do evento teve quatro mesas-redondas, com a participação de professores e pesquisadoras das mais diversas áreas do saber. Foram debatidos os seguintes assuntos: Coaching: El acompañamiento personal en la Universidad Católica; La contribución de la Universidad Católica al desarrollo de una antropología; La respuesta de la Universidad Católica a los grandes retos de la humanidad; e La Universidad Católica y su proyección evangelizadora. Esses qua-

tro temas foram os eixos temáticos das sessões de comunicação, que contou com 79 pesquisas. Uma delas, da PUC-SP: Perfil da religiosidade de estudantes universitários, realizada pelo professor Jorge Cláudio Ribeiro (Depto. Ciências da Religião). A mesa de encerramento do Congresso foi realizada pelo cardeal Antonio María Rouco Varela (arcebispo de Madrid e presidente da Conferência Episcopal Espanhola). FEIRA – Além das conferências magnas, das mesas de debates e da apresenta-

ção de estudos, o Congresso também realizou uma Feira de Universidades, com o objetivo de reunir os participantes do evento e aprofundar as relações entre as diversas instituições. As universidades contaram com um estande para apresentar sua estrutura, cursos e possibilidades de convênios internacionais. A PUC-SP esteve presente nesta atividade com os materiais institucionais bilíngües (catálogo, folder e pasta) produzidos pelas Divisões de Comunicação Institucional e de Tecnologia da Informação. O reitor também participou deste

evento, e disse estar satisfeito com o resultado: além dos contatos que pôde estabelecer com diversas universidades, ele conta que todo o material de divulgação da PUC-SP foi levado pelos congressistas. O Congresso Mundial de Universidades Católicas foi realizado antes da edição 2011 da Jornada Mundial da Juventude, que aconteceu em Madri. Este evento voltará a ser realizado no Rio de Janeiro, em 2013; no mesmo ano, a PUC-MG organizará e abrigará o próximo Congresso Mundial de Universidades Católicas.

Feira de Universidades também integrou a programação do evento internacional

A Videoteca promove a exposição Seguimentos, com esculturas de Cássio Lázaro. A mostra apresenta obras de todas as fases do escultor, uma retrospectiva que conduz a seu universo criativo e revela seu processo de criação em diferentes momentos – sem perder sua característica expressiva, registrada em quase quatro décadas de atividade artística. Seguimentos poderá ser vista no campus Perdizes (saguão da Biblioteca), de 5/10 a 1º/11, e no campus Barueri (prédio principal), de 9/10 a 3/12. A mostra faz parte do projeto Interarte Cultura PUC-SP, que promoverá exposições itinerantes para unir culturalmente os campi da Universidade.

Exposição Até 30/9, está em cartaz no campus Barueri a exposição A Arte: de Verdade, Benevolência e Tolerância. A mostra apresenta reproduções de pinturas realizadas por artistas chineses torturados pelo governo chinês por praticarem um tipo de meditação chamado Falum Dafa, e que hoje residem em Nova York. A exposição, que já foi vista em 40 países do mundo, é composta de 22 pinturas de 18 artistas, é gratuita e aberta ao público (das 8 às 20h, de segunda a sexta-feira; das 8 às 17h, aos sábados). Dia 15/9, foi realizado um debate sobre o assunto. Mais informações 4199-4299.

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Tuca estréia site O Tuca acaba de estrear seu novo site. Confira as novidades em www.teatrotuca.com.br. Na página também é possível acompanhar o teatro nas redes sociais. www.pucsp.br

04 Sorocaba

Cerimônia

Enfermagem participa da pesquisa Nascer no Brasil

Hospital Santa Lucinda inaugura novos setores e amplia serviços oferecidos

Projeto entrevistará 24 mil mulheres

Bruna Pretel

Alunas de Enfermagem desenvolvem pesquisa foi desenvolvida por alunas da pós-graduação em Enfermagem Obstétrica e da graduação em Enfermagem. As estudantes foram selecionadas pela professora Janie Maria de Almeida, supervisora do projeto na região. “Cada estudante realiza, em média, 35 entrevistas. Essa é uma oportunidade de estudar a assistência materna infantil e vivenciar a realidade dessas mães”, conta. Segundo a professora, 20% dos nascimentos no Brasil ocorrem no Estado de São Paulo. “É muito importante que a área de Enfermagem Obstétrica da PUC-SP esteja envolvida nessa pesquisa. Esses levantamentos nortearão políticas públicas para os próximos 20 anos, na perspectiva de transformação do

modelo de assistência no prénatal, o parto e nascimento, por meio de ações efetivas, com o objetivo de reduzir a morbi-mortalidade materna e infantil e qualificar a atenção à saúde da mulher e da criança”, explica. De acordo com as alunas Camila Brienze Martineto, Monikely Barbosa, Anna Jéssica de Camargo, Beatriz Picchi e Marília Guizzelini, essa é uma oportunidade única de conseguir captar as expectativas da mãe durante a assistência recebida na gestação. “Os resultados são positivos. Além disso, já conseguimos reverter algumas situações e fazer mudanças imediatas”, conta Camila. “É um trabalho grandioso no qual podemos colaborar com a cidade e região”, considera Beatriz.

O Hospital Santa Lucinda de Sorocaba (HSL) inaugurou oficialmente, no dia 2/9, as novas ampliações de setores de Hemodinâmica e Litotripsia. O evento teve a presença do prefeito Vitor Lippi, do secretário da Saúde, Ademir Watanabe, dos vereadores Rozendo Oliveira, Francisco Moko Yabiku e Neusa Maldonado, do diretor do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), Luis Cláudio de Azevedo Silva, da diretora de campus profa. Marcela Pelegrini, além da equipe de funcionários do hospital. O diretor superintendente do HSL, José Augusto Rabello Júnior, destacou que as melhorias são frutos a serem colhidos por toda a comunidade sorocabana. “Hoje o Santa Lucinda se tornou um hospital de orgulho e respeito, com uma equipe extremamente profissional. Isso nos permite indicadores fantásticos na maternidade, cardiologia e ortopedia.” O diretor ressaltou a importância de o HSL ser um hospital de ensino. “Não se faz um bom ensino sem uma boa assistência. São grandes desafios que levam nosso hospital além, o colocam em sintonia com o ensino e a comunidade”, disse Rabello. “Sonhávamos com um atendimento SUS que garantisse acesso. Como podemos ver, hoje já temos isso e, agora, trabalhamos pela quali-

Breves Steve Jobs deixa a Apple, mas entra para a história Professor da PUC-SP fala sobre o fim de uma era na indústria da tecnologia Steven Paul Jobs nasceu em 1955, na Califórnia. Foi adotado por um casal de classe média quando tinha apenas uma semana de vida. Abandonou os estudos universitários em 1976 para fundar a Apple, aos 20 anos. Jobs foi uma das personalidades que mais contribuiu para a evolução do mercado de computadores, disposi-

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tivos eletrônicos e gadgets pessoais. Algumas de suas criações se tornaram referências tecnológicas. O fundador da Apple transformou os hábitos de consumo de várias gerações. A renúncia recentemente anunciada por Jobs do cargo de CEO da Apple marca o fim de uma era na indústria da tecnologia. Para repercutir esse fato, em breves depoimentos (veja quadro ao

lado), convidamos o coordenador do Master Business Information Systems (MBIS), oferecido pela Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão da PUC-SP, Alexandre Campos Silva (foto). O docente também é professor do Pós em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (Tidd) e das graduações em Ciências da Computação e em Tecnologia e Mídias Digitais.

Autoridades, durante a inauguração dade”, destacou o prefeito. “Estou muito feliz em ver a ótima qualidade dos serviços e das instalações deste hospital. Aqui existe um diferencial em cada detalhe que vai gerar os melhores resultados no atendimento dos nossos pacientes. Parabéns pelo trabalho fantástico”, declarou. HEMODINÂMICA – Correspondendo a cerca de 60% dos procedimentos voltados a pacientes do SUS, o serviço de Hemodinâmica conta com equipamentos para cateterismos cardíacos e de vasos periféricos, assim como de angioplastias (desobstruções das artérias por cateteres e balões). O Serviço será chefiado pelo médico José Roberto Maiello e está instalado no térreo do hospital. Segundo o responsável, o novo equipamento apresenta um grande diferencial: menor

nível de radiação. LITOTRIPSIA – O HSL também investiu em novos equipamentos que permitirão realizar, aproximadamente, mil procedimentos de litotripsia por mês. Além de atender particulares e convênios médicos, o Serviço atenderá pacientes cobertos com recursos do SUS. A litotripsia é um procedimento não invasivo utilizado na eliminação dos cálculos renais (popularmente denominados “pedras nos rins”) por meio da emissão de ondas de choque direcionadas para o local exato onde se encontram os cristais, que são fragmentados e eliminados junto à urina. O Serviço de Litotripsia do HSL será chefiado pelos médicos Sérgio Nassar e Fernando Biazzi e ficará instalado no prédio anexo do HSL.

Steve Jobs – ”Um grande líder e visionário.” Apple – ”Produtos inovadores, que criaram novos mercados e se tornaram desejo de consumo por todo o mundo. O iTunes transformou-se na biblioteca de músicas digitais integrada aos iPods pela internet. Jobs criou um novo oceano azul para Apple com o iPhone e o iPad. A interface e usabilidade destes produtos conquistaram uma legião de fãs.” Ausência de Jobs – ”Os novos lançamentos de produtos planejados para os próximos anos devem continuar aumentando a receita da empresa.”

Acervo Pessoal

Priscila Lacerda

Bruna Pretel

A Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS), por meio do Depto. de Enfermagem, integrará a pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento, promovida pelo Ministério da Saúde e coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O objetivo é realizar um levantamento da situação da assistência à gestante, ao parto e nascimento em todo o País. O estudo tem abrangência nacional e entrevistará 24 mil puérperas (mulheres que deram à luz recentemente) em estabelecimentos de saúde públicos e privados, selecionados aleatoriamente em 190 municípios, incluindo as 27 capitais. O projeto Nascer no Brasil é um estudo que busca estimar a incidência de partos cesarianos ocorridos em instituições públicas e privadas do Sistema de Saúde Nacional, segundo a localização geográfica, além de descrever as complicações maternas e infantis por tipo de parto, com ênfase na prematuridade. Na região de Sorocaba, foram sorteadas três maternidades em diferentes municípios para compor a amostragem do estudo. A coleta de dados ocorreu mediante a aplicação de um questionário a 90 puérperas de cada instituição. A atividade

Bruna Pretel

Bruna Pretel

HSL abre setores de Hemodinâmica e Litotripsia

Tim Cook – ”Vinha sendo preparado há alguns anos para assumir o cargo e se sairá bem. Jobs criou uma cultura muito forte na Apple.” Legado – ”Jobs mostrou como é possível criar produtos inovadores e mercados que criam e atendem a novos desejos dos consumidores.”

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Lançamento O ex-aluno Jonas Ribeiro, formado em Letras (Português), lança dia 17/9 o seu centésimo livro, O esconderijo das vontades (Ed. Callis). O evento será realizado na Livraria Cortez (r. Bartira, 317), às 11h. www.pucsp.br

05 Entrevista

Professora Maria Cristina Amorim fala sobre financiamento para saúde pública no Brasil A Câmara Federal tem discutido, nos últimos dias, a regulamentação da emenda constitucional nº 29, que fixa os percentuais mínimos a serem investidos anualmente em saúde pela União, estados e municípios. A discussão em torno da chamada Emenda 29 acabou se desdobrando no debate sobre as formas de financiamento das ações e serviços públicos de saúde. O problema, apontado pela presidente Dilma Rousseff, é: de onde sairão os recursos para esse investimento na área de Saúde? Para a professora Maria Cristina Amorim (Departamento de Economia), que pesquisa a área de Economia e Saúde, a fonte de financiamento é importante, mas não é o único fator que emperra a qualidade e o uso dos serviços de saúde pela população de baixa renda. “Para o senso comum, do qual muitos políticos abusam, o grande vilão da dificuldade de acesso aos serviços de saúde costuma ser a falta de dinheiro. Não é tão simples assim. O sistema de saúde público e privado tem grandes problemas operacionais, ligados à gestão desses recursos, que precisam ser superados para aumentar o acesso”, argumenta em entrevista ao jornal PUC em Notícias. Além disso, diz ela, o governo brasileiro já possui opções de arrecadação de recursos para a área da Saúde – o Estado pode, por exemplo, cobrar das operadoras de saúde quando um cliente utiliza recurso do SUS. “Essa é uma conta de milhões, que por motivos que ninguém desconfia, o Estado não cobrou”, declara. Leia abaixo a entrevista da professora, que pode também ser ouvida no podcast da Universidade, pelo endereço www.pucsp.br/podcast.

PUC em Notícias – Como se dá hoje o financiamento da saúde no Brasil? Essa área realmente necessita de uma linha de financiamento própria? Maria Cristina Amorim – O financiamento do sis-

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tema de saúde brasileiro, a exemplo do que acontece na maioria dos países, e particularmente nos países desenvolvidos, é um mix entre dinheiro público, dinheiro vindo do contribuinte, e dinheiro das fontes pagadoras privadas. No Brasil, o dinheiro público representa menos de 50% do total de recursos que circulam no sistema. A principal característica do nosso sistema é ter, ou dar, acesso universal, não só a qualquer cidadão brasileiro, mas a qualquer indivíduo que esteja no solo brasileiro. As nossas instituições de saúde são obrigadas, por lei, a atender a quem quer que bata na porta. Não precisa de documento, não precisa de passaporte. Isso é um grande triunfo da legislação brasileira, é muito bom que assim seja. Porém, na prática, as parcelas de baixa renda têm muita dificuldade de acesso ao sistema. Os clientes dos planos privados mais baratos também têm muitas dificuldades para obter os serviços. De todo modo temos, na lei, um sistema universal, e na prática, um sistema que ainda exclui as parcelas de baixa renda. O desenho do nosso modelo de financiamento resulta de nossa história, da história política, das reivindicações sociais, da história de nossa economia.

PN – Por que a população de baixa renda tem pouco acesso ao sistema? MCA – Como nosso sistema é universal, qualquer um pode recorrer a ele, é o que chamamos de uma demanda ilimitada. Quanto mais e melhores forem os serviços públicos, maior será a demanda. Dessa perspectiva, sempre haverá insuficiência de oferta. A demanda sempre crescerá mais rapidamente do que a oferta. O Estado brasileiro fez uma opção por ampliar os serviços chamados básicos, os serviços de atenção básica à Saúde. Esses serviços, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, estão bem estruturados. Os serviços de média e alta complexidade continuam representando um grande problema. Para o senso comum, do qual muitos políti-

cos abusam, o grande vilão da dificuldade de acesso aos serviços de saúde costuma ser a falta de dinheiro. Não é tão simples assim. O sistema de saúde público e privado tem grandes problemas operacionais, ligados à gestão desses recursos, que precisam ser superados para aumentar o acesso.

PN – Na sua avaliação, qual o modelo ideal para financiar a saúde pública? MCA – A saúde pública precisa de recursos estáveis. A votação da “Emenda 29” é bem importante, precisamente por garantir essa estabilidade. Garantir o que a lei diz que deve ser estabelecido. Outro ponto é que o Estado efetivamente arrecade aquilo que a lei já lhe permite arrecadar. Por exemplo, o Estado brasileiro deveria cobrar das operadoras de saúde, ou das seguradoras, das medicinas de grupo, cada vez que um cliente dessa operadora utiliza um recurso do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa é uma conta de milhões, que por motivos que ninguém desconfia, o Estado não cobrou. E há outros exemplos dessa natureza. O modelo

ideal seria uma fonte estável de financiamento, indiscutivelmente, e que o Estado faça valer o seu direito sobre a arrecadação de vários valores que estão por aí.

PN – A CPMF foi eficaz na sua tarefa de reunir recursos para a saúde? MCA – Para falar da CPMF hoje, temos que fazer um ligeiro histórico. A CPMF vigorou entre 1997 e 2006. Nesse período, apenas 45% foram efetivamente usados na Saúde. O restante foi para no Fundo de Emergência da União, que é um dinheiro reservado pelo governo para pagar dívida pública, entenda-se, para pagar juros. Outro montante foi para a Previdência, que é um caso à parte, um problema à parte na estrutura social brasileira. Enfim, a CPMF, que foi criada para financiar serviços de saúde, cumpriu mal e porcamente essa finalidade. Outro ponto é lembrar que toda contribuição é um tipo de tributo que o governo não tem a obrigação de repassar para os estados e municípios. As contribuições são instrumentos fiscais, criados pelo governo brasileiro a partir do Plano Real (1994), para acaBete Andrade / DCI

Thiago Pacheco

Acervo pessoal

Entrevista da professora pode ser ouvida também no site www.pucsp.br/podcast bar com a descentralização tributária e dar mais poder à União. Então, quando se diz: “ah, dessa vez a CPMF será usada para a Saúde”, é bobagem, porque como se trata de uma contribuição, não existe regra estável que obrigue o governo a repassar esses recursos para a Saúde. Mesmo que o recurso esteja no Orçamento da União, não há garantia de que ele seja utilizado de fato. Um volume orçamentário pode ser contingenciado, o governo pode, a qualquer momento, dizer que esse dinheiro não será gasto. Por exemplo, o governo atual já contingenciou quase 60% dos recursos que ele prometeu não gastar. É uma coisa muito séria, porque há uma tentativa de legitimar a volta da CPMF, que afinal de contas financiaria um serviço fundamental, previsto pela Constituição, porém não há qualquer garantia de que esse recurso, de fato, financie a Saúde. Outro ponto importante, quando falamos da CPMF, não se pode perder de vista que se trata de um tributo sobre serviço. Todo imposto sobre produto ou serviço acaba sendo repassado ao consumidor final na forma de aumento de preços. Então quem pagará essa conta, ao final do processo, é todo consumidor, independentemente de sua renda. Mesmo a parcela que não utiliza serviços bancários pagará CPMF cada vez que comprar um produto ou serviço. É um tipo de tributo de

natureza socialmente injusta, porque recai com a mesma proporção sobre qualquer contribuinte, independentemente de sua renda.

PN – O que levou ao fim da CPMF? MCA – Há fenômenos de natureza política, embates entre governo e oposição. E, fundamentalmente, a economia brasileira já vivia, em 2007, um estado de exaustão de impostos, a sociedade tem um limite para tolerar arrecadação. Outro fato curioso é que quando a CPMF foi criada, tentava-se justificá-la também pela transparência fiscal que possibilitava ao governo. O indivíduo pode não pagar imposto, mas, à medida que tem um tributo sobre movimentação financeira, a Receita Federal cruza essas duas informações e reduz a sonegação. Esse argumento não faz mais sentido. A Receita Federal brasileira é um dos sistemas mais modernos do mundo, e tem imensa capacidade de controle sobre o contribuinte. Não precisa mais cruzar esse tipo de informação, já sabe isso sobre os nossos contribuintes. Então, de um lado, ela foi extinta porque perdeu legitimidade. Não dava mais para continuar tributando o cidadão, não dava mais para dizer que o dinheiro ia para a Saúde, que era para controle da Receita. O fato é: perdeu legitimidade política a ponto da oposição tê-la derrubado.

Livro

Portugal

Hidrelétricas

Conferência

O ex-aluno Dirceu Cebincá (doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-SP) acaba de lançar o livro Energia & Cidadania: a luta dos atingidos por barragens (editora Cortez). A obra analisa o modelo energético brasileiro e seus impactos socioambientais e simbólicos, especialmente sobre os atingidos diretos pela construção de hidrelétricas no Brasil.

Estão abertas as inscrições para a conferência Os desafios da gestão e da qualidade do ensino superior nos países e regiões de Língua Portuguesa, a ser realizada em Portugal, entre 14 e 16 de novembro. Três professores da PUC-SP participarão: Antonio Vico Mañas (vice-reitor), Sonia Fonseca e Marcos Masetto. Mais informações em www.forumgestaoensinosuperior2011.ul.pt.

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Barueri A professora Maria do Carmo Schwandner Ferreira, diretora do campus Barueri, foi nomeada para o Conselho Municipal Anti-Drogas do município (Comad-Barueri), como representante da PUC-SP. www.pucsp.br

07 Vestibular

Festival

Estudantes do ensino médio conhecem Faculdade de Medicina Estudantes do Ensino Médio e de cursinhos pré-vestibulares de diversas escolas de Sorocaba e cidades vizinhas tiveram a oportunidade de conhecer o curso de Medicina da PUC-SP e interagir com os universitários. A visita ao campus ocorreu nos dias 17 e 18/9, como parte integrante da vigésima edição do Sim ou Não? – Encontro Teórico-Prático de Esclarecimento ao Jovem sobre o Curso e a Profissão Médica. O evento foi organizado pelo Centro Acadêmico Vital Brazil, formado por alunos de Medicina da PUC-SP. APRENDIZADO – Durante os dois dias de evento, os participantes assistiram a palestras e aulas práticas, focando, principalmente, o método de aprendizado

adotado pelo curso e aspectos da profissão. Segundo o presidente do Centro Acadêmico, Lucas Gobbi, o objetivo principal foi desmistificar a formação médica e oferecer elementos objetivos que possam ajudar o pré-vestibulando em sua decisão. Esse foi o caso das amigas Thadia Moraes e Thaís Castilho. Ambas têm 16 anos de idade e cursam o segundo ano do Ensino Médio. “Cheguei com um pouco de dúvidas se realmente queria fazer Medicina”, conta Thadia. “Mas, agora (no final da participação), tenho certeza. É isso que eu quero fazer”, afirma. Já sua amiga diz que as dúvidas se dissiparam, mas não completamente. “Saio daqui com menos dúvidas e mais certezas, mas não estou 100% segura de que vou fazer Medicina”, revela Thaís.

Fotos: Bruna Pretel

Bruna Pretel

Acervo DCI

Alunos da PUC-SP interagiram com jovens visitantes

Estudante de Medicina da PUC-SP

Na tarde de 16/9, cerca de 50 manifestantes participaram de ato contra a decisão do reitor Dirceu de Mello de suspender as atividades acadêmico-admi-

Notas Paulo Freire

Visitantes receberam material de divulgação

Um ato solene homenageou os 90 anos de Paulo Freire, em 1/9, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. O evento foi promovido pelo Centro de Documentação da PUCSP (Cedic), Cátedra Paulo Freire (PUC-SP), Armazém Memória e pelo Deputado Est. Adriano Diogo (PT).

Graduação Professores e estudantes de Jornalismo criam agência de notícias online Bete Andrade Ser um espaço para produção de notícias, distribuição e venda de reportagens para veículos da mídia, no qual os alunos do curso de Jornalismo possam vivenciar na prática o processo de produção jornalística diária. Essa é a proposta da Agência de Jornalismo Online Mauricio Tragtenberg (AGEMT), criada em maio. Ainda em fase experimental, uma das primeiras atividades desenvolvidas pela AGEMT foi a cobertura ao vivo da Semana de Jornalismo 2011, entre 30/5 e 3/6, no campus Perdizes. “A cobertura ao vivo do evento foi uma conquista para os alunos, para a agência e para o curso. Acho importante poder ter dentro da Univer-

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sidade experiências ligadas à área na qual pretendo atuar como jornalista”, afirma a aluna do primeiro ano, Rute Pina. Coordenada pelo professor Silvio Mieli, a agência é voltada para a formação e a capacitação de alunos, e tem como proposta ser um laboratório do curso de Jornalismo. Atualmente, funciona em caráter provisório no Corredor da Cardoso (em outubro, deve se mudar para outra sala, em fase de reforma, na rua Ministro de Godói). Segundo Mieli, a agência é fruto de um antigo projeto de reforma curricular do curso de Jornalismo. “Foi complicada a implantação da agência, pois era necessário deixar claro que a proposta não era realizar o trabalho já feito in-

Bete Andrade / DCI

Projeto é coordenado pelo prof. Silvio Mielli e pode ter a participação de alunos de diversos cursos

Rute Pina, aluna do primeiro ano de Jornalismo ternamente pela DCI (Divisão de Comunicação Institucional da PUC-SP). Nossa idéia é realizar um projeto de pesquisa que proponha um novo agenciamento de informação, em relação ao que faz a grande mídia. Ou seja, de se tentar uma forma diferente de captação, construção e reprodução da notícia”, explica Mieli.

A agência pretende trabalhar na cobertura de temas ligados a movimentos sociais, educação, direitos humanos e tecnologia. Os estudantes, organizados em equipes rotativas e voluntárias, desenvolvem reportagens, artigos, agendas e material de serviço. “No curso de Jornalismo, a agência é uma atividade

nistrativas do campus Perdizes, naquele mesmo dia. O objetivo era impedir a realização do 1º Festival de Cultura Canábica, que seria realizado na PUC-SP.

Brinquedos Em setembro, acontece na biblioteca do campus Perdizes a exposição Os jogos infantis: de Peter Bruegel até os dias atuais. A mostra apresenta brinquedos e brincadeiras que persistem até hoje. A coordenação do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar, que organiza a exposição, também foi convidada a discutir políticas públicas para a ludicidade, na Secretaria da Cidadania Cultural (Ministério da Cultura).

Ipiranga

complementar. Parte do conteúdo produzido durante as disciplinas práticas também será utilizado no projeto. Contamos ainda com a colaboração de alunos de outros cursos, que podem colaborar enviando textos”, diz Mieli.

A PUC-SP firmou convênio com a Sattva Yoga Studio (av. Nazaré, 588, Ipiranga): funcionários e professores da PUC-SP têm 20% de desconto, e alunos 10%, no valor das mensalidades.

HOMENAGEM – O nome da agência é uma homenagem ao sociólogo Mauricio Tragtenberg (1929-1998), anarco-marxista e defensor da Pedagogia Libertária. Tragtenberg foi professor da PUC-SP entre 1975 e1992 e faleceu em 17 de novembro de 1998, aos 69 anos.

Cedic

Fique por dentro

Site: http://agemt.org/ Twitter: @age_mt

No último dia 5/9, o Centro de Documentação e Informação Científica da PUC-SP (Cedic) completou 31 anos. Criado em 1980, constitui-se num espaço de preservação de diferentes tendências e expressões da memória social brasileira. Desde 1986 seu acervo vem reunindo conjuntos documentais de movimentos sociais ligados à Igreja e movimentos de educação. Saiba mais: www.pucsp.br/cedic.

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www.pucsp.br

08 Nadir Gouvêa Kfouri (1913-2011)

A síntese da PUC-SP Nos depoimentos abaixo, você lerá, entre outros, os seguintes termos: “forte”, “justa”, “respeito pelo ser humano”, “dignidade e indignação”, “lucidez”, “compromisso social”, “progressista”, “referência”. Todos eles se referem à professora Nadir Gouvêa Kfouri, que faleceu na noite de 13/9, aos 97 anos. Mas todos podem ser utilizados para se falar também da própria PUC-SP, e por um motivo simples: Nadir sintetiza a história da Universidade que dirigiu durante oito agitados anos (1977-1984). Ela personifica a passagem da PUC-SP para sua maioridade, época em que a construção da excelência no ensino, na pesquisa e na prestação de serviços projetava a Universidade para a posição de destaque que ocupa, ainda hoje, na sociedade e no ensino superior brasileiro. A professora e a instituição se confundem, enfim, porque a trajetória de cada uma é inconcebível sem a outra. Convidada pelo cardeal D. Paulo Evaristo Arns, foi a primeira mulher a chefiar uma universidade católica (1976); foi também a primeira reitora do Brasil eleita pelo voto direto de professores, funcionários e alunos (1980). No cargo, defendeu pessoalmente a PUC-SP e sua comunidade na noite de 22/9/1977 (foto no alto da página), quando tropas da Polícia Militar invadiram o campus Perdizes. Ao lado do vice-reitor Comunitário, Edênio Valle, e do diretor da Fac. de Direito, Hermínio Alberto Marques Porto, ela enfrentou o secretário de Segurança Pública, coronel Erasmo Dias, chefe da truculenta operação que depredou a Universidade. Também iniciou campanha para reconstrução do Tuca, após os incêndios de 1984.

João Caldas

Thiago Pacheco

Solteira, sem filhos, Nadir nasceu em 19/12/1913, em Avaré (SP). Morou também em Botucatu e chegou a São Paulo aos 14 anos. Iniciou seus estudos na Escola Normal da Praça da República (depois chamado de Instituto de Educação Caetano de Campos). Começou a estudar sociologia, psicologia, problemas brasileiros, educação. Militou em movimentos da Ação Católica (Juventude Estudantil Católica e Juventude Universitária Católica). Em 1934, entrou na Escola de Serviço Social, a primeira da área no país. Formou-se 1938 e tornou-se monitora. Iniciou pós-graduação no National Catholic School of Social Service de Washington (EUA), em 1943. Entre 1953 e 1957, dirigiu a Escola de Serviço Social (incorporada à PUC-SP no final dos anos 60); foi também diretora do Centro de Ciências Humanas. Era professora titular da graduação e do Pós em Serviço Social. Ao longo da carreira acadêmica, percorreu o Brasil de Porto Alegre a Manaus, ministrando cerca de 41 cursos intensivos. Por conta desses cursos, foi convidada a ser perita das Nações Unidas e lecionou junto a escolas de Serviço Social da Espanha (1958-59).

Nadir foi também assessora técnica junto à antiga Secretaria do Bem-Estar Social de São Paulo, antes de assumir a Reitoria. Visitou a Universidade pela última vez em 2002, quando conheceu as novas instalações da Biblioteca Central (campus Perdizes), que leva seu nome. Veja abaixo depoimentos de pessoas que estudaram, trabalharam e viveram com Nadir. “Fui aluna dela na graduação, sua última orientanda de mestrado e chefe de gabinete em sua gestão na Reitoria. A professora Nadir era uma mulher forte, com um imenso senso de justiça e um respeito enorme pelo ser humano. Pudemos ver isso na presença forte dela à frente da direção da Universidade, em um período muito difícil, final dos anos 70, início dos anos 80. Enfrentou momentos delicados e sempre defendeu com muita força a PUC-SP. Era uma docente consciente do papel do educador e da universidade em seu compromisso social e para a formação das próximas gerações. A PUC-SP deve a ela uma parte importante de sua história.” Profa. Mariângela Belfiore Wanderley (Pós em Serviço Social)

“A Dia, como os sobrinhos a chamavam, era a tia mais querida, maior orgulho da família, e protagonizou cena histórica ao deixar o secretário da segurança de São Paulo, coronel Erasmo Dias, de mão suspensa no ar ao se recusar a cumprimentá-lo na noite em que a polícia que ele comandava invadiu violentamente o Tuca, o teatro da PUC, onde se realizava um encontro para retomada da UNE, em 1977. “Não dou a mão a assassinos”, disse do alto de sua digna indignação. Era ao mesmo tempo firme e risonha, corinthiana de acompanhar os passos do time e intelectual progressista, referência na área do serviço social. Mais velha de seis irmãos, foi a última a sair de cena, deixando uma história exemplar e um nome que é a melhor hernança que qualquer familiar pode deixar aos que ficam – saudosos, mas orgulhosos.” Juca Kfouri, jornalista e sobrinho de Nadir, em trecho do texto A reitora querida, publicado em sua coluna na Folha de S. Paulo de 15/9/2011 “Estava começando na PUC-SP, ela era reitora. Exatamente porque me convidou para dirigir o Centro de Ci-

ências Jurídicas, Econômicas e Administrativas (CCJEA) eu comecei a participar do Conselho Universitário e tive um contato mais próximo com ela. Só posso tecer elogios à suas qualidades de dedicação ao trabalho, de preocupação com os destinos da Universidade. E, sobretudo, à sua capacidade de enfrentar e resolver as situações difíceis. Como na ocasião da invasão da PUC-SP: seu desempenho corajoso e lúcido é algo que marcará para sempre a vida de nossa instituição. É uma honra para mim ter trabalhado com ela, e é uma honra muito grande constatar que, hoje, ocupo a cadeira que foi – e sempre será – dela.” Prof. Dirceu de Mello, reitor (2008-2012) e ex-diretor do CCJEA (1977 e 1978 e de 2005 a 2008) “Nadir foi quem, por seu modo de ser, pensar e agir mais me marcou em meus mais de 40 anos na PUC-SP. Acompanhei-a de perto na difícil tarefa de gerir a nossa Universidade em situações difíceis. Nesse dia a dia de sobressaltos e tensões, aprendi a admirar sua maneira objetiva de tomar decisões e lidar com as pessoas. Em todas as situações ela se mantinha sensível,

lúcida, justa e corajosa. Mesmo nos momentos mais difíceis ela conservava a dignidade serena que a caracterizava. Nunca a vi perder o senso das coisas e dos valores. Ela apenas acendia a piteira e começava a fumar, procurando ouvir, para só então firmar seu ponto de vista e encaminhar uma solução. O país vivia momento dramático, cujos efeitos se faziam sentir fortemente na Universidade. Tratava-se sobretudo de dizer não, de vários modos, à ditadura enfiada goela abaixo do povo e das instituições através de medidas arbitrárias e de leis de exceção. Ao ser indicada como reitora, em 1976, Nadir já trazia uma visão bem pensada da função que cabia a Universidade Católica do peso da nossa, em tal contexto. Alguns anos antes ela havia participado – junto com D. Cândido Padim – do famoso Encontro de Buga/Colômbia sobre as Universidades Católicas na América Latina. O modelo ali proposto batia com seus princípios e convicções pessoais no tocante à construção de um Brasil democrático e livre. Nesse sentido, ela era a pessoa mais indicada para conduzir a PUC-SP naquele concreto momento histórico. A comunidade universitária o reconheceu: mesmo nos momentos mais conflituosos, seu modo digno e lúcido de conduzir a Universidade teve o apoio crítico da absoluta maioria dos segmentos da Universidade. A PUC-SP não pode esquecer o nome da mulher fisicamente frágil que a representou e conduziu nos anos em que foi preciso mobilizar a comunidade na defesa de um Brasil livre, mais democrático, mais justo, mais livre e mais fraterno.” Prof. João Edênio Valle, vice-reitor Comunitário na gestão de Nadir (1976-1984)


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