GRUPO GESTANTES 2009.2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE - PINAB

GRUPO OPERATIVO:

GESTANTES

JOÃO PESSOA 2010


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Jousianny Patrício da Silva Karistenn Casimiro de Oliveira Karla Regina Albuquerque Maranhão de Lucena Thaise Anataly Maria de Araújo Ana Cláudia Peixoto de Vasconcelos (Orientador)

GRUPO OPERATIVO:

GESTANTES

Relatório das atividades desenvolvidas no semestre 2009.2 pelo grupo operacional de Gestantes do projeto de extensão Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB), coordenado pela professora Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, apresentado a PRAC, CCS e DN/UFPB.

JOÃO PESSOA 2010


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................3 2 OBJETIVOS...........................................................................................................................5 2.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................................5 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................................5 3 METODOLOGIA..................................................................................................................6 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.....................................................................................9 5 DISCUSSÃO, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS...............................................14 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................17 REFERÊNCIAS......................................................................................................................18 APÊNDICES............................................................................................................................19


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1 INTRODUÇÃO

A extensão universitária pautada pelo referencial teórico-metodológico Freireano valoriza a diversidade e a heterogeneidade dos grupos sociais, a intercomunicação entre os diferentes atores sociais, o compromisso com as classes subalternas, as iniciativas dos educandos e o diálogo entre o saber popular e o saber científico e, vem cada vez mais ocupando seu espaço na atividade acadêmica, uma vez que é capaz de edificar conhecimentos a partir da interação entre o saber científico e o popular (VASCONCELOS, 1998). Diante disso, o projeto de Extensão PINAB (Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde), vinculado ao Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba e coordenado pela professora Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos docente do curso de graduação em nutrição - e pelo Nutricionista Pedro José Cruz - mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação/UFPB - desenvolve, desde agosto de 2007, ações de promoção da saúde, pautadas pelo referencial metodológico da Educação Popular (EP), segundo Paulo Freire, nas comunidades Jardim Itabaiana, Pedra Branca e Boa Esperança localizadas no Cristo Redentor, município de João Pessoa- PB. O Projeto trabalha com três eixos que norteiam e integram suas ações: atividades coletivas em um grupo com público específico (gestantes, escolares, famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família e lideranças comunitárias); visitas domiciliares e aconselhamento dietético individual. Sendo estas ações desenvolvidas na Unidade de Saúde da Família - USF Vila Saúde, na Escola Municipal Augusto dos Anjos e Pastoral da Criança. O presente trabalho visa sistematizar a experiência vivenciada pelo grupo operativo de gestantes no período de 14 de Setembro de 2009 a 18 de Janeiro de 2010, na tentativa de refletir sobre as atividades desenvolvidas e contribuir para o desenvolvimento dos grupos de gestantes nos semestres subsequentes. As atividades coletivas com as gestantes foram realizadas quinzenalmente, nas tardes das segundas – feiras na USF supracitada, com a participação das extensionistas, profissionais da Unidade, gestantes daquelas comunidades, além da coordenadora do projeto e voluntários. Nesses encontros trabalhava-se de forma lúdica, educativa e através de rodas de conversa temas concernentes ao período gestacional, os quais eram escolhidos pelas próprias gestantes no sentido de trazer a realidade delas para a discussão.


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Salienta-se que, durante muito tempo, o atendimento à gestante esteve unicamente direcionado à consulta médica individual, onde a escuta e o acolhimento às inquietações, dúvidas e problematização daquele período, tão significativo para as mulheres, ficavam resguardadas (DELFINO et al, 2004). Com o surgimento, na década de 80, do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM) esse contexto torna-se ultrapassado. O Programa em questão foi criado em consequência ao processo de mobilização social, que contava com feministas e profissionais da saúde, os quais iniciaram, em consonância com o Ministério da Saúde (MS), a preparação de propostas de atendimento à mulher de maneira holística, visando, dentre outros aspectos, a garantia do respeito a seus direitos de cidadania. O PAISM destacou a importância das ações educativas no atendimento à mulher, que devem ser realizadas através de metodologias participativas, sendo este o diferencial do Programa (RIOS; VIEIRA, 2007). No tocante ao período de gestação, o prénatal, segundo o MS, corresponde à principal ferramenta para que uma gravidez transcorra com segurança, incluído prevenção, promoção e tratamento. Para tanto, este pré-natal deve ser de qualidade, acolhendo a mulher de preferência desde o inicio da gravidez, acompanhando as mudanças físicas e emocionais peculiares de cada gestante, de maneira a transmitir apoio e confiança. Ante o exposto, o PINAB vem apostando na proposta de atividades educativas relacionada à gestação no intuito de que cada mulher seja tratada na sua integralidade, tornando o grupo um lócus de apoio que possibilite a troca de experiências e a ampliação de questões consideradas relevantes pelas gestantes.


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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Estimular a promoção da saúde das gestantes da USF Vila Saúde.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Permitir a troca de experiências e saberes entre as mulheres, de problematização de inquietações, de forma autônoma e livre;

Estimular as práticas alimentares saudáveis durante a fase gestacional e em todo o curso de vida das mulheres;

Fortalecer a participação dos profissionais de saúde no grupo;

Propiciar a construção de um vínculo entre os integrantes do grupo.


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3 METODOLOGIA

O grupo operativo de Gestantes vem atuando, desde 2007, na Unidade Saúde da Família (USF) Vila Saúde localizada no bairro do Cristo, João pessoa/PB em articulação com as gestantes das comunidades Jardim Itabaiana e Pedra Branca presentes na respectiva localidade. O referido grupo passou a existir na Unidade, após a chegada do PINAB que, juntamente com os profissionais de saúde, pactuou a sua construção. Essa iniciativa da coordenação do projeto e da USF teve o intuito de fortalecer a dimensão coletiva de assistência pré-natal, no sentido da promoção da saúde das gestantes. No período letivo de 2009.2, o grupo de Gestantes operou na comunidade em três eixos: atividades coletivas, aconselhamento individual dietético e visitas domiciliares. Para o desenvolvimento de tais ações foram utilizados os elementos da Educação Popular (EP): escuta, diálogo, problematização, respeito, amorosidade, valorização dos saberes do indivíduo e de sua cultura. Segundo Albuquerque & Stotz (2004), a educação popular possivelmente constitui um instrumento auxiliador na incorporação de novas práticas por profissionais e serviços de saúde. Isso, porque seus preceitos teóricos corroboram a valorização do saber do outro, compreendendo que o conhecimento é um processo de construção coletiva, o qual deve ser utilizado pelos serviços, objetivando a ampliação da visão sobre as ações de saúde, preconizando que as mesmas se tornem ações educativas. Os autores ainda afirmam que as Unidades de Saúde da Família são ambiente favorável ao desenvolvimento da educação popular em saúde. Esses aspectos reforçam a opção do PINAB na escolha da EP para nortear as suas atividades. As ações do grupo de gestantes aconteceram semanalmente, nas segundas-feiras à tarde, na USF Vila Saúde. Esse dia foi escolhido, no sentido de facilitar a participação das gestantes, uma vez que nesta oportunidade já compareciam à USF para as consultas individuais do Pré-Natal, favorecendo a possibilidade de participação destas, quinzenalmente, nas atividades coletivas. Além disso, para realização dos grupos, fizemos busca ativa do público alvo existente naquelas comunidades e estimulamos os profissionais a convidarem as puérperas para o grupo durante o pré-natal e, ainda, confeccionamos para as mesmas convites informando a data e o tema abordado, sendo estes entregues pelos ACS’s. É importante destacar que as atividades em grupo são valorizadas no PINAB por se tratarem de um espaço favorável a construção do conhecimento voltado à promoção da saúde.


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A participação das gestantes nesses grupos pode estimulá-las à serem multiplicadoras de saúde no seu território, pois o compartilhar de saberes entre as participantes e os profissionais da saúde resultam em uma teia de promoção da saúde integral com repercussões no individual-coletivo (DELFINO et al, 2004). A operacionalização das atividades coletivas se davam através de abordagem de um tema, que por sua vez era escolhido pelas próprias gestantes participantes, dando-lhes autonomia e liberdade para trazer à discussão assuntos concernentes não apenas à nutrição, mas que direta ou indiretamente promova saúde e bem-estar nesta fase tão peculiar que é a gestação. Ressalta-se que, após a escolha do tema, havia reunião de planejamento da atividade educativa a ser realizada. Para a condução do grupo, nos orientávamos pelo seguinte roteiro: a) realização de dinâmica inicial - esta era definida, em alguns casos, de acordo com o tema abordado ou visava-se a descontração ou, ainda, reflexão sobre o momento que a mulher vivencia durante a gestação; b) troca de saberes sobre o tema - neste momento, escolhia-se a estratégia que, possivelmente, iria favorecer a participação das gestantes na discussão do assunto pautado, levando-se em consideração o preconizado pela EP, conforme supracitado. Dessa maneira, poderia ser uma esquete, envolvendo as gestantes, uma dinâmica com desenhos, uma música. Mas invariavelmente a discussão ocorria em roda; c) lanche – o intuito deste momento, era de não só exercitar os preceitos da alimentação saudável ( de não se passar um período de tempo muito extenso sem se alimentar, em especial no caso de gestantes ), mas sobretudo proporcionar um momento de entrosamento das extensionistas com as gestantes participantes e os profissionais de saúde da equipe que estavam presentes. Destaca-se o fato da preocupação em oferecer alimentos saudáveis aos participantes do grupo, por ele ser facilitado por profissionais de nutrição e com intuito de promover o papel de uma boa alimentação na qualidade de vida; d) momento final – para este, cogitava-se dinâmica e conversa sobre dúvidas que ainda permeassem a temática, avaliação da atividade e escolha do próximo tema. Durante as atividades, uma das extensionistas era escolhida para registrar cada momento através da ata pedagógica. Esta, por sua vez, consiste em um breve relatório onde se é exposto os principais acontecimentos durante cada atividade coletiva, segundo a perspectiva crítica das extensionistas do grupo. Ela é um material de grande relevância por servir como suporte para as atividades subseqüentes e até mesmo como registro de tudo que é executado no grupo e dos impactos apresentados. É importante expor que a escolha dos materiais a serem utilizados variavam de acordo com o decidido para cada sessão do grupo,, dividindo-se entre as extensionistas a


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responsabilidade pela compra e confecção do necessário ao cumprimento do proposto para as atividades. Além das atividades coletivas, realizaram-se, também quinzenalmente, Visitas Domiciliares (VD), de forma regular e obedecendo ao calendário letivo da Universidade Federal da Paraíba. Estas possuem como objetivo o desenvolvimento do diálogo da extensão universitária com a comunidade e através dele ao aprimoramento da afetividade, de maneira que se torne possível criar novas estratégias de cuidado e novas possibilidades de promover saúde e articular suas ações no âmbito do PSF. Para o registro das VDs foram utilizados protocolos disponibilizados pelo PINAB. Sinteticamente, afirma-se que casas préestabelecidas são visitadas por duplas ou trios de estudantes, os quais abordam temas de livre demanda, tentando sempre incorporar a promoção da saúde em seus diálogos. O modelo dialógico propicia a criação de um espaço construtivo de aprendizado coletivo, uma vez que não busca apenas indicadores de doenças, mas sim entender o outro, dialogando quanto às suas necessidades, alegrias, descontentamentos, através da escuta. Isto por sua vez oportuniza uma leitura crítica da realidade dos moradores das casas visitadas. O Aconselhamento Dietético (AD), por sua vez, ocorria mensalmente. Foi realizado de forma individual na perspectiva da educação popular, valorizando a escuta, o diálogo e a construção compartilhada do cuidado nutricional necessário. Os atendimentos ocorreram por meio de uma relação dialógica, na qual os aspectos socioeconômicos e culturais das práticas alimentares foram discutidos de forma horizontalizada, com a valorização do saber popular e o encorajamento do sujeito a elaborar caminhos possíveis para superação dos problemas. Sendo assim, durante o aconselhamento, a vida do usuário e seus hábitos alimentares, com todas as suas contradições, foram considerados no contexto da promoção da alimentação saudável. No período em questão, o AD passou por procedimentos diversos de agendamento, por exemplo, talão destacável, no qual uma via era entregue ao usuário e outra permanecia no serviço, para controle das marcações e caderno, onde as consultas eram marcadas e, com antecedência, mandava-se lembrete pelos ACSs, para o comparecimento dos usuários à Unidade. O intuito de modificar a metodologia das marcações era a obtenção de uma forma que favorecesse a presença dos que haviam requisitado à consulta, pois estava havendo um percentual elevado de faltas ao AD.


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4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

MÊS

DIA

ATIVIDADE

DESCRIÇÃO Estiveram presentes os integrantes dos grupos

SETEMBRO

Oficina de Planejamento

atuantes

no

PINAB

para

realização

do

planejamento das atividades desenvolvidas no semestre 2009.2. A enfermeira Cláudia de Jardim Itabaiana I abordou de maneira bastante delicada e com

Atividade Coletiva SETEMBRO

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Tema: Cuidados com o bebê.

uma linguagem de fácil compreensão algumas questões importantes sobre o cuidado com o bebê, como: a limpeza do umbigo antes de cair, o sabonete mais adequado para o banho do bebê, posições para amamentar, entre outros relevantes nesse contexto. Realizaram-se as visitas nas casas estabelecidas

SETEMBRO

Visita Domiciliar 18

as duplas e trios e, posteriormente, todos os extensionistas

reuniram-se

para

comentar

sobre as visitas realizadas. Nesta, além de planejar a atividade do dia 28 de Reunião de

SETEMBRO

21

Planejamento

Setembro,

pesquisaram-se

artigos

que

relacionassem gestação e Educação Popular, no intuito de confeccionar um artigo sobre o presente grupo. Essa atividade foi dividida em dois momentos,

SETEMBRO

28

Atividade coletiva

no primeiro as extensionistas confeccionaram

Tema:

juntamente com as gestantes lembrancinhas

Lembrancinha e

feitas com emborrachado para enfeitar o

Banho no bebê.

quarto do seu futuro bebê, além de outras para entregar as pessoas que visitariam seus futuros


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filhos. No segundo momento contamos com a participação

da

enfermeira

Cláudia

que

abordou de forma expositiva com a ajuda de uma boneca os procedimentos de limpeza com o bebê na hora do banho, bem como esclareceu dúvidas que surgiam concernentes aquele tema. Após a realização da atividade, realizamos visita a uma ex-gestante do grupo e ao seu filho, ressaltamos a extrema receptividade que a mesma dispensou ao nosso grupo. Ocorreu semelhante ao comentado no dia 18 de OUTUBRO

02

OUTUBRO

05

OUTUBRO

12

Visita Domiciliar

Setembro, mas cabe comentar que houve uma discussão teórica no retorno das visitas.

Aconselhamento Dietético

Feriado

Não houve ação neste dia. As visitas ocorreram de acordo com o

OUTUBRO

16

Visita Domiciliar

preconizado, tendo este dia sido otimizado com mais um aprofundamento teórico sobre a EP. A atividade foi iniciada com a apresentação de um filme “Minha Gravidez de 12 meses”,

Atividade coletiva OUTUBRO

19

Tema: Higienização Bucal e Filme

posteriormente a dentista Alzira abordou a questão da Higiene bucal do bebê elucidando a importância

da

mesma,

bem

como

a

contribuição do aleitamento materno para a construção de uma arcada dentária correta do bebê.

OUTUBRO

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Reunião de Planejamento

Nesta

oportunidade,

realizou-se

a

Ata

Pedagógica referente à atividade do dia 19 de Outubro e cogitou-se a forma como seria


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abordada a próxima atividade coletiva. Após inquietação, por causa da violência na OUTUBRO

área adstrita à USF, apenas alguns estudantes 30

Visita Domiciliar

realizaram

as

visitas

domiciliares

e,

posteriormente, discutiu-se sobre esta temática.

NOVEMBRO

02

Feriado

Não houve desenvolvimento de ação neste dia. Mediante a preocupação das mães sobre a alimentação dos seus futuros bebês, as mesmas sugeriram que conversássemos sobre esse tema. Logo, através de uma dinâmica interativa

NOVEMBRO

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Atividade coletiva

abordou-se o que seria uma alimentação

Tema: alimentação

saudável

do bebê

e

os

alimentos

adequados

às

respectivas faixas etárias das crianças (0-6 meses; 6 meses – 2 anos; a partir dos 2 anos), problematizando as dúvidas e inquietações relatadas por aquelas gestantes. A seção teórica passou a ocorrer antes das visitas

e

contou

com

a

presença

do

nutricionista, residente em Saúde da Família Gilmar Pinto, o qual, ao ler um artigo sobre o PINAB se interessou pelo jeito como o projeto é NOVEMBRO

13

Visita Domiciliar

conduzido, procurou mais informações sobre o mesmo e veio realizar um estágio de vivência, com o intuito de observar como as atividades são desenvolvidas e contribuir, a partir de uma visão crítica sobre as ações, com a otimização do PINAB. Após isso, realizaram-se as visitas.

Reunião de NOVEMBRO

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Planejamento

Discutiu-se como poderia ser a realização do artigo, que se planejava construir e delimitou-se a condução da atividade a ser realizada na


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semana subsequente. A partir da atividade sobre a alimentação do bebê Atividade coletiva NOVEMBRO

23

Tema: Alimentação da Gestante.

surgiram

várias

dúvidas

sobre

a

alimentação das mulheres, diante disso surgiu a necessidade de abordarmos também o que seria uma alimentação saudável para elas. Nesse momento contamos com a participação do Gilmar

Pinto,

o

qual

contribuiu

na

problematização desse tema. Seguiu-se a abordagem citada anteriormente. NOVEMBRO

NOVEMBRO

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30

Visita Domiciliar

Aconselhamento Dietético Diante do anseio de muitas gestantes pela hora do parto, as mesmas escolheram esse tema para ser abordado. Inicialmente realizou-se uma breve explanação de como era o sistema reprodutor feminino (através de uma réplica de acrílico) realizada pela auxiliar de Enfermagem Joyce e posteriormente fez-se a seguinte Atividade Coletiva

DEZEMBRO

07

Tema: A Hora do Parto

dinâmica: mostrou-se os nomes destinados a cada estágio do trabalho de parto e, pediu-se que as gestantes os colocassem na ordem que acreditavam

que

o

mesmo

ocorria;

posteriormente, problematizou-se a temática, montando o organograma na ordem correta e discutiu-se como cada fase deve proceder. Surgiram várias dúvidas que puderam ser esclarecidas graças à presença da profissional supracitada, a qual tem uma vasta experiência com gestantes uma vez que já havia trabalhado


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com esse público, além de possuir um olhar humanizado, o que corroborou para o sucesso da atividade. Além desse tema, a Lei do Acompanhante também foi discutida nesta oportunidade, na qual percebemos que a maioria das gestantes não tinham conhecimento sobre a mesma, apesar de configurar um tema de extrema relevância para a gestante. Realizou-se uma reunião com as integrantes juntamente com a orientadora do grupo para problematizarmos

os

pontos

positivos

e

negativos desse semestre no grupo de gestantes DEZEMBRO

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Reunião de Encerramento

onde pôde-se inferir sobre a importância da “descoberta” de Joyce como uma profissional da USF que pode estar apoiando esse grupo, da união das integrantes para o sucesso do mesmo, da problematização das razões da evasão das gestantes do grupo em alguns momentos.

JANEIRO

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Aconselhamento Dietético Nesta oportunidade, esclareceram-se às famílias visitadas, que o projeto iria entrar em férias e,

JANEIRO

15

Visita Domiciliar

consequentemente, só na volta das mesmas é que ocorreriam as visitas novamente.

JANEIRO

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Aconselhamento Dietético


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5 DISCUSSÃO, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS

Inicialmente, comenta-se que, nas primeiras atividades desenvolvidas percebemos integração dos profissionais da USF às nossas rodas de conversa, fortalecendo assim o grupo; contudo, no decorrer dos encontros percebeu-se uma descontinuidade da participação dos mesmos, o que pode ser devido ao predomínio do modelo biologicista, centrado no processo saúde-doença, na prática cotidiana dos serviços de saúde, o qual favorece a grande demanda de usuários, aos atendimentos individuais e o cumprimento de metas neste sentido pelas equipes de saúde. Nesse sentido, torna-se fundamental haver maior conscientização tanto dos trabalhadores envolvidos, quanto da população, no refere aos processos educativos coletivos, pautados na abordagem da educação popular em saúde. Essas questões já foram objetos de reflexão propostos pelo PINAB em reunião com as Equipes de Saúde, Na ocasião se esclareceu que o grupo é vinculado à Unidade, tendo o projeto, neste contexto, um papel de apoiador. Ainda, em relação aos profissionais, é conveniente ressaltar a disponibilidade da técnica de enfermagem, Joyce, em uma das atividades do grupo, que abordou o tema “A Hora do Parto” de forma humanizada, interativa e com uma sensibilidade indispensável a este momento, além disso a mesma relatou ter experiência na área da obstetrícia. Diante disso, é evidente a potencialidade desta como integrante do grupo. Ao longo do semestre nos deparamos com fortalezas e limitações. Com relação à condução do grupo pudemos constatar alguns limites a respeito do aporte teórico das extensionistas, frente aos assuntos relacionados com os temas abordados nas atividades, uma vez que estes abrangiam outros saberes além da área da nutrição; no entanto esta situação não proporcionou prejuízos às atividades e, posteriormente, passamos a perceber que isso não deve ser encarado como debilidade, mas como estímulo ao aprendizado, ,o que potencializa a nossa formação profissional, na qual a busca de conhecimento deverá fazer parte do nosso cotidiano durante toda vida. Ainda no contexto da heterogeneidade dos temas abordados nas atividades coletivas realizadas, é válido salientar que este é o diferencial tanto para as estudantes, quanto para os usuários, que participam de grupos nos quais são atores importantes para o seu acontecimento


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e possuem autonomia na escolha do que querem discutir. Para os profissionais da USF, que colaboram com a realização das atividades educativas, esse também pode ser um espaço valioso, uma vez que o processo de promoção-prevenção-cura-reabilitação é igualmente considerado um processo pedagógico, pois tanto o profissional de saúde quanto o clienteusuário aprendem e ensinam. Práticas, como as expostas neste trabalho, podem modificar efetivamente a forma e os resultados do trabalho em saúde, transformando pacientes em cidadãos, co-partícipes do processo de construção da saúde (ALBUQUERQUE; STOTZ, 2004). Em virtude da experiência das extensionistas, tanto no referido grupo, quanto no projeto, houve uma maior autonomia e pró-atividade no planejamento das atividades coletivas; devendo-se relatar também sobre o nível de entrosamento, assiduidade e organização existente entre as estudantes, o que auxiliou no desenvolvimento satisfatório dos grupos. Além disso, cabe mencionar sobre o comprometimento das gestantes com o grupo, o que fortaleceu as atividades, já que as mesmas se mostravam interessadas quanto aos assuntos abordados. Conforme apresentado nas atividades realizadas, visitamos a casa de uma ex-gestante participante do grupo, a qual mostrou-se receptiva e gratificada pelos momentos proporcionados pelo grupo, os quais foram marcados pelo compartilhar de saberes e construção coletiva de aprendizados. Na esfera dos Aconselhamentos Dietéticos, tem-se que os mesmos ocorreram em conformidade com o referido na metodologia do presente trabalho, valendo explanar especificamente em relação a um deles, o qual nos fez perceber o quanto a visão holística do indivíduo é importante na abordagem do aconselhamento dietético, pois a usuária precisava mais da escuta, do diálogo, que de uma intervenção nutricional, o que exigiu do grupo sensibilidade nas atitudes tomadas. Também percebemos, devido a uma experiência vivenciada, que não se deve permitir o envolvimento de outras pessoas, após o início do aconselhamento dietético, pois isso prejudica a evolução do mesmo, o que se relaciona a uma série de fatores, como, por exemplo, o usuário não se sentir confortável em continuar comentando sobre fatos da sua vida, como ocorrera em outrora. No período em questão, as Visitas Domiciliares avançaram no que diz respeito à criação de vínculo entre os extensionistas e as famílias selecionadas, estando às fragilidades do dia reservado a este eixo do PINAB na seção teórica, a qual necessita ser repensada por todos que compõem o Projeto, no intuito de otimizar este espaço e conferir o real sentido representado por ele: o ampliar de conhecimentos teóricos sobre a prática vivenciada.


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Levando em consideração todos os pontos mencionados, sugere-se que no planejamento dos grupos subsequentes seja pactuada a efetivação de uma reunião com os Agentes Comunitários de Saúde para a escolha e participação de um representante destas áreas no grupo. Além disso, sugere-se retornar as atividades utilizando o tema “A Hora do Parto”, por se tratar de um assunto bastante mobilizador e instigante; e introduzindo nesse contexto, com a devida sensibilidade, a Lei do acompanhante, que na maioria das vezes é desconhecida pelas gestantes, tal qual observado na atividade em que se tratou sobre este assunto. A participação das extensionistas inseridas no grupo de gestantes do referido período foi de sobremodo importante na formação profissional e pessoal das mesmas. Cada espaço propiciado pelo grupo permitiu uma avaliação específica das práticas, da ética e do comprometimento do ato de cuidar. A respeito disso, Luz & Peres (1997) afirmam que:

[...] é necessária a ampliação da sala de aula para os espaços comunitários, na qual o acadêmico em formação pode experienciar saberes teóricos e metodológicos enriquecedores para sua adequada formação, pela reflexão compartilhada com outros acadêmicos e profissionais de distintas áreas do conhecimento.


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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Educação Popular em Saúde é um importante instrumento para a promoção e integralidade das ações realizadas nas Unidades de Saúde da Família, uma vez que contribui para a problematização das questões vivenciadas no cotidiano da população, possibilitando a ampliação do significado da saúde. Neste aspecto, o grupo operacional de gestantes conseguiu organizar um espaço com o compartilhar de experiências, sentimentos e afetos, voltado à promoção da saúde e multiplicação de conhecimentos, tanto no grupo, quanto na comunidade, este último sendo, possivelmente, realizado por parte das gestantes participantes do mesmo. Participar do referido grupo proporcionou um turbilhão de sentimentos, uma vez que interagir com mulheres que estão passando por uma fase tão delicada e ao mesmo tempo complexa é desafiador, isto, por se tratar de uma prática de saúde pautada numa abordagem dialógica, valorizando as subjetividades dos envolvidos. A nutrição trabalhada da forma referida no presente trabalho, ganha uma série de novos significados, uma vez que auxilia na formação de profissionais mais conscientes e capacitados na prestação de serviços com maior qualidade, encarando o ser humano na sua totalidade, modificando a visão de que o nutricionista esta envolvido apenas com nutrientes e calorias. O contato com a Educação Popular ainda desperta para o diálogo, que possui papel fundamental no cotidiano do profissional de saúde, o qual também deve ter inserido em suas atribuições o papel de educador, que é imprescindível para o alcance dos objetivos traçados junto aos usuários. Sendo assim, a saúde coletiva requer uma compreensão dos desafios que se colocam no presente e no futuro, em busca de superar a fragmentação da assistência à saúde dos indivíduos; podendo-se englobar neste contexto a assistência pré-natal, que ainda necessita de grandes avanços no cuidado às gestantes, devendo estas ter acesso não só a atendimentos individuais básicos, mas a participação em grupos que favoreçam a conquista da sua cidadania e ao compartilhar de conhecimentos sobre o comportamento do seu organismo e de suas emoções antes, durante e após sua gestação.


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REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, P. C.; STOTZ, E. N. A educação popular na atenção básica à saúde no município: em busca da integralidade. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, vol.8, nº 15, Botucatu, Mar/Aug, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141432832004000200006&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 10 Abr. 2010.

CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. Mudança na graduação das profissões de saúde sob o eixo da integralidade. Caderno de Saúde Pública, vol.20, n.5, pp. 1400-1410, 2004.

DELFINO M. R. R. et al. O processo de cuidar participante com um grupo de gestantes: repercussões na saúde integral individual-coletiva. Ciência & Saúde Coletiva. vol. 09, nº 04, Rio de Janeiro, 2004, p. 1057-1066. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232004000400026&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 16 Jan. 2010.

LUZ, A. A.; PERES, E. L. Reflexões Sobre a Extensão Universitária e a Participação da Psicologia num Programa de Prevenção ao Abuso De Álcool e Outras Drogas. Curitiba, v. 1, p. 179-192, jan./dez. 1997.

RIOS, C. T. F.; VIEIRA, N. F. C. Ações educativas no pré-natal: reflexão sobre a consulta de enfermagem como um espaço para educação em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, vol.12, nº 2, Rio de Janeiro, Mar/Apr 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141381232007000200024&script=sci_arttext&tlng=en>. Acesso em: 10 Abr. 2010.

VASCONCELOS, E. M. Educação popular como instrumento de reorientação das estratégias de controle das doenças infecciosas e parasitárias. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro2009. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php>. Acesso em: 26 Mar. 2010.


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APÊNDICES


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RELATO DE EXPERIÊNCIA 1 Jousianny Patrício da Silva Primeiramente, me sinto lisonjeada por estar pela 5ª vez descrevendo, em poucas palavras, o significado de mais uma experiência no PINAB. Foi muito aprendizado durante esses quase 3 anos e posso inferir que cresci com esse projeto, já que ele me permitiu “criar asas” nesse mundo acadêmico, muitas vezes, somente voltado pra sala de aula. Acredito que o PINAB se entrelaça com minha história na Universidade de tal forma que já não consigo me imaginar na graduação sem ele! Nesse período tive a oportunidade de permanecer no grupo de gestantes, um grupo que me encanta simplesmente pelo fato de existir... a sensibilidade e o carinho constatado em cada mãe que estava naquela tarde com a gente, já me fazia estar realizada por estar ali. Mas, dentre as várias “vantagens” que pude ter em continuar no grupo posso citar o fato de ter percebido vários pontos que não havia verificado no 1º grupo de gestantes que participei, dentre estes posso citar a evolução de muitas mães que se mostravam tímidas inicialmente, no entanto com o passar do tempo, as mesmas demonstraram serem bastante participativas durante as inquietações proposta pelo grupo. Isso, somente foi possível, graças à metodologia utilizada, a qual sempre buscava a escuta delas e de suas percepções sobre o assunto abordado. Outro fato que observei nesse grupo é que quantidade nem sempre é qualidade, pois foram inúmeras as vezes que iam poucas gestantes, no entanto a atividade era maravilhosa, lógico que a nossa intenção é atrair o número máximo de gestantes possível, mas posso concluir que muitas vezes é preferível um grupo de 3 gestantes que interajam e ali coloquem suas inquietações à um grupo de 20 que não se expressassem (talvez até mesmo pelo grande número de pessoas). Enfim, mais uma vez esse grupo e o PINAB só fazem acrescentar na minha vida acadêmica e de futura profissional da área de saúde pública... e estou convicta de que quero continuar a “sementinha” que plantei nesse projeto no meu futuro próximo. Com relação às visitas domiciliares posso dizer que estou realizada, já que um dos objetivos principais das mesmas é a criação do vínculo, o qual percebo claramente ao reencontrar Ceiça (a dona de casa de uma das casas que visito) no ônibus e ela perguntar o porque de nós nunca mais termos aparecido em sua casa, apesar de avisá-la anteriormente que teríamos um recesso extenso... é esse vínculo, essa humanização que sala de aula alguma me ensinaria!!!


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Eu só tenho a agradecer pela oportunidade de continuar nesse projeto, também espero me “doar”e comprometer até o último momento que permanecer nele e desejo fechar esse ciclo do PINAB com chave de ouro, já que este será o último período que estarei nele... mas vamos parando por aqui se não vou começar a chorar (risos). SEREI ETERNAMENTE UMA PINABIANA!!!


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RELATO DE EXPERIÊNCIA 2 Karla Regina Albuquerque Maranhão de Lucena A minha permanência no PINAB foi breve, porém intensa. Participar deste projeto foi um presente divino que me proporcionou um amadurecimento não apenas profissional, mas especialmente humano, pessoal, social, uma vez que foi por meio e junto ao mesmo que eu tive a oportunidade de transpor “os muros” da universidade e ter o privilégio de vivenciar momentos recheados de sentimentos que jamais serão esquecidos. A extensão universitária apresenta um significado prodigioso na vida acadêmica; no entanto, infelizmente, a devida importância ainda não é perceptível pela grande maioria dos envolvidos no contexto universitário. Durante o semestre 2009.2 participei do Grupo Operativo de Gestante, e eu confesso que este era um grupo que me atraia antes de ser selecionada pelo PINAB. O grupo maternoinfantil sempre me encantou, a sensibilidade e delicadeza necessária neste grupo contribuem diretamente para este meu desejo de trabalhar com o referido grupo. Ao me deparar com aquelas mães - algumas mães pela primeira vez e outras já “carimbadas” no assunto - o meu olhar em relação a maternidade brilhava de ansiedade e a vontade de compreender e compartilhar com elas aquela fase tão sobrecarregada de novidades, dúvidas, anseios, medos, felicidade, descobertas, enfim, repleta de encantos e mudanças era imensa. A cada encontro do grupo uma permuta de ações e saberes acontecia, confesso que aprendi mais que ensinei. A oportunidade de escutar as gestantes me fez entender que ser mãe não carece apenas de vontade, mas principalmente de dedicação e renúncias. Ter participado de um projeto de extensão como o PINAB só veio a somar na minha vida, desfrutei de alegrias e aprendizados que jamais seriam adquiridos dentro de uma sala de aula, viver a realidade da comunidade com ela e não apenas sobre ela fez toda a diferença. O trabalho em grupo, sem dúvida, favorece a participação dos indivíduos no processo educativo em saúde, amplia as possibilidades das pessoas se autoconhecerem e diversificarem mais suas relações, uma vez que um grupo se constrói no espaço heterogêneo das diferenças existentes entre os participantes, possibilitando, dessa forma, maior aprendizado e desenvolvimento pessoal. Obrigada, PINAB! Lições para toda a vida estou levando comigo!


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RELATO DE EXPERIÊNCIA 3 Karistenn Casimiro de Oliveira Neste meu último relato como extensionista e integrante da família PINAB optei por deixá-lo ser escrito pelo meu coração e por ele apenas. Não que os outros não o fossem, mas este tem um significado imensurável para mim, pois em cada palavra deste, posso sentir o sabor e o dissabor da despedida. Deixe-me começar do começo. Entrei nesta família no meu segundo período da academia, e talvez por isso tanto receio, medo, insegurança...o projeto e cada uma de suas práticas eram grandes demais para a minha visão minúscula de vida acadêmica, até então vivenciada em quatro paredes, onde só existia um detentor do saber (o professor). Aos poucos fui me entrosando e gostando do que estava vivendo. Lembro-me das minhas primeiras atividades no projeto, quando mesmo sem muita experiência e ainda um tanto quanto inibida, recebia dos meus “coordenadores- amigos” a autonomia que precisava para encarar aqueles desafios. Como era bom perceber na prática que através do compartilhar de conhecimentos, de saberes e de experiências todos somos detentores de um saber apriorístico que, ao entrar em uma relação dialógica e educativa pode inclusive transformar de maneira crítica e criativa a realidade! Como era bom vislumbrar o meu envolvimento e desenvolvimento naquelas práticas e saber que de alguma forma eu estava dando uma contribuição nos espaços que era inserida, em cada período. O PINAB foi por muitas vezes o responsável pela minha persistência na graduação em Nutrição, por perceber que de fato a ligação do que aprendia lá com o que aprendia na sala de aula, me fazia adquirir uma visão holística no atendimento com o próximo. Com os colegas extensionistas, principalmente nas reuniões semanais, tinha a oportunidade de debater impasses, conquistas das ações, pude compartilhar sonhos, metas, pude planejar, melhorar, refletir que poderia ter sido melhor.se atentássemos mais para alguns aspectos, pude escrever artigos, resumos e levar o PINAB para Congressos, Encontros bem longe da terrinha.. Posso dizer que graças ao PINAB e a tudo que ele me proporcionou pude vivenciar uma universidade diferente...Hoje me vejo desafiando os desafios, rompendo barreiras, procurando extrapolar em cada atividade que me é confiada. Não me vejo e não me sinto pronta, mas me sinto madura o bastante para acreditar em mim como profissional, lutar pelos meus ideais, dentre eles um processo educativo mais humanizado, acreditar que Deus nos fez ilimitados no que se refere ao dar! E é assim PINAB que eu me despeço de todos, acreditando não que dei o bastante, mas que ofereci de coração o meu melhor, e com a convicção que a


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minha histรณria com e no PINAB nรฃo para por aqui, porque aonde eu for, eu o levarei comigo, em cada prรกtica , em cada jeito de fazer!


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RELATO DE EXPERIÊNCIA 4 Thaise Anataly Maria de Araújo

O período de atuação 2009.2 possuiu um significado diferenciado para mim, pois eu sabia que este seria o último que participaria como graduanda-extensionista do PINAB. Descrever em palavras a representatividade de colaborar com este Projeto é algo que minimizaria o que sinto em fazer parte da história dele... História esta que se entrelaça com a minha... E com o amor que sinto pela Ciência da Nutrição... Pela vida... Pelo meu próximo. Ao entrar no curso de Graduação em Nutrição tinha um único objetivo: auxiliar as pessoas na obtenção de uma melhor qualidade de vida. No entanto, inicialmente, deparei-me com cadeiras/disciplinas importantes para a vida acadêmica, mas com bases puramente biologicistas, que não se assemelhavam com o pretendido por mim; então - no terceiro período – surgiu a proposta do PINAB. Inscrevi-me de última hora, uma vez que não acreditava na possibilidade de fazer parte dele, haviam tantas pessoas capacitadas para isso... Entretanto uma surpresa maravilhosa aconteceu: fui aprovada na seleção! Apesar de ter virado um “clichê” no Projeto, considero que o mesmo representa um “divisor de águas” no que diz respeito ao pessoal e profissional da minha vida. Graças a minha participação nele superei obstáculos durante a graduação, me apaixonei pelo curso e percebi que a Nutrição pode ser mais e isso depende de nós, da forma como nos comportamos diante dos usuários do nosso serviço e da utilização do nosso potencial no que diz respeito a sermos educadores. Atualmente, a forma como atuo, a maneira holística com que procuro compreender meus clientes, a escuta, o diálogo, o vínculo que tento criar com cada um deles é resultante do aprendizado que obtive com a Família PINAB e com todas as experiências que pude vivenciar neste. O crescimento acadêmico também foi marco desta extensão universitária, pude, em conjunto com os coordenadores e colegas estudantes, sintetizar resumos, artigos e até viajar, fazer novas amizades, representando o Projeto. Reconheço que sempre podemos ser melhores no que fazemos e, se pudesse voltar no tempo, teria tentado me dedicar ainda mais na concretização das atividades desempenhadas no PINAB, todavia, acredito que deixei minha contribuição ao Projeto, aos amigos conquistados e aos usuários que compartilharam comigo conhecimentos preciosos, ressaltando que um pouquinho de mim encontra-se inserido em cada espaço que me fiz presente. Em suma, agradeço a todos que me auxiliaram no desenvolvimento de habilidades e emoções construídas/vividas nestes seis períodos em que estivemos juntos; ter tido a oportunidade de


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contribuir em todas as frentes do PINAB foi inesquecível e fará sempre parte da minha conduta como ser humano e profissional da saúde. Estou alçando novos voos... Mas tenham certeza que poderão contar comigo sempre... E que pretendo, algum dia, voltar ao seio desta maravilhosa Família.


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