GRUPO ESCOLA, 2007

Page 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS - PRAC CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - CCS DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO - DN PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DE NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE - PINAB

Grupo da Escola

JOÃO PESSOA 2007


2

Céres Bandeira Jessica Bezerra Jousianny Patrício Julyana Assis Monique Beserra Nayara Massa Samara Cíntia

RELATÓRIO SOLICITADO PELA PROFESSORA ANA CLÁUDIA

CAVALCANTI

VASCONCELOS, NUTRIÇÃO

DO

PEIXOTO DEPARTAMENTO

DA UNIVERSIDADE

DE DE

FEDERAL DA

PARAIBA, COORDENADORA GERAL DO PINAB, APRESENTADO

JOÃO PESSOA 2007

À

PRAC, CCS

e

DN/UFPB.


3

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................4

2 OBJETIVOS..........................................................................................................................6

3 METODOLOGIA.................................................................................................................7

4 ATIVIDADES REALIZADAS............................................................................................9

5 DISCUSSÃO, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS..............................................11

6 CONCLUSÃO.....................................................................................................................13

7 REFERÊNCIAS..................................................................................................................14

8 ANEXOS..............................................................................................................................15


4

1 INTRODUÇÃO O projeto de extensão Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB), da Universidade Federal da Paraíba, tem como principais locais de atuação a Unidade de Saúde da Família (USF) Vila Saúde e a Escola Municipal Augusto dos Anjos (EMAA) no bairro do Cristo em João Pessoa-PB. O Projeto é desenvolvido segundo o referencial teórico da educação popular, com práticas de ação e reflexão da Nutrição no campo da Saúde Coletiva e da Segurança Alimentar e Nutricional. O PINAB realiza ações de promoção da saúde na escola Augusto dos Anjos a partir da inserção no plano de atividades da mesma e desenvolvimento de atividades específicas, a partir do conhecimento da realidade nutricional e social dos escolares, sendo imprescindível para tanto a participação efetiva da comunidade escolar (profissionais, alunos e suas famílias). O eixo norteador das atividades do projeto no âmbito da EMAA, é a Portaria Interministerial (Ministério da Saúde e Ministério da Educação) n° 1010, de 08/05/2006 que Institui as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional. Na USF os extensionistas desenvolveram algumas atividades, como visitas domiciliares e aconselhamento nutricional. As visitas domiciliares, que foram realizadas para o reconhecimento das famílias usuárias da USF e da EMAA possibilitaram uma interação entre os pais dos escolares e os extensionistas, além de propiciarem que os mesmos observassem suas condições sociais e práticas alimentares. Estas visitas foram acompanhadas pelos ACS’s (agentes comunitários de saúde), os quais auxiliaram o reconhecimento da população e nos proporcionaram uma troca de conhecimento. Os extensionistas do grupo da escola, também tiveram sua atuação na USF , através do aconselhamento nutricional . Os aconselhamentos nutricionais foram feitos por alunas, que cursam diferentes períodos na UFPB e uma nutricionista. Através destes aconselhamentos as extensionistas puderam passar seu saber científico, como também aprender com o saber popular. Esta atividade proporcionou uma interação com a USF e nos possibilitou um novo olhar sobre a atuação do nutricionista. O grupo dos escolares é formado por sete estudantes, que cursam diferentes períodos na Universidade Federal da Paraíba. Semanalmente às terças-feiras, na UFPB, ocorre reunião geral do PINAB, onde há o compartilhamento das atividades realizadas por todos os grupos que


5

compõem o projeto, entre outros. O grupo discute a sua atuação na escola, trabalhos realizados nesta e discussão de temas atuais como educação popular, segurança alimentar e nutricional e direito à alimentação adequada, e também debates sobre temas relacionados ao grupo PBF (programa bolsa família), idosos e gestantes.


6

2 OBJETIVOS

O estudo e a prática da saúde no Brasil tem passado por diversas transformações reflexas às mudanças da sociedade. Na Nutrição, diversos conceitos, como o da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), são implantados na agenda pública do país. Assim sendo, a extensão, desejosa em contribuir para a melhoria do quadro atual da saúde no Brasil, alia o conhecimento popular ao científico, na tentativa de superar os desafios na saúde respeitando os diferentes saberes. A atuação do PINAB no âmbito da escola possibilita práticas de ação e reflexão da Nutrição no campo da Saúde Coletiva e da SAN com participação dos profissionais da Nutrição que permitem aos extensionistas do grupo construir caminhos pautados pela educação popular e comprometidos com a promoção da saúde no sentido de

construir

ações coletivas que

promovam mudanças nos hábitos alimentares. Em esfera individual, os aconselhamentos nutricionais na USF promovem o acompanhamento dos pacientes embasado na educação popular, em detrimento dos modelos conservadores de atendimento. Outro objetivo do projeto PINAB é contribuir para a efetivação da intersetorialidade entre a USF e a EMAA, desenvolvendo a promoção da saúde dos escolares e o aumento do diálogo entre ambos, pois apesar de estarem localizados tão próximos, ainda é pouca a interação entre estes.


7

3 METODOLOGIA A metodologia que nos norteou para a efetivação do nosso trabalho é pautada na promoção da saúde através da educação popular; esta por sua vez faz a ponte entre o saber popular e o saber científico, buscando um equilíbrio benéfico para a comunidade. Nesta prática de educação popular o educador e o educando tem uma importância que se equivalem, já que ambos realizam o ato de ensinar e aprender. Na saúde a educação popular foi se configurando a partir das experiências de profissionais que atuavam junto aos movimentos sociais, dinamizando sua atuação a partir dessa integração. De fato, a educação popular não visa adequar as pessoas às normas de higiene, mas participar do esforço junto aos subalternos para a organização do trabalho político, a fim de abrir caminho para a conquista da liberdade e de seus direitos. (BRANDÃO apud VASCONCELOS, 1997). Trabalhamos com os princípios da promoção da saúde. Promover saúde é um processo de capacitação, ou seja, é um aperfeiçoamento do conhecimento da comunidade, para que esta melhore sua saúde e conseqüentemente sua qualidade de vida, já que ao ter o conhecimento todos somos sujeitos atuantes desse processo. Buss (1999) afirma serem cinco os campos centrais de ação da promoção da saúde: criação de ambientes favoráveis à saúde, reforço da ação comunitária, desenvolvimento de habilidades pessoais e reorientação do sistema de saúde. Nosso trabalho é fundamentalmente o de educar, e por estarmos atuando em uma escola isso é um facilitador. Estamos semeando uma educação sobre alimentação saudável e tentando criar um ciclo com uma nova carga de conhecimentos, neste ciclo as informações são de conhecimento de toda família e ela é agente modificadora de hábitos para que eles sejam adequados a uma maior qualidade de vida. O Grupo Escola planejou suas atividades na EMAA, buscando a interação entre o grupo e os profissionais da escola acerca das atividades a serem desenvolvidas. Os professores juntamente com os demais funcionários da escola participavam dos planejamentos juntamente com o grupo, sugerindo e se dispondo a nos dar o suporte necessário para a realização das atividades. Nós como atuantes do grupo, buscamos desenvolver nossas atividades ressaltando sempre a importância da promoção da alimentação saudável, valorizando os alimentos regionais, e dando uma real importância ao contexto social, econômico e cultural. Nós também, ao visarmos um melhor aprendizado por parte dos alunos e a fim de tornar essa relação mais interativa, tentamos


8

realizar nossas atividades unindo a arte ao ensino, atravĂŠs de esquete, mĂşsica, poesia, colagem e outras atividades.


9

4 ATIVIDADES REALIZADAS: 

Agosto, dias 17, 24 e 31: VISITAS DOMICILIARES

Essas visitas tiveram como objetivo: o reconhecimento da área de trabalho (atuação), da população e divulgação da implantação do projeto na USF. As visitas foram acompanhadas pelos ACS (Agentes Comunitários de Saúde) que nos mostraram o perfil da área a qual eles cobriam, nos levando (o grupo atuante na escola) principalmente para as casas que tinham alunos da EMAA para que nós nos familiarizássemos com a realidade dos estudantes desta escola. Com essas visitas observamos que a realidade e o perfil das famílias variam de acordo com as áreas que são cobertas pela USF, por exemplo, visitamos Jardim Itabaiana 2 que apresenta padrão e qualidade de vida médio. Já ao visitarmos Jardim Itabaiana 1 a realidade é bem diferente, com um padrão de vida muito baixo onde as famílias vivem em situações bem precárias. 

Setembro, dias 14, 21 e 28: COLETA DE DADOS PARA A AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

Foram coletadas as medidas antropométricas de peso e altura de 352 alunos do turno da manhã da escola, para a análise e obtenção do perfil nutricional dos estudantes. Esse perfil nutricional será de grande importância para nortear as atividades educativas do PINAB na escola. 

Setembro, dia 28: OFICINA DE ACONSELHAMENTO DIETÉTICO INDIVIDUAL

A nossa oficina foi ministrada por Pedro e Ana Claudia que nos apresentaram e nos treinaram para o modelo de aconselhamento dietético individual que vem sendo utilizado pelo PINAB na Unidade de Saúde da Família. 

Outubro, dia 05: PROGRAMAÇÃO DA SEMANA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO JUNTO À ESCOLA

Nos reunimos com a diretoria para programar a comemoração da Semana Mundial da Alimentação. Conversamos com a coordenadora pedagógica Betânia e com a diretora Diane e programamos fazer uma esquete (encenação). Ainda combinamos com a escola para que fossem desenvolvidas atividades diárias relacionadas com alimentação durante a semana em comemoração. O Dia Mundial da Alimentação tem como tema para 2007 “O Direito à


10

Alimentação”. É um momento em que o mundo volta sua atenção para a fome e a insegurança alimentar que afetam cerca de 800 milhões de pessoas. A data, que é comemorada há 27 anos, lembra o surgimento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em 16 de outubro de 1945. No Brasil comemoramos a Semana Mundial da Alimentação com várias atividades por todo o país onde podemos trabalhar a promoção da alimentação saudável como importante componente do Direito Humano à Alimentação Adequada. 

Outubro, dia 19: ATIVIDADE COLETIVA NA SEMANA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO

Essa atividade foi desenvolvida na culminância desta semana. Houve uma bonita comemoração na escola, com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Educação, onde os alunos apresentaram os trabalhos desenvolvidos sobre alimentação durante a semana. Nós fizemos a apresentação de uma esquete (na qual encenamos uma mãe, uma merendeira e duas alunas da escola que debateram sobre temas relacionados com essa semana, como: Direito Humano à Alimentação, a importância e o valor nutricional do feijão na alimentação, e a importância das merendeiras na preparação da alimentação dos alunos na escola). Após todas as apresentações onde os alunos ficaram muito entusiasmados, houve um lanche de confraternização entre todos, com um prato tradicional da Paraíba, o rubacão, que veio para completar a comemoração ressaltando o feijão que tanto foi falado nas apresentações. 

Outubro, dia 26: ACONSELHAMENTO DIETÉTICO INDIVIDUAL

Na USF nos dividimos em dois grupos orientados; um por Pedro e outro por Ingrid. Neste dia assistimos a três pessoas com casos bem diferentes: uma senhora cuja avaliação nutricional apresentou estado de magreza, uma mulher com faixa etária de 30 anos com hipotireoidismo e uma jovem eutrófica que apenas se achava acima do peso. Foi a nossa primeira experiência com o atendimento nutricional, foi muito agradável e de grande aprendizagem.


11

5 DISCUSSÃO, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS

A prática do PINAB foi muito interessante e importante para conhecermos mais sobre extensão, trabalho comunitário e nos serviu de subsídio, orientação para as próximas atividades. Todas as atividades tiveram um grande significado para cada um de nós. As visitas domiciliares foram de fundamental importância para conhecer e interagir com a população e para mostrar o que é o PINAB e qual o seu trabalho junto á escola e a Unidade de Saúde na Família. Os limites encontrados nessa atividade dizem respeito à disponibilidade dos ACS como acompanhantes, pois estes foram necessários como elo por conhecerem as famílias cadastradas naquela USF. Eles nem sempre estavam disponíveis, já que algumas vezes tinham outras tarefas para realizar. A coleta de dados antropométricos foi essencial, pois a avaliação nutricional será à base do nosso trabalho na escola. Percebemos que seria impossível realizar as atividades educativas sem ter o perfil nutricional dos estudantes em mãos para nortear as atividades. Sem contar que foi muito bom, pois foi nosso primeiro contato com os alunos da escola, onde podemos interagir um pouco com eles. Os limites encontrados nessa prática foram a quantidade de alunos e o pouco tempo para fazer a coleta, o que desta forma, foram necessários três dias para que a atividade fosse finalizada. As potencialidades dessa atividade foram a disponibilidade e acolhimento da escola para a realização do trabalho, principalmente da pessoa de Diane a diretora da escola. Atividade Coletiva (Semana Mundial da Alimentação) foi a nossa primeira atividade educativa na escola onde através de uma esquete (encenação) trabalhamos de forma lúdica assuntos relacionados com essa semana. O limite encontrado nessa atividade foi em relação ao local que foi realizada a atividade, o pátio da escola, que não possuía lugares para todos os alunos ficarem acomodados, desta forma, eles começaram a se dispersar o que prejudicou um pouco a audição e o entendimento da apresentação. Por outro lado foi percebido o grande potencial de todas as integrantes do grupo da escola que se organizaram e prepararam o evento com antecedência, representaram e transmitiram de uma forma mais divertida e atrativa temas muito importantes sobre alimentação. Vale ressaltar também que a divisão de tarefas foi feita respeitando os limites e o perfil de cada pessoa e que todas independentes de qual realizou a fez com muita dedicação.


12

Aconselhamento dietético individual foi muito interessante, pois podemos aprender mais sobre a atuação de uma nutricionista e também podemos ajudar as pessoas que vieram pra serem assistidas. Os limites encontrados foram à disponibilidade de um local adequado para o atendimento e a falta de pessoas para serem atendidas. É importante citar a dedicação dos nossos orientadores em nos explicar sobre os casos e em nos estimular a contribuir com que sabíamos. As nossas perspectivas para este grupo é que a partir do resultado da avaliação nutricional possam ser desenvolvidas atividades direcionadas ao perfil nutricional dos alunos e que os casos específicos tenham uma maior atenção. Dessa forma, é importante que as visitas domiciliares sejam feitas nas casas dos alunos da escola e principalmente nas casas dos alunos que apresentem casos de risco para que seja feito um acompanhamento sistemático com toda a família. O principal encaminhamento para este grupo é para que este se reúna com a escola quando esta fizer o planejamento do ano letivo de 2008, para que as atividades educativas do projeto estejam inseridas no calendário letivo da escola.


13

6 CONCLUSÃO

É notória a importância da construção de práticas alimentares saudáveis na infância e adolescência para a promoção da qualidade de vida na idade adulta. O debate que ocorre na atualidade no país acerca da Segurança Alimentar e Nutricional, Direito Humano à Alimentação Adequada e Promoção da Alimentação Saudável no âmbito escolar reforça o fato de que a escola constitui-se em um local imprescindível e estratégico para implementação de ações e práticas educativas com a finalidade de desenvolver e disseminar hábitos alimentares saudáveis e com isso promover a saúde da população. As atividades realizadas na atuação na comunidade, como visitas e aconselhamento nutricional, foram de fundamental importância, pois serviram como base para o desenvolvimento de metas para a continuidade do projeto. A inserção de nossas ações na escola Municipal Augusto dos Anjos com a efetiva participação dos profissionais da escola, partindo do conhecimento da realidade nutricional e social dos escolares será de extrema importância na execução de ações para a construção de hábitos alimentares saudáveis e melhora no estado nutricional e, portanto, na promoção da saúde desta população.


14

REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde e Ministério da Educação. Portaria n.1010 de maio de 2006. Institui as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional. Vasconcelos, Ana; Cruz, Pedro; Freire, Ingrid. Práticas integrais da nutrição na atenção básica em saúde: reflexões sobre os primeiros passos. In: CONGRESSO NORDESTINO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2007, Salvador.


15

ANEXOS


16

ANEXO 1 – Relato de experiência por Céres Pauliena Fernandes Bandeira Os dois meses de atividade do PINAB são, também, meus primeiros dois meses de ligação a um projeto de extensão. Há algum tempo me sentia tocada, ainda que timidamente, pela necessidade de envolvimento com a sociedade, de dentro e fora da universidade, que me permitissem aliar meus novos conhecimentos à possibilidade de colocá-los em prática, de forma a me tornar útil à população que, afinal, os financiava. No ponto chave do curso, onde começava a cursar as tão ansiadas disciplinas específicas, me incomodava a forma que a Nutrição era vista por alguns profissionais, que não reconheciam sua importância para a saúde como um todo, como também a maneira que os profissionais nutricionistas lidavam com a população, na qual às vezes, anos de estudo pareciam não surtir nenhum efeito. No meio a esses anseios particulares, ouvi falar de um projeto que seria exclusivamente para estudantes de Nutrição, o primeiro da Universidade; projeto em construção, que iria selecionar seus primeiros extensionistas. Logo me inscrevi, e mesmo desacreditando, fui selecionada. Começavam ai os dois meses do mais refinado aprendizado que a universidade me proporcionou. Meses em que meus conceitos tímidos foram apurados e alguns, felizmente, derrubados. Um dos primeiros impactos que tive foi quebrar a subestimação que tinha em relação ao aprendizado da população de menor renda. Várias vezes tive prova de que em meio a condições nada favoráveis ao aprendizado, as pessoas recebiam e repassavam conhecimento, sendo capazes sim, de transformar o meio em que viviam por ações simples. Aprendi então a confiar mais nas pessoas, perceber o amor nas adversidades, enxergar a vida com olhos que alcançam mais longe. Em cada reunião, oficina ou atividade no grupo recebi informações, ora simples, ora refletidas de um conhecimento rebuscado, que acrescentariam fundamentalmente minha formação, e pelas quais afirmo emocionada não querer ser a profissional que seria se não tivesse passado pela extensão, sobretudo pelo PINAB, que hoje reconheço serem, aliados às disciplinas curriculares, de fato, a universidade.


17

ANEXO 2 – Relato de experiência por Jéssica Bezerra. A experiência desse começo de projeto realmente foi única. Desde o primeiro dia que tive contato com Pedro quando ele passou nas salas avisando sobre a primeira oficina e as inscrições do projeto, fiquei muito entusiasmada. Começaram as inscrições e eu mais animada ainda para que logo chegasse o dia do primeiro contato com o PINAB. Quando foi a primeira oficina, estava eu lá, toda atenta a cada palavra que era dita cada gesto. Foi tudo muito lindo, tudo muito novo, mas, começou aquela angústia de pensar que não iria ficar. Essa angústia continuou depois da entrevista, depois de ver tanta gente capacitada e querendo ficar tão quanto eu. Foi se passando os dias e eu não estava esquecida do resultado, me lembro como se fosse hoje, fui correndo pra o departamento quando me deparei com Pedro e Ana colando a lista na parede, nossa, quando vi meu nome lá nem acreditei, eu pulava de tanta felicidade. Mas uma vez a espera, a espera da primeira reunião, a espera da primeira ida pra Unidade de Saúde da Família, mas, acontece algo inesperado. Um dia antes de o projeto começar eu quebro meu pé. Entro em desespero porque eu precisava ficar um mês em repouso e o grupo dos escolares o qual eu participo iria fazer visitas domiciliares. Fiquei muito triste, pois sabia que ia ficar sem esse primeiro contato com a comunidade, sem essa experiência. Depois de me recuperar comecei a ir para as reuniões semanais, que porventura eram riquíssimas e me ajudavam a absorver alguma coisa o qual eu não tinha passado ainda na comunidade e comecei também a ir para a USF e a escola. As meninas do grupo pelo qual eu participo e Ana não mediram esforços em me integrar e me ajudar no que eu precisasse. Com todo o processo adquiri experiências grandiosas e percebi o quanto é bom trabalhar em grupo, o quanto é bom ter pessoas com você comprometidas e amando o que fazem. Percebi também o quanto eu mudei com relação ao pensar em conjunto, fiquei mais sensível em perceber o limite do outro. Agradeço muito a aqueles que pensaram nesse projeto como um todo, agradeço por aqueles que fazem junto comigo esse projeto caminhar. Apesar de nós termos atuado junto com o PINAB muito pouco, ele me fez ter um novo olhar para com as pessoas, me fez ficar mais humana.


18

ANEXO 3 – Relato de experiência por Jousianny Patrício “Quando você quer alguma coisa todo o universo conspira para que você realize o seu desejo” Era o início do meu segundo período na universidade e eu estava decidida a buscar por um projeto que me tirasse daquela rotina de assistir aula e estudar, eu queria muito mais, queria praticar, mas devido ao meu pouco saber científico por estar no início do curso achava muito difícil isso acontecer. Então estava quase decidida a estagiar em um laboratório, apesar de não ser exatamente o que eu queria, pois o projeto não tinha haver com nutrição; mas exatamente no dia em que iria falar com o professor responsável pelo estágio, Pedro invade a nossa sala para divulgar o PINAB, quando ele falou sobre o projeto percebi que era aquilo que eu tava procurando e me encantei com o projeto, então logo fui fazer minha inscrição e lá tive o prazer de conhecer a coordenadora e pude perceber o quanto ela tava entusiasmada com o PINAB e isso me fez ainda mais querer fazer parte dele. A reunião com todos os inscritos foi perfeita e tudo que foi dito naquele sábado, independente se eu fosse ser selecionada ou não, foi muito gratificante, pois foi a partir dali que eu pude perceber o que eu queria realmente: extensão popular. Tudo que venho aprendendo nesse projeto vem sendo de grande importância, sem contar que ele reúne os requisitos que eu tenho como meta para atuar na minha profissão, como trabalhar com a comunidade além da troca de experiências aliando o saber científico com o saber popular. As experiências que pude vivenciar como as visitas domiciliares junto aos ACSs para um maior conhecimento da população, a coleta de dados para a avaliação nutricional dos alunos da escola onde agente teve um maior contato com eles, a atividade da Semana Mundial da Alimentação onde trabalhamos temas importantes sobre a alimentação, o aconselhamento dietético individual em que agente pode aprender mais sobre a atuação de um nutricionista, tudo isso me proporcionou um ganho enorme não só como futura nutricionista mas também como pessoa. Pra mim hoje parece um sonho fazer parte dessa equipe e farei o possível para que o projeto que ainda é um bebê cresça com muita garra e muito amor.


19

ANEXO 4 – Relato de experiência por Julyana Assis. O projeto Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica (PINAB) trouxe mais uma possibilidade de vivenciar a extensão na qual eu acredito ser um instrumento transformador e revolucionário, a extensão popular. Há muito já vinha me familiarizando com esta prática, regida pela educação popular, no entanto o PINAB estreitou ainda mais os laços entre a extensão popular e um dos segmentos do curso pelo qual venho cada vez mais me apaixonando, nutrição na atenção básica. O trabalho em comunidades a meu ver é fascinante. Move-me, comove e embora já tenha vivenciado um pouco este trabalho é impossível não angustiar-me e inquietar-me diante de situações de extrema pobreza, abandono e marginalidade. Assim foi no Cristo, a comunidade onde atua o PINAB. Nas primeiras idas a campo, as visitas domiciliares serviram para impulsionar ainda mais minhas pretensões, que eram as de poder contribuir com ações, junto ao grupo da escola, onde me inseri, e ao grupo PINAB no que diz respeito a questões no âmbito da nutrição na saúde coletiva, construção de hábitos alimentares saudáveis para assim promover saúde. A partir do meu ainda pequeno acúmulo durante a graduação e minha vivência em extensão pude trilhar junto às demais do grupo caminhos relevantes para a continuidade do trabalho na escola. Por vezes o imediatismo e a ansiedade de ver resultados afligiram, no entanto a consciência de que nossas práticas não se pautam em assistencialismo e, portanto, com resultados imediatos fizeram com que se desse o exercício da paciência. Assim, os objetivos para a escola nesse primeiro momento foram traçados e alcançados e estes poderão subsidiar ações futuras onde um novo grupo se constituirá na próxima etapa do PINAB.


20

ANEXO 5 – Relato de experiência por Monique Beserra de Freitas. “O caminho se faz ao caminhar” Aqui irei relatar um pouco da minha vida,de quem sou e das transformações que a extensão está causando em mim. Ao caminhar pela faculdade vi um papel anunciando as inscrições pro Pinab e ao ler pensei que era isso o que eu queria fazer.Confesso que fiz minha inscrição sem acreditar que hoje estaria sendo um membro dessa equipe. Quando eu fui para o encontro no sábado, onde todos os inscritos estavam,era o início da seleção.Pedro passou um vídeo editado por ele e só eu sei o quanto esse vídeo despertou vida dentro de mim.O quanto eu me senti viva,capaz,realizadora e sonhadora.Senti-me útil e pensei:” eu posso fazer muitas coisas também”.Eu que sou parte dessa sociedade,e que sempre quis trabalhar com comunidade,ajudar, trocar experiências. Sei o quanto o USF é importante e o fato de poder atuar junto a um ou em uma escola, que foi o meu caso,é uma experiência única.E o que me fez querer mais que muitas coisas essa oportunidade foi à essência do PINAB! A idéia de conviver, de visitar,conversar,ensinar e aprender.Isso sim me deixou sonhando muitas coisas ao mesmo tempo.Quando eu fiz a entrevista já me senti mais perto e aquele desânimo inicial se refletiu em muita esperança.Com o resultado minha alegria não poderia ser maior! No primeiro encontro ouvimos as experiências do 1° e do 2° grupo e nossa essas pessoas passaram tanta coisa boa que eu fiquei ainda mais ansiosa. Quero conhecer muito de educação popular,de comunidades,quero conhecer as pessoas,seus nomes,seus dramas,seus dias.Quero fazê-los enxergarem que a educação merece todo e qualquer esforço,que devemos exigir e fazer nossos direitos serem ativos.Irei formar em mim e nas pessoas que passaram por mim uma base forte,uma consciência humana,um respeito ao próximo e aos sonhos! Quero transmitir pra essas pessoas todo meu amor,carinho e garra.Porque todos temos direitos e não será uma sociedade que não enxerga além de si que irá inibir nossos passos. Por tudo isso que sinto agora, sei que o PINAB assim como tudo que criamos com amor,cuidado e muita dedicação se tornará um adulto centrado e atuante numa sociedade melhor,mais limpa e muito mais consciente. O PINAB em apenas 2 meses fez uma revolução em mim.Personalidade,metas e até sonhos estão transformados.Hoje me sinto um Ser Humano e isso só me faz querer progredir sempre,e o caminho desse progresso eu encontro na Extensão Popular porque hoje eu não sei como eu seria sem ela.Não sei se eu encontrei o PINAB ou se ele me encontrou,só tenho certeza que ele mudou o curso de minha vida,pode parecer estranho ou mesmo exagero mas ninguém além de mim compreende sua dimensão em minha vida...


21

ANEXO 6 – Relato de experiência por Nayara Massa.

O projeto de extensão permitiu que eu tivesse um novo olhar a acerca de tudo que esta ao meu redor, através de simples gestos, palavras, expressões, mostrando que a parti de atos tão simples e que estão ao alcance de todos podemos ajudar a algumas pessoas. De inicio fizemos visita na comunidade, este sendo o primeiro contato com a população. Nestas visitas domiciliares fomos acompanhados dos ACSs , os quais sempre dedicados a ajudarnos a conhecer e entender um pouquinho do que acontecia naquela comunidade.Começando com a escuta, entendendo e tentando ajudar as pessoas da comunidade. E naquelas visitas que eu fui para “ajudar” ou “ensinar” , tive outro conceito do que realmente eu iria fazer na casa destas pessoas e eu fui simplesmente aprender, com cada olhar, gesto e com o falar. O projeto é dividido em alguns grupos , que são estes: escolares, idosos, gestantes e PBF. Eu participei do grupo dos escolares , um grupo que se tornou mais unido a cada encontro, descoberta , expectativa . Um grupo que tem uma idéia em comum ajudar o próximo não esperando nada em troca. No primeiro mês que estávamos conhecendo a comunidade fui também conhecer a escola, onde todo o grupo foi muito bem acolhido e fomos conhecer todos os compartimentos da escola , como as salas de aula , sala de informática, local que as merendeiras trabalham e a horta. A nossa primeira atividade na escola foi pesar e medir as crianças para traçar o perfil nutricional destas e poder trabalhar posteriormente em cima dos resultados obtidos , seja no perfil da desnutrição ou sobrepeso, outra atividade também desenvolvida foi para a comemoração da semana mundial de alimentação, através de uma esquete. No dia da comemoração teve uma grande participação dos escolares e também dos professores e após a apresentação podemos sentir e o quanto somos acolhidas na escola, lanchando com a diretora e escutando dela palavras de tanto amor dedicadas a todas que fazem parte do projeto. O projeto de extensão veio para contribuir na formação de uma nutricionista mais principalmente contribuir na formação de uma menina mais humana e com olhar voltado para as pessoas que estão ao seu redor , não só pra ajudá-las mais ter a certeza que a todos os momentos estas pessoas que as rodeiam fazem parte do seu mundo e que unindo-se a elas tudo fica mais completo.


22

ANEXO 7 – Relato de experiência por Samara Cíntia A História de uma Extensionista No primeiro dia em que cheguei à comunidade de atuação do PINAB, estava muito ansiosa, pois era a primeira atividade prática do projeto, e o meu primeiro dia como extensionista, o primeiro contato com a extensão, eu não sabia de que forma iria ser útil. Começamos fazendo visitas domiciliares, conhecendo mais de perto a população. Naquele dia ao chegar à primeira casa que visitei, comecei a descobrir o universo maravilhoso da extensão, e todo o nervosismo e ansiedade que antes sentia passou, e, então comecei a me sentir como se conhecesse aquela família há muito tempo. Essa sensação passou a me acompanhar em todas as casas que visitava, e ela aumentava ao escutar as diferentes histórias de vida de cada família, foi uma experiência única e inesquecível. Foi também naquele dia que descobri duas palavras para representar a extensão: DOAÇÃO E TROCA. Percebi o quanto é especial doar um pouco de tempo, atenção e de amor a pessoas que nem conhecemos, mas que me recebem de braços abertos e se alegram com a nossa simples presença. Percebi também que com cada família que conversamos trocamos nossos conhecimentos, experiências e vivências e saímos de cada casa com a bagagem maior do que a que entramos. E isso era apenas o começo, eu nem tem noção do que ainda estava por vir. Eu vivi intensamente esta minha temporada no projeto e particularmente na escola, onde fizemos um trabalho muito gratificante e inesquecível. Lá fomos muito bem recebidas pela direção, e pelo os alunos e isso nos deixou muito a vontade para realizar o nosso trabalho. Os dias foram passando, e eu me apaixonando cada vez pela extensão e pelo PINAB, pois tudo era tão maravilhoso! As reuniões semanais, onde compartilhávamos as experiências vividas pelos grupos, o próprio trabalho em grupo, pela afinidade que tínhamos; o projeto era só a alegria e sucesso. O sucesso já era de se esperar, pois um projeto tão ousado e bem organizado como esse não poderia ter outro resultado. E alegria é de ter a oportunidade de fazer parte deste projeto, ou seria melhor chamar de família. Pois é, a cada dia eram uma atividade e uma surpresa diferente, sempre com novas emoções. Foi através desse projeto que descobri um novo jeito de olhar a nutrição, a comunidade, a saúde pública. E agora posso dizer que serei uma profissional completa e feliz, pois fui extensionista, convivi na comunidade através de um projeto que me trouxe muitos ensinamentos e me proporcionou muita felicidade


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.