GRUPO DE IDOSOS 2007.1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DE NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE

DANIELA GOMES DE BRITO CARNEIRO KELLY LACERDA LARISSA LORENA DIAS MENEZES SIMONY GUIMARÃES

GRUPO OPERATIVO: IDOSOS

João Pessoa 2007


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DANIELA GOMES DE BRITO CARNEIRO KELLY LACERDA LARISSA LORENA DIAS MENEZES SIMONY GUIMARÃES

GRUPO OPERATIVO: IDOSOS

Relatório do Grupo de idosos do Projeto de Extensão Práticas Integrais de Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB), coordenado pela professora Ana Cláudia Cavalcanti Peixoto de Vasconcelos, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba, apresentado a PRAC, CCS e DN/UFPB.

João Pessoa 2007


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1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O presente relatório sistematiza e registra a experiência vivenciada pelo Grupo de Idosos do Projeto Práticas Integrais de Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB) servindo de guia e/ou ponto de partida aos facilitadores extensionistas do Grupo na posterior temporada. O PINAB é um projeto de extensão popular em saúde vinculado ao Departamento de Nutrição da Universidade Federal da Paraíba atuante na Unidade de Saúde da Família Vila Saúde localizada no bairro do Cristo Redentor, município de João Pessoa-Pb. Teve início em julho do corrente ano, sendo planejado e inicialmente executado pela professora do Departamento de Nutrição Ana Claudia, a graduanda Ingrid Dávila, os nutricionistas recém graduados Pedro José e Patrícia Amâncio. Veio dar início às suas atividades com a seleção e ingresso de 20 graduandos do curso de Nutrição, que contemplam do 1º ao 7º período do curso. O projeto trabalha com três eixos que norteiam e integram suas ações: atividades coletivas em um grupo com público específico (idosos, gestantes, crianças da escola Augusto dos Anjos, famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família), visitas domiciliares e aconselhamento dietético individual ao público alvo. A USF Vila Saúde contaria com quatro grupo de idosos (prática existente antes da atuação do projeto), pois é dividido em quatro áreas: Jardim Itabaiana 1, Jardim Itabaiana 2, Pedra Branca 1, Pedra Branca2, porém apenas dois grupos se reuniam regularmente, Jardim Itabaiana 2 e Pedra Branca 1, que têm 30 e 68 idosos respectivamente, com faixa etária de 40 à 80 anos de idade. O PINAB, com o Grupo de Idosos, chegou à USF para agregar o trabalho que já vinha sendo realizado pelos profissionais de saúde da mesma, objetivando a promoção da saúde do idoso com a realização de ações fundamentadas na educação popular com discussão e problematização de temas relacionados à práticas de hábitos alimentares saudáveis, bem como temas relacionados com o direito humano à alimentação adequada com o intuito de estabelecer neste público o despertar para a vivência de seu papel enquanto atores sociais, não apenas no que diz respeito à garantia do direito humano à alimentação adequada, como também na garantia de todos os outros direitos humanos e direitos e responsabilidades do cidadão brasileiro que estão intrinsecamente interligados.


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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos do PINAB  Articular o conhecimento acadêmico e o conhecimento popular, na busca pela concretização da função social da Universidade e da indissociabilidade do tripé pesquisa-ensinoextensão;  Atuar por meio de princípios como a educação popular e interdisciplinaridade, visando um processo educativo participativo e crítico em prol do fortalecimento da autonomia dos grupos agregados; 

Estimular as atividades associadas à "troca de saberes" entre a comunidade docente e

discente visando à socialização de conhecimentos, competências e habilidades;  Promover a integração do conhecimento produzido na Universidade e a comunidade externa, envolvendo docentes e discentes em ações inter e multidisciplinares, contribuindo para a superação de problemas da comunidade e formando profissionais críticos e familiarizados com as realidades locais, incitando a responsabilidade e autonomia de ambos no tocante a si mesmos e ao social.

2.2 Objetivos do Grupo de Idosos

Discutir os direitos dos idosos importando-se com a conscientização e detenção da informação, social e culturalmente negligenciada numa sociedade excludente. Para isso, objetivamos promover a autonomia do idoso, formando-o ou estimulando sua formação enquanto agente e ator social em sua comunidade, que busque a transformação da sociedade e a garantia de sua dignidade concomitantemente promovendo sua saúde em seu sentido amplo, saúde emocional, psicológica, cultural, social e física.


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3 METODOLOGIA

O grupo de idosos atua nas comunidades Itabaiana I e II e Pedra Branca I e II, cadastradas na USF Vila Saúde localizada no bairro do Cristo da cidade de João Pessoa – PB, desenvolvendo ações educativas com o povo e para o povo, respeitando e interagindo com sua realidade sócioeconômica. Devido a grande necessidade de conhecer o perfil dos idosos com os quais iríamos desenvolver atividades, o primeiro mês do projeto foi dedicado à realização de visitas domiciliares na comunidade. Essas visitas foram realizadas com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e algumas vezes com outros profissionais da equipe da USF, como médicos e enfermeiros. Nestas fazíamos uma breve apresentação do projeto PINAB e deixávamos a conversa fluir, conseqüentemente o conteúdo dessa conversa era, em geral, saúde e alimentação, mas não se limitaram a este apenas, alguns idosos sentiam-se à vontade também pra falarem de seus sonhos, angustias e medos. Após o conhecimento da realidade do idoso daquela comunidade e seu perfil, desenvolvemos atividades coletivas com este, na qual pudemos contar com o apoio dos profissionais de saúde da equipe da USF Vila Saúde, tanto no planejamento como na divulgação e realização das atividades. Essas atividades (reuniões) com os idosos foram realizadas de forma bastante descontraída, fazendo-se uso de dinâmicas de apresentação e abrindo espaço para o compartilhamento e reflexões sobre questões de saúde e alimentação e também saúde em geral, discutindo, principalmente, temas que estão presentes no dia-dia daqueles idosos e esclarecendo dúvidas sobre os diversos tabus que existem em relação aos alimentos. A outra forma de atuação nossa, extensionistas do grupo de idosos do quarto e quinto período, seria o acompanhamento do aconselhamento dietético individual com os idosos, o qual seria realizado junto aos extensionistas do projeto que se encontram no oitavo período de nutrição ou pelos extensionistas já formados, contando ainda com o apoio dos estagiários da USF Vila Saúde, os quais também, geralmente, atuam colaborando com o projeto. Este aconselhamento dietético individual seria realizado de forma não convencional, fugindo do modelo biomédico, dando o educador ênfase ao diálogo na busca da promoção de uma alimentação saudável do educando.


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4. ATIVIDADES REALIZADAS

MÊS

DIA

ATIVIDADES

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Visita domiciliar

21 AGOSTO 28

DESCRIÇÃO As

primeiras

atividades

realizadas

foram

visitas

domiciliares nas comunidades Itabaiana I e II e Pedra Branca I e II acompanhados pelos ACS, algumas vezes, médicos e

Visita

enfermeiras, responsáveis por cada comunidade. Nessas

domiciliar

visitas falamos brevemente sobre o projeto PINAB, e depois dialogávamos sobre diversos assuntos, em geral, assuntos

Visita

relacionados à saúde e alimentação.

domiciliar 4

Oficina sobre aconselhamento

Realizou-se na sala 109 do CCS da UFPB, facilitada pelo nutricionista Pedro José. Estavam presentes as extensionistas

dietético com os participantes do Grupo Operativo Idosos e a colaboradora de extensionistas

referência do grupo, a Nutricionista Patrícia Amâncio. Discutiu-se a metodologia do Aconselhamento Dietético proposto, a metodologia do Aconselhamento Dietético atual, suas eficiências e limites; além da reflexão de um texto de Paulo Freire.

11 SETEMBRO

Planejamento

Como no dia 25/09/2007 comemora-se o dia do idoso, e

da atividade

era o dia em que estava marcado para o encontro do grupo de

realizada em

idosos

25/09/2007

aproveitamos esta tarde para planejar uma atividade especial

das

comunidades

Jardim

Itabaiana

I

e

II,

para este dia, e articular com a equipe da USF -Vila Saúde. Contamos com a participação da enfermeira Eva no planejamento da atividade e para articulação do local onde esta se realizaria, a casa do padre Adelino. 18

Visita domiciliar

Dedicamos essa visita à divulgação da comemoração do dia do idoso, portanto foi realizada de forma mais rápida, para que desse tempo de entregar pessoalmente os convites


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que tínhamos elaborado a uma maior quantidade de idosos, da comunidade de Itabaiana I e II. A divulgação desta atividade também foi feita por parte da equipe da USF. 25

I Encontro com

Contamos com a participação da enfermeira Eva, do

os idosos

médico Carlos Cooper, e alguns ACS, com destaque para a

(Jardim

participação de Eulina, que guiou uma dinâmica para

Itabaiana I e II)

descontração. Iniciou-se a atividade com uma dinâmica de apresentação, e em seguida fizemos uma dinâmica com o objetivo de discutir sobre o seguinte tema: idoso e atividade física, na qual muitos idosos expressaram suas opiniões. Houve uma grande interação dos idosos entre si e deles conosco. E lançamos a proposta de na próxima reunião trazermos temas relacionados à alimentação. Encerramos a comemoração com um lanche.

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Aconselhamento Individual

A atividade proposta para este dia, 02/10/2007, seria os aconselhamentos individuais, que seria feito por Pedro, nutricionista e um dos coordenadores do projeto e Ellen, estagiária da unidade, no entanto como não foram agendados os idosos para esta atividade, ela não ocorreu. No entanto, não ficamos sem atividade, pois havia também marcado para este dia, uma reunião com alguns profissionais da equipe de

OUTUBRO

Pedra branca I e II, sobre a formação dos grupos de idosos. Participaram desta reunião, nós extensionistas do grupo de idosos, Pedro, Ellen, as enfermeiras Priscila, Orlanilza, o médico Adenildo, e o dentista Carlos. Não participou nenhum ACS, pois estavam todos em atividade naquele momento. 9

Encontro com

A atividade foi iniciada com uma dinâmica de

os idosos de

apresentação. Em seguida, desenvolvemos uma atividade,

Pedra Branca I

onde entregamos uma folha de papel oficio com figuras o qual deveria ser passado para o participante vizinho à medida


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que a musica tocava, e quando esta parasse, a pessoa que tinha o papel em mãos observava a figura e fazia algum comentário sobre esta. As figuras eram de alimentos que traziam benefícios para os idosos, alimentos muito comuns na dieta destes ou que deveriam ser evitados. Por exemplo, leite, alface, laranja, bolo, café e pão. Após o participante ter falado sobre aquele alimento, falamos de seus benefícios, malefícios, de como seus nutrientes seriam mais bem aproveitados, quantidades a serem ingeridas (em média), como melhorar a absorção de seus nutrientes, assim como das

combinações

biodisponibilidade

de

alimentos

de determinado

que

diminuem

nutriente.

a

Falamos

também um pouco das principais fontes alimentares de alguns nutrientes. 16

Dia Mundial da Alimentação

Houve a oficina de aproveitamento integral dos alimentos com a parceria do Sesc e Sônia Gabíni na cozinha da USF e o diálogo acerca dos temas: Desperdício de Alimentos no contexto do Direito Humano à Alimentação Adequada e Segurança Alimentar e Nutricional. Participaram desta atividade a extensionista e estagiária Ingridi Dávila e a estagiária Tatiane, além ad enfermeira da área Pedra Branca II, Orlanilza.

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Encontro com

Tivemos a oportunidade de acompanhar a atividade

os idosos de

desenvolvida pela psicóloga e a assistente social do CRAES

Pedra Branca I

com o grupo de idosos formado por Priscila, enfermeira da USF Vila Saúde, que aproveita esta reunião para entrega de medicamentos, e controle do estado de saúde daqueles idosos. Surgiu a proposta da alternância da facilitação do grupo com estas profissionais. Após a atividade conversamos com a psicóloga e a assistente social do CRAES, nos deixando à disposição, assim como elas também se


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deixaram, para que pudéssemos nos auxiliar. 5 DISCUSSÕES, REFLEXÕES E ENCAMINHAMENTOS

As atividades desenvolvidas no Grupo de Idosos tiveram início com as visitas domiciliares aos idosos realizadas sempre acompanhadas de um ACS da USF Vila Saúde. Por meio destas visitas foi possível estabelecer o primeiro passo para a construção dos relacionamentos entre as extensionistas e os idosos da comunidade, o que viria mais tarde contribuir para uma atividade coletiva mais construtiva, pela confiança timidamente cativada; buscar e conhecer aqueles idosos menos ativos convidando-os a participar das atividades coletivas posteriormente realizadas, além de permitir à equipe extensionista uma superficial análise do perfil deste público. Durante as atividades coletivas, teve-se a intencionalidade de permiti-los perceber que não estávamos ali para um monólogo, onde um fala e o outro apenas ouve, mas sim que estavam em uma oportunidade de serem ouvidos, de exporem seu ponto de vista, suas experiências, ou o que eles entendem por determinado assunto.De proporcionar-lhes um sentimento de valorização com o intuito de estarem à vontade para expor e se expor em um diálogo que tem papel construtivo e pedagógico, contrapondo a imagem tradicional de palestras as quais eles estão habituados, onde só o palestrante tem o poder do discurso e conseqüentemente são considerados como “donos do saber” e o outro dono do assimilar. Dentro desta perspectiva, as atividades contaram com a colaboração dos idosos, dos facilitadores e profissionais de saúde da USF na construção do aprendizado do grupo como um todo. Deste modo, é interessante ressaltar que os questionamentos levantados durante os encontros, se deram a partir da fala de algum participante, por dinâmicas ou até mesmo por questionamentos elaborados pelos facilitadores, provocando o grupo a expor sua opinião sobre a reflexão surgida gerando as discussões sobre a problematização em debate. A partir desta “roda de conversa” como também as visitas domiciliares, permitiram-nos fazer diversas leituras do grupo, onde estas revelaram aspectos gerais do seu modo de vida. As principais patologias encontradas são hipertensão e diabetes, decorrentes da própria idade, de um modo geral estes idosos desenvolvem algum tipo de atividade seja esta dentro do lar ou não e moram com a família ou perto desta. Em termos psicológicos são afetivamente carentes, amáveis, bem humorados e hospitaleiros.

No encontro com grupo podemos observar que há aqueles que são mais


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desinibidos, sendo estes considerados como facilitadores, mas de um modo geral quando provocados mesmos os mais tímidos participam do diálogo. Um outro aspecto que pudemos perceber foi que aqueles idosos que participam das reuniões com o grupo são mais ativos comparados com os não participam. Durante este tempo de trabalho foi de grande valia o apoio e a receptividade de um modo geral dos profissionais que compõe a USF Vila Saúde, bem como a credibilidade que estes depositaram a toda a equipe do PINAB. Dentre estas potencialidades encontradas, destacamos também a disposição dos ACSs, nas visitas domiciliares, durante toda a etapa de reconhecimento da área e identificação dos idosos da comunidade e nas rotineiras visitas domiciliares, além da receptividade de cada idoso em particular, houve uma boa aceitabilidade e interação entre os extensionistas e o grupo, a própria participação dos idosos nos encontros, nas atividades desenvolvidas e o desejo demonstrado por eles para que esta parceria continue, também foi muito importante para o desenvolvimento da prática do projeto nestes primeiros meses. Não foi possível realizar atividade coletiva com os idosos de Pedra Branca II, porque este não estava ativado pela unidade, houve dificuldades em encontrar um lugar para as reuniões, embora tenha surgido a disponibilidade do centro comunitário da Comunidade São Lucas com a exigência da limpeza do local apenas. Por ser o aconselhamento dietético individual uma nova experiência na USF, não houve eficiência em manter documentados os encaminhamentos, o que impossibilitou a realização desta atividade ao longo do projeto. Diante destas primeiras impressões, as perspectivas agora são problematizar as principais questões levantadas pelo grupo e observada pela a equipe, sejam elas dentro do campo da nutrição ou não necessariamente, abrangendo outras temáticas como sexualidade, atividade física, tabagismo, relacionamento familiar, dentre outros e trabalhar em cima destas necessidades, seja em grupo, no aconselhamento ou nas visitas domiciliares, buscando soluções/alternativas que proporcionem melhorias no seu estilo de vida, promovendo assim a saúde e qualidade de vida. A USF conta com uma ACS, Eulina, que pode contribuir valiosamente ao trabalho no grupo de idosos, uma vez que ela participou de um curso sobre idosos e seus problemas mais pertinentes, e mostrou-se disponível a colaborar com o projeto. Vale anunciar também a atuação de psicólogos e assistentes sociais do CRAS (alguma coisa de Assistência Social) no grupo de idosos da Equipe Pêra Branca 1, podendo-se articular para estender essa atuação aos grupos das


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demais Equipes, uma vez que estes profissionais interagiram de forma integradora ao projeto e atuam de forma condizente a proposta do mesmo. Faz-se necessário traçar um perfil mais detalhado do grupo, uma vez que o curto período até aqui não foi suficiente e nos deu apenas uma visão geral do perfil dos idosos usuários da USF Vila Saúde.


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6 CONSIDERAÇÕES

Com a atuação do projeto Práticas Integrais de Nutrição na Atenção Básica em Saúde (PINAB), espera-se que a construção do conhecimento humano não esteja fomentada apenas na teoria, mas que este seja orientado pela busca da educação continuada, que apela para a extensão como elo de ligação entre a Universidade e a sociedade e que, com isso, possa ser possível a superação das atuais condições de desigualdade e exclusão e na construção da cidadania como conquista dos direitos sociais, políticos e econômicos; A partir dessas exigências, estaríamos reforçando um maior entendimento e compreensão do saber popular e da relação de troca entre pessoas de diferentes níveis sociais, já que vivemos em um local de contrastes onde isso é facilmente possível. Portanto, o nosso grande desafio é aproximar os saberes: o conhecimento científico e acadêmico da Universidade com o saber prático e o saber popular das pessoas da comunidade para que, com isso, haja a possibilidade de haver a tão almejada diminuição das desigualdades. Por meio de nossas iniciativas, poderemos ter mais condições de reforçar uma ação que garanta o desencadeamento de processos pedagógicos criativos e que possibilitem a articulação da teoria e prática; a elaboração de novas metodologias no processo de construção do conhecimento e o incremento à pesquisa no sentido de dar suporte científico necessário à complementação do saber popular. Logo, temos muito que construir e, sem dúvidas, só temos a acrescentar. Para que isso seja realmente possível, é preciso continuar dando ênfase nos detalhes com o intuito de que o planejamento, como um todo, saia sempre como o previsto, ou seja, saia bem feito para que possamos absorver bons frutos desta experiência única que é a extensão.


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REFERĂŠNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 2005.


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ANEXOS


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Anexo 1

Relato Pessoal da experiência vivenciada Por Daniela Gomes de Brito Carneiro

É partindo da valorização do saber popular que começo dizer-lhes acerca de uma vivência experimentada por mim. Pois foi a leitura da vida quem me ensinou que eu não estava sentada naquela cadeira quente e desconfortável da universidade para ser um homem robô, programado para falar e escrever o que havia lido em artigos científicos e literatura conceituada esquecendome que sou além de intelecto,sou também emoção e valores. Foi a leitura da vida que me ensinou que enquanto o que aprendo no saber científico me é importante, o é também importante àquela Joana da periferia de minha cidade e enquanto meu saber científico é importante o saber da Joana aprendido na casa, na rua, na repartição pública, no choro, na fome, no não recebido também me é essencial e essencial a ela. Ah, mas que bom. A vida também me deu a oportunidade de saber e ver que no saber científico, esse jeito de fazer saúde, unindo os dois tão importantes tipos de saberes estava sendo sistematizado, reconhecido e, o mais importante, praticado. A angústia de não saber da existência e não poder experimentar tal experiência na minha área de atuação, Nutrição, me acompanhou por um curto período de tempo graças à iniciativa de pessoas tão comprometidas com a realidade social, consigo e com a Joana mencionada, colegas de graduação e profissão, iniciando o planejamento de um sonho que se fez realidade e eu tive o gracejo de estar junto: PINAB. Confesso que a esperança que me move, esteve presente desde o anúncio das inscrições para o projeto até a digitação desse texto. Penso que as reflexões em mim surgidas e as lembranças nesses pouco mais de dois meses vão acompanhar-me por toda a minha vida. Foi aí que realmente tive o gosto de pensar que serei uma nutricionista. Foi aqui que experimentei o sabor saboroso de falar de Nutrição, de Alimentação, falando de gente, falando de vida, promovendo vida, e vida em todo o seu sentido. Foi aqui que tive maior certeza: é isso que eu quero (e opto) SER e FAZER.


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Anexo 2

Relato Pessoal da experiência vivenciada Por Kelly Lacerda

O PINAB, primeiro projeto de extensão que participo, está trazendo para minha vida uma oportunidade de aprender de forma prática, e não apenas teórica, questões como promoção à saúde, educação popular, saúde coletiva, equidade, descentralização, cidadania, e várias outras questões relacionadas à saúde. Sem dúvida, minha visão e conhecimento sobre essas questões ampliaram-se, após as vivenciar e fizeram-me entender a responsabilidade social cabida a mim no exercício de construção da cidadania coletiva. E fez-me compreender a fundamental importância do nutricionista em promover a saúde, atuando na ascensão à uma alimentação saudável por meio da educação nutricional, tendo a integralidade e intersetorialidade como base principal para obtenção de resultados. Posso afirmar que toda experiência que estou vivendo nesse projeto de extensão popular, na medida em que está caracterizando o meu perfil estudantil, por compreender melhor a realidade, irá caracterizar todos os meus perfis profissionais, fazendo com que eu consiga enxergar todo o contexto social, o que acredito ser um diferencial para alcançar o resultado desejado. Portanto, esse projeto tem transformado tanto as vidas das pessoas as quais nos colocamos à disposição para servir, como também as vidas de todos nós extensionistas. Agradeço essa oportunidade e me coloco novamente a disposição para ajudar na construção desse projeto, que ,mesmo já alcançando bastantes resultados positivos, ainda tem muitos frutos para dar.


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Anexo 3 Relato Pessoal da experiência vivenciada Por Larissa Lorena Dias Menezes

Não devíamos achar natural que, desde pequenos, tenhamos as nossas vontades e os nossos desejos suprimidos simplesmente porque ainda não estamos aptos para realizá-los devido a pouca experiência. O problema não está em aceitar essa condição momentaneamente, o grande problema está na insistência em continuar na mesmice; em permanecer inerte; em não usar o potencial para fazer algo, algo bom. Sempre ouvi dizer que só podemos estar inseridos em duas condições excludentes: aquela em que necessitamos da ajuda do outro ou aquela em que somos esse “outro” e, portanto, temos o suficiente para ajudar. Os que estão inseridos na primeira opção sempre têm consciência do que são, mas os que estão na segunda, muitas vezes, morrem sem se dar conta. Mas, excluindo estes, existem aqueles que se sentem instigados e só esperam uma oportunidade de alcançar essa estrela almejada e quando esta chega, embora pareça um trabalho árduo, não o é para os que realmente querem fazer algo. Não há intenção de saber quão longe o objetivo se encontra; nem de quanta esperança necessitará; nem se poderá ser maior do que o próprio medo, o importante passa a ser a vontade de fazer, mudar, engrandecer. E foi assim que me senti desde quando entrei para esse universo maravilhoso que é a extensão. Senti como se a oportunidade que eu tanto esperei para fazer algo por alguém finalmente tivesse chegado e nada como um desejo cujo momento de ser realizado chegou. Agora sei o quanto é bom, sem dúvida, sonharmos e corrermos depois atrás desses sonhos, porque só desta forma o mundo é capaz de avançar. Aprendi que não devemos ser uma dessas pessoas que parece exigir da vida aquele 'tudo ou nada', que nunca concede. Isso seria uma forma de frustração sem fim, de sofrimento que, além do mais, não permitiria saborear aquelas coisas maravilhosas que, apesar de tudo, são concedidas. Passei a enxergar que a simplicidade da vida que algumas pessoas levam é exatamente o que as tornam felizes e, então, passei a ser feliz com elas e por elas também.


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Como diz Paulo Freire, 'Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino'. Sinto-me cada vez mais motivada por aprender, por buscar e por, quem sabe, ensinar. E isso tudo, devo à extensão.


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Anexo 4 Relato Pessoal da experiência vivenciada Por Simony Guimarães

Neste curto período de tempo na comunidade, já deu pra perceber como é gratificante e estimulante o trabalho em extensão, é algo que muda nossa rotina, nosso modo ver e perceber as coisas em nossa volta (o próprio curso, conhecimento acadêmico, a vivência daquelas pessoas, sua história, seu significado, o conhecimento popular, como é a rotina da USF Vila Saúde dentre outros), e com certeza isto tudo nos tornará futuros profissionais mais humanos, mais ativos e críticos, que fará a diferença onde quer que ele atue. Ajuda-nos a trabalhar em grupo e com grupos, a planejar, articular, a busca novas idéias, a problematizar e buscar caminhos para resolver esta problematização, a enfrentar obstáculos e imprevistos, enfim crescemos muito como pessoa, e isto me ajudou bastante, aprendi muito também com a experiência dos outros colegas extensionistas. Com relação a minha participação no projeto, sempre procurei levá-lo a sério e colocá-lo entre as minhas prioridades acadêmicas, participava de todas as atividades e planejamentos na medida do possível e acredito que contribui de alguma forma, seja com a disposição, o compromisso, a idéia.Aprendi muito também com os imprevistos, sentir a necessidade de sempre fazer anotações pessoais num “diário de campo” para não perde os dados, e estes te darem novas metas para os próximos passos com o grupo trabalhado, acredito que neste aspecto falhei, porque só agora realmente vi como este aspecto era importante. Mas me serviu de experiência e isto me ajudara muito com os próximos grupos a serem trabalhados.


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