Notaer - Edição de Outubro

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www.fab.mil.br

Ano XXXIV

Nº 10

Outubro, 2011

ISSN 1518-8558

PATRULHA - Força Aérea incorpora nova aeronave P-3AM para vigiar o pré-sal e a costa brasileira A Força Aérea Brasileira (FAB) incorporou à Aviação de Patrulha o avião P-3AM, que será empregado na vigilância das águas territoriais brasileiras e das riquezas do pré-sal. A aeronave (foto ao lado) devolve à FAB a capacidade de detectar, localizar, identificar e, se necessário, afundar submarinos. Com quatro motores, o P-3AM tem grande autonomia e pode permanecer em voo durante 16 horas. É capaz, por exemplo, de ir à África e retornar sem reabastecimento. O novo avião também assumirá um importante papel em operações de busca e salvamento no Oceano Atlântico. Os P-3AM equipam o Esquadrão Orungan (1o/7o GAV), sediado em Salvador (BA). (Pág. 8 e 9)

Roberto Molinos / Airbus Military

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Outubro

Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira Saiba mais: Pág. 3, 10 e 11

INTELIGÊNCIA

TECNOLOGIA - NVG

OPERACIONAL (Pág. 5)

HOMENAGENS (Pág. 14)

DICAS IMPORTANTES DE SEGURANÇA

A NOITE VIRA DIA EM AÇÕES NA AMAZÔNIA

Conheça os cuidados necessários para acordos, contratos e convênios com cláusula de manutenção de sigilo. Na próxima edição, recomendações de segurança orgânica (Pág. 2)

Pela primeira vez, a Agência Força Aérea registrou imagens de treinamento com emprego de óculos de visão noturna pela Aviação de Transporte, na Operação Coruja II. (Pág. 6)

Avião C-130 do 1O GTT e helicóptero do Esquadrão Puma ajudam a combater incêndios no DF e no Rio de Janeiro

Soldado salva a vida de militar após acidente em rodovia e recebe homenagem de unidade do Exército em Porto Velho

Helicópteros dos Esquadrões Puma e Pantera trabalham no socorro às vítimas de enchentes em Santa Catarina

Militares que estiveram no Haiti em missão da ONU recebem medalha na cidade de Paulista (PE)


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Expediente

CARTA AO LEITOR

Datas, histórias e fatos O Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira, comemorados em 23 de outubro, terão um caráter especial neste ano, quando a instituição completa sete décadas de serviços prestados ao país. Coincidência, ou não, esta edição comemorativa chega ao leitor recheada de histórias de operações militares (Ágata), de ajuda humanitária (Santa Catarina, Rio de Janeiro e Distrito Federal), de reaparelhamento (P-3AM e EC-725) e de novidades tecnológicas (NVG). Mas também há relato de quem arrisca a própria vida pelo bem de outros, como o soldado de Porto Velho que ajudou a socorrer um jovem vítima de um grave acidente. Muitos outros assuntos não puderam entrar no jor-

Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno Chefe da Divisão de Apoio à Comunicação: Cel Av João Tadeu Fiorentini Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Cel Av Henry Wilson Munhoz Wender Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Ten Cel Av Alexandre Emílio Spengler Chefe da Agência Força Aérea: Maj Av Alexandre Daniel Pinheiro da Silva

nal, por falta de espaço, mas estão presentes no dia a dia e na essência da instituição. Neste momento, tenho certeza, muitas outras histórias interessantes estão ocorrendo pelo país e esses relatos merecem ser con-

tados. Participe desse processo, envie sugestões de assuntos e temas que merecem destaque. Todos nós somos agentes de comunicação social, divulgadores da nossa instituição. (Brig Ar Marcelo Kanitz Damasceno)

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA Acordos, contratos ou convênios com cláusula de manutenção de sigilo Acompanhando os avanços nos campos científico, tecnológico e militar, o Comando da Aeronáutica tem buscado, cada vez mais, desenvolver tecnologias próprias para o atendimento de suas necessidades. Contudo, esse desenvolvimento, por vezes, se faz com a participação da iniciativa privada. Dentro desse escopo e visando cumprir o disposto no Decreto n° 4.553, de 27 de dezembro de 2002, a celebração de contrato cujo objeto seja sigiloso, ou que sua execução implique na divulgação de desenhos, plantas, materiais, dados ou informações de natureza sigilosa, é disciplinada no âmbito do Comando da Aeronáutica pela ICA 200-4 (Processo de Concessão de Credencial de Segurança de Pessoa Jurídica). O documento define procedimentos relativos à emissão de Credencial de Segurança de Pessoa Jurídica, nos diferentes graus de sigilo, e estabelece medidas especiais de segurança destinadas a garantir o sigilo,

O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno.

a inviolabilidade, a integridade, a autenticidade, a legitimidade e a disponibilidade de dados e informações sigilosas da Aeronáutica ou que a esta interesse preservar. Nesse sentido, são listados abaixo alguns requisitos, consoantes ao Decreto 4.553, que devem ser observados para a celebração de acordos, contratos ou convênios estabelecidos entre pessoas jurídicas e o Comando da Aeronáutica, cujo objeto seja de natureza sigilosa: I - o conhecimento da minuta de contrato estará condicionado à assinatura de termo de compromisso de manutenção de sigilo pelos interessados na contratação; e II - o estabelecimento de cláusulas prevendo a: a) possibilidade de alteração do contrato para inclusão de cláusula de segurança não estipulada por ocasião da sua assinatura; b) obrigação de o contratado manter o sigilo relativo ao objeto contratado, bem como à sua execução;

c) obrigação de o contratado adotar as medidas de segurança adequadas, no âmbito das atividades sob seu controle, para a manutenção do sigilo relativo ao objeto contratado e as sanções decorrentes do não cumprimento; d) identificação, para fins de concessão de credencial de segurança, das pessoas que, em nome do contratado, terão acesso a material, dados e informações sigilosos; e e) responsabilidade do contratado pela segurança do objeto subcontratado, no todo ou em parte. Por fim, cabe ressaltar a importância em fiscalizar o cumprimento das normas de segurança em vigor e, se for o caso, restringir o acesso de empresa/instituição credenciada, que venha a apresentar vulnerabilidades a assuntos sigilosos e solicitar ao Centro de Inteligência da Aeronáutica (CIAER) o cancelamento da respectiva credencial de segurança. (Centro de Inteligência da Aeronáutica)

Chefe da Seção de Divulgação: Maj Av Rodrigo José Fontes de Almeida

Editor: Tenente Alessandro Silva Repórteres: Tenente Cesar Guerrero, Tenente Alessandro Silva, Tenente Marcia Silva, Tenente Flávio Nishimori, Tenente Humberto Leite, Tenente Carla Dieppe e Tenente Jussara Peccini Colaboradores: CIAER, BAPV e SISCOMSAE (textos enviados ao CECOMSAER, via Sistema Kataná, por diversas unidades) Tiragem: 30.000 exemplares Jornalista Responsável: Tenente Alessandro Silva (MTB 027.008 - SP) Diagramação e Infográficos: Tenente Alessandro Silva, Suboficial Cláudio Bonfim Ramos, Sargento Rafael da Costa Lopes e Cabo Lucas Maurício Alves Zigunow Revisão: Suboficial Cláudio Bonfim Ramos Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Comentários e sugestões de pauta sobre aviação militar devem ser enviados para: redacao@fab.mil.br Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” - 7º andar CEP - 70045-900 Brasília - DF

Impressão e acabamento: Aquarius Gráfica e Editora


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PALAVRAS DO COMANDANTE

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Aviadores, pioneiros do ar

Alexandre Durão / Revista Força Aérea

Tenente Brigadeiro do Ar Juniti Saito Comandante da Aeronáutica

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rimeiro, o homem explorou o mundo a pé ou montado em animais. Observou, criou as embarcações, aprimorou a navegação e ganhou as águas. Vieram as grandes descobertas, os novos continentes e a civilização de hoje. No século passado, o homem criou o avião e deu início a um novo período de redescobertas, de encurtamento de distâncias e de integração. Regiões

conhecidas apenas em terra, ganharam contornos e imagens nunca antes vistos pela humanidade. Pilotos, homens e mulheres, civis e militares, saíram pelo mundo mostrando que os oceanos não eram obstáculos, que o tempo e a distância podiam ser mais rapidamente vencidos, que as populações isoladas podiam receber o apoio merecido. Primeiro, voaram pelas

referências de solo e depois pelas estrelas. A navegação avançou, os equipamentos mudaram e, no futuro, os aviadores serão guiados por satélites. Em um século de pioneirismo, os aviadores ajudaram a transformar o mundo. Tudo começou no dia 23 de outubro de 1906, quando o brasileiro Alberto Santos Dumont decolou a bordo de seu 14-Bis para fazer his-

Aeronaves R-99, E-99, A-29 Super Tucano, F-5EM e A1 sobrevoam o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro

tória. Pela primeira vez, um homem voava por meios próprios, impulsionado por uma máquina e sem ajuda externa. No Campo de Bagatelle, em Paris, o primeiro avião decolou e permaneceu no ar o suficiente para percorrer históricos 60 metros. O enigma do voo estava resolvido. Nada teria acontecido sem o primeiro passo. Para orgulho do Brasil, passo de um brasileiro.


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FRONTEIRAS

Operação Ágata II combate ilícitos e reforça segurança Aeronaves de caça, de reconhecimento e remotamente pilotada (VANT) foram empregadas pela Força Aérea para apoiar a operação conjunta do Ministério da Defesa, realizada ao longo de 3.500 km de fronteira do Brasil SGT Batista / CECOMSAER

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viões e radares da Força Aérea Brasileira (FAB) monitoram o tráfego aéreo em busca de aeronaves suspeitas. Os voos também reúnem informações vitais sobre possíveis alvos e acompanham a movimentação de ações suspeitas na região de fronteira, em apoio às tropas do Exército e da Marinha. Esse foi o cenário da Operação Ágata II, realizada ao longo de mais 3.500 km de fronteira do Brasil com a Argentina, Uruguai e Paraguai. É uma faixa grande, que vai do Estado de Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul. A Operação Ágata II faz parte do Plano estratégico de Fronteiras (PEF), lançado em julho pelo governo federal e coordenado pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), ligado ao Ministério da Defesa. A primeira versão da Operação Ágata foi realizada na região Amazônica, na fronteira do país com a Colômbia. Trinta aeronaves da Força Aérea, como caças de reconhecimento RA-1, F-5EM e A-29 Super Tucano, além de aviões de sensoriamento R-99 e aeronave remotamente pilotada, também conhecida como VANT, participaram da operação. Oito mil militares das três Forças Armadas foram envolvidos com as ações na fronteira, além de policiais federais, funcionários da Receita Federal e de homens da Força Nacional, entre outros órgãos do governo federal. Durante a operação, caças da FAB interceptaram mais de 30 aviões suspeitos. “As Forças Armadas estando próximas das nossas fronteiras inibem um ilícito que por ventura alguém queira cometer”, afirmou o Major Brigadeiro do Ar Flávio dos Santos Chaves, Comandante da Força Aérea Componente da Operação Ágata II, no início da ação. O Vice-Presidente da República, Michel Temer, o Ministro da Defesa, Celso Amorim, e o Ministro da Agricul-

Caça F-EM decola da Base Aérea de Canoas (RS) em missão da Operação Ágata II

tura, Mendes Ribeiro Filho, visitaram a estrutura montada pela Força Aérea em Dourados (MS) e no Centro do Comando Conjunto da Operação Ágata II, no Comando Militar do Sul, em Porto Alegre. As autoridades puderam acompanhar as manobras aéreas e sobrevoaram a região de fronteira, em Foz do Iguaçu (PR). Em pouco mais de uma semana, a Operação Ágata II resultou na apreensão de duas toneladas de maconha, 510 kg de agrotóxicos contrabandeados, oito armas e 650 kg de explosivos, entre outros resultados. Cerca de 11 milhões de brasileiros vivem nos 710 municípios da faixa de fronteira abrangida pela operação conjunta. Além do proteger o espaço aéreo, a Força Aérea levou às comunidades da região atendimento de saúde. Mais de 2.400 pessoas foram atendidas por médicos e dentistas militares e participaram de palestras voltadas para cuidados com a saúde.

A professora Maria Helena Beck, moradora da comunidade rural de Rondinha, no município de Jóia (RS), distante mais de 400 Km de Porto Alegre, perto da fronteira com a Argentina, levou a filha de 10 anos para a pediatra. “Nós ficamos realmente bem agradecidos e satisfeitos com o atendimento”, avalia a moradora. Reforço - Para que todos os integrantes da operação pudessem estar sempre prontos para a missão, mais de 54 mil Km foram percorridos por caminhões, ônibus, ambulâncias e viaturas da FAB para atender as tropas nas cidades de Santa Rosa (RS), Dourados (MS) e Maringá (PR). Segundo o Coronel Renato Prata, responsável pela logística, foram transportados para os pontos avançados desde armamentos até a alimentação dos militares envolvidos. Foram mais de 60 toneladas de carga, entre barracas, geradores, alimentação, antenas, banheiros e outras estruturas de apoio.

Operação Ágata II Aeronaves da FAB: - A-29 Super Tucano - Caças RA-1 - R-99 - F-5EM - RQ-450 (ARP) Números: - 2.400 pessoas atendidas por ações cívico-sociais - 5,3 mil inspeções, vistorias e revistas realizadas - Mais de 33 aeronaves interceptadas pela FAB Assista aos vídeos da Operação Ágata www.youtube.com/user/portalfab


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AUXÍLIO

FAB ajuda a conter focos de incêndios no DF Longo período de estiagem, baixa umidade do ar e temperatura elevada formaram combinação perfeita para a proliferação de focos de incêndio em Brasília; aeroporto do Distrito Federal chegou a operar por instrumentos SGT Batista / CECOMSAER

M

C-130 Hércules da FAB lança água sobre foco de incêndio em Brasília

ais de 90 dias de estiagem, múltiplos focos de incêndio e possibilidade de que a concentração de fumaça atrapalhasse a operação de aeronaves no aeroporto do Distrito Federal. Esse era o cenário quando um avião C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) começou a lançar água sobre as localidades atingidas. A aeronave sobrevoou pontos de queimadas a uma altura de 50 metros e lançou cerca de 12 mil litros de água ao longo de 500 metros de extensão. Em três dias de operação, em apoio ao Corpo de Bombeiros, o avião realizou 39 lançamentos, em 19 horas de voo, perfazendo um total de 468 mil litros de água lançada sobre a região do Aeroporto de Brasília, Jardim Botânico, Floresta Nacional e Planaltina. Além disso, uma equipe de 53 militares da Força Aérea reforçou o contingente dos Bombeiros, agindo em áreas de risco pré-determinadas. “A operação foi um sucesso. Conseguimos conter os principais focos de incêndio. É uma missão importante porque, além de estarmos protegendo o meio ambiente, também pudemos ajudar a melhorar a qualidade do ar que a população

do Distrito Federal respira”, afirma o Tenente Coronel Aviador Marco Aurélio de Oliveira, comandante do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1ºGTT). O aeroporto chegou a operar por instrumentos devido à concentração de fumaça. “O apoio da FAB é fundamental para evitarmos que os focos de incêndio se alastrem”, afirma o Major Helon Florindo, do Corpo de Bombeiros. Segundo ele, o grande volume de água lançado pelo C-130 ajuda as equipes de terra a alcançarem pontos importantes dentro da mata. “O trabalho do avião não só combate as chamas, como também resfria a temperatura do incêndio e permite o avanço da equipe de solo. São ações que se complementam.” Rio de Janeiro – Um helicóptero H-34 do Esquadrão Puma (3º/8º GAV) apoiou o combate a incêndio no Parque Nacional de Itatiaia (RJ). Na ação, foram transportados 252 passageiros e 1,85 toneladas de carga. Antes da chegada da Força Aérea, os deslocamentos por terra duravam entre quatro e cinco horas. Com a chegada do helicóptero, o tempo foi reduzido para até 15 minutos.

ENCHENTES – Helicópteros ajudam em socorro no Sul do país

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ois helicópteros da Força Aérea levaram água potável, medicamentos e alimentos para a população de cidades isoladas em Santa Catarina, no início do mês passado. No total, foram transportadas cerca de 25 toneladas de ajuda humanitária. As aeronaves, um H-34 Super Puma do Esquadrão Puma (3º/8º GAV) e um H-60 BlackHawk do Esquadrão Pantera (5º/8º GAV), participaram do esforço para levar supri-

mentos para localidades isoladas e para socorrer pessoas necessitadas, como um grupo de nove moradores que dependiam de sessões de hemodiálise. “Essas pessoas necessitam fazer as sessões todos os dias. Algumas delas já estão há três dias sem fazer a hemodiálise e se não fosse o transporte rápido via aérea certamente o quadro delas, que é estável no momento, poderia se complicar”, disse o médico Ludovico Sehnem Jr,

que atendeu e encaminhou os pacientes para o tratamento em uma clínica de Rio do Sul (SC). “Como os acessos rodoviários às cidades afetadas pelas chuvas já começam a ser restabelecidos, os mantimentos devem começar, a partir de agora, a ser transportados por via terrestre e pelas aeronaves de pequeno porte das forças auxiliares. O nosso papel de transporte emergencial, logo após a calamidade,

com o emprego de helicópteros de grande porte, foi cumprido e temos a certeza de que foi um fator importante para amenizar o sofrimento das vítimas das enchentes”, afirma o Coronel Aviador Paulo Roberto de Barros Chã, Comandante da Base Aérea de Florianópolis, que, em coordenação com órgãos do governo de Santa Catarina, esteve à frente das operações da FAB na ajuda humanitária no Estado.


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OPERACIONAL

A noite vira dia em missões da Força Aérea na Amazônia

É

noite na Base Aérea de Manaus, na região Norte do país, quando os motores das aeronaves C-105 Amazonas rompem o silêncio do pátio operacional. O avião decola, voa para a área de lançamento, em repetidas missões. Do solo, em meio à escuridão, ouve-se apenas o barulho da aeronave, daí percebe-se as cargas com paraquedas caindo ao lado, quando já estão perto do chão. A falta de luz é um aliada da operação. A bordo do avião Força Aérea Brasileira (FAB), tripulantes enxergam como se fosse dia, com o apoio de óculos de visão noturna (NVG) – é aquela imagem esverdeada, como em filmes. A Agência Força Aérea acompanhou a Operação Coruja Verde II a bordo de aeronaves do Esquadrão Arara (1º/9º GAV). O equipamento NVG (em inglês, “Night Vision Googles”) amplifica em até 50 mil vezes a luminosidade e aproveita a luz da lua e das estrelas para que os pilotos consigam voar mesmo sem referência visual. Assim, podem realizar missões que antigamente não eram possíveis. "Hoje,

nós utilizamos a noite a nosso favor", afirma o Major Aviador Juraci Muniz, do Esquadrão Arara. É possível pousar em pistas sem iluminação para realizar um resgate ou lançar paraquedistas em uma zona de conflito sem revelar a posição para o inimigo. Outra possibilidade de uso será em missões de busca e salvamento. "Na verdade, o NVG não faz a noite virar dia. Então não é um voo diurno nem noturno, mas sim um voo com características próprias", explica o Sargento Renato Fontes, do Instituto de Medicina Aeroespacial (IMAE). Para o Brigadeiro do Ar César Estevam, Comandante das Unidades de Transporte da FAB (V FAE), o NVG dá uma nova dimensão operacional aos pilotos. "Nós não dependeremos mais do tempo. O tempo, que eu digo, fator nascer do sol e o por do sol. Nós poderemos trabalhar em qualquer momento", explica. Além do Esquadrão Arara, a FAB opera com óculos de visão noturna nos C-105 baseados em Campo Grande e nas unidades equipadas com helicópteros H-60 e caças A-29.

Fotos: SGT Johnson / CECOMSAER

Na Operação Coruja Verde II, aviões de transporte C-105 Amazonas podem lançar, com precisão, cargas e até paraquedistas na escuridão; pela primeira vez, imagens são registradas e divulgadas pela Agência Força Aérea

Militares preparam o lançamento de carga em operação na região Norte

Treinamento inclui horas em simulador de voo Para realizar as missões com óculos de visão noturna, os militares passam por um treinamento especial. "O NVG traz algumas limitações, como a visão em tons de verde e a falta de noção de profundidade, além da redução do campo visual", explica o Sargento Fontes, do Instituto de Medicina Aeroespacial (IMAE).

Exercícios ajudam os tripulantes a aprenderem a enxergar por meio do equipamento, que possibilita uma série de ajustes. "Nós utilizamos maquetes e outras simulações para que as limitações sejam superadas", afirma o sargento Fontes. Além dos pilotos, os tripulantes também utilizam o equipamento.


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REAPARELHAMENTO - EC-725

Manutenção de helicópteros será feita no Brasil

A

revisão dos motores dos novos helicópteros EC-725, que já começaram a ser entregues às Forças Armadas, será realizada no Brasil, segundo contrato de suporte logístico assinado com a empresa Turbomeca do Brasil pela Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), que representa a Marinha, o Exército e a Força Aérea no acordo. O contrato prevê que a Turbomeca faça a manutenção dos motores das aeronaves (Makila 2A1) por um período de cinco anos. As aeronaves estão em fase de recebimento, sendo que três já estão voando, uma em cada Força. O contrato também envolve a aquisição de peças e o treinamento de mecânicos. O negócio prevê transferência de tecnologia e qualificação de mão de obra. No total, serão investidos R$ 159 milhões. As Forças Armadas operam os motores Turbomeca há 30 anos, mas é a primeira vez que um contrato de suporte logístico é assinado em conjunto. As Forças dividirão os recursos e a manutenção dos helicópteros. “O custo e o tempo com a manutenção dos motores deverão ser muito menores com este contrato. O mais importante é que o Brasil se torna autossuficiente e pode garantir o uso dos helicópteros sempre que precisar deles”, explicou o presidente da COPAC, Brigadeiro do Ar Carlos de

Almeida Baptista Junior. De acordo com o diretor da empresa, François Haas, dos 1.400 motores em operação na América Latina, cerca de 700 estão no Brasil, sendo que aproximadamente 300 são das Forças Armadas. “Nós vamos gerar empregos altamente qualificados e o Brasil será o centro de manutenção de toda a América Latina. Recebemos motores, em nossa fábrica em Xerém (RJ), de diversos países como México, Venezuela e até Estados Unidos. Escolhemos o Brasil porque encontramos mecânicos preparados e uma indústria aeronáutica muito forte”, explicou François Haas. A revisão geral dos motores, conhecida como overhaul, era a única etapa da manutenção que ainda não estava sendo realizada no Brasil. As peças tinham de ser enviadas para a França e as aeronaves ficavam indisponíveis por um longo período. O projeto HX-BR prevê a aquisição de 50 aeronaves por meio de parceria entre a empresa francesa Eurocopter e a brasileira Helibras, cuja montagem completa, a partir da 17ª aeronave, será na sede da empresa brasileira, em Itajubá, Minas Gerais, gerando empregos diretos e indiretos. Na distribuição, 16 helicópteros serão destinados à FAB, 16 ao Exército Brasileiro, 16 à Marinha do Brasil e dois deles irão para a Presidência.

SD Sérgio / CECOMSAER

O contrato de suporte logístico para manutenção de motores atenderá nove bases das Forças Armadas

O novo helicóptero das Forças Armadas: EC-725

CENIPA inicia operação de sistema informatizado para a prevenção e investigação de acidentes aéreos

O

primeiro módulo do Sistema Integrado de Gerenciamento da Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIGIPAER) entrou em operação. As notificações, o acompanhamento de ocorrências da aviação civil e a confecção dos relatórios de investigação dos acidentes e incidentes podem ser realizados dentro do sistema. O

SIGIPAER permite o acompanhamento das Recomendações de Segurança de Voo (RSV), desde a emissão até a implementação pelo destinatário. Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), o objetivo é tornar mais ágil os processos de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos,

além de aumentar, substancialmente, o volume e a diversidade de dados disponíveis para os trabalhos de pesquisa voltados para a prevenção. O SIGIPAER foi idealizado como um sistema dinâmico que permitirá a coleta e a recuperação de dados, a veiculação de documentos, o controle das ações de prevenção de acidentes,

produção e distribuição de relatórios, gerenciamento completo dos processos de investigação, análise e projeção de estatísticas. O SIGIPAER pode ser acessado pelo site do CENIPA ou diretamente pelo endereço www.sigipaer.aer.mil. br. Dúvidas sobre o novo sistema: sigipaer@cenipa.aer.mil.br.


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AVIAÇÃO DE PATRULHA

Roberto Molinos / Airbus Military

O Guardião do Pré-Sal

Brasil integra aviões de patrulha marítima P-3AM à sua frota e passa a empregá-lo para a vigilância das águas territoriais brasileiras e das riquezas do pré-sal; aeronaves estarão sediadas na Bahia

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m submarino estrangeiro aproxima-se de uma plataforma de petróleo da Petrobrás, a 300 quilômetros da costa do Rio de Janeiro. A embarcação está submersa e sem emitir sinais de rádio numa atitude que não parece nada amistosa. Mesmo assim, o ruído dos motores da embarcação é captado pelos equipamentos de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). O avião de patrulha passa a rastrear o movimento do submarino até que ele emerge no oceano. Por rádio, a tripulação do submarino é interrogada sobre sua origem e intenções. A embarcação revela que teve problemas técnicos que já foram resolvidos, agradece a ajuda dos brasileiros e parte para

o leste. O episódio descrito acima seria uma peça de ficção científica até alguns meses atrás, mas com a aquisição do P-3AM passa a ser um enredo bastante plausível. O P-3AM Orion, que foi integrado à frota no mês passado, devolveu à Força Aérea Brasileira a capacidade de detectar, localizar, identificar e, se necessário, afundar submarinos. É o que o jargão militar chama de guerra antissubmarino (ASW, na sigla em inglês). A Aviação de Patrulha não realizava missões ASW desde a desativação do P-16 Tracker, em 1996. Os atuais P-95 “Bandeirulha”, aeronaves menores e com diferenças operacionais, não têm essa capacidade. Além da capacidade ASW, o P-

3AM também carrega armamentos como os mísseis Harpoon, capazes de afundar navios de guerra além do alcance visual. Com quatro motores, a aeronave tem grande autonomia, podendo permanecer em voo durante 16 horas - isso equivale a uma viagem de Recife a Madri sem escalas. Os sensores eletrônicos embarcados na aeronave são os mais modernos que existem. Tudo isso confere ao P-3AM a capacidade estratégica de vigilância marítima de longo alcance. “É como se nós déssemos um salto de quatro décadas na nossa capacidade tecnológica”, explica o Gerente do Projeto P-3BR da Força Aérea, Coronel Aviador Ari Robinson Tomazini. Soberania - A Petrobrás estima

que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhão de metros cúbicos de gás e óleo. Caso a estimativa seja confirmada, o Brasil ficará entre os seis países que possuem as maiores reservas de petróleo do mundo, atrás somente de Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes. Toda essa riqueza encontra-se no Oceano Atlântico, na zona econômica exclusiva (ZEE) brasileira. A nova aeronave estará envolvida na vigilância dessa área. Além desse patrulhamento estratégico, o P-3AM assumirá um papel determinante nas missões de busca e salvamento. Por força da Convenção de Chicago, da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), o


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FICHA TÉCNICA

País de Origem:

EUA

Fabricante:

Lockheed-Martin

Modelo:

P-3AM Orion

Função:

Patrulhamento marítimo, busca e salvamento e guerra antisubmarino

Envergadura:

30,36 m

Comprimento:

35,61 m

Altura:

10,20 m

Velocidade máxima:

761 km/h

Alcance:

9 mil km

Peso bruto máximo:

63,4 mil kg

Motor:

4 turbopropulsores Allison T56-A-14, 4900 cv (3700 kW)

Autonomia:

16 horas

Armamento:

9 mil kg de bombas, torpedos, minas, foguetes e mísseis antinavio

Operadores:

Brasil, EUA, Argentina, Chile, Canadá, Japão, China, Portugal, Nova Zelândia, Austrália, Espanha, Alemanha, Grécia, entre outros

Área de cobertura do avião

Ida e volta sem reabastecimento

Arte CECOMSAER

Brasil é responsável pela busca e salvamento de aeronaves e navios numa área com seis milhões de Km² (praticamente todo o Atlântico Sul). Os P-3AM da FAB equipam o Esquadrão Orungan (1º/7º GAV) que opera na Base Aérea de Salvador, uma unidade histórica para a Aviação de Patrulha brasileira. A nova aeronave também ajudará na defesa do meio ambiente, identificando os responsáveis pelo derramamento de óleo, tanto acidentais quanto provocados. Algumas embarcações que transportam petróleo costumam lavar os tanques com a água do mar. Essa prática criminosa deixa uma mancha de óleo que polui e afeta a vida marinha. Os sensores do P-3AM conseguem identificar os rastros na superfície do mar e, desta forma, identificar a embarcação de origem, mesmo muitas horas depois da abertura dos tanques. O P-3AM pode fotografar o navio infrator e encaminhar as fotos com um relatório para as autoridades ambientais, como prova para a aplicação de multas. Outra atividade ilegal que a aeronave certamente poderá combater é a pesca na Zona Econômica Exclusiva do Brasil, uma faixa de 370 quilômetros a partir da costa brasileira. As embarcações estrangeiras que praticarem a pesca nessa área também poderão receber multas. O P-3AM é a versão militar do famoso avião comercial Lockheed Electra II, que ficou conhecido no Brasil como o avião utilizado na ponte aérea Rio de Janeiro-São Paulo, de 1975 até 1991. A versão militar foi inicialmente concebida para a Marinha dos Estados Unidos, como aeronave especializada em guerra antissubmarino e patrulhamento marítimo. Posteriormente, foi adquirido por outros países, principalmente por integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), chegando a ser operado por 17 nações. A Força Aérea adquiriu 12 aeronaves P-3 da Marinha dos EUA, sendo que duas já foram entregues e outras sete estão sendo modernizadas pela Airbus Military. As demais servirão como suprimento.

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HISTÓRIA - Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira

VOCÊ SABIA ? O Dia do Aviador foi criado pela Lei no 218, de 4 de julho de 1936, assinada pelo presidente Getúlio Vargas, como homenagem ao feito do brasileiro Alberto Santos Dumont em 23 de outubro de 1906

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m 1905, com a criação da Federação Aeronáutica Internacional (FAI), foram estabelecidos critérios internacionais para avaliar as engenhocas dos inventores que se desdobravam ao redor do mundo para criar o avião. “A federação estabeleceu um prêmio para o que considerava o primeiro voo homologado da história”, explica o físico Henrique Lins de Barros na publicação “Santos-Dumont e a Invenção do Avião”. De acordo com o físico, a FAI avaliou os relatos de voos que teriam ocorrido anteriormente e concluiu que nenhum deles satisfazia os cri-

térios estabelecidos. Por exemplo, a aeronave dos americanos Orville e Wilbur Wright, que teria voado reservadamente em 1903, não decolava por meios próprios – uma das exigências para homologação –, mas lançado por meio de uma catapulta. Na época, o Aeroclube da França considerou os critérios da FAI muito rígidos para o momento em que a pesquisa do avião apenas “engatinhava”. Um dos seus integrantes, Ernest Archdeacon, estabeleceu um desafio menos rigoroso, mas manteve os cinco requisitos básicos estabelecidos pela entidade internacional de avia-

ção. Assim, receberiam um prêmio os inventores que sustentassem o voo em linha reta o suficiente para percorrer apenas 25 metros – um quarto da marca original. No dia 23 de outubro de 1906, o brasileiro Alberto Santos Dumont, a bordo de seu avião 14-Bis, decolou no Campo de Bagatelle, em Paris. Depois de uma corrida pelo gramado, alçou voo por meios próprios, atingiu três metros de altitude e completou a distância de 60 metros. “Pela primeira vez na história, um aparelho mais pesado que o ar conseguia realizar um voo completo, decolando, voando e pou-

REGRAS PARA O 10 VOO: No início do século passado, foi criada uma entidade internacional de aeronáutica e estabelecidos os primeiros critérios para a homologação do primeiro voo. O objetivo era padronizar as experiências que estavam em andamento.

FAI (Federação Aeronáutica Internacional)

sando sem nenhum auxílio externo”, explica Barros. Por esse feito, ganhou o Prêmio Archdeacon. A partir dali, realizou uma série de aprimoramentos no 14-Bis. No mês seguinte, em 12 de novembro, percorreu 220 metros em 21 segundos, com uma velocidade média de 37,4 km, feito que rendeu ao brasileiro a proeza de ter realizado o primeiro voo homologado pela FAI, conforme os critérios internacionais de avaliação. O enigma do primeiro voo estava desvendado e começava então um novo ciclo de pesquisa, agora em busca dos voos de longa distância.


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NO DIA 23 DE OUTUBRO DE 1906, O BRASILEIRO ALBERTO SANTOS DUMONT DECOLOU PELA PRIMEIRA VEZ A BORDO D0 14-BIS, CONQUISTANDO O PRÊMIO ARCHDEACON

PROJETO - O avião deveria deixar o solo por meios próprios, em um ponto pré-determinado, com um homem a bordo; o aparelho deveria carregar a bordo as fontes de energia necessárias para o voo

METEOROLOGIA - Deveria ser realizado em tempo calmo e sobre um terreno plano, devidamente autenticado (para redução da influência externa)

+ 100 m

VOO - Deveria voar em linha reta, executar uma mudança de direção (viragem) e retornar ao ponto de partida. No dia 23 de outuro, Alberto Santos Dumont cumpriu a maior parte das exigências, tendo ampliado a façanha no dia 12 de novembro.

MUSAL

PÚBLICO - O voo deveria ser realizado na presença de uma organização oficial e habilitada para homologá-lo


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NOVIDADE

Integração das bibliotecas da FAB facilitará acesso a banco de dados

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magine que a partir da sua unidade de trabalho, você poderá consultar teses e pesquisas ou verificar a disponibilidade de um livro que está em uma biblioteca distante, em outro Estado ou cidade. Essa situação será possível a partir da implantação do projeto Rede BIA (Bibliotecas Integradas da Aeronáutica), que integrará todo o acervo bibliográfico das bibliotecas da Aeronáutica, por meio dos sistemas “Pergamum” e “Sophia”. O Centro de Documentação da Aeronáutica (CENDOC) já iniciou o processo em que todas as publicações, pertencentes as bibliotecas

localizadas em diferentes partes do país, ficarão disponíveis para consulta numa única base de dados. A previsão é que a rede esteja implantada até o final do ano que vem. Além de aumentar a disponibilidade e o acesso às informações, otimizar e interligar recursos, o sistema vai favorecer o compartilhamento e a disseminação das informações contidas em diferentes suportes e tipos de materiais. “Quando o projeto estiver totalmente implantando, também será possível fazer empréstimo entre as bibliotecas”, adianta a Tenente Isabelle Paez Moreira, coordenadora

técnica do projeto e chefe da Seção de Biblioteconomia do CENDOC. A Rede BIA será integrada à Rede de Bibliotecas do Ministério da Defesa (REBIMD), que deve ser lançada ainda neste ano e que integrará os recursos informacionais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e do Ministério da Defesa, de modo a tornar todos os acervos disponíveis aos usuários por meio de um sistema compartilhado. Serviço - O CENDOC orienta para que todas as bibliotecas façam o cadastro on-line e participem da Rede BIA. Mais informações: www.cendoc.intraer O primeiro Manual de Redação foi lançado em 2010 e será atualizado neste ano

Acontece na Saúde HAAF - O Hospital de Aeronáutica dos Afonsos promoveu a Primeira Campanha de Prevenção em Odontologia nas Vilas Militares da área do Rio de Janeiro, no Centro Social dos Suboficiais e Sargentos da Guarnição dos Afonsos. Foram oferecidas palestras de prevenção para crianças, além da distribuição de escovas dentais e aplicação de flúor. HACO - O Hospital de Aeronáutica de Canoas realizou a Segunda Jornada das Clínicas de Saúde, intitulada "Clínica Ampliada: Um Olhar Além da Técnica", com a participação de especialistas em fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, psicologia, serviço social e terapia ocupacional. A unidade também realizou a 8ª Jornada Odontológica no Clube dos Oficiais da Guarnição de Aeronáutica de Porto Alegre (RS). HABE - O Hospital de Aeronáutica de Belém (HABE) deu início a atividades de seu grupo de diabetes e hipertensão. O objetivo é fornecer aos portadores dessas doenças crônicas o conhecimento necessário para melhor controle das patologias. Os encontros serão realizados mensal-

Dica Saiba a diferença entre notícia e agenda

mente sob a coordenação das equipes de endocrinologia, cardiologia e serviço social do hospital. MANAUS - A Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (HEMOAM) realizou a coleta de doação de sangue de militares voluntários no pátio do Sétimo Comando Aéreo Regional (VII COMAR). “Essa parceria entre nossas instituições é muito importante para a manutenção dos nossos estoques que sempre

precisam estar altos devido à grande demanda”, afirmou Wanderléia Ribeiro dos Santos, assistente social do HEMOAM. Enquanto um grupo coletava sangue no pátio do VII COMAR, outra equipe ministrava uma palestra sobre a doação de medula óssea na Base Aérea de Manaus. A ação tem como objetivo captar mais doadores e cadastrar suas características genéticas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME).

Saiba mais sobre a campanha para doação de medula óssea em: http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?mostra=7865

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or que uma notícia é divulgada na internet e outras são aproveitadas apenas na intraer? Esse é o questionamento mais comum em relação ao aproveitamento de textos e fotos enviados ao Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER). A resposta é que determinados textos são notícias e outros, agendas. O Manual de Redação e de Assessoria de Imprensa da Força Aérea Brasileira (www.cecomsaer.intraer) traz em seu primeiro capítulo um guia para ajudar a identificar o que é notícia e como ela deve ser tratada para divulgação. A regra geral é avaliar o público que mais se interessa pelo assunto, dentre outras coisas. A internet, por exemplo, recebe um fluxo considerável de acessos de público externo, enquanto a intraer só atende ao público interno. Todos os textos enviados pelo Sistema Kataná passam por triagem e são aproveitados ou não para divulgação segundo os critérios do Manual de Redação. Saiba mais sobre o assunto consultando a publicação ou entre em contato coma Agência Força Aérea: (61) 3966-9685.


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COMUNICAÇÃO SOCIAL

FACEBOOK

O perfil da Força Aérea Brasileira no Facebook alcançou a marca de cinco mil amigos, número limite de participantes na rede social. Desde o mês passado, a instituição passou a manter uma “fanpage” - um perfil essencialmente corporativo. Clique em curtir na fanpage: www.facebook. com/fanpageportalfab O que muda? Quando o internauta entra na nova página no Facebook e clica em "curtir", passa a receber notícias e permanece informado sobre tudo o que ocorre na FAB.

TWITTER

O número de seguidores da Força Aérea passou de 3.400 em setembro, um aumento de quase cinco vezes em apenas quatro meses. Informações sobre concurso e operações militares (como a ajuda para apagar os incêndios em Brasília e a participação na vigilância das fronteiras) foram os assuntos mais comentados.

YOU TUBE

Uma série de quatro reportagens sobre o futuro do controle de tráfego aéreo explica o conceito CNS/ATM. Os vídeos tiveram mais de 3.500 visualizações em uma semana. O material está disponível no canal da FAB.

CECOMSAER realizará curso de comunicação social para oficiais, graduados e servidores civis

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erenciamento de crise, produção de notícia e o papel do jornalismo, das relações públicas e da propaganda na Força Aérea Brasileira serão alguns dos temas abordados no Curso de Comunicação Social Brasil (CCS-BR), que será realizado pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), entre os dias 20 e 25 de novembro, no Centro Militar de Convenções e Hospedagem da Aeronáutica, em Salvador (BA). Neste ano, foram disponibilizadas 105 vagas, preenchidas por meio de indicações das organizações militares. Pela primeira vez, o curso será realizado de forma conjunta, com a participação de oficiais, graduados e servidores civis. O objetivo é proporcionar experiências de aprendizagem que os habilitem a compreender

a organização e o funcionamento do Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica. “O foco principal é fortalecer os elos do nosso sistema e estimulá-los a participar do processo de comunicação”, diz o Coronel Aviador José Aguinaldo de Moura, um dos coordenadores do CCS-BR. O curso de comunicação social para oficiais foi realizado pela primeira vez em 1993 na Universidade da Força Aérea (UNIFA). Já o de graduados começou em 1997, em Brasília, depois transferido para o Rio de Janeiro. Com uma proposta dinâmica, o CCS-BR dará aos participantes a oportunidade de exercitar, na prática, os conceitos desenvolvidos nas palestras. Para isso estão previstas várias oficinas, entre elas, as de texto jornalístico, gerenciamento de crise e

imagem e treinamento de mídia. Quem já teve a oportunidade de participar de um curso de comunicação social analisa de forma positiva os aprendizados extraídos do curso. O Tenente Aviador Elkeaer Sezalpino Mioto, oficial de comunicação social do Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5º/8º GAv), por exemplo, salienta que teve uma nova visão sobre a comunicação após participar do CCS de 2010. “Acho extremamente necessário o curso, pois nos fornece uma imagem mais ampla do que é a comunicação”, afirma. “A rapidez com que se repassam as informações é fundamental não só para a valorização do trabalho do esquadrão, mas também para o fortalecimento da imagem da FAB”, destaca. Mais informações: (61) 3966-9641

celebração

Patrono da Aeronáutica recebe homenagem em cerimônia na Base Aérea dos Afonsos (RJ)

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Base Aérea dos Afonsos celebrou (16/9) os 115 anos do nascimento do Marechal do Ar Eduardo Gomes, Patrono da Força Aérea Brasileira (FAB). Na cerimônia, realizada no Rio de Janeiro, o Comandante da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Juniti Saito, ressaltou a contribuição do militar para a Aeronáutica em relação a modernização das aeronaves e na integração nacional do país. “Sob sua regência, a indústria aeronáutica brasileira começou a ganhar asas”, disse o comandante em discurso, referindo-se à autorização dada por Eduardo Gomes para execução do projeto IPD 6504 Bandeirante em 1965, considerado o embrião da EMBRAER. "De sua visão de país brotaram as linhas áreas que subiram as cabeceiras dos rios", completou.

SGT Batista / CECOMSAER

A FAB NAS MÍDIAS SOCIAS

O Marechal Eduardo Gomes (1896-1981) foi aviador, militar e político. Comandou o Grupo Misto de

Aviação de onde partiu o avião que realizou a primeira linha do Correio Aéreo Nacional (CAN).


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PORTO VELHO

Soldado da Força Aérea salva vida e é homenageado Militar da Base Aérea de Porto Velho resgata vítima de acidente que caiu dentro de igarapé, um militar do Exército, utiliza treinamento de primeiros socorros e recebe homenagem; vítima passou uma semana em estado grave BAPV

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orto Velho, 21 de agosto (2011). O soldado Bruno Rodrigo de Sousa Furtado, 20 anos, mergulha em um igarapé com mais de cinco metros de profundidade para resgatar o motorista de uma caminhonete que estava submersa, após um acidente em uma ponte na rodovia BR-364. “Quando ouvi as pessoas gritando por ajuda, não pensei duas vezes; pulei e tirei o motorista”, recorda o militar, que aproveitou o treinamento recebido em sua unidade para fazer massagem cardíaca na vítima do acidente até a chegada dos Bombeiros. “A maior dificuldade foi abrir a porta do veículo, que estava travada.” Depois do resgate, Rodrigo descobriu que o motorista era Jones Cassiano Voitena Gomes, 23 anos, soldado do Exército. “Ele arriscou a própria vida para salvar nosso soldado”, afirma o Diretor do Hospital do Exército, Tenente Coronel Médico José Edacyr Simm. No mês passado (23/9), o soldado da Base Aérea de Porto Velho

MEDALHA- Militares recebem homenagem após missão no Haiti

O

O Soldado Bruno Rodrigo de Sousa Furtado recebeu homenagem em Porto Velho

recebeu o título de Amigo do Hospital de Guarnição de Porto Velho, uma homenagem da unidade do Exército em reconhecimento ao ato de coragem e bravura. Para Jones, o militar resgatado no igarapé, a vida teve um novo começo, que marca ainda o início de

uma amizade. “Tenho informações que muita gente estava observando e apenas ele teve a iniciativa. Não é qualquer um que arrisca a vida para salvar a de outra pessoa que nem conhece”, afirma o soldado, que passou sete dias internado em unidade de terapia intensiva.

rito Educacional “Professor Miranda Passos”, o CASD Vestibulares - Curso Alberto Santos Dumont, em reconhecimento aos serviços prestados à comunidade. Alunos do Instituto Tecnológico da Aeronáutica trabalham voluntariamente no cursinho como professores, preparando estudantes de famílias de baixa renda para vestibulares de universidades públicas.

CDA - A Comissão de Desportos da Aeronáutica realizou (15/9) solenidade em homenagem ao 44º aniversário da unidade. CIAAR - O Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica completou, no mês passado, 28 anos. CECAN - O Centro do Correio Aéreo Nacional comemorou (2/9) o quadragésimo aniversário de criação. EAOAR - A Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica celebrou (2/9) o seu 64º aniversário. IPA - O Instituto de Psicologia da Aeronáutica celebrou (16/9) 44 anos. PAMN - A Prefeitura de Aeronáu-

s soldados Ademar Gomes da Silva Júnior, Diego José Curcino da Mota, Paulo André Oliveira Santos e Victor Maciel Nascimento, do Batalhão de Infantaria Especial de Recife (BINFAE-RF), foram homenageados pela cidade de Paulista, na Região Metropolitana do Recife. Os militares, que retornaram de missão de paz da Organização das Nações Unidas, no Haiti, receberam (3/9) a medalha Padre João Ribeiro. A comenda é a mais alta honraria concedida pelo município. Os militares fizeram parte do primeiro pelotão de Infantaria da Força Aérea a participar desse tipo de missão da ONU. Foram seis meses em solo haitiano. Os 27 militares retornaram ao Brasil no dia 15 de agosto.

ACONTECE NA FAB RECONHECIMENTO

Condecoração - O Comandante da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Juniti Saito, recebeu (12/9) a Grande Medalha Presidente Juscelino Kubitschek, em solenidade realizada em Diamantina (MG), cidade natal do ex-presidente e patrimônio cultural da humanidade. A medalha, criada em 1995, homenageia personalidades que contribuíram para o desenvolvimento de Minas Gerais e do país. ITA - A Câmara Municipal de São José dos Campos (SP) homenageou (2/9), com a entrega da Medalha Mé-

ANIVERSÁRIOS

CECAT - O Centro de Catalogação da Aeronáutica, criado em 26 de agosto de 2004, comemorou no mês passado seu 7º aniversário.

tica de Manaus comemorou (12/9) 39 anos. Esquadrão Aranha - O Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC) lançou (14/9) selo comemorativo aos 55 anos de criação da unidade, sediada na Base Aérea de Canoas.

COMANDO

Esquadrão Pégaso – O Tenente Coronel Aviador João Lucio Veiga de Assis assumiu (13/9) o comando do Quinto Esquadrão de Transporte Aéreo (5º ETA), sediado na Base Aérea de Canoas.


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EDUCAÇÃO

EPCAR fica em quinto lugar no ENEM (grupo 3) Em ranking nacional do Ministério da Educação, alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Ar obtiveram média de 686,33 pontos; Escola Tenente Rêgo Barros, mantida pela Aeronáutica, é a primeira do Estado do Pará

A

Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) ficou em quinto lugar entre as instituições de ensino no país que tiveram participação de 25% a 49% dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Pela primeira vez, a relação do ENEM levou em conta o índice de participação dos alunos inscritos, o que resultou na divisão dos resultados em quatro grupos distintos. Na nova classificação, a EPCAR foi incluída no grupo 3 e obteve uma média total de 686,33 pontos, com uma taxa de participação de 48,4%. O resultado do primeiro lugar no grupo, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, foi de 717,77 pontos. Mais de 3,2 milhões de estudantes de escolas públicas e privadas de todo o país participaram das provas do ENEM. Um 1 milhão deles concluíram o ensino médio em 2010. O exame avaliou as áreas de conhecimento de ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, linguagens, códigos e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias, além da redação.

O ENEM foi criado em 1998 com o objetivo de avaliar as habilidades e competências dos estudantes concluintes do ensino médio. Em 2009, o exame foi reformulado e passou a ser usado como processo seletivo para instituições de ensino superior. A partir do resultado da prova, os alunos se inscrevem no Sistema de Seleção Unificada (SISU) e podem pleitear vagas em instituições públicas de ensino superior de todo o país. No exame deste ano, foram incluídas no grupo 1 as escolas que tiveram taxa de presença acima de 75% e no grupo 2, as que tiveram média de 50% a 74%. No grupo 3 estão as instituições de ensino com 25% a 49% dos participantes. As escolas com percentagem de 2% a 24% dos inscritos ficaram no grupo 4. Mais de 12 mil alunos passaram pelas cadeiras do Curso Preparatório de Cadetes do Ar, oferecido pela EPCAR, em Barbacena (MG). Desse total, cerca de 9 mil foram para a Academia da Força Aérea (AFA). Pará - A Escola Tenente Rêgo Barros (ETRB) conquistou a primeira

SGT Johnson / CECOMSAER

Alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Ar ficaram em 5o no ENEM

posição entre as escolas públicas e a segunda colocação geral do Estado no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Os alunos alcançaram média total de 683,34 e taxa de participação de 96,4%. Há cinco anos é a primeira colocada entre as escolas públicas no Pará.

Ranking das escolas do grupo 3: 1 - Universidade Tecnológica (PR) 2 - Colégio Santa Cruz (SP) 3 - Colégio Santo Américo (SP) 4 - Colégio Visconde Porto Seguro (SP) 5 - Escola Preparatória de Cadetes do Ar (MG)


Foto: Roberto Molinos/Airbus Military - Montagem: CECOMSAER


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