POPmagazine - abril 2015 by POP magazine

abril 2015

Uma cinquentona de olho no futuro

Efeito Tsunami Fight!11 Nutrindo12

por JĂŠssica Borrelli

Planeta Bola13

SUP - stand up paddle

Olhar Olímpico

Bela

Entrevista com Tico Santa Cruz

Editora: Andréa Alves Redação: Andréa Alves, Jéssica Borrelli, Lucas Félix, Marcelo Dourado e Mariana Silveira Foto da Capa: Rafael Kent Designer e Diagramação: Andréa Alves

O mais incrível em fazer parte da POPmagazine é poder contar à vocês histórias incríveis de pessoas incríveis já conhecidas do público, ou não, tendo a certeza de que cada vírgula dita por elas estará presente na matéria. Não tem como deixar de agradecer a gentileza do fotógrafo Rafael Kent em ter cedido a foto de capa desta edição. Obrigada mesmo e nossa revista estará sempre com as portas abertas à você!!! Parcerias como esta são sempre bem-vindas. Outro agradecimento especial vai à nossa querida e já conhecida jornalista Nágila Câmara que me socorreu em um momento de correria e fez algumas revisões de matérias e colunas para POPmagazine e deixo registrado mais uma vez o desejo enorme em tê-la de volta em nossa equipe. Sempre haverá um lugar para você e seu talento!

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E nessa edição Luis Guilherme, quer dizer, Tico Santa Cruz é nossa matéria de capa. Conversamos com o vocalista da banda Detonautas Roque Clube sobre política, redes sociais, realities musicais e muito mais. Temos ainda uma homenagem aos 50 anos da Rede Globo, contando um pouco da sua trajetória na visão de Lucas Fé-

lix. Mariana Silveira fala sobre a nova onda nas praias e até rios brasileiros, o Stand Up Paddle. Na coluna Fight! Marcelo Dourado comenta a luta de Lyoto Machida. A nutricionista Jéssica Borrelli fala em Nutrindo sobre o efeito sanfona, e nos ensina como manter o corpo sequinho depois de duras penas para perder aqueles quilinhos extras que tanto nos aborreciam. Confiram ainda nossas outras colunas, Olhar Olímpico, Bela e Planeta Bola. Em breve estaremos de volta com mais matérias e colunas bem bacanas para vocês se informarem e deliciarem.

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Andréa Alves

Uma cinquentona de olho no futuro Globo chega aos 50 anos pensando em como manter império nas próximas décadas por Lucas Félix

Prestes a completar sua quinta década de vida, a Globo inovou na campanha de comemoração pelo aniversário. Com muito conteúdo para ser relembrado, a emissora até lançou mão de uma exitosa reprise da novela “O Rei do Gado” e ainda transformou consagradas minisséries em filmes no “Luz, Câmera, 50 Anos”, mas a comunicação que baseia as mensagens da emissora nos institucionais em nada se assemelha com o tom saudosista que já foi comum dessas campanhas comemorativas.

Crédito das imagens: arquivo Globo

em que o pensamento está focado para as décadas seguintes. A premissa é simples para conseguir manter a hegemonia de quase meio século. Pelo menos na teoria. Basta estar sempre na frente das outras.

É pensando no futuro ainda que vem se tornando rotineira a integração entre os diversos meios do Grupo Globo. Só como referência, a atual apresentadora do “Jornal Nacional”, Renata Vasconcellos, surgiu no canal Os filmes falam que já existe toda de notícias Globo News. Vários outros uma geração que, de fato, não tem talentos são usados ainda no SporTV ideia de quem assinou Odete Roitman ou Multishow, por exemplo. ou assistiu alguma aula da “Escolinha do Professor Raimundo”. E é nesses O principal desafio de um dos 5 06 POPmagazine

maiores canais de televisão do planeta segue sendo falar para toda a família. Isso passa da opção menor por pautas violentas nos telejornais até as discussões sobre cenas de romances homossexuais na teledramaturgia. Uma sinuca de bico em que agradar gregos e troianos se torna quase impossível. É exatamente por esse gigantismo que a Globo se tornou em sinônimo de cultura popular brasileira, seja quando cultuada em prêmios no exterior, como nas recentes conquistas do Emmy, seja quando acusada de alie- Apesar de todas as merecidas homenadora graças ao seu vasto histórico nagens por épicas produções já prode polêmicas eleitorais. piciadas, pensar na plim-plim como peça de museu ainda é inimaginável. A festa nesse mês de Abril, porém, não será das melhores. A nova novela das 9, “Babilônia”, tem tido ínMaiores audiências dices dentro da média pelo país, mas sofrido em São Paulo, a principal praça A dianteira do ranking de tramas na medição do Ibope. mais assistidas em todos os tempos Mesmo assim, ninguém fala em remete especialmente ao passado, cortar ou encurtar a trama, mas sim em com a dianteira absoluta de “Roque ajustar e correr atrás do prejuízo, uma Santeiro”, que não raramente atingia diferença já sensível em relação as de- impressionantes 100% dos lares. mais. “Tieta”, “O Salvador da Pátria” E nesse clima de eterna recons- e “Vale Tudo” são outras que pratitrução, sem se acomodar na vitoriosa camente zeravam a concorrência enhistória que já acumula, que a Globo quanto exibidas. desponta como favorita para seguir Nos anos 2000, o predomínio abmonopolizando os controles dos brasisoluto fica com “Senhora do Destino”, leiros por diversos outros anos. a última a superar os 50 pontos de méNão por outro motivo que essa dia geral, graças aos embates entre reportagem narra seus horizontes. Maria do Carmo e Nazaré Tedesco. POPmagazine

vendas esporádicas, como a recente aquisição de “Dupla Identidade” por uma rede croata. Das mais recentes, “A Mulher Invisível” foi das que mais cruzou fronteiras pelo embalo da conquista do Emmy.

Especiais Dentro dos festejos pelo cinquentenário, estão a reedição do “Luz, Câmera, 50 Anos”, que agora retorna em novo formato, nas terças e quintas. José Wilker em Roque Santeiro, 1985 Dentre as minisséries escolhidas para Já a trama de Carminha em “Ave- a nova safra do especial, estão “Amonida Brasil”, que foi um sucesso para res Roubados”, “Dona Flor e Seus Dois os padrões mais recentes, ficou pou- Maridos” e “JK”. co abaixo dos 40. A novela, aliás, é a mais licenciada da Globo em todos os Já no jornalismo, o “JN” ganhou tempos, já tendo sido exibida em mais novo cenário, agora com um telão de de 100 países e se consagrando em LED ainda maior servindo como plaalguns deles, como na Argentina. no de fundo da redação. O telejornal ainda reuniu grandes nomes da hisUm fenômeno em tempos de glo- tória global, de Galvão Bueno até Ilze balização, mas não exatamente novi- Scamparini, para narrarem os grandes dade. “A Escrava Isaura”, trama exibi- fatos de cada década, enquanto uma da por aqui nos anos 1970, chegou na edição do “Globo Repórter” mostrará Rússia mais de uma década depois e os avanços em geral da Central Globo transformou seu último capítulo prati- de Jornalismo. camente em feriado nacional. A série do “Jornal Nacional” vai Além desses êxitos pontuais, lo- dividir os grandes momentos do jorcalidades como Portugal e Equador nalismo da emissora através das détem faixas fixas de exibição de nove- cadas. William Bonner comanda a las globais, reduzindo ao máximo o in- mesa-redonda em que vai puxando as tervalo entre a exibição no Brasil e em memórias dos convidados. seus territórios. Em vídeos que antecipam o conAs séries possuem um mercado teúdo dos VTs publicados nas redes mais complicado, se baseando em sociais, os convidados antecipam 08 POPmagazine

boas histórias. Luis Fernando Silva PinNa lista dos fatos mais recentes, to, correspondente em Washington, entre 2005 e 2015, o destaque inicial conheceu sua esposa lhe dando caro- será para a morte do papa João Pauna no carro de reportagem na Índia. lo II, mas também serão abordados o incêndio em Santa Maria, a Copa do Já Glória Maria confessou que Mundo no Brasil e a ocupação do commal dominava o Inglês quando teve a plexo do Alemão, que rendeu o Emmy chance de entrevistar a filha do presi- para emissora. dente americano Jimmy Carter em pleno primeiro dia de aula. De unânime entre os nomes ouvidos, a concordância sobre as vanPara Tino Marcos e Fátima Ber- tagens que a tecnologia trouxe ao nardes, a opção foi mais óbvia, porém trabalho. Antigamente, a geração via não menos empolgante. Eles aponta- satélite de conteúdo, especialmente ram, respectivamente, as coberturas do exterior, podia levar dias, o que dedo tetra e do penta como as maiores fasava os fatos. que já fizeram. Outros programas, como “Bem Para ambos, claro, a expecta- Estar” e “Globo Esporte”, tem adaptiva se volta aos Jogos Olímpicos de tações, seja de cenário ou de pacote 2016, que vão marcar o espaço cada visual. E o “Zorra Total” será inteiravez maior dado pela Globo para outras mente reformulado no próximo mês, no modalidades. A Superliga e o Novo embalo exitoso “Tá no Ar”. Basquete Brasil já possuem jogos de temporada regular exibidos na rede, É a continuação de uma história por exemplo. de bons frutos também no humor, que vem dos primórdios da “TV Pirata”, passa pelo “Casseta e Planeta” e inclui também séries, como “Sai de Baixo” e as duas versões da “Grande Família”. No sábado (25), um grande show no estádio do Maracanãzinho se programa como o auge da série de festejos. O nome de Roberto Carlos é dado como certo para a apresentação, que terá ainda Jota Quest, Gaby Amarantos e nomes lançados em realitys da casa, como a banda Malta e Ellen Oléria. Ney Latorraca em TV Pirata, 1988 POPmagazine

Tinder, eu te amo! Ah o Tinder, eu adoro o Tinder! Para quem não conhece é uma rede social para solteiros, destinada a proporcionar encontros entre essas almas solitárias que estão à procura do príncipe ou princesa encantados, blá blá blá... Como estamos no Brasil o Tinder acabou virando um aliado para proporcionar infindáveis punhetas aos broxas de plantão que não conseguem chegar em uma mulher pessoalmente. E eu adoro o Tinder! Como me divirto!!! Você encontra todo o tipo de homens, as fotos são o creme de la creme das redes sociais. O cara coloca 10 fotos, cada uma delas com 10 caras, e você é obrigada a adivinhar quem é o infeliz dono do perfil, óbvio que será o mais feio. Como eu adoro o Tinder! E quando você encontra alguém que tem conhecidos em comum com você, sim isso dá pra saber porque você precisa logar com sua conta do Facebook, então volta e meia aparece gente conhecida, conhecida até demais, outras nem tanto, mas voltando, quando você encontra alguém em comum com você e vai dar uma de detetive para desco10 POPmagazine

brir o perfil do cara e qual é a surpresa quando descobre que o tal solteirão gato e boa praça é um distinto, ou nem tanto, pai de família com uma prole de dar inveja à capa da revista Pais & Filhos, ou então, descobre que aquela foto todo gato é dele sim, mas há 15 anos quando praticava Jiu-Jitsu com o Hélio Gracie. Se eu já me envolvi com alguém que conheci lá? Claro! Claro que não cara pálidas, mas confesso, fiz pelo menos uma dúzia de novos amigos, que me rendem boas risadas, porque quem faz parte do Tinder é como se fizesse parte de algum grupo secreto. O Tinder é a Maçonaria das redes de relacionamentos, é a Las Vegas dos aplicativos, o que acontece no Tinder, fica no Tinder. Há assuntos que só quem faz parte pode comentar. Criei até um grupo no WhatsApp dos meus Tinder Boys preferidos, muita gente se mataria pelos prints que rolam all day. E por essas e outras, eu adoro o Tinder! Deixa de besteira e enjoy it!!!

Andréa Alves

A derrota de Lyoto Machida Acompanho a carreira do Machida desde o “Jungle Fight” e realmente me surpreendeu a maneira como ele perdeu. Foi dominado em pé e no chão durante a luta, e, por fim, nocauteado. Sempre fui fã da trocação do Lyoto. Ele é um dos lutadores que ergue a bandeira do Karatê, mesmo com toda a mídia e a preferência do senso comum pelo Muay Thai, considerando-o como única e imbatível modalidade de luta em pé. Já pratiquei o “Caminho das Mãos Limpas”, nome dado à arte do Karatê, e tive meu pai como o meu primeiro “sensei”, sempre achei eficiência dessa arte marcial menosprezada nos tempos de vale tudo. Lyoto Machida mostrou esse poder do Karatê, que, associado a defesas de queda e luta, pode ser uma das técnicas usadas com precisão no MMA. No entanto, o jogo de entrar e sair, utilizado por ele, está manjado, abrindo um caminho de vitória para os outros adversários, e não sendo feito nada de muito contundente para mudar essa visão tática. Já na luta no solo, ele foi dominado amplamente. Não sei se perdeu

o gás, porque quando acaba, acaba a festa, mas a falta de movimentação e recursos, deixaram bem evidente um certo descuido nessa parte. Quando um atleta treina demais um fundamento, outro vai caindo; é dever do treinador manter esse equilíbrio entre trocação, quedas, luta no solo e condicionamento físico. Da mesma forma, um equilibrista chinês de pratos sempre tem um de seus pratos quase caindo, então o equilibrista precisa acelerar um pouco. É assim que funciona a preparação. Uma mudança tática se faz imprescindível, um campo aprofundado em outra arte marcial ou mesmo o Boxe para tentar dar uma guinada nisso e surpreender os lutadores rivais. Um trabalho voltado para ganhar mais massa muscular e perder peso com mais amplitude, nivelando o quesito força pura. O Jiu-Jitsu também evolui rápido demais e seria legal chamar alguém da nova geração de competidores para incrementar o jogo.

Marcelo Dourado POPmagazine

Efeito Sanfona Antes mesmo de começar a “dieta”, o indivíduo já coloca um prazo de validade para ela. Você já começa errando pelo pensamento, não existe isso! Entenda que você deve mudar seus HÁBITOS, seu ESTILO DE VIDA! A mudança terá que ser para sempre e para dar certo, temos que achar uma forma de colocar prazer no que você come e na atividade que você faz. É certo que você não irá comer batata frita e hambúrguer todos os dias, mas de vez em quando, conseguimos incluir na nossa vida. Ao mesmo tempo, não precisa comer frango grelhado com alface todo dia, pois no segundo mês você irá enjoar e voltar ao seu padrão antigo. Mas como achar o equilíbrio? O primeiro ponto é variando as receitas e o modo de preparo dos alimentos, é tendo prazer em cozinhar comidas saudáveis e ao mesmo tempo saborosas. É tirar da cabeça que comida saudável é sinônimo de comida sem sabor e sem graça. Existem diversas receitas maravilhosas, com baixo valor energético, muito sabor e o mais importante, muitos nutrientes. Pensar em emagrecer e calcular somente calorias, carboidratos e proteínas também é um erro. Nosso organismo funciona com muito mais do que isso, compostos bioativos, antioxidante, nutrientes com poder detoxificante, limpam nosso 12 POPmagazine

organismo por dentro e contribuem, e muito, para o funcionamento do metabolismo. Emagrecer muito rápido com dieta pronta de livro, super radical, faz com que você perca peso rápido, mas isso não quer dizer que você está emagrecendo da forma correta. EMAGRECER é igual a perder GORDURA! Em grande parte das vezes, perde-se também muita massa muscular, o que contribui para a recuperação rápida do peso perdido. Quanto menos músculo, mais lento é o metabolismo e mais fácil é para “achar”o que perdeu. O nosso organismo tem um mecanismo de defesa, quando se perde peso de forma rápida, ele entende que aconteceu algo errado e cria mecanismos para recuperar a gordura que foi embora. Conhecido como Set Point, esse mecanismo muitas vezes contribui para que o organismo acumule mais gordura, diminuindo o metabolismo e a saciedade e aumentando a fome. Incluir o exercício de força e aeróbio como aliado ao emagrecimento e manutenção do peso perdido é ESSENCIAL. Não existe emagrecimento saudável sem exercício físico, e não existe prazo de validade. Ele terá que te acompanhar pelo resto da vida.

Jéssica Borrelli

Seleção em alta Com o time praticamente fechado, Dunga convocará a Seleção Brasileira que vai disputar a Copa América no dia 5 de maio. O time vai estrear em 14 de junho contra o Peru, sendo que ainda tem Colômbia e Venezuela. Ou seja, a classificação na primeira fase já pode ser garantida sem nenhuma soberba. Antes dos jogos oficiais, o Brasil ainda joga amistosos com Honduras e México em São Paulo e Porto Alegre. Contra França e Chile, as duas novas vitórias serviram para confirmar a tendência de manutenção da base montada pelo treinador, sem espaço para novos testes no torneio continental. Projeto Rússia Depois da Copa América, Dunga terá de encarar as eliminatórias visando a vaga no Mundial de 2018. E com dedicação absoluta para chegar à Rússia. O time olímpico em 2016 vai ser treinado por Alexandre Gallo. Vale lembrar que Mano Menezes foi demitido após acumular o time principal e o sub-23 e perder a disputa do ouro em Londres. Arquibancadas cheias, mas sem soberania A final do futebol masculino perde na preferência do público na compra de ingressos somente para a cerimônia de abertura e as disputas do vôlei no Rio de Janeiro. O esporte das quadras tem procura maior que o dos campos, seja na disputa entre

os homens ou entre as mulheres. Ou seja, apesar da interessante procura, até mesmo em Manaus e Salvador, que receberão partidas dos Jogos, o futebol não é a modalidade número 1 da Olimpíada para boa parte do público. Tchau, Inter! A sequência gerada pela revolta do lateral Fabrício foi das mais lamentáveis já vistas no futebol. Além de fazer gestos obscenos para a torcida, ele ainda jogou a camisa do time em pleno campo. Apesar do contrato até 2017, ele obviamente saiu do time após a confusão. Tchau, São Paulo! Uma saída bem mais digna foi a de Muricy Ramalho do tricolor paulista. Mesmo com o futebol apagado e a pouca entrega do time, ele salvou a equipe do rebaixamento há poucos meses. Agora merece cuidar da diverticulite que o atormenta há anos. Tchau, Campeonato Carioca? Com o clima cada vez pior entre Flamengo e Fluminense contra a Federação Estadual, crescem as chances de formação de uma Liga para suprir o espaço do Estadual em 2016. Vontade não falta, mas legalizar esse processo evitando punições ainda é um desafio dos clubes diante da força política de Rubens Lopes junto à CBF.

Lucas Félix POPmagazine

O Stand Up Paddle, mais conhecido como SUP e de tradução literal surfar em pé, é praticado com prancha e remo. A prancha é maior, existe uma alça de apoio para ser colocada no pé, como medida de segurança, e o remo para facilitar a locomoção e realizar todas as manobras do esporte. Essa modalidade é conhecida desde tempos antigos. Sabe-se que os Moches, peruanos da era pré-colombianas, foram um dos povos primordiais a utilizar essa atividade, tanto para auxiliar na pesca como para se divertir. A presença de pequenas embarcações no cotidiano de civilizações antigas também pode ser notada por meio de anotações no diário de bordo de James Cook, um importante explorador europeu das Ilhas Polinésias. A partir do anos 40, o Stand Up Paddle começa a se desenvolver da maneira como é hoje, no Havaí. Os primeiros adeptos foram os professores de surf de Waikiki, conhecidos como Beachboys. Eles utilizavam o método simplesmente para poder acompanhar os seus alunos mais de perto e para fotografá-los. Não se pensava ainda que isso poderia se tornar uma modalidade. Ao contrário do surf, que foi se desenvolvendo de maneira exponencial, o SUP foi criando forma por conta própria. Cada um produzia o seu remo e a sua prancha como queria, afinal, o esporte era praticado por poucos. Em paralelo, no Brasil, o SUP chegou da mesma forma que principiou no Havaí, com poucos adeptos. Muito se fala sobre o surgimento em terras tupiniquins, porém, a hipótese mais concisa é a de que a sua primeira prática foi no estado de São Paulo. No início, era praticado apenas quando as ondas não estavam muito boas para o longboard. Aí então, os surfistas aproveitavam para remar e, assim, desfrutar o mar. A modalidade só começou a acontecer de maneira mais clara e eficiente a partir dos anos 2000, quando Laird Hamilton, um renomado surfista do Havaí, liderou um grupo e instaurou a produção de pranchas e de remos específicos. Antes disso, eles utilizavam as mesmas pranchas do longboard. O SUP pode ser praticado por todas as pessoas e em todas as idades. Ele possui um elevado índice funcional de atividade, ou seja, trabalha todo o corpo e não músculos isolados. O impacto é menor do que em outras atividades físi18 POPmagazine

cas, pois é praticado na água. Contudo, há de se tomar um certo cuidado. Justamente por ser na água, uma superfície instável, ele requer um preparo físico adequado. Com a prática, percebe-se que a modalidade exige do corpo bem mais que o surf e o longboard. O principal ponto do esporte é manter o equilíbrio. É preciso ficar no meio da prancha com as pernas um pouco flexionadas e o abdômen contraído. Você entra no mar deitado na prancha e remando com as mãos, porém, depois de adquirir uma certa estabilidade, já levanta. Esse passo é idêntico ao surf, mas a diferença é que no Stand Up Paddle, você precisa utilizar o remo como apoio quando começa a pegar as ondas. As pranchas para o SUP são maiores do que as pranchas normais para proporcionarem mais estabilidade aos praticantes. O preço, em média, varia de R$2.800,00 a R$4.500,00. Uma das características dessa modalidade é que ela não precisa ser praticada necessariamente em mares. Por utilizar o remo, ela pode ser executada em lagoas e, até mesmo, em piscinas. Assim como nos outros esportes, existem as variantes femininas e masculinas. Já existiam associações masculinas que possibilitavam aos atletas participarem e criarem competições profissionais, entretanto, não existia uma associação que oferecesse esse suporte e o tornasse possível para as mulheres. Foi, então, que Angela Bauer, surfista com 16 anos de carreira, decidiu criar a WILA – Woman’s International Longboard Association. A partir daí, tornou-se possível criar e incluir o público feminino em competições nacionais e internacionais. Segundo Angela, foi depois da fundação da WILA que aconteceu o 1º circuito de longboard feminino do mundo com 5 etapas. A associação também possibilitou a participação de mulheres em campeonatos mundiais e, ainda, contou com o apoio da Roxy, marca conhecida internacionalmente e específica para surf, que patrocinou o primeiro evento mundial para mulheres. Atualmente, a WILA está passando por um momento difícil, no qual a categoria se desuniu, só algumas atletas brasileiras participam do circuito mundial e a associação está temporariamente desativada.

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Angela Bauer é a criadora da WILA e, também, da WISA – Woman’s International Stand up Association. Aos 35 anos resolveu se aventurar em um novo mundo. Começou a praticar o longboard e foi pioneira no surf feminino. Morou treze anos no Havaí enquanto fazia um curso de pós-graduação em Marketing e claro, isso a deixou com a extensão real do que é o mundo do surf e como ele é encantador. Apesar de ter começado no esporte com uma idade relativamente avançada, pra ela, a maturidade foi fundamental para entender a responsabilidade do esporte e, com isso, conseguir conquistar os títulos. Foram vários os seus títulos, como: 1ª campeã brasileira de longboard, Campeã do Steinlanger longboard series (um campeonato do Havaí), Campeã carioca de SUP Wave e vice-campeã brasileira de SUP surf. É válido explicar também que, como ela foi uma das criadoras de associações que possibilitavam a profissionalização do esporte feminino e a participação das atletas em campeonatos, a categoria feminina é relativamente nova no mundo todo, tanto no longboard como no Stand Up Paddle. A extensão de títulos é grande, mas depois de onze anos praticando o longboard, ela se viu desgastada. Foi, então, que conheceu o SUP e se apaixonou por ele. Por ainda estar engatinhando no Brasil, o esporte não tem muitos atletas e para competir profissionalmente, a dificuldade aumenta. Isso, porque, segundo a atleta, as manobras só valem pontos se você usar o remo para executá-las. Além disso, outra dificuldade para os atletas é o investimento necessário para praticar, já que os equipamentos são caros. Apesar de ser uma atividade funcional, a modalidade exige mais preparo físico da pessoa. “Muitas vezes caímos e temos que ficar em pé na prancha, isso já é um exercício. Enquanto no longboard você senta na prancha, espera e só vai carregando, no SUP nós não paramos de remar. Você carrega o remo, está em pé e vê as ondas vindo”, explica Angela. Para competir profissionalmente seria necessária uma associação que proporcionasse todo o suporte, por isso, depois de um campeonato brasileiro para incentivar o crescimento do SUP, ela e Nicole Pacelli criaram a WISA, responsável por organizar, interagir as competições femininas, desenvolver o SUP e a preservação ambiental e, ainda, arrecadar fundos para compra de pranchas. Ou seja, além da Associação auxiliar as atletas profissionais, ela oferece assistência as meninas que querem começar. Ademais, a WISA possui uma missão de conscientizar as pessoas sobre a coleta de lixo nas praias e nos mares e conta com a ajuda dos surfistas para isso. Também criaram uma bolsa de tela cruzadas nas costas, que virou o símbolo da associação. Além das associações, Angela Bauer pretende montar uma fundação com o seu nome. O projeto visa promover a consciência ambiental, estimulando a limpeza das praias e com foco na preservação das tartarugas marinhas. Uma das coisas que ela mais preza na vida é a educação ambiental e o trabalho voluntário. Por enquanto, todas as energias estão direcionadas às competições, mas a ideia é de que a fundação saia do papel e seja algo útil, e perpetue o nome da surfista por muito tempo. POPmagazine

Ginástica olímpica, saltos, solo, argos e fitas Na lista de esportes mais populares para os brasileiros nos Jogos Olímpicos, o Comitê Olímpico Internacional já até previa o vôlei superando o futebol, mas se surpreendeu com a ginástica artística superando a natação e o atletismo.O Brasil não é favorito ao pódio nas principais categorias, mas passa longe de fazer feio, garantindo a presença no pódio nas competições mais relevantes entre os homens e as mulheres. A grande esperança recai sobre as argolas de Arthur Zanetti, que foi um dos 3 ouros brasileiros em Londres, ao lado da judoca Sarah Menezes e do time bicampeão do vôlei feminino. Mas a presença de ginastas na Antiguidade era bem diferente, focando nas lutas e incluindo lutas até mesmo com touros. No século XXI é que a disciplina nos treinos para a perfeição dos movimentos passou a ser destacada, garantindo presença já na primeira competição da Modernidade, em 1896. Ao longo do tempo, mulheres e aparelhos, como as argolas, foram sendo agregados ao programa. Em todas as disputas, as finais 22 POPmagazine

são compostas com 8 competidores ou equipes, que são julgados por 9 árbitros, encarregados de ponderarem a relação entre dificuldade do movimento e eficiência na execução. Além do solo e saltos, duas categorias em especial ganharam destaque nos últimos anos. As provas dessa disciplina incluem diversos objetos como fitas, bolas e arcos que dificultam e embelezam as apresentações. Essa disciplina surgiu no Leste Europeu, mas justamente a região boicotou sua estreia graças ao clima de tensão da Guerra Fria. Felizmente, os tempos mudaram e Estados Unidos e Rússia, a ex-União Soviética, competem amigavelmente, protagonizando mesmo até grandes duelos diretos, como no hóquei durante os Jogos de Inverno de Sochi, ocorridos no ano passado em território russo. Depois da queda da URSS, já haviam ocorrido disputas de verão em Atlanta (1996) e Salt Lake City (2002).

Lucas Félix

Diversos benefícios capilares em um único óleo Quem nunca ouviu falar das maravilhas do uso do Óleo de Argan? Ele virou o queridinho para a maioria das mulheres que vive buscando maneiras de acabar com o frizz, hidratar, restaurar e dar brilho ao cabelo. Na maioria das vezes, nós nos submetíamos a usar vários produtos, um para sanar cada necessidade do cabelo. Porém o óleo de argan apareceu pra facilitar as nossas vidas e se tornar um item indispensável da nécessaire. O óleo na realidade é um extrato. Ele é produzido de maneira manual e extremamente minunciosa pois é retirado das nozes da planta Argania spinosa. O processo de produção do óleo é um pouco complicado. Retira-se a polpa das nozes e as deixa secando no sol para secar. Com pedras, abre-se as nozes secas para remover as sementes que serão tostadas para então, conseguir retirar o óleo. Além da produção ser manual e trabalhosa, essa planta só é encontrada no Marrocos e é por isso que o óleo é raro e acaba sendo mais caro do que os outros. Para os marroquinos, o óleo é utilizado há muito tempo e os benefícios já são bem conhecidos, mas foi em mea-

dos de 2012 que o mundo todo tomou conhecimento e o óleo virou febre. O óleo tem a capacidade de regenerar completamente os cabelos. Ele forma uma película protetora e devolve a maciez, o brilho e deixa o cabelo com um aspecto bem saudável. Ele pode ser usado de diversas formas, dependendo dos benefícios que você quer. Se misturado na coloração, ele consegue diminuir as agressões causadas pela química. Se adicionado à máscara de tratamento usadas pós-lavagem, ele potencializa o efeito da máscara e age como protetor térmico para escovas, chapinhas e baby liss. Se utilizado com o cabelo úmidos, ele vai ter a função de hidratar. E, se utilizado como finalizador, pós-procedimentos que envolvam muito calor como escova, chapinha e etc, ele vai controlar o frizz e dar mais brilho aos cabelos. Além de garantir um cheiro incrível! Ele pode ser utilizado em qualquer tipos de cabelos. Mas, atenção: Se você tem o cabelo oleoso, dê preferência para utilizá-lo só como finalizador.

Mariana Silveira POPmagazine

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Viva o Rock! Texto e fotos Andréa Alves

Nascido Luis Guilherme, conhecido como Tico Santa Cruz, carioca, libriano, detentor de aproximadamente 2 milhões de seguidores se somadas suas contas na rede, pavio curto, amável e adorável, sujeito homem, de palavra, mente aberta, internauta, louco por literatura, ativista desde sempre, lutador de alma, surfista quase profissa, roqueiro, pai de família, inteligente, sagaz, perspicaz, voraz, sedutor, cantor, fanfarrão, brincalhão, sangue nos olhos, feroz! Adjetivos infindáveis seriam necessários para descrevê-lo, uma das mais notáveis figuras do cenário musical nacional, Tico Santa Cruz é hoje o nome mais lembrado quando se fala em Rock’n Roll. Na estrada há 18 anos liderando a banda Detonautas Roque Clube, banda essa que teve seu início em uma sala de bate papo na internet, ele não para, vive pelos céus e pelas estradas do país, não bastasse a agenda cheia do DRC, Tico ainda toca em alguns projetos paralelos à banda, está começando a trabalhar em seu quarto livro, dá palestras em escolas e faculdades e ainda fica por horas em sua página no Facebook onde quase que diariamente tem feito posts sobre a atual situação política do Brasil e fica ali, com seus seguidores, debatendo o tema atual. Desde o início do ano, Tico trava uma batalha com ele mesmo para se manter limpo de qualquer substância química e relata passo-a-passo dessa nova fase em posts em sua página com a hashtag #DiáriodeDesintoxicação. Visto como uma figura polêmica, é julgado constantemente, mas isso não o abala. Santa Cruz se mantém firme quanto aos seus valores e ideais, seja a luta diária em busca de um lugar melhor para ele, para seus filhos e para todos nós. Entre idas e vindas Tico respondeu nossas perguntas e seguem todas, na íntegra, como ele escreveu, sem tirar nem por uma vírgula, como tem que ser!!! Um flerte que demorou cinco anos, mas finalmente o temos na capa de nossa revista. E mais uma vez... Viva o Rock! Seguimos. POPmagazine

Sobre Ed Motta e as pessoas, públicas ou não, não se darem conta do poder das redes sociais e da internet e ainda não terem entendido que há consequências, algumas vezes pesadas, sobre o que é escrito em suas páginas. É preciso entender que o papo que ficava antes restrito ao círculo de amigos, ou mesmo a blindagem que existia e mantinha o artista longe do grande público e das opiniões que os assessores conseguiam impedir que chegassem a eles, hoje estão a disposição de todos, artistas ou não, nas redes sociais. Todo mundo fala sobre tudo, tem opinião sobre todos os assuntos, pode chegar na cara do artista, da celebridade, do político de qualquer um e escrever o que quiser. É claro que existem leis e que a internet é um espaço que precisa ser regido pelo mínimo de regras para que as pessoas não pensem que podem sair por ai difamando, espalhando mentiras, disseminando ameaças, ódio e preconceitos e não haver qualquer tipo de penalidade nos casos extremos, mas ainda é um território muito difícil de se monitorar e que requer cuidado para não confundirmos liberdades, censuras, ataques e comportamentos que possam prejudicar o coletivo, a honra das pessoas, e a própria credibilidade da Rede. O episódio do Ed foi só mais um, muitos outros já aconteceram e ainda acontecerão Sobre a crescente de ódio que anda avassalando tudo na rede. Você expõe uma opinião, um posicionamento político, um questionamento ou qualquer coisa que possa lhe trazer divergências de opiniões é comum, aceitável e importante para o exercício do debate, do pensamento e da liberdade de expressão. Na minha página sou atacado com frequência, mas já estou acostumado a lidar com isso de forma que não interfira no meu comportamento dentro de casa, com meus amigos de banda, com a minha vida fora da Rede. É um exercício que requer paciência e auto-conhecimento e que aprendi a duras penas dentro da minha terapia. Hoje lido muito melhor com essas críticas e até com as ofensas. Contudo, as coisas tem um limite. Quando passam a possuir uma conotação de perseguição política bancada por grupos que tem interesse em descontruir sua imagem, em sujar a sua reputação em partir para outros meios de ataque, então é necessário que se faça valer a preservação dos seus direitos e a Delegacia de crimes de internet serve para isso. Eu já precisei usar algumas vezes e todas as que forem necessárias eu o farei. Assim como pessoas que tentam ganhar visibilidade usando meu nome e atrelando a mim fatos mentirosos, terão de provar na justiça suas acusações. Esse é o jogo. É assim que se joga, não é para amadores. Muitas pessoas estão criticando a participação da Tianastácia no SuperStar, você fez um post dizendo que achou bacana porque mesmo eles tendo vários anos de carreira nunca tiveram uma exposição tão 26 POPmagazine

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grande. Mas o programa não é para amadores? Com tantos anos de estrada e tendo tocado em tantos festivais importantes como o Rock'n Rio eles já não são considerados profissionais mesmo não tendo alcançado a "fama" nacional? O programa se propõe a expor bandas e trabalhos de artistas novos. Todavia o Tianastácia, mesmo com todos os anos de estrada e até uma história relevante dentro do Rock nacional, acabou sendo colocada a margem da cena que foi construída ao longo do ano 2000 até 2015, eles são uma banda dos anos 90 e não mereciam estar a margem, mereciam estar onde estão agora, na TV tocando para muitas pessoas e se podem usar o programa para isso, não vejo mal nenhum. Acredito que para eles apenas esse contato com o público já resgate a banda ao patamar que merece estar e ainda de lambuja traga novos fãs. The Voice x SuperStar Não acompanho o The Voice, acho chato. Muita firula, muito artista que é bom de cantar com técnicas e bons conhecimentos, vozes bonitas, mas ser artista é muito mais do que isso. Tanto é que no Brasil nenhum deles fez um sucesso relevante. Diferente do Superstar que revela artistas com músicas autorais. Foi assim com o Malta, Suricato, Yute Lions entre outros que conseguiram se destacar depois do fim do programa. Ou seja, a meu ver o The Voice é só um jogo, e o Superstar é uma ótima oportunidade de mostrar o trabalho autoral, para quem souber aproveitar. Sobre o CD mais recente, quais as inspirações, o estilo, as novidades? Lançamos no ano passado um álbum Duplo com 18 faixas. 17 inéditas e uma regravação do Celso Blues boy, de quem fomos parceiros em seu último disco de inéditas "Por um monte de cerveja" de 2010. Um lado do disco é dedicado a música mais densas e com guitarras mais pesadas e o outro as nossas baladas e uma pegada mais POP que também faz parte do universo que exploramos. O nome é "A saga Continua", foi um disco composto em várias fases da banda, que vai de 2010 até 2014 quando foi lançado. Tem muitas influências que passeiam do Grunge ao Blues. O Detonautas é uma banda de muitas faces. Nesse momento estamos trabalhando um single composto em 2015 chamado "Ela é demais" que é uma música em homenagem as mulheres, com uma abordagem um pouco diferente da objetificação que foi criada em torno delas nas músicas mais populares. Nossa intenção foi mostrar um lado mais humano, mais importante, mais real, que incluí outras variáveis que não só o corpo perfeito ou a visão de que todas as mulheres só querem carrões, dinheiro e status. Foi o blog que o fez ter a ideia do primeiro livro? Qual a rotina como escritor? Qual lhe rendeu mais satisfação pessoal? Quando e sobre o que será o próximo? POPmagazine

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O meu blog rendeu os 3 livros que lancei. "Clube da insônia" o primeiro, com uma abordagem cotidiana, poesias, inspirações existencialistas, poesias e frutos dessa minha primeira experiência com blogs. Funcionou muito bem. No segundo livro a editora quis pegar carona no sucesso de "50 tons de cinza" e apostou nos meus contos eróticos, que são muito mais pesados, se posso dizer assim, se comparados com o romance sexual que fez tanto sucesso entre o público feminino. O terceiro livro é um Romance policial que foi rejeitado por muitas editoras, inclusive pela minha própria, que hesitou muito em lançá -lo. Mas "Pólvora" foi muito bem aceito, recebi muitos elogios, inclusive de um grande escritor do gênero - Mario Prata - e estamos indo para segunda edição. Lembrando que minha editora é independente e nosso trabalho é praticamente disseminado pela internet. Ainda estou na dúvida de qual será o próximo, mas tenho bastante material para muitos livros ainda. Minha rotina de escrever me possibilita isso e tenho uma imensa satisfação em saber que não preciso me preocupar com críticas literárias, tendo em vista que escrevo por prazer e sem intenções que possam me colocar diante de possíveis disputas no mercado literário. O que você não lê? Esse hábito vem da infância? Leio de tudo, sempre que posso. Depende do meu estado de espírito. Sempre gostei de ler desde criança. Foi um hábito que me ajudou e me ajuda muito até hoje. Você era um twitteiro assíduo, agora usa mais o facebook, por quê? Foi a rede que mais te deu retorno? Você não acha que os usuários de cada uma delas possuem perfis muito distintos? O Twitter me trazia muitas dificuldades de interpretação, parecia um telefone sem fio. Eu escrevia uma coisa, depois complementava e quando ia concluir o tom original já estava descontextualizado. O FB me abrigou bem, porque cabem minhas ideias e meus textos como um todo. Se hoje tenho Um milhão e quinhentos mil seguidores, não foi porque fiquei postando fotos da minha vida pessoal ou falando de amenidades. Eu não tenho espaços nas grandes mídias então aprendi a ser minha própria mídia e cada Rede me serve de uma forma. Muitas pessoas te criticam dizendo que você quer pegar carona nos protestos e em todas as manifestações que estão acontecendo, mas não têm ideia que você já faz isso há muitos anos, que você sempre foi para as ruas, sempre defendeu movimentos legítimos, e sempre levantou a bandeira que sendo uma pessoa pública, deveria sim manifestar-se em prol dos ideais que acredita. Sobre todos os "novos engajados" você acha que mesmo sendo uma parte deles interessados na mídia tornam-se essas manifestações legítimas? Sobre as críticas e acusações constantes, até que POPmagazine

ponto o incomodam? Acho que todos tem direito de se manifestar numa democracia, inclusive aqueles que não sabem nem porque estão se manifestando. Sempre disse que Democracia se faz nas ruas, e se as pessoas estavam em coma profundo e despertaram de 2 anos pra cá, não posso achar que elas já terão experiência e conhecimento sobre temas mais profundos. Acredito que seja positivo para a sociedade este despertar e com o tempo aqueles que se interessaram por política, talvez possam desejar se aprofundar mais sobre os assuntos. Torço para que deixem de lado a síndrome do torcedor de torcida organizada e passem a perceber a complexidade do jogo e dos bastidores de imprensa e política. Quando isso acontecer teremos transformações mais concretas e importantes. Com relação as críticas, como disse, se isso me abalasse eu não sairia nem de casa. Sempre fui criticado, e aprendi a lidar com isso. É uma espécie de controle de qualidade, até para que eu possa ter cuidado e conhecimento quando quiser me arriscar sobe algum tema. Você tem um grupo chamado Voluntários da Pátria na qual promove ações culturais, como anda o trabalho com ele? Atualmente parado por falta de tempo. Mas pretendo retomar em breve as ações nas escolas e faculdades. Sempre me fizeram muito bem, e ao grupo também. Saudades. Como concilia os projetos paralelos ao Detonautas Roque Clube? Nunca gerou conflito de interesses? Sei como e quando posso ir nos meus projetos paralelos e as pessoas que estão comigo sabem como e quando devem me alertar sobre possíveis erros ou excessos. Então, estando tudo combinado, não há problemas. A cultura dos clips praticamente saiu do circuito do Rock, por que essa resistência em usarem o Youtube para divulgarem as músicas através dos clips? Nós ainda achamos os clips importantes. Porém desde que saímos da Gravadora, todos os nossos clipes foram "Faça você mesmo", o que nos tira um pouco do poder de se gastar em grandes produções, mas nos obriga a fazer com o que temos o melhor que podemos e sempre buscar soluções para as dificuldades. Será gravado um DVD com o lado B, como deve ser o projeto? É um sonho ainda. Temos muito esse desejo de fazer o DVD de lados B da banda, mas isso requer um tempo que nesse momento ainda não temos. Mas há a intenção e com a intenção há ação então em breve pretendemos gravá-lo só não sabemos quando e nem onde. 36 POPmagazine

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