Árvore por Árvore - Agora, nós, as crianças, vamos salvar o mundo

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Felix & Amigos

ÁRVORE POR ÁRVORE Agora, nós, as crianças, vamos salvar o mundo


“Quando soube a quantidade de dióxido de carbono (CO2) que emitimos para a atmosfera através do funcionamento dos nossos automóveis, aviões, habitações, fábricas, e das nossas centrais de energia elétrica, bem como os efeitos que o CO2 e outros gases com efeito de estufa produzem na atmosfera, fiquei realmente perturbado. Com o aumento da temperatura global, o derretimento das geleiras e a subida do nível da água do mar, o nosso futuro está prestes a ser comprometido, e as pessoas ficam sentadas por aí, debatendo o assunto! Por qual razão ninguém fez algo ainda?” Tudo começou, em 2007, com uma simples apresentação escolar de Felix, na época com nove anos de idade. Ele explicou, aos seus colegas, como atuam os gases com efeito de estufa, e terminou a apresentação com a exclamação: “Vamos plantar um milhão de árvores em cada um dos países da Terra!” E foi assim que começou a iniciativa infantil Plant-for-the-Planet, que se desenvolveu, desde então, num verdadeiro movimento global. Através desta campanha, as crianças estão não só plantando árvores em todo o planeta, enquanto jovens cidadãos do mundo, mas estão também lutando em prol da Justiça Climática...



Este livro online é equivalente ao original da Plant-for-the-Planet. Disponível apenas quando solicitado. O livro original foi escrito em alemão. Esta edição é lançada de acordo com a Creative Commons License da seguinte forma: POR: www.plant-for-the-planet.org NC: Não comercial NÃO: Sem derivados

1ª edição, 2017

Editores: Veronika Straaß e Claus-Peter Lieckfeld Conceito e edição: Ulrike Völkmann Capa, ilustração e layout: Carsten Abelbeck Tradução: Austin Warren, Susanne Kloiber Lector: Robin Gibblin, Orla Farrell Revisão: Karolina Reinhart (Secretaria Plant-for-the-Planet) Imprimir sob demanda, não para venda. Grátis para download em www.plant-for-the-planet.org e livre para impressão sob demanda em todos os idiomas disponíveis. Para ser distribuído às crianças somente nas Instituições Plant-for-thePlanet. Impresso em papel certificado FSC®. Todos os direitos reservados à Plant-for-the-Planet.


FELIX E AMIGOS

ÁPORRVORE ÁRVORE AGORA, NÓS, CRIANÇAS, SALVAMOS O MUNDO!


Introdução

....................... 6

1. Por que nós crianças temos que agir Felix explica: . . . . . . . 11 Como tudo começou . . . . . . . .

ncias . . . . . 12 Uma apresentação com consequê . . . . . . . . . . 14 Estamos crescendo! . . . . . . . . . the-Planet 16 Pessoas de destaque com a Plant-for-

Wangari Maathai: Mama Miti . . . . . . . 18 a mãe das árvores . . . . . . . . .

. . . . . . . . . 19 Por que Wangari tornou-se ativista . . . . . . . . . . 21 Movimento do Cinturão Verde . . .

. . . . . . . . . 23 Campanha “Um Bilhão de Árvores” . . . . . . . . 24 Iniciativa Infantil Plant-for-the-Planet

t-for-the-Planet” Campanha “Bilhões de Árvores Plan . . . . . . . . . 24 ......................... r projeto de Nosso apelo para realizarmos o maio de . . . . . 26 arborização na história da humanida do reflorestamento . . . 28

A importância

ter na Quantas árvores novas podemos rios de rvató nossa Terra? Ou: quantos rese . . . . . . . . . 30 . ar?. plant carbono ainda podemos 35 eu me juntei? . . . . . . . . . . . . . .

Por que

ática? 2. O que significa mudança clim . . . . . . . 38 Clima em crise . . . . . . . . . . . . . gista de Entrevista de Clara com o meteorolo . . . . . . . . 38 . . . um canal de TV alemão . . . . . . o tempo . . 41 Mudanças climáticas antes do noss . . . . . . . . . . 42 Os criadores do clima . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 O ciclo do dióxido de carbono . . . . . . . . . . 43 De onde vêm o carvão e o petróleo . . . . . . . . . . 44 Como chaminés . . . . . . . . . . . . “máquinas” . . 46 Os seres humanos como o clima . . . . . 50 que é justiça climática? . . . . . .

O

que Emissões de comércio: o simples . . . . . . . . . 52 . . . . . é difícil de fazer . . . . . . . .

bater Como as árvores ajudam a com . . . . . 54 . . . . . . . . . . . . . a átic a crise clim

3. O que podemos fazer O que todos podem fazer a . . . . 60 Ou: protegendo o clima em cas

. . . . . . . . . . 60 Qual o problema do trânsito? . . . em casa . . 61 Consumidores vorazes de energia

elétrica? . . . . 63 Mudar o fornecedor de elenergia . . . . . . . . . . 63 Quanto CO2 tem no meu prato?. .

Sobre angajamento político ro Ou: a coragem de agarrar o futu . . . . . 65 . . . . com nossas próprias mãos the-Planet Crianças engajadas com a Plant-for. . . . . . . . 66 . . . . . . . Ou: exemplos de coragem

ptos? Como você pode encontrar ade ativista 70 e ar-s torn de as Ou: outras form pessoas . . . 70 Faça apresentações e informe as de Traga membros ilustres da comunida

para a nossa campanha . . . . . . . . . 74 “Pare de falar. Comece a plantar.” . . . . . . . . . . 75 Inspire o prefeito de sua cidade . . . . . . . . . . . 76 Como organizar manifestações . ões . . . . . . 77 Gestão de um estande de informaç olate . . . . . 78 Promoção de degustação de choc de . . . . . . 79 Plante com amigos e sua comunida utos . . . . 80 Seja um moderador de nossos instit te . . . . . . . 80 Organize uma Run4Trees beneficen . . . . . . . . . . 81 Como encontrar outros ativistas? . . . . . . . . . . 81 Obtenha apoio de seu mentor . . sua região. . 82 Conecte-se com embaixadores na campanha 83 Tudo o que você precisa para a sua . . . . . . . . . . 83 Distribua nossas mãos adesivas .


Árvores para o Sul . . . . . . . 86 Ou: 20 euros = 20 árvores . . . aixaNosso planeta precisa de emb a átic clim iça just dores da Ou: Academias . . . . . . . 94 Plant-for-the-Planet . . . . . . . . . A academia de embaixadores da . . . . . . . . . . 96 justiça climática . . . . . . . . . . . . Módulo 1: introdução Ou: ouvir e discutir um discurso do . . . . . . . . . . 96 embaixador de justiça climática . Módulo 2: jogo mundial tica . . . . . . 98 Ou: discutir o tema da justiça climá Módulo 3: falando em público e estilo curtas . . 99 Ou: como aprender a fazer palestras Módulo 4: eventos de plantio e Ou: nós mesmos plantamos árvores io . . . 101 plant de as panh cam s preparamos nova Módulo 5a: World Café Ou: como os outros . . . . . . . . . 102 podem se envolver . . . . . . . . . . lares Módulo 5b: trabalho em grupos esco . . . . . . 102 . . . . . . . Ou: entramos em ação! . . . Módulo 6: nossa primeira palestra Ou: apresentando nossos objetivos . . . . . . . . . .103 aos adultos . . . . . . . . . . . . . . . ças no lago Nossa Conferência Anual das Crian . . . . . . . . .104 . . . . . . . . . . anha Alem , Starnberg . . . . . . . . . .105 Encontro da Juventude. . . . . . . . para nós Estamos planejando nosso futuro mesmos . . . . . . . . . .106 Ou: negociações sobre o limite .

Serei um coordenador país . . . . . . .108 Ou: coordenando eventos no seu . . . . . . . . . .110 Tudo estaria bem. . . . . . . . . . . .

Índice

A ideia genial de Benedikt para . . . . . . . . . . 84 seu grupo ambiental da escola . .

4. Nossa visão Somos filhos e filhas do mundo Ou: nossa comunidade global . . . . . . 114 de plantio . . . . . . . . . . . . . . . . . . Nós crianças somos cidadãs globais e políticas dãos Ou: pensando e agindo como cida

. . . . . . 130 globais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

recente . . . 132 Devemos aprender com a história . . . . . . . . . 134 O que nos dá coragem? . . . . . . .

r? O que nós crianças podemos faze tos Pon Três de o Ou: nosso Plan . . . . . . 134 para salvar o futuro . . . . . . . . . ser Carvão, petróleo e gás devem deixados no solo Ou: a promessa de Elmau e a 21ª Conferência sobre o . . . . . . .138 Clima em Paris, em 2015 . . . . Somos embaixadores da justiça climática Ou: como estamos lutando . . . . . . .140 pelo nosso futuro. . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . 140 Os chefes de governo . . . . . . . . . . . . . . . . 141 A Organização das Nações Unidas

. . . . . . . . . 145 Parlamentos . . . . . . . . . . . . . . . cidades, Plano de três pontos para estados, . . . . . . . 146 . . . . . . . s resa comunidades e emp . . . . . . . . . 148 Taxas futuras do setor privado . . Chocolates Change - o primeiro . . . . . . . . . 149 produto da Plant-for-the-Planet . . al . . . . . . 151 Nosso primeiro partido político glob

. . . . . . . . . 152 Democraticamente organizado . . . . . . . . . . . .154 iMatter - somos importantes . . .

Anexo:

. . . . . . . . . .155 Nosso escritório . . . . . . . . . . . . viária Nossa sede: a primeira estação ferro . . . . . . .156 . . . . . . . . . anha Alem da energy-plus . . . . . . . . . .158 Redes sociais . . . . . . . . . . . . . .


Introducão A crise climática está ameaçando nossa Terra, e nós humanos somos responsáveis. Se continuarmos a agir como temos agido até agora, teremos consequências catastróficas. No entanto, há muito pouco sendo feito para que isso acabe. Nós crianças queremos mudar essa situação, especialmente com este livro! Escrevemos “Árvore por Árvore” principalmente para pessoas como nós crianças e adolescentes, porque seremos os únicos a pagar por isso se os adultos não conseguirem resolver completamente esses problemas globais. Apesar disso, também estamos conscientemente direcionando este livro para adultos, pais, professores, políticos, empresários e outros “tomadores de decisão” em nossa sociedade, porque queremos que eles nos ajudem no que estamos fazendo. Temos muitos planos: queremos salvar o clima e, portanto, o nosso futuro, árvore por árvore! Você acha que não é possível? Então, está enganado! A nossa iniciativa infantil Plante para o Planeta era muito pequena quando começou em 2007, mas, desde então, tornou-se um movimento global. A diferença é que não estamos dispostos apenas a falar sobre a mudança climática, como a maioria dos adultos, estamos realmente fazendo algo sobre isso! Você pode experimentar também o quão bom pode ser plantar, se decidir participar e ajudar! Com este livro, esperamos dar-lhe coragem para fazê-lo.

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Primeiro , gostaríamos de lhe dizer como a Plante para o Planeta começou e como ela se tornou um movimento realmente grande (e estimulante!) em um curto espaço de tempo. Além disso, você vai aprender o que significa “mudança climática”, o quanto nós, seres


humanos, contribuímos para isso e o que podemos fazer para proteger nosso meio ambiente. Você vai ver por que é tão importante que nós crianças nos empenhemos mais com a proteção e a justiça climáticas neste mundo. E explicaremos por que estamos plantando árvores para atingir esses objetivos. Você também vai aprender uma porção de coisas impressionantes. Por exemplo: sabe qual a quantidade de ar que uma única árvore pode limpar e por quê? Você sabe a diferença entre tempo e clima, ou como o carvão e o petróleo (óleo) se formam? Sabe o que é o CO2 e o impacto que ele tem na nossa atmosfera? E sabe por que será tão ruim se o gelo derreter na Groenlândia e na Antártida, ou se há um chamado “Congresso Mundial do Clima” a cada ano? Se houver algo neste livro que você não entenda (por exemplo, uma palavra ou frase com a qual você não esteja familiarizado), basta perguntar a seus pais, professor ou outro adulto. Afinal, eles estão aqui para nos ajudar. Aliás, se tiver acesso à internet, você também pode dar uma olhada lá. Falando em ajuda, muitos adultos nos ajudaram a escrever este livro para você. Por todo seu trabalho duro, gostaríamos, especialmente, de agradecer a Carsten, Claus-Peter, Karolina, Kathrin, Maria, Marina, Ulrike e Veronika. Obrigado! Por último (e não menos importante), queremos mostrar, com “Árvore por Árvore”, que você pode, facilmente, participar do que estamos tentando alcançar e ainda pode se divertir muito fazendo isso!

Felix e amigos

7



11

Wangari Maathai: Mama Miti - a mãe das árvores

18

A importância do reflorestamento

28

Por que eu me juntei?

35

“Os cidadãos fazem as pequenas coisas e isso é que faz a diferença. Minha pequena coisa é plantar árvores” Wangari Maathai (Vencedora do Prêmio Nobel da Paz e

atvista ambiental)

Por que nós crianças temos que agir?

Felix explica: Como tudo começou

1.


10


Felix explica:

Como tudo começou Sem a minha professora, esta iniciativa infantil, provavelmente, não existiria hoje. Em 2007, foi ela quem achou que era hora de nós crianças começarmos a pensar na crise climática. O inverno de 2006-2007 foi excepcionalmente quente e minha professora suspeitou de que poderia ter algo a ver com o aquecimento global. De qualquer forma, ela sentiu que nós, alunos, deveríamos ao menos fazer uma pequena pesquisa sobre isso na Internet para ver o que poderíamos encontrar. Eu prometi fazer uma apresentação sobre a crise climática na segunda-feira seguinte. Então, naquele fim de semana, eu assisti ao filme de Al Gore, Uma verdade incoveniente (An Inconvenient Truth), e fiz slides para minha apresentação com base no que meu avô havia comprado para mim. Quando li sobre quanto CO2 estamos colocando no ar com nossos carros, aviões, casas, fábricas e usinas de energia, e o que o CO2 e outros gases de efeito

estufa fazem com a atmosfera, fiquei realmente chateado. Com o aquecimento do clima, o derretimento das geleiras e a elevação do nível do mar, nosso futuro está sendo destruído e as pessoas estão sentadas discutindo isso! Por que não fazemos alguma coisa? Na Internet, eu li sobre Wangari Maathai*, do

Você encontra *explicação para

a gases de efeito estufa e por que eles estão se tornando mais perigosos para o clima na pág. 42

Quênia. Durante sua vida, ela plantou árvores em muitos países africanos e também lutou contra os interesses egoístas dos ricos. Então, eu tive a ideia de que nós crianças também poderíamos plantar árvores! Meninos e meninas de todo o mundo poderiam juntar-se a nós para trabalharmos em conjunto, como uma grande família global! Se Wangari Maathai consegue garantir que 30 milhões de árvores na África sejam plantadas em 30 anos, então, com certeza, nós crianças podemos fazer isso também, plantando pelo menos um milhão de árvores em todos os países do mundo. Certo?

o uma Wangari plantand milhões árvore dentre 30

Saiba mais *sobre Wangari Maathai na pág. 18.

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Uma apresentação com consequências Na segunda-feira seguinte, fiz minha apresentação na frente da classe. Eu a chamei de “O Fim dos Ursos Polares”. Falei a todos sobre o efeito estufa e de O fim dos ursos polares foi o começo.

que modo o aumento de CO2 tem a ver com o aumento da temperatura do clima. Falei também sobre como as árvores prendem o CO2 e o transformam em oxigênio. As árvores ajudam a tornar os gases de efeito estufa inofensivos. Eu percebi, de forma muito clara, que há a necessidade de mais árvores - nós apenas temos que nos certificar de que elas serão plantadas! Então, no final da minha apresentação, eu disse aos meus colegas: “Vamos plantar um milhão de árvores em todos os países da terra”. Desde então, temos plantado árvores. Com isso, estamos dando um exemplo para a justiça climática. Comparado a um africano, um americano emite 40 vezes mais CO2 e um europeu 20 vezes mais. Se cada pessoa tivesse o direito de emitir uma igual quantidade, digamos 1,5 toneladas de CO2, então um africano, que colocaria apenas meia tonelada, poderia vender os direitos da outra tonelada a outra pessoa, alguém que quisesse dirigir um carro grande, por exemplo. Os indivíduos teriam que cavar um pouco mais fundo em seus bolsos para ter este luxo. Neste caso, o africano receberia mais dinheiro por não afetar o meio ambiente tanto quanto os outros, e, com esse dinheiro, eles poderiam fazer coisas boas, como construir escolas e hospitais.

Frithjof Finkbeiner fala sobre seu filho Felix:

Isso poderia, em última análise, ajudar a mudar o fato de que mais de 30 mil pessoas, principalmente crianças, estão morrendo diariamente de fome e doenças que poderiam ser facilmente evitadas. 30 mil pessoas em um mundo extremamente rico!

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No começo, fiquei espantado com o tanto de interesse que despertei em minha classe. Meus colegas acharam uma ótima ideia e minha professora

Sobre Felix Finkbeiner Felix sempre foi um garoto independente. Já aos

grossa” ou, em outras palavras, um indivíduo

sete anos de idade, viajava sozinho todos os dias

obstinado mas de bom senso, certamente.

da nossa pequena vila de Paehl, durante quatro

Quando ele tinha nove anos de idade e teve a ideia

horas, de trêm, ônibus e bonde até Augsburg, e

de plantar árvores em todo o mundo, nós pensa-

vice-versa, porque insistia em frequentar a escola

mos que era algo muito bom, mas realmente não

internacional de lá. Para nós, pais, foi um momen-

demos muita atenção, até o início de 2008, quan-

to difícil. Quando ele quer algo, é incrivelmente

do tivemos uma experiência determinante:

determinado e persistente. Ele é o que nós, na Bavaria, chamamos de “perfurador de madeira


também pensou assim. Dois dias depois, ela me deixou realizar minha apresentação na frente de representantes de cada turma da escola e, na quinta-feira, eu fiz a mesma apresentação, só que, desta vez, na frente dos chefes da escola! Pouco tempo depois, eu estava viajando com um notebook para outras escolas, explicando o que é a crise climática e falando sobre a minha ideia de plantio de árvores. Nessa época, eu tinha 9 anos.

A apresentação na escola foi muito bem aceita. Provavelmente porque há um monte de crianças que estão realmente preocupadas com a crise climática como eu estou, e eles querem fazer algo sobre isso também. Talvez, eles se sintam como eu, e esperem que os adultos parem de falar e, finalmente, façam alguma coisa. Acho que se nós crianças não encontrarmos soluções e não pressionarmos os adultos para agirem, então, por muito tempo, nada acontecerá! Nós crianças temos que trabalhar juntas! Todos os maiores problemas que enfrentamos atualmente só podem ser resolvidos em termos globais. A crise climática, o esgotamento de recursos, a perda de biodiversidade, a crise financeira, o conflito entre ricos e pobres... É provável que nada disso seja resolvido enquanto todo mundo pensar e agir como se seu próprio país devesse ter o maior ganho. Claramente não pode haver um contrato global quando todo mundo pensa apenas em si mesmo. Somente quando nos virmos como uma família global, como

Quando Felix tinha cinco anos, sua tia Michi lhe deu um urso polar de brinquedo gigante de Natal. O urso polar passou a ser seu animal favorito: pijamas, camisetas, calendários, pôsteres, roupa de cama – tudo que tinha estava coberto de ursos polares. Quando teve que fazer uma apresentação no sexto ano sobre mudança climática, ele já sabia qual seria o título: “O fim dos ursos polares”. O Ártico e o urso polar estavam ameaçados. Hora de fazer algo sobre isso. Hora de plantar árvores.

cidadãos globais, e somente quando entendermos que o futuro não é divisível, seremos capazes de resolver todos esses problemas.

A Global Marshall Plan Foundation, fundada por

para entrar! A história foi relatada e escrita cerca

minha esposa e por mim, organizou o Fórum

de 500 vezes! Foi a partir desse ponto que nós

Mundial dos Bens Comuns em Berlim. Um even-

e nossa fundação compreendemos o poder que

to fantástico com uma coletiva de imprensa,

as crianças exercem nesta luta. Porém, para elas,

especialistas de todo o mundo e muitas pes-

essa luta não é sobre o crescimento econômico,

soas importantes e influentes. Mas, ninguém da

influência, ou números de produção, é a luta pelo

imprensa foi visto lá. Ninguém! Um mês depois,

seu futuro, suas vidas. Sua credibilidade e sinceri-

Felix e seus amigos organizaram sua própria

dade de propósito são algo que, muitas vezes,

coletiva de imprensa na Casa de Literatura de

falta aos adultos.

Munique, e pessoas da imprensa estavam na fila

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Estamos crescendo! Muitas crianças e jovens já se juntaram à nossa campanha. Os graduados do ensino médio Gregor, Sascha e Christian, que vieram a nós da Academia Protestante em Tutzing, criaram um site para nós, e mais de 100 alunos nos ajudaram a enviar cartas para outras escolas. Minhas irmãs Franziska e Flurina me ajudaram, assim como meus pais. Agora a única coisa que faltava era encontrar um nome para o nosso movimento.

rg r-the-planet.o www.plant-fo

Na internet, descobri que, em 2003, o PNUMA havia iniciado um projeto para crianças chamado Plant-for-the-Planet (a propósito, o PNUMA é a abreviatura do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o departamento da ONU* responsável pela proteção do ambiente). Durante muito tempo, nada realmente tinha sido feito com esse projeto, mas NÓS queremos fazer algo e imediatamente!

A ONU (Organi*zação das Nações

Unidas) é uma união de muitos países do globo. Suas principais tarefas são: a segurança de um mundo livre, a observação do direito internacional, a defesa dos direitos humanos e a promoção da cooperação internacional.

Plant-for-the-Planet: o nome combinava perfeitamente com nossos planos. Já que todo mundo nesta Terra precisa trabalhar junto, um nome em inglês para a nossa organização fez total sentido. Era a única maneira de garantir que pessoas de todas as nacionalidades pudessem se unir. Nós crianças queremos que nossas vozes sejam ouvidas! Em um dado momento, Wangari Maathai combinou nosso começo junto ao PNUMA com o lançamento de sua própria campanha “Um Bilhão de Árvores”, voltada para adultos. Juntas, as campanhas para adultos e crianças foram chamadas de “Campanha Bilhões de Árvores Plant-for-the-Planet”. Em 28 de março de 2007, dois meses após a minha apresentação, nós

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plantamos nossa primeira árvore em frente à minha escola. Pouco depois, outras escolas começaram a seguir. Jornais e rádios vieram e queriam saber mais sobre nossa ideia. Em novembro de 2007, fiz minha primeira apresentação oficial ao Rotary Club em Weilheim, na Alemanha. O diretor executivo da Toyota Alemanha também esteve presente. Ele subiu ao palco e me convidou na frente de todas as pessoas para realizar uma apresentação para 1.200 revendedores Toyota na Colônia, em 6 de dezembro. Eu aceitei imediatamente. Antes de partir para Colônia, fiquei realmente agitado porque pensei que tinha esquecido as minhas anotações. Depois da apresentação, finalmente as encontrei em uma das minhas meias! Eu tinha colocado lá para não esquecê-las em casa. Desde então, não precisei mais de minhas anotações para fazer uma apresentação.


Nossa primeira árvore foi plantada em 28 de março, de 2007. No entanto, em apenas um ano, eu pude anunciar em uma coletiva de imprensa que já tínhamos plantado 50.000 árvores. A história do que as crianças tinham feito para o seu próprio futuro foi relatada em todos os lugares: jornais, TV, rádio e na internet. Em junho de 2008, viajei para a Noruega para fazer uma apresentação sobre a justiça climática diante de 700 crianças oriundas de 105 países na conferência infantil do PNUMA. Depois, as outras crianças da Junta de Jovens do PNUMA votaram para que eu me juntasse a elas. O Conselho é composto por sete crianças, cada uma representando um continente inteiro. “Meu” continente é a Europa e minha tarefa é explicar ao maior número possível de pessoas que precisamos, definitivamente, fazer algo contra as crises climáticas, da justiça e da desigualdade. Não em algum momento no futuro, mas agora! Mesmo em meus sonhos mais malucos, eu nunca imaginei que a Plant-for-the-Planet teria tanto sucesso! Mas uma parte muito importante da minha ideia era que nós resolveríamos esses problemas juntos - incluindo o fato de que não apenas eu, mas também tantas outras crianças quanto possível, viajassem, fazendo apresentações e entrevistas, organizando eventos de informação e hospedando grupos de plantio de árvores, já que a Plant-for-the-Planet é uma mensagem que precisa de embaixadores! Hoje, não sou mais a única pessoa que está fazendo apresentações e convocando grupos de plantio de árvores. Agora, em todo o mundo, existem mais de 51.000 Embaixadores da Justiça Climática, crianças de mais de 193 países que trabalham

Juntos podemos alcançar muito!

com a Plant-for-the-Planet. E as pessoas estão realmente nos ouvindo! Nossa ideia é contagiosa!

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Sozinho eu não teria chance de atender a cada pedido de apresentações e entrevistas. Simplesmente tivemos que ter mais crianças. Inicialmente, muitas crianças não têm a chance de assumir essa tarefa, mas isso, na verdade, não é um problema! Elas só têm de estudar os fatos sobre a mudança climática e saber como apresentar as informações para outras pessoas. No final de outubro de 2008, convidamos um grupo de estudantes para a nossa primeira “Academia”, em um ponto de encontro em Sonnenberg, na Alemanha. Todas as escolas do estado da Baixa Saxônia podiam enviar duas crianças. Franziska, Gregor e eu fizemos apresentações na Academia e explicamos nossas experiências aos alunos. De repente, fazer apresentações não parecia mais uma ideia * Você pode saber mais sobre as

tão estranha para eles, e não apenas para outras crianças, mas também para os adultos. Agora, as crianças tinham a oportunidade de explicar a todos como esses problemas críticos podiam ser enfrentados.

Academias e o que é aprendido na página 94

Desde então, muitas dessas Academias* já foram realizadas, e não apenas na

Alemanha, Áustria e Suíça, mas também na Bélgica, Benin, Brasil, Burundi, Chile, China, República Dominicana, França, Gana, Grã-Bretanha, Guatemala, Haiti, Índia, Indonésia, Itália, Camarões, Cabo Eslovênia, Eslovênia, Estados Unidos, Líbano, África do Sul, Tanzânia, Tailândia, Togo, República Tcheca, Uganda, Emirados Árabes e, em um futuro próximo, em muitos outros países!

Pessoas de destaque com a Plant-for-the-Planet. Para garantir que nosso movimento Plant-for-the-Planet se espalhe pelo mundo o

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mais rápido possível, ele precisa de muitos Embaixadores da Justiça Climática. Portanto, desde o início, pensamos muito sobre quem seria mais adequado para este trabalho, além de nós crianças, é claro. Quem poderia ser melhor do que pessoas que são realmente conhecidas? Num curto espaço de tempo, conquistamos muitas pessoas famosas* e influentes para a nossa causa, pessoas que acharam

falar. Pare de a plantar! Comece


nossa ideia ótima e que concordam conosco sobre a importância de tudo isso. Incluídos neste grupo estão músicos, atletas, cientistas, políticos e muitas outras

*

pessoas de destaque* na sociedade: Klaus Töpfer (cientista, político e ex-diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), Gesine Schwan (político), Príncipe El Hassan bin Talal da Jordânia, Hans Küng (autor e teólogo), Gisele Bündchen (modelo), Harrison Ford (ator), Han Seung-soo (ex-primeiro-ministro da Coreia do Sul), Masenate Mohato Seeiso (rainha do Lesoto), Wei Wei (estrela pop chinesa), Til Schweiger (ator) e

A expressão “pessoas de destaque” refere-se à ideia de “excelente” isso é algo que naturalmente nos deixa felizes porque significa que podemos trabalhar ao lado

muitos mais. Não estamos dizendo isso para nos gabar, mas sim porque estamos animados com tantas pessoas conhecidas e influentes realmente apoiando a nossa causa! E temos a certeza de que vamos encontrar muitas outras pessoas que irão se juntar a nós.

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17

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Wangari Maathai (1940 - 2011): Mama Miti - A Mãe das Árvores A razão mais comum pela qual as pessoas plantam árvores é porque elas querem usá-las, mais tarde, como combustível para fogo ou como material de construção. Às vezes, as pessoas podem querer frutas das árvores, como por exemplo, maçãs, ameixas, peras ou cerejas. As árvores são, muitas vezes, plantadas por razões Esta é uma *citação do liv-

ro “Trees save the world”, no qual a vida e a história de Wangari Maathai são contadas detalhadamente. Por meio dele, você aprende como Wangari Maathai se tornou a “Mãe das árvores” e um ótimo para o mundo, em especial para nós da Plant-for-thePlanet.

estéticas. Na verdade, o charme especial da maioria dos parques e jardins pode ser atribuído a uma abundância de árvores belas e exuberantes. Tempos atrás, as árvores eram plantadas ao longo da beira da estrada, a fim de fornecerem sombra para viajantes e carruagens. Sempre houve pessoas que plantaram árvores com o objetivo de melhorar seu ambiente. Por exemplo, projetistas de cidades antigas sabiam que florestas ou as faixas verdes podiam melhorar a qualidade do ar se o vento passasse por elas antes de chegar à cidade. Com este conhecimento, eles começaram a tradição de plantar florestas ao lado da cidade de onde o vento normalmente vinha. Felix primeiro inventou a ideia de Plant-for-the-Planet quando leu sobre Wangari Maathai, uma mulher africana que plantou árvores para salvar seu país. Para ela, não era necessariamente uma questão de obter madeira ou fruta, nem sobre a beleza das próprias árvores. O que ela queria era fazer algo que fosse mais do que para uso pessoal. Ela queria criar algo que poderia ser usado e apreciado por todos.

18

1940

Wangari Maathai nasceu no Quênia, em primeiro de abril, de 1940. Quando pequena, sua mãe muitas vezes a mandava sair para coletar madeira, contando-lhe muitas histórias interessantes sobre as árvores e arbustos de sua pátria africana. Naquela época, as figueiras eram sagradas e Wangari sabia que ninguém tinha permissão para perturbar sua paz. “Mesmo os ramos caídos não deveriam ser coletados”*, era algo que ela costumava dizer.

Muitas das crianças na África também podem ter ouvido tais conselhos e eventualmente esquecido, mas não Wangari. Ela assimilou todas as informações do mundo vivo, como uma raiz de árvore absorvendo água. Outra coisa que a mãe de Wangari muitas vezes dizia a ela, esperando que, algum dia, aquilo se tornasse o lema da sua vida, era: “Não fique sentada sem fazer nada, vá plantar alguma coisa!” Mais tarde, Wangari se tornaria mundialmente famosa por fazer exatamente isso.


1971 Vamos primeiro às coisas mais importantes. Wangari teve sorte de que sua inteligência e habilidade fossem notadas por algumas das irmãs missionárias locais. Juntas, as irmãs decidiram certificar-se de que esta jovem queniana do campo pudesse frequentar uma conhecida escola de convento e receber uma boa educação. O desempenho de Wangari na escola foi tão bom que ela recebeu uma bolsa para estudar no exterior. Primeiro, ela viajou para os Estados Unidos e depois para a Alemanha para estudar Biologia. Em 1971, foi a primeira mulher queniana na Universidade de Nairobi a receber o seu diploma de doutorado. Nesse mesmo ano, ela se tornou a primeira professora de anatomia em Medicina Veterinária.

Por que Wangari tornou-se ativista Foi uma experiência específica que levou Wangari a se dedicar a proteger o meio ambiente. Petra Schäfer-Timpner escreveu*: “Quando ela estava procurando por carrapatos em um ambiente em Nairobi para estudá-los em seu laboratório, ela ficou horrizada ao ver que os rios estavam cheios de lama, despejando

Petra *Schäfer-Timpner

é

autora do livro “Trees save the World”.

19

nas ruas, e que as vacas estavam magras porque não encontravam grama suficiente para comer. De repente, tudo ficou claro para Wangari. Ela percebeu que os carrapatos não eram o pior para a pecuária, o pior era a destruição do meio ambiente. Depois, ela descobriu que sua amada figueira tinha sido cortada para dar lugar a uma plantação de chá e que um riacho próximo, onde ela costumava brincar quando criança, havia sido seco propositalmente.”. Wangari Maathai podia ver que a afronta e a devastação da terra claramente tinham muito a ver com o fato de que as árvores haviam desaparecido. Durante muitos anos, o governo queniano vinha destruindo florestas para que o café e o chá fossem plantados em seu lugar.

Florestas inteiras foram destruídas!


Wangari já era membro do Conselho Nacional de Mulheres do Quênia (NCWK)

Figueira queniana

há alguns anos. Na reunião seguinte, ela contou às outras mulheres sobre sua ideia de plantar para proteger contra a erosão do solo e a seca. Wangari tinha certeza de que suas colegas também sabiam como as árvores poderiam ajudar a manter a firmeza do terreno. Mesmo em chuvas torrenciais, o que é normal durante a estação chuvosa na África, as raízes das árvores podem impedir o

As árvores mantêm o solo firme!

precioso solo de ser lavado. Por outro lado, Wangari sabia quão difícil a vida poderia ser para as pessoas nas pequenas aldeias e que eles não poderiam se dar ao luxo de lutar contra o esgotamento de suas florestas às custas do uso de lenha para cozinhar e se aquecer. Simplificando, seria cortar o galho sobre o qual se está sentado. Alguém realmente tem o direito de dizer aos pobres, que muitas vezes já têm tão poucos recursos, “Mantenha suas mãos longe das árvores?” Não seria como

20

negar os últimos grãos de milho a uma pessoa faminta?

1975

Wangari Maathai deu um grande passo à frente com sua ideia quando participou da primeira Conferência das Mulheres da ONU, na Cidade do México, em 1975. Participantes de 133 países de todo o mundo concordaram que as três áreas, Mulheres, Desenvolvimento e Meio Ambiente, deveriam ser consideradas como uma entidade única.

1977

Em 1977, o Conselho Nacional de Mulheres do Quênia (NCWK) convocou Wangari (que já era, na época, uma cientista conhecida nacional e internacionalmente) para colocar sua ideia de plantio de árvores em ação. Esse foi o início do “Movimento do Cinturão Verde”.


Movimento do Cinturão Verde O início não foi fácil. As forças policiais do corrupto governo Moi* destruíram as mudas que as mulheres tinham plantado à mão. Desde o primeiro dia, o movimento teve de lutar para sobreviver; porém, os precursores do Movimento do Cinturão Verde não se deixaram abater. Finalmente, Wangari recebeu a promessa de que o Serviço Florestal do Quênia forneceria um milhão de mudas

*

Daniel arap Moi foi presidente do Quênia entre 1978 e 2002. Apesar de ter sido eleito, seu governo foi, de fato, uma ditadura.

de graça. Infelizmente, quando as mulheres começaram a participar das festas de plantação em todo o país, o Serviço Florestal quebrou a sua promessa. “Somente diante de pagamento”, disse um oficial a Wangari e seus ajudantes, sugerindo que eles também estavam contra as mulheres. Infelizmente, não havia dinheiro disponível para comprar cem mil mudas, que dirá um milhão! As pessoas do Serviço Florestal sabiam disso e esperavam que, ao quebrar sua promessa, pudessem se livrar das mulheres “problemáticas”. A ideia que finalmente salvou o movimento foi muito simples: “Vamos plantar nossas próprias mudas!”. Foi assim que as mulheres do campo receberam quatro centavos de dólar por cada muda que plantaram em casa com o Movimento do Cinturão Verde. Pode não parecer muito, mas para muitas dessas mulheres foi a primeira vez que ganharam algum dinheiro em toda a sua vida. Pela primeira vez, as mulheres puderam comprar coisas essenciais para si e suas famílias,

Wangari Maathai distribuindo sementes aos camponeses e convencendo os políticos.

itens que, até então, estavam fora de alcance para elas.

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Em 1981, a capital do Quênia, Nairobi, organizou a Conferência das Nações Unidas sobre o tema “energia renovável”. Para Wangari, foi uma grande oportunidade de conhecer pessoas de todo o mundo com uma mentalidade semelhante. Colegas do Conselho Florestal da Noruega ofereceram-lhe um pequeno salário para que ela tivesse tempo e chance de fazer crescer e fortalecer ainda mais o Movimento do Cinturão Verde. O dinheiro também veio das Nações Unidas (ONU) para que sua organização pudesse começar a pagar funcionários em tempo integral. O Movimento do Cinturão Verde desenvolveu-se lentamente e de modo improvisado no início, mas depois tornou-se forte e resistente, como uma árvore jovem em solo bom. Nada é mais forte do que uma ideia cujo tempo chegou. Wangari conseguiu mais sucesso ao trazer muitos graduados do Ensino Médio de Nairobi para a organização a fim de trabalharem como inspetores. Delegações de toda a África continuaram a abrir suas portas às mulheres do Movimento do Cinturão Verde - esperando que também pudessem aprender a proteger o ecossistema de seus próprios países, assim como aquelas mulheres inspiradoras. A ideia floresceu e continuou a dar frutos.

1989

Petra Schäfer Timpner escreve: “Em 1989, juntamente com Madre Teresa, Wangari Maathai foi condecorada com o prêmio Mulher do Mundo. Ela recebeu, pessoalmente, o prêmio da princesa Diana. Este evento espalhou o conhecimento e a consciência sobre o Movimento do Cinturão Verde por todo o planeta. No entanto, o que mais agradava a Wangari era que o mundo estava vendo grandes coisas acontecendo na África, grandes coisas que foram lideradas pela iniciativa das mulheres africanas.“.

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2004

Em 2004, Wangari Maathai foi a primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz. Essa foi a primeira vez que a proteção de Wangari ao meio ambiente - juntamente com sua resistência contra a Ditadura Moi - foi reconhecida como uma ação de manutenção da paz. O líder do comitê do Prêmio Nobel, Ole Danbold Mjøs, declarou com sabedoria: “A paz na Terra depende de nossa capacidade de manter um ambiente de vida.”. Este prêmio honrou seus esforços para proteger o meio ambiente e sua coragem para tentar mudar o governo do Quênia. Mais cedo, quando Daniel arap Moi estava concorrendo como candidato às eleições, Wangari Maathai arriscou sua própria segurança ao levantar-se contra ele como candidata à presidência - uma ação ousada que resultou em sua prisão, durante a qual ela foi tristemente maltratada. Na Anistia Internacional, ela agradeceu a todas as pessoas de países do mundo todo que lhe deram apoio enquanto estava detida: “Não posso contar o número de vezes que eles salvaram minha vida e tornaram nosso trabalho possível.”.


O movimento do cinturão verde está presente em treze países e estabeleceu mais de 600 viveiros de árvores. Até agora, mais de 30 milhões de árvores foram plantadas por membros do movimento. Eles agradeceram a ela dando-lhe um apelido, “Mama Miti”, que significa “Mãe das Árvores” em suahíli, língua nativa do Quênia.

Campanha Um Bilhão de Árvores Quando um grupo corporativo nos Estados Unidos disse a Wangari Maathai que planejava plantar um milhão de árvores, sua resposta espontânea foi: “Isso é ótimo, mas o que realmente precisamos é plantar um bilhão de árvores.”. A ideia da campanha Um Bilhão de Árvores nasceu e foi lançada durante a COP12 da Conferência do Clima da ONU em novembro de 2006, no Nairobi, Quênia, sob o patrocínio de Wangari Maathai e do Príncipe Albert II de Mônaco, com o apoio do

2006

PNUA. Ao mesmo tempo, na época do Natal e a dez mil quilômetros de distância, na Alemanha, Felix estava lendo o livro de Al Gore - Uma verdade inconveniente. Na internet, ele aprendeu sobre Wangari Maathai e aquelas mulheres inspiradoras da África.

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Wangari Maathai recebdendo o Prêmio Nobel da Paz, em 2004


Iniciativa Infantil Plant-for-the-Planet

2007

Em 15 de janeiro de 2007, quando Felix estava no 4ª série, ele fez sua primeira apresentação sobre a crise climática em sua classe. Sua lógica: se as mulheres na África são capazes de plantar um milhão de árvores por ano, nós, crianças em todo o mundo, seremos capazes de plantar um milhão de árvores em todos os países do mundo. Este foi o lançamento da Iniciativa Infantil Plant-for-thePlanet. Os adultos da Campanha Um Bilhão de Árvores conseguiram trazer a bilionésima árvore ao solo em novembro de 2007. Felix e seus amigos, na Iniciativa Infantil Plant-for-the-Planet, alcançaram a milionésima árvore em maio de 2010.

Campanha Bilhões de Árvores Plant-for-the-Planet

2009

Em 21 de setembro de 2009, Wangari e Felix se conheceram pela primeira vez em Nova York. Ambos participaram de uma conferência de imprensa do PNUMA durante a Assembleia Geral da ONU. Wangari Maathai enfatizou a necessidade da campanha, dizendo: “As pessoas falam demais. Já não estamos falando, estamos trabalhando. O desafio agora é dizer ao mundo para ir cavar buracos e plantar mudas. Não tenho dúvidas de que alcançaremos nosso objetivo.“. Felix apresentou em Nova York, na mesma ocasião, a campanha “Pare de falar. Comece a plantar”. Wangari e Felix decidiram cooperar diretamente, no futuro, com a campanha

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Um Bilhão de Árvores Plant-for-the-Planet. Felix fez as fotos para a campanha “Pare de falar. Comece a plantar “, com Wangari, Gisele Bündchen, Jia Zhibang, ministro chinês da silvicultura, e muitos outros. Dois anos mais tarde, novamente em Nova Iorque, tanto Felix como Wangari foram convidados pelas Nações Unidas para se dirigirem à Assembleia Geral da ONU por ocasião da abertura do Ano Internacional das Florestas, em 2 de fevereiro de 2011. Em sua intervenção na ONU, Felix propôs

Felix e Wangari Maathai em se encontrando pela primeira vez 9. 200 Nova Iorque, em setembro de

a Wangari Maathai estabelecer um milhão de árvores como novo objetivo comercial. Wangari ficou animada com essa proposta.


ão de anha “Um Bilh , p m ca a d a eg Entr chim Steiner Árvores” por A ert II às crianças e Alb UNEP e Príncip, África do Sul, em em Durban 011. dezembro de 2

Quando Felix viajou para a África em julho de 2011, também visitou Nyeri, no Quênia, cidade natal de Wangari, mas ela já estava muito doente. Em Nairobi, na sede do PNUMA, Felix teve uma reunião com seu Diretor Executivo Achim

2011

Steiner e concordou com a entrega da Campanha Um Bilhão de Árvores às crianças da Plant-for-the-Planet. Por isso, Wangari e Felix deveriam se encontrar na Cúpula das Nações Unidas sobre o Clima, a COP17, em Durban, em dezembro de 2011. Em 25 de setembro de 2011, essa mulher inspiradora e maravilhosa faleceu. Felix escreveu em seu diário: “Wangari, você foi uma personalidade tão inspiradora. Você continuará a viver em milhares de crianças. Nós cumpriremos a sua meta! Você ficará orgulhosa de nós quando olhar para a Terra!“. Quando Mama Miti, a mãe das árvores morreu, as crianças assumiram a responsabilidade pela Campanha Um Bilhão de Árvores. Na época, 14 bilhões de árvores foram prometidas e 12,5 bilhões de árvores foram plantadas. Em Durban, África do Sul, Felix e seus amigos estavam chamando todos os cidadãos do mundo para a ação: “Duas árvores para cada cidadão em cinco anos é um bom começo. Mas agora temos de acelerar: cada cidadão do mundo deve plantar 150 árvores para atingir 1.000 bilhões de árvores até 2020. Continuaremos a plantar até chegarmos a um trilhão de árvores. Wangari Maathai demonstrou que, plantando árvores, ela estava empoderando com sucesso as mulheres na África. Ao plantarmos árvores em todo o planeta, compreenderemos que somos cidadãos do mundo e vamos nos capacitar em um movimento global de sustentabilidade.“. A entrega do contador de árvores do PNUMA às crianças da Plant-for-the-Planet foi um acontecimento histórico e uma verdadeira capacitação para todas as crianças do mundo. Cada governo, empresa e cidadão agora relata às crianças quantas árvores se comprometem a plantar ou já plantaram. .

25


Nosso apelo para realizarmos o maior projeto de arborização na história da humanidade Em 20 de maio de 2015, em Munique, Yugratna, um membro do Conselho Global da Plant-forthe-Planet da Índia, disse: “Nos últimos oito anos, com a ajuda de muitos adultos, nós crianças e jovens plantamos 14 bilhões de árvores*. Chegou

o momento de os governos, bilionários e corporações internacionais contribuírem com sua parte para a sobrevivência de nossas crianças e jovens. “Nosso objetivo é plantar um trilhão (mil bilhões) de árvores. Se conseguimos pousar na lua em apenas dez anos*, então também podemos realizar este projeto. A aterrissagem

*

Em 25 de maio de 1961, o então presidente dos EUA John F. Kennedy convocou os americanos para levarem um homem à lua dali a dez anos. Em 21 de julho de 1969, o astronauta norte-americano Neil Armstrong tornou-se a primeira pessoa a andar na lua.

na lua foi um projeto de prestígio. O maior projeto de reflorestamento da história é sobre a sobrevivência de nossa geração, já que somente com esse trilhão de árvores seremos capazes de manter a temperatura média abaixo do limite de 2 °C. O aquecimento global ameaça a vida como a conhecemos hoje. Milhões de refugiados do clima já estão em movimento e estão buscando um novo lar. Estamos no início da maior migração da história humana. Centenas de milhões de pessoas serão forçadas a deixar suas casas nas próximas décadas, porque suas lavouras estão minguando, inundações estão aumentando, e eles não vêem qualquer perspectiva de sobrevivência em seus países de origem.

Muitos países, como os EUA e a Índia, estão tentando se proteger dos refugiados construindo cercas ou muros de fronteira, mas nenhum muro poderia ser suficientemente alto para impedir milhões de pessoas. A única maneira de resolver a crise dos refugiados é resolver a crise climática.

26

*

Como é que isso funciona?

Muitos bilhões de árvores são registrados no nosso contador de árvores. Nossas organizações parceiras nas páginas seguintes plantaram alguns desses milhões de árvores com o dinheiro doado para a Plant-for-the-Planet. A Iniciativa Infantil e Jovem Plant-for-the-Planet tem duas tarefas: 1.

Nós crianças inspiramos outras para que elas também façam palestras sobre a crise climática e, em seguida, adultos começam a emitir menos CO2 e plantar mais árvores.

2.

Juntamente com os nossos parceiros nos países do Sul, recolhemos doações, plantamos uma árvore para cada euro e contamos todas as árvores que são plantadas no nosso contador de árvores.

Mais de 26.000 organizações nos relatam o número de árvores que foram plantadas. Essas árvores relatadas representam mais de 99% das árvores no contador.


Por exemplo, em 14 e 15 de abril de 2015, 900 refugiados afogaram-se no mar Mediterrâneo ao largo da costa europeia. Os jovens refugiados dos países africanos sabem que apenas alguns chegam à Europa vivos, mas não têm nada a perder. Por um lado, um trilhão de árvores adicionais irá armazenar um quarto das emissões de CO2 produzidas pelo homem e, assim, nos dar um pouco mais de tempo para implementar uma transição energética mundial. Para limitar o aumento médio da temperatura a 2 °C, a transição energética deve ser implementada até 2050. No entanto, estamos fazendo muito pouco para realizar isso. Também vale a pena considerar que plantar e cuidar (nos primeiros anos) desses trilhões de árvores criará cerca de 100 milhões de empregos em algumas das partes mais pobres do mundo. Além dos próprios plantadores de árvores, o esquema também levaria as comunidades à sua volta para fora da linha da pobreza e forneceria a madeira como um recurso valioso. Portanto, a Campanha Bilhões de Árvores aborda simultaneamente duas das mais importantes razões para a guerra: a pobreza e a crise climática. Se apenas mil grandes empresas ou bilionários prometem plantar apenas um bilhão de árvores, vamos certamente conseguir esse trilhão de árvores. Convidamos todos os bilionários da lista Forbes e todas as grandes empresas do mundo a participarem da Campanha

27

Bilhões de Árvores. Em www.billion-tree-campaign.org, todos podem acompanhar enquanto o contador de árvores aumenta de 14 bilhões hoje para

Nosso objetivo

os mil bilhões de árvores prometidos.

Junte-se


A importância do reflorestamento Franz-Josef *Radermacher é

professor de Inteligência Artificial e Bases de Dados na Universidade de Ulm, na Alemanha. Assim como nós, ele apóia a equidade global e um mundo em equilíbrio.

Em 2 de setembro de 2013, muitos especialistas em clima se reuniram a convite de nosso chefe Klaus Töpfer em seu instituto IASS, em Potsdam, na Alemanha. Juntos, eles contribuíram com suas experiências e perspectivas sobre as futuras negociações climáticas e prepararam este gráfico, que Franz-Josef Radermacher* resumiu. O gráfico mostra a quantidade anual de CO2 emitida mundialmente entre 2015 e 2050. As áreas representam o CO2 acumulado, porque o CO2

permanece na atmosfera por aproximadamente cem anos e só então começa a diminuir lentamente. A capacidade de absorção da atmosfera é o fator limitante, uma vez que o aquecimento global é uma consequência direta da concentração de CO2. bn tons Contribuição através de iniciativas políticas

Contribuição do setor privado

rva

Cu

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trat

con

1,600 bilhões de toneladas

-500 bilhões de toneladas

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28

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Orçamento de emissão permitido

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es nega

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(abordagem WBGU)

contr

zação d

as / sequ

CO2

estro bi

ológico)

raph

-250 bilhões de toneladas -250 bilhões de toneladas 600 bilhões de toneladas

Se continuarmos como no passado, vamos emitir um total de 1.600 bilhões de toneladas de CO2 em todo o mundo, em 2050. A temperatura média provavelmente aumentará em aproximadamente 6 °C. Isso tem consequências imprevisí-

*

WBGU significa Conselho Alemão de Mudanças Globais (Wissenschaftlicher Beirat der Bundesregierung Globale Umweltveränderungen).

veis para o clima mundial e nossa sobrevivência no planeta. Não sabemos como é a vida a + 6 °C, mas sabemos que já houve 2 km de gelo acima de nós, quando a temperatura média foi 5° C menor do que hoje. A fim de evitar as consequências mais graves, a temperatura média global não pode aumentar mais de 2 °C. De acordo com cálculos da WBGU*, se quisermos ficar dentro deste limite máximo de 2 °C até 2050, então, como comunidade global, não devemos emitir mais de 600 bilhões de toneladas de CO2. A partir do gráfico, também ficam claros os efeitos de um contrato climático mundial sobre as emissões de CO2 e que medidas adicionais devem ser tomadas se nós, como raça humana, quisermos ficar dentro do limite de 2 °C. Curva 1: se não houver um tratado internacionalmente vinculante sobre o clima global, outros 1.600 bilhões de toneladas de CO2 se acumularão na atmosfera.


Curva 2: Nós entramos em um tratado internacionalmente vinculativo do clima global. Esse tratado baseia-se na chamada fórmula de Copenhagen. Ela afirma que todos os países devem reduzir suas emissões. Cada país decide, independentemente, quantas toneladas. Isso também leva em conta que os países não industrializados continuarão a crescer economicamente. O resultado desejado disso é conhecido como “tampão global dinâmico”. Diferentes países também usarão diversos instrumentos para reduzir suas emissões, como por exemplo, o comércio regional de certificados de CO2 (sistema de cap-and-trade), melhorias na eficiência energética, conservação da floresta e um imposto sobre as emissões de CO2. Além disso, os países industrializados pagam em um Fundo Verde do Clima, para que eles incentivem outros países a fazer os ajustes necessários. Isso dá à fórmula um componente de justiça. Mesmo a quantidade acordada de emissões de gases com efeito estufa num ambicioso tratado globalmente vinculativo sobre o clima, tal como foi aprovado na UNFCCC COP21*

2015, em Paris, levará a um aumento da temperatura média de + 4 °C. Com esse tipo de tratado, a emissão só será reduzida em 500 bilhões de toneladas para

COP significa *“Conference of

the parties” (Conferência entre as Partes).

1.100 bilhões de toneladas. Como podemos manter o limite de + 2 °C? As curvas 3 e 4 mostram medidas voluntárias. O setor privado, ou seja, empresas, organizações e instituições particulares, deve contribuir com uma redução adicional de 500 bilhões de toneladas nas emissões de CO2. A política deve proporcionar um quadro para isso, uma vez que sem as contribuições voluntárias das empresas, o limite de 2 °C não será respeitado. (3) Empresas e indivíduos ricos compram direitos de emissão, mas não usam, então, em vez disso, rasgam os certificados. Desta forma, eles voluntariamente diminuem a quantidade de CO2. Eles não têm nada a ganhar com isso, além de um aumento na sua reputação. A participação voluntária e a imagem melhorada são também a motivação para a curva (4). Estas são as chamadas emissões negativas, como o reflorestamento maciço que remove o CO2 da atmosfera. É daí que a Plant-for-the-Planet vem com a Campanha Bilhões de Árvores. O raciocínio por trás disso é que, em poucos anos, quando as consequências da mudança climática se tornarem mais visíveis ao longo do tempo, mesmo nos países ricos (como a seca na Califórnia), os consumidores comprarão apenas das empresas cujos produtos são neutros e que publicamente rasgam certificados de emissões todos os anos. Se apenas um em cada dois bilionários plantasse um bilhão de árvores agora, teríamos um trilhão de árvores novas. Além disso, pedimos às empresas, sindicatos, indústrias e governos que apoiem o maior programa de reflorestamento do mundo e prometam 986 bilhões de árvores até o ano de 2020.

29


Quantas árvores novas podemos ter na nossa Terra? Ou: quantos reservatórios de carbono ainda podemos plantar? Quando Felix convidou a humanidade a plantar mil bilhões de árvores novas na Assembléia Geral da ONU, em fevereiro de 2011, ele fez isso com muito pouca evidência científica, porque nenhum cientista sabia quantas árvores existem atualmente no mundo, quantas foram cortadas no passado, quantas árvores adicionais podem ser plantadas e qual é o melhor lugar para se plantar. Felizmente, Gregor Hintler* começou a estudar florestas na Universidade

de Yale, nos EUA. No primeiro semestre, durante o verão de 2012, Gregor escreveu um estudo piloto para a Plant-for-the-Planet sobre essas perguntas. Ele descobriu que havia informações muito limitadas e um tanto contraditórias sobre as áreas arborizadas do mundo. As fotos de satélite do espaço eram a melhor fonte de informação, pois podem dizer onde estão as florestas, mas, infelizmente, não podem informar quantas árvores elas contêm. Gregor, entretanto, encontrou informações confiáveis sobre a região amazônica. Outros cientistas já haviam estudado a floresta tropical e contado suas árvores. Estima-se que existem cerca de 390 bilhões (390.000.000.000) de árvores crescendo apenas na região amazônica (aproximadamente 25 vezes maior que a Grã-Bretanha). Alguns países, como a Alemanha (cerca de 7 bilhões de árvores), tinham dados disponíveis, mas a maioria dos países não. Nessas estimativas, as árvores são definidas como plantas que têm dez centímetros de diâmetro e batem na altura do peito.

30

O estudo piloto de Gregor atraiu o interesse de três estudantes de pós-doutorado em Yale, sob a liderança de Thomas Crowther, seu amigo da universidade. Os quatro iniciaram um estudo multianual, que respondeu a todas estas perguntas para a Plant-for-the-Planet. O grupo usou uma combinação de vários métodos para criar um modelo global de todas as árvores. Mais importante

*

Gregor Hintler, um aluno formado pela Tutzing High School, ajudou Felix e Franziska a plantarem as primeiras árvores na escola do Felix, em 28 de março de 2007. O Gregor, então, organizou a primeira Academia em 31 de outubro de 2008. Enquanto estudava Silvicultura na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, Gregor conseguiu convencer seus professores a continuarem um projeto de anos de pesquisa em nome da Plant-for-the-Planet.


ainda, eles conectaram as fotografias de satélite com centenas de milhares de gráficos terrestres mostrando a densidade das árvores, coletados por diferentes pesquisadores em todo o planeta. Agora sabemos o número de árvores em cada país do mundo. Tom foi chamado por seus colegas professores, durante anos, de “contador de árvore”. O apelido pegou e, em 2 de setembro de 2015, suas afirmações foram publicadas na revista Nature, a mais prestigiada em sua area de atuação. Após a publicação, Yale a classificou como a publicação mais bem sucedida da Universidade.* Você pode encontrar o estudo completo em: http://www.nature.com/news/global-count-reaches-3-trillion-trees-1.18287

Nosso estudo *comissionado

foi a quarta maior descoberta científica da última década, de acordo com o Sistema AltImétrico, um lugar acima da descoberta de água em Marte pela NASA.

O que você precisa saber: •

Existem 3,04 trilhões de árvores na terra. Cerca de 450 árvores por pessoa.

Há cerca de 11.000 anos (antes de começarmos a cortá-las), havia duas vezes mais árvores .

Todos os anos, 15,3 bilhões de árvores são cortadas, enquanto apenas 5,8 bilhões são replantadas. Isso resulta em uma perda de 9,5 bilhõesde árvores a cada ano.

Mais importante ainda: há terras degradadas e não utilizadas (áreas que costumavam ser florestas) para plantar entre 700 bilhões e 1,2 trilhões de árvores adicionais. Cerca de 150 árvores por pessoa. Portanto, precisamos de uma Campanha de um Bilhão de Árvores. A maioria das escolas ensina que as árvores produzem oxigênio (O2). Isso é verdade, mas não temos um problema de oxigênio. Temos um problema de dióxido de carbono (CO2). O que é importante sobre as árvores é que elas armazenam carbono em sua madeira e, dessa forma, retiram o dióxido de carbono da atmosfera; mas, se depois de algumas décadas, a árvore morrer, o dióxido de carbono volta para a

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atmosfera. Se, em vez disso, a madeira é transformada em móveis ou edifícios de madeira, o carbono permanece armazenado na madeira. Portanto, embora seja contraintuitivo, é importante entender que usar árvores é muito positivo. É claro que, quando se ceifam árvores, elas precisam ser substituídas. Metade dos edifícios que existirão em 2050 ainda não foram construídos, por isso há um grande potencial para a criação de edifícios que armazenam carbono. Isso não significa que devemos cortar florestas tropicais ou outros

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ecossistemas antigos para depois replantá-los, uma vez que esse processo destrói o habitat de muitas espécies vegetais e animais. De acordo com o nosso cálculo bruto inicial, plantar esses trilhões de árvores iria armazenar cerca de ¼ das emissões de CO2 feitas por seres humanos anualmente. Mas as vantagens vão muito mais longe: tal projeto provavelmente criará cerca de 100 milhões de empregos nos países onde são mais necessários. As árvores plantadas se


transformarão em um valioso recurso de construção que pode ser usado nas indústrias locais. Além disso, essas árvores vão ajudar a conter a expansão dos desertos e criar habitats para espécies de plantas e animais, a fim de combater sua extinção. No decorrer dos próximos anos, vamos realizar pesquisas para determinar todos esses benefícios.

Paulina Sanchez Espinosa (21), presidente da Plant-for-the-Planet do México, diz o seguinte: “Cada árvore está ligada a 10 kg de CO2 por ano. Como resultado, o reflorestamento será mais barato, mais fácil de implementar e o único método mundial escalável para captura e armazenamento de CO2.”

Felix Finkbeiner (18), fundador da Plant-for-the-Planet da Alemanha, acrescenta: “Um adicional de mil bilhões de árvores sequestraria, ou prenderia, um quarto das emissões anuais de CO2 produzidas pelo homem. Mil grandes empresas ou mil indivíduos ricos, que prometessem plantar um bilhão de árvores, seriam suficientes para atingir nosso objetivo de mil bilhões de árvores.”.

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Carolina: Eu realmente me importo com as consequências do aquecimento global

Raphael: Estou com a

e o impacto para o nosso futuro e as gerações vindouras. Hoje em dia, somos

Plant-for-the-

muitos seres humanos neste planeta; não nascemos com o propósito de

Planet porque acho que é

destruí-lo, embora sempre quisemos dominar, controlar e explorar cada coisa

realmente importante que

viva nesta Terra. À medida que encontramos mais formas de manipular a terra,

cuidemos do meio ambi-

o impacto se torna maior a cada ano, devido às novas indústrias e tecnologias.

ente juntos. Se finalmente

Agora que estamos começando a perceber

começarmos a plantar

os problemas, queremos fazer uma mudança.

Josia:

árvores, talvez possamos

Mas as mudanças não são fáceis, são um

Estou interessado em

ter uma influência sobre a

processo lento. Se trabalharmos todos juntos

tudo que diz respeito

crise climática.

em todo o mundo, podemos gerar mudança.

ao clima. Acho que é muito importante saber como e por que a catástrofe ambiental

Lea e Mira:

está piorando. Já falamos um

Nós nos juntamos porque achamos realmente fundamental

pouco sobre isso em algumas

que as pessoas sejam educadas sobre o importante tema das mudanças

de nossas apresentações na

climáticas. É sobre o nosso futuro! Acreditamos que mesmo sendo crianças,

escola. Foi realmente interes-

ainda podemos influenciar eventos mundiais. Nós não temos que ouvir

sante e fiquei muito feliz por

aqueles que dizem: “Você tem que se tornar um adulto antes que possa

poder fazer isso tudo com meu

fazer isso.”. Achamos que a ideia do Felix é demais e queremos que o maior

amigo Jona. Ambos fomos uma

número possível de pessoas participem, para que possa ser como uma bola

grande ajuda um para o outro.

de neve descendo uma colina, sempre crescendo. Jona:

Alina e Moritz:

Eu me juntei porque eu que-

Nos juntamos porque temos que tomar o nosso futuro com nossas próprias mãos. Os políticos

ro fazer algo para o nosso

34

futuro. A maioria dos adultos

só falam. Nós, imediatamente, começamos a fazer alguma

fala muito, mas nunca faz nada

coisa! Cada pequena contribuição é melhor do que grandes

sobre o que diz. Eles se recusam

promessas. Nós também temos muita diversão.

a agir porque pensam apenas no presente e em seu próprio conforto.

Max, Szesima

Anting:

Eles não precisam se preocupar

e Karoline:

Estou no

com essa catástrofe, porque quando

Nós nos juntam-

estivermos mais velhos eles já terão

os porque não queremos permanecer

desde setembro

desaparecido e não sentirão seus

nos livros de história como a geração

de 2010 e meu

efeitos. Portanto, se conforto e

que permitiu que todos os países

objetivo é garantir

dinheiro são mais importantes, para

costeiros fossem inundados pelo

que a China

muitos adultos, do que nós, filhos,

aumento do nível do mar. Não, nós

também se torne

então nós é que teremos que fazer

queremos ser conhecidos como a

um país voltado

algo sobre isso, porque eles não vão

geração que conseguiu vencer a crise

para o clima.

fazer por conta própria.

mais difícil que a humanidade teve de enfrentar.

ativismo


Jule e Merle:

Por que eu me juntei?

Temos de cuidar do futuro, porque, do contrário, não poderemos

Temos que fazer algo! Não fazer nada e esperar que as terríveis

sobreviver. Com a

previsões sobre a mudança climática se tornem realidade não é uma

campanha Plant-for-the-Planet,

opção. Claro, às vezes, nos perguntamos se estamos fazendo a diferença. “Já não é tarde demais?”. Um homem sábio disse uma vez: “A questão de saber se a ajuda chegou tarde demais ou apenas a tempo

estamos partindo para a ação e nos divertindo ao mesmo tempo. Por meio da extensão

nem sempre pode ser respondida com um sim claro ou um não. Mas, uma coisa é certa: aqueles que desistiram já perderam!”.

da iniciativa recebemos

Não vamos desistir! Na verdade, muito pelo contrário, estamos apenas começando a fazer as coisas direito!

ouvindo; é por isso que se

muita atenção e continuamos

Leon: Eu passei a fazer

tornou um sucesso.

parte porque

Rufat:

quero ajudar a

A Plant-for-the-Planet é

salvar a nossa Terra, e

uma rede enorme, que

isso só pode acontecer Clara:

se as pessoas enten-

Há muitas razões: primeiro, eu ainda

derem melhor nosso

gostaria de ver a neve quando eu for

meio-ambiente. Quero

conecta crianças de muitos países diferentes. Juntos,

mais velha. É principalmente sobre o meu

ajudar a esclarecer para

futuro, e sobre o terrível e assustador futuro

nossos semelhantes,

de pessoas no terceiro mundo. Para mim,

por exemplo, que uma

a proteção do clima é uma grande parte da

pessoa não precisa

responsabilidade social.

comer carne todos os

somos poderosos e os adultos têm de prestar atenção em nós. Com a Plant-for-the-Planet, posso convidar ainda mais crianças para participar das nossas campanhas.

dias, porque uma quan-

Franziska:

tidade inimaginável de Julian:

CO2 é solta no ar pela

Na Indonésia, eu vi e viven-

produção de carne.

ciei a poluição do meio ambiente mais do que aqui na Alemanha. Vi o destino da floresta e as consequências que podem levar a muitos deslizamentos de terra, causando a morte

Eu acho ótimo que podemos fazer novos amigos em todo o mundo e salvar o nosso

35

planeta nos divertindo, tudo ao mesmo tempo.

de inúmeros animais. A poluição causada pelo tráfego

Maiken:

de carros e motos teve um grande efeito e levaram à

Eu converso com meus amigos e

poluição atmosférica regular em Jacarta.

todas as outras pessoas sobre como é importante salvar as árvores conforme nos

Lexam: Eu me juntei à Plant-for-the-Planet porque é uma verdadeira iniciativa democrática organizada para

Melik-Sina:

crianças. Nós só podemos salvar o nosso futuro através

Por que eu faço parte? Porque

da construção de uma rede mundial, para mostrarmos

com a Plant-for-the-Planet podem-

aos adultos que somos a maioria neste planeta.

os fazer algo pelo nosso meio ambiente!



38

O que é justiça climática?

50

Comércio de emissões: a coisa simples que é difícil de se fazer

52

Como as árvores ajudam a combater a crise climática

“Trate bem a Terra: ela não foi dada a você por seus pais; ela foi emprestada a você por seus filhos. Nós não herdamos a Terra de nossos antepassados, nós a tomamos emprestada de nossos filhos“ Provérbio indígena norte-americano

54

O que significa mudança climática?

Clima em crise

2.


Clima em crise Se uma forte tempestade de neve ocorre em meados de maio, muitas pessoas dizem: “Ah, isso é apenas uma mudança climática.” Ou, se chove o dia inteiro no pico do verão e o rio ultrapassa suas margens, as pessoas até ouvem, às vezes, na TV: “Isso é o aquecimento global - o aquecimento global causou isso”. No entanto, o tempo louco não tem necessariamente de estar relacionado com a mudança climática, porque o clima e o tempo são, na verdade, duas coisas completamente diferentes. Clara conduziu uma entrevista com Sven Ploeger, o “homem do tempo” da ARD (uma TV nacional alemã). Com esta entrevista aprendemos muito mais do que apenas a diferença entre o tempo e o clima, conforme você verá.

Entrevista de Clara com o “Homem do tempo” de um canal de TV alemão. “Tudo bem se eu usar seu primeiro

que ele me deu eram altamente

nome?”

detalhadas e abrangentes.

“Sim, sem problema algum. Senhor Ploeger parece muito antiquado pro meu gosto.”

38

“Sven, qual é exatamente o nome do trabalho que você faz?” “Bem, eu sou oficialmente um Meteo-

“O mesmo vale para mim. Sinta-se

rologista diplomado: o ‘diplomado’ é

livre para usar o meu primeiro

adicionado porque eu estudei meteoro-

nome.”

logia. No entanto, porque eu também

Desde o início da minha entrevista

anuncio o tempo, eu sou chamado de

com Sven Ploeger, tudo estava

‘meteorologista’.”

tranquilo. Quase todas as respostas


“Há quanto tempo trabalha

completamente diferentes. É a mesma

como Homem do tempo?”

relação entre tempo e clima.”

“Eu acredito que faz uns 14 anos

“Você identificou alguma semel-

agora.”

hança entre as mudanças climá-

“Nas minhas apresentações como Embaixadora da Justiça

ticas e o tempo na Alemanha ao longo dos anos?”

Climática, sempre explico o

“De um dia para o outro, realmente

clima como a temperatura média,

não. Nos últimos 100 anos, a tempe-

mas isso é um pouco simplifi-

ratura média na Alemanha subiu cerca

cado. Você pode explicar mais

de 1,1 °C e, em todo o mundo, cerca

especificamente o que é?”

de 0,7 °C - o resultado de muitos anos

“O clima não é apenas a temperatura

de medições. Isso pode parecer pou-

média em qualquer lugar, é também a

co, mas a temperatura média da Terra

precipitação média, juntamente com

só subiu cerca de 4 °C desde a última

outras condições meteorológicas. É

era glacial, que foi cerca de 11.000

uma medida determinada ao longo

anos atrás. Se continuarmos a agir

de um período de cerca de 30 anos.

como temos agido, a temperatura nos

Portanto, sempre leva em considera-

próximos 100 anos aumentará entre

ção a média (tempo), juntamente com

2 e 4 °C (3,6 a 7,2 graus Fahrenheit).

tempo e espaço. Nosso clima global

Até agora, as oscilações dos padrões

é, assim, o resultado da média de 30

de tempestade na Alemanha tem

anos (do tempo) em toda a Terra. Uma

geralmente permanecido normal. Mas

diferença muito importante entre os

quando a atmosfera fica mais quente,

dois, porém, é que podemos sentir o

ela absorve mais água. Portanto,

tempo, mas não o clima.”

espera-se que o número máximo de

“Mas há também semelhanças

tempestades aumente, de modo que

entre os dois, não há?”

se espera que o número máximo

“Semelhanças na medida em que

de tempestades aumente no futuro

ambos - o tempo e o clima - têm a

devido ao aquecimento do clima.”

ver com as operações físicas da

“Que tipo de dicas você daria para

atmosfera. No entanto, eles são

aqueles que querem fazer algo

realmente muito diferentes. Eu tenho

contra a mudança climática?”

um exemplo de esportes, especifica-

“Eu acho que é realmente importante

mente voleibol e futebol. Ambos são

explicar às pessoas que podemos

jogados com uma bola. Mas, em um

fazer muita coisa para combater

jogo, os jogadores tentam passar a

a mudança climática. Não perca a

bola por sobre a rede e, no outro,

esperança! Neste momento, há dois

os jogadores tentam colocar a bola

fatores que alteram o clima: natureza

dentro da rede. Voleibol e futebol são

e humanidade. O que a natureza faz

semelhantes no sentido de que ambos

é algo que não podemos mudar, mas

são jogados com uma bola, mas, no

temos controle sobre o que nós, seres

entanto, eles são jogados com regras

humanos, estamos fazendo. Por exem-

39


*

O que Sven quis dizer exatamente com o tema “justiça climática” está explicado na página 42

plo, em todo o mundo, 13,8 bilhões

preço estabelecido para o custo das

de litros de óleo são consumidos

emissões em todo o mundo! * Um

diariamente. Então, temos que nos

argumento comum contra isso é: “A

perguntar: como eu uso energia na

energia limpa é muito cara!* Mas, na

minha vida? Por um lado, posso econo-

verdade, a energia convencional não é

mizar energia, mas também posso

mais barata porque os custos ambien-

começar a usar formas alternativas de

tais dos métodos convencionais

energia. Para que isso aconteça, as

acabarão por ser pagos. A natureza

tecnologias existentes para energias

não está sendo compensada pelo que

alternativas devem ser desenvolvidas

fazemos a ela. Nós temos entendido

e direcionadas para uma melhor

mal o verdadeiro preço da energia!” “Você mencionou razões

utilização. Além disso, cada indivíduo deve perceber que também pode

tanto morais quanto políticas.

fazer uma contribuição importante

Há outras razões em que

para a proteção do clima. Só precisa

“Sim, definitivamente. Tomemos a

Esperar por alguém para fazer isso

economia, por exemplo. Se o governo

não nos leva a lugar algum. Inveja não

do país ‘A’ disser: “Estamos aumen-

vai ajudar: só porque o meu vizinho

tando nossos padrões ambientais”,

tem um carro enorme não significa

as empresas responderão: “Isso vai

que eu, automaticamente, precise de

aumentar nossos custos - nós não

um também. Uma ideia muito melhor

queremos isso.” Então, eles simples-

é desfrutar de uma vida simples e

mente mudam suas operações para

amável para com o meio ambiente.”

outro país (país ‘B’). Para o país A,

“Como você economiza energia?”

40

você possa pensar?”

começar a se engajar no ativismo.

isso significaria uma perda econômica.

“A eletricidade que eu uso em casa

Então, eles decidem não fazer coisa

vem de recursos verdes e renováveis.

alguma.”

Eu também tento economizar tanto papel quanto possível enquanto estou no trabalho.”

“Sven, você gostaria de dizer alguma coisa para concluir?” “Sim. Quero agradecer a todos vocês:

“O argumento de que fontes de

seu futuro parece positivo. Continue

energia alternativas ainda não estão

fazendo o que está fazendo, você está

suficientemente desenvolvidas não

no caminho certo!”

é definitivamente verdade. Então,

“Muito obrigado por esta entre-

por que já não fizemos uma mudan-

vista muito esclarecedora!”

ça concreta para a energia verde?” “Em primeiro lugar, nem todo mundo entende que precisamos fazer essa mudança. Em segundo lugar, muitas pessoas ganham muito dinheiro poluindo o meio ambiente. Honestamente, o que precisamos é de um

A entrevista foi conduzida por Clara, uma Embaixadora da Justiça Climática de Augsburg, na Alemanha


O tempo é o que nós experimentamos hoje ou em um mês, a partir de agora. Clima, no entanto, é a média de dados meteorológicos de pelo menos 30 anos. Somente quando o tempo se move em uma direção ao longo de décadas - por exemplo, quando os verões frios e úmidos continuamente se tornam mais quentes e secos -, podemos considerar esse desenvolvimento como um sinal claro para a mudança climática.

As alterações climáticas antes do nosso tempo Quando as pessoas mencionam a mudança climática, muitos outros respondem com: “E daí?”, e encolhem os ombros... “O clima está sempre mudando. É normal!” Sim, isso é verdade. O clima da Terra está sempre passando por mudanças, mas normalmente no ritmo de uma lesma. Ele tem alternado constantemente entre períodos quentes e frios e, nos 11.000 anos desde a última era do gelo, a temperatura média da terra só aumentou em 4 °C (7,2 graus Fahrenheit). Uma vez que a mudança ocorreu durante tanto tempo, muitos animais e plantas foram capazes de se adaptar ou evitar alterações desagradáveis. O que sabemos agora, com alguma certeza, é que as geleiras podem nos ajudar a determinar como o clima da Terra era há milhares de anos. As geleiras são especialmente úteis para os cientistas, respondendo às perguntas: quando, onde, quanto tempo e quanto calor ou frio fez em determinados momentos. Uma geleira é uma massa de gelo que engrossa mais a cada ano. A partir das camadas de gelo da geleira (comparáveis a anéis de árvores), especialistas conseguiram calcular que as camadas mais profundas da geleira da Groenlândia têm mais de 200 mil anos e que as colinas geladas da geleira na Antártida têm, provavelmente, mais de 900 mil anos.

800 mil anos de idade do núcleo de gelo, perfurado a partir de uma profundidade de 3.200 metros (quase 2 milhas)!

41


Os cientistas pegam longas amostras cilíndricas, chamadas núcleos do gelo, desse gelo velho. Esses núcleos de gelo, ou, mais precisamente, as minúsculas bolhas de ar encontradas neles, são muito interessantes para os cientistas. Cientistas examinam bolhas de 150, 170 ou 200 metros. Eles também podem examinar quanto dióxido de carbono (CO2) elas contêm. Se a proporção de dióxido de carbono ou metano nessas bolhas é excepcionalmente alta, então é um sinal de que o clima teria sido muito quente quando as bolhas de gelo se formaram.

Os criadores do clima Mas o que o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4) têm a ver com o clima? Na verdade, bastante. Ambos os gases, e alguns outros também, fazem o clima. Funcionam assim como um casaco quente que impede que o calor do corpo escape. Isso ocorre porque quando os raios solares atingem a superfície terrestre, uma certa quantidade deles é refletida de volta como por um espelho, e o resto é convertido diretamente em calor. Essencialmente, esse calor deve ser irradiado para trás e deixado escapar para o espaço, mas há algo que impede que esse calor se dissipe: a camada protetora de gases da Terra, a atmosfera (seu “casaco”). Alguns dos gases na atmosfera permitem que os raios do sol passem facilmente através deles, enquanto esses raios estão viajando em direção à Terra. Esses mesmos gases, então, impedem o calor de irradiar de volta para fora, assim como o revestimento de vidro de uma estufa. Consequentemente, estes gases são chamados gases de efeito estufa. Os gases de efeito estufa mais importantes são dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e vapor. Podemos principalmente agradecer a esses gases pelo fato de que a Terra tem uma temperatura média confortável de 15 °C (59 graus Fahrenheit). Se não houvesse gases de

42

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Luz solar

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efeito estufa, a temperatura média na Terra seria de -18 °C (-0,4 graus Fahrenheit)! Definitivamente não muito confortável!

O ciclo do dióxido de carbono O dióxido de carbono (CO2) está constantemente em movimento através da atmosfera. Plantas o absorvem através de inúmeros poros minúsculos em suas folhas e o processam de uma forma muito refinada para fazer alimentos e tecidos vegetais. Neste processo complicado, o oxigênio é tratado como sobras de resíduos e eventualmente será liberado de volta para o ar pela planta verde. Porém, esse resíduo gasoso das plantas é exatamente o que nós, seres humanos, e outros animais precisamos para viver, porque respiramos oxigênio (O2) e exalamos dióxido de carbono (CO2). Assim, o que vem das folhas das plantas, arbustos e árvores é então reutilizado, um ciclo perfeito. No entanto, o dióxido de carbono (CO2) não entra na atmosfera apenas quando os animais e os seres humanos exalam. Na verdade, mais CO2 é adicionado à atmosfera cada vez que um animal morre e seu corpo apodrece, ou um ramo de uma árvore apodrece, ou quando um pedaço de madeira é queimado. A morte de plantas e animais é como uma grande exalação de CO2 de volta ao ar.

De onde o carvão e o petróleo vêm Na história da Terra houve um tempo em que o clima era muito mais quente e úmido do que é hoje. Para as plantas, era o paraíso. Desde então, elas nunca foram capazes de crescer tão rápido e exuberantemente. No entanto, em pântanos e florestas pantanosas, quando árvores gigantes e outras plantas morriam e desmoronavam, elas eram imediatamente cobertas

43


por água e lama. As plantas precisam de ar para se decompor e não têm isso nesses pântanos. Como resultado, os troncos, caules e folhas das plantas mortas ficaram como estavam na água, onde começaram a se acumular ao longo do tempo em camadas espessas de material vegetal morto. Inicialmente, as plantas mortas foram pressionadas em uma substância chamada turfa, mas depois que

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as camadas ainda mais grossas de areia e cascalho eram depositadas sobre elas, a pressão do peso adicionado comprimia a turfa em uma substância diferente, chamada carvão vegetal. Ainda é o mesmo dióxido de carbono das folhas, ramos e troncos dessas antigas selvas, mas, ao invés de escapar para a atmosfera, ele foi depositado no subsolo, permanecendo como turfa ou carvão. Era como se alguém

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tivesse colocado o CO2 em uma enorme conta de poupança subterrânea. O petróleo é realmente formado de uma maneira bastante semelhante. Durante um período de centenas de milhares de anos, plantas e animais do oceano morreram e recolheram-se no fundo do mar. Nos lugares onde havia muito pouco oxigênio para que seus corpos se quebrassem, eles começaram a se transformar em lama pútrida. Assim, ao longo de milhões de anos, esses “cemitérios” cresceram em

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espessura, com areia e outros materiais sendo constantemente depositados em cima. O peso criou pressões e temperaturas mais altas (a pressão gera calor), até que, em um dado momento, tudo se tornou óleo. Esse óleo também é como uma gigantesca conta de poupança subterrânea de CO2. Grandes depósitos de petróleo, independentemente de estarem na Península Arábica, na Venezuela ou no Mar Cáspio, são sempre um sinal de que a área acima deles costumava ser o fundo de oceanos gigantes há milhões de anos.

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Como chaminés Durante milhares de anos, nós humanos queimamos apenas o que estava acima do solo - principalmente madeira, turfa e estrume animal - e, durante esse tempo, tudo estava em equilíbrio. O dióxido de carbono (pouco) que liberamos no ar poderia ser recapturado por novas plantas e rapidamente “retirado de circulação”. Nosso

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dilema começou quando os seres humanos descobriram que o carvão e o óleo produziam excelente material ardente. Primeiro, eles cavaram o carvão que estava depositado logo abaixo da superfície da Terra. Em seguida, eles desenvolveram métodos mais aprimorados para alcançar depósitos mais profundos de carvão e petróleo. Hoje, as antigas florestas que foram pressionadas para o carvão e a vida do oceano, que foi pressionada para o petróleo, são chamadas de “combustíveis fósseis”. A palavra “fóssil” vem do latim e, primariamente, significa “desenterrado”. Nós, seres humanos, também fazemos muitas outras coisas que produzem grandes quantidades de CO2.


Uma nuvem gigante de CO2 ĂŠ expelida por muitas de nossas formas de transporte, especialmente aviĂľes, carros e navios. A produção de energia e calor (atravĂŠs da qual temos coisas como eletricidade!) cria quantidades ainda maiores de gĂĄs. Um monte de CO2 tambĂŠm ĂŠ liberado quando se cortam ou queimam florestas. Teria sido melhor para os seres humanos nĂŁo ter cavado? Teria sido melhor para nĂłs deixar o carvĂŁo e o Ăłleo profundamente debaixo da terra? Sem a “energia rĂĄpidaâ€? do carvĂŁo e do petrĂłleo, a era industrial com todo o seu progresso (mas tambĂŠm com todas as suas desvantagens e problemas) nunca teria começado. Quando o petrĂłleo e o carvĂŁo sĂŁo queimados, o CO2 que eles contĂŞm ĂŠ relançado na atmosfera em vez de ser guardado no subterrâneo para sempre. Em apenas algumas poucas dĂŠcadas temos consumido as economias de uma vida toda da Terra. Em um Ăşnico ano, colocamos tanto CO2 no ar quanto as plantas tinham absorvido e economizado por mais de um milhĂŁo de anos! E quanto mais diĂłxido de carbono ĂŠ colocado no ar, mais gases de efeito estufa se acumulam na atmosfera, e quanto mais gases de efeito estufa existem, mais quente o planeta inteiro se torna. NĂŁo se admira que o clima esteja ficando louco. Mas hĂĄ tambĂŠm outras fontes de CO2 sobre as quais as pessoas geralmente nĂŁo pensam ou nĂŁo percebem. Por exemplo, a imagem mental que todos tĂŞm acerca do campo ĂŠ provavelmente o arado de mola nos campos com grandes tratores revolvendo a terra. Se o CO2 tivesse uma cor, como o amarelo, por exemplo, entĂŁo essa imagem incluiria gigantescas nuvens sulfurosas flutuando sobre os campos recĂŠm-lavrados, e onde o solo acabara de ser desenterrado, pareceria uma fumaça

600

amarela vindo das chaminĂŠs. Existem quantidades inimaginavelmente grandes de CO2 armazenado nas camadas

45

superiores do solo, que sĂŁo desenterradas e liberadas atravĂŠs do arado. Esta ĂŠ uma grande razĂŁo (embora nĂŁo seja a Ăşnica) pela qual a agricultura biolĂłgica largamente

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O metano e a vaca como bodes expiatórios A má notícia primeiro: o metano é um gás de efeito estufa 25 vezes mais poderoso do que o dióxido de carbono. A boa notícia: o metano é muito incomum. A proporção de dióxido de carbono na atmosfera é quase 400 vezes maior do que a proporção de metano. Portanto, apesar de sua força, contribui menos para o aquecimento global do que o CO2. O metano é liberado

dos aterros, dos arrozais, dos pântanos e do permafrost descongelado. O metano também sai das extremidades dianteiras e traseiras dos animais, não é brincadeira! Cada vez que uma vaca arrota ou solta pum, o que acontece com muita frequência, ela libera metano para o ar. E porque as pessoas (mais especificamente, porque as pessoas mais ricas) comem enormes quantidades de carne, há grandes rebanhos de vacas, arrotos e puns colocando uma tensão ainda maior em nossa atmosfera. Na verdade, as vacas podem ser perdoadas, porque somos nós que temos realmente a culpa. Se o gado vivesse apenas em pastagens, como a natureza pretendia, em vez

de ser mantido em barracas e engordado com soja e milho, então as coisas seriam bem diferentes do que são hoje. Na verdade, a fim de dar espaço para a sua alimentação de soja, grande parte das florestas tropicais da Terra foram limpas. Por causa disso, nossos “pulmões” verdes do mundo estão desaparecendo e, portanto, não são capazes de economizar tanto CO2 como antes. Esses métodos de queimadas acabaram por levar a um enorme aumento de emissões. Acabamos alimentando as vacas com soja, que arrotam e expelem gás metano durante o dia todo para que possamos comer carne todos os dias. Será que realmente precisamos comer tanta carne?

abandonou a prática. Os agricultores orgânicos “cavam” mais cuidadosamente, isto é, afrouxam o solo sem chutar nuvens enormes de CO2. A preocupação com o clima é, portanto, uma razão muito boa para se comprar.

Humano como “motor” do clima A concentração de CO2 e metano no ar é maior do que em qualquer outra época nos últimos 600 mil anos. Nos últimos mil anos, o mundo nunca foi tão quente como é hoje. A temperatura média do globo subiu 0,74 °C (1,33 graus Fahrenheit) nos últimos cem anos - três quartos de um grau Celsius ou mais em apenas um século! Antes, a Terra teria levado 2 mil anos!

46

“Sim, mas e daí?”, dizem muitas pessoas. “Isso não é nem um grau! Por que estão todos tão alarmados?” Estamos alarmados porque é apenas a temperatura média que aumentou 0,74 grau. Em algumas áreas, isso mudou ainda mais rápido. No Alasca, por exemplo, a temperatura subiu entre 3 e 4 °C desde os anos 1950 e, na Sibéria Ocidental, subiu mais de 3 °C desde a década de 1960. O permafrost no Alasca e na Sibéria já está começando a descongelar e, por causa disso, as ruas e edifícios frágeis estão perdendo terreno estável e começando a entrar em colapso. Estamos alarmados porque 0,74 grau é apenas o começo. Os cientistas já determinaram que, durante este século, a temperatura média da Terra continuará a subir, no pior dos casos, em 4 °C, se não começarmos a tomar contra-medidas e rápido. Estamos alarmados porque até mesmo a pequena elevação da temperatura de 0,74 °C já causou grandes impactos em nosso planeta, fazendo com que o nível do mar subisse mais de 15 centímetros (quase 6 polegadas) nos últimos cem anos. Isso porque o


gelo das geleiras na Groenlândia e na Antártida estão começando a derreter rápido demais. Enormes quantidades de água da Terra são acumuladas e “armazenadas” em geleiras e lençóis de gelo na Antártida e na Groenlândia, e essa água está derretendo e enchendo rapidamente os oceanos. Com o derretimento, especialistas dizem que o estado dos oceanos do mundo se tornará cada vez mais perigoso durante este século. Ilhas no Oceano Índico,

Felix e os outros Embaixadores da

como as Maldivas, estarão quase completamente inundadas; os litorais serão alte-

Justiça Climática aprenderam, ao longo

rados para sempre e as cidades próximas serão engolidas pelo aumento dos níveis

dos anos, que não se trata apenas de

de água. Como 40 por cento de todas as pessoas vivem perto das áreas costeiras

salvar os ursos polares, mas sim do

do mundo, cerca de 100 milhões de pessoas devem perder suas casas, tornando-se

futuro da humanidade. Durante uma

refugiadas climáticas.

apresentação em Genebra, Felix teve a ideia de um adesivo “insolente”

Por causa da mudança de linhas costeiras, as vidas serão mudadas permanente-

que seu amigo Johann ajudou a criar.

mente. Recifes de corais não serão capazes de suportar as temperaturas mais

A ideia acabou por chegar à Cúpula

quentes, e bilhões de animais que vivem em recifes vão morrer, um por um. Além

Mundial sobre o Clima, em Copenhagen.

disso, os recifes de corais devem ser uma forma de proteção natural; sem eles, as

Adultos estavam à frente do encontro

forças da natureza terão acesso mais fácil a costas desprotegidas, o que significa

entre “Políticos do Clima”, agitando

que surtos de tempestades e Tsunamis* levarão a muito mais mortes do que no

bandeiras e cartazes com esses ursos

passado. Os recifes de corais funcionam de forma semelhante às florestas tropicais,

polares, dizendo “Salvem os Humanos.”.

como habitat da maior parte da biodiversidade do mundo. Portanto, se perdermos os recifes, também perderemos muito da diversidade de vida na Terra. Enquanto a água está subindo para os litorais, em outros lugares, os desertos começam a se espalhar. As terras onde as pessoas anteriormente cultivavam alimentos não serão mais férteis. Florestas tropicais, com sua inacreditável diversidade de plantas e animais, secarão e serão destruídas. Especialistas estão discutindo quando ficará quente demais, até mesmo para as florestas tropicais sobreviverem, mas eles

47

concordam que menos chuva vai limitar a capacidade das florestas tropicais de ser o lar seguro de inúmeras plantas e animais. Muitos rios e riachos estão enfrentando uma ameaça semelhante. Quando os rios que dependem da água das geleiras a serem mantidas não são “alimentados” pela neve derretida e pelo gelo (ou seja, quando as geleiras se vão), não haverá

*

Os tsunamis são ondas gigantescas que são provocadas por terremotos no fundo do oceano.

rios gigantes ou riachos pequenos, porque eles só serão “alimentados” de vez em quando pela chuva. Não podemos começar a imaginar, nem em nossos piores pesadelos, o que isso significaria. Por exemplo, para o rio Ganges, na Índia, e para os milhões de pessoas que vivem ao longo das suas margens, a água potável, que é fornecida pelas geleiras, desapareceria, haveria fome e milhões de pessoas teriam que escapar da seca e da fome, migrando apenas para sobreviver. As áreas que serão menos afetadas pelas mudanças climáticas, os países ricos - sobretudo os Estados Unidos e muitas nações européias -, rapidamente se

que Isso é algo queremos realmente impedir!


tornarão superpovoadas. Tínhamos que nos preparar para as guerras que surgiriam por água potável e alimentos. “E para impedir todos esses desenvolvimentos ameaçadores, tudo o que você quer fazer é plantar árvores?”, pessoas nos perguntam. Sim! Porque não se trata apenas de tirar CO2 do ar, trata-se de trabalhar em conjunto para um novo futuro. E plantando árvores ao redor do mundo, nós crianças começaremos a nos ver como uma família mundial, como cidadãos globais. Não estamos sentados perguntando quem é responsável pelo caos, estamos trabalhando juntos para consertá-lo. Trata-se de incentivar os outros a agirem também! Naturalmente, sabemos que mais florestas do mundo serão cortadas ou destruídas a cada ano do que poderemos repor com a Plant-for-the-Planet. Sabemos também que as árvores e arbustos jovens que plantamos não são capazes de absorver tanto CO2 como florestas tropicais estabelecidas. Mas também sabemos que sentar e não fazer nada simplesmente não é uma alternativa.

O Glacial de Aletsch, na Suíça, em 1900 e 2005

Nós já temos um grande grupo de embaixadores da justiça climática e, sem dúvida,

48

Nem todo o gelo que derrete fará o nível do mar subir

gelo, e os cubos de gelo derretem, a água não transborda para os lados do copo. E quando o gelo em uma lagoa derrete no fim do inverno, a lagoa não estará mais cheia do que no outono anterior. No entanto, se também

Temos notado um mal entendido comum entre muitas

colocarmos um grande bloco de gelo na beira da lagoa,

pessoas, particularmente em conversas com aqueles

quando ele derreter, poderia muito bem fazer o nível da

que recentemente trouxemos para a nossa causa. Esse

água no lago mais alto do que antes.

mal entendido é sobre o gelo e a questão do que acontece ao redor do mundo quando ele descongela. Muitos

É a mesma situação com o gelo que fica “guardado”

acreditam que quando icebergs derretem no oceano,

nas geleiras de cada continente. Quando as geleiras

o nível do mar sobe imediatamente. Não é exatamente

se derretem, como resultado do aquecimento global,

assim que funciona. Por exemplo, quando um copo é

a água cai no oceano, elevando o nível do mar e inun

cheio com aproximadamente ¾ de água e cubos de

dando as costas e as cidades costeiras.


nossos números vão continuar a aumentar. As pessoas que estão no comando ainda não estão fazendo o suficiente para salvar o futuro do nosso planeta. A maioria dos políticos, industriais, empresários e representantes da agricultura que se recusam a tomar medidas não estará mais aí por volta de 2040. Mas, nós crianças estaremos. É sobre o nosso futuro, sobre nossas vidas!

rte O gelo no Pólo No de s tro me is do tem na espessura. O gelo is do tem ia nd nlâ Groe s tro me quilô s) de (quase 1,25 milha espessura.

É por esta razão que usamos o termo crise climática. O aquecimento global parece um pouco confortável demais. “Crise” mostra a gravidade da situação e deixa claro que nós seres humanos temos que fazer alguma coisa. Sabemos que temos um longo caminho à nossa frente, mas cada viagem começa com um único passo, e já estamos bem no nosso caminho.

“Se você quer ir rápido, vá sozinho. Se você quiser ir longe, vá junto.” (Antigo provérbio indiano)

Temos que ir rápido e longe!

Com o aquecimento global, os eventos climáticos se tornarão mais extremos e as assim chamadas “inundações do século” já começam a acontecer aos poucos a cada ano

49 A maior quantidade de gelo continental na terra (o gelo

como uma folha gigante de alumínio, emitindo até 90

que é “armazenado fora”) está na Antártida e na Groen-

por cento dos raios solares diretamente para trás, no

lândia. Há também grandes quantidades na América do

espaço. Sem isso, a probabilidade de que a atmosfera

Sul e em geleiras de várias cadeias de montanhas ao

terrestre cresça mais quente é ainda maior.

redor do mundo. Se esses espelhos gigantes (as placas de gelo flutuantes Isso significa que o gelo que já está no mar não tem

ao redor dos pólos) derreterem, a terra perderá seu

efeito sobre o clima? Não! O gelo que derrete nos

“refrigerador” mais eficaz. Quando o sol brilha na água

oceanos tem realmente um efeito poderoso sobre o

em vez do gelo, absorve até 90% do calor e da energia.

clima global. É particularmente perceptível quando os

Isso adiciona continuamente mais calor ao clima já de

mares que são congelados ao longo do ano ou durante

aquecimento da terra e termina por derreter o gelo con-

muitos meses do ano perdem seu revestimento de gelo.

tinental e elevar o nível do mar mais rápido do que antes.

A razão é porque a neve e o gelo refletem a luz solar


O que é justiça climática? Em média, um americano produz 20 toneladas de CO2 por ano, um europeu produz dez toneladas, um chinês seis toneladas e um africano produz pouco mais de meia tonelada. Os EUA e a Europa, cerca de um bilhão de pessoas no total, são responsáveis por 60% do CO2 emitido no ar. O resto da humanidade, cerca de seis bilhões de pessoas, compartilha os 40% restantes. Isso é justo? Claro que não! Nossa ideia pode soar estranha no início, mas acreditamos que todos os indivíduos devem ter o direito de emitir a mesma quantidade de CO2, não importa onde eles vivam ou onde tenham nascido. A julgar pelo nível atual de CO2 na atmosfera, isso permitiria cerca de cinco toneladas de dióxido de carbono por pessoa a cada ano.

*

Mesmo se tivéssemos sucesso em distribuir razoavelmente as emissões de CO2 Regra geral:

por todo o mundo, ainda haveria muitas outras mudanças que precisariam ser

4 toneladas de CO2 = elevação de temperatura de 4 graus (Celsius)

feitas. Uma emissão média de cinco toneladas de CO2 ainda seria muito alta e,

1,5 toneladas de CO2 = 1,5 grau de aumento de temperatura (em grau Celsius)

de total de CO2 que produzimos. E uma vez que quase 40% da população humana

eventualmente, levaria a um clima global caótico, com consequências terríveis. Por exemplo, o nível do mar continuará a subir se nos recusarmos a reduzir a quantidavive perto da costa, milhões de pessoas perderiam suas casas e seriam forçadas a se mudarem. A realidade é que as pessoas mais afetadas seriam aquelas que vivem em países com menor emissão de CO2. Isso não é totalmente injusto? Temos de fazer algo sobre isso. Temos de tornar as emissões de

50

CO2 justas para todos. E temos que reduzir a quantidade que cada um de nós produz pela metade, para 1,5 tonelada de CO2 por ano, porque com esta quantidade, a atmosfera da Terra finalmente terá a chance de se restaurar.* Não temos outra escolha! Mesmo os adultos têm de entender isso. Eles têm que ver que essas regras devem ser

20t

10t

seguidas, da mesma maneira que nós crianças

6t

VN BNFSJDBOP VN FVSPQFV VN DIJO°T VN BGSJDBOP

1FHBEB EF DBSCPOP QPS QFTTPB QPS BOP

0,5t

devemos seguir as regras que nossos pais estabelecem. Cada um de nós, quer seja grande ou pequeno, quer provenha da África, Europa ou América, precisa de uma lei que garanta que ninguém emita mais de 1,5 tonelada de CO2 por ano.


60% FNJTTŠP EF $02

AtÊ o Congresso do Clima das Naçþes Unidas de 2009, em Copenhague,

"QSPY EF QFTTPBT &6" &VSPQB

pensava-se que duas toneladas de CO2 e, consequentemente, um aumento na temperatura mÊdia de 2 °C seria suficiente. Mas, no Congresso do

"QQY QFTTPBT SFTUP EP NVOEP

Clima das Naçþes Unidas de 2010, em CancĂşn, representantes de diversas ilhas explicaram: 2 °C a mais e nossas ilhas estarĂŁo debaixo d’ågua, 1,5 °C ou 1,5 tonelada de CO2 por pessoa, por ano, ĂŠ o limite.

EF FNJTTŠP EF $02

&NJTTŠP UPUBM EF $02

O que acontece se ultrapassarmos esse limite? Bem, entĂŁo nĂłs terĂ­amos que pagar por isso! Se produzimos mais CO2 do que deverĂ­amos, terĂ­amos de comprar mais “direitos de poluiçãoâ€? dos paĂ­ses que nĂŁo atingem a sua cota de CO2. Um africano usarĂĄ somente meia tonelada de seu limite alocado de de 1,5 tonelada de CO2. Portanto, eles deveriam ter o direito de vender a tonelada nĂŁo utilizada para outras pessoas que quisessem emitir mais de 1,5 tonelada de CO2 por ano. O dinheiro que os povos africanos ganharem, entĂŁo, poderia ser voltado para tecnologias modernas ecoamigĂĄveis. Eles poderiam construir escolas e hospitais, treinar mĂŠdicos e professores, e seus filhos nĂŁo teriam que passar fome. NĂłs, crianças, consideramos isso uma verdadeira justiça climĂĄtica. O comĂŠrcio de CO2 como este tambĂŠm nos forçarĂĄ a mudar nossos hĂĄbitos. Se o CO2 realmente custar dinheiro e tivermos que pagar um imposto de CO2 para cada produto que comprarmos, entĂŁo os produtos intensivos em CO2 rapidamente se tornariam muito mais caros do que os produtos ecolĂłgicos. Dessa forma,

51

começarĂ­amos a prestar um pouco mais de atenção ao que estamos comprando e como estamos vivendo. Por exemplo, as uvas da Ă frica do Sul e as maçãs do Chile, ambas transportadas por todo o mundo, resultando em uma grande quantidade de emissĂľes de CO2, ficariam muito caras. O mesmo se aplica aos carros que consomem muito gĂĄs e “exalamâ€? nuvens gigantes de CO2. Um imposto bem alto sobre o CO2 seria cobrado deles. Talvez mais pessoas começassem a viajar de trem novamente, porque o preço das viagens aĂŠreas, incluindo seu imenso imposto sobre o CO2, acabaria por mostrar seu verdadeiro custo. Desde a CĂşpula sobre o Clima, em 2005*, esta abordagem para a implementação da justiça climĂĄtica tem sido chamada de “comĂŠrcio de emissĂľesâ€?. Normalmente, a palavra “emissĂŁoâ€? significa tudo que ĂŠ liberado para o meio ambiente, mas, neste caso, hĂĄ uma ĂŞnfase Ă emissĂŁo de gases com efeito estufa (especialmente o CO2).

*

AliĂĄs, a CĂşpula do Clima da ONU ĂŠ realizada em uma cidade diferente do mundo todos os anos


O comércio de emissões funciona basicamente como cadeiras musicais.

Comércio de emissões: a coisa simples que é difícil de se fazer “Sim, pode funcionar... mas, e daí? Nós apenas trocamos folhetos de permissão por direitos de poluição?“. Esta é a resposta mais comum que recebemos de pessoas céticas quando falamos sobre usar o comércio de emissões para salvar o meio ambiente. Nós dizemos: sim, pode funcionar! Mas é claro que a ideia por trás disso deve ser implementada de forma justa.

*

Adultos chamam-lhes “certificados de emissões”.

Em todo o caso, o plano é o seguinte: cada membro da União Europeia (UE) divide o chamado “plano de atribuição” por “permissões de poluição”* para todos os operadores das centrais elétricas e para as empresas que utilizam muita eletricidade em seu país. Quem detém uma dessas notas será autorizado a emitir uma certa quantidade de gases de efeito estufa durante um certo período de tempo. Agora vem a parte mais importante: para que o plano funcione, ou seja, para que, em última análise, tenhamos menos gases de efeito estufa emitidos no ar, as pessoas têm que ser econômicas com sua parcela de CO2. Isso significa que as pessoas que emitem esses certificados têm que ter certeza de que menos emissões de CO2 são permitidas do que o que anteriormente era considerado “normal”. É mais ou menos como o jogo das cadeiras musicais. Só funciona quando há poucas cadeiras, porque a escassez força as pessoas a estarem alertas e na ponta dos dedos. E se elas estão em oferta limitada e com alta demanda, então serão mais caras porque as pessoas estarão dispostas a pagar mais por elas.

52

Os aumentos de preços no “mercado da certificação da poluição” terão um forte efeito: brevemente, os tornarão mais baratos a longo prazo para os produtores de Joy [12, Krefeld, Alemanha] Quando ouvi sobre essa ideia pela primeira vez, de que todos na Terra deveriam ter os mesmos “direitos de poluição”, eu sinceramente pensei: “Eles estão loucos! Já estamos poluindo o meio ambiente demais, o que vai acontecer quando dissermos a todos que devem seguir em frente e

fazer isso também? Então todos poluiriam o meio ambiente ainda mais, como o que está acontecendo na China agora! E, ainda por cima, quando tivermos 50 anos, serão dois bilhões a mais de pessoas no planeta do que hoje, e todos (chineses, indianos, sul-americanos, africanos etc.) vão querer viver tão confortavelmente quanto nós aqui... Mas, quando eu comecei a entender melhor sobre a ideia de justiça climática, especialmente que seu objetivo geral é limitar a poluição como um todo, distribuindo-a justamente entre todos, fiquei emocionada!


energia e outras empresas que desenvolverão novas tecnologias ou métodos que não poluem tanto, em vez de constantemente ter que comprar mais certificados de emissões. Aqueles que investem em energia limpa podem, então, vender os seus direitos de poluição restantes para os outros, a fim de obter um lucro, porque eles não precisarão mais deles. Até agora tudo bem... ou não? Esta é uma ótima ideia, mas, como às vezes acontece quando os adultos tentam resolver um problema difícil, isso ainda não foi implementado em sua forma ideal. Quando foram feitas tentativas anteriores para criar um mercado para o comércio de emissões, havia simplesmente muitos certificados de emissão impressos e distribuídos (as pessoas que os compraram não tinham que pagar nada!). Houve também muito pouco incentivo para que os operadores de usinas de energia e outros poluidores em massa mudassem e começassem a produzir energia mais limpa e produtos mais ecológicos. Então, é claro que isso não funciona! Uma coisa é clara: precisamos de um contrato global real, justo e vinculativo, que possa ser implementado em qualquer lugar! No entanto, para fazermos progressos decisivos, temos de superar a corrupção que prejudica o nosso futuro e a prevenção da justiça climática. Mesmo quando é difícil de fazer, temos que aproveitar totalmente esta oportunidade!

53 Franziska

[13, Pähl, Alemanha]

Tenho de admitir que demorou um pouco para que eu entendesse completamente o comércio de emissões, mas é realmente muito simples: os cientistas podem nos dizer todos os anos exatamente quanto CO2 o meio ambiente (oceano, árvores etc.) pode absorver com segurança. Por exemplo, 15 bilhões de toneladas de CO2. Podemos tomar essa quantidade e dividi-la pelo número de pessoas no planeta - digamos, 10 bilhões (é mais fácil calcular dessa maneira). Isso resulta em 1,5 toneladas de CO2 por pessoa. Quem quiser mais pode comprá-lo no mercado de direitos de CO2. Se muitas pessoas quiserem mais CO2, então o preço vai subir tanto que será mais barato investir em tecnologias verdes. O que é realmente importante para nós crianças, no entanto, é que não mais de 15 bilhões de toneladas de CO2 poderiam ser emitidas para a atmosfera. Se cada criança na Terra receber sua certidão de nascimento com 1,5 toneladas de CO2, então não teremos que nos preocupar em enviar mais dinheiro para caridade ou ajuda ao desenvolvimento. Justiça climática é um barato! É por isso que queremos ver este plano finalmente estabelecido durante a próxima Cúpula do Clima.


Como as árvores ajudam a combater a crise climática A grande maioria das pessoas sabe que as árvores são boas para o clima global, mas também são boas para o chamado microclima (ou seja, o ambiente imediato). A razão por trás disso e, portanto, por que escolhemos plantar árvores, exigirá um pouco mais de espaço para explicar. Nós, crianças da Plant-for-the-Planet, aprendemos que você realmente precisa de uma compreensão clara e completa de algo, se quiser ser capaz de explicá-lo aos outros de uma maneira simples, bem como para responder rapidamente e com confiança a qualquer pergunta que possam ter. Aprendemos isso como resultado de dar palestras e coletar doações para árvores. É crucial conhecer a fundo para que você possa sempre responder a novas perguntas. Caso contrário, qualquer situação ento O conhecim a fundo é ! importante

com a qual você se deparar te deixará de pernas bambas. Por esta razão, vamos fornecer uma explicação aqui sobre a relação entre as árvores e diferentes aspectos do clima global. Como já sabemos, as florestas podem absorver dióxido de carbono. No entanto, uma floresta não é exatamente o mesmo que a próxima floresta, assim como uma árvore não é exatamente o mesmo que todas as outras árvores. As florestas

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tropicais crescem muito mais rapidamente do que as florestas na Europa Central. As florestas tropicais são os pulmões da nossa Terra.

Portanto, mais CO2 é absorvido em florestas que estão mais próximas do equador. É também por isso que perder as florestas tropicais é muito pior para o clima global. Por essa razão, muitas das árvores doadas são plantadas nos países do sul, na África, América do Sul e Central e na Ásia. Essas árvores não só ajudam o clima global, como também lutam contra a propagação de desertos, “recuperando” a terra, parte por parte, ao mesmo tempo em que asseguram que os lençóis freáticos subirão novamente. Nos locais onde isso é bem sucedido, a população próxima pode ter acesso a mais água em seus córregos e poços. Ao mesmo tempo, não podemos subestimar o desempenho das florestas aqui no hemisfério norte. À medida que crescem, essas florestas reduzem a quantidade total de CO2 no ar em um terço.


Como isso acontece? Bem, cada planta absorve molÊculas de CO2 do ar atravÊs de suas folhas e galhos. Após a absorção, ele divide o oxigênio e åtomos de carbono uns dos outros e, em seguida, converte quimicamente o carbono em madeira, criando crescimento. Para que isso funcione, um processo químico complicado (chamado fotossíntese) tem que acontecer nas folhas e galhos da planta. Se alguÊm

Cada ĂĄrv na CO ! ore arma 2 ze-

quisesse compreender completamente esse processo, provavelmente teria que fazer um curso avançado de biologia ou estudar botânica. O que Ê importante para nós Ê o resultado: as plantas podem converter o dióxido de carbono (atravÊs da fotossíntese) em algo sólido, que Ê o principal ingrediente da madeira. Enquanto essa madeira não queimar ou apodrecer, o gås de efeito estufa permanecerå preso nela. A planta armazena essencialmente o carbono em seu tronco, ramos e raizes. Dois exemplos: um pinheiro de 35 metros (cerca de 115 pÊs), com um diâmetro do tronco de 50 centímetros (20 polegadas), armazena 0,7 tonelada mÊtrica de carbono. Isso significa que, para crescer atÊ esse tamanho, a årvore teve que absorver 2,6 toneladas mÊtricas de CO2 da atmosfera. As årvores de faia têm madeira ainda mais firme. Portanto, elas precisam de mais CO2 para construir suas raízes firmes e, nesse processo, elas protegem ainda mais o clima. Uma årvore de faia com a mesma altura e diâmetro que o pinheiro acima, armazena cerca de 0,95 tonelada mÊtrica de carbono. Isso equivale a 3,5 toneladas

.BJT UBSEF RVBOEP B §SWPSF ¯ DPMIJEB F Cerca de um terço da Alemanha estå coberta de florestas e, dentro destas florestas, VUJMJ[BEB DPNP NBEFJSB P cerca de 4,4 bilhþes de toneladas de CO2 são armazenadas (quando se converte de l$m QFSNBOFDF WJODVMBEP QPS E¯DBEBT OP carbono para dióxido de carbono) - uma quantidade incrivelmente grande. NPCJMJ§SJP 55 QJTPT EF UBDPT FEJG³DJPT F QPOUFT %J¸YJEP EF DBSCPOP $02

EF NBEFJSB 4F VNB OPWB "SNB[FOBNFOUP EF CO2 EB §SWPSF §SWPSF ¯ QMBOUBEB OP MVHBS EF VNB DPMIJEB QPEFNPT $BSCPOP $ ¯ BSNB[FOBEP GBDJMNFOUF SFNPWFS 0YJH°OJP FN NBEFJSB GPMIBT F SB³[FT 02

“CO2m EB BUNPTGFSB "MÂŻN EJTTP B §SWPSF WBJ DSFTDFS BVUPNBUJDBNFOUF FN 4BJ NBUFSJBJT EF DPOTUSV­ŠP QBSB PT NBJT EF RVBUSP CJMIÂşFT EF QFTTPBT RVF WJWFSŠP OB 5FSSB BUÂŻ P BOP 3BÂł[FT QBSUFT EF QMBOUBT F PSHBOJTNPT BSNB[FOBN EF mĂŠtricas de CO2 absorvido da atmosfera, quase uma tonelada mĂŠtrica inteira a mais!

DBSCPOP OP TPMP


Árvores e florestas não são apenas nossas aliadas na luta contra o aquecimento global. Elas também fornecem benefícios incríveis para o seu ambiente imediato, que podem ser sentidos mesmo sem o uso de dispositivos de medição. Vamos voltar para a faia. Em um dia de verão ensolarado, ela absorve, através de suas folhas, cerca de 9.400 litros* (galões) de CO2 e libera a mesma quantidade de oxigênio (O2) de volta para a atmosfera.

*

Cuidado: 9.400 litros de gás não são iguais a 9.400 litros de líquido! Um litro de CO2 pesa apenas 1,96 gramas, mas isso significa que leva mais de 18 quilogramas de CO2 todos os dias!

Quem pensa que não é suficiente, deve primeiro considerar que, para que cada árvore de faia absorva 9.400 litros de CO2 puro, tem de subir até 24.737 metros cúbicos de ar. Trata-se da mesma quantidade de ar que se encontra em sete balões gigantes de ar quente! Como não seria um impacto verdadeiramente gigantesco? Mas isso não é tudo. Durante um “dia de trabalho” de verão, cada árvore extrai 6 mil litros de água do chão - o equivalente a cerca de 40 banheiras cheias até a borda. A partir desta quantidade impressionante de água, a árvore só precisa de um a cada mil (0,1 por cento), cerca de seis litros diretamente para o seu “trabalho” (fotossíntese). Os restantes 99,9 por cento serão “exalados” pela árvore como vapor de água e essa exalação esfria drasticamente o ar circundante, enquanto aumenta muito a umidade. Juntos, ambos os efeitos produzem o clima de floresta úmida e fria, que é particularmente agradável em um dia quente de verão.

*

A matéria 56 particulada é composta de partículas microscópicas que são tão pequenas que penetram profundamente em nosso tecido pulmonar e causam danos graves.

Cidades que têm muitas ruas e edifícios podem tornar-se insuportavelmente quentes. Essas cidades poderiam tornar seu “clima” muito mais agradável plantando diversas árvores ao longo das estradas e criando muitos parques minúsculos nos lugares próximos, onde as pessoas trabalham e vivem. Outra coisa positiva é que as árvores filtram muitos tipos de poeira*, partículas

com cerca de 80 por cento do ar da cidade. Quando as pessoas decidem cortar árvores em áreas urbanas apenas para abrir espaço para mais locais de estacio-

Uma única árvore pode absorver toda esta quantidade de ar em apenas um único dia!


namento, elas não estão apenas atacando a floresta, estão atacando os pulmões dos moradores da cidade também. Então, quando nos perguntam se a nossa campanha de plantio de árvores é verdadeiramente significativa, podemos dizer que sim, em grande e pequena escala! As árvores podem, raiz por raiz, lutar contra as mudanças climáticas extraindo gás de efeito estufa, CO2, do ar e armazenando-o em seus corpos. Elas melhoram o ar que respiramos todos os dias, algo que proporciona grande alívio, especialmente nas grandes cidades. Não estamos apenas plantando árvores com nossa campanha global. Acima de tudo, queremos educar e informar outras crianças e adolescentes sobre a crise climática, tornando conhecidas todas as maneiras que eles podem utilizar para se envolver e ajudar a fazer algo pelo clima. Nossas árvores são símbolos, símbolos da justiça climática. O professor da UNESCO, Gerhard de Haan, certa vez, chamou os alunos da Plant-forthe-Planet de “diplomatas em botas de borracha”. Ele disse isso porque, ao contrário de muitos políticos e diplomatas, queremos ser ativos; queremos levar nosso conhecimento e colocá-lo em ação.

mos Nós crianças esta s em plantando árvore ra todo o mundo pa futuro. salvarmos nosso

Não apenas fale, mas plante árvores!

57



Sobre engajamento político Ou: a coragem de agarrar o futuro com nossas próprias mãos 65 Como você pode encontrar adeptos? Ou: outras formas de tornar-se ativista 70

O que podemos fazer

O que todos podem fazer Ou: protegendo o clima em casa 60

Árvores para o Sul Ou: 20 euros = 20 árvores 86 Nosso planeta precisa de embaixadores da justiça climática Ou: Institutos Plant-for-the-Planet 94 “Um mosquito não é capaz de fazer nada contra um rinoceronte, mas um grupo de mil mosquitos é capaz de fazer um rinoceronte mudar de direção.” Carolina (14), Embaixadora da Justiça Climática de Cancún, México

3.


O que todos podem fazer

Ou: a defesa do clima em casa Quando pensamos sobre o que uma única pessoa pode fazer para restringir os impactos das mudanças climáticas, normalmente ficamos com uma sensação de impotência: “Sim, de que adianta, se sou apenas uma pessoa…” A única resposta sensata é a seguinte: toda grande mudança é constituída de pequenas mudanças. Um esforço mínimo para fazer a coisa certa trará pequenos esforços adicionais, e mais esforços trarão muitos outros, no final das contas, até que o objetivo, que inicialmente parecia impossível, já esteja alcançado. Bons exemplos são contagiantes! Vale a pena observar bem de perto os exemplos das nossas vidas cotidianas, até mesmo os mais “óbvios”.

Qual o problema do trânsito? Quantas horas uma pessoa teria que ficar escutando o rádio se quisesse contar todos os relatórios e histórias de cada acidente de trânsito que já aconteceu? Às vezes, devemos simplesmente nos indagar se o carro realmente facilita as nossas vidas – principalmente se considerarmos a quantidade de poluentes liberados no ar todos os dias. Com certeza, as pessoas que não moram em grandes cidades teriam muito mais dificuldade de locomoção sem carro, mas todo mundo precisa se deslocar de carro a cada quilômetro?

60

Não queremos que ninguém se sinta culpado simplesmente por ter um carro e usá-lo. O nosso foco é num sentido mais amplo, na quantidade de deslocamentos que poderiam ser evitados pela simples mudança de hábitos das pessoas. Algo que ouvimos muitas vezes é: “Mas andar de bicicleta vai muito devagar”. No entanto, definitivamente isso não é verdade quando nos deslocamos nas cidades. Tomemos a cidade de Munique como exemplo. Sua rede de ciclovias tem mais de 1.200 quilômetros de extensão! Então, enquanto os motoristas de carro são obrigados a ficar sentados e esperar nos semáforos e engarrafamentos, os ciclistas provavelmente já terão chegado ao destino final. Muitos dizem: “Pedalar minha bicicleta por apenas alguns quilômetros não vai contribuir em nada para defender o clima”. Mas a pessoa que diz isso tem de se limitar a apenas alguns quilômetros? Cada vez que uso minha bicicleta para ir à aula de música ou praticar esporte, em vez de a minha mãe me levar e me bus-


car de carro, evito

Emissão de CO2 para cada 100 km

3.360 gramas de CO2. E se eu usar a minha bicicleta durante 30 semanas todos os anos (subtraindo as férias

e as épocas que o clima não permite), então, sozinho, conseguirei evitar que 100 quilogramas de CO2 entrem na atmosfera – o que é uma quantidade significativa! E nas férias? Uma coisa a ser considerada: cada voo de ida e volta de Munique para Palma de Maiorca emite cerca de 680 quilogramas de CO2 no ar, por pessoa. Considerável, não acha? Definitivamente, não estamos dizendo que todo mundo deve deixar de viajar de avião completamente – mas é mesmo necessário fazer isso todos os anos?

Consumidores vorazes de energia em casa Quando minha família conta a outras pessoas que optamos por lâmpadas de baixo consumo de energia em casa há tempos, sempre ouvimos umas risadinhas sutis e nos perguntam se sabemos que as lâmpadas quase não consomem energia, se comparadas a outros eletrônicos da casa. É claro que sabemos, mas também sabemos que de pouco em pouco se alcança o muito. Resultado. Por que outro motivo a União Europeia decidiu banir as lâmpadas incandescentes tradicionais a partir de 2012? Somos muito favoráveis a esta ideia

Jule [13, Bremen, Alemanha] e Merle [13, Bremen, Alemanha] A princípio, quando nos perguntaram sobre coisas específicas que fazemos em casa para proteger o meio ambiente, levamos um momento para perceber que não havia nada de extraordinário! Provavelmente porque, para nós, crianças da Plant-for-the-Planet, defender o clima é via de regra. Por exemplo, desligamos “automaticamente” o aquecedor, a luz, o computador e qualquer aparelho eletrônico quando não precisamos deles ao sair da sala. Muitas vezes, também deixamos o carro em casa e usamos o trem ou a bicicleta no verão e economizamos água tomando banhos rápidos. Simplesmente tentamos economizar energia sempre que podemos. Além disso, Jule é vegetariana e Merle come apenas pequenas quantidades de carne, o que gera um impacto positivo. E sempre separamos e reciclamos o lixo. Ah, sim, e plantamos árvores!

61


e esperamos que lâmpadas de baixo consumo estejam disponíveis no mundo todo o mais breve possível. Cada quilowatt-hora que não é consumido equivale, em média, a 616 gramas de CO2 a menos! Ou seja, quanto mais rápido o novo padrão for implementado, melhor. Parece que as geladeiras e freezers consomem bastante energia – principalmente se estiverem no local errado e forem mal utilizados. Geladeira perto do forno? É uma má ideia. Ela teria que ficar constantemente funcionando para se resfriar do calor que vem do forno. E que tal colocar alimentos bem quentes na geladeira? Pior ainda! A geladeira teria que usar muito mais energia para resfriar o alimento quente do que se ele tivesse esfriado sozinho sobre a bancada. E ção Prote ica na t climá ira e gelad

que tal uma geladeira em um cômodo sem aquecimento? Perfeito! Eis outra dica rápida e simples para reduzir o consumo de energia da geladeira: se estiver ajustada para 7 °C (44,6 graus Fahrenheit) em vez de 5 °C (41 graus Fahrenheit), ela pode economizar até 15 por cento de eletricidade. Já, quando se trata da outra extremidade da escala de temperatura, existem diversas outras maneiras de economizar energia ao cozinhar. Às vezes, basta colocar uma tampa! Quem utiliza tampas ao cozinhar economiza um terço de

Proteç ã climát o i no for ca no

energia, e quem utiliza uma panela de pressão em vez de uma panela normal produz uma redução adicional de 40 por cento. A eficiência é a mesma no caso do forno. Mantenha a porta fechada! Cada vez que a porta do forno é aberta, vinte por cento do calor escapa e mais energia deve ser utilizada para que o forno retorne à sua temperatura anterior. Uma dica extra para os adeptos do chá. Quem aquece um litro de água em uma chaleira elétrica, em vez de esquentá-lo em uma chaleira na boca do fogão, economiza cerca de 32 gramas de CO2 , o que já ajuda!

62

Podemos economizar uma quantidade enorme de CO2 se evitarmos desperProteção na climática lixeira

dícios. Cada quilo de lixo não representa apenas um desperdício de dinheiro, representa também a produção, em média, de 320 gramas de CO2. Evitar o desperdício é a forma mais direta possível de proteção climática. A melhor coisa, certamente, é diminui-lo o máximo que puder. Sabia que uma garrafa de vidro pode ser reutilizada até 50 vezes e uma garrafa plástica pode ser reutilizada até 25 vezes antes do descarte? “E depois que isto acontecer, elas devem ser levadas para o lixão?” Não, devem ser recicladas! Se separarmos o

Proteção climática em casa

lixo, reutilizá-lo quando possível e reciclá-lo no final, a quantidade real de lixo não utilizável se reduzirá a uma quantidade pequena e administrável. Mais energia ainda pode ser economizada em casa quando ela em si é “ecológica”. Entretanto, este assunto é tão amplo que é verdadeiramente impossível


começar a tratá-lo neste livro. Felizmente, existem diversas fontes de adequados. Também é possível encontrar muitas informações sobre itens menores e mais simples para começar a mudar quando quiser reequipar

Eletricidade ecológica

a casa para poupar a maior quantidade possível de energia.

Mudar o fornecedor de energia elétrica?

Eletricidade convencional

CO2- Comparação de emissões

informação, por exemplo, sobre como isolar as janelas com materiais

Frustrante, mas real: as grandes companhias elétricas são teimosas quando se trata de substituir tecnologias irresponsáveis como o carvão e a energia nuclear. Infelizmente, elas não se deixam impressionar, de maneira alguma, com argumentos como os nossos. Mas entendem muito bem uma língua: a do dinheiro. Quando são ameaçadas com a perda de clientes e de lucros, são forçadas a escutar, quer queiram ou não! Portanto, seria realmente fantástico se a maior quantidade de pessoas possível conseguisse mudar para fornecedores de energia mais ecológicos. A mudança é, na verdade, muito simples! Optar por companhias elétricas ecológicas não é apenas uma atitude política, é também uma forma mais direta de proteger o meio ambiente. A produção de energia limpa gera apenas um terço da quantidade de CO2 se comparada à produção por meios convencionais. Se uma família de quatro pessoas usar energia limpa durante um ano, economizará cerca de 3.265 quilogramas de CO2!

Quanto CO2 tem no meu prato? É possível alimentar-se por meio de comidas saudáveis, orgânicas e de baixa

63 Proteção climática no jantar

caloria! Mas como? Alguns exemplos na Alemanha: 500 gramas de morangos alemães (durante a época do morango, de maio a julho) emitem 80 gramas a menos de CO2 em relação à mesma quantidade de morangos vindos da Itália. Em comparação com os morangos da África do Sul, os morangos alemães emitem 6 mil gramas a menos de CO2. Além disso, 500 gramas de manteiga orgânica economizam 425 gramas de CO2 se comparada à manteiga convencional, e um quilograma de pão orgânico emite 1,1 quilograma a menos de CO2 do que a mesma quantidade de pão convencional.

Prote climá ção cesta tica na de co mpr

as


O que isto representa para nós? Quando possível, devemos sempre comprar produtos que possuam uma boa “pegada de carbono”, que não precisem de muita energia para serem produzidos e que não tenham que ser importados de muito longe. O mais fácil é comprar produtos produzidos ou cultivados na região, o que chamamos de compra “local”. As mercearias – até mesmo as mais tradicionais – respondem relativamente bem às demandas dos clientes. Quando, por exemplo, a pessoa responsável pelo departamento de frutas e verduras percebe que os clientes começam a demonstrar interesse em saber quantos quilômetros alguns alimentos precisam ser transportados até chegarem ao estabelecimento, certamente reagirá adequadamente. A reação não tem nenhuma relação direta com a nossa preocupação com o meio ambiente, mas sim porque querem atrair uma clientela específica. Mas isso não tem importância alguma para nós. O mais importante é que produtos ecológicos estão ganhando terreno e encontrando espaço nas prateleiras dos supermercados normais. Às vezes, entretanto, as coisas são um pouco mais difíceis do que parecem, a princípio. Para que certas frutas e verduras sejam verdadeiramente ecológicas, o real período de colheita delas deve ser respeitado. É possível ler mais sobre esse assunto na seção “O problema das maçãs”. Há algo mais importante do que a quantidade de quilômetros de deslocamento, as maçãs produzidas ecologicamente e as latinhas recicladas: o uso de energia responsável, econômico e sustentável deve ser tão natural quanto, digamos, a resposta à pergunta: “Posso roubar isso?”. Todos sabem a resposta sem pensar muito. É algo que já é intrínseco a nós – não apenas em nossa mente, mas

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também em nossos corações. Se um comportamento ecológico está bem intrínseco a nós, isso já é uma tremenda conquista. Se, contudo, precisamos relembrar constantemente que


desperdiçar é extremamente prejudicial, então estamos perdendo o precioso tempo que nos resta para progredirmos ainda mais. Conclusão: temos que criar coragem para darmos pequenos passos! Principalmente porque quanto mais coragem tivermos, mais pessoas se juntarão a nós e tudo se tornará cada vez mais fácil!

Não nos te nte passar perna! a

Sobre engajamento político Ou: a coragem de agarrar o futuro com nossas próprias mãos

Queremos apoio!

O mais extraordinário foi que a escola apoiou e incentivou Felix a assumir responsabilidade. Responsabilidade, enquanto crianças, pelo nosso futuro. Como parte do programa ”Plant-for-the-Planet”, cada um de vocês pode assumir responsabilidade e se engajar politicamente*. Por exemplo, se for embaixador de justiça climática,

você pode se responsabilizar pela proteção climática em sua comunidade.

Atualmente, nós crianças nos tornamos politicamente engajadas assim que

Política *palavra de

é uma origem

tanto grega (3ROLWLND, politiká) quanto Nós embaixadores atuamos pelo bem comum de diferentes formas. Em nível latina (politica, politicus), que local, quando trabalhamos em conjunto com prefeitos, e em nível nacional, quando descreve assunnegociamos com os chefes do governo. Nesse aspecto, somos líderes mundiais tos, atividades e questões relaciolutando por justiça climática. Por meio de contratos globais, queremos conseguir nadas ao bem comum.

fazemos nossa primeira apresentação como embaixadoras de justiça climática.

um mundo igualitário, assumir responsabilidades e moldar nosso próprio futuro. Na escola de Rasfeld*, em Berlim, “responsabilidade” já é um assunto de que

muitas crianças participam por meio de diversos trabalhos sociais. Felix apresen-

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tou um discurso para o programa “Pessoas com uma mensagem” e, em parceria com outros alunos, decidiu plantar cem mil árvores em Berlim. Nem sempre é fácil assumir responsabilidades, mas juntos, como crianças, somos capazes. Tenha coragem e participe! Nas páginas seguintes, é possível ler sobre o que já

Rasfeld é *diretora da

Escola Evangélica em Berlim.

realizamos e aprendemos na escola como embaixadores da justiça climática. escolar: Assunto e” abilidad “respons


Crianças engajadas com a Plant-for-thePlanet Ou: exemplos de coragem

Clara [12, Augsburgo, Alemanha] Na escola, estou tentando, com a ajuda do diretor e de um dos professores, criar um grupo de ação ambiental. Meus colegas me apelidaram de “Clara Climática” e achei muito legal. Uma amiga até entrou em um instituto em Augsburgo. Meus colegas de classe estavam, a princípio, bem animados. Mas, depois de um tempo, como sempre, alguns começaram a virar os olhos quando eu e meus amigos sugerimos atividades para a Plant-for-the-Planet. Então, simplesmente explicamos a realidade da situação e lhes dissemos que, se não eram capazes de entender, era problema deles e não nosso. Espero que possamos plantar mais de um milhão de árvores e também garantir que papel reciclado e produtos biológicos sejam utilizados na escola de todas as maneiras possíveis (copiadoras, revistas, papel higiênico). Mas, para isso, provavelmente precisaremos da ajuda de mais colegas ativistas.

66 Josia [11, Duisburgo, Alemanha] Alguns me disseram que achavam muito legal. Na verdade, algumas pessoas do meu ano escolar vieram me dizer, finalmente, que tinham um objetivo que queriam atingir. Em um período de tempo relativamente curto, conseguimos criar um clube de alunos para a Plant-for-the-Planet.


Jule [13, Bremen, Alemanha] e Merle [13, Bremen, Alemanha] As pessoas têm reações diferentes em relação ao nosso compromisso com a proteção ambiental. Na verdade, muita gente na escola não se importa com essa questão. Às vezes, ouvimos comentários irônicos e arrogantes a respeito do nosso lema, por exemplo: “Não é o máximo, vocês são tão comprometidos com a questão climática, mas...”. Entretanto, também há reações positivas. Durante a nossa palestra na aula, alguns professores tiveram inveja de nós, pois prendemos muito bem a atenção dos outros alunos e todos escutaram, participaram e fizeram perguntas sobre a nossa apresentação. Por exemplo, recebemos o seguinte comentário depois: “A palestra foi fantástica!”. Alunos que normalmente nunca prestaram atenção na aula o fizeram e reagiram à nossa apresentação, que foi tão boa que, um ano depois, um professor ainda se recordava dela, impressionado com o fato de ainda estarmos na ativa. Por não termos recebido apoio da escola desde o princípio, decidimos atuar no nosso período recreativo. Queríamos, finalmente, nos tornar embaixadores da justiça climática! Quando a imprensa anunciou que um painel de discussão sobre mudança climática ia acontecer na prefeitura, é claro que ficamos felizes em participar…

Joy [12, Krefeld, Alemanha] Penso que muitos colegas de sala acham a ideia interessante, mas ainda não têm automotivação para fazer alguma coisa. Penso que se sentem impotentes, apesar de eu já ter explicado a eles que podemos usar a internet para reunir grandes grupos de pessoas, que terão bastante influência. Talvez, se eu também tivesse vivido apenas na Alemanha, não teria a impressão de que a destruição do meio ambiente é algo tão urgente. Não é tão fácil para as pessoas daqui enxergarem como a devastação afeta pessoas em outras partes do mundo.

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Raphael [12, Aichach, Alemanha] As reações foram variadas. Alguns disseram: “Opa, quero participar!”, enquanto outros disseram: “Que ideia mais boba, sem importância”. De qualquer forma, meus pais e minha professora, a senhora Bueschi, me deram cem por cento de apoio. Assim como eu, acham a ideia importante.

Max [12, Berlim, Alemanha] Temos permissão para plantar árvores no terreno que a cidade nos forneceu. Por exemplo, plantamos uma pequena floresta em Pankow, no subúrbio de Berlim. Depois que o departamento florestal nos concedeu o terreno lá, perguntamos ao guarda-florestal, o senhor Franusch, quais árvores eram apropriadas para a área e quando devíamos plantá-las. Foi assim que espalhamos a notícia dos nossos plantios: se chamarmos cinco pessoas e duas delas chamarem mais duas, e essas chamarem mais duas etc., entãoa quando chegar a hora do plantio, haverá muita gente para ajudar! Usamos também camisetas, folhetos e pôsteres da Plant-for-the-Planet para espalhar a notícia e também enviamos e-mails em massa. Além disso, falamos com a imprensa e perguntamos se poderiam nos apoiar na campanha do plantio publicando histórias no jornal ou comentando a respeito disso no rádio e na TV.

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Leon [13, Colônia, Alemanha] Plantar foi muito divertido. Apesar da chuva e do frio, nosso grupo de 30 alunos plantou mil árvores em pouco menos de duas horas e meia! Normalmente, quando queremos organizar um plantio, começamos a enviar e-mails para os amigos, colocamos pôsteres nos quadros de avisos da escola e avisamos a todos que encontramos sobre o que está acontecendo. Tudo que precisamos para o plantio é de uma pá resistente e um par de botas de borracha. Em seguida, os guardas-florestais nos mostram a área destinada ao plantio. Muitas vezes, uma fileira de mudas de árvores já está pronta para a realização do plantio. Depois, nós crianças cavamos buracos com a profundidade exata para cobrir as raízes das árvores no solo. Finalmente, colocamos as mudas das árvores no buraco, pressionamos firmemente a terra em torno dela e começamos a cavar outro. Muito simples!


Else [12, Munique, Alemanha] e Miriam [12, Munique, Alemanha] Cursamos a sexta série no Ginásio Ernst-Mach em Haar, perto de Munique. Ficamos imediatamente fascinadas com a ideia quando soubemos da Plantfor-the-Planet. Nossa professora nos passou mais informações e pesquisamos na internet. A ideia do Felix nos inspirou. Para aprender mais, nos tornamos embaixadoras da justiça climática em março de 2009, na Plant-for-the-Planet do Instituto Evangélico em Tutzing. Ficamos muito orgulhosas de nós mesmas quando recebemos os certificados em mãos. Nesse meio tempo, já havíamos feito 25 apresentações, algumas delas em três outras escolas da nossa comunidade. Mas cada apresentação é uma experiência nova, pois os ouvintes fazem muitas perguntas e as respostas que damos são sempre diferentes. Em abril de 2010, fomos convidadas para apresentar a Plant-for-the-Planet para nossa escola. O prefeito fez o discurso de abertura, plantamos 4 mil mudas e treinamos 25 novos embaixadores da justiça climática.

Rufat [12, Bacu, Azerbaijão] A primeira vez que ouvimos falar sobre a Plant-for-the-Planet foi na conferência UNEP Tunza, em junho de 2008. Felix fez uma apresentação sobre a organização e, desde então, me mantenho atualizado por meio do site na internet. Foi algo que realmente mexeu comigo, pois o conhecimento e a informação que encontrei no website da Plant-for-the-Planet foi completamente ao encontro dos meus interesses. Sou membro do Conselho Mundial da Plant-for-the-Planet porque quero trabalhar juntamente com essas crianças de todo o mundo que também querem salvar o nosso futuro. Para instruir meus colegas de escola a respeito da Plant-for-the-Planet, fiz uma apresentação de 15 minutos sobre o tópico mudança climática (com a permissão dos meus pais, é claro). Meus amigos já sabiam que eu era muito interessado em assuntos sobre o nosso futuro e nos desafios que enfrentaremos em função da crise climática. Então, quando fiz a apresentação sobre a Plantfor-the-Planet, eles também ficaram muito entusiasmados. Juntos, eu e meus amigos plantamos cerca de mil árvores este ano. Estou sempre tentando motivá-los a plantar ainda mais. O nosso objetivo principal é aumentar o número de plantios e de campanhas, compartilhar nossos conhecimentos com os outros e trazer o maior número de participantes possível.

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Como você pode encontrar adeptos? Ou: outras formas de tornar-se ativista A nossa ferramenta mais importante e poderosa é fazer apresentações. Os adultos prestam atenção. Querem saber como os jovens e nós crianças enxergamos o futuro.

Faça apresentações e informe as pessoas! Após a leitura deste livro, você perceberá que preservar o futuro não é assim tão difícil. Nosso plano de três elementos para preservar o futuro também ajuda muitos adultos a adquirirem uma visão panorâmica da situação: 1. Devemos manter todas as fontes de energia fósseis no solo. O que é algo viável, pois todas as tecnologias para uma economia global sem CO2 já se encontram disponíveis. Em 2015, os governos mundiais definiram a meta de criar uma economia global desprovida de carvão, petróleo e gás até o fim do século. Mas será muito tarde. Precisamos atingir essa meta bem antes, possivelmente em 2050. Obviamente, é muito mais fácil continuar da forma como estamos até agora,

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mas isso está destruindo o futuro das crianças. Em outras palavras: precisamos de uma revolução energética, uma mudança global no modo como produzimos energia, e isso precisa ser feito o mais rápido possível. O sol é gratuito. 2. Por esta razão, nós que vivemos em países ricos e com um estilo de vida que produz muito CO2 temos que reduzir o consumo dele o mais rápido possível, pois as pessoas que vivem em países pobres são as que mais sofrem com o aquecimento global. Por exemplo, segundo a NASA – a agência espacial estadunidense – o Oriente Próximo atravessa a “maior seca dos últimos 900 anos” desde 1998. Além de ser duradoura, é também 50% mais seca do que todas as outras dos últimos 500 anos.


A combinação da crise climática com a crise política produziu uma onda de refugiados que atualmente representa um grande desafio para a Europa. A severa crise climática, a pobreza, os conflitos históricos e a má administração tornarão uma grande parte do Oriente Próximo e muitas regiões da África inabitáveis. Atualmente, 1,2 bilhões de pessoas vivem nos 54 países africanos. Em 2100 – ainda durante a nossa existência – mais de 4 bilhões de pessoas habitarão a África. Não é necessário ser um profeta para prognosticar que temos testemunhado a maior migração humanitária da história. Todas as soluções simplistas, como a construção de fronteiras e muros, são obviamente inúteis e, com elas, somente perdemos nosso precioso tempo. 3. As árvores constituem a forma mais fácil de armazenagem renovável de CO2. Na Terra, há espaço para mil bilhões de novas árvores, e cada uma delas absorve, em média, 10 Kg de CO2, o que significa que as novas árvores seriam capazes de absorver um quarto de todo o CO2 produzido pela população mundial. As árvores não resolvem o problema do CO2, mas nos ajudam a ganhar tempo. Todo mundo é capaz de plantar árvores, independentemente de ser velho ou jovem, rico ou pobre, e não importa se alguém produziu muito ou pouco CO2. Temos que entender que estamos todos no mesmo barco: metade de nós abaixo do convés, um pouco menos da outra metade levemente acima do nível da água, com escotilhas minúsculas, e um por cento na primeira classe. Mas quando o barco afunda, afundamos todos juntos. Não é possível separar o nosso futuro. Com a proposta da ideia de todos juntos plantarmos árvores, nos consideramos uma família global. Se conseguirmos concluir o maior programa de reflorestamento da história da humanidade, então sentiremos que somos capazes de enfrentar e resolver todos os problemas da humanidade juntos. Temos que explicar para as pessoas o nosso plano de três elementos. Devemos sacudir e acordar os adultos; temos de fazê-los compreender que não há outra alternativa para a mudança imediata no uso das fontes de energia. É o que queremos dizer com o termo “explicar”. O melhor que podemos fazer são as apresentações. Cada palestra começa com a apresentação feita pelo Felix, que tem nove anos, e, no final, cada participante pode fazer uma apresentação. “A prática leva à perfeição” também é aplicável nesse contexto. Faça a primeira apresentação em sua sala de aula. É possível encontrar os

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slides da apresentação no nosso website ou enviando um e-mail para info@plantfor-the-planet.org. Como vai notar, é muito mais divertido quando as pessoas prestam atenção em você. Faça a sua próxima apresentação em uma classe correspondente à sua. Faça como Felix. A terceira apresentação dele foi feita em outra escola e a quarta para o Rotary Club. Nesse período, Felix e mais de 46 mil embaixadores da Plant-for-the-Planet fizeram milhares de apresentações e impactaram milhões de pessoas. Parece ser muito trabalho. Na verdade, é sim, mas é viável. 2 elevado à 33ª potência é igual a 8 bilhões, o que significa que, se duas pessoas convencerem duas outras da ideia e, se estas, por sua vez, inspirarem outras, então após 33 destas multiplicações todas as pessoas do mundo compartilharão desta mesma ideia. Nesse aspecto, redes sociais como Facebook, Twitter, etc. são muito úteis. É de extrema importância que todas as apresentações sejam feitas bem à

Charlotte fala sobre sua primeira apresentação Naquele dia, buscaram meu irmão Ferdinand e eu na

Em suma, foi um dia impressionante e bem-sucedido.

escola. Em seguida, fomos para Bad Ischl e eu tive uma

Valeu a pena a ansiedade, já que, graças às respostas,

forte dor de barriga.

percebemos que realmente conseguimos algo.

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Quando chegamos, começaram a montar o palco da Plant-for-the-Planet pela primeira vez, bem na frente da porta de saída do pavilhão de con-

gressos. No início do intervalo, as pessoas começaram a sair e lançar olhares muito suspeitos e desconfiados em nossa direção. Quase ninguém veio falar conosco. É obvio que estávamos ansiosos por causa da apresentação. Mas ao começarmos, todos os temores se foram. Tanto o público como os apresentadores foram receptivos, ficaram impressionados e positivamente surpreendidos. O mesmo aconteceu após a apresentação, quando diversos adultos literalmente invadiram o palco e nos encheram de perguntas.

Charlotte (10), hing Climática de Unterhac Embaixadora de Justiça


vontade, de maneira compreensível, clara e interessante. O objetivo é despertar o interesse do público e convencê-lo de que algo deve ser feito. Dê uma olhada nas datas dos próximos eventos no nosso site e faça sua inscrição online para tornar-se um palestrante. Se não houver um instituto na sua área ou uma data conveniente para você, envie um e-mail para event@ plant-for-the-planet.org ou ligue para o nosso escritório: +49 (0) 8808/ 9345 e encontraremos um evento/instituto próximo à sua área. Todos os anos, a equipe responsável pelos eventos está à procura de centenas de novos palestrantes. De preferência, é melhor começar a apresentação com o nosso curto vídeo introdutório, de cinco minutos. Durante o filme, mentalize mais uma vez os pontos principais da sua apresentação. Acredite em si mesmo! É divertido e importante incentivar os adultos a fazer a coisa certa.

Jona e Luca inspiram o Rotary Club

.

Os dois irmãos, Jona e Luca, fizeram uma apresentação para o Rotary Club em Bottrop.

O

Rotary Club é uma organização internacional em que pessoas com diferentes trabalhos colaboram

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entre si para alcançar objetivos beneficentes. Durante a reunião do Rotary Club, Jona e Luca fizeram uma apresentação intitulada “Agora, nós crianças salvamos o mundo!”. A motivadora apresentação impressionou o público adulto. No próximo dia, o escritório da Plant-for-the-Planet já havia recebido os primeiros pedidos de informação sobre o instituto. Três Rotary Clubs da Renânia do Norte-Vestfália queriam patrocinar treinamentos para embaixadores da justiça climática e organizar institutos. Graças à apresentação, as duas crianças possibilitaram o treinamento de outros 240 embaixadores.

Jona (14) e Luca (12), Embaixadores de Justiça Climática de Duisburgo


Traga membros ilustres da comunidade para a nossa campanha “Pare de falar. Comece a plantar.” Certamente você se lembra do lema do nosso instituto: “Pare de falar. Comece a plantar.”, que é também o título da nossa campanha. A campanha mostra que nós crianças estamos convencidas de que só falar não vai fazer diferença e de que agora é hora de agir. Nas fotos da campanha, colocamos a mão sobre a boca de um membro ilustre da comunidade, como por exemplo, o ator Harrison Ford, Til Schweiger, o vocalista do Black Eyed Peas ou até mesmo o Rei da Espanha. Também é muito fácil contribuir para a nossa campanha. Encontre um membro ilustre da comunidade, tire uma foto com ele e envie para campaign@plant-for-the-planet.org

Yannis (10) cala Oliver Korittke Yannis, de Berlim, tirou uma super foto para a campanha com o ator alemão Oliver Korittke. Nesta breve entrevista, veja como ele conseguiu: Plant-for-the-Planet: Oi, Yannis. De onde sur-

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giu a ideia de pedir a um membro ilustre da comunidade para tirar uma foto para a campanha? Yannis: No Instituto Plant-for-the-Planet, tomei a decisão de fazer algo para a campanha “Pare de falar. Comece a plantar.”. Plant-for-the-Planet: Como conseguiu convencer Oliver Korittke a participar? Yannis: Eu não podia falar diretamente com Oliver Korittke, mas ele é amigo do meu pai e eu o convenci a fazer esse pedido, e a resposta foi sim. Plant-for-the-Planet: A que devemos estar atentos para tirar uma foto para a campanha? Yannis: É preciso garantir que haja um fundo branco. Então é necessário vestir uma camiseta da Plant-for-the-Planet e se posicionar bem próximo à pessoa com a palma da mão aberta sobre a boca dela (cerca de um centímetro de distância dos lábios). Plant-for-the-Planet: Já pensou com quem tirará a próxima foto? Yannis: Vou escrever uma carta a um membro comunitário ilustre da minha cidade (Berlim), como por exemplo, Bushido ou Angela Merkel.


Inspire o prefeito de sua cidade Os políticos podem fazer muita coisa e é por isso que precisamos do apoio

Ajude a divu lg a campanha de ar plantar árvo res!

deles. O político mais importante é o prefeito da sua cidade, pois ele é o mais fácil de ser abordado por você. Fale com o seu prefeito e peça-lhe para plantar 150 árvores para cada cidadão da sua comunidade ou cidade (é esse o número de árvores que todos deveriam plantar). No caso, para uma cidade de 50 mil habitantes, seriam 7,5 milhões de árvores. O prefeito provavelmente lhe dirá que não há espaço suficiente, mas é

ntra a Árvores co ica át crise clim

após um “não” que as as negociações começam. Peça-lhe, então, para plantar árvores nos países do hemisfério sul, na África, Ásia ou América do Sul. Faz mais sentido, já que, lá, as árvores crescem mais rápido e absorvem até quatro vezes mais CO2. Tão logo o prefeito se convença e se torne um patrocinador, fica muito mais fácil convencer os silvicultores, professores e organizações locais a apoiar a Plant-forthe-Planet. Os silvicultores conseguem organizar o plantio imediatamente, os professores podem apoiar os institutos e as organizações podem ajudar com o financiamento das árvores para os países do hemisfério sul. Dessa forma, é possível fazer com que a Plant-for-the-Planet permaneça por mais tempo em sua cidade.

Ausburgo planta 15 mil carvalhos. Isso foi o que Clara (16) e Alexandra (16) fizeram na cidade delas, Ausburgo.

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Com a ajuda do prefeito, as duas garotas fizeram o seguinte acordo com a Administração Florestal: em diversas datas e durante muitos anos, os silvicultores realizarão a semeação e o plantio de árvores em conjunto com os cidadãos. Clara e Alexandra convidaram não apenas amigos e cidadãos para esses eventos, mas também empresas da cidade natal delas. Companhias e cidadãos estabelecem com as crianças e o estado, ao mesmo tempo, quantas árvores preservarão nos próximos anos até 2020. Tais árvores serão plantadas na Ásia, África e América do Sul. Clara e Alexandra têm esperança de que chegarão a 40,5 milhões de árvores – 150 árvores para cada habitante de Ausburgo. Na primavera de 2014, 15 mil árvores já haviam sido plantadas pelos habitantes e pelas companhias de Ausburgo. Veja mais detalhes abaixo. .


Como organizar manifestações Você gostaria de participar de uma manifestação em favor do seu futuro? Então organize a sua própria manifestação. O melhor local é em frente a um prédio público, como a prefeitura local. Você pode fazer isso no período da Convenção Climática da ONU. A Convenção Climática da ONU (também conhecida como COP ou Conferência das Partes) acontece todos os anos em diferentes países. O objetivo da conferência é estabelecer o atual Tratado Climático. O tratado, que será aplicado em todos os países, regulamenta a emissão de CO2. Desde o “Protocolo de Kyoto”, que foi finalizado em 2012, não houve, de fato, outro acordo internacional em relação à proteção climática. Para atrair o máximo de atenção possível durante as manifestações, é possível usar árvores de papelão da Plant-for-the-Planet. Elas são ótimas para as fotos jornalísticas e aumentam as chances de você e sua manifestação ganharem lugar na mídia. Para maiores informações, envie um e-mail para: event@plant-for-the-planet.org

Manifestação Ickinger Idefixe 76

A Ickinger Idefixe, constituída de seis embaixadores e três pais, foi uma manifestação feita na frente da prefeitura de Icking, no sul da Alemanha, no dia 6 de dezembro de 2014. O objetivo era informar os residentes sobre a Plant-forthe-Planet e divulgar a Reunião da COP20, que acontecia em Lima. Forsm distribuídos panfletos, amostras de chocolates e muitas fotos do “Pare de falar. Comece a plantar” foram tiradas com os pedestres. O jornal local

Süddeutschen Zeitung enviou um fotógrafo e um jornalista particularmente interessado. A Ickinger Idefixe fez questão que ele fosse embora levando muitas informações.


Gestão de um estande de informações Para fins de divulgação da Plant-for-the-Planet, colocamos stands de informações e vendas em diversos festivais e eventos, explicando ao público sobre nossas campanhas e a Plant-for-the-Planet. Também vendemos livros e chocolates. Quando os visitantes vêm ao estande, tentamos convencê-los a se tornarem membros da Plant-for-the-Planet, algo bem melhor do que colocar dinheiro na caixinha de donativos. Ao proceder dessa maneira, recebemos donativos regulares, o que significa que podemos impactar mais durante um maior período de tempo. Uma alternativa excelente é pedir o cartão de visitas dos adultos para que possamos inscrevê-los diretamente e perguntar a eles qual o número de árvores que gostariam de patrocinar por meio da Plant-for-the-Planet. A Plant-for-the-Planet pode disponibilizar gratuitamente tudo o que você precisa para a criação de um fantástico estande de informações. Por favor, entre em contato com o escritório (event@plant-for-the-planet.org). É muito mais divertido montar um estande com outras pessoas, então traga um amigo ou entre em contato com embaixadores interessados em sua região (verifique a seção “Como encontrar colegas ativistas?).

Kay e Neil na Exposição de Ausburgo Kay (12) e Neil (9), dois embaixadores da justiça climática de Rain am Lech administraram um estande de informações durante a Exposição de Ausburgo. Havia muito material informativo, chocolate para vender, assim como pequenos carvalhos brancos (Árvore do ano de 2014) para plantar. Em apenas duas tardes, eles conseguiram informar centenas de visitantes sobre a Plant-for-the-Planet. Kay fez um discurso no palco diante de aproximadamente 600 visitantes. Logo depois, muitas pessoas interessadas e inspiradas procuraram o estande.

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Promoção de degustação de chocolates Todo mundo adora chocolate. Por isso, eventos de degustação funcionam muito bem para inspirar novas pessoas a participar da Plant-for-the-Planet. Veja como funciona: escolha uma loja na sua região onde você possa comprar chocolates Change. Pergunte ao gerente se é possível e quando pode promover um evento de degustação na loja. O gerente ficará muito satisfeito com a sua proposta. Obviamente, é necessário haver uma quantidade suficiente dos chocolates Change nas prateleiras para o evento de degustação, já que em um supermercado, duzentas barras são vendidas em três horas. Um evento de degustação geralmente dura entre duas a quatro horas, a depender do seu tempo disponível. Abra algumas barras como amostra dos chocolates

Change e ofereça aos clientes. Explique a eles sobre o chocolate, sua relação com a Plant-for-the-Planet e mostre onde podem encontrá-lo na prateleira. Obviamente, não é necessário promover um evento de degustação dos chocolates em um supermercado. Também existem outros locais apropriados (veja as informações e estandes de vendas). Você encontrará tudo o que precisa para um evento bem sucedido no pacote de degustação (chocolate, panfletos, pôsteres), que é possível adquirir simplesmente enviando um e-mail para schokolade@ plant-for-the-planet.org. Nunca foi tão saboroso preservar o planeta.

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Degustação de chocolate com o Nils

Nils (13), embaixador da justiça climática de Neumarkt, Alemanha, promoveu um evento de degustação e montou um estande de informações em uma farmácia local chamada “dm”. Durante a preparação para o evento, elaborou pôsteres de propaganda para atrair o maior número de pessoas possível. No final do dia, Nils havia conquistado muitos novos fãs para os chocolates Change e a prateleira da marca ficou, obviamente, vazia. Um evento de degustação de chocolates não só cai bem às pessoas, como também é muito divertido.


Josia [11, Duisburgo, Alemanha] Meu evento de plantio ocorreu no verão de 2009 como parte da programação dos Dias do Meio Ambiente de Duisburgo. Felix e o prefeito da nossa cidade, que também plantou uma árvore, estavam presentes. Felix foi o responsável ou talvez o “promotor chefe” dos Dias do Meio Ambiente (finalmente uma criança conseguiu!). Além disso, vários repórteres compareceram, alguns munidos de câmeras. Então, muitos de nós nos levantamos e lhes apresentamos o que já havíamos feito para a Plant-for-the-Planet. Niklas [12, Colônia, Alemanha] Eu planto árvores não somente porque quero ajudar a preservar o meio ambiente, mas também porque tenho a esperança de que possamos trabalhar juntos para criar um mundo equilibrado, após o fim do desflorestamento da floresta tropical. Fico muito feliz em ver que cada árvore plantada por alguém promove pequenas mudanças para o bem do nosso meio ambiente.

Plante com os amigos e sua comunidade Gostou realmente das campanhas de plantio no instituto? Por que não organiza o seu próprio evento de plantio? Na verdade, não é tão difícil quanto parece e as nossas orientações o ajudarão. A Campanha de Plantio será mais eficaz se conseguir o apoio do prefeito local, pois ele poderá ajudá-lo a encontrar um espaço adequado para plantar e convidar os moradores da cidade a plantar com você (veja a página 147).

Henri promove seu próprio evento de plantio em Aldenhoven

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Algumas semanas após ter recebido o treinamento para se tornar embaixador da justiça climática, Henri (8), da Colônia, enviou uma carta ao prefeito da sua região, Aldenhoven, pedindo um local para plantar algumas árvores. Henri foi de bicicleta junto com o prefeito para verificarem a área. Pouco tempo depois, conseguiu convidar toda a sala de aula para o plantio. Além disso, as crianças apareceram na televisão e um número ainda maior de pessoas tomou conhecimento sobre a Plant-for-the-Planet.


Seja um moderador de nossos institutos Se for maior de 14 anos, você pode se candidatar para ser comoderador dos nossos institutos. Na qualidade de comoderador, você ajudará a preparar e limpar a área dos eventos. Durante o dia, ajudará a conduzir o evento com a equipe moderadora. Dirigirá sozinho o módulo Jogo Mundial, as sessões de treinamento em retórica e o Café Mundial. Louis (15), embaixador da justiça climática de Fellbach, recebeu treinamento em 2012. Desde então, já fez diversas apresentações no instituto e organizou estandes. Também já é comoderador há algum tempo. Louis gosta muito de ensinar o que sabe a respeito da crise climática às crianças mais novas e, ao fazer isto, aumenta ainda mais o número de companheiros ativistas.

Mais detalhes sobre o assunto na página 84.

Organize uma Run4Trees beneficente As corridas Run4Trees são patrocinadas pela Run4Trees. Para cada quilômetro percorrido, uma certa quantidade de árvores será doada por empresas, escolas ou comunidades.

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Ao organizar essa corrida em um dia esportivo na sua escola, por exemplo, você pode garantir que uma empresa converta cada quilômetro percorrido em árvores. Esta é uma oportunidade ótima para o exercício da preservação do meio ambiente – e, obviamente, para se divertir.

Todos os anos, desde 2010, uma Run4Trees acontece em Unterhaching. Em 2013, um ano recorde, mais de 600 corredores participaram e, todos os anos, esse número fica cada vez maior. Crianças e adultos podem correr lado a lado, aumentando a conscientização acerca do meio ambiente. Para mais informações, acesse www.run4trees.de.


Como encontrar companheiros ativistas? A companhia de outras pessoas torna as campanhas muito mais divertidas. Mostraremos aqui como encontrar mais crianças e jovens.

Paul (15), embaixador da justiça climática de Neubibergo, foi treinado no instituto em 2009. Desde então, Paul já organizou diversas ações para a Plant-for-the-Planet: eventos de degustação de chocolate, palestras, estandes em outros eventos e fundou um instituto próprio em sua escola. Na qualidade de mentor desde o começo do ano, Paul compartilha experiências com embaixadores da região de Munique.

Obtenha apoio do seu mentor O que é um mentor? Um mentor é um consultor para os jovens ou pessoas com menos experiência. No nosso caso, os mentores são embaixadores ou moderadores experientes da Plant-for-the-Planet. Cada instituto tem um mentor que está disponível para apoiá-lo em suas atividades após a apresentação. Conhece o seu mentor? Já entrou em contato com ele? Se a resposta é não, simplesmente pergunte à equipe do seu instituto quem é o seu mentor (akademie@plant-for-the-planet.org).

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Conecte-se com embaixadores da sua região O melhor a fazer é se cadastrar online pela plataforma de aprendizagem do seu instituto logo após a apresentação. Por meio dos nossos cursos online, é possível saber mais sobre a importância de agir para ajudar na luta contra a crise climática. Por meio do curso “Sou ativista”, é possível encontrar um grupo de plantio na sua área. Assim que estiver registrado em um certo grupo, poderá entrar em contato com outros embaixadores do grupo e, juntos, planejarem eventos. O mentor da sua região também é um membro desse grupo. Após entrar em contato online, seria uma boa ideia encontrarem-se pessoalmente. Planejem encontros regulares na sua escola (por exemplo, na primeira quinta-feira do mês).

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Mike (16) fundou um clube Plant-for-the-Planet em Friburgo, sua cidade natal. A cada duas semanas, o grupo dele se reúne para discutir sobre as campanhas anteriores e futuras. Mike e seu grupo já realizaram inúmeros eventos informativos e organizaram dez campanhas de plantio de árvores. Além de um pequeno grupo que planeja os eventos para o clube, há também cerca de 90 outros membros que ajudam com o plantio de árvores e outras campanhas. O clube até mesmo possui sua própria página virtual: www.plant-for-the-planet-freiburg.de


Tudo que você precisa para a sua campanha A equipe administrativa da Plant-for-the-Planet está à disposição para auxiliá-lo em qualquer campanha que planejar. Teremos prazer em fornecer todo o material informativo de que precisar. info@plant-for-the-planet.org +49 (0) 8808 / 9345 Sejamos ativistas juntos, em todos os países do planeta Terra, para agarrarmos nosso futuro com nossas próprias mãos. Cada campanha faz a diferença. Vamos nessa!

Nossos materiais informativos: • Panfleto informativo geral da Plant-for-the-Planet • Pôster da campanha “Pare de falar. Comece a plantar.” • Pôster dos chocolates Change • Panfleto dos chocolates Change • Panfleto participativo (para divulgar a associação) • Livros: “Árvore por Árvore” e “Tudo Daria Certo” • Chocolates • Mãos adesivas

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Distribua as nossas mãos adesivas Existem diversos materiais que podem ser usados para a divulgação da Plant-for-the-Planet. Um dos nossos embaixadores teve a ideia de produzir um adesivo em forma de mão, que pode ser usado como na campanha “Pare de falar. Comece a plantar”, e colá-lo sobre os lábios dos adultos. Você, com certeza, encontrará um local apropriado para usar os adesivos. É possível adquiri-los em nossa loja.


“Run4Trees” – A ideia genial de Benedikt para seu grupo ambiental da escola Outro evento singular da Plant-for-the-Planet é o “Run4Trees”. Benedikt Hitzler teve a ideia de organizar um evento em março de 2008, enquanto segurava o panfleto da Plant-for-the-Planet nas mãos. Todos falavam sobre a questão do aquecimento global e os políticos discutiam continuamente sobre medidas defensivas.

Repetindo: discutiam. Benedikt e os demais ativistas, no entanto, queriam fazer algo concreto e tiveram a ideia de realizar uma corrida Run4Trees patrocinada. Nas semanas seguintes, o Grupo Ambiental da escola divulgou os planos e conseguiu convencer a diretoria da escola e o prefeito da cidade a serem seus patronos.

Com tanto apoio da cidade e da diretoria da escola, veio a questão de procurar

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patrocinadores: a parte mais complicada. Isso tudo aconteceu bem na metade das férias de verão e, frequentemente, o número de perguntas superava o número de respostas: e o lanche? Quem se responsabilizará pelos panfletos e pôsteres? Como tudo isso vai se juntar? Fazia calor logo após as férias e a temperatura ia só aumentando! Houve problemas com a impressão dos panfletos, pois a empresa que concordou em fazer a impressão atrasou. A imprensa local quase não deu apoio ao projeto. Além das reuniões normais do Grupo de Trabalho Ambiental da escola, houve reuniões adicionais durante esse período de forte pressão.


Muitas firmas permitiram que deixássemos panfletos nos estabelecimentos deles. Colocamos um pôster publicitário na lateral de um ônibus, que o exibia durante todo o seu percurso pela cidade. Em um outro local, um banner foi colocado no meio de uma rua onde havia bastante movimento de pedestres. Uma agência de publicidade pregou mais de duzentos pôsteres nos postes de luz. Resumindo, pouca gente da região não deve ter ficado sabendo da corrida. Claro, é impossível evitar os imprevistos por completo: é realmente difícil conseguir o patrocínio das pessoas ilustres da cidade (como os políticos). Benedikt afirmou que “na maioria dos casos, as pessoas recusaram, dizendo que não tinham tempo”. Mas, apesar de os ilustres não terem participado, mais de mil corredores cruzaram a linha de partida, com o apoio de sessenta ajudantes. No final, 7.654 euros foram coletados para a Plant-for-the-Planet – resultado de 1.800 horas de trabalho voluntário. Foi uma experiência incrível. Da mesma forma, Moritz (9) e Alina (10) organizaram uma “Run4Trees” com a ajuda dos pais. Os alunos da comunidade de Unterhaching concordaram com a promessa de 100 mil árvores, e Moritz e Alina têm trabalhado arduamente para atingir o objetivo. Desde 2010, já houve seis corridas Run4Trees em Unterhaching. O número de participantes aumenta a cada ano. Você tem alguma uma ideia genial de patrocínio que deseja colocar em prática? Entre em contato com a equipe administrativa da Plant-for-the-Planet pelo e-mail event@plant-for-the-planet.org

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Árvores para o hemisfério sul Ou: 20 euros = 20 árvores

Para cada euro doado, uma árvore pode ser plantada. Mas não queremos plantar apenas uma árvore, queremos plantar o maior número possível – um milhão de árvores em cada país da Terra!

*

Panfletos para isso podem ser solicitados à equipe administrativa da Plant-forthe-Planet

Quando um evento de plantio de árvores é organizado, normalmente é possível encontrar patrocinadores dispostos a oferecer apoio financeiro. Talvez até mesmo seus pais, parentes ou amigos estejam dispostos a ajudar também. Quando você for oficialmente treinado para ser um embaixador da justiça climática, vai poder organizar campanhas “oficiais” para arrecadar fundos e começar a coletar doações em outros locais, como estações de metrô ou em eventos públicos.*

Em nosso site, fizemos uma lista das perguntas mais importantes sobre o tema de arrecadamento de fundos e coleta de doações. Frequentemente, até encontramos empresas e organizações que nos apoiaram generosamente em nossa campanha – servindo como nossos patrocinadores oficiais. É possível ler mais sobre como uma campanha de arrecadação e um patrocínio eficiente funcionam no final desse capítulo. Nosso amigo Benedikt* tem uma ótima ideia para isso. Você pode até fazer com que pessoas se comprometam a cuidar de uma árvore em apresentações. É possível fazer apresentações em lugares onde muitas pessoas se reúnem, como eventos de plantio, festivais e apresentações na escola, eventos da cidade, faculdades, feiras, convenções ou cerimônias de

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premiações, por exemplo. Fale à sua platéia sobre a crise climática, sobre como as árvores são importantes, e que as árvores são o único sistema pelo qual o

Colecione árvores para o futuro – com o seu Cartão Árvore Colecione árvores para o futuro – com o seu Cartão Árvore é possível começar a sua própria coleção de árvores. O Cartão Árvore é feito de madeira e cabe na carteira. Todo mês, pelo menos uma árvore vai ser plantada para você pela iniciativa da Plant-for-the-Planet. Com o seu Cartão Árvore pessoal você pode mostrar a todo mundo que está comprometido a lutar contra a crise climática e contribuir ativamente em período integral. Com a ajuda do seu Cartão de Identificação Árvore individual, é possível administrar suas árvores, e com o seu contador de árvores é sempre possível ter uma visão geral do crescimento da sua pequena floresta.


CO2 é filtrado do ar e armazenado. Compartilhe sua visão de futuro com adultos e os impressione afirmando que ainda estará vivo em 2100. Como embaixador da justiça climática, receberá todos os slides que precisa para fazer sua apresentação. Caso goste de fazer apresentações, os escritórios administrativos vão ter prazer em te ajudar a se preparar para ser palestrante em conferências. Com os honorários de palestrante, uma quantidade ainda maior de árvores poderá ser plantada. No final da sua apresentação, peça a todos os presentes para que se comprometam com uma árvore e que prometam uma quantidade de árvores que gostariam de doar: por 20 euros, plantaremos 20 árvores. A maneira mais fácil de fazer isso é pedir para o ouvinte escrever o número de árvores no verso de um cartão de visita para que possa fazer a coleta. Agora chegamos à parte mais importante: precisamos de dinheiro, acima de tudo, para plantarmos árvores onde elas causem o maior impacto – em países do hemisfério sul. Eles são muito mais quentes do que a Europa. Por causa disso, as árvores crescem mais rápido e, por sua habilidade de absorver CO2, ajudam a combater a crise climática ainda mais rápido do que as árvores em outras partes do mundo, onde crescem mais devagar. Por causa disso, nos unimos a organizações parceiras na África, América Central, América do Sul e Ásia. Essas organizações plantam árvores para a Plant-for-thePlanet com o dinheiro que coletamos. Nossos parceiros transformam cada euro doado em uma árvore. Aqui estão alguns exemplos.

Pegue o seu Cartão Árvore. É um cartão de madeira, do mesmo tamanho e formato de um cartão de crédito www.tree-card.org

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México (América do Norte) Graças à nossa Fundação Plant-for-the-Planet, nós crianças também somos donos de uma floresta desde 2014. Esta é a história de como isso aconteceu: mais ou menos 13.700 hectares de florestas foram destruídos no estado de Campeche, no México, porque um investidor chinês queria comprar a terra para fazer uma grande plantação de arroz. No entanto, o investidor desistiu do projeto e abandonou o que antes era um solo

O pai de Felix organiza o reflorestamento. Ele cuida de duas mil mudas de mogno no terreno da Plant-for-the-Planet, em Campeche. Daqui a dez anos, essas árvores estarão do tamanho do tronco em que estão apoiadas.

extremamente fértil. Com o dinheiro doado pela família Finkbeiner, doações extras de nossos amigos, famílias e uma grande quantidade de apoiadores, nossa Fundação de Crianças e Jovens (através da sua subsidiária mexicana) conseguiu, pouco a pouco, comprar essa terra, com o objetivo de transformá-la em floresta novamente. O primeiro passo foi contratar o nosso próprio engenheiro florestal, que passou diversas semanas investigando nosso pedaço de terra, de tamanho duas vezes maior que o lago Starnberg, para descobrir quais espécies de árvores iríamos plantar e por onde começaríamos. Ao final de 2016, o número de empregados cresceu para 78, incluindo três chefes. Eles conseguem plantar cerca de 6 mil árvores por dia e, ao mesmo tempo, cuidar das árvores que já foram plantadas. Isso dá um total de mais de 2 milhões de árvores novas por ano. Usando painéis solares, temos eletricidade para iluminar as cabanas de madeira para os trabalhadores. Mais de 500 mil árvores crescem em nosso viveiro de mudas por aproximadamente três meses cada, antes de serem plantadas. Raul Negrete Cetina, diretor da nossa Fundação Plant-for-the-Planet mexicana, é um engenheiro que vive e trabalha em Playa del Carmen. Uma vez por semana, ele toma o ônibus noturno para o

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nosso sítio e administra a pesquisa lá, junto com nossos funcionários que plantam, registram as geolocalizações de todas as árvores plantadas e mantêm um registro das espécies de árvores e das taxas de crescimento. Com um índice de êxito de 90%, somos parte do projeto

rtas novamente adas estarão cobe at sm de s ea ár s as de CO2 por Em dez anos, essa ão 100 mil tonelad er rv so ab s, e s re adeira em móvei por grandes árvo ormarmos essa m sf an tr s. , da os ca an dé e r muitas ano. Se, em vint erá na madeira po ec an te rm en pe m a va nd no ai ente, que o Carbono [‚C’] vores imediatam ár s va no r ta r an Po o ciclo. Precisaremos pl o, desta forma, CO2, continuand s ai m mo o mogno ão co er rv is, so cia ab s de lei espe ra ei ad m os m ta n, Campeche. essa razão, plan s em Constitució ica er Am s La ho em nosso Ranc


de reflorestamento de melhor administração do México. Somos muito bem avaliados como empregadores, constantemente expandindo nossa equipe criada e expandindo a área do terreno. Em breve, trezentos trabalhadores florestais plantarão 10 milhões de árvores por ano. Também queremos destacar que mundialmente só precisamos de cerca de 10 mil projetos de tamanho similar para alcançar o nosso objetivo de um trilhão de árvores. Convidamos todos vocês a visitarem esse projeto pessoalmente quando visitarem o México. Além disso, todos estão convidados a se juntar a nós durante algumas semanas para ajudar a plantar e cuidar de árvores. Entre em contato pelo e-mail info@plant-for-the-planet.org. A área de plantio “Rancho Las Americas” fica perto de Constitución, no estado de Campeche, no México. Constitución é uma cidade pequena com dois mil habitantes na Estrada Federal 186, de Chetumal para Escarcega. Nossa embaixadora Alina (15) e o pai dela, Michael, foram um dos nossos primeiros visitantes. O chefe das autoridades florestais do estado de Campeche se encontrou com Paulina, a presidente do Conselho Global, e Felix, no rancho.

Ele afirmou que era o projeto de reflorestamento mais eficiente do estado.

Malásia (Ásia) Na Malásia, plantamos árvores há muitos anos com nossa parceira responsável pelo plantio, a Escola SMK Teloi Kanan. Estamos, obviamente, muito satisfeitos com o fato de que são os próprios estudantes que fazem o plantio das árvores do mangue aqui no litoral. Manguezais são um habitat paradisíaco para pássaros, répteis, mamíferos, peixes, mexilhões, carangueijos e outros animais. Mas, acima de tudo, manguezais nas regiões litorâneas são uma importante forma de proteção contra a exposição à tempestades e tsunamis!

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Filipinas, Indonésia e Tailândia (Ásia) A importante função protetiva dos manguezais contra tsunamis e tempestades tropicais foi demonstrada claramente em 2013, quando um tufão transformou o litoral das Filipinas em uma área de desastre. Juntamente com nossos parceiros de plantio, estamos recuperando os manguezais no litoral das Filipinas, Indonésia e Tailândia, desde o verão de 2013. Apenas em 2013, plantamos mais de 400 mil árvores nesses três países.

Equador (América do Sul) Gregor, que participa da Plant-for-the-Planet desde o começo e havia prestado serviços comunitários no Equador, trabalhou com equatorianos para plantar mais de 28 mil árvores. Juntamente com o líder da região e outros cidadãos do local, Edwin Bustamante, um engenheiro ambiental, reflorestou as florestas da província de Pichincha. No total, treze espécies nativas de árvores foram plan-

Gregor em um evento de 90 reflorestamento

tadas. Por meio desse projeto de reflorestamento, as consequências negativas do desmatamento (mudanças climáticas, erosão, perda da biodiversidade etc.) serão reduzidas e revertidas com o passar do tempo.


República Democrática do Congo (África) A República Democrática do Congo fica em uma das maiores regiões de florestas tropicais da Terra. Mas, como uma enorme quantidade de florestas no Congo foi cortada, houve um crescente aumento de áreas de terra completamente vazias em encostas de montanhas, que são vulneráveis à erosão. O plantio de árvores e o excelente convívio com as pessoas da região, que estão à frente nas iniciativas da Plant-for-the-Planet, estão contribuindo muito no combate desse problema.

Costa Rica (América Central) Com o nosso parceiro BaumInvest, já plantamos 40 mil árvores em áreas não cultivadas. A diversidade única das árvores de teca, assim como diversas outras espécies de árvores regionais que foram plantadas, são, acima de tudo, muito

Uma pequena quantidade de 40 mil árvores na Namíbia

importantes para a diversidade ecológica da região e para a resistência contra pragas. Uma das espécies de árvores plantadas é a amendoeira, cuja fruta é usada como alimento para um papagaio raro. Além disso, reflorestaram áreas ao longo dos rios da região. Incidentalmente, as mudas para a campanha de plantio foram coletadas diretamente do local onde foram replantadas. Em alguns lugares, as árvores foram até mesmo usadas como um substituto natural para cercas.

Namíbia (África) Com as crianças da Namíbia e nossa organização parceira “Árvores para o mundo”, já plantamos mais de 40 mil árvores! Além de absorver CO2, essas árvores têm outra função importante: combatem a expansão de desertos no norte da Namíbia.

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Bangladesh (Ásia) Junto com nossa organização parceira “NETZ”, plantamos quase 115 mil árvores, trabalhando com 23 mil das famílias mais pobres de Bangladesh. As árvores plantadas, que produzem frutos e castanhas, são uma fonte de renda segura e ajudam a melhorar a alimentação dessas famílias extremamente carentes. As famílias agora sabem muito mais sobre a proteção ambiental e gerenciamento de recursos, e estão atentas ao problema em suas vizinhanças. O projeto contribui para uma estratégia nacional na a luta contra o aquecimento global (o Plano de Ação e Estratégia de Bangladesh para a Mudança Climática). As árvores plantadas agem como reservatórios de carbono e cada árvore contribui para a luta contra a crise climática. Acreditamos que todos esses são projetos que merecem contribuição! Nós, da Plant-for-the-Planet, garantimos (assim como um contador licenciado) que, para cada euro doado, uma árvore será plantada em um desses países. A propósito, um euro do custo deste livro que você tem agora em suas mãos também vai ser doado para que outra árvore possa ser plantada! Obrigado!

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Que tal dar uma árvore “de presente”? Um de nossos amigos, certa vez, deu 50 árvores para a avó de presente de aniversário e ela adorou o presente! O lindo certificado de doação agora está pendurado na sala dela. Ou, quem sabe, você possa até pedir para outra pessoa te dar árvores de presente no seu aniversário ou no Natal. De qualquer maneira, percebemos ao longo da nossa campanha que muitas pessoas reagem de maneira bastante receptiva e ficam muito felizes quando pedimos uma pequena doação para nos ajudar a atingir nosso objetivo.


Claro que sempre existem pessoas desconfiadas e que, às vezes, reagem de maneira negativa. Em nosso último encontro, compilamos alguns dos argumentos traiçoeiros que ouvimos em diferentes ocasiões e pensamos em possíveis respostas para elas. Ouse também usar essas respostas, se quiser convencer outras pessoas a se juntar a você! Como mencionamos antes, em nossa experiência, encontramos muitas pessoas que gostam do que fazemos e ficam satisfeitas em doar dinheiro para o plantio de árvores.

Boas respostas para argumentos tolos! Argumento – Mas vai ser bom quando o clima esquentar! Resposta 1: Vai ser bom quando os verões se tornarem tão quentes que todas as crianças e idosos vão morrer de insolação? Resposta 2: Se o aquecimento global continuar no ritmo atual, então milhões de pessoas vão ficar desabrigadas - elas podem ir morar com você?

resolver outros problemas globais.

Argumento – Mudança climática? Isso sempre existiu.

Resposta 1: Você se preocupa mais com o seu próprio conforto do que com o das crianças? Resposta 2: Você acha que o aumento das marés no mundo inteiro e o desaparecimento completo das geleiras etc. não são um problema?

Resposta: É isso mesmo! Mas o mundo nunca sofreu mudanças climáticas tão rápidas quanto agora. Isso está acontecendo porque os níveis de CO2 na atmosfera estão se elevando mais rapidamente do que no passado. Pense nisso por um instante: durante muitas décadas, cavamos mais e mais CO2 do solo na forma de carvão, petróleo e óleo, e os queimamos – liberando mais CO2 na atmosfera. Esse carbono precisou de muito tempo para ser enterrado no solo, mas agora o estamos trazendo de volta à atmosfera praticamente de uma vez só. Tão rápido, na verdade, que estamos soltando a mesma quantidade de CO2 que era armazenada no subsolo ao longo de um milhão de dias (2.738 anos) em um único dia!

Argumento – O quê? Você está falando de 2050? A essa altura eu já terei morrido.

Argumento – Mas uma pessoa só não pode mudar nada!

Argumento – Eu não me importo! Não quero nem saber disso!

Resposta 1: Mas os que AINDA estiverem vivos (nós, as crianças, por exemplo) queremos que a Terra seja habitável. Resposta 2: Você não tem filhos... ou amigos, ou parentes que tenham filhos?

Argumento – Eu já estou fazendo alguma coisa para defender o clima. Eu tento usar o carro o mínimo possível. Resposta 1: Que ótimo! Mas, infelizmente, nem todo mundo está fazendo o mesmo. Então, nós que estamos fazendo alguma coisa, temos que nos esforçar ainda mais. Resposta 2: Você anda de avião? Você come muita carne? Você separa seu lixo? Você poupa energia? Todo mundo pode começar com esses pequenos passos.

Argumento – Mas só algumas árvores não vão mudar nada. Resposta: Cada árvore converte CO2 em oxigênio e estamos sempre plantando mais. Depois do nosso primeiro milhão, mais serão plantadas, porque crianças estão plantando árvores pelo mundo inteiro, juntas. Todos sabemos que as árvores são apenas uma parte da solução, então estamos sempre usando nossas campanhas pelo plantio de árvores como uma maneira de despertar atenção para o fato de que temos que continuar a trabalhar juntos, se também quisermos

Resposta 1: Isso não é completamente verdade! Quando muitas pessoas fazem uma pequena coisa, então juntas elas podem conseguir fazer muito. Pode ser que não consigamos interromper a mudança climática, mas podemos retardá-la, se todos fizerem sua parte. Resposta 2: Nós, por exemplo, estamos plantando 93 árvores. Uma única árvore consegue limpar 24 mil metros cúbicos de ar por dia. E ao longo de sua vida, uma árvore pode remover até três toneladas do perigoso dióxido de carbono da atmosfera!

Argumento – Mas eu já plantei árvores! Resposta: Que ótimo! Mas, por favor, nos ajude a plantar mais! Se você gostaria que um número maior de pessoas seguisse o nosso bom exemplo, então temos uma ótima ideia... (fale a essas pessoas sobre o próximo evento para plantar árvores e como elas podem contribuir).

Argumento – Esse é um problema político... e se eles não estão fazendo nada, por que eu tenho que me importar com isso? Resposta: Se muitas pessoas trabalharem juntas, então os políticos terão que nos escutar e nos ajudar também. Você pode e deve ser um dos muitos que forçam os políticos a


Nosso planeta precisa de embaixadores da justiça climática… Ou: Institutos Plantfor-the-Planet

Para que as crianças e jovens possam se responsabilizar pelo nosso futuro, logicamente precisamos do maior número possível de pessoas que possam nos apoiar. Já temos um grande grupo ao nosso lado, mas precisamos de mais, muito mais! Precisamos encontrar essas pessoas e convencê-las de que podemos fazer alguma coisa juntos para proteger o meio ambiente e para ajudar a justiça climática ao redor do mundo. Para divulgar essa importante mensagem precisamos de embaixadores. Mais Todos podem faze r isto, inclusive você: fale com a maior quantidade possível de pessoas sobre a crise climática e sobre o que podemos fazer pa ra combatê-la!

especificamente: embaixadores da justiça climática e embaixadores do futuro. Nós, crianças e jovens, somos as pessoas perfeitas para esse trabalho! Se você leu todo este livro até aqui, então já aprendeu bastante sobre o que precisa fazer para convencer os outros. Certamente, é benéfico conseguir ajuda e aprender com adultos, mas é sempre melhor quando as próprias crianças se ajudam e se apoiam.

*

Quando possível, Na primavera de 2008, implementamos uma maneira de empoderar os embaixatambém estendemos dores da justiça climática. Geralmente, ao longo de um dia , organizamos um o treinamento por mais de um dia. “instituto” em que as crianças aprendem sobre a crise climática, primeiramente,

*

com outras crianças.

94 Lea e Mira [11, Erlangen, Alemanha]

e o pai dele estavam lá também. Até a equipe de

Em janeiro do ano passado, lemos em

um programa de TV infantil popular na Alemanha

nosso jornal, o Earlanger News, que

estava lá e uma rápida matéria sobre nosso

um instituto climático ia acontecer na

evento foi ao ar, no rádio, no estado da Bavária,

Estação Ambiental de Lias Grube em

Alemanha. Um ano depois, no final de fevereiro de

Eggolsgheim, Alemanha. Em nossa

2010, em conjunto com nossa amiga Elisabeth,

família, conversamos muito sobre a

fizemos o discurso de abertura no instituto em

crise climática e nosso pai também

Sttutgart. Foi fantástico! Estamos planejando um

está envolvido nesta área, então, imediatamente,

instituto em nossa cidade natal, Erlagen, para que

achamos que isso era a nossa cara. Mesmo sendo

mais crianças de nossa região também possam se

um fim de semana de muito frio e chuva, o evento

tornar embaixadoras da justiça climática.

foi muito bom! No total, plantamos 130 árvores. Também achamos muito legal que Felix, as irmãs


Instituto Plant-for-the Planet, com crianças zulu, em Thousand Hills, África do Sul

Ao escrever este livro, já terminamos todo o treinamento para nos tornarmos embaixadores da justiça climática. Além de aprendermos muito, também nos divertimos pra valer durante o processo! Na primavera de 2008, estabelecemos uma maneira de “empoderar” os embaixadores da justiça climática. Normalmente, ao longo de um dia – ao que chamamos Plant-for-theAcademy

Planet

de “instituto” –, nós crianças aprendemos sobre a crise climática, especialmente,

Registration: www.plant-forthe-planet.org/ Participation en/academy/eve and catering nt is free of charg e! Contact: Name of Instu tution Contact: Nam e Surname Adress Email, Telep hone

CITY MONTH XXth , 2015

uns com os outros. Passamos por todo o treinamento para nos tornarmos Preliminary 9:00

9:30

program:

Check-In

Welcome and introduction Now we child ren save the world! Climate Justic e Ambassad or´s lecture Questions and discussion of the lecture Break

embaixadores pela justiça climática. Além de aprendermos muito, nos divertimos 9:45

10:15

pra valer!

10:30 10:45 11:30 12:30 13:15

World Game: We citizenship and experience global climate justic e Rhetoric pract ice in working groups Lunch Planting party

Plant-for-the-Pl anet Contact:

Lindemannstras se 13 82327 Tutzing, Germany name@plant-fo r-the-planet.or Tel.: +49 8808 g 9345

Supported by: Thanks to xxx maki

ng this even

unterstützt das Umweltprogramm der Vereinten Nationen

t happen.

Venue: School / Instit ution Street and Num ber ZIP and City

Crianças com idade entre 9 a 12 anos podem participar de institutos para se 15:00

15:15

Break

World Café (grou p work): How can we motivate our friends, parents and teachers to help us with 3ODQQLQJ RXU RZ our goals? Q ȴUVW SURMHFWV Closing even t with other interested parents, friends and people: We prese projects, goals nt our and visions to and become the adults appo Justice Ambassad inted as Climate ors End of the Acad emy

Please note: NOTE

tornarem embaixadoras de justiça climática. Para crianças maiores e jovens, a 16:30

Our supporter

s:

Plant-for-the-Planet também tem oportunidades incríveis. Na próxima parte, haverá Your Logo

uma explicação mais detalhada sobre os institutos para embaixadores e nossos 17:30

encontros de crianças e jovens.

Invitation to the Plant-for-th e-Planet Academy in CITY on MONTH XXt h, 9:00 am to 5:30 2015 pm Children fight ing for global climate justic e

Plant-for-the-Pl anet Founda Sozialbank / tion Konto-Nr. 200 000 / BLZ 700 IBAN: DE1370 205 020500000020 0000 / BIC: BFSWD 00 E33MU

Neste capítulo, queremos descrever para você como os institutos funcioE

nam e as coisas interessantes que podemos aprender lá.

Event about the climate crisi s, free of charge

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Nós compilamos as impressões de diversas crianças que participaram de um instituto e também acrescentamos informações para dar mais contexto aos seus pontos de vista. É claro que seria ótimo se você pudesse participar de um instituto em sua região. Você pode ver notícias atualizadas sobre futuros institutos em nosso site: www.plant-for-the-planet.org* Talvez você possa até organizar um instituto por conta própria, como por exemplo, na sua escola. Se desejar fazer isso, teremos prazer em te ajudar! É só entrar em contato conosco por meio do: academy@plant-for-the-planet.org

* Em nosso site, oferecemos aos institutos uma porção de “materiais” úteis, que podem ser usados a qualquer momento.


Se você não puder ou não quiser participar de um instituto, ainda pode aprender muito sobre ele neste capítulo! Nossas academias sempre funcionam de acordo com um modelo específico para obtermos os melhores resultados. Assim, o treinamento para se tornar um embaixador da justiça climática é formado por diversos elementos edificantes – os quais chamamos de “módulos”. O que realmente importa é que, nos institutos, é possível aprendermos uns com os outros. Portanto, também é necessário ter lá pelo menos um embaixador da justiça climática “pré-treinado” (é claro que adultos podem ajudar com a realização do evento).

Academia de embaixadores da justiça climática

Módulo 1: introdução Ou: ouvir e discutir a palestra de um embaixador da justiça climática

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eu não m medo, porque meira vez, fiquei co pri la pe s ça ermos an ec cri nh outras ertida “para nos co ia começou e vi as uma dinâmica div os em “Quando a academ nte e fiz s rba ma ba ] mo, [... enorme feita de , só meu amigo Mo nos deu uma bola a, eir ad Assim nc conhecia ninguém ). bri os a mã iu e conduz lado em nossas sora de Momo, qu o barbante desenro do ran ebrar o gu melhor”. A profes qu a (se u or do nosso red para ela. Isso aju os em círculo ao ntar alguma coisa rgu pe s disse para jogarm mo vía de pessoa, ” a bola para outra do nosso círculo. que jogássemos bem legal no meio s fio de e red a emos um gelo e, no final, fiz

Depois de algumas dinâmicas para quebrar o gelo, um dos embaixadores da justiça climática já treinado apresentou para a gente uma palestra com duração de uns 45 minutos. A palavra “palestra” normalmente soa como uma coisa chata, mas não foi de maneira alguma! Em primeiro lugar, nós crianças achamos muito mais fácil escutar outras crianças do que adultos (mesmo que muitos adultos não gostem de saber disso), então ficamos concentrados durante as palestras do instituto, apesar da grande quantidade de informações que possuem.


Em segundo lugar, há uma ótima apresentação em PowerPoint que acompanha a palestra (também feita por crianças e adolescentes)*. Ela ajuda a ilustrar muito bem a mensagem do embaixador. Em terceiro lugar, o assunto da palestra é incrivelmente interessante... é sobre o nosso próprio futuro! Se você leu o capítulo “O que significa a mudança climática?”, então você já sabe bastante. De qualquer modo, vale a pena olhar de novo o material e, quem sabe, você ainda possa aprender alguma coisa nova. Claro que quanto mais você souber sobre os fatos, mais fácil vai ser convencer as pessoas a participar. Depois da palestra, discutimos as perguntas das pessoas e o conteúdo do curso com mais detalhes. Normalmente, fazemos isso em grupos menores porque as conversas podem ser mais detalhadas e aprofundadas. No final, nos juntamos novamente em um grande grupo e conversamos sobre o que aprendemos. Veja um exemplo de uma pergunta e de como foi respondida. Depois da palestra que Mira e Lea, de Erlangen, fizeram em Stuttgart, um membro da plateia (e futuro embaixador) disse que apesar de as geleiras, de modo geral, estarem derretendo muito rápido, também havia lugares na Antártica onde elas estavam se tornando mais espessas. Será que isso é verdade? Nós investigamos essa pergunta e descobrimos que é verdade. Apesar de as calotas polares na Antártica já terem começado a derreter, existem áreas no continente gelado onde as geleiras estão engrossando. Dá até para dizer que estão indo contra a tendência. Por quê? Porque quando o gelo que cobre o mar ao redor da Antártica derrete durante o verão, a quantidade de vapor de água no ar aumenta. Se essa umidade sobre o mar for empurrada para a terra por ventos fortes, então fortes nevascas cairão nessas áreas e, por causa da neve congelante, o gelo se torna mais espesso. Perguntas como essa obviamente são bem aprofundadas, e não é de se esperar que alguém tenha todos esses detalhes complicados na cabeça o tempo todo. Porém, sempre tentamos responder a todas as perguntas da maneira mais completa e clara possível.

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Módulo 2: crise climática Ou: discutir o tema da justiça climática l pedaços de pape ntramos na porta co en m, ge via e rta de uma cu de perto, vimos qu “Quando voltamos Quando olhamos perando por nós. es s ho an enos cartões tam s de diferente erentes) eram pequ tinham formatos dif m bé tam Norte, América e (qu do is ca éri esses papé Europa, Ásia, Am s: nte ne nti e co s diferente ado em saber o qu com os nomes de uei muito interess Fiq a. áli str Au rra e ba a , Antártic a, nos deu uma do Sul, Ásia, África líder da brincadeir o , an ffm Ho , is tão seguida! En me deixou ainda ma iríamos fazer em cada mão, o que para segurar em lão ba um e te mo são injustos os de chocola gredientes” foi co em mos com esses “in de ren ap e qu a, eu estava de pé O animado. ia na Terra. No fin erg en de o um ons dade e co ito pouco choc níveis de prosperi ças e tínhamos mu nte de outras crian mo um m co e na América do a nte um contine ipalmente na Europ nc pri s, nte ne olate nti outros co is barras de choc late, enquanto em s tinham muito ma ela s ma s, ça an s cri menos ntes (e os paíse Norte, havia muito mos quais contine r quando percebe pio da ain ou ente inacreditável! Fic sm s! do que nó de CO2 - foi simple e ad tid an qu a ior zem a ma fazer para mudar envolvidos) produ o que poderíamos bre so ar ers nv co nos fez Obviamente, isso amos vendo.” táv es e qu injustiça

No segundo módulo, fizemos uma brincadeira chamada “A Brincadeira do Mundo”. Nessa brincadeira, aprendemos sobre justiça, tanto em termos de prosperidade quanto de justiça climática. Somente quando vemos isso claramente diante dos nossos olhos é

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que conseguimos entender como a atual estrutura do mundo realmente é injusta. Na brincadeira, uma pequena parte da população mundial tem a maior quantidade de doces, simbolizando sua riqueza. Para se tornarem tão ricas, essas pequenas partes do mundo usaram os recursos dos países mais pobres (petróleo, gases, metais etc.) e, ao fazer isso, criaram a grande maioria das emissões de CO2 do mundo, que, por sua vez, contribuem para o aquecimento global. No entanto, aqueles que causaram o aquecimento global não são, normalmente, os que sofrem as consequências, mas sim os países que tem a menor quantidade de doces - os países pobres!


Módulo 3: Falando em público e estilo Ou: aprender a fazer palestras curtas “Meu amigo Se bastian, que é um embaixado convenceu a pa r da justiça cli rticipar da acad mática há muit emia), primeir o tempo (e qu discurso: ficar o, me explicou em me olhando fixam o que deve se en te r evitado dura pa ra uma folha de olhando apenas nte o papel e ler alg para os papéis umas linhas em e para o chão vamente, não vo z , ba de ixa, monstrando es foi um bom di tar desconfortá scurso porque vel... DefinitiDe qualquer m nada do que te aneira, o prim nt ou dizer foi claro eiro discurso de ou convincente não foi por mald le foi tão ruim . ade, porque Se que todos com ba eçaram a rir st ian estava faze como melhorar mas ndo aquilo de nossas habilid propósito. Entã ades de falar o, praticamos foi a minha ve em público se z de fazer um m magoar a ou di sc tra pessoa. Qu ur so no meu grupo, Mas, foi ótimo ando fiquei bem nerv descobrir que oso, para ser conseguimos truques enquan sin m ce elh ro or . ar rapidamente to falamos! Du com algumas as semanas de di clima na esco ca s po e is, fiz minha prim la e foi muito di eira palestra ofi vertido!” cial sobre o

O ato de falar em público era conhecido como “retórica”, na Grécia antiga, o que significa “oratória”. Precisamos nos perguntar: como e com que postura devo falar para convencer os outros? Dizem que essa forma de arte foi desenvolvida há mais de dois mil anos nas praças públicas da Grécia antiga, onde os falantes tentavam atrair multidões para o seu assunto e convencê-los sobre seus pontos de vista. Com certeza, cada um de nós já sentiu que, às vezes, não é nem um pouco fácil transmitir o que sabemos para os outros. Então, queremos apenas transmitir para as pessoas o que sabemos, para que tudo fique bem compreendido. O percurso que a ideia percorre, passando da cabeça para a boca de quem fala e em direção ao ouvido e o cérebro de quem escuta, muitas vezes, não é tão simples como gostaríamos.

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Isso pode acontecer por muitas razões. Por exemplo, às vezes é fácil se empolgar demais, confundir as coisas, ou misturar os aspectos importantes e menos importantes de um assunto, perder a sequência do discurso, ou ficar intimidado pela plateia - apesar de a maioria não ter a intenção de intimidar. Em algumas escolas, no entanto, estudantes praticam a habilidade de falar livremente na frente da sala. Mesmo assim, não é uma questão fácil. Na qualidade de embaixadores da justiça climática, muitas vezes, falamos para grupos de pessoas, tanto grandes quanto pequenos. Explicar e informar são nossa especialidade, então, é bastante importante praticar a fala em público. É por isso que nossos institutos oferecem uma aula de retórica. Além disso, a melhor prática acontece com o trabalho em grupo: 1. Lembre-se de falar em alto e bom tom - tente não murmurar! E tente manter a velocidade dentro de uma média normal, nem muito rápido, nem muito devagar 2. É bom usar palavras e termos que sejam particularmente importantes e memoráveis. Veja um pequeno exemplo de nossa palestra sobre clima: “O que é a Plant-for-the-Planet? Muito simples! É uma iniciativa conduzida por

Alina: habilidades de retórica!

crianças que plantam árvores em nome da justiça climática. Em 2007, Felix Finkbeiner, então com nove anos, fez uma apresentação na escola sobre a crise climática...” 3. De vez em quando, olhe para as pessoas na plateia e faça um contato visual! Isso vai ter dar a oportunidade de perceber

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quando alguém parecer não entender o que você está falando. 4. Tenha certeza de ficar em pé com a postura correta e de se apoiar nas duas pernas (sério, isso ajuda mesmo!). 5. Quando for a vez de outras pessoas apresentarem, não faça bagunça!


Módulo 4: eventos de plantio Ou: nós mesmos plantamos árvores e preparamos novas campanhas de plantios “Foi empolgante e dive rtido assistir e participar . Alguns de nós nunca tính trabalhado com terra ant amos es e estávamos um pou co desconfortáveis ao pela primeira vez. O gua faz er isso rda florestal nos deu um sorriso e disse: “É terra, é veneno!” De vez em qua não ndo ele precisou salvar algumas árvores de nos boas intenções. As mudas sas mal saíam do solo (...) aprendemos que a som é especialmente boa par bra a plantas jovens, mas que o sol direto pode ser mu prejudicial.” ito

Nossas institutos geralmente acontecem no outono ou na primavera, exatamente na melhor época do ano para se plantar árvores jovens. Não podemos organizar um grande evento de plantio em nosso Dia da Academia, mas, quando possível, saímos sob a orientação de especialistas – de preferência, com silvicultores – e plantamos algumas árvores. Fazemos isso ou plantamos mudas em vasos – tiramos plantas bem jovens das bandejas de sementes e as replantamos em vasos de sisal. Isso significa que, posteriormente, as árvores podem ser plantadas no solo, nos vasos de sisal. É claro que nós, como embaixadores da justiça climática, não temos como plantar todas as árvores que germinamos. Mas é bom e importante saber como se faz. Isso é crucial para que estejamos preparados para conduzir os maiores eventos de plantio possíveis depois que o instituto terminar!

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Módulo 5: World Café Ou: como outros podem se envolver O World Café nos dá a oportunidade para trabalhar em pequenos grupos com , nos para dentro te, voltamos en m va no s nossa mesa assunto em amente limpa ferentes. O tavam relativ di es as s Como es ão m m nossas atividades?” em quatro “Depois que lgar nossas e sentamos vu os di up sa gr anotamos en , es pr os diferent fazer a im ante... Junt de ss a re et te m in a dividimos em r to o atingi ussão mui sentaram na dial foi: “com revezaram, , achei a disc al se ip ic os un up m do Café Mun gr conselho O pôster is, todos os faz parte do e o assunto. pouco depo minha mãe pôster sobr pôster. Um no um ito cr mas boas em es gu as ssas idei as tinham ” Já havia al todas as no outras crianç , avós etc.)? is as e pa , qu esa mais es o m or m de a e vira ultos (profess . Mudamos as ad ei os id s próxima mes ar iv ria o mot ssas próp evento de a dizia: “com gumas de no ganizar um na outra mes mos mais al m: “como or na va io ta ic un ad rg s ideias s ta pe as e nó eres que el ver quan ideias anotad , havia pôst mente incrív as al es re m i Fo as . tr ?” e, nas ou estudantes duas vezes os e outros inspirar amig o om “c e plantio?” emos lá!” boas nós tiv

diferentes tópicos. Em cada pôster todas as ideias que já foram anotadas até agora por outras crianças podem ser levadas adiante e ganhar a contribuição de suas próprias ideias.

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Módulo 5B: trabalho em grupos escolares Ou: entramos em ação! O grande conjunto das nossas ideias para o Café Mundial vai então ser usado como a base para o trabalho a seguir e para a ação em grupos escolares. Aqui, todas as crianças de uma escola se juntam ao redor de um pôster para definir projetos específicos: como queremos nos envolver com a Plant-for-the-Planet em nossa escola? Para fazer um plano de ação efetivo, escrevemos exatamente “o quê” planejamos, “quem” de nós vai desempenhar qual papel em nossa escola e “até quando” queremos atingir nossos objetivos. No final, anotamos todas as nossas metas, promessas e planos em pôsteres grandes. Nossos pôsteres para escolas não são apenas planejados para serem um lembrete para as crianças, mas também para demonstrar para os adultos que nós levamos nosso comprometimento com a justiça climática muito a sério.


“Somos cinco em nossa escola e jun tos nós pensamos com a Plant-for-th sobre como querí e -Planet no futuro amos nos envolve . Du rante o Café Mund r ideias. Por causa ial, já havíamos co disso, foi muito fác letado muitas il pla nejar as campanha conduziu a organiza s para a nossa es ção de um estande cola. Sarah da Plant-for-the-Plan antes das férias de et no festival da no verão. Depois, Lis ss a escola logo a quis escrever um para isso, ela decid artigo sobre o fes iu tirar uma foto “P tival da escola e, are de falar e começe parte do conselho a plantar” com a municipal. Antonia tia dela, que faz mal podia esperar fazer um discurso pelo festival da es sobre a Plant-for-th cola. Ela decidiu e-P lanet e a Academ contas, as outras ia na semana segu crianças em noss inte. Afinal de a escola também climática. Leon e deviam ser inform Nilklas gostaram adas sobre a crise tan to de plantar árvores organização de ou que se responsab tro evento de planti ilizaram pela o.”

Módulo 6: nossa primeira palestra Ou: apresentando nossas metas aos adultos a primeira apresen os começar noss íam do an qu do os ss me no professores “Eu já estava com lmente por tantos s adultos, principa r as coisas ilha art tação na frente do po, eu queria comp tem o sm na me ao Depois dessa noite estarem lá. Mas, do no mundo todo. en faz os tam es ” e metas à vista. emocionantes qu m novas grandes s para a escola co Academia, voltamo

O ponto alto do evento ainda está por vir: no final da Academia, sempre convidamos a maior quantidade possível de adultos (pais, professores e, às vezes, prefeitos também), para quem os novos embaixadores da justiça climática possam expor tudo o que aprenderam durante a Academia. Além nos dar a sensação de orgulhosos de nós mesmos, isso nos faz sentir como é assumir responsabilidade pelas nossas próprias metas diante dos adultos. Por falar nisso, explicar para os adultos algumas coisas que eles não entendiam muito bem antes é uma ótima experiência.

Desde que a Plant-for-thePlanet foi fundada, mais de 46 mil embaixadores da justiça climática 103 ganharam poder em mais de 800 Academias. Com nosso conceito de ‘Academia’, ganhamos experiência em mais de 51 países e nós podemos afirmar que funciona! É por isso que queremos implementar nossas Academias em todos os países.


Nossa Conferência Anual das Crianças no lago Starnberg, Alemanha Nossa primeira Conferência das Crianças aconteceu em 2010. Agora, todo mês de Abril, próximo ao Dia da Árvore na Alemanha, mais ou menos cem embaixadores da justiça climática (que, em sua maioria, falam a língua alemã) se reúnem na Conferência das Crianças. Temos a oportunidade de nos conhecer, relatar nossas atividades, conhecer os membros das equipes administrativas de Tutzing e Uffing e pensamos em novas ideias juntos. Em palestras e workshops, aprendemos como os cientistas estão trabalhando para combater a crise climática, quais são os últimos conhecimentos científicos, porque a madeira é ótima e como a Plant-for-the-Planet está se desenvolvendo em todo o mundo. É claro que o programa inclui tempo livre: plantamos árvores ou organizamos uma olimpíada florestal. Nós, embaixadores, fazemos todas as palestras e temos muitas experiências diferentes. Existem cursos especiais para aprender como fazer palestras e falar em público. Durante essas sessões, você pode testar o som da sua própria voz, praticar técnicas de apresentação, ou aprender dicas e truques para o palco. Um destaque da Conferência das Crianças no Lago Starnberg é a Festa de Eleição, onde nosso novo Conselho Global é anunciado. Durante esse fim de semana, todos os embaixadores do mundo votam para decidir quais serão as 14 pessoas que irão fazer parte do Conselho Global. Esse perído de um ano começa

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em 1º de julho. A conferência termina com nossa decisão sobre quais projetos iremos desenvolver no próximo ano em níveis regional, nacional e global. Esteja lá com a gente e faça sua inscrição agora, pela internet, para a próxima Conferência das Crianças em: www.plant-for-the-planet.org/de/mitmachen/veranstaltung Assim como a conferência na Alemanha que já mencionamos, também acontecem outras Conferências das Crianças no Malawi, México e Espanha.

Conferência das Crianças no Lago Starnberg 2015


Encontro da Juventude Nosso primeiro Encontro da Juventude aconteceu de 20 a 25 de maio, em2015. Oitenta e oito jovens da Plant-for-the-Planet, de 23 países, trabalharam para escrever um manifesto na Academia Evangelista em Tutzing. Nesse manifesto, juntamente com todos os outros, exigimos a implementação do Limite de Dois Graus, entre outras coisas. Quando o manifesto estava terminado, nós o enviamos para todos os nossos embaixadores em Berlim, para que eles o encaminhassem para os líderes relevantes do estado e do governo. Também escrevemos nossos pedidos para a Convenção do Clima em Paris, onde nós, embaixadores mais velhos da Plant-for-the-Planet, nos posicionamos. Nossas exigências foram exibidas em 58 balões cheios de gás hélio, para que todos os líderes do governo os vissem. Os balões foram soltos alguns dias depois no lago Stanberg, coincidindo com o encontro do G7, em Elmau. Cadastre-se para o próximo: http://www.plant-for-the-planet.org/en/about-us/youth-summit

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Estamos planejando nosso futuro para nós mesmos Ou: negociações sobre o limite Somos embaixadores e intermediários para o nosso futuro. Por meio de consultas globais, desenvolvemos um plano de três passos para salvá-lo. Mesmo que estejamos lutando pela coisa certa, temos de convencer outras pessoas sobre o valor de nossas ideias e persuadir os poderosos, que precisam implementar nosso plano de três passos para salvar o futuro. Portanto, oferecemos uma Academia adicional para jovens que queiram se tornar um “Negociador Certificado para o Futuro”. Nessas Academias, nós, jovens, treinamos uns aos outros usando muitos exemplos práticos de como podemos negociar com sucesso com os chefes de empresas, prefeitos, primeiros ministros e governos. Temos de saber exatamente o que queremos e precisamos manter a cabeça fria em situações estressantes. Matthias Schranner, um reconhecido especialista em negociação, nos ajudou a desenvolver o conteúdo dessa Academia (www.schranner.com). Durante anos, ele trabalhou junto à polícia como negociador em situações com reféns. Hoje, ele treina executivos de empresas renomadas e desenvolveu para nós uma estratégia de sete passos sobre como podemos atingir nossos objetivos numa negociação: 1. Como analisar corretamente a outra pessoa e suas motivações? 2. Como perseguir nosso objetivo com uma estratégia clara?

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3. Como conquistar alguém com os argumentos certos? 4. Como tomar a dianteira em uma negociação? 5. Como mostrar nossa força? 6. Como acabar com a resistência contra nossos argumentos? 7. Como ter certeza de que as condições do acordo sejam cumpridas?


Todos os embaixadores recebem uma “TreeShirt”, que é uma camiseta feita de Tencel de fibra de madeira, colhido biologicamente pela Lenzing, uma empresa austríaca.

Conhecimento é o único recurso que não diminui ao ser compartilhado. Atualmente, estamos desenvolvendo uma plataforma de e-learning. O objetivo é que crianças e jovens possam ser treinados como embaixadores, promovendo o seu conhecimento. Logo, também vamos oferecer novo conteúdo, como sistemas financeiros do mundo, governança global e transição de energia. Descubra mais informações sobre como você pode participar em nosso site www.plant-for-the.planet.org. Existem muitos milhares de crianças e jovens pelo mundo. Existem mais de nós a cada dia. Acreditamos firmemente na inteligência coletiva e não na teoria de grandes homens: uma única pessoa não pode

Na Conferência para crianças da UNEP na Coréia do Sul, em 2009, Felix disse: “Todos os que organizamos, juntamente com a UNEP, consultas globais duranquiserem plantar um milhão de árvores no seu país, subam ao palco.” Natália, da Polônia, conta como ela te conferências de jovens e crianças na Noruega, em 2008; começou a participar: “Eu e minha amiga Milena viajamos Coréia do Sul, em 2009; e Japão, em 2010, com centenas para a Conferência UNEP para Crianças e Jovens na Coréia de participantes. Ficamos conectados através de laptops do Sul, onde assistimos a uma apresentação de Felix. e, quando algum de nós tinha uma ideia, todos os Primeiro pensei: “Com certeza, quero plantar um milhão de 107 outros a viam e podiam reagir, acrescentando suas árvores no meu país... mas, será que isso é possível?”. Então, próprias ideias e votando a outras. Foi como eu vi a quantidade de crianças que estavam subindo no palco com resultado desses processos de consultas que Felix e pensei comigo mesma: “Nós podemos fazer isso juntos!”

mudar o mundo sozinha, mas um movimento global pode. Nós

desenvolvemos nosso plano de três passos.


Apresentamos esse plano para a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) em 2 de fevereiro de 2011, em Nova Iorque: 1. Vamos plantar mil bilhões de árvores (1.000.000.000.000) até 2020! Existe espaço suficiente para todas essas árvores a mais no planeta, sem competir com a agricultura ou a moradia, nem em desertos e áreas secas. 2. Deixe os combustíveis fósseis no solo! Já existe tecnologia que vai nos permitir viver com energia 100% renovável no ano de 2050. 3. Vamos lutar contra a pobreza com a justiça climática! Vamos dividir o orçamento restante de aproximadamente 600 bilhões de CO2, que iriam impedir um aumento na temperatura média de mais de 2 ºC, igualmente entre todos os cidadãos do mundo. Isso significa 1,5 tonelada de CO2 por pessoa por ano. Quem quiser mais paga por aqueles que usarem menos. Chamamos isso de “justiça climática”. Você sabia que desde que a Plant-for-the-Planet existe, cerca de 46 mil embaixadores pela justiça climática foram treinados em nossas academias? Com nosso conceito de ‘academias’ e nossas experiências em 51 países, aprendemos e vimos que funciona. É por isso que queremos ser representados em todos os países do mundo.

Serei um coordenador Ou: coordenando eventos no seu país 108 Queremos ter mais de um milhão de embaixadores até o ano de 2020. Para atingir nosso objetivo, precisamos organizar ainda mais academias em todos os cantos do mundo. Nossos embaixadores mais velhos e adultos podem nos ajudar com isso ao se tornarem coordenadores das academias. Se você deseja ganhar dinheiro enquanto estuda e gostaria de fazer algo que vale a pena junto com sua carreira, inscreva-se para ser coordenador.


Se você tem 18 anos, pode ser coordenador do programa em qualquer lugar do mundo. Como coordenador, com a ajuda de nossa equipe de administração em Tutzing, você vai organizar academias onde você vive e inspirar muitas crianças que irão espalhar a ideia de justiça climática como embaixadoras.

Temos dois centros no mundo para treinar adultos como coordenadores. Na Europa, usamos nossos dois escritórios administrativos na Bavária (Alemanha) - um no Lago Starnberg e outro em Uffing. Nossa outra base de treinamento é em Playa del Carmen, no estado de Quintana Roo, México, onde fica a organização mexicana da Plant-for-the-Planet. Durante um curso de três semanas, você irá aprender tudo sobre a Plant-for-the-Planet, os fundamentos científicos, comunicações e apresentação. Os cursos estão disponíveis em inglês, alemão ou espanhol e

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nossos líderes especialistas têm uma abordagem bem prática. Durante a sessão de treinamento, você irá começar a organizar sua primeira academia. Porque não unir o seu treinamento como coordenador a um curso de língua espanhola ou alemã? Para mais informações sobre o centro de empoderamento e datas atualizadas, visite http://www.plant-for-the-planet.org/en/join-in/ empowerment-center

&N 6GÉOH OB "MFNBOIB e em Playa del Carmen, no México, temos cursos de treinamento para coordenadores. Durante o curso de treinamento, os participantes vão permanecer conosco também.


Tudo estaria bem Nós, seres humanos, sabemos muito, somos capazes de ainda mais, mas também enfrentamos desafios extremos. Nós, jovens, não estamos apenas herdando uma dívida inimaginável dos adultos, mas também um Monte Everest de problemas não resolvidos e desafios: 1. O crescimento da população mundial continua e em alguns anos vão existir no mundo quase 50% a mais de pessoas do que hoje. Todos estarão atrás de um padrão de vida equivalente ao que existe nos Estados Unidos e na Europa Em março de 2013, Felix fez um sermão na Igreja do Redentor em Schwabing, Munique, que depois foi impresso em um folheto entitulado “Tudo daria certo” (“Alles würde gut”). O discurso pode ser encontrado no YouTube buscando as palavras ‘Felix Kanzelrede’ (apenas em alemão). No primeiro ano de publicação, mais de 50 mil cópias do panfleto “Tudo daria certo” 110 foram compradas. A publicação também está disponível em inglês para compra por um euro na loja em www. plant-for-theplanet.org, em lotes de seis, treze e cinquenta cópias, sem custo de envio para a Alemanha.

hoje, o que requer muitos recursos. No entanto, isso irá exceder em muito a capacidade que a Terra consegue suportar. 2. Na época em que nascemos, nos anos 2000, foi feita uma promessa que já foi quebrada: a implementação dos objetivos de desenvolvimento das Nações Unidas, os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), até o ano de 2015. Supostamente, não houve o dinheiro necessário. O custo da crise financeira de 2008 e o resgate dos bancos, que foi desencadeado pela crise, teve impacto em muitos dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Você sabia disso e o que você fez? Será que essa pergunta histórica é permitida? E será que será feita em voz alta e com mais frequência nos próximos anos? Há 70 anos, os irmãos Sophie e Hans Scholl resistiram na Alemanha. Eles foram os modelos de estudantes corajosos, pois resistiram da maneira como podiam: utilizando panfletos para denunciar as injustiças que viam. E, assim como a ditadura de 1943 não foi um desastre natural inevitável, a pobreza global também é criada pelo homem, a crise climática é criada pelo homem e o sistema financeiro é feito pelo homem.

Por que não fazer a sustentabilidade ser parte do nosso conceito de sobrevivência? Os adultos devem aprender com os florestadores que “descobriram” esse termo 300 anos atrás. Ou, mais especificamente, com Carl von Carlowitz, que estabeleceu o princípio de sustentabilidade em 1713. Tudo o que os florestadores colhem é devido ao trabalho dos seus ancestrais. O trabalho dos florestadores de uma vida inteira é feito para as gerações futuras. Algumas empresas se orgulham de seus lucros; no entanto, é um feito conseguir lucro às custas das crianças (algo comparável à derrubada de árvores sem reflorestamento)?


Mudar para a energia sustentável é essencial para nossa sobrevivência Mudar para a energia sustentável é essencial para nossa sobrevivência! Estamos, atualmente, vendo esforços de lobby extremamente bem sucedidos, feitos pelas indústrias nuclear e automobilística, contra a transição para a energia renovável, que eles tentam apresentar como sendo cara demais. Mesmo que a transição completa para a energia renovável custe à Alemanha um trilhão de euros até 2050, subsídios mais altos foram fornecidos para as indústrias de carvão e petrolíferas nas últimas décadas, sem incluir os imensos custos em consequência do lixo nuclear. Além disso, na Alemanha, são importados 100 bilhões de euros em gás e petróleo todos os anos. Ao contrário das nações árabes e russas, o sol não nos manda uma fatura. O pagamento da transição energética é feito bem mais rapidamente do que o pagamento de um

A transi energéti ção fácil de ca é mais que um a pagar do partamen to

!

apartamento. Temos que lutar pela transição energética: o mundo todo e todos os jovens estão olhando para a Alemanha. Se os alemães forem bem sucedidos na transição energética, então nenhum estado no mundo poderá dizer que não dará certo. Com a transição energética na Alemanha, muito mais está em risco do que é falado nas discussões nacionais. Se os lobistas tentarem subverter o desejo manifestado pela maioria, desta vez, então o nosso futuro será muito sombrio. Temos que impedir isso! Aumentar a dívida que as gerações futuras terão de pagar não é sustentável. A transição para a energia sustentável funciona de maneira diferente, porque quanto mais rápido nós a implementarmos, mais rápido poderemos economizar 100 bilhões de euros por ano em importação de energia. Com essa economia, poderemos rapidamente pagar qualquer dívida. É por isso que as crianças e jovens estão pedindo ao governo alemão para fazer um empréstimo, para que possamos implementar a transição da energia o mais rápido possível. Tudo daria certo se conseguíssemos plantar um trilhão de árvores até 2020 e mostrássemos que o futuro da humanidade é importante para nós. A humanidade conseguiu ir para a lua em dez anos. Plantar árvores é certamente mais fácil. Tudo daria certo se, por meio do plantio de árvores, aprendêssemos a nos ver como uma família global e, por meio dessa compreensão, enfrentássemos outros desafios da humanidade. Tudo daria certo se acordássemos e fizéssemos a coisa certa.

Na conferência de Negócios VW em Wolfsburg, em junho de 2013, Felix disse: “Sustentabilidade não é provisão; 111 é o direito de nossas crianças.” .



Nós crianças somos cidadãs globais e políticas Ou: pensando e agindo como cidadãos globais 130 O que nós crianças podemos fazer? Ou: nosso Plano de três pontos para salvar o futuro

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O carvão, o petróleo e o gås devem ser deixados no solo 2X D ³SURPHVVD GH (OPDX´ H D � &RQIHUrQFLD VREUH R &OLPD HP 3DULV HP

Somos embaixadores da justiça climåtica Ou: como estamos lutando pelo nosso futuro

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“NĂŁo seremos capazes de chamar os adultos Ă responsabilidade, pois eles estarĂŁo mortos quando tivermos de resolver os problemas que eles nĂŁo resolveram.“ Felix (14)

Nossa vicĂŁo

Somos filhos e filhas do mundo Ou: nossa comunidade global de plantio 114

4.


Somos filhos e filhas do mundo Ou: nossa comunidade global de plantio A Plant-for-the-Planet começou na Alemanha, em 2007, como uma semente e, desde então, tem se espalhado e crescido em todo o mundo. Nós nos tornamos, de fato, um movimento global em 2009, quando Felix convocou todas as crianças ao palco na Coréia do Sul para começar a plantar um milhão de árvores em cada país. Informações sobre as atividades em outros países podem ser vistas em nosso site. Aqui, os grupos internacionais de plantio podem apresentar suas novas campanhas e eventos e, ao fazê-lo, compartilhá-los com o resto do mundo. Durante o processo, surgem campanhas globais e, além disso, amizades também podem ser formadas. É ótimo quando um embaixador da justiça climática em Duisburg, por exemplo, pode ver pela internet imagens de fileiras de árvores que foram plantadas na África por crianças da rede Plant-for-thePlanet. As tarefas que enfrentamos como embaixadores da justiça climática em todo o mundo são basicamente as mesmas, mesmo que haja diferenças em detalhes. De A, na Argentina, a Z, no Zimbábue, nosso trabalho é basicamente plantar árvores, trazer esclarecimento às pessoas e espalhar conscientização. Já temos crianças participando em mais de cem países e, em nosso site, há inúmeros grupos de plantação com relatórios de suas atividades.

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O retorno e os relatórios que recebemos dos grupos da Plant-for-the-Planet no mundo todo já são tão numerosos que só podemos incluir uma pequena parte deles neste livro. Você pode encontrar mais fotos e histórias dos países que já estão participando em suas respectivas páginas da Plant-for-the-Planet na internet ou em nosso boletim mensal.


Egito Na conferência Discussões Climáticas no Cairo, em setembro de 2012, uma mensagem de vídeo de Felix foi exibida aos trezentos participantes. Depois disso, os visitantes dos eventos no Cairo assistiram a um documentário de 45 minutos de Carl Fechner chamado Porque eu vou viver mais do que você. Esta foi a reação no Cairo: “A mensagem de vídeo é brilhante e realmente tocou o público. Felix recebeu muitos aplausos aqui no Cairo (...). Queremos publicar o vídeo em nosso site e/ ou no Facebook, a fim de alcançarmos mais pessoas interessadas no Egito. O filme também foi recebido com entusiasmo tanto pelos alunos quanto pelos adultos. Vamos fazer todos os esforços para garantir que o filme seja mostrado no maior número de escolas possível. Poderíamos, então, fazer planos para montar uma academia no Cairo”.

Argentina Vanina montou uma campanha de plantio em sua área, em 21 de setembro. “Nós plantamos espécies nativas da Patagônia: nires, coihues e arbustos de bérberis - todas as plantas de nosso próprio viveiro de árvores! No dia 10 de outubro, o Clube Daom, em Buenos Aires, organizou uma iniciativa de plantio de árvores. Quase cem crianças e alguns pais plantaram 50 árvores em uma área com pouca vegetação. Surpreendente!”.

Azerbaijão Em novembro de 2010, Rufat foi para Baku. Foi ali que ocorreu o Primeiro Fórum para Crianças no Azerbaijão, com o apoio do ministro da Educação. Rufat assegurou que as iniciativas da Plant-for-the- Planet foram priorizadas na agenda. No Azerbaijão, as crianças também querem organizar academias e educar embaixadores para a justiça climática. Juntos, eles querem criar uma rede de crianças em diferentes países.

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Bélgica Em outubro de 2011, em homenagem à nossa heroína fundadora Wangari Maathai, ocorreu a primeira academia em Bütgenbach. Os novos embaixadores para a justiça climática puderam participar de uma enorme iniciativa de plantação, durante a qual milhares de árvores foram plantadas. Em 2013, novos embaixadores da justiça climática foram treinados em Bruxelas e mais de 500 árvores foram plantadas.

Benim More than 84 schools are active in Benin: “We want to plant 5,000 trees every month. By 2017 there will be 100 million trees in all regions around Benin!” At the end of 2013 the first Academy took place in Benin, with over 60 children participating.

Bolívia “Também estamos participando da Plant-for-the Planet. Felizmente, não estamos apenas começando: a nossa iniciativa de plantio de árvores já tem 17 anos. Nas planícies estéreis, nossa floresta cresceu para mais de 70 mil árvores. No próximo ano de plantio, iremos acrescentar 7 mil árvores.”

Brasil A iniciativa realmente decolou no Brasil em 2012. Em conjunto com as organizações brasileiras e o governo local, organizamos, logo de cara, onze academias. Quase 600 crianças foram treinadas por outras para se tornarem embaixadoras da justiça climática. Iago Hairon de Cachoeira formou-se em uma academia e agora é membro do Comitê Mundial Plant-for-the-Planet.

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“Como membro do Comitê Mundial tenho planos ambiciosos. Quero falar com o governo do meu país para reforçarem as atividades relacionadas aos efeitos das alterações climáticas. Acredito que podemos nos tornar uma geração de embaixadores que estão comprometidos com a luta contra as mudanças climáticas, e a Plant-for-the-Planet poderia ser extremamente útil para alcançar esse objetivo. Eu acho que educar as crianças sobre o meio ambiente é a melhor maneira de formar uma geração comprometida com a sustentabilidade. É por isso que eu acredito na Plant-for-the-Planet. Acredito que podemos construir um mundo melhor”.

Chile A primeira academia do Chile ocorreu no final de novembro de 2013, em Santiago, com 41 novos embaixadores da justiça climática. Outras academias estão em preparação para 2017.


China A China está plantando o maior número de árvores do planeta. O ministro florestal da China, Jia Zhibang, e a estrela mundial chinesa, Wei Wei, apoiam a campanha “Pare de Falar. Comece a Plantar.”. Em novembro de 2009, a primeira academia ocorreu na China. Setenta crianças da Escola Nº. 1, em Guilin - uma cidade com um milhão de habitantes -, ficaram entusiasmadas com a construção de uma rede global e, juntamente com Felix e Wei Wei, plantaram as primeiras 26 árvores em seu parque infantil. As crianças da rede Plant-for-the-Planet não só apareceram nas capas de diversos jornais da China, como resultado de sua primeira iniciativa de plantio, como também apareceram na televisão! Até o final de 2013, o número de academias chinesas subiu para 14.

República Dominicana Desde 2011, a Fundação Santa Lola, nossa organização parceira na República Dominicana, implementou o programa piloto, em diferentes etapas, para um modelo inovador: Academias Plant-for-the-Planet. Em primeiro lugar, um clube Plant-for-the-Planet é fundado. Os participantes reúnem-se todos os sábados e, continuamente, tratam dos temas de uma academia “padrão”: os jogos mundiais, o treinamento em retórica e, naturalmente, a iniciativa de plantio. No final do último dia da academia, os novos embaixadores fazem um juramento e recebem seus certificados. De abril a maio de 2013, outra geração de embaixadores do clima foi capacitada.

França Na sequência da primeira academia franco-alemã no trem ICE, de Paris a Estugarda, onde os primeiros embaixadores franceses foram formados, em 2010, três outras academias já foram realizadas na França - duas na capital, Paris, e uma em Nice. Felix também já teve discussões com o vice-prefeito de Nice sobre como a quinta maior cidade da França pode plantar 52,5 milhões de árvores para os seus 350 mil habitantes - 7,5 milhões de árvores por ano. A cidade só é capaz de plantar cerca de 10 mil em terras públicas, mas com a ajuda de uma campanha inteligente, planejam

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incentivar os cidadãos a plantar árvores nos países do Sul. Nice pode se tornar a primeira cidade na França a se unir à Plant-for-the-Planet, especialmente porque as empresas Accor e Yves Rocher já plantaram mais de 3 milhões e 26 milhões de árvores, respectivamente, e prometeram mais 24 milhões.

Gana A organização “Jovens Voluntários para o Meio Ambiente” ajudou na criação da primeira academia em Gana, no “Centro de Excelência Atta Mills” do complexo escolar do Exército da Salvação em Mamprobi, Accra. Participaram três alunos e um professor de cada uma das doze escolas envolvidas. Após o sucesso da primeira academia em Accra, as crianças em Kumasi também tiveram a oportunidade de se tornar embaixadoras da justiça climática em 12 de dezembro de 2012. Mohammed Rabiu é um embaixador da justiça climática e membro do Comitê Mundial Plant-for-the-Planet: “Meu engajamento com a Plant-for-the- Planet começou em uma academia em outubro de 2012. Parte do meu trabalho de campanha foi organizar ‘Clubes Verdes’ em cerca de dez escolas, cada uma com aproximadamente 20 membros. Minha intenção é aumentar o número desses clubes em escolas de diferentes áreas, aumentando, assim, o número de embaixadores climáticos. Quero montar academias e plantar pelo menos duzentas árvores por clube. Se possível, gostaria de iniciar um projeto chamado ‘Árvore para a Vida’, para plantar um bosque na minha área”.

Grã Bretanha Dez academias foram realizadas no Reino Unido até agora e

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muitas mais estão sendo planejadas. Em junho de 2013, Brianna, com dez anos de idade, percorreu 2,5 km com seu monociclo em Forth Bridge, na Escócia. Por quê? Para coletar promessas de árvores. “A plant-for-the-Planet esteve na nossa escola há alguns meses e nos fez embaixadores da justiça climática. Eu estava a caminho da escola quando vi que eles estavam cortando lotes de árvores durante o corte de grama. Eram apenas mudas - talvez os homens que estavam cortando o gramado nem os vissem”. Brianna decidiu, então, fazer algo sobre isso - ela não apenas levantou o dinheiro para plantar 950 árvores nos países do Sul, como também convenceu sua cidade a replantar as mudas.


Guatemala A primeira academia na Guatemala aconteceu no dia 13 de agosto de 2011, na zona rural de San Marcos, uma das áreas mais pobres da Guatemala, que, por sua vez, é um dos países mais pobres da América Latina. Isso não impediu os participantes, porém, de aprenderem sobre a crise climática e desenvolverem seu próprio plano de ação. Encorajadas por Andrea Nava, embaixadora da justiça climática na Cidade da Guatemala, crianças de diversas escolas deram nome às árvores. Os participantes pertencem ao povo Mam, descendentes dos Maias, e vivem perto do vulcão mais alto da América Central (Tajumulco, de 4.220 metros). Já foram realizadas dez academias na Guatemala.

Índia A primeira Escola da Índia para a Academia Plant-for-the-Planet ocorreu em 14 de agosto de 2012 na Escola Secundária Vivekananda Senior. Suman Kasana, organizador da academia, disse: “Na primeira Academia Plant-for-the-Planet, na terça-feira, 371 alunos da escola pública Vivekananda participaram: Rajoti, Khretri, Rajasthan. A apresentação foi dividida em dois grupos - não conseguimos fazê-lo em um só grupo devido à falta de espaço - e foi seguida pelo plantio de quinze árvores no terreno da escola e outras nas colinas na direção oposta à escola. Outra boa notícia é que a escola já afirmou que vai criar um ‘Clube do Clima’ e prometeu continuar o plantio de árvores e promover academias para criar novos embaixadores para a justiça climática na região”.

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Indonésia Em agosto de 2013, a ilha de Bali foi palco de duas Academias Plant-for-thePlanet. Duas escolas privadas - a Escola Cristiana Kalam Kudus e a Escola Internacional Gandhi Memorial - convidaram seus alunos a se tornarem ativistas como embaixadores da justiça climática. Bagus, Membro do Conselho Global da Plant-for-the-Planet, apresentou a ideia de organizar uma Academia Plant-for-the-Planet. Poucas semanas depois, no final de setembro, teve lugar a sua primeira academia, a primeira na ilha principal da Indonésia, Java - um sonho tornado realidade. Até 2016, Bagus organizou seis academias.


Itália Na Itália, enquanto isso, há embaixadores da justiça climática em quase todos os lugares, desde o Tirol, de língua alemã, à ilha mediterrânica da Sardenha. O embaixador Giovanni de Sassari expressa seu ativismo da seguinte forma: “Sou membro da Plant-for-the-Planet desde 2011 e já plantamos 150 árvores. No último mês de junho, organizei a primeira academia na Sardenha. Vinte e cinco crianças da escola primária participaram. Estou empenhado em ajudar as crianças a se envolverem mais com o nosso futuro; é por isso que também colaboro com as autoridades e outras organizações locais. Além disso, dou palestras em escolas para incentivar mais crianças a participarem”.

Camarões As crianças do Pequenos Anjos do Meio Ambiente (Little Angels of the Environment - LANEC) prometeram plantar árvores para a justiça climática em Camarões. De 29 a 31 de julho, fiéis à sua palavra, cinquenta crianças plantaram árvores na praia de Kribi. Muitos adultos ajudaram e o ministro do Meio Ambiente incentivou as crianças a compartilharem seus conhecimentos e a discutirem as atividades com suas famílias e escolas. A primeira academia camaronesa foi realizada em 9 de março de 2013, em Bamenda, na Delegação para a Juventude e Educação Política. Nove escolas das redondezas foram convidadas. Estudantes de seis delas participaram, cada um acompanhado por um professor. Até mesmo alguns pais participaram da academia. No total, 25 estudantes foram nomeados embaixadores. Uma segunda academia, com 50 participantes, foi realizada no outono em Mamfe.

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Canadá Clara, do Canadá, escreve: “Já plantamos 500 árvores em Montreal, prestando atenção especial às espécies ameaçadas. Acho que também precisamos de árvores aqui em Montreal porque há muitos carros e não há muita vegetação. Tudo o que pode tornar a minha cidade mais verde vale o esforço. Eventualmente, no Canadá, a maioria dos jovens de treze e catorze anos passam um verão em regiões mais remotas, com o intuito específico de plantar árvores. Eu mesma já plantei milhares e este ano plantaremos novamente!”.


Quênia Em julho de 2011, mais de 1.400 crianças foram treinadas no Quênia. A primeira academia foi realizada em Kayole Soweto, uma das piores favelas do Nairobi. Apesar das circunstâncias difíceis, as crianças ouviram atentamente e participaram ativamente dos grupos de estudo. Embora o centro comunitário de Kayole estivesse quase explodindo de tão cheio, todos os participantes estavam muito calmos e concentrados. Em 2013, Felix viajou ao Quênia, onde se encontrou com Stephen Njoroge. Stephen começou a plantar árvores em 2009, quando tinha nove anos, e já plantou 15 mil árvores. Ele também fundou um clube com 5 mil membros. O objetivo de Stephen é tornar-se a voz das crianças na África.

Colômbia Uma semana após a primeira academia no país, a Colômbia já contava com mais cem árvores e cerca de quarenta novos embaixadores da justiça climática. Em 15 de junho de 2012, o Colégio Agustín Nieto Caballero, em Bogotá, organizou uma Academia Plant-for-the-Planet extremamente bem sucedida. Uma equipe de televisão veio especificamente para gravar vídeos o dia todo para as notícias nacionais. O cinegrafista, o apresentador de notícias e outros participantes ficaram profundamente impressionados com quão motivadas estavam as crianças e o quanto elas já sabiam. As crianças contribuíram com muito do seu próprio conhecimento e ideias durante a apresentação introdutória e o jogo mundial. No entanto, o ponto alto do dia foi claramente o plantio. Todos os alunos da escola participaram e plantaram cem árvores, com entusiasmo, em todo o recinto da escola. As árvores, algumas das quais com mais de 1,5 metros de altura, foram especificamente selecionadas de acordo com o clima local e as características do solo. Assim, foram plantados carvalho, seringueira, cerejeira e amieiro.

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Lesoto Quinhentas crianças participaram da primeira academia em um dos países mais pobres do mundo e isso foi de grande importância. O ministro de Florestas do Lesoto disse, em seu discurso, ter percebido que cometeu um erro confiando, até agora, apenas nos adultos. Ele prometeu corrigir esse erro e confiar nas crianças, de agora em diante. Além disso, prometeu a crianças de todos os distritos do Lesoto que poderiam, em qualquer momento, obter mudas grátis dos viveiros de árvores do governo. A rainha do Lesoto disse que era uma grande honra para o país poder juntar-se agora à rede mundial Plant-for-the-Planet.

Líbano “Todos os anos, organizamos uma sessão de plantio no Vale Bekaa para combater o desmatamento. Este ano plantamos 5 mil coníferas na montanha Kab-Elias, onde houve um incêndio no verão passado. Até agora, desde 2006, plantamos mais de 30 mil coníferas na região do vale Bekaa”, disse Nour.

Liechtenstein “Para o futuro dos nossos netos” é o slogan do Festival de Morgenland. O que

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poderia ser mais perfeito do que dar à geração mais jovem uma oportunidade de falar? Por esse motivo, Felix foi convidado a falar no festival, em maio de 2011. Ele pediu ao governo de Liechtenstein que aumentasse os impostos e investisse “um por cento ou um décimo de um por cento em um fundo para o futuro das crianças. Independentemente disso, seus impostos permanecerão incomparavelmente baixos”, disse ele na direção da Conselheira Dra. Renate Muessner, que, mais tarde, explicou a Felix, havia sido ministra do Ambiente, do Bem-estar e da Saúde, representando um quinto do governo de Liechtenstein. As crianças interessadas tiveram a oportunidade de participar da Academia Plant-for-the Planet. Durante um fim de semana inteiro, as crianças se concentraram na crise climática e no que elas mesmas podiam fazer.


Luxemburgo No dia 30 de março de 2012, 82 crianças participaram da primeira Academia Plant-for-the-Planet, no Centro de Artes Miersch, em Luxemburgo. Juntas, elas aprenderam muito sobre as mudanças climáticas, a crise climática, a cidadania mundial e a distribuição global equitativa. Elas aprenderam sobre como elas mesmas poderiam se tornar ativistas. Elas plantaram suas primeiras árvores e desenvolveram seus próprios projetos.

Malawi O ativista global Joseph Kenson Sakala organizou a segunda Academia Plant-for-the-Planet do Malawi, que foi realizada em 17 de agosto de 2013 na capital de Lilongwe. Aproximadamente 50 alunos de seis escolas locais participaram e foram apresentados ao trabalho da Plant-for-the Planet. As crianças mal podiam esperar até que a estação de plantio começasse, finalmente, em dezembro, para que pudessem cumprir sua promessa e plantar muitas árvores!

México Um forte movimento surgiu no México após o discurso de Felix, em março de 2010, em Playa del Carmen. Sete clubes Plant-for-the-Planet foram fundados apenas no estado de Quintana Roo. Esses clubes são muito ativos quanto ao plantio de árvores e organização de academias. Dentro de quatro meses, as crianças nos clubes mexicanos tinham plantado mais de 50 mil árvores e organizado diversas academias, tendo sido destaque em mais de 50 matérias na mídia. E isso é apenas o começo! Com sede em Quintana Roo, as crianças querem treinar, pelo menos, dois mil novos embaixadores pela justiça climática a cada ano em 30 academias em todo o México, incentivando-os a se envolverem com as atividades da Plant-for-the-Planet. O prefeito de Playa del Carmen iniciou uma campanha em outubro de 2013 e planta árvores

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Nepal De acordo com Rajan, “mesmo que nossas plantas e mudas sejam pequenas no momento, todo mundo vai se beneficiar delas em dez anos”. Nós ficamos impressionados com o entusiasmo e o envolvimento das crianças. “As árvores não somente armazenam o carbono, mas igualmente reduzirão os efeitos adversos da erosão do solo e das inundações”, disse ele. Enquanto isso, cinco Academias Plant-for-the-Planet já foram realizadas no Nepal, apoiadas em particular por Sagar, ex-presidente do Conselho Global da Juventude Plant-forthe-Planet.

Nigéria A primeira Academia Plant-for-the-Planet, na Nigéria, foi realizada em fevereiro de 2013, com 55 crianças de dez escolas diferentes. A academia foi realizada na escola Infant Jesus Academy, uma escola particular com um berçário, escolas primárias e secundárias, perto de Kabong, no distrito cosmopolita de Rukuba Road. Os arredores são rochosos e apresentaram uma boa oportunidade para plantar árvores, fornecendo sombra.

Áustria Tendo já acolhido 29 academias, a Áustria é um dos países onde as crianças são as mais ativas como embaixadoras. Além disso, elas tiveram muitas

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grandes ideias de como obter mais árvores plantadas, compor músicas e até mesmo conseguir doações de árvores para a Albânia.

Polônia Na Polônia, até 2013, ocorreram duas Academias Plant-for-the-Planet. Depois da primeira em 2010, demorou um pouco para a segunda acontecer. Essa academia foi em Opole, em setembro de 2013, que foi um evento realmente fantástico, com 81 crianças de 17 escolas diferentes. Depois disso, oito academias já ocorreram até o momento.


Filipinas Nas Filipinas, começamos com as academias e eventos de plantio em 2013. No final de um verão, tínhamos realizado 25 academias frequentadas por quase 2 mil crianças entusiasmadas. Uma delas é Luz, uma embaixadora da justiça climática de 14 anos: “Eu participei da academia porque quero ajudar a tornar nosso planeta mais verde. Planto árvores e cuido delas enquanto crescem, assim como uma mãe cuida de seu filho até que ele possa ficar em pé sozinho. Desde que participei da academia, eu passo o meu tempo recolhendo sementes de árvores e reciclando recipientes de plástico para o nosso viveiro de árvores. Eu gostaria de cultivar mais 300 árvores até dezembro.”.

Zâmbia Lotes de plantação também estão aumentando na Zâmbia: Lucky e muitos outros - deve haver mais de quarenta, porque as camisetas acabaram - querem plantar tantas árvores quanto puderem. Seu objetivo é um milhão. Para que todos possam ter uma camiseta, agora eles querem imprimir algumas para si.

Suíça Nossos embaixadores suíços estão orgulhosos de ter realizado oito Academias Plant-for-the-Planet. Em 2016, estabelecemos a nossa fundação suíça para incentivar ainda mais esse nível de envolvimento e capacitar mais embaixadores suíços da justiça climática.

Senegal “Plantamos eucaliptos em Birkama, no ano passado, para que haja mais sombra no campo esportivo.”. Desde então, as árvores têm crescido mais de dois metros. Nossa escola parceira em Berlim nos apoia. No início de dezembro, os berlinenses nos enviaram uma doação, que usamos para plantar ainda mais árvores.

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Cingapura O ex-presidente do Conselho Global Plant-for-the-Planet, Shanisse, de Cingapura, juntamente com alguns de seus amigos, retornou ao South Asian United World College em 3 de outubro de 2013 para capacitar outro grupo de embaixadores do clima. Felix iniciou o trabalho há um ano e meio e a escola continua essa missão, fiel ao espírito de seu fundador Kurt Hahn: “Como parte de uma turma chamada “Seja a Mudança”, que visava incentivar os alunos a fazer uma contribuição positiva para a sua comunidade, as crianças puderam nos ouvir e aprender sobre Felix, sobre Wangari Maathai e, claro, sobre a justiça climática e o trabalho que crianças de todo o mundo fazem em nome de Wangari. Após a apresentação, nós plantamos Pandan (Pandanus amaryllifolius) no jardim da escola - uma planta bem conhecida em todo o sul da Ásia pela sua utilização em doces e pratos tradicionais.”.

Espanha Em 23 de junho de 2011, mais de 60 novos embaixadores da justiça climática foram treinados por Felix Finkbeiner na Escola Marista de Girona. Como resultado, uma rede Plant-for-the-Planet foi lançada com sucesso na Espanha. Desde então, o conceito de Plant-for-the-Planet tem se espalhado amplamente

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na Espanha - em Sevilha, Barcelona, Madrid e, especialmente em Gran Canária, crianças entusiasmadas estão participando. Felipe, rei da Espanha, ficou tão convencido sobre a iniciativa, que tirou uma foto com Felix para nossa campanha “Pare de falar. Comece a plantar”. A foto apareceu rapidamente na primeira página dos jornais da Espanha.”. Desde maio de 2014, temos nosso próprio escritório em Barcelona. Agora podemos organizar nossos eventos num espaço muito melhor.

África do Sul Depois da Plant-for-the-Planet ter se estabelecido com êxito nos países africanos da Tanzânia, Quênia, Lesoto e África do Sul, em julho de 2011, as iniciativas das crianças e dos jovens começaram a se preparar para sacudir os adultos na COP17, a 17ª Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, que ocorreu em Durban, de 28 de novembro a 9 de dezembro de 2011. As crianças temiam que tudo fosse mais uma conversa sem nenhuma ação


para resolver a crise climática por parte dos líderes do mundo adulto, e com razão! Por isso, as crianças da Plant-for-the-Planet treinaram o maior número possível de crianças nas academias sul-africanas, para que pudessem assistir à conferência, se fazerem ouvir e exigirem justiça climática. Em outubro e novembro, diversas academias foram organizadas em muitas cidades da África do Sul. Os professores sul-africanos foram treinados para organizar mais academias no futuro e para ajudar nas iniciativas de crianças e jovens a enraizarem-se no país. As crianças sul-africanas vão plantar árvores para salvar o planeta.

Tanzânia Em agosto de 2012, uma academia foi realizada na Tanzânia como cooperação entre a Igreja de Jesus Cristo Um Mundo e o Ginásio Ernst-Mach (em Haar, Munique). Edwin Busl, instrutor do Ernst-Mach Gymnasium, relatou: “Já tínhamos planejado uma academia em duas escolas, apenas para descobrir no local que o período de férias havia sido adiado, no último minuto, de junho para agosto, porque o governo estava conduzindo um censo populacional em que os professores em particular também estavam envolvidos. Como resultado, tivemos de nos restringir a uma escola que, felizmente, conseguiu recrutar 80 estudantes interessados, bem como alguns professores para o nosso evento. Descobrimos para a nossa alegria que o conceito por trás da Plant-for-the-Planet foi muito bem-vindo. Um professor chamado Nelson Mbamba traz experiência e empenho (ele já está encarregado de um pequeno viveiro de árvores e discute questões ambientais em sala de aula); além disso, a comunidade onde está situada a escola (Escola Primária Igando) está planejando o reflorestamento de 20 hectares e pedindo nossa assistência: “Se não mudarmos nada, em cinco anos estaremos vivendo em um deserto.”.

Tailândia Em 14 de outubro de 2013, a quarta Academia Plant-for-the-Planet foi realizada em Ratchaburi, Tailândia. Em vez dos quarenta participantes esperados, mais de cem estudantes de duas escolas locais apareceram. Apesar das férias, os estudantes queriam plantar árvores, aprender sobre a defesa climática e preparar seus próprios

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eventos. A sede da academia era o “Centro de Aprendizagem para uma Economia Autossuficiente”. Uma economia autossuficiente é a teoria do Rei da Tailândia, que descreve a maneira pela qual as pessoas são chamadas a não usarem além daquilo que têm, apenas o quanto elas precisam. Esse é um passo importante para superar a crise climática. Os alunos plantaram cem árvores de mogno no terreno do centro de aprendizagem. Essas árvores, que vieram originalmente da América, são as plantas que são valorizadas na Tailândia por sua madeira durável.

Togo Onde está Togo no mapa? É na África Ocidental, é claro. Mas agora também está no mapa Plant-for-the-Planet dos embaixadores da justiça climática que participaram de uma Academia Plant-for-the-Planet. Mais de cem crianças de escolas primárias e secundárias da cidade de Kpalimé são as nossas primeiras representantes no Togo. A academia começou às 6h45 na escola secundária Kpodzi - com mais de 2.500 alunos, é a maior escola local e também a mais antiga e prestigiada. Um total de 136 árvores de folha caduca foram plantadas no terreno da escola no final da academia.

Uganda “A diocese em que está situada nossa escola tem terra desocupada perto de nós, onde podemos plantar 14 mil árvores. Seria ótimo selar uma parceria com uma escola alemã.”.

Hungria 128

“Nosso Clube do Clima coordenará as atividades da Plant-for-the-Planet. O clube tem 11 mil membros e nosso objetivo é plantar uma “floresta climática”, onde cada membro tem sua própria árvore. Nós convidamos muitas escolas e repórteres também.”.

EUA No início de 2011, as primeiras academias aconteceram na costa leste, em Nova

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O departamento de Ecologia do estado de Washington é o Ministério do Meio Ambiente para o Estado Federal de Washington nos EUA.

Iorque e em Washington D.C. Em 2013, a notícia percorreu a costa oeste até o estado de Washington e a Califórnia. Em Seattle, oito embaixadores da justiça climática, dentre eles as irmãs Zoe e Stella, apareceram como promotores no caso Zoe & Stella e outros contra o Departamento de Ecologia do Estado de Washington*. Juntos, eles levaram o Departamento de Ecologia do Estado de Washington ao tribunal para exigir uma lei juridicamente vinculativa para reduzir as emissões de CO2 no estado de Washington. Isso foi feito com referência a descobertas científicas para evitar que os oceanos se tornem ácidos demais e


para proteger o meio ambiente. Zoe e Stella encontraram-se com o governador Jay Inslee e pediram a ele que instruísse o Departamento de Ecologia a aprovar essa lei. Em 27 de julho de 2015, ele fez o pedido. Zoe, Stella e seus companheiros de campanha continuarão a lutar para que essa lei seja aprovada com base nos melhores conhecimentos científicos disponíveis.

Emirados Árabes Unidos A presidente do nosso Conselho de Crianças Plant-for-the-Planet, Kehkashan, já tinha organizado sua terceira academia nos Emirados Árabes Unidos antes mesmo de assumir o cargo em 1º de julho de 2013: “Nossa academia, em 8 de junho, foi o ponto alto de uma bem sucedida Semana Mundial do Meio Ambiente. Alcançamos nossa meta de 95 alunos e cinco professores de mais de dez escolas em todo o país. Utilizamos diversos métodos exclusivos para trazer a justiça climática para as crianças, incluindo uma peça intitulada Uma vida verde, escrita por mim e com a participação de todos os membros do nosso grupo. Junto com as apresentações e dois encontros, nossa academia também incluiu uma prova ambiental e plantamos cem mudas. O dia terminou com as promessas de todos os participantes, que foram coladas em uma árvore recortada, a qual chamamos de ‘árvore da esperança’. Um total de cinco academias já foi realizado nos Emirados Árabes Unidos.”. Os países mencionados até agora são apenas alguns dos casos em que as campanhas da Plant-for-the-Planet já foram realizadas ou estão sendo planejadas. Também estão acontecendo eventos na Armênia, Austrália, Bahrein, Bangladesh, Belize, Bósnia e Herzegovina, Botswana, Brunei, Burundi, Ilhas Cook, Costa Rica, República Tcheca, República Democrática do Congo, Dinamarca, Dominica, Equador, Etiópia, Fiji, Gâmbia, Grécia, Honduras, Islândia, Iraque, Israel, Costa o Marfim, Japão, Cazaquiatão,

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Kuwait, Quirguistão, Laos, Letônia, Lituânia, Macedônia, Madagascar, Malásia, Malta, Mongólia, Moçambique, Myanmar, Namíbia, Holanda, Nicarágua, Noruega, Paquistão, Palestina, Paraguai, Peru, Portugal, Romênia, Rússia, Samoa, Seychelles, Eslováquia, Eslovênia, Somália, Sri Lanka, Coreia do Sul, Santa Lúcia, Suriname, Suazilândia, Suécia, Síria, Trinidade e Tobago, Turquia, Ilhas Bermuda, Ucrânia, Uzbequistão, Vietnã, Zimbábue …

me ó o co s é e E ess

ço!


Nós crianças somos cidadãs globais e políticas Ou: pensando e agindo como cidadãos globais Cada árvore que plantamos com nossas próprias mãos e cada euro que “Falar apenas não vai parar o derretimento das transformamos em uma árvore num país do hemisfério sul é uma contribuição real e importante na luta contra a crise climática. Esperamos ansiosamente pelo placas de gelo, nem dia em que nenhuma árvore neste mundo será cortada, mas sim plantada! impedir que as florestas tropicais desapareçam.” No entanto, não somos ingênuos. Lea (13), embaixadora da Não acreditamos que podemos salvar o mundo inteiro apenas plantando árvores. Se queremos ser capazes de ver um futuro positivo à nossa frente, justiça climática em precisamos fazer mais. Muito mais. Erlangen, Alemanha.

Desenvolvimento sustentável Nós crianças precisamos de regras - O mundo também!

Desenvolvimento Sustentável* é “um desenvolvimento que atende às necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem suas próprias necessidades.” Nós, as crianças, definimos a sustentabilidade assim: “Viver hoje não deve vir às

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O chefe Swan de uma comunidade originária norteamericana explicou -nos a “sus130 tentabilidade”: “Para cada decisão, a pessoa mais velha de nossa aldeia verifica se a sétima geração após a nossa ainda terá uma vantagem com isso.”

custas do amanhã, nem às custas de alguém que vive em outro lugar.” Durante a reunião para embaixadores da justiça climática, em 2014, um garoto nos contou sobre um relatório que havia visto em um experimento feito com animais: se você deixar um macaco escolher ter uma banana agora ou seis bananas mais tarde, o macaco sempre pegará uma banana agora. Isso proporciona uma boa comparação. Para nós crianças, o futuro significa 70, 80 ou até 90 anos a mais, mas, para os adultos, significa apenas mais 20 ou 30 anos. Portanto, se os adultos agem até mesmo um pouco como os macacos, o nosso futuro, sem dúvida, acaba parecendo bastante sombrio. Ao escolher viver mais confortavelmente hoje, ao invés de considerar as necessidades das gerações futuras, nós, seres humanos, estaremos agindo essencialmente como os macacos do experimento. Geralmente, nós crianças odiamos ter de seguir regras, no entanto, ninguém discordaria que precisamos delas. Sem regras, provavelmente nunca faríamos


nossa lição de casa e, em vez disso, escolheríamos apenas jogar vídeo-games. Os adultos são, sem dúvida, um pouco como crianças grandes. É por isso que nós, embaixadores da justiça climática, estamos convencidos de que precisamos, com certeza, de leis e regulamentos globais para governar nossas ações. No capítulo “O que todos podem fazer”, vemos que cada um de nós deve dirigir menos carros, voar menos, usar sempre uma tampa ao cozinhar, substituir todas as nossas lâmpadas tradicionais por aquelas que economizam mais energia, comer menos carne, mudar os fornecedores de eletricidade etc. Essas são todas medidas voluntárias. Mas, quantas pessoas já fizeram isso? Cinco, seis, sete por cento? Mais de 90% das pessoas ainda não fizeram nenhuma alteração. Muitos ainda vivem com a seguinte crença: “Por que eu deveria fazer algo para a próxima geração? O que eu fizer agora não vai mudar nada.” Tomemos o exemplo do carro. Quando nascemos, os fabricantes de automóveis alemães prometeram parar de produzir carros que liberassem mais de 120 gramas de CO2 por quilômetro. Bem, eles quebraram essa promessa e, agora, cada vez mais gasolina de veículos encontra-se nas nossas ruas. Durante a última Conferência de Crianças e Jovens do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), falamos com um grupo de crianças de outros países e descobrimos que, na Alemanha, o imposto sobre um SUV é muito menor do que, por exemplo, na França, na Grã-Bretanha ou na Noruega. Na Alemanha, muitos carros off-road são tributados como se fossem carros comerciais. Assim, quem dirige um carro grande recebe benefícios ainda maiores do estado. Basta apenas olharmos para as nossas ruas para vermos os resultados dessas regras - ou melhor, o resultado da ausência de regras. Aqui na Alemanha, centenas de milhares de pessoas dirigem veículos off-road, mas, em outros países com impostos mais inteligentes, o número é muito menor. Podemos também olhar para o tráfego aéreo. Tal como acontece com os automóveis, a regulamentação do tráfego aéreo não tem em conta as emissões de CO2. O combustível de aviação para voos internacionais é isento de impostos em todo o mundo. Em 2005, os ministros das finanças da União Europeia iam introduzir um imposto europeu sobre o combustível de aviação, mas a indústria do turismo foi contra. Ótimo, então agora todo mundo pode voar barato em todo o mundo. Em algum momento, isso vai acabar custando caro para nós crianças. As pessoas não apenas pensam que devem sempre viajar de avião para seu destino de férias, como também transportam mercadorias inúteis por todo o mundo nos aviões, apenas porque é barato.

Em 1992, a primeira conferência da ONU foi sobre sustentabilidade. Então, no Rio de Janeiro, Brasil, pela primeira vez, uma criança estava fazendo um discurso: Severn Suzuki (13). Infelizmente, é tão verdade hoje como era outrora. Seu discurso poderia ser repetido palavra por palavra no Rio + 20. É triste que, 20 anos depois, não tenhamos encontrado um estilo de vida mais sustentável; mas é positivo que nós crianças e jovens, estejamos muito 131 mais conectados hoje do que há 20 anos. O vídeo da Severn foi visto 20 milhões de vezes nos últimos 20 anos; hoje, podemos alcançar e mobilizar 20 milhões de pessoas em dois dias. Para nós, a sustentabilidade das crianças é o único conceito de sobrevivência e nossa única oportunidade para o futuro.


Barato até demais. Ninguém precisa desesperadamente de morangos do outro lado do planeta no inverno! Agora que mencionamos comida, o mesmo princípio é verdadeiro para o consumo de carne. No passado, nossos avós só comiam carne uma vez por semana. A carne é tão barata agora que muitas pessoas, especialmente aquelas em países com melhores condições econômicas, comem-na todos os dias. Se concordássemos, em termos globais, que o preço de cada produto também deve refletir a quantidade de CO2 liberada durante o processo de produção, então as pessoas voltariam a comer menos carne e viveriam de forma mais saudável, porque a carne seria muito mais cara. Todos nós, embaixadores da justiça climática, concordamos que estamos plantando tantas árvores ao redor do mundo quanto possível, porque queremos

A Campanha de folhetos de 2012. Se os 10.000 delegados da Cimeira do Clima de Copenhague passassem uma semana plantando árvores, provavelmente teriam conseguido muito mais do que conseguiram. “ Felix (12) Embaixador da Justiça Climática 132

manter o clima estável. Aprendemos também que precisamos concentrar nossa energia no estabelecimento de regras e leis corretas em todo o mundo, de modo que as pessoas que ainda não perceberam o quão importante é fazer algo contra a crise climática terão, em certo sentido, que “acompanhar” o resto de nós.

Devemos aprender com a história recente! Nós, embaixadores da justiça climática, acompanhamos o que está acontecendo no mundo - não são apenas os adultos que leem jornais ou seguem as notícias. Por isso, percebemos que nossos governos preferem dar dinheiro aos bancos e às empresas de automóveis do que aos indivíduos comuns que têm uma necessidade muito mais urgente. Sabemos, há muitos anos, que 30 mil pessoas morrem de fome ao redor do mundo todos os dias. Uma grande parcela dessas 30 mil pessoas famintas é formada por crianças. Há pessoas morrendo de fome em um mundo rico. Na cúpula do G8, na Grã-Bretanha, em 2005, os líderes governamentais dos oito países mais ricos da Terra se reuniram e prometeram solenemente dobrar a quantidade de ajuda que dariam à África até 2010. Isso equivaleria a 30 bilhões de dólares. No entanto, a ajuda para a África permanece, ainda hoje, 20 bilhões de dólares menos do que deveria ser. Em outras palavras, eles quebraram sua promessa. A propósito, 20 bilhões de dólares são praticamente a mesma quantia de dinheiro que os banqueiros de Wall Street pagaram a si mesmos como salários adicionais (bônus) no final de 2009 - um ano depois que o governo os salvou - com o dinheiro dos contribuintes. nós crianças perguntamos a nós mesmas: por que os adultos não fazem nada contra essas injustiças? Eles também leem jornais, certo? Em vez de prestar ajuda às pessoas nos países pobres, estamos deixando-as sozinhas para sofrer as consequências mais graves do aquecimento global, que nós, nos países ricos, ajudamos a criar.


As crianças e os adolescentes estão especialmente preocupados com as questões da pobreza global e da crise climática. Três quartos das crianças e dos adolescentes veem a pobreza e as mudanças climáticas como os maiores desafios em todo o mundo e dois terços veem a mudança climática como uma ameaça existencial para a humanidade. Estudo Bertelsmann 2009 / Estudo da Juventude Shell 2010

Nós crianças não somos pesquisadoras do clima. Não entendemos nem o sistema financeiro global, nem a economia global. Não sabemos se serão os cientistas do clima que estarão certos ou os céticos do clima. Hoje, ninguém sabe se o nível do mar aumentará 0,2 ou 2,0 metros até o fim do século, mas há três coisas que nós crianças sabemos com certeza: - Muitos de nós viveremos até o fim deste século; - Com cada tonelada de carbono que tiramos do solo na forma de petróleo, carvão e petróleo bruto, e depois liberamos para a atmosfera como CO2, estamos tornando o estufa ainda mais forte; - Já temos a tecnologia para podermos deixar petróleo, carvão e petróleo bruto no solo (urânio também, é claro, porque nós crianças não queremos desperdício atômico mortal). Além disso, a quantidade de óleo mineral, gás natural e carvão que tomamos da Terra e queima todos os dias é equivalente ao que o sol absorve dentro de um milhão de dias. Já estamos lançando esses resíduos na atmosfera há décadas. Assim, o efeito estufa está sempre se intensificando e a temperatura aumentando. Como resultado do aquecimento global, algumas regiões estão experimentando cada vez mais inundações e outras cada vez mais secas. Como mencionado, são os povos das partes pobres do mundo que estão mais à mercê da natureza e que sofrerão mais com as consequências da crise climática, mesmo que eles próprios tenham contribuído menos para o aquecimento global.

Por que não admitimos que os cientistas do clima estão certos (ou talvez, até mesmo, que a situação é muito pior do que eles percebem) e mudamos o nosso comportamento? Se, daqui a 40 anos, descobríssemos que o aquecimento global não é tão mau como o previsto, poderemos ficar felizes e seguros com a consciência de que não prejudicamos irremediavelmente nosso planeta. Mas,

133 “Nós faremos. Os egípcios podem fazer isso também!” Theo (10), em 31 de janeiro de 2011, no sétimo dia da Revolução Egípcia, após um discurso de Felix em uma escola de Nova York.


nova revolu6, ex-çãpreo.sid”ente dos EUA) a um de a is ec pr o çã ra ge a “Cad Thomas Jefferson (1743-182 se não agirmos hoje e descobrirmos, daqui a 50 anos, que os céticos do clima estavam errados, será tarde demais para nós crianças.

O que nos dá coragem? Nas aulas de História, aprendemos que cada grupo teve que lutar pelo seu futuro. As mulheres têm lutado e ainda estão lutando por seus direitos em todo o mundo. Um exemplo clássico é Wangari Maathai, na África. Pessoas como Martin Luther King, nos EUA, ou Nelson Mandela, na África do Sul, também tiveram que lutar pelos direitos humanos. Talvez não haja nenhuma outra escolha para nós crianças senão lutar pelos nossos direitos e pelo nosso próprio futuro. Em 2007, éramos apenas um punhado de crianças, mas, hoje, em 2014, somos alguns milhares e, embora alguns ainda não possam nos notar, em poucos anos, quando crescermos ainda mais, eles não serão mais capazes de nos ignorar. Durante a Conferência de Crianças e Jovens do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) na Coréia do Sul, em agosto de 2009, oitocentas crianças de quase cem países de todo o mundo aprovaram uma declaração conjunta para a Cúpula do Clima de Copenhague.

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Embora a cúpula tenha sido um fracasso, é digno de nota que nós crianças tenhamos formulado uma declaração conjunta com sucesso.

O que nós crianças podemos fazer? Ou: nosso Plano de três pontos para salvar o futuro Nós crianças pensamos muito sobre o que faríamos se fossemos líderes dos governos do mundo e nos preparássemos para nos reunirmos na próxima conferência climática para a tomada de decisões. O que faríamos para salvar o nosso futuro? Organizamos nossas respostas a essa pergunta em nosso Plano de Três Pontos para salvar nosso futuro.


1. Vamos plantar um trilhão de árvores até 2020, isto é, apenas 150 árvores por pessoa! Queremos proteger as madeiras existentes e queremos plantar um trilhão de novas árvores. As árvores são as únicas “máquinas” que dividem CO2 e armazenam “C” diretamente. Além disso, as árvores são pequenas “fábricas de açúcar”. Nos últimos duzentos anos, cerca de metade das florestas do mundo foram perdidas. Hoje, existem apenas três trilhões de árvores deixadas em pé em nossas florestas. Esse número é uma estimativa por satélite. Na Alemanha, os silvicultores contaram todas as árvores em um inventário e chegaram a sete bilhões de árvores. Com base em nosso próprio estudo, é possível plantar um bilhão de hectares de novas florestas sem que estejam em concorrência com outros usos (agricultura, assentamentos etc.) e não estejam em áreas desérticas. Ao convertermos acres em metros quadrados, isso equivaleria a 10 trilhões de metros quadrados; para entendermos melhor, podemos plantar uma árvore a cada 10 metros quadrados. Portanto, o espaço realmente disponível adequado para reflorestamento é suficiente para plantar um trilhão de árvores novas. Um trilhão de árvores soam como uma enorme quantidade, porque depois do número “um”, vêm doze zeros, mas alguns exemplos mostram que é possível: os chineses, sozinhos, plantaram 2,7 bilhões de árvores em 2009 como

O IPCC* tem 95% de certeza de qu e a principal ca usa do aquecimento global é p dióxido de carbono (CO2 ) que os humanos es tão liberando no ar por meio de gases de exaustão. Relatório da quinta avaliação do IPCC . Publicado em 27 de Setembro de 2013. www.ipcc.ch

*IPCC = Painel Intergovernamental sobre mudanças climáticas

contribuição para a campanha Bilhões de Árvores (Billion Tree) da UNEP. Os americanos chegaram à lua em dez anos, por que não deveríamos conseguir colocar o maior programa global de florestamento em ação? Por que os adultos querem empurrar o CO2 para a terra e chamar tudo de CCS então? CCS significa “captura e armazenamento de carbono”. Ninguém está cem por cento certo de que a CCS vai funcionar e ninguém pode ter certeza de que não será perigoso empurrar o CO2 para a terra. Isso permanecerá lá para sempre? O que acontece se não permanecer? Quem quer viver junto a uma zona de eliminação de CO2? Há muitas perguntas a serem respondidas. Às vezes, é realmente difícil entender os adultos! Por que eles não querem usar o método CCS seguro através das árvores, que já está funcionando há milhões de anos? Plantar árvores é considerado uma brincadeira e podemos salvar o carbono em árvores, mas também em móveis de madeira, casas de madeira etc. por muitos anos. Os adultos preferem investir uma grande quantidade de dinheiro em pesquisa para CCS. Por que não investimos a mesma quantidade de dinheiro que seria usada para a pesquisa de CCS em florestamento - um método eficaz de CCS que já existe há milhões de anos? Se cada ser humano em nossa terra plantasse 150 árvores dentro dos próximos dez anos, no total, um trilhão de árvores seriam plantadas. Aqueles que não têm espaço em sua redondeza também podem doar para terem árvores plantadas nos países do Sul. Nas regiões tropicais, as árvores crescem mais rapidamente e, portanto, absorvem mais CO2. Realmente não é tão difícil e nem impossível.

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Quando um trilhão de árvores forem plantadas, elas funcionarão como um armazenamento adicional de carbono e de mais 10 bilhões de toneladas de CO2. Por muitas razões, esses 10 bilhões de toneladas de CO2 são realmente importantes para a implementação dos demais pontos em nosso Plano de três

Em 9 de dezembro de 2009, na frente da Chancelaria em Berlim, Alemanha.

pontos. Cada árvore plantada adicionalmente absorve cerca de duas toneladas de CO2 e isso é, portanto, urgentemente necessário. Esses 10 bilhões de toneladas de CO2 poderiam agir como uma máquina do tempo, dando-nos um amortecedor de tempo para efetivamente reduzir nossos níveis de emissão. Com esse buffer, em vez de 15 trilhões de toneladas de emissões permitidas de CO2 (como previamente calculado) por ano, chegamos a emitir 31 bilhões de toneladas de CO2 no ano de 2010. De 2009 a 2010, as emissões foram efetivamente aumentadas em cinco por cento, em vez de diminuírem. Se a tendência de um aumento de cinco por cento nas emissões de CO2 de cada ano continuar, teremos usado o nosso orçamento de CO2 de 600 bilhões de toneladas até 2024. Se, por outro lado, permanecermos no mesmo nível de

“As crianças e os jovens querem [...] tornar-se ativistas sozinhos”. Para eles, a coisa mais importante é fazer parte dos amigos da festa e que a sua boa ação seja divertida. Eles querem aprender e mostrar suas habilidades. 136 “Muitas crianças e jovens fariam mais se alguém lhes pedisse da maneira certa”. Gerhard de Hann, educador. Comissão Alemã da UNESCO.

emissões a cada ano, em 31 bilhões de toneladas de CO2, ainda teríamos esgotado o nosso orçamento de 600 bilhões de toneladas de CO2 até 2029 e teríamos subsequentemente criado um aumento de temperatura de 2 °C. Ambos os resultados devem ser evitados e, claro, plantar árvores vai ser um fator importante para ajudar a evitar isso! Um trilhão de árvores em todo o mundo - a milionésima árvore na Alemanha. Infelizmente, as crianças não serão capazes de plantar um trilhão de árvores sozinhas. Vamos precisar de alguma ajuda dos adultos também, embora já tenhamos conseguido muito por nós mesmas. Nós crianças estamos ocupadas há anos, trabalhando para plantar um milhão de árvores em cada país do mundo. Na Alemanha, levamos apenas três anos até plantarmos a milionésima árvore! Em 4 de maio de 2010, a milionésima árvore foi plantada em Petersburg, perto de Bonn, juntamente com os Ministros do Meio Ambiente da Dinamarca, Alemanha, Canadá, México e Turquia.

2. Deixe os combustíveis fósseis no solo. Emissões zero até 2050! Nós, seres humanos, temos realmente que reduzir os níveis de emissões de CO2 para zero até 2050. A tecnologia para um futuro sem CO2 já existe. Com base na engenharia de hoje, seria bastante possível transferir as necessidades energéticas do mundo em 100% para recursos renováveis (sem a necessidade de energia nuclear) até 2050. A dependência de combustíveis fósseis importados (petróleo, gás e carvão) é também uma importante causa da dívida


na Europa. Os 28 países da União Europeia gastam mais de 400 bilhões de euros por ano para importações atrasadas de matéria-prima. Não precisaríamos de mais pacotes de resgate da UE se finalmente mudássemos para a energia do futuro.

3. Vamos combater a pobreza através da justiça climática! Para limitar o aquecimento futuro a apenas 2 °C, conforme o que foi prometido pelos chefes dos governos em Copenhague, somente 600 bilhões de toneladas de CO2 podem ser emitidos até 2050. Se produzirmos mais CO2 do que isso, a temperatura também aumentará em mais de 2 °C. Os cientistas do clima explicam que, se a temperatura média aumentar em mais de 2 °C, o gelo na Groenlândia irá derreter completamente e o nível médio do mar aumentaria sete metros. Se dividirmos 600 bilhões de toneladas de CO2 em 40 anos, isso permite 15 bilhões de toneladas de CO2 por ano. Em 2011, foram produzidos 34 bilhões de toneladas de CO2. A próxima questão que enfrentamos é: como podemos dividir esses 15 bilhões de toneladas de CO2 entre toda a população mundial? Deveria continuar como é hoje, com os EUA e a Europa produzindo mais de 60% sozinhos? Para nós crianças há apenas uma solução: todos obtêm o mesmo, ou seja, 1,5 toneladas de CO2 por pessoa por ano, com a estimativa de uma população de 9 a 10 bilhões de pessoas em 2050.

“Sabemos o que precisamos fazer: uma quantidade enorme. Cidadãos e políticos de todo o mundo [...] decidirão agora se nós, num plano internacional, podemos criar e manter o compromisso e a cooperação que nos permitirão desafiar o planeta em perigo.” Nicholas Stern, economista e consultor do governo britânico.

Então o que acontece com aqueles que querem consumir mais? Simplesmente, quem quer mais tem de pagar mais. Se um cidadão europeu quer produzir dez toneladas de CO2, ele pode fazer isso, mas precisa comprar o direito para ele de outras pessoas (por exemplo, das pessoas da África que, em média, só produzem 0,5 toneladas de CO2). Assim, o princípio da justiça climática garante que a pobreza se tornará história. Com o dinheiro ganho, os africanos poderiam então investir em alimentos, educação e suprimentos médicos. Eles não teriam de cometer os mesmos erros que fizemos com carvão, óleos minerais e todos os outros combustíveis fósseis. Em vez disso, eles podem gerar sua energia com a ajuda do sol e outras fontes renováveis. Talvez 2 °C não pareçam muito, mas isso significariam mudanças significativas para nós crianças. O que exatamente mudaria ninguém sabe ao certo. Uma coisa que sabemos, contudo, é que há anos, quando a temperatura era 5 °C mais baixa do que hoje, havia uma camada de gelo de dois quilômetros de espessura em algumas regiões. Mesmo que permaneçamos abaixo de 600 bilhões de toneladas de CO2 até 2050, só há 75% de chance de que o aumento médio da temperatura permanecerá abaixo de 2 °C. Ninguém está totalmente certo disso.

Em 4 de maio de 2010, no Petersburg, em Bonn, Alemanha

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Carvão, petróleo e gás devem ser deixados no solo Ou: a promessa de Elmau e a 21ª Conferência do Clima em Paris, em 2015 Talvez o resultado mais importante da Conferência do G7 realizada na cidade bávara de Elmau, em 8 de junho de 2015, seja a determinação com que os países do G7 pretendem combater a crise climática. Os chefes de Estado e de governo de sete dos países industriais mais poderosos do mundo - EUA, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido e Alemanha - estabeleceram um objetivo de reformar a economia global de modo a reduzir as emissões de carbono para zero até o final do século. A economia mundial vai parar de queimar combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás. Os combustíveis fósseis permanecerão no solo. Os países do G7 que participaram da cúpula de Elmau comprometeram-se a descarbonizar completamente o nosso planeta até o ano de 2100. Como meta intermediária, os países ricos vão cortar as emissões de gases do efeito estufa entre 40% e 70% até 2050, em comparação a 2010. Os países mais pobres começarão a receber apoio do G7 em 2020. Estamos cientes de que definir e anunciar um alvo não significa necessariamente que este será alcançado, e sabemos muito bem que políticos e líderes empresariais costumam anunciar alvos de longo prazo, sabendo que nunca terão de atingir esses alvos. Alguns deles anunciam alvos simplesmente porque precisam de um respiro por um par de anos, pelo menos naquela particular conjuntura. Mais tarde, eles ou seus sucessores podem explicar a razão pela qual foram infelizmente incapazes de cumprir sua promessa. Seja como for, aos nossos olhos,

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a promessa de Elmau vai cair na história. Pela primeira vez, sete chefes de estado e de governo dos países industriais mais poderosos do mundo pediram o primeiro ponto do nosso Plano de três pontos. Antes da reunião de Elmau, era fácil para as pessoas dizerem ou pensarem: “Esse Plano de três pontos que essas crianças têm pensado é realmente bonito. Uma pena que seja totalmente utópico e impraticável.”.

G7 vai descontinuar o carvão, o petróleo e o gás.


G7 adota demandas do Greenpeace e Plant-for-the-Planet

Mas, no mundo pós-Elmau de hoje, podemos sempre acrescentar o seguinte trecho quando apresentamos o nosso Plano de três pontos: “Felix apresentou o Plano de três pontos da Plant-for-the-Planet à Assembleia Geral da ONU, pela primeira vez, em 2 de fevereiro de 2011. Apenas quatro anos mais tarde, na Conferência do G7 de Elmau, em 8 de junho de 2015, os chefes de Estado e de governo de sete dos países industriais mais poderosos do mundo adotaram o primeiro de seus três pontos. Pela primeira vez, os chefes de Estado e de governo das primeiras economias globais, de um lado, e ONGs como o Greenpeace, o WWF e a Plant-for-the-Planet, de outro, estão agora tentando alcançar

*

Um evento histórico.

o mesmo objetivo* - deixar o carvão de combustíveis fósseis, petróleo e gás na terra, antes do final deste século, que é durante a vida de crianças como você e eu. Vamos citar a promessa de Elmau sempre que fizermos um discurso, sempre que conversarmos com um político e sempre que negociarmos com alguém do mundo dos negócios, e vamos então levantar a questão: “o que precisamos fazer agora para atingir esse alvo antes de 2100?”; ou, “como podemos ajudá-los a cumprir seu compromisso antes de 2100?”; a Conferência do Clima de Paris (COP 21) retomou a promessa de Elmau”. O que conta é que agora temos um objetivo comum, com o qual estamos comprometidos, e que precisamos apenas tornar o cronograma muito mais ambicioso.

As exigências levantadas em nosso Plano de três pontos soaram utópicas em 2011. Em 2015, o G7 adotou, em grande parte, a primeira delas.

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Somos embaixadores da justiça climática Ou: como estamos lutando pelo nosso futuro? Você sabe o que é um lobista? Lobistas são pessoas que influenciam a política, isto é, as decisões dos governos e dos parlamentos, para que leis apropriadas sejam adotadas. Eles se preocupam menos, se é que o fazem, com o futuro dos seres humanos ou o nosso futuro, e mais com o futuro de suas empresas e seus setores de negócios. Nós, jovens com 15 anos ou mais, nos chamamos de futuros embaixadores. Nós, embaixadores, não estamos lutando por um setor empresarial, estamos lutando pelo nosso futuro. Então, temos de agir como lobistas para o nosso futuro. Lutamos pelo futuro e pela sustentabilidade.

Os chefes de governo Enviamos nossa carta duas vezes a todos os chefes de governo do mundo em julho de 2010 e setembro de 2011, para que pudessem discutir nossas propostas e soluções. Para ter certeza de que as cartas chegariam (e também para economizar na postagem), nós crianças entregamos as cartas diretamente aos chefes de governo nas capitais. O resto entregamos às embaixadas em Berlim, em 1º de julho de 2010. Nossa carta aos chefes de governo tinha a seguinte pergunta como título:

Nós entregamos a carta dirigida ao presidente dos EUA, 140 Barack Obama, ao embaixador americano em Berlim.

“Você tem planos para salvar o nosso futuro?”. Em nosso site, você pode encontrar todas as respostas que recebemos. Pensamos que era importante que todas as crianças em todo o mundo tivessem a possibilidade de ler essas respostas, comentá-las e iniciar discussões sobre elas. nós crianças estávamos certas de que pelo menos metade dos chefes de governo responderia, mas, infelizmente, apenas quinze dos quase duzentos governos responderam. São eles: Angola, Burkina Faso, Canadá, Dinamarca, Alemanha, Quênia, Líbano, Malta, Montenegro, Marrocos, México, Suécia, Suíça, Síria e EUA. Algumas respostas eram muito vagas e continham poucas promessas concretas. Nós ficamos muito chocados. Poderia realmente ser verdade que o nosso futuro é de tão pouca importância para os chefes de governo? nós crianças teremos realmente de salvar o nosso futuro por conta própria? Quem mais deve nos ajudar com a nossa luta para salvar o nosso futuro?


A Organização das Nações Unidas O clima não conhece fronteiras e a crise climática não pode ser resolvida por um chefe de governo sozinho. Nós ficávamos tentando criar desculpas para a falta de respostas dos chefes de governo, já que é provável que eles estejam simplesmente sobrecarregados. Essencialmente, cada governo é responsável apenas por sua própria população, que o elegeu, e é claro que todos os governos desejam ser reeleitos e não querem que nada prejudique as suas chances. Talvez, então, seja melhor nos dirigirmos à comunidade internacional e às Nações Unidas com o nosso Plano de três pontos para salvar o nosso futuro. Isso nós podemos fazer! Quando é que os governantes se reúnem para conversar sobre salvar o futuro para nós crianças? Conferimos o site da Organização das Nações Unidas, a ONU, para identificar

Yugratna, Conselho Global 2011/12. Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, 2009.

quais organizações poderiam se interessar pela nossa Estratégia de três pontos. Além da própria ONU, com sua assembleia em Nova Iorque, descobrimos que há outras suborganizações que podem ser importantes para nós crianças: O

PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que tem

sede em Nairóbi, no Quênia; A

UNFCCC, com escritório central em Bonn, Alemanha. UNFCCC é a sigla em

inglês para a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima; A

CDB tem sede em Montreal, no Canadá. A sigla CDB refere-se à Convenção

sobre Diversidade Biológica; O

UNFF (sigla em inglês) é o Fórum das Nações Unidas sobre as Florestas,

com escritório central em Nova Iorque, nos Estados Unidos; A

UNCCD (sigla em inglês) é a Convenção das Nações Unidas de Combate

à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, com sede em Bonn, na Alemanha. Essas cinco são suficientes por enquanto. Nós não seríamos capazes de alcançar mais do que isso no primeiro ano, de qualquer forma. Todas essas organizações realizam reuniões regularmente e convidam os governos e chefes de governo para participarem. Descobrimos, então, alguns eventos que seriam importantes para nós.

PNUMA: Programa para o Meio Ambiente

O PNUMA é uma organização muito importante que coordena todas as atividades da ONU relacionadas ao meio ambiente. O atual diretor executivo, Achim Steiner, junto com sua equipe, começou a trabalhar na campanha “Bilhões de Árvores” ao lado dos patronos Wangari Maathai e Príncipe Albert II, de Mônaco. Wangari Maathai tem sido uma grande inspiração para Felix que, por sua vez,

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tem sido uma grande inspiração para todas as crianças. Assim, temos mobilizado mais e mais crianças, que continuam o movimento de inspirar outras. Desde 2007, o antecessor de Achim - o ex-diretor executivo Klaus Toepfer - é a já A Groenlândi seis e as qu eu perd ssa vezes mais ma 02 20 e tr en r pola e nos e 2011 do qu es. anos anterior as Muitas geleir ua ág de s te (fon vir doce) podem r a desaparece e. completament Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, publicado em 27 de setembro de 2013.

patrono da Iniciativa das Crianças Plant-for-the-Planet. Durante seu mandato como chefe do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Klaus incentivou a criação do Conselho da Juventude do PNUMA. Para integrar o Conselho da Juventude, as crianças elegem um representante de cada continente a cada dois anos. Além disso, o PNUMA organiza uma Conferência das Crianças todo ano. Essa conferência conta com a participação de muitas centenas de crianças, em geral, vindas de mais de 100 países. Essas reuniões são muito bacanas. Você conhece crianças do mundo todo e descobre que elas pensam da mesma maneira que você. Elas também se preocupam com o futuro e com o meio ambiente. Você pode fazer grandes amizades lá e aumentar sua rede de contatos. Caso queira participar da próxima reunião, inscreva-se aqui: www. unep.org/tunza. O PNUMA também apoia outras quatro suborganizações da ONU.

UNFCCC: a Conferência do Clima Quando todos os governantes se reúnem, esses encontros são chamados de Conferências entre as Partes. A Conferência do Clima em Copenhague, em 2009, foi a COP15. A sede da UNFCCC fica em Bonn.

Nós crianças não viajamos a Copenhague, mas fizemos 142 pressão, protestando em frente ao consulado alemão em 9 de dezembro de 2009.

Em 1997, a COP3 foi realizada em Quioto, no Japão. Esse evento, que ficou bastante conhecido, resultou no Protocolo de Quioto - um acordo realizado por diversos governos sobre as regras e parâmetros para a redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa até 2012. O Protocolo de Quioto, um dos primeiros contratos ambientais globais, terminou, infelizmente, em 2012.

A 15ª conferência climática aconteceu em 2009, em Copenhague. Mais de cem mil pessoas do mundo todo, cidadãos globais, incluindo muitos jovens, foram a Copenhague, mas a COP15 foi um fracasso. Os líderes globais não concordaram com um contrato subsequente para substituir o Protocolo de Quioto. A única promessa feita pelos líderes do mundo foi que a temperatura média não deve aumentar mais do que 2 °C. Todos ficamos muito decepcionados e irritados com os resultados. Na reunião seguinte, a COP16, realizada em dezembro de 2010 em Cancún, no México, os jovens estavam usando camisetas que diziam: “Vocês já discutiam o assunto antes da gente nascer. Não venham nos dizer que precisam de mais tempo!”. Em Cancún, também não foi feito nenhum plano concreto.


O presidente do Equador, Rafael Correa, plantando com a gente e posando para a foto da campanha junto com a Alessa, do México.

Um ponto positivo de Cancún foi que alguns Estados insulares declararam que não seriam capazes de manter a meta de limitar o aumento da temperatura média a 2 °C, pois suas ilhas já estariam submersas a essa altura. Eles pediram que os outros governos compreendessem que eles só seriam capazes de aceitar uma meta que limitasse o aumento máximo da temperatura a 1,5 °C. other governments to understand that they can only accept a goal that would limit the maximum temperature increase to 1.5°C. Na 16ª Conferência entre as Partes (COP16) em Cancún, todas as crianças do nosso grupo convidaram os delegados a plantarem árvores conosco - plantamos 193 árvores. Seria muito bacana se cada um dos adultos plantasse pelo menos uma árvore conosco no início de cada conferência, uma para cada participante, cada país e cada grupo membro. Talvez, assim, os adultos pensassem mais nas crianças como nós ao tomarem decisões contra ou a favor do nosso futuro na conferência. O multipremiado filme Revolution (www.therevolutionmovie.org) mostra a campanha de plantio. Na cena seguinte, jovens são afastados à força pelos seguranças durante uma manifestação pacífica. O filme questiona: evolução

“Quando um desses políticos que apenas falam e não fazem nada começa a sorrir no painel, a minha vontade é de ter um cartaz dizendo ‘Pare de falar. Comece a plantar’ para colocar sobre a sua boca” - disse Andreas, em uma reunião de embaixadores realizada em Possenhofen, na Alemanha.

ou revolução?

12/11, o dia mais sombrio para o nosso futuro A COP17 em Durban, África do Sul, ocorrida em 11 de dezembro de 2011,

+2°C +4°C

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resultou em um desastre para o nosso futuro. Os governos concordaram em não Emissões verifipor todos os anos até 2019, não haverá mais nenhum acordo em comum e todos não gases cadas de o veis pel os países poderão emitir quantidades ilimitadas de CO2. Os líderes de governo responsá a stuf efeito e quebraram sua promessa de limitar o aumento da temperatura a menos de 2 evar l e m e d o p °C. Sem qualquer compromisso de reduzir a emissão dos gases responsáveis mento i c e o aqu m + 3,7 pelo efeito estufa a partir de 2012, a meta de 2 °C tornou-se absolutamente global e 100. 2 é °C at

fazer um novo acordo antes de 2020. Isso significa que, desde 2013, passando

impossível. Alguns cientistas preveem um aumento de 4 °C ou até 5 °C.

E como se isso já não fosse suficiente, o ministro do Meio Ambiente do Canadá, apenas algumas horas após retornar de Durban, declarou que seu país estava se retirando oficialmente do Protocolo de Quioto. De acordo com o Protocolo de

latório Quinto Re o, çã ia al Av de de o em 27 publicad 2013. de ro setemb w. el em ww Disponív ipcc.ch.


Quioto, o Canadá teria que reduzir suas emissões de CO2 em seis por cento até 2012, em relação a 1990. Mas em 2010, elas já excediam o nível de 1990 em 35%. A decisão de se retirar do acordo vai render a eles uma economia de estimados 14 bilhões de dólares (11 bilhões de euros) em multas, explicou o governo canadense. Cinco dias antes, seis jovens canadenses haviam sido expulsos das negociações da ONU

Seis jovens canadenses dão as costas ao governo do Canadá durante a COP17 em Durban, África do Sul.

sobre as mudanças climáticas em Durban, na África do Sul. Matthew, Sonia, Brigette, Meghan, James e Karen explicam o motivo: “No momento em que o ministro do Meio Ambiente do Canadá iniciou seu discurso para o plenário dos países membros, nós nos levantamos em silêncio e viramos de costas para ele. Vestíamos camisetas que diziam “Abaixo os poluidores” e “Dê as costas ao Canadá”. Seguranças das Nações Unidas nos retiraram do plenário, removeram nossos crachás e nos expulsaram do prédio. Uma pessoa pode tomar uma atitude. Seis pessoas podem tomar uma atitude, mas é quando centenas, milhares ou milhões de nós resolvemos nos posicionar diante do nosso governo e lutar por uma alternativa ao status quo que um lar seguro para todos nós passa a ser possível novamente”.

Primeiro um chocolate, e então, um boicote.

Francesco, da África do Sul, e Annie, do Canadá, juntamente com duas crianças do Japão, apresentaram sua visão de mundo na COP10, a Conferência sobre Diversidade 144 Biológica, em Nagoya, no Japão.

Na COP19, em Varsóvia, distribuímos 25 mil barras de chocolates Change para os delegados, com um convite dentro da embalagem para que fizessem as escolhas certas. Mas, infelizmente, todo aquele chocolate resultou em nada, porque Varsóvia mostrou ao mundo que o meio ambiente já não é mais uma prioridade para os donos do poder. As organizações sociais ficaram tão decepcionadas que, por unanimidade, resolveram marchar em protesto. Em dezembro de 2015, na COP21, estávamos mais determinados do que nunca e embarcamos rumo a Paris com uma edição especial do chocolate Change a bordo. Finalmente, os políticos e tomadores de decisão deste mundo ouviram nosso chamado e concordaram em resgatar seu compromisso feito em Elmau, adotando o primeiríssimo tratado sobre o clima com vinculação internacional. Crianças e jovens, como eu e você, vão participar da próxima COP no Marrocos, para continuar a lutar pelo nosso futuro e pela meta de 2 °C.

CDB: Diversidade Biológica A cada dois anos, os governos também se reúnem para conversar sobre diversidade biológica. Atualmente, 180 espécies animais e vegetais tornam-se extintas todos os dias. Em outubro de 2010, a décima reunião (COP10),


aconteceu na cidade japonesa de Nagoya, com a participação e falas de Annie, Clara, Felix e Francesco, do Conselho da Juventude do PNUMA. Essa conferência foi bem-sucedida e resultou no Protocolo de Nagoya. A COP11 aconteceu em outubro de 2012, em Hyderabad, na Índia.

UNFF: Fórum das Florestas Quando os governantes se reuniram para dar início ao Ano Internacional das Florestas, em fevereiro de 2011, na Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, nós aproveitamos a oportunidade para apresentar nosso Plano de três pontos. Você pode encontrar o vídeo e a transcrição do discurso no nosso site. O título da fala foi “Sobre florestas, macacos e mosquitos”. Comparamos o comportamento de adultos ao dos macacos e fizemos um apelo às crianças do mundo com a metáfora de que mil mosquitos podem fazer com que um rinoceronte mude de direção.

UNCCD: Convenção de Combate à Desertificação

No auditório da Assembleia Geral da ONU, nós seis apresentamos nosso “Plano de Três Pontos” para salvar o nosso futuro, em 2011.

Essa convenção da ONU tem foco nas áreas atingidas pelas secas. Quarenta e um por cento da superfície do planeta é coberta por áreas secas e mais de dois bilhões de pessoas vivem nessas áreas. A UNCCD apoia projetos de arborização ao redor do mundo todo para combater processos de desertificação nas áreas de seca. nós crianças cooperamos com a UNCCD no plantio de árvores nessas áreas.

Parlamentos Após termos obtido tão poucas respostas dos chefes de governo, fomos forçados a pensar em modos alternativos e complementares: se os chefes de governo demonstram um interesse tão pequeno nas nossas propostas, então teremos que nos certificar de que leis importantes para o nosso futuro serão criadas e adotadas. Há leis sendo promulgadas pelos parlamentos na maioria dos países. Isso é mais comum em países democráticos. Nós acreditamos que a solução mais simples seria que os parlamentares decidissem que cada cidadão do seu país deveria plantar 150 árvores até 2020 - uma lei muito simples e muito efetiva. Essa também é uma decisão que poderia ser tomada pelos conselhos locais e municipais. No caso de países que já tenham muitas árvores e não possam mais plantar em seu território, seus cidadãos poderiam plantar árvores em países do hemisfério sul, pessoalmente ou via doação. Muitas comunidades têm cidades-irmãs, muitas escolas têm escolas-irmãs

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Nossa apresentação no Congresso de Quintana Roo, no México.

e muitas empresas têm subsidiárias em outros países. Há ainda a internet e a possibilidade de que todo mundo, pobre ou rico, trabalhe conjuntamente e descubra como ajudar uns aos outros. Os países mais pobres do hemisfério sul podem oferecer algo muito valioso, isto é, os trópicos, onde as árvores crescem duas ou três vezes mais rápido do que na Europa, por exemplo, e, consequentemente, consomem mais CO2. O Parlamento do Estado Federal de Quintana Roo, no México, foi o primeiro a nos convidar. Foi uma grande honra, pois nunca antes não-membros do congresso haviam sido autorizados a se pronunciar diante do parlamento. Muito menos uma criança! Nós aproveitamos essa oportunidade em 22 de abril de 2011 e, pela primeira vez, submetemos a proposta de lei de que cada cidadão deve plantar 150 árvores. Apenas um ano mais tarde, em 13 de abril de 2012, Luis (14) e Felix, juntamente com o prefeito de Chetumal, a capital de Quintana Roo, assinaram um contrato em que os 140 mil cidadãos do município, incluindo seus subúrbios, comprometeram-se com o plantio de 150 árvores até 2020.

3-Plano de três pontos para estados, cidades, comunidades e empresas Não são todos os embaixadores da justiça climática (8-14 anos de idade) ou “futuros lobistas” (15-21 anos de idade) que têm a oportunidade de entrar em contato com seus governos nacionais, mas todo embaixador ou futuro lobista pode entrar em contato com os políticos de seu país e conselhos administrativos empresariais, com o objetivo de promover o Plano de três pontos em escala local, nacional ou corporativa. Gostaríamos de descrever

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quatro exemplos de métodos empregados pelos futuros lobistas: 1) Gran Canária, que fica na costa da África e pertence à Espanha; 2) Chetumal, a capital do estado de Quintana Roo, no México; 3. Quênia; e 4) o estado alemão de Hessen. Gran Canária: junto com o presidente de Gran Canária, José Miguel Bravo de Laguna, nós crianças desenvolvemos um Plano de três pontos para que Gran Canária se tornasse a ilha mais verde do mundo até 2020: 1.

Até 2020, o fornecimento de energia da ilha deve ser gerado por fontes solares e eólicas, em lugar da queima de combustíveis fósseis.

2.

A partir de 2020, o governo não deve mais autorizar o uso de veículos movidos a combustíveis fósseis; apenas o uso de veículos elétricos será permitido.


3.

Como cada cidadão do mundo deve plantar 150 árvores, os 830 mil habitantes de Gran Canária serão responsáveis pelo plantio de 120 milhões de árvores: 10 milhões na ilha e outros 110 milhões em países africanos vizinhos.

O nível do ma r aumentou em 20 centímetros financeiramente para que venha a ser a ilha mais verde do mundo. desde 1900. Por volta de 2100 , ele terá subi Chetumal: um ano depois do nosso pronunciamento no parlamento de Quintana do 82 centímetro s. Roo, Luis (14), de Chetumal, e Felix assinaram um contrato formal com o prefeito Relatório da da cidade, segundo o qual os cada um dos 140 mil cidadãos do município deve Quinta Avalia ção do IPCC apresenplantar 150 árvores (totalizando 21 milhões de árvores); além disso, eles buscarão tado em 27 de implementar os outros dois pontos do nosso Plano de três pontos. setembro de 2013. Disponível em www.ipcc.ch. Quênia: no Quênia, terra natal de Wangari Maathai, toda criança aprende que, se

Os milhões de turistas que visitam a Gran Canária todos os anos podem ajudá-la

ela não plantar árvores suficientes, “vai respirar o ar dos outros”. Ao longo dos últimos cinco anos, 1.419 pessoas e organizações plantaram juntas 495 milhões de árvores no Quênia. Em 19 de abril de 2012, muitas dessas organizações declararam que pretendiam dobrar esse número para um bilhão de árvores ao Traga seu prefeito a bordo do nosso modelo de município! Nós temos uma parceria de muitos anos com

página plant-for-the-planet.org. Lá, todo mundo

líderes municipais de várias cidades, incluindo

pode ver quantas árvores uma cidade está

Neu-Ulm, na Alemanha. Cada “cidade árvore”

plantando em seu próprio território e, também,

participante mantém ao menos duas academias

o que é ainda mais importante, quantas árvores

e dois eventos locais de plantio de árvores. As

estão sendo plantadas nas regiões subtropicais -

academias são fomentadas pela comunidade

as partes mais pobres da Terra, onde as árvores

empresarial do município. O prefeito oferece

absorvem de duas a quatro vezes mais CO2,

a terra, a mão-de-obra e as mudas, e o secre-

em relação a países industriais como os da

tariado da Plant-for-the-Planet organiza as

Europa, os EUA, o Canadá e o Japão. Com

academias e os eventos de plantio. Uma “cidade

os contadores de árvores em suas florestas,

árvore” demonstra que assume responsabili-

os municípios estão competindo uns contra os

dade com o nosso futuro, isto é, das crianças.

outros. O público e as empresas podem desafiar

Nossos eventos comunitários regulares de

uns aos outros para ver quem consegue plantar

plantio de árvores e as academias, em que

as árvores mais capazes de absorver carbono

crianças e jovens podem ser ouvidos, ajudam

do mundo, ou seja,

a fazer da sustentabilidade uma parte integral

aquelas que têm um papel

da vida social. O público em geral, políticos e

mais significativo em

a comunidade empresarial se unem a nós, as

garantir que nós crianças

crianças, para demonstrar que todos levamos a

tenhamos um futuro suste-

sério a crise climática e só podemos superá-la

ntável à nossa espera.

trabalhando lado a lado. Cada cidade árvore também nutre sua “floresta” virtual (online), na

Louis (9) teve sucesso nas negociações com seu prefeito.

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final de 2012. Faridosa, uma futura lobista do Nairobi, e Felix enviaram seus parabéns a essas organizações e identificaram que, dessa forma, o Quênia está atingindo a meta. Em 2020, os 40 milhões de habitantes deverão ter plantado 150 árvores cada um, ou 6 bilhões de árvores juntos, no total. Nos primeiros anos, leva mais tempo, mas conforme as pessoas ganham familiaridade com o processo, torna-se possível atingir resultados fenomenais, como dobrar o número de árvores plantadas em intervalos regulares. Hesse: O departamento de finanças do estado de Hesse nos pediu uma

Um momento histórico. O primeiro contrato entre uma cidade e as crianças da Plant-forthe-Planet foi celebrado em 13 de abril de 2012.

sugestão sobre como implementar o Plano de três pontos. Você pode ler nossa contribuição em detalhes na antologia Neutralidade climática em Hesse. Veja o resumo a seguir: Com seus 6 milhões de habitantes, Hesse deveria começar a campanha “Um bilhão de árvores” As cem maiores empresas do estado poderiam, idealmente, começar pelo plantio de 75 milhões de árvores para seus cerca de 500 mil funcionários;

Hesse provavelmente não tem espaço suficiente para todas essas árvores extras, mas, para o clima, não importa onde as árvores estão. Ao contrário, as árvores localizadas nos trópicos consomem muito mais CO2 do que as árvores em Hesse; A proporção entre ricos e pobres na Terra é de 1:5. Hesse pode utilizar suas parcerias com países do hemisfério sul e/ ou estabelecer novas parcerias com regiões que tenham pelo menos 30 milhões de habitantes; A partir da nossa rede Plant-for-the-Planet, podemos organizar

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parcerias com dois países africanos: Quênia e Lesoto;

Hesse traz ainda a transferência de tecnologia para a parceria e, graças a esse empurrãozinho, os parceiros não cometerão os mesmos erros e poderão progredir diretamente da bicicleta para o carro elétrico, metaforicamente falando, ao mesmo tempo em que equipam suas casas com energia solar. Por meio de parcerias com fabricantes de carros, veículos elétricos poderão ser oferecidos a preços mais baixos, acessíveis inclusive para pessoas com baixa renda. Assim, os parceiros de Hesse, Quênia e Lesoto, poderão juntos, a longo prazo, manter o limite de 1,5 toneladas de CO2 por pessoa ao ano.

Taxas futuras para o setor privado Nós também pensamos em como as empresas podem nos ajudar. Muitas já nos apoiam, mas queremos ir ainda mais longe. Esperamos que toda uma indústria


esteja unida para nos ajudar. Com relação ao nosso futuro, as empresas não deveriam considerar-se como competidoras, ao contrário, deveriam fazer campanha juntas. Nós soubemos imediatamente qual ramo da indústria iríamos abordar primeiro. O favorito das crianças, é claro: a indústria de chocolates e doces. Em maio de 2011, uma oportunidade apareceu quando a empresa suíça Buhler, líder mundial em maquinário técnico para a manufatura do cacau, convidou seus clientes de todo o mundo e chamou Felix como palestrante. Juntos, Felix e os diretores da Buhler propuseram que todo fabricante de chocolate deveria investir um euro para cada tonelada de chocolate vendido em um fundo para o futuro das crianças, como uma taxa para o futuro, que representaria apenas 0,01% dos seus rendimentos anuais. Isso significa que a cada dez mil dólares em rendimentos, nós receberíamos um dólar, o que não é nada para o setor privado, mas uma enorme oportunidade para as crianças plantarem árvores, empoderarem outras crianças e promoverem mais sustentabilidade. A agência de comunicação Leagas Delaney, que tinha tido a ideia para a nossa campanha “Pare de falar. Comece a plantar”, desenhou uma campanha para toda a indústria de chocolates intitulada “Marrom é o novo verde”. A Buhler produziu 20 mil moedas de chocolate, chamadas de “moedas do futuro”, e Felix submeteu a proposta às empresas imediatamente, em maio de 2011, em Dusseldorf. Nem ao menos um representante de qualquer empresa se comprometeu, o que deixou Felix surpreso e muito chateado. Mas ele não desistiu e, em janeiro de 2012, no evento de ano novo da Rede Global de Doces, e em fevereiro de 2012, no Congresso MMM, bem como no Encontro Global de Líderes da YPO, diante de 2 mil jovens diretores, as primeiras 60 empresas de doze países se comprometeram com a taxa para o futuro, incluindo as empresas Bahlsen, Becks Cocoa, BrandLogistics, Brandt, Buhler, Chocolats Halba, Chocri, Confiserie Heilemann, Dehner, DMV Diedrichs Markenvertrieb, Farbtex, Heads!Personalberatung, Lanwehr Confiserie, Pit Süsswaren, SweetTec, S&R Vertrieb, Targetmedia, Trolli, Viba Nougat e Zott. Temos esperança de que muitas empresas de diversos setores se envolvam. A “taxa para o futuro” é coletada pela Fundação Plant-for-the-Planet e será investida exclusivamente na organização de academias pelo mundo e no plantio de árvores em países do hemisfério sul.

Chocolates Change - o primeiro produto da Plant-for-the-Planet Nós quisemos que o nosso setor preferido - a indústria de chocolates - fosse o primeiro a nos apoiar com o pagamento da “taxa para o futuro”. A ideia era que cada parceiro da Plantfor-the-Planet contribuísse

emos Nós quer uma coletar futuro e d a tax ia de r voluntá setores s o s o d to ria. t s ú da ind com a s o m a ç e m Co rita: o v a f nossa ria de a indúst doces.

Nossa campanha de chocolate e a Chocomob, em outubro de 2012, em Munique, Alemanha.

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com 1/10.000 de seu faturamento - a taxa para o futuro - para financiar nossas academias. A proposta, infelizmente, não deu em nada, e é por isso que nós crianças decidimos começar a produzir o nosso próprio chocolate. Foi uma experiência que nos ensinou muito sobre chocolate: são necessários 300 gramas de CO2 para produzir 100 gramas de chocolate. Aprendemos também que a maioria dos filhos dos aproximadamente dois milhões de trabalhadores das fazendas de cacau precisam trabalhar no campo ao invés de ir à escola,

Este é o nosso novo chocolate.

Um total de doze barras de chocolate Change foi enviado para o espaço, a bordo da Albert Einstein, que embarcou da Estação Espacial Internacional em 15 de junho 150 de 2013 - são duas barras para cada astronauta. Os astronautas ficaram super felizes (www. into-the-chocosphere.org).

porque apenas uma fração muito pequena do preço do chocolate vai para os trabalhadores das fazendas de cacau. Nós produzimos o chocolate Change da mesma maneira que acreditamos que todas as coisas no mundo deveriam ser produzidas, com impacto ambiental neutro e comércio justo. Com a venda do cacau, os trabalhadores das fazendas ganham o suficiente para enviar seus filhos à escola. Nós também compensamos as emissões de carbono porque os produtores de cacau plantam madeira nobre dentre as suas árvores. Após vinte anos, eles podem vender sua madeira nobre para a produção de móveis, aumentando ainda mais a renda familiar. Assim, porque plantam tanto cacau quando madeira nobre, seu sustento não depende mais apenas do preço do cacau. Desse modo, os chocolates Change atendem duplamente aos critérios do comércio justo. A letra “C” de CO2 fica armazenada na madeira nobre durante o crescimento das árvores e, posteriormente, no mobiliário produzido. Além de plantar madeira nobre nas fazendas de cacau, para cada três barras de chocolate Change orgânico que vendemos (e para cada cinco barras do Change


normal), nos comprometemos com o plantio de mais uma árvore nas terras que pertencem à fundação, localizadas em Campeche, no México. Isso faz com que o nosso chocolate tenha também impacto ambiental neutro duplicado. Em alemão, batizamos nosso chocolate como “O bom chocolate” e, nas outras partes do mundo, chamamos de “Chocolate da Mudança”. Muitos pontos de venda, como Akzenta, Coop Kiel, Dehner, Edeka, Globus, Kaufland, Rewe e Tengelmann Süd, vendem o chocolate Change por um euro, dos quais 20 centavos vão diretamente para o plantio de árvores da Plant-for-the-Planet. A versão orgânica do chocolate Change pode ser comprada por 1,25 euros. Todos os ingredientes são provenientes de fontes orgânicas e têm certificado de comércio justo. Além disso, nós prometemos plantar uma árvore para cada três barras, pois aqui, 33 centavos de euro vão diretamente para a Plantfor-the-Planet. O modelo de negócios é baseado no fato de que os produtores e distribuidores abrem mão de seus lucros. O chocolate Change é o mais famoso chocolate de comércio justo na Alemanha. Se você conhece o nome de alguém que é responsável por uma cadeia de supermercados no seu país, que tal pedir a essa pessoa que tenha um estoque de chocolates Change? Assim, você pode ajudar a disseminar o que fazemos e as árvores que plantamos.

A venda do chocolate Change nos permitiu plantar mais de um milhão de árvores. Fica aqui o nosso muito obrigado para os distribuidores e consumidores! Salvar o mundo nunca deu tanta água na boca

Organize o seu próprio evento para degustação do chocolate Change! Escolha uma loja local que venda o chocolate Change e pergunte ao gerente se você pode organizar um evento de degustação. Combine uma data e peça a ele que garanta uma quantidade suficiente dos nossos chocolates em estoque para aquele dia (uma vez, um supermercado vendeu 200 barras de chocolate em apenas três horas!). Envie um e-mail para schokolade@plant-for-the-planet. org, compartilhando conosco onde e quando será o evento e solicite o envio do pacote para degustação (chocolates, folhetos e cartazes). Anuncie o evento no

“O futuro pertence às crianças.” Herbert Groenemeyer, cantor alemão.

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Facebook. Talvez os gerentes permitam que você coloque cartazes no local a fim de divulgar o evento de degustação para os clientes da loja. O evento em si dura, em geral, de duas a quatro horas, dependendo de quanto tempo você tenha disponível. Abra algumas barras de chocolate Change e ofereça um pedaço para os clientes que passarem por lá. Divulgue fotos do seu evento na página do Facebook: www. facebook.com/Die.Gute.Schokolade.

Os membros do Conselho das Crianças da Plantfor-the-Planet 2016/ 2017 são: Amelia (11), Reino Unido; Anna (14), Espanha; Cesar Emmanuel (13), México; Clara (12), Alemanha; Favour (12), Nigéria; Fidan (13), Azerbaijão; Gballe (13), Costa do Marfim; Guru Vishnu (14), Índia; Hellez (12), Uganda; Hima Ann (12), Emirados Árabes 152 Unidos; Isaac (14), Estados Unidos; Justin Nathen (13), Filipinas; Muskan (9), Índia; Shivangi (10), Índia.

Nosso primeiro partido político global Consideramos a reação dos chefes de governo - ou melhor, sua falta de reação - como um sinal muito claro e direto. Nós entendemos. Vamos ter que tomar o futuro em nossas mãos, teremos que agir por nós mesmos, sem depender dos adultos. Em nossas primeiras reuniões, com frequência consideramos a ideia de fundar nosso próprio partido político. Ele seria, então, um partido mundial, o primeiro partido político realmente de escala global, com membros em todos os países do planeta. O Plano de três pontos para salvar o futuro seria nossa plataforma política e a base desse primeiro partido de escala global. Nossos membros com mais idade, acima dos 14 anos, estão trabalhando nesse projeto do “partido global” desde a nossa reunião anual de 2011. Assim que tivermos idade suficiente, fundaremos o “Partido dos Cidadãos do Mundo”.

Democraticamente organizado Crianças como você e eu tomam as decisões sobre essa iniciativa. A ideia por trás da nossa iniciativa para crianças e jovens é inspirar um milhão de outras crianças até 2020, para que também se tornem embaixadoras da justiça climática. Até 2020, também temos como meta coletar um trilhão de declarações de compromisso de plantio de árvores ao redor do mundo. Lembre-se, não faremos tudo sozinhos, é claro, mas com a ajuda dos adultos. Sabemos que o primeiro milhão em cada país vai ser o mais difícil. Mas, assim que atingirmos o primeiro milhão - e já tivermos construído uma rede de crianças e adultos - será muito mais fácil e rápido alcançar o segundo milhão. Dobrar esse número, mais uma vez, para quatro milhões, será mais rápido ainda, e assim sucessivamente. Quando Felix começou, ele estava sozinho. Hoje, já têm outras 50 mil crianças em mais de doze países que


fazem discursos e organizam festas de plantio, assim como ele. É claro, hoje em dia as notícias viajam centenas de vezes mais rápido do que há apenas alguns anos. Assim que tivermos conseguido recrutar um milhão de embaixadores da justiça climática que fazem discursos e organizam plantio de árvores em todos os países, seremos capazes de agir milhares de vezes mais rápido.

Até 2020, se não antes, todas as pessoas poderosas e influentes do mundo todo vão saber quem nós somos e qual é a nossa causa. Qualquer pessoa pode se juntar à nossa iniciativa, não importa de onde seja ou quantos anos tenha. Então, tanto adultos quanto bebês são muito bem vindos! Mas, apenas crianças com idade entre 9 e 21 anos (como você e eu) terão direito ao voto. Nessa iniciativa, nós crianças e jovens, vemos uns aos outros como uma família global, cidadãos globais. Os adultos já vêm discutindo sobre quem deve dar o primeiro passo contra o aquecimento global desde antes mesmo de nascermos. Nós apenas chegamos junto e seguimos em frente.

Organize seu próprio clube Plant-for-the-Planet Nossa estrutura democrática, com milhares de clubes Plant-for-the-Planet espalhados pelo mundo todo, vai fortalecer nossa rede mundial e nos ajudar a ter ainda mais força. Os clubes Plant-for-the-Planet são nossas unidades ativas mais importantes. Eles tomam suas próprias decisões e assumem responsabilidade por conta própria. Esses grupos também têm muita autonomia, pois são responsáveis por eleger os membros do nosso Conselho Global uma vez ao ano, durante a primavera: um para as crianças (de 8 a 14 anos) e outro para os jovens (de 15 a 21 anos). No primeiro Conselho Global, a maioria das crianças era da Alemanha. Mas no Conselho Global atual (2016/ 2017), os presidentes mundiais vêm da Índia e dos Estados Unidos. Estamos distribuindo os assentos de acordo com a população mundial. Ao apoiar os clubes locais Plant-for-the-Planet, as crianças e os jovens do Conselho Global supervisionam as atividades da iniciativa em todo o mundo.

Os membros do Conselho de Jovens da Plantfor-the-Planet 2016/ 2017 são: Dharmendra (20), Índia; Emilia (18), Alemanha; Eyilore (15), Nigéria; Fatou (19), Gâmbia; Kehkashan (15), Emirados Árabes Unidos; Mateo (19), Colômbia; Michelle (15), Costa Rica; Miko 153 (15), Estados Unidos; Sarah (16), Alemanha; Seika (15), Singapura; Simran (17), Emirados Árabes Unidos; Sudeep (20), Nepal; Wren (15), Estados Unidos; Yugratna (20), Índia.


O Conselho Global decide a estratégia e as políticas gerais da organização, definindo prioridades de ação anuais. Eles representam a opinião da nossa

Nós gritávamos: “Os adultos sempre dizem que as crianças são o futuro. Mas, quando não há futuro, o que resta para nós crianças?”

organização e conversam com a mídia e a opinião pública em nome de todos os membros e clubes. Todos os anos, na primavera do hemisfério norte, elegemos novos membros e, no dia 1º de julho, os membros do conselho anterior passam o controle da iniciativa para o próximo Conselho Global e para a próxima geração de crianças e jovens da Plant-for-the-Planet. Presidentes não podem ser reeleitos. Funcionando paralela e independentemente da nossa iniciativa democrática Plant-for-the-Planet, governada por crianças e jovens, a família Finkbeiner criou a Fundação Plant-for-the-Planet, em 2010. Eles gerenciam a fundação voluntariamente. A fundação apoia a iniciativa ao organizar programas em que nossos clubes e nós, enquanto embaixadores, possamos nos inscrever, tais como as academias, conferências de crianças e a Cúpula da Juventude. A fundação está investindo seu capital em terras degradadas que serão reflorestadas. Ao colher madeira num período de duas décadas e reflorestar novas árvores, dois objetivos são alcançados: o carbono fica armazenado nos produtos de madeira e o futuro financeiro da nossa iniciativa Plant-for-the-Planet fica garantido.

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iMatter – somos importantes Alec Loorz (16), da Califórnia, EUA, também está comprometido com a iniciativa Plant-for-the-Planet e nos convidou para participar da marcha i-Matter em 8 de maio de 2011. Achamos

arComo p que seria uma ótima ideia. Clubes da Plant-for-thenosso o d te . w w w o Planet de cinco cidades, Augsburg, Cancún, Colônia, projet cli-youth global , Dresden e Munique, aderiram espontaneamente à g lan.or mate-p ra a p s o campanha. Foi muito divertido. A polícia fechou vias só tam pergun as de para nós e desviou o tráfego. Segurávamos árvores de centen o stas d e cienti u q o papelão, cartazes impressos feitos por nós e, tanto no todo mundo zer mos fa a s i c e pr o imitar tura para l empera t e d o t n e m au C. a +2 °


Nós queremos votar! Queremos que todas as pessoas possam votar conforme desejem e que tenham capacidade para tal - não importa a idade. Afinal, é um princípio fundador da nossa Constituição (a alemã) que “toda a autoridade do Estado é derivada do povo”. Ainda assim, 14 milhões de pessoas na Alemanha são excluídas do voto em massa - só porque têm menos de 18 anos de idade. Também poderia haver uma idade padrão (14 ou 16) em que seríamos oficialmente convidados a votar. Mas, qualquer um que deseje votar deveria poder aderir ao registro eleitoral em seu município. Nem todas as crianças votarão, mas algumas, definitivamente, sim! O fato de que mais de uma dúzia de crianças participam ativamente da nossa campanha “Nós queremos votar” é evidência suficiente. Muitos embaixadores da Plant-for-the-Planet com idades entre 10 e 17 anos, solicitaram o direito ao voto no verão de 2013, o que lhes foi negado. Nós não tivemos voz na eleição federal alemã de 2013. Por essa razão, apresentamos uma queixa contra a eleição federal junto ao comitê eleitoral, em novembro. Demorou alguns meses e, em maio de 2014, nossa reclamação foi finalmente rejeitada pelo comitê. Então, acompanhados de nosso advogado e da Fundação para os Direitos das Gerações Futuras, nós preparamos um processo legal e apresentamos o caso para o Tribunal Constitucional Federal em 7 de julho de 2014. Nós fizemos isso porque uma exclusão generalizada de crianças e jovens é não apenas arbitrária, mas também danosa à democracia e à justiça entre as gerações. Nossa meta é que cada pessoa seja capaz de votar conforme sua vontade e capacidade. Se crianças e jovens querem participar de suas comunidades, nenhuma lei do mundo deve impedi-los! Muitos meios de comunicação têm relatado nossas ações, garantindo que a nossa questão seja discutida publicamente, o que não deixa de ser um êxito. No entanto, o Tribunal Constitucional Federal acabou rejeitando a nossa queixa (www.wir-wollen-waehlen.de).

começo quanto ao final da nossa marcha, realizamos protestos. Ao entardecer, todos já tínhamos perdido a voz, depois de tanto gritar durante a marcha. É muito fácil protestar. Você só precisa de um adulto que possa realizar a solicitação junto às autoridades. Nos países democráticos do mundo, a liberdade de expressão é um direito garantido. Isso significa que qualquer pessoa pode realizar um protesto. Nós podemos enviar uma árvore-cartaz de 1,5 x 1,1 metros para o seu protesto. É só entrar em contato pelo e-mail info@plant-for-the-planet.org, caso tenha interesse. Durante as conferências climáticas internacionais, você e seus amigos podem utilizá-las em frente à prefeitura, embaixada ou outros prédios governamentais. Outra palavra usada para se referir ao ato

Abertura da nossa Casa na Árvore, 155 em 1º de julho de 2011, com o cantor alemão Peter Maffay.


de protestar é “manifestação”. Durante um protesto, nós podemos publicamente manifestar que o futuro é importante para nós. Alec e seus amigos processaram o governo federal dos Estados Unidos pelas seguintes razões: se uma empresa elimina resíduos tóxicos em uma área pública, é obrigação do governo reparar a área municipal e perseguir o poluidor. Quando as empresas destroem o clima e, consequentemente, nosso futuro, com seus produtos, o governo também é responsável por restaurar o clima, que é um bem comum cuja recuperação pertence à comunidade.

Nosso escritório É claro que nós crianças precisamos de um secretariado, ou seja, assistentes que organizem tudo isso. E eles precisam de um escritório. Nos primeiros meses depois do primeiro discurso de Felix e de sua primeira árvore, ele e seus amigos ainda eram capazes de responder aos e-mails sozinhos. Gregor Hintler e Sascha Suaheli, formados no ensino médio em Tutzing, colocaram o site para funcionar. Então, mais e mais trabalho foi aparecendo o tempo todo. Felix teve uma ideia e fez a seguinte sugestão a seus pais: “se nós crianças arrecadarmos dinheiro, Nós entre então um assistente poderia trabalhar da nossa casa durante o dia”. Os gam gia, os en pais de Felix, que sempre o apoiaram como voluntários, concordaram, você erdoa á r vor e Felix e seus amigos escreveram cartas para quarenta empresas. A es! Toyota foi a primeira a responder e a doar dinheiro. Ainda em dezembro de 2007, o primeiro assistente foi contratado.

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A primeira estação de trem energy-plus da Alemanha.

Em 2008, vieram o segundo e o terceiro assistentes. Os pais limparam o segundo cômodo, o terceiro e, no verão de 2011, o quarto, já que doze assistentes trabalhavam na casa dos pais do Felix, em Paehl. Já não havia carros, bicicletas ou cortadores de grama na garagem (tudo tinha ido para o terraço) e, lá, os pais do Felix instalaram prateleiras sobre as quais colocavam todos os livros incríveis que os embaixadores da justiça climática recebiam durante as academias. No momento perfeito, antes que a garagem explodisse de tão cheia, os donos da rede de supermercados Tengelmann - a família Haub - souberam do que estava acontecendo e, no outono de 2011, doaram à iniciativa das crianças uma nova casa na cidade de Tutzing com mais de 200 metros quadrados de espaço para escritório e 70 metros quadrados de espaço para armazenamento, perto da estação de trem e com vista para o lago Starnberg. Como símbolo da nossa nova casa, começamos, na festa de inauguração, a construir uma casa na árvore próxima ao lago. Ela será a casa na árvore mais inteligente do mundo, pois será conectada a muitas outras árvores do planeta. A casa na árvore será como um símbolo nosso, representando como nós crianças do mundo, nos conectamos umas com as outras por meio das árvores.


Nossa sede: a primeira estação ferroviária energy-plus da Alemanha Os atos de morar e trabalhar representam quarenta por cento das emissões de carbono, devido ao aquecimento das áreas frias, resfriamento das áreas quentes, aquecimento de água, luzes, eletrodomésticos e computadores no trabalho. Felizmente, muitas novas casas estão sendo construídas com o objetivo de economizar energia. Elas são chamadas “casas de baixa energia”, “casas passivas” ou “casas energy-plus”. Uma casa energy-plus produz mais energia do que consome. Em primeiro lugar, por ter ótimo isolamento térmico e captar energia solar (principalmente através de painéis no telhado), armazenando o calor em tanques de água e a energia em baterias. Em segundo lugar, muitas também usam energia solar para alimentar bombas e extrair o calor debaixo da terra ou do ar, armazenando-o também em tanques de água. Em 1º de janeiro de 2013, a família Finkbeiner comprou o prédio da estação de trem do município de Uffing am Staffelsee, que tinha 139 anos de idade. O trem faz paradas aqui de hora em hora, no seu trajeto rumo a Munique e aos Alpes. A empresa operadora dos trens na Alemanha havia vendido mais de mil das suas propriedades ferroviárias em 2009, mas ninguém se interessou pela estação de Uffing. Franziska, Felix, Flurina e seus pais sempre passavam as férias de verão em Uffing, assistindo o agente ferroviário trocar os pontos e sinais, e abrir e fechar à mão os portões da estação. A estação estava abandonada e coincidiu de a Fundação Plantfor-the-Planet estar procurando um novo espaço para seu escritório. Foi o incentivo necessário para que a família Finkbeiner convertesse o prédio da estação antiga na primeira estação energy-plus da Alemanha, tornando-a disponível para a Fundação. Até mesmo os prédios antigos podem ser renovados com materiais que respeitem

Plant-forthe-Planet é aconselhada por um grupo internacional de especialistas

o meio ambiente e, assim, tornarem-se não apenas climaticamente neutros, mas também produtores de mais energia limpa do que consomem. Outro ponto positivo é que os escritórios da Fundação agora se orgulham de ter as melhores conexões de

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transporte público. Todos os distribuidores forneceram seu material gratuitamente ou a preços especiais. A energia solar é captada por 71 módulos fotovoltaicos e quatro módulos termais, e armazenada em uma bateria de 13,8 kW e um tanque de água de 800 litros. Na verdade, a estação produz tanta energia que a população do município e os passageiros do trem podem carregar seus carros e bicicletas elétricos em dois pontos de recarga. Uma tela grande na sala de espera mostra a quantidade de energia que a estação está produzindo. A Plant-for-the-Planet pode utilizar o espaço como escritório e também como centro de treinamento para coordenadores do mundo todo que vão à Europa, ficam hospedados na estação e são treinados pelo secretariado da Plant-for-the-Planet. .

Muito obrigado a todos os adultos que nos levam a sério!

Nossos dois patronos são Klaus e Príncipe Albert de Mônaco.


Ficamos honrados que muitos nos convidem como palestrantes. É muito legal para nós quando podemos contar para vocês, mais velhos, como nós crianças enxergamos o futuro, qual a nossa sensação ao ler as notícias e como nos sentimos quando mais uma conferência do clima fracassa. Se vocês nos convidarem como palestrantes, iremos com muito prazer. Sempre fazemos palestras voluntariamente e investimos nossa remuneração integralmente na próxima academia, em que nós crianças procuramos instigar outras 80 crianças a juntarem-se a nós. Preferimos organizar a academia no mesmo dia e local da palestra. Assim, mais crianças aprendem a plantar árvores e a realizar discursos. Elas também investem suas remunerações nas academias e assim por diante. Quando alguém nos pergunta o que pode fazer, sempre damos a mesma resposta: “Convide 80 crianças com idades entre 9 e 12 anos, de dez ou doze escolas, para participarem da academia durante um dia. Um embaixador da justiça climática que já tenha sido formado pela academia vai até lá e deixa essas 80 crianças prontas para participarem - essa é a melhor coisa que você pode fazer por nós. Também ficamos muito felizes com todo o reconhecimento e os muitos prêmios que recebemos dos adultos espalhados pelo mundo, tais como: Medalha de Estado da Bavária (prêmio ambiental B.A.U.M.); Prêmio Internacional Jovem Herói-Eco 2010 (EUA); GWA Effie Social 2010 - ouro para a campanha “Pare de falar. Comece a plantar”; Super-herói do Século XXI (Tolerância Global e UNESCO); Prêmio Humanitarian4Water 2011, na categoria Urso Polar; Prêmio Sucesso para o Futuro 2011; Prêmio Sea 2012 “pelo conjunto da obra”; Prêmio Winspiration 2012; Você e Ecologia da Paz 2012;

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Bürgerkulturpreis (Prêmio Cidadão Cultura) 2013, pelo parlamento da Bavária;

sso futuro! a salvar no Nos ajude Prêmio Semana Climática 2013; “Jovem mais inspirador”; 40º EKOTOPFILM IFSDF 2013; Prêmio One World Family 2013; Oscar Social de Hamburgo (prata) 2013; Medalha de Reconhecimento 2013; Prêmio Honorário da Premiação de Cultura Alemã 2014; Sauti Kuu ActNow Jugend Award 2015 (“prêmio para heróis”) e STEIGER AWARD 2015, na categoria ambiental. as ok e siga no Facebo ok.com/ fã bo ce um fa ja w. Se ades em ww id iv at nossas eplanet. plantforth


Também ficamos muito felizes com as muitas menções na mídia. Nos primeiros cinco anos, mais de dez mil veículos de comunicação do mundo todo fizeram reportagens sobre nós. Eles nos ajudam fazendo com que mais adultos e mais crianças nos conheçam. Nós também agradecemos a todos os VIPs, que permitem que os “calemos” para podermos espalhar nossa visão pelo mundo. Obrigado a todos vocês, pessoas privadas, empresas e instituições que doaram dinheiro, pois foi com sua ajuda que conseguimos alcançar tanto e criar a nossa Fundação das Crianças. A todos os adultos que nos levam a sério e lutam ao nosso lado pelo nosso futuro, obrigado! Estamos procurando exemplos que possam nos apoiar e que prometam plantar novas árvores para o nosso futuro. Ajude-nos a salvar nosso futuro! Indivíduos Empresas Corporações

1.000 árvores 1.000.000 árvores 1.000.000.000 árvores

Redes Sociais O potencial da internet! Vamos seguir o exemplo árabe: “um mosquito não pode fazer nada a um rinoceronte, mas mil mosquitos juntos podem fazer com que um rinoceronte mude a sua direção”. Pela internet, podemos alcançar milhares de pessoas e falar para elas sobre as nossas atividades! Por exemplo, mais de 800 milhões de pessoas usam o Facebook. Cada um de nós pode trabalhar para expandir e manter a nossa família global! facebook: “Stop talking. Start planting”: facebook.com/plantfortheplanet Twitter: Twitter.com/pftp_int O que fazer? Seja um fã das nossas páginas no Facebook: “Stop Talking. Start Planting” e “The Change Chocolate”. Promova-as no seu mural; Poste fotos no seu mural do Facebook e marque você e os seus amigos; Grave seu próprio filme, poste-os no Youtube e compartilhe o link no seu mural do Facebook; Faça parte da nossa comunidade global em www.plant-for-the-planet.org. Compartilhe suas fotos e relatórios de atividade e poste o link no seu perfil do Facebook.

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Juntos, podemos alcançar muitas coisas! A internet permite que nos comuniquemos em grupos e coordenemos nossas ações. Muitos dos chamados flashmobs aconteceram porque pessoas tiveram ideias criativas! Esses flashmobs chamam muita atenção! Imagine mil crianças em frente à sede do governo na sua capital durante as reuniões da Conferência do Clima. Ou crianças se reunindo nas embaixadas mais importantes para as negociações climáticas e plantando árvores, muitas árvores. Caso não seja possível plantar árvores, elas podem, então, levantar árvores de papel, como as crianças de Berlim fizeram em frente ao seu consulado em 9 de dezembro de 2009, durante a Conferência do Clima em Copenhague.

Passar por uma experiência como essa nos dá coragem! Nós sabemos que as 46 mil crianças que participaram

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Nós somos os autores deste livro, juntamente com os membros do Conselho Global de Crianças e Jovens da Plant-for-the-Planet.

das nossas academias até agora representam apenas o começo. Nossa meta é atingir um milhão de crianças até 2020. Iremos sempre trabalhar para encorajar muito mais crianças por todo o mundo e mostrar para elas que, juntos, podemos atingir coisas incríveis. E não vamos parar por aqui! Vamos continuar plantando até que haja justiça climática e até que o nosso futuro seja finalmente salvo! Quase toda escola tem uma escola parceira em algum outro lugar do mundo. Depois de ler este livro, você pode explicar para eles como a Plant-for-the-Planet funciona. Convide-os para plantar árvores com você. Árvores são o símbolo da justiça climática. Árvores são o símbolo do nosso futuro. Começar ou fazer parte de uma rede global ficou muito mais fácil graças à internet. Todos podem participar - não importa em que parte do mundo estejam. Temos que lutar juntos pelo nosso futuro. Todos podem ser membros, mesmo adultos, mas apenas nós crianças e jovens, temos o direito de votar para eleger nossos Conselhos Globais.

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Se não nós, então quem? Se não agora, então quando? Ao continuarmos trabalhando juntos por todas as fronteiras, nós crianças do mundo, teremos uma

chance real de um futuro mais seguro e feliz! Franziska disse uma vez: “Se enxergarmos a nós mesmos como uma família global, poderemos superar tanto a crise climática quanto a pobreza.”

Nós concordamos! Abhisekh, Alberto, Alec, Alina, Aman, Andrea, Anting, Antonella Ambra, Antonia, Ariane, Ashmita, Ava, Bagus, Cameron, Carolin, Carolina, Casey-May, Caterina, Clara, Clara Madeleine, Daria, Else, Erik, Eva, Evelyn, Fatima, Felipe, Felix, Fernanda, Franziska, Franziska Sophie, Giovanni, Hanna, Hiba, Himangi, Iago Hairon, Jessica, Jona, Josia, Joy, Kartik, Kehkashan, Jule B., Jule S., Julian, Karoline, Laxman, Lea, Lena


A., Lena S., Laura, Leon, Liam, Lione, Luis Angel, Luisa, Madhav, Madhumita, Maiken, Martha, Max, Melik-Sina, Merle, Mira, Miriam, Mohammed Rabiu, Moritz, Nayeli, Niklas, Nitipong, Nour, Pablo, Paulina, Priyankha, Radhika, Raphael, Rebecca, Rufat, Sagar, Shanisse, Shraddha, Shubham, Simran, Svenja, Szesima, Toni, Viacheslav, Wan Rui, Yifan, Yue, Yugratna, Yun Qi Vickiand e todos os outros membros da Plant-for-the-Planet*. .*

Você está com a gente? Torne-se um membro também!! Todos podem ser membros, mesmo adultos, mas apenas nós crianças e jovens, temos o direito de votar para eleger nossos Conselhos Globais.

Contato Plant-for-the-Planet Lindemannstr. 13 82327 Tutzing, Germany Tel. +49 (0) 88 08 93 45 Fax +49 (0) 88 08 93 46 www.plant-for-the-planet.org info@plant-for-the-planet.org facebook.com/ plantfortheplanet

Suíça Luzerner Kantonalbank IBAN: CH06 0077 8202 45451200 1 SWIFT: LUKBCH2260A A Fundação Plant-for-the-Planet na Suíça, como fundação filantrópica, também pode gerar recibos dedutíveis do imposto para doações feitas no país.

Para newsletters mensais: newsletter@ plant-for-the-planet.org

Créditos das imagens

A menos que haja outra indicação, as imagens usadas neste livro vêm dos arquivos da Iniciativa das Crianças Estamos sempre disponíveis Plant-for-the-Planet. A editora Espanha em nosso site. Ele cresce se esforçou para identificar dia a dia graças à ajuda de Catalunya Banc, S.A. a fonte de todas as imagens. IBAN: ES40 2013 1707 muitas crianças e jovens. Qualquer crédito equivocado 0502 0020 9621 pode vir a ser corrigido. BIC/SWIFT: CESCESBBXXX Fotos da campanha: Andreas Contas para México Biedermann, Anita Bischoff, BBVA Bancomer Per Eriksson, Annette Koroll, doações Conta: 0193447065 Andreas Müller, Thomas Plant-for-the-Planet Código: 0126 9400 1934 Rosen-thal, Bernd SchumFoundation 4706 59 acher, Markus Seidel e Jens Alemanhã BIC/SWIFT: BCMRMXMMPYM Umbach. Sozialbank Fotos das Academias: IBAN DE13 7002 0500 Endereços de Andreas Biedermann 0000 200000

BIC BFSWDE33MUE

A Fundação Plant-for-the-Planet é reconhecida como uma organização filantrópica pelas autoridades fiscais alemãs e pode fornecer recibos de dedução de impostos para doações.

e-mail especiais:

Questões sobre como participar/ organizar uma Academia Plant-for-thePlanet: : academy@ plant-for-the-planet.org Questões sobre doações: donate@ plant-for-the-planet.org

Retratos dos Embaixadores da Justiça Climática: Andreas Mueller Ilustrações: Carsten Abelbeck, p. 1; u. Bettina Kelm, p. 11; o.r., Riemann, p. 11; u.l., Wanjira Mathai, pág. 15; Frankfurter Allgemeine Zeitung, Augsburger Allgemeine e The Korea Herald,

p. 18, epubli GmbH (www. epubli.de); p. 19, dpa; p.19, epubli GmbH (www.epubli. de); p. 20, Fritz Pölking/ Okapia; p. 21, epa-Bildfunk; p. 23, dpa; p. 25, u., Shane Doyle Photography; p. 28 Radermacher, F.J., CADMUS, Vol.2, Nr. 3, Oktober 2014 P. 38, o., meteomedia; p. 38, u., DigitalVision; p. 41, l., Digital Vision; p. 41, r., dpa; p. 48, Sammlung Gesellschaft für ökologische Forschung/ Schweizerisches Alpines Museum Bern; p. 49, l., Jason Branz – Fotolia. com; p. 49, r., Martina Topf – Fotolia.com; p. 54, guentermanaus Fotolia. com; p. 56, Creativ Collection; p. 57, Christine Anrather; p. 62, Photodisc; p. 57, Creativ Collection; p. 95, Claus-Peter Lieckfeld und Veronika Straaß; p. 96, Backarts; p. 132, 133, Leagas Delaney; p. 134, Kids vs. Global Warming; p. 136, Michael Setzpfand; p. 137, Andreas Biedermann; p. 138 Bundesregierung Gottschalk, p. 139 Quelle dpa, Greenpeace; p. 140, Michael Setzpfand; p. 142, Michael Setzpfand; p. 144, o., Canadian Youth Delegates; p. 144 u., CBD; p. 156 Münchner Merkur.

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Felix Finkbeiner e os seus amigos criaram a Plant-for-the-Planet tendo em mente alcançarem o objetivo de plantarem um milhão de árvores em cada país do mundo. São apoiados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). No mês de dezembro de 2011 entregou o UNEP (o departamento das Nações Unidas responsável pela defesa do meio ambiente) o título de contador oficial das árvores para as crianças de “Plant-for-the-Planet”. Este foi um momento histórico e uma confirmação para todas as crianças do mundo. Desde aquela hora todos os governos, empresários e cidadãos prestam contas para as crianças de quantas árvores estão plantando. E assim 2,2 bilhões de árvores foram plantadas durante os últimos 5 anos e nossa meta são 1.000 bilhões de árvores até o ano de 2020, isso quer dizer 150 árvores por cidadão. “Se nós seguirmos os pesquisadores sobre o clima e constatamos daqui 20 anos, que eles estavam errados, nós não fizemos nada de errado. Mas se nós seguirmos os céticos enquanto ao clima e não fazemos nada e constatamos que estes não tinham razão, então será tarde demais para salvar o futuro”.


“Não podemos deixar apenas nas mãos dos adultos a responsabilidade pela criação do nosso futuro!” Felix Finkbeiner

As crianças e os adolescentes do mundo não querem continuar a esperar que os adultos comecem finalmente a resolver os desafios globais dos nosso dias. E estas crinças e jovens tem muito para fazer: seu desejo é salvarem - árvore por árvore. Escrevemos esse livro principalmente para as pessoas como nós - crinças e adolescentes. Porque seremos nós que teremos que viver com as consequências se os adultos de hoje não forem capazes de resolver completamente estes problemas à escala mundial. Com este livro, pretendemos demonstrar o quanto pode ser gratificante quando nos envolvemos nessa causa. Vamos contar a nossa história, explicar porque estamos agindo fazendo tudo o que podemos para termos um futuro positivo. Queremos mostrar o quanto tem sido excitante, para nós, aprendermos mais sobre o nosso planeta, o clima e as relações entre ambos - e o quanto pode ser divertido trabalhar com as crianças do mundo inteiro. Como já percebeu, vamos também dizer como você pode se juntar a nós, tornando ativamente envolvido. Porque falar apenas não impede as geleiras de derreterem: parem de falar, comecem a plantar.

supports the United Nations Environment Progamme


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