Recuerdos del Arte Conceptual

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RE CUER DOS DEL ARTE CON CEPT UAL

pedro proenรงa

waf books


© pedro proença, 2004, 2017 © waf books, 2017


RE CUER DOS DEL ARTE CON CEP TUAL

pedro proenรงa

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durante anos a fio te conceptual — desde nesto de Sousa, em 1 sobre o post-modern em amizade e “trans nessa tarde falaram Celant e o Rudi Fuch vam “fumadores de ia acabar, e nada de arte)…


entei ser um artista e que conheci o Er1983, num debate nismo que terminou scomunicação” — também o Germano hs, que se consideraópio” — o mundo novo surgiria (em













um anacronismo que torna o presente perfeito


























em 2004 trabalhei em várias séries de trabalhos para a galeria Lisboa 20 — incursões no scanner, e indirectamente na fotografia e no “livro” — continuava ingénuamente a tentar ser um artista conceptual, e a comentar aforísticamente a arte e o mundo, carregando o acelerador num indomável pretenciosismo — ali nada era modesto, e tudo esguinchava — este livro é feito com uma dessas séries, das muitas que não expus — continuação de tentativas, certamente badalhocas, mas sem capacidade de auto-denegrição de alguns artistas que admiro


nesta coisa de atirar objectos e livros para cima do scanner surgem imagens do Pinto da Costa (o do FCP) quando jovem, roubadas ao jornal Expresso — além de outras coisas escarrapachadas, do quotidiano, da minha vidinha, da criançada — serão as bolinhas dos furinhos uma alusão ao Baldessari, mas assim como em minúsculo, com o ridículo possível?


não denuncio pois nem faço dinheiro com denuncias ideológicamente prefiro a doçura ao ressentimento e a festa às armaduras éticas não aceito uma ética que não seja festiva, em ebulição, paródia, transcomunicação tenho uma aversão fisiológica em frenquentar os “poderes”


do mesmo modo afasto-me dos donos das revoluções e dos que fazem coincidir a legitimidade revolucionária com a celebração da merda todos os dias são dias de não-aniversário da arte — é uma tradição carroliana dizia o Manuel João: “a minha arte é espelho de Alice” — a nossa “arte” apenas se parece com a arte nessa perspectiva


livros que se esquecem de questionar enquanto questionam — trata-se dum afã amoroso tal e qual perdido em carícias literárias


e outras malícias devidamente teóricas — pois amo a teoria desempoeirada, sem ter que fazer fretes e lamber botas



este livrito foi arrancado ao esquecimento e devidamente paginado no dia 9 de Julho de 2017 e é dedicado à Rita Taborda Duarte com quem tanto me divirto em qualquer parte — assim não é difícil ser feliz


anda muita gente a violar muita gente Ă custa da arte


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