A toponímia do actual concelho de Mangualde em 1258

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Escritos: Colaboração na imprensa local

A toponímia do actual concelho de

Notícias da Beira, Mangualde, n.º 2253, de 30-04-2004, p.6 Arqueologia * História Local * Património Cultural * Genealogia

Pedro Pina Nóbrega

Mangualde em 1258

Deve citar-se: NÓBREGA, Pedro Pina (2004) – A toponímia do actual concelho de Mangualde em 1258. Notícias da Beira. [em linha] Mangualde. 2253, de 30-04-2004, [consultado em ??-??-????] p. 6. Disponível em www.pedropinanobrega.net


A toponímia do actual concelho de Mangualde em 1258

A toponímia do actual concelho de Mangualde em 1258 Pedro Pina Nóbrega

Muitos dos Mangualdenses já se terão perguntado qual a antiguidade da sua terra. Ora um dos documentos de que dispomos para atestar a medievalidade de uma terra são as Inquirições de 1258. Este documento é o resultado de um Inquérito que o rei D. Afonso III decidiu fazer para saber se todas as pessoas apenas possuíam terras que eram suas e pagavam os seus impostos. Neste documento que se encontra publicado nos Portugaliae Monumenta Historica existem referências a diversas aldeias do actual concelho de Mangualde, que naquela altura se encontrava dividido em três: Terras de Mangualde, Terras de Tavares e Couto de Maceira Dão. O objectivo deste trabalho é dar a conhecer os diversos lugares que já existiam em 1258 e a designação que tinham nessa data. Apresentamos uma lista ordenada pelos topónimos com a grafia original, seguidos da designação actual e de alguma observação.

Albergaria Regis – Quinta da Albergaria, no sopé do Monte da Sr.ª do Castelo, junto à E.N. 16; Alcaafachi – Alcafache, sede de paróquia, também se grafava Caafachi. Actualmente não existe nenhum lugar chamado Alcafache, nem sabemos se algum dia existiu, por isso poderá corresponder ao lugar do Peso, onde hoje se encontra a igreja paroquial; Almeida – Almeidinha, também se grafava Almeyda. Foi fundada por Johannes Fernandi, que lhe deu o nome; Aqua Levata – Água Levada; Auteiro – Outeiro de Espinho, também se grafava Autorio ou Auterio; Aveleeira – Aveleira, Quinta na saída de Quintela de Azurara para a Ribeira, junto à E.M. 655; Bauzas – lugar no termo de Quintela de Azurara, cuja actual localização se desconhece; Borraca – lugar no termo de Quintela de Azurara, cuja actual localização se desconhece; Brunosa – Tanto designa Abrunhosa-a-Velha como Abrunhosa-do-Mato; Caçurraes – Cassurrães, sede de paróquia, também se grafava Cazurraes;

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Caes – Santa Luzia ou Santo Amaro de Azurara1; Canedo – Canedo do Mato ou Canedo do Chão; Canelas – Canelas; Casali Menendo – Casal Mendo; Castelo de Zurara – alto do monte da Sr.ª do Castelo; Castro de Tavares – alto do monte da Sr.ª do Bom Sucesso; Cubas – Cubos; Cuia Alta – Cunha Alta, também se grafava Cuya Alta; Cuia Perra – Cunha Baixa, também se grafava Cuya Perra; Cumeeira – Cumieira, lugar no termo de Quintela de Azurara, junto ao “Caminho Largo” que segue em direcção à foz da Rib.ª de Ludares, também se grafava Commeeyra; Fagilde – Fagilde, também se grafava Fagildi; Fenestra – Fresta; Fornos de Zurara – Fornos do Dão, sede de paróquia, também se designava simplesmente Fornos; Freixiosa – Designação que englobava a Freyxeosa Alta e a Freyxeosa Perra; Freyxeosa Alta – Correspondia à parte da actual Freixiosa, denominada Alto do Rebolo, também se grafava Freyzeosa Alta; Freyxeosa Perra – Correspondia à parte da actual Freixiosa, junto à igreja. Na altura encontrava-se despovoada; Fundoes – Fundões; Guimarancios – Guimarães de Tavares, também designada por Vimaranis; Guundufe – Gandufe, também se grafava Gundufi; Lavandeyra – Lavandeira, no termo de Mangualde junto da E. N. 329-1; Lobeli – Lobelhe do Mato, também se grafava Lobili e Lobely; Lobeli de Petro Heriz – Pedreles; Maoaldi Grosa – Lugar que não conseguimos identificar. Situava-se no aro da actual cidade de Mangualde, do lado de Almeidinha; Matados – Matados;

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Estas aldeias até meados do século XX denominavam-se, respectivamente, Cães de Baixo e Cães de Cima.

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Mazeira – Maceira Dão, também se grafava Mazaneira, Mazanaria, Mazeeira e Mazeeyra. Designava a zona onde se implantava o mosteiro cisterciense, correspondendo talvez a todo o território do couto; Mizquitela – Mesquitela; Moaldi – Mangualde, sede da paróquia de S. Julião; Mourili – Mourilhe, também se grafava Mourily; Paazos – Paços; Pineiro de Jusao – Pinheiro de Baixo, também denominada villam Pineiro; Pineyro de Taavares – Pinheiro de Tavares; Quintana de Fagildi – Lugar não identificado que se devia localizar junto a Fagilde; Quintella – Quintela de Azurara, sede da paróquia de S. João, também se grafava Quinteela e se designava Quintela de Zurara; Roca – Roda, também se grafava Roda; Roda – Roda, também se grafava Roca; San Cosmadi – São Cosmado, também se grafava Sancto Cosmadi; Sancto Andrea – Santo André; Sancto Joane – São João; Spino – Espinho, sede de paróquia; Tavares – Chãs de Tavares, sede da paróquia de Santa Maria do Castro de Tavares. Designação genérica para designar as antigas terras de Tavares; Teovaldi – Tibalde, também se grafava Teovaldio; Teovaldino – Tibaldinho; Travanca de Taavares – Travanca de Tavares; Turre – Torre de Tavares; Vila da Rey – Darei; Villa Cova – Vila Cova de Tavares; Villa Nova – Vila Nova de Espinho; Vimaranis – Guimarães de Tavares, também designada por Guimarancios; Zurara – Designação genérica para designar as antigas terras de Azurara;

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Pela lista que aqui apresentamos concluímos que a maioria das sedes de freguesia do actual concelho de Mangualde, já existiam em 1258, assim como a maioria das principais aldeias. Relativamente às sedes de freguesia a excepção é Moimenta do Dão, que se incluía no Couto de Maceira Dão, e Póvoa de Cervães. Não conseguimos identificar os seguintes lugares Maoalde Grosa, perto de Mangualde e Almeidinha, Bauzas e Borraca, estas perto de Quintela de Azurara, e Quintana de Fagilde, com certeza perto de Fagilde. Se alguém conhecer qualquer um destes lugares ou outro lugar com nome semelhante na mesma zona, queira fazer o favor de me dizer para qualquer um dos contactos da nota

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