Presença romana nos concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo

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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA LICENCIATURA EM ARQUEOLOGIA E HISTÓRIA

Presença Romana nos concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo.

Disciplina: Arqueologia do Mundo Provincial Romano Docente: Prof. Dr. Amílcar Guerra Discente: Pedro Pina Nóbrega, n.º 26446 Junho 2003


INTRODUÇÃO |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| |||||||||||| ||||||||||||

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Fruto de duas Paixões O presente trabalho que agora apresentamos é fruto de uma grande paixão acompanhada por uma paixão mais recente e menor. Descendente de penalvenses, desde miúdo que passamos as férias na terra natal da nossa mãe, Ribeira, freguesia de Real, e nos fomos habituando aos passeios pelo concelho de Penalva do Castelo e concelhos limítrofes. Pela localização da Ribeira a Sul do rio Ludares e mais próxima de Mangualde do que Penalva do Castelo, desde cedo também a nossa paixão pelo concelho vizinho se foi cimentando. Vários foram os passeios e visitas que fomos fazendo a diversos sítios com interesse histórico na companhia dos nossos pais. Quando ingressámos no então ensino preparatório começámos a frequentar as bibliotecas municipais de Lisboa em busca de informações sobre estes dois concelhos. Ao longo da nossa vida académica fomos lendo e recolhendo dados que nos permitem ter uma visão de conjunto e alguma facilidade na reunião de bibliografia. Foi determinante para a elaboração deste trabalho o conhecimento da bibliografia que considerámos de referência. Fomos lendo a imprensa local e regional na Hemeroteca Municipal de Lisboa e estando atentos ao que se passava em Mangualde e Penalva do Castelo. Chegados ao final do 3º ciclo tivemos que escolher o agrupamento que queríamos seguir, o que foi fácil, pois já tínhamos a intenção de ingressar em Arqueologia. Contudo, para além do agrupamento tínhamos que escolher entre Latim, Geografia e Alemão. Escolhemos o Latim, pois pensámos que nos seria útil no curso que queríamos seguir. No secundário tivemos a sorte de ter como professoras, duas excelentes pessoas que sabiam cativar os alunos e foram alimentando em nós a paixão pelo Latim. É esta a segunda paixão que acompanha a primeira já referida. Aqui quero lembrar a Dr.ª Elizabete Carajote, nossa professora, então estagiária, no 10º ano que sempre com prontidão e paciência foi respondendo às nossas múltiplas perguntas e dúvidas; quero lembrar igualmente aqui a Dr.ª Alice Costa, nossa professora nos 11º e 12º anos pelo seu à vontade e bom humor cujo ensino transdisciplinar e abrangente, deu o papel competente ao Latim e cultura romana pela sua perenidade e matriz que serviu de base a diversos campos do saber. As bases do Latim e da cultura latina que estas duas professoras tão bem nos souberam transmitir permitiram-nos lidar com mais facilidade com o Latim ao longo do nosso percurso universitário, primeiro nos documentos medievais e agora nos documentos epigráficos.

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Reconhecemos que nem sempre soubemos cuidar bem destas bases que adquirimos, mas o recurso à opinião de colegas e às gramáticas e dicionários foram solucionando esta negligência.

Metodologia Primeiramente, efectuamos uma pesquisa bibliográfica em obras de referência da epigrafia latina e da arqueologia da região (v. Bibliografia de referência). Seguidamente e com base na bibliografia indicada nas obras de referência atrás referidas, efectuou-se uma pesquisa bibliográfica mais profunda. Esta pesquisa teve como objectivo uma melhor compreensão da informação primeiramente adquirida através da sua validação. Recorreu-se igualmente a bibliografia não indicada nas obras de referência, por ser desconhecida dos seus autores ou por ser mais recente que estas. Posteriormente à pesquisa bibliográfica agrupou-se toda a informação disponível por epígrafes para um melhor confronto dos dados disponíveis para cada epígrafe. A par da pesquisa bibliográfica escrevemos aos executivos das Juntas de Freguesia, Associações Culturais e outras entidades, a perguntar sobre a existência de epígrafes. Depois de termos o maior número de informação possível sobre as epígrafes fomos observa-las, no local onde actualmente se encontram, para podermos fazer uma correcta análise e leitura das epígrafes e respectiva fotografia. Infelizmente não podemos observar as seguintes: a estela que ainda se encontra em Pinheiro de Tavares e os marcos miliários anepígrafos da Roda e de Fagilde. Por fim elaborámos para cada epígrafe uma ficha de levantamento, onde anotámos diversas informações obtidas a partir da sua observação. Foi com base nestas fichas complementadas com informação recolhida anteriormente na bibliografia que elaborámos o nosso trabalho. A elaboração deste trabalho foi sofrendo várias vicissitudes, primeiro a obtenção de bibliografia, ou melhor a validação dos dados referidos nas bibliografia de referência. Nem sempre os autores consultados fizeram as citações de forma correcta, nomeadamente na indicação das páginas e na referência às separatas. Segundo durante a observação das epígrafes, devido ao mau tempo que se fez sentir nas férias da Páscoa e nos impediu de

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ver alguns monumentos epigráficos. Por fim e já quase na recta final motivos de saúde impediram-nos de dedicar o tempo que esperávamos a este trabalho. Algumas das linhas que gostaríamos de ter desenvolvido vão referidas nas considerações finais. Desde o início do ano que fomos pensando no trabalho e reunindo bibliografia, mas a nossa fonte de informação não se limitou apenas à bibliografia. Para este trabalho também concorreram a frequência de algumas disciplinas: não só as disciplinas do 3º ano da licenciatura que frequentamos leccionadas pelo Prof. Dr. Amílcar Guerra, mas também as disciplinas Materiais Arqueológicos I, leccionada pela Dr.ª Catarina Viegas, e As Sociedades do Bronze Final e 1ª Idade do Ferro na Península Ibérica, leccionada pelo Prof. Dr. João Carlos Senna-Martinez. A nossa participação em eventos como o Colóquio “Antiguidade Clássica: que fazer com este património?”, promovido pelo Centro de Estudos Clássicos da UL, nomeadamente a conferência da Dr. Manuela Alves Dias, e o VI Turres Veteras, promovido pela Câmara Municipal de Torres Vedras e pelos Instituto Alexandre Herculano da FLUL. Também foram essenciais para este trabalho as sugestões do Prof. Dr. Amílcar Guerra, que prontamente e com a sua cautela característica nos deu. Somos da opinião de que quem trabalhar sobre algo que já tenha sido estudado, deve contactar o último investigador que estudou o mesmo objecto e com ele partilhar algumas ideias. Foi isso que fizemos, ao escrevermos ao Prof. Dr. João Luís Inês Vaz, o último investigador a lançar um estudo sobre a presença romana na área em estudo. Infelizmente não obtivemos qualquer resposta. Este trabalho não foi concebido como um simples repertório de epígrafes mas como uma recolha e análise de informações que as epígrafes nos transmitem. Pela escassez de tempo e por várias outras vicissitudes não conseguimos fazer todas as análises e verificar a validade de suposições que nos ocorreram, assim este trabalho constitui um simples ensaio. Como um ensaio não queremos chegar a conclusões, mas apenas trabalhar dados já publicados ou inéditos e abrir caminho para futuros trabalhos, ou reflexões nossas.

Agradecimentos Na elaboração deste trabalho tivemos o apoio de inúmeras pessoas e entidades, às quais quero aqui agradecer por toda a colaboração prestada.

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Primeiramente aos nossos pais por todo o apoio e pela paciência com que lidaram com a nossa ausência e atrasos durante as férias da Páscoa, nomeadamente ao nosso pai que se deslocou connosco a algumas estações. Ao Museu Grão Vasco, nomeadamente à sua directora, Dr.ª. Dalila Rodrigues, pelas facilidades concedidas, à Dr.ª. Susana Tavares, nossa colega, pelo apoio e simpatia durante a observação dos materiais no Regimento de Infantaria 14, onde se encontram temporariamente, e à D. Graça Abreu pela simpatia e brevidade como sempre respondeu aos nossos “e-mails”. Ao Museu Nacional de Arqueologia, nomeadamente ao seu director, Dr. Luís Raposo, que nos acolheu já no ano lectivo transacto como voluntário, e nos autorizou a utilizar os dados deste nosso serviço voluntário no presente trabalho. À Luísa, à Sónia, à Ana Rita e ao João do Serviço de Inventário pela simpatia e acolhimento, como pela ajuda prestada. À Carmo e à D. Belmira e à Dr. Lívia, por todo o apoio prestado na Biblioteca do MNA. Ao Dr. António Nunes Monteiro, da extensão territorial de Viseu do IPA, pela simpatia com que nos recebeu e pelo apoio e facilidades prestadas, assim como pela prontidão com que foi respondendo às nossas solicitações. À Assembleia Distrital de Viseu, nomeadamente à D. Gracinda Pinto e à sua colega pela paciência e simpatia com que nos foram recebendo nas sucessivas visitas que fomos fazendo à “floresta” onde se encontra a “colecção arqueológica” desta instituição. Ao Sr. Vicente Olazabal, filho do proprietário da Casa da Ínsua, pelas informações que nos prestou com uma clareza e rapidez essenciais. À Associação Cultural Azurara da Beira, nomeadamente ao seu presidente o Dr. António Marcelino, pelo acolhimento caloroso e interessado que nos prestou assim como pela conversa sobre questões do património e cultura e por todas informações prestadas pelo meio de animada e interessante conversa. À Dr.ª Maria João Fonseca, bibliotecária da Biblioteca Municipal Alexandre Alves, de Mangualde, pela simpatia com que nos acolheu e pelo contacto que proporcionou com o Dr. António Marcelino. Ao Rui Marques, de Quintela de Azurara, pela rápida mas boa conversa que tivemos sobre o património concelhio e nomeadamente sobre o património de Quintela de Azurara. Conversa essa continuada depois através de correio electrónico e que promete dar os seus frutos. Também ao seu pai, o Sr. Manuel Marques, funcionário dedicado da Biblioteca Municipal Alexandre Alves de Mangualde, por nos o ter indicado.

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Aos vários membros dos executivos das Juntas de Freguesia que responderam ao nosso inquérito: Alcafache, Vila Cova do Covelo, Mareco, Germil, Lusinde, Mangualde alguns deles dando informações úteis para o meu trabalho. Ao Reverendo Pároco de São João da Fresta, Pe. José Pedro da Costa Matos, “nosso conterrâneo”, pela simpatia com que nos recebeu e pela companhia na visita à Ara que se encontra na capela da Fresta, mas principalmente por nos ter mostrado um “tesouro” guardado no jardim da sua actual residência, a “Ara das Antas”. Ao Senhor responsável pelas obras do adro da Igreja Paroquial da Freixiosa por nos ter facultado a entrada na igreja para observar a Ara dedicada a Crouga. Ao nosso amigo Célio Albuquerque, de Vila Mendo de Tavares, pela caminhada e desbravamento que fizemos em busca do Poço Moirão numa manhã chuvosa de Sábado de Aleluia, também pela sua simpatia e bom humor com que sempre encara as dificuldades. Ao seu pai, Sr. António Albuquerque, que nos ajudou a localizar melhor esta estação. À Andreia, nosso ex-catequizanda, sua avó e primo, de Esmolfe, que nos acompanharam até às Eirinhas, S. Martinho e Capela, Esmolfe. Aos nossos colegas Rui Tiago Caetano e Margarida Bárbara pelas indicações bibliográficas úteis no esclarecimento de algumas dúvidas. Aos jovens que nos acompanharam durante a visita pascal na paróquia de Pindo, que nos foram facultando informações preciosas sobre os achados romanos desta freguesia. Também ao nosso colega Filipe Cardoso que connosco fez a visita pascal e com quem partilhei todo o trabalho de campo efectuado durante a visita que fizemos pelo concelho de Penalva do Castelo. Aos vários populares com que nos cruzámos e que nos forneceram informações sobre várias estações e materiais que fomos encontrando. Referimos as funcionárias do Centro Social de Alcafache, pela paciência com que foram respondendo às nossas perguntas; os populares de Vila Nova de Espinho, pela sua simpatia e bom humor com que viram em nós um jornalista; o popular de Espinho, que nos perguntou se era para o bem ou para o mal da terra e se andávamos na escola primária local; a popular de Água Levada pelas informações prestadas sobre a Cerca, a Bocha e o Olival do Mendes; aos de Pereiro que ficaram surpreendidos por não saberem da existência de uma “pedra antiga com letras”; entre outros que aqui e ali nos foram ajudando, ora desconfiando, ora respondendo solicitamente. A todos eles o nosso Bem-Haja. ◊

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Bibliografia de Referência ALARCÃO, J. (1988a) – Roman Portugal, 2(1). Warminster: Aris & Phillips Ltd. ALARCÃO, J. (1988b) – O Domínio romano em Portugal. Lisboa: Publicações EuropaAmérica (Fórum da História, 1). ALMEIDA, António de (1942) – Por Terras de Penalva (Beira-Alta). Porto: Instituto de Antropologia da Universidade do Porto. Année Épigraphique. CARVALHO, Pedro Sobral de e GOMES, Luís Filipe Coutinho (1992) – O Património Arqueológico do Concelho de Mangualde. Mangualde: Câmara Municipal de Mangualde (Terras de Azurara e Tavares, 3). Ficheiro Epigráfico. Coimbra. GARCIA, J. M. (1991) – Religiões Antigas de Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda. GOMES, Luís Filipe Coutinho e TAVARES, António Luís Marques (1985) – Levantamento arqueológico do concelho de Mangualde. [Trabalho Prático apresentado ao Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra]. GUERRA, A. (1998) – Nomes pré-romanos de povos e lugares do Ocidente Peninsular [Dissertação de Doutoramento em Pré-História e Arqueologia apresentada à Universidade de Lisboa]. Hispania Antiqua Epigraphica. Hispania Epigraphica. HÜBNER, E. (1869) – Corpus Inscriptiorum latinarum – II. Berlim. IPA = Instituto Português de Arqueologia, Base de Dados Endovélico. In www.ipa.mincultura.pt. IPPAR = Instituto Português do Património Arquitectónico, Património: Pesquisa. In www.ippar.pt JORDÃO, Levy Maria ed. (1859) – Portugalliae inscriptiones romanas. Olisipone. Typis Academicis. LEITE, Fernando Barbosa Barros (1997) – Concelho de Penalva do Castelo: recolha Bibliográfica/Contributo para uma Monografia. Penalva do Castelo: Câmara Municipal de Penalva do Castelo. SILVA, Valentim da (1945) – Concelho de Mangualde. Antigo concelho de Azurara da Beira. Porto. SUSINI, G. (1982) – Epigrafia Romana. Roma.

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VASCONCELLOS, J. L. (1897-1913) – Religiões da Lusitânia, 3 vols., Lisboa: Imprensa Nacional. VAZ, João Luís Inês (1993) – A Civitas de Viseu. Espaço e Sociedade. [Tese de Doutoramento em Pré-História e Arqueologia apresentada à Universidade de Coimbra].

Abreviaturas utilizadas l. – linha; UL: Universidade de Lisboa FLUL: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa IPA: Instituto Português de Arqueologia MNA: Museu Nacional de Arqueologia MGV: Museu Grão Vasco ADV: Assembleia Distrital de Viseu ACAB: Associação Cultural Azurara da Beira

Um pedido de desculpas Apesar de já estar a ser preparado desde o semestre passado, não conseguimos entregar dentro do prazo o presente trabalho. Este atraso deveu-se não só a motivos de saúde, mas principalmente à elaboração da cartografia final e à transferência do nosso computador portátil dos 80 megabytes que o trabalho tem para o sistema da FLUL para o podermos imprimir, só possível com a ligação à rede do nosso computador.

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I PARTE OS CONCELHOS DE MANGUALDE E PENALVA DO CASTELO. ENQUADRAMENTOS ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| |||||||||||||

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Os limites actuais da área em estudo, são os dos dois concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo, que confinam com os concelhos de Viseu, Sátão, Aguiar da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Seia e Nelas. Pelo menos desde da Idade Média estes limites se vão mantendo, registando-se apenas a existência do concelho de Tavares que ocupava a zona SSO. A rede hidrográfica enquadra-se na bacia hidrográfica do rio Mondego. O principal rio que atravessa esta área é o rio Dão, sendo acompanhado por diversos afluentes que marcam a paisagem com os seus vales e várzeas férteis, como o Ludares, o Côja e o Carapito, o Ribeiro dos Frades, Ribeiro do Caldeirão e estes também pelos seus afluentes, sendo o mais importante a ribeira de Ludares, afluente do rio homónimo e a Ribeira de Sezures, afluente do Côja. Também o rio Mondego tem aqui afluentes que marcam a paisagem sulista da área; são eles o rio Castelo, a ribeira de Mourilhe, a ribeira de Cassurrães, a ribeira de Marialva e a ribeira da Calharda. A orografia é marcada por uma cota entre os 500 e os 700 metros, só ultrapassando os 700m no Cabeço da Velha, no Boco, na Poisada, no Bom Sucesso e nas Moitas. Geologicamente a região é rica em granito, urânio, casseterite, volframite, berilo e turmalina, registando-se também afloramentos quartziticos. Actualmente só o granito e alguns afloramentos quartziticos são explorados. Na Serra do Bom Sucesso verificou-se a exploração de caulino. A agricultura e a pecuária continuam a ser as principais actividades económicas do concelho. Merecem destaque o cultivo do vinho, da região demarcada do Dão, batata, feijão, milho e maça bravo de Esmolfe. Na pecuária é mais visível a criação de ovinos e alguns caprinos, cujo leite é usado no fabrico do afamado queijo da serra da Estrela.

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II PARTE Inventário das Estações ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| |||||||||||||

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1. Princípios adoptados na elaboração do inventário Decidimos dividir as estações segundo a sua situação geográfica, assim criámos três capítulos distintos: 2-Mangualde, 3-Mangualde/Penalva do Castelo e 4-Penalva do Castelo, sem interromper a numeração sequencial das estações. Dentro de cada capítulo as estações estão ordenadas pela freguesia e depois por ordem alfabética da sua designação.

Na ficha que elaborámos para cada estação, contemplámos os seguintes parâmetros:

Número sequencial, Código e Designação O código atribuído a cada estação é formado por três campos separados por um ponto, Concelho.Freguesia.Designação, e compostos por três letras. Sempre que a designação tem dois corpos, também referimos os dois corpos com três ou quatro letras cada um separados por um hífen.

1. Tipo de Sítio Classificámos tipologicamente as estações como Inscrição, Miliário, Via, Ponte, Castro romanizado, Villa e Habitat. Como Inês Vaz (1997: 16) utilizámos para a classificação das estações como villa os critérios que Jorge Alarcão estabeleceu (1989: 306) e que Manuela Martins reafirmou (1990: 223-224): a existência de elementos arquitectónicos importantes como bases, fustes e capiteis de colunas e ainda os elementos epigráficos impossíveis de relacionar com castella. A estes, haverá que acrescentar a presença de materiais nobres exteriores à região, nomeadamente o mármore e a presença de elementos relacionados com a indústria ou a metalurgia, quando se verificar a impossibilidade de os integrar noutro tipo de povoamento (Vaz, 1997: 16). Como castro romanizado entendemos todos os povoados em altura que demonstrem vestígios de uma ocupação pré-romana e sua subsequente ou não romanização. Todos as outras estações com vestígios de povoamento romano não integráveis numa villa ou num castro romanizado, decidimos, à semelhança de Inês Vaz (1997) classifica-los como Habitat.

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2. Código Nacional de Sítio A todos os sítios arqueológicos de Portugal que constam na base de dados do Instituto Português de Arqueologia, o Endovélico, foi atribuído um código, designado por Código Nacional de Sítio. Contudo, nem a todos os sítios identificados na área em estudo foi atribuído este código, assim, nestes casos indicamos apenas “Não atribuído”.

3. Localização Indicamos o microtopónimo, seguido da localidade e freguesia. A freguesia é sempre referida, quando só se referir dois nomes é porque o microtopónimo não é conhecido, ou a localidade e a freguesia têm a mesma designação.

4. Latitude Não indicamos o Norte pois todas as estações se localizam a Norte do Equador.

5. Longitude Não indicamos o Este pois todas as estações se localizam a Este do meridiano de Lisboa, que tomámos como referência.

6. Altura Obtivemos este a dado partir das curvas de nível da Carta Militar de Portugal, série M-888, editada pelo Instituto Geográfico do Exército.

7. Descrição do ambiente envolvente Fazemos uma breve descrição do ambiente onde se encontra integrada a estação e da sua situação geográfica relativa à orografia, hidrografia e aos pontos cardeais. Como refere Inês Vaz (1997: 17) a maioria das estações tem a mesma orientação.

8. Descrição da estação Neste parâmetro descrevemos as estações relativamente às estruturas e espólio encontrados, como ao seu estado de conservação. Fazemos igualmente uma síntese, sempre que ocorreram, das várias intervenções arqueológicas aí realizadas.

9. Bibliografia

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Apresentamos toda a bibliografia consultada sobre a estação em causa. Indicamos apenas o apelido do autor, o ano e a páginas (ex.: Vaz, 1992: 123)

Para não repetirmos a designação de cada parâmetro decidimos apenas indicar o número respectivo.

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2. Concelho de Mangualde

1 – MGL.ABV.ABV – Abrunhosa-a-Velha 1 – Miliários. 2 – Não atribuído. 3 – Abrunhosa-a-Velha, Abrunhosa-a-Velha. 4 – 40º 34’ 30”. 5 – 01º 30’30”. 6 – 410m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 9 – Três marcos miliários de que José Coelho deu notícia. Dois deles encontram-se hoje na Assembleia Distrital de Viseu. Um deles é do tempo do Imperador Numeriano e apresentava a seguinte inscrição, hoje encontra-se desaparecido: IMP(erator) / CAESAR(i) / NVMEREAN/O P(io) F(elici) · AVG(usto) [...]. Ao imperador César Numeriano Pio Félix Augusto. Os outros dois, que se encontram na Assembleia Distrital de Viseu, aprsentam as seguintes inscrições: --] XX(vingiti). --] Milha 20. [I]MP(erator) CA(esar)/ DIVI F(ilius) / PARTHIC(i) / NERVA N(epos) /5 TRAIANV[S] / HADRIA[N]O AVG(ustus) / PO(n)T(ifice) · MAX(imus) / TRIBUNIC(ia potestate) / V(quintum) CO(n)S(uli) III(tertium) R [IIF]IIC[IT] /10 M(ilia) XVIII(duodeviginti). Imperador César Trajano Adriano Augusto, filho do divino Pártico, neto de Nerva, Pontífice Máximo, detentor do poder tribunício pela quinta vez, já cônsul pela terceira vez. Refez. Milha dezoito. Um quarto marco, cujo paradeiro também se desconhece, já não apresentava qualquer inscrição. Por aqui passava a estrada que vinda de Viseu, passava por Mangualde e se dirigia para Valhelhas, atravessando no Poço Moirão [n.º2] o Mondego. Pelas inscrições em dois marcos podemos concluir que esta estrada teve diversas intervenções: entre 117 e 138, durante o “reinado” de Adriano, que fez a via pela terceira vez, e no século seguintes entre 283 e 284, quando era imperador Numeriano. 10 - Alarcão, 1988a: 62; Carvalho e Gomes, 1992: 10-11; Carvalho e Ruivo, 1996: 77-88; Coelho, 1941a: 375-7; Coelho, 1943a: 167; Coelho, 1943b: 160; Figueiredo, 1953a: 55-7;

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Fonte, 1997: 101; Saa, 1959a: 322-3; Silva, 1945: 39; Vaz, 1988a: 31, 33-4; Vaz, 1992: 37; Vaz, 1997: 289-290.

2 – MG.ABV.POC-MOI – Poço Moirão 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Poço Moirão, Vila Mendo de Tavares, Abrunhosa-a-Velha. Junto ao rio Mondego entre a Ponte de Cabra e a Ponte da Barca. 4 – 40º 33’ 53”. 5 – 01º 31’ 00”. 6 – 300m. 7 – 201, Gouveia. 8 – Terrenos em declive, junto ao rio, virados a Sul/Sudoeste. 9 – Segundo Carvalho e Gomes (1992: 12) e Vaz (1997: 34) a 100m do rio Mondego, e a uns 150m/NNE das ruínas de uma antiga ponte, encontram-se vestígios da ocupação romana como restos de materiais de construção e vestígios de um caminho lajeado. Numa visita que fizemos ao local não nos foi possível confirmar a existência destes vestígios, pois estávamos em plena época de chuvas e a erva encontrava-se bastante alta, dificultando a observação. Contudo, foi-nos possível observar os restos de uma ponte antiga cujos silhares estavam submersos pelo rio, devido ao caudal elevado deste; apenas sendo possível observar o ondeamento da água do rio ao passar pelos silhares. Estes vestígios podem não ser romanos como aliás, defendem Carvalho e Gomes (1992: 12), mas com certeza que seria por estas proximidades que a estrada romana de Valhelhas-Mangualde-Viseu, passava

o Mondego. Em

Abrunhosa-a-Velha foram

encontrados quatro marcos miliários que pertenceriam a esta via. Relativamente aos materiais de construção romanos, podem comprovar a existência de uma mutatio que serviria a referida via. De referir a existência de duas sepulturas escavadas na rocha que podem atestar a medievalidade da referida ponte e a pervivência da ocupação do local. 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 12; Carvalho e Ruivo, 1996: 77-88; Vaz, 1992: 3-8; Vaz, 1997: 34.

3 – MGL.ALC.BNS-ALC – Banhos de Alcafache 1 – Ponte e Via. 2 – Não atribuído

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3 – Banhos de Alcafache, Alcafache 4 – 40º 36’ 20” 5 – 01º 16’ 00” 6 – 230m. 7 – 189, Mangualde. 8 – Ponte que atravessa o rio Dão, nos Banhos de Alcafache. Vale ladeado de encostas com mato rasteiro. 9 - Sobre o rio Dão encontra-se uma ponte assente em alicerces romanos. Ainda se podem observar pedras almofadadas sob a base do primeiro arco do lado de Alcafache. Mantém, igualmente, um talha-mar virado a montante construído na integra com pedras almofadadas que segundo Inês Vaz (1997, 36) é romano. Na localidade é visível um pequeno troço lajeado da antiga via misturado já com calçada contemporânea (Correia, 1997: 56, 58). É possível seguir o traçado da via até ao Peso. Alarcão (1988a: 61) denomina esta estação por Alcafache e tanto Carvalho e Gomes (1992: 13-14) como Vaz (Vaz, 1997: 36) denominam-na como Ponte de Alcafache. Ora Alcafache é apenas o nome da freguesia e não existe como localidade e não estamos perante apenas da ponte mas também do vestígio de uma via romana. Por isso preferimos designa-la por Banhos de Alcafache, o nome da localidade em que inserem estes vestígios. 10 – Alarcão, 1988a: 61(4/220); Alarcão, 1989: 311; Alarcão, 1996: 15; Carvalho e Gomes, 1992: 13-14; Coelho, 1945: 166-167; Correia, 1997: 56, 58; Fonte, 1997: 101; Silva, 1945: 38; Vaz, 1983: 740; Vaz, 1992: 39-40; Vaz, 1997: 36.

4 – MGL.ALC.PRS – Presas 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Presas, Aldeia de Carvalho, Alcafache. Sensivelmente a 500m/SE de Aldeia de Carvalho e a 350m/SO de Casal Sandinho. 4 – 40º 35’ 30”. 5 – 01º 16’ 02”. 6 – 405m. 7 – 189, Mangualde. 8 – Terrenos de cultivo, com água abundante, pinheiros e matos. Virada a Sul, sobre o rio Dão.

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9 – Apareceram vários vestígios arqueológicos datáveis da época romana: fragmentos de cerâmica de construção e doméstica, uma mó (depositada na A.C.A.B.), pedras aparelhadas e uma cornija trabalhada. De referir a existência de uma sepultura medieval escavada na rocha, o que poderá supor a pervivência da ocupação do local ao longo da Alta Idade Média. 9 – Carvalho e Gomes, 1992: 15-16; Tavares, 1999: 23, 85; Vaz, 1992: 38-39; Vaz, 1997, 35.

5 – MGL.ALC.QTA-LOB – Quinta dos Lobões 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Quinta dos Lobões, Casal Sandinho, Alcafache. A 100m/O da igreja de S. Vicente. 4 – 40º 35’ 52”. 5 – 01º 16’ 08”. 6 – 384m. 7 – 189, Mangualde. 8 – Terrenos de cultivo, com água abundante, pinheiros e matos. Virada a Sul, sobre o rio Dão. 9 – Pudemos constatar o aparecimento à superfície de abundantes fragmentos de cerâmica de construção e doméstica romana. 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 15; Vaz, 1992: 38; Vaz, 1997, 35.

6 – MGL.CHT.CHT – Chãs de Tavares 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Chãs de Tavares, Chãs de Tavares. 4 – 40º 37’ 15”. 5 – 01º 31’ 21”. 6 – 625m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Sob a aldeia de Chãs de Tavares. 9 – Na aldeia têm aparecido cerâmicas de construção e pedras aparelhadas. Numa casa em ruínas podemos ver um portal com blocos almofadados.

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Na colecção do Dr. José Coelho, que está depositada na extensão territorial do IPA de Viseu (nº JC-79-215), encontra-se um fragmento de pote com asa datado do baixo império por Correia et alli (1979: 635). Será que estamos perante uma situação semelhante da Raposeira, ou seja, de uma villa que se instalou no sopé de uma monte onde estaria instalado um castro romanizado? 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 23; Correia et alli, 1979: 635; Vaz, 1992: 40; Vaz, 1996: 154; Vaz, 1997: 36-37.

7 – MGL.CHT.MNT-SUC – Monte do Bom Sucesso 1 – Castro romanizado. 2 – 1636 e 4350. 3 – Monte do Bom Sucesso, Chãs de Tavares. 4 – 40º 37’ 50”. 5 – 01º 31’ 40”. 6 – 765m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Cabeço com pinhal e mato rasteiro. 9 – Os vestígios arqueológicos deste monte são conhecidos desde o século XIX, tendo aqui efectuado escavações Leite de Vasconcellos e José Coelho. Já Pinho Leal (1880: 498-499), Osório de Castro (1890b) e Dias (1901a: 46), se tinham referido aos vestígios arqueológicos deste monte, datando-os do período romano e anterior. Leite de Vasconcellos (1917: 116) refere a existência de oitenta a cem casas rectangulares que formam ruas, assim como o aparecimento de telhas de rebordo e um fragmento cerâmico com decoração tipo Baiões/Santa Luzia. José Coelho (1941: 395-397), por sua vez, refere o aparecimento de dois machados de talão, em bronze, que hoje se encontram no Museu Grão Vasco. Além destes dois machados José Coelho recolheu à superfície um pedaço de lâmina de ferro (depositada na Extensão de Viseu do IPA, Colecção Dr. José Coelho, nº JC-79-230) e vários fragmentos de cerâmica e encontrou uma sepultura lusitano-romana (Coelho, 1941: 395397). Entretanto mais ninguém efectuou escavações nesta estação. Em Abril de 1989 Pedro Sobral Carvalho e Luís Filipe Coutinho visitaram o local logo após a abertura de um estradão que revolveu parte das terras do monte. Foram nestes revolvimentos que se

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encontraram centenas de fragmentos cerâmicos, pesos, contas de colar, escória, etc. (Carvalho e Gomes, 1992: 21). Do espólio romano que se distribui essencialmente na parte mais elevada do monte destacam-se uma lucerna decorada, sigillata hispânica e contas de colar em pasta de vidro azul, a par de muitos fragmentos cerâmicos de construção e domésticos comuns (Carvalho e Gomes, 1992: 21). No Museu da Sociedade Martins Sarmento encontra-se um fragmento decorado de sigillata hispânica datado por Adilia Alarcão (1958: 303, 309, est. XIV/69) do final do séc. I d.C.. João de Almeida (1945: 535) refere a existência de sepulturas escavadas na rocha cuja existência não conseguimos confirmar. Hoje ainda são visíveis vestígios de estruturas habitacionais e defensivas e um troço de via romana. 10 – Alarcão, 1958: 303, est. XIV; Alarcão, 1996: 15; Almeida, 1945: 534-535; Alves, 1984: 13; Carvalho e Gomes, 1992: 19-22; Castro, 1890b; Correia et alli, 1979: 637-638; Dias, 1901a: 46; Dias, 1901b, 47; Silva, 1945: 32; Vasconcellos, 1897: XXXVIII e 372-374; Vasconcellos, 1917: 116; Vaz, 1992: 42-3; Vaz, 1993-1994: 81; Vaz, 1996: 153-4; Vaz, 1997: 38-39, IPA.

8 – MGL.CHT.QTA-COS – Quintas do Costa 1 – Villa e via. 2 – 4358 e 11736. 3 – Quintas do Costa, Guimarães de Tavares, Chãs de Tavares. 4 – 40º 35’ 55”. 5 – 01º 30’ 05”. 6 – 470m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Encosta suave virada a sul, com terrenos de cultivo e vinha. 9 – Foram aqui feitas escavações em 1983 por Clara Portas Matias, depois do proprietário dos terrenos ter alertado a ACAB para o aparecimento de tégulas. Das estruturas que foram postas a descoberto salientam-se muros, soleiras de portas e uma coluna de granito que segundo Matias (1990: 20) podem relacionar-se com instalações dos servos e local de fabrico de objectos utilitários e tratamento de produtos alimentares.

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Relativamente ao espólio exumado, depositado actualmente na ACAB, este compreende um cossoiro, vários pesos de tear e de balança, uma mó manuária, um pedaço de chumbo e escória, fragmentos de cerâmica comum e fragmentos sigillata hispânica, cerâmica cinzenta, sigillata marmoreada. Três fragmentos de sigillata hispânica apresentam inscrições, sendo uma delas uma marca de oleiro EX OF(icina) VA(alerii) PA(atricii) (Da oficina de Valério e Patrício) num fundo de prato, outros dois são grafitos (POL e PO). Segundo Matias (1985: 144) a villa situar-se-ia nas proximidades, correspondendo as estruturas postas a descoberto a uma habitação rural ou anexos da villa. 10 – Alves, 1984: 13; Matias, 1985: 144-145; Vaz, 1992: 41-2; Vaz, 1996: 154; Vaz, 1997: 37, IPA.

9 – MGL.CHT.VIN-MRT – Vinha Morta 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Vinha Morta, Matados, Chãs de Tavares. Entre as povoações de Matados e Outeirinho. 4 – 40º 36’ 14”. 5 – 01º 29’ 13”. 6 – 590m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Local da sede da Associação Cultural. 9 – Na abertura dos alicerces para a construção da sede da Associação Cultural apareceram fragmentos de cerâmica de construção e doméstica. Em terrenos a Sul deste local apareceram igualmente alguns vestígios romanos (Carvalho e Gomes, 1992: 24). Junto a esta estação ainda se conserva um troço lajeado da via romana, que por aqui passava. 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 24; Vaz, 1992: 43-4; Vaz, 1996: 154; Vaz, 1997, 39.

10 – MGL.CNB.OLI – Oliveirinhas 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Oliveirinhas, Abrunhosa do Mato, Cunha Baixa. Sensivelmente a 800m/NNO da aldeia de Abrunhosa do Mato. 4 – 40º 32’ 50”.

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5 – 01º 23’ 10”. 6 – 480m. 7 – 201, Gouveia. 8 – Terrenos de cultivo, em meia encosta virada a sudoeste com oliveiras e vinha. 9 – À superfície dos terrenos encontraram-se fragmentos de cerâmica de construção (tégulas, imbrices e tijoleiras) e doméstica (incluindo de dolia e sigillata hispânica), um movente de mó, uma soleira de porta e um arreio de cavalo em bronze. 10 – Alarcão, 1988a: 62; Carvalho e Gomes, 1992: 46-47; Vaz, 1992: 44-5; Vaz, 1997, 3940.

11 – MGL.ESP.ABD-ESP – Abadia de Espinho 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Abadia de Espinho, Espinho. 4 – 40º 33’ 25”. 5 – 01º 20’ 20”. 6 – 390m. 7 – 200, Nelas. 8 – Terrenos de cultivo virados a sul, com um ligeiro declive em direcção ao rio Castelo. 9 – Perto da capela de Santa Luzia, encontram-se fragmentos de tégulas que podemos observar devido a recentes revolvimentos de terras. Em frente da capela existe um cruzeiro assente numa coluna. Na Quinta da Ponte que faz parte da Abadia foi encontrado um marco miliário do tempo do imperador Cláudio, hoje na Colecção “Dr. José Coelho” (JC-79-2) na Extensão Territorial de Viseu do IPA. Apresenta a seguinte inscrição: TI(berius) CLAVDIVS / CAESAR · AVG(ustus) / GERMANICVS / P(ontifex) M(aximus) · TR(ibunitia) · P(otestate) · / XIIII(quatuordecimum) IMP(erator) · / XXVII(septimum et vigesimum) · P(ater) · P(atriae) · / M(ilia) VII(septima). Tibério Cláudio César Augusto Germânico, Pontífice Máximo, detentor do poder tribunício catorze vezes, imperador pela vigésima sétima vez, Pai da Pátria. Milha sete. Este marco data de entre 25 de Janeiro de 54, data da imposição pela décima quarta vez do poder tribunício, e 13 de Outubro do mesmo ano, data da sua morte. 10 – Alarcão, 1988a: 62; Alarcão, 1989: 312; Carvalho e Gomes, 1992: 57-58; Coelho, 1945: 256-7; Correia et alli, 1979: 611-2; Figueiredo, 1939: 31, 54-55; Fonte, 1997: 102;

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Saa, 1959: 319-320 e 324-5; Silva, 1945: 38; Vasconcellos, 1897: 366; Vasconcellos, 117: 138; Vaz, 1983a: 740-1; Vaz, 1992: 46-47; Vaz, 1993-1994: 82; Vaz, 1997: 291-2.

12 – MGL.ESP.BOC – Bôcha 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Bôcha, Água Levada, Espinho. 7 – 189, Mangualde. 9 – Leite de Vasconcellos (1917: 136) refere que a 1 kilometro, plus minus, da Cerca ha um terreno denominado A Bôcha, onde (...) apareceram fragmentos de tegulas, e mós pequenas; também aparecem escoreas, iscôparos (escopros), pilares e frisos. Viu estes vestígios em 1894. Nem Carvalho e Gomes (1992: 62), nem Vaz (1997: 40) localizaram este sítio. Nós tentámos localizar o sítio, mas nada de concreto conseguimos junto dos populares. Poderemos estar perante mais uma villa localizada no sopé de uma elevação onde se localizaria um castro romanizado. 10 – Alarcão, 1988a: 62; Carvalho e Gomes, 1992. 62; Vasconcellos, 1917: 136); Vaz, 1992: 45; Vaz, 1993-1994: 81; Vaz, 1997: 40.

13 – MGL.ESP.CER – A Cerca 1 – Castro romanizado (?). 2 – Não atribuído. 3 – A Cerca, Água Levada, Espinho. 4 - 40º 34’ 47”. 5 – 01º 20’ 18”. 6 – 444m. 7 – 189, Mangualde. 8 – Aqui encontra-se instalada uma unidade fabril. 9 – Vasconcellos visitou o local em 31 de Dezembro de 1894 tirando as seguintes notas: Por todo o terreno ha muito pedregulho sôlto, e a elevação tem vestígios de muros. (...) Vi infinitos fragmentos de telhas de rebôrdo e achei um pêso de barro. Alicerces de casas não achei, embora concerteza os houvesse, como se mostra das pedras sôltas e das tégulas. [referindo-se agora à figura que apresenta e nós reproduzimos na est. 43. Em A está uma pedra, e nesse ponto termina o muro. O espaço contido a dentro do muro é levemente elevado, e a elevação representará entulho resultante das ruínas das casas. O

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nome de «Cêrca» provém do muro (A-B). Em C a elevação é menor. As tégulas ou telhas de rebordo tanto aparecem na Cêrca, como nos campos em roda, que ficam pouco mais ou menos 0m, 50 a baixo do muro. (Vasconcellos, 1917: 135-136) O mesmo investigador refere vários objectos achados na Cerca: fragmento de bilha, dormente de uma mó e uma pedra cilíndrica com cerca de 1m de altura e um sulco transversal. Actualmente já nada se conserva pois neste local foi construída uma unidade fabril que alterou substancialmente a topografia do local, tornando-o menos elevado. 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 61; Vasconcellos, 1917: 135-6; Vaz, 1992: 45-6; Vaz, 1993-1994: 76; Vaz, 1993-1994: 81; Vaz, 1997: 40-41.

14 – MGL.ESP.CRU – Cruzeiro 1 – Miliário (?). 2 – Não atribuído. 3 – Cruzeiro, Vila Nova de Espinho, Espinho. 4 – 40º 32’ 43”. 5 – 01º 21’ 58”. 6 – 450m. 7 – 200, Nelas.. 9 – Um cruzeiro composto por uma cruz e uma coluna, podendo esta última ser um marco miliário reaproveitado. 10 – Vaz, 1992: 46; Vaz, 1997a: 41.

15 – MGL.ESP.ESP – Espinho 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Espinho, Mangualde. 4 – 40º 32’ 49”. 5 – 01º 20’ 32”. 6 – 430m. 7 – 200, Nelas. 8 – Encosta suave virada a Sul 9 – Na área da aldeia de Espinho, encontram-se dois possíveis marcos miliários anepígrafos. Um encontra-se entre a aldeia e o cemitério, num entroncamento, a servir de alminhas. Outro está na rua do Forno, junto à porteira de uma casa.

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10 – Carvalho e Gomes, 1992: 58-59; Vaz, 1992: 46-47; Vaz, 1997: 292.

16 – MGL.ESP.LAJ – Lajinha 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Lajinha, Vila Nova de Espinho, Espinho. 4 – 40º 32’ 49”. 5 – 01º 21’ 30”. 6 – 450m. 7 – 200, Nelas. 8 – Terrenos de cultivo, pinhal e afloramentos graníticos. 9 – Leite de Vasconcellos (1917: 114) relata n’O Archeologo Portugues o achamento de telhas de rebordo e um peso de barro como os romanos. De referir a existência de uma sepultura escavada na rocha. 10 - Carvalho e Gomes, 1992: 60; Tavares, 1999: 33, Vasconcellos, 1917: 114; Vaz, 1992: 47-8; Vaz, 1993-1994: 80; Vaz, 1997, 42.

17 – MGL.ESP.OLV-MND – Olival do Mendes 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Olival do Mendes, Água Levada, Espinho. 4 – 40º 34’ 50”. 5 – 01º 19’ 55”. 6 – 420m. 7 – 189, Mangualde. 8 – Terrenos de cultivo em zona aplanada. 9 – Leite de Vasconcellos em 1894 visitando o local identificou pedaços de telhas de rebordo, e outras antigualhas: vi, por exemplo, restos do fundo de uma talha grande de barro (dolium), e uma pia redonda de pedra, que estava enterrada a 1 metro de fundura, quando a acharam. (Vasconcellos, 1917: 136). Actualmente nada se encontra excepto uma pia redonda de pedra em frente à capela de S. João, será a mesma que Leite de Vasconcellos observou? Há uns anos foram identificados uma mó manuária e um tambor de coluna (Carvalho e Gomes, 1992: 63).

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10 – Alarcão, 1988a: 62; Carvalho e Gomes, 1992: 62-63; Vasconcellos, 1917: 136; Vaz, 1992: 48; Vaz, 1993-1994: 81; Vaz, 1997: 42-43.

18 – MGL.ESP.OUT-ESP – Outeiro de Espinho 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Junto ao rio S. Pedro, Outeiro de Espinho, Espinho. 4 – 40º 33’ 28”. 5 – 01º 20’ 36”. 6 – 390m. 7 – 200, Nelas. 8 – Encosta suave virada a Norte. 9 – Vasconcellos (1917: 135) refere que pelos arredores [de Outeiro de Espinho] aparecem fragmentos de telha romana. Junto ao rio de S. Pedro achou-se um denário. Carvalho e Gomes (1992: 57) e Vaz (1997: 42) identificam este sítio com a Quinta da Ponte incluindo-o, respectivamente, na estação Abadia de Espinho e Espinho. Apesar da proximidade entre os dois sítios, preferimos identificá-los separadamente. 10 – Alarcão, 1988a: 62; Carvalho e Gomes, 1992: 57; Vasconcellos, 1917: 135; Vaz, 1992: 46-7; Vaz, 1993-1994: 76; Vaz, 1997: 42.

19 – MGL.ESP.QTA-NOV – Quinta Nova 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Quinta Nova, Vila Nova de Espinho, Espinho. 4 – 40º 32’ 50”. 5 – 01º 21’ 37”. 6 – 452m. 7 – 200, Nelas. 8 – Terrenos de cultivo virados a Sul. 9 – Alarcão (1988a: 62) obteve a informação de Luís Filipe Coutinho Lopes Gomes e de António Luís Marques Tavares do aparecimento de pedras trabalhadas, bases e fustes de colunas, um capitel, mós, cerâmica de construção e doméstica. O mesmo autor coloca a questão de ser aqui a estação de Lajinha referida por Leite de Vasconcellos (1917: 114). 10 – Alarcão, 1988a: 62; Alarcão, 1989: 311; Carvalho e Gomes, 1992: 60.

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20 – MGL.ESP.CAS – Tapada / Casinhas 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Tapada/Casinhas, Vila Nova de Espinho, Espinho. 4 – 40º 32’ 47”. 5 – 01º 21’ 35”. 6 – 445m. 7 – 200, Nelas. 8 – Terrenos de cultivo e lameiros virados a Sul. 9 – Surgem pelos campos tégulas e cerâmicas diversas. Apareceram aqui há uns anos mós, troncos de colunas e uma pia redonda. Existe uma sepultura escavada na rocha nas proximidades. 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 60; Vaz, 1992: 49; Vaz, 1993-1994: 80; Vaz, 1997: 43.

21 – MGL.ESP.SAL – Tapada do Moinho / Salgueiro 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Tapada do Moinho/Salgueiro, Vila Nova de Espinho, Espinho. 4 – 40º 32’ 52”. 5 –01º 21’ 47”. 6 –450m. 7 – 200, Nelas. 8 – Terrenos de cultivo virados a Sudeste. 9 – Já em 1899 Alberto Osório de Castro (1899c) publica uma carta de Bernardo do Amaral, de Outeiro de Espinho que refere o aparecimento de tijolos de rebordo e pedras de cantaria. Posteriormente Dias (1901a: 46) volta a referir estes vestígios. Carvalho e Gomes (1992: 60) e Vaz (1997: 43-44) referem que só aparecem alguns fragmentos de tégulas. 10 – Alarcão, 1988a: 62; Carvalho e Gomes, 1992: 60; Castro, 1899c; Dias, 1901a: 46; Vaz, 1992: 49-50; Vaz, 1993-1994: 80; Vaz, 1997, 43-44.

22 – MGL.ESP.VNE – Vila Nova de Espinho 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Vila Nova de Espinho, Espinho.

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4 – 40º 32’ 43”. 5 – 01º 21’ 58”. 6 – 450m. 7 – 200, Nelas. 9 – Nesta aldeia têm-se encontrado vários vestígios da ocupação romana. Carvalho e Gomes (1992: 60) referem que isolados ou incorporados nas paredes das casas rústicas da aldeia, observam-se e têm-se recolhido restos de colunas (duas bases, sete fustes e um capitel), uma cornija, uma pedra almofadada, dois pios e duas mós manuárias. Esta informação foi constatada por nós e confirmada por populares. 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 59-60.

23 – MGL.FMD.BAR – Barreiros 1 – Villa. 2 – 5016. 3 – Barreiros ou Cabeço da Mota, Fornos de Maceira Dão. 4 – 40º 36’ 24”. 5 – 01º 18’ 45”. 6 – 435m. 7 – 189, Mangualde. 8 – Antigos terrenos de cultivo onde hoje se implanta um complexo desportivo. 9 – Aqui foram encontrados vários fragmentos de cerâmica de construção e doméstica, pesos de tear em cerâmica e de granito, cossoiros, bases e fustes de colunas, mós manuárias, uma podoa de ferro e um cubo rectangular sugerindo uma eventual bigorna (Carvalho e Gomes, 1992: 71). João Luís Inês Vaz realizou ali em 1989 escavações a quando da construção do campo de futebol que apenas revelaram uma pequena base em seixos, provavelmente de assentamento de algum muro (Vaz, 1997: 44). Segundo o mesmo arqueólogo a parte principal da estação deverá situar-se nos terrenos agrícolas mais abaixo, onde, aliás, aparecem cerâmicas em abundância e onde têm sido feitos outros achados. 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 70-71; Vaz, 1992: 50-1; Vaz, 1997: 44, IPA.

24 – MGL.FMD.FAG – Fagilde 1 – Miliário (?). 2 – Não atribuído.

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3 – Fagilde, Fornos de Maceira Dão. 4 – 40º 37’ 29”. 5 – 01º 19’ 38”. 6 – 430m. 7 – 189, Mangualde. 9 – Coluna de granito encontrada durante umas obras numa casa particular, mede 112x30/40. Fonte (1997: 101) refere a existência de um troço de via romana. 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 72; Fonte, 1997: 101; Vaz, 1992: 51; Vaz, 1997: 45.

25 – MGL.FRX.FRX – Freixiosa 1 – Inscrição votiva. 2 – Não atribuído. 3 – Igreja Paroquial, Freixiosa, Freixiosa. 4 – 40º 36’ 25”. 5 – 01º 27’ 10”. 6 – 555m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Inscrição votiva, dedicada a uma divindade indígena, que apresenta a seguinte inscrição: CROVG/AE · NILAI/CVI CLE/MENTI/5NVS · CEI(i filius) / A(animo) · L(ibens) · V(otum) · S(olvit). A Crouga dos Nilaicos, Clementino, filho de Ceio de animo leve o voto cumpriu. O epíteto é certamente tópico e de origem étnica, referindo-se a uma entidade étnica, os Nilaicui. Onde se localizaria o castellum desta entidade? Talvez na Serra de S. Marcos, sobranceira à Freixiosa? Temos informações sobre a existência de sepulturas escavadas na rocha neste local, e sabendo que alguns destes vestígios medievais se encontram em zonas romanizadas, podemos pensar que existiu uma ocupação romana, e quiça préromana, neste monte. Infelizmente não podemos confirmar nenhum destes dados. 10 - Alarcão, 1988a: 62; Alarcão, 1996: 14; Alarcão, 1989: 308; Carvalho e Gomes, 1992: 76-77; Encarnação, 1987: 22; Garcia, 1992; Gomes e Tavares, 1985a: n.º 54; Vaz, 1984: 557-562; Vaz, 1988c: 348, 350, 352-353; Vaz, 1992: 51-2; Vaz, 1997: 212-4.

26 – MGL.MGL.CHA – Chãos 1 – Miliário.

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2 – Não atribuído. 3 – Chãos, Santa Luzia, Mangualde. 4 – 40º 34’ 51”. 5 – 01º 21’ 14”. 6 – 450m. 7 – 189, Mangualde. 9 – Miliário, encontra-se no Museu Grão Vasco (n.º 51), em Viseu, que apresenta a seguinte inscrição: DD(ominis) NN(ostris) / LECENIO LECENI/ANO AVG(usto) / [M](ilia) XI(undecim). Aos nossos senhores Licínio Liciano Augusto. Milha XI. Pela referência ao imperador Licínio, o Pai, o marco é datado de entre 307, data em que recebe o título de Augusto, e 323, quando abdicou do império. 10 - Alarcão, 1988a: 61; Carvalho e Gomes, 1992: 93-94; Untermann, 1965b: 111-2; Vaz, 1992: 54-5; Vaz, 1997: 293-294; Vives 1971: 240.

27 – MGL.MGL.RAP – Citânia da Raposeira 1 – Villa. 2 – 5061. 3 – Quinta da Raposeira, Mangualde. 4 – 40º 36’ 36”. 5 – 01º 23’ 40”/01º 22’ 50”.. 6 – 530m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Planície com terrenos de cultivo no sopé do Monte da Senhora do Castelo. 9 – Esta estação foi intervencionada pela primeira vez em 1889 por Alberto Osório de Castro, com o apoio da Sociedade Martins Sarmento. Já antes desta intervenção os proprietários do terreno tinham encontrado restos de casas, telhas, uma bilha de bronze, moedas, pedaços de marmore, e um edificio quadrado de grandes tijolos (Castro, 1889a). Osório de Castro refere que viu um entablamento, numa base de columna ainda com signaes de estuque polycromo, e um capitel da ordem toscana. Face a estas informações e depois de consultado Martins Sarmento deu-se inicio às escavações durante as quais a cada enxadada se descobre um muro ou uma calçada. As ruinas são enormes. Está o hipocausto quase descoberto e os muros de uma grande casa vizinha, onde o desentulho de 5 de Outubro se encontraram dentro de uma panella 34 moedas romanas, 12 de prata e 20 de bronze, do tempo dos Antoninos a maior parte; das

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de prata ha uma de Nerva, 7 de Adriano, uma de Aurelio, uma de Domiciano, algumas de Trajano, outras de Trajano e Adriano, uma de vespasiano, e uma desconhecida. O hypocause é precisamente como o havia descripto o sr. Dr. Martins Sarmento: a um lado, ao sul, a fornalha, do nascente um pavimento cheio de pilares sobre os quaes assentam os grandes tijolos. Em frente da fornalha fica um compartimento estreito ainda meio soterrado, e no qual se encontraram restos de ossos e uma pedra azul clara conservando o signal d’um engaste azul e outras encontradas (...) Nalguns dias de excavações tem-se descoberto muitissimos fragmentos de talhas, ansas de amphoras, canos de chumbo, mós de pedra, marmores despolidos, moldes de ferro, cinzas e carvões de fornalha, loiça romana vermelha e envernisada, vidros coloridos, ceramica grosseira indigena. N’um fragemento dessa admiravel loiça, encontra-se a marca e o nome do oleiro. Chamava-se o artista de ha dois mil anos, Sabinus. (Castro, 1889a). Mais tarde o mesmo autor (Castro, 1890a) refere que o pote onde foram encontradas as moedas era de barro preto e que tinha também moedas de corbre. Num artigo de 1890 Alberto Osório de Castro (1890d) defendia que todos os escombros descobertos na Rapozeira mostram signaes de incendio, e parece que a derrocada e abandono deviam seguir-se definitivamente e seguidamente ao mysterioso desastre. Noutro artigo de 1890 o mesmo autor (Castro, 1890e) refere para além dos achados já referios três salas de um hipocausto, um cunhal de habitação, encanamentos de pedra e chumbo (...), um segmento de grande muro circular e um edíficio dividido em pequenos cubículos.

Na base de dados do IPA, o Endovélico, é especificado que os ossos

encontrados são um antebraço e que o vidro azul encontrado ao lado seria de uma bracelete. Na sua monografia sobre Mangualde, Valentim da Silva (1945: 27) refere que muito do material descoberto foi para os museus de Guimarãis e Belém, onde se encontra exposto. No Museu Nacional de Arqueologia apenas se encontram fragmentos de sigillata, paredes finas e um friso ornamentado, assim como, duas moedas que poderão ter vindo da Raposeira, mas apenas estão referenciados como originárias de Mangualde. Desde 1985 têm-se desenvolvido campanhas anuais sob a direcção da Dr. Clara Portas. Das estruturas descobertas salientam-se: Uma zona de banhos privados que compreendia uma zona de serviços, compartimento destinado à caldeira, praefurnium, caldarium e um suposto frigidarium, já bastante destruído (Portas: 2000: 170); Um conjunto de compartimentos que constituíram o corpo da habitação com áreas pavimentadas a tijoleira (later e tegulae viradas com o rebordo para baixo), outras com

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pequenas lajes de granito, outras ainda, com opus signium. (...) Deste conjunto, destacase uma divisão correspondente à cozinha, com a lareira bem definida, encontrando-se aqui enterrada (...) a parte inferior de um dolium, na posição vertical. (...) Uma estrutura de configuração pentagonal, cujo interior se assemelha a uma fossa, presumindo-se que possa ter existido uma latrina no local. (...) Um outro conjunto de alicerces com uma distribuição espacial muito semelhantes a alguns celeiros da época romana. A casa desenvolve-se para Norte com diversas dependências, podendo a do topo ter sido utilizada como armazém, facto sugerido pelos imensos fragmentos de dolia, de variadas tipologias, aí encontrados. Na divisão localizada imediatamente a poente desta, encontrou-se uma lareira, e muito próximo alguns instrumentos de corte misturados com fragmentos de cerâmica e ainda um cinzeiro encostado à parede. Num terreno situado a Oeste do caminho rural, que faz fronteira com a casa romana, descobriram-se estruturas e materiais que confirmam a existência de uma oficina de ferreiro e diversas construções anexas. (Portas: 2000: 170) Todos estes dados sugerem uma instalação habitacional rural, romana, e oficinas para a produção de artefactos diversos, as quais, ao longo de alguns séculos, sofreram diversas remodelações e reconstruções. (Portas: 2000: 170) Do espólio exumado salienta-se os fragmentos de sigillata sudgálica, um deles com marca, marmoreada, hispânica, cinzenta fina entre outros (Portas, 1989: 372). Também foi encontrado um fragmento de uma taça de sigillata com o grafito OCELLI (Encarnação e Portas, 1993: n.º 204). Colocamos a mesma hipótese que Vaz (1997: 47-52) colocou de aqui se situar a villa de Caius Gaielianus Modestus que dedicou uma placa aos habitantes do castellum Araocelum. Segundo Portas (2000: 170) a ocupação romana deste local situa-se entre a última década do séc. I a.C. (atestado pelos fragmentos de sigillata itálica Goudineau 15) e finais do séc. IV princípios do séc. V d.C. (fragmento de vidro de taça Ising 117). 11 – Alarcão, 1988a: 62; Alves, 1984: 13; Cardoso, 1950a: 411; Carvalho e Gomes, 1992: 87-88; Castro, 1889a; Castro, 1889b; Castro, 1889c; Castro, 1890a; Castro, 1890b; Castro, 1890c; Castro, 1890d; Castro, 1890e; Centeno, 1978: 57; Coelho, 1941: 389-390; Dias, 1901a: 45; Encarnação 1982: 175; Encarnação e Portas, 1993: n.º 204; Hipólito, 1960-1: 55; Matias, 1986: 96-98; Matias, 1987: 104-7; Pereira et alli, 1974: 222-3; Portas, 1989: 371-376; Portas, 1990: 61; Portas, 2000: 169-170; Reis, 2000: 164-5; Silva, 1945:

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27-32; Vasconcellos, 1917: 115 e 141; Vaz, 1992: 53-4; Vaz, 1993-1994: 81-2; Vaz, 1996: 150; Vaz, 1997: 46-47, IPA.

28 – MGL.MGL.MGL-GAR – Mangualde Gare 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Mangualde Gare, Mangualde. 4 – 40º 35’ 00”. 5 – 01º 22’ 10”. 6 – 410m. 7 – 189, Mesquitela (Mangualde). 8 – Local do actual complexo ferroviário. 9 – Valentim da Silva (1945:33) refere o achamento de telhas de rebordo, moedas e pequenas mós, junto à estação dos Caminhos de Ferro. Este sítio já tinha sido anteriormente referido por Alberto de Castro Osório (1890d). Actualmente nada se encontra, talvez a estação se localiza-se na zona onde foi construído o terminal de mercadorias de Mangualde e os diversos pavilhões da estação dos Caminhos de Ferro, sendo assim destruída. 10 – Alarcão, 1988a: 62; Carvalho e Gomes, 1992: 90-91; Castro, 1890d; Silva, 1945: 33; Vaz, 1992: 55; Vaz, 1996: 150; Vaz, 1997: 48.

29 – MGL.MGL.MOI-OLI – Moita da Oliveira 1 – Villa e Via. 2 – 1612. 3 – Moita da Oliveira, Almeidinha, Mangualde. 300m/S0 de Almeidinha. 4 – 40º 35’ 43”. 5 – 01º 24’ 33”. 6 – 525m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Terrenos de cultivo e matos virados a sudeste. 9 – Leite de Vasconcellos (1917: 133) em 1894 ao visitar o local encontrou numerosos fragmentos de tégulas e grande quantidade de pedregulho no qual encontrou um fuste de coluna, uma base e pedras aparelhadas. O mesmo arqueólogo encontrou quatro sepulturas escavadas na rocha. Esta estação já antes tinha sido referida por Alberto Osório de Castro (1890d).

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Actualmente continuam a apanhar-se à superfície imensos fragmentos de cerâmica de construção e comum. Carvalho e Gomes (1992: 98) referem o aparecimento de fragmentos de sigillata hispânica. Relativamente às sepulturas escavadas na rocha, apenas identificámos duas. A 200m/E passava uma via romana da qual se conservam ainda alguns troços lajeados. 10 – Alarcão, 1989a: 61-62; Carvalho e Gomes, 1992: 98-99; Castro, 1890d; Coelho, 1943b: 167; Fonte, 1997: 102;Tavares, 1999: 34-5; Vasconcellos, 1917: 133; Vaz, 1992: 52-3; Vaz, 1993-1994: 81; Vaz, 1996: 150; Vaz, 1997: 45-46, IPA.

30 – MGL.MGL.MNT-CAS – Monte da Senhora do Castelo 1 – Castro romanizado. 2 – Não atribuído. 3 – Monte da Senhora do Castelo, Mangualde. 4 – 40º 36’ 40”. 5 – 01º 23’ 24”. /01º 23’ 20”. 6 – 629m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Monte com um bom domínio da paisagem. 9 – O povoado aqui existente foi destruído por sucessivas construções que alteraram a topografia do monte, nomeadamente a construção da ermida da Senhora do Castelo no século XIX (Castro, 1890c). Hoje apenas é visível um grosso muro, atrás da ermida, construído com silhares almofadados, já referido por Vasconcellos (1917: 114-115). Das escavações efectuadas apenas temos uma noticia de Vasconcellos (1917: 114-115) sem indicações concretas do espólio encontrado, referindo loiça velha análoga à do Bom Sucesso e moedas do império. Carvalho e Gomes (1992: 85) colocam a hipótese de estas moedas serem as que foram achadas na Raposeira. Nós colocamos esta hipótese de parte, por se ter achado outra moeda, um denário de Vespasiano datada de 74 d.C., (Vaz, 1997: 52) e o próprio Leite de Vasconcellos referir no mesmo artigo as moedas da Raposeira (1917: 141). Alarcão (1989: 307 e 1996: 15) e Inês Vaz (1997: 52) defendem a localização neste sítio de Araocellum referida na inscrição de S. Cosmado, opinião com a qual concordamos. Alarcão (1996: 15) refere que devido à sua situação num cruzamento de caminhos serviria de mutatio para quem vinha de Viseu e de mansio para quem vinha de Bobadela. Se assim aconteceu, não o foi no cimo do monte, mas no seu sopé talvez nas Quintas da

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Fonte do Púcaro. De notar que ainda hoje no sopé do monte se regista o topónimo Albergaria, já referido nas Inquirições de D. Afonso III. 10 – Alarcão, 1989: 307; Alarcão, 1996: 15; Alves, 1989: 17, 29-30; Carvalho e Gomes, 1992: 84-85; Castro, 1890b; Castro, 1890c; Coelho, 1943b: 167; Dias, 1901a: 45; Moita, 1962: 6; Silva, 1945: 27; Vasconcellos, 1917: 115; Vaz, 1992: 49-50; Vaz, 1993-1994: 80; Vaz, 1996: 150, 153; Vaz, 1997: 51-52.

31 – MGL.MGL.PAS – Passos 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Passos, Mangualde, Mangualde. 4 – 40º 37’ 34”. 5 – 01º 22’ 58”. 6 – 455m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Encosta virada a sudeste sobranceira à aldeia de Passos. 9 – No local denominado Olivais encontram-se diversos fragmentos de cerâmica comum doméstica e de construção. Na povoação de Passos encontram-se um bloco almofadado embutido numa parede e um tronco de coluna num muro. Nesta povoação foi, igualmente, encontrada uma árula votiva, que se encontra na Associação Cultural Azurara da Beira, com a seguinte inscrição,: I(ovi) O(ptimo) M(aximo) / S(acrum) · S · / A · A(nimo) L(ibens) P(ossuit). A Júpiter Óptimo Máximo consagrado. S(?) A(?) de animo leve colocou. 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 91-2; Gomes, 1986a, n.º 69; Garcia, 1992: 393; Vaz, 1992: 56; Vaz, 1996: 150; Vaz, 1997: 180.

32 – MGL.MGL.QTA-CAL – Quinta da Calçada 1 – Villa. 2 – 5330. 3 – Quinta da Calçada, Mangualde. 4 – 40º 35’ 34”. 5 – 01º 22’ 48”. 6 – 475m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde).

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8 – Terrenos virados a Sul. 9 – Encontraram-se tégulas, ímbrices e dois fustes de colunas. Existe uma sepultura escavada na rocha. 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 89-90; Tavares, 1999: 37-8; Silva, 1945: 33; Vaz, 1992: 56-7; Vaz, 1996: 150; Vaz, 1997: 89-90, IPA.

33 – MGL.MGL.QTA-CRU – Quinta da Cruz 1 – Miliário (?). 2 – Não atribuído. 3 – Quinta da Cruz, Mangualde, Mangualde. 4 – 40º 37’ 03”. 5 – 01º 22’ 28”. 6 – 510m. 7 – 189, Mangualde. 9 – Coluna de granito com 1,55m de altura e 0,41m de diâmetro, encimada por um bloco granitíco moldurado nas quatro faces. É semelhante à vizinha coluna de Roda considerada como um marco miliário anepígrafo (Carvalho e Gomes, 1992: 96), por isso colocamos a hipótese de ter sido um marco miliário. 10 - Carvalho e Gomes, 1992: 95-96.

34 – MGL.MGL.QTA-IGJ – Quinta da Igreja 1 – Villa. 2 – 7278. 3 - Quinta da Igreja, Mangualde. 4 – 40º 36’ 27”. 5 – 01º 21’ 56”. 6 – 515m. 7 – 189, Mangualde. 8 – Terrenos de cultivo em boiça virados a Sudoeste. 9 – Foram recolhidos inúmeros fragmentos cerâmicos de construção e doméstica, um fuste de coluna e um bloco almofadado. Na colecção arqueológica Dr. José Coelho depositada na Extensão Territorial de Viseu do IPA encontram-se um sarculum (JC-79-225), um falx (JC-79-226), um ascia-securis (JC79-226), um ascia-rastrum (JC-79-227) e um compasso (JC-79-228).

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Ao visitar este local nada pude observar devido à densa vegetação. 10 – Alarcão, 1988a: 61; Carvalho e Gomes, 1992: 89; Correia et alli, 1979: 637; Vaz, 1992: 57-8; Vaz, 1996: 150; Vaz, 1997: 49-50, IPA.

35 – MGL.MGL.QTAS-FPU – Quintas da Fonte do Púcaro 1 – Habitat. 2 – 7459. 3 – Quinta do Prazo e Tojal Dantas, Mangualde. Sensivelmente a 600m/SE da Citânia da Raposeira. 4 – 40º 36’ 21”. 5 – 1º 23’ 08”. 6 – 555m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Zona actualmente em fase de urbanização. 9 – Em sondagens efectuadas por Clara Portas em 1990 foram encontradas estruturas, cerâmica comum e sigillata. Registe-se o troço da via romana que se dirigia para Abrulhosa-a-Velha. Deverá estar relacionada com as estações Citânia da Raposeira, Quinta da Quaresma e Regateira que se localizam nas proximidades. Aqui podia localizar-se devido à sua situação num cruzamento de caminhos uma mutatio que serviria para quem vinha de Viseu ou uma mansio para quem vinha de Bobadela, que Alarcão (1996 15) localiza no Monte da Senhora do Castelo. 10 - Carvalho e Gomes, 1992: 89; Vaz, 1992: 58; Vaz, 1996: 150; Vaz, 1997, 50, IPA.

36 – MG.MGL.QTA-QUA – Quinta da Quaresma 1 – Habitat. 2 – 12200. 3 – Quinta da Quaresma, Mangualde. Sensivelmente a 800m/SE da Citânia da Raposeira. 4 – 40º 36’ 23”. 5 – 01º 23’ 08”. 6 – 550m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Zona urbanizada. 9 – Em sondagens realizadas em 1998 encontraram-se estruturas associadas a espólio cerâmico romano (cerâmica comum, bordos de dollium, tegulae e tijoleira). Deverá estar

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relacionada com as estações Citânia da Raposeira, Quintas da Fonte do Púcaro e Regateira que se localizam nas proximidades. 10 – IPA.

37 – MGL.MGL.REG – Regateira 1 – Habitat. 2 – 10937. 3 – Regateira, Mangualde. 4 – 40º 36’ 21”. 5 – 01º 23’ 05”. 6 – 545m. 7 –190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Zona urbanizada. 9 – Em sondagens realizadas em 1996 e em 2000 apareceram estruturas romanas que parecem estar relacionadas com as termas romanas da Raposeira. Não surgiram quaisquer materiais associados a estas estruturas. 10 – IPA.

38 – MGL.MGL.ROD. – Roda 1 – Miliário. 2 – Não atribuído. 3 – Roda, Mangualde. 4 – 40º 37’ 07”. 5 – 01º 20’ 59”. 6 – 460m. 7 – 189, Mangualde. 9 – Miliário anepígrafo medindo 180x30/40cm. Encontrava-se em 1992 numa casa particular da Mesquitela. 10 - Alarcão, 1988a: 61; Coelho, 1943b: 167; Figueiredo, 1953a: 55; Fonte, 1997: 102; Carvalho e Gomes: 95; Silva, 1945: 39; Vaz, 1992: 58-9; Vaz, 1997: 293.

39 – MGL.MGL.COS – São Cosmado 1 – Inscrição honorífica. 2 – Não atribuído. 3 – São Cosmado, Mangualde, Mangualde.

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4 – 40º 36’ 36”. 5 – 01’ 21’ 02”. 6 – 500m. 7 – 189, Mangualde. 9 – Placa, depositada na Assembleia Distrital de Viseu, que ostenta a seguinte inscrição: C(aius) GAIELIANVS MODES/TVS CASTELLANIS / ARAOCELENSIBVS / · D(ono) D(edit). Caio Gaeiliano Modesto deu aos castelãos araocelenses. Até ao momento não se conhecem outros achados romanos em São Cosmado. Porém, a placa podia não ter sido colocada neste local mas sim no Castellum dos Araocellenses, que deveria situar-se perto. Como vários autores defendemos que a localização deste castellum deveria situar-se no actual monte da Senhora do Castelo. 10 – Alarcão, 1988a: 61; Alarcão, 1989: 307; Albertos Firmat, 1977: 22; Albertos Firmat, 1985: 472; Alves, 1984: 4; Blanco Freijeiro, 1977: 14-16; Caessa, 1996: 50; Encarnação, 1989: 318; Fernandez Palacios e Hoz Bravo, 2002: 46-47, 49; Figueiredo, 1953b: 165-6; Guerra, 1998: 117, 189, 702-7; Saa, 1959: 313-314; Tovar, 1976: 256; Vaz, 1988a: 12-13; Vaz, 1992: 59; Vaz, 1993-1994: 80; Vaz, 1996: 150; Vaz, 1997: 51; Vives, 1971: 482.

40 – MGL.MGL.VIN-GIA – Vinhas de São Gião 1 – Habitat. 2 – 1536. 3 – Vinhas d São Gião, Mangualde. 9 – Observaram-se materiais de construção romanos, estando alguns inseridos nos muros divisórios das propriedades. 10 – IPA.

41 – MGL.MQT.MOU – Mourilhe 1 – Via. 2 – Não atribuído. 3 – Mourilhe, Mesquitela. Junto à capela de Nossa Senhora da Conceição. 4 – 40º 34’ 31”. 5 – 01º 23’ 50”. 6 – 495m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 9 – Troço de via romana com cerca de 50m de extensão e 5,60m de largura média.

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10 – Carvalho e Gomes, 1992: 105-106; Figueiredo, 1953a: 40; Figueiredo, 1953b: 200; Fonte, 1997: 102.

42 – MGL.PVC.MAR – Santa Marinha 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Santa Marinha, Póvoa de Cervães. Cerca de 500m/SE de Póvoa de Cervães. 4 – 40º 33’ 28”. 5 – 01º 27’ 12”. 6 – 370m. 7 – 201, Gouveia. 8 – Terrenos de cultivo de vinha e oliveira em encosta virada a sudeste. Há ainda pinhais no lugar onde se situa a estação. 9 – Nesta estação têm aparecido inúmeros fragmentos de cerâmica de construção (tégula e ímbrices) e cerâmica doméstica comum romana. Junto à estação passa o “Caminho Velho” que não é mais do que uma via romana, da qual se conservam alguns troços lajeados. Atravessava o rio Mondego junto à Quinta dos Moinhos. Neste sítio e à beira do caminho verificámos a existência de rochas com vestígios do uso de cunhas para extracção de pedra. Terão sido utilizadas para a construção da via, para qualquer construção no habitat ou simplesmente para facilitar a passagem da via sendo as pedras posteriormente aproveitadas para a construção da via ou do habitat? 10 - Carvalho e Gomes, 1992: 112; Correia et alli, 1997: 78; Vaz, 1992: 61; Vaz, 1996: 150; Vaz, 1997, 52-53.

43 – MGL.QTA.QTA – Quintela de Azurara. 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Quintela de Azurara, Quintela de Azurara. 4 – 40º 37’ 30”. 5 – 01º 25’ 30”. 6 – 530m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Terrenos virados a sul, cultivados e com abundância de água.

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9 – Por toda a área limítrofe da aldeia têm-se achado inúmeros vestígios romanos como fragmentos cerâmicos, uma mó e vários pesos de tear, um dos quais com a seguinte inscrição: AVITVS RVF[I]NIVS RVFIVS (Avito Rufinio Rufio). Desta aldeia também são provenientes três aras: Uma funerária depositada na extensão territorial do IPA em Viseu e pertencente à colecção do Dr. José Coelho (JC-79-05) com a seguinte inscrição: MA · RC / AVG · L(ibertae vel iberto) · / AAN(orum) IIX (octo) / S(it) T(errae) L(evis) · S(uo) P(ater) · / FA(ciendum) K(uravit). A Marc..., liberto(a) de Aug.., de oito anos. Que a terra seja leve. Seu Pai mandou fazer. Uma votiva depositada no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, (n.º 16366) com a seguinte inscrição: IOVI / OP(timo) M(aximo) / AVENT(inus vel ina) / [A(animo)] L(ibens) V(otum) P(ossuit). A Júpiter Óptimo Máximo, Aventino ou Aventina de animo leve o voto colocou. Uma terceira é anepígrafa, cujo paradeiro desconhecemos. Pela área da freguesia e inclusive em associação com cerâmica romana existem sepulturas escavadas na rocha. 10 - Alarcão, 1988a: 61; Carvalho e Gomes, 1992: 116; Dias, 1986: n.º 90; Fernandes, 1997: 94; Fernandes, 2002a: 418; Ferreira, 1969: 106; Figueiredo, 1953b: 166; Garcia, 1992: 393; Ribeiro, 2002: 38; Silva, 1945: 33-34; Vasconcelos, 1910: 325-6; Vasconcellos, 1915a: 324; Vaz, 1992: 61-2; Vaz, 1996: 150; Vaz, 1997: 53-4.

44 – MGL.STC.QTA-CER – Quinta de Cervães 1 – Marco miliário (?) e via. 2 – Não atribuído. 3 – Quinta de Cervães, Santiago de Cassurrães. Junto à Capela da Senhora de Cervães. 4 – 40º 34’ 50”. 5 – 01º 26’ 02”. 6 – 555m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 9 – Ao fundo da escadaria do adro da capela da Senhora de Cervães começa um caminho, antiga via romana, que segue para a Quinta de Santa Marinha onde se registaram vestígios da ocupação romana. Logo no inicio do caminho encontramos umas alminhas feitas numa coluna de granito, que poderia ter sido um marco miliário. Esta coluna mede 114,5cm de altura e 35cm de diâmetro; os lados foram aprumados não

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tendo actualmente uma configuração totalmente redonda, por isso, o seu diâmetro poderia ser cerca de 45/50cm, diâmetro comum aos marcos miliários da região. 10 – Inédita

45 – MGL.STC.QTA-BOC – Quinta da Boca 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Quinta da Boca, Cassurrães, Santiago de Cassurrães. 4 – 40º 35’ 10”. 5 – 01º 27’ 30”. 6 – 600m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Zona de cultivo com abundância de água, virada a Sul/Sudeste. 9 – Foram encontrados à superfície fragmentos de tegulas e de cerâmica doméstica, notadamente de dolia. Um destes contém o grafito LA. 10 - Carvalho e Gomes, 1992: 135; Gomes, 1989: 7; Vaz, 1992: 64; Vaz,1997: 55-56.

46 – MGL.STC.REC - Rechã 1 – Castro romanizado (?). 2 – Não atribuído. 3 – Rechã, Contenças de Baixo, Santiago de Cassurrães. 8 – Terrenos de cultivo, numa encosta acentuada virada a Sudoeste. 9 – Alberto Osório de Castro (1890d) apenas refere o sítio, mas junto à Cunha Alta. Dias (1901a: 45) refere a existência de restos de fortificações e habitações antiquíssimas (...), telha de rebordo, grandes muralhas, muitos fragmentos de cerâmica, etc. Carvalho e Gomes não conseguiram localizar a estação; Alarcão (1988a) e Vaz (1992, 1997) nem a referem. Nós também não conseguimos encontrar a referida estação, o local actualmente encontra-se dividido entre zonas de cultivo e zonas com abundante vegetação o que dificulta a observação. Não encontrámos qualquer popular que nos pudesse informar sobre a existência destas estruturas. Fonte (1997: 110) refere a existência de um troço de cerca de 100m. entre Contenças e Ponte Palhez, ou seja a zona onde se localiza a Rechã. 10 – Castro, 1890d; Dias, 1901a: 45; Carvalho e Gomes, 1992: 136; Fonte, 1997: 102.

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47 – MGL.STC.MAR – Santa Marinha 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Santa Marinha, Santiago de Cassurrães. 4 – 40º 34’ 54” . 5 – 01º 26’ 41”. 6 – 500m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Terrenos de cultivo com pinhal, virados a Sul. 9 – Encontrou-se cerâmica de construção, doméstica comum e sigillata hispânica; Carvalho e Gomes (1992: 134) publicam um fragmento de uma taça Drag. 37 datada do séc. IV/V d.C.. No adro da Igreja de Santiago de Cassurrães existe uma base de coluna e dois troncos de coluna provenientes deste local. 10 – Alarcão, 1988a: 62; Carvalho e Gomes, 1992: 133-134; Ferreira, 1984a: 4; Vaz, 1992: 65; Vaz, 1997: 56.

48 – MGL.STC.STC – Santiago de Cassurrães 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Quintas das Pereiras/Quinta do Campo/Passal/Abadia, Santiago de Cassurrães. 4 – 40º 34’ 56”. 5 – 01º 25’ 36”. 6 – 505m. 7 - 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Terrenos de cultivo no vale de um ribeiro virados a Sul. 9 – Foram encontrados cerâmica de construção e doméstica, mós e um fuste de coluna. 10 – Alarcão, 1988a: 62; Carvalho e Gomes, 1992: 129-130; Ferreira, 1984a: 4; Gomes, 1987: 240-241; Gomes, 1989: 7; Vaz, 1992: 65-6; Vaz, 1997: 56-57.

49 – MGL.STC.TAP – Tapados 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Tapados, Casal de Cima, Santiago de Cassurrães. 4 – 40º 35’ 27”.

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5 – 01º 26’ 02”. 6 – 582 m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Numa encosta da serra da Baralha virada a Sul onde existiu pinhal e há terrenos de cultivo e de vinha. 9 – Foram encontrados fragmentos de cerâmica doméstica, tégulas e escórias de fundição. Este local deve ter sido uma pedreira, vendo-se ainda rochas com as marcas das cunhas utilizadas para as partir. Quanto aos fragmentos de cerâmica e de escória nada observamos devido aos restos de rama de pinheiros recém cortados que cobriam o chão. Também encontrámos rochas com vestígios de minerais que podiam ter sido também explorados. 10 – Alarcão, 1988a: 62; Carvalho e Gomes, 1992: 132-133; Gomes, 1987: 241-242; Gomes, 1989: 7; Vaz, 1992: 66-7; Vaz, 1997: 57.

50 – MGL.SJF.FRT – Fresta 1 – Inscrição funerária. 2 – Não atribuído. 3 – Capela de Santo Amaro, Fresta, São João da Fresta. 4 – 40º 38’ 07”. 5 – 01º 33’ 00”. 6 – 620m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 9 – Ara funerária que se encontra a servir de pia de água benta ao fundo da capela referida. Apresenta a seguinte inscrição: DEIBVRANA/E ANN(orum)/L(quinquaginta) ANGIITA/E AN(norum) XX(vinginti) / CINI(us) F(iliae) V[O](tum) / CVISV M[A]/T(er) F(aciendum) · C(uravit) · A Deiburana, de 50 anos, e Angeta, de 20 anos, filha de Cinio, cujo voto a mãe mandou fazer. 10 - Carvalho e Gomes, 1992: 123-4; Dias, 1988: 424; Gomes e Tavares, 1985c: n.º 56; Vaz, 1992: 62; Vaz, 1996: 154; Vaz, 1997: 235-6.

51 – MGL.SJF.PNT – Pinheiro de Tavares 1 – Villa. 2 – 2690.

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3 – Pinheiro de Tavares, São João da Fresta. 4 – 40º 37’ 50”. 5 – 01º 33’ 48”. 6 – 655m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Encosta virada a sudoeste. 9 – Pelas casas da aldeia foram encontradas pedras almofadadas, um tronco de coluna e uma pedra de mármore. Apareceram também cerâmica de construção e doméstica. Foram aqui encontradas, igualmente, duas inscrições funerárias: Uma estela que se encontra ainda na aldeia, a servir de peitoril a uma janela: D(iis) M(anibus) S(acrum) · FLAVINA / FLAVI · F(ilia) · / IDICAII / ALVQVI · F(iliae) · / M(atri) · S(ua) · A(nnorum) · LX(sexaginta) / F(aciendum) C(uravit) Consagrado aos Deuses Manes. Flavina, filha de Flávio, mandou fazer a sua mãe Idica, filha de Alúquio, de 60 anos. A outra estela está depositada na Associação Cultural Azurara da Beira: [D(iis) M(anibus) S(acrum) MIIA?]/RVS · TRITIII (filius) / ANNORVM / XXX (tringinta) [IIT] SVN/VA · MIIARI F(ilia) A/NNORVM LXX(septuaginta) /5 CAINO · TRITIII (filius) / [FRA]TRI · IIT · MA/[TRI] · F(aciendum) · C(uravit). Consagrado aos Deuses Manes (?). Mearo, filho de Triteu, de 30 anos e Súnua, filha de Mearo, de 70 anos. Cenão, filho de Triteu, mandou fazer ao irmão e à mãe. 10 - Alarcão, 1988a: 62; Carvalho e Gomes, 1992: 120; Dias, 1898: 425; Fernandes, 1997: 94; Gomes, 1985a: 52; Gomes, 1985b: 53; Gomes, 1986b: ad 52 e 53; Vaz, 1988c: 353-7; Vaz, 1992: 63; Vaz, 1996: 154; Vaz, 1997: 54-55.

52 – MGL.SJF.QTA-CAS – Quinta do Casal 1 – Inscrição votiva. 2 – 2706. 3 – Quinta do Casal, Casais, São João da Fresta. 4 – 40º 38’ 05”. 5 – 01º 32’ 00”. 6 – 570m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 9 – Inscrição votiva com a seguinte inscrição: L(ari) COVTICI VT /L(ari) COVTIOSO / TONC Ɔ(castelli) NA/COSOS MALGEINVS / LEVRI F(ilius) / ARBVENSI/S V(otum) A(animo) L(ibens) S(olvit).

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Ao Lar Coutici como Lar Coutioso do então castellum Nacosos. Malgeino, Arbuense, o voto de animo leve cumpriu. Estamos perante uma consagração a dois Lares do mesmo local, o castellum Nacosos. Segundo Alarcão (1989: 309) estes lares seriam protectores de duas famílias diferentes mas aparentadas. Este castellum deveria situar-se no monte do Bom Sucesso, sobranceiro a Casais, com vestígios de ocupação desde a Idade do Bronze. Esta inscrição refere outro povoado, donde é o dedicante, Arbua. Não se conhecem quaisquer outros vestígios arqueológicos encontrados em Casais. 10 – Alarcão, 188a: 62; Alarcão, 1989: 309; Carvalho e Gomes, 1992: 122-3; Dias, 1988: 425; Garcia, 1992: 523-4; Gomes e Tavares, 1985b: n.º 55; Guerra, 1998: 118-9, 543; Vaz, 1992: 63-4; Vaz, 1993-1994: 81; Vaz, 1996: 154; Vaz, 1997: 223-4.

53 – MGL.TVT.CAS – Casal 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Casal, Travanca de Baixo, Travanca de Tavares. Cerca de 400m/NE de Travanca de Baixo. 4 – 40º 38’ 13”. 5 – 01º 30’ 23”. 6 – 515m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Pátio de uma casa particular, virado a norte. 9 – Registou-se o aparecimento de tégulas, ímbrices e mós manuárias. Poderá estar associada à estação “Travanca de Baixo”. 10 - Carvalho e Gomes, 1992: 141; Vaz, 1992: 67; Vaz, 1996: 154; Vaz, 1997, 57-58.

54 – MGL.TVT.QTA-CAN – Quinta da Caniçada 1 – Habitat 2 – Não atribuído 3 – Quinta da Caniçada, Travanca de Baixo, Travanca de Tavares. Cerca de 400m/NO de Travanca de Baixo. 4 – 40º 38’ 14”. 5 – 01º 30’ 23”. 6 – 505m.

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7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Encosta virada a Norte com terrenos cultivados. 9 – Acham-se fragmentos de cerâmica de construção. Poderá estar associada à estação “Travanca de Baixo”. 10 - Carvalho e Gomes, 1992: 141; Vaz, 1992: 68; Vaz, 1996: 154; Vaz, 1997, 58.

55 – MGL.TVT.TVT – Travanca de Baixo 1 – Villa 2 – 1534 3 – Travanca de Baixo, Travanca de Tavares. Junto à igreja de S. Salvador. 4 – 40º 38’ 04”. 5 – 01º 30’ 14”. 6 – 530m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Terrenos cultivados e em boiça. 9 – Encontraram-se fragmentos de cerâmica de construção e doméstica comum e restos de elementos arquitectónicos: cinco fustes de coluna, uma cornija e blocos almofadados, que foram reaproveitados na construção de um solar. A esta estação poderá estar associada as estações de Casal e Quinta da Caniçada que poderiam constituir casais agrícolas. 10 – Carvalho e Gomes, 1992: 140; Vaz, 1992: 6-9; Vaz, 1996: 154; Vaz, 1997: 58-59.

56 – MGL.VZT.TOR – Torre de Tavares 1 – Villa. 2 – 1370. 3 – Torre de Tavares, Várzea de Tavares. 4 – 40º 36’ 27”. 5 – 01º 31’ 53”. 6 – 560m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Meia encosta virada a Sul. 9 – Leite de Vasconcellos (1917: 113) refere a existência de muitos restos cerâmicos antigos e conta a tradição que existiu lá uma cidade. Carvalho e Gomes (1992: 144) não confirmaram estes vestígios e Alarcão (1988a) e Vaz (1992 e 1997) não referem esta

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estação. No largo onde existe um fontanário encontramos duas colunas incorporadas na parede deste.

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3 – Concelho de Mangualde/Penalva do Castelo

57 – MGL/PCT.QTA/GER.COM/FOR – Cômaro/Formiga 1 – Ponte e via 2 – Não atribuído. 3 – Cômaro, Canelas, Quintela de Azurara./Formiga, Abogões, Germil. 4 – 40º 38’ 05”. 5 – 01º 25’ 40”. 6 – 433m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Vale do rio Ludares. 9 – Existe um troço de calçada lajeada do lado de Canelas. Outrora existia um semelhante do lado de Abogões, mas foi coberto recentemente por saibro. Sobre o rio Ludares existe uma ponte com um arco de volta perfeito e dois olhais rectangulares, apresentando a montante um talha-mar. Vaz (1997: 75) denomina esta estação de Abogões; de facto a estação situa-se na fronteira dos dois concelhos entre Canelas e Abogões que distam da ponte cerca de 700 e 500m, respectivamente. Preferimos denominar a estação pelo nome dos terrenos dos dois concelhos contíguos à ponte. 10 – Vaz, 1992: 88-9; Vaz, 1997: 75.

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4 – Concelho de Penalva do Castelo

58 – PCT.ANT.ANT – Antas 1 – Inscrição. 2 – Não atribuído. 3 – Antas, Antas. 6 – 605m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 9 - Foi-nos indicado pelo Pe. José Pedro da Costa Matos, a quando da nossa visita à capela da Fresta, um monumento epigráfico romano. Infelizmente por falta de tempo e por as condições climatéricas não terem ajudado não nos foi possível fazer um estudo profundo do monumento. Por isso não nos aventuramos a indicar qualquer leitura, apesar de se ter conseguido ler algumas letras.

59 – PCT.CTP.CMP-BOL – Campo da Bola 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Campo da Bola ou Rato, S. Romão, Castelo de Penalva. Cerca de 300m/O de S. Romão. 4 – 40º 39’ 15”. 5 – 01º 27’ 50”. 6 – 480m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Numa encosta mesopotâmica com vinha plantada e pinhal, virada a sudeste. 9 – Segundo populares nesta actual vinha apareciam antigamente muitas telhas, actualmente ainda se conseguem observar tégulas e fragmentos de cerâmica doméstica. Na povoação encontramos fragmentos de uma coluna honorifica cuja inscrição apenas conserva as seguintes letras: IMPII(rator vel ratori) CAIIS(ar vel ari) L(ucius vel ucio) D(omitius Alexander vel Aurelianus Augustus vel Domitio Alexandri vel Aureliano Augusto)... Noutro fragmento: ...G...O... (será de Augusto?). Traduzimos por: (Ao) Imperador César Lúcio Domicio Alexandre ou Aureliano Augusto.... Assim como Inês Vaz (1997: 282-3) classificamos este monumento como coluna honorifica e não um marco miliário, devido ao seu diâmetro e ao facto de a inscrição não começar logo no inicio da coluna. Contudo, não atribuímos a dedicatória apenas ao

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imperador Alexandre, como o faz Vaz (1997: 282-3), mas também colocamos a hipótese de o ser ao imperador Aureliano, por serem os únicos imperadores em que as letras L e D estão seguidas. O monumento datará de 270 a 275, período de reinado de Aureliano, ou de 308 a 311, período de reinado de Alexandre. Em S. Romão, junto à capela existem troncos de colunas e mós oriundos deste local. Ao destruírem a antiga capela, em 1988, verificaram que entre os dois paramentos de cada parede estavam várias pedras, algumas com letras. Estas pedras teriam vindo desta estação, tendo as pessoas apenas guardado as que lhes pareceram que tinham letras. As outras serviram de base para a estrada. Inês Vaz (1997: 70) diz ainda ter visto algumas pedras trabalhadas e grandes blocos almofadados. Existe também uma placa que se encontra no Museu Grão Vasco (n.º 56), com a seguinte inscrição: D(iis) · M(anibus) · S(acrum) · RVFO · LVCI(i filio) · AN(norum) · IX(novem) / AMOENAE · SEVERI (filiae) · AN(norum) · IV(quator) / PLACIDAE · CALVI F(iliae) · AN(norum) · XXX(triginta) / FIRMINAE · FIRMI (filiae) · A(nnorum) · XXXX(quadraginta) /5 LVCIVS · FIRMINVS AN(?) F(rati) · S(uis) · F(aciendum) C(uravit). Consagrado aos Deuses Manes. A Rufo, filho de Lúcio, de 9 anos, a Amoena, filha de Severo, de 4 anos, a Plácida, filha de Calvo, de 30 anos e a Firmina, filha de Firmo, de 40 anos. Lúcio Firmino An... seu irmão mandou fazer. Berardo refere que esta inscrição foi achada perto de Castelo de Penalva, por sua vez Leite de Vasconcellos refere que foi achada na vinha da Coutada da Casa da Ínsua. Preferimos crer em Berardo, visto que a informação dada por Vasconcellos tem por base o que lhe disse o proprietário da Quinta quando a visitou. Além disso a Quinta da Ínsua tinha propriedades em São Romão, perto de Castelo de Penalva, por isso a placa poderia ter sido levada deste local para a Quinta da Ínsua. 10 – Berardo, 1857: 9; CIL, II: 423; Coelho, 1928: 73-4; Eep, IX: 23; Eusébio et alli, 1997: 14-6; Fernandes, 1997: 94; Figueiredo, 1953b: 170; Jordão, 1859: 203 e 333; Leite, 1956: 60-61; Vasconcellos, 1900: 139-140; Vaz, 1992: 82-3; Vaz, 1993-1994: 77-78; Vaz, 1997: 70, 263-4; Vives, 1971: 454.

60 - PCT.CTP.CNT – Cantos 1 – Poldras. 2 – Não atribuído. 3 – Cantos, Castelo de Penalva.

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4 – 40º 40’ 10”. 5 – 01º 29’ 05”. 6 – 375m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Vale do rio Dão. 9 – Poldras localizadas no caminho tradicional que liga Cantos a Vilar do Dão e Castelo de Penalva. As poldras são formadas pelas pedras das poldras reforçadas do lado jusante. Este reforço de cada pedra tem como objectivo o não arrastamento das poldras pela água. A montante existe uma pequena represa de água que torna este troço do rio atravessável em grande parte do ano. 10 – Vaz, 1992: 83; Vaz, 1997: 70-71.

61 – PCT.CTP.CTP – Castelo de Penalva 1 – Habitat ou Castro romanizado(?). 2 – Não atribuído. 3 – Castelo de Penalva, Castelo de Penalva. 4 – 40º 39’ 30”. 5 – 01º 29’ 00”. 5 – 469m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Afloramentos graníticos que formam um esporão sobre o rio Dão. 9 – Pelos muros das propriedades observam-se pedras almofadas que foram reaproveitadas. No adro da igreja existiu uma necrópole da qual se conservam algumas sepulturas escavadas na rocha. Situou-se aqui o primitivo castelo de Penalva, tomado por Fernando Magno segundo a crónica dos Godos. Aqui apareceu uma estela, cujo paradeiro é desconhecido, com a seguinte inscrição: D(iis) ·

M(anibus) ·

S(acrum) / PROCILI/AII LIBIIR/TAII RVFI / AN(norum) ·

L(quinquaginta) · IT/5AM(atus?) PRO/CILIAII · PA/(ter) [--Consagrado aos Deuses Manes de Procilia, liberta de Rufo, de 50 anos e Amato pai de Procilia ... 10 – Azevedo, 1897: 194; CIL, II: 421; Eep, IX: 23; Eusébio et alli, 1997: 16-8, 25-7, 36-43; Fernandes, 1997: 94; Jordão, 1859. 267 e 337; Leite, 1956: 60-1; Leite, 1997: 38; Vasconcellos, 1900: 140-1; Vaz, 1992: 83-4; Vaz, 1993-1994: 78; Vaz, 1997: 71-72, 259260; Viterbo, 1984: 167; Vives, 1971: 468.

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62 – PCT.CTP.PER – Pereiro 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Pereiro, Castelo de Penalva. 4 – 40º 38’ 30”. 5 – 01º 28’ 15”. 6 – 513m. 7 – 190, Mesquitela (Mangualde). 8 – Terrenos de cultivo em declive virados a sudeste. 9 – Apareceram muitas tégulas, ímbrices e mós (Vaz, 1997: 72). Pelos terrenos podémos observar, graças à recente lavra das terras para a semeadura das batatas, fragmentos de cerâmica. Vaz (1997: 264-5) refere a existência de uma estela que estaria na parede de uma casa, com a seguinte inscrição: SARA[E] / ARRE/INI F(iliae) / STAT/5VIT / TANG/INVS / CELTI(i) / F(ilius). A Sara, filha de Arreino. Levantou Tangino, filho de Celtio. Quando nos deslocámo-nos ao Pereiro não a conseguimos encontrar. Os populares com quem falámos desconheciam a existência desta inscrição e disseram-nos que podia ter estado na parede de alguma casa que já foi demolida, facto comum nos últimos anos. 10 – Eusébio et alli, 1997: 18-20; Fernandes, 1997: 94; Vaz, 1992: 84-5; Vaz, 1997: 2645.

63 – PCT.CTP.PNT-CAS – Ponte do Castelo 1 – Ponte e via. 2 – Não atribuído. 3 – Ponte do Castelo, Castelo de Penalva. 4 – 40º 39’ 27”. 5 – 01º 28’ 56”. 6 – 380m. 7 – 179, Penalv ado Castelo. 8 – Vale do rio Dão. 9 – Ponte medieval que Figueiredo (1953a: 43) e Alarcão (1988: 59) consideram de origem romana. Inês Vaz (1997: 72) contesta esta opinião. Nós partilhamos a opinião de Figueiredo e Alarcão tendo em conta os vestígios romanos existentes em Castelo de Penalva, na Quinta do Salgueiral.

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10 – Alarcão, 1988a: 59; Figueiredo, 1953a: 43; Vaz, 1992: 86; Vaz, 1997: 71-72.

64 – PCT.CTP.QTA-LOM – Quinta da Lomba 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Quinta da Lomba, S. Romão, Castelo de Penalva. 4 – 40º 39’ 00”. 5 – 01º 27’ 00”. 6 – 590m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Terrenos outrora cultivados e actualmente em boiça. 9 – Regista-se o aparecimento de fragmentos miúdos de tégulas e cerâmica doméstica comum. 10 – Eusébio et alli, 1997: 20-1; Vaz, 1992: 85-6; Vaz, 1997: 72-73.

65 – PCT.CTP.QTA-SLG – Quinta do Salgueiral 1 – Habitat ou Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Quinta do Salgueiral, Castelo de Penalva. 4 – 40º 39’ 40”. 5 – 01º 29’ 10”. 6 – 410m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Encosta virada a Norte, sobranceira ao rio Dão. 9 – À superfície encontram-se fragmentos de tégulas. Daqui é proveniente uma placa funerária que se encontra no Museu Grão Vasco (n.º 38), em Viseu, com a seguinte inscrição: RVFO · FVSCI · F(ilio) · A/NNORVM · XXV(quinque et vinginti) / FVSCVS · ALBINI/ N(epos)FILIO · SVO · IIT · SIBI. A Rufo, filho de Fusco, de 25 anos. Fusco, neto de Albino, fez para si e para seu filho. Caso estejamos perante uma villa e a estação de Castelo de Penalva for considerada um casto romanizado, estamos mais uma vez perante uma villa no sopé, neste caso na encosta, de um monte onde se localizaria um castro romanizado. 10 - Almeida, 1942: 7-9; Azevedo, 1897: 195; CIL, II: 422; Eep, IX: 23; Eusébio et alli, 1997: 21-5; Fernandes, 1997: 94; Jordão,1859: 278; Leite, 1956: 59-60; Leite, 1997: 36;

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Leal, 1875: 585; Vasconcellos, 1900: 141-2; Vaz, 1987: 46; Vaz, 1992: 86; Vaz, 19931994: 78-79; Vaz, 1997: 72-73, 262; Viterbo, 1984: 205.

66 – PCT.ESM.CAP – Capela 1 – Villa. 2 – 15448. 3 – Capela, Esmolfe. 4 – 40º 40’ 40”. 5 – 01º 27’ 00”. 6 – 583m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Zona de pinhal e de terrenos agrícolas. Virados a Nordeste. 9 – Encontraram-se duas pedras da cornija de um edifício e cerâmica de construção (tégulas e ímbrices) e cerâmica doméstica comum vermelha e cinzenta. 10 – Alarcão, 1988a: 60; Vaz, 1992: 86-7; Vaz, 1997: 73-74.

67 – PCT.ESM.EIR – Eirinhas 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Eirinhas, Esmolfe. 4 – 40º 41’ 10”. 5 – 01º 27’ 15”. 6 – 560m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Pinhal e giestal virados a Sul. 9 – Aparecimento, durante as lavras, de fragmentos cerâmicos e pedras aparelhadas. Junto encontram-se sepulturas escavadas na rocha. A cerca de 300m/E junto ao caminho de acesso encontramos umas alminhas feitas com uma ara anepígrafa. Situa-se muito próxima da estação “S. Martinho”. 10 – Eusébio et alli, 1997: 36-43; Vaz, 1992: 87; Vaz, 1997: 74.

68 – PCT.ESM.MAR – São Martinho 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – S. Martinho, Esmolfe. A cerca de 300m/O de Eirinhas.

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4 – 40º 41’ 15”. 5 – 01º 27’ 05”. 6 – 550m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Pinhal bastante denso. 9 – Recolhem-se à superfície abundantes fragmentos de cerâmica doméstica e de construção. Existem 8 sepulturas escavadas na rocha que perfazem um circulo à volta de uma enorme cova, que recentemente foi interpretada como um lagar de vinho (Monteiro, 2000: 31-32). A cerca de 50m encontramos duas mamoas. 10 – Eusébio et alli, 1997: 36-43; Monteiro, 2000: 31-32; Vaz, 1992: 88; Vaz, 1997: 74-75.

69 – PCT.ESM/INS.MUR – Murqueira 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Murqueira, Fundo de Vila, Ínsua/Esmolfe. 4 – 40º 40’ 30”. 5 – 01º 27’ 00”. 6 – 460m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Encosta virada a sul/sudoeste, que outrora foi maioritariamente de cultivo, mas actualmente está em grande parte urbanizada. 9 – Bernardo (1857: 8) refere a existência de restos de edifícios, fornos, aqueductos, muitas inscripções, e tambem vasos, copos, saias de malha, medalhas e moedas etc. Leite de Vasconcellos (1927: 127) esteve em Esmolfe na quinta da Vila, pertencente ao S.or João Patricio de Albuquerque e Castro, e irmãos, que me ofereceram (...) uma lápide de granito com uma inscrição latina, consagrada a uma divindade lusitano-romana. A lápide aparecêra na referida quinta, juntamente com outros objectos romanos, como fragmentos de tegulas e de vasos de largas dimensões, restos de edificações, e mós pequenas. Terá vindo a lápide daqui da Murqueira, como sugere Vaz (1997: 76)? Esta lápide não é mais que uma ara consagrada a Band-, com a seguinte inscrição: BANDI / OILIEN/[.]AICO [--A Banda Oilienaico... Vaz (1997: 77) refere que ao abrirem-se alicerces se encontravam quase sempre restos de antigos muros. Quando visitámos a zona haviam valas abertas devido à implantação

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do saneamento básico, mas não conseguimos observar quaisquer vestígios de muros, apenas a existência de diversos tipos de cerâmica. Na parte antiga da povoação de Fundo de Vila podem ser vistas pedras almofadadas e um tronco de coluna. Vaz (1997: 77) lança a hipótese desta villa pela sua grande área de implantação ser um povoado romano que substituiu o povoado da Paramuna, que teria colapsado nos alvores da romanização. Partilhamos da opinião de Vaz (1997: 77) defendendo que só escavações neste povoado poderão confirmar a época do seu abandono e só escavações na Murqueira poderão confirmar o tipo de povoamento que ali houve e a possível relacionação do seu início com o abandono do castelo dos Mouros. 10 – Alarcão, 1988a: 59; Alarcão, 1996: 14-15; Almeida, 1942: 4-7; Berardo, 1857: 8-9; Eep, IX: 23; Encarnação, 1975: 132-4; Fernandes, 2002b: 365; Garcia,1992: 291; Leite, 1956: 36 e 60; Leite, 1997: 37, 43; Reis, 2000, 165; Ribeiro, 2002: 14; Vasconcellos, 1905. 317-8; Vasconcellos, 1913: 219; Vasconcellos, 1927: 127; Vaz, 1992: 90-1; Vaz, 1996: 153; Vaz, 1997: 204-5.

70 – PCT.INS.MOR – Mortório 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Mortório, Fundo de Vila, Ínsua. 4 – 40º 40’ 35”. 5 – 01º 26’ 50”. 6 – 500m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Pinhais, mas já se iniciou o processo de urbanização da zona, sendo visíveis as primeiras casas. 9 – À superfície surge cerâmica de construção. Fica defronte à Murqueira. 10 – Vaz, 1992: 89; Vaz, 1997: 76.

71 – PCT.INS.PCT – Penalva do Castelo 1 – Habitat. 2 – 809. 3 – Penalva do Castelo, Ínsua. 4 – 40º 40’ 27”. 5 – 01º 26’ 06”.

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6 – 498m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Zona mista, agrícola e urbanizada. 9 – Vasconcellos (1927: 127) refere o aparecimento de tégulas no quintal da habitação do Dr.º Bernardo de Magalhães Coutinho. 10 – Vasconcellos, 1927: 127.

72 – PCT.INS.PNT-POR – Ponte Porcas 1 – Ponte e via romanas(?). 2 – Não atribuído. 3 – Ponte Porcas, Ínsua. Sobre o rio Coja, na estrada que Liga Penalva do Castelo a Pindo, passando pela Ínsua. 4 – 40º 40’ 29”. 5 – 01º 24’ 55”. 6 – 360m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 9 – Alarcão (1988a: 59) refere esta ponte como sendo romana e a existência de vestígios de estrada. Olhando para a ponte parece-nos integralmente contemporânea relativamente ao troço de via não encontrámos nenhum vestígio que o pudesse indicar. 10 – Alarcão, 1988a: 59; Leite, 1956: 64; Leite, 1997: 42.

73 – PCT.INS.PNT-QUI – Ponte de Quijó 1 – Ponte romana (?). 2 – Não atribuído. 3 – Ponte de Quijó, Ínsua. No caminho antigo entre a Ponte de Ferreira e Penalva do Castelo, sobre a ribeira de Sezures. 4 – 40º 41’ 45”. 5 – 01º 26’ 30”. 6 – 430m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Vale da ribeira de Sezures. 9 – Ponte similar à de Cômaro/Formiga com um arco de volta perfeita e dois olhais rectangulares de descarga, mas esta com um de cada lado. Gostaríamos de apresentar uma fotografia desta ponte mas infelizmente fomos impedidos por cães de nos aproximarmos.

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10 – Vaz, 1992: 91-2; Vaz, 1997: 77.

74 – PCT.INS.QTA-GOJ – Quinta de Goje 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Quinta de Gôje, Goje, Ínsua. 4 – 40º 40’ 40”. 5 – 01º 26’ 17”. 6 – 440m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Terrenos de cultivo voltados a Sul. 9 – Na quinta de Gôje, do Sr.º Antonio de Magalhães, acharam-se, segundo ele me disse, fragmentos de tegulas e moedas romanas; lá existem ainda uns capiteis, que têm provavelmente a mesma origem; o mesmo Sr.º, em casa de quem eu estava hospedado, obsequiou-me com um objecto de calcareo, de forma de caixa achatada, encontrado na sua quinta, talvez tambem romano (Vasconcellos, 1927: 127). É esta a mais antiga referência à ocupação romana deste local. Mas Berardo (1857: 8), já se tinha referido a Gôje, ao publicar a seguinte inscrição aqui encontrada e cujo paradeiro se desconhece: D(iis) · M(anibus) · S(acrum) · / RVFINAII · / RVFI · F(ilia) · / AN(norum) · LVII(quinquaginta et septem) · F(ilius vel ilia) · M(atri) · F(aciendum) · C(uravit) · Consagrado aos deuses Manes. A Rufina, filha de Rufo, de 47 anos. O(A) filho(a) mandou fazer à mãe. Vaz (1997: 78) refere que o proprietário da quinta lhe informou que há uma zona dentro da quinta a que chamam o “Olival da Capela” onde apareceu muita pedra miúda ao fazerse a surriba (...). Será o mesmo local onde foram encontrados os vestígios referidos por Vasconcellos. 10 – Berardo, 1857: 8; CIL, II: 414; Coelho, 1928: 73; Fernandes, 1997: 94; Figueiredo, 1935b: 176; Jordão, 1859: 278; Vasconcellos, 1927: 127; Vaz, 1992: 92; Vaz, 1997: 261; Vives, 1971: 383.

75 – PCT.INS.QTA-INS 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Quinta da Ínsua, Ínsua.

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4 – 40º 40’ 29”. 5 – 01º 25’ 34”. 6 – 475m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Terrenos de cultivo, vinha. 9 – Aqui surgiu a seguinte inscrição, cujo paradeiro se desconhece: [...] AN(norum) XIII(duodeviginti) /CELERINAE / AN(norum) VIIII(novem) / CELERINVS / PATER ET AV/ITA MATER /5 P(onemdum et) F(aciendum) C(uraverunt). A... de 18 nos e a Celerina, de nove anos. Celerino, o pai, e Avita, a mãe, puseram e mandaram fazer. A inscrição foi observada por Russell Cortez, cuja leitura foi publicada por Figueiredo (1953), e por Leite (1956). Na Assembleia Distrital de Viseu encontra-se depositada uma placa funerária, encontrada perto da Ínsua, com a seguinte inscrição: TIRO · G[A]LLI · F(ilius) AN(norum) · XIII(tredecim) H(ic) · S(itvs) · E(st) D(ic) · R(ogo) · P(raeteriens) · S(it) · T(ibi) · T(erra) · L(evis). Tiro, filho de Galo, de 13 anos está aqui sepultado. Ó transeunte, rogo que digas: que a terra te seja leve. Todas estas inscrições podem não ser efectivamente deste local, contudo há a assinalara existência de sepulturas escavadas na rocha junto ao cruzeiro da Sereia. 10 – Almeida, 1942: 7-9; Almeida, 1965: 60; CIL, II: 415; Coelho, 1928: 73; Eep, IX: 23; Eusébio et alli, 1997: 36-43; Fernandes, 1997: 94; Figueiredo, 1953b 171; Leite, 1997: 37; Jordão, 1859:290, 338; Lambrino, 1956: 31; Leite, 1956: 60-62; Leite, 1997: 38; Vasconcellos, 1900: 138-9; Vaz, 1987: 14-5; Vaz, 1992: 344-5; Vaz, 1993-1994: 77; Vaz, 1997: 232, 267-8; Vives,1971: 367.

76 – PCT.INS.SGM – Sangemil 1 – Villa. 2 – Não atribuído. 3 – Sangemil, Ínsua. 4 – 40º 49’ 40”. 5 – 01º 25’ 55”. 6 – 490m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Terrenos de cultivo em encosta virada a sul.

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9 – Aparecem fragmentos de cerâmica pelos terrenos cultivados e na povoação observam-se pedras almofadadas. Aqui surgiu a seguinte inscrição, cujo paradeiro se desconhece: CI...SAO TANCINI / F(ilio) / FILI(us) F(aciendum) C(uravit). A ..., filho de Tancino. O filho mandou fazer. Leite (1956: 63) refere a existência de outra inscrição que ele próprio não conseguiu ver. No local denominado ladeira de Sangemil deveria passar uma via romana, da qual se conservava há uns anos atrás o lajeado. 10 – Fernandes, 1997: 94; Leite, 1956: 63; Vaz, 1992: 93; Vaz, 1997: 232-3.

77 – PCT.PND.CHA-TEL – Chão das Telhas 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Chão das Telhas, Vila Garcia, Pindo. 4 – 40º 40’ 05”. 5 – 01º 22’ 30”. 6 – 470m. 7 – 178, Viseu. 8 – Terrenos cultivados e com pinhal. Virada a Sudeste. 9 – Encontra-se muita cerâmica doméstica e de construção. Junto existe um sepultura escavada na rocha. 10 – Vaz, 1992: 93-4; Vaz, 1997: 79.

78 – PCT.PND.NOG – Nogueirão 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Nogueirão, Pindo de Baixo, Pindo. 4 – 40º 40’ 05”. 5 – 01º 22’ 30”. 6 – 470m. 7 – 178, Viseu. 8 – Terrenos de cultivo, virados a Sudeste. 9 – Apareceram muitas pedras trabalhadas e recolhem-se tégulas, ímbrices e fragmentos de cerâmica doméstica. 10 - Vaz, 1992: 94; Vaz, 1997: 80.

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79 – PCT.PND.OLI – Oliveira 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Oliveira, Roriz, Pindo. 4 – 40º 40’ 40”. 5 – 01º 23’ 10”. 6 – 460m. 7 – 179, Viseu. 8 – Povoação pequena a meia encosta, virada a Sul. 9 – Encontram-se nas casas antigas pedras almofadadas, que medem 155cm x 46cm e 150cm x 43cm. Acham-se, igualmente, fragmentos cerâmicos domésticos e de construção. Em Roriz, povoação muito próxima, existem pedras almofadadas numa parede antiga. Temos a mesma opinião de Inês Vaz (Vaz, 1997: 80) que julgamos terem vindo de Oliveira. 10 - Vaz, 1992: 94-5; Vaz, 1997: 80.

80 – PCT.SEZ.RIB-DUM – Ribeiro Dum 1 – Habitat. 2 – Não atribuído. 3 – Ribeira Dum, Boco, Sezures. 4 – 40º 41’ 10”. 5 – 01º 31’ 25”. 6 – 427m. 7 – 179, Viseu. 8 – Zona baixa no vale do rio virada a Sul. 9 – Encontraram-se uma pia de lagar e muitas tijoleiras e tégulas. 10 – Vaz, 1992: 95-6; Vaz, 1997: 80-81.

81 – PCT.SEZ.ROS – Rossio dos Matos 1 – Habitat 2 – Não atribuído. 3 – Rossio dos Matos, Campina, Sezures. 4 – 40º 41’ 30”. 5 – 01º 31’ 25”.

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6 – 427m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – A meia encosta numa zona coberta por pinhais. 9 – Almeida (1942: 243) refere o aparecimento de canalizações de barro e cerâmica de construção. Numa visita que fizemos ao local nada encontrámos devido à densa vegetação e à grande quantidade de caruma acumulada no chão. O próprio plantio do pinhal deve ter destruído as estruturas referidas. 10 – Almeida, 1942: 243-244; Alarcão, 1988a: 60; Vaz, 1992: 96; Vaz, 1997: 81.

82 – PCT.SEZ.VER – Verdugal 1 – Villa 2 – Não atribuído. 3 – Verdugal, Sezures. 4 – 40º 42’ 20”. 5 – 01º 30’ 00”. 6 – 570m. 7 – 179, Penalva do Castelo. 8 – Terrenos de cultivo virados a Sudoeste. 9 – Surgiram elementos arquitectónicos, como uma base e troncos de coluna, mós e ainda uma moeda cujo paradeiro é desconhecido. No local apanha-se cerâmica de construção e doméstica em abundância. Segundo Inês Vaz (Vaz, 1997: 82) regista-se aqui talvez a maior densidade de cerâmicas de todas as estações que visitou. De facto não podemos comprovar esta grande densidade pois na altura do ano (Abril) em que visitámos o local existia uma enorme densidade de erva rasteira que dificulta a observação do terreno. 10 - Vaz, 1992: 96-7; Vaz, 1997: 82.

83 – PCT.TCZ.PNT-TCZ – Ponte de Trancozelos 1 – Ponte. 2 – 230. 3 – Trancozelos, Trancozelos. 4 – 40º 39’ 24”. 5 – 01º 25’ 45”. 6 – 348m 7 – 179, Penalva do Castelo.

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8 – Vale do rio Dão. 9 – Ponte feita com grandes lajes de granito. O tabuleiro tem cerca 5m de largura, um paramento de perfil em V com dois arcos e um talha-mar. Está parcialmente arruinada. Por aqui deveria passar uma via romana, cujos troços ainda eram visíveis no século passado em Sangemil. Deveria ser a mesma via romana que passava pela ponte do Cômaro/Formiga. 10 – Fonte, 1997: 104; Pinto, 1998; IPA.

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III PARTE POVOAMENTO ROMANO ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| |||||||||||||

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Quais os povos que habitavam esta região quando os Romanos aqui chegaram? Que alterações advieram desse estabelecimento? O que favoreceu o estabelecimento dos romanos nesta região? Que relações se estabeleceram entre povos indígenas e romanos? Eis algumas questões que nos colocamos e às quais vamos tentar dar uma resposta.

1. Etnónimos Para o estudo dos povos que habitavam esta região apenas temos informações através da Epigrafia. Não existem quaisquer referências nas fontes clássicas ao povoamento desta região. Nas inscrições que estudámos são referidos cinco povos ou, como Inês Vaz (1997: 334) preferiu designar, grupos suprafamiliares. Visto que a região em estudo se incluía no território dos Interannienses.

Araocelum é um etnónimo que vem referido na inscrição de São Cosmado [n.º 23], junto de Mangualde, onde um cidadão romano dedica uma placa aos castelanis araocelensibus. Este castellum deveria situar-se no Monte da Senhora do Castelo, um castro romanizado onde se identificaram vestígios romanos e pré-romanos. É um local com grande domínio da paisagem donde se avista o monte do Bom Sucesso.

Em Esmolfe foi encontrada um ara consagrada a Banda Olienaico, que traduzimos a Banda dos Olienaicos. Os Olieni deveriam ocupar o povoado com comprovada ocupação da Idade do Bronze que se localizava no alto do Castro da Paramuna. Nenhum vestígio de ocupação romana foi encontrado neste monte, talvez por falta de uma cuidada prospecção ou de uma escavação no local. A ara foi achada junto à Murqueira onde se localizou um importante povoado romano. Terá este local sido ocupado depois do abandono da Paramuna? Só intervenções arqueológicas nos dois locais nos poderiam, talvez, responder a esta pergunta.

Em Freixiosa encontra-se uma ara consagrada a Crougae NiIaicui, que traduzimos como Crouga dos Nilaicos. Na área em que se encontra esta ara não se registaram até ao momento quaisquer outros vestígios do período romano. Contudo, temos notícia da

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existência no Monte de São Marcos de sepulturas escavadas na rocha. Tendo em conta que muitas vezes estes vestígios medievais surgem associados a vestígios romanos, temos vários exemplos na área em estudo, podemos estar perante um castro romanizado ou uma villa neste monte, donde teria vindo a ara. Infelizmente não podemos visitar o local para confirmar a existência das sepulturas escavadas na rocha e de vestígios do período em estudo. Osório de Castro (1990) refere a existência de uma “citânia” na Rechã, na Cunha Alta. A serra de S. Marcos fica entre Freixiosa e Cunha Alta, seria esta Rechã no cimo do monte? Vaz (1997: 337), que não associa este etnónimo a nenhum local concreto, lança a hipótese de poder corresponder à Cerca, na freguesia de Espinho, por ser o único castro sem qualquer entidade étnica associada.

No extremo oriental do concelho de Mangualde, em Casais, foi encontrada uma ara que refere um possível castellum Nacosos. Este castellum, que seria habitado pelos Nacosi, situar-se-ia no alto do Monte do Bom Sucesso onde se encontraram vestígios de uma ocupação desde a Idade do Bronze até ao Baixo Império.

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2. Ordenamento do território 2.1. As Vias 2.1.1. Historiografia O temas das vias romanas deve ter sido, a par do estudo das inscrições, o tema sobre o período romano na área em estudo que mais tinta fez correr. Os estudos centram-se principalmente sobre as vias que irradiavam de Viseu para o restante território da civitas. As primeiras referências foram feitas por Botelho Pereira (1955: 120-126) no século XVII que enumera alguns caminhos (Vaz, 1997: 371). Mais tarde Pinho Leal (Leal, 1886: 1773) transcreve os caminhos referidos por Castro (Castro, 1748) que mais não eram do que as estradas reais daquela época, pois para este autor o traçado destas mantinham-se inalteráveis desde o tempo dos romanos. Das estradas indicadas pelo menos duas passavam na área do nosso estudo, uma passava por Mangualde e a outra por Alcafache. Será em 1925 que aparecerá um estudo aprofundado sobre a viação romana de Viseu da autoria de Amorim Girão (Girão, 1925). Dentre as estradas que este autor faz sair de Viseu, duas delas atravessavam os actuais concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo. Uma passaria por Mangualde e outra por Alcafache, coo já Castro tinha indicado. Na década de 40 é a vez do insigne arqueólogo viseense, José Coelho, estudar este tema numa comunicação que apresentou a um Congresso da Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências (Coelho, 1943a). das estradas indicadas três passariam no território que estamos a estudar: uma passaria por Mangualde dirigindo-se a Abrunhosa-a-Velha, outra atravessava o Dão em Alcafache e dirigiria-se para Espinho e uma terceira viria para a Ínsua. Será o primeiro a indicar uma estrada para o actual concelho de Penalva do Castelo. Dez anos mais tarde Moreira de Figueiredo (1953a e b) publica na revista Beira Alta um estudo sobre a viação romana da Beira. No final desta década surge a obra de Mário Saa (1959 e 1960) que estuda as vias da Lusitânia. Em 1983 Inês Vaz, num artigo publicado na Beira Alta tenta fazer um ponto da situação e rever todos os dados existentes, identificando apenas sete vias principais que depois se bifurcariam. Em 1992 na sua tese de doutoramento Inês Vaz faz uma revisão dos dados publicados em 1983, apresentando uma malha principal e uma malha secundária.

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No II Colóquio Arqueológico de Viseu, Fontes (1997) faz um balanço dos troços e miliários existentes no distrito de Viseu.

2.1.2. As redes viárias Assim como hoje em dia, também no período romano deveriam existir diversos tipos de rede viária. Hoje face aos parcos dados que possuímos e à dificuldade em diferenciar as vias medievais e posteriores das romanas, apenas nos é possível esboçar uma rede viária principal e secundária. Segundo Inês Vaz (1997: 373) os principais factores de distinção entre a rede principal e a secundária seriam o pavimento, largura, a existência ou não de miliários e a sua permanência como estrada ao longo dos séculos. Numa via da rede principal, o pavimento é constituído por lajes nas encostas ou nas zonas muito baixas. As vias da rede principal são também mais largas que as da rede secundária. Enumeramos as vias de Oeste para Este, na direcção dos ponteiro do relógio, visto que Viseu, donde irradiava a maioria das vias principais, se localizar a Oeste do território do nosso estudo.

2.1.2.1. Rede Viária Principal Via PI Saída de Viseu passava por Ranhados e Coimbrões, onde ainda se conservam troços lajeados, atravessava o rio Dão em Alcafache onde se pode observar o troço lajeado atrás do hotel e seguir o seu traçado até ao Peso. Aqui bifurcava-se para oriente, por Mosteirinho, Pedreles até Mangualde e para ocidente, por Aldeia do Carvalho, Santar e Canas de Senhorim. Na bifurcação do Peso registamos a existência de um habitat e de uma villa. Serviria o primeiro de mansio ou mutatio? Da ponte que atravessava o rio Dão apenas restam algumas pedras almofadadas que constituem na integra um dos talha-mares e algumas estão integradas no arco no primeiro arco do lado de Mangualde. Via PII Via que ligava Viseu a Valhelhas atravessando a Serra da Estrela. Entrava no concelho de Mangualde por Fagilde, onde se achou uma coluna que poderia ter sido um marco miliário, passava depois por Roda, onde se achou um marco miliário anepígrafo, Mangualde e indo por Almeidinha e Mourilhe, onde se conservam troços lajeados,

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atravessava a serra da Baralha descendo a Santiago de Cassurrães e Abrunhosa-a-Velha atravessando o Mondego junto ao Poço Moirão. Em Almeidinha, junto à Moita da Oliveira, ainda se conserva um troço de lajeado. Na serra da Baralha, no sítio dos Tapados, registou-se a exploração de inertes que poderiam ter servido para a construção da via. Junto à capela da Senhora de Cervães, por onde a via passaria, encontramos umas alminhas feitas a partir de um marco miliário. Em Abrunhosa-a-Velha foi achado o maior número de marcos miliários até agora registado na área do nosso estudo. Contudo, dois são anepígrafos e desconhece-se o seu paradeiro, e dos outros dois apenas um refere as milhas. É do tempo de Adriano e indica a milha 18, ou seja 26,640, que é a distância aproximada de Viseu a Abrunhosa-aVelha. Por isso, o marco não deveria se encontrar muito deslocado do seu sítio original. Via PIII Esta é a única via que não partia de Viseu mas sim da capital da civitas vizinha do Sul, Bobadela. Vinda desta localidade entrava em território Interanniense nas Caldas da Felgueira, passando depois por Folhadal, Nelas, Senhorim, Abadia de Espinho, Póvoa de Espinho e Santa Luzia até cruzar a via II, já em Mangualde. Depois prosseguia por Passos, Ínsua/Murqueira, ponte de Quijó, saindo aqui do espaço geográfico sobre o qual nos estamos a debruçar para entra em território do actual concelho de Sátão. No território alvo do nosso estudo foram encontrados cinco marcos miliários, três deles anepígrafos e destes dois duvidosos, estando um deles um pouco desviado do traçado da via, em Vila Nova de Espinho. Um dos marco que ainda apresenta a inscrição foi achado na Quinta da Ponte, na Abadia de Espinho; é do tempo de Cláudio e apresenta a milha 7. O outro marco foi encontrado em Chãos, é do tempo de Licínio Pai e marca a milha 11. Pelas milhas indicadas nestes marcos Alarcão (1989: 310) lançou a hipótese, com a qual concordamos, das milhas serem contadas a partir da fronteira entre as duas civitas que deveria passar pelo rio Mondego, junto às Caldas da Felgueira. Relativamente a troços de lajeados apenas se conserva um entre Santo André e o rio Dão.

2.1.2.2. Rede Viária Secundária Via SI – Mangualde-Chãs de Tavares Esta via deveria ter um traçado muito semelhante ao da actual Estrada Nacional 16, passando por Freixiosa, Tragos, Matados até Chãs de Tavares onde se unia coma a via SIII, gerando a via SIV que seguia para Fornos de Algodres.

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Não se registam quaisquer vestígios do seu traçado, concerteza devido à planura das zonas que atravessa e à construção da referida estrada nacional e/ou do Itinerário Principal 5. Via SII – Mangualde-Ponte Palhez Saindo, igualmente, de Mangualde passava por Mesquitela, Mourilhe, Contenças de Baixo atravessando o Mondego na zona da Ponte Palhez. Ao contrário da via SI, conservou até aos nossos dias alguns troços lajeados; um junto à estação da Quinta da Calçada, outro em Mourilhe, constituindo este o troço mais emblemático da área em estudo, e outro entre Contenças de Baixo e a Ponte Palhez Via SIII – Poço Moirão – Guimarães de Tavares Logo após a passagem do rio Mondego junto ao Poço Moirão, a via PII bifurcavase gerando um ramal que iria ligar à via SII junto a Guimarães de Tavares. Esta via conserva alguns troços lajeados nomeadamente na junto à villa que se implantava nas Quintas do Costa. Via SIV – Chãs de Tavares – Pinheiro de Tavares Esta via resulta da fusão das vias SI e SIII em Chãs de Tavares. Dirigia-se, como já dissemos, para Fornos de Algodres passando pela vertente Sul do Monte do Bom Sucesso e Pinheiro de Tavares até ao Ramirão já em terras vizinhas. A ligação entre o Castro do Bom Sucesso e esta via fazia-se através de uma outra via de que ainda se conserva uma troço lajeado junto ao castro. Entre o castro e a aldeia de Pinheiro existem troços lajeados que os populares atribuem aos romanos. Via SV – Freixiosa – Murqueira Da via SI, junto a Freixiosa, saía um ramal que se dirigia para Quintela de Azurara, Canelas, Abogões, Coucinheiro, Trancoselos até Penalva do Castelo onde entroncava na via PIII. Entre Canelas e Abogões resta um bom troço de lajeado um pontão que deveria ter servido de passagem sobre o rio Ludares. Nos Trancoselos existe uma Ponte sobre o rio Dão que consideramos estar alicerçada sobre uma romana. Em Sangemil, já junto à actual vila de Mangualde, registava-se até meados do século passado um lajeado que poderia ter pertencido a esta via. Via SVI – Murqueira – Quinta da Ponte Da Murqueira partia uma via que se dirigia para as actuais terras de Fornos de Algodres, passando por Esmolfe e Sezures.

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Na Quinta da Ponte conserva um troço lajeado desta via e umas poldras, sobre o rio Dão.

2.1.3. Os Miliários e a cronologia Devido à total inexistência de relatos escritos sobre a construção da rede viária da área em estudo, apenas podemos recorrer aos marcos miliário para estabelecer uma cronologia para a construção destas vias. Apenas quatro marcos miliários nos podem fornecer uma cronologia para duas das vias principais que atravessavam os actuais concelhos de Mangualde e de Penalva do Castelo. Dois deles integravam a via PI e foram achados em Abrunhosa-a-Velha. Um [nº ] indica que a via foi refeita no tempo do imperador Adriano entre 10 de Dezembro de 120 e 9 de Dezembro de 121. O outro apenas indica o nome do imperador Numeriano que reinou entre 283 e 284. Terá sido a via refeita novamente neste período? Na via PIII situam-se os outros dois marcos que foram encontrados na Quinta da Ponte, Abadia de Espinho, e em Chãos, junto a Santa Luzia. O marco da Quina da Ponte data do período de Cláudio, entre 25 de Janeiro e 13 de Outubro de 54. O segundo marco, achado em Chãos, refere o imperador Licínio Pai, datando de entre 307 e 323. Corresponderá o primeiro à fase inicial da via da via e o segundo a uma reconstrução da via ou recolocação dos marcos miliários? Terá a via PI sido também construída no tempo de Cláudio?

2.1.4. Vias e núcleos populacionais Ao traçarmos num mapa os prováveis percursos das vias principais e secundárias e ao assinalarmos os diversos núcleos habitacionais deparamo-nos com a concentração de villa e diversos habitates juntos às vias, assim como com a passagem das vias no sopé ou meia encosta dos montes onde se localizam castros romanizados. No sopé do Monte da Senhora do Castelo, localizar-se-ia o entroncamento das vias PII e PIII e daqui partiriam as vias SI e SII. O castro localizado no monte do Bom Sucesso dominava a via SIV que resultava da união da via SI e SIII em Chãs de Tavares, controlando assim também este entroncamento. O possível castro da Serra de S. Marcos dominaria a passagem da via SI e entroncamento donde saía a via SV.

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A Cerca, junto de Água Levada, considerado um castro romanizado controlaria a via PIII. A Rechã, que pelas referências de Dias (1901a) poderá ser considerado um castro romanizado controlaria a via SII, entre Contenças de Baixo e a Ponte Palhez, ou seja a entrada no território da civitas dos Interannienses através da travessia do Mondego.

2.2. Tipos de Sítios A zona em estudo enquadra-se na zona de contacto do planalto da Nave com a plataforma do Mondego. Esta zona carateriza-se pela altitude moderada compatível com o estilo de vida dos Romanos. Verificamos também que alguns castros mantiveram o seu povoamento ao longo do período romano. Segundo a tipologia estabelecida por Manuela Martins (1990: 206211) podemos definir dois tipos de castros: os de tipo A que aproveitam esporões triangulares e os de tipos B que assentam em cabeços que se elevam na paisagem. Os castros de tipo A aproveitam a sua posição estratégica de dominio de linhas de águas o que lhe permite apenas construir estruturas defensivas num dos lados, pois dos outros lado a defesa é natural. As encostas em dos esporões em que se implantam são de tal ordem inclinadas que a sua escalada torna-se por vezes impossível. Assim, foram motivos estratégicos que conduziram à manutenção destes povoados. Na área em estudo identificamos apenas um castro deste tipo, o da Paramuna, mas cuja ocupação romana não está atestada. Os povoados de tipo B localizam-se em montes que dominam a paisagem devido á sua elevação, muitas vezes rodeados por montes mais elevados. Todos os castros romanizados identificados na área em estudo integram-se neste tipo, contudo o seu número é apenas de 3 ou 4. O povoamento típico desta zona não é de longe o de altura. Estamos perante uma zona atravessada pelo Rio Dão e seus afluentes o que lhe confere bastantes potencialidades agrícolas, que o romanos com certeza quiseram aproveitar. De todas as estações inventariadas verificamos que 44 se situam a menos de 500m e destas 9 situam-se a baixo dos 400m. Destes números concluímos que os romanos procuraram locais de baixa altitude, tendo em conta a orografia da região, que lhe proporcionariam uma óptima exploração agrícola.

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2.2.1. Castros romanizados Na área em estudo identificámos quatro castros romanizados (Monte do Bom Sucesso, A Cerca, Monte da Senhora do Castelo, Rechã). Havendo a possibilidade de existência de castros romanizados na Serra de São Marcos, em Fornos de Maceira Dão (Valentim da Silva (1945: 33) refere a existência do castro, mas não a sua ocupação romana) e na Serra da Paramuna. Estes castros foram alvo de escavações deficientes, cujos resultados nunca vieram convenientemente à luz do dia.

2.2.2. Villae Como já referimos os critérios que utilizámos para a classificação das estações como villa foram os critérios que Jorge Alarcão estabeleceu (1989: 306) e que Manuela Martins reafirmou (1990: 223-224): a existência de elementos arquitectónicos importantes como bases, fustes e capiteis de colunas e ainda os elementos epigráficos impossíveis de relacionar com castella. A estes, haverá que acrescentar a presença de materiais nobres exteriores à região, nomeadamente o mármore e a presença de elementos relacionados com a indústria ou a metalurgia, quando se verificar a impossibilidade de os integrar noutro tipo de povoamento (Vaz, 1997: 16). Se observarmos o mapa do povoamento romano da área em estudo verificamos que a maioria das villae se situa muito próximo das vias.

Inês Vaz (1992: 545)

associando este facto com o aparecimento de terra sigillata nestas villae relaciona-os com a sua integgração nos circuitos comerciais montados pelos romanos, com os produtos de importação a circularem pelas vias por eles abertas. A distribuição espacial das villae é caracterizada por aglomerações em determinadas regiões, normalmente associadas a bons solos agrícolas e cursos de água. Em muitos destes sítios hoje cultiva-se a vinha e a oliveira, mesmo onde já não se verifica este cultivo ficou o topónimo, como refere Inês Vaz (1992: 546): Moita da Oliveira [n.º 29], Olival do Mendes [n.º 17]. As zonas de meia encosta, viradas a sul, são as zonas preferenciais, virificando-se, contudo, villae viradas a norte, como é o caso de Travanca de Baixo [n.º 55], mas protegido do vento. Estas também se aglomeram junto de castros romanizados, assim como os diversos habitats. Das villae referenciadas apenas a Raposeira [n.º 27] tem sido amplamente escavada, contudo não permite uma caracterização interna.

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Assim, verificamos que também nesta área os romanos privilegiaram zonas férteis e com abundância de águas, dois aspectos fundamentais na implantação dos romanos.

2.2.3. Habitates Classificamos as diversas estações arqueológicas com vestígios de povoamento como habitat pelo sentido negativo, ou seja, tudo o que não era villa é habitat. Optou-se por esta solução devido à inexistência de escavações nestas estações que nos poderiam fornecer dados mais precisos sobre o tipo de povoamento. Como referimos no ponto 2.2.3., verifica-se uma enorme concentração junto dos diversos castros romanizados.

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3. Recursos Económicos Como já referimos os romanos escolheram para se implantarem zonas de baixa altitude com grande potencial agrícola. Mas que recursos agrícolas poderiam os romanos extrair? E que outros recursos económicos poderiam ter sido também extraídos? Relativamente aos cultivos desenvolvidos por eles não temos testemunhos directos, mas com certeza de que a vinha e a oliveira teriam um papel importante. Pois grande parte dos habitates localizam-se em meias encostas propícias ao cultivo do vinho, que em muitas delas ainda hoje perdura. Além disso verificamos a existência de um lagar em Eirinhas associado a sepulturas escavadas na rocha, será romano? Pelo menos está associado a aparecimento de vestígios romanos. A pecuária que hoje em dia tem um certo peso na região, com certeza que também foi praticada pelo romanos, mas não nos chegaram qualquer evidência desta prática. Relativamente à exploração de minerais não se registaram até ao momento evidências deste tipo de exploração. Contudo, registou-se no Monte da Senhora do Bom Sucesso o aparecimento de escória que Carvalho e Gomes (1992: 21) atribuíram à Idade do Bronze, terá esta prática da metalurgia continuado durante o período romano? Também no sítio dos Tapados, onde se registou a exploração de inertes, foi encontrada abundante escória (Carvalho e Gomes, 1992: 132) e numa visita que realizámos ao local vestígios de urânio e outros minerais. Estaremos perante um local de exploração de ferro? De notar que neste local se localizou um habitat, serviria este de apoio à exploração? Outro recurso a que já me aludi é a extracção de inertes, ou seja de pedra. Para além de se registar nos Tapados, onde verificámos a existência de vestígios de utilização de cunhas nos afloramentos, também registámos este tipo de extracção em Santa Marinha. Aqui podemos estar simplesmente perante uma pequena exploração que visou apenas a obtenção de pedra para a via, ou para o habitat ou ainda para facilitar a passagem da via que por ali passa em direcção ao Mondego. Em conclusão, registamos não só a possibilidade do cultivo da vinha, da oliveira e da prática da pecuária, como evidências da extracção de minério e de inertes.

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III PARTE RELIGIテグ E SOCIEDADE ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| |||||||||||||

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1. Religião 1.1. Em torno das divindades indígenas As divindades indígenas que encontramos na zona em estudo foram classificadas por Alarcão (1989: 309) como nacionais, ou seja, cultuadas nos principais castella e particularizadas com um epíteto quando necessário. Não queremos aqui tratar do significado, importância e atributos das diversas divindades, mas apenas indicar aquelas que surgem no território em estudo e em que circunstância.

1.1.1. Banda Aparece cultuada num monumento encontrado em Esmolfe, e que possivelmente teria vindo da Murqueira [n.º 69]. Era divindade tutelar dos Oilienaicos que teriam o seu castellum na serra da Paramuna. A ara está fracturada não sendo possível por isso a identificação do dedicante. Blanco Freijeiro publicou em 1959 na Revista de Guimarães uma patera com a representação da divindade Band Auraugel, defendendo a proveniência desta patera como sendo Mangualde. Assim sendo estaremos perante mais um caso do culto a Banda. De referir que esta patera tem a representação de Fortuna.

1.1.2. Crouga Surge numa inscrição que se encontra na igreja paroquial de Freixiosa. O epíteto refere os Nilaicui cuja localização do respectivo castellum, não nos é possível determinar, mas poderá ser no monte de São Marcos. O dedicante apresenta um nome e patronímico latinos, sendo a estrutura indígena. Regista-se também o uso da fórmula final latina A(animo) L(ibens) V(otum) S(olvit).

1.2. Divindades Romanas Relativamente às divindades romanas apenas registamos o culto a Júpiter, referido em duas árulas: a de Passos [n.º31] e a de Quintela de Azurara [n.º 43], ambos do concelho de Mangualde e da área de atracção do castellum do Monte da Senhora do Castelo. Na primeira o dedicante identifica-se apenas através de duas iniciais, o que não permite conhecer o seu estatuto sócio-económico.

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Júpiter é apenas identificado com a inicial sendo acompanhado do epíteto Óptimo Máximo, também apenas referido pelas iniciais. Na segunda o dedicante identifica-se apenas com um cognomen latino, Aventinus. Por esta estrutura onomástica deverá ser um indígena. Nesta árula o nome da divindade aparece por extenso, o primeiro epíteto com as duas primeiras letras (OP) e o último apenas com a inicial (M).

1.3. Lares Numa inscrição de leitura algo difícil devido ao seu reavivamento, podemos identificar dois Lares, o Cotici e o Coutioso, que deveriam ser protectores de duas famílias distintas mas aparentadas, como defende Alarcão (1989: 309). A ara é dedicada por um arbuense de nome Malgeino que indica a localização destes dois lares num castellum dos Nacosos, que se situaria no monte do Bom Sucesso.

1.4. O culto imperial Na área em estudo não temos nenhum testemunho concreto deste culto. Porquê? Por um lado podemos invocar que estão por descobrir ou que se perderam ao longo dos séculos, por outro lado, e bastante mais verosímil, podemos crer antes que deve ter sido uma dificuldade de penetração do fenómeno invasor, pois, como veremos abaixo, mesmo as divindades romanas não entram nos hábitos dos indígenas que preferem continuar a venerar os seus deuses (Vaz, 1992: 555). A coluna epigrafada de São Romão [n.º 59] poderá ser um testemunho do culto imperial. Vaz atribui esta coluna ao século IV, reinado de Alexandre, que segundo ele seria uma época pouco favorável ao culto imperial (1992: 555). Contudo também podemos atribuir esta coluna ao século terceiro, sendo ela uma dedicatória ao imperador Aureliano. No conventus pacencis foram encontradas duas dedicatórias a este imperador (Encarnação, 1984: 757). Alguns autores como Salama, que iniciou esta tese, Encarnação (1984: 750) e Vaz (1992: 555) incluem no culto imperial os marcos miliários, nomeadamente os que referem o imperador em dativo. Como referiu Encarnação (1984: 750) (...) essa inclusão

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encontrará, em nosso entender, uma justificação (ainda que controversa, reconhecemolo) no facto de a menção do imperador e dos seus títulos, ainda que aparentemente só sirva como elemento de datação, ser sempre um acto político e simultaneamente religioso (...). Além disto o miliário não poderá, sem mais, ser condenado a um simples indicador de distâncias – pois nesse caso, se a sua missão fosse só essa, nunca e teria perdido tanto tempo a gravar os complicados títulos imperiais... (Encarnação, 1984: 750). Além dos marcos miliários em dativo não será de excluir a coluna de S. Romão, caso seja do tempo de Aureliano, como sinais do culto imperial.

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2. A Sociedade 2.1 Escravos e libertos Na área em estudo não temos referência a nenhum escravo, apenas a dois libertos. Um surge-nos na árula funerária de Quintela de Azurara [n.º 1], cujo sexo não podemos definir, apenas sabemos que morreu com 8 anos. Nenhum outro autor identificou este indivíduo como liberto (ver ficha n.º 1). Em Castelo de Penalva, numa inscrição que desapareceu, temos explicitamente uma liberta que morreu com cinquenta anos. Ambos os indivíduos apresentam nome latino.

2.2 Indígenas Eis o “estatuto” do grande número dos indivíduos identificados na epigrafia. Apesar do nome latino que frequentemente usam, pela estrutura onomástica podemos dizer que estamos perante indígenas. Apenas existe um indivíduo, o Caius Gaielianus Modestus, que ostenta tria nomina contudo será um indígena rico que adoptou o tria nomina. Talvez o seu nome fosse apenas Modestus, nome latino muito frequente entre os indígenas.

2.3. Imigrantes Temos apenas uma referência explicita a um emigrante, é o Malgeino da ara de Casais [n.º 52], que se identifica como arbuense. Políbio fala de uma cidade dos Vaqueus chamada Arboukale (Blazquez Martinez, 1962, p. 71-72). Tendo em conta que o sufixo Kale/Cale tem existência própria, fica-nos a palavra Arbou/Arbua, a mesma que está na ara de Casais. Será Malgeinus natural da Arbua dos Vaqueus? (Vaz, 1992: 567).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| ||||||||||||| |||||||||||||

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Como referimos na nossa introdução este trabalho pretende um mero ensaio onde são conjugados diversos dados. Ao longo do trabalho foram nos surgindo algumas ideias que por diversos motivos não pudemos concretizar. Também nos surgiram ideias que achamos pertinentes para o estudo aprofundado da presença romana na área em estudo. Assim, não trazemos aqui conclusões, mas sim algumas considerações que mais não são do que perspectivas de trabalho.

1. Na derradeira semana de conclusão do nosso trabalho, descobrimos por mero acaso referências à bibliografia de José Leite de Vasconcellos, onde são referidas obras relacionadas com a área em estudo. Estas referências foram retiradas do seguinte artigo: Cepeda, Isabel Vilares (1960) – Bibliografia de José Leite de Vasconcelos, in Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (org.), José Leite de Vasconcelos: Livro do Centenário (1858-1958). Lisboa: Imprensa Nacional, pp. 139-261. As

referências

bibliográficas,

que

devem

ser

consultadas

numa

futura

oportunidade, são as seguintes: Arqueologia Mangualdense. A Reacção, de 18 de Setembro de 1892. Estudos Arqueológicos em Mangualde, A Reacção, de 11 de Setembro de 1892. 2. Constatar a existência de materiais provenientes da zona em estudo no Museu da Sociedade Martins Sarmento nomeadamente os referidos por Valentim da Silva (1945: 32). 3. A escavação de várias villae poderiam dar um novo contributo para o estudo da presença romana na área em estudo. 4. Também os castros, como o do Bom Sucesso e o da Paramuna, deviam ser alvo de uma intervenção que permitisse caracterizar melhor a sua ocupação e a sua relação com as villae e habitates que se encontram na sua área de influência. 5. A utilização das ortofotos e de fotografias aéreas, hoje já disponíveis na Internet, através do SNIG, poderá ser frutifica para a identificação de vias romanas e de zonas de povoamento bastante alargadas, como os castros. 6. As zonas de grande aglomeração de povoamento, como a freguesia de Espinho, o sopé do Monte da Senhora do Castelo, a freguesia de Ínsua e Esmolfe, deviam ser alvo de um estudo aprofundado em vista uma relacionamento entre os vários núcleos de povoamento. 7. Prospecção da Serra de S. Marcos, entre a Freixiosa e a Cunha Alta, para uma possível localização de um castro romanizado, ou do sítio da Rechã.

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8. Estudo mais pormenorizado das valiosas informações que Osório de Castro deixou registadas no seu Jornal o Novo Tempo, não só sobre a Raposeira, mas também sobre outros locais do concelho de Mangualde. Pela leitura superficial que fizemos dos vários artigos, o local que actualmente está a ser escavado e o mesmo que foi escavado pelo Osório de Castro, ao contrario do que se tem dito, com base na densidade compacta da terra. Eis algumas das perspectivas que lançamos, sabendo contudo que o trabalho epigráfico é inesgotável e depende muito de pessoa para pessoa. Cada indivíduo tem a sua forma de ver o monumento e a inscrição. Se para uns pouco mais há a fazer, para outros existem outros campos a explorar.

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BIBLIOGRAFIA |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| ||||||||||||||

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Epigraphica:

Corporis

Inscriptionum latinarum supplementum.

Instituit

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ÍNDICES |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| ||||||||||||||

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Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------------------01 Fruto de duas paixões------------------------------------------------------------------------------02 Metodologia--------------------------------------------------------------------------------------------03 Agradecimentos--------------------------------------------------------------------------------------04 Bibliografia de referência---------------------------------------------------------------------------07 Abreviaturas utilizadas------------------------------------------------------------------------------08 Um pedido de desculpas---------------------------------------------------------------------------08 Parte I: Os concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo: Enquadramentos--------------09 Parte II: Inventário das Estações-------------------------------------------------------------------------11 1. Princípios de apresentação adoptados no Inventário-----------------------------------12 2. Concelho de Mangualde------------------------------------------------------------------------15 3. Concelho de Mangualde/Concelho de Penalva do Castelo---------------------------49 4. Concelho de Penalva do Castelo-------------------------------------------------------------50 Parte III: O povoamento romano--------------------------------------------------------------------------64 1. Os etnónimos--------------------------------------------------------------------------------------64 2. Ordenamento do território----------------------------------------------------------------------68 2.1. As vias--------------------------------------------------------------------------------------------68 2.1.1. A Historiografia-------------------------------------------------------------------------------68 2.1.2. As redes viárias------------------------------------------------------------------------------69 2.1.2.1. A Rede Viária Principal------------------------------------------------------------------69 2.1.2.1. A Rede Viária Secundária---------------------------------------------------------------70 2.1.3. Os miliários e a sua cronologia-----------------------------------------------------------72 2.1.4. Vias e os núcleos de povoamento------------------------------------------------------72 2.2. Tipos de Sítios----------------------------------------------------------------------------------73 2.2.1. Os Castros Romanizados-----------------------------------------------------------------74 2.2.2. As villae----------------------------------------------------------------------------------------74 2.2.3. os Habitates-----------------------------------------------------------------------------------75 3. Recursos Económicos---------------------------------------------------------------------------76 Parte III: Religião e Sociedade-------------------------------------------------------------------77 1. Manifestações religiosas------------------------------------------------------------------------78 1.1. Em torno das divindades indígenas-------------------------------------------------------78 1.2. Divindades Romanas--------------------------------------------------------------------------78 1.3. Lares-----------------------------------------------------------------------------------------------79 1.4. Culto imperial------------------------------------------------------------------------------------79

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2. A Sociedade----------------------------------------------------------------------------------------81 2.1. Escravos e Libertos----------------------------------------------------------------------------81 2.2. Indígenas-----------------------------------------------------------------------------------------81 2.3. Imigrantes----------------------------------------------------------------------------------------81 Considerações Finais-------------------------------------------------------------------------------82 Anexos Anexo I: Ficha de Levantamento de Epígrafes Índice Mapas Mapa I: Distribuição das Epígrafes Estampas

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MAPAS |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| ||||||||||||||

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ESTAMPAS |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| |||||||||||||| ||||||||||||||

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EST I: MGL.ABV.ABV: Marco miliário de Abrunhosa-a-Velha (Trajano Adriano). EST II: MGL.ABV.ABV: Marco miliário de Abrunhosa-a-Velha. Marca a milha XX. EST III: MGL.ABV.POC-MOI: Restos de silhares e pedras aparelhadas junto ao local onde se efectuaria a passagem do rio Mondego, Junto ao Poço Moirão, Abrunhosa-aVelha EST IV: MGL.ABV.POC-MOI: Local onde se atravessava o rio Mondego junto ao Poço Moirão, Abrunhosa-a-Velha. Caminho que dá acesso ao Poço Moirão, antiga estrada romana que passava por Abrunhosa-a-Velha. EST V: MGL.ALC.BNS-ALC: Ponte de Alcafache, vendo-se o talhamar a montante e o arco do lado de Alcafache. Ponte de Alcafache (arco de volta perfeita do lado de Alcafache). EST VI: MGL.ALC.BNS-ALC: Possível traçado da via romana de Banhos de Alcafache Ao Peso, visto da estrada que liga Banhos de Alcafache a Coimbrões. EST VII: MGL.CHT.CHT: Via romana que subia o monte da Senhora do Bom Sucesso, Chãs de Tavares. Vestígios de muralhas no lado SSO do referido monte. EST VIII: MGL.CHT.MNT-SUC: Frag. de sigillata hispânica (Alarcão, 1958). EST IX: MGL.CHT.QTA-COS: Esquema planimétrico das estruturas romanas da Quinta do Costa, Guimarães de Tavares. Escala 1: 140 (Portas, 1990a). EST X: MGL.CHT.QTA-COS: Mós manuárias encontradas na Quinta do Costa, Chãs de Tavares, Mangualde. Troço de estrada romana nas Quintas do Costa. (Carvalho e Gomes, 1992). EST XI: MGL.CNB.OLI: Arreio encontrado em Oliveirinhas. (Carvalho e Gomes, 1992). EST XII: MGL.ESP.ABD-ESP: Coluna a servir de cruzeiro em frente da capela de Santa Luzia, Abadia de Espinho, Espinho, Mangualde. Marco miliário da Quinta da Ponte, Espinho. Fotografia tirada por nós e fotografia publicada por Inês Vaz (1997). EST XIII: MGL.ESP.CER: Vista actual do local onde se situaria a estação “A Cerca”, em Espinho. EST XIV: MGL.ESP.CRU: Possível marco miliário do Cruzeiro em Vila Nova de Espinho, Espinho. EST XV: MGL.ESP.ESP: Possíveis marcos miliários de Espinho: Cemitério e rua do Forno.

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EST XVI: MGL.FMD.BAR: Peso de tear depositado no MNA, proveniente de Fornos do Dão. Fotografia cedida pelo MNA. Base de coluna e aspecto da sondagem realizada por Inês Vaz. Fotografias publicadas por Inês Vaz (1997). EST XVII: MGL.FMD.FAG: Marco miliário anepígrafo de Fagilde, Fornos de Maceira Dão. Fotografia publicada por Carvalho e Gomes (1992). EST XVIII: MGL.FRX.FRX: Ara dedicada a Crouga que se encontra na Igreja Paroquial de Freixiosa, Mangualde. Fotografia tirada por nós e outra publicada por Carvalho e Gomes (1992). EST XIX: MGL.MGL.CHA: Marco miliário de Chãos, Mangualde. EST XX: MGL.MGL.RAP: Citânia da Raposeira vista do Monte da Senhora do Castelo. Mó manuária encontrada na Citânia da Raposeira, Mangualde. EST XXII: MGL.RAP.RAP: Friso depositado no MNA. Materiais provenientes da Raposeira depositados no MNA. Fotografias cedidas pelo MNA. EST XXI: MGL.MGL.RAP: Estruturas da Raposeira. Fotografias publicadas por Inês Vaz (1997). Materiais da Raposeira publicados no Catálogo da Exposição Por Terras de Viriato. EST XXIII: MGL.MGL.CAS: Muro de pedras almofadadas por detrás da Igreja de N.ª Sr.ª do Castelo. Moedas provenientes de Mangualde e depositadas no MNA. Serão do Monte da Senhora do Castelo ? EST XXVI: MGL.MGL.PAS: Ara votiva de Passos, Mangualde. Fotografia publicada por Inês Vaz (1997). EST XXV: MGL.MGL.QTA-CRU: Coluna da Quinta da Cruz, Mangualde, possível marco miliário. EST XXVI: MGL.MGL.QTA-IGJ: Aspecto da Quinta da Cruz, Mangualde. Materiais provenientes da Quinta da Igreja, Mangualde, que se encontra na colecção Dr. José Coelho, na extensão territorial de Viseu do IPA. EST XXVII: MGL.MGL.QTA-FPU e MGL.MGL.RAP: Citânia da Raposeira e Quintas da Fonte do Púcaro vistas do monte da Senhora do Castelo. EST XXVIII: MGL.MGL.COS: Placa honorífica de São Cosmado, Mangualde. Foto publicada por Inês Vaz (1997). EST XXIX : MGL.MQT.MOU: Troço de via romana em Mourilhe, Mesquitela. Outra vista do mesmo troço, vendo-se parte da secção da via.

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EST XXX: MGL.PVC.MAR: Rocha com vestígios de uso de cunhas para fragmentação, junto ao caminho da Santa Marinha, Póvoa de Cervães. EST XXXI: MGL.QTA.QTA: Árula de Quintela de Azurara. A da esquerda é funerária e a da direita votiva. A fotografia desta última foi cedida pelo MNA. Mó manuária de Quintela de Azurara. EST XXXII: MGL.QTA.QTA: Peso de tear com grafito de Quintela de Azurara. Fotografias cedidas pelo MNA. EST XXXIII: MGL.STC.QTA-CER: Marco miliário anepígrafo da Quinta dos Cervães, Santiago de Cassurrães. EST XXXIV: MGL.STC.MAR: Vista geral da Quinta da Marinha, Santiago de Cassurrães. Duas partes de colunas da Quinta de Santa marinha, que se encontram junto da Igreja Matriz de Santiago de Cassurrães. EST XXXV: MGL.STC.MAR: Caminho de terra batida, antiga via romana, que dá acesso à Quinta de Santa Marinha. Fragmento de Sigillata hispânica publicado por Carvalho e Gomes (1992). EST XXXVI: MGL.STC.TAP: Vista geral de Tapados, Santiago de Cassurrães. Rochas com vestígios do uso de cunhas para extracção, em Tapados, Santiago de Cassurrães. EST XXXVII: MGL.STC.TAP: Rochas com vestígios do uso de cunhas para extracção, em Tapados, Santiago de Cassurrães. EST XXXVIII: MGL.SJF.FRT: Ara funerária da Fresta, São João da Fresta. Primeira fotografia publicada por Inês Vaz (1997), segunda tirada por nós. EST XXXIX: MGL.SJF.PNT: Estela funerária de Pinheiro de Tavares, São João da Fresta (dedicada a Mearo (?) e Sunua). Foto publicada por Inês Vaz (1997). EST XL: MGL.SJF.PNT: Estela funerária de Pinheiro de Tavares, São João da Fresta. (dedicada a Idica). Foto publicada por Inês Vaz (1997). EST XLI: MGL.SJF.QTA-CAS:Ara votiva de Casais, São João da Fresta. Fotografia publicada por Inês Vaz (1997). EST XLII: MGL.MGL.RAP: Fragmento de taça de sigillata hispânica com grafito da Raposeira, Mangualde. Foto e desenho publicados por Portas e Encarnação (1993). EST XLIII: MGL.ESP.CER: Desenho da Cerca, Espinho, publicado por Leite de Vasconcellos (1917). EST XLIV: MGL/PCT.QTA/GER.COM/FOR : Vista a montante da ponte entre o Cômaro, Quintela de Azurara, Mangualde e a Formiga, Germil, Penalva do Castelo. Vê-se o talhamar triangular e o arco de volta perfeita.

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Vista a jusante da mesma ponte. Vê-se o arco de volta perfeita e os olhais rectangulares. EST XLV: MGL/PCT.QTA/GER.COM/FOR : Troço de via romana junto à ponte entre o Cômaro, Quintela de Azurara, Mangualde e a Formiga, Germil, Penalva do Castelo, do lado de Quintela de Azurara. Vista da mesma ponte e via romana do alto da Formiga. EST XLVI: PCT.ANT.ANT: Ara de Antas. EST XLVII : PCT.CTP.CNT : Poldras dos Cantos. EST XLVIII: PCT.CTP.PER: Estela funerária de Pereiro, Castelo de Penalva. Foto publicada por Inês Vaz (1997). EST XLIX: PCT.CTP.PNT-CAS: Ponte do Castelo, Castelo de Penalva, Penalva do Castelo, vista de jusante. A mesma ponte vista do cimo do monte do Castelo de Penalva. Vê-se parte do caminho romano que se dirigia para a Quinta do Salgueiral/Quintal dos Abades até ao Castelo. EST L: PCT.ESM/INS.MUR: Ara de Esmolfe. Talvez proveniente da Murqueira. Foto cedida pelo MNA. Moeda romana que se encontra depositada no MNA, proveniente de Esmolfe. Foto cedida pelo MNA. EST LI: PCT.INS.PNT-POR: Duas vistas de jusante da Ponte Porcas, Ínsua, Penalva do Castelo. EST LII: PCT.CTP.CTP: Placa funerária de Castelo de Penalva, no estado actual no Regimento de Infantaria 14. A mesma placa publicada por inês Vaz (1997). EST LIII: PCT.CTP.CTP: Estela funerária de Castelo de Penalva. Desenho publicado por Leite de Vasconcellos (1900). EST LIV: PCT.CTP.QTA-SAL: Placa Funerária da Quinta do Salgueiral ou Quintal dos Abades, Castelo de Penalva. EST LV: PCT.INS.QTA-INS: Placa Funerária da Ínsua (dedicada a Tirão). Fotografia publicada por Inês Vaz (1997). EST LVI: PCT.CTP.CMP-BOL: Coluna Honorífica.

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EST I: MGL.ABV.ABV: Marco miliário de Abrunhosa-a-Velha (Trajano Adriano). EST II: MGL.ABV.ABV: Marco miliário de Abrunhosa-a-Velha. Marca a milha XX. EST III: MGL.ABV.POC-MOI: Restos de silhares e pedras aparelhadas junto ao local onde se efectuaria a passagem do rio Mondego, Junto ao Poço Moirão, Abrunhosa-aVelha EST IV: MGL.ABV.POC-MOI: Local onde se atravessava o rio Mondego junto ao Poço Moirão, Abrunhosa-a-Velha. Caminho que dá acesso ao Poço Moirão, antiga estrada romana que passava por Abrunhosa-a-Velha. EST V: MGL.ALC.BNS-ALC: Ponte de Alcafache, vendo-se o talhamar a montante e o arco do lado de Alcafache. Ponte de Alcafache (arco de volta perfeita do lado de Alcafache). EST VI: MGL.ALC.BNS-ALC: Possível traçado da via romana de Banhos de Alcafache Ao Peso, visto da estrada que liga Banhos de Alcafache a Coimbrões. EST VII: MGL.CHT.CHT: Via romana que subia o monte da Senhora do Bom Sucesso, Chãs de Tavares. Vestígios de muralhas no lado SSO do referido monte. EST VIII: MGL.CHT.MNT-SUC: Frag. de sigillata hispânica (Alarcão, 1958). EST IX: MGL.CHT.QTA-COS: Esquema planimétrico das estruturas romanas da Quinta do Costa, Guimarães de Tavares. Escala 1: 140 (Portas, 1990a). EST X: MGL.CHT.QTA-COS: Mós manuárias encontradas na Quinta do Costa, Chãs de Tavares, Mangualde. Troço de estrada romana nas Quintas do Costa. (Carvalho e Gomes, 1992). EST XI: MGL.CNB.OLI: Arreio encontrado em Oliveirinhas. (Carvalho e Gomes, 1992). EST XII: MGL.ESP.ABD-ESP: Coluna a servir de cruzeiro em frente da capela de Santa Luzia, Abadia de Espinho, Espinho, Mangualde. Marco miliário da Quinta da Ponte, Espinho. Fotografia tirada por nós e fotografia publicada por Inês Vaz (1997). EST XIII: MGL.ESP.CER: Vista actual do local onde se situaria a estação “A Cerca”, em Espinho. EST XIV: MGL.ESP.CRU: Possível marco miliário do Cruzeiro em Vila Nova de Espinho, Espinho. EST XV: MGL.ESP.ESP: Possíveis marcos miliários de Espinho: Cemitério e rua do Forno.


EST XVI: MGL.FMD.BAR: Peso de tear depositado no MNA, proveniente de Fornos do Dão. Fotografia cedida pelo MNA. Base de coluna e aspecto da sondagem realizada por Inês Vaz. Fotografias publicadas por Inês Vaz (1997). EST XVII: MGL.FMD.FAG: Marco miliário anepígrafo de Fagilde, Fornos de Maceira Dão. Fotografia publicada por Carvalho e Gomes (1992). EST XVIII: MGL.FRX.FRX: Ara dedicada a Crouga que se encontra na Igreja Paroquial de Freixiosa, Mangualde. Fotografia tirada por nós e outra publicada por Carvalho e Gomes (1992). EST XIX: MGL.MGL.CHA: Marco miliário de Chãos, Mangualde. EST XX: MGL.MGL.RAP: Citânia da Raposeira vista do Monte da Senhora do Castelo. Mó manuária encontrada na Citânia da Raposeira, Mangualde. EST XXII: MGL.RAP.RAP: Friso depositado no MNA. Materiais provenientes da Raposeira depositados no MNA. Fotografias cedidas pelo MNA. EST XXI: MGL.MGL.RAP: Estruturas da Raposeira. Fotografias publicadas por Inês Vaz (1997). Materiais da Raposeira publicados no Catálogo da Exposição Por Terras de Viriato. EST XXIII: MGL.MGL.CAS: Muro de pedras almofadadas por detrás da Igreja de N.ª Sr.ª do Castelo. Moedas provenientes de Mangualde e depositadas no MNA. Serão do Monte da Senhora do Castelo ? EST XXVI: MGL.MGL.PAS: Ara votiva de Passos, Mangualde. Fotografia publicada por Inês Vaz (1997). EST XXV: MGL.MGL.QTA-CRU: Coluna da Quinta da Cruz, Mangualde, possível marco miliário. EST XXVI: MGL.MGL.QTA-IGJ: Aspecto da Quinta da Cruz, Mangualde. Materiais provenientes da Quinta da Igreja, Mangualde, que se encontra na colecção Dr. José Coelho, na extensão territorial de Viseu do IPA. EST XXVII: MGL.MGL.QTA-FPU e MGL.MGL.RAP: Citânia da Raposeira e Quintas da Fonte do Púcaro vistas do monte da Senhora do Castelo. EST XXVIII: MGL.MGL.COS: Placa honorífica de São Cosmado, Mangualde. Foto publicada por Inês Vaz (1997). EST XXIX : MGL.MQT.MOU: Troço de via romana em Mourilhe, Mesquitela. Outra vista do mesmo troço, vendo-se parte da secção da via.


EST XXX: MGL.PVC.MAR: Rocha com vestígios de uso de cunhas para fragmentação, junto ao caminho da Santa Marinha, Póvoa de Cervães. EST XXXI: MGL.QTA.QTA: Árula de Quintela de Azurara. A da esquerda é funerária e a da direita votiva. A fotografia desta última foi cedida pelo MNA. Mó manuária de Quintela de Azurara. EST XXXII: MGL.QTA.QTA: Peso de tear com grafito de Quintela de Azurara. Fotografias cedidas pelo MNA. EST XXXIII: MGL.STC.QTA-CER: Marco miliário anepígrafo da Quinta dos Cervães, Santiago de Cassurrães. EST XXXIV: MGL.STC.MAR: Vista geral da Quinta da Marinha, Santiago de Cassurrães. Duas partes de colunas da Quinta de Santa marinha, que se encontram junto da Igreja Matriz de Santiago de Cassurrães. EST XXXV: MGL.STC.MAR: Caminho de terra batida, antiga via romana, que dá acesso à Quinta de Santa Marinha. Fragmento de Sigillata hispânica publicado por Carvalho e Gomes (1992). EST XXXVI: MGL.STC.TAP: Vista geral de Tapados, Santiago de Cassurrães. Rochas com vestígios do uso de cunhas para extracção, em Tapados, Santiago de Cassurrães. EST XXXVII: MGL.STC.TAP: Rochas com vestígios do uso de cunhas para extracção, em Tapados, Santiago de Cassurrães. EST XXXVIII: MGL.SJF.FRT: Ara funerária da Fresta, São João da Fresta. Primeira fotografia publicada por Inês Vaz (1997), segunda tirada por nós. EST XXXIX: MGL.SJF.PNT: Estela funerária de Pinheiro de Tavares, São João da Fresta (dedicada a Mearo (?) e Sunua). Foto publicada por Inês Vaz (1997). EST XL: MGL.SJF.PNT: Estela funerária de Pinheiro de Tavares, São João da Fresta. (dedicada a Idica). Foto publicada por Inês Vaz (1997). EST XLI: MGL.SJF.QTA-CAS:Ara votiva de Casais, São João da Fresta. Fotografia publicada por Inês Vaz (1997). EST XLII: MGL.MGL.RAP: Fragmento de taça de sigillata hispânica com grafito da Raposeira, Mangualde. Foto e desenho publicados por Portas e Encarnação (1993). EST XLIII: MGL.ESP.CER: Desenho da Cerca, Espinho, publicado por Leite de Vasconcellos (1917). EST XLIV: MGL/PCT.QTA/GER.COM/FOR : Vista a montante da ponte entre o Cômaro, Quintela de Azurara, Mangualde e a Formiga, Germil, Penalva do Castelo. Vê-se o talhamar triangular e o arco de volta perfeita.


Vista a jusante da mesma ponte. Vê-se o arco de volta perfeita e os olhais rectangulares. EST XLV: MGL/PCT.QTA/GER.COM/FOR : Troço de via romana junto à ponte entre o Cômaro, Quintela de Azurara, Mangualde e a Formiga, Germil, Penalva do Castelo, do lado de Quintela de Azurara. Vista da mesma ponte e via romana do alto da Formiga. EST XLVI: PCT.ANT.ANT: Ara de Antas. EST XLVII : PCT.CTP.CNT : Poldras dos Cantos. EST XLVIII: PCT.CTP.PER: Estela funerária de Pereiro, Castelo de Penalva. Foto publicada por Inês Vaz (1997). EST XLIX: PCT.CTP.PNT-CAS: Ponte do Castelo, Castelo de Penalva, Penalva do Castelo, vista de jusante. A mesma ponte vista do cimo do monte do Castelo de Penalva. Vê-se parte do caminho romano que se dirigia para a Quinta do Salgueiral/Quintal dos Abades até ao Castelo. EST L: PCT.ESM/INS.MUR: Ara de Esmolfe. Talvez proveniente da Murqueira. Foto cedida pelo MNA. Moeda romana que se encontra depositada no MNA, proveniente de Esmolfe. Foto cedida pelo MNA. EST LI: PCT.INS.PNT-POR: Duas vistas de jusante da Ponte Porcas, Ínsua, Penalva do Castelo. EST LII: PCT.CTP.CTP: Placa funerária de Castelo de Penalva, no estado actual no Regimento de Infantaria 14. A mesma placa publicada por inês Vaz (1997). EST LIII: PCT.CTP.CTP: Estela funerária de Castelo de Penalva. Desenho publicado por Leite de Vasconcellos (1900). EST LIV: PCT.CTP.QTA-SAL: Placa Funerária da Quinta do Salgueiral ou Quintal dos Abades, Castelo de Penalva. EST LV: PCT.INS.QTA-INS: Placa Funerária da Ínsua (dedicada a Tirão). Fotografia publicada por Inês Vaz (1997).


EST I MGL.ABV.ABV

Marco miliรกrio de Abrunhosa-a-Velha (Trajano Adriano).


EST II MGL.ABV.ABV

Marco miliรกrio de Abrunhosa-a-Velha. Marca a milha XX.


EST III MGL.ABV.POC-MOI

Restos de silhares e pedras aparelhadas junto ao local onde se efectuaria a passagem do rio Mondego, Junto ao Poรงo Moirรฃo, Abrunhosa-a-Velha.


EST IV MGL.ABV.POC-MOI

Local onde se atravessava o rio Mondego junto ao Poço Moirão, Abrunhosa-a-Velha. Nota-se pela onda que o curso do rio faz o local exacto onde se encontram os restos da ponte que aqui se encontrava, sendo visível no Verão.

Caminho que dá acesso ao Poço Moirão, antiga estrada romana que passava por Abrunhosa-a-Velha.


EST V MGL.ALC.BNS-ALC

Ponte de Alcafache, vendo-se o talhamar a montante e o arco do lado de Alcafache.

Ponte de Alcafache (arco de volta perfeita do lado de Alcafache).


EST VI MGL.ALC.BNSALC

Possível traçado da via romana de Banhos de Alcafache Ao Peso, visto da estrada que liga Banhos de Alcafache a Coimbrões. A seta vermelha indica o local onde é visível o lajeado, as brancas o possível trajecto.


EST VII MGL.CHT.SUC

Via romana que subia o monte da Senhora do Bom Sucesso, Chãs de Tavares.

Vestígios de muralhas no lado SSO do referido monte.


EST VIII MGL.CHT.MNT-SUC

Frag. de sigillata hisp창nica (Alarc찾o, 1958).


EST IX MGL.CHT.QTA-COS

Esquema planimétrico das estruturas romanas da Quinta do Costa, Guimarães de Tavares. Escala 1: 140 (Portas, 1990a).


EST X MGL.CHT.QTA-COS

Mรณs manuรกrias encontradas na Quinta do Costa, Chรฃs de Tavares, Mangualde.

Troรงo de estrada romana nas Quintas do Costa. (Carvalho e Gomes, 1992).


EST XI MGL.CB.OLI

Arreio encontrado em Oliveirinhas. (Carvalho e Gomes, 1992).


EST XII MGL.ESP.ABD-ESP

Coluna a servir de cruzeiro em frente da capela de Santa Luzia, Abadia de Espinho, Espinho.

Marco miliário da Quinta da Ponte, Espinho. Fotografia tirada por nós e fotografia publicada por Inês Vaz (1997).


EST XIII MGL.ESP.CER

Vista actual do local onde se situaria a estação “A Cerca”, em Espinho. De notar a plataforma elevada onde se situa o local, que fez alguns investigadores classifica-la como m castro.


EST XIV MGL.ESP.CRU

Possível marco miliário do Cruzeiro em Vila Nova de Espinho, Espinho.


EST XV MGL.ESP.ESP

Possíveis marcos miliários de Espinho: Cemitério e rua do Forno.


EST XVI MGL.FMD.BAR

Peso de tear depositado no MNA, proveniente de Fornos do Dão. Estará relacionado com esta estação? Foto cedida pelo MNA.

Base de coluna e aspecto da sondagem realizada por Inês Vaz. Fotografias publicadas por Inês Vaz (1997).


EST XVII MGL.FMD.FAG

Marco miliário anepígrafo de Fagilde, Fornos de Maceira Dão. Fotografia publicada por Carvalho e Gomes (1992).


EST XVIII MGL.FRX.FRX

Ara dedicada a Crouga que se encontra na Igreja Paroquial de Freixiosa, Mangualde. A foto da direita foi publicada por Carvalho e Gomes (1992) quando ela ainda estava em posição invertida.


EST XIX MGL.MGL.CHA

Marco miliรกrio de Chรฃos, Mangualde.


EST XX MGL.MGL.RAP

Citânia da Raposeira vista do Monte da Senhora do Castelo.

Mó manuária encontrada na Citânia da Raposeira, Mangualde.


EST XXI MGL.MGL.RAP

Estruturas da Raposeira. Fotografias publicadas por Inês Vaz (1997).

Materiais da Raposeira publicados no Catálogo da Exposição Por Terras de Viriato.


EST XXII MGL.MGL.RAP

Friso depositado no MNA.

.

Materiais provenientes da Raposeira depositados no MNA. Fotografias cedidas pelo MNA.


EST XXIII MGL.MGL.CAS

Muro de pedras almofadadas por detrás da Igreja de N.ª Sr.ª do Castelo.

Moedas provenientes de Mangualde e depositadas no MNA. Serão do Monte da Senhora do Castelo ? Fotografias cedidas pelo MNA.


EST XXIV MGL.MGL.PAS

Ara votiva de Passos, Mangualde. Publicada InĂŞs Vaz (1997).


EST XXV MGL.MGL.QTA-CRU

Coluna da Quinta da Cruz, Mangualde, possível marco miliário.



EST XXV MGL.MGL.QTA-IGJ

Aspecto da Quinta da Cruz, Mangualde.

Materiais provenientes da Quinta da Igreja, Mangualde, que se encontra na colecção Dr. José Coelho, na extensão territorial de Viseu do IPA.


EST XXVII MGL.MGL.QTA-FPU MGL.MGL.RAP

A

B

Citânia da Raposeira (A) e Quintas da Fonte do Púcaro (B) vistas do monte da Senhora do Castelo


EST XXVIII MGL.MGL.COS

Placa honorífica de São Cosmado, Mangualde. Foto publicada por Inês Vaz (1997).


EST XXIX MGL.MQT.MOU

Troço de via romana em Mourilhe, Mesquitela.

Outra vista do mesmo troço, vendo-se parte da secção da via.


EST XXIX MGL.PVC.MAR

Rocha com vestígios de uso de cunhas para fragmentação, junto ao caminho da Santa Marinha, Póvoa de Cervães.


EST XXX MGL.QTA.QTA

Árula de Quintela de Azurara. A da esquerda é funerária e a da direita votiva. A fotografia desta última foi cedida pelo MNA.

Mó manuária de Quintela de Azurara.


EST XXXII MGL.QTA.QTA

Peso de ter com grafito de Quintela de Azurara. Fotografias cedidas pelo MNA.


EST XXXIII MGL.STC.QTACER

Marco miliário anepígrafo da Quinta dos Cervães, Santiago de Cassurrães.


EST XXXIV MGL.STC.QTA-MAR

Vista geral da Quinta da Marinha, Santiago de Cassurr達es.

Duas partes de colunas da Quinta de Santa marinha, que se encontram junto da Igreja Matriz de Santiago de Cassurr達es.


EST XXXV MGL.STC.QTA-MAR

Caminho de terra batida, antiga via romana, que dá acesso à Quinta de Santa Marinha.

Fragmento de Sigillata hispânica publicado por Carvalho e Gomes (1992).


EST XXXVI MGL.STC.TAP

Vista geral de Tapados, Santiago de Cassurrães.

Rochas com vestígios do uso de cunhas para extracção, em Tapados, Santiago de Cassurrães


EST XXXVII MGL.STC.TAP

Rochas com vestígios do uso de cunhas para extracção, em Tapados, Santiago de Cassurrães.


EST XXXVIII MGL.SJF.FRT

Ara funerária da Fresta, São João da Fresta. Primeira fotografia publicada por Inês Vaz (1997), segunda tirada por nós.


EST XXXIX MGL.SJF.PNT

Estela funerária de Pinheiro de Tavares, São João da Fresta (dedicada a Mearo (?) e Sunua). Foto publicada por Inês Vaz (1997).


EST XL MGL.SJF.PNT

Estela funerária de Pinheiro de Tavares, São João da Fresta. (dedicada a Idica). Foto publicada por Inês Vaz (1997).


EST XLI MGL.SJF.QTA-CAS

Ara votiva de Casais, São João da Fresta. Fotografia publicada por Inês Vaz (1997).


EST XLII MGL.MGL.RAP

Fragmento de taça de sigillata hispânica com grafito da Raposeira, Mangualde. Foto e desenho publicados por Portas e Encarnação (1993).


EST XLIII MGL.ESP.CER

Desenho da Cerca, Espinho, publicado por Leite de Vasconcellos (1917).


EST XLIV MGL/PCT.QTA/GER.COM/FOR

Vista a montante da ponte entre o Cômaro, Quintela de Azurara, Mangualde e a Formiga, Germil, Penalva do Castelo. Vê-se o talhamar triangular e o arco de volta perfeita.

Vista a jusante da mesma ponte. Vê-se o arco de volta perfeita e os olhais rectangulares.


EST XLV MGL/PCT.QTA/GER.COM/FOR

Troço de via romana junto à ponte entre o Cômaro, Quintela de Azurara, Mangualde e a Formiga, Germil, Penalva do Castelo, do lado de Quintela de Azurara.

Vista da mesma ponte e via romana do alto da Formiga.


EST XLVI PCT.ANT.ANT

Ara de Antas.


EST XLVII PCT.CTP.CNT

Poldras sobre o rio D達o em Cantos, Castelo de Penalva.


EST XLVIII PCT.CTP.PER

Estela funerária de Pereiro, Castelo de Penalva. Foto publicada por Inês Vaz (1997).


EST XLIX PCT.CTP.PNT-CAS

Ponte do Castelo, Castelo de Penalva, Penalva do Castelo, vista de jusante.

A mesma ponte vista do cimo do monte do Castelo de Penalva. VĂŞ-se parte do caminho romano que se dirigia para a Quinta do Salgueiral/Quintal dos Abades atĂŠ ao Castelo.


EST L PCT.ESM/INS.MUR

Ara de Esmolfe. Talvez proveniente da Murqueira. Foto cedida pelo MNA.

Moeda romana que se encontra depositada no MNA, proveniente de Esmolfe. Foto cedida pelo MNA.


EST LI PCT.INS.PNT-POR

Duas vistas de jusante da Ponte Porcas, Ă?nsua, Penalva do Castelo.


EST LII PCT.CTP.CTP

Placa funerária de Castelo de Penalva, no estado actual no Regimento de Infantaria 14.

A mesma placa publicada por inês Vaz (1997).


EST LIII PCT.CTP.CTP

Estela funerรกria de Castelo de Penalva. Desenho publicado por Leite de Vasconcellos (1900).


EST LIV PCT.CTP.QTA-SAL

Placa Funerรกria da Quinta do Salgueiral ou Quintal dos Abades, Castelo de Penalva.


EST LV PCT.INS.QTA-INS

Placa Funerária da Ínsua (dedicada a Tirão). Fotografia publicada por Inês Vaz (1997).


EST LVI PCT.CTP.CMP-BOL

Fragmento de coluna honorifica de S. Rom達o, Castelo de Penalva.

Outros fragmentos que fariam parte da mesma coluna.


MAPA I ESTAÇÕES ROMANAS

Legenda:

• Villae • Habitates • Castros romanizados • Marcos miliários

Inscrição

X Ponte


MAPA II VIAS ROMANAS

Legenda:

• Villae • Habitates • Castros romanizados • Marcos miliários

Inscrição

X Ponte


MAPA III TERRITÓRIOS DOS CASTROS

Ο

Ο Ο

Legenda:

• Villae • Habitates • Castros romanizados • Marcos miliários

Inscrição

X Ponte

Ο Possível castro Território de 5km de um castro identificado Territórios de 5 km de um possível castro


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