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Intervenção de emergência na Quintinha, jt.º à Qt.ª do Avenal, Mangualde

RELATÓRIO FINAL 2ª versão

Câmara Municipal de Mangualde

Apresentado a:

Projecto “Gestão do Património

Instituto Português de Arqueologia

Cultural de Mangualde”


Intervenção de Emergência no Alto da Quintinha, jt.º à Qt.ª do Avenal, Mangualde Relatório Final

1. – Relação dos participantes, meios utilizados, duração dos trabalhos de campo e condição do sítio ou sítios intervencionados antes de iniciados os trabalhos 1.1. – Participantes Participaram na escavação o requerente do pedido de autorização, um operário da empresa prestadora de serviços para a dona da obra, EDP, Distribuição, e um estudante do ensino secundário, Pedro André Almeida Gil. 1.2. – Meios utilizados Nesta intervenção foram apenas utilizados os meios necessários a uma escavação sem recurso a meios mecânicos, ou seja, foram utilizados instrumentos manuais, tais como colherins, picos e pincéis. 1.3. – Duração dos trabalhos de campo Os trabalhos decorreram de 1 a 4 de Agosto do corrente ano. 1.4. – Condição do sítio antes de iniciados Durante os trabalhos de abertura de uma vala para a implantação do apoio 5 da linha de electricidade que ligará a Sub-estação de Mangualde ao Viso foi descoberta uma estrutura sepulcral com vestígios osteológicos. Depois de uma visita ao local da Dr.ª Gertrudes Branco, técnica do Instituto Português de Arqueologia, ficou estabelecido entre a EDP Distribuição e a Câmara Municipal de Mangualde, que esta última autorizaria o seu arqueólogo a efectuar os trabalhos.

Fig. 1: Localização da zona intervencionada num extracto da f. 189 da C.M.P., Esc. 1:25000 (Nota: Para uma melhor visualização a escala foi alterada).

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Fig. 2: Localização num ortofotomapa.

2. – Descrição da estratégia da intervenção; Atendendo ao facto de no inicio pensarmos tratarem-se de duas sepulturas definimos dois sectores, o A a Oeste e o B a Este. A estratégia baseou-se na desmontagem de unidades estratigráficas até ao leito da sepultura sem recurso a meios mecânicos. Para memória futura registou-se fotograficamente as várias fases do trabalho e elaborou-se o respectivo levantamento topográfico.

3. - Descrição dos trabalhos de campo realizados; Como já referimos, atendendo ao facto de no inicio pensarmos tratarem-se de duas sepulturas definimos dois sectores, o A a Oeste e o B a Este. No entanto depois de levantada a primeira unidade estratigráfica do sector B, correspondente à camada superficial encontrámos logo o substrato geológico, neste caso granito. Depois de uma análise atenta do perfil deste sector, e por comparação com o do sector A, chegámos à conclusão de que a laje que lá se encontrava faria parte do próprio substrato geológico. No sector A efectuou-se a sua escavação manual até ao leito da sepultura, elaborandose o registo das diversas unidades estratigráficas detectadas. Efectuou-se a crivagem das terras já retiradas a quando da abertura da vala, assim como, das terras que ainda se encontravam dentro da vala junto da sepultura e das que se retiraram durante a intervenção. Foi efectuado o registo fotográfico das estruturas detectadas e da sequência dos trabalhos, como foi também efectuado o levantamento topográfico do local pelo topógrafo Tiago Rodrigues da EDP Distribuição.

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4. - Planta geral do sítio, com indicação das zonas intervencionadas;

Fig. 3: Zona intervencionada.

5. – Planta e Perfis de pormenor das zonas escavadas e das estruturas descobertas;

Fig. 4: Sepultura. Legenda: A- contorno da sepultura; B- Calços; C- Lajes; D- laje de granito pertencente ao substrato geológico.

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Fig. 5: Perfil longitudinal da zona cortada a quando da abertura da vala. Legenda: 1- Camada superficial, 2-camada de cobertura da sepultura; 3-lajes de cobertura; 4-calço; 5-enchimento da junta entre o calço e a laje; 6-sepultura; 7-substracto geológico.

Fig. 6: Perfil da zona da cabeceira da sepultura. Legenda: A- Cabeceira; B-Zona onde assentava a laje de cobertura; C- zona de deposição de telha; D-Substrato geológico

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6. - Descrição e interpretação de estruturas e estratigrafia; No substrato geológico [7], composto por granito deteriorado e lajes, foi escavada uma sepultura em profundidade [8], onde foi depositado o esqueleto [6], que foi coberta por lajes [3]. De forma a consolidar as lajes, as suas fendas foram preenchidas por terra e telha de fabrico grosseiro [5] e as laterais, zona de união com o substrato geológico, foram preenchidas com calços de granito [4]. Visto a sepultura ter sido escavada em profundidade, encontrámos uma camada [2] que ocultou as lajes de cobertura e preencheu o espaço aberto no substrato geológico. Com o decorrer dos anos foi formada uma camada superficial [1] profundamente “minada” por raízes de árvores.

Fig. 7: Matriz da sequência estratigráfica Legenda: 1 – Camada superficial; 2 – Cobertura sobre as lajes; 3 – Lajes de cobertura; 4 – Calços; 5 – Enchimento das lajes e calços; 6 – Sepultura (enchimento); 7 – Substracto geológico; 8 – Vala.

S1

O.

C.

C. c.

L. c.

L. o.

L. m.

L. p.

P.

270º

191

18

22

28

52

20

331

Fig. 8: Quadro metrológico. Legenda: O. – Orientação; C. – Comprimento; C.c. – Comprimento da cabeça; L. c. – Largura da cabeça; L. o. – Largura dos ombros; L. m. – Largura ao meio do corpo; L. p. – Largura dos pés; P. – Profundidade.

1

Apenas corresponde à profundidade entre as lajes de cobertura e o leito da sepultura, pois a sepultura foi escavada a uma profundidade total de 91 cm (mais 14cm das lajes de cobertura e 33cm da camada de terra de cobertura)

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7. - Imagens gerais do sítio e das zonas intervencionadas, ilustrando as diferentes fases de trabalho e as descobertas mais significativas

Fig. 9: O Esqueleto no dia da descoberta. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 13-07-2005

Fig. 10: Vista da zona de obra. A seta indica a vala onde foi encontrada a sepultura. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 13-07-2005

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Fig. 11: Parte inferior da sepultura antes da intervenção. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 01-08-2005

Fig. 12: Parte superior da sepultura antes da intervenção. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 01-08-2005

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Fig. 13: Sector B antes da intervenção. Foto: Pedro Pina Nóbrega, ??-07-2005

Fig. 14: Lajes de cobertura depois da desmontagem da UE 2. : Foto: Pedro Pina Nóbrega, 01-082005

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Fig. 15: Lajes de cobertura da sepulturas calçadas nas laterais e com as juntas preenchidas por terra compactada e com telhas. As setas indicam a “laje natural” quebrada a quando da escavação da sepultura em profundidade. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 02-08-2005

Fig. 16: Lajes de cobertura da sepulturas calçadas nas laterais e com as juntas preenchidas por terra compactada e com telhas. Pormenor das juntas das lajes. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 02-08-2005

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Fig. 17: Zona superior da sepultura depois de retiradas as lajes de cobertura. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 02-08-2005

Fig. 18: Lajes de cobertura da parte superior da sepultura. Note-se o entalhe feito na laje da cabeceira. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 02-08-2005

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Fig. 19: Parte superior da sepultura notando-se o rebordo onde assentavam as lajes de cobertura. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 02-08-2005

Fig. 20: Vista da sepultura de Sul notando-se o rebordo de assento às lajes de cobertura. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 03-08-2005

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Fig. 21: Laje de cobertura retirada a quando da abertura da vala. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 0408-2005.

Fig. 22: Laje de cobertura retirada a quando da abertura da vala. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 0408-2005.

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Fig. 23: Laje de cobertura retirada a quando da abertura da vala. Foto: Pedro Pina Nóbrega, 0408-2005.

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9. - Descrição do espólio Caixa

Saco

Número

UE

Denominação

Observações

01

01

01

5

Frag. de telha

com dedadas.

01

01

02

5

Frag. de telha

de cano

01

01

03

5

Frag. de telha

com dedadas.

01

01

04

5

Frag. de Telha

01

01

05

5

Frag. de Telha

01

01

06

5

Frag. de Telha

01

01

07

5

Frag. de Telha

01

01

08

5

Frag. de Telha

01

01

09

5

Frag. de Telha

01

01

10

5

Frag. de Telha

com sulco junto ao bordo

01

02

11

5

Frag. de Telha

De cano com bordo

01

02

12

5

Frag. de Telha

de cano com dedadas.

01

02

13

5

Frag. de Telha

com bordo e dedadas.

01

02

14

5

Frag. de Telha

01

02

15

5

Frag. de Telha

01

02

16

5

Frag. de Telha

01

02

17

5

Frag. de Telha

01

02

18

5

Frag. de Telha

01

02

19

5

Frag. de Telha

de cano com dedadas

01

02

20

5

Frag. de Telha

com bordo

01

02

21

5

Frag. de Telha

com bordo

01

02

22

5

Frag. de Telha

com bordo

01

02

23*

2

Frag. de Bojo

encontrado dobre as lajes

01

03

24

2

Frag. de Bojo

encontrado sobre as lajes

01

03

25

5

Frag. de Telha

de cano com bordo

01

04

26

5

Frag. de Telha

01

04

27

5

Frag. de Telha

01

04

28

5

Frag. de Telha

01

04

29

5

Frag. de Telha

01

04

30

5

Frag. de Telha

01

05

31

Frag. Cerâmico

Crivo

01

05

32

Frag. Cerâmico

Crivo

01

05

33

Frag. Cerâmico

Crivo

01

05

34

Frag. Cerâmico

Crivo

01

05

35

Frag. Cerâmico

Crivo

01

05

36

Frag. Cerâmico

Crivo

01

05

37

Frag. Cerâmico

Crivo

com bordo

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01

05

38

Frag. Cerâmico

Crivo

01

05

39

Frag. Cerâmico

Crivo

01

06

40

Frag. Cerâmico

Crivo

01

06

41

Frag. Cerâmico

Crivo

01

06

42

Frag. Cerâmico

Crivo

01

06

43

Frag. Cerâmico

Crivo

01

06

44

Frag. Cerâmico

Crivo

01

06

45

Frag. de gargalo

Crivo

01

06

46

Frag. Cerâmico

Crivo

01

06

47

Frag. Cerâmico

Crivo

01

07

48

Frag. de Bojo

Crivo

01

07

49

Frag. Cerâmico

Crivo

01

07

50

Frag. de Telha

Com bordo. Crivo

01

07

51

Frag. Cerâmico

Crivo

01

07

52

Frag. Cerâmico

Crivo

01

07

53

Frag. Cerâmico

Crivo

01

07

54

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

55

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

56

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

57

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

58

Frag. de Telha

Crivo

01

08

59

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

60

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

61

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

62

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

63

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

64

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

65

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

66

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

67

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

68

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

69

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

70

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

71

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

72

Frag. Cerâmico

Crivo

01

08

73

Frag. Cerâmico

Crivo

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Fig. 24: Material cerâmico: Frag. de Bojos.

Fig. 26: Material osteológico

Fig. 25: Material cerâmico: Frag. de telhas

Fig. 27: Material osteológico

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10. - Medidas de protecção, conservação e restauro que tenham sido tomadas; Não foram tomadas nenhumas medidas especiais de protecção tendo o local sido coberto com a terra retirada da vala.

11. - Resultados da análise científica do espólio pela aplicação de métodos físico-químicos ou das ciências naturais que, porventura, tenham sido utilizados; O espólio osteológico foi entregue na sede do IPA para análise a efectuar pela Dr.ª Filipa Jorge Neto.

12. – Considerações Finais Na diversa bibliografia por nós já estudada anteriormente (c.f. Nóbrega, 2002; 2003, no prelo) não encontrámos nenhuma referência a qualquer vestígio arqueológico ou indicio deste no local agora intervencionado. No entanto é tradição oral, como nos informaram os populares, a existência de um cemitério dos romanos neste local. Alguns populares nunca acreditaram pois o terreno possui árvores de porte considerável, outros referem terem aparecido ossos nos seus terrenos durante a lavra um pouco mais a Este. Aquilo

que

no

inicio

nos

parecia

ser

um

sepultura

recente

(Idade

Moderna/Contemporânea) afigura-se-nos agora como podendo ser um pouco mais recuada tendo em conta a estruturação da mesma e o seu antropomorfismo. Como refere Marques (2000, pp. 215, 216) verificou-se uma maior utilização destas sepulturas entre o século X e o século XII, podendo no entanto em alguns casos o seu uso ter perdurado pelo menos durante o século XIII. No entanto a conservação do esqueleto em tão bom estado coloca algumas reservas a esta antiguidade, só uma datação do esqueleto poderá permitir alguma conclusão sobre a sua cronologia. De referir que a cerca de um quilómetro a Este-Sudeste se encontra a antiga Igreja Matriz de Mangualde, cuja fundação remonta ao século XI (Alves, 1990, p. 12) e onde foi escavado um conjunto significativo de sepulturas escavadas na rocha2 (Marques, 2000, pp. 7981), algumas das quais conservavam ainda vestígios osteológicos. Esta igreja teve a sua fundação num monasterium medieval, que, por sua vez, se implantou numa zona de forte presença romana3 (Alves, 1990, p. 12; Gomes e Carvalho, 1992, p. 86)~ Nas Inquirições de 1258 (P.M.H., Inq., pp. 805-6) surge o topónimo S. Cosmado, que actualmente se localiza a menos de um quilómetro a Noroeste do Alto da Quintinha. Segundo este documento Petrus Gordo, da Roda, deu uma herdade foreira ao Rei em S. Cosmado a 2 3

CNS 2936 CNS 7278

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Laurencius Suierii, filho de Laurencius Suarii, que aquele criou, o qual comprou depois várias herdades em S. Cosmado e ali fez a sua casa de morada. Temos assim uma prova de que pelo menos no séc. XIII esta zona foi povoada.

Referências Bibliográficas ALVES, Alexandre (1990) – A Igreja de S. Julião de Azurara: Matriz de Mangualde. Mangualde: Câmara Municipal de Mangualde. GOMES, Luís Filipe Coutinho; CARVALHO, Pedro Sobral de (1992) – O Património Arqueológico do concelho de Mangualde. Mangualde: Câmara Municipal de Mangualde. NÓBREGA, Pedro Pina (2002) - O Povoamento medieval de Mangualde e Penalva do Castelo: Contributo dos vestígios arqueológicos e das Inquirições de 1258 [on-line]. Lisboa: [s.n.] [consultado em 17-10-2005]. Trabalho apresentado à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Disponível em <http://pedropinanobrega.no.sapo.pt/thmpii.html> NÓBREGA, Pedro Pina (2003) - A presença romana nos concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo [on-line]. Lisboa: [s.n.] [consultado em 17-10-2005]. Trabalho apresentado à Faculdade

de

Letras

da

Universidade

de

Lisboa.

Disponível

em

<http://pedropinanobrega.no.sapo.pt/tampr.html> NÓBREGA, P. P. (no prelo a) – “Novas achegas de velhos tempos para a arqueologia dos concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo (Viseu-Portugal). Actas do IV Congresso de Arqueologia Peninsular. MARQUES, Jorge Adolfo de Meneses Marques (2000) – Sepulturas escavadas na rocha na região de Viseu. Viseu: [s.n.]. P.M.H., Inq. = Portugaliae Monumenta Historica..., Inquisitiones. Lisboa: Tipografia da Academia, 1: 4 e 5.

Mangualde, 11 de Novembro de 2005 O Arqueólogo responsável pela intervenção

_______________________________________ Pedro Pina Nóbrega, Dr.)

Em anexo: •

CD-ROM com o Relatório em formato pdf e as fotografias com a respectiva listagem

Fichas de Unidade Estratigráfica

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