Pará+ 98

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janeiro 2010

7 716776 961249

ISSN 16776968

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Edição 98

6,00 3

Belém - Pará - Brasil

www.paramais.com.br




10 O aniversário de Belém

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

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Pedro Teixeira. O Bandeirante da Amazônia

16 A dengue na Amazônia 19

Núcleo de articulação vai estimular desenvolvimento industrial no Pará

Marujada 20 Ade211ª Bragança

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES: Acyr Castro, Airton Faleiro, Anete Costa Ferreira, Camillo M. Vianna, Célio Pezza, Dulce Rosa Bacelar Rocque, Duza Ramos, Einton Bentes Garibaldi Parente, Hinton Bentes, Mariuza Pregnolato, Pedro Cardoso da Costa, Rogério Gimba, Sergio Pandolfo, Valmor Bolan; FOTOGRAFIAS: Antonio Bernardes, Cristovão Albuquerque, David Alves, Eliseu Dias, Eunice Pinto, Lucivaldo Sena, Rodolfo Oliveira, Tamara Saré/Ag.Pá, Nivaldo Tavares, Marcelo Cleiton e Vival S. Bentes. DESKTOP: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES

ANATEC ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES

PA-538

24 Belém do Piry 29

Caixa duplica o crédito para o Turismo

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Educação Fiscal e o Imposto de Renda

Assim se passaram

32 dez anos...

ek Pinheiro

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Capa: Arte M

Ano Novo: Aproveite para mudar de vida



Acyr CASTRO

E eis o Novo Ano

Q

uisera ter as asas da Poesia para saber se as esperanças de 2009 foram cumpridas: nada de guerra, nada de ódio e muito menos preconceitos, que tudo é a mesma coisa. Será que a boa nova da palavra de Deus penetrou fundo na alma e no coração dos povos, pondo fim às guerras e as divisões entre quantos se consideram incapazes de conviver com o contraditório e as diferenças? A mim espero que sim, convicto na sabedoria das escrituras e do Santo Amor de Deus Pode ser um sonho que as pessoas afinal tenham abertos os olhos para a única realidade possível: a Paixão e o Renascimento de Jesus, fonte da Santidade sem a qual nada tem sentido.

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Bem dentro d'alma creio que sim. Todas as horas e minutos e segundos confio em que Nosso Senhor atenderá aos apelos e às súplicas. Se não fosse assim, para que viver? Eu teria muito que falar, mas não teria depois o que dizer. A esperança prossegue e somente chegará ao final quando a vida em mim resolver terminar, o que acredito irá demorar bastante. Há muito que fazer, muito que lutar e cada vez mais esperar. Que as perspectivas se hajam cumprido, tal como as águas fluem e os rios transbordem de compreensão e de amor, unindo e não dividindo os filhos do Reino. Dessa maneira, com os olhos voltados para o Céu, possa eu desejar a todos um Feliz Ano Novo.

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Viva a família Hühn Não é qualquer publicação que chega, no Brasil, mantendo admirável padrão de qualidade e sem nenhuma interrupção, a edição em comemoração aos seus 10 anos de circulação mensal. "Pará + "alcança agora esse nível mantendo a mesma altivez e padrão do primeiro número. Ganhou público fiel por toda parte graças a isso maior de maestria excepcional. Uma década de fato inigualável, cobrindo assuntos variados e de múltiplo interesse coletivo. Sinto-me parceiro dessa vitória, desde que fui convidado a colaborar com os diletos e queridos amigos Ronaldo e Rodrigo. Também (por que não?) de igual forma orgulhoso pela participação. A chegada da revista em casa me alegra e faz feliz. Digo-o porque me apraz dizê-lo e não pensando sequer em estar agradando a quem quer que seja.Sempre vou direto ao ponto e na melhor franqueza em tudo o que tenho e quero dizer, escrever, falar. Sou assim a partir do instante primeiro em que abri os olhos para a vida ainda nos idos e vividos dias da adolescência. Quem sabe de mim pode servir de testemunha. Louvo a revista paraense como quem está em festa e realmente estou. Louvo-a pela evidência à memória do mundo, do Brasil, do Pará, de Belém. Uma louvação que nasce do mais íntimo das minhas entranhas de pé no chão. E é como um bramir de água jorrando, como os frutos da terra e do céu e o estalar de dedos na madrugada que fundamenta o renascer de cada um de nós ao anúncio de um novo dia.

Uma satisfação na escrita que vem em bemóis no cruzamento do amor com a eternidade. Tudo ganha, de súbito, as dimensões do tempo. E que frenéticas, vivas como jamais abrilhantam os olhos e o coração a transbordar dos dedos com suavidade e delicadeza. A querer efetivar a flor da vida que se renova a cada instante, uma vida que será, brasileira e planetariamente, renovada e um dia será. Desato os nós da humildade para gritar, de novo e mais outra vez, Viva (um viva sonoro e forte, pura música) à família que tão lindamente edita a "Pará +" brava e única. Flutuo entre o verde e o sol para reencontrar as estrelas, do fundo de mim e tão próximo, tão perto como jamais. Aqui o sentido deste viva à uma família decente e correta; daí o significado da palavra viva. Parabéns, não somente aos editores, porém e sobretudo, a quem os lê. Obrigado por tudo e um beijo no coração de cada amigo e companheiro, parceiros de Ronaldo e de Rodrigo. E me calo já que quem diz tudo o que deseja numa arrancada só fica sem mais nada dizer. Feliz Natal, até logo e até o novo ano que se anuncia. Boa sorte a todos. (*) (*) Poeta, jornalista e escritor

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“Ler é Bom, Experimente!” Inscrições para mil escolas públicas em todo o Brasil ambas da autoria do cronista Laé de Souza, publicadas pela Editora. Os textos apresentam linguagem coloquial, o que facilita a compreensão da leitura e retratam o cotidiano de pessoas comuns, situações inusitadas e personagens marcantes, sempre com abordagem bemhumorada e leve, embora crítica.

Criado para conquistar e formar novos leitores

O autor

O

projeto de incentivo à leitura “Ler é Bom, Experimente!", criado em 2000 pelo escritor Laé de Souza, está com as inscrições abertas até 15 de março de 2010. O programa é voltado às escolas da rede pública de todo o país, com turmas a partir do 7º ano (6ª série) do ensino fundamental. Neste ano 1000 escolas participarão do projeto e receberão gratuitamente 38 exemplares do livro “Nos Bastidores do Cotidiano” e ainda material didático tal como: folhas pautadas para redação, questionários, Manual do Professor com sugestões para dinamizar a leitura em sala de aula e plano de aplicação do projeto. A partir da leitura da obra são realizadas diversas atividades com o objetivo de

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incentivar o hábito da leitura e escrita, e estimular a criação de textos, performances, discussões e debates nas salas de aula. Na etapa final, os alunos que apresentarem os melhores trabalhos são premiados com outra obra do autor. Esta iniciativa já atingiu cerca de 2,5 mil escolas com a participação de 100 mil alunos em todo o país e conta com o patrocínio (pelo terceiro ano consecutivo) da Companhia de Seguros Aliança do Brasil, empresa do Banco do Brasil, e o apoio do Ministério da Cultura. As obras utilizadas nesta edição do projeto são: “ Nos Bastidores do Cotidiano” e “Espiando o Mundo pela Fechadura”,

Laé de Souza, cronista, dramaturgo, bacharel em Direito e Administração de Empresas, é autor de vários projetos de leitura em execução há doze anos, apoiados pelas leis de incentivo à cultura, focados nas escolas da rede pública, parques, praças, hospitais, transportes coletivos, hipermercados e outros, com o intuito de formar leitores de todas as etnias, faixas etárias, credos e classes sociais. “É preciso criar oportunidades para o público conhecer o mundo maravilhoso da leitura, entretanto, com a preocupação de oferecer obras que lhe prendam a atenção e desperte o interesse por outros livros. O projeto 'Ler é Bom, Experimente!' foi criado para conquistar e P formar novos leitores”, afirma Laé. Serviço: Inscrições: até 15 de março de 2010 pelo site www.projetosdeleitura.com.br Informações: (11) 2743-9491 e 2743-8400 Todo o material é fornecido gratuitamente às instituições de ensino.

Laé de Souza

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Camillo VIANNA

Risonhas Primaveras

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ão se trata de aniversário qualquer desses festejos à moda convescote ou festinha de imitação dessas que vem de fora. Na realidade, o que se comemora é o amor e tenacidade de quem ama o Pará e sua gente, de que a duras penas e, só Deus sabe como, conseguem superar obstáculos que à medida em que aparecem são superados por esse grupo familiar e seus auxiliares. Os Hühn devem se orgulhar desse verdadeiro trabalho de Hércules ou como diziam nossos maiores de herança lusitana, “Meter lança em África”, ou seja, “Levar mensagem à Garcia”. Daí a comemoração das primeiras, 10 Risonhas Primaveras, como dizem por aqui, da revista Pará+ que circula ininterruptamente em todo o território paraense, grande parte do território nacional, sendo recebida também nos países de língua portuguesa como Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné (Bissau), Timor Leste e Portugal, levando preciosas informações sobre diversificados problemas da região Amazônica que às vezes parece estar remotamente situada no País dos Papagaios ou das Palmeiras, que tentam integrar a ferro e fogo, em agressão ambiental e humana, nunca vista por estas paragens e que se tiver continuidade, será identificada como alguma coisa jamais acontecida em canto nenhum do planeta. Para piorar a tal de COP-15, recentemente encerrada em Copenhague, com a participação dos principais líderes do mundo, que enrolaram a bandeira não chegando a nada de concreto, na luta contra o aquecimento global, cujos resultados catastróficos podem ser observados em todos os quadrantes do globo terrestre, Países da produzidos pelo próprio homem, Língua que ironicamente se intitula Portuguesa

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10º ano O que se comemora é o amor e tenacidade de quem ama o Pará e sua gente

Homo Sapiens e teria sido criado à imagem e semelhança de Deus. Voltemos à aniversariante que merece louvores por sua publicação ao longo de uma década lançando verdadeiros brados de alerta, enriquecendo a cultura, informando, questionando e alertando e, principalmente, incentivando os leitores a tomada de posição em defesa da sobrevivência da Amazônia. Os cronistas de diferentes setores do conhecimento e vivência contribuem igualmente para a valorização da Revista e à defesa da região. A história reconhecerá o empenho da família Hühn nessa batalha por causa tão nobre e importante para o nosso Brasil. Parabéns ! (*)

*SOPREN/SOBRAMES

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A Catedral de Belém recém revitalizada, estava lotada na missa pelos 394 anos da capital paraense

O aniversário de

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Belém

Fotos: David Alves; Eunice Pinto; Rodolfo Oliveira/Ag Pa

muito pelo Pará. Mas essa capital merece muito mais. Merece que os governantes olhem para as necessidades do povo e as atendam. Nós, do Governo Popular, só no dia do aniversário de Belém, entregamos três infocentros nos bairros mais populosos de Belém e, só no mês de janeiro, entregaremos 26 salas equipadas com computadores de última geração para que a população seja, de fato, integrada digital e socialmente", informou Ana Júlia Carepa, que também entregou, no início da tarde do dia 11, 2 mil títulos de terra para moradores dos bairros do Guamá, Canudos e Terra Firme.

om uma missa em Ação de Graças na Catedral de Belém, começaram as comemorações pelos 394 anos de fundação da capital paraense. A missa foi celebrada pelo administrador diocesano Monsenhor Raimundo Possidônio e pelo padre Gonçalo, Cura da Sé. Ao lado de centenas de pessoas, a governadora Ana Júlia Carepa participou da missa, junto com o prefeito Duciomar Costa e outras autoridades. Ao final da celebração religiosa, a governadora e o prefeito receberam uma benção especial de padre Gonçalo. O religioso rezou para que os gestores do Estado e da capital tenham força, fé e pensamento voltado para o bem-estar da sociedade. "Estamos fazendo muito por Belém,

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Presentes Após a missa, Ana Júlia Carepa acompanhou a solenidade de posse dos 270 novos guardas municipais de Belém e depois seguiu para os bairros da Terra Após a celebração

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A governadora Ana Júlia Carepa e o prefeito Duciomar Costa no momento da bênção especial aos gestores do Estado e da capital

Durante a celebração

Firme e Guamá, para entregar três infocentros do programa Navegapará, que beneficiarão por mês 6 mil crianças, jovens e adultos. Além de ter acesso gratuito e ilimitado à internet de alta velocidade, os usuários dos infocentros são capacitados em cursos gratuitos de informática básica. A governadora anunciou ainda outros

presentes para Belém. "Só neste mês entregaremos 12 escolas reformadas e reconstruídas; 26 infocentros; 2 mil títulos de terra em vários bairros de Belém; equipamentos de saúde para hospitais públicos e mais de 480 novas casas do Programa Minha Casa, Minha Vida. Esses são apenas alguns dos presentes que o povo do Pará merece, e que o Governo

Popular se orgulha em entregar", disse Ana Júlia Carepa. Ainda como parte das comemorações pelo aniversário de Belém e de Ananindeua, a governadora Ana Júlia Carepa entregou três infocentros na Região Metropolitana de Belém, um ponto livre de internet, na Praça da Bíblia (onde todos que possuírem computadores com placas de Frente à Catedral Metropolitana após a celebração

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rede sem fio, notebooks ou celular com tecnologia sem fio poderão se conectar, gratuitamente, com a rede mundial de computadores), e a Escola Estadual Helena Guilhon, completamente reformada. *O infocentro no Conjunto Habitacional Júlia Seffer, no bairro de Águas Lindas, possui 12 computadores, que recebem o sinal de internet por um sistema combinado de fibra óptica e internet via rádio.

Na solenidade de posse de novos guardas municipais

No Centro Comunitário Bom Jesus, na Terra Firme, governadora entrega simbolicamente certificados a alunos que já concluíram o curso de informática

infocentros

Ana Júlia Carepa ressaltou a qualidade da internet oferecida pelo governo nos 78 infocentros já implantados no Pará

O infocentro do IPDA é totalmente adaptado aos cadeirantes, facilitando a circulação dos usuários e o acesso aos computadores

O infocentro da Ascepa, permite o acesso de deficientes visuais

Adenor Carvalho Rodrigues Souza recebe Títulos de Terra, entregue pela governadora Ana Júlia Carepa no bairro do Guamá

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No Infocentro do Centro Comunitário Alan Kardec

Nailza de Souza e seu Título de Terra

Ana Júlia Carepa e o secretário da Casa Civil Cláudio Puty durante entrega dos Títulos de Terras no bairro do Guamá, Canudos e Terra Firme

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O Infocentro da Creche Betinho, na Terra Firme, conta com 10 computadores e já tem mais de 200 crianças e jovens inscritos nos cursos de capacitação Novo Infocentro do Guamá com internet gratuita é uma alternativa para as crianças trocarem as ruas pelos computadores

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*O infocentro do Instituto de Pessoas com Deficiência de Ananindeua (IPDA), na Cidade Nova com nove computadores em espaço totalmente adaptado para deficientes físicos. O acesso será prioritário para os mais de 120 associados ao IPDA, mas o infocentro também está aberto a moradores do entorno. *O infocentro da Associação de e para Cegos do Pará (Ascepa), com 16 computadores para que as mais de 400 pessoas, com programa especial para os usuários cegos ou com baixa visão", disse ela. "Com raio de alcance de aproximados 300 metros, qualquer pessoa que tiver um computador ou celular com essa tecnologia poderá conferir seus e-mails ou ler notícias". P Instalação do Infocentro no bairro do Jurunas. Centro Comunitário Alan Kardec

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por Anete Costa Ferreira

Pedro Teixeira

O Bandeirante da Amazônia

P

edro Teixeira, natural de Cantanhede, distrito de Coimbra rumou para o Brasil no início do século XVII. Distinguiu-se na batalha de 1615 para a expulsão dos franceses de São Luís do Maranhão. Integrando a jornada sob o comando de Francisco Caldeira Castelo Branco, participou da fundação da cidade de Belém do Grão-Pará, a 12 de Janeiro de 1616. Para dar a boa nova ao governador do Maranhão, Alexandre de Moura, empreendeu uma viagem por terra levando soldados e 130 índios enfrentando perigos e ataques de vários nativos. Deste seu feito nasceu a estrada ligando o Pará ao Maranhão. Regressou por via marítima fazendo-se acompanhar de grande número de indígenas Tupinambá com os quais tinha feito amizade, pois conhecia o idioma Tupy. Juntamente com Bento Maciel Parente e Aires Chicorro colaborou no estudo do Brasão da cidade recém-fundada. Com a finalidade de conhecer pormenorizadamente a região amazônica, fez em 1626, uma viagem pelo rio Amazonas chegando a um grande rio de água azul que batizou de Tapajós em homenagem aos índios habitantes das suas margens, estabelecendo com estes excelentes relações de amizade. No início de 1637, Raimundo Jácome de Noronha, governador do Maranhão após ouvir em São Luís o relato dos franciscanos espanhois André de Toledo e Domingos Brieda, pensou na conquista do Alto Amazonas e no alargamento da soberania portuguesa à maior parte da bacia amazônica. Nomeou Pedro Teixeira para a viagem que estenderia os domínios de Portugal até às terras da Perúvia. Pedro Teixeira organizou a sua expedição composta de 70 canoas, sendo 45 de grandes dimensões com 20 remeiros cada uma, 70 soldados portugueses e 1200 índios guerreiros e flecheiros. Ao todo compunha-se de 2000 elementos humanos. Em Setembro , Teixeira, saiu de Belém, seguiu pelo rio Pará, Baía do Guajará adentro até Carnapijó, subiu pela ilha do Marajó até atingir a Vila de Cametá onde

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Pedro Teixeira, fundador da cidade de Belém do Grão-Pará, em 12 de Janeiro de 1616. Ilustração do Almanaque Brasil

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João Marcelo Oliveira Machado

ultimou os preparativos da expedição. No final do mês, partiu para Gurupá, prosseguindo rio acima, para a viagem que daria ao Brasil a sua mais extensa região - a Amazônia. Em Outubro ao passar por uma vila desabitada chamou-a de Santa Luzia e mais adiante ao avistar umas ilhas de grandes extensões denominou-as " Ilhas dasAreias". Continuando a navegar em Janeiro de 1638, descobre o Rio Negro onde mais tarde se ergueria a cidade de Manaus. Prosseguindo, chega à foz do rio Payamino afluente do Napo. Passa pela Aldeia dos Pujas e finalmente em Novembro, Teixeira chega a Quito no Perú, onde é recebido triunfalmente por ser o primeiro navegador europeu a subir o Rio Amazonas em toda a sua extensão. Na audiência com o Governador e Vice-Rey do Perú, oferece-lhe a " Relação" e a cartografia sendo esta considerada uma das mais importantes das que foram desenhadas pelos conhecedores da Região. Estátua de Pedro Teixeira, em close

Em Agosto de 1639, Teixeira inicia o seu regresso. Toma posse da margem esquerda do Rio Aguarico (atual Ouro) para a Coroa Portuguesa, alí colocando um Padrão na fronteira com a cidade de Tabatinga; funda a povoação de Franciscana e descobre um grande afluente do rio Amazonas que batizou de rio Madeira. Chega a Belém do Grão Pará em Dezembro do mesmo ano sendo recebido festivamente pelas autoridades e aclamado pelo povo. Em seguida parte por via marítima para São Luís do Maranhão, a fim de dar conhecimento ao Governador do êxito da viagem. Estava consumada a ligação entre Quito e Belém do Grão Pará nos dois sentidos e a Amazônia pertencendo a Portugal. A contribuição indígena foi fundamental para Pedro Teixeira porque sem ela jamais poderia se movimentar no labirinto das águas e nem manejar com destreza as canoas. Sem barco e sem remador jamais seria possível alguém sobreviver na selva amazônica. «Jaime Cortesão» emitiu esta opinião sobre o Bandeirante Amazônico:" Por seu paramais.com.br

Fundação de Belém, obra de Theodoro Braga, 1908, Museu de Arte de Belém (MAB)

caráter eminentemente político, nacionalista e talvez pré-revolucionário. É justo que ele seja incluído no número dos grandes construtores do Brasil". O «Jesuíta Christovão d'Acuña», que acompanhou Teixeira no seu regresso escreveu " A Descoberta do Novo Rio das Amazonas "uma peça valiosa para estudos da Região. Precedendo Pedro Teixeira, outros navegadores viajaram pelo rio Amazonas: Francisco de Orellana, Walther Relleigh, Vicente Pinzón, Ojeda e Pizarro mas sem o objetivo de desbravar, colonizar e espalhar a fé cristã como o Bandeirante Português. "Pessoa a quem o céu sem dúvida tinha escolhido para esta ocasião, pois só sua prudência e suas obrigações puderam acabar aquele trabalho e feito seu serviço do seu Rey nesta jornada, não só com gastos e perdas de dinheiro, senão também com muito dispêndio da sua saúde" « Bernardo Pereira de Berredo Anais Históricos do Estado do Maranhão, p. 475» Os grandes estudiosos da Amazônia exaltam sua bravura, e «Joaquim Nabuco» assim se expressou :" Nada nas conquistas de Portugal é mais extraordinário do que a conquista do Amazonas". O insigne Bandeirante faleceu a 6 de Junho de 1641 em Belém do Pará, onde está sepultado. Sua memória está perpetuada na Amazônia nos seguintes pontos: -Rodovia Belém/ São Luís; -Batalhão da Selva do Exército Brasileiro; -Paquete de Guerra da Marinha Brasileira; -Estátua na Praça Pedro Teixeira em Belém do Pará; -Museu de Arte do Estado do Pará em Belém do Pará; -Museu Naval da Amazônia em Belém do Pará; -Além de bustos, cédulas financeiras, medalhas, ruas, praças e avenidas, etc. Foi somente após essa Expedição que confirmou-se a incomensurável riqueza daAmazônia em todos os seus aspectos.

Limoeiro do Ajuru, Cametá, (aqui parou para os preparativos). Depois fez: Limoeiro do Ajuru, São Sebastião da Boa Vista, Curralinho, Breves, Cumaru, Santa Luzia, Areias, Gurupá (ponto de partida para o Perú), Almeirim, Prainha, Monte Alegre, Santarém,Alenquer e Óbidos, Estado doAmazonas- Itacoatiara, Manaus e Tabatinga. Peru-Napo, Aguarico, Baeza, Coca, Pujas, Payamino e Quito. " Roteiro de Volta - Nomes atuais Peru-Arquidona, Napo, Aguarico (atual Ouro) Estado do Amazonas- Tabatinga, Franciscana, São Pedro de Olivença, SantoAntônio de Içá, Jutaí, Tefé, Coari. Estado do Pará- Parintins, Óbidos, Santarém, Gurupá, Breves, Bagre, Limoeiro do Ajuru, Abaetetuba, Barcarena e Belém. Arquipélago do Marajó-Ilha Grande de Gurupá, Chaves, Gurupá, Breves, Bagre, Curralhinho, São Sebastião da Boa Vista, Muaná, Ponta de Pedras, Cachoeira da Arari, Condeixa, Soure, Salvaterra, Colares, Santa Cruz do Arari, Anajás, Afuá, Melgaço, Portel, São Caetano de Odivelas, Joanes, Caviana e Mexiana. P Correspondente da Pará + em Portugal

Em sua recente visita à Belém, Anete proferindo palestra

" Roteiro de Ida - Nomes atuais " Pará-Belém, Barcarena, Abaetetuba,

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A dengue na Amazônia

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O clima na Amazônia facilita o aparecimento da dengue. Todo cuidado é pouco...

p e s a r d a preocupação com a saúde pública e com o surgimento de doenças comuns em meio às enchentes que atingem dezenas de cidades no Norte do país, a região conseguiu reduzir os casos de dengue em comparação a 2008. De acordo com r e l a t ó r i o divulgado esta semana pelo Ministério da Saúde, de 1º de janeiro a 11 de abril deste ano, os estados amazônicos tiveram redução superior a 30% no número de registros de dengue, ou seja, foram pelo menos 15,4 mil casos a menos da doença. Em Rondônia, o número de casos da dengue caiu de 6.631 para 4.854; em Tocantins, de 15.596 para 3.716. O melhor resultado ficou no Pará, onde a incidência da dengue caiu de 17.482 para 5.124. Em segundo lugar está o Amazonas, que conseguiu redução de 94,54% dos casos confirmados, de janeiro a abril de 2009, em relação ao mesmo período do ano passado. Nas primeiras 15 semanas de 2008, o estado teve 8.071 casos de dengue. Já no mesmo período deste ano, esse número diminuiu para 1.401. Os bons resultados do Pará e Amazonas não foram compartilhados, contudo, pelo Acre, Amapá e por Roraima, que registraram aumento de casos de dengue. Apior situação foi registrada noAcre onde o total de casos passou de 1.221, nos primeiros quatro meses de 2008, para 15.686, no mesmo período deste ano. No Amapá e em Roraima, os registros de 2008 (828 e 1.491) passaram para 1.978 e 3.215 , respectivamente. No caso do Amazonas, para conter o avanço da dengue, prefeituras, governo estadual e Forças Armadas atuaram em

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conjunto em uma ação batizada de Operação Impacto 2. Os trabalhos incluíram várias frentes de trabalho, como nebulização espacial (fumacê) para o controle do mosquito e anti-larvário em depósitos de água. Mensagens em contracheques de servidores, contas de

águas, extratos bancários e até um concurso sobre a prevenção da dengue nas escolas públicas também foi promovido como parte da estratégia. O que é a Dengue A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae e é transmitida através do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus. Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo.

Tipos de Dengue Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. No Brasil, já foram encontrados da dengue tipo 1, 2 e 3. A dengue de tipo 4 foi identificada apenas na Costa Rica e recentemente em Manaus.

Formas de apresentação A dengue pode se apresentar – clinicamente - de quatro formas diferentes formas: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome de Choque da Dengue. Dentre eles, destacam-se a Dengue Clássica e a Febre Hemorrágica da Dengue. - Infecção Inaparente A pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma. A grande maioria das infecções da dengue não apresenta sintomas. Acredita-se que de cada dez pessoas infectadas apenas uma ou duas ficam doentes. paramais.com.br


O ministro da saúde José Gomes Temporão fala sobre ações de controle da dengue

Ações do Ministério da Saúde O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou recentemente, em Manaus, a liberação de aproximadamente R$ 100 milhões pelo Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária para combater a incidência da malária nos próximos cinco anos em 47 municípios de seis estados amazônicos. Dos 47 municípios que serão foco das ações do projeto, 16 estão em área de fronteira internacional. A Amazônia é a região que concentra 99% da transmissão da malária no Brasil. O projeto está previsto para ser concluído em 5 anos. "Uma das ações que eu destaco no Amazonas no combate à dengue e à malária é que o LIRA (levantamento rápido de infestação do Aedes aegypti) é feito anualmente nos outros estados, enquanto que em Manaus ele é feito de dois em dois meses. E isso nos dá informações mais seguras sobre as doenças", disse o ministro Temporão. O projeto contra a Malária vai atender os 47 municípios com maior

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incidência da doença na região amazônica. Juntos, somente eles representam 70% do total dos casos registrados. São 20 municípios do Amazonas, 10 de Rondônia, 7 do Pará, 4 do Acre, 4 de Roraima e 2 do Amapá. Em 2007, dados que foram usados para a formulação do projeto, dos 458.624 casos registrados no país, esse grupo de municípios registrou 311.279 casos. O projeto pode ser resumido em 4 ações principais: fortalecer as unidades de saúde de cada município a ser atendido, garantir tratamento eficaz para as populações afetadas, aumentar a cobertura do controle do vetor (mosquito) com o uso de mosquiteiros e telas impregnadas com inseticida e melhorar a adesão da população nas ações concretas de combate, prevenção e controle da malária. A idéia é fortalecer a capacidade de diagnóstico e tratamento entre as unidades da rede básica de saúde o que passa pelo treinamento dos profissionais.

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- Dengue Clássica A Dengue Clássica é uma forma mais leve da doença e semelhante à gripe. Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas. Os sintomas da Dengue Clássica duram até uma semana. Após este período, a pessoa pode continuar sentindo cansaço e indisposição. - Dengue Hemorrágica A Dengue Hemorrágica é uma doença grave e se caracteriza por alterações da coagulação sanguínea da pessoa infectada. Inicialmente se assemelha a Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença surgem hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na pelo e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas. Na Dengue Hemorrágica, assim que os sintomas de febre acabam a pressão arterial do doente cai, o que pode gerar tontura, queda e choque. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.

Em recente avaliação do Ministério da Saúde sobre a infestação por larvas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da doença, Benevides, na Região Metropolitana de Belém, aparece como o mais alto índice de infestação predial do Estado. Segundo a pesquisa, 2,8% dos imóveis da cidade apresentaram larvas do mosquito. Os dados constam do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) 2009. O município de Santa Bárbara, também na RMB, apresentou percentual de 2,1%, seguido de Belém com 1,8% e Castanhal, com 1,7%. Abaetetuba, Ananindeua, Cametá, Marituba e Santarém estão em condição satisfatória e não apresentam risco de surto de dengue. Marabá não encaminhou os dados para processamento pelo Ministério da Saúde. O estudo foi realizado nos meses de outubro e novembro em 163 cidades de todas as regiões do País. Na região Norte, dos 23 municípios que realizaram o LIRAa, 13 estão em alerta. O número de casos de dengue notificados em todo o País caiu 46,3% entre 1º de janeiro e 1º de agosto deste ano, em relação ao mesmo período de 2008. A redução ocorreu em 20 estados e no Distrito Federal. No Pará, os casos caíram de 22.394 para 9.145, segundo o Ministério da Saúde. A Secretaria Municipal de Saúde de Belém informou que a capital aparece em estado de alerta 'por conta de sua localização, condição climática e condição de habitação'. A Sesma afirmou que faz um levantamento idêntico e que, para surpresa geral, bairros como Nazaré, Umarizal e Batista Campos são os que oferecem grande dificuldade de acesso para os agentes da dengue. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informa que tem mantido a redução dos casos de dengue na capital, em torno de 30,5% em relação ao mesmo período do ano passado, e espera fechar o ano com número inferior ao registrado em 2008, quando Belém registrou redução de quase 60% no número de casos em relação a 2007. Segundo Carlene Castro, diretora do Departamento de Vigilância à Saúde da Sesma, houve reforço nos equipamentos para as ações de combate à dengue. Ao todo são 62 instrumentos, como bombas pesadas, manuais e de uso nas costas dos agentes, além de dez motofogs (veículos motorizados) para utilização na cidade.

- Síndrome de Choque da Dengue Esta é a mais séria apresentação da dengue e se caracteriza por uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença apresenta um pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. Entre as principais manifestações neurológicas, destacamse: delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não for tratada com rapidez, pode P levar à morte.

EXPRESSO VAMOS + LONGE POR VOCÊ ! 18

MATRIZ: ANANINDEUA-PA BR 316 - KM 5, S/N - ANEXO AO POSTO UBN EXPRESS ÁGUAS LINDAS - CEP: 67020-000 FONE: (91) 3321-5200

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Núcleo de articulação vai estimular desenvolvimento industrial no Pará

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O Renapi no Pará

governo do Pará firmou recentemente um termo de cooperação com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) para oficializar a instalação do Núcleo da Rede Nacional de Política Industrial (Renapi) no Estado. O objetivo é incentivar e facilitar o acesso aos instrumentos da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), apresentada em maio de 2008 pelo governo federal, e contribuir para o aumento da competitividade da indústria paraense. Com foco no estímulo à inovação, a PDP, lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em maio de 2008, estabeleceu metas de ampliação da taxa de investimento, do gasto privado em pesquisa e desenvolvimento, da participação do Brasil no comércio internacional e da quantidade de micro e pequenas empresas exportadoras. Para isso, foram planejadas medidas de curto, médio e longo prazo, que fortalecerão a cadeia produtiva. "Pretendemos, na verdade, descentralizar as ações do programa no Brasil. Não no sentido de trazer fórmulas prontas, mas ajudar os Estados a construir sua própria política industrial. O Brasil tem hoje muitos instrumentos de incentivos financeiros e fiscais, por exemplo, que são desconhecidos da maioria das empresas de pequeno e médio porte. Tem muitos recursos que deixam de ser acessados ou são mal acessados por falta de bons projetos, e isto é muito grave", afirmou o diretor daABDI, Clayton Campanhola. Ele explicou que, além do Pará, o Renapi,

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em parceria com os governos estaduais, está sendo instalado no Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Roraima, Rondônia e Sergipe. O secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro, defendeu na reunião a importância de regionalização dessas políticas, como forma de internalizar os resultados advindos do desenvolvimento produtivo. O titular da Sedect, Maurílio Monteiro, afirmou que o governo do Pará já vem atuando em parceria com o governo federal em várias áreas, seja em programas como o Luz no Campo, o Minha Casa, Minha Vida, o asfaltamento da Transamazônica e a construção de infraestrutura industrial, como as eclusas de Tucuruí ou a melhoria do porto de Vilado-Conde, no sentido de contribuir para a política de desenvolvimento do Estado, mas também está atuando fortemente na construção de políticas públicas capazes de fomentar a competitividade e facilitar o acesso ao maior número de pessoas à informação e capacitação. "Todas estas ações estão relacionadas com O Secretário de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro , o diretor da Agencia de Desenvolvimento – ABDI, Clayton Campanhola, e o presidente da FIEPA, José Conrado, assinam o convênio de Instalação do Renapi no Pará, no auditório da SEDECT

Cooperação Segundo ele, este núcleo não corresponde a uma estrutura física, mas a uma instância de cooperação entre os governos federal e estadual e empresários, que vai contribuir para aumentar os investimentos e a inovação, além de auxiliar na identificação de demandas do empresariado paraense e na união de ações dos setores público e privado ligados à indústria. "É com grande satisfação que assinamos este convênio, porque ele acontece em um momento estratégico, em que o Estado deve receber investimentos de cerca de US$ 50 bilhões só em grandes projetos. Um momento em que as entidades de classe, as empresas e os trabalhadores estão em sintonia com o governo para desenvolver a política industrial, gerar mais emprego e renda para o Pará", afirmou o presidente da Fiepa, José Conrado. P

Eliseu Dias/Ag Pa

Para estimular o desenvolvimento industrial

a política de desenvolvimento do Governo do Estado. Esta nova parceria se junta a este conjunto de medidas para que o Pará se beneficie de toda estrutura do governo federal, no que diz respeito, por exemplo, à exportação. Foi por isso que o Pará se aproximou da China. Nossa intenção é fortalecer a economia, torná-la mais competitiva em nível internacional e consequentemente ampliar mercados para os produtos paraenses", disse Monteiro. "O dilema do Pará é nacional, mas é preciso nos integrar com capacidade de desenvolvimento produtivo. Acessar os mecanismos disponíveis na política nacional, mas trazendo para o contexto regional, de forma que se possa não apenas atrair, mas também fixar investimentos na região", defendeu Maurílio Monteiro.


A procissão de 2,5 km em homenagem à São Benedito, o popular "Santo dos Pobres", saiu da Catedral de Bragança, na orla do Rio Caeté

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A 211ª Marujada de Bragança

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Fotos: Eunice Pinto/Ag Pa

o início do mês de dezembro, a governadora Ana Júlia Carepa decretou a Marujada como Patrimônio Cultural e Artístico do Pará, além de ter entregue à população a imagem de São Benedito, depois de sete meses de restauração, uma iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). Esses dois motivos esquentaram as comemorações da 211º edição da tradicional Marujada, festividade em homenagem a São Benedito, conhecido como Santo Preto ou Protetor dos Pobres, Trabalhadores e Cozinheiros. A governadora Ana Júlia Carepa e milhares de pessoas participaram dos festejos, marcados pela missa celebrada pelo pároco Manoel Filho, da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. Pela primeira vez, a celebração ocorreu na área externa do Largo de São Benedito, localizado na orla do rio Caeté. O pároco elogiou a restauração da imagem fazendo uma metáfora com o interior do próprio homem, criado à imagem e semelhança de Deus, o grande artista.

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Da imagem de São Benedito foram retiradas camadas de pintura que levaram ao original, revelando detalhes do rosto e do Menino Jesus no colo

Em seguida, a governadora e sua comitiva seguiram junto com a procissão até o Teatro Museu da Marujada de São Benedito, em frente à praça Antônio Pereira, onde ela descerrou a placa com o decreto. Depois da caminhada, marujos, marujas, juiz, juíza e esmoleiros apresentaram, no interior do museu, danças da Marujada Retumbão e Xote.

A governadora Ana Júlia Carepa e milhares de pessoas participaram dos festejos deste sábado da Marujada, em Bragança

Investimentos Em nome de todos os marujos, a maruja Maricélia Reis agradeceu o investimento repassado pelo Governo do Estado. "Quero agradecer também à governadora por ter sancionado a lei. Volte muitas vezes ao nosso município. Obrigada por todas as conquistas que trouxe para Bragança. A Marujada é do povo de Bragança e de todos os paraenses", acrescentou. A lei sancionada por Ana Júlia é de autoria

da deputada estadual Simone Morgado, presente no evento. Ela, que também também criou a lei que torna a dança do Carimbó Patrimônio Cultural e Artístico do Estado, agradeceu à governadora por ter sancionado as leis. O secretário de Estado de Cultura, Edilson Moura, garantiu que este é o primeiro passo para o Pará também tornar a Marujada Patrimônio Imaterial e Cultural do Brasil. Para isso, é necessário que a sociedade civil organizada inicie o processo, com mobilizações e campanhas, como as do Carimbó. "O Governo do

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Estado se propõe a interiorizar todas as políticas públicas. Muito apoio tem sido dado e muitos outros

ainda virão", relatou. Ele também explicou que os técnicos que restauraram a imagem de São Benedito foram os mesmos que trabalharam na restauração da Catedral da Sé.

A governadora Ana Júlia Carepa se disse feliz com as mudanças, falando do compromisso que assumiu com a população em 2007, quando prometeu restaurar a imagem do santo. Ela falou

Emoção total

Durante a procissão

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A alegria da Marujada paramais.com.br


ainda das transformações do Estado em áreas esquecidas, como a da segurança e da saúde. "São tantas as políticas públicas que eu fico muito feliz", disse, ao assegurar que 2010 vai ser um ano de muitas conquistas para o povo de Bragança e do Pará. Em seguida, a governadora visitou a exposiçãoArte na Praça e ganhou uma tela do prefeito da cidade, Édson Luiz de Oliveira, pintada por Moacir Cardoso. Ela também ganhou um CD do cantor e compositor bragantino Bibio Bragança e comprou uma peça de madeira em forma de barco do artista plástico Miguel Lira. De lá, a governadora e sua comitiva seguiram a pé até o Pódium Clube, onde participaram do tradicional almoço oferecido pelo juiz da Marujada. À tarde, antes do início da procissão, ela visitou a Igreja de São Benedito e a imagem do santo, na qual São Benedito carrega o Menino Jesus no colo e um pedaço de pão em uma das mãos.

O encerramento da Marujada Milhares de pessoas acompanharam os festejos repletos de simbolismo, cores e emoções.

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Na procissão, a tradição se mantém intacta nos pés descalços, no chapéu com fitas coloridas das marujas e até no espelhinho que alguns marujos ainda carregam nos seus chapéus, acessório que servia para as marujas se admirarem. As presenças da capitã e do capitão, cargos vitalícios, são as mais respeitadas, assim como as do juiz e da juíza, eleitos todos os anos, depois de serem selecionados numa lista de espera. Durante os festejos, as pessoas respeitam os horários da Marujada e fecham os bares e outros locais voluntariamente. No trajeto da procissão os moradores da cidade costumam pedir e agradecer as graças alcançadas durante o trajeto, onde são vistas réplicas de São Benedito e outros objetos. Após a procissão, foi celebrada uma missa campal em frente à igreja. Depois, música e dança tomaram conta da cidade – até o famoso abraço que marujos e marujas fazem ao redor da igreja, marcando oficialmente o início e o fim da festividade. Os festejos da Marujada, entretanto, seguiram até o dia 31 de dezembro e 1º de janeiro, quando o bastão foi passado pelo juiz e pela juíza da festa para os novos promesseiros, pretendentes P inscritos na lista até 2017.

A Marujada surgiu em Bragança no final do século XVIII, quando 14 escravos negros receberam o consentimento de seus senhores para a organização da Irmandade de São Benedito, o Santo Preto, como é chamado por seus devotos. Os negros foram dançar pelas ruas da cidade em agradecimento pela conquista. Por mais de dois séculos, de 18 a 26 de dezembro, o povo bragantino festeja ao ritmo do retumbão, xote, roda, valsa e mazurca. Os instrumentos musicais usados pelo tradicional grupo regional são tambores, cuíca, pandeiros, rabeca, viola, cavaquinho e violino. As organizadoras do evento são a Capitoa e a Sub-capitoa, nomeada pela primeira. A Subcapitoa assume o bastão de direção em caso de morte ou renúncia da Capitoa. As marujas usam blusa branca pregueada e rendada e chapéu ornado com fitas coloridas. A saia, comprida e rodada, é vermelha ou branca com ramagens coloridas. As marujas mais antigas usam um número maior de fitas. Os homens são dirigidos por um Capitão. As marujas caminham ou dançam em filas. À frente de uma delas, a Capitoa, e à outra, a Subcapitoa. A dança acontece em passos curtos e volteios rápidos, que descrevem graciosos movimentos que encantam o público.

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Garibaldi PARENTE

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Belém do Piry

O

forte de Belém é ser tropicalíssima. Guaracy mira o mar. Ondas lusitanas ainda tecem inúmeros argumentos, a pedra e cal, de profícua nortista. Nos seus pontos cardinais recebe a luz, o calor, o vento e a chuva como dádivas sublimes de sensatez e incomparável faceirice. Não é por menos, o céu azulado entre nuvens de paz memoriza pacientemente a vitalidade dos embates vitoriosos e os mantém como regalo divino de oferendas no convés misterioso da grande procissão da esperança crismada nas catedrais míticas de cada romeiro - portugueses, indígenas, africanos e italianos como Domenico, Giovanni, Bologna, Landi... arquiartesões de traçados incomparáveis nas praças, nas igrejas, nos mercados, nos casarões, nos palácios. Passos de lioz revestem o caminhar seguro dos transeúntes seja na Rua do Norte ou na Orla da Baia do Saparará, espelho ritimado da cidade e que passeia como um navio iluminado pela luz da lua e pela luz dos sentidos do povo. Retinas alegres da convivência não se cansam, há sempre um movimento impregnado de feitiços e encantos. Santo Cristo Colonial nasceu numa ponta de barranco íngreme batida pelas águas de maré enchente. Por isso, o presépio é, por façanha e razão, motivo permanente de desprendimento popular ao rio dos conquistadores. O Pará navega no Pará de modo altaneiro de mará em mará, de porto em porto e eleva Belém à condição de um bem muito valioso à fruição portentosa da maior região aquáticaflorestal do mundo. Em Belém tudo se ordena harmoniosamente desde a sua fundação em 12 de Janeiro de 1616. Francisco Caldeira Castelo Branco chegou ao largo do Piry em três embarcações. Na Santa Maria Candelária vieram a tocha, a candeia e o círio para iluminar maternalmente o destino a cada purificação: na Santa Maria das Graças vieram as gemas raras envolvidas em graças luminosas para animar a alma e a fé do povo e de cada gente em particular; na Assunção veio o coração alado para ganhar os céus da bem-aventurança e a glória divina.

Mapa de

Sob a égide dessa insigne proteção celestial nasceu Santa Maria Belém do Pará de Belém do Grão- Pará para ser, gerar e abraçar o sentimento mais íntimo da cultura amazônica. Belém é o conceptáculo de manifesta impulsão entre o corpóreo e o anímico onde latejam, palpitam e vibram a magia, a sedução, o sonho e o devaneio. Belém é boca de muitos rios: Amazonas, Tocantins, Guamá, Acará, Mojú... Do Piry ao Uraricoera Belém recebe piracemas de yaras, de icamiabas, de boyúnas, de caaporas, de mapinguaris, de urutaus, de botos encantados, de jurutais, de juruparis, de anhangás. A água comanda os encantos, os mistérios, os segredos de Belém. A água é motora da imaginação fértil no fluxo-refluxo de marcante

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Mapa de Cidade de Belém e arredores em 1629, por João Teixeira Albernaz I, em Arquivo digital da Biblioteca Nacional

sensibilidade que emerge paisagística e socialmente de lagos, ilhas, paranás, igarapés, furos, igapós, pirizais, mangais, tesos e ribanceiras. No seu ambiente cultural o homem e a mulher movem-se com simplicidade e marcam suas vidas com relevante realce histórico. Quanto mais dinâmico for o ambiente mais evidentes serão os índices de desenvolvimento humano, as pegadas sagazes e os afetos mais bem queridos. Os rios enlaçam a cidade e motivam o belemense a ser um povo comunicativo, acolhedor e capaz de untar o coração de solidariedade e incisiva amizade. Pelo mar doce mar as raças viajam sem preconceitos: brancos, negros, mulatos, caboclos, curibocas e as morenas tropicanas de rara beleza. Belém não é de guerra, é uma cidade de luta coroada pela audácia e inteligência dos colonizadores, pelo espírito do morubixaba Guaimiaba e pelo destemor dos Tupinambás. A cidade é atravessada por uma linha imaginária desde a Ponta do Mel até ás ruínas do Murutucu sem efetuar nenhuma divisão e sim, exercitar um doce segredo para incitar continuadamente o sensório e o espiritual incorporados em anelos de magia. Alma e paisagem se entrelaçam sensitivamente para a realização cósmica de todos os sonhos.

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Belém mantém a paliçada erguida com cipó-d'alho, comigoninguém-pode, espada de são Jorge, tamba- tajá, abre - caminho... Belém tem a caiçara artilhada com priprioca, arruda, majerona, vindicá, cumaru, catinga de mulata, patcholim... copaíba, andiroba, amapá, pariri, caxinguba... Todas essas especiarias populares vêm desses rios dos ribeirinhos, eternos parceiros anônimos de Belém nas sabedorias e nas conquistas de retirar da floresta os bens necessários á sobrevivência. Estou agora na Rua dos Cavaleiros. Na Loja das Abusões admiro um sapinho verde com muita crença e ao mesmo tempo escuto um coaxar longínquo vindo das bandas do Igarapé do Tucumduba. É um sapo cururu pedindo mais chuva. A verdade não se esconde. Na Feliz Lusitânia ainda está inscrita a promessa de felicidade e quem a olhar de bordo da Caravela “Bem Querer” verá uma miragem real surgindo do seio das águas. A Vitória-Régia triunfante. Belém, de agora

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* Escritor

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Sérgio PANDOLFO

CONGRESSO DA LÍNGUA PORTUGUESA EM BRASÍLIA

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a condição de Titular da Academia Brasileira de discutir na capital brasileira, o futuro da língua portuguesa no evento Médicos Escritores - ABRAMES e da Sociedade promovido pela Academia de Letras de Brasília. Brasileira de Médicos Escritores-SOBRAMES (Regional "O objetivo do evento não é apenas discutir o acordo do Pará) participamos do CONGRESSO DA LÍNGUA ortográfico, que já está sacramentado, mas a futuridade da língua PORTUGUESA EM BRASÍLIA (19 a 21 de novembro de 2009), portuguesa", disse o presidente da Academia de Letras de Brasília, auspiciado pela Academia de Letras de Brasília, José Carlos Gentili, na sessão de abertura. E cujo Tema Oficial foi “A Língua Portuguesa do defendeu seu ponto de vista: “A língua é a mais viva futuro” e cujo assunto predominante foi o "Na Organização das Nações Acordo Ortográfico da LP. expressão a nacionalidade. Unidas, o português é o único idioma O congresso inaugurou Como havemos de querer que que tem duas versões. Isso é um oficialmente as festividades do disparate. Precisamos criar respeitem a nossa nacionalidade, cinquentenário da capital, a mecanismos para um transcorrer em 2010, e teve se somos os primeiros a descuidar procedimento único para como objetivos principais grafar a língua portuguesa e daquilo que a exprime e estreitar laços culturais e promovê-la". lingüísticos, discutir o idioma, sua representa o idioma pátrio?” "A língua não tem dono. É de importância internacional e as mudanças seus usuários. Há 250 milhões de falantes Sebastião Mendes de Almeida, gramático promovidas pelo acordo ortográfico, além do da língua portuguesa no mundo, dos quais 200 papel da Internet e suas relações com a linguagem. milhões estão no Brasil, 17 milhões em Moçambique, 13 milhões em A solenidade de abertura realizada no auditório do Museu Angola e 10 milhões em Portugal, cuja população, portanto, é menor Nacional da República, na Esplanada dos Ministérios, foi magnífica, que a da cidade de São Paulo", citou o presidente da Academia de entremeada com números de música e dança eruditos de alto nível, e Letras de Brasília. contou com a presença do Ministro da Educação, o Professor Fernando Convidados ilustres figuraram entre os palestrantes, como o Haddad. Nos dias 20 e 21, os debates e palestras do evento ocorreram presidente da Academia das Ciências de Lisboa (homóloga da nossa no campus da Universidade Católica de Brasília (UCB), em Taguatinga. Academia Brasileira de Letras, guardiãs, ambas, de nosso sublimado Ao conclave idioma e responsáveis por Uma das Mesas de Debates compareceram sua normatização), representantes de todos os Adriano Moreira, um dos países lusófonos homens respeitados na integrantes da CPLP literatura e presidente (Comunidade dos Países daquela casa de cultura de Língua Portuguesa), centenária da Europa. João incluindo o caçula TimorMalaca Casteleiro, que é Leste. - Mais de 600 um dos regedores da acadêmicos, professores e ortografia em Portugal, e autoridades dos oito países seu companheiro na lusófonos se dispuseram a Academia de Ciências de

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Foto do Autor com o Prof. João Malaca Casteleiro

Lisboa, filólogo e lexicólogo respeitável, autor do principal Dicionário da LP daquele país irmão. Entre os nacionais destaque para os Profs. Cícero Sandroni, atual Presidente da ABL e Evanildo Bechara, igualmente da ABL, filólogo e lexicólogo renomado e principal responsável atual pela normatização e adequação do Acordo Ortográfico, subscrito pelos oito países de expressão oficial portuguesa. Esse Acordo é de importância capital para a elevação e valorização do idioma camoniano, hoje, sem ponta de dúvida, um dos mais importantes “deste rotundo globo”, e foi defendido ardorosamente por todos os participantes do conclave. Outras personalidades presentes incluíam o Prof. Cristóvão Buarque, o presidente da Academia de Letras de Brasília, Prof. José Carlos Gentile (anfitrião oficial do encontro), o Prof. Wamireh C h a c o n , E m é r i t o d a Prof. Evanildo Bechara Universidade de Brasília e o “global” Alexandre Garcia, que falou sobre “O papel da mídia na

difusão da língua” (muito aplaudido). Inscritos havia participantes de praticamente todas as unidades federativas. Assuntos como o fortalecimento da CPLP, a LP e a cibernética, capacitação da docência, a proteção constitucional da LP e paralelos como: ensino à distância, LIBRAS, o ensino da LP em Braile e outros prenderam a atenção e garantiram o sucesso e alto nível do congresso. O povo brasileiro desconhece ou ainda não se deu conta, da importância e do alcance do português que adotamos como língua nacional, hoje guindado à posição de uma pátria imensa do tamanho do Mundo. Desconhece ser o nosso idioma um dos mais ricos, sonorosos e difundidos do mundo atual, proeminando como o quinto mais falado em números absolutos, o terceiro em números relativos e na banda ocidental do planeta, do qual Fernando Pessoa, expoente da se utilizam cerca de poesia portuguesa contemporânea t r e z e nt o s m ilh õ es d e viventes como língua materna ou segunda forma de expressão, e reconhecido como uma das “línguas universais de cultura”, ao lado do inglês, francês, espanhol, italiano, alemão e árabe. Eis razão por que se vale tão amiudada e afoitamente de estrangeirismos, máxime de anglicismos, e, o que é pior e mais deplorável ainda, sem sequer saber a exata significação e/ou adequação das palavras e expressões de que faz uso –às vezes abuso - Camões, o cinzelador da Língua Portuguesa nessas línguas alienígenas. (*)

Médico e escritor. SOBRAMES/ABRAMES www.sergiopandolfo.com

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por Dora Ramos

Nota Fiscal Eletrônica: o meio ambiente agradece

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ara as empresas que não foram obrigadas nos últimos tempos a adotarem a Nota Fiscal Eletrônica, resta uma dúvida: por que adaptar-se? A ortodoxia predomina em momentos de mudança, mas, neste caso, a inovação no formato das Notas pode valer à pena. Não só do ponto de vista dos cofres da sua empresa, que economizaria com impressão e armazenamento, mas também a partir de uma visão mais global, que comporta os efeitos de nossas escolhas empresariais no meio ambiente fragilizado do nosso planeta. Em artigo, Antônio Carlos Godoi, secretário da Fazenda de Goiás, fez uma conta esclarecedora. Primeiro, Godoi colocou frente a frente os dois formatos da nota: impresso e eletrônico, antigo e novo. O embate resultou na vitória esmagadora do formato eletrônico, já que seis vias emitidas no modelo antigo seriam completamente substituídas pela Nota em formato digital, além do Danfe, uma única via impressa da NF-e. Em suas contas, o secretário mostra que 1,25 bilhão de notas deixariam de ser impressas anualmente, ou 75 quilômetros quadrados de papel. Ainda segundo Godoi, economizaríamos 4,2 mil toneladas ao ano, o equivalente a cerca de 85 mil árvores. O que isso nos mostra? Que a adaptação a Nota se impõe não apenas pelo dinheiro, mas também pela tendência mundial de olhar seu empreendimento de forma mais abrangente, observando os efeitos, benéficos ou não, da sua empresa no planeta. Também devido à consciência social inerente ao cargo de empreendedor na atualidade. Não falamos de um ambientalismo vago e sem nexo, mas sim de um trabalho de adaptação conjunta que resultaria em milhares de árvores salvas, preservadas pelo esforço de adaptação a um novo formato que, mais cedo ou mais tarde, acabaria batendo em sua porta. Vivemos em uma sociedade movida a dinheiro, por isso, não podemos esquecer deste quesito. Um empresário que realiza transações usando a Nota Fiscal Eletrônica faz respirar os cofres da empresa ao economizar em compra,

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Cerca de 85 mil árvores serão poupadas

armazenamento e impressão de papel. São valores aparentemente pequenos, mas que quando colocados na ponta do lápis fazem a diferença no orçamento da companhia. Sem falar que, neste momento de crise, reduções nos gastos são muito bem vindas. Claro, a nova Nota também apresenta algumas imperfeições, principalmente devido ao momento de experimentação pelo qual passa. Mas são, na maioria das vezes, dificuldades que serão superadas com o tempo, como a inexperiência no manejo dos arquivos digitais e os problemas de conexão na hora de enviar o arquivo para a Receita Federal. É por isso que o seu contador deve estar atualizado com as exigências da Receita e ao seu lado neste momento delicado de transição, para esclarecer dúvidas e mostrar o caminho adequado ao porte e aos interesses da sua empresa. Adaptar-se à Nota Fiscal Eletrônica, mesmo sem ser obrigado, é uma opção que envolve mais fatores do que o dinheiro. Perpassa a responsabilidade social e ambiental dos gestores e mostra a preocupação de uma empresa com o ambiente que a envolve. Em um mundo de variações climáticas extremas,

aquecimento global e fenômenos naturais devastadores, pensar nas questões ambientais é um dos quesitos obrigatórios para os gestores que pretendem incluir seus empreendimentos no mundo comercial do século XXI, no qual não basta vender e gerar lucro, mas também considerar os efeitos de nossas ações de forma responsável. É interessante observar como uma decisão aparentemente sem relação com a preservação da natureza, revela-se uma escolha importante para o futuro do planeta, que resulta na manutenção de nossas florestas e na qualidade de vida que queremos deixar para nossos filhos e P netos. Atua no mercado contábil-administrativo há mais de vinte anos. É fundadora e diretora responsável pela Fharos Assessoria Empresarial

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Caixa duplica o crédito para o Turismo

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esempenho é resultado de estratégia de atendimento e produtos específicos para o setor A Caixa Econômica Federal investiu, no ano de 2009, R$ 2,97 bilhões em crédito para empresas de turismo, o que representa um crescimento de 105% em relação ao valor aplicado em 2008, que chegou a R$ 1,45 billhão. O resultado coloca a Caixa como destaque entre as instituições financeiras que apoiam o setor. O desempenho é fruto de um trabalho iniciado em 2003, quando a Caixa definiu a cadeia produtiva do turismo como um de seus nichos estratégicos. Com isso, o banco identificou as peculiaridades e necessidades do setor e desenvolveu produtos específicos, como o Investgiro Proger Turismo, o Credfrota, o Convênio Cartão Turismo e o Fungetur. No ano passado, após a divulgação da estratégia de atendimento às micros e pequenas empresas do segmento turístico, que têm representatividade de cerca de 97% da cadeia produtiva, a Caixa ampliou seu portfólio de produtos, com o lançamento do FAT Giro Setorial. A atuação da Caixa, realizada em parceria com o Ministério do Turismo, se consolidou com o patrocínio do Salão do Turismo, realizado no mês de julho, em São Paulo, e considerado o maior da América Latina. Segundo o superintendente nacional de

Micro e Pequena Empresa da Caixa, Zaqueu Soares Ribeiro, “2009 foi o ano do turismo na Caixa. O crescimento de 105% no crédito contratado com pessoas jurídicas foi possível porque a Caixa vem respondendo às necessidades do setor”. Sobre 2010, o superintendente diz que “a

expectativa é de que o ano seja ainda melhor, considerando que as empresas do setor começarão a se preparar para receber os turistas que vêm assistir à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016. Com isso, esperamos expandir nossas contratações no Fungetur e FAT Giro Setorial, duas linhas de crédito em que a Caixa atua como agente financeiro exclusivo, aumentando nosso apoio ao P setor”.

2009 foi o ano do turismo na Caixa paramais.com.br

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por Hinton Bentes Quem quiser pagar menos Imposto de Renda (IR) ou receber uma restituição maior em 2010 tem que se preparar agora

Educação Fiscal e o Imposto de Renda

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009 foi um ano de chegada de muitas informações para todos nós brasileiras, tanto dentro da política como da economia e a Educação Fiscal não poderia deixar de ser comentada ainda mais quando chegamos à época do Imposto de Renda. De acordo com o Código Tributário Nacional – CTN: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada

Os planos do tipo PGBL podem ser deduzidos do IR, até o limite de 12% da renda

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mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” (Art. 3º. CTN, Lei 5.172/66). De acordo com o art. 5º, CTN, os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. A Educação Fiscal é uma ponte que nos liga a essa fonte de saber, uma porta que se abre para a construção de um processo de participação popular. Segundo Pedro Demo (1996), "participação é conquista social " e com certeza muitas dos benefícios sociais que temos são advindos desta contribuição. No Brasil, a crescente participação popular no processo orçamentário revela uma alternativa de democracia participativa e dentro dessa ótica, muito tem sido feito com base na Constituição Federal de 1988, que tem como fundamentos a construção de uma sociedade livre, justa e solidária; o combate à pobreza e à exclusão social. Agora com a chegada do final do ano e muitos de nós ainda estão pensando apenas em Natal, Ano Novo e férias, mas quem quiser pagar menos Imposto de Renda (IR) ou receber uma restituição maior em 2010 tem que se preparar agora. Segundo a Receita Federal os gastos que podem ser deduzidos do IR, como

aplicações em previdência privada e doações, têm que ser feitos até 31 de dezembro de 2009 para poderem ser aproveitados já na declaração entregue até o final de abril de 2010. Mas Gerson Stocco Siqueira, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) do Rio de Janeiro, alerta que "para a pessoa física, não tem muitas manobras" para pagar menos IR. "Tudo tem limite ou proibição", diz o especialista. No momento em que o indivíduo passa a perceber a dinâmica e a importância desses processos para sua vida, há grande possibilidade de mudança de paradigma. Fica mais explícito que o tributo é a contribuição de todos para construirmos uma sociedade mais justa, o que só será possível com o controle popular do gasto público. Essa consciência estimula a mudança de comportamento em relação a sonegar e malversar recursos públicos, atos que passam a ser repudiados como crimes sociais, uma vez que retiram dos cidadãos que mais dependem do Estado as condições mínimas para que tenham dignidade e esperança de construir seu futuro com autonomia e liberdade. Vale lembrar ainda que a Receita já anunciou que no ano que vem, vai apertar paramais.com.br


o cerco aos contribuintes. Quem declarar deduções, cair na malha fina e depois não conseguir comprová-las vai pagar multa de 75%. Portanto, fique atento: guarde todos os comprovantes relacionados à declaração do IR.

Previdência Privada A previdência privada é uma das opções para pagar menos IR. Os especialistas lembram que apenas os planos do tipo PGBL podem ser deduzidos do IR, até o limite de 12% da renda. Quem tem o plano do tipo VGBL não pode deduzir as contribuições do IR; em compensação, paga imposto apenas sobre os rendimentos. O PGBL também só é vantagem para quem declara pelo modelo completo do IR, já que no simplificado é usada a dedução-padrão de 20%. Os especialistas lembram que a declaração simplificada tem suas vantagens, já que não é preciso comprovar os gastos e portanto a chance de ficar na malha fina é bem menor. Rogério Ramos, consultor do IOB, alerta que o plano de previdência privada tem que estar no nome de quem faz a declaração. "Se estiver no nome de outra

pessoa, a declaração tem que ser em conjunto, mas a pessoa tem que ter sua própria renda", diz ele. Ou seja: quem faz o plano em nome de um filho, por exemplo, tem que fazer a declaração em conjunto com ele e o filho tem que ter sua própria renda. O limite de 12% vai ser da renda do filho, nesse caso.

Doações

Alguns tipos de doações podem ser deduzidos do IR, como as feitas a projetos de incentivo à cultura e a fundos municipais, estaduais ou nacional da criança e do adolescente. Ramos, do IOB, diz que, para poder se beneficiar da dedução, é preciso fazer a doação diretamente ao fundo ou instituição responsável pelo projeto cultural. Portanto, se estiver na dúvida, informe-se com a instituição sobre a possibilidade de deduzir a doação do IR antes de fazê-la. De acordo com Siqueira, muitas pessoas fazem doações a familiares, por exemplo quando os pais ajudam um filho adulto a comprar um imóvel. "Como a pessoa que comprou o imóvel não tem renda compatível com a compra, o melhor é declarar no IR uma doação dos pais ao filho. Essa doação não pode ser deduzida, mas também não é pago IR sobre o valor", explica o especialista. Para os gastos médicos, não há limite

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Despesas médicas e de educação Segundo os especialistas, se for possível adiantar alguma despesa médica (fazer um tratamento que já se sabe que será necessário até o final do ano, por exemplo) ou educacional (pagar matrícula antecipadamente, por exemplo), pode ser vantajoso, já que o benefício vem já no próximo IR e não só no de 2011. No entanto, Siqueira alerta que no caso das despesas com educação, que são limitadas, só há vantagem se os gastos desse tipo no ano ainda não tiverem ultrapassado o limite. Em 2008, o limite era de R$ 2.592,29 por pessoa por ano. Para os gastos médicos, não há limite. Mesmo com estas observações de como deduzir o imposto sem sonegar devemos também ter a visão de que é necessário acrescentar que essa função de resolver os problemas sociais só será cumprida de maneira satisfatória se as políticas públicas forem menos de governo e mais de Estado. Isto é, o enfrentamento da dívida social no Brasil requer que a intervenção do Estado seja mais ampla, estruturada e duradoura, contando com recursos (financeiros, humanos e institucionais, entre outros) que possibilitem transcender os governos em exercício. Esse é o caso das atuais políticas de previdência social, de saúde, de assistência social (em particular, os Benefícios de Prestação Continuada)edeeducação. E, para tanto, a participação da sociedade é crucial. A transformação das políticas públicas em políticas de Estado (ou a manutenção delas como tais na atualidade brasileira) depende de entidades civis numerosas, organizadas, mobilizadas e demandantes de soluções P efetivas para os problemas sociais. Administrador

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por Dulce Rosa de Bacelar Rocque

Assim se passaram

ia 10 de janeiro de 2000, vitima de um ataque cardíaco, morria Carlos Rocque, jornalista e historiador paraense, conhecido como “repórter da História”. O aniversário de Belém se aproximava e ele tinha acabado de gravar uma matéria especial sobre seu 384º. aniversário, quando aconteceu o fato. Apaixonado como era pela sua cidade, tinha percorrido com a equipe jornalística, vários pontos históricos, narrando episódios da história de Belém. Filho de Felix Rocque, famoso “animador” da Festa de Nazaré nos idos anos 40 e 50 do século passado, Carlos era o segundo dos quatro filhos de seu primeiro casamento. Nasceu no dia 28 de abril de 1936. Lembro que, no ano seguinte da morte do nosso pai (1958),. Carlos segue para o Rio de Janeiro (1959) onde inicia sua carreira jornalística trabalhando no Diário de Noticias. Em poucos anos, meus meios-irmãos foram embora daqui levando nossa “vó Rosa”, mas ele volta. Sua estadia em outras plagas dura pouco pois, em 1960 já estava em Belém e tinha começado a trabalhar na Folha do Norte e na Folha Vespertina. Em 1961 passa a trabalhar nos órgãos de imprensa dos DiáriosAssociados. Eu estudava no Paes de Carvalho quando ele participou de um programa de perguntas e respostas transmitido pelo rádio. Os jornais comentavam seus feitos com fotos. Bonito como era, chamava a atenção de todas as minhas colegas e amigas que vinham, no dia seguinte do programa, me pedir suas notícias. Quando ele lançou em 1962 seu primeiro livro “O Poço dos Anseios Perdidos”, era seu livro que elas vinham pedir emprestado. Em 1963, lança

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Foto arquivo, gentileza do Diário do Pará

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dez anos... Carlos Rocque com Laércio Barbalho e Luis Claudio J. Alves

outro livro “Logo depois das chuvas”. Sua carreira de escritor tinha começado. Com Franklin Aguiar, na gráfica Mitograph inicia outro trabalho. Passa então para a pesquisa e em 1967 lança “A Grande Enciclopédia da Amazônia”. Foi um sucesso. A partir daí, e por quase vinte anos, não parou mais. Lançou: 1971 –Antologia da CulturaAmazônica; 1973 –Antonio Lemos e sua época; 1978 – História dos Municipios do Pará; 1980 – Depoimentos para a História Política do Pará; 1980 -História deAProvincia do Pará; 1981 – A história do Círio e da Festa de Nazaré; 1983 – A formação revolucionária do Tenente Barata; 1985 - Cabanagem: epopéia de um povo. A volta da democracia o aproxima mais a política e o leva a outras batalhas. Suas pesquisas sobre a nossa história o fazem sonhar com monumentos. De fato, começaram em 1983, durante um encontro com o governador do Pará, Jader Barbalho, os primeiros esforços para a construção um Memorial à Cabanagem. Em 30 de janeiro de 1984, aconteceu, em

Brasília, uma reunião entre Jader e Niemeyer para convida-lo a participar do projeto do festejos em homenagem aos cabanos. O convite foi aceito: Niemeyer o faria grátis, precisava, então, localizar os restos mortais dos líderes cabanos e transporta-los para a cripta. Resumindo: em 1986, foi inaugurado o museu-cripta, mas nos últimos anos ele está desativado. (Não sei quanta gente chegou a visitar essa cripta) O Círio se aproximava e Carlos, então Presidente da Companhia Paraense de Turismo – PARATUR, idealiza uma romaria fluvial em homenagem a N.Sra. de Nazaré a padroeira dos navegantes ribeirinhos. Em 8 de outubro de 1986 aconteceu a primeira romaria nas águas barrentas de nossa baía do Guajará, com tantos barcos enfileirados, embandeirados, multicoloridos e com tanta gente feliz e cheia de fé. Hoje, barcos de todos os tamanhos, tipos e modos de propulsão (remos, vela, motor) seguem, enfeitados de branco e amarelo o que se tornou uma tradição, a sua Romaria Fluvial do Círio. No mesmo ano , o Museu do Círio que paramais.com.br


t i n h a idealizado, é i n a u g u r a d o (09/10/1986) no subsolo da Basílica de Nazaré. Seu acervo foi formado por doações feitas por instituições e por p a r t i c u l a r e s , principalmente “promesseiros”. Somente em 12/2005, o Museu do Círio foi para um novo local, no casario da Padre Champagnat, passando a fazer parte do Núcleo Cultural Feliz Lusitânia. Iniciou então a correr atrás de outro sonho: uma homenagem a Magalhães Barata. O memorial seria o ápice das comemorações pelo centenário de nascimento do mais famoso governador do Estado. Um concurso público foi feito para escolher a proposta mais adequada. Os arquitetos Stélio Santa Rosa, Rui Ventura e Luís Guilherme, foram os vencedores e projetaram o memorial em alusão a um dos símbolos de Barata. No dia 19 de abril de 1988 acontece a inauguração do monumento em forma de capacete na Praça da Leitura que abriga o alaúde que contém o corpo de Magalhães Barata... (Será que as escolas levam seus alunos a visitá-lo? E os turistas tem acesso a ele?) Foi diretor de navegação da Empresa de Navegação da Amazônia e depois seu presidente. Voltou à escritura em 1997 com LOPO DE CASTRO E AS LUTAS DA COLIGAÇÃO. Em 1998 lança o primeiro volume de - MAGALHÃES

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Carlos Rocque

BARATA: O HOMEM, A LENDA, O POLÍTICO (o segundo volume foi publicado post mortem em 2006). Não deu tempo para publicar outros livros, praticamente prontos e realizar outros sonhos. Um deles, fruto da sua devoção por N. Sra. de Nazaré : um monumento em sua homenagem. Outro sonho que ficou incompleto era relativo ao reconhecimento pela sua contribuição intelectual. O Instituto Histórico e Geográfico do Pará já o tinha elegido membro efetivo, mas seu coração não permitiu a posse.

A Câmara de B e l é m o agraciou com o título de Historiador da Cidade e teve gente que não gostou. De fato, alguns acadêmicos torciam o nariz ao ver suas obras pois eram fruto do trabalho de alguém que “não tinha títulos”. Ele não era formado nem em jornalismo, nem em história, mas fez muito pela nossa cultura e pela nossa história... É um filho da nossa terra que, como tantos outros, está esquecido. O que ele fez por Belém, ficou, mesmo se maltratado, abandonado, quase perdido e até julgado sem sentido. Outro dia encontrei um volume da sua Antologia da Cultura Amazônica, no lixo. Levei-o para a minha estante e fiquei pensando no tempo que levou para coletar aquelas informações, datilografar, corrigir, publicar, doar e vender num tempo em que não existia ainda computador nem internet. Carlos Rocque o Repórter da História, ocupou por 19 anos a cadeira 10 da Academia de Letras, aquela dos historiadores e, como acontece com outros escritores paraenses já falecidos, é uma dificuldade encontrar seus livros. O consideravam sisudo, mas eu só me lembro dele com um sorriso nos lábios. P

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por Pedro Cardoso da Costa

Falta uma pedra...

A

o contrário do famoso poema, no meio das cidades faltam muitas pedras. Grande parte da população brasileira conhece aquelas pedrinhas que servem de calçamento em alguns pontos da cidade, mais em frente a órgãos públicos. Como regra, São brancas e pretas. Pequeninas. Quase uniformes. Parecem quebradas de

pedras grandes. Não sei denominá-las corretamente. Interligadas por massa de cimento, são comuns se desprenderem. Não se sabe se em decorrência de uma massa ruim, ou do trabalho de um profissional desqualificado. Ou de ambos. Ou pelo desgaste natural. Começa a deterioração sempre por uma que, muitas vezes, fica visível num canto próximo de onde saiu. Um buraco no chão e a pedra solta para tropeço de uma pessoa, um idoso. Arma para um moleque mais atrevido. Porteira que passa um boi passa uma boiada. Pode até d e m o r a r o surgimento da primeira pedra arrancada, mas daí em diante, com muita rapidez o buraco de uma pedra se torna uma vastidão. Tão visível quanto corriqueiro aos olhos do cidadão, imperceptível aos ó r g ã o s d a Administração Pública. Como diz

o ditado que o pior cego é o que não quer enxergar, eis que a questão é de como forçar que esses órgãos percebam e devolvam a primeira pedra ao seu lugar, antes do surgimento da cratera. Todas as administrações deveriam ter equipes permanentes para taparem esses buracos sem necessidade de concorrência pública. Como também para outras emergências. Criar mecanismos de preservação. Apenas como exemplo, paredes pichadas ou rabiscadas deveriam ser pintadas de imediato. Essa ação rápida evitaria o aumento da degradação por aquele oportunista que só aproveita do meio caminho andado. Com a reparação do dano no seu nascedouro, evitaria a necessidade de se contratar uma empreiteira ou profissional para restaurar a rua ou o prédio por inteiro. O cidadão ganharia porque o teria sempre preservado e sem a necessidade de gastar milhões para a recuperação total. Talvez seja a razão principal da pedrinha não ser devolvida ao seu lugar. Empreiteira não repõe uma pedra. Pedras repostas não permitem a devolução de percentual de licitação. Com certeza, relevante seria a devolução da pedra que falta, não a sua nomenclatura. Reponha a pedra que falta P uma no meio da calçada. Bel. Direito, Interlagos/SP

O buraco de uma pedra se torna uma vastidão

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por Mariuza Pregnolato

Ano Novo!

U

Aproveite para mudar sua Vida

m novo ano está começando. Não existe momento melhor para varrer da sua vida tudo aquilo que não o satisfaz e estabelecer novas metas, permitir que seus mais lindos sonhos brilhem à sua frente e partir para a realização de cada um deles. Mas como fazer para que eles realmente se concretizem? Isso é possível? A resposta é um sonoro SIM. Tudo o que você tem a fazer é concentrar a sua energia na realização de suas metas. O que você precisa é acreditar em si mesmo, assumir que é capaz de transformar sua vida, arregaçar as mangas e pôr a mão na massa. Se você não sabe por onde começar, experimente seguir esses passos: I * Em primeiro lugar, é importante identificar e destacar qual é a sua prioridade. Não é raro que as pessoas alimentem muitos sonhos de modo que, no momento de propor-se a realizálos, podem se perder num amontoado de desejos, deixando que a energia se disperse e não sejam capazes de finalizar nenhum deles. Então, o primeiro passo é ter em mente, de forma muito clara, o que é mais importante para você. Se você ainda não tem isso claro, faça uma lista de tudo o que você deseja, sem omitir nem censurar nada, mesmo que, à primeira vista, pareçam mirabolantes. Uma lista mental não tem a mesma força de uma escrita. Portanto, encha um folha de papel, se quiser, com tudo o que você quer ter ou ser, em forma de tópicos e tendo, como pano de fundo, a convicção de que essas aquisições o deixariam feliz. A seguir, dê uma nota de zero a dez para cada um desses itens, atribuindo o valor mais alto àquilo que você mais deseja e notas mais baixas àqueles menos importantes, desta forma hierarquizando seus sonhos. A partir disso, decida em qual desses sonhos você vai investir sua energia e parta para a etapa seguinte.

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Essa fase é importantíssima porque vai depender do quanto seus sonhos falam ao seu coração para que você realmente consiga ater-se a eles. Se você não consegue decidir-se por uma prioridade, esse pequeno exercício de listar sonhos já foi, no mínimo, suficiente para detectar um problema sério – a indecisão. Saiba que ela é limitadora das suas potencialidades e que, se não for trabalhada, poderá afetar as suas realizações para o resto da vida. Há pessoas que desejam muitas coisas, mas não são capazes de abrir mão de nada, de modo que fica difícil fazer uma escolha porque, com isso, sempre lhes parecerá

perder as demais. Se for este o seu caso, sugiro que você coloque no topo da sua lista: “Aprender a escolher o que é realmente importante para a minha própria vida”. Busque ajuda especializada, se for preciso, mas comece por aí. Sem descobrir o que você deseja da vida, você estará sempre à deriva, sendo levado pelos acontecimentos. I I * Já decidiu qual é a sua meta? Então, seja claro e objetivo. Não vai adiantar muito você saber o que quer se a sua meta não for específica. Uma meta do tipo:

“Quero estudar no exterior” é muito vaga e não lhe oferece os elementos necessários para viabilizá-la. Portanto, esclareça-a detalhadamente. Por exemplo: “Vou estudar Gastronomia em Paris em 2008”. Uma vez que o seu maior desejo se tornou claro, é o momento de usar o seu bom senso para avaliar se ele é viável; inviável a curto prazo; ou definitivamente inviável. Sonho viável: Se, por sorte, ele estiver enquadrado no primeiro caso, visualize-o em detalhes, como se ele já fosse realidade. Guarde essa imagem com você e parta para a ação imediatamente (terceira etapa) , confiando nos seus insights e envolvendo-se integralmente no projeto, com a mente alegre, num estado de antecipação da vitória. Sonho inviável a curto prazo: Se for o segundo caso, isto é, se tratar-se de algo que parece possível, mas difícil de ser alcançado, divida-o em etapas, cumprindo cada uma delas de modo que, a cada passo, você estará se aproximando da meta final. E alegre-se com a descoberta de que você poderá atingi-la a partir do primeiro passo, e que cada etapa poderá ser muito prazerosa, como degraus que o levarão aonde você deseja chegar. Às vezes, descartamos sonhos muito importantes por parecerem inalcançáveis num primeiro momento, quando, na verdade, podem tornar-se perfeitamente viáveis, dependendo de como for abordado. Um exemplo: digamos que você seja a pessoa do caso acima, cujo maior sonho seja estudar Gastronomia em Paris e que, no momento, lhe parece impossível porque seu salário mal dá para seus gastos atuais, não fala francês, não sabe quase nada de culinária e não pode contar com amigos que morem na França para facilitar sua vida. Nessas circunstâncias, é mais provável que você não conseguirá realizar seu sonho a curtíssimo prazo, mas você poderá pôr efetivamente o pé na estrada neste paramais.com.br


momento, com algumas mudanças devidamente planejadas no seu dia-a-dia. Nesta fase, você poderá, por exemplo, iniciar um curso de francês e passar a viver de 90% de todo o dinheiro que você ganhar, seja lá quanto for que você ganha, investindo os restantes 10% numa conta que você se proporá a sacar somente quando for para Paris. Descubra que, por menor que seja a sua renda, é possível viver com noventa por cento dela. Usando sua criatividade, você poderá descobrir até um modo de gerar mais receita. Fale com as pessoas sobre o seu projeto, comprometendo-se com ele. Busque a maior quantidade possível de informações sobre tudo o que envolve o seu plano e veja-se realizando-o. Você ficará surpreso com a quantidade de situações e facilidades que surgirão para dar-lhe suporte nessa empreitada. Quando você se dedica de corpo e alma a uma tarefa, tudo ao seu redor se modifica de modo a ir abrindo caminhos para a sua passagem. Na etapa seguinte, você já estará muito mais próximo do seu objetivo: Terá uma pequena economia, muitas informações e novas portas abertas (atualmente impensáveis), estará aprendendo francês e, por causa disso, já terá conhecido outras pessoas que também se interessam pela França e, certamente, estará muito mais convicto de que a concretização do seu projeto não só é possível, mas se aproxima bem mais rápido do que você imaginou inicialmente. Disporá de novas ferramentas, desconhecidas até então. Acredite que, ao direcionar nossa energia para uma meta, nós passamos a enxergar melhor as oportunidades e a criar situações que nos favoreçam. Você irá aprender sobre bolsas de estudos, entidades financiadoras, habitações mais

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econômicas, tipos de cursos de Gastronomia, descobrir amigos que já realizaram experiências semelhantes, enfim, no momento de replanejar sua próxima etapa, ou o próximo ano, você já estará acelerando o passo em plena viagem, aperfeiçoando seu plano em pleno vôo. Sonho definitivamente inviável: Se for este o seu caso, simplesmente desista e busque um objetivo viável. Há aspirações que não tem correspondência com a realidade e seria insano, autodestrutivo e

inútil insistir nelas. Por exemplo, se você é uma jovem de vinte anos que mede 1,50m, por mais que você deseje ter a altura da Nicole Kidman, nada funcionará. Não há outra solução, a não ser aprender a lidar com a própria frustração, descobrindo que é possível ser feliz sendo da altura que você é. Seja qual for a sua situação, se o seu sonho é impossível, comece por aí, aprendendo a valorizar-se e a amar-se com as condições que você tem, sonhando com metas alcançáveis. Se não consegue fazer isso por si só, busque ajuda. Só depois disso será possível partir com confiança em busca da realização de sonhos possíveis, que poderão lhe trazer muita alegria e

elevarão a sua auto-estima. III * Mãos à obra. É fundamental que, ao tomar uma decisão, você aja imediatamente, envolvendo-se no processo de viabilizar a concretização do seu sonho. Planeje de forma objetiva a estratégia que adotará e siga-a com confiança e determinação. Evite pensamentos negativos e não dê ouvidos a conselhos pessimistas e irresponsáveis que possam afastá-lo de sua meta. Lembre-se de que trata-se da sua vida e só você é responsável por ela. Não importa se o seu sonho pode parecer irrelevante ou maluco para as outras pessoas. Ele é importante para você e isso basta. Grandes gênios da história foram considerados loucos por insistirem em idéias que somente para eles faziam sentido, mas foi a sua persistência que transformou suas vidas e, em muitos casos, modificaram o rumo da história, deixando-nos grandes exemplos do quanto é possível realizar quando se adere totalmente a uma idéia. Concentre-se nos seus pontos fortes, atuando de modo a enfraquecer, contornar ou eliminar os obstáculos que vão surgindo no caminho, procurando criar sempre condições mais favoráveis. Se a sua programação envolver um esforço diário, faça uma agenda semanal detalhada, para que você possa disciplinar e otimizar o uso do seu tempo, incluindo intervalos de descanso e intercalando as atividades mais pesadas com aquelas mais prazerosas. Pode parecer meio militar, à primeira vista, mas funciona muitíssimo bem. Ao organizar o seu dia-a-dia no papel, talvez você até descubra que há espaço para incluir mais alguns projetos, sem prejudicar o seu sonho número. IV * Seja flexível. Faça correções de rota,

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analisando o que está dando certo e aprendendo com os erros, de modo a ir aperfeiçoando sua estratégia durante o caminho. Se o programa que você elaborou deixa-o tenso ou estressado, tenha flexibilidade para modificá-lo de modo que a sua execução seja o mais prazerosa possível, incluindo momentos de lazer e descontração. Excesso de rigidez pode pôr tudo a perder, levando ao desânimo. No entanto, alguma disciplina é necessária para que você se habitue a uma rotina cujo objetivo seja beneficiar a você mesmo. Concentre sua atenção na busca de novas soluções, usando sua criatividade e buscando sempre informações que possam ampliar suas possibilidades. V * É normal que, em alguns dias, você não esteja muito disposto e sinta desânimo, vontade de abandonar o seu programa, que poderá parecer pesado. Nestes momentos, permita-se suavizar as exigências para consigo mesmo, acreditando que trata-se de uma necessidade do seu corpo e que, se você respeitar-se e atendê-lo, será passageiro. Durante essa fase, tente não abandonar o seu programa; por outro lado, amenize-o realizando pequenas doses de cada uma das suas tarefas, apenas para que não perca o contato com a sua meta, mas sem estressar-se. Por exemplo, se você elaborou uma agenda semanal que inclui duas horas de estudo do francês, duas horas de musculação além da sua rotina do escritório, descubra uma forma sua para amenizar o programa durante esta sua fase menos estimulante. Faça somente quinze minutos de musculação em casa mesmo e proponha-se a estudar mais quinze minutos de francês. No trabalho, dê atenção ao que for prioritário e permita-se ser menos exigente consigo mesmo nas atividades menos importantes. Durma mais e procure relaxar, sem culpa. Pensar

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que uma atividade que está sendo desgastante levará só quinze minutos é animador e você terá obtido, com isso, algumas horas adicionais no seu dia, sem perder o contato com o seu programa. Seja natural e ouça a sua intuição, mantendo a tranqüilidade interior. Dê espaço para que a natureza também faça a sua parte, perdoando-se pelos momentos de ritmo desacelerado. Você continuará caminhando, mesmo através de pequenos passos. Procure lembrar-se de que os maus momentos não perduram. O seu sonho continua brilhando, lá na frente. Logo você estará revigorado para retomar ao ritmo anterior. VI * Confie completamente na sua força interior. Tenha fé, principalmente em você mesmo. Essa convicção é incrivelmente poderosa e contagiante. Ela faz com que as situações se rearranjem, oferecendo saídas espontâneas e inesperadas. A sorte desfila diante de nós o tempo todo, mas só quando acreditamos nela e desejamos realmente enxergá-la é que conseguimos vê-la. VII * Faça sempre o melhor que você puder, com qualidade, transparência e generosidade. Isso multiplica a sua energia e traz a sensação de bem-estar. Faça o melhor para você sem prejudicar ninguém. Entenda que a sua postura determina a forma como o mundo reage a você. Uma atitude generosa, visando a beneficiar a você e a todos os outros faz as coisas acontecerem com maior fluidez. VIII * Ao ir se aproximando de sua meta, inclua novos sonhos, afastando a inércia de perto de você. Neste estágio, você já saberá fazer acontecer e já terá constatado que tudo aquilo de que precisava já existia dentro de você o tempo todo, só precisava ser ativado, aperfeiçoado ou posto em prática. Essa é uma potencialidade que nunca se esgota e, por isso, poderá sempre levá-lo para onde você desejar. E a sua

auto-estima ganhará muito com isso. O final do ano é o fechamento de um ciclo. Você pode determinar que uma nova versão de você, melhorada, está nascendo com o novo ano. Todos possuímos, dentro de nós, os recursos necessários para determinar o rumo que nossa vida tomará. A construção do nosso futuro é feita a cada passo do dia-a-dia, que deve ser vivido intensamente. Saber enfrentar com coragem e otimismo os percalços inevitáveis, também faz parte dos nossos recursos. Somos suficientemente fortes e capazes para tudo isso. Somos uma maravilhosa criação, dotada de autoregulação para efetuar todos os ajustes necessários a cada nova situação. Basta que nos conheçamos melhor para usar todo o nosso potencial disponível em nosso próprio benefício. Não seja apressado, seja ativo. Às vezes é preciso adiar pequenas gratificações imediatas para que se alcance um objetivo muito maior e mais valioso a médio ou longo prazo. A sua vida pode ser longa. Faça-a ser bela durante todo o tempo. E nunca deixe de sonhar. P Psicóloga clínica e terapeuta corporal

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por Aírton Faleiro

2010 de muito mais conquistas

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009 foi um ano de muitas realizações e deverá anteceder um ano ainda melhor. Neste ano que se encerra o Pará teve seus desafios e também teve suas vitórias. Num período em que a crise econômica mundial se abateu sobre todos os continentes, o Brasil teve como se superar e mostrar a força do nosso país para enfrentar uma crise deste porte. Foram criados planos de emergência, readequações foram necessárias e a união de vários setores foi exigida. Vemos hoje que a nação conseguiu transpor esta barreira e a nossa economia teve fôlego para se sustentar. No nosso estado, sim, tivemos dificuldades, mas as sementes plantadas pelo projeto político do PT mostraram que sim, mesmo com o caráter agroexportador do Pará, poderíamos enfrentar a crise e que nossa economia teria gás para passar pela “turbulência que veio dos EUA”. E foi mais uma vitória para o estado. Não só a governadora Ana Júlia está de parabéns, mas também todos os setores que se uniram em torno de um bem comum, a manutenção da economia paraense. Foi um excelente trabalho. Em três anos de governo o PT vem cada vez mais consolidando seu projeto para o fortalecimento e desenvolvimento do Pará. As obras de Ana Júlia nem sempre estão a vista, mas estão no dia-a-dia de cada cidadão. O governo Ana Júlia priorizou as pessoas, o povo, como ela sempre diz em seus discursos: a autoridade maior. E é para o povo que o governo vem trabalhando através de políticas públicas e programas que levam à população os serviços a que se têm direito e de uma forma digna. O PT governa o Pará, pelo Pará e para todos os Faleiro agradece em café da manhã os voluntários do Comitê de apoio a Altamira

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que vivem nessa terra. E ainda há muito o que se fazer. Quando chegamos ao

Discursando no Auditório João Batista

governo tivemos que “arrumar a casa” e depois passamos a implantar ações para formar uma base sólida para esta governança, ou seja para se colher os frutos, temos que antes de tudo, semear bem o terreno. E foi o que fizemos. Na qualidade de parlamentar e líder de governo trabalhei intensamente para a aprovação na Assembléia Legislativa de programas que foram de encontro ao anseio de toda a população. Com isso políticas voltadas para a juventude, para o agricultor familiar, para o ribeirinho, para as populações tradicionais, para servidores públicos, para as mulheres, segmentos nem sempre lembrados anteriormente. Os programas Bolsa Trabalho, Navega Pará, Água Para Todos, Caminhos da Parceria, Campo Cidadão levaram a reafirmação da cidadania a quem vive tanto na área urbana como rural. Todos foram beneficiados.

Os investimentos na área da segurança pública e assistência social permitiram um avanço nunca antes visto no nosso estado. A construção de delegacias e centros de referência de assistência social, a realização de concursos públicos para a polícia (militar e civil) e o reaparelhamento da polícia, a capacitação de servidores, entre outras medidas são prova desse compromisso do PT com o povo paraense. Estamos sim no caminho certo e vamos continuar trabalhando no que acredito ser um projeto político consolidado que revoluciona o Brasil, governado pelo presidente Lula e o Pará, governado porAna Júlia Carepa. Este ano tivemos uma grande satisfação que foi a aprovação no Conama do Zoneamento Ecológico Econômico, o ZEE da zona oeste, particularmente uma bandeira que levantei por considerar uma peça fundamental para a regularização fundiária do Estado e também para o fortalecimento da economia estadual. O ZEE é o primeiro instrumento técnico que vira uma política pública abrigando todas as características sócio-econômicas das regiões – ainda há o ZEE Calha Norte e Zona Leste – e se constituindo em um mapeamento das possibilidades dessas regiões. Como já disse e volto a ressaltar estamos no caminho certo. Por estes e tantos outros motivos 2009 é um ano para se comemorar e ter certeza que 2010 será ainda melhor. A fé que temos em dias cada vez melhores, nos move sempre a acreditar num futuro com mais oportunidades e com mais dignidade e portanto, de paz. A todos e um 2010 repleto de paz. P Deputado estadual, líder do Governo na Assembléia Legislativa

Na abertura do Frutal e Flor Pará

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por Rogério Gimba

O Emprego e a Pequena empresa brasileira

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lá amigos, como vão todos? O assunto abaixo é objeto de muita observação nossa no dia-a-dia das empresas que visitamos. Entendemos como muito grave esta dinâmica e por isso resolvemos alertar nossos leitores. Só com olhares atentos e mudanças nas práticas, que até certo ponto são práticas, poderemos melhorar. Muito se tem falado da crise econômica mundial e do risco de queda no nível de empregos no Brasil. É sim verdade que vivemos um momento de alguma expectativa em relação a esta questão, mas é fundamental que direcionemos um outro olhar para essa situação. Não podemos creditar à crise, a fragilidade da pequena empresa brasileira. O despreparo e a falta de critérios para se relacionar com a força de trabalho são no mínimo objetos de discussão. Invariavelmente nossos empresários realizam seu recrutamento e seleção de

Contratar pessoas para compor a equipe de qualquer empresa precisa de processos estruturados

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maneira informal. Muitos procuram ocupar seus postos de trabalho, suas demandas, através de pessoas indicadas por parentes e amigos, normalmente para quebrar um galho, ou da empresa que “está precisando” ou para ajudar aquele amigo que “precisa trabalhar”. Não são consideradas, de maneira estruturada, a experiência e capacitação do candidato para executar suas atividades na nova posição de trabalho. Algumas vezes, esta dinâmica se mostra prática e eficiente, mas na maioria das vezes é fonte de problemas. As situações problema surgem hora no prejuízo à eficiência operacional da empresa, dada a inadequação e despreparo da mão-de-obra, hora na esfera trabalhista, em virtude dos desacordos gerados pela informalidade da contratação. E ainda uma terceira situação problema, e muito séria, gerada pelas diferenças de expectativas entre empregado e empregador. Por não haver uma conversa formal e expositiva quanto a essa questão, com freqüência são esperadas atitudes do outro que não se concretizam, culminando com frustrações e numerosas demissões. Estas atitudes cotidianas de nossos empresários são, em última instância, muito mais perigosas e preocupantes para o futuro do emprego em nosso país. Se considerarmos que aproximadamente 99% das empresas formais brasileiras são de micro ou pequenas empresas, este cenário pode realmente comprometer o nível de emprego.

É preciso que o empresário de pequenas empresas entenda que o fato de serem pequenos, não determina que tenham que realizar processos informais, e que pouco a pouco minarão a sua capacidade de competir. As empresas são compostas por pessoas, e são estas que promovem ou não o seu crescimento. É através da competência de cada funcionário individualmente e da sua conjugação com os demais companheiros de equipe, que farão a diferença no momento de se relacionar com seus clientes, controlar seus custos ou organizar suas operações, sejam elas mais simples ou complexas. Portanto, contratar pessoas para compor a equipe de qualquer empresa precisa de processos estruturados, definição de perfil, experiência profissional prévia na função, ou em caso de aprendizes, que também seja definido em que estágio de seus cursos e em que especialidades. Não devemos tratar esta, como uma atividade operacional, mas como um investimento estratégico em melhoria da competitividade empresarial. Pense nisso... Até, Palestrante & Consultor Diretor da Medem Consultoria rgimba@medemconsultoria.com.br

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Concurso reúne fotos que recriam animais em corpos de plantas e frutas

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ompetição promovida por site estimula criatividade de usuários para fundir imagens. Um concurso online instigou internautas a criar imagens fundindo animais e frutas (ou plantas, ou raízes...). O site Worth1000 recebeu dezenas de inscrições em três edições de seu concurso. Os sapos foram alguns dos animais mais fotografados: há o "sapomorango", o "sapo-laranja" e o "sapo-pepino". Frutas tropicais também entraram no concurso, como as mangas, que viraram morcegos. A mandioca virou um corpo do jacaré. Dê uma olhada P na criatividade do pessoal...

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Ballet Clássico

(Metodo Royal Academy of Dance)

Jazz Sapateado Dança de Salão

Trav. Padre Eutíquio, 1454 (91) 3241-3182 | ballare@oi.com.br paramais.com.br

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7,47% da população brasileira adquirem livros não didáticos. Compra compromete 0,05% da renda familiar

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s dados acima estão na pesquisa “O Livro no Orçamento Familiar”, encomendada por oito entidades ligadas ao mercado editorial: Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL); Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR); Associação Estadual de Livrarias do Rio de Janeiro (AEL); Associação Nacional de Livrarias (ANL); Câmara Brasileira do Livro (CBL); Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL); Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL); e Instituto Pró-Livro (IPL). O estudo foi realizado com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2002-2003), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no final de 2007, e permitiu traçar o perfil do mercado consumidor, por nível de renda, escolaridade, local de compra e outras variáveis importantes. Os dados foram coletados ao longo de 12 meses (julho de 2002 a junho de 2003) e têm uma amostragem de aproximadamente 50 mil domicílios, distribuídos em áreas urbanas e rurais de todos os estados do País. A pesquisa “O Livro no Orçamento

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Familiar” comparou a soma dos gastos das famílias brasileiras com material de leitura a outras despesas não essenciais. O valor relativo à aquisição de aparelhos, manutenção e compra ou aluguel de conteúdo (fitas, discos, CDs, softwares, jogos etc) de televisão, som, vídeo, DVD, informática e jogos eletrônicos, dentre outros itens (Grupo 1), foi de R$ 19,303 bilhões, praticamente equivalente à soma dos outros três grupos analisados no estudo. Os gastos com telefonia celular (Grupo 2: compra e manutenção de aparelhos,

assinatura e cartões) aparecem em segundo lugar, atingindo R$ 8,816 bilhões; os dispêndios com opções de lazer fora de casa (Grupo 3) chegaram a R$ 6,154 bilhões; os gastos com o conjunto de itens de material de leitura foram de R$ 5,471 bilhões, somando-se o total de despesas com revistas, jornais, livros didáticos e não-didáticos, fotocópias, livros religiosos, técnicos, dicionários, apostilas e bibliotecas. O gasto médio anual com revistas, por família, chega a R$ 42,00. Com jornais, esse

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dado é de R$ 17,00, enquanto as despesas com livros não-didáticos é quase quatro vezes menor– apenas R$ 11,00 por ano. O principal item de leitura consumido pelas famílias brasileiras, em todas as faixas de renda e para todos os níveis de escolaridade, é o grupo composto pelas revistas e jornais, que representam, respectivamente, 37,1% e 15,2% do total dos valores despendidos. Ou seja, mais da metade (52,3%) de todo o gasto com leitura destina-se a revistas e jornais. A despesa com livros didáticos representa 19,6% do total – praticamente 1/5 do gasto com leitura vai para livros escolares, de todos os níveis.

famílias com material de leitura, 10,1% são com compras de livros não-didáticos, enquanto as fotocópias representam 9,7%. As relativas às fotocópias, que superam de longe as referentes aos livros técnicos, são consistentemente maiores (independentemente do critério adotado, seja por renda familiar, seja por escolaridade da pessoa de referência) nos domicílios com estudantes, indicando que, muito possivelmente, pelo menos parte dessas fotocópias substitui material impresso. Grande parte das fotocópias é realizada em estabelecimentos de ensino.

Livro x Fotocópia

Desde a realização da 4ª POF, em 20022003, a importância do consumo de material de leitura no orçamento das famílias certamente sofreu alterações, devido principalmente à mudança na proporção de domicílios com indivíduos com posse de telefone celular, que tem crescido de modo constante e significativo, mais do que duplicando entre 2001/2007, indo de 31,2% no primeiro instante para 67,9%. No momento, o IBGE realiza a coleta de dados da 5a POF (Julho 2008-Junho 2009), cuja análise poderá confirmar ou não esta hipótese. Da mesma maneira, o índice de domicílios dispondo de microcomputador passou de 16,6%, em 2001, para 27,4%, em 2007, o que também favoreceria uma eventual substituição da leitura dos “livros físicos” pela consulta de arquivos digitais. Tal possibilidade ainda deve ser confirmada, quando for concluída a próxima POF. Para Beltrão, a melhoria na distribuição de renda e nos níveis de escolaridade da população, verificada nos anos recentes, não garante que haja aumento no consumo de livros, uma vez que a folga nos orçamentos familiares pode ser canalizada para a compra de outros bens e

A compra de livros também sofre a concorrência das fotocópias, cujo gasto total quase se iguala ao das obras nãodidáticas. Da totalidade das despesas das

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A compra de livros também sofre a concorrência das fotocópias

Para onde vamos? serviços, de desfrute mais fácil e maior apelo comercial. “Apenas o acompanhamento da modificação dos padrões de consumo das famílias brasileiras ao longo do tempo, através da análise de futuras pesquisas de Orçamento Familiar, confirmará ou não a justeza dessas hipóteses”, conclui Beltrão.

Sobra a base para a pesquisa Os dados procedem de entrevistas coletadas pelo IBGE com quase 50 mil famílias brasileiras, em cerca de quatro mil setores censitários, representativos de todas as unidades da Federação, de modo a retratar os distintos estratos de renda, escolaridade, assim como setores urbanos e rurais. A quarta Pesquisa Nacional de Orçamentos Familiares foi realizada entre julho 2002 e junho 2003, e esta foi a primeira vez em que o IBGE disponibilizou o acesso aos microdados. Atualmente, está sendo realizada a quinta POF nacional, cuja divulgação ainda não P tem data prevista pelo IBGE. Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL)

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por Tom Coelho

No Topo do Mundo Preparação, escolhas, foco, paixão, visão de futuro, trabalho em equipe. Estas são apenas algumas das lições que podemos extrair das experiências de um alpinista. “Nenhum homem é uma ilha.”

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uitos foram os esportes que já pratiquei. De futebol e basquete, à natação e canoagem, passando por tae kwondo, esgrima e até pára-quedismo. Mas uma modalidade em especial não ousei exercer: o alpinismo. Vejo cenas de expedições à Cordilheira do Himalaia e fico imaginando a sensação sublime de auto-realização daqueles que chegam ao cume do Monte Everest, ou seja, literalmente ao topo do mundo. Tive a oportunidade de assistir ao relato de um jovem montanhista canadense, Jamie Clarke, reproduzido num filme intitulado exatamente “No Topo do Mundo”, distribuído com exclusividade no Brasil

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(Thomas Morus)

pela Siamar, um de meus principais parceiros. E gostaria de compartilhar algumas lições que pude extrair desta experiência. 1. Não há êxito sem preparação. Um alpinista enfrenta, por meses e até anos, um longo processo de preparação, do corpo e da mente. Tudo isso para desfrutar a glória de chegar ao cume e lá permanecer por não mais do que dez minutos. 2. Siga suas paixões sem obsessão. A persistência e a obstinação são ingredientes para o sucesso. Quando nos apaixonamos por uma idéia nutrimos uma capacidade ímpar de e n v o l v i m e n t o e comprometimento. Mas a obsessão cega os olhos, subtrai a racionalidade, gera

compulsão que conduz ao conflito e à derrota. 3. Escolhas envolvem lucidez e visão de futuro. O filme apresenta um momento no qual um alpinista encontra-se a apenas uma hora de escalada do topo. Porém, se prosseguir, não terá tempo (o anoitecer se aproxima) e forças para voltar. Neste m o m e n t o , e l e d e c i d e r e t o r n a r, preservando sua vida. Um passo atrás que, com olhos voltados para o futuro, simboliza um avanço e não um retrocesso. Nossas ambições devem estar sempre à altura de nossa capacidade. 4. O foco deve estar no caminho. Embora haja um objetivo maior, é a soma de cada passo, a transposição de cada adversidade, que nos direciona à meta. É o que chamo de “passos de bebê”. Após o engatinhar, a criança descobre que há um

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novo mundo para ser visto a partir de outra perspectiva. E, entre uma queda e outra, a busca pelo equilíbrio sobre suas pernas é premiada com o cumprimento do objetivo traçado: andar. 5. Reconhecer os erros leva ao A vitória é fruto de um trabalho de equipe

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aprendizado. Precisamos ser honestos diante de situações adversas. O apresentador conta que, durante uma expedição, o papel higiênico acabou antes do previsto, tornando-se a fonte de conflitos e discórdias. Na verdade, tratava-se apenas de um subterfúgio, uma forma de mascarar questões maiores que estavam sendo negligenciadas. Temos o hábito de evitar os problemas reais e tornar pessoais temas que precisam ser debatidos em busca de soluções. 6. Ou você enfrenta o medo ou o medo vence você. O maior desafio de um alpinista é o medo. O medo da mudança, o medo da insegurança, o medo das circunstâncias. O medo de tomar uma decisão, de dar um passo adiante, causa paralisia e mata o progresso. Você faz o que lhe amedronta e ganha coragem depois. Não antes. 7. Um forte propósito é a melhor fonte de motivação que podemos ter. John, o alpinista que preferiu trilhar o caminho de volta a poucos metros do topo, é vencido pelo cansaço e pela fragilidade do corpo em sua jornada. Recostado em uma rocha, com a neve encobrindo suas pernas e minando o restante de suas forças, a morte o espreita quando sua equipe decide fazer uma ligação via satélite para sua casa. O telefonema providencial, conectado ao rádio de comunicação, encontra sua esposa e filhas pequenas que, com palavras de a m o r, f a z e m - n o relembrar do compromisso assumido de voltar para sua família com vida. São estas palavras e memórias

Jamie Clarke

que, como combustível, incendeiam suas células, possibilitando-lhe retornar à base. O que importa na vida não são as promessas que fazemos, mas as que cumprimos. 8. Nunca escalamos sozinhos. Este não é um esporte individual. A vitória é fruto de um trabalho de equipe. Dos guias e estrategistas, dos colegas que acampam nas bases. Da mão que prepara um café para acalentar o frio e das vozes que calam o silêncio da noite com frases de incentivo. Tal qual no mundo corporativo, é preciso olhar para baixo e agradecer. Sempre. Ao término do filme, sinto-me transformado. Continuo não tendo o preparo físico e as vivências de um alpinista. Mas em minha mente passo a compreender que também tenho meu próprio topo para escalar. Minhas montanhas são outras. Nem melhores, nem piores. Nem mais altas, nem mais baixas. Apenas são as minhas, aguardando-me por desafiá-las, agora mais consciente sobre como fazê-lo. Formado em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP, especialização em Marketing pela Madia Marketing School e em Qualidade de Vida no Trabalho pela USP, é consultor, professor universitário, escritor e palestrante. Diretor da Infinity Consulting e Diretor Estadual do NJE/Ciesp tomcoelho@tomcoelho.com.br

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Pesquisa Conexão dos Mídias aponta comportamento dos profissionais do setor 83% dos mídias declaram ter o hábito de ouvir rádio e navegar na internet simultaneamente e 78% deles consideram as redes sociais como parte da rotina

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om o objetivo de analisar o comportamento dos profissionais de mídia, o IBOPE Mídia desenvolveu o estudo especial Conexão dos Mídias, que ouviu 85 entrevistados durante o MaxiMidia 2009, evento do setor que aconteceu entre os dias 6 e 8 de outubro, em São Paulo. A pesquisa busca retratar a percepção deste público específico em relação ao tema conectividade e compará-la com a média obtida na pesquisa "Conectmídia: Hábitos de consumo de mídia na era da convergência", que aponta como o cenário da convergência de meios atual afeta a vida, as ambições e os relacionamentos do consumidor brasileiro. O estudo inédito revela que os profissionais de mídia são heavy users dos meios de comunicação e apresentam uma visão diferente desse momento cheio de possibilidades que é a era da informação. É interessante notar, porém, que em algumas situações a reação destes protagonistas é exatamente igual à da população, externando angústias e desejos similares.

Reações parecidas Os profissionais de mídia aproximam-se da população quanto a sentirem-se pressionados com a quantidade de

informações disponíveis atualmente: 57% deles sentem-se desta forma, enquanto esse resultado nos demais consumidores é de 53%. Os públicos estão em linha, porém, quando questionados sobre conseguir absorver toda a informação e tecnologia disponíveis: os resultados são praticamente iguais, com 60% e 59%, respectivamente. Com relação ao comportamento midiático, muito provavelmente por força das exigências e especificidades do trabalho, os resultados foram diferenciados. Os profissionais de mídia revelam maior preocupação com a qualidade da informação (91%) do que a média da população, com um índice 10 pontos percentuais menor. Essa diferença de comportamento é maior ainda quando se trata de consumo simultâneo dos meios, que aparece como uma realidade expressiva no dia a dia desse profissional. Quando levados a ratificar a frase “na maioria das vezes, me dedico a um meio de cada vez”, apenas 38% dos mídias concordam, enquanto na população esse índice é mais que o dobro, batendo na casa de 82%. Além disso, 83% dos mídias declaram ter o hábito de ouvir rádio e navegar na internet simultaneamente. Se o consumo simultâneo é rotina para os profissionais do setor, a vida online também está definitivamente incorporada nas atividades, já que 78% consideram as redes sociais como parte da rotina e 32% preferem relacionar-se virtualmente. São índices expressivamente mais altos comparados aos obtidos com o total da população para a qual 45% têm as redes sociais como rotina e apenas 16% preferem trocar o relacionamento pessoal com amigos/família/colegas de trabalho para falar por computador.

Além disso, mais da metade dos mídias (54%) afirma que habitualmente baixa fimes/séries pela internet, enquanto esse índice não chega a um quarto da população, sem falar que 65% dos mídias ouvem rádio pela internet com freqüência, índice que fica na casa de 26% no geral.

Internet supera Como não poderia ser diferente, os profissionais de mídia estão mais sintonizados com as profundas transformações do padrão de consumo atual. Na medida em que o celular se firma como a multiplataforma de comunicação, para um terço da população as mensagens de propaganda são bem-vindas nesse canal, enquanto quase a metade dos mídias tem a mesma opinião. Mas, para esse profissional, o computador com acesso à internet supera todos os outros canais, seguido de outra plataforma de comunicação ativa instantânea: o telefone celular. “As pessoas estão dispostas a receber conteúdos diversos, propaganda, entretenimento. A eficiência será maior dependendo do momento de cada meio”, analisa Dora Câmara, diretora comercial do IBOPE Mídia.

Itens mais importantes no dia-a-dia (ranking de prioridade %)

Fonte: Pesquisa Especial Conectividade

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2020 Algumas questões provocam reações exatamente iguais entre os profissionais de mídia e a população, como no caso da sensação de que o tempo tem passado cada vez mais rápido e no desejo de que gostariam de ter mais tempo para si. A crença de que o tempo estará escasso em 2020 é compartilhada por 87% destes formadores de opinião, muito em função do ritmo frenético de trabalho desta categoria, enquanto na população esse índice não chega à metade. Tanto para a maioria dos mídias quanto da população, água e recursos naturais também estarão escassos no futuro. E se por um lado os mídias têm uma visão menos otimista

quando se trata de escassez de contato pessoal, 18% apenas acreditam que naquele ano o trabalho é que vai faltar, diferente de 56% da população.

concentrados nas empresas IBOPE Media e IBOPE Inteligência.

Metodologia

O IBOPE Media é a unidade de negócios do Grupo IBOPE especializada em pesquisa de mídia e a maior empresa latino-americana desse segmento. Além do Brasil, possui operações em 13 países da América Latina e um escritório comercial em Miami, nos Estados Unidos. No Brasil, o IBOPE Mídia é reconhecido pela alta qualidade na aferição de audiência, investimento publicitário, hábitos de consumo e outras pesquisas quantitativas, provendo o mercado local com informações relevantes para a tomada de decisão no planejamento estratégico de mídia. P

Pesquisa Especial Conectvidade Estudo realizado entre 24 e 28 de agosto de 2009, com pessoas com mais de 10 anos de idade da região metropolitana de São Paulo. Foram realizadas 800 entrevistas. Pesquisa Especial Conectividade com profissionais de mídia Estudo realizado entre 06 e 08 de outubro de 2009, com profissionais de mídia no estande do IBOPE Mídia no MaxiMídia. Foram realizadas 85 entrevistas. Para saber mais sobre a pesquisa acesse: www.ibope.com/conectimidia

Sobre o IBOPE Media

Sobre o IBOPE Multinacional brasileira de capital privado, o IBOPE é uma das maiores empresas de pesquisa de mercado da América Latina e fornece um amplo conjunto de informações e estudos sobre mídia, internet, opinião pública, intenção de voto, consumo, marca, comportamento e mercado. Seus principais negócios estão

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10º Fórum Social Mundial

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m Porto Alegre, de 25 à 29 de janeiro, os ativistas da globalização, no décimo Fórum Social Mundial, discutem: O que resta do movimento de protesto do liberalismo nasceu em 2001? Dez anos após sua criação, o Fórum Social Mundial que nasceu em resposta à reunião de Davos, tem visto alguns dos seus temas ecoar pelos líderes do mundo. Vimos: intervenção do Estado contra o capitalismo selvagem, a luta contra os paraísos fiscais ou mesmo a mobilização para o meio ambiente. A organização também tem evoluído ao longo dos anos. Ela tem viajado e diminuiu em Fóruns continentais sociais e locais. Mas apesar do sucesso, o movimento atingiu os seus limites. Um após outro, o principal alvo dos antiativistas da globalização, na verdade, entrou em colapso. O Fundo Monetário Internacional está enfrentando dificuldades. A Organização Mundial do Comércio não pode concluir a Rodada de Doha de liberalização do comércio. E o clube dos países ricos do G8 ampliada

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para incluir as economias emergentes. O Fórum deve voltar a envolver em novas batalhas e vencer a anti nova-globalização para garantir a sua sustentabilidade. Alguns querem uma circulação mais institucional. Outros sugerem uma reconciliação com a política. Vamos aguardar...

Além de celebrar os 10 anos de atividades do FSM, o encontro fará um balanço deste período de lutas em defesa de um modelo de globalização alternativo ao construído nas últimas décadas.

A interferência do FSM na economia mundial e na política latino-americana * Nelson Spolaor

O primeiro Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre, em 2001, contribuiu para que acreditássemos numa globalização alternativa, edificada sobre os pilares dos movimentos e da sociedade civil, favorecendo o pensamento coletivo das minorias e as transformações sociais que o sucedeu. De lá para cá, o FSM possibilitou a ascensão ao poder de presidentes com pensamentos mais à esquerda na América Latina, os tratados de livre comércio das Américas e as demais lutas com sucesso contra a ALCA. Também provocou mudanças nas pautas do Fórum Econômico Mundial (Davos/Suíça), fazendo com que os países mais ricos do Planeta se preocupassem com questões relacionadas à pobreza e aos movimentos sociais. Até a nona edição do FSM, foi possível aprofundar a democracia e dar voz aos negros, índios, mulheres, desempregados, sem-teto e sem-terra, inserindo neste universo as classes populares e as organizações não-governamentais, tornando-os tão legítimos quanto à classe política. Possibilitou que países populosos e unidos – como o Brasil, Índia e África do Sul – dessem um novo tom às regras impostas pelo capitalismo, alterando-as e abrindo um campo de discussão que levou à criação do BRIC e do G-20. O que tem beneficiado os países emergentes. Por isso a importância do próximo Fórum realizar-se em Dakar (Senegal/África), onde os movimentos de integração ainda são emblemáticos. Em 2010, Sapiranga, juntamente com as

*Prefeito de Sapiranga/Brasil

seis cidades do Estado do Rio Grande do Sul que se transformam em território da décima edição do FSM, está refletindo para o mundo uma série de importantes debates e conferências que, entre os seus mais diferentes aspectos, buscam minimizar as desigualdades e as injustiças sociais. A Cidade das Rosas e do Voo Livre, como é conhecida Sapiranga – distante 59,5 quilômetros de Porto Alegre – estará trabalhando o tema Educação Planetária para Uma Vida Sustentável. Todos estão otimistas com este exercício de democracia participativa, que mobiliza movimentos e diferentes opiniões. Contribuiremos, sim, com mais conteúdo político à existência do FSM e trabalhamos para isso. Conquistamos recentemente o prêmio Destaque em Educação no Brasil e agora temos o desafio de construir uma plataforma de educação planetária que dialogue com todos os sujeitos e possibilite a elaboração de políticas sustentáveis, tendo como referência uma educação libertadora. Uma educação que certifique a inclusão, transforme a realidade e garanta aos povos o protagonismo do desenvolvimento da sociedade que queremos, permitindo que os nossos sonhos e utopias fortaleçam a construção de um mundo mais humano, mais fraterno e mais igualitário. P

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