Pará+ 96

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novembro 2009

Belém - Pará - Brasil

www.paramais.com.br

ISSN 16776968

Edição 96

6,00 3

ECOS DO CÍRIO 2009




06 Ecos do Círio 2009

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

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Pará de todas as Marias

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Exposição Nazaré de Todos Nós apresenta os Círios de 11 municipios

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Inaugurações no TCE

A primeira universidade 24 pública do interior da Amazônia

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES: Acyr Castro, Camillo M. Vianna, Celeste Proença, Claudio Mesquita,Sergio Pandolfo; FOTOGRAFIAS: Adriano Machado; Arquivo ECT; Arquivo Museu do Círio; Carlos Sodré, Claudio Rodrigues; Claudio Santos, David Alves; Elcimar Neves, Eunice Pinto e Rodolfo Oliveira/Ag.Pá; Clóvis Silva; Fábio Rodrigues Pozzebom/Abr; Fernando Felipe Gomes de Araújo; Marcelo Cleiton; Mírian Fontelenelle e Ricardo Stuckert / PR. DESKTOP: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios

OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES

ANATEC ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES

PA-538

26 28º Arte Pará 28

A posse do ministro Alexandre Padilha

R$ 480 milhões para a

34 agricultura familiar 38

A primeira etapa do Linhão do Marajó

e cientistas 42 Jornalistas unidos pela Ciência

tos

arcio San

Foto de M


Correios lança selos para o Natal 2009

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ara marcar sua participação nas celebrações da maior festa da cristandade, os Correios lançaram em São José do Rio Preto (SP), seis selos retangulares, um selo em formato de guirlanda e um bloco de dois selos comemorativos ao Natal 2009. A cerimônia de lançamento ocorreu durante missa no Santuário da Vida, na sede da emissora de televisão Rede Vida. Os seis selos retangulares focalizam os tradicionais presépios Ana Rech, situados no município de Caxias do Sul, na serra

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gaúcha, caracterizados pela singeleza e expressividade de suas formas. O selo em formato de guirlanda traz como adornos, além da tradicional estrela de Natal e do laço vermelho com dourado, frutos do azevinho, da qual é originalmente confeccionada a peça. Símbolo da prosperidade, amor e boa sorte, a guirlanda é um dos mais belos ícones natalinos, reconhecida e admirada mundialmente por sua beleza e significado. Já o bloco comemorativo é ilustrado por anjos, que transmitem paz, leveza e suavidade, sentimentos típicos do

Natal, e por uma estrela cadente, representando o nascimento de Jesus Cristo. Nos selos do presépio, foram utilizadas as técnicas de fotografia, por Marcelino Pauletti; o selo da guirlanda foi feito em computação gráfica, pela artista Camila Hott; no bloco comemorativo, foram utilizadas técnicas de desenho e computação gráfica, pela artista Thereza Regina Barja Fidalgo. As peças filatélicas contam com tiragens e valores diferentes: 10.800.000 unidades dos selos do presépio, a R$ 0,65 cada; 8.750.000 unidades dos selos da guirlanda, a R$ 1,00 cada; e 150.000 blocos, a R$ 5,40 cada. As peças filatélicas podem ser adquiridas nas agências e na loja virtual dos Correios (www.correios.com.br/correiosonline). P

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Ecos do Círio 2009 Fotos: Cláudio Santos/Ag Pa

O traslado da imagem da Santa pelas ruas da cidade, acompanhada por milhares de fiéis

Traslado/Romaria rodoviária

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primeira das onze romarias da maior procissão católica do mundo, o Círio de Nazaré, iniciou às 9.00 hs da sextafeira antecedente ao 2º domingo de outubro. Antes da saída, houve o encerramento da vigília, a inauguração da capela Bom pastor e uma missa na Basílica Santuário de Nazaré.

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Trasladação

missa da Trasladação teve início às 16h30, no palco montado em frente ao Colégio Gentil Bittencourt, foi presidida por Dom Orani João Tempesta, atual arcebispo do Rio de Janeiro e ex-arcebispo Metropolitano de Belém. Milhares de pessoas participaram, muitos do lado de fora do colégio devido à falta de espaço.

Frente ao Colégio Gentil Bittencourt milhares de fiéis participaram da missa

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Velas iluminam o caminho dos fiéis na Trasladação até a Catedral

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Durante a romaria Fluvial

Romaria Fluvial

erca de mil embarcações, segundo cálculos da Capitania dos Portos, acompanharam a romaria fluvial na manhã deste sábado (10). A terceira das 11 romarias oficiais da Festividade de Nazaré emocionou os fiéis desde a missa que marcou a saída da Santa, no distrito de Icoaraci, celebrada pelo arcebispo emérito de Belém, Dom Vicente Zico. A procissão chegou à escadinha do cais do porto por volta de 11 horas.

Após a missa em Icoaraci

Na romaria fluvial

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Moto-romaria

Cerca de 15 mil motociclistas, acompanham a berlinda com a imagem da Santa até o Colégio Gentil Bittencourt

procissão saiu da Praça Pedro Teixeira, ao lado da Estação das Docas, logo após a chegada da romaria fluvial e da solenidade em que a Santa recebeu as honras de Chefe de Estado. Após as homenagens, os Motoqueiros conduziram Nossa Senhora de Nazaré até o Colégio Gentil Bittencourt, acompanhada pelo som forte das descargas e a decoração diferenciada de cerca de 15 mil motocicletas.

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O Círio 2009

Círio 2009 começou com a missa campal às 5 horas, celebrada pelo arcebispo emérito de Belém, Dom Vicente Zico e concelebrada por vários bispos inclusive Dom Orani, pelo Pagador de promessa

Pela Boulevard

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Suplicando e agradecendo as bênçãos da padroeira

administrador arquidiocesano de Belém, Monsenhor Cid, e muitos sacerdotes, inclusive vários de outros Estados, no palco em frente à Catedral Metropolitana, na Praça Frei Caetano Brandão, bairro da Cidade Velha. P

Durante a procissão Ana Júlia, Dilma e a multidão de fiéis

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A chegada da Virgem de Nazaré à Praça Santuário

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Círio das Crianças

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ram cerca de 200 mil pessoas entre crianças e adultos participando da romaria – a 19ª edição do Círio das Crianças – a nona das onze romarias oficiais em homenagem à padroeira paraense. A procissão de quase dois quilômetros de percurso foi percorrida em aproximadamente duas horas em harmonia e tranqüilidade.

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Cicloromaria

om uma procissão de cerca de mil romeiros, os ciclistas da cidade realizaram suas homenagens à Senhora de Nazaré, percorrendo os bairros de São Brás, Guamá, Cremação, Jurunas e Batista Campos.

Procissão da Festa

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Fotos: Marcelo Cleiton

rganizada pelas Comunidades da Paróquia de Nazaré teve seu início frente ao Hospital Ofir Loyola. Pe. Silvio Jaques, pároco de Nazaré, celebrou uma missa frente ao Hospital. Após a benção especial, cerca de 10 mil pessoas acompanharam a procissão até a Praça Santuário.

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Encerramento do Círio 2009 Fotos: Eliseu Dias/Ag Pa

O tradicional espetáculo pirotécnico este ano aconteceu em dois lugares: no pátio do IAP (Instituto de Artes do Pará) e na Praça Santuário. O show durou cerca de 10 minutos. Foram utilizados aproximadamente 250 quilos de fogos de artifício, marcando o encerramento das Festividades de Nazaré com os fogos de artifício, raio lazer, muitas cores, luzes, o som dos estampidos e uma multidão de 20 mil pessoas lotando a Praça Santuário e seu entorno. Eram as últimas homenagens à Rainha da Amazônia e padroeira dos paraenses. Estava terminando a 217ª edição do Círio de Nazaré.

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Recírio

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Fotos: Marcelo Cleiton

Recírio, começou com a missa campal celebrada pelo monsenhor Raimundo Possidônio, administrador diocesano da Arquidiocese de Belém, na Praça Santuário marcando oencerramento da festividade do Círio de Nazaré e iniciando a última das 11 procissões do Círio. Durante a homilia o monsenhor lembrou a todos da importância de manter a fé acesa: “Devemos ter a consciência de que a nossa fé deve existir durante o ano inteiro e não somente na quadra nazarena”, ressaltou. A imagem peregrina voltava à capela do Gentil, onde ficará até o próximo Círio.

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O balanço do Círio 2009

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egundo a Diretoria da Festa, a Arquidiocese de Belém e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), durante coletiva à imprensa: “O Círio de Nossa Senhora de Nazaré 2009 foi um dos mais bem organizados, concorridos e bonitos da história, sendo também o maior Círio da história – Quatro milhões de fiéis participaram das onze romarias do Círio 2009”. Para Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese, “nos aspectos de evangelização, gestão e econômico, a avaliação de todos, foi bastante positiva, tanto em participação de fiéis, orçamento, impactos na economia, tempo e trajeto percorrido”, afirmou Roberto Sena. Peregrinações A estimativa é de que a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré tenha visitado cerca de 100 mil lares paraenses e 120 empresas, entre repartições públicas e privadas.Além da visita ao Rio de Janeiro. Romarias Foi o maior percurso de todos os Círios nas onze romarias: 127,696 quilômetros por terra e mar em cerca de 37 horas de p r o c i s s õ e s . Te m p o e p e r c u r s o

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funcionaram dentro do previsto pela organização, explicou Sena. Economia O Dieese estimou um crescimento de cerca de 30% no mercado de trabalho, na quadra nazarena, funcionando como um grande gerador de emprego e renda para o Estado. Dados orçamentários da Festa, mostram que o Círio deste ano foi o mais caro da história – chegou a R$ 1.998.000,00,com um crescimento de 16,03% em relação a 2008. Segundo o Dieese, foram injetados R$ 700 milhões na economia paraense durante o Círio 2009. Reajustes O custo de transporte (terrestre, rodoviário, aéreo e marítimo) ficou mais caro entre 6% e 12% em relação a 2008. Já o preço da hospedagem teve aumento de 15%. A alimentação também bateu recordes de alta preços neste Círio. O tradicional pato teve reajuste de até 12%.

Atendimentos Como o Círio chegou mais cedo em relação a 2008, o número de atendimentos registrados pela Cruz Vermelha caiu cerca de 46%. Foram 1.302 atendimentos, a maioria por desmaios, verificação de pressãoArterial e insolação. Elogios/Reconhecimento A Diretoria do Círio fez questão de elogiar o trabalho da imprensa paraense, parabenizando todos os jornalistas paraenses pela cobertura do Círio. “O Círio de Nazaré em Belém é o maior evento religioso do mundo. Não se tem notícia de outra procissão que reúna, num só dia, dois milhões de pessoas. A festa rompe fronteiras e a fé pode e deve ser mostrada em todo o mundo”, disse Sena encerrando a coletiva. P

Turismo Segundo dados da Paratur analisados pelo Dieese, cerca de 66 mil turistas acompanharam a procissão. Gastando em média, 24 milhões de dólares durante suas estadias.

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"Pará de todas as Marias"

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ma extensa programação cultural, promovida pelo governo do Estado, integra as homenagens à Nossa Senhora de Nazaré. Este ano, o Círio completa 217 anos, em uma festividade que inclui 11 romarias, desde a fluvial até a dos motoqueiros. Só o Círio, realizado no segundo domingo de outubro, leva cerca de 2 milhões de pessoas às ruas da capital paraense. Com o tema do título, u ma extensa programação cultural foi promovida pelo governo do Estado, integrando as homenagens à Nossa Senhora de Nazaré e incluindo espetáculos de música, exposições temáticas e visitação a museus e igrejas centenárias. Mais de 40 shows de música, dança folclórica e outras manifestações culturais foram realizados no complexo turístico Estação das Docas, às margens da Baía do Guajará. Solos e duos de música foram

Fotos: Eunice Pinto/Ag Pa

A exposição de jóias homenageia os 100 anos da Basílica Santuário, tanto nas peças quanto na ambientação

apresentados nos palcos deslizantes da Estação. Um palco montado na orla recebia cantores, bandas e grupos parafolclóricos, como o músico Ivan

Cardoso, a cantora Gabi Amarantos, o Balé Folclórico da Amazônia e a banda Gaia na Gandaia.

O pingente Majestosa II, criado pela designer Selma Montenegro, é uma das 74 joias da exposição montada no São José Liberto

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Basílica, Tesouros da Fé A Basílica Santuário inspirou a exposição "Joias de Nazaré 2009 - Basílica, Tesouros da Fé", na maior coleção já produzida pelos profissionais do Polo Joalheiro do Pará, sob a inspiração dos ícones do Círio, no Espaço São José Liberto. A exposição homenageou os 100 anos de lançamento da pedra fundamental da Basílica Santuário de Nazaré, um dos mais importantes patrimônios arquitetônicos do Pará, cujos detalhes foram reproduzidos pelos designers, ourives, lapidários e artesãos paraenses.

Nazaré de todos nós A exposição "Nazaré de todos nós", homenageou Círios de 11 municípios paraenses. Matéria completa em outro local dessa edição.

Catedral O Círio 2009 reservou uma emoção a mais para romeiros e turistas: visitar a Catedral Metropolitana de Belém. Fechada desde 2005, o governo do Estado retomou e concluiu a restauração, orçada em cerca de R$ 14 milhões.ACatedral, de onde saiu

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Todos se encantavam com as belezas das Jóias

a imagem de Nossa Senhora para o Círio, foi entregue à população em 1º de setembro deste ano, após a revitalização total do prédio, das telas e do órgão.

do lançamento de sua pedra fundamental. P

Basílica Santuário de Nazaré Projetada pelo arquiteto Gino Coppedè e pelo engenheiro Giovanni Pedrasso, ambos italianos, a Basílica de Nazaré reproduz as linhas originais da Basílica de São Paulo extra-muros de Roma e resulta da determinação dos padres barnabitas, que chegaram a Belém no início do século XX. Esse ano comemorando os 100 anos

Durante a abertura da Exposição “Jóias de Nazaré 2009-Basílica Tesouro da Fé”

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Exposição Nazaré de Todos Nós apresenta os Círios de 11 municípios do Pará

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período do Círio de Belém é só festa. Recebe romeiros vindos de diversas partes do mundo movidos pela fé ou pela oportunidade de viver de pertinho a essa forte manifestação cultural e antropológica que é o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Pelo terceiro ano consecutivo a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), por meio do Museu do Círio, realiza a exposição Nazaré de Todos Nós, este ano no período de 28 de setembro a 31 de outubro de 2009 em diversos espaços da cidade. São imagens, mantos, cartazes de círios anteriores,

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Fotos: Arquivo Museu do Círio

camisas, cordas, estandartes, fotos, exvotos e livros de peregrinações, objetos que retratam o Círio de 11 municípios paraenses. O objetivo é promover a valorização, a preservação e a difusão da cultura e da religiosidade do povo paraense e seus aspectos devocionais com relação a Nossa Senhora de Nazaré. De acordo com Jeam Carlos Lopes, diretor do Museu do Círio, o levantamento realizado pelos técnicos do Museu, busca identificar, registrar as devoções, sempre priorizando os aspectos sociais da tradição desses lugares. "Infelizmente muitas comunidades não possuem a história documentada sobre o surgimento,

modificações e permanências socioculturais de seus círios", destaca. "Privilegiamos a memória dos mais antigos moradores das localidades, como também, os meios de organização social em que o papel eclesial é um tipo de núcleo agregador de ações comunitárias". O projeto é direcionado à divulgação dos resultados da pesquisa em uma grande exposição de arte em diversos espaços de Belém, mostrando as variadas expressões simbólicas e culturais. Além da devoção religiosa, o Círio tem características comuns em várias localidades do Estado, como a peregrinação nas casas antes da romaria, a utilização da corda e a presença

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de crianças vestidas de anjinhos. De acordo com Edilson Moura, secretário de Estado de Cultura, o levantamento consiste não apenas em pesquisar as festas religiosas que ocorrem nesses municípios, mas o que ocorre por trás dessas comemorações como a história de cada festividade, procissões e o arraial como fator socioeconômico e cultural. "O objetivo é mostrar que o círio foi além de seu caráter religioso e tomou-se também cultural e antropológico de tal forma que mexe com o cotidiano das pessoas. Elas vêm participar do Círio em Belém e trazem sua cultura, além de sua fé.", reitera. Jeam Carlos Lopes explica que os objetos foram cedidos pela organização das romarias em cada cidade visitada e serão devolvidos ao foral da exposição. "Os mantos e as imagens são protegidos por cúpulas de vidro, para evitar que haja algum dano ao patrimônio dessas comunidades", explica, acrescentando

que o objetivo é alcançar 50 municípios. A exposição "Nazaré de todos nós" inaugura no dia 28 de setembro no espaço cultural do Tribunal Regional do Trabalho da 8a Região e fica no local até o dia 04 de outubro e depois segue para uma exposição itinerante em outros locais. Do dia 05 até o dia 11 de Outubro a mostra ficará exposta no Shopping Pátio Belém. De 13 a 24 estará no Instituto de Artes do Pará (IAP) e na Fundação Curro Velho, a mostra será apresentada no dia 26 até o dia 31 de outubro. Informações no fone: 4009-8845.

Museu do Círio O Museu do Círio fica na Rua Padre Champagnat, s/n, na Cidade Velha em Belém, ele faz parte do Núcleo Cultural Feliz Lusitânia. O espaço abriga mais de 1.600 peças doadas por instituições ligadas a igreja católica e principalmente por promesseiros. Os visitantes do museu podem apreciar desde o achado da

imagem aos pedaços da corda que puxam a berlinda. As imagens peregrinas e as "originais", mantos e fotografias, são algumas peças do importante acervo do museu. O Museu do Círio, órgão do Sistema Integrado de Museus e Memoriais, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura, vem desde outubro de 1986, oferecendo ao público um olhar histórico e antropológico sobre uma das maiores manifestações populares do Brasil - o Círio de Nazaré.

Os Círios apresentados na exposição em 2009: Curralinho Localizado na Ilha do Marajó, Curralinho celebrou, em 1994, seu o primeiro Círio de Nossa Senhora de Nazaré. No 2° domingo de outubro devotos e promesseiros dão feições e cores à festividade que a cada ano cresce em fé e doação. Breves Distante a 12 horas via transporte fluvial da capital do Estado, o Município de

No Pátio Belém

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Breves, na Ilha do Marajó, tem mantido sua tradição religiosa desde 1934 ao realizar, no 20 domingo de outubro, o Círio de Nazaré. Com grande alegria e fervor fiéis preparam a cidade para o tão esperado momento de devoção mariana por meio de cantos e evangelizações. Paragominas O Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Paragominas apresenta grande peculiaridade em suas homenagens. Um delas é a cavalgada que percorre a cidade e recebe uma benção toda especial de Nossa

Augusto Corrêa As dificuldades de deslocamento e orçamentário impulsionaram os moradores de Augusto Corrêa a prestar homenagens e testemunhos de fé a Nossa Senhora de Nazaré. Assim, o início do Círio data de 1958 e é realizado no 1° domingo de dezembro com grande festa e confraternização comunitária. Itupiranga Como mesmo amor e fé devotada ao padroeiro da cidade, a comunidade organiza com grande esforço o Círio de

Nossa Senhora de Nazaré que teve inicio no ano de 2000. A berlinda ornamentada com sementes, cachos de açaí e flores regionais percorre seis comunidades que com alegria e fervor homenageiam a imagem santa no 2° domingo de setembro. Primavera Prestes a completar 52 anos, o Círio de Primavera é realizado no 3° domingo de novembro, com características bem peculiares: a festividade inicia 8 dias antes com o Círio das crianças, dos idosos, dos casais, dos estudantes, procissão rodoviária, trasladação e o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, que encerra os festejos nazarenos com grande participação comunitária. Parauapebas A devoção iniciou com homenagem feita num pequeno altar de uma loja local e foi adotada como tradição religiosa e cultural pelos moradores de Parauapebas. De uma modesta procissão, hoje o círio é um espetáculo de fé e participação dos devotos que em 15 dias se preparam para o Círio de Nossa Senhora de Nazaré que acontece no quarto sábado de Outubro. Quatipuru Localizada região do salgado, nordeste paraense distante, teve seu primeiro círio

Senhora. Realizado desde 1933, o Círio de Nazaré acontece no 3° domingo de novembro sempre renovando a esperança dos devotos. Acará A berlinda, a imagem da santa peregrina, as flores e as novenas percorrendo as ruas e as casas dos fiéis do Município de Acará, demonstram que o Círio de Nazaré está preste a se concretizar. Todo esse movimento de pessoas marca a preparação da comunidade para a festividade celebrada no 3° domingo de novembro desde 1944. A Exposição Nazaré de Todos Nós, no TRT 8ª

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Ex-votos, mantos e imagens de Nossa Senhora de Nazaré

realizado no ano de 1930. A festividade é composta por uma série de homenagens e procissões, onde se destaca a procissão do encontro em que todas as imagens que estavam em peregrinações visitando casas familiares e nas demais comunidades se reencontram e são levadas, em caminha pelo povo, para a igreja de Nossa Senhora de Nazaré. Marituba Marituba, antiga colônia de Hansenianos, teve seu primeiro círio realizado em 1942, no terceiro domingos de novembro, graças a perseverança dos internos que nunca deixaram de ter fé esperança de melhores dias. Homenagear Nossa Senhora de Nazaré para os internos significava entregar o caminho e a vida a Deus.

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O Círio de Nazaré nos Municípios

Igarapé-Miri Igarapé-Miri tem um círio simples, mas rico em devoção e fé. Realizado no 3° domingo de outubro, é celebrado desde 1956. Tendo como base o Círio da capital, já faz parte da história desta cidade e, a cada ano, vem crescendo em números de fiéis. É uma das maiores manifestações de fé do povo Miriense. Serviço O Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Cultura do Estado

(Secult) e Museu do Círio, apresenta a exposição "Nazaré de todos nós", que acontece de 28 de setembro à 31 de outubro em diversos espaços da cidade. P

No TRT 8ª Reg. (esq p/ dir) Lucineide Azevedo, supervisora Museológica, Jeam Carlos Lopes, diretor do Museu do Círio, Elizabeth Fátima Newman, desembargadora, Herbet Tadeu Matos, corregedor Regional da Justiça do Trabalho

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Santa Adivinhação Lá vem Ela! tão bela nos braços do povo! É a minha RAINHA que eu amo, sozinha num beijo de paz!

Ela vem acenando, sorrindo, abraçando, sua gente, cantando na benção que traz É o Pará Que não pára. É beleza tão rara Não dá pra falar... A emoção é enorme A oração é a messe, ritual de alegria Ninguém desconhece, aquela simpatia do milagre da Fé! SENHORA DO MUNDO amor mais profundo eu juro, não há! Sai dessa Berlinda teu povo te chama de longe, reclama ele quer te abraçar Nem precisa dizer o seu nome encantado mil vezes amado, tão santificado moldura de ouro, de amor e de fé. Beijando-te as mãos eu me torno criança e criança é o mundo que ajoelha e te beija — Ó Santa Senhora de Nazaré P por Celeste Proença

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2º FÓRUM DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Governadora defende controle social de obras públicas

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abertura do 2º Fórum TCE e Jurisdicionados, feita pela presidente e pelo vice-presidente do TCE, conselheiros Lourdes Lima e Cipriano Sabino, contou com uma palestra do ministro Benjamin Zimler, vice-presidente do Tribunal de Contas da União, que fez um retrospecto histórico sobre o exercício do controle externo sobre as contas públicas e as perspectivas para essa atividade. A governadora Ana Júlia Carepa defendeu o controle da sociedade sobre a Lourdes Lima, conselheira presidente do Tribunal de Contas do Estado do Pará, na abertura do do II Fórum TCE-PA e Jurisdicionados

Fotos: David Alves/Ag Pa

administração pública como essencial nas gestões atuais, durante seu pronunciamento na abertura do 2º Fórum do TCE, que debate o controle externo sobre ações públicas no Hangar Centro de Convenções. "Não se concebe mais uma administração pública que não seja controlada pela sociedade. Existe uma necessidade de transparência cada vez maior, o que significa um avanço na democracia brasileira", disse a governadora, que solicitou a presença de todos os gestores de órgãos estaduais no evento para receber as orientações do TCE. Ana Júlia Carepa destacou o empenho do governo do Estado para envolver a sociedade na orientação e no debate sobre as políticas públicas que executa, com instrumentos como o Planejamento Territorial Participativo (PTP) e as comissões de fiscalização eleitas pela comunidade em todas as obras realizadas pelo Estado. Os infocentros públicos implantados pelo programa estadual NavegaPará, com acesso a internet de alta velocidade, foram citados pela governadora como um meio de democratização da informação necessária ao controle social. "Essa

A necessidade cada vez maior de transparência é "um avanço na democracia brasileira", disse Ana Júlia Carepa, na abertura do fórum do TCE

missão só será cumprida a contento se a sociedade for orientada para exercer este controle, que deve vir tanto das esferas instituídas, com os tribunais de conta, assembléias legislativas e câmaras municipais, como pela representação direta da sociedade." P Benjamin Zymler, ministro Vice-presidente do Tribunal de Contas da União participa na abertura do do II Fórum TCE-PA e Jurisdicionados

A governadora Ana Júlia Carepa, Benjamin Zymler, Vice-presidente do TCU, Lourdes Lima, presidente do TCE e os conselheirosdo TCE-Pá paramais.com.br

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Inaugurações no TCE

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Tribunal de Contas do E s t a d o ( T C E - PA ) , realizou recentemente, como fruto de proposição apresentada em plenário pelo Conselheiro Nelson Chaves, a inauguração da Sala dos Aposentados Conselheiro Lucival Barbalho, da Sala das Togas Conselheiro José Maria Barbosa e Espaço Cultural Conselheiro Clóvis Silva de Moraes Rêgo. Os nomes dos espaços homenageiam conselheiros cuja trajetória no TCE engrandeceu a instituição pela atuação sempre comprometida com os altos valores éticos que caracterizam os verdadeiros homens públicos. A Conselheira Presidente, Maria de Lourdes Lima de Oliveira, esteve à frente da homenagem, juntamente com o Conselheiro Vice-Presidente, Cipriano Sabino, o Auditor Edílson Oliveira e Silva, o Conselheiro Nelson Chaves, os conselheiros aposentados Manuel Ayres, Erlindo Braga, Elias Naif e Lauro Sabbá, juntamente com vários servidores presentes, dividiram a honra de representar o Tribunal de Contas do Estado. A procuradora Iracema Teixeira Braga representou o Ministério Público de Contas, acompanhada dos procuradores Antônio Maria Filgueiras Cavalcante e Rosa Egídia Crispino Calheiros Lopes. Dentre as autoridades e personalidades presentes, compareceram à cerimônia a Procuradora Chefe do Ministério Público junto ao TCM, Elizabeth Salame, o exgovernador Alacid Nunes e o ex-deputado Mário Cardoso. No Espaço Cultural “Conselheiro Clóvis Moraes Rêgo” foram inauguradas as exposições “Brinquedos de Miriti”, dos artesãos de Abaetetuba e “Olhar do Filho”, de Ronaldo Moraes Rêgo, com período de visitação até o dia 30 de outubro, no horário das 8h às 14h. A Conselheira Lourdes Lima aproveitou a ocasião para comunicar que o espaço cultural estará disponível aos órgãos públicos, entidades representativas da sociedade e pessoas que queiram reserválo para exposições artístico-culturais. O novo espaço integra a proposta do TCE, surgida a partir da criação do Centro de Memória Serzedelo Corrêa e da reformulação e modernização da

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Cons Manuel Ayres, Presidente do TCE Cons Lourdes Lima e Familiares de Lucival Barbalho

Vice Presidente do TCE Cons Cipriano Sabino e Familiares de José Maria Azevedo Barbosa Obras de Ronaldo Moraes Rêgo


Cons Nelson Chaves e Clóvis Moraes Rêgo Junior

Biblioteca Ministro Benedito Frade, no sentido de disponibilizar aos cidadãos paraenses o acesso a informações relativas não apenas à história e atividades da Corte de Contas, como também as relacionadas à cultura e ao conhecimento em geral. Nesse sentido, o espaço cultural se torna mais um meio de incentivo à produção e divulgação da cultura paraense, como reflexo da importância que o TCE confere às manifestações artístico-culturais do povo paraense em suas mais diversas formas. Após as inaugurações, o coral do TCE/PA apresentou-se, interpretando diversas canções com a temática da amizade e também alusivas ao Círio de Nazaré 2009. A cerimônia encerrou-se com um coquetel servido pelo TCE/PA a todos P os presentes.

Obras de Miriti (Inaugurando o Espaço Cultural)

Presidente do TCE Cons. Lourdes Lima, Cons. Nelson Chaves, Vice-Presidente do TCE Cons. Cipriano Sabino e Cons. Edilson Silva paramais.com.br

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UFOPA – A primeira universidade pública do interior da Amazônia

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Fotos: Adriano Machado e Tamara Saré / Ag. Pará

A meta é receber aproximadamente 10 mil estudantes de c u r s o s d e graduação. Ana Júlia Carepa disse que a UFOPA é um investimento essencial para o desenvolvimento do oeste do Pará, uma vez que a região reúne os municípios mais distantes da José Alencar sanciona o Projeto de Lei 2.879/09, que cria a Universidade capital paraense. Federal do Oeste do Pará – UFOPA A nova instituição deverá promover a Florestal, Sistemas de Informação, cooperação regional e internacional, com Direito e licenciatura em Letras, a participação dos demais Estados da Pedagogia, Física, Matemática e Amazônia Legal - Acre, Amapá, Biologia. A partir de 2010 serão abertos Amazonas, Rondônia, Roraima, cursos em áreas do conhecimento Tocantins e parte do Maranhão e do Mato relacionadas às vocações regionais. "A Grosso - e dos outros UFOPA já nasce com os olhos voltados países membros da para o século XXI e talvez até para o Organização do século XXII, porque tem cursos voltados à Tr a t a d o d a biodiversidade, às águas e aos arranjos Cooperação produtivos locai", ressaltou o ministro da A m a z ô n i c a Educação, Fernando Haddad. (Bolívia, Colômbia, A nova universidade está incluída nos Equador, Guiana, planos do governo federal para expandir a Peru, Suriname e rede de ensino superior e ampliar os Venezuela). investimentos em ciência e tecnologia, com foco na inclusão social. Além da Vocações formação intelectual, ensino, pesquisa e extensão, a UFOPA impulsionará o Serão oferecidas 1,6 desenvolvimento regional. José Alencar, Ana Júlia Carepa e outras autoridades mil vagas nos cursos A Universidade é um projeto do governo do Pará após a criação da universidade de Engenharia

presidente da República em exercício, José Alencar, sancionou dia 5/11, em Brasília, o Projeto de Lei 2.879/09, que cria a Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA. Primeira universidade pública com sede no interior da região amazônica, a UFOPA será instalada no município de Santarém, no início de dezembro. A governadora Ana Júlia Carepa compareceu à solenidade e comemorou a criação da nova universidade: "Esta é uma luta de muito tempo e fruto da união do Estado. A população do oeste paraense merece este presente", frisou. A UFOPA absorverá o campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Santarém e uma unidade descentralizada da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra-Tapajós).

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território paraense. Ela interiorização da educação superior . ressaltou que o governo A solenidade foi prestigiada pelo estadual está empenhado em m i n i s t r o - c h e f e d a s R e l a ç õ e s apoiar a educação e a Institucionais, Alexandre Padilha; pelo pesquisa: "Junto à UFOPA coordenador da Comissão de Implantação teremos um parque de da UFOPA, José Seixas Lourenço; pelos tecnologia e o trabalho da senadores José Nery e Flexa Ribeiro; Fundação de Amparo à pelos deputados federais José Geraldo, Pesquisa do Pará (Fapespa). Nilson Pinto e Elcione Barbalho, além do Estou muito feliz e orgulhosa deputado estadual Airton Faleiro e da d e s e r a governadora do P a r á n e s t e Ana Júlia Carepa, Fernando Haddad, Alexandre Padilha e José momento histórico Alencar comemoram a criação da Ufopa, um momento histórico para a educação na Amazônia de criação dessa universidade, que já federal a partir de uma Indicação (a nasce pujante e grandiosa". 4.821/2005), do deputado federal Zé "O Brasil está se preocupando Geraldo (PT-PA), que sugeriu ao Poder c a d a v e z m a i s c o m o Executivo e ao ministro Fernando Haddad desenvolvimento sustentável da a criação da universidade. Em 2008, o Amazônia", disse o presidente Poder Executivo enviou ao Congresso o em exercício, José Alencar. Ele projeto atual, que tramitou nas comissões declarou ser "uma honra Ana Júlia Carepa e Airton Faleiro da Câmara dos Deputados e no Senado. excepcional sancionar o projeto na solenidade de criação da UFOPA "A UFOPA é a 12ª universidade federal que cria a UFOPA " e, num criada pelo presidente Lula. discurso emocionado, lembrou prefeita de Santarém, Maria do Carmo sua passagem por Santarém, da beleza da Martins. região, especialmente do rio Tapajós. José Alencar informou que faz questão de Segundo Ana Júlia Carepa, a nova ir a Santarém para a inauguração da universidade quebra paradigmas, por universidade, que deverá ocorrer entre os Os cursos de graduação e pós-graduação levar o desenvolvimento a todo o dias 06 e 8 de dezembro oferecidos pela UFPA no campus de deste ano. Santarém e nos núcleos de Óbidos, O ministro Fernando Oriximiná e Itaituba, e pela Ufra na Haddad destacou a unidade descentralizada do Tapajós, importância da UFOPA, integrarão a estrutura da UFOPA. Os observando que o Pará alunos matriculados nesses cursos farão tem dimensões "não de parte, automaticamente, da nova p a í s , m a s d e universidade. continente", e destacou Além dos cargos de reitor e de vice-reitor, que a nova instituição serão criados 500 cargos de professor e começa com um projeto 333 técnico-administrativos de nível político pedagógico superior e nível médio. Os professores e diferenciado, voltado técnicos serão selecionados ainda este Toda a estrutura física dos Campi da UFPa e da UFRA será transferida ao patrimônio da UFOPA para a sustentabilidade ano. Em 2010 devem ser contratados 146 e c o m f o c o n a professores e 166 técnicos. P

Paradigmas

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Contratação

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28º Arte Pará

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governadora Ana Júlia Carepa prestigiou a abertura da 28ª edição do Arte Pará, principal salão de artes plásticas da região Norte e um dos mais conceituados do Brasil, em Belém, na sede do Palácio Lauro Sodré, evento promovido pela Fundação Romulo Maiorana. Ela foi recebida pelos empresários Roberta Maiorana e Romulo Maiorana Júnior e pelo secretário de Cultura, Edilson Moura, e participou da

Fotos: Eunice Pinto/Ag Pa

entrega da premiação aos artistas, tendo entregado o prêmio conquistado pela fotógrafa Paula Sampaio. A governadora destacou que o Arte Pará é uma referência nacional no seu gênero que dá oportunidade não só aos artistas paraenses, como também a outros de renome nacional. Depois de percorrer a mostra, acompanhada pelos curadores Marisa Mokarzel e Orlando Maneschy a governadora Ana Júlia disse ainda que as obras expostas são marcantes e mexe com a emoção do visitante.

"O Pará é quem tem que agradecer pelo incentivo às artes plásticas que o Arte Pará confere, que embora seja uma ambiente competitivo é um ambiente saudável", enfatizou a governadora. Ela destacou que o evento valoriza outros museus da Capital, que também vão receber mostras das obras que participam do Arte Pará, a exemplo da Casa das 11 Janelas, Museu de Arte Sacra, Museu da Universidade Federal do Pará, Museu de Arte de Belém e Museu paraense Emílio Goeldi. Ela parabenizou os patrocinadores do Durante a abertura da 28ª edição do Arte Pará

A governadora Ana Júlia, o secretário Edilson Moura e Orlando Maneschy, curador do 28º Arte Pará, no salão do Museu de Artes do Pará paramais.com.br


A governadora Ana Júlia Carepa e a fotógrafa Paula Sampaio

parabenizar a Fundação Romulo Maiorana por essa iniciativa e desejar que o Arte Pará tenha vida longa para que continue a dar oportunidade às futuras gerações de artistas que virão". Orlando Maneschy, curador do salão, disse que o Arte Pará é um evento artístico de grande importância para o

sistema de arte da Amazônia, que ajuda a projetar nomes da região em outros centros de consumo de arte do país. Maneschy diz ainda que o salão cria uma intercomunicação entre o circuito de arte de Belém com outros circuitos. O salão poderá ser visitado até o dia 30 de novembro. P Apreciando uma das obras

evento - Supermercado Nazaré, Esamaz, Unimed Belém e Makro Engenharia pelo compromisso em apoiar o que há de mais instigante no ser humano, que é a manifestação artística, independente da linguagem que utiliza. O secretário Edilson Moura destacou a identidade do salão com o Palácio Lauro Sodré, que recebeu o evento já no primeiro ano do governo Ana Júlia antes mesmo de ter sua restauração concluída. Para Moura, o Arte Pará preenche uma lacuna que é dar oportunidade para que os artistas plásticos locais participem de um concurso único e de grande prestígio. Edilson Moura lembrou o quanto foi difícil fazer a seleção das obras participantes e da escolha dos premiados, tamanha a qualidade e originalidade das ideias elaboradas pelos artistas. "Quero

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A posse do ministro Alexandre Padilha Fotos: Adriano Machado, Fábio Rodrigues Pozzebom/Abr e Ricardo Stuckert / PR

Lula discursa na concorrida cerimônia de posse do novo ministro, Alexandre Padilha

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governadora Ana Júlia Carepa e diversos secretários de Estado do Pará participaram em Brasília, da cerimônia de posse do novo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, realizada no Palácio do Itamaraty. O médico Alexandre Padilha, que ocupava a chefia da Subsecretaria de Assuntos Federativos da Presidência, tem 38 anos, substitui José Múcio Monteiro. Ele será responsável pelo relacionamento do governo federal com parlamentares, governadores, prefeitos e todos os detentores de mandatos eletivos. No discurso de posse, o novo ministro destacou sua forte ligação com o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Padilha negou que pretenda se candidatar a qualquer cargo eletivo em 2010. "Estou honrado de ser ministro de seu governo. A minha geração começou na política pela liderança do senhor", disse Padilha dirigindo-se ao presidente. "Essa geração disputava intensamente na política, mas

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quando chegava para ser liderada pelo presidente Lula todo mundo cantava uma música só", acrescentou. O presidente respondeu com bem humorado. "Se eu soubesse que Padilha era tudo isso, tinha indicado alguém menos lulista e petista", declarou Lula, que aproveitou para defender o Congresso Nacional. "Talvez eu passe pela história como o único presidente que não tenha feito críticas nem nos bons nem nos maus

momentos ao Congresso. Eu, mesmo quando tenho que dizer, não digo. A gente precisa aprender a respeitar o Congresso Nacional, porque com todos os defeitos que ele tem, é a cara da sociedade brasileira no dia das eleições", reiterou.

Diálogo Lula recomendou a Padilha que tenha cautela e mantenha aberto o diálogo com

Ana Júlia Carepa durante a cerimônia de posse, ao lado do ministro Paulo Bernardo (à esq.) e o líder do PT, Cândido Vaccarezza paramais.com.br


O vice-presidente, José Alencar (aplaudidíssimo), e a ministra Dilma Rousseff durante cerimônia de posse do novo Ministro-Chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha

os parlamentares. "Tem que ter reciprocidade, compreensão. Não podemos ter relação com deputado e senador quando estamos no sufoco para ter maioria para votar alguma coisa. Tanto eles precisam que o governo contribua para que as coisas aconteçam no Congresso, como nós. E tem que ter base aliada", observou o presidente. O novo ministro considera seu primeiro desafio no Ministério de Relações Institucionais fazer com que a base no Congresso Nacional participe mais intensamente das decisões do governo, sinta-se contemplada e receba os créditos das ações positivas e conquistas do

O novo ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha

governo federal. A posse de Padilha foi prestigiada, ainda, pela ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e pelo vice-presidente da República, José Alencar. Este, que continua lutando contra o câncer, ao entrar no salão onde ocorria a solenidade foi demoradamente aplaudido de pé por todos os presentes. Já ocuparam o Ministério das Relações Institucionais Walfrido Mares Guia, Jacques Wagner, Aldo Rebelo e Tarso Genro. Alexandre Padilha, é amigo e colaborador da revista Amazônia sobre assuntos do Mercosul.

Lula e Alexandre Padilha, no Itamaraty

Na cerimônia de posse do novo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, no Palácio do Itamaraty

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Presidente Lula cumprimenta o ex-ministro José Múcio

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Pará se habilita para a economia verde

Em reunião, o ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Daniel Vargas, e a governadora Ana Júlia Carepa falaram do Plano Amazônia Sustentável e da "economia verde"

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Fotos: David Alves/Ag Pa

ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Daniel Vargas, quer a ajuda do Governo do Estado do Pará para ampliar as possibilidades brasileiras no mercado de créditos de carbono, que deve ter suas regras definidas a partir da Conferência de Copenhagen, em dezembro. Em visita ao Pará, o ministro se reuniu com a governadora Ana Júlia Carepa, com quem conversou sobre o Plano Amazônia Sustentável, e falou sobre a necessidade dos Estados ampliarem suas estratégias e se habilitarem para entrar na chamada "economia verde". A governadora Ana Júlia Carepa e Daniel Barcelos Vargas, ministro Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República

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do Fórum de Governadores da Amazônia, a governadora Ana Júlia Carepa informou ao ministro as iniciativas do Pará já em andamento, como o esforço em realizar a regularização fundiária para dar segurança jurídica aos investidores e o programa de recomposição florestal Um Bilhão de Árvores para aAmazônia. No primeiro caso, destacou as ações realizadas em parceria com o governo federal pelo mutirão Arco Verde Terra Legal, e também a experiência de ordenamento territorial das glebas Mamuru-Arapiuns, maior área de florestas públicas não destinadas do Pará. Em relação à recomposição florestal, citou investimentos privados já captados, a partir do programa estadual, como os da Amata, empresa reflorestadora que está atuando em Castanhal e Paragominas. P

Esforço em realizar a regularização fundiária

Destaque para as ações realizadas em parceria com o governo federal pelo mutirão Arco Verde Terra Legal

Ordenamento territorial das glebas Mamuru-Arapiuns

Em sua primeira visita ao Estado, depois de tomar a frente da SAE, substituindo o ministro Mangabeira Unger, Daniel Vargas destacou as boas oportunidades que o Brasil terá neste novo mercado, especialmente de negociações com os Estados Unidos, que devem disponibilizar cerca de R$ 10 bilhões por ano para pagamento de serviços ambientais. Defensora de mecanismos de compensação ambiental como o REDD (Redução por Desmatamento e Degradação Evitados), inclusive enquanto membro paramais.com.br


Governo recebe estudo ambiental sobre a siderúrgica de Marabá

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Fotos: David Alves/Ag Pa

governadora Ana Júlia Carepa recebeu semana passada, o Estudo de Impactos Ambientais e o Relatório de Impactos Ambientais (EIA/RIMA) para a implantação da ALPA – Aços Laminados do Pará, a siderúrgica que a Vale construirá no município de Marabá. O estudo foi entregue pelo diretor da Alpa, José Carlos Soares, à governadora e ao secretário Aníbal Picanço, titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), órgão responsável pela análise do estudo.

respeitando os princípios legais e o meio ambiente. "Os estudos serão avaliados com todo o rigor necessário. Não vamos deixar passar nada. Qualquer empreendimento tem impacto, é claro, mas não abriremos mão de que eles sejam mitigados ou compensados, e que possamos maximizar os efeitos positivos, porque a instalação da siderúrgica irá gerar milhares de empregos, direta e indiretamente", destacou.

Cuidado Aníbal Picanço declarou que a Sema está preparada para realizar a análise de

A governadora Ana Júlia Carepa recebeu de José Carlos Soares, diretor da Alpa, os EIA RIMA para a implantação da siderúrgica que a empresa Vale construirá no município de Marabá

Ao lado do secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro, a governadora destacou a importância do empreendimento para a economia do Pará, mas reforçou o encaminhamento de que a análise do EIA/RIMA seja rigorosa,

Ana Júlia cumprimenta José Carlos Soares paramais.com.br

Os relatórios EIA/RIMA

estudos do porte do EIA/RIMA da ALPA com celeridade, e que isso será feito cumprindo todas as exigências. "Não há um prazo determinado, Durante o encontro vamos cumprir todas as etapas com cuidado, as análises técnicas, a realização de audiências públicas, mas é importante para o Estado que esse processo seja cumprido com agilidade", disse o secretário. Para Ana Júlia Carepa, a A L PA a t e n d e a u m a necessidade antiga do Pará, de agregar valor ao minério extraído no Estado, fazendo com que deixe de ser apenas exportador de

matéria prima. "Por isso construímos um processo junto ao presidente Lula para garantir obras de infraestrutura que eram necessárias há muito tempo e também para a implantação da siderúrgica. Agregar valor é algo que estamos buscando fazer com todas as nossas riquezas naturais, investindo em ciência e tecnologia. Por que não buscaríamos isso para o setor minerário? Queremos deixar de ser meros exportadores de matéria prima. Queremos que a bauxita extraída aqui e que hoje vai para o Maranhão seja beneficiada dentro do Pará", acentuou a governadora. Segundo o diretor da ALPA, o projeto apresentado ao governo do Estado foi realizado por especialistas reconhecidos mundialmente. "Estamos usando o que há de melhor em tecnologia no mundo para que tudo seja feito da melhor forma, mas também estamos abertos a realizar ajustes, caso seja necessário", garantiu. P

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No Lançamento do Fórum Paraense de Mudanças Climáticas

Criado o Fórum de Mudanças Climáticas

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governadora Ana Júlia Carepa assinou no auditório do Palácio dos Despachos, o decreto que cria o Fórum Paraense de Mudanças Climáticas, um dos instrumentos do Plano de Prevenção, Controle e Alternativas ao Desmatamento (PPCAD), lançado pelo governo do Estado em 5 de junho último, Dia Mundial do Meio Ambiente. O Fórum, que será presidido pela governadora, tem composição paritária de órgãos do Executivo estadual, da sociedade e de instituições de pesquisa com atuação afinada com o tema. A criação do Fórum foi destacada tanto por Ana Júlia Carepa como pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Aníbal

Fotos: Elcimar Neves/Ag Pa

Picanço, como um avanço no combate à degradação ambiental no Pará, o único Estado da Amazônia Legal que instituiu sua política de redução do desmatamento ilegal e assumiu, formalmente, metas para isso até 2020. Segundo Picanço, hoje existem mais de 20 órgãos e secretarias estaduais envolvidos nas ações do PPCAD.

Estratégias Formulado a partir de um grupo de trabalho que envolveu 15 instituições, entre órgãos públicos e de pesquisa, o Fórum vai debater e propor estratégias para o enfrentamento ao tema das mudanças climáticas no Estado. Atuará na discussão de um projeto de lei a ser

encaminhado pelo Executivo à Assembleia Legislativa, com a definição dos projetos e programas a serem implementados pelo governo no tocante às mudanças climáticas, incluindo ações como pagamento por serviços ambientais. "Estamos cada vez mais reafirmando o potencial do Pará para se tornar uma economia verde e transformar esse potencial em melhorias para o nosso povo", enfatizou Ana Júlia Carepa, destacando que o Pará já conseguiu reduzir seus índices de desmatamento, mesmo com todas as peculiaridades que dificultam o controle no Estado, fruto também de investimentos em políticas de regularização fundiária e ambiental e apoio à produção agrícola familiar. "Não se combate o desmatamento só com

Povos indígenas presentes no Lançamento do Fórum Paraense de Mudanças Climáticas e assinatura de convênio entre Sema e o Instituto Vitória-Régia que beneficiará os povos indígenas

O auditório do Palácio dos Despachos recebeu representantes dos segmentos interessados em combater a degradação ambiental

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Luiz Fernandes Barbosa, representante da Conservação Internacional, é um dos signatários do convênio de cooperação

Marcio Meira, presidente da Funai, durante o Lançamento do Fórum Paraense de Mudanças Climáticas

Aníbal Picanço, secretário de Estado de Meio Ambiente, assinou o convênio de cooperação Valdecir Tembé, da liderança indígena dos Tembés, assinou convênio de cooperação que beneficiará os povos indígenas, Tembés

repressão. É preciso propor alternativas", completou. Durante o mesmo evento, a governadora, o secretário Aníbal Picanço, o presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Estado do Pará (Idesp), Peter Mann de Toledo, e Luiz Fernandes Barbosa, da Conservação Internacional do Brasil (CI), assinaram um termo de cooperação técnica para realização de estudos e pesquisas na área de mudanças climáticas. Alex Santos Keuffer, diretor-presidente do Instituto Vitória-Régia para o Desenvolvimento da Amazônia, assinou convênio de cooperação com a Sema

A primeira reunião ordinária do Fórum Paraense de Mudanças Climáticas deverá já na primeira quinzena de outubro. Além do debate acerca da minuta de Política Estadual de Mudanças Climáticas a ser apresentada pela Fundação Getúlio Vargas, a pauta do primeiro encontro engloba o encaminhamento das negociações do Fórum Global de Governadores sobre Clima e Florestas, que será realizado na Califórnia (EUA), de 29 de setembro a 2 de outubro, e a aprovação do Regimento Interno do Fórum.

PPCAD O governo vem apostando na mudança do modelo de desenvolvimento e tem buscado recursos para a implementação de programas que valorizem a floresta em pé, ao mesmo tempo em que t r a b a l h a p e l a regularização e uso das áreas já abertas nas zonas de consolidação econômica, que

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representam cerca de 20 milhões de hectares. Algumas metas do PPCAD já foram cumpridas, como a aprovação do projeto de lei de regularização fundiária, que revogou os artigos da legislação estadual que limitava o prazo para a regularização da reserva legal a nove anos, quando o Código Florestal permitia 30 anos; a regulamentação sobre recomposição, regeneração e compensação de áreas de reserva legal, e a revisão do Cadastro Ambiental Rural (CAR), para dar mais agilidade a este processo. A Sema também vai adquirir imagens de alta resolução para a atualização da malha geodésicadoEstado. P

Ana Júlia Carepa, destacou o potencial do Pará para se tornar uma economia verde

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R$ 480 milhões para agricultura familiar no Plano Safra 2009/2010 A produção de cacau está entre as que mais crescem em território paraense

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Fotos: Cláudio Santos/Ag Pa

om a participação de agricultores de várias regiões do Estado, por meio de videoconferência, a governadora Ana Júlia Carepa lançou o Plano Safra 2009/2010 no Pará, no auditório do Banco da Amazônia. Os R$ 480 milhões destinados pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), sendo R$ 280 milhões do Basa e R$ 200 milhões do Banco do Brasil, garantirão o crescimento da a g r i c u l t u r a f a m i l i a r, q u e v e m apresentando resultados devido às Cássio Pereira, secretário de Estado de Agricultura: “Historicamente, o Plano Safra é o anúncio de recursos distribuídos à agricultura familiar no Brasil”

Aírton Faleiro, Cássio Pereira e Ana Júlia no lançamento do Programa Campo Cidadão

políticas voltadas ao fomento da atividade, considerada prioridade pelo governo do Estado. O evento marcou, ainda, a comemoração de um ano do Campo Cidadão, programa de incentivo ao desenvolvimento socioambiental da produção rural paraense. As ações representam o "grande esforço" do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural do Estado, segundo Cássio Alves Pereira, titular da Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri) e presidente do Conselho, que reúne 32

instituições públicas e privadas do setor rural do Pará. "Historicamente, o Plano Safra é o anúncio de recursos distribuídos à agricultura familiar no Brasil, em torno de R$ 15 bilhões anuais. No Pará, realizamos um conjunto de políticas para que se integrem ao fortalecimento e à aplicação destes recursos", garantiu o secretário. Cássio Pereira destacou também que, por meio do NavegaPará, maior programa de inclusão digital do Brasil, o evento foi transmitido em tempo real pela internet, paramais.com.br


José Abdias Júnior, presidente do Basa, destacou os investimentos na agricultura sustentável

Melhorias que os 600 moradores do assentamento Abril Vermelho, de Santa Bárbara do Pará, na Região Metropolitana de Belém, têm comprovado. Regiane Ferreira Costa participou da solenidade com mais 15 agricultores do local, que reúne diversas associações em torno do trabalho que vai da criação de aves ao plantio de frutas, verduras e grãos. "O Plano tem contribuído com a orientação técnica e acredito que os benefícios vão continuar. O apoio do Estado ajuda também no escoamento dos produtos. Por meio de um convênio com a Sagri temos transporte, o que é fundamental", disse

numa iniciativa da Empresa de Processamento de Dados do Pará (Prodepa). O programa promove ainda a inclusão social, ressaltou a governadora Ana Júlia Carepa, explicando que em tempos de crise, por meio dos infocentros, técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) poderão orientar trabalhadores de todooPará.

paraenses, o Basa tem Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) em 131. E quero chegar a todos", anunciou. Para a delegada federal do MDA, Soraya Almeida, que representantou o ministro Guilherme Cassel, o que foi feito em apenas três anos pela agricultura familiar no Estado é mais do que o realizado nos últimos 20 anos. "O Ministério tem um carinho muito especial pelo governo do Pará e pela governadora Ana Júlia Carepa, que tem sido guerreira pela forma como tem enfrentado os impasses, como as questões ambientais", disse a delegada, lembrando das especificidades de se governar um Estado

A governadora Ana Júlia Carepa destacou os incentivos garantidos pelo governo do Estado para fomentar a agricultura familiar no Pará

Avanços "Com a integração dos órgãos é possível fortalecer a produção familiar e ganhar resultados", destacou governadora, que citou outros avanços, entre eles a mecanização rural, a criação do Crédito Rural Ambiental, as 25 Casas de Farinha e as 30 Feiras do Produtor, facilitando a comercialização direta do produtor com o cliente. Ela lembrou também dos 11 assentamentos estaduais criados, todos com licença ambiental e direitos garantidos, como o acesso aos créditos. Por meio do Programa Caminhos da Parceria, o governo do Estado vem recuperando estradas vicinais, permitindo o escoamento dos produtos.

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ela, acrescentando que a Emater e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Pará (Fetagri) também são instituições parceiras.

Crescimento Investimentos em sustentabilidade foram destacados pelo presidente do Basa, José Abdias Júnior. "Dos 143 municípios

onde só o município deAltamira, na Região do Xingu, tem dimensões maiores que as do Estado de Sergipe. Ela disse ainda que o envolvimento de entidades de classe - como Fetagri, MST e movimentos de mulheres, índios e quilombolas - nas dicussões, especialmente nos Fóruns de Competitividade, é necessário para os avanços da agricultura familiar.

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Soraya Almeida, do MDA, elogiou o compromisso do governo paraense com o fomento à produção agrícola

Participação Assuntos como os entraves relacionados ao setor foram discutidos em videoconferência por Ana Júlia Carepa e trabalhadores dos municípios de Santarém, Marabá e Altamira. O sindicalista Raimundo Almeida falou de Marabá, sudeste do Estado. Do oeste, em Altamira, o agricultor Domingues Oliveira também conversou com a governadora, de um computador de um infocentro recém-inaugurado no município. "Esse é um momento ímpar de participarmos do lançamento do programa. Isso só vem fortalecer a agricultura familiar na região, tão esquecida por outros governos", comentou Domingues Oliveira, elogiando

Carlos Augusto Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Pará, durante lançamento do Plano Safra e comemoração de I Ano do Programa Campo Cidadão

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a eficiência do NavegaPará. A governadora frisou ainda as políticas especiais para os trabalhadores rurais da região do Xingu, afetados pelas enchentes no primeiro semestre deste ano.

Campo Cidadão Por meio do programa Campo Cidadão, a Sagri, em parceria com outras secretarias de Estado e órgãos federais, atende hoje 50 mil famílias de todas as Regiões de Integração do Pará e pretende chegar a 120 mil famílias até 2010. Para isso, o programa promove mais de 20 ações, eventos do porte do Frutal/Flor Pará (que movimentou R$ 90 milhões em negócios em 2008 e 2009) e da Festa Estadual do Cacau, além de incentivos como o repasse de 172 patrulhas agrícolas e a distribuição de sementes às organizações de produtores familiares e prefeituras. "Pela primeira vez há um programa específico para este público", afirmou a governadora, destacando que os Arranjos Produtivos Locais (APLs) promovidos pelo Campo Cidadão são outra grande inovação. Por meio de seminários, os APLs mapeiam as demandas de cada local, incrementando as atividades específicas de cada região: pesca e aquicultura, pecuária leiteira, fruticultura etc.

Em parceria como o maior programa mundial de reflorestamento, o Um Bilhão de Árvores para aAmazônia, o Campo Cidadão já incentivou o plantio de 800 mil mudas de essências florestais nativas, 5 milhões de mudas de açaí e 3 milhões de cupuaçu. A agroindústria também tem recebido investimentos do governo, que promove desenvolvimentoregionalsustentável. Hoje, o Pará é o maior produtor de mel da Amazônia e o maior produtor nacional de açaí (que tem destaque no mercado internacional), abacaxi e cupuaçu, além de ter a segunda maior produção de cacau do país. A agricultura familiar é responsável por grande parte desta produção. Com a criação da Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura (Sepaq), a governadora Ana Júlia Carepa acredita que, muito em breve, o Pará vá liderar P também a produção pesqueira. Beneficiários do programa Campo Cidadão também se fizeram presentes no auditório do Basa

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A primeira etapa do Fotos: Rodolfo Oliveira/Ag Pa e Artur Souza

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placa do marco zero das obras da primeira etapa da construção do Linhão do Marajó foi descerrada pela governadora Ana Júlia Carepa, no município de Portel. O investimento de quase R$ 500 milhões irá gerar desenvolvimento socioeconômico com preservação ambiental no Marajó, mudando a realidade dos cerca de 392 mil habitantes do arquipélago, por meio da redução dos custos elevados da geração de energia elétrica a óleo diesel, e da diminuição dos impactos ambientais deste sistema. Uma resposta aos anseios de décadas dos moradores do Marajó, as obras resultam de investimentos federais, via Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras) e Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. (Eletronorte), com execução da empresa Rede Celpa. Lideranças comunitárias, população, parlamentares e demais autoridades participaram do lançamento da primeira etapa, prevista para ser concluída em um ano. Walter Cardeal, diretor da Eletrobras, destacou que já foram liberados R$ 1,5 bilhão para o Pará, investidos no Programa Luz para Todos, em parceria com o governo estadual, responsável pela iluminação de 230 mil residências só no Marajó. As autoridades também reconheceram o empenho da governadora ao reivindicar a obra à Presidência da República, fator decisivo para a construção do Linhão do Marajó. Uma iniciativa que se encaixa na política

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Ana Júlia Carepa descerrou a placa do marco zero do Linhão do Marajó

ambiental sustentável desenvolvida pelo governo do Estado, que Ana Júlia Carepa denomina de "economia verde".

Fato histórico

De acordo com Carmem Pereira, presidente da Celpa, a governadora tem sido incansável na defesa de um novo modelo de desenvolvimento para o Estado. "Somos testemunhas de um fato histórico, e estamos juntos para festejar a chegada de luz forte e de progresso. Aqui (em Portel) começa uma nova luta, uma nova maneira de governar", afirmou Pedro Barbosa, prefeito de Portel. Para Ademar Palocci, diretor responsável pela construção de obras da Eletronorte,

A governadora, secretários de Estado, diretores da Eletronorte, Eletrobrás, deputados Federais e Estaduais, prefeitos da Região do Marajó e convidados em geral, durante a inauguração do Marco do Linhão do Marajó

interligar o Pará ao sistema elétrico do Brasil é integrar a população do Marajó ao resto do país. "Estamos fazendo do Brasil uma terra de todos, e trazer energia para o Pará, que é uma terra de direitos, é trazer os mesmos direitos dos outros Estados

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Linhão do Marajó O prefeito Pedro Barbosa disse estar testemunhando em Portel uma nova maneira de governar o Pará

mais desenvolvidos", ressaltou. "São políticas que o governo estadual está pensando para todos, tanto para o empresário, quando para o pequeno produtor", garantiu Airton Faleiro, líder do governo na Assembleia Legislativa. Segundo ele, o Linhão é resultado do plano participativo do governo estadual para o Marajó, desenvolvido em conjunto com o planejamento federal. Discutida pela população, a aprovação do Plano do Marajó resultou da negociação da governadora com a bancada federal, confirmou André Farias, secretário de Estado de Integração Regional.

mundial de crédito de carbono. Com isso, ganharemos recursos para investir mais, porque vocês estarão contribuindo com a manutenção da floresta", frisou Ana Júlia Carepa, lembrando que também já pediu à Celpa para que empregue moradores de Portel nesta etapa. "Estamos

Deputado Federal Paulo Rocha, durante a inauguração do marco zero do linhão do Marajó

reconstruindo o Pará, não apenas olhando para a capital", acentuou a governadora, citando as obras em andamento da rodovia PA-154, que liga os municípios de Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari, e de pavimentação da PA-368 (que liga Portel a Cametá, no Baixo Tocantins)”. Hoje, os

Oportunidades

As empresas que serão atraídas com o novo sistema darão mais oportunidades à população de Portel, explicou a governadora. O Linhão incrementará a geração de emprego e renda e ajudará a reduzir a emissão de CO2 na atmosfera. A queima de óleo diesel do sistema atual ainda representa riscos com estocagem, transporte e manuseio. "Ao invés de emitir gás, vamos ter energia elétrica limpa e nos creditar no mercado

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No Viveiro Agroflorestal de Portel, a governadora plantou uma muda de ipê amarelo

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acessos a Portel são por vias fluvial e aérea. "Ana Júlia Carepa também inaugurou cinco dos 10 km de asfalto participativo no município e a Unidade de Saúde da Zona Rural. Uma conversa com jovens atendidos pelo ProJovem Rural e a visita à Casa de Acolhimento Ágape da Cruz também fizeram parte da programação. Ela entregou ainda licenças ambientais, 47 cartas de crédito do CredPará e visitou o Viveiro Agroflorestal de Portel (Unap), onde plantou ipê amarelo, uma das 68 essências florestais existentes no lugar. No viveiro estão plantadas mais 1,3 milhão mudas, uma contribuição ao programa Um Bilhão de Árvores para a Amazônia.

etapa serão 650 km de linhas de alta tensão e 10 novas estações. A primeira fase abrangerá os municípios de Portel, Breves, Melgaço e Curralinho. Gurupá receberá energia do município de Vitória do Xingu. Os outros municípios marajoaras serão beneficiados com a segunda etapa.

A expectativa é de melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no arquipélago, um dos mais baixos do país, e o restabelecimento das tarifas de energia elétrica. Os municípios também poderão ser atendidos por cabos de fibra óptica e serviços de telefonia fixa e móvel de mais qualidade. P

Benefícios Serão desativadas cinco usinas termelétricas na primeira etapa das obras do Linhão, uma redução de cerca de 238 milhões de litros de óleo diesel nos próximos 10 anos, o equivalente a R$ 476 milhões, volume similar ao investimento da segunda etapa, quando serão desativadas mais 10 usinas. Na primeira fase serão implantados 260 km de linhas de alta tensão e 335 km de linhas de transmissão, além da construção de seis novas estações. Para a segunda

Linhão do Marajó: redução dos custos elevados da geração de energia elétrica a óleo diesel, e da diminuição dos impactos ambientais deste sistema

Airton Faleiro, deputado Estadual e líder do Governo na ALEPA na inauguração do marco do linhão no município de Portel

Gracionice da Silva, presidente do Sindicato de Trabalhadores de Portel, agradeceu à governadora por ouvir e atender os clamores da população

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por Ruth Rendeiro

Jornalistas e cientistas unidos pela Ciência

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oram mais de 12 horas de discussão em Belo Horizonte sobre jornalismo científico e desenvolvimento sustentável materializadas em um livro com 14 artigos, 28 trabalhos apresentados, duas mesas redondas, uma conferência, três palestras, uma sessão especial, dois minicursos e a extraoficialidade das conversas que culminarão certamente com outros eventos, mais palestras, novos projetos, diferentes parcerias e mais interesse em conhecer como se dá a popularização da Ciência via jornalismo, enfim, se aprofundar sobre os processos que permitem os jornalistas levar à sociedade o que acontece nas universidades, institutos e centros de pesquisa. A promoção da Associação Brasileira de Jornalismo Científico (ABJC), entidade que há 32 anos reúne jornalistas que atuam neste segmento e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), a única agência de fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico daquele Estado, reuniu cerca de 70

Fotos: Gláucia Rodrigues

pessoas de 14 a 16 de outubro no Congresso Nacional da categoria que acontece bianualmente. O próximo, em 2011, está previsto para ter Belém do Pará como sede e articulações nesse sentido já começaram. Registrar, deixar para a posteridade o que se discute e se produz neste início de século no jornalismo científico brasileiro dá um significado especial ao livro que

reúne artigos de Graça Caldas, da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) , Cilene Victor da Universidade Nove de Julho (Uninove) e diretora de redação da revista Com Ciência Ambiental, Wilson Bueno, professor da Umesp e da USP e diretor da Cilene, Portugal e Policarpo na abertura

Na contramão do discurso universal sobre mudanças climáticas Não é de hoje que o cientista Luiz Carlos Molion incomoda e contesta o que parece ser (até hoje) unanimidade na comunidade científica. No X Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico na Mesa redonda A ciência no Brasil: da divulgação às políticas públicas de CT&I ele ratificou o que vem pregando há vários anos e no mínimo levou os que os que ainda não o conheciam a repensar sobre o que tem sido colocado como verdade universal: o planeta não está aquecendo e ao contrário, vai esfriar. Os que já conhecem suas teses tiveram mais uma oportunidade, em Belo Horizonte, de aprofundá-las para melhor entendê-las, mesmo discordando. O que Molion argumenta com eloquência e um poder persuasivo incontestável toma uma dimensão ainda maior quando se conhece o seu currículo lattes :”Possui graduação em Fisica pela Universidade de São Paulo (1969), PhD em Meteorologia, University of Wisconsin, Madison (1975), pós-doutorado em Hidrologia de Florestas, Institute of Hydrology, Wallingford, UK (1982) e é fellow do Wissenschftskolleg zu Berlin, Alemanha (1990). É Pesquisador Senior aposentado do INPE/MCT e atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Alagoas, professor visitante da Western Michigan University, professor de pós graduação da Universidade de Évora, Portugal. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Dinâmica de Clima, atuando principalmente em variabilidade e mudanças climáticas, Nordeste do Brasil e Amazônia, e nas áreas correlatas energias renováveis, desenvolvimento regional e dessalinização de água.É membro do Grupo Gestor da Comissão de Climatologia, Organização Meteorológica Mundial (MG/CCl/WMO)”. Tanto conhecimento e experiência acumulados tornam- no uma pessoa balizada para no mínimo gerar controvérsias e como ele próprio afirma, provocar boicotes à

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Professor Luiz Carlos Molion

publicação de seus pontos de vista, financiamento para suas pesquisas ou mesmo impedir simples convites para eventos que tratem de mudanças climáticas globais. Os argumentos que ele faz uso são inúmeros, mas o mais enfático se alicerça na afirmação de que o sol e o oceano Pacífico são os únicos responsáveis pelo clima da Terra, aliando outras pérolas incômodas como a que o CO² não é vilão, mas o gás da vida e que muito do que se tem propalado sobre aquecimento global os danos causados pelos gases poluentes faz parte de uma conspiração dos países desenvolvidos (o G7) paramais.com.br


Livro lançado em Belo Horizonte

O conferencista Sérgio Abranches

Comtexto Comunicação e Pesquisa; Cidoval Morais, professor da Universidade Estadual da Paraíba; Simone Bortoliero professora da Universidade Federal da Bahia e Ruth Rendeiro, jornalista da Embrapa Instrumentação Agropecuária todos integrantes da atual diretoria da ABJC, além dos jornalistas convidados:. Miriam Santini de Abreu, Clayton Levy, Ilza Girardi, Carina Gomes Rufino, Heloiza Dias, Elizabeth Gonçalves, Lúcia Lemos e Vanessa Fagundes. O primeiro dia do X Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico, após ser aberto oficialmente pela presidente da ABJC, Cilene Victor; pelo Secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Alberto Duque Portugal, e pelo diretor científico da Fapemig, José Policarpo Gonçalves de Abreu, prosseguiu com a conferência de Sérgio Abranches, professor do Instituto Coppead de Administração (UFR), diretor-fundador do site O Eco e comentarista da rádio CBN (a rádio que

para impedir que os que estão em desenvolvimento gerem mais energia e, obviamente, desenvolvam-se mais e os ameacem. A criação do G20 com a inclusão de países como o Brasil seria a constatação de que os 7 já não são a supremacia de décadas atrás. Em nenhum momento o professor Molion se opõe às ações que visam reduzir às agressões ao meio ambiente, apenas não credita ao homem total responsabilidade. Secas, terremotos, enchentes,derretimento das calotas polares, isso, para ele, são catástrofes que existem desde sempre. A grande diferença é que hoje temos acesso a essas informações quase imediatamente e o impacto é sempre maior pelo número de pessoas que são atingidas. As controvérsias podem ser explicadas por argumentos como os levantados pelo pesquisador da Embrapa Cerrados, Gustavo Mozzer, que participará em dezembro deste ano da chamada COP 15, em Copenhague. Ele faz questão de apresentar as diferenças que marcam esses tipos de pesquisa. Estudar as mudanças não permite testar hipóteses a partir de um experimento controle, o que para Mozzer nos dá a sensação de que a humanidade está conduzindo um experimento em escala global no Planeta Terra sem qualquer tipo ou possibilidade de comprovar de paramais.com.br

toca notícia), que falou sobre “ Ecopolítica e Desenvolvimento Sustentável”. Um programação intensa prosseguiu com a mesa redonda sobre as Fundações de apoio à pesquisa (FAP's), coordenada pela jornalista Vanessa Fagundes,da Fapemig que ressaltou a parceria da ABJC com as FAPs, ao tratarem do incentivo que hoje elas dispensam à divulgação científica. A segunda mesa redonda sobre A ciência no Brasil: da divulgação às políticas públicas de CT&I foi, sem dúvida, uma das que geraram maior interesse dos que comparecem ao X CBJC . A apresentação do professor Luiz Carlos Molion, da Universidade Federal de Alagoas, instigou os participantes e gerou intenso debate diante de afirmações que vão de encontro a (quase) tudo o que se tem

divulgado a respeito do aquecimento global (box na página ???). Dela participaram ainda Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia e José Roberto Ferreira, diretor da Acadêmica e assessor de comunicação da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC). A Pauta Ambiental no Jornalismo Científico: erros e acerto eASociologia da Ciência foram os temas dos minicursos por Cidoval Morais e Cilene Victor, respectivamente. Enquanto as palestras Apresentação de trabalhos

Cilene Victor, presidente da ABJC

maneira científica suas conseqüências em virtude da impossibilidade de comparar esses resultados com uma amostra de controle como por exemplo, um outro planeta similar ao planeta Terra com condições biogeoquímicas semelhantes e em órbita equivalente a uma estrela semelhante ao nosso Sol. E ele é categórico:” o futuro que devemos esperar para nosso filhos e que os nossos filhos devem esperar para os filhos dependerá em grande soma das ações que decidamos adotar hoje”. Um assunto apaixonante e que promete não se esgotar tão cedo. A compra antecipada no Brasil do livro SuperFreakonomics do economista Steven Levitt e do jornalista Stephen Dubner que tenta provar que o aquecimento global não é uma ameaça tão grande como tem se acreditado até então, reflete muito bem o grande interesse do brasileiro em melhor compreender as mudanças que já vem interferindo em sua vida e que deverão mudar a sua história. Cabendo ao jornalismo científico um papel ainda mais relevante nesse amplo contexto, pois, como ressalta a presidente da ABJC, Cilene Victor, “jornalistas e cientistas devem estar unidos nessa tarefa urgente de possibilitar ao cidadão comum participar do seu próprio destino”.

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ficaram sob a responsabilidade de Miriam Santini de Abreu, autora do livro Quando a palavra sustenta a farsa: o discurso jornalístico do desenvolvimento sustentável e editora da revista bimestral Pobres & Nojentas abordando O discurso da sustentabilidade no Jornalismo brasileiro. Carlos Tautz, do Ibase, falou sobre O Jornalismo Científico e Jornalismo Ambiental: olhares e tangências e Thomas Lewinsohn, professor da Unicamp e presidente da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (Abeco) tratou do tema Ecólogos, ecologistas e ambientalistas: a imagem pública da Ecologia. O X Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico teve ainda uma sessão especial que discutiu o Perfil e Formação do Jornalismo Científico no Brasil sob a liderança de Luiz Guilherme Queiroz da Fapemig e Universidade

Jornalistas e cientistas em BH Muitos livros foram adquiridos

Thomas Lewinsohn, ecólogo da Unicamp

Mesa redonda sobre as FAPs

Carlos Tautz, um dos palestrantes do X CBJC

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Federal de Minas Gerais e Cidoval Morais da Universidade Federal da P Paraíba.

Jornalista. Reg.Prof. 609-DRT-PA

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Acyr CASTRO

Novembro de 2009

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ue este mês dos mortos seja, para todos nós, um mês de reflexão. Que tiremos lições de vida e sabedoria a partir do exemplo daqueles que nos deixaram e a esta hora já conhecem a verdadeira face do Pai Eterno, do Espírito Santo de Deus e de Nossa Senhora. Tais lições nos ensinem a viver melhor esta vida terrena que nos foi emprestada pelo Criador e façam, de cada um de nós, seres humanos melhores, mais dignos, mais corretos, mais cristãos, fieis devotados às Santas Escrituras e à palavra do Senhor. Isto, que é uma esperança, é também uma prece que fazemos, aproveitando a generosidade dos amigos diletos Ronaldo e Rodrigo Huhn, editores desta bela revista, no sentido do velho e sempre renovado sonho de construção de uma sociedade mais fraterna e mais justa para todo mundo, sem nenhum tipo de preconceito. Novembro obriga a refletir, que cada qual o faça cotidianamente, sem parar nem medo de erro, na obrigação e no dever que temos para com a Igreja e a comunidade a que pretendemos servir e jamais sermos servidos, significado exato da nossa condição católica. Às proximidades.- do Natal, nascimento daquele que deu a vida por nós, humildemente peço permissão para suplicar que me perdpem quantos, voluntária ou involuntariamente, haja eu ofendido. Não teria sentido a vida sem esse compromisso, já que todos precisamos de todos, não importando categorias sociais, étnicas e de qualquer outra gradação. Se morrer é o destino de toda criação, renascer para a eternidade é o cumprimento da fé que todos mantemos. Este é um compromisso a que jamais procuraremos fugir e tentaremos levar adiante até a consumação dos séculos e a vinda do Cristo Salvador. Sabemos que a verdadeira vida e o nosso verdadeiro lar é o Reino de Deus Pai, de Deus Filho e de Deus Espírito Santo, morada com que sonhamos e que

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aguardamos repletos de alegria e de amor. Permitam-me, e suplico de todo o coração e com toda a minha alma, que dedique este texto, saindo do mais fundo de mim, a dois companheiros de jornada que se foram nos últimos dias: Raul Tadeu da Ponte Souza e Antônio Carlos Gouvêa Júnior, idos nas proximidades do Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Que ambos descansem em santa paz, já que devem ter conhecido a verdadeira face da Divindade, Tadeu fazendo reportagem e Gouvêa fotografando os anjos e os santos, um e outro, a seu modo, recriando poesia. Nesta oportunidade envio os pênsames, de toda a família a que pertenço, quer a Rose, e a minha amiga Leni. E até dezembro, para os festejos e a alegria das comemorações do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Bom dia, boa tarde e boa sorte. (*) (*) Poeta, jornalista e escritor

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Abertura do II Congresso Rural para a Expansão do Feijão Caupi

II Congresso Nacional de Feijão Caupi Os avanços do feijão caupi

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debate sobre os rumos da cultura do feijão caupi no país foi o principal objetivo do II Congresso Nacional de Feijão Caupi, no Hilton Belém. O evento fez parte da programação dos 70 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e teve a parceria da Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri). Na cerimônia de abertura, o diretor adjunto da Sagri, Raimundo Portilho, destacou o trabalho de fomento realizado pelo governo para fortalecer a cultura no estado, enfatizando a importância da parceria com órgãos do setor produtivo e de pesquisa, como a Embrapa, para superar os desafios. O presidente da Emater, Wiliamson Brasil, falou sobre a importância da pesquisa e da extensão rural para a expansão do feijão caupi no Pará. A cultura do feijão caupi avança no país, especialmente na região Norte, onde o Pará é o estado que mais produz, com 41 mil toneladas, sendo o quarto maior

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Fotos: Carlos Sodré / Ag Pa

produtor do país. Com 60 mil hectares plantados, a cultura gera cerca de 100 mil ocupações no campo e ocupa 10% do agronegócio estadual de grãos. Os pesquisadores vão apresentar no

congresso novas variedades de feijão caupi para ampliar a oferta do produto no mercado. Um deles é Francisco Rodrigues Freire Filho, vencedor do maior prêmio Frederico de Menezes Veiga 2009, pelo

O evento fez parte da programação dos 70 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) paramais.com.br


seu trabalho de melhoramento genético do feijão caupi. A cultura representa uma importante opção para os produtores que buscam arranjos produtivos mais eficientes e com boas perspectivas de mercado.

A região nordeste do Pará concentra boa parte da produção de caupi no estado, alimento rico em ferro e zinco

Rico em ferro e zinco, o feijão caupi é originário da África. Chegou ao Brasil na metade do século XVI, trazido pelos colonizadores portugueses. No Pará foi introduzido por imigrantes nordestinos há mais de 50 anos e hoje é para o nordeste brasileiro que vão 90% da produção paraense. Uma campanha, apoiada pela Sagri, incentiva o consumo no estado por meio da introdução do produto na

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merenda escolar e na alimentação dos soldados nos quartéis. O gerente da área de grãos e tubérculos da Sagri, Ribamar Nogueira, participou da mesa redonda sobre oportunidades e entraves, falando sobre a política de fomento do feijão caupi no estado. A Sagri também participou do Dia de Campo no encerramento da programação do congresso no município de Tracuateua. P

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Sérgio PANDOLFO

IPSIS VERBIS psis verbis é expressão latina (ipsis = mesmo; verbis = poesia, não cultivo ilusões, mas continuo acreditando, com o palavra, termo) que confere a ideia de reproduzir uma frase mesmo fervor, na beleza da palavra e no texto elaborado com arte”. ou um texto com as mesmas palavras do autor; exatamente Carlos Drummond de Andrade, poeta. igual; sem tirar nem pôr. O período deve ser transcrito entre “Acho que a literatura, tal como as artes plásticas e a música, é aspas, seguido da citação do autor. uma das grandes consolações da vida, e um dos modos de Muitos são de opinião que citar é querer exibir erudição, leitura elevação do ser humano sobre a precariedade da sua condição”. farta e variada. Já para outros, repetir frases proferidas ou escritas por alguém é tão somente tentar homenagear o autor que não somente pensou antes sobre o tema como também o exprimiu melhor. Para o jornalista e escritor Daniel Pizza “Somos criados à base de frases feitas. Há chavões universais e nacionais que os mais velhos repetem para os mais novos como se a mera repetição já fosse sinal de validade total e Carlos Drummond eterna”. E cita alguns desses brocardos: “A de Andrade esperança é a última que morre”; “O tempo é o melhor remédio”; “Pense duas vezes antes de Carlos Drummond de Andrade, poeta. agir”. “O homem que trabalha com as mãos é um operário. O homem que Fato é que há frases que são verdadeiramente trabalha com as mãos e com o cérebro é um artesão; o homem que “lapidares”, pérolas literárias e que, por enunciar trabalha com as mãos, com o cérebro e com o coração é um conceitos concisamente expressados e de grande artista.” São Francisco de Assis. alcance doutrinário ou de persuasão, costumam “A mocidade brasileira lê pouco, fala mal e escreve pior”. Sérgio ser utilizadas a basto por escritores e oradores. Por Correa da Costa, embaixador brasileiro. isso mesmo é que existem publicações específicas “Acredito que nas amizades verdadeiras, o sentido de disponíveis para serem consultadas por quem espaço/tempo é anulado.” Aline de Mello Daniel Pizza deseja delas se valer para retirar Brandão, SOBRAMES-PA. alguma sentença ou citação, a fim de enriquecer “Os discursos devem ser como o biquíni: ou enrijecer o conteúdo de seus escritos. suficientemente longos para cobrir o assunto, Neste texto repertoriamos algumas dessas mas suficientemente curtos para serem frases, selecionadas aleatoriamente e que interessantes.” Osvaldo Aranha, embaixador consideramos serem exemplares do que atrás brasileiro, ex-presidente da ONU. conceituamos. Ei-las: “Continuam nossas lutas/ podam-se os galhos, “O livro é um mudo que fala; um surdo que colhem-se as frutas/ e outra vez se semeia...” responde; um cego que guia; um morto que vive”. Mestre Cartola, compositor brasileiro, “Todo o Padre Antônio Vieira. tempo que eu viver” (fragmento). “Depois de praticar a literatura durante mais de Padre Antônio Vieira “As palavras têm sexo. E casam-se. O casamento 60 anos, publicando 16 livros de prosa e 25 de

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delas é que se chama estilo.” Machado de Assis. “Sendo ao mesmo tempo forma e conteúdo, tanto as palavras como a frase exigem a correção que dedicamos aos elementos fundamentais de nosso equipamento existencial.” Carlos Heitor Cony, escritor da ABL. “Pode o homem tornar-se culto pela cultura dos outros; mas só se torna sábio, pelas próprias experiências”. Mansur Chalita, escritor e pensador. Franco Zeffirelli “A Medicina e a Literatura se completam. Elas compreendem a pessoa humana” Moacyr Scliar, médico e escritor. Da Academia Brasileira de Letras. “A ciência consiste em saber. Em crer que se sabe está a ignorância”.Meraldo Zisman, SOBRAMES-PE. “Por maior ou mais poderoso que seja um homem, um dia ele já coube na barriga de uma mulher”. Anônimo. “Todos os dias, a criatura humana, mesmo que nem o perceba, está a escrever um fragmento de sua própria história e das razões de seu viver.” Luiz Alberto Soares, médico e escritor, SOBRAMESRS. “O Brasil é o último país feliz do mundo”. Franco Zeffirelli, produtor cinematográfico. Martin Luther King “Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes; mas não aprendemos a simples arte de vivermos juntos como irmãos". Martin Luther King. “A bebida sacia a sede; o alimento extingue o desejo de nos alimentarmos; mas a prata e o ouro nunca chegam a satisfazer a avareza”. Plutarco. “Eu não me envergonho de corrigir meus erros e mudar minhas opiniões, porque não me envergonho de raciocinar e aprender”. Alexandre Herculano.

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“Quem escreve olha a sua obra como seu filho, e todo o mundo sabe que pai acha graças e bondades na “querida prole””. Joaquim Manuel de Macedo – Prefácio em seu livro A Moreninha – 1844. O autor deste texto também se permitiu pinçar de seus próprios escritos, produzidos ao longo de cerca de trinta e cinco anos de exercício literário, algumas frases que julga expressarem fielmente as experiência e convicções sentidas e consentidas no desempenho desse nem sempre ameno labor. A seguir: “O passado preservado alimenta o viver presente e amplia os horizontes do porvir”. “Língua; sentimento de nacionalidade; cultura, ciência e pesquisa autônomas são os pilares essenciais da soberania nacional”. “Gratidão é algo que não tem paga, mas tampouco se apaga”. “Belezas essencialmente diferentes são incomparáveis. Cabe tãosomente admirá-las”. “O estilo é inerência do autor”. “A literatura é a sublimação da palavra”. “Nenhuma mais humana na prática do dia-a-dia. Nenhuma mais divina na obtenção da cura” (a Medicina). “O que caracteriza o grande Cirurgião não é o elevado número de intervenções realizadas, mas a precisão da indicação cirúrgica”. “Nada mais patético, na Medicina, que o tecnicismo extremado, limitante, que apequena e soterra a quem é dele vezeiro”. “A escravidão é uma mancha negra que enodoa nosso torrão verde e amarelo.” “Caminhos alcatifados, floridos, não podem levar à glória. Os caminhos da glória hão que ser, necessariamente, pedregosos, quase ínvios” “Belém, a atalaia do Norte”. “Belém, a metrópole das águas à foz do rio-mar plantada”. “É apanágio dos chatos o querer tudo dizer” “Patrimônio conservado é povo bem educado” “No rio-mar de minha existência não há lonjuras” “A etimologia é a certidão de nascimento da palavra” (*)

Médico e escritor. SOBRAMES/ABRAMES

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Camillo VIANNA

Amazônia: Acompanhando um Círio de Outrora

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ale a pena recordar os bons tempos de antigamente, principalmente, quando essa recordança ativa a imaginação do autor e diz respeito a sua participação e dos seus familiares, nos festejos do Círio de Nossa Senhora de Nazaré que vem sendo realizado há mais de 2 séculos em Belém, capital do Estado do Pará, na agora chamada Amazônia Brasileira. Em franca expansão, os Círios tem sido realizados em outros estados do país e até fora dele tendo sua origem em terras lusitanas. Desde o inicio a festividade entre nós, em todos os seus aspectos, era basicamente familiar caracterizando encontros e reencontros de seus membros a longos tempos apartados às vezes com distâncias bem remotas e eram aguardados com ansiedade, ficando sempre o compromisso do retorno. Maniva para o preparo da maniçoba A partir da presença do recém-chegado tudo, sem tirar nem por, No dia da Procissão as pessoas aglomeravam-se dentro e fora tinha o suporte familiar que ainda não havia esmaecido e procurava da Sé Catedral (hoje primorosamente restaurada) acompanhando a Missa reativação pela base. para, em seguida, sair em romaria até a Basílica. Para princípio de conversa, visita a parentes e amigos ainda À frente, da Berlinda iam autoridades do Estado e convidados remanescentes. Em seguida peregrinação ao cemitério de Santa Izabel em especiais, o que incluía às vezes o Presidente da república. As casas ao saudoso reconhecimento de lápides e catacumbas dos ausentes. Em outra longo do percurso eram decoradas com colchas finamente bordadas, flores oportunidade visita à Igreja de São Joãozinho na Cidade Velha onde o e velas acesas. visitante fizera sua Primeira Comunhão. Nessa de São Joãozinho na Cidade Grande maioria dos acompanhantes primavam mesma oportunidade uma chegadinha ao externato Igreja Velha, no belo traço de Sérgio Bastos pela boa indumentárias muitas vezes confeccionadas São Geraldo, para tomar a bênção das professoras especialmente para esse dia. Antonica e Ritinha onde havia estudado. A época era muito comum os rapazes originários do Nesse meio tempo, os auxiliares domésticos subúrbio, trazerem lenço amarrado na cabeça passando contavam com reforço de parente conhecido por suas pela testa. qualidades culinárias, para dar início ao preparo do Os acompanhantes da corda eram divididos em almoço ajantarado, reforçado para a família, no dia do duas alas. A dos homens à direita e as mulheres a esquerda Círio. da Berlinda. Tudo começava com a compra da maniva no Na curva do Boulevard, na subida para a Ver-o-Peso, bem como dos ingredientes para o Presidente Vargas, os estivadores estavam preparados para homenagear a preparo da maniçoba. Os entendedores colocavam a maniva para ferver Padroeira, lançando dezenas e dezenas de foguetes de rabo oriundos da em fogo de lenha por até sete dias para apurar. Em seguida as carnes, hoje Vigia de Nazaré, onde teria sido realizado o primeiro Círio. quase sempre as mesmas usadas na feijoada, como: chouriço, paio, pés A chegada à Basílica era difícil e cansativa, em verdadeiro de porco, charque. apertacunha. Muito difícil era após a procissão, conseguir transporte para A parte mais difícil e complicada era decidir se o chegante iria ou o subúrbio onde, lhes esperava refeição com pato no tucupi e às vezes não acompanhar a procissão, em caso positivo se iria calçado ou descalço maniçoba. Nas residências dos mais abastasdos e nas sedes como tradição para segurar na corda durante o percurso. Ao chegar no governamentais, durante a procissão era servido uma espécie de quebra local da saída acertavam com os promesseiros tradicionais sobre a jejum, servido por garçons originários do Grande Hotel. possibilidade ou não de usarem os tais calçados. Grave problema para os promesseiros era a não existência de água para beber, o que os abrigava a pedir nas casas, bem como em necessidade maior, o uso de sanitários. Outro problema de difícil solução era quando alguém necessitava de atendimento médico, quase sempre por desidratação, por só haver um Pronto Socorro Municipal que ficava atrás do edifício da Booth Line, empresa inglesa de navegação. Na entrada do Cinema Olímpia a prefeitura montava posto para atendimento de urgência/emergência que não dava conta da demanda. Apesar das dificuldades não encontra-se participante dos antigos Círios que não os relembrem com saudades. (*) A corda na curva do Boulevard

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*SOPREN/SOBRAMES

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