Pará+ 95

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outubro 2009

Belém - Pará - Brasil

www.paramais.com.br

ISSN 16776968

Edição 95

6,00 3

>>> Círio 2009

AVE Ó SENHORA DA BERLINDA

E mais:

>>> A FESTA DO SAIRÉ >>> LITERATURA E CULTURA >>> CALENDÁRIO DO CÍRIO




06 Relembranças cirianas

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

08 11

Círio eternamente

Calendário do Círio

12 O VII Concurso

Imagens de Círios

25

O Círio Poético

26 Ensine seu filho a aprender

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES: Acyr Castro, Camillo M. Vianna, Claudio Mesquita, Ernesto França, Garibaldi Parente, Guido Esperante Sergio Pandolfo; FOTOGRAFIAS: Ana Carolina P. Vaz; Artur Alex Loureiro Araújo; Arquimimo de Oliveira Cardoso Junior; Carlos Moioli; Carlos Sodre/Ag.Pá; Caroline de Lima Pinto; Celestino França Gonçalves; David Alves/Ag.Pá; Deborah Marques Lago; Eliseu Dias/Ag.Pá; Fernando Felipe Gomes de Araújo; Genildo Oliveira Mota; Glauce Rodrigues Andrade; G Igor Mota Magno; Iracema de Souza Alcantara; Ivete Pinheiro Santo; Jayme R. M. Lavareda; Joanaldo Silva; Jeziel Rodrigues; Jorge Antonio Barbosa Santos; Joyce Almeida; Lorena Wanzeler; Lucio Mauro; Lucivaldo Sena/Ag.Pá; Marcelo Augusto Seabra Amador; Marcio Santos Matos; Marcos Cesar Moura Ribeiro; Marcos Gonçalves; Maria Raquel dos Santos da Cruz; Ray Nonato; Regina Cordeiro; Rodrigo Hühn; Rosa Kamada; Tamara Saré/Ag.pá; Shamara Fragoso. DESKTOP: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES

ANATEC ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES

31

É dia das crianças

32

Turismo literário em alta

PA-538

34 Especial Sairé aniversário da 44 80º imigração japonesa

çalves

arcos Gon

Foto de M



serpan@amazon.com.br

Sérgio PANDOLFO

RELEMBRANÇAS

CIRIANAS

essa época de agitação da família paraense para sua festa maior, que ocorre tradicionalmente no segundo domingo de outubro desde 1793, muita coisa acontecia, e continua a acontecer, ligada às festividades religiosas e, principalmente, aos preparatórios para o almoço após a monumental romaria católica que, como é sabido, diz-se ser a maior do mundo. Almoço que reúne a família inteira, incluindo os membros que estão vivendo fora de Belém, no interior do Estado ou fora dele, e que para cá se deslocam a fim de participarem das come(bebe)morações do assim chamado “Natal dos paraenses”. Os parauaras somos donatários de uma excepcional cozinha, que é reconhecida como a mais genuína e diversificada do Brasil e que especialmente durante a quadra dos comemorativos cirianos é exercida e experimentada à farta, constituindo-se em verdadeiro regalo para os peregrinos. Muitas coisas do passado nos vêm à lembrança, como, por exemplo, o cerimonial de preparação do peru que iria servir de pasto no prato do Círio, que incluía a administração de cachaça à pobre ave, antecedendo o abate, quem sabe visando à diminuição do sofrimento, certamente intenso, pela degola, mas justificada como necessária para “amaciar” a carne do indefeso galiforme. Não sabemos dizer se isso ainda acontece. Há também a caça aos patos regionais para a feitura do genuíno, e certamente mais representativo, pato no tucupi, o que implica verdadeiro “paticídio” em massa, afora os provindos de outras praças, comprados nos supermercados. Há que falar, igualmente, na preparação da maniva para a feitura da maniçoba, que exige fervura das folhas por cerca de sete dias.

N

O intendente Antônio Lemos e os devotos acompanhavam a romaria de charretes

Antiga foto da Basílica, com o coreto e o relógio à frente

Em nossa casa, “uma casa portuguesa com certeza” dada a ascendência lusitana de nossa mãe, nesse dia, como também no Natal de Jesus, nunca faltava o delicioso bacalhau que, como sabido, igualmente exige todo um ritual para dessalgá-lo, assim como a adição de condimentos e complementos indispensáveis para a feitura, à moda lusitana, do prato escolhido para a ocasião. A depender da disponibilidade financeira ocasional das famílias muitas outras iguarias, igualmente dignas e gostosas, são preparadas “no capricho” para a reunião da família e acolher a devoção à Padroeira da Amazônia, aí incluídos acepipes à base de peixes, leitão, frango (ou melhor, galinha, como costuma dizer o parauara da gema) e, às vezes, os proibidos quelônios da região, tais a tartaruga, o tracajá, o muçuã e outros que tais. E é neste ponto que desejamos nos alongar um pouco mais, narrando episódio, digamos assim, tragicômico que vivenciamos num outubro de há cerca de meia centúria. Quando ainda éramos aspirantes ao curso de Medicina íamos, com outros iguais, estudar na casa de um querido amigo, hoje médico bem sucedido e respeitado, na qual o “velho” Edgar, pai desse colega,

A Basílica e o coreto da Vesta A Basílica é um dos mais belos templos religiosos do Brasil. A arquitetura guarda a marca de Coppedé e Pedrasso, arquitetos genoveses que auxiliaram o Padre Zoia. No dia 24 de outubro de 1909, foi lançada a pedra fundamental da atual Basílica, abençoada por D. Santino Coutinho, Arcebispo do Pará, na presença do Governador Augusto Montenegro, do Prefeito Antônio Lemos e do povo católico de Belém e do interior. 06

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deitamos nele um litro de querosene, incendiando os enervantes roedores, podendo, assim, dar início à noitada de estudos. No dia seguinte, pela manhã, o “velho” Edgar, um experimentado e ilibado policial quase sofre um enfarte agudo do miocárdio (à época ainda sem o chiquê de hoje) e, respirando fundo para conter-se, exclamou conformado: “Mas quem foi o malvado que torrou meus muçuãs do Marajó? Tratava-se, como já se vê, de alguns exemplares desse apreciado e disputado quelônio que ele havia adquirido naquele dia, a fim de mandar preparar aqueles deliciosos “casquinhos de muçuãs”, iguaria supimpa, exclusiva da culinária parauara, para o almoço do Círio. Eis aí uma faceta que seria hilária, não fosse penosa e desastrada, do autor desses apontamentos relativos às tradições cirianas, que acabou por privar ao saudoso, compreensivo (pois perdoou a desastrosa, mas inocente, peripécia deste escriba) e sempre lembrado “seu” Edgar e sua família de degustarem o bom quelônio marajoara durante o lauto e diversificado repasto daquele já alonjado Círio de Nazaré.

Basílica em construção

havia feito construir nos fundos do quintal um barracão, a fim de que pudéssemos discutir as lições e exercitar as aquisições auferidas, muitas vezes em alta voz, sem perturbar o sono dos justos, pais e familiares do Hélio (este o nome do colega). Certa noite, ao chegar mais cedo para o exercício de “queimar pestanas” detectamos um ruído estranho e bastante incomodativo, que provinha do galinheiro ao lado e fomos investigar, dando com um grande barril que acreditávamos estar cheio de ratos. Não contamos conversa:

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(*)

Médico e escritor. SOBRAMES/ABRAMES

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Camillo VIANNA

08

Amazônia: Círio, Eternamente

N

ão é nada fácil fazer avaliação, por mais singela que possa ser, tal a complexidade que essa gigantesca Procissão apresenta. Primeiro é preciso ter em mente que essa demonstração de fé católica já tem mais de dois séculos de existência e está em franca e diversificada expansão, ultrapassando há muito os limites de onde teve origem no Estado do Pará trazida pelos colonizadores da longínqua Pátria lusitana, abrange hoje outras unidades da Federação e até outros países, como é o caso de remanescente colonial da França, em Cayenne, capital da Guiana. Faz-se presente também na Espanha, Itália e Portugal. Na terra de Santa Cruz, o surgimento de novos núcleos de devoção à Padroeira dos paraenses e Defensora da Amazônia deve ser considerado fato concreto por estudiosos desse importante tema, que teve como precursor D. Zico que muito colaborou com o novo Arcebispo, Dom Orani. A transferência pelo Vaticano de D. Orani João Tempesta, para ocupar cargo no Rio de Janeiro, estrategicamente situado, para que ele e sua equipe, possam dar prosseguimento a sua missão pastoral, depois de relevantes trabalhos como Arcebispo da Arquidiocese de Belém,Pará, em pouco mais de quatro anos quando deu grande incentivo a projeto que deverá abranger todas as capitais do Brasil, qual seja a realização de Círios. A partir da Base, em Belém, passos decisivos foram dados como a transformação da Igreja de Nazaré, em Basílica Santuário, assim como a entrega ao povo paraense, da Sé Catedral, primorosamente Dom Zico no Círio restaurada, hoje o mais belo templo do Brasil, de onde, no próximo 2º domingo de Outubro deverá sair a 217º Círio de Nazaré. Na realidade a grande Romaria não trata somente de arregimentação de féis, que a compõe. Mais de 11 manifestações através de integrações as mais diversificadas como a Trasladação, Pomaria fluvial, a de motos e bicicletas, as oriundas de cidades próximas como Castanhal, Marituba, e da grande Belém, Icoaraci e Ananindeua. Aspecto interessante relaciona-se às Procissões que vem sendo realizados antes, durante e depois das festividades cirianas, apesar de serem denominadas Círio, na realidade homenageiam as padroeiras e padroeiros das comunidades. A criação dos Evangelizadores Nota 10 que participam de

visitas às casas, levando a Imagem Guardas da Santa Peregrina, réplica da verdadeira, para ser homenageada. As equipes começam a atuar desde o início do ano até o final, como jamais havia. Esse projeto bem planejado e melhor executado tem como mecanismo de apoio a Rede Nazaré de Televisão, rádio, e Jornal, consolidam as atividades religiosas. Outro aspecto interessante é a movimentação dos promesseiros rumo a Belém por meios de transporte, variados, como, navios, lanchas, montarias, aviões, e os caminhantes que levam de três a quatro dias para chegarem à cidade, estes, geralmente, são do mesmo grupo familiar ou comunitário que se organizam em grupos. No trajeto pedem agasalhos em casa de lavradores, comerciantes, e acampam em terrenos, bosques, onde montam acampamentos. Visando minimizar a canseira da viagem, foi criada pelos Barnabitas bem próxima à Basílica a Casa de Plácido onde serão atendidos por médicos, assistentes sociais, recebendo alimentos, para se recomporem a fim de acompanhar a Procissão. Outros são acolhidos em casas de suas famílias ou de amigos. Essa movimentação vai consolidando a fé na padroeira dos paraenses. No dia da grande Procissão, de acordo com a tradição, os promesseiros que saem da Sé Catedral procuram, preferencialmente, acompanhar a Romaria, segurando na Corda que é o símbolo maior, depois da Santinha Peregrina. É comum, nas casas e repartições ao longo do trajeto a prestação de homenagens à Padroeira levada na Berlinda protegida pela Guarda da Santa. A grandiosa Procissão termina com a chegada da Berlinda à Praça Santuário. A cada ano a Peregrinação Chegada do Círio na reforça e consolida os sentimentos Basílica Santuário religiosos de seus fiéis. (*)

*SOPREN/SOBRAMES

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por Aírton Faleiro

Nosso natal paraense com espírito fraternal e certeza de dias melhores

O

nosso Círio de Nazaré é celebrado por nós como o natal antecipado dos paraenses. Um momento de intensa fé, confiança e certeza de que sob a benção da Virgem de Nazaré, a Rainha da Amazônia, vivemos dias melhores. A romaria atraída pela peregrinação da imagem da virgem de Nazaré pelas ruas de Belém mostra todo o ardor dos paraenses em viver sua espiritualidade, em viver sua convicção cristã. O amor leva a todos nós às ruas todos os anos, para louvar a Senhora do povo amazônico e pedir a sua intercessão junto a seu filho Jesus para

Airton Faleiro e sua mãe Ana, no Círio da Alepa

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nossos pedidos. Alguns de nós rogam por quem amam. Outros pedem auxílio para enfrentar uma situação difícil. Há os que pedem a casinha própria e há os que pedem ainda mais fé para viver em unidade com a Igreja. E todos querem ser abençoados pela Mãe de Deus e seu Filho. Também por seu lado fervoroso o cidadão do a Berlinda de Nossa Pará mostra no dia-a-dia a Junto Senhora de Nazaré na Alepa capacidade batalhadora e guerreira da nossa gente. E o trabalho tem meio de programas sociais, que chega aos gerado seus frutos, porque hoje quatro cantos do nosso Pará. vivemos em um Pará com O compromisso do governo Ana Júlia d e s t a q u e , r e s p e i t o e também é com a nossa fé, e por isso competitividade. Prova disso é entregou a sociedade um grande ícone do que mesmo o mundo passando Círio e da história paraense, A catedral da por uma das maiores crises Sé restaurada, com sua beleza exuberante. financeiras da história, o Para todos nós um presente. E neste Círio Estado mostrou que continua 2009 contamos novamente com a crescendo. Crescendo com a presença de todos os fiéis para festejar a n o s s a p r o d u ç ã o romaria de Nossa Senhora e que a Santa agroexportadora, crescendo Maria abençoe a cada um de nós. Viva a com a verticalização da nossa Rainha daAmazônia. P indústria, crescendo com a Deputado Estadual, Líder do melhoria de qualidade vida, por Governo na Assembléia Legislativa

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Calendário Círio 2009

DIA 03/10

HORA 08:30

EVENTO Reunião Colégios/Carros Círio

Centro Social Nazaré

05/10

20:00

Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais.

Teatro da Paz

06/10

19:00

Abertura Oficial do Círio 2009

Salão de Festa da Basílica

07/10

14:00

Abertura da Vigília de Oração

Auditório D. Zico

07/10

18:00

Apresentação do Manto

Basílica Santuário

08/10

19:30

Transportes dos Carros - CDP

Basílica Santuário / CDP

08/10

20:00

Um Canto para Maria (Concerto Mariano)

Basílica Santuário

09/10

08:30

Encerramento da Vigília de Oração

Auditório D. Zico

09/10

09:00

Traslado Ananindeua / Marituba

Basílica Santuário

10/10

05:30

Romaria Rodoviária

Ananindeua

10/10

09:00

Romaria Fluvial

Icoaraci

10/10

11:30

Romaria dos Motoqueiros

Pça. Pedro Teixeira

10/10

12:30

Descida da Imagem

Basílica Santuário

10/10

16:30

Missa da Trasladação

Colégio Gentil

10/10

18:00

Trasladação

Colégio Gentil

11/10

05:00

Missa do Círio

Catedral da Sé

11/10

07:00

Círio

Catedral da Sé

11 à 25

21:30

Programação Cultural/Círio Musical

Concha Acústica

12 à 24

05:30

Terço da Alvorada

Basílica Santuário

12/10

19:00

Noite dos Eleitos

Salão de Festa da Basílica Santuário

13 à 24

19:00

Noitários

Salão de Festa da Basílica Santuário

17/10

08:00

Romaria dos Ciclistas

Pça Santuário

17/10

17:00

Romaria da Juventude

A definir

18/10

07:30

Romaria das Crianças

Pça. Santuário

25/10

08:00

Procissão da Festa

Pça. Santuário

25/10

20:00

Missa de Encerramento

Pça. Santuário

25/10

21:00

Encerramento do Círio 2009

Salão de Festa da Basílica Santuário

25/10

23:00

Espetáculo Pirotécnico

Pça. Santuário

26/10

05:30

Subida da Imagem

Basílica Santuário

26/10

06:00

Missa do Recírio

Pça. Santuário

26/10

06:00

Incineração Simbólica das Súplicas

Pça. Santuário

26/10

06:00

Recírio

Pça. Santuário/Gentil

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LOCAL

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O VII Concurso

Imagens de Círios A

comissão julgadora foi composta pelos expert's, conhecedores de Círios e apreciadores de belas imagens: Paulo Araújo e Ubirajara Salgado, excoordenadores do Círio de Nazaré, Elias Gorayeb, ex-diretor das Festividades Nazarenas; Jean Carlos Lopes, diretor do Museu do Círio; Ubiratan Aguiar e

Adenirson Lage, jornalistas/colunistas, Roberto Pinto da Costa, médico e Fabrizio Guaglianone, Marcelo Loureiro, jovens empresários. Missão dos jurados: Selecionar 43 imagens, sendo 33, as Classificadas e 10 as Vencedoras; dentre 4.326 fotos, em sua maioria do Círio de Belém, mas também de fotos do exterior – Portugal, Espanha e França, além das do Brasil – São Paulo, Rio

de Janeiro, Amazonas e Amapá, que concorriam, por estarem conforme e dentro do Regulamento do Concurso. Inicialmente houve uma seleção preliminar, com a preocupação principal voltada ao padrão e à qualidade. Em seguida a seleção das fotos que melhor retratassem a grande Romaria e os ícones dos Círios, pois as fotos premiadas e classificadas, no total de 43 fotos, correm o mundo em várias exposições.

Rodrigo e Ronaldo Hühn com os componentes do Juri: Elias Gorayeb, Adenirson Lage, Ubirajara Salgado, Fabrizio Guaglianone, Ubiratan Aguiar, Jean Carlos Lopes e Paulo Araújo

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Em seguida, a comissão julgadora do 7º Imagens de Círios, classificou em primeiro lugar, a bela foto que mostra a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, no cibório repleto de flores naturais amarelas e brancas, nas cores do Vaticano. Foto de Artur Alex Loureiro Araújo, com o número 477, de inscrição. Abaixo a relação dos Vencedores e Classificados. (Nome e número de inscrição).

Vencedores

(2138); Jorge Antonio Barbosa Santos (406); Shamara Fragoso (276); Deborah Marques Lago (239); Joanaldo Silva (31); Artur Alex Loureiro Araújo (492); Regina Cordeiro (2189); Maria Raquel dos Santos da Cruz (411); Artur Alex Loureiro Araújo (495); Artur Alex Loureiro Araújo (491); Caroline de Lima Pinto (262); Arquimimo de Oliveira Cardoso Junior (43); Jayme R. M. Lavareda (113); Regina Cordeiro (2196); Joyce Almeida (476); Maria Raquel dos Santos da Cruz (409); Rosa Kamada (127);

Antonio Carlos Sales da Silva (190); Joyce Almeida (475); Ray Nonato (377); Marcos P Cesar Moura Ribeiro (252).

1º Artur Alex Loureiro Araújo (477); 2º Iracema de Souza Alcantara (442); 3º Genildo Oliveira Mota (169); 4º Ivete Pinheiro Santo (37); 5º Fernando Felipe Gomes de Araújo (2.114); 6º Artur Alex Loureiro Araújo (487); 7º Marcelo Augusto Seabra Amador (206); 8º Glauce Rodrigues Andrade (386); 9º Marcio Santos Matos (340); 10º Celestino França Gonçalves (2.161).

Classificados Igor Mota Magno (160); Jorge Antonio Barbosa Santos (400); Marcio Santos (349), (351) e (346); Marcos Gonçalves (2159), (2165) e (2192); Lorena Wanzeler (510); Fernando Araújo (2123) , (2117), (2122) e O secretário faz suas considerações

Momento de descontração

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Premiação

dos Vencedores Os Vencedores do VII Concurso Imagens de Círios com seus prêmios

Joselito entrega o prêmio da Casa do Fotógrafo a Artur Alex Loureiro Araújo

Artur Alex Loureiro Araújo recebe de Maurício Santos seu prêmio da VIVO

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Iracema de Souza Alcantara recebe de Maurício Santos prêmios da VIVO

Genildo Oliveira Mota recebe seu prêmio da VIVO

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1ยบ Lugar

as fotos VencedorAs

Artur Araujo

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15


2ยบ Lugar

Alcantara Iracema

3ยบ Lugar Genildo O. Mota

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as fotos VencedorAs

4ยบ Lugar Ivete Pinheiro

5ยบ Lugar Fernando Araujo

6ยบ Lugar Artur Araujo

7ยบ Lugar

Marcelo Seabra

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39


8ยบ Lugar

Glauce R. Andrade

as fotos VencedorAs

10ยบ Lugar

Celestino Franรงa

9ยบ Lugar Mรกrcio Santos

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Acyr CASTRO

Pedindo à Virgem

O

uso pedir à Nossa Senhora de Nazaré, neste mês que é todo seu, que se digne prosseguir intercedendo junto a seu filho bem amado, Nosso Senhor Jesus Cristo, para que obtenha no Divino Pai Eterno e do Espírito Santo de Deus o seguinte: Que tenha piedade, como sempre teve, dos carentes e dos necessitados, sobretudo daqueles irmãos que sobrevivem abaixo da linha da pobreza e passam realmente miséria, sem ter como satisfazer as mínimas necessidades do dia-a-dia; Que socorra os desabrigados de todo o planeta, continente a continente, pais a pais, cidade a cidade; Que dê condições às nações ricas a que ajudem na recuperação das nações emergentes e sem recursos que possam prover no diário, hora a hora; Que a crise anunciada e já implantada vá, aos poucos, cedendo terreno para os projetos com solução adequada a cada caso, a partir do poderio econômico dos Estados Unidos e da Europa; Que a festa do Círio deste ano supere, em brilho e na beleza da fé, todas as que a antecederam, palmilhando as calçadas e os paralepípedos da nossa mui sofrida e tão amada Belém de Santa Maria das Graças; Que as autoridades possam contribuir para construção de novas escolas, em todos os níveis, favorecendo crianças e adultos, sem o que nada importa de grande na sociedade; Que haja bons e melhores transportes a conduzir quem vai para o trabalho muitas vezes antes do galo cantar lutando pelo alimento de homens, mulheres e crianças, fonte de vida; Que a saúde persista sendo matéria prima de todo e qualquer plano governamental e particular, já que sem saúde não temos forças para continuar a luta por um mundo, um Brasil e cidades melhores notadamente esta em que vivemos e nos acolhe generosamente; Que existam casas populares a nos abrigar, desinportando classe social, sexo, idade e vínculo empregatício; Que a nossa Igreja Católica e Apostólica cresça em fé e em caridade, obediente a Jesus, a Maria, ao Eterno Pai e ao Santo Espírito, fiel a linha traçada sabiamente pelo Vaticano e todos os ministros do Reino Divino; Que a esperança nunca morra, imbatível em cada coração, aqui e ali, na certeza da vinda do Cristo Salvador, em cuja esperança se foram de nós aqueles a quem mais amamos, no caso da nossa família, nossa Mãe Neucília e nosso Pai Janguito, desde que a família, a lembrar Ruy Barbosa, é a Pátria amplificada. Que a adorada Mãezinha de Nazaré despeja suas bênçãos gloriosas e benéficas em todos os lares, dos mais aos menos ricos,

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fortificando corpo e mente no combate pelo pão e leite de cada dia; Que a Sagrada Família tenha compaixão da nossa e nos dê a mão na caminhada que é árdua e conduz à Eternidade e que a Romaria do Círio é o maior símbolo em grau universal; Que a Virgem Santa proteja e auxilie a família Huhn e através dela todas as famílias, sem nenhum tipo de descriminação, a nossa pela qual pedimos constantemente; Que este Círio de outubro seja um marco a delinear novos rumos a que consigamos levar adiante para o bem de todos e de cada qual; Que me permitam os leitores a observar que escrevo estas mal traçadas num dia dedicado ao Perdão; Que Nossa Senhora lance seus olhos misericordiosos sobre todos nós, e que em novembro estejamos na rua, como revista, a prenunciar o Natal de Jesus; Que a multidão, o povo a cantar o Lírio Mimoso a agradecer as graças recebidas,seja levada carinhosamente pela Mãezinha do Céu; Que todos tenhamos um feliz e Santificado Círio, em nome de Deus Pai, e Deus Filho e de Deus Espírito Santo e da Virgem Santíssima por cuja intercessão resamos todos os dias. E fiquemos todos em paz, sem guerra e sem violência, enquanto aguardamos a vinda do Cristo Redentor. Boa sorte, bom dia e boa noite. E Viva a Virgem de Nazaré. (*) (*) Poeta, jornalista e escritor

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as fotos Classificadas Marcos Gonรงalves

Shamara Fragoso

Deborah Marques Lago

Marcio Santos

Marcio Santos Jorge Antonio Barbosa Santos

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Igor Mota Magno

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Jorge Antonio Barbosa Santos

Jayme R.M. Lavareda Lorena Wanzeler

Marcos Gonçalves Fernando Araújo

Artur Alex Loureiro Araújo

Regina Cordeiro

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Maria Raquel dos Santos da Cruz

Arquimimo de Oliveira Cardoso Junior

Fernando AraĂşjo

Caroline de Lima Pinto

Marcio Santos

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Artur Alex Loureiro AraĂşjo

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Joyce Almeida

Rosa Kamada

Joyce Almeida

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Antonio Carlos Sales da Silva

Maria Raquel dos Santos da Cruz

Regina Cordeiro

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Joanaldo Silva

Joanaldo Silva

Artur Alex Loureiro Araújo

Marcos Cesar Moura Ribeiro Marcos Gonçalves

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Ray Nonato

Fernando Araújo

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Garibaldi PARENTE

O Círio poético

A

alma da terra, neste mundo de mudanças, é a nossa alma que resiste em mudar. O significado claro e distinto da experiência social como realidade proposta pela razão, cede espaço e cede tempo a um novo modo de ser, às formas que a fantasia modela as coisas. A fantasia, esse poder de imaginar, vincula-se à memória das percepções retidas pelos sentidos e à reminiscência que é a luz que multiplica essas percepções. A imaginação sempre busca, gera e cria a novidade que nada mais é do que um retorno, uma confirmação irrestrita da origem de tudo e de todos os homens. A prática poética, mesmo sendo uma recordação fingida, é uma verdade que ficticiamente combina-se com tudo que a natureza produz. A percepção apurada do poeta nos peraus mais fundo das coisas aparentemente sem sentido, nelas penetra, para recheá-las de senso e de paixão. A liberdade de recriá-las expande novas raias, fronteiras e confins no horizonte convencional e o gesto infinito e a palavra inesgotável libertam-se das amarras para navegar sem âncoras no rio caudaloso que coleia em nossas veias e em fluências constantes passa pelo coração. Nossa terra de nascença é o pulsar que ativa a renovação espiritual e faz vibrar em nosso peito o amor que se faz encantamento, o mistério que se faz magia e a aventura que se faz mito. O panorama natalino, desse modo, rejeita a inércia para abrigar-se na trajetória da vida vivida em maior amplitude para fluir os devaneios da benquerença e no reconhecimento vigoroso da identidade integrada a ser e à natureza da nossa intimidade conterrânea. Os Círios são como os rios, exultam o sagrado que carregam de andor em andor, portos em que a fantasia guarda-os, protege-os, ostenta-os em segurança na custódia da poesia: a linguagem em serenata desperta estrela de lembranças. O Pomboca, cafeteiro sorridente e delicado, esquentava os peitos da noturna beira do rio; o soí levava no carro de mão o sorriso e a solicitude de carregar bem os bens dos outros; o Contra-maré, embarcadiço do barco Pery, vivia a favor dos carretos e da pinga que o mantinha em pé. O Churamba, inveterado bebedor de cerveja desde que fosse do casco escuro; o Jão-Diabo metia mais medo que o Lobisomem; O Pororoca , pixaim preto e de tinhoso espalhafato nos gestos afeminados, no tempo em que ainda no existia no vocabulário a palavra “gay”; o Preto Napoleão, amante da Matinta Pereira levava na boca o tabaco de mole que rolava nos beiços de porronca em porronca; o Gata, vendedor de mingau de milho verde na lata de leite condensado; O Dico Cururu, exímio seresteiro de

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violão em punho, plangendo fotografias do povo; o Bacuzinho Lobato, tocava gaita para atrair fregueses prá Banca do Mané Leite; a Dona Salvina rezava o terço todo o santo dia como se todo dia fosse dia santo; o Dicó, o fôlego de bêbado ardia nas veias das aguardentes; a Perema, carregava o “filho-da-puta” na ponta da língua; o Abílio Souza, da Sapataria Santa Terezinha, adorava Nossa Senhora da Conceição; o Afo, carregador estourado, de aturá na cabeça, limpava com os pés, as pedrinhas do seu carreto; o Chico Pompeu, depois de uns goles de calaboca, desatava a falar inglês misturado com línguas inexistentes; o Major Idelfonso, suas narinas pretejavam de rapé; a Velha Amásia vendia ovos de osga feito bom-bons coloridos; a Tia Picica, o cabelo desgrenhado e o rosto esmolento vivia na fartura de seus paneiros carregados nas rugas dos braços; o Zé de Alcântara, o olhar assustado e os gestos truviscos denunciavam que a cachaça já passara que nem cachoeira, gole abaixo; O Mestre Caetano, a batalhar nos calhambeques colonizadores; o Luci Piraiba, vendia jacarés-açu ao vivo, retalhando-os na presença dos fregueses; o Sete-Orelhas, baixinho estouvado, com a faca de magarefe na mão; o Coré, caixeiro da Italiana, a calma imperturbável mantinha o sossego da alegria gentil; a Dona Cesarina, lavadeira e passadeira, engomava a vida de muita gente branca… Quanto Círios já passaram? Não passaram! Continuam suas velas em nossas vidas. A passagem almada de cada Círio efetiva o enriquecimento perceptivo da sociedade como fonte inesgotável de inspiração, do entusiasmo visionário. A cada Círio que passa, o acompanhamos porque também somos Círio, formamos os laços e entrelaços que nos ajudam a ligá-los para sempre na eternidade das nossas vidas. Todos os Círios nos conduzem ao arraial dos carrosséis, das rodas-gigantes, das barquinhas balouçantes, dos brinquedos de miriti, das barracas de tiro ao alvo, da iguarias bem preparadas, dos patos regados pelo vinho de todas as safras da tradição, dos leilões, da banda tocando marchinhas no coreto. Somos parceiros, remeiros nessa procissão que caminha no leito largo do rio, em cujo horizonte de sonho, as lendas e os temas culturais abrem-se à vela do tempo: mistério sem cura que pensa com o coração. (*)

* Escritor

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É de pequeno que se aprende a gostar de estudar. Ensine seu filho a aprender Confira dicas simples, que fazem a diferença no desempenho escolar de crianças e adolescentes Estimule a curiosidade da criança desde os primeiros anos de vida. Mostre que tudo segue uma lógica. Não exija nota dez, nem dez, nem reproduza o discurso. “Você só estuda, portanto, tem a obrigação de tirar nota máxima". Se o filho tirar nota boa, elogie. Se o filho tirar nota baixa, converse para saber qual a dificuldade de aprendizado, mas sem dar bronca. Acompanhe a vida escolar dos filhos, confira se eles fazem o dever de casa e se estão entendendo oconteúdo das disciplinas.

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Dê o exemplo. Leia jornais, revistas e livros na presença dos seus filhos. Ao ler uma matéria de jornal, comente, chame o filho para a leitura. Assista o noticiário na TV com eles. Mostre para seu filho que a internet é um espaço de informação e pesquisa, que vai muito além dos sites de relacionamento. Na adolescência, fale sobre o mercado de trabalho e a importância da escolaridade para conseguir um bom emprego. Não de tudo de mão beijada. Os filhos têm que aprender a administrar o dinheiro da mesada e o horário de estudos, por exemplo. Ensine crianças e adolescentes a serem organizados, com local e hora para se dedicar aos livros. Estabeleça metas de leitura semanais ou mensais. Curiosidade deve ser despertada desde quando a criança entrar na pré-escola, dizem especialistas. Enquanto os alunos bolsistas dão um show de desempenho nas faculdades, estudantes que sempre tiveram acesso a livros e recursos tecnológicos muitas vezes aparecem entre as notas mais baixas na mesma turma. Especialistas garantem que as famílias podem combater essa realidade, mas o trabalho deve começar desde cedo.

Para psicólogos e psicanalistas – é na préescola que a criança aprende a aprender. É nessa fase que a curiosidade deve ser despertada. "Nessa idade, a criança tem que aprender que tudo segue uma lógica e, assim, aprende a ter curiosidade", afirmam. Explicam também que a cobrança excessiva pode minar o interesse pela sala de aula. "Tirar dez significa que o aluno entendeu absolutamente tudo o que o professor ensinou. Nenhum pai pode exigir isso do filho. Se ele tirar nota boa, os pais devem dar parabéns, comemorar. Se tirar nota baixa, é o momento de sentar e entender o que está acontecendo", sugerem.

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Limite No entanto, também é preciso tomar cuidado com o excesso de zelo. Ajudar demais com as tarefas escolares, por exemplo, pode atrapalhar o desempenho dos filhos no futuro. "A pessoa que tem tudo na mão fica mal acostumada e não se esforça para nada", analisam os estudiosos. Maria José Novaes, professora do curso de Pedagogia, lembra que os pais devem dar o exemplo. "Em muitas famílias, as mães assistem televisão para ver novela e na hora do jornal saem da sala. É preciso mudar esses hábitos", afirma. Ela também é a favor de conversar com as crianças e adolescentes e deixar claro a importância da dedicação aos livros. Vale mostrar que há sites interessantes

Aprender a administrar o dinheiro da mesada

"Quem não estuda joga duas coisas fora: o tempo e o dinheiro que gasta com mensalidades, livros, passagens... E o estudante tem que saber que o tempo dele é precioso". Uma forma de atrair a atenção do jovem é usar a ferramenta que ele mais gosta para o estudo: a internet. Vale mostrar que há sites: interessantes e com informações que podem ser usadas para pesquisa, além dos tradicionais sites de relacionamento.

que colaborar e fazer essa parte. A escola deve se ocupar da formação do cidadão. A escola precisa educar transmitindo valores. Afinal professor ensina. Os pais são insubstituíveis. Se os pais não conseguirem educar os seus filhos, não vai ser o professor que vai conseguir fazer isso. Os professores podem reforçar alguns valores como honestidade, reciprocidade, respeito, companheirismo e amor ao próximo. Mas nunca vão chegar a substituir os pais. Urna estratégia de sucesso é aumentar o número de aulas práticas. "Os alunos muitas vezes, tem aprendizado melhor porque se envolvem com pesquisa. Assim, o aluno vê na prática o conteúdo P das aulas e se interessa mais".

O papel da Escola O papel da escola é de formar alunos capazes de pensar e ter autonomia para tomar decisões. A questão educacional mesmo, de ensinar a respeitar e de valores são os pais que tem

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Correios distribuirá 117,5 milhões de livros didáticos às escolas

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s Correios iniciam segunda-feira (28/09) operação para entrega de 117,5 milhões de livros didáticos para cerca de 140 mil escolas públicas de ensino fundamental e médio em todo o Brasil. Para que no próximo ano cada um dos 36,6 milhões de alunos da educação básica pública brasileira esteja com seus livros no início das aulas, os Correios precisarão fazer aproximadamente 2,9 mil viagens de carretas das editoras para 95 centros de tratamento da empresa instalados em pontos estratégicos do País. Nessas unidades, as encomendas são tratadas e, depois, entregues nas escolas. O prazo para a distribuição de toda a carga - que pesa 58,6 mil toneladas - é de apenas cinco meses.

É uma das maiores operações de distribuição de livros didáticos do mundo

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A operação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM) e do Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA) é realizada pela ECT por meio de parceira com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). É uma das maiores operações de distribuição de livros didáticos do mundo e já foi premiada pelo World Mail Awards, pela Associação Brasileira de Movimentação Logística (ABML) e pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).

Do total de livros a serem entregues pelos Correios, 103,5 milhões se destinam aos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) e à reposição e complementação de títulos do 6º ao 9º ano. Já o Ensino Médio receberá 11,2 milhões de exemplares para reposição e complementação de todas as disciplinas. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) receberá cerca de 2,8 milhões de livros. Com os números dessa operação, os Correios somarão 467,5 milhões de livros P didáticos entregues em quatro anos.

103,5 milhões se destinam aos anos iniciais do Ensino Fundamental

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Senhora de Toda Hora no Festa do Círio cantor e compositor M a n o e l Va l e n t e , comemorando 25 anos de música, lança para o Círio 2009 a canção Senhora de Toda Hora, de sua autoria, feita especialmente para homenagear a Virgem de Nazaré. Essa música está no CD Festa do Círio , que a apresenta em três versões: a primeira

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Manoel Valente

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interpretada pelo próprio autor, Manoel Valente, a segunda instrumental com solo de flauta e a terceira com solo de violão. Gravado em Belém, no Estúdio Musicalis, com arranjos de Jeremias Progênio e Thiago D 'Albuquerque e parcipação especial de Adamor Ribeiro no Bandolim, conta com direção de Edélmiro Soares. 0 CD é uma novidade que promete. "A minha devoção-amizade com essa Senhora vem de longa data. Embora a fragilidade humana nos permita percalços, ela sempre nos ampara e mostra que, em seu filho Jesus, há sempre esperança. Senhora da Fé, de minha autoria, regravada no CD do Círio há muitos anos é uma obra que já está entre as mais executadas durante este período; Negra Senhora, que tive o prazer de lançar no Santuário de Aparecida, e, agora, Senhora de Toda Hora são, na verdade, orações de agradecimento por tanta proteção e graças que recebemos dessa Senhora que a toda hora nos socorre. Por isso, todo Círio é devoção, é festa", comenta o autor.

Serviço: O compositor está oportunizando a realização de parcerias, com paróquias, movimentos, e entidades diversas, objetivando contribuir de maneira efetiva com as causas sociais. O CD pode ser adquirido através da central de vendas e parcerias: pelo telefone: 3248.6207 e-mail: P manoelvalente@bol.com.br

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A CPI produziu um efeito pedagógico na sociedade

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a primeira quinzena de outubro, encerra a fase de investigação e de visita aos municípios da Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembléia Legislativa, que apura crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes no Pará. Depois dessa etapa, o relator da CPI, deputado estadual, Arnaldo Jordy (PPS) tem o prazo até dezembro para entregar o relatório final dos casos ouvidos. Ao todo foram cerca de 150 casos, levando à prisão vários acusados e desmontando redes de pedófilos em diversas regiões do Estado. O trabalho da CPI também levou o ex-deputado estadual, Luiz Seffer (sem partido) a renunciar o mandato e, ainda, ouviu o irmão da governadora Ana Júlia Carepa, João Carepa, acusado desse tipo de crime. “Independentemente dos cargos e da posição social que os acusados ocupam, procuramos apurar todos os casos”,

Arnaldo Jordy: Em todas essas conquistas, contamos com a participação e a mobilização da sociedade

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afirma Jordy, que faz um balanço positivo dos dez meses de trabalho da CPI. “Mais do que levar os acusados à prisão, a CPI produziu um efeito pedagógico na sociedade, que passou a ter coragem de denunciar esse tipo de crime”, disse. Em cinco anos, foram registrados 25 mil casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes no Estado, mas esse número é bem maior, porque as estatísticas mostram que para cada caso registrado, existem quatro não revelados, o que faz que esse número chegue a 100 mil. “Precisamos mudar essa realidade em nosso Estado, com a população denunciando esses abusos e os culpados sendo punidos”, reforçou.

Parlamentar atua voltado às questões que, de fato, interferem na vida das pessoas Na Assembléia Legislativa, o deputado estadual, Arnaldo Jordy (PPS) tem se destacado por estar à frente sempre de questões polêmicas e de interesse do Estado, envolvendo os mais diversos setores, como conflitos agrários, segurança pública, saúde, educação e na defesa da criança e do adolescente. “Meu mandato não tem compromisso com grupos ou interesses menores”, afirma o parlamentar que, ao longo de mais de 20 anos de vida pública, atua na direção das questões que, de fato, interferem na vida das pessoas, buscando, de forma democrática, a igualdade e a justiça sociais. Por conta disso, é que causas que tratam

da defesa das crianças, dos adolescentes e dos trabalhadores rurais estão sempre na pauta dos seus discursos, projetos e ações na Assembléia Legislativa. Ele também combate o desvio de recursos públicos e luta por mais verbas para a saúde, à educação, à segurança e à cultura. Atualmente, um dos trabalhos que merecem destaque é o de relator da CPI que apura crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Como relator e, também, por não querer que esses crimes fiquem impunes, ele fez questão de ir a todos os municípios onde ocorreram as audiências para acompanhar de perto cada um dos casos. “A violência física, emocional e moral cometida contra crianças e adolescentes indefesos é um crime de tal gravidade, com conseqüências tão terríveis para a vida inteira das vítimas, que é indiscutível neste momento eu estar prioritariamente à disposição da CPI da Pedofilia”, afirma. Um dos principais compromissos do mandato do parlamentar é contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Tanto que apresentou à lei orçamentária deste ano uma Emenda que obriga o Governo do Estado a destinar os recursos de transferências voluntárias (convênios, por exemplo) prioritariamente para os municípios que tem menor IDH. “Em todas essas conquistas, contamos com a participação e a mobilização da sociedade”, ressalta, reconhecendo a importância do papel dos movimentos sociais nessa busca da justiça social. P

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por Sonia G. Oliveira Silva

É dia das crianças?

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ia das crianças? Será? Desde quando é preciso ter um dia especial para as crianças? O dia delas não serão todos os dias? Não vemos todos os dias reportagens na TV, no rádio sobre o que acontece com nossas crianças? Quantas crianças no trânsito, pedindo, vendendo balas ou fazendo malabarismos com pequenos pedaços de madeira para que alguém veja e lhes dê um trocado. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) cerca de 4 milhões de crianças e adolescentes menores de 15 anos ainda trabalham no Brasil. Elas são mãos-deobra do setor agrícola, trabalhando nas plantações de café, cacau, algodão e outras formas de trabalho. O trabalho infantil no país ocorre de forma bastante diversificada, em todos os setores da produção. Pandelot (2006) salienta que de acordo com o IBGE e diversos relatórios de instituições governamentais e nãogovernamentais comprometidas com o combate e erradicação da exploração infantil no Brasil, há crianças trabalhando em lixões, comércio ambulante, casas de lenocínio ou pontos de prostituição e tráfico de drogas. Há também grandes contingentes trabalhando em lavouras de cana-de-açúcar,

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pedreiras, serviços de olaria e cerâmica, oficinas mecânicas, pesca e avicultura. Esse trabalho, sem dúvida, além de proibido por lei, não pode ser realizado por essa faixa etária de pessoas, pois pode prejudicar o seu desenvolvimento físico, intelectual e psicológico. Por ajudarem no sustento da família, essas crianças trabalhadoras acabam enfrentando sérios problemas em sua educação. O trabalho infantil toma um tempo que as crianças utilizariam para estudar, descansar ou, o que é muito importante: brincar! A falta de qualquer uma dessas atividades compromete o bom rendimento escolar. E são várias as crianças que perdem parte da infância trabalhando como adultos. Elas apresentam fraco desempenho na escola, pois estão muito cansadas para estudar e aprender então, infelizmente, algumas param de estudar. Ocorre que crianças que repetem o ano escolar ficam atrasadas em relação às outras da mesma idade. Isso faz com que elas abandonem os estudos para se dedicar de vez ao trabalho. Existem várias entidades sociais que alertam que o trabalho infantil é uma das formas mais perversas de violação dos direitos de crianças e adolescentes. Esse tema tem sido debatido por governantes e associações ligadas aos direitos das crianças e

adolescentes, e toda a sociedade precisa ver esse combate como uma questão de direitos humanos. De acordo com o segundo princípio da Declaração dos Direitos da Criança, a mesma tem o direito de ser compreendida e protegida, e devem ter oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. As leis devem levar em conta os melhores interesses da criança. Nossas crianças têm direito a infância, educação e lazer e, portanto, toda a forma de trabalho infantil deve ser condenada. A infância merece atenção especial, pois é uma etapa da vida especialmente destinada à educação e formação do indivíduo e uma sociedade que busca a justiça e a igualdade de oportunidades a todos os seus cidadãos não pode admitir que suas crianças percam seus direitos P mais básicos. Escritora

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Turismo Literário em alta

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paixão pelos livros tem saltado das páginas impressas e se instalado cada vez mais no mundo do turismo. Prova disso é o crescente número de eventos e festivais que tem se dedicado ao gênero. A mistura é quase sempre um deleite e um convite irresistível, pois associa locais paradisíacos a discussões literárias e atividades culturais. Entre os bastiões do turismo literário, estão a Festa Literária Internacional de Paraty(FLIP), que acontece no mês de julho e lota a rede hoteleira da cidade histórica carioca. Outro evento consagrado é o Festival de Literatura de são João Del Rei, que movimenta a cidade histórica em Minas Gerais no mês de agosto. Para quem não quer fazer uma verdadeira imersão, mas apenas abordar o tema de sua paixão ao longo de uma viagem, diversos destinos nacionais possibilitam a vivência da literatura. Se estiver no Rio de Janeiro, a dica é visitar a casa de Rui Barbosa, considerado o primeiro MuseuCasa do país. O local oferece biblioteca de 37 mil volumes e os arquivos do escritor. Em São Paulo, o destino certo é o Museu da Língua Portuguesa, um prédio de três andares no centro de São Paulo que

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permite uma verdadeira viagem pelo mundo das letras. Apenas em 2009, o País viu surgir uma série de eventos que possuem como objetivo central acalorar as discussões literárias e aproximar fãs e escritores longe dos ambientes acadêmicos. Estrearam no calendário deste ano eventos como a Festa Literária de Santa Teresa (Rio de Janeiro, maio), a Festa Literária de Pirenópolis (Goiás, fevereiro), a Festa Literária do ABCD (Ribeirão Pires – SP, maio) e o Festival Literário de Ipu (Ceará, agosto). Em setembro p.p, na XIV Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro – uma programação cultural rica e diversificada com mil visitantes, foi reconhecida a força da mãe e do berço familiar como grande celeiro de leitores que lêem por prazer. No Estado de Pernambuco oferece duas opções para os amantes do gênero: o primeiro deles é a Flinorte e entre os dias 05 e 08 de novembro, Pernambuco também sedia a Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas (Fliporto. Em Minas Gerais, o viajante poderá fazer incursões à obra de um dos principais mestres da literatura brasileira: João Guimarães Rosa. No Pará, o Salão do Livro de Tucuruí, no complexo Cultural da empresa. Com mais de 50 atrações culturais, entre espetáculos de teatro, música, oficinas, palestra, sessões de autógrafo, contação de histórias, cinema, bate-papo com escritores, além de uma feira de livros com 30 expositores, o salão já se consolida como uma ação importante para a formação de público leitor no interior.

Em Belém, de 06 a 15 de novembro, teremos a XIII Feira Panamazônica do Livro , com a França sendo o país homenageado. Este ano, serão 176 estandes e a Praça de Alimentação terá cerca de 500 m² na área externa do Hangar, com comidas típicas do Pará e da França. A Feira Pan-Amazônica está chancelada como evento oficial de encerramento do Ano da França no Brasil. O Hangar receberá réplicas do Arco do Triunfo e da Torre Eiffel, além de exposições fotográficas, espetáculos teatrais, oficinas de arte, teatro, dança e circo com artistas franceses. Também está confirmada a presença de escritores convidados daquele país. "Buscamos criar uma programação extensa que seja um atrativo para o público, mas sem perder o foco que é a literatura", disse Kalynka Cruz, coordenadora cultural do Consulado da França no Pará. Estão programadas para ocorrer até o mês de outubro, entre elas: o “Sarau da Feira”, realizado no Teatro Gasômetro do Parque da Residência, que apresenta convidados especiais que falam sobre a vida e a obra de escritores; os Salões do Livro nos municípios do Estado com a participação de editores, livreiros, distribuidores, agentes literários, entidades e instituições que todos os anos participam da grande programação da Feira, realizada em Belém. Não perca! Marque na sua agenda. P Participe.

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SAIRÉ 2009

Catraieiros acompanham o barco que leva a saraipora, juízes e mordomos do Sairé até o local escolhido para coleta dos mastros que serão levantados ao início das festividades

Ritual da Busca dos mastros Fotos: Tamara Saré / Ag. Pará

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busca dos mastros é um cortejo fluvial que acontece a cada ano e conta com a participação de moradores da Vila e catraieiros, já é costume da comunidade. A mobilização começou por um dos rituais que lembra a tradição de mais de 300 anos. Um cortejo acompanha o barco que leva a saraipora, juízes e mordomos do Sairé até o local escolhido para coleta dos mastros que serão levantados ao início das festividades. Para os catraieiros, a festa começou cedo. No raiar do dia, eles se reuniram para

enfeitar canoas e bajaras com fitas coloridas e, logo, seguir em procissão para anunciar o início de mais uma festa do Sairé. Do cais de arrimo, eles partiram com a missão de manter os costumes dos Borari, povo indígena que habitou a região. Na praia, os banhistas puderam participar da tradicional busca dos mastros. As bandeiras coloridas indicavam o barco onde seguiam o juiz e a juíza da festa. Na praia, 70 canoas mudavam a paisagem do local. Depois da travessia do rio Tapajós, homens e mulheres entraram na floresta para buscar o símbolo da fartura, o paramais.com.br


Catraieiros enfeitam os barcos que acompanham o barco que leva a saraipora, juízes e mordomos do Sairé até o local escolhido para coleta dos mastros que serão levantados ao início das festividades

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A busca dos mastros acontece a cada ano e conta com a participação de moradores da Vila e catraieiros

Com a participação de moradores da Vila e catraieiros

Frente as praias de Alter do Chão

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Mastros que serão levantados ao início das festividades

Um dos mastros que serão levantados ao início das festividades

Mastro, que representa também o Saraipora Maria Justa (d) e Juíza D. Santila, a saída do ritual da busca dos mastros do início da disputa da virilidade dos durante Sairé de 2009, na Vila de Alter do Chão, em Santarém homens e a fertilidade das mulheres. Após tirá-los da floresta, os mastros foram colocados nas canoas, que seguiram para a praia do Cajueiro. Já nas margens do Tapajós, os troncos vão aguardar a abertura da festa, quando serão enfeitados e erguidos na Praça do Sairé. A Festa do Sairé 2009 recebe apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura.

Chegada dos mastros

Ia começar a decoração dos mastros

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O Festival mistura elementos religiosos com profanos, apresentando inúmeras manifestações folclóricas, traduzidas através do boto Rosa e do boto Tucuxi. Alter do Chão era o local de uma antiga aldeia dos índios Borari, que recebeu, com a chegada dos jesuítas, o nome de Missão de Nossa Senhora da Purificação. Como obteve desenvolvimento próprio, a aldeia foi levada à categoria de vila a 06 de março de 1758, com o nome português de Alter-do-Chão. A vila é privilegiada por seus belíssimos atrativos naturais como o "Lago Verde" dos Muiraquitãs, os amuletos sagrados das Amazonas. Componentes - Um juiz e uma juíza que são as figuras principais, a quem cabe a organização da festa. - Um Procurador e uma Procuradora, que substituem os juízes quando necessário. - Um Capitão que determina o movimento do Barracão do Sairé e o cerimonial. Comanda a disposição dos mordomos na procissão. Prende as pessoas que não se portam com o devido respeito dentro do Barracão do Sairé. - Dois Rufadores de Caixa (foliões), pessoas que acompanham a procissão, tocando e cantando. - Dois Alferes, que são os portadores das bandeiras dos juízes: uma vermelha e uma branca, tendo ao centro o desenho de uma pombinha que representa o Espírito Santo. - Nove mordomos e nove Mordomas, as quais são atribuída a execução dos trabalhos necessários para a realização da festa (construção e decoração do Barracão do Sairé, ornamentação da praça, limpeza, etc.). -Um Sargento que colabora quando necessário. -Uma Saraipora, que é a mulher que conduz

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Ladainhas no Sairé 2009

Ritual sincrético religioso

"Ito camuti pupé neiassucá pitani puranga ité", assim traduzidos: "Em uma pia de pedra foi batizado um belo menino". E logo o estribilho por todos repetido: "É Jesus, é Santâ Maria. "Santa Maria cunhã poranga imembira iaué catu, iputira ipop".

Tradução:

Juíza D. Santila, com a Coroa do Divino Espírito Santo, durante o ritual da busca dos mastros do Sairé de 2009

"Santa Maria é uma mulher bonita e seu filho como ela, com uma flor na mão".

Durante a abertura oficial do Sairé

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Levantamento dos mastros

O Sairé é um ritual sincrético religioso herdado da cultura indígena e que incorporou elementos da cultura cristã

Rezando as ladainhas tradicionais

Abertura oficial do Sairé O Sairé é um ritual sincrético religioso herdado da cultura indígena e que incorporou elementos da cultura cristã. É realizado há mais de 200 anos na Vila deAlter do Chão.

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No último dia No último dia é quando a animação contagia toda a vila e acontece a "varrição da festa, seguida da disputadíssima derruba dos mastros. Segundo a tradição, todo aquele que conseguir apoderar-se de uma das frutas com as quais foram decoradas os mastros, além de ter o prazer de degustá-la, terá muita sorte. Ocorre em seguida, a Cecuiara,ou seja, um delicioso almoço de confraternização

Ana Júlia Carepa e assessores são recebidos em Alter do Chão para assinatura de convênio entre o governo do Estado e a Coordenação da Festa do Sairé 2009

com pratos típicos da cozinha mocoronga à base de peixes da região como: tucunaré, tambaqui, jaraqui, pirarucu, acari e curimatá, além várias outras espécies como o apapá, traíra, tranquinha, charuto, aracu, pirapitinga, piranha, pacu, mapará, surubim e tantos outros. À noite, acontece o encerramento com a "Festa dos Barraqueiros".

Membros do Sairé rezam as ladainhas tradicionais

O símbolo do Sairé é um semicírculo de cipó torcido, envolvido por algodão, flores e fitas coloridas. No centro do semicírculo estão três cruzes e no topo dele uma outra, que juntas representam a Santíssima Trindade e um só Deus. O estandarte com o símbolo do Sairé é carregado nas procissões por uma mulher da vila de Alter do Chão, que na tradição é chamada de saraipora.

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Sairódromo ficou lotado

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erca de 10 mil pessoas lotaram o sairódromo para assistirem a disputa entre os botos Tucuxi e Boto Cor de Rosa na festa do Sairé de Alter do Chão, uma manifestação cultural que mistura o profano e o sagrado e acumula três séculos sendo apontada como a mais antiga da Amazônia no seu gênero. A governadora Ana Júlia Carepa reafirmou seu compromisso em continuar apoiando o Sairé pois, segundo ela, a festa não é apenas do Pará, mas do mundo, já que nessa época do ano Santarém recebe centenas de turistas que vêm participar do evento. Na ocasião, a governadora e a prefeita Maria do Carmo Martins firmaram um convênio

Boto Cor-de-Rosa o grande campeão do Sairé 2009

Boto Cor-de-Rosa Com o tema “Esse Rio é Minha Vida”

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para o repasse de R$ 200 mil, de recursos da Secretaria da Cultura, para apoiar a festa como um todo e os botos. Acompanhada da prefeita Maria do Carmo, do secretário Edilson Moura, dos deputados Zé Geraldo, Carlos Martins, Airton Faleiro, a governadora assistiu a apresentação dos dois botos, que este ano trouxeram como enredo os temas: Esse Rio é Minha Vida (Boto Cor de Rosa) e Suspiro daAmazônia (Tucuxi). O governo estadual também apoiou a Festa das Tribos, de Juruti, e outras ações de cultura espalhadas pelos municípios. Edilson Moura relacionou algumas dessas ações em Santarém, a exemplo do 1º Salão do Livro e da segunda edição do evento,

Edilson Moura, secretário de Cultura, durante a assinatura de convênio com a Coordenação da Festa do Sairé 2009

que será realizada em outubro; o apoio ao Carnaval, a apresentação da ópera e

aprovação de mais cinco pontos de cultura, que somam investimentos na ordem de R$ 1 milhão. Moura destacou ainda a implantação de dez pontos de cultura em todo o Baixo Amazonas, cujos editais foram regionalizados, a fim de garantir as expressões existentes como indígenas e quilombolas. A governadora visitou as obras de recuperação da rodovia Everaldo Martins, um trecho de 26 km que liga Santarém a Alter do Chão e que está sendo revitalizado e vai receber inclusive acostamento, para dar mais segurança ao trânsito. "Ao fazer esse investimento em infraestrutura estamos potencializando as

Boto Tucuxi

Com o tema “Suspiro da Amazônia”

Deputado Airton Faleiro, Edilson Moura Secretário de Cultura, com a Governadora Ana Júlia e a prefeita de Santarém Maria do Carmo

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Edilson Moura, secretário de Cultura, assistiu a apresentação dos Botos, vibrou com o Sairé

nossas riquezas culturais, ambientais e sociais pois também estamos oferecendo segurança e tranquilidade à população local e aos visitantes", disse. A governadora lembrou que o governo

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A governadora Ana Júlia Carepa assiste a apresentação dos Botos ela é grande incentivadora da Cultura paraense

também compareceu ao festejo de Santarém, colocando mais homens do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, da polícia de trânsito do Detran durante a P temporada do Sairé.

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80º Aniversário da

Imigração Japonesa na Amazônia No Festival Amazônia Matsuri

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Fotos: Elcimar Neves e Eliseu Dias/Ag Pa

governadora Ana Júlia Carepa participou da solenidade comemorativa aos 80 anos da imigração japonesa na Amazônia, em Belém, dentro da programação do Festival Amazônia Matsuri, no Hangar Centro de Convenções e Feiras. A expectativa de estreitar cada vez mais os laços com o Japão e aprofundar parcerias para realização de projetos estratégicos para o Estado foi um dos temas destacados pela governadora Ana Júlia Carepa durante a cerimônia que marcou o encerramento das homenagens . Na maioria dos discursos da noite, foi destacada a coragem dos imigrantes japoneses e a sua importância para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil e da Amazônia, principalmente na agricultura, com a introdução de cultivos como os da pimenta-do-reino e da juta. Também agradecendo à contribuição japonesa à formação econômica e cultural do Pará, a governadora Ana Júlia destacou a parceria com a Jica, a Agência de Cooperação Internacional do Japão, no projeto Ação Metrópole, e o exemplo que o Estado toma do Japão para o desenvolvimento sustentável. "Assim como o Japão tem aliado o respeito às suas tradições com alta tecnologia, em busca da qualidade de vida de seu povo, este é o exemplo que o Pará, no meu governo, toma para si, ao propor integrar tecnologia com os conhecimentos ancestrais dos povos tradicionais da floresta, para chegarmos a um desenvolvimento sustentado, com respeito ao meio ambiente." Na ocasião, ela entregou medalhas de honra a 13 personalidades da comunidade japonesa que atuam no Pará – japoneses e descendentes que atuam em diversas áreas, tais como empresarial, agrícola e

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A governadora Ana Júlia Carepa fez homenagens e elogiou a presença da colônia japonesa no Pará

esportiva e nas profissões liberais. A "Medalha Comemorativa ao Optuagésimo Aniversário da Imigração Japonesa na Amazônia" foi instituída pela governadora através de decreto publicado no Diário Oficial do Estado. A condecoração é uma homenagem às famílias japonesas que, com seu trabalho, contribuíram para o desenvolvimento socioeconômico do estado do Pará. No último dia 3 de setembro, também 30 representantes da comunidade japonesa receberam condecorações de honra ao mérito da Câmara dos Vereadores de Belém, em sessão especial em homenagem aos 80 anos de imigração japonesa na Amazônia. Os japoneses que fincaram raízes no Pará foram fundamentais para o desenvolvimento econômico local. A principal contribuição foi na agricultura, com o cultivo da pimenta do reino e da

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O empresário Junichiro Yamada, sendo homenageado

juta, e mais recentemente de frutas regionais. A lavoura de pimenta do reino alcançou seu auge nos anos de 1960, quando respondia por mais de 35% do valor das exportações paraenses, totalizando 5 mil toneladas do produto. Já no início de 1970, a disseminação da doença Fusariose arrasou os pimentais de Tomé-Açu, até então o principal produtor e exportador de pimenta do reino do Brasil. A desvalorização da pimenta e da juta levou à diversificação da produção. Os agricultores investiram principalmente na fruticultura. "Hoje, existe uma agroindústria em Tomé-Açu, criada por japoneses e de grande destaque, a Camta (Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu), cujas polpas de fruta são vendidas em supermercados de todo o país", informa Flávio Ikeda, técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater).

O município de Tomé-Açu também é sinônimo de agricultura sustentável. A implantação dos sistemas agroflorestais,

que combinam o plantio de espécies frutíferas e florestais, recupera parte das áreas degradadas, proporcionando maior biodiversidade e uma produção ambientalmente correta. Tudo isso com a colaboração dos agricultores nikkeis. Mas não foi somente a economia rural que cresceu. O comércio paraense também ganhou com a cooperação dos japoneses, como frisa o presidente da Associação

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Ana Júlia agradeceu a contribuição japonesa à formação do Pará, destacou a parceria com a Jica no Ação Metrópole e afirmou que o Estado toma o país como exemplo para o desenvolvimento sustentável

Junichiro Yamada recebe homenagem da governadora, acompanhado de seus filhos Fernando e Celia Yamada

Walter Ihoshi, vice-presidente do grupo parlamentar Brasil-Japão

Duciomar Costa, prefeito de Belém, enalteceu a presença da colônia japonesa no Pará

Comercial do Pará, Altair Vieira. "Foi uma grande colaboração para o desenvolvimento do Estado, pela experiência trazida por esse povo. A integração dos japoneses na comunidade foi de grande valia. Eles não só impulsionaram a agricultura, como também o próprio comércio. Hoje, temos grandes lojas de destaque nacional", diz ele, citando a rede de supermercados Y. Yamada, 13ª no ranking da Associação Brasileira de Supermercados.

Família Yamada A trajetória da família Yamada no Pará começou no início de 1928, quando Yoshio Yamada, pequeno comerciante de frutas e legumes de Numazu, cidade da

Yuji Ikuta, presidente, em Belém, da Comissão Organizadora dos Festejos do Octogésimo aniversário da Imigração japonesa na Amazônia

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Hinji Inoue, deputado federal do parlamento japonês

província de Shizuoca, decidiu vir para o Brasil com a esposa Aki e o filho mais velho, Junichiro (atual presidente do grupo). Das plantações de arroz, milho e mandioca, em terras do município de Ourém, Yoshio veio para a capital, onde acabou fundando a empresa em 12 de maio de 1950. Filha de Junichiro, Neuza Yamada, diretora comercial, conta que, assim como os demais imigrantes, os avós começaram na agricultura. Aos poucos, conseguiram reunir capital para investir no comércio. "Hoje, somos o maior contribuinte de impostos no setor de varejo do Pará. Pagamos mais de R$ 60 milhões ao ano, sendo que 10% vão para o fundo de pobreza do Estado", conta Neuza. Atualmente, a Y. Yamada conta com membros da 4ª geração da família em sua diretoria.

Formação étnica Para o secretário de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Pará, Maurílio Monteiro, a contribuição dos imigrantes e seus descendentes está em toda parte. Segundo ele, a imigração japonesa faz parte da formação étnica, social e cultural do povo brasileiro, em especial do Pará, pela quantidade de

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No Pará, a comunidade Nikkei – termo que faz referência a japoneses e descendentes que vivem no exterior – é estimada em 13 mil pessoas. A maior parte vive em Belém, mas o município de Tomé-Açu, a 200 km da capital, concentra uma das maiores e mais tradicionais colônias japonesas do país. No local, as cerca de 300 famílias residentes mantêm os costumes de seus pais e avós imigrantes, como a prática do sumô, uma das atrações da cidade. Outros municípios paraenses que reúnem comunidades nipônicas, porém menores, são Castanhal, Santa Izabel do Pará, Capanema, Santarém, Monte Alegre e a própria cidade de Acará. descendentes e importância histórica. "Em nosso Estado, essa importância e presença podem ser verificadas em diversas áreas, como na economia agricultura, comércio, fábricas -, na pesquisa (há centenas de pesquisadores com sobrenomes japoneses) e na área de prestação de serviços e de profissionais liberais. Na medicina, por exemplo, é expressiva a presença nipônica, entre outros segmentos", diz ele.

Cultura No âmbito cultural, eventos como a Semana do Japão, promovidos pela Associação Nipo-Brasileira, já integram a agenda de quem vive em Belém. E os quadrinhos e desenhos animados japoneses, conhecidos como mangás e animes, caíram no gosto dos jovens

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paraenses. Sem falar na adesão de esportes como o beisebol e o golfe em muitos municípios, e na prática de artes marciais, como caratê, jiu-jitsu e o próprio sumô. Da mesma forma, os japoneses a s s i m i l a r a m conhecimentos e costumes amazônicos, e m u m r i c o A governadora prestou homenagem Ken intercâmbio que Shimanouchi, o Embaixador Extraordinário e modificou e uniu as Plenipotenciário do Japão no Brasil e presidente de honra da comissão organizadora do evento duas histórias. "O Pará se orgulha da presença japonesa, marcante em nossa diversidade nosso Estado", afirma o secretário e decisiva nos muitos aspectos da vida em Maurílio Monteiro.

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O diretor da Associação Ultramarina do Japão, Tadao Imamura O superintendente do banco Real propagador da cultura japonesa no Pará, Oridio Shimizu

Ken Shimanouchi, Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário do Japão no Brasil, agradeceu as homenagens

Uma presença reforçada pelo Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, assinado em Paris em 5 de novembro de 1895 laços que evoluíram para o Acordo de Cooperação Técnica, P que tornou Belém e a província de Chiba cidades-irmãs.

Shigeyoshi Ono, ex-presidente da Associação Pan-Amazônica Nipo-Brasileira Hajime Yamada imigrante japonês que chegou ao Pará no primeiro contingente trazido pelo navio Manila Maru, foi homenageado

Masao Suzuki, editor-chefe do Jornal São Paulo Shimbum, que divulga a economia do Pará

A governadora outorgou uma medalha comemorativa para o campeão mundial de luta livre, Lyoto Machida

A cerimônia do Kagami Biraki

Fernando Yamada, presidente da Câmara de Comercio e Industria Nipo-Brasileira do Estado do Pará, foi um dos homenageados

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A governadora Ana Júlia Carepa na solenidade comemorativa aos 80 anos da imigração japonesa na Amazônia

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Concurso Regional de Contos para jovens autores Premiação busca estimular os jovens a desenvolver soluções de desenvolvimento para América Latina e Caribe. Primeiro lugar receberá US$ 3 mil

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Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) convida os jovens da América Latina e Caribe para participar do Concurso Regional de Contos: melhorfuturo@agora promovido pelo Centro Cultural do BID. O objetivo da iniciativa é estimular a capacidade criativa dos jovens, buscando ideias inovadoras a respeito dos desafios socioeconômicos que afetam a América Latina e Caribe (ALC), e despertando a juventude da Região a criar alternativas para a melhoria das condições de vida da população. Podem participar os jovens que tenham

Todas as composições deverão ser inéditas e escritas por um único e jovem autor

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entre 16 e 20 anos de idade e que sejam de algum dos países membros mutuários do Banco. O conteúdo de cada conto deve estar alinhado com a realidade socioeconômica da Região e ter como foco uma das cinco iniciativas do BID que estão em andamento, no tocante a: redução da pobreza; educação; energia sustentável e mudança climática; água e saneamento e oportunidades para a maioria. Os contos deverão ter até mil palavras e estar em idioma português, inglês, espanhol ou francês. Todas as composições deverão ser inéditas e escritas por um único autor. Não serão aceitos contos publicados previamente na imprensa. Os textos que se encontrarem dentro do gênero poesia ou ensaio não serão avaliados. O Centro Cultural do BID nomeará um jurado para selecionar os trabalhos e conceder os prêmios, além das menções honrosas. O prazo para a entrega dos contos encerra no dia 1º de novembro de 2009. Os contos deverão ser criados no formato.doc e enviados para annev@iadb.org, junto com uma página adicional contendo as seguintes informações:

- Nome completo do escritor - Data e lugar de nascimento - Endereço de e-mail, endereço postal e telefone - Uma foto tipo porta-retrato colorida - Um parágrafo descritivo que explique o conceito do conto dentro do contexto do trabalho do BID. Os vencedores serão anunciados via email até o dia 1º de dezembro de 2009 e os prêmios serão distribuídos da seguinte maneira: o primeiro lugar receberá US$ 3000; o segundo colocado receberá US$ 2000; e o terceiro colocado receberá US$ 1000. Além dos prêmios em dinheiro, o jurado poderá conceder um número ilimitado de menções honrosas. P Informações Regulamento do Concurso e para mais informacões sobre o Centro Cultural do BID e seus programas, visite: www.iadb.org/cultural

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Missa do Mandato

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celebração da "Missa do Mandato" dá início às peregrinações das imagens/réplicas da Virgem de Nazaré aos lares paraenses. Centenas de devotos também levam suas imagens de Nossa Senhora para serem abençoadas. É a oportunidade da entrega oficial das imagens aos dirigentes de peregrinações e responsáveis por levar a Cesar Neves conduz com toda emoção a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré

menos 100 mil residências e/ou empresas e outras instituições das 57 paróquias da Arquidiocese de Belém, sejam visitadas pelas imagens peregrinas. As visitas devem atingir um público de mais ou menos, um e meio milhões de pessoas. Esse ano a previsão é de serem 5 mil imagens e 5 mil Bíblias nas peregrinações em momentos de preparação e de evangelização. A "Missa do Mandato" foi celebrada pelo monsenhor Raimundo Possidônio, administrador arquidiocesano que responde pela Arquidiocese de Belém até a designação do substituto de Dom Orani. Durante a celebração, o monsenhor lembrou que o 217° Círio de Nossa Senhora de Nazaré que será realizado este ano traz como tema "APalavra de Deus". Por isso, "A Bíblia precisa estar no meio do povo de Deus, para ajudar a

A Missa do Mandato foi celebrada pelo monsenhor Raimundo Possidônio, administrador arquidiocesano

compreender melhor essa palavra e o seu significado em nossas vidas. Durante as peregrinações “cada fiel será responsável em levar a palavra de Deus, através da Bíblia, para o cotidiano da vida das P pessoas”.

Centenas de devotos assistiram a Missa do Mandato

Esse ano a previsão é de serem 5 mil imagens e 5 mil Bíblias nas peregrinações

palavra do evangelho aos lares visitados por todos os bairros da capital. P a r a J o s é Ve n t u r a , d i r e t o r d e Evangelização da Diretoria da Festividade, “É um grande mar de orações”. Este ano, a previsão é que pelo

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