Pará+ 88

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março 2009

Belém - Pará - Brasil

ISSN 16776968

Edição 88

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CF 2009 ÁGUAS DE MARÇO O GESAC

www.paramais.com.br



Prêmio TOPP Brasil Marketing 2008

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m seu oitavo ano consecutivo, a Brasil Marketing Comercial, premiou empresas e profissionais liberais que mais se destacaram e colaboraram para o desenvolvimento do Estado do Pará, em seus ramos de atividades, com o Prêmio TOPP Brasil Marketing. A escolha dos vencedores ocorreu após pesquisa de opinião pública em todos os municípios do Estado do Pará. Francisco Gomes, da Brasil Marketing Comercial, fez a entrega dos certificados e prêmios aos agraciados em bonita solenidade no Salão Karajás do Hilton Belém Hotel. Após a solenidade de entrega dos prêmios foi oferecido aos presentes um jantar onde houve a confraternização dos premiados com os diretores da Brasil Marketing Comercial. Abaixo alguns dos agraciados, entre eles nossa revista Pará+ – a melhor revista do Pará de

2008, pelos relevantes serviços prestados à população paraense.

Dra. Neuzilour Lobato Rodrigues

Rodrigo Hühn, nosso diretor recebeu o Diploma da Pará+, a melhor revista do Pará

Dra. Elza Brito

Matemática e Português Adaptação e Reforço Escolar Da Alfabetização ao Ensino Médio Av. Generalíssimo Deodoro, n° 1893 (entre Conselheiro e Mundurucus) Tel: 3241-4753 EDIÇÃO 88 [MARÇO 09]

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Prêmio TOPP Brasil Marketing

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

Caixa reforça parceria com o Pará

Campanha da 08 Fraternidade 2009

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Três horas de agonia

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Sessão Especial em homenagem às Mulheres

O Dia Internacional

26 da Mulher

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES: Acyr Castro, Arthur Rollo, Camillo Martins Vianna, Garibaldi Nicola Parente, Hinton Hennington Portilho, Israel Pegado, Iolanda Lopes, Sérgio Martins Pandolfo; FOTOGRAFIAS: Carlos Humberto; David Alves, Elcimar Neves, Lucivaldo Sena/AgPa; Jeziel Rodrigues; José Sampaio e João Rodrigues/Comus;Mário Oliveira/Agecom; Oséas Santos/Alepa; Martha Cride e Zilma Dias; DESKTOP: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES

ANATEC ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES

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Águas de março

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Serviço de Atendimento ao Cidadão - GESAC

francês destaca 38 Jornal fruto paraense Marabá vai produzir

40 flores tropicais e

hortaliça orgânica

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Encontro Nacional rumo à VI CONFINTEA, em Belém Moção do Encontro Nacional Preparatório à VI CONFINTEA à UNESCO

A mesa da plenária final

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Encontro Nacional Preparatório à VI CONFINTEA, realizado com metodologia que envolveu 270 participantes — delegados dos diferentes segmentos da sociedade que integram a EJA (Educação de Jovens e Adultos) no Brasil, ocorrido em Brasília, Distrito Federal, aprovou em plenária, a presente moção que encaminha à UNESCO, que parte da seguinte consideranda: a) a existência de Fóruns de Educação de Jovens e Adultos em todos os 26 estados e um Distrito Federal no Brasil — movimento criado em 1996, quando do processo preparatório que precedeu a V CONFINTEA — cuja idéia se espalhou pelo país, e que cobre, desde 2005, todo o território brasileiro; b) o fato de o movimento ter tensionado e impulsionado, organizadamente, sociedade e governo em prol do direito à educação para todos os jovens e adultos; c) o significado assumido pela educação de jovens e adultos, no Brasil, com visibilidade maior e ressonância nas políticas públicas, que possibilitaram

Jane Paiva, Jaqueline Ventura, Reunião do segmento dos estudantes de Leôncio Soares e Margarida Machado EJA- Educação de Jovens e Adultos

a chegada ao processo preparatório da VI CONFINTEA em contexto mais amplo de mobilização e de exercício democrático; d) as distâncias e a extensão territorial, e ao mesmo tempo, as facilidades criadas pelas tecnologias que possibilitam a disseminação e a ampla divulgação de eventos internacionais em todo o país; e reivindica: a) a manutenção do espírito que regeu a V CONFINTEA no que diz respeito à realização de um evento integrado, com representantes governamentais e sociedade civil nos mesmos espaços de trabalho, marcando Hamburgo como evento-símbolo do avanço democrático em relação às demais conferências do ciclo dos anos 1990, quando Estados-nação e

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sociedade ocupavam espaços paralelos,nãointegrados; b) o direito de dar relevo à natureza da cultura brasileira como exemplo ao mundo, no tocante a eventos dessa monta, o que vem fazendo ao longo desses anos em relação à EJA, Timothy Denis Ireland da UNESCO quando eventos como esse e André Lázaro da SECAD/MEC são identificados pela forte interação entre sujeitos da diversidade, pela cooperação e valorização de saberes e conhecimentos produzidos na prática social, no melhor entendimento dos preceitos da Declaração de Hamburgo; c) a assunção, pela UNESCO, de papel indutor de processos de aproximação, respeito à soberania dos países e à sua cultura social e política, como forma de promover relações mais iguais entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento, a cultura da paz e relações mais democráticas entre agências internacionais e governos. Os delegados presentes, conscientes do compromisso histórico que assumiram ao abraçar o chamamento da UNESCO, tomam a posição expressa como bandeira de mobilização e defesa do evento internacional que Belém e todo o Brasil acolhem solidariamente em maio de 2009.


Caixa reforça parceria com o Pará

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FOTO: David Alves/Ag Pa

presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, visitou a governadora Ana Júlia Carepa no Palácio dos Despachos com o propósito de discutir ações conjuntas visando fortalecer os resultados das obras de saneamento, habitação e infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que estão sendo executadas no Pará. A presidente estava acompanhada do consultor Vicente Trevas. “Vim estreitar a parceria entre a Caixa e o governo do Pará especialmente nesse momento em que o governo federal discute novos projetos de infraestrutura social”, acrescentou Maria Fernanda, referindo-se ao programa habitacional que deverá ser anunciado oficialmente, em breve, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e prevê a construção de 1 milhão de unidades habitacionais em todo o Brasil. Segundo Maria Fernanda, o Ministério das Cidades vai fazer a alocação das obras, levando em consideração o déficit habitacional de cada região, mas é certo que a Caixa terá uma participação ativa nesse projeto como agente financeiro. Ana Júlia foi a primeira governadora a ser visitada por Maria Fernanda, que deverá percorrer outros Estados – segundo ela, para receber contribuições e ponderar de que forma as ações da Caixa poderão ser melhoradas. A governadora Ana Júlia destacou a importância da parceria da Caixa no enfrentamento ao desafio do déficit habitacional e à ampliação dos serviços de saneamento básico em Estados como o Pará. A Caixa Durante a audiência

A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, com a governadora Ana Júlia Carepa

está aportando no Pará cerca de R$ 1,5 bilhão em investimentos de infraestrutura social e urbana, dentre elas o saneamento integrado da Bacia do Tucunduba e a urbanização de comunidades como Fé em Deus, Pantanal/Mangueirão, Pratinha, Estrada Nova e Riacho Doce, localizadas em Belém. O programa habitacional a ser lançado pelo governo federal deverá causar um grande impacto em toda a cadeia produtiva da construção civil, uma vez que a população continua alimentando o sonho da casa própria. Mesmo com toda a crise, o setor da construção civil gerou 11 mil novos postos de trabalho no mês de janeiro em todo o Brasil.

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governo do Estado e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) serão parceiros em ações de apoio aos objetivos da Campanha da Fraternidade 2009, cujo tema é “Fraternidade e Segurança Pública” e o lema é “A Paz é Fruto da Justiça”. Para tanto, a governadora Ana Júlia Carepa e o arcebispo de Belém, dom Orani João Tempesta, vice-presidente regional da CNBB (Pará e Amapá), assinaram termo de cooperação durante a celebração que marcou a abertura oficial da Campanha na arquidiocese. O termo prevê a possibilidade de realização de ações e projetos voltados para a segurança e a prevenção à violência em todo o Pará, em parceria entre os diversos órgãos de Estado e dioceses e grupos pastorais. A cooperação começou a ser alinhavada a partir de uma reunião entre a governadora e diretores da CNBB para tratar da questão da segurança pública no Estado, que teve sequência em reuniões técnicas para discutir projetos em parceria.

Campanha da Fraternidade 2009 Governo e CNBB são parceiros pela paz

Fotos: David Alves/Ag Pa No lançamento da CF-2009

Na caminhada promovida pela CNBB em comemoração ao lançamento da Campanha da Fraternidade 2009

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A assinatura e a abertura da Campanha da Fraternidade 2009 aconteceram com uma missa campal, na Praça Amazonas, frente ao São Jose Liberto, onde centenas de pessoas acompanharam a celebração dirigida por dom Orani e que contou com a presença de párocos e religiosos de diversas comunidades. De lá, os fiéis seguiram em caminhada até a Praça Batista Campos. “É fundamental envolver a sociedade nessa discussão, porque é papel do Estado garantir o direito ao cidadão de ir e vir, mas a segurança e a paz são responsabilidade de todos. Por isso a parceria com a igreja e com a sociedade é fundamental”, disse a governadora Ana Júlia, que assistiu à celebração ao lado da mãe e dos secretários de Segurança Pública, Geraldo Araújo, de Justiça e Direitos Humanos, Roberto Martins, e de Cultura, Edilson Moura. A governadora Ana Julia Carepa e o arcebispo de Belém dom Orani João Tempesta no lançamento e assinatura de um conjunto de ações do Governo do Estado em apoio ao desenvolvimento da CF – 2009 promovida pela CNBB. O termo de cooperação prevê a realização de ações e projetos para a segurança no Pará

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A governadora também falou do esforço que o Estado vem fazendo para reestruturar o sistema de segurança publica, com investimento maciço em equipamentos, viaturas e formação de novos policiais, mas destacou que os investimentos na área social, como o programa Bolsa Trabalho, que permite qualificação e encaminhamento ao emprego para jovens, estão sendo feitos na mesma medida. “Estamos investindo nos princípios de uma segurança cidadã, para que os nossos jovens não cheguem à criminalidade, porque o que eles A caminhada foi bastante concorrida O pronunciamento da governadora: Segundo Ana Júlia Carepa, é papel do Estado garantir o direito ao cidadão de ir e vir, mas a segurança e a paz são responsabilidade de todos

precisam não é de cadeia, é de oportunidade”. Entremeada por encenações teatrais e cânticos, a celebração deixou a mensagem de que a violência decorre da injustiça social e que cada um pode avaliar o seu papel na construção de uma sociedade de paz. Foi esse, em resumo, o teor do sermão de dom Orani, que estendeu o apelo não só a católicos e cristãos, mas também a fiéis de outras religiões e aos não crentes, que se unissem em torno da campanha, já que sua temática diz respeito à sociedade como um todo. “Espero que esse período da quaresma seja também de conversão social. Não podemos ficar alheios aos irmãos que passam por dificuldades. A Campanha da Fraternidade é muito abrangente e é claro que não são questões que irão se resolver em 40 dias, mas pode-se trazer idéias para a solução dos problemas. Todos nós somos co-responsáveis pela sociedade e podemos pensar em que colaboração podemos dar para construir uma sociedade um pouco melhor”. A Governadora Ana Júlia Carepa com sua mãe, o secretário de Estado de Segurança Pública, Geraldo Araujo e o secretário de Estado de Cultura, Edilson Moura

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Dom Orani João Tempesta no lançamento da CF- 2009

Oração da Campanha da Fraternidade 2009 Bom é louvar-vos, Senhor, nosso Deus, que nos abrigais à sombra de vossas asas, defendeis e protegeis a todos nós, vossa família, como uma mãe, que cuida e guarda seus filhos. Nesse tempo em que nos chamais à conversão, à esmola, ao jejum, à oração e à penitência, pedimos perdão pela violência e pelo ódio que geram medo e insegurança. Senhor, que a vossa graça venha até nós e transforme nosso coração. Abençoai a vossa Igreja e o vosso povo, para que a Campanha da Fraternidade seja um forte instrumento de conversão. Sejam criadas as condições necessárias para que todos vivamos em segurança, na paz e na justiça que desejais. Amém.

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FESTAS JUBILARES DE SANTA PAULA FRASSINETTI 03 de março de 1809-03 de março de 2009

200 anos de vida e batismo

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aula foi educada no amor e no temor de Deus, aos pés da Virgem, a Madonetta, a quem foi confiada desde os primeiros dias e cujo santuário aprendeu a visitar desde o colo da mãe. Lá aprendeu a fidelidade, a confiança, a entrega e o abandono filial. Foi a sua escola no caminho de Jesus. Lições tão fortes impregnaram a sua vida na infância, que lhe fizeram capaz de assumir com serena tranqüilidade a perda da mãe, ainda aos 9 anos e três anos depois da morte da tia, teve que assumir com valentia a direção da casa, ainda adolescente. As atividades domésticas ocupavam o seu dia, mas não a impediam de participar dos serões familiares, junto ao pai e aos irmãos, em conversas sobre os estudos que faziam, oportunidade rica e tão aproveitada por Paula para o seu aprendizado e para a formação da cultura que adquiriu, uma vez que nas horas vagas do dia, ia aprofundando e assimilando o que ouvira. Tornou-se assim uma auto didata com a bagagem necessária para a missão que a esperava. Em meio a tantas exigências físicas, a saúde se ressentiu e Deus disto se serviu, fazendo que ela fosse recuperar-se na Paróquia de Quinto, onde o irmão mais velho era Pároco. Os ares da colina, a distância dos trabalhos, haveria de ajudar a sua recuperação. Não

apenas a saúde foi se recuperando, mas ela foi descobrindo um outro espaço para o encontro com seu Deus, no serviço de guarda da lâmpada do Santíssimo, que lhe permitia momentos de maior intimidade com Jesus, como também facilitou o conhecimento de outras jovens, que frequentavam a Igreja e que eram atraídas pela sua postura e pela sua piedade. E o encontro de amigas, à luz da Palavra de Deus e de seus apelos, foi oportuno para que juntas, começassem a perceber a carência de jovens e crianças, descuidadas e sem assistência. Era necessário que se fizesse alguma coisa por elas. E a missão educativa começava a vislumbrar, delineando o seu perfil e o seu modo de agir pela via do coração de amor, que marcou a proposta educativa legada ao Instituto por ela fundado. Aumentava cada dia a sua capacidade de entrega, numa dimensão simples de serviço. E foi para o serviço a Deus e aos irmãos que formalizou as suas intenções, lançando as pedras do seu Instituto, que não desejava fosse grande, mas apenas para maior glória de Deus e ajudar ao próximo.

12 de agosto de 1834-12 de agosto de 2009

175 anos de serviço, junto aos jovens, aos pobres, à mulher

Na simplicidade da festa de Santa Clara, no Santuário a ela dedicado, em Gênova-Albaro, reúne oficialmente

Corpo incorrupto de Santa Paula Frassinetti, fundadora das Irmãs de Santa Doroteia, na Capela da Casa Geral de Santo Onofre em Roma, onde está exposto em uma urna de cristal, doada pelas alunas brasileiras, a visitação pública


otimismo, alimentados pelo as primeiras companheiras e A m o r, p e l a F é e p e l a lança os fundamentos do seu Esperança. Instituto. Naquele dia “Assumimos o risco da justiça memorável, Paula entrega a sua do Reino na nossa Missão disponibilidade simples e Educativa, para sermos corajosa, a sua aceitação de um presença-palavra-ação caminho cujo percurso transformadora e desconhecia: era o abandono significativa no Mundo confiante n'Aquele cuja maior Ferido de hoje”. prova de amor revivia cotidianamente. No desempenho da sua missão A dimensão não se intimida, não se omite, educativa de Paula mas avança corajosamente. Paula contata com Papas, Ontem e Hoje Cardeais, Príncipes e Reis. ServeA pequena semente plantada se do telégrafo, do comboio, de em Quinto-al-mare, barcos, do correio. Viaja de ultrapassou os tempos e é hoje Gênova a Roma e de Roma a árvore frondosa a acolher os Nápoles, usando barcos e jovens e as crianças e a orientáestradas, em situações inóspitas, los “pela via do coração e do na época. amor”. As cartas de Paula revelam uma A imensa paixão pelo Reino mulher de grande riqueza de SANTA PAULA FRASSINETTI põe Paula a serviço dos outros, coração e de vontade, de extraordinário equilíbrio, acolhendo crianças e jovens necessitados de formação humanamente completa, capaz de vibrar perante os humana e cristã. mais variados estímulos. Evangelizar através da educação é uma missão que as Paula ocupa-se de assuntos de espiritualidade, de mudanças amplas e profundas da sociedade tornam apostolado, mas também da simplicidade do cada vez mais urgente. É sobretudo com a vida e na cotidiano, do jardim, dos animais, do café, do vida que se educa, se evangeliza: relações com Deus, chocolate, do pão... Sabe descer aos mínimos contatos humanos, relações fraternas, uso das coisas, pormenores, que dão prazer. atividades apostólicas... A intuição pedagógica de Paula, mais do que uma ciência é uma arte evangélica, cunhada no caminho do 11 de março de 1984-11 de março de 2009 coração e do amor. Praticou-a e deixou-a em herança 25 anos de ação de graças pela para a Congregação por ela fundada. Santidade de Paula Conduzir as pessoas “pela via do coração e do amor”, não significa apoiar-se no sentimento delas, mas estimular uma atitude de abertura e disponibilidade, Um ideal de santidade realizado, vivido e confirmado orientada para uma conversão autêntica e livre. Exige pela Igreja. Um testemunho de fé, amor e abandono confiança nas possibilidades e respeito pelos ritmos e em Deus, na busca constante de descobrir e realizar a pela liberdade, graças à qual se processa todo o Sua Vontade. crescimento Um programa de santidade que se nos propõe, a Paula educadora é apelo para nos comprometermos no reavivar a chama de nossa fé e do nosso compromisso respeito e cuidado pela vida humana (desde a de cristãos e de consagradas. Um programa de vida concepção até a morte natural), no cuidado pela que já deu fruto de santidade natureza e na partilha de bens, “para que todos tenham Um carisma que se expande, que se amplia e hoje é vida” e razão de esperar. partilhado também com Leigas/os que se sentem A meta final da ação educativa de Paula não acaba na chamadas/os a assumir nossa espiritualidade e missão. dimensão pessoal, no fazer o maior bem possível às Presente em vários continentes, a Congregação avança pessoas e a quantas mais, melhor. O seu horizonte vai inculturando-se em meio aos desafios dos povos mais além, a sua aspiração mais profunda é colaborar A vida de Paula é um convite a cada um de nós. com Jesus para reformar o mundo e conduzi-lo à Convite à ousadia, à persistência, à criatividade, ao verdadeira vida. EDIÇÃO 88 [MARÇO 09]

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Três horas de agonia

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espírito humano tem necessidade de gestos, de sinais e de palavras que expressem o que sente. Em busca de símbolos, a visão do Calvário, experimentada na oração, nasceu como uma identidade espiritual nos corações que procuraram expressá-la na prática de piedade A oração das “Três” muda qualquer coisa no ritmo cotidiano e ensina a educar a sensibilidade religiosa, em uma oração forte e corajosa. Ela afirma, de modo prático a memória viva daquele que se constitui o sinal mais importante da história humana, o acontecimento do Calvário. No episódio do Calvário, Maria e o discípulo predileto, significam juntos, a Igreja. Maria é imagem da Mãe-Igreja, João representa os discípulos cristãos. Personificam o empenho fiel, amoroso e perseverante da Igreja Na “Oração das Três” fazemos memória da Hora da salvação e testemunhamos que Jesus redimiu a humanidade. Reunidos aos pés da Cruz com Maria e João exprimimos solidariedade com os homens do nosso tempo, com seus sofrimentos e suas angústias e protestamos contra o mal e a injustiça. Partilhamos alegria e esperança. A oração das “Três Horas” passou a fazer parte do

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patrimônio espiritual dos religiosos e leigos, mulheres e homens. Este tesouro foi transmitido como preciosa herança dos fundadores para


favorecer uma identidade coletiva que, com o passar dos anos, se enriqueceu e foi passando às gerações. O Padre José Vidal, mexicano da Companhia de Jesus publicou no ano de 1685 na cidade do México um livro intitulado: “Motivos, disposições e maneira de assistir a Cristo Nosso Senhor nas três penosas trevas que esteve pendente da Cruz”. Mais tarde o Pe. Afonso Messia, peruano, da mesma Companhia, nascido em 1655 e falecido em Lima a 5 de janeiro de 1732, compôs um outro livrinho com o título “Devoção das três horas de agonia de Cristo”. Ele é considerado fundador e propagador dessa devoção, que iniciou a prática dessa oração com muita simplicidade para uma assembléia bem reduzida. Nos anos seguintes a devoção foi ampliada, reunindo grande número de pessoas na sexta-feira santa, dia especial para esta prática devocional. Esta devoção se estendeu ao Peru, ao Chile, a Quito, a Cartagena e a outras Províncias daAmérica. Passando para a Europa, foi introduzida primeiramente na capital da Espanha, levada depois a várias cidades da Itália, e finalmente, em 1788, à cidade de Roma, celebrada na Igreja do Gesú, atraindo toda classe de pessoas. O Santo Padre Pio VI concedeu aos 11 de fevereiro de 1789, a indulgência plenária àqueles que assistissem a esta devoção. Muitíssimas casas religiosas, colégios e conventos introduziram essa devoção em suas Igrejas com grande fruto espiritual. No período de 1870 e nos anos que se sucederam, tornando-se mais forte a devoção ao Sagrado Coração, a contemplação do Calvário, onde se via o peito aberto de Jesus, ocupou atenção de piedosos exercícios. Na Itália, as Congregações Religiosas abraçaram com fidelidade a devoção, manifestada na prática das Três Horas de Agonia, que passou a ser na sexta-feira, a oração da paixão.

A devoção chega ao Brasil Em 1877, a primeira Congregação feminina a chegar

a Belém do Pará, foi a Congregação das Irmãs Dorotéias, fundada por Paula Frassinetti em GênovaItália, trazendo o seu carisma, uma missão educativa e as devoções que faziam parte da espiritualidade de então. No dia 10 de abril de 1879, promovem pela primeira vez, na Capela do Colégio Santo Antônio, as “Três Horas de Agonia”, momento forte de oração, na qual se refletia as últimas palavras de Jesus na Cruz. Eram as próprias Irmãs que organizavam a celebração, entoando os cantos com letras alusivas a cada palavra meditada. Os cantos, entoados em italiano, com melodias suaves e dolentes, convidava a todos ao recolhimento e à oração. A devoção se expande, agrada o povo, entusiasma as organizadoras,que logo procuram melhorar a ambientação, cuidando da visualização do ícone central. Assim, a 5 de abril de 1881, chegam a Belém, provenientes da Itália, as imagens para o Calvário da Igreja: Nosso Senhor Crucificado, Nossa Senhora das Dores, São João e Maria Madalena, belas, expressivas, que encantam ainda hoje os que visitam a Capela e, sobretudo, acompanham a cerimônia. A prática das Três Horas de Agonia continua, enriquecendo a cerimônia da sexta-feira santa, como mais um momento forte de oração. Os tempos se passaram e ai está a capela do Colégio Santo Antônio, lotada na tarde da sexta-feira santa, com seu belo Calvário no altar central, atraindo aqueles que querem acompanhar de perto a agonia de Jesus. Hoje as Irmãs abrem as portas da Capela, apóiam os serviços e acompanham os exercícios, sem terem mais a responsabilidade pela realização dos mesmos, sendo testemunhas da história que continua. A Arquidiocese e o povo assumem a cerimônia, garantindo toda a organização, o Coral, o comentário e o pregador, indicado pelo Arcebispo. As emissoras locais de rádio e TV dão cobertura completa à cerimônia. Os meios de comunicação permitem que as famílias paraenses,e de outras localidades, possam acompanhar também a esse momento de oração. EDIÇÃO 88 [MARÇO 09]

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A XIII ConferênciaNacional dos

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erá em Belém entre os dias 27 e 29 de maio e terá como tema a saúde pública no Brasil. O lançamento oficial do evento foi feito na ALEPA, pelo presidente do parlamento paraense, deputado Domingos Juvenil e pelo presidente da UNALE, César Halum (TO), além representantes de várias casas legislativas de todo o Brasil. A conferência reunirá parlamentares de todo país. Já estão confirmadas as presenças do ministro da Saúde, José Gomes Temporão; do ex-ministro da Saúde, José Serra, entre outras autoridades e especialistas no assunto. “Teremos autoridades locais, estaduais e federais durante o evento. Devermos ter, por exemplo, Serra e Temporão discutindo saúde aqui na capital paraense. Isto será um marco” explicou o deputado Domingos Juvenil. “Belém foi escolhida pela extensa participação do parlamento paraense nos eventos da UNALE pelo Brasil, além das importantes contribuições da Assembléia Legislativa deste Estado com a União”, explicou Halum. “Este tema foi escolhido com base em uma pesquisa realizada entre as 27 casas legislativas estaduais e distrital. A saúde é um debate inédito e um tema presente em todo território nacional. E os deputados estaduais podem contribuir muito com o congresso nacional levando sugestões para melhorar a saúde pública do país”, acredita Halum. “O deputado estadual é a entidade mais próxima do povo que conhece a fundo a realidade de cada estado”, conclui. A expectativa da entidade é de reunir cerca de 600 parlamentares estaduais somando mais de mil

A governadora Ana Júlia Carepa com o presidente da Assembléia Legislativa do Pará, deputado Domingos Juvenil, o presidente da UNALE, César Halum e deputados estaduais da UNALE

participantes entre especialistas da área e pessoas afinadas com o tema. A conferência também receberá uma delegação internacional com objetivo de trocar experiências. “Belém do Pará é o portal da Amazônia. O mundo todo quer conhecer essa maravilha de cidade que tem toda a capacidade e infra-estrutura para receber um evento desse porte”, afirma o presidente da UNALE. Criada em 30 de maio de 1996, a UNALE é uma entidade a partidária que congrega as 26 casas legislativas estaduais mais a Câmara Legislativa do DF, reunindo 863 filiados do total de 1.059 deputados estaduais. A Conferência é o maior evento organizado pela entidade anualmente que visa mobilizar os parlamentares estaduais para o debate de diversos temas relevantes no cenário da política nacional. A manifestação das posições dos parlamentares estaduais é divulgada através de uma Carta que é elaborada no final do evento e encaminhada para todas as autoridades nacionais. Durante o lançamento oficial da 13ª Conferência da UNALE na ALEPA

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Legislativos Estaduais Fotos: David Alves/Ag Pa e Oséas Santos/Alepa

Nacional dos Legislativos Estaduais. Acompanhado de deputados estaduais que integram a diretoria da União Nacional das Assembléias Legislativas – UNALE. Juvenil e César Halum convidaram a governadora a participar da mesa de abertura do evento. Ana Júlia Carepa aproveitou o encontro com os parlamentares para enfatizar a importância da discussão com senadores e deputados federais sobre a necessidade de votação da Reforma Tributária, que tramita no Congresso. Na avaliação da governadora a proposta é vantajosa para os Estados e regiões menos desenvolvidas. Ela citou como exemplo a tributação de energia, que passaria a beneficiar Estados como o Pará, que é grande produtor de energia para o restante do país.

Com a governadora A governadora Ana Júlia Carepa recebeu em audiência o presidente da Assembléia Legislativa do Pará, deputado Domingos Juvenil e o presidente da UNALE, César Halum, que anunciaram a realização em Belém, de 27 a 29 de maio, da 13ª Conferência

Anunciando a realização da 13ª Conferência Nacional dos Legislativos Estaduais

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Deputado Airton Faleiro, líder do governo, fala do desempenho da Assembleia Legislativa

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deputado estadual Airton Faleiro, líder do governo Ana Júlia na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) pelo terceiro ano consecutivo, faz um balanço do desempenho do executivo na Casa. Confira a entrevista. Deputado, quais projetos do Executivo já foram aprovados na Assembleia Legislativa no governo Ana Júlia? Aprovamos um bloco de projetos ligados à Reforma Administrativa, necessários para o cumprimento do programa de governo apresentado em campanha... Extinguimos as cinco secretarias especiais e aprovamos as chamadas Câmaras Técnicas, além da Secretaria de Pesca e Aquicultura, o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor); desmembramos a Sectam, que reunia meio ambiente e tecnologia, deixando-a como secretaria de Meio Ambiente, e criamos a Secretaria de Desenvolvimento Ciência e Tecnologia (Sedect), além da Secretaria de Projetos Estratégicos. Desmembramos também a Secretaria de Trabalho e Promoção Social, criando uma secretaria só para cuidar do Social, a Sedes, e mantivemos a Secretaria de Trabalho Emprego e Renda (Seter), além de outras mudanças como a criação da Secretaria de Estado de Comunicação. Além da Reforma Administrativa, que outros projetos vocês aprovaram? Aprovamos o Programa Bolsa Trabalho que hoje atende a mais de 50 mil jovens, e destes mais de 10 mil encaminhados para emprego de carteira assinada. O Programa Campo Cidadão, que beneficiou entre 2007 e 2008 mais de 50 mil famílias, com investimento de Eunice Pinto

Na Assembleia Legislativa

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mais de 22 milhões de reais. Em 2009, mais de duas mil e quinhentas famílias receberão os primeiros recursos do chamado Pagamento do Serviço Ambiental, para quem produz ecologicamente correto. Aprovamos também os Programas Extrativismo Vivo, que vai cuidar diretamente das populações tradicionais, e o Caminhos da Parceria, onde numa iniciativa inédita o governo do Estado está apoiando os municípios na manutenção das estradas vicinais, ramais, furos e igarapés, em parceria com os municípios. O governo também está cuidando da malha viária do Estado. Aprovamos ainda o programa Água Para Todos, já que quando assumimos, tínhamos 52% da população paraense sem água encanada e tratada. Além disso, votamos o que é nossa obrigação: A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Plano Plurianual e a Lei Orçamentária Anual (LOA), tudo dentro do prazo exigido por lei e de forma democrática, onde até a oposição aprovou emendas, o que não acontecia no governo anterior, sendo que estas peças orçamentárias já chegaram à Assembleia Legislativa trazendo as demandas da sociedade nos 143 municípios do Estado, por meio do Planejamento Territorial Participativo (PTP). Que outras políticas que passaram pela Assembleia Legislativa o senhor destaca? Na área de saúde, a conclusão e a manutenção dos hospitais regionais e o Programa Nova Santa Casa. Na Educação, o ensino médio para as populações indígenas, além da inauguração de 17 escolas para estes povos; a execução do ensino profissionalizante


Elcimar Neves

Tamara Saré

Rodolfo Oliveira

associado ao ensino médio, a Deputado Estadual Airton Faleiro, líder do eleição direta para diretores Governo, na Assembléia Legislativa, Deputado escolares e recursos para a Estadual e a governadora Ana Julia Carepa reforma de mais 600 escolas Estaduais. Na área de segurança pública, entre 2007 e 2009, já foram nomeados 2.592 servidores por meio de concursos públicos de vários órgãos, entre os quais a Polícia Civil, Superintendência do Sistema Penal, Funcap, Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e Detran. Já aprovamos diversos projetos melhorando a vida do funcionalismo público, com destaque para a Licença Maternidade das servidoras O que ganhou o povo do Pará com a parceria entre estaduais que aumentou de 120 para 180 dias. E ainda o governo do estado e o governo do presidente se encontram na Casa projetos importantes como o da Lula? meia-passagem intermunicipal, Conselho Estadual de Esta sintonia não é apenas político-partidária, mas Saúde, reestruturação do Instituto de Assistência à também programática. Pois o programa do nosso Saúde dos Servidores Públicos Estaduais (Iasep) e governo é idêntico ao do governo federal. Isso só tem Detran, entre outros. beneficiado o estado. Eu não posso esquecer, por exemplo, que algumas bandeiras históricas de luta que eram da oposição e da situação estão contempladas no PAC (Prograsma de Aceleração do Crescimento), como as Eclusas de Tucuruí, o asfaltamento da Rodovia Santarém- Cuiabá, Porto de Vila do Conde. Mas a grande novidade foi a inclusão do asfaltamento da Rodovia Transamazônica.

Eclusas de Tucuruí

Jovens do Bolsa Trabalho produzem uniformes para escolas públicas de Santarém EDIÇÃO 88 [MARÇO 09]

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noticias da assembleia legislativa

Na Sessão Especial em homenagem às Mulheres, a Mesa oficial

Sessão Especial em homenagem às Mulheres

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s deputados paraenses homenagearam as mulheres do Estado em uma Sessão Especial. No evento, houve a promulgação, pelo deputado Domingos Juvenil, da PEC que ampliou para 180 dias a licença maternidade para as servidoras estaduais paraenses. A Proposta de Emenda à Constituição foi aprovada com o voto qualificado dos deputados. “Esta é a vitória da luta das mulheres, uma conquista que vai se incorporar nos direitos das mães que vão poder disponibilizar mais tempo e carinho a seus filhos”, parabenizou Juvenil, presidente daAlepa. Durante a sessão comemorativa, a deputada Josefina Carmo (PMDB) foi a escolhida para se pronunciar em plenário representando o Poder Legislativo e a bancada de mulheres da Casa. “Somente nós, mulheres, hoje mães, que já tivemos o privilégio de não apenas gerar filhos, mas amamentá-los, é que podemos avaliar a importância de estar próximo, acompanhando e cuidando dos nossos filhos, nos primeiros seis meses de vida”, disse, ressaltando a importância da promulgação da ampliação do benefício. Outra grande conquista ressaltada pela deputada foi a implantação da Lei Maria da Penha, criada para

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combater a violência contra a mulher. “Ela é uma intimidação àqueles que adotam a violência doméstica como instrumento de dominação sobre as mulheres”, definiu a parlamentar. Em pronunciamento, Simone abordou ainda os avanços conquistados nos direitos das mulheres brasileiras na historia da República e destacou a ascensão das brasileiras que já representam 41,39% da população economicamente ativa do país. “Muitas vezes, tendo que encarar uma dupla jornada de trabalho, como profissional e dona de casa”, disse. A deputada Josefina Carmo (PMDB) se pronunciou representando o Poder Legislativo e a bancada de mulheres da Casa


Fotos: Oseás Santos/ Alepa

Deputados Ítalo Mácola (PSDB), Adamor Aires (PR), Suleima Pegado (PSDB), João Salame (PPS), Ana Cunha (PSDB), Domingos Juvenil (PMDB), Simone Morgado (PMDB), Tetê Santos (PSDB), Josefina Carmo (PMDB) e Bernadete Ten Caten (PT)

Na sessão, a bancada de mulheres deputadas estava completa, além da deputada Josefina Carmo, participaram: Simone Morgado, também do PMDB; Ana Cunha, Suleima Pegado e Tetê Santos, todas do PSDB; e ainda, Regina Barata e Bernadete Ten Caten, da bancada do PT; Outros 13 deputados também prestigiaram a homenagem. A medalha “Isa Cunha”, comenda criada para homenagear as mulheres este ano, agraciou 13 mulheres indicadas pelas lideranças dos partidos políticos com representação parlamentar. São Arnaldo Jordy, Dulce Rosa de Bacelar Rocque, Domingos Juvenil e João Salame

A secretária de Estado de Trabalho, Emprego e Renda, Ivanize Coelho, recebe a medalha “Isa Cunha” das mãos do presidente da Casa Domingos Juvenil, acompanhado do deputado Carlos Martins, e do líder do governo Airton Faleiro

elas, a desembargadora Albanira Bemerguy, presidente do TJE-Pa; a deputada Tetê Santos; Ana Paula Guedes Cabral; Benedita do Socorro Silva Alves; Dulce Rosa de Bacelar Rocque; Ivanise Coelho Gasparim; Joyce Jeannie Campos Bezerra, chefe de gabinete da presidência da Alepa; Lizete Maria Nunes; Maria de Fátima Amine Houat de Souza; Maria Franssinete de Sousa Florenzano; e Marifrança do Socorro Souza de Oliveira. A sessão solene foi encerrada com uma apresentação do Coral da Alepa, dirigido pelo maestro Jean Beckman, e pela Banda de Música da Policia Militar. EDIÇÃO 88 [MARÇO 09]

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A sessão sob a presidência da vereadora Vanessa Vasconcelos

Mulheres homenageadas na Câmara Municipal de Belém

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Fotos: José Sampaio e João Rodrigues/Comus

Câmara de Belém, em sessão sob a presidência da vereadora Vanessa Vasconcelos (PMDB), prestou homenagens à população feminina. Destacando que as mulheres são a metade da humanidade e também a mãe da outra metade, Vanessa dedicou o dia particularmente às funcionárias municipais. Laura Rossetti, secretária de Saúde, representou a governadora do Estado. A desembargadora Francisca Formigosa, presidente do Tribunal Regional do Trabalho, levantou aplausos da platéia quando começou seu pronunciamento se apresentando como mulher ribeirinha que chegou à Presidência do TRT. Nascida às margens do rio

Pio Neto, Sylvia Santos e Walter Arbage, presidente da CMB

Walter Arbage, presidente da CMB faz seu pronunciamento

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Urucuzal, em São Sebastião da Boa Vista, Francisca disse que sempre acreditou na possibilidade de um mundo melhor, onde as armas fossem a honestidade, a honradez e o respeito. Ao final da sessão personalidades apontadas pelos vereadores receberam a Comenda Dulce Aciolly ou ramalhetes de rosas brancas. D. Fusako Yamada, uma das homenageadas



As Mulheres e as alterações climáticas

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s mulheres representam mais de 50 por cento da população mundial ainda continua a ser sub-representadas nos governos mundiais. CIWEM quer, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher – 8 março, promover uma participação mais ativa das mulheres na tomada de decisões em todos os níveis. A CIWEM admira mulheres, tais como Lena Sommestad, Ministra do Ambiente da Suécia e copresidente da Rede de Mulheres Ministros de Meio Ambiente, e Caroline Lucas MEP, Líder do Partido Verde, mas entende que as mulheres são muitas vezes visivelmente ausente do discurso e debate relativamente às alterações climáticas. As Mulheres em todo o mundo são fundamentais para a gestão dos seus recursos locais e à sustentação das comunidades locais. A CIWEM acredita que as mulheres têm um papel fundamental no combate às alterações climáticas como consumidores, educadores e agentes de mudança, e que a liderança das mulheres parlamentares e tomadores de decisão é necessária para trazer uma perspectiva de forma equitativa as alterações climáticas políticas, incluindo as vozes dos mulheres pobres e vulneráveis. Se as atuais tendências do crescimento da pobreza, a expansão populacional e de consumo continuarem, os impactos negativos sobre os recursos naturais, ambiente e saúde vai piorar. E as mulheres, que representam a maioria dos pobres do mundo, continuarão a sofrer desproporcionalmente devido a seus diferentes papéis

Dentro do tema, aproveitamos para homenagear a Senadora Marina Silva pela sua relevante atuação em defesa e à causa ambiental Caroline Lucas MEP, Líder do Partido Verde

Lena Sommestad, Ministra do Ambiente da Suécia

sociais e status. A CIWEM apela à integração da perspectiva do gênero nas políticas e programas para o desenvolvimento sustentável e gostaria de ver uma abordagem mais holística, que incorpora a erradicação da pobreza e o empoderamento econômico das mulheres na gestão ambiental e conservação. E, embora CIWEM comemore quase 2.000 membros do sexo feminino, a Instituição pretende continuar a aumentar as capacidades da mulher, conhecimentos e competências no domínio do ambiente.

Paul Horton, Diretor de Desenvolvimento Internacional do CIWEM , disse: "O desenvolvimento sustentável não é possível sem o empoderamento das mulheres e a igualdade de gênero. A sua experiência, a sua participação e a sua liderança são cruciais para o sucesso dos esforços ambientais globais. Temos de ter uma maior participação e envolvimento de mulheres em cargos de tomada de decisão ambiental, a fim de satisfazer os complexos desafios ambientais do nosso tempo”.

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Acyr CASTRO

Acima de tudo, a vida

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bril é o mês mais cruel de todas segundas poetas T.S. Eliot, e, no entanto, é mais belo de todos. Datas importantes o marcaram, uma delas a do aniversário do mais sanguinário e enlouquecido ditador de toda a História, Adolf Hitler, que ensangüentou quase todo o mundo a ponto de ameaçar o planeta; dias depois, vinha a nós, a iluminar as estrelas e o sol, a minha irmãzinha querida, Marilda Ely. Lembrar esses eventos não é tentativa de “poetizar” o fato, num poema sem versos equivalendo as frases cujo risco o autor integralmente, assume. Entre rio e mar, abril se inquieta e nos perturba com curso, fluência, feito flor. E o ar, diante da beleza, exala perfume e charme. A linguagem trabalha a realidade como coisa de música mesmo. Quem vive plenamente e o fogo da alma música mesmo. Quem vive plenamente e o fogo da alma em brasa, compreende o que quero modestamente expressar. Musical sem mais o que diga, ondulo sob o teu signo, Maruska, e o signo do teu cantor predileto, Roberto Carlos a quem todos agrada sem executar ninguém, por sinal também aniversariante de abril. Ela, mana adorada, perpassa o evento sol sul puro recompondo sonhos a se perder no mar alto. Nela e dela o

renascer a cada dia é constante amanhecer, raio infindo de luar. Incendeia o estar e o ser atualizando o estar e o ser, atualizando um paraíso a se destacar na linha do horizonte. Viver é preciso, embora perigosos os caminhos. Sob uma experiência de fragilidade, o que há na maninha tão amiga, é uma força vital que vem de dentro de sua determinação e inteligência. Aquilo que queremos alcançar é presença na presença do que designamos como felicidade. Em mim a palavra nave louca a filtrar o incenso, uma bússola que na areias é o mar distante. Sou estranhamente parecido comigo mesmo, mel e semente. Por causa deste abril indomestico a rosa e consagro as frases como maneira de formalizar signos, falando a maneira de me dirigir a Belém inteira, que nem outro sentimento a não ser o amoroso a confluir dia após dia, gaivota comum de dois. Que os prováveis leitores e os amigos Ronaldo e Rodrigo Huhn me perdoem o que mal consigo exprimir aqui, quão pequenino me sinto ao ousar escrever nestas mal traçadas. Dizer mais que? Calmo espanto, marulho o espaço. E até maio, de Jesus e Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos o consintam. (*) Jornalista e Escritor

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O Dia Internacional da Mulher

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Dia Internacional da Mulher foi comemorado na Praça da República, onde foram vivenciadas várias atividades artísticas, educativas e culturais, proporcionando orientação e conhecimento em saúde, estética e área jurídica. Com slogan "Dignidade e Respeito - Um Direito de Todas" norteando toda a programação. O evento contou com a presença da governadora Ana Júlia Carepa e foi dedicado ao primeiro ano de funcionamento do Centro de Referência Maria do Pará. Da programação constaram emissão de documentos, orientação e distribuição de preservativos, exibição de documentários sobre o universo feminino, oficinas de fotografia, grafitagem e comunicação, teatro, tratamentos de beleza, aconselhamento sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e testagem para verificação de HIV, além de mutirão jurídico, orientação e distribuição de material sobre uso de drogas e coleta de sangue. Na ocasião, a governadora Ana Júlia Carepa lembrou

Fotos: David Alves e Elcimar Neves/Ag Pa

Ana Júlia Carepa ao lado de Maria Catarina Fonseca, uma das mais de 500 mulheres atendidas no Centro Maria do Pará

que, na última quinta-feira (5), foi aprovada a emenda à Constituição Estadual que aumenta de 120 para 180 dias o período de licença maternidade para servidoras públicas estaduais. "O melhor investimento na saúde é a prevenção, e quando o assunto é a saúde dos nossos filhos nada melhor do que o leite materno", frisou. A governadora se emocionou ao citar mulheres que sempre trabalharam em defesa dos direitos civis, como Iza Cunha, Cordolina Fonteles, Regiane Guimarães e DulceAcioli.

No bairro do Guamá O governo do Pará rendeu homenagens à trabalhadoras, mães, líderes na luta por um mundo mais justo. A essas mulheres em especial, e a todas as demais, no Dia Internacional da Mulher. A Aline Machado, da Central Única das governadora Ana Júlia Favelas - CUFA, durante a homenagem Carepa começou sua manhã ao dia Internacional da Mulher de domingo no bairro do

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Rosimeire Souza, motorista de ônibus, agradeceu emocionada à Ana Júlia Carepa a homenagem

O grupo "Charme do Choro" participou das comemorações do Dia Internacional da Mulher

Guamá, um dos mais populosos de Belém, homenageando 13 mulheres, e também sendo homenageada. Desde o início da manhã, o Lar Fabiano de Cristo abrigava diversas oficinas culturais, organizadas pela Central Única das Favelas (Cufa), em parceria com instituições públicas e privadas. As mulheres homenageadas receberam certificados, rosas e camisas. Entre elas estavam portadora de necessidades especiais, feirante, comerciante, líder comunitária, representante do movimento negro, doméstica, motorista de ônibus, parteira e benzedeira, educadora e a mais idosa da comunidade, Maria Irene da Silva, com 83 anos. As demais homenageadas foram Ângela Pinto Coelho, Edna Rodrigues da Costa, Eunice Maria da Silva, Josely de Oliveira, Edilma Ramos Nascimento, Raimunda Amaral, Anastácia Assis Viana, Rosimeire Souza, Sebastiana Magno de Souza, Josefa da Silva Moura, Raimunda Ferreira Mendes e Maria de Nazaré Silva.

Prioridades A ampliação da rede de proteção às mulheres vítimas de violência é uma das prioridades da Sejudh,

A Defensoria Pública distribuiu cartilhas informativas sobre a lei "Maria da Penha"

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O coral da Fundação Carlos Gomes homenageou todas as mulheres

reafirmou que o governo do Pará não aceita qualquer forma de violência, impunidade e exploração contra as mulheres. Fez um balanço de sua administração, frisando as políticas de inclusão social, e enfatizou que, ainda neste primeiro semestre, os abrigos para mulheres vítimas de violência serão separados das delegacias, e terão instalações mais seguras e confortáveis. Crianças e adolescentes, usuários do Infocentro, foram beneficiados com um kit multimídia

Vários atendimentos foram prestados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará – SESPA

enfatizou Márcia Jorge, coordenadora de Promoção dos Direitos da Mulher. Ela anunciou a distribuição de uma cartilha sobre as conquistas da Lei Maria da Penha – que pune com prisão os agressores de mulheres. Ana Júlia Carepa agradeceu as homenagens e

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Lei das Águas

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lei nº 9433/97 que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos no Brasil e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos fez recentemente 12 anos. De acordo com o diretor do Departamento de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, João Bosco Senra, a lei trouxe avanços muito importantes e colocou o Brasil em um papel de destaque em relação a outros países do mundo. "O Brasil nesse período vem se organizando e já temos muitas conquistas como conselhos de recursos hídricos em praticamente todos os estados brasileiros, mais de 160 comitês de bacias, a Agência Nacional de Águas e o Conselho Nacional de Recursos Hídricos", afirmou Senra. Ele também destacou o Plano Nacional de Recursos Hídricos, que teve seu processo de construção coordenado pela Secretaria de Recursos Hídricos do MMA, em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), com a participação de aproximadamente sete mil pessoas dos mais diversos segmentos da sociedade como: usuários, especialistas, organizações nãogovernamentais, movimentos sociais, governos estaduais, municipais e federal, além de populações tradicionais e povos indígenas. Com ele, o Brasil cumpriu o compromisso firmado na Cúpula Mundial de Johanesburgo para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+10) de definir um plano de gestão integrado para os recursos hídricos.

O objetivo do PNRH é assegurar quantidade e qualidade de água para o uso racional e sustentável. Iniciativas, como o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PAN-Brasil) e o Projeto Água Doce (PAD), para ampliar a renda e fortalecer o desenvolvimento sustentável nas chamadas Áreas Suscetíveis de Desertificação também contribuiram para o país assumir a posição de destaque. Segundo Senra, muitos países estão interessados em conhecer o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Brasil. Em 2008, a participação brasileira na Expo Saragossa, na Espanha, atraiu a atenção de diversos países. Agora, o Brasil se prepara para participar do Fórum Mundial das Águas, em Istambul, na Turquia, de 16 a 22 de março. No encontro de 2006, no México, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório onde o Brasil foi considerado como um dos países que mais avançaram na política de gestão de águas. O relatório apontou que de um total de 108 países analisados, apenas 14 apresentaram progressos nessa área. O Brasil, o único país sul-americando que recebeu destaque, foi um deles. O Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), teve forte influência nesse resultado.

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por GARIBALDI NICOLA PARENTE

Águas de março

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céu desabrocha no mês de março. Tempo em que o sol, no signo de peixes, tira uma soneca na constelação de aquários. Desperto, segue em direção ao equador para igualar as durações do dia e da noite. Nisso, as escotilhas do zodíaco abrem-se para saudar aquele derrame pluvioso, aguaceiro capaz de inebriar ptolomeus, copérnicos e galileus. Derrame pluvioso... aguaceiro

Não é por acaso que no equinócio festejamos os dias das mulheres e o dia da poesia. É verdade, as águas de março movem-se para estimular salutarmente a criação. Nada é alegórico, tudo tem uma origem, uma existência colada aos condões matemáticos na arte de operar grandezas inquestionáveis coadjuvando e auxiliando mensuradamente a determinação físico-

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química nas incansáveis reações de transformação dos elementos naturais – o abstrato harmoniza-se ao concreto na tarefa de por tudo em outro todo. Afinal depois de tantos cálculos chegamos a conclusão acertada de que o tudo e o todo são uma única coisa chamada “totus”. Tudo bem. O planeta terra está bem acompanhado, de um lado pela deusa Vênus, do outro pelo deus Marte. Pensando bem e primando pelo bom agouro invoco a reputação de Eulália, mãe da palavra eloqüente, da boa doutrina e do bom conselho. Ela tem extremada razão em nos ensinar que bem ou mal a terra é a grande matrona, mãe universal de todos os viventes, dos virtuosos e dos viciosos, aqueles homens filhos da discórdia que não assumem o desiderato da honra, da moral, do respeito e da ética. As trevas da vida artimoniosa não são trevas, são descaminhos de conduta. É certo que a deusa da Noite, por ter precedido todas as coisas do mundo, está sempre bem intencionada. Acende continuadamente o seu archote para dar vida ao dia. O éter ilumina-se e interage energeticamente através da sua quinta- essência para aclarar o universo e entreter a razão. Em nossa região o mês de março é o mais terrestre de todos, cai chuva constante no equador boreal amazônico. Providência da deusa Flora no sentido de preparar os campos da natalidade para o maravilhoso fenômeno da procriação. Segundo sua origem a palavra março deriva de Marte e como tal planeta é marcada por forte telurismo e sensualidade. Marte marcha a passos largos, não é errante e nem habitado por criaturas portadoras de máquinas mortíferas, emissoras de raios carbonizadores ou gases ultra-venenosos. Marte, além de exímio lutador, anda sempre acompanhado da Vitória e de um bálsamo cicatrizante, curador imediato das feridas provocadas pelas lanças de algum inimigo


alheio. Março é o mês das mulheres, de todas as mulheres, sejam da cidade, do campo, da beira do rio. Lá vai a Vitória toda alegre na proa da canoa... Ouvimos o canto perolado das yaras, a voz cândida e melodiosa da sereia. As formosas naíades com muita simplicidade incentivam as fontes a manar água e mais água. No céu, Vênus aparece mais brilhante e sedutora; deusa da beleza, mãe de Eros, de Cupido e do Amor é a grande paixão de Marte, tanto no céu quanto na terra e no mar. O mês de março é também dos poetas. Os poetas abraçam a Tetis, ama e nutriz dos seus enleios, mãe dos rios e das fontes, deusa das águas e mãe de três mil ninfas chamadas Oceânidas suas acompanhantes mar afora. - Quem são aquelas de cabelos compridos e soltos ao vento? São as Amazonas, mulheres arqueiras, filhas de Marte, portanto, virtuosas guerreiras, de reservas íntimas entre margens e ramagens no leito látego desses rios moventes de luxuriantes excitações. Todas as mulheresAnadomenes, Dionéias, Cirenes e Marias possuem um vínculo extremado com a natureza, são mais sensíveis as influências cíclicas das estações integram-se e

CLÁUDIO SANTOS

Águas de março

identificam-se com a paisagem e são mais receptivas a determinadas imposições do meio ambiente. Afetivamente possuem a alma tocada para o amor duradouro, aquele cujo querer transcende a simples posse ou o mero desejo carnal. Amor espiritualizado na cosmologia ambiental com inclinações fortemente atadas à mutua identificação com a paisagem da dignidade. Esse amor compreende comunhão, dedicação e desprendimento integrados na comunicação com as flores, com os colibris, com as chuvas, com os rios... com as águas... Panorama atraente, de linguagem expressiva e persuasiva capaz de amplificá-lo por meio desse insinuante idílio feito de reciprocidades quase misteriosas. Só não o são porque a utopia do paraíso arcádico não existe mais. Desenvolve-se na mentalidade livre das mulheres dignatárias de seus direitos a consciência daquilo que necessariamente é real para os nossos sentidos e ideal para os nossos sonhos. As formosas naíades

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A eletrificação do Marajó

Início da obra do linhão

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urante o Fórum do Marajó a governadora Ana Júlia Carepa anunciou o início das obras do linhão que levará energia da Hidrelétrica de Tucuruí para o município de Breves, no Arquipélago do Marajó, a partir dos municípios de Cametá e Portel. Em reunião com o diretor da Eletrobras, Walter Cardeal, e o diretor da Eletronorte, Ademar Palocci, a governadora ouviu que já estão assegurados os recursos para a contratação da empresa Rede Celpa para a instalação de uma rede de energia de 138 Kw, com 206 quilômetros, de Tucuruí a Breves. O investimento do almejado linhão para o Marajó é de R$ 378 milhões.

Governadora Ana Júlia Carepa, o secretário André Farias e os diretores da Eletronorte Ademar Palocci e da Eletrobrás Valter Cardeal: linhão do Marajó é realidade

No Fórum, promovido pela Secretaria de Integração Regional – SEIR, para avaliar as políticas públicas em andamento e estabelecer novas prioridades, Ana Júlia Carepa exortou os prefeitos do Marajó a trabalharem de forma integrada com o governo estadual, a fim de

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Fotos: David Alves/Ag Pa

otimizar recursos humanos e financeiros e responder às demandas sociais da região. Segundo a governadora, quando se fala em Marajó todos os problemas são superlativos, assim como o próprio arquipélago, que é o maior do planeta na categoria fluviomarítima. São problemas estruturais e históricos, que agora estão sendo enfrentados, com a construção de hospitais e a instalação do linhão de energia elétrica.

Ações conjuntas Ana Júlia Carepa ressaltou que, a despeito de suas belezas naturais, de sua importância como santuário ecológico e da riqueza cultural de seu povo, o Marajó carrega o ônus de apresentar os piores indicadores sociais e econômicos do Brasil. Mas isso está sendo resgatado a partir de ações conjuntas dos governos federal e estadual. “O nosso governo, um governo popular, em parceria com o governo do companheiro Lula, teve a sensibilidade de fazer o resgate desse abandono histórico, um trabalho que se consolida com o Plano de D e s e n v o l v i m e n t o Te r r i t o r i a l Sustentável do Marajó, fruto do anseio da própria população e que está pronto para ser implementado”, afirmou a governadora. Entre as obras que estão sendo concretizadas, ela citou a construção do Hospital de Melgaço, com 15 leitos, um investimento superior a R$ 1,7 milhão, cuja conclusão está prevista para abril. Outro exemplo é o Hospital de Bagre, também com 15 leitos, que está sendo construído em parceria com o governo federal. A contrapartida do governo estadual é


Aceleração do Crescimento (PAC), a governadora anunciou a ampliação da rede de água tratada. “Água é saúde e, quanto mais saúde, menos doentes nos hospitais, menor as despesas para os municípios e mais recursos para outros investimentos”, disse ela aos prefeitos marajoaras. O secretário de Integração Regional, André Farias, acompanhou a governadora no encontro com os diretores daEletrobráseEletronorteecomosprefeitosdoMarajó. Ana Júlia Carepa ouviu de Walter Cardeal, da Eletrobras, e Ademar Palocci, da Eletronorte, a garantia de que o Marajó receberá energia de Tucuruí

de R$ 1,6 milhão, e deve ficar pronto em junho deste ano. Até o final deste semestre também deverá ser entregue o Hospital Regional de Breves, que havia sido alocado numa área inadequada e precisou de muitas reformulações e investimentos para que pudesse funcionar plenamente. Ana Júlia Carepa destacou ainda a ação do Programa Rios de Saúde, em parceria com a Marinha, que em sua quinta versão percorreu, recentemente, municípios do Marajó. Em três expedições, o programa já beneficiou 10 mil pessoas. Em conjunto com a Funasa e recursos do Programa de

Afuá

Chaves

Cachoeira do Arari Anajás

Soure

Salvaterra Arari

Ponta de Pedras Breves Melgaço Bagre

Primeira etapa Segunda etapa

Muaná

Curralinho

São Sebastião Portel

Cametá

Tucuruí

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por HINTON HENNINGTON PORTILHO

O Valor da Capacitação Para o Administrador do Futuro

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dministrador, certamente está acabando de chegar em suas mãos, o que você sempre sonhou. Algo que pudesse tornar sua empresa mais alegre, mais comunicativa, mais comprometida, supermotivada e, principalmente, mais LUCRATIVA. Na conturbada vida globalizada dos nossos dias, temos a impressão que o mundo disparou e que o ontem, o hoje e o amanhã estão infinitamente próximos, voando em direção às incertezas que hão de acontecer, como as surpresas de um TSUNAMI. Alvin Toffler afirma que: “Quando se fazem novas descobertas, se desvendam novas verdades e as maneiras e opiniões mudam com a mudança das circunstâncias, as instituições devem avançar também e acompanhar o andamento dos tempos”. Pesquisa feita pela Fundação Dom Cabral aponta que nada menos que 74,5% dos funcionários estão infelizes com o trabalho e a empresa em que atuam. Já outra pesquisa na área do Capital Humano da DELOITE, comprova que 86% dos gerentes e supervisores querem treinamentos na área COMPORTAMENTAL. Na realidade, há tempo para tudo: Tempo para motivação e comprometimento do ® pessoal estratégico, tático e operacional; Tempo para comunicação e criatividade; ® Tempo para lazer, crescer e viver com qualidade; ® Tempo para ser líder do futuro e entender os ® liderados; Tempo para aprender a vender e atender ® gentilmente o cliente; Tempo para o ® relacionamento humano e trabalhar em equipe. E, sobretudo, tempo para adequar o direcionamento das mudanças aos novos tempos, e colocar FOCO naquilo que estamos fazendo, porque nos dias atuais a organização que não tiver FOCO, vai ficar atrás! Alvin Toffler

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Vai “comer poeira”; ou seja, está fadada ao insucesso e posterior falência. Nesses momentos difíceis que passa a economia mundial e, especialmente, a nossa economia brasileira, atingindo, conseqüentemente, todas as grandes, médias, pequenas e micro empresas, torna-se necessário ao empresário de hoje, ser criativo, atualizado com as mudanças, coragem para confiar e ter em mãos as ferramentas próprias para adequar as velas e direcionar o barco para o rumo certo e seguro do SUCESSO. Por sua vez tornar sua empresa mais organizada, forte e com muita lucratividade, exige treinamento. Nada adianta ser um administrador bem preparado para as mudanças, com todas as qualificações que o mercado globalizado exige, se o maior patrimônio da sua empresa, o SER HUMANO, que convive o dia-a-dia e faz acontecer, está 180º graus defasado do espírito corporativo. Como é que agimos quando anunciamos a contratação de novos colaboradores? Os primeiros requisitos que sonhamos e exigimos na admissão é que ele seja proativo, supermotivado, criativo, entusiasmado, líder, apresentador, encantador do produto da empresa, vendedor de sua imagem e que ele tenha boa comunicação, iniciativa própria, bom relacionamento, espírito de equipe, não é verdade? Acontece que essas virtudes nem sempre vêm todas acopladas naquele ser humano, ora é motivado e comunicativo mas não é criativo, ora é líder e criativo, mas lhe falta o bom relacionamento; enfim, se faz necessário abrir as portas e apresentar-lhe o caminho certo da capacitação que o lapidará para o sucesso pessoal e empresarial. Assim sendo, é a capacitação a chave que abre as portas e mostra o caminho correto do administrador do futuro. Administrador - Universidade da Amazônia UNAMA e Especialista em Gestão da Produção em Empreendimentos Agroindustriais -Universidade do Estado do Pará UEPA e Especialista em Gestão e Cooperação Internacional Universidade de Milão Bicocca/NAEA Ufpa


Hora do Planeta

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Dia 28, cidades apagarão luzes em protesto contra aquecimento

28 de março, 20h30

“Hora do Planeta” é uma ação do WWF – Fundo Mundial para a Natureza. Governos, Empresas e a população de todo o mundo foram convidados a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global. Esse gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, teve como objetivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas. Cerca de 1.189 cidades de 80 países aderiram à campanha do WWF para apagar as luzes de seus edifícios mais emblemáticos dia 28 de março, envolvendo milhares de pessoas em sinal à luta contra a mudança climática. Entre as 20h30 e as 21h30, milhões de pessoas de todo o mundo participaram da chamada "Hora do Planeta" apagando todas as luzes de que não precisem em suas casas para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global. O objetivo da iniciativa é mandar uma mensagem aos líderes mundiais que se reunirão em dezembro deste ano em Copenhague para firmar um novo acordo global sobre a mudança climática

que substitua o tratado de Kyoto. A campanha mundial começou na Nova Zelândia – devido ao fuso horário – onde todos os geradores a diesel das ilhas Chatham, um pequeno arquipélago na costa leste, foram apagados. O apagão se espalhou pelo mundo até nos emblemáticos monumentos como a Torre Eiffel em Paris e a Acrópolis em Atenas. No Brasil, que participou da Hora do Planeta pela primeira vez, o Cristo Redentor, foi apagado junto com o Pão de Açúcar, o Parque do Flamengo e a orla de Copacabana, que teve a segurança reforçada pelas autoridades competentes. Ainda no continente americano, metrópoles como Nova Iorque, Buenos Aires, Toronto, Chicago, Cidade do México e Las Vegas.

“A Hora do Planeta é um gesto de engajamento, no qual cada um deve fazer a sua parte para um futuro melhor. Foi uma demonstração da nossa paixão pelas pessoas, pela solução, pela conservação do planeta, e principalmente, pelo futuro e pela vida”

Álvaro de Souza, presidente do Conselho Diretor do WWF-Brasil

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governadora Ana Júlia Carepa e os secretários de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro, e de Comunicação, Fábio Castro, entregaram ao ministro das Comunicações, Helio Costa, a lista de pedidos do governo do Pará para implantação de pontos de acesso do Programa Gesac – Governo Eletrônico-Serviço de Atendimento ao Cidadão. O objetivo é instalar Infocentros em diversos municípios paraenses. O ministro disse que os pedidos serão atendidos no menor tempo possível. O programa Gesac, do governo federal, tem como meta disponibilizar acesso à internet e a um conjunto de outros serviços de inclusão digital para comunidades excluídas do acesso e dos serviços

oferecidos na rede mundial de computadores. A governadora Ana Júlia Carepa disse ao ministro que o governo do Pará está convencido de que um novo modelo de desenvolvimento para o Estado requer ações diferenciadas, como as que criam uma forte base de ciência e tecnologia e as que promovem a inclusão digital e social em larga escala. Ela explicou a Hélio Costa que foi com esse objetivo que o governo paraense criou o Programa NAVEGAPARÁ, que busca a implementação de uma rede pública de comunicação de grande abrangência. Mas, de acordo com Ana Júlia Carepa, o governo do Pará precisa da cooperação do Ministério das Comunicações para a implantação dos pontos de acesso do programa GESAC no Estado, a fim de que seja priorizado o atendimento à população não

Serviço de Atendimento ao Cidadão - GESAC Fotos: Elcimar Neves/Ag Pa e Carlos Humberto

O NAVEGAPARÁ busca a implementação de uma rede pública de comunicação de grande abrangência. Telecentro digital no município de Belterra

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atendida pela rede do NAVEGAPARÁ. O secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro disse ao ministro que é fundamental a assinatura de convênio de cooperação, que já tramita na coordenação do GESAC, a fim de que ainda este ano sejam atendidos os municípios paraenses. Em curto prazo, a governadora Ana Júlia Carepa pediu ao ministro Hélio Costa a agilização dos processos que permitirão o funcionamento dos Infocentros já implantados pelo governo paraense nos municípios de Ponta de Pedras, Breves, Rondon do Pará, Itupiranga, Parauapebas, Canaã dos Carajás, São João do Araguaia,Abel Figueiredo e Palestina do Pará. Os pedidos apresentados pelo governo do Pará para implantação de pontos de acesso do programa Gesac, nos municípios:Ponta de Pedras, Breves, São João do Araguaia, Canaã dos Carajás, Parauapebas, Rondon do Pará, Abel Figueiredo, Belém-Mosqueiro, Água Azul do Norte, Anajás, Baião, Cachoeira do Arari, Brejo Grande do Araguaia – São Domingos do Araguaia,

No Infocentro do Movimento República de Emaús

Palestina do Pará,Acará, Inhangapi, Óbidos, Santarém – Alter do Chão, Nova Ipixuna, Benevides, Tracuateua, Santa Bárbara, Floresta do Araguaia, Gurupá, Uruará, Chaves, Juruti, Prainha, Augusto Correa, Aurora do Pará, Concórdia do Pará e Moju.

A governadora Ana Júlia Carepa e o secretário de Comunicação Fábio Castro entregaram ao ministro das Comunicações Helio Costa a lista de pedidos para implantação de pontos de acesso ao GESAC

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ISRAEL PEGADO

O fruto do Açaí

Jornal francês destaca fruto paraense

Fotos: Lucivaldo Sena / Ag. Pará

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característica “medicinal, multi-nutrientes, saudável e popular” do fruto, que serve de base para alimentação do povo paraense. O açaí é o fruto da globalização...

Artur Corumba

jornal francês Le Monde, um dos mais importantes da Europa, publicou matéria especial sobre o açaí, na recente edição de 06/03. A reportagem produzida por JeanPierre Tuquoi, com fotos de J.L Bulcão, é resultado do Programa Press Trip – de incentivo a visita de profissionais de imprensa ao Estado– promovido pela Companhia Paraense de Turismo (Paratur), durante a realização da 4ª Feira Internacional de Turismo da Amazônia (Fita), entre os dias 4 a 7 de dezembro do ano passado. A matéria ressalta grande variedade de frutas exóticas, hortaliças, além das diferentes espécies e tamanhos dos peixes de água doce existentes na cidade. Porém, destaca: “Acima de tudo, existe o açaí. O açaí é o fruto de uma grande variedade de palmeiras, que cresce na bacia amazônica”. A matéria comenta ainda a


O texto conta também como o fruto “emancipou-se da floresta amazônica”, por meio de derivados como bebidas energéticas, biscoitos, doces, refrigerantes, cosméticos, entre outros tantos produtos que correm o mundo atrelados a marca açaí. “O açaí é o fruto da globalização", afirma a governadora do Estado do Pará, Ana Júlia Carepa, em entrevista na matéria. O secretário de Agricultura do Estado, Cássio Pereira, reforça: "Amanhã, estaremos nas casas e em prateleiras dos supermercados, ao lado de garrafas de sumo ou suco de abacaxi, maçã, etc". Jean-Pierre mostra ainda como o açaí ganhou o mundo e hoje faz grande sucesso nacional e internacional. “Três anos atrás, o açaí era um produto com fama de não ir além do nordeste do Brasil. Ele então passou a ser a bebida preferida dos atletas no Rio de Janeiro. Puro ou misturado a outras frutas exóticas, o açaí é mais frequentemente vendidos em garrafas, ao o mesmo preço que uma das principais matérias-primas Bordeaux!”, diz a reportagem. Segundo o texto, a comercialização e exportação do açaí já alcançou países como EUA, a Nova Zelândia, Suíça, GrãBretanha e via Portugal, ao sul da Europa.

FSM

Açaí é o fruto da palmeira conhecida como açaizeiro, cujo nome científico é Euterpe oleracea. É uma espécie nativa das várzeas da região amazônica O Açaí é afrodisíaco

Na reportagem, o jornalista Jean-Pierre Tuquoi mostra como o açaí ganhou o mundo e hoje faz grande sucesso nacional e internacional

O Açaí é delicioso

Está é a segunda vez que o Le Monde publica reportagem especial sobre o Estado. No dia 24 de janeiro, o jornal apresentou a capital paraense e seu vasto patrimônio histórico e arquitetônico, fruto do áureo período do Ciclo da Borracha, que deixou como herança construções como o Teatro da Paz, Casa Paris N'América e antigos casarões. A apresentação do patrimônio e história de Belém foi motivada pelo fato de que cidade sediaria o Fórum Social Mundial 2009, entre os dias 27 de janeiro e 1º de fevereiro. PARATUR EDIÇÃO 88 [MARÇO 09]

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Marabá vai produzir flores tropicais e hortaliça orgânica

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erca de 40 produtores familiares rurais de Marabá (sudeste do Estado) participaram do I Seminário de Floricultura e Cultivo Orgânico de Hortaliças, o projeto que será executado pela Fundação Água Viva, tem o financiamento da Secretaria Estadual de Agricultura (Sagri). O projeto de produção de flores tropicais é pioneiro na região porque até o momento somente a Região Metropolitana de Belém produz e comercializa flores. O evento em Marabá trouxe esclarecimentos, orientações e os principais aspectos do cultivo de flores e hortaliças em cultivo orgânico. Segundo o gerente regional da Sagri em Marabá, Roberto Andrade, a secretaria vai estimular e incentivar a produção de flores e a produção orgânica de hortaliças, apesar de ser desafiador. A Sagri entra no processo também com o apoio técnico no projeto, no estudo e na elaboração comercial. Uma das características da floricultura é a prática em pequenas propriedades. Dulcimar Melo engenheira agrônoma da Sagri, palestrante no evento, lembrou que o sucesso do projeto depende da perseverança dos agricultores,

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mudas selecionadas de boa origem, para uma produção de qualidade e da capacitação da mão-de-obra. Negócio considerado rentável e gerador de emprego, que absorve na floricultura tropical a mão-de-obra de 4 a 15 trabalhadores por hectare. Na cidade de Marabá, apenas dona Maria de Jesus (Maria das Flores) tem uma plantação de flores tropicais, que teve iniciativa e financiamento próprio, a dois anos e meio ela cultiva organicamente, a produtora já comercializa muito timidamente mas, em cerca de um ano, ela garante que já vai estar abastecendo o mercado de Marabá, que hoje importa flores". "Eu nem conhecia as flores tropicais, mas visitei uma feira de flores e achei O projeto de produção de flores tropicais é pioneiro na região porque até o momento somente a Região Metropolitana de Belém produz e comercializa flores


A Feira de Flores e Plantas Ornamentais do Pará, na Praça Batista Campos EDIÇÃO 88 [MARÇO 09]

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muito interessante, vi que dá dinheiro, fui me informando e comecei a plantar", disse a produtora. Tanto quanto dona Maria, os demais que pretendem investir no negócio, tem preocupação com o mercado consumidor, que segundo a engenheira agrônoma é promissor. “A Região Metropolitana de Belém, já exporta o produto paraense”, argumentou Dulcimar.

Agricultura orgânica Cultivar organicamente tem dificuldades a serem vencidas. Disponibilidade de sementes

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agroecológicas que hoje só estão sendo produzidas por agricultores familiares, e a certificação do Ministério da Agricultura são desafios. Para suprir esta necessidade o governo do Estado, está desenvolvendo um trabalho de fomentação de sementes orgânicas, para o alcance do selo orgânico, além de investir em capacitação de pessoal por meio de especialistas na área a “produção orgânica tem mercado garantido”, lembrou a engenheira. Seu Antonio Alves, que começou com uma pequena horta em casa, há 15 anos e produz hortaliças no modelo tradicional, disse que não existe a dificuldade


Agricultura orgânica é o sistema de produção que exclui o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, além de reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal. Sempre que possível, baseia-se no uso de estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Busca manter a estrutura e produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza.

para a venda, a necessidade, é da área para o plantio. “Se eu tivesse área para o cultivo orgânico, para produzir, investiria, tenho grande interesse, mas, por enquanto, tudo o que eu sei, é conhecimento teórico”, afirmou o produtor. A Sagri tem uma atividade de capacitação dentro das escolas para formação de mão-de-obra de jardinagem preparando os jovens para o mercado de trabalho, quanto ao sistema de cultivo de hortaliças, a secretaria trabalha o projeto “hortas escolares” que promove capacitação teórica e prática. A floricultura e o cultivo orgânico de hortaliças é uma

ação dentro do programa Campo Cidadão que tem chegado aos municípios que tem o apoio e incentivo financeiro do governo do Estado.

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ARTHUR ROLLO

O consumidor nem sempre tem razão

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conhecida a máxima de que o consumidor tem sempre razão. Alguns poucos fornecedores acabam adotando esse lema como padrão de atendimento e assim o fazem como estratégia de marketing, para conferir credibilidade à sua empresa. Entretanto, obviamente não se trata de uma verdade absoluta. É, infelizmente, comum no mercado que o consumidor seja destratado e lesado. Não é por outra razão que tanto a Constituição Federal quanto o Código de Defesa do Consumidor colocam-no como o vulnerável da relação de consumo, conferindo-lhe uma série de proteções. Não obstante isso temos visto na prática, reclamações muitas vezes infundadas dos consumidores bem como atitudes desproporcionais destes. A responsabilidade dos fornecedores acontece nos casos em que os produtos e serviços são colocados com problemas no mercado, quando acontece o descumprimento da oferta, do contrato, enfim, nas situações definidas pela legislação de consumo. O Código de Defesa do Consumidor exclui, expressamente, a responsabilidade nos casos de culpa exclusiva do consumidor.

O consumidor deve informar-se sobre seus direitos

Isso significa que quando o problema no produto ou serviço decorre exclusivamente do incorreto procedimento adotado pelo consumidor, o fornecedor não será obrigado a atender à sua reclamação. Se o consumidor liga um produto com voltagem 110 em uma tomada 220 não poderá reclamar o seu não funcionamento. Se o consumidor molha um produto que, segundo o manual, não pode ser molhado, não poderá reclamar eventuais problemas decorrentes desse mau uso. Da mesma forma, se o consumidor toma sol após fazer um tratamento na pele ou no cabelo, após ter sido informado de que não deveria fazê-lo, não poderá reclamar diante de problemas

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previamente anunciados. Vale dizer, naqueles casos em que o comportamento do consumidor é o único fator desencadeador do problema constatado no produto ou no serviço, via de regra o consumidor não poderá reclamar. Dizemos em regra porque, se o consumidor não foi devida e previamente informado, não poderão ser exigidos dele o correto manuseio do produto ou a regular fruição do serviço. Só poderemos falar em culpa exclusiva do consumidor se este foi prévia e corretamente informado. Naqueles casos em que a informação passada ao consumidor foi incorreta, o fornecedor responderá, porque esta é que


desencadeou o comportamento do consumidor. A falta de informação essencial também determina a responsabilidade do fornecedor. Além dessas ressalvas, cumpre observar também que o consumidor não pode se exceder na reclamação dos seus direitos. Freqüentemente o consumidor é afrontado nos seus direitos e, até mesmo, destratado pelos representantes das empresas o que, no entanto, não justifica atitudes extremadas da sua parte. Já ouvimos relatos de casos de consumidores, constrangidos com a atitude extremada de seguranças de banco, retiraram toda a roupa e, posteriormente, propuseram ação de indenização por danos morais. A incorreção do procedimento de um não justifica a atitude despropositada do outro. Houve caso recente de consumidor que, descontente com o carro adquirido e com o não atendimento das suas reclamações pela concessionária, destruiu dezenas de carros novos expostos à venda. Situações que tais fazem com que o consumidor perca a razão e, muitas vezes, contraia dívida maior do que o crédito que possui. Certamente a demora do Judiciário contribui para isso, na medida em que, descrente com a Justiça, busca o consumidor fazê-la com suas próprias mãos, o que, além de configurar ilícito civil, pode constituir crime. O consumidor deve informar-se sobre seus direitos e reclamar sempre que tem razão. Quando reclama nessas condições, ele contribui para a sociedade exercendo cidadania e melhorando o mercado de consumo. Dispõe, além do Judiciário, dos Procons e, em situações mais extremadas, do Ministério Público para tanto. Ao revés disso, quando o consumidor reclama sem ter razão prejudica o mercado de consumo, onerando indevidamente os fornecedores, o que vai na contra mão do objetivo do Código de Defesa do Consumidor que é harmonizar o mercado. Quando busca exercer a Justiça com as próprias mãos, o consumidor traz ainda mais prejuízo à sociedade e, principalmente, a si próprio.

Todo o cidadão tem direitos e deveres na hora de comprar um produto ou serviço. Por isso, o direito do consumidor é um ramo da justiça que lida com conflitos de consumo e com a defesa dos direitos dos consumidores. No entanto, somente a partir dos anos 50 e 60 é que os consumidores passaram a ganhar proteção contra os abusos sofridos. No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor estabelece normas de proteção e defesa na hora de comprar. Os direitos básicos do consumidor estão estabelecidos na lei 8.078, de 11 de setembro de 1990. A lei garante a proteção da vida, saúde e segurança, a educação e divulgação sobre o consumo dos produtos e serviços, a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, o acesso aos órgãos judiciários e administrativos e a prestação dos serviços públicos em geral. A defesa do consumidor não se baseia apenas na punição dos que violam os direitos do consumidor. Mas também na conscientização dos consumidores sobre os direitos e deveres dos cidadãos. O consumidor deve reclamar com responsabilidade. Se fizer isso, pode fazê-lo até mesmo através dos meios de comunicação social sem receio de represálias, porque os maus fornecedores também não podem ter receio da divulgação das suas atitudes lesivas aos consumidores. A legislação protege o consumidor, mas não é feita para onerar desnecessariamente os fornecedores. Arthur Rollo é professor de direito do consumidor e mestre e doutorando pela PUC/SP

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Sérgio PANDOLFO

A PRAÇA É DO POVO. E DO TEATRO

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Praça da República, nosso principal e é a tomada do supradito mais evocativo logradouro público, que “calçadão” por abriga em seu seio o Theatro da Paz, ambulantes, camelôs e tesouro arquitetônico nacional e lavadores de carros, e aos domingos, máxime parauara e o Monumento à República, indubitavelmente o mais imponente e notável desta capital, vem sofrendo, nos períodos de folia ao longo dos anos, injustificado processo de c a r n a v a l e s c a , Monumento à República e, mais descaracterização e deterioração, intolerável para os d e s m e d i d o s “ t r i o s ao fundo, o Theatro da Paz, na da República, nos albores habitantes deste burgo amazônico, tido como seu portal, elétricos” penetrarem o Praçado século passado (c.1908) que zelam e se preocupam com seu patrimônio e seus espaço defeso e foros de cidade civilizada. Essas as razões por que nos infernizarem a vida de quantos, por obrigação ou lazer, sentimos incitados a sugerir ao jovem alcaide estejam nas proximidades, pondo em risco as já belenense, ora iniciando seu segundo mandato desgastadas estruturas arquitetônicas de nosso outorgado pelo povo, e que se tem destacado, sem ponta monumento público maior, pela altura do som que de dúvida, como um dos mais arrojados, dinâmicos e emitem – já não bastasse o próprio peso desses operosos gestores que já passaram pela comuna desta desconformes mostrengos –, fazendo tremer tudo ao Cidade Morena. redor. Em escrito publicado alhures já nos Para grandes males, Aí é que entra nossa sugestão ao atual havíamos manifestado sobre o grandes remédios” prefeito, que tanto se vem tema, que a todos interessa e afeta, notabilizando pela feitura de Brocardo popular sob a forma de um repto ao prefeito, “corredores ecológicos”, praças ou o que aqui voltamos a fazê-lo. Vamos aos fatos. “revitalização” de outras tantas. Por que não unir o útil A Câmara deste município fez aprovar, em 1998, Lei ao graduável? Já que a Lei municipal se faz imperiosa e Municipal vedando o trânsito de veículos pesados pela oportuna, devendo ser observada com rigor, visando à atual Rua da Paz, que, estendida em frente ao nosso preservação dessa estupenda edificação que tanto nos vetusto e imponente Theatro da Paz, liga as avenidas orgulhece, elimine-se, de vez, a Rua da Paz. Isso Presidente Vargas e Assis de Vasconcelos. Em mesmo! Faça se voltar a belíssima Praça da República a atendimento à legislação a Prefeitura optou por fazer um ser uma só, como nos áureos tempos, reduzindo a rua a “calçadão” fronteiro ao teatro, impeditivo do tráfego de simples alameda de acesso que já foi, igualzinha às veículos naquela rua, origem de seriíssima outras que circundam a nossa nobre casa de desinteligência entre a comuna e a SECULT, à altura, espetáculos inclusive com seu calçamento de permitido apenas nos recortes aquém e além do paralelepípedos especiais, assentados para proteger de “calçadão” o estacionamento de veículos de aluguel e ruídos o recinto interno do teatro. particulares. Como já referido a Rua da Paz foi, nos seus primórdios, Desrespeitosamente, no entanto, a toda hora o que se vê simples viela de acesso à casa de espetáculos homônima, tal quais as que a circundam, destinada a, tão-somente, permitir que viaturas chegassem até a entrada do teatro, para deixar ou apanhar espectadores, após o que ganhavam as alamedas de contorno e tomavam seus destinos. A fim de reduzir ou anular o ruído advindo desse trânsito circular adventício, possuem as alamedas (incluindo a soterrada da Paz) calçamento em paralelepípedos emborrachados (hoje Vista panorâmica da Praça da República pelo lado posterior do Theatro da Paz, vendo-se à E a atual ditos asfálticos). Nada de estacionamentos ou ligações

Presidente Vargas e à da Assis de Vasconcelos

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Theatro da Paz após a reforma de 1905 com a parte superior da frontaria recuada e a colunata reduzida para seis pilares

(saídas) com a Assis de Vasconcelos. A praça era una, inteiriça, com o teatro ao centro (mostram-no fotografias antigas). Nos primeiros tempos do governo militar aqui aportou um tal cel. Onaldo Raposo, de desluzida memória, mandado, “importar” diz-que para dar solução ao nosso, já àquela altura, conturbado trânsito urbano (eterno privilégio aos forâneos). Aqui chegado esse cidadão sem mais detidos estudos ou comedimento mandou proceder, manu militari, a inversão da mão de direção nas avenidas Governador José Malcher e Nazaré (que vigeu até não faz muito) e abrir, ampla, total e irrestritamente a Alameda da Paz, pondo em continuidade, para escoamento do trânsito, a Carlos Gomes e a antiga São Jerônimo, dividindo ao meio a Praça da República, nosso mais belo e tradicional logradouro público, nesse gênero, a configurar execrável mutilação ao histórico largo. Isso punha em risco crescente as vetustas e inapropriadas estruturas de nosso monumento maior, devido à intensa trepidação provocada pelo trânsito de pesados veículos, em profusão, por aquela neoartéria veicular, espuriamente ajambrada. É bom ter em conta que toda a área em questão, a princípio pantanosa, posteriormente aterrada, não tem firmeza suficiente para tal desatinada e avolumada utilização. Constatado o fato e a necessidade de preservar esse monumento histórico de inquestionável valor, o maior que possuímos, em boa hora a Câmara Municipal de Belém, aprovou Lei proibindo, definitivamente, o trânsito por aquela via, medida aclamada pela população desta terra, que com ela tem compromisso. Nesta altura vem, quase instintivamente, a pergunta, seguida da óbvia solução para o impasse: por que não fazer retornar tudo ao que era antes, acabando, de vez, com a Rua da Paz como é atualmente, fazendo-a volver ao que foi – simples alameda de acesso ao teatro, reafirme-se -, restituindo à praça o que lhe fora

subtraído, repondo meios-fios, calçadas e refazendo seus “ataviados jardins”, decantados por Osório DuqueEstrada (esse mesmo, o autor dos belíssimos versos do nosso Hino Nacional) no alvorecer da centúria passada e de que tanto necessitamos a fim de aplacar a inclemente canícula que nos fustiga? Refaça-se a praça, devolvendo-lhe a configuração original, com o refazimento das calçadas e sarjetas; remova-se o feio e execrável “calçadão” com o asfalto nas pontas que agridem o entorno da nobre edificação e recomponham-se seus floridos jardins de antes; proceda-se, enfim, ao plantio de novas mangueiras, unificando seus túneis verdes que caracterizam a Cidade das Mangueiras, cantados em prosa e versos, para que desestimulem futuras investidas desfigurativas. Faça-se, tão-somente, voltar nossa praça a ser o que já foi: a mais bela da cidade, una, com o majestoso Theatro da Paz ao centro, a enobrecê-la ainda mais. Caro prefeito, o repto está lançado. Todos ganharíamos com isso: a praça voltaria a ser mais bonita e contínua; o teatro estaria definitivamente protegido, ocupando, majestosamente, o centro da verdejante esplanada; o governo municipal seria certamente aplaudido pela acertada medida, restando o nome de seu titular permanentemente ligado à A alameda da Paz de acesso reunificação do nosso à terrasse do Theatro saudoso e tão querido Largo da Pólvora; finalmente, a controvertida rua (alameda) objeto de tantas querelas voltaria a ser, de fato, da Paz. Oxalá vossa autoridade mais alto se alevante e o bom senso volte a prevalecer. Pensem! Não dói! (*) Médico e escritor. SOBRAMES/ABRAMES

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Camillo VIANNA

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Amazônia. Homenagem às Guerreiras do CRUTAC* o dia 13 de fevereiro próximo passado, a Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (SOPREN) completou 41 anos de atividades, conseguindo levar a mensagem da importância do meio ambiente, não só para a Amazônia brasileira, como para todo o território nacional e países, como por exemplo, Alemanha onde foi criada a SOPREN-Mirim, pela professora Jasely Nunes, do curso de português na Universidade de Heidelberg. Se tomarmos como referencia o início da década de 60 do século passado, o estudo e o conhecimento da ecologia no seu mais amplo sentido, passava ao largo da cultura brasílica ficando enclausurada em nichos acadêmicos e de difícil transferência para a comunidade como um todo. Invariavelmente, os temas básicos em relação à flora, eram centrados em duas espécies exóticas, o eucalipto — trazido da Austrália por Navarro de Andrade — que passou de raspão aqui entre nos, deixando apenas uma singela rebolada a margem da Estrada de Ferro Belém-Braganca, que como a própria ferrovia levou chá de sumiço no meio do caminho burocrático, ou coisa que o valha, o mesmo ocorrendo em relação ao pinus, que somente nas últimas décadas despertou interesse no Pará e Amapá. Quando o enfrentamento em defesa da natureza da Amazônia começou pra valer nos anos 60, a imprensa que ainda não era chamada de mídia, salvo em círculos restritos, seja a escrita, a falada, a televisada e mesmo a sussurrada em grupinhos mais enclausurados, passava a idéia de que tudo era modismo, portanto estaria com os dias contados, pois a elite ociosa acreditava piamente na capacidade evanescente da macaqueação das gentes brasílicas. Outra coisa que incomodava sobremaneira a que os raros cidadãos que tomavam conhecimento dos desacertos que a aparecereciam eram considerados oposicionistas ao governo e mais tarde chamados de subversivos e até mesmo de terroristas e ecos-loucos. Outro aspecto negativo era que nessa empreitada havia acordo entre os representantes das elites cultural, social e política que raiava, nesse particular pelo desrespeito e agressividade gratuita, principalmente por aqueles que se diziam conhecedores de todos, mas de todos mesmos, os problemas da Amazônia e adjacências. O setor de maior carência, sem sombra de dúvidas, considerada apenas de raspão, diz respeito à educação ambiental a todos os níveis governamentais e privados, salvo os modestos enclaves já considerados, que somente agora está tomando certo impulso, principalmente após o fato estar consumado como o que ocorre na Amazônia e que, absolutamente, não pode ser questionado, seja quais forem os argumentos usados para esconder o sol com a

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EDIÇÃO 88 [MARÇO 09]

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peneira, nas pouquíssimas vezes em que se manifestavam gestando baboseiras que ninguém entendia. Outro aspecto que necessita de ser levado ao conhecimento da comunidade, invariavelmente apática ignorando dessa maneira, que a maior agressão ambiental de todos os tempos estava em andamento no planeta. Fase confusa estourou em nosso país, alguma coisa parecida com golpe militar ou mais exatamente, civil-militar cujo objetivo principal era, custasse o que custasse integrar a Amazônia mesmo como sacrifício da floresta. A região verde e amarela dos trópicos praticamente postas à margem pelos poderes centrais ao longo dos séculos, somente agora, estava sendo anexada a toque de caixa e de maneira atabalhoada. Entretanto, parece estar perdido por estas lonjuras tropicais dada pelo Criador ao povo brasileiro que meio atarefado, parece está desorientado, sem saber o que fazer com a preciosa dádiva, a não ser derrubar, contrabandear, queimar, desperdiçar, abjurando a Deus e a Natureza. Há, porém, uma luz no fim do túnel e em oposição frontal ao ditado popular é possível afirmar: nem tudo está como dantes, no quartel de Abrantes e a reação está em andamento, tendo como mecanismo de disparo um pouco mais de meia dúzia de sonhadores que assumiram o compromisso de enfrentar, simbolicamente, os monstros e fantasmas que agiam livres e impunemente em toda a Amazônia e que foram aquinhoados jocosamente de Cavaleiros de Triste Figura, sem que nenhum deles levasse lambaio ou como é mais encontradiço por aqui, cria da casa ou moleque de recado. A pequena comitiva bem intencionada, porém mal armada, nem imaginava que a empreitada seria extremamente penosa, difícil e complicada. A singela reação dos obstáculos já referidos, não passava de quase nada à medida que saiam do tabocal em que se meteram. Pelo jeito em que as coisas andavam, ou melhor, capengavam, nem a peso de promessa sairiam do gapó em que se meteram. Considerando que agiam somente na Amazônia Clássica, ribeirinha ou verdadeira, para princípio de conversa e de bate pronto, descobriram um segredo de fancaria, a tal Amazônia Legal, não passa com perdão da má palavra, de grossíssima traquinagem geopolítica enganadora engendrada por algum candidato a qualquer coisa. O tema mereceu, por parte da Diretoria da SOPREN, duas crônicas com os títulos de "Geografia das Arábias" e "Geotrambique". Isto posto, vamos ao que interessa. Depois desse prolegumeno introdutório, a avaliação de mais de que quatro décadas de atividades, permite considerar o magnífico trabalho desempenhado por aquelas que, respeitosamente, comparamos


com as Amazonas do passado, pelas mulheres que compunham A vice-coordenadora elaborou documento as equipes que atuaram desde a fundação da SOPREN em 1968, sobre Abordagem Cultural de Comunidade que em atividade talvez única em todo território nacional. foi publicada em revista de circulação nacional A formação da equipe básica foi passo decisivo e de grande das Assistentes Sociais e era utilizado pelos importância para as atividades levadas a cabo daí em diante pela jovens, submetidos à especial treinamento. Se fosse UFPA. Sob a coordenação da professora Maria o caso, recebiam orientação para contacto com a da Paz Araújo Cardoso, com excelente currículo, imprensa e outras atividades que atuariam com as secretárias de quer no setor acadêmico, quer no setor das agricultura e de meio ambiente, assim como grupos organizados atividades de campo, passando a ser a vicede pescadores, lavradores, seringueiros e outros. coordenadora do CRUTAC e responsável pela As mulheres participaram de maneira tão forte e decisiva que parte fundamental do setor, qual seja, deixaram consolidado trabalho e que precisa ser avaliado pelas treinamento de universitários, orientação a Universidades que venham atuar entre nós. professores e voluntários e dai em diante buscar A cultura popular, como base de interiorização e integração, soluções para os problemas que adiviriam com mereceu maior empenho na valorização das mulheres e crianças. maior ou menor intensidade com a colaboração A experiência no Baixo Tocantins paraense apresentou de funcionários do ex Departamento de Estradas de Rodagem do característica singular e interessante: as mulheres Pará, começando a consolidar o predominavam em todos os processo como já ocorria com jovens municípios, isto porque 35.000 acadêmicos da UFPA e com as homens trabalhavam na construção mulheres das comunidades da hidrelétrica de Tucuruí, nesse trabalhadas. Característica mesmo rio e 15.000 em Barcarena interessante a que todas eram no complexo de alumínio da Albrasvoluntárias. Alunorte, também no Tocantins, foi No que diz respeito à coordenação o para a equipe do CRUTAC, treinamento dos jovens era direcionado aprendizado da mais alta às características das áreas que iriam importância, pois em atividades ser trabalhadas e cujas comunidades anteriores eram dirigidas aos passavam pelos seguintes problemas homens. que eram apresentados e discutidos: A atuação das mulheres incluindo as choque cultural, violência, valorização jovens universitárias, professoras e do homem e da região, ecológica e meio funcionárias serviram de apoio, ambiente, saúde, atividade consolidar a longa marcha da UFPA comunitária, educacional e outros. no rumo do interior. O treinamento em Belém durava 30 ou Homenageamos as professoras Amazonien - Woche. 40 horas e professores de outros Maria da Paz, Ana Rosa Tadeu Veranstaltungsreihe Vom 21-29 Juni an der VHS setores colaboravam. Considerava-se Bittencourt, que deu o seu nome a também a interferência política, religiosa e social. Escola localizada em Ponta de Pedras, na ilha do Marajó, Sônia De importância fundamental os Encontros de Educadores eram Maria P. Vianna, que quando em Manaus, sofreu acidente vindo a realizados em forma de rotação nos municípios trabalhados com a falecer, Edite Kichi, que teve homenagem póstuma em Abaetetuba. movimentação das coordenadoras. Os leitores aceitarão que houve necessidade na redução na A leitura de documentos referente à região para enriquecer relação de todas as participantes que se doaram a essa culturalmente o estagiário era norma, assim como aprender a falar extraordinária atividade. *Rural Universitário de Treinamento e Ação em público, participar de discussões com a comunidade a todos os Comunitária da Universidade Federal do Pará níveis e organizar encontros culturais como o de Educadores, a preparação de documentos para o uso regional. *SOPREN/SOBRAMES

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