Pará+ 73

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janeiro 2008

Belém - Pará - Brasil

ISSN 16776968

Edição 73

3,00

BELÉM EM FESTA

www.paramais.com.br


Foto: MaurĂ­cio Palmeira



BELÉM COMEMORA 392 COM FESTA

raense! osamente pa

orgulh

BELÉM DE TODAS AS ARTES

BELÉM 392 ANOS A MISSA EM AÇÃO DE GRAÇAS

por BENIGNA SOARES

Pág. 08 Pág. 06 CAIXA LIBERA R$ 49 MILHÕES PARA OBRAS NO PARÁ

A GOVERNADORA E A AGRICULTURA FAMILIAR

Oito contratos, que somam R$ 49 milhões para investimentos em vários municípios do de nosso Estado, foram assinados em solenidade no Palácio dos Despachos, pela governadora Ana Júlia Carepa e pela superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Noêmia Jacob. O governo assinará com a CEF 125 contratos, que totalizarão o repasse ao Estado de R$ 172 milhões - dos quais R$ 59 milhões são oriundos do Orçamento Geral da União...

Ana Júlia Carepa reafirmou seu compromisso com a Agricultura Familiar na sede da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PA), em Marituba, onde fez a entrega de 75 veículos novos...

por ALEXANDRE LINS

Pág. 22

Í N D I C E

PUBLICAÇÃO

por FLAVIO VIOLIN

Pág. 40

www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

A cidade de Belém foi fundada em 1616 e, à exceção do forte de defesa da cidade, pouco foi planejado nos primeiros anos de fundação. A cidade era inscrita às suas muralhas até 1626, quando foram doadas terras a colonos portugueses e ordens religiosas...

por CLAUDIA NASCIMENTO

Pág. 30

Pág. 26

O mundo passou e vem passando por inomináveis mudanças, nós seres humanos fomos responsáveis pelas boas e más transformações que hoje vivemos. Às vezes atuamos como atores e às vezes como coadjuvantes da nossa própria história...

Não resta menor dúvida que é necessário resgatar aspectos pouco conhecidos e até mesmo ignorados da maravilhosa e rica cultura amazônica, particularmente no que diz respeito a hábitos, usos e costumes daquela que foi denominada Castália do Folclore Brasileiro, na realidade o amazonário hiléiano, pouco valorizado por seus próprios filhos que dão preferência à cultura de importação em verdadeira macaqueição...

Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil

PANORAMA DA EVOLUÇÃO URBANA E ARQUITETÔNICA...

QUE PROFISSIONAL VOCÊ É?

BELÉM. A LACUERA DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ

por CAMILLO VIANNA

Pág. 16

Pág. 46

Foto: Elivaldo Pamplona/Comus

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; REVISÃO: Paulo Coimbra da Silva; COLABORADORES: Acyr Castro, Alexandre Lins, Benigna Soares, Camillo Martins Vianna, Cláudia Nascimento, Fernando Magno Sarmento Loureiro, Flávio L. Violin, Garibaldi Nicola Parente, Márcia Hillebrand, Sérgio Martins Pandolfo; FOTOGRAFIAS: Acervo Comus, Claudio Santos, Cristiano Martins, Eunice Pinto, Fabio Mesquita, Leonardo Nascimento, Margarida Crispim, Oséas Santos, Otavio Cruz, Wanzeler Mattos; DESKTOP: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES

ANATEC ASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES



O Vigário Geral de Belém, Monsenhor Marcelino, foi o celebrante

Belém

392 anos A missa em ação de graças

Fotos: Eunice Pinto/Ag Pa

N

a igreja da Trindade, com a presença da governadora Ana Júlia Carepa, do prefeito Dulciomar Costa, do general Georgenor Jansen e outras autoridades estaduais e municipais, foi celebrada uma Missa em ação de graças pelo aniversário de Belém. Tendo em vista o arcebispo metropolitano de Belém ter sofrido um acidente na véspera, caiu de um trapiche e luxou um dos pés, quando fazia a entrega e a inauguração do sistema alternativo em captar água da chuva e purificá-la por meio de raios solares nas Ilha Nova, Urubuoca e Jutuba, em Outeio, o Vigário Geral de Belém, Monsenhor Marcelino, foi quem celebrou a

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Na igreja da Trindade a missa em ação de graças pelo aniversário de Belém

Unidos por Belém A governadora Ana Júlia Carepa recebe a comunhão

missa. Na homilia Monsenhor Marcelino em bela oratória rogou bênçãos à nossa cidade, aos seus governantes e população. "Estou muito feliz em ser a governadora numa data como essa e poder oferecer como presente obras de saneamento, distribuição de renda e melhoramentos. Cerca de R$240 milhões já foram investidos nas diversas obras em Belém", comentou Ana Júlia, ao deixar a igreja, quando mudas de flores eram distribuídas aos presentes. A governadora Ana Júlia Carepa, prefeito Dulciomar Costa, general Georgenor Jansen

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S U O Grupo Recreativo Escola de Samba Crias do Curro Velho deu um show na praça Batista Campos

Ana Júlia Carepa e Edilson Moura com a criançada


Belém s a d o t de

s e t r a as

Fotos: Eunice Pinto/Ag Pa e Leonardo Nascimento

Diversidade cultural marca a programação da Secult

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Secretaria de Estado de Cultura (Secult) comemorou os 392 anos de fundação da cidade de Belém, com atividades educativas, visitas monitoradas, exibição de documentários, tiros de canhão, música popular brasileira, clássica e instrumental e muito carimbó. No Teatro Gasômetro no Parque da Residência, foi realizado o Encontro dos Mestres e Grupos de Carimbó, com dança, música, conversa e troca de experiência com os mestres desse ritmo tipicamente paraense, valorizando uma das danças mais características da cultura regional. O encontro terminou com uma grande apresentação de grupos de carimbo no anfiteatro do Parque da Residência. No Theatro da Paz, Felipe Cordeiro e Leandro Dias, jovens músicos paraenses, apresentam o Show "Emaranhado", um repertório de sambas, choros, baladas, valsas, entre outros gêneros, marcando a variedade de produção da dupla.

A governadora e o Grupo Recreativo Escola de Samba Crias do Curro Velho

O Secretário de Cultura Edilson Moura com o vereador de Belém Marquinho, Gerson Araújo, presidente do Centur e a governadora Ana Júlia Carepa


Também no Theatro da Paz, Ney Conceição, um dos mais importantes baixistas brasileiros fez o lançamento do DVD de 20 anos de sua carreira de músico. O Sistema Integrado de Museus exibiu no Ney Conceição Auditório do Museu de Arte Sacra o documentário "Belém 150 anos". No dia do aniversário,12, todos os espaços da Secult estiveram abertos à visitação pública com entrada franca. No Forte do Presépio, tiros simbólicos dos canhões do século XVII contidos no espaço marcaram o início do dia comemorativo, e em seguida a Banda de Música do Exercito fez bela apresentação. Na Praça Batista Campo, com a presença da governadora Ana Júlia Carepa e de alguns secretários de Estado a Secult e os órgãos de cultura do Estado realizaram uma vasta programação com apresentações artísticas, atividades paralelas com contação de historia, jogos educativos, oficina de origami, sessão de autógrafos com o escritor Daniel Leite e vendas de livros. A noite teve Gala Lírica com Coral Marina Monarcha e solistas. Ao cortar o bolo, com a ajuda do garoto Sandro de Mora, 12 anos, a


Encontro de Mestres do Carimbó

A governadora Ana Júlia Carepa corta a 1ª fatia do bolo em homenagem ao aniversário de Belém

governadora fez questão de também dividir a data com os aniversariantes do dia. No Mangal das Garças que também estava no berço comemorando 3 anos houve Show de música instrumental do Trio Ternura, apresentação da Cia. 7 da Arte, com atores fantasiados de animais, espetáculo "Fio de Pão - A Lenda da Cobra Norato", da Cia. In Bust Teatro com Bonecos. No domingo, teve o show "Francis ao Vivo", com o compositor, cantor, pianista, arranjador e maestro, Francis Hime, considerado um dos principais nomes da música popular brasileira, reunindo em sua carreira, obras populares e eruditas. Encerrando a programação de aniversário da cidade, o Museu da Imagem e do Som exibiu o Vídeo Instalação "Entre o rio e a metrópole" reúnindo 5 vídeos de 5 minutos cada um, no Laboratório das Artes da Casa das Onze Janelas. Francis Hime O acesso a todos os museus localizados no Núcleo Cultural Feliz Lusitânia (Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, Museu de Arte Sacra, Museu do Forte do Presépio e Museu do Círio) e a programação foi totalmente gratuita e aberta ao público. "Assim perpetuamos o Carimbó como sendo da nossa identidade e que pertencemos a essa manifestação"

O primeiro Encontro dos Mestres de Carimbó fez parte da programação da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) em comemoração ao aniversário de 392 anos da cidade de Belém. Foi um dia inteiro dedicado à principal manifestação cultural do Estado no Teatro Gasômetro, Parque da Residência. A programação também está inserida na campanha lançada no dia 14 de dezembro pelo reconhecimento do Carimbó como Patrimônio Cultural Nacional, honraria concedida pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e reforça o compromisso assumido pelo Governo do Pará e Secult, em realizar este desejo antigo dos músicos deste ritmo. Para o Secretário Edilson Moura,o evento foi muito importante pois proporcionou uma conversa/debate com quem participa da criação e divulgação do ritmo. "O Carimbó é a manifestação que mais identifica o povo do Pará e é uma tradição que vem de gerações. A importância desse encontro servirá para que as gerações futuras tenham isso como referência", afirmou. "Assim perpetuamos o Carimbó como sendo da nossa identidade e que pertencemos a essa manifestação". Segundo Walmir Bispo dos Santos, Superintendente da Fundação Curro Velho e um dos coordenadores do encontro, a proposta foi divulgar e fortalecer a cultura do carimbó perante a população. "O brasileiro sabe que existe, mas não conhece o carimbó de forma ampla, por isso não queremos apenas fazer o registro no Iphan, mas também mobilizar a sociedade", afirmou, "Assim como o samba e o frevo, queremos que o carimbo seja reconhecido como música popular brasileira", concluiu. "O carimbo é um dos ritmos que mais expressa a junção de culturas do Estado. Na sua origem é a junção das culturas negra e indígena com influência do povo branco", disse Edilson Moura. "Da cultura negra ele tem o ritmo do batuque e o rebolado, da indígena ele acrescenta o curimbó e do branco ele traz alguns instrumentos e as cordas". Olha os Mestres aí gente

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No Veroca as comemorações do 392º aniversário de Belém Uma das Sete Maravilhas Brasileiras

Fotos: Cristino Martins / Comus e Leonardo Nascimento

Um descarrego cheiroso na chegada

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Ver-o-Peso, um dos cartões postais de maior referência da cidade foi palco da programação de aniversário da cidade de Belém. Para reverenciar os 392 anos da Metrópole da Amazônia o prefeito Duciomar Costa caminhou pelo maior feira ao ar livre da América Latina, almoçou peixe frito, tomou açaí em um dos boxes do Ver-o-Peso e depois participou da programação de aniversário iniciando com uma salva de fogos de artifício. Duciomar Costa deixou um recado e um pedido de reflexão para a população: "Belém merece receber como presente de seus moradores um bom tratamento. Cuidar de Belém significa cuidar dos muitos ambientes da cidade para contribuir com a manutenção da beleza e do bem-estar de seus moradores e EDIÇÃO 73 [JANEIRO 08]

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visitantes", declarou. "A PMB está fazendo a sua parte", ressaltou prefeito. O dia começou ao som de muito carimbó com o Grupo Mururé. Os dançarinos do grupo, Suzy Ramos e Antônio Paulo mostraram a força e a beleza da dança e da cultura paraense. Para garantir a interatividade, visitantes eram convidados a dançar. Também se apresentaram os grupos Pau e Corda de Sancari e o Projeto Cultural Ananidance. A programação cultural se estendeu das 8h até às 12h. Durante o percurso, o prefeito foi agraciado pela Associação dos Lavadores de Carros de Belém, ao receber uma placa em homenagem pela parceria solidária de geração de emprego e renda no estacionamento do pescador no Complexo Ver-o-Peso.


O açai, bacaba e peixe frito estavam uma delícia

O Complexo Ver-o-Peso, foi selecionado recentemente pela Revista Caras e pelo HSBC como uma das Sete Maravilhas Brasileiras. Mais de meio milhão de pessoas participaram da votação que durou três meses através do site w w.caras.ig.com.br/maravilhasbr. Na Amazônia, foram quatro os finalistas na Região Norte: o Vero-Peso, em Belém (Pará); a Fortaleza do São José, de Macapá (Amapá); o Conjunto Arquitetônico da Natividade, em Palmas (Tocantins); e o Teatro Amazonas, em Manaus (Amazonas). Cada pessoa que participou da votação concorreu a uma viagem com tudo pago por uma das Sete Maravilhas Brasileiras. O resultado com os sete contemplados acontece dia 1º de fevereiro.

Os parabéns e o bolo dos 392 anos

Na praça Batista Campos

O prefeito foi agraciado pela Associação dos Lavadores de Carros de Belém

O Ver-o-Peso recebeu de presente das erveiras que trabalham na feira, 150 litros de banho de cheiro, e uma decoração à base do colorido de balões, para dar as boas-vindas para quem esteve na feira. Na seqüência, acompanhado da bateria da Escola de Samba Rancho Não Posso Me Amofiná, o prefeito conversou com moradores, feirantes e trabalhadores em geral. EDIÇÃO 73 [JANEIRO 08]

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Festa é

Belém

Casa das Onze Janelas

Museu de Arte Sacra

Estação das Docas

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qui em Vitória, minha cidade, é verão; faz calor forte, que somado à umidade, é chuva na certa. Hoje mesmo peguei uma delas, o que me fez lembrar das que caem aí, de tardezinha. De repente, senti os aromas que exalam dessa maravilhosa cidade. Senti o cheiro das ervas milagrosas do Ver-o-Peso, com suas cheirosas mulheres oferecendo elixires do paquerador irresistível e do levanta-defunto. Nos frascos de cores intrigantes, curas para vários males que permeiam a vida, anunciam as curandeiras da floresta. Queria estar aí em Belém, para comemorar com vocês os 392 anos dessa bela cidade, que quanto mais velha, mais bonita vai se apresentando aos olhos do mundo. No dia 12, como um bálsamo para suavizar a saudade, pegarei meu álbum de fotografias das férias de julho de

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2007 e realizarei minha viagem em pensamento – ficarei alguns minutos contemplando a Casa das Onze Janelas e vou namorar as pedras expostas no Museu da Gemas. Claro, ainda com a ajuda de minhas fotografias, sem corpo presente mas com a alma, andarei pelo centro histórico de Belém para contemplar as fachadas dos casarios sem o inconseqüente vandalismo dos pichadores. Quero ver a pintura dos azulejos, que viajaram pelo oceano até sua fixação final. Também em pensamento, vou saborear um chopp Polo Joalheiros

geladinho na Estação das Docas, dar umas voltas de voadeira pelo rio Guamá e seus igarapés, olhar o pôrdo-sol no Mangal, ou simplesmente sentir o frescor da deliciosa chuva da tarde. Torço para que julho chegue logo, quando retornarei a esse mágico pedaço de nosso querido Brasil. Parabéns Belém, parabéns belenenses, vocês merecem. Abraços saudosos. Fernando Magno Sarmento Loureiro Vitória-ES

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Antonio Silva/Comus

392 COMEMORA Complexo Feliz Lusitania

Fotos: Acervo da Comus PMB

BELÉM

ANOS COM FESTA por Benigna Soares

Pará, um dos mais ricos e belos estados da Região Norte do Brasil, é considerado a obra-prima da Amazônia, um santuário onde você vai encontrar 49,9% dos principais atrativos turísticos da Amazônia Legal. Guardião de belas praias de mar e de rio é o lugar ideal para quem gosta de ecoturismo, de pesca esportiva ou de aventura. Cenário do Círio de Nazaré, um espetáculo turístico religioso e cultural que leva à capital Belém mais de dois milhões de pessoas no mês de outubro de cada ano, o Estado tem cerca de 6 milhões de habitantes distribuídos em 143 municípios, ricos em biodiversidade e belezas naturais, detentores de tradições culturais inimagináveis, heranças de colonizadores, negros e principalmente das diversas etnias indígenas. O artesanato tem grande variedade de cerâmicas marajoara e tapajônica, jóias, pinturas, e outras tendências. A gastronomia é considerada a mais original do país e suas principais referências são o tacacá, o pato no tucupi e a maniçoba. O carimbó, çairé, dança do boto; marujada, e outras manifestações culturais formam, junto com as lendas amazônicas, alguns dos atrativos do folclore paraense. Para quem deseja conhecer este Estado basta escolher um dos seis pólos turísticos: Belém, Marajó, Tapajós, Amazônia Atlântica, Araguaia Tocantins ou Xingu e optar por ecoturismo, artesanato, aventura, pesca esportiva, gastronomia, turismo religioso, arte, música, entre outros atrativos.

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Elivaldo Pamplona/Comus

BELÉM É neste cenário rico e promissor que encontramos Belém, a "Metrópole da Amazônia". A capital do segundo maior estado brasileiro tem uma história que remonta a 12 de janeiro de 1616 quando o português Francisco Caldeira Castelo Branco por aqui passou em busca da proteção e descoberta de novas riquezas para a coroa portuguesa. Santa Maria de Belém e Belém do Grão Pará foram alguns nomes que recebeu em seus quase 400 anos de fundação. Portanto, um passeio turístico por Belém hoje significa mergulhar em uma das mais belas histórias do Brasil, marcada na fachada de antigos prédios nas ruas da "Cidade Velha", nos museus e complexos culturais e arquitetônios, como o Museu de Arte de Belém (Mabe), no Palácio Antônio Lemos, Museu de Arte Sacra, no Complexo Feliz Lusitânia, Museu do Círio e tantos outros. Os traços religiosos estão em toda parte, em especial na

Casarões do bairro da Cidade Velha1ª Rua de Belém

Basílica Santuário de Nazaré, símbolo católico cristão de renovação da fé paraense em Nossa Senhora de Nazaré, ícone maior do principal evento turístico religioso do Estado, o Círio. Mas Belém não vive apenas de um passado glorioso, ela se renova a cada ano, se adapta às exigências do turismo mundial e abriga, por exemplo, um dos mais modernos centros de eventos do país, o Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, que aos poucos vem ampliando a taxa de ocupação da rede hoteleira a medida que traz para Belém eventos internacionais. Neste momento a cidade comemora duas grandes conquistas nesse sentido: vai sediar o Fórum Social Mundial (FSM) e é a mais forte candidata do Norte do Brasil como sub-sede da Copa de 2014. Chegar a esse patamar exigiu um grande esforço dos gestores estaduais e municipais para dar à cidade a infra-estrutura necessária. A Prefeitura Municipal,

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Cristino Martins Antonio Silva/Comus

Praça da Republica

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Antonio Silva/Comus

tendo à frente o prefeito Duciomar Costa, prepara Belém com investimentos principalmente na área de infra-estrutura, saneamento e urbanismo. Obras como o Portal Amazônia, que abre novas janelas para o rio, Avenida Duque de Caxias, restaurada como nova opção de tráfico entre o aeroporto internacional de Val de Cans e o centro histórico de Belém, a Vila da Barca, complexo com 624 unidades habitacionais voltadas para população de baixa renda são obras que se somam com uma forte política de capacitação dos prestadores de serviços turísticos: guias, profissionais de gastronomia, feirantes entre outros responsáveis pelo receptivo e atendimento dos turistas. “Belém tem um atrativo especial. Além das riquezas naturais é a porta de entrada da Amazônia e vem sendo preparada por esta gestão com obras e grandes projetos, como o Portal da Amazônia, a nova avenida Duque de Caxias, a Vila da Barca", garante o prefeito. Duciomar Costa diz que diversos segmentos, entre eles o turismo, vão se beneficiar com a transformação de Belém em sede de grandes eventos. "Mas quem ganha de fato é a população. A Copa é uma fonte de geração de emprego e renda, uma oportunidade para que o mundo possa conhecer o Pará e Belém receba os visitantes que merece. Depois da Copa, Belém não será só referência, será um dos maiores potenciais turísticos do mundo", afirma Duciomar Costa.

Praça Barão do Rio Branco


Elivaldo Pamplona

Esse investimento garante uma imagem melhor de Belém entre os turistas e no mercado mundial, o que atrai cada vez mais investidores para a cidade, que hoje conta com uma rede hoteleira com 4.682 unidades habitacionais, que por sua vez somam 8.397 leitos. "Mais 11 hotéis estão em processo de implantação na cidade que nos próximos 36 meses deverá ter 6.266 unidades habitacionais e um total de 11.045 leitos", segundo Carlos Freire, presidente da ABIH-Pa Associação Brasileira da Indústria Hoteleira. "Aqui é um lugar de memória, tudo o que é valorizado

Praça Frei Caetano Brandão

Bosque Rodrigues Alves Antonio

João Gomes

mostra a essência da cidade. Estas pedras simbolizando a riqueza do Brasil, o material fóssil representando a história, o saber fazer das jóias, tudo transparece a alma da cidade", disse Alex Corvo, professor de Física e Química de Point-à-Pitre, capital de Guadalupe. Alex, que responde pela pasta de Relações Exteriores do departamento francês, esteve em Belém no início de novembro em comitiva que buscava intercâmbio em diversas áreas da administração municipal.

Praça Dom Pedro ll

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Antonio Silva

Avenida Duque de Caxias

O QUE VISITAR

Praça Osvaldo Cruz

representante da flora Amazônica, com seus 124 anos, está em uma área de 150 mil metros quadrados, com mais de 80 mil espécies distribuídas em 15 hectares. Um outro encontro com a natureza, mas em um espaço tipicamente urbano, é com o Horto Municipal Milton Trindade, espaço que remontam ao final do século XVII, sob a influência do pensamento iluminista, que, com sua nova ótica de observação da natureza, desafia o homem a uma nova relação com o meio ambiente. Belém tem mais de 100 praças que se destacam pela beleza, para riqueza histórica, pela harmonia com a modernidade e interação com seus moradores. Uma

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Mira Jatene/Comus

Elivaldo Pamplona

Uma visita por Belém precisa começar por volta das 6 horas da manhã, na Feira do Açaí. O produto é uma das marcas registradas da cidade, alimento que nunca falta na mesa do paraense. Cartão postal da cidade, o Ver o Peso é outro ponto indispensável, retrato vivo da produção e comercialização de frutos, peixes, carnes, ervas, temperos e licores, a essência do trabalho do povo paraense. Para os amantes da natureza, o Jardim Botânico da Amazônia - Bosque Rodrigues Alves,

Bonde de Belém

que sintetiza todos esses aspectos em Belém é a Praça D. Pedro II. A mesma importância tem as praças Batista Campos, Praça da República, Waldemar Henrique e tantas outras que embelezam a cidade. O Parque Ecológico do Município de Belém (PEMB), compreende os bairros de Val-de-Cans e Marambaia. É um parque urbano, com área de 44,06 ha e apresenta várias espécies de mata nativa, abrigando fauna e flora bastante diversificadas, como macacos de cheiros e várias espécies de aves como patativa, beija flor e garças; na flora encontramos Breu Banco, Peroba Rosa, Goiabeira, Cedro, Ingá, Ipê-roxo etc.


Antonio Silva/Comus

Para complementar, a Vila de Icoarací, Outeiro e a ilha de Mosqueiro são distritos ligados ao município de Belém que complementam o cenário turístico: praias, trilhas ecológicas, artesanato e a receptividade da população tornam esses lugares encantadores. Manifestações culturais próprias das comunidades ribeirinhas e das dezenas de praias e ilhas que a região abriga, também completam este cenário, gradativamente um novo Norte para os turistas do mundo.

FESTA

PORTICO

Elivaldo Pamplona

Para homenagear Belém a Prefeitura Municipal, através da Belemtur, Fumbel, Funpapa, Gabinete, Ama

HANGAR

Belém, Jovens em Ação, Secon e demais secretarias, órgãos e projetos, prepararam uma grande festa, realizada em diversos pontos da cidade, como Praça Ver o Rio, Feira do Ver o Peso, Hangar do Estado, AldeiaAmazônica, entre outros lugares. Muita música, homenagens e diversas atrações culturais marcam a programação, que inclui o tradicional parabéns pra você no Ver o Rio onde um bolo de 15 metros de comprimento e 370kg é servido para convidados. Uma parceria entre a Belemtur (Coordenadoria Municipal de Turismo) e a Funpapa (Fundação Papa João XXIII) garantiu também um passeio turístico em Belém a idosos e adolescentes atendidos pela Funpapa.

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Centenas de agricultores participaram do evento

Fotos: Eunice Pinto/Ag Pa

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A governadora e a Agricultura Familiar

na Júlia Carepa reafirmou seu compromisso com a Agricultura Familiar na sede da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PA), em Marituba, onde fez a entrega de 75 veículos novos. “Todo o esforço que fazemos deve convergir para programas e projetos que visem à distribuição da riqueza, o combate à fome, à pobreza e ao desemprego em nosso Estado”, disse Ana Júlia, informando que, este ano, o Estado já dispõe de 10 milhões de reais para investir no setor. “Triplicamos os investimentos”, afirmou a governadora. No primeiro ano do governo de Ana Júlia, o Estado aplicou 3,5 milhões de reais na Emater. Utilizado na reforma do último bloco, em Marituba, onde funcionará a nova biblioteca, uma videoteca e a

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unidade de processamento de dados da empresa. A antiga biblioteca da Emater estava abandonada. As unidades da empresa, no Pará, começaram em 2008 com a frota renovada. Seis barcos, 25 motos e 43 carros (incluindo caminhonetes) foram entregues, na oportunidade, pela governadoraAna Júlia.

Balanço Durante a solenidade de entrega de veículos, o presidente da Emater, Williamson Lima, fez um balanço das ações realizadas pela empresa em 2007. Ele informou que 10 escritórios da Emater foram reformados e que a empresa conseguiu firmar convênios com o Governo Federal para angariar recursos, disse ainda, que o novo escritório de


A governadora Ana Júlia Carepa reafirmou seu compromisso com a Agricultura Familiar e inaugurou um novo bloco no escritório central da Emater-Pará

Parauapebas deve ser entregue em março. Williamson informou que a Emater já conta com dois novos laboratórios de pesquisa em solo, um em Marabá e outro em Bragança. Os mesmos têm capacidade para realizar até seis mil análises de solos por ano.

Na área do planejamento, a Emater fechou o ano com o lançamento do planejamento participativo da instituição e uma cópia do documento foi entregue à governadora Ana Júlia Carepa. O planejamento da Emater levou em consideração as discussões e deliberações do Planejamento Territorial Participativo.

Produção Cássio Alves

O secretário de Agricultura do Estado, Cássio Alves,

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43 carros 25 motos foram entregues

parabenizou a governadora Ana Júlia Carepa por sua percepção voltada para o setor agropecuário. Ele disse que a política do atual governo é correta quando decide priorizar as ações na área da agricultura familiar. “A agricultura familiar é um setor prioritário na política do atual governo porque temos um grande contingente para isso”, explicou. Ele informou que o Pará tem, hoje, 106 mil propriedades que praticam a pecuária, mas que 82% dessas propriedades não chegam a ter 200 cabeças de gado. Cássio lembrou que cerca de 70% da população paraense vivem no campo e destacou a produção agrícola. Disse que o agronegócio movimento entre 7 e 8 bilhões de reais ao ano e que mais de um milhão de pessoas estão empregadas nas atividades rurais. Além disso, 70% do que se consome do Estado são oriundos da agricultura. O secretário disse também que o Pará é um grande produtor de dendê, mandioca, açaí e cupuaçu.

Projetos Há dois anos, a Emater apóia um projeto de produção de artesanato, em Marituba, que envolve mulheres da comunidade, principalmente donas de casa. Atualmente, 40 pessoas são beneficiadas diretamente pelo projeto, que tem o objetivo de gerar emprego e renda.

Ana Júlia Carepa entrega a chave de um dos veículos na presença de Williamson do Brasil de Sousa Lima, presidente da EMATER –Pará, a esquerda

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Arq. Alepa

Alepa aprova orçamento do Estado para 2008 Assembléia Legislativa do Pará aprovou uma série de projetos, entre os quais o mais importante foi o Orçamento do Estado para 2008, num esforço concentrado no final de dezembro. O projeto de lei nº 295/07, que diz respeito à Lei Orçamentária Anual (LOA) para o ano de 2008, foi aprovado por unanimidade, pelos parlamentares paraenses em primeiro e segundo turno, além de redação final. O parecer da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (CFFO) que rejeitou centenas de emendas também foi aprovado. Para 2008, estão previstos R$ 9,2 bilhões em recursos para o Estado. “As emendas foram analisadas uma a uma e, após o parecer favorável da Comissão de Orçamento, do apoio do Colégio de Líderes e demais parlamentares, a lei foi aprovada. Houve um esforço grande da CFFO para que o prazo fosse cumprido, mas o processo foi conduzido de forma tranqüila”, explicou o deputado Cezar Colares, presidente da CFFO e relator do projeto de lei orçamentária. “Tivemos emendas individuais, Marco Nascimento

A

partidárias e em bloco, sempre tendo como objetivo benefício ao Estado”, completou Colares. “Tivemos um processo transparente que começou com a apreciação e votação da LDO, e depois do PPA, agora com o Orçamento”, comemorou Airton Faleiro (PT). “Só acho que a apresentação de emendas deveria ser orientada para evitar desgaste físico e financeiro dos deputados, pois muitas emendas acabam sendo descartadas. É algo que podemos melhorar para o ano que vem”, ponderou o deputado Alexandre Von (PSDB). Este ano, foram apresentadas 1.204 emendas à LOA, sendo 151 acatadas. A votação das emendas ocorreu em bloco sem nenhum voto contrário. O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Domingos Juvenil (PMDB), fez uma avaliação positiva do processo. “Os deputados mostraram dedicação e responsabilidade para com o Estado. A Assembléia mais uma vez mostrou que faz a sua parte para ajudar o Pará a se desenvolver”, declarou ao final da sessão. Após a aprovação, a Lei Orçamentária/2008 seguiu para a sanção da governadora Ana Júlia Carepa. Domingos Juvenil

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Ana Júlia Carepa e Noêmia Jacob assinam os convênios

CAIXA LIBERA R$ 49 MILHÕES PARA OBRAS NO PARÁ Fotos: Cláudio Santos/Ag Pa

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por Alexandre Lins*

ito contratos, que somam R$ 49 milhões para investimentos em vários municípios do de nosso Estado, foram assinados em solenidade no Palácio dos Despachos, pela governadora Ana Júlia Carepa e pela superintendente regional da Caixa Econômica Federal, Noêmia Jacob. O governo assinará com a CEF 125 contratos, que totalizarão o repasse ao Estado de R$ 172 milhões - dos quais R$ 59 milhões são oriundos do Orçamento Geral da União. Os recursos dos oito contratos têm diversas origens (PAC, Fundo Nacional de Habitação de interesse Social e emendas parlamentares). A assinatura representou simbolicamente os 125 projetos que o governo tem com a Caixa, que serão contratados nos próximos dias.

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PAC Para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Urbanização e Saneamento em Belém foram repassados R$ 21 milhões, destinados à implantação de serviços de saneamento básico, infra-estrutura e titulação de unidades habitacionais da área Riacho Doce/Pantanal - 1ª e 2ª etapas -, beneficiando diretamente quase 70 mil famílias na capital paraense. Apenas em recursos do PAC, Belém acumulará investimentos superiores a R$ 283 milhões de investimentos, sendo mais de R$ 50 milhões de contrapartida estadual (R$ 3,5 milhões só para a 2ª rodada, assinada nesta sexta-feira, 11). A governadora do Estado, Ana Júlia A governadora do Estado, Ana Júlia Carepa, ressaltou a importância da parceria com o governo federal que tem sido muito positiva para nosso Estado


Carepa, ressaltou a importância da continuação da obra na comunidade Riacho Doce/Pantanal, que estava paralisada desde 2005. “A retomada desse projeto no Riacho Doce tem um significado especial para mim, porque foi o Partido dos Trabalhadores que deu início a ele, quando estava à frente da Prefeitura. Na época da campanha para o governo, as pessoas me pediam para eu retomar a obra. Felizmente, o governo federal nos apoiou e o prefeito aceitou ceder as obras. Seria um desrespeito com os recursos públicos deixar a obra inacabada”, declarou. Ana Júlia enfatizou que seu governo se pauta pela parceria com outras esferas de poder e, por isso, o Estado vem recebendo recursos expressivos. “Essa parceria com o governo federal tem sido muito positiva para nosso Estado. Todo mundo tem a ganhar. Eu parabenizo a Caixa, em nome de sua superintendente, Noêmia Jacob, pois nos 147 anos que o banco está completando neste janeiro, o Pará só havia recebido cerca de R$ 870 milhões. Só em 2007 conseguimos quase R$ 1 bilhão e, somados com os mais de 100 milhões dessa nova rodada, ultrapassamos esse valor. São recursos recordes em saneamento, urbanização e regularização fundiária”, informou. No evento foram assinados, além das duas etapas da

Ana Cláudia Duarte Cardoso, Secretária de Estado de Governo em exercício, na assinatura dos convênios, visando a liberação de recursos do PAC

obra do Riacho Doce/Pantanal, outros três contratos do PAC, sendo dois para a cidade de Santa Izabel do Pará (urbanização de assentamentos precários e construção d e u n i d a d e s habitacionais no Residencial Jardim das Garças, ambos sob responsabilidade da Companhia de Habitação do Pará -Cohab) e um para o município de Abaetetuba (abastecimento de água, a cargo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Regional - Sedurb). Nos próximos dias, outros municípios terão projetos contratados com recursos do PAC: ações de habitação em Castanhal, projetos de abastecimento de água em Altamira, Bragança, Breves, Dom Eliseu, Oriximiná, Itaituba, Igarapé-Miri e Tailândia, e esgotamento sanitário em Capitão Poço, Itupiranga e Viseu. Essa segunda rodada do PAC destinará R$ 113 milhões para 15 municípios paraenses (incluindo Belém). A segunda rodada do chamado PAC Urbanização e Saneamento beneficiará, em sua maioria, municípios que possuem de 50 a 150 mil habitantes.

PROJETOS Além dos projetos do PAC, a cerimônia no Palácio dos Despachos teve a assinatura de dois projetos de apoio à infra-estrutura turística (sob responsabilidade da Paratur) e outro para a construção do Terminal Suely Oliveira, Secretária de Estado de Desenvolvimento Urbano e Regional, assinando os convênios para liberação de recursos do Programa de Aceleração de Crescimento EDIÇÃO 73 [JANEIRO 08]

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Hidroviário de Belém, a ser executado pela Secretaria de Estado de Transportes (Setran).

1ª RODADA A primeira rodada do PAC Urbanização e Saneamento, lançada em agosto de 2007 pelo Governo Federal, destinou quase R$ 1 bilhão para 29 ações em todo o Estado do Pará. Já estão em andamento as licitações das obras de urbanização das comunidades “Pantanal/Mangueirão”; “Fé em Deus”, no bairro do Tenoné; “Duas Irmãs”, no bairro da Pratinha; e “Taboquinha”, em Icoaraci. Na área de saneamento, já começou o processo de licitação da obra da Estação de Tratamento de Água (ETA) do bairro Jardim Sideral, da recuperação do emissário e da estação elevatória final na área central da cidade; da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE UNA), além da execução de 6.300 instalações prediais internas de esgoto nos bairros da Marambaia e Guanabara. As obras já começam a ser realizadas no final de fevereiro. O PAC também permitirá a retomada das obras do saneamento integrado da bacia do Tucunduba. Essa

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intervenção também já está em fase de licitação e beneficiará mais de 160 mil pessoas, nos bairros do Guamá, Terra Firme, Canudos e Marco. Ainda no início de 2008 serão lançados os editais das obras nas áreas Riacho Doce/Pantanal (2ª e 3ª etapas da urbanização integrada) e Cordeiro de Farias (Estação de Tratamento de Água). *UGPAC


helio.titan@ig.com.br

Hélio R. Titan

Belém das Chuvas de Cristal Tardes serenas, rubras, cheirosas, no sol vermelho guajarino, na mistura da mata verde a pino, Tardes plenas! Tardes de mormaços, nesta cidade morena, bem quente, nas ruelas e nos quintais, cheirando a bacuris dourados, ao jasmim silvestre, na presença dos bente-vis e seus trilados vespertinos. Tardes dos ribeirinhos do Guamá barrento, se arrastando ao vento das entranhas paraenses. Tardes caboclas, nas brisas, a duras penas, travadas, tapadas, pelos espigões de aço que promovem o descompasso do teu passo. Tardes chuvosas, rebatendo os raios solares, seculares, de um sol na chuva feliz, privilegiado em atingir teus paredões de antigos casarões, teus canhões alerta, no teu forte; nas praças, nos azulejos lusitanos, nos anuns pretos dos capinzais suburbanos. Nas garças brancas, regionais de nossos pantanais, e praças. Tardes chorosas, aflitas, perdidas, gritando de dor no desamor desta Belém, no martelar de um transitar louco, imitando o fervilhar dos carros luxuosos, no distorcer de uma conduta aflita, sem reparar tua beleza, logo aqui, no chão do teu olhar, do saudosismo impregnado, agora, porém transformado em nervosismo, pessimismo, ao morar neste abismo que mudou teu modo de ser, de viver, num diferente e sujo chão, fétido, maltratado e distorcido. Tardes de trovoadas, rugindo com pancadas, anunciando a chuvarada com gotas de cristal, assustando a passarada no quintal, e os cachorros nas sacadas azulejadas de nossas casas. Tardes de calor, suando teu povo, teu caboclo, teus açaizais. No sol puro, tropical, deste teu equador abençoado, escorrendo o mormaço pelos casarões lusitanos da Belém antiga, mas sentindo a brisa perfumada de tua baía, sempre lavando a tua orla milenar! Exalando o suor desta gente que luta que briga que chora, mas sempre feliz pelo cheiro da manga, pelo prato de açaí, da cuia de tacacá, pelo pato no tucupi, na festa da padroeira, Nazaré Milagreira, pelo caroço á roer do bacurí, pelo beijo da morena, diferente por... Ser deste lugar, cidade morena, abençoada, cristalina, ímpar e reluzente! Inigualável e a maior no equador da Terra! *Medico Escritor Cosmologo Historiador; Membro da Sociedade Brasileira de Cosmologia EDIÇÃO 73 [JANEIRO 08]

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PANORAMA

DA EVOLUÇÃO URBANA E ARQUITETÔNICA DE BELÉM por Claudia Nascimento*

cidade de Belém foi fundada em 1616 e, à exceção do forte de defesa da cidade, pouco foi planejado nos primeiros anos de fundação. A cidade era inscrita às suas muralhas até 1626, quando foram doadas terras a colonos portugueses e ordens religiosas. A necessidade de expansão fez com que surgissem as primeiras ruas e, no seu correr, as primeiras casas. Como seria de se esperar, a tradição colonial portuguesa imperou na ordenação urbana da cidade de Belém em seus primeiros tempos. As ruas irregulares, seguindo a topografia da cidade, foram se desenvolvendo a partir do Forte do Castelo, ligando a pontos importantes de definição da cidade, como as igrejas e outros prédios relevantes. As casas foram dando feição de ruas a estes caminhos, limitando-os, já que elas eram construídas em lotes estreitos até o limite do passeio, alinhando-se com as casas vizinhas. Estas casas, construídas em taipa ou tecnologia semelhante, possuíam

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um único pavimento, fachada simples de porta e janela, rés do chão, com piso de terra batida. Os telhados jogavam suas águas para a própria rua que, na época, não possuíam calçamento; o material utilizado em sua construção era simples e tosco, dentro das possibilidades que o sítio oferecia. As principais matérias primas eram a madeira (nem sempre de boa qualidade), o barro, alguma pedra e a palha. As casas abriam-se para a rua e para o fundo, o quintal. Estes vãos eram fechados com esquadrias de folha inteiriça ou, quando muito, de treliças. Isto

É destaque promovendo qualidade no Estado do Pará

fazia dos cômodos centrais da casa – as alcovas – ambientes escuros, úmidos e sem ventilação. A distribuição dos espaços internos e mesmo a implantação nos lotes pouco mudaram ao longo dos primeiros séculos. Contudo, o desenvolvimento econômico da cidade passou a permitir um aprimoramento maior no processo de construção civil. O uso de tijolos de argila cozida, ou mesmo de pedras aparelhadas nas construções mais nobres, passou a garantir edifícios mais sólidos, mesmo se usasse a taipa ou tabique nas divisões internas, protegidas das intempéries. Alguns materiais de construção puderam ser incorporados ao vocabulário local, como o ferro e o vidro que passaram, já no século XVIII a compor esquadrias e gradis nos sobrados urbanos dos proprietários mais abastados. Belém, que até então se limitava fisicamente ao que hoje chamamos de Cidade Velha, possuía como elemento inibidor a grande área alagada que lhe cercava, conseqüência do fluxo das marés do desembocar do igarapé do Piri. Entretanto, já possuía a definição de seu território em uma légua (correspondente à distância do Largo do Carmo e as avenidas Doutor Freitas e Perimetral). Muito embora já houvesse construções fora dos limites da cidade, como edifícios religiosos (conventos, igrejas) e militares (baterias, redutos e fortalezas), foi com a vinda da Primeira Comissão Demarcadora de Limites que a cidade começou a assumir novos ares, devido à postura ativa do Marquês de Pombal (1750-1777), no controle da província através de seu irmão Mendonça Furtado, que pôde contar com engenheiros alemães (Grofeld e Schwebel) e o arquiteto italiano Antônio José Landi. Uma das principais ações – o saneamento do alagado do Piri – EDIÇÃO 73 [JANEIRO 08]

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permitiu que a cidade se expandisse integrada, no sentido dos atuais bairros da Campina e Comércio. Entre vários fatores, as construções puderam contar com lotes mais largos e, associados às novas tecnologias de época, assumirem escala monumental. É dessa época a construção de obras como o Palácio Lauro Sodré (Museu do Estado do Pará), Igreja de Sant'Anna e outros tantos. Tudo isso permitiu uma nova face à cidade de Belém. Belém, que já possuía economia baseada na exportação de produtos locais, passou a fortalecer as atividades comerciais paralela à atividade portuária. Mas foi no século XIX que a economia regional passou por seu período mais profícuo, quando a borracha assumiu valores de mercado que permitiam o crescimento de Belém e o surgimento de várias outras cidades, como Manaus. Nessa época, a riqueza da borracha passou a marcar definitivamente a arquitetura de Belém. Não só roupas e móveis eram comprados da Europa, mas também materiais de construção, como louças, azulejos, estátuas, gradis, e até mesmo construções inteiras eram importadas, valendo-se da tecnologia industrial e da produção do aço, como é o caso do Mercado de Peixe, o Chalé do Bosque, o Chalé do NUMA-UFPA. Alguns valores de status passaram a ter alta relevância no planejamento da cidade. Belém, que se expandia, expulsava os habitantes menos favorecidos para as áreas periféricas da cidade. Suas habitações, muito

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próximas do modelo colonial dos primórdios, passam a ocupar vias de saída da cidade. O uso do espaço urbano também passou a sofrer alterações. A cidade passa a ser considerada, não só sob os seus aspectos físicoespaciais, mas também como espaço sanitário, visando a qualidade de vida de seus habitantes. Desta forma, uma série de posturas são tomadas, como a obrigação de que as casas não mais jogassem as águas dos seus telhados para as ruas (o que lhes impunha a instalação de platibandas), a valorização da luz solar e da aeração, a construção de espaços públicos para o convívio com a natureza, e mesmo o planejamento e execução, tanto quanto possível, de ruas e avenidas largas. Isto gerou uma série de tipologias arquitetônicas e,


especialmente, uma revolução na implantação das edificações nos lotes. Os mais aquinhoados, que podiam contar com uma casa “na cidade” e outra nos arredores, tinham as “rocinhas” e “chalés” para o convívio com a natureza em harmonia. Desta forma, concentraram-se chalés em balneários como Mosqueiro e Pinheiro (atual Icoaraci), e rocinhas na periferia de Belém. As residências urbanas, visando maior salubridade em seu interior, passaram a possuir recuos laterais, em princípio parciais, e depois soltando o imóvel no centro dos terrenos. Sob a força do Ecletismo, as residências eram verdadeiros

monumentos que refletiam a personalidade de seus proprietários. As platibandas que, em princípio, surgiram como uma imposição das leis urbanísticas da época, assumiram papel revelador do proprietário, com desenhos em relevo representativos de suas convicções políticas ou associativas, ou o brasão da família, ornados de balaústres de louça portuguesa pintados, coroados por globos, pinhas, urnas ou mesmo esculturas de musas. O porão, que tinha função meramente de afastamento do piso, passa a possuir altura que o torna inclusive habitável. O aceso à casa já não se faz diretamente para a rua, e se não existem

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janelas nos cômodos intermediários, existe ao menos um avarandado interno aberto para um pátio ou jardim, que lhes permitem a iluminação e ventilação. Com o declínio comercial da borracha no início do século XX, Belém já não pôde contar com a manutenção de seu vetor de crescimento e, de certa forma, estagnou. Porém, na década de 1960, com a inauguração da rodovia Belém-Brasília, um novo influxo cultural gerou a assimilação da estética do Modernismo (Arquitetura Internacional) que, entre outros pressupostos, tinha o uso do concreto armado um aliado para a plasticidade de suas formas puristas e na estabilidade de estruturas de edifícios cada vez mais

altos (arranha-céus). O racionalismo modernista também provocou uma revisão na escala, que deveria ser, não mais monumental, mas humana. Desta forma, os pés-direitos que eram usados com 4 e até 6 metros passaram a ser “padronizados” em 3 metros de altura, assim como os materiais de construção (portas, janelas, etc.) que, por força do processo de industrialização assumiam medidas fixas, entre outros aspectos da modernidade. Arquiteta e urbanista formada pela Universidade Federal do Pará, especialista em Artes Visuais e Semiótica, cursando atualmente especialização em História Social da Amazônia, também pela UFPA. Ocupa atualmente o cargo de chefe da Divisão de Estudos e Pesquisas da Fundação Cultural do Município de Belém

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o o m o m c o c a i a n i ô n z ô a z a m AA AAmnunnccaa vviiuu!! u n ê c ê vvooc S A C N A B S A JÁ N


Abusões do

por Garibaldi Nicola Parente

A

passagem do ano recomenda um desejo ardente de renovação, uma vontade de nos aliar à todas as forças com o intuito de termos a ajuda de uma mão grande na condução feliz dos nossos destinos. Nos prontificamos com sabedoria a abrir as portas para o bem e, na esperança que advém dessa disposição, sentirmos nos capilares e nos olhos bem abertos que estamos protegidos dos males da vida. “Tudo novo no ano novo” é a mais expressiva notação de recomeço. Deixar as coisas ruins para trás e augurar bons fluidos para atrair a boa sorte e o bem estar. Querer é poder, querer é também crer que o místico e o mágico nos fortalecem diante das incertezas sociais e dos mistérios da vida. Poder é também crer que auferimos energia positiva para controlar, nas situações difíceis, aquilo que nos parece sem solução. Abusão não é apenas ilusão perceptiva, é crença nas coisas fantásticas, aliás a vida é fantástica. Superstição não é somente confiar em coisas inócuas, é crer que a solução está dentro de nós como força internalizada pela potência vivificadora da natureza. Tudo tem solução. Por mais que EDIÇÃO 73 [JANEIRO 08]

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determinados eventos não sejam verdadeiros há entre eles uma fidelíssima proximidade metonímica de causa e efeito. Abusão e superstição são intrinsecamente a mesma coisa. Ambas têm suas essências na mentalidade popular. Não devemos considerá-las como distorções do pensamento arrazoado ou vestígios de cultos ou rituais préhistóricos. Quais as explicações científicas que demandam contra as fortunas do espírito? O mote é de esperança. Esperança e crença sempre andaram de mãos dadas. Assim, enriquecem a história e a cultura de todas as civilizações. É verdade, com fé e simpatia nada custa acreditar que às vésperas do ano novo lavar as batentes da casa com sal grosso e água tire o azar do ano velho; que borrifar água benta em todos os aposentos afaste os maus espíritos; que defumá-la com carvão, xerém e açúcar chame a sorte; que espalhar flores perfumadas em todas as alcovas traga amizades sinceras e muitas alegrias… Que na virada do ano vestir roupa branca estimule os sentidos à paz e à prosperidade; que o prateado incite a cultivar a espiritualidade; que o lilás desperte a serenidade e a reflexão; que o azul ative a harmonia nas relações comunicativas; que o verde promova o equilíbrio entre o corpo e o espírito; que o vermelho excite os ânimos românticos


de sonhadores e apaixonados por fortes emoções sensuais; que o rosa anime a feminilidade para um grande amor; que o preto, sóbrio, sombrio e silencioso conduza à nobreza de espírito; que o amarelo estimule a coragem… Existem muitas abusões relativas à ceia de ano novo. Quero reportar-me Rei Midas e s p e c i a l m e n t e à LENTILHA, planta da família das leguminosas chamada Lens sculenta por ser dadivosamente comestível ou Lens culinaris por sua grande importância na arte gastronômica. Primeira planta cultivada pelo homem, sua origem é asiática da região mesopotâmica do Oriente Médio, imenso vale de terras férteis e de fácil irrigação situado entre os rios gêmeos Tigres e Eufrates considerado berço da civilização, lá a lentilha já era cultivada desde o século VI antes de Cristo. As pequenas sementes, redondas e achatadas como moedas, são retiradas da sua vagem, possuem um alto valor nutritivo, abundantes em fibras e antioxidantes, com baixa taxa de gordura e colesterol zero. Diz a sabedoria popular que por ser leve e nutritiva não exige grandes esforços na cozinha. Na sua massa de carboidrato encontram-se proteínas, cálcio, vitaminas do complexo B, fósforo, potássio e outros micros elementos também importantes para a manutenção da saúde corporal. Por tudo isso, é um alimento precioso, saudável e equilibrado. Sinal de bom augúrio, a lentilha aumenta de volume durante o cozimento. Tem a excelência de reduzir a taxa de gordura do sangue e ordenar o funcionamento perfeito do trato intestinal. O escritor latino Lucius Junius Moderatus ou

Columella como ainda hoje é chamado, escritor agronômico romano, escreveu um vasto repertório de obras sobre a prática agrícola de sua época (Século I). Em “Os trabalhos do Campo”, o Príncipe dos Escritores de Agricultura garantiu que os romanos curavam a tosse dos cavalos com uma pasta a base de lentilhas. Existe uma gama de histórias sobre o os poderes mágicos da lentilha: Esaú e Jacó, irmãos gêmeos, filhos de Isaque, um ancião já quase cego, prevendo que a morte estava bem perto, pediu a Esaú, primogênito por ter nascido primeiro, que fosse à caça pegar um belo animal e que preparasse uma comida bem gostosa para que comessem juntos antes dele morrer. Esaú ao retornar ao Sítio de Hebron, muito fatigado e faminto, encontrou seu irmão Jacó preparando uma suculenta sopa de lentilhas. Exalava um aroma inebriante, recendia uma sensação espiritual de aguçar o apetite com tanto vigor que Esaú não resistia à tentação: – Jacó, quero um pouco dessa comida! – Vende-me teu direito de primogênito? – Estou muito faminto, preciso recuperar imediatamente as energias. Serás o sucessor de meu pai – Jura? – Juro! Esaú renunciou ao direito de primogênito, de suceder ao pai como chefe patriarcal da família por um simples prato com sopa de lentilhas. Exatamente por isso a sorte ficou selada. Em pouco tempo Esaú tornou-se um homem de posses e de moedas de ouro. Foi o primeiro homem a ser agraciado pelo poder e magia da lentilha – garantia para viver razoavelmente bem por toda a vida. O Rei Midas – rei da Frígia, região circunscrita ao longo do Mar Negro e nas costas

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do Mar Egeu, norte da Ásia Menor – foi o soberano mais sovina do mundo. Obcecado em adquirir e acumular ouro, sua avareza era pura falta de magnanimidade espiritual, usura sem ventura e poder sem honra. Nunca estava satisfeito. O maior tesouro do mundo, guardado e bem protegido nos subterrâneos do seu imenso palácio real, não parava de crescer. Um dia encontrou-se com Baco, filho de Júpiter e deus do Vinho. Convite feito e aceito, levou-o aos subterrâneos para mostrar-lhe aquele acervo dourado mais valioso do mundo: – Não te admiras, Baco? – Não. Pra que queres tanto ouro? que tocou transformou-se em ouro. À hora do almoço, ¬ Porque o mundo tem mais ouro do que eu. almoço servido e não desfrutado, prato, colher e – Isso não importa! comida transformaram-se em ouro. Em pouco tempo Importa sim. Aliás, quero que uses teu poder Midas estava morrendo de inanição. mágico e embriagador em meu benefício. Mandou chamar o deus do Vinho. Baco estava não – O que queres? muito longe dali, atendeu imediatamente ao chamado. – Quero mais ouro. Quero que me passes o – Baco, suplico-te! Desfaz este maldito dom da riqueza infinita. Quero que tudo aquilo que eu encantamento! toque se transforme em ouro. – Pois não! Para isso cumprirás duas – Pois não! demandas. Primeiro deves ir à fonte de tudo. Baco baixou a cabeça, olhou demoradamente aquele – Onde fica a fonte de tudo? chão nada olímpico e fez uma silenciosa invocação. – Em qualquer olho-d'água das cabeceiras de Para ele, promotor benéfico da civilização e amante da qualquer rio. Banha-te! Mergulha até a cabeça e paz, aquele pedido era demasiadamente maléfico. compreenderás que aí está a fonte de toda a riqueza do Porém, concedeu-o. Despediu-se e foi mundo. embora. – O que mais devo fazer? Midas foi direto a assento real e num – Depois, na virada do ano novo que toque transformou seu trono em ouro. se aproxima, manda fazer o mais Pediu vinho ao criado mais próximo. delicioso manjar de lentilhas a teu Ao tocar na taça tudo transformou-se gosto e criatividade. Delicia-o com em ouro, bandeja, púcaro, taça e vinho. sofreguidão. Matarás tua forme e Levantou-se e foi passear nas alamedas terás recuperadas as energias do imenso jardim em volta ao suntuoso perdidas. Por fim, compreenderás palácio. Ele que gostava de sentir o que o valor e a riqueza da vida estão perfume delicado das flores, a primeira em pequenos detalhes que às vezes que tocou transformou-se em ouro. Ele nem percebemos. E mais, que adorava saborear frutas, tenras - Delicioso manjar de lentilhas continuarás rico, desta feita um maçãs, uvas, avelãs, a primeira maçã a teu gosto e criatividade homem virtuoso e boníssimo.

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A arte de contar histórias O

ra, quem não lembra de alguma história de sua infância, contada por pais, avós, amigos, professores? Quem não lembra dos medos, da fantasia que ia longe partindo das figuras dos livrinhos ou da fala do contador? Ultimamente tenho tido contato com pesquisas sobre esse tema, pesquisas que comprovam a importância dessas histórias no desenvolvimento saudável do ser humano. Provavelmente nossos avós, quando contavam histórias, já eram sem saber, agentes de saúde mental. “Um menino é muito sonho por dentro, mas é preciso que a realidade de fora ajude a esse sonho. Perto de uma história, tem sempre alguém, que a conte, e essa combinação é o que hoje se considera uma das boas fontes de saúde mental.” (Gutfreind, 2003) Só conta uma história quem gosta e assim transmite seu carinho. Além do afeto que demonstra, contos também são uma boa forma da trabalhar as mais diversas sensações como: medo, rejeição, esperança, tristeza, otimismo e muitos outros. É normal as crianças

por Marcia Hillebrand menores pedirem que as mesmas histórias sejam contadas várias vezes justamente por estarem aprendendo a lidar com alguma destas emoções. Histórias são uma forma casual e muito agradável de transmitir valores e incentivar a imaginação, aspectos importantes num adulto saudável. Os contos de fadas, por exemplo, enviam à criança mensagens de que a ida tem, sim, muitas dificuldades inevitáveis, mas certamente podem ser superadas se a pessoa não se intimidar. As crianças menores precisam receber sugestões, em forma simbólica , sobre como lidar com determinados assuntos e crescer em segurança até atingir a maturidade. “A criança extrairá um sentido diferente do mesmo conto de fadas, dependendo dos interesses e necessidades do momento. Sondo-lhe dada a oportunidade, ela voltará ao mesmo conto quando estiver pronta a ampliar significados, ou substituí-los por novos.” (OAKLANDER, 1980)

Com tudo isso, use e abuse desta ferramenta com a as crianças que você conhece. Com certeza deixará marcas importantes e positivas na história de vida delas. Psicóloga EDIÇÃO 73 [JANEIRO 08]

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Camillo Vianna ão resta menor dúvida que é Tocantins paraense e no interior do Estado do necessário resgatar aspectos Amazonas, através de seringueiros, pescadores e pouco conhecidos e até mesmo ribeirinhos e dizem respeito a fato interessante ignorados da maravilhosa e rica que ocorre no dealbar da aurora e na boca da cultura amazônica, particularmente no noite, como se diz, que é quando a passarada se que diz respeito a hábitos, usos e reúne em árvores existentes nos terreiros costumes daquela que foi denominada próximos aos barracões de moradia ou de trabalho Castália do Folclore Brasileiro, na em estrepitoso alarido, a chamada Lacuera. realidade o amazonário hiléiano, pouco Resultante da destruição da cobertura verde das valorizado por seus próprios filhos que dão áreas rurais, remanescentes da fauna silvestre preferência à cultura de importação em que tem a mata como habitáculo, estão verdadeira macaqueição. procurando refúgio nos centros urbanos, muitas Cada vale de rio, cada região, cada vezes causando problemas como é o caso do que pequena comunidade, possui sua vem ocorrendo, tendo como ponto principal a identidade que a duras penas, em luta capital do país com o surgimento de casos de O rico acervo do MPEG inclui raridades solitária tenta preservar e que ao longo dos da flora amazônica febre amarela silvestre que, apesar dos tempos vem se perdendo e pronunciamentos das autoridades ditas comprometendo o desenvolvimento de seu principal agente, o competentes de que não existe perigo de epidemia está assustando o homem da região. povo brasileiro. Desde 1968, a Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Em Belém, mais precisamente no antigo Largo de Nazaré, hoje Praça Culturais da Amazônia (SOPREN) procura, dentro de sua filosofia Santuário, há cerca de 20/30 anos a presença de Lacuera é operacional de defesa do meio ambiente, valorizar o homem constatada pelos barraqueiros que durante os 15 dias dos festejos hileiano, buscando a preservação de suas raízes culturais, cujo nazarenos ocupavam as calçadas do Largo e seu entorno, e atribuíam lema vem sendo “Povo que não tem passado, não terá futuro”, o maior ou menor sucesso em suas vendas à chegada dos barulhentos contrasta com o foco principal da mídia que se concentra na agressão à floresta. Atuando sempre em parceria, com entidades comunitárias, educacionais, governamentais, ou não, a SOPREN busca valorizar o verdadeiro tesouro que é o amazonário, vale dizer folclore. Como singelo exemplo temos referências colhidas pelo autor no Baixo

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periquitos que se aninham nas samaumeiras existentes na praça. Com o passar dos tempos, os passarinhos verdes acamparam definitivamente nas centenárias Seibas pentandras com incursões em mangueiras e árvores frutíferas, e até mesmo no quintal do autor, situado próximo à Basílica onde se abastecem no frondoso jambeiro ali existente. Uma coisa é certa, Belém possui sua Lacuera, mesmo que seus pequeninos componentes sejam perseguidos por uns e admirados por outros. Os responsáveis pelo turismo regional podem e devem valorizar essa atração proporcionada por representantes da fauna amazônica, verdadeira preciosidade regional, complementada pelo Mangal das Garças e pelo rico acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi que inclui raridades da flora amazônica coletada desde sua fundação. Na Praça Santuário, há cerca de 20/30 anos a presença de Lacuera é constatada pelos barraqueiros nos 15 dias dos festejos nazarenos

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Acyr Castro

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opram os ventos, Guajará ferve para além da baía, a mim muito me comove. Quisera ter as asas da poesia para dizer do amor que sinto pela cidade que ouso soletrar como se fosse escrita com letra maiúscula. E é escrita de modo grande, já que falo de uma constelação, infinitamente maior que uma estrela, e estrela ela é, de fato e de direito.

Terminou 2007 e por aqui passaram três filmes, que inundaram minha'alma de cinemeiro consular, fundador, inda de calças curtas, da Associação Paraense de Críticos Cinematográficos. Meus colegas de fundação, o Amílcar, o Rafael Costa já se foram, ficando eu o eterno sobrevivente, precursor de mim mesmo na APCC, companheiro de mim

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para comigo. Água, flor, cinemagia, vi em 2007 poucos filmes realmente originais e criadores. Citaria 4, que são 3 como nos mosqueteiros de Alexandre Dumas: Tropa de Elite de José Padilha, estrelando Wagner Moura, no meu entender, o melhor diretor e o maior ator de 2007 que já partiu, dando espaço para o novo ano e novas esperanças. Belém, morena sestrosa, da cor do pecado, santa de todos os santos, terras do sem fim, louvado seja Nossa Senhora Auxiliadora, Nazarena como sei filho Jesus. Xi, ia me esquecendo não anunciei 3 filmes? Vamos ao segundo melhor e maior filme do ano velho?


Eis aí: O Ultimato Bourne estrelado pelo incansável Matt Damon, o talentoso Ripley da célebre produção cinematográfica a mais não poder. Mas eu estou falando é de Belém, em que nasci, Santa Maria da Graça de Belém do Grão Pará, que a todos acolhe e

abençoa na comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. E salve Belém, a capital do Norte, a cidade das mangueiras, onde o açaí faz o almoço de ricos e pobres, a manga não em poucas ocasiões sendo o jantar nosso de todo dia, aqui, ali, acolá

O melhor cinema que vi em 2007 1. “Tropa de Elite” de José Padilha 2. “Ventos de Liberdade” de Ken Loach 3. “Uma mulher contra Hitler” de Marc Ethermund 4. “Ultimato Bourne” de Peter Greengrass 5. “Dimantes de Sangue” de Edward Zweitz 6. “A Rainha” de Stephen Frears 7. “Scoop O Grande Furo” de Woody Allen 8. “Treze Homens e Um Novo Segredo” de Steven Soderberg 9. “O Cheiro do Ralo” de Heitor Dahila 10 .“O Céu de Suely” de Karin Ainouz Diretor: José Padilha Ator: Todo o elenco de “Tropa de Elite”, à frente o ator Wagner Moura Atriz: Hellen Mirren (“A Rainha”) José Padilha

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Governo do Japão oferece bolsas de estudo aos professores ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESCOLAR Governo do Japão anualmente oferece diversas bolsas de estudo aos estudantes e pesquisadores do mundo inteiro, inclusive do Brasil. Em Belém, o Consulado Geral do Japão, está recebendo até o próximo dia 15 de fevereiro as inscrições para bolsa de estudo para estagiar no Japão, na modalidade de especialização em educação escolar, conforme os requisitos básicos a seguir: brasileiro, idade inferior a 35 anos, ensino superior ou formação específica completa, experiência didática de mais de cinco anos em escolas de ensino médio ou fundamental e ter domínio da língua inglesa ou japonesa. A seleção consta de análise de documentos, prova escrita e entrevista nestas línguas, prevista para 22 de fevereiro corrente. Os benefícios da bolsa são: Valor mensal de cerca de 1.500 dólares, passagem aérea de ida e volta ao Japão e pagamento das despesas escolares. Desde 1981, 19 professores dos estados do Pará, Maranhão, Piauí e Amapá, viajaram para o Japão, e após a conclusão dos referidos cursos retornaram ao Brasil, colaborando no desenvolvimento educacional em seus estados de origem.

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Requisitos Principais: a) Nacionalidade: Brasileira; b) Idade: nascidos após 2 de abril de l973; c) Escolaridade: Graduação e/ou formação em curso específico para professores; d) Idioma: Língua japonesa e/ou inglesa; e) Outros: Experiência didática de mais de cinco anos em escolas de ensino fundamental e/ou médio. Período de Inscrição: Até 15 de fevereiro de 2008 (sexta-feira).


Rumo ao Centenário A Sub-comissão Administrativa da Comissão Organizadora da Amazônia das Comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, presidida pelo Yoshio Maruoka e pelo secretário administrativo, Gota Tsutsumi e Sueli Maruoka, constituída em última reunião de dezembro passado, executará o plano elaborado pela Comissão Organizadora. Na ocasião, também, foi constituída a Sub-Comissão de Relações Públicas encabeçada pelo Yuji Ikuta. “Trabalharemos a partir deste mês de janeiro na realização dos eventos em pauta como a Cerimônia Comemorativa em alusão ao Centenário, etapa regional do concurso de Miss Centenário, eventos esportivos e culturais - Semana do Japão - , entre outros”, esclarece Tsutsumi. Também ainda no final do ano passado, a Governadora do Estado do Pará, Ana Júlia Carepa, aceitou o convite para o cargo de Superintendente dessa Comissão Organizadora, presidida pelo Toshiaki Honda, presidente da Associação Pan Amazônia NipoBrasileira (APANB). Demais autoridades federais, estaduais e municipais estão previstas a ocuparem os

cargos de honra da mesma Comissão composta por dirigentes da APANB, Beneficência Nipo-Brasileira da Amazônia, Câmara de Comércio e Indústria NipoBrasileira do Pará e lideranças da comunidade nipobrasileira. O Governo Estadual pretende participar das comemorações com os projetos: Primeiro Salão do Pará – exposição de produtos paraenses – em Tokyo, Mostra Itinerante de Cinema Japonês em oito cidades do Estado com alta concentração de nipo-brasileiros e apresentação 1908 o navio Kasato-maru aportou Itinerante de Arte Emem Santos,no estado de São Paulo, Japonesa em regiões transportando os primeiros 791 imigrantes japoneses, sendo este relacionadas com os acontecimento o ponto de partida nipônicos. para uma relação estreita entre A comunidade nipoos dois países brasileira no Pará completará, em 2009, os 80 anos Imigração Japonesa na Amazônia, fato que gerou sucessivas reuniões entre os representantes locais, já que seria dispendioso e trabalhoso promover duas grandes festividades desse porte em dois anos consecutivos. O primeiro encontro foi em 27 de abril do ano passado. Entretanto, com a confirmação da visita do Príncipe Herdeiro Naruhito ao Brasil, a postura dos membros da Comissão Organizadora mudou drasticamente. “No inicio eu não estava muito encorajado. Mas com a possibilidade da visita do membro da Família Imperial para nossas terras, mesmo que não confirmado, todos se animaram, assim como eu que participo”, relata Maruoka, presidente da Sub-ComissãoAdministrativa.

Yoshio Maruoka e Gota Tsutsumi, em frente ao pôster do Centenário


profissional você é por Fábio L. Violin

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mundo passou e vem p a s s a n d o p o r inomináveis mudanças, nós seres humanos fomos responsáveis pelas boas e más transformações que hoje vivemos. Às vezes atuamos como atores e às vezes como coadjuvantes da nossa própria história, o que hoje vivemos é fruto daquilo que outras pessoas plantaram no passado e do que com

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Caminho passo-a-passo

nossa parcela de responsabilidade também plantamos. Os centros de poder variaram ao longo de nossa história, no princípio os detentores de terra eram os senhores e a mão de obra escrava não tinha o direito de questionar, de mudar, de propor. Na era industrial houve maior especialização do trabalho e aspectos burocráticos predominavam, ainda aqui os


pensadores não eram privilegiados, ao contrário, em muitos casos foram perseguidos ou oprimidos. Atualmente detem o poder as pessoas e empresas que possuem ou buscam informações e as traduzem em conhecimento. Seja qual for a profissão nunca se valorizou tanto aqueles que sabem analisar, planejar, agir e acima de tudo ter criatividade nas respostas as mudanças do dia-a-dia. O novo profissional, aquele de sucesso, busca auto-gerir-se, não espera que as oportunidades apareçam, ele as cria ou sabe ver quando elas estão próximas, e igualmente sabe entender o que são as ameaças e busca atuar de forma a amenizar seu impacto. Mas, a bem da verdade, não existe uma fórmula para o sucesso. Não existe uma receita a ser seguida e que no final o resultado seja positivo. Mas felizmente existem alguns caminhos que podem ser trabalhados e que podem vir a produzir bons frutos, dignos da vontade, do conhecimento e perseverança, da lealdade aos próprios credos, da criatividade, do senso critico e do

espírito de equipe e ajuda mútua inerente aos profissionais de sucesso. As competências e habilidades técnicas são o mínimo exigido e não chegam a diferenciar os profissionais de forma mais acintosa. Conhecer sua área através da ajuda de colegas, professores, livros, revistas e experiências é o mínimo que cada um pode fazer por si. A diferença entre profissionais comuns e aqueles que realmente fazem a diferença é sua capacidade de ver o que a maioria não enxerga, é sua capacidade de auto-construir-se e não simplesmente reclamar e esperar que outros lhe ajudem. Assim, constroem seu caminho passo-a-passo, contornando as dificuldades, mudando sua forma de agir e de pensar, mas sem nunca perder de vista seus objetivos, seus sonhos e sua capacidade de lutar pelo que quer e acredita. No entanto, buscar ser a diferença passa por alguns requisitos, como por exemplo: Ter a capacidade de direcionar o esforço para o que realmente é importante para a empresa ou causa que

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nos propomos; Trabalhar com e para as pessoas no intuito de atingir os resultados necessários; Ter comprometimento com resultados, determinando níveis de prioridade, esforço e prazos para execução; Ser flexível sem ser fraco, ter autoridade sem ser autoritário; Saber expressar-se, ter comunicação clara e objetiva, e principalmente saber ouvir e entender os medos, anseios, dúvidas e pontos de vista das pessoas; Ter iniciativa, porém é importante sentir o momento exato de recuar quando necessário; Entender que possuímos limitações e que elas não devem ser ignoradas ou escondidas, lembre-se, limitação não significa incompetência, ignorar as limitação sim significa; Cumprir promessas; Planejar e executar; entre diversos outros. O profissional que faz a diferença nunca desiste, quando a batalha é maior do que ele, esta pessoa redireciona e concentra suas forças em um meio de reverter a situação. Mas, acima de tudo não espera que o motivem, que passem a mão sobre sua cabeça, antes de qualquer coisa acreditam em sua força interior em sua capacidade de fazer e ser a diferença. Sua personalidade é algo ímpar, são pessoas que tem opinião própria, que não desistem facilmente, que não nasceram para ser comandados, assumem riscos e também assumem seus erros sem sentir-se menores ou desmotivados. Este profissional agrega valor e aprende continuamente, busca ser líder sem ser egoísta ou egocêntrico, se faz respeitar sem precisar dominar, partilha seu conhecimento e suas experiências, tem prazer naquilo que faz.

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O plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória - (Tela de Van Gogh)

Ousadia é sua marca, age rapidamente com conhecimento de causa e se não a tem busca ter. Não tem medo do conhecido ou de outros profissionais igualmente qualificados, não se esconde atrás de jogos de cena ou formas de depreciar outros profissionais ou empresas, é ético acima de tudo. O profissional do futuro tem ambição, ética, presença de espírito e de luta, busca vencer por suas próprias mãos e não por outros meios tão comuns aos medíocres, é humano ser piegas ou demagogo, não precisa ser rude ou autoritário para obter respeito ou admiração, não precisa dizer a ninguém o quanto ele é bom, se realmente for, o reconhecimento vem por si só. Este começo de século será cada vez mais dominado por este profissional que valoriza o conhecimento técnico, a família, sua empresa, seus colegas e seus anseios. Não precisa ser perfeito, mas precisa buscar constantemente a perfeição. O limite não existe e não deve existir no ser humano, cabe a cada um construir seu próprio destino e perseguir seus ideais. Somos o fruto daquilo que plantamos, colhemos aquilo que nós é dado como recompensa por nosso esforço. Nunca esqueça do ditado chinês que diz que “o plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória”. *Mestre em Estratégias e Organizações-UFPR Especialista em Planejamento e Gerenciamento Estratégico – PUC-PR; Professor universitário, palestrante e consultor de empresas


E-mail: serpan@amazon.com.br

Sérgio Pandolfo

O N I T E N O S

*Médico e escritor – SOBRAMES

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BELÉM 12

Janeiro

Aniversário de Belém Complexo Feliz Lusitânia FONE: (91) 4009-8707 FAX: (91) 4009-8730 secult@prodepa.gov.br

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DOM ELISEU 20 Bloco me Beija Residência Show FONE/FAX:(94) 3335-6696 / 3335-1140

PORTEL 24 a 02/02 Festividade de Nossa Senhora da Luz Complexo Paroquial FONE/FAX: (91) 37841126 / 3784-1621 / 3784-1760 curereproduções@yahoo. com.br

Festividade de São Sebastião Praça do Coreto FONE: (91) 3484-1197 FAX: (91) 3484-1198 belerofont@hotmail.com

ALTAMIRA 20 Festividade de São Sebastião Principais ruas da cidade e salão São Sebastião FONE/ FAX: (93) 3515-3928

BELÉM 15 a 05/02 Carnaval Aldeia Amazônica David Miguel, Icoaraci e Outeiro FONE: (91)4008-9402 FAX:(91) 4008-9423 fumbel@cimbesa.com. br

PARAUAPEBAS 20 Corrida de São Sebastião Principais ruas da cidade FONE: (94) 3346-1005 / 3346-2141 FAX: (94) 3346-1037 franciscoseden@yahoo. com.br

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BELÉM 21 a 15/02 Inscrições abertas para Especialização em Educação UEPA FONE: (91) 3233.9355/ 4009.9550 coadccse@uepa.br

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BELÉM 25 Rainha das Rainhas HANGAR FONE/FAX: (91) (91) 3213-1000 2008

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1º Grito de Carnaval Praça da Matriz FONE/FAX: (91) 3222-3581 borgesandressa@yahoo.com.br

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Carnanindeua Arterial 18 FONE/FAX: (91) 3073-2133 / 3073-2111 / 3073-2131 ascom.pma@gmail.com

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BELÉM 26 e 27 Desfile das Crias do Curro Velho (26)Avenida Presidente Vargas; 27), pelas ruas do bairro do Telégrafo FONE: (91) 3184-9100

Carnaponta Av. Djalma Machado FONE: (91) 3777-1104 FAX: (91) 3777-1113 clevelane@ig.com.br

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